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Engenharia da Mobilidade

Prof. Dr. Emerson José de Paiva

Itabira, 2017

Versão 2017.1
Universidade Federal de Itajubá – Campus Itabira
Apostila Aimsun

Sumário
1 Introdução ........................................................................................................................... 3
2 Utilização do Software ....................................................................................................... 4
2.1 Passos iniciais .............................................................................................................. 4
2.2 Projeto inicial ............................................................................................................... 8
2.2.1 Construção das vias de tráfego ............................................................................. 9
2.2.2 Conexão entre as vias ........................................................................................... 9
2.2.3 Centroides ........................................................................................................... 14
2.2.4 Matriz Origem-Destino....................................................................................... 15
2.2.5 Cenários e Experimentos .................................................................................... 16
2.3 Execução da simulação .............................................................................................. 17
3 Tipos de Vias .................................................................................................................... 17
4 Sistema de controle semafórico ........................................................................................ 18
4.1 Plano de Controle e Plano de Controle Mestre .......................................................... 18
5 Rotatórias .......................................................................................................................... 21
5.1 O trabalho com vértices para Segmento de Curva e Segmento de Reta .................... 22
5.2 Passos iniciais para construção da rotatória ............................................................... 22
5.3 Construção da rotatória .............................................................................................. 23
5.4 Finalizando o modelo de rotatória ............................................................................. 24
Referências ............................................................................................................................... 26
Anexo 1 – Elementos da Caixa de Ferramentas ....................................................................... 27

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1 INTRODUÇÃO

Definida por Schriber (1974, apud Freitas Filho, 2008) como uma sucessão de eventos
representativos de um sistema real, modelado de forma que o resultado seja compatível às
respostas desse sistema, a simulação é uma atividade que apresenta diversas vantagens frente
ao sistema real, uma vez que não interfere no meio, reduz os custos de implementação e propicia
a criação e análise de cenários diversos.
Os softwares de simulação, especificamente aqueles voltados à simulação de tráfego,
cumprem exatamente essa tarefa de avaliar o cenário, sem a dispendiosa intervenção no meio.
Tais softwares são classificados, segundo sua aplicação, em Microscópicos, Mesoscópicos e
Macroscópicos (PORTUGAL, 2005). Os softwares que utilizam o modelo microscópico,
simulam o comportamento de veículos individualmente, considerando sua interação com outros
veículos e com determinado trecho da via em estudo, cujo comportamento se dá por meio dos
modelos de perseguição e troca de faixa. Os modelos mesoscópicos consideram o
comportamento dos veículos individualmente, porém, seus movimentos são analisados por
grupos de veículos ou pelotões, formando uma classe intermediária de detalhamento. Por fim,
os modelos macroscópicos apresentam uma simulação generalista de determinada região,
considerando variáveis como fluxo, densidade e velocidade.
Figura 1.1 – Classificação da simulação de tráfego quanto à sua aplicação

Fonte: Maia (2007).


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Alguns softwares, como o AIMSUN, ainda consideram outro nível de simulação,


denominado “Simulação por Demanda de Viagem”, cujos os dados, geralmente, são
estruturados em matrizes Origem-Destino (OD).
O AIMSUN (Advanced Interactive Microscopic Simulator for Urban or Non-Urban
Networks) é um software de simulação capaz capaz de modelar sistemas em todas essas
categorias. Segundo a AIMSUN (2014), ele permite a fusão de modelagem de demanda com
simulações microscópicas, mesoscópicas e híbridas de forma bastante rápida.
Conforme Porto (2015), as aplicações mais comuns deste software são:
 Avaliação e otimização de esquemas de sinalização prioritária de trânsito (Priority
Transit Signal (TSP)) e trânsito rápido de ônibus (Bus Rapid Transit (BRT));
 Estudos de viabilidade de vias de alta ocupação do veículo (High Vehicle Occupation
(HOV)) e de vias de Alta Ocupação de pedágio (High Occupancy Toll (HOT));
 Análise do impacto de projetos de infraestrutura, tais como a melhoria ou construção de
corredor rodoviário;
 Análise do impacto ambiental;
 Preços de pedágio e de estradas;
 Avaliação das estratégias de gestão da demanda de viagens (Travel Demand
Management (TDM));
 Otimização do plano de controle da sinalização (interação AIMSUN-TRANSYT) e
avaliação de controle adaptativo;
 Análise de segurança;
 Avaliação das políticas de velocidades variáveis e outros sistemas de transporte
inteligentes (Intelligent Transportation Systems (ITS));
 Análise de capacidade da rodovia (Highway Capacity Manual (HCM));
 Gestão da zona de trabalho (Workzone).
Neste curso, o software será apresentado para ser utilizado em qualquer dessas áreas de
aplicação, estando disponibilizado no Laboratório de Otimização e Simulação (LOSI), da
Unifei, Campus de Itabira.
2 UTILIZAÇÃO DO SOFTWARE

