Você está na página 1de 122

Sinalização Viária

Conteudista:
Ítalo Marques Filizola

Brasília, agosto de 2022.


SINALIZAÇÃO VIÁRIA

Módulo
3
Sinalização viária e
dispositivos de
segurança

Conforme estabelece O Art. 11 da INSTRUÇÃO


NORMATIVA Nº 03/DNIT SEDE, DE 1º DE ABRIL
DE 2022, o servidor que optar por receber a GECC
relativa à elaboração de material didático cede,
tacitamente e em caráter irrevogável, a titularidade
dos direitos patrimoniais relativos aos materiais
produzidos em decorrência dessa percepção. Desta
forma, tendo em vista o contido no Processo
nº50600.007882/2022-67. Desta forma, o DNIT
poderá revisar o material cedido, adaptá-lo e utilizá-
lo livremente em outros eventos que venha a
promover, bem como o ceder a outros órgãos e
entidades federais.

Brasília, maio de 2022.


SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 5

2 PRINCÍPIOS DA SINALIZAÇÃO DE TRÂNSITO ......................................................................... 6

3 SINALIZAÇÃO VERTICAL ............................................................................................................ 7


3.1 SINALIZAÇÃO VERTICAL DE REGULAMENTAÇÃO .......................................................... 7
3.1.1 Formatos e cores ............................................................................................................. 11
3.1.2 Dimensões mínimas e recomendadas ............................................................................ 12
3.1.3 Informações complementares ......................................................................................... 14
3.2 SINALIZAÇÃO VERTICAL DE ADVERTÊNCIA ................................................................. 15
3.2.1 Formatos e cores ............................................................................................................. 21
3.2.2 Dimensões mínimas ........................................................................................................ 22
3.2.3 Sinalização especial de advertência ............................................................................... 24
3.2.4 Informações complementares ......................................................................................... 25
3.2.5 Critérios de locação ......................................................................................................... 25
3.3 SINALIZAÇÃO VERTICAL DE INDICAÇÃO ....................................................................... 27
3.3.1 Formatos e cores ............................................................................................................. 28
3.3.2 Placas de identificação .................................................................................................... 28
3.3.3 Placa de orientação de destino ....................................................................................... 30
3.3.4 Placas Educativas ........................................................................................................... 32
3.3.5 Placas de Serviços Auxiliares ......................................................................................... 32
3.3.6 Placa de Atrativos Turísticos ........................................................................................... 33
3.3.7 Placas de Postos de Fiscalização ................................................................................... 33
3.4 SUPORTES PARA SINALIZAÇÃO VERTICAL .................................................................. 34
3.5 POSICIONAMENTO DA SINALIZAÇÃO VERTICAL NA VIA ............................................. 37
3.5.1 Altura e afastamento em vias urbanas ............................................................................ 39
3.5.2 Altura e afastamento em vias rurais ................................................................................ 41
3.6 DIAGRAMAÇÃO DA SINALIZAÇÃO VERTICAL ................................................................ 43
3.6.1 Elementos para diagramação ......................................................................................... 44
3.6.2 Procedimentos ................................................................................................................. 45
3.6.3 Altura das letras ............................................................................................................... 45
3.6.4 Dimensionamento das legendas ..................................................................................... 46
3.6.5 Dimensionamento das orlas e tarjas ............................................................................... 47
3.6.6 Dimensionamento dos demais elementos ...................................................................... 47
3.6.7 Sequência das Informações ............................................................................................ 48
3.6.8 Número de informações .................................................................................................. 48

4 SINALIZAÇÃO HORIZONTAL .................................................................................................... 50


4.1 FORMAS E CORES ............................................................................................................ 51
4.1.1 Formas............................................................................................................................. 51
4.1.2 Cores ............................................................................................................................... 51
4.2 MARCAS LONGITUDINAIS ................................................................................................ 53
4.2.1 Linhas de divisão de fluxos opostos (LFO) ..................................................................... 53
4.2.2 Linhas de divisão de fluxos de mesmo sentido (LMS); ................................................... 54
4.2.3 Linha de bordo (LBO) ...................................................................................................... 54
4.2.4 Linha de continuidade (LCO) .......................................................................................... 54
4.2.5 Marcas longitudinais específicas ..................................................................................... 55
4.3 MARCAS TRANSVERSAIS ................................................................................................ 56
4.3.1 Linha de Retenção (LRE) ................................................................................................ 56
4.3.2 Linhas de Estímulo à Redução de Velocidade (LRV) ..................................................... 56
4.3.3 Linha de “Dê a preferência” (LDP) .................................................................................. 56
4.3.4 Faixa de Travessia de Pedestres (FTP) .......................................................................... 57
4.3.5 Marcação de cruzamento rodocicloviário (MCC) ............................................................ 57
4.3.6 Marcação de área de conflito (MAC) ............................................................................... 57
4.3.7 Marcação de área de cruzamento com faixa exclusiva (MAE) ....................................... 58
4.3.8 Marcação de cruzamento rodoferroviário (MCF) ............................................................ 58
4.4 MARCAS DE CANALIZAÇÃO ............................................................................................. 59
4.4.1 Linha de Canalização (LCA) ........................................................................................... 59
4.4.2 Zebrado de preenchimento da área de pavimento não utilizável (ZPA) ......................... 59
4.5 MARCAS DE DELIMITAÇÃO E CONTROLE DE ESTACIONAMENTO E/OU PARADA .. 60
4.5.1 Linha de indicação de proibição de estacionamento e/ou parada (LPP) ........................ 60
4.5.2 Marca delimitadora de parada de veículos específicos (MVE) ....................................... 60
4.5.3 Marca delimitadora de estacionamento regulamentado (MER) ...................................... 61
4.6 INSCRIÇÕES NO PAVIMENTO ......................................................................................... 61
4.6.1 Setas direcionais ............................................................................................................. 61
4.6.2 Símbolos .......................................................................................................................... 62
4.6.3 Legendas ......................................................................................................................... 63

5 DISPOSITIVOS AUXILIARES ..................................................................................................... 64


5.1 TACHA ................................................................................................................................ 64
5.2 TACHÃO .............................................................................................................................. 66
5.3 BALIZADORES ................................................................................................................... 67
5.4 CILINDRO DELIMITADOR .................................................................................................. 68
5.5 MARCADORES ................................................................................................................... 69
5.5.1 Marcador de Obstáculo ................................................................................................... 70
5.5.2 Marcador de Perigo ......................................................................................................... 70
5.5.3 Marcador de Alinhamento ............................................................................................... 70
5.6 ALTERAÇÕES NAS CARACTERÍSTICAS DO PAVIMENTO ............................................ 72

6 SINALIZAÇÃO SEMAFÓRICA .................................................................................................... 73


6.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS .............................................................................................. 73
6.2 IMPLANTAÇÃO E RETIRADA DE SINALIZAÇÃO SEMAFÓRICA .................................... 75
6.2.1 Implantação da Sinalização Semafórica ......................................................................... 75
6.2.2 Retirada de Sinalização Semafórica ............................................................................... 76

7 SINALIZAÇÃO CICLOVIÁRIA ..................................................................................................... 77


7.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS .............................................................................................. 77
7.2 ESPAÇOS NA VIA DESTINADOS À CIRCULAÇÃO DE BICICLETAS ............................. 77
7.2.1 Ciclovia ............................................................................................................................ 77
7.2.2 Ciclofaixa ......................................................................................................................... 78
7.2.3 Espaços compartilhados ................................................................................................. 79
7.3 SINALIZAÇÃO CICLOVIÁRIA ............................................................................................. 80

8 CRUZAMENTOS RODOFERROVIÁRIOS.................................................................................. 82
8.1 SINALIZAÇÃO PARA CRUZAMENTOS RODOFERROVIÁRIOS ...................................... 82
8.1.1 Equipamento de Proteção tipo 1 ..................................................................................... 82
8.1.2 Equipamento de proteção tipo 4a ................................................................................... 83
8.2 SINALIZAÇÃO PARA VEÍCULOS LEVES SOBRE TRILHOS ........................................... 84