2.1 PASSOS INICIAIS

Ao se executar o software, a tela inicial (Figura 2.1) é exibida, por meio da qual, pode-
se escolher, a partir da guia “Novo Projeto”, o local a ser simulado. O botão de scroll do mouse
pode ser utilizado para se obter um zoom do local desejado.
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Por esta janela, podem-se definir:


a) Modelo: os modelos do Aimsun podem variar entre TSS e OSM. TSS, padrão do
software, se refere ao Transport Simulation Systems. OSM se refere ao sistema de
georreferenciamento de domínio público, Open Street Map, sistema que conta com a
colaboração dos usuários para sua atualização.
b) Sistema de coordenadas: diversos sistemas de coordenadas podem ser configurados para
uso pelo software. Atualmente, a possibilidade de vinculação das medições topográficas
com pontos obtidos pelo GPS (Global Position System), resultam na obtenção de pontos
georreferenciados. Os diversos modelos podem ser definidos nesse campo.
a. Botão “Do UTM”: UTM é um sistema de coordenadas baseado no plano
cartesiano (eixos x,y) e usa o metro (m) como unidade para medir distâncias e
determinar a posição de um objeto. O sistema UTM, adotado no Brasil, não
acompanha a curvatura da Terra e por isso seus pares de coordenadas também
são chamados de coordenadas planas. Ao acionar, pois, esse botão, deve-se
informar ao software qual a área específica de estudo.
c) Lado de condução: especifica as características regionais de condução pelos motoristas.
d) Modelos ativos: especifica qual o tipo de simulação será realizado: Micro, Meso, Macro
ou Demanda de Viagem.
e) Caixa de lista no rodapé da janela (“Fazer nada”): define a forma como a imagem da
região de simulação será incorporada ao projeto (Fazer Nada; Definir Área; Importar
Mapa do Arquivo; Importar Mapa da Internet).
Figura 2.1 – Tela inicial do Aimsun

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Para inserir o mapa diretamente da Internet, localize, no mapa, o local desejado, como,
por exemplo, a Rua João Pinheiro, esquina das Lojas Americanas, em Itabira, MG. Em seguida,
na caixa de lista, selecione “Importar Mapa da Internet” e clique em “Criar”. Ao importar o
mapa, o Aimsun exibe a janela “Importar OSM” (Figura 2.2). Clique em “OK”.

Figura 2.2 – Janela de importação diretamente da Internet

Se, ao contrário, o que se deseja é inserir uma imagem já existente, na janela da Figura
2.1, selecione a opção “Importar Mapa do Arquivo”.
Qualquer arquivo de imagem pode ser utilizada em um projeto do Aimsun. Para o
exemplo utilizado, Selecione Arquivo/Importar/Arquivo de Imagem e selecione, da pasta de
trabalho, o arquivo “Av João Pinheiro_Parcial2.jpeg”. Trata-se de uma imagem retirada do
Google Earth de uma região da Avenida João Pinheiro em Itabira, conforme Figura 2.3.
Figura 2.3 – Imagem da região a ser simulada

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Depois de inserida a imagem, é necessário definir adequadamente sua escala. Para essa
tarefa, dê duplo-clique sobre a imagem, abrindo-se a janela de configuração, conforme a Figura
2.4.
Figura 2.4 – Tela para definição de escala da imagem importada