9 DISPOSITIVOS DE CONTENÇÃO VEICULAR .......................................................................... 88


9.1 DEFINIÇÃO DA NECESSIDADE DE CONTENÇÃO .......................................................... 88
9.2 RECOMENDAÇÕES DE PROJETO ................................................................................... 90
9.2.1 Afastamento lateral.......................................................................................................... 90
9.2.2 Efeitos do terreno ............................................................................................................ 90
9.2.3 Deflexão lateral ................................................................................................................ 90
9.2.4 Comprimento mínimo necessário .................................................................................... 91
9.2.5 Transições e conexões.................................................................................................... 92
9.3 DEFENSAS METÁLICAS .................................................................................................... 93
9.4 BARREIRAS DE CONCRETO ............................................................................................ 95
9.5 DISPOSITIVOS ABSORVEDORES DE IMPACTO ............................................................ 99
9.6 TERMINAIS ....................................................................................................................... 100
9.6.1 Terminal abatido ............................................................................................................ 100
9.6.2 Terminal desviado ......................................................................................................... 101
9.6.3 Terminal absorvedor de energia ................................................................................... 102
9.6.4 Terminal em defensa defletida ...................................................................................... 103
9.7 DISPOSITIVOS DE TRANSIÇÃO ..................................................................................... 104

10 SINALIZAÇÃO TEMPORÁRIA (OBRAS E EVENTOS) ............................................................ 106


10.1 INTERVENÇÕES .............................................................................................................. 107
10.1.1 Abrangência .............................................................................................................. 107
10.1.2 Duração ..................................................................................................................... 108
10.2 REQUISITOS BÁSICOS ................................................................................................... 108
10.3 SINALIZAÇÃO VERTICAL TEMPORÁRIA ....................................................................... 110
10.4 SINALIZAÇÃO HORIZONTAL TEMPORÁRIA ................................................................. 112
10.5 DISPOSITIVOS AUXILIARES TEMPORÁRIOS ............................................................... 112
10.5.1 Barreiras Plásticas ..................................................................................................... 114
10.5.2 Barreiras fixas e móveis ............................................................................................ 114
10.6 ELEMENTO LUMINOSO COMPLEMENTAR ................................................................... 116
10.7 DIVULGAÇÃO E COMUNICAÇÃO SOCIAL ..................................................................... 117
10.8 Projetos-tipo de sinalização temporária ............................................................................ 118

11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................... 120


5

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

1 INTRODUÇÃO

Este módulo aborda a Sinalização Viária conforme os nove volumes do Manual


Brasileiro de Sinalização de Trânsito (MBST), publicados pelo Conselho
Nacional de Trânsito – CONTRAN. Serão tratados os principais aspectos, de
maneira a proporcionar uma visão geral do seu conteúdo, indicando as
referências para eventuais consultas posteriores.

Para cada tipo de sinalização viária serão abordados os aspectos mais


relevantes, sem, no entanto, esgotar o assunto. O objetivo neste módulo é de
apresentar o assunto de modo geral e os volumes do MBST, que por serem
aprovados pelo CONTRAN, possuem força de lei.

Assim, este módulo é o mais extenso devido à ampla diversidade da Sinalização


Viária, dos dispositivos auxiliares, e das sinalizações específicas (cicloviária,
temporária, cruzamentos rodoferroviários, etc.), proporcionando a
fundamentação necessária para o módulo seguinte (Projetos de Sinalização).
6

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

2 PRINCÍPIOS DA SINALIZAÇÃO DE
TRÂNSITO

Na concepção e na implantação da sinalização de trânsito, deve-se ter como


princípio básico, as condições de percepção dos usuários da via garantindo a
real eficácia dos sinais. Desta forma, é preciso assegurar à sinalização os
seguintes princípios:

• Legalidade – A sinalização deve estar prevista no Código de Trânsito


Brasileiro e legislação complementar.

• Suficiência – Deve permitir a fácil percepção do que realmente é


importante, com quantidade de sinalização compatível com a
necessidade.

• Padronização – A sinalização deve seguir um padrão legalmente


estabelecido, e situações iguais devem ser sinalizadas com os mesmos
critérios.

• Clareza – A sinalização deve transmitir mensagens objetivas de fácil


compreensão.

• Precisão e Confiabilidade – A sinalização deve ser precisa e confiável,


corresponder à situação existente, ter credibilidade.

• Visibilidade e Legibilidade – A sinalização deve ser vista a distância


necessária. Ser lida em tempo hábil para a tomada de decisão.

• Manutenção e Conservação – A sinalização deve estar permanentemente


limpa, conservada, fixada e visível.
7

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

3 SINALIZAÇÃO VERTICAL

É um subsistema da sinalização viária cujo meio de comunicação está na


posição vertical, normalmente em placas, fixadas no solo ao lado da via, ou
suspensas sobre esta. Sua função é transmitir mensagens de caráter
permanente e, eventualmente, variáveis, através de legendas e/ou símbolos
padronizados e legalmente instituídos.

A sinalização vertical é classificada de acordo com sua função, compreendendo


os seguintes tipos:

• Sinalização de Regulamentação - regulamenta as obrigações, limitações,


proibições ou restrições que governam o uso da via.

• Sinalização de Advertência - adverte os condutores sobre condições com


potencial risco existentes na via ou nas suas proximidades, tais como
escolas e passagens de pedestres.

• Sinalização de Indicação - indica direções, localizações, pontos de


interesse turístico ou de serviços e transmitir mensagens educativas,
dentre outras, de maneira a ajudar o condutor em seu deslocamento.

3.1 SINALIZAÇÃO VERTICAL DE REGULAMENTAÇÃO


A sinalização vertical de regulamentação tem por finalidade transmitir aos
usuários as condições, proibições, obrigações ou restrições no uso das vias
urbanas e rurais. O desrespeito aos sinais de regulamentação constitui infrações
previstas no capítulo XV do Código de Trânsito Brasileiro - CTB.

Os padrões para projeto e instalação de sinalização vertical de Regulamentação


constam no Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito - Volume I (MBST I).

Os sinais de Regulamentação, seu código para projeto e o nome seguem


conforme
8

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

Tabela 1.

Tabela 1 – Sinais de Regulamentação


9

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3


10

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3


11

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

Fonte: MBST, Volume I, 2022

A maioria dos sinais de regulamentação tem validade no ponto em que está


implantado ou a partir deste ponto. Outros têm sua validade na face de quadras onde
estão implantados, vinculados à sinalização horizontal, ou às informações
complementares.

3.1.1 Formatos e cores


A forma padrão do sinal de regulamentação é a circular, e as cores são vermelha,
preta e branca. Constituem exceção, quanto à forma, os sinais R-1 – “Parada
Obrigatória” e R-2 – “Dê a Preferência”.

Os formatos e cores dos sinais de Regulamentação segue na Tabela 2 e Tabela 3.

Tabela 2 – Formato e Cores


12

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

Fonte: MBST, Volume I, 2022

Tabela 3– Formato e Cores dos sinais R-1 e R-2

Fonte: MBST, Volume I, 2022

3.1.2 Dimensões mínimas e recomendadas


Para que a mensagem da sinalização de regulamentação seja visualizada e
compreendida na distância adequada pelos condutores dos veículos, devem ser
seguidas as dimensões mínimas e recomendadas, observadas nas tabelas a
seguir.