Altere, pela caixa de lista, a opção “Tamanho do Pixel”, para “Tamanho Físico”. Em
seguida, informe a distância, em metros, que a imagem representa em largura e altura. Para
identificar quanto uma imagem mede, podem-se utilizar algumas ferramentas, como, por
exemplo, o Google Earth, por meio do botão “Régua”. Esse botão retorna a distância, em
metros, entre dois pontos determinados. Outra forma, é identificar as coordenadas de Latitude
e Longitude dos vértices superior esquerdo e inferior direito da imagem, executando sua
conversão em metros. A planilha Transf.LatituteLongitude realiza essa tarefa de conversão.
Defina para Largura 280m e Altura 176m.
Finalmente, deve-se travar a imagem, para que ela não interfira na construção dos
objetos do projeto. Para isso, acesse, pela caixa de Camadas (à direita da tela), a opção
“Decoração”, em seguida, localize a subcamada Imagens e o nome da imagem deseja e dê um
clique duplo sobre ela. Na janela que se abre, desative a opção “Permitir Edição do Objeto” e
clique em “OK”. A partir desse momento, a imagem não mais estará disponível para alteração.
Salve o projeto com o nome de Projeto1, em sua pasta de trabalho.

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A Figura 2.5 apresenta a tela, com a imagem selecionada para o projeto, e as ferramentas
disponíveis.
Figura 2.5 – Janela de Trabalho do Aimsun
1

Podem-se observar pela Figura 5, as seções que dividem a janela de trabalho do


software. Acima, a barra de menu (1), com as suas opções principais. Abaixo, a área de trabalho
(2), onde deverá ser inserida a imagem que servirá de base para o desenho do cenário de
simulação. À esquerda, a caixa de ferramentas (3). À direita, os parâmetros do Projeto (4) e as
Camadas(5). Finalmente, no rodapé, a caixa de Registros (6).
O Anexo 1 apresenta uma lista com as opções disponíveis na caixa de ferramentas.
2.2 PROJETO INICIAL

Para se criar um projeto básico de simulação, são necessários alguns elementos:


a) Algumas seções, que comporão o sistema de vias do cenário simulado;
b) Alguns nós, que interligarão as seções;
c) Pelo menos um Centroide de início e um de fim;
d) Uma matriz Origem-Destino (OD);
e) Uma demanda de tráfego que deverá ser incorporada ao modelo;
f) Um experimento, que define as replicações do cenário.
A região escolhida para a microsimulação, representada pela Figura 2.3, pode ser melhor
observada no mapa da Figura 2.6.

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Figura 2.6 – Mapa da região de microsimulação

2.2.1 Construção das vias de tráfego

Sobre a imagem inserida no projeto crie as vias, utilizando a ferramenta “Criar uma
seção”. Deve-se criar um seção para cada pequeno trecho de via, lembrando-se que, nos
cruzamentos, devem-se criar nós. Por exemplo, para a Avenida João Pinheiro, deve-se criar, da
direita para esquerda (pista da direita), uma seção iniciando-se em frente ao “Graziela Modas”
do mapa e encerrando-se antes da esquina. Para tanto, selecione o botão “Criar uma seção”, da
caixa de ferramentas; clique no início do trecho, arraste o mouse até a posição final e dê um
duplo clique, para encerrar a seção. Em seguida, crie uma nova seção, iniciando-se na próxima
esquina, até o final da avenida.
Para se definir quantas faixas uma via deve ter, basta selecioná-la com um clique simples
e pressionar-se Ctrl, mais a tecla correspondente ao número de faixas desejado. Por exemplo,
Ctrl-3 irá criar três faixas.
Crie todas as seções necessárias ao modelo, sempre reservando uma área para a conexão
das seções por meio dos nós.
2.2.2 Conexão entre as vias

A área existente entre as duas seções deverá ser preenchida com um nó. Portanto,
selecione as seções que deverão ser conectadas e ative a ferramenta “Criar um nó”, ou, sem
nenhuma via selecionada, ative a mesma ferramenta, para se exibir a janela da Figura 2.7.

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Quando se cria o nó selecionando-se as vias que serão conectadas, as configurações do


nó são geradas automaticamente em sua forma básica, ou seja, a primeira seção se conectará
diretamente à segunda seção. Nesse caso, para se exibir a janela da Figura 2.7, é necessário que
se dê um duplo clique sobre o nó gerado.
Figura 2.7 – Criação de interligações em nós