Tabela 4 - Dimensões mínimas dos sinais de forma circular

Fonte: MBST, Volume I, 2022


(*) relativa à patrimônio histórico, artístico, cultural, arquitetônico, arqueológico e natural.
13

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

Tabela 5- Dimensões recomendadas dos sinais de forma circular

Fonte: MBST, Volume I, 2022

Tabela 6- Dimensões mínima do sinal R-1 “Pare”

Fonte: MBST, Volume I, 2022

Tabela 7- Dimensões recomendadas do sinal R-1 “Pare”

Fonte: MBST, Volume I, 2022

Tabela 8- Dimensões mínimas do sinal R-2 “Dê a preferência”

Fonte: MBST, Volume I, 2022


14

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

Tabela 9- Dimensões recomendadas do sinal R-2 “Dê a preferência”

Fonte: MBST, Volume I, 2022

Você Sabia:

Que os sinais R-1 e R-2 possuem formato diferenciado dos demais sinais de
regulamentação para serem reconhecíveis pelos condutores, mesmo pelo verso?
Assim, pode-se perceber que a preferência é sua, mesmo que a indicação esteja
voltada para condutores em outro(s) sentido(s).

3.1.3 Informações complementares


Sendo necessário acrescentar informações para complementar os sinais de
regulamentação, como período de validade, características e uso do veículo,
condições de estacionamento, além de outras, deve ser utilizada uma placa
adicional ou incorporada à placa principal, formando um só conjunto, na forma
retangular, com as mesmas cores do sinal de regulamentação, conforme
exemplos da Figura 1.

Figura 1 – Informações complementares de regulamentação

Fonte: MBST, Volume I, 2022


15

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

Não se admite acrescentar informação complementar para os sinais R-1 -


“Parada Obrigatória” e R-2 - “Dê a Preferência”.

Nos casos em que houver símbolos, estes devem ter a forma e cores definidas em
legislação específica.

As placas regulamentação com informações complementares possuem as


características conforme a tabela abaixo.

Tabela 10 – Caraterísticas da informação complementar de sinais de regulamentação

Cor

Fundo Branca

Orla interna (opcional) Vermelha

Orla externa Branca

Tarja Vermelha

Legenda Preta
Fonte: MBST, Volume I, 2022

3.2 SINALIZAÇÃO VERTICAL DE ADVERTÊNCIA


A sinalização vertical de advertência tem por finalidade alertar aos usuários as
condições potencialmente perigosas, obstáculos ou restrições existentes na via
ou adjacentes a ela, indicando a natureza dessas situações à frente, quer sejam
permanentes ou eventuais.

Deve ser utilizada sempre que o perigo não se evidencie por si só.

Essa sinalização exige geralmente uma redução de velocidade com o objetivo


de propiciar maior segurança de trânsito.

Os padrões para projeto e instalação de sinalização vertical de Advertência


constam no Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito - Volume II (MBST II).

São sessenta e nove sinais de advertência utilizados para alertar o usuário da


via quanto à aproximação de pontos, trechos críticos ou obstáculos.
16

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

Tabela 11 – Sinais de Advertência


17

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3


18

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3


19

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3


20

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

Fonte: MBST, Volume II, 2022

A aplicação da sinalização de advertência deve ser feita após estudos de


engenharia, levando-se em conta os aspectos: físicos, geométricos,
operacionais, ambientais, dados estatísticos de acidentes, uso e ocupação do
solo lindeiro.
21

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

A decisão de colocação desses sinais depende de exame apurado das


condições do local e do conhecimento do comportamento dos usuários da via.

Seu uso se justifica tanto nas vias rurais quanto urbanas, quando detectada a
sua real necessidade, devendo-se evitar o seu uso indiscriminado ou excessivo,
pois compromete a confiabilidade e a eficácia da sinalização.

Placas de sinalização de advertência devem ser imediatamente retiradas,


quando as situações que exigiram sua implantação deixarem de existir.

3.2.1 Formatos e cores


A forma padrão dos sinais de advertência é a quadrada, devendo uma das
diagonais ficar na posição vertical, e as cores são: amarela e preta.

Constituem exceção quanto à forma os sinais A-26 a – “Sentido único”, A-26b –


“Sentido duplo” e A-41 – “Cruz de Santo André”. Constituem exceção quanto à
cor os sinais A-14 – “Semáforo à frente” (que utiliza as cores verde e vermelha
para representar os focos do semáforo) e A-24 – “Obras”, na cor laranja.

Quando a sinalização de advertência é utilizada em situações temporárias, como


obras e eventos, o fundo e a orla externa devem ser na cor laranja.