Clique em Novo, para gerar uma nova direção, interligando as duas seções. Quando se
aciona esse botão, no topo da janela aparece a seguinte informação: “Clique na seção de origem
para selecionar as faixas de origem do movimento, então clique na seção de destino para
selecionar as faixas de destino”. Observe o resultado da Figura 2.8a.
A seta em vermelho representa a ligação entre a primeira e a segunda seções. Entretanto,
como a via foi configura para 2 faixas, é necessário que as duas faixas estejam selecionadas.
Pressione a tecla Shift e clique sobre a outra faixa da primeira seção. O resultado pode ser
observado pela Figura 2.8b.
Nesse mesmo nó, porém, há uma outra ligação que se faz necessária: os veículos que
descem pela Rua São José podem acessar a Avenida João Pinheiro, sentido Rodoviária, sentido
Praça Dr. Acrísio Alvarenga ou seguir em direção à Rua Salvino Pascoal Patrocínio. Para criar
essas ligações, basta proceder-se da mesma forma, clicando em “Novo” na janela de Nós, clicar
na seção de origem e, em seguida, na de destino.

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É necessário observar que, a cada nova ligação, deve-se pressionar o botão “Novo”,
gerando uma nova linha, na matriz de nós da janela. O resultado pode ser observado na Figura
2.9.
Figura 2.8a – Ligação 1 para 2 Figura 2.8b – Ligação 2 para 2

Figura 2.9 – Ligações da Rua São José

Continuando, para esse nó devem-se criar as ligações da Avenida João Pinheiro, no


sentido Praça Dr. Acrísio Alvarenga e em direção à Rua Salvino Pascoal Patrocínio.
Finalmente, devem-se criar as ligações entre Rua Salvino Pascoal Patrocínio e seus acessos:
Avenida João Pinheiro, sentido Praça Dr. Acrísio Alvarenga; Avenida João Pinheiro, sentido
rodoviária.
Entretanto, a seção que representa a Rua Salvino Pascoal Patrocínio foi inserida como
uma via de 2 faixas. Altere-a para 1 faixa (Ctrl+1) e, em seguida, com a seção selecionada,
clique com o botão direito do mouse e selecione “Criar Direção Oposta”. Em seguida, crie as
ligações necessárias. O resultado é apresentado na Figura 2.10.

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Figura 2.10 – Finalização das conexões do nó do cruzamento em questão

Os nós gerados, como já mencionado, foram uma matriz de possibilidades. A matriz


pode ser observada pela Figura 2.11.
Figura 2.11 – Matriz de nós

Passemos, agora, à criação do nó que fará a ligação da Rua Esmeralda à Rua São José e
à Avenida João Pinheiro, sentido rodoviária.
A seção inserida como continuação da Avenida João Pinheiro, é uma seção contínua,
até o seu final. Para se inserir um novo nó, deve-se dividir essa seção, utilizando a ferramenta
“Cortar Seção”, da caixa de ferramentas.
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Com a ferramenta selecionada, faça um corte transversal sobre a seção desejada. O


procedimento irá dividir a seção em duas outras e, quando um corte é realizado em uma seção,
um novo nó é inserido automaticamente, conectando as duas seções. Basta arrastar um das
seções para que o nó seja evidenciado no desenho, conforme Figura 2.12.
Figura 2.12 – Seção dividida pela ferramenta “Cortar Seção”

O pequeno trecho da Rua Esmeralda que dá acesso à Avenida João Pinheiro, é uma via
de mão dupla. Proceda como já mencionado, criando duas vias de faixa única, com sentidos
opostos. Em seguida proceda a todas as conexões.
O resultado final de todos os nós, com todas as conexões possíveis, pode ser observado
pela Figura 2.13.
Figura 2.13 – Modelo com seções e nós conectados

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Os veículos que descem a Rua Esmeraldas e pegam a Avenida João Pinheiro obedecem
a uma sinalização de “Dê a preferência”, assim como aqueles que saem da Rua Esmeraldas para
entrar na Rua São José. As configurações de preferências são realizadas nos seus respectivos
nós. Com um duplo clique no nó, a janela de configuração é exibida. Selecione a conexão que
deverá ser configurada e selecione na lista, a opção desejada de preferência, conforme a Figura
2.14. As opções disponíveis são: a) Dê a preferência; b) Pare; e c) Direita livre no vermelho.
Figura 2.14 – Configuração de preferência de vias

2.2.3 Centroides

Até aqui foram cumpridas duas das seis etapas necessárias para a construção de um
modelo de simulação: a construção de seções, interligadas por nós.
Continuando a construção do Projeto1, devem ser incluídos no modelo, os “Centroides”
de início e fim. Clique na ferramenta “Criar um Centroide”, posicionando um centroide em
cada extremidade do modelo microssimulado.
Em seguida, configure os centroides inseridos, um a um, dando um clique duplo em
cada um deles. Na janela de configuração do centroide, clique em “Novo” e clique na seção (ou
seções) que deve(m) se conectar ao centroide. A Figura 2.15 apresenta o resultado da
configuração do primeiro centroide selecionado. Observe que, nesse caso, foram criadas duas
conexões, uma do tipo “Atrai de” e outra do tipo “Gera para”.
“Atrai de” se refere aos veículos que terão como destino, o centroide referido. “Gera
para”, por sua vez, se refere aos veículos que partirão desse centroide, inserindo-se ao modelo.
Repita o procedimento para cada um dos centroides introduzidos no modelo.

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Figura 2.15 – Configurações do centroide

2.2.4 Matriz Origem-Destino

Definidos os centroides, deve-se criar a matriz Origem-Destino, responsável pelos


inputs de dados de veículos no sistema. Na matriz, para cada par de centroide Origem-Destino,
deve-se especificar o volume de tráfego, para cada tipo de veículo.
Para criar a matriz, na caixa “Projeto” (à direita da área de trabalho), localize “Dados de
Demanda”, selecione o centroide desejado, clique com o botão direito do mouse e, em seguida,
em “Novo/Matriz OD”. O sistema irá criar a primeira matriz, genericamente denominada
“matriz 01:00”.
Dê duplo clique sobre a matriz OD criada. Abre-se a janela denominada “Matriz OD”,
com algumas guias. Na guia “Principal”, alguns dados podem ser configurados. Altere o nome
da matriz para “Matriz Leves”. Em seguida, selecione o tipo de veículo que será configurado,
abrindo-se da caixa de lista respectiva, selecionando-se, “53: Carro”.
Na guia “Células”, uma matriz é exibida para se introduzirem os dados de densidade de
veículos para o par Origem-Destino. Defina a matriz conforme a Figura 2.16.

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Figura 2.16 – Matriz Origem-Destino para o modelo

Agora, novamente na caixa “Projeto” (à direita da área de trabalho), localize “Dados de


Demanda”, clique com o botão direito do mouse e, em seguida, em “Novo/Demanda de
Tráfego”. Abrindo a opção “Demanda de Tráfego”, com clique duplo, na guia “Principal”
clique em “Adicionar” para adicionar a matriz OD criada, ou todas as matriz criadas, se forem
mais de uma, ao modelo de simulação, conforme Figura 2.17.
Figura 2.17 – Janela de configuração de Demanda de Tráfego

2.2.5 Cenários e Experimentos

Selecione “Projeto” com o botão direito do mouse, em seguida “Novo/Cenários/Cenário


Dinâmico”. Selecionando-se, agora, o “Cenário Dinâmico” recém criado, clique em “Novo
Experimento”. Clicando-se, com o botão direito do mouse sobre o experimento criado,
selecione “Replicação”.
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Finalmente, dê duplo-clique sobre “Cenário Dinâmico”. Na caixa “Tráfego”, abra a lista


de “Demanda de Tráfego” e selecione a demanda recém-criada.
A partir desse momento, o modelo estará apto a ser executado por meio do botão “Ações
do Experimento”.
2.3 EXECUÇÃO DA SIMULAÇÃO

Quando se executa a simulação, a barra de Controle de Execução é exibida no topo da


área de trabalho (Figura 2.18), para que o modelador tenha seu controle.
Figura 2.18 – Barra de controle de execução da simulação
Data da Velocidade de Play / Tempo da
Simulação Simulação Pause Incremento Parar em Simulação

Abre a janela Reiniciar Suavização


Avanço Gravando Encerrar
Sumários dos
Rápido Vídeo Simulação
Resultados

3 TIPOS DE VIAS

A microssimulação pode ser realizada com tipos de vias variados. O software apresenta
um conjunto padrão de vias pré-configuradas, como rodovias, vias arteriais, vias locais,
rotatórias, dentre outras. Todas as configurações prévias dessas vias podem ser modificadas,
gerando-se outras vias personalizadas, ou alterando-se as vias pré-configuradas.
Algumas das principais opções que podem ser configuradas para os Tipos de Vias são
apresentadas pelo Quadro 3.1.
Quadro 3.1 – Opção de configuração para os Tipos de Vias
Guia Opção Itens de configuração
Velocidade Máxima
Parâmetros Básicos Capacidade (por faixa)
Largura da Faixa
Principal
Direito
Acostamento
Esquerdo
Tipos de Veículo Não Permitido Marca-se os não permitidos
Cooperação
Agressividade
Mudança de Faixa
Intensidade de Frenagem
Parâmetros da seção
Mudança de Faixa Imprudente
Faixa Lateral Distância de Cooperação
Modelos Dinâmicos