Tabela 12 – Formato e Cores dos sinais de advertência

Fonte: MBST, Volume II, 2022


22

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

Tabela 13 – Formato e Cores do Sinal A-14

Fonte: MBST, Volume II, 2022

Tabela 14 – Formato e Cores do Sinal A-24

Fonte: MBST, Volume II, 2022

Tabela 15 – Formato e Cores Sinais A-26a – A-26 b – A-41

Fonte: MBST, Volume II, 2022

3.2.2 Dimensões mínimas


Para que a mensagem da sinalização de advertência seja visualizada e
compreendida na distância adequada pelos condutores dos veículos, devem ser
seguidas as dimensões mínimas observadas nas tabelas a seguir.
23

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

Tabela 16- Dimensões mínimas dos sinais de forma quadrada

Fonte: MBST, Volume II, 2022


(*) relativa à patrimônio histórico, artístico, cultural, arquitetônico, arqueológico e natural. Obs.:
Nos casos de sinais de advertência desenhados em placa adicional, o lado mínimo pode ser de
0,30 m.

Tabela 17- Sinais de formar retangular

Fonte: MBST, Volume II, 2022


(*) relativa à patrimônio histórico, artístico, cultural, arquitetônico, arqueológico e natural.

Tabela 18- Sinal Cruz de Santo André – A-41

Fonte: MBST, Volume II, 2022


24

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

3.2.3 Sinalização especial de advertência


É utilizada em situação em que não é possível o emprego de um dos 69 sinais
de advertência padronizados na Tabela 11.

Esses sinais especiais podem ser desenvolvidos conforme cada situação


específica, indicando a natureza da condição apresentada na via.

Tabela 19 – Características da sinalização especial de advertência

Fonte: MBST, Volume II, 2022

As características físicas da sinalização especial de advertência, devem possuir


forma retangular, podendo variar em suas dimensões em função das mensagens
nelas contidas. A Figura 2 dá exemplos de sinalização especial de advertência.

Figura 2 – Sinalização especial de advertência

Fonte: MBST, Volume II, 2022


25

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

Os critérios para sua diagramação da Sinalização especial de advertência está


no item 3.6.

3.2.4 Informações complementares


Havendo necessidade de fornecer informações complementares aos sinais de
advertência, estas devem ser inscritas em placa adicional (gravata), ou
incorporadas à placa principal formando um só conjunto, na forma retangular,
admitida a exceção para a placa adicional contendo o número de linhas férreas
que cruzam a pista. As cores da placa adicional devem ser as mesmas dos sinais
de advertência. A Figura 3 dá exemplos de informações complementares para
sinalização de advertência.

Figura 3 – Informações complementares

Fonte: MBST, Volume II, 2022

3.2.5 Critérios de locação


A placa de advertência deve ser colocada antes do ponto onde ocorre o perigo
ou situação inesperada, a uma distância que permita tempo suficiente de
percepção, reação e manobra do condutor.

Esta distância é determinada pela velocidade de aproximação do veículo em


função do local com potencial de risco ou situação inesperada.

Para posicionar o sinal ao longo da via, devem ser analisados os seguintes


aspectos:

• Distância de visibilidade;
• Distância de desaceleração e/ou manobra.
26

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

Figura 4 – Critérios de locação de placas de advertência

Fonte: MBST, Volume II, 2022

A distância mínima de visibilidade do sinal é calculada em função da velocidade


de aproximação, considerando um tempo de percepção/reação igual a 2,5
segundos. Nessa distância, também está incluído o trecho, anterior à placa, em
que o condutor deixa de visualizá-la, a partir do ponto onde a trajetória do veículo
forma um ângulo de 10º em relação à placa.

Tabela 20 – Distância mínima de visibilidade

Fonte: MBST, Volume II, 2022

A distância entre a placa e o ponto crítico ou situação inesperada deve ser tal
que permita a desaceleração e/ou manobra, até a parada se necessário,
conforme a placa ou a situação determinada. Esta distância depende da
velocidade de aproximação ou do tipo de manobra necessária.
27

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

Pode-se adotar alguns padrões de distâncias mínimas necessárias


estabelecidos na tabela a seguir, para efetuar desaceleração e/ou manobra entre
a placa e a situação sobre a qual adverte.