Considerar o Modelo de Perseguição (Car Following) de Duas Faixas


Distância de Zona 1
Distância de Zona 2
Tempo de Espera Adicional antes de Perder o Movimento
Velocidade no "Yellow Box"
Margem de Segurança Inicial
Parâmetros do Movimento
Margem de Segurança Final
Fator Tempo de Dê a Preferência Inicial
Modelo Dê a Preferência
Fator Tempo de Dê a Preferência Final
Velocidade para o Dê a Preferência
Visibilidade sobre o Fluxo Principal

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4 SISTEMA DE CONTROLE SEMAFÓRICO

A configuração de um sistema semafórico pelo Aimsun é realizada a partir da janela de


configuração dos nós e auxiliada pela utilização de um Plano de Controle, aliado a um Plano
de Controle Mestre.
A primeira tarefa para se gerar um sistema com semáforos é criar os “Grupos
Semafóricos”. Para cada nó que necessitar de semáforos, um novo grupo semafórico deve ser
criado. Com um clique duplo, abra a janela de gerenciamento do nó ao qual se deseja inserir o
sistema. Na janela que se abre, clique na guia “Grupos Semafóricos” para se exibir as tabelas
de configuração (Figura 4.1).
Figura 4.1 – Janela de Grupos Semafóricos

Clique em “Novo” e, em “Movimentos”, selecione os movimentos que contemplarão o


grupo semafórico que se está criando. Para uma melhor visualização, arraste a janela de
configuração, de modo a exibir o layout do nó que se está modelando. Assim será possível
identificar os movimentos desejados. Clique em “Ok” quando todos os semáforos do grupo
estiverem configurados.
Agora é necessário criar-se o Plano de Controle e o Plano de Controle Mestre.
4.1 PLANO DE CONTROLE E PLANO DE CONTROLE MESTRE

A Figura 4.2 apresenta o caminho para a inserção desses planos ao projeto, lembrando-
se que as opções devem ser acionadas a partir de um clique com o botão direito do mouse sobre
“Projeto”.
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Figura 4.2 – Criação dos Planos de Controle semafórico

Dê um clique duplo sobre Plano de Controle. Na janela que se abre, selecione o Nó que
conterá o grupo semafórico e dê duplo clique sobre ele. Uma nova janela é exibida nesse
momento, para que seja possível programarem-se os tempos de ciclo do grupo de semáforos.
Configure o “Tipo” como “Fixo”, defina o “Tempo de Amarelo” em 3 segundos e o
“Ciclo” em 60 segundos. A opção “Porcentagem de Vermelho” se refere ao percentual do
tempo definido para o ciclo Amarelo no qual os veículos deverão efetivamente permanecer
parados, antes do Vermelho. Esse valor deverá ser ajustado durante a fase de calibração do
modelo.
Na guia “Tempos”, altere “Exibir como” para “Grupos Semafóricos”. Os semáforos
configurados na etapa anterior são exibidos para que, agora, sejam definidos os tempos de
permanência de verde, amarelo e vermelho.
Para o Semáforo 1, defina Início = 0 e Duração = 17. Deve-se atentar para a duração do
amarelo, que será considerado nessa fase. A Duração configurada em 17 segundos, somada ao
tempo de amarelo, 3 segundos, representará um ciclo de 20 segundos, restando, para vermelho,
40 segundos, que deverão ser divididos nos ciclos dos demais semáforos. A cada nova
configuração de semáforo, o diagrama é atualizado (Figura 4.3).
Para o Semáforo 2, defina Início = 20 (término do ciclo do semáforo anterior), com
Duração = 17. Finalmente, para o Semáforo 3, defina Início = 40, Duração = 17.

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Figura 4.3 – Configuração do tempo de ciclo dos semáforos

Depois de gerado e configurado o ciclo do grupo de semáforos, em Plano de Controle


Mestre (acionado com duplo clique sobre ele), deverá ser configurado para utilizar esse Plano.
Clique em “Adicionar item de Plano de Controle” e, na lista, selecione o Plano de Controle
recém criado. Atente-se ao fato de que, se houverem outros Planos de Controle gerados, todos
serão exibidos na lista.
Figura 4.4 – Plano de Controle Mestre

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Por fim, em Cenário Dinâmico, localize e adicione o Plano de Controle Mestre recém
criado.
Figura 4.5 – Cenário Dinâmico com Plano de Controle Mestre

O sistema semafórico, nesse momento, estará pronto para execução.


5 ROTATÓRIAS

A criação de Rotatórias no Aimsun é bastante simples. Em termos gerais, basta adicionar


as seções que constituirão os acessos de entrada e saída da rotatória, selecionar todas elas e
adicionar, pela ferramenta apropriada, a rotatória, interligando todas as seções.
A Figura 5.1 apresenta a rotatória que será modelada e cujas etapas serão descritas a
seguir.
Figura 5.1 – Rotatória Av. Mauro Ribeiro

Fonte: Google Maps.

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5.1 O TRABALHO COM VÉRTICES PARA SEGMENTO DE CURVA E SEGMENTO DE RETA

Quando é necessário inserir seções com geometrias bastantes irregulares, como as


curvas exibidas pela Figura 5.2, torna-se, também, necessário inserir sobre essas seções vértices
para Segmentos de Curva intercalados por vértices para Segmentos de Reta.
Como premissa, somente dois vértices de Segmentos de Curvas podem ser inseridos em
uma seção. Entretanto, somente dois desses vértices podem inviabilizar o traçado correto da
via, devido à sua irregularidade.
Figura 5.2 – Vértices de Segmentos de Curva e Segmentos de Reta

Fonte: Autoria Própria

Assim, a cada dois vértices de Segmentos de Curva, deve-se adicionar um vértice para
Segmentos de Reta. Observe, pela Figura 5.2, os vértices de Segmento de Reta (pequenos
quadrados pretos) e os vértices de Segmento de Curva (pequenos círculos brancos). Vale
ressaltar que entre dois vértices de Segmento de Reto podem ser inseridos até dois vértices de
Segmento de Curva. A presença desses vários vértices, possibilitam o desenho da via com
correto detalhamento de suas curvas.
5.2 PASSOS INICIAIS PARA CONSTRUÇÃO DA ROTATÓRIA

Crie um novo projeto, a partir do menu “Arquivo”. Atente-se às configurações das


opções iniciais do modelo (veja item 2.1). Adicione ao projeto a imagem do arquivo “Mauro
Ribeiro1.jpeg”; configure suas dimensões físicas para 120m de altura, por 200m de largura,
tomando o cuidado de travar a imagem contra edição acidental.
Insira as seções que constituirão as vias de circulação, deixando a área da rotatória para
configuração futura, conforme Figura 5.3. Observe que já foi inserido um nó para conexão de
duas vias adjacentes.
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Figura 5.3 – Construção das vias de circulação entorno da rotatória

5.3 CONSTRUÇÃO DA ROTATÓRIA

Para a construção da rotatória, selecione todas as vias que serão utilizadas como acessos
ou saídas (Figura 5.4). Para seleções múltiplas de objetos num projeto, aperte a tecla “Shift” e
clique sobre os objetos desejados.
Depois de selecionadas as vias, selecione a ferramenta “Criar uma Rotatória” (da caixa
de ferramentas à esquerda), clique sobre o ponto central da rotatória e arreste-a, gerando o
círculo que a definirá.
Ao soltar-se o botão esquerdo do mouse, todas as conexões entre as vias selecionadas e
a rotatórias serão geradas, bastando realizar os ajustes necessários (número de vias da rotatória
– Ctrl+número; deslocamento das partes da rotatória para os locais mais adequados; eliminação
de “quinas” – geralmente formadas durante a construção da rotatória; etc.).
Figura 5.4 – Seleção das vias e conexão com a rotatória

Depois de realizados todos os ajustes, verifique as conexões definidas automaticamente,


por meio de clique duplo em qualquer dos nós gerados. A Figura 5.5 apresenta um resultado
possível.
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Figura 5.5 – Conexões geradas automaticamente

Observe que, conforme a Figura 5.5, algumas conexões não foram geradas, como, por
exemplo, o acesso à direita (em vermelho) na figura. Assim, todas as conexões devem ser
avaliadas e, se necessário, criadas manualmente (veja item 2.2.2).
5.4 FINALIZANDO O MODELO DE ROTATÓRIA