Tabela 21 - Distância mínima de desaceleração e/ou manobra

Fonte: MBST, Volume II, 2022

3.3 SINALIZAÇÃO VERTICAL DE INDICAÇÃO


A sinalização vertical de indicação é a comunicação efetuada por meio de um
conjunto de placas, com a finalidade de identificar as vias e os locais de
interesse, bem como orientar condutores de veículos e pedestres quanto aos
percursos, destinos, acessos, distâncias, serviços auxiliares e atrativos
turísticos, podendo também ter como função a educação do usuário.

A sinalização de indicação está dividida nos seguintes grupos:

• Placas de identificação

• Placas de orientação de destino

• Placas educativas

• Placas de serviços auxiliares

• Placas de atrativos turísticos

• Placas de postos de fiscalização


28

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

3.3.1 Formatos e cores


As placas de sinalização vertical de indicação são compostas por elementos que
apresentam forma e cor preestabelecidas, definindo padrões específicos.

No caso de películas refletivas, estas devem seguir, no mínimo, o que estabelece


a norma ABNT NBR 14644 - Sinalização vertical viária – Películas – Requisitos.

As dimensões das placas de indicação devem ser calculadas em função da


velocidade regulamentada na via, do tipo de placa, do número de informações e
da maior legenda nelas contidas, assim como dos demais elementos que as
compõem (setas, orlas, tarjas, pictogramas, símbolos e diagramas), conforme
critérios apresentados no Item 3.6.

3.3.2 Placas de identificação


Posicionam o condutor ao longo do seu deslocamento, ou com relação a
distâncias ou, ainda, locais de destino.

• Placas de identificação de rodovias e estradas – indicam aos condutores


por quais estradas estão trafegando.

Figura 5 - Placas de identificação de rodovias e estradas

Fonte: MBST, Volume III, 2022

• Placas de identificação de municípios, regiões, logradouros – situa aos


condutores por quais localidades estão trafegando.

Figura 6 - Placas de identificação de municípios, regiões, logradouros

Fonte: MBST, Volume III, 2022


29

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

• Placas de identificação nominal de pontes, viadutos, túneis, passarelas,


cursos d’água, áreas de manancial e áreas de proteção ambiental –
indicam ao condutor o nome da obra de arte ou do curso d´água a ser
transposto, bem como o início e término de áreas de manancial e proteção
ambiental.

Figura 7 – Placas de identificação nominal de pontes, viadutos, túneis, etc.

Fonte: MBST, Volume III, 2022

• Placas de identificação quilométrica – indicam ao condutor a sua posição


em relação ao início da via ou à divisa de Estados.

Figura 8 – Placas de identificação quilométrica

Fonte: MBST, Volume III, 2022

• Placas de identificação de limite de municípios, divisa de estados,


fronteira e perímetro urbano – indicam ao condutor a sua posição em
relação ao início da via ou à divisa de Estados.
30

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

Figura 9 – Placas de limites e divisas

Fonte: MBST, Volume III, 2022

• Placas de pedágio – pedágio indicam ao condutor a existência, adiante,


de praça de pedágio e os procedimentos com relação a ela.

Figura 10 – Placas de pedágio

Fonte: MBST, Volume III, 2022

3.3.3 Placa de orientação de destino


Indicam ao condutor a direção a seguir para atingir o destino pretendido,
orientando seu percurso e/ou informando distâncias.

• Placas de pré-sinalização – informam antecipadamente ao condutor as


opções de destino com saídas à frente e ordenam o uso de faixas de
trânsito.
31

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

Figura 11 – Placas de pré-sinalização

Fonte: MBST, Volume III, 2022

• Placas de confirmação de sentido – confirmação de saída informam ao


condutor o ponto de mudança de direção para alcançar os destinos de
saída indicados, ou o destino a ser alcançado na diretriz da via.

Figura 12 – Placas de confirmação