Para finalizar o modelo, insira os demais elementos necessários, como centroides,


demanda, etc., defina uma matriz OD hipotética e execute-o para observar os resultados. Altere
a matriz OD, aumentando o volume de tráfego, para verificar a mudança de comportamento do
sistema.
6 INSERINDO PRÉDIOS 3D AO CENÁRIO

Para se inserir construções, selecione a ferramenta “Criar um Polígono”, da caixa de


ferramentas, desenhe o polígono clicando nos seus vértices (clique simples) e, quando terminar
o seu contorno, dê um clique duplo. Será, então, exibido o polígono criado, conforme se observa
pela Figura 7.1.
Figura 7.1 – Construção do polígono de referência para prédios 3D

Polígono gerado
no modelo 2D Polígono gerado
no modelo 3D

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Criado o polígono, clique com o botão direito sobre ele, no modelo 2D, e, no menu de
contexto que surgirá, selecione “Converter para” e “Construção”. Em seguida, dê um clique
duplo sobre o polígono, para se configurar as dimensões e faces da edificação.
Na guia “3D”, configure a altura do prédio (em metros) e, em texturas, selecione as
imagens que comporão cada uma das faces do polígono.
7 PREFERÊNCIAS

Diversas customizações podem ser realizadas no software, a fim de atender a


preferências pessoais. A Figura 6.1 apresenta a janela para essas configurações.
Figura 6.1 – Ajuste de preferências

Descrevem-se, no Quadro 6.1, algumas das opções disponíveis de customização do


software:
Quadro 6.1 – Opções de preferências

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REFERÊNCIAS

FREITAS FILHO, P. J. Introdução à Modelagem e Simulação de Sistemas com Aplicações


em Arena. 2. Ed. Florianópolis: Visual Books, 2008.

MAIA, F. V. B. Calibração e validação de modelos de meso e Microssimulação de tráfego


para a avaliação de intervenções tático-operacionais na malha viária urbana. Fortaleza:
Universidade Federal do Ceará, 110 p., 2007.

PORTUGAL, L. S. Simulação de Tráfego: conceitos e técnicas de modelagem. Interciência,


Rio de Janeiro, 2005.

SCHRIBER, T. J. Simulation Using GPSS. Wiley, NY, 1974.

PORTO, E. R. Análise dos Impactos Gerados pela Restrição de Tráfego de Veículos de


Carga em Ambiente Urbano Através de Microssimulação. Dissertação de Mestrado.
Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil. Universidade Federal de Santa Catarina.
2015.

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ANEXO 1 – ELEMENTOS DA CAIXA DE FERRAMENTAS

Fig Descrição Função


Ferramenta de Seleção (F5) Seleciona objetos da área de trabalho
Zoom (F7) Aumenta/diminui visualização dos objetos
Cortar Seção Divide uma seção em duas novas seções
Criar um Novo Vértice (Seg.reta) Cria vértice em uma seção
Criar um Centroide Adiciona Centroides ao modelo
Criar um Nó Insere um nós para conexão de duas ou mais seções
Criar um Detector
Criar um Controle de Acesso Cria um Controle de Acesso
Criar uma Linha Contínua Cria linha contínua
Criar um Controlador Semafórico Cria controladores para sistemas semaforizados
Criar uma Imagem 3D
Criar um Polígono
Criar uma Polilinha
Pan (F6)
Rotacionar a Seleção (Ctrl+R)
Criar Conexões entre Objetos (F9)
Criar um Novo Vértice (Seg.curva) Cria vértices para definição de curvas
Criar uma Seção Insere as seções no modelo
Criar uma Rotatória Implementa uma rotatória
Criar uma Painel Msg.Variáveis
Criar um Ponto de Ônibus
Criar Faixa de Travessia de Ped. Inclui faixa de pedestres às seções do modelo
Criar Câmera
Criar um Texto
Criar um Círculo
Criar Curva de Bezier
Criar uma Área de Pedestres
Cria uma Entrada para Pedestres
Cria Linha Polig.Obstac.Pedestres
Cria um Ponto de Serviço
Cria um Nó de Decisão
Cria uma Saída para Pedestres
Cria Polig.Obstac.Pedestres
Cria Obj.Transp.em Desnível

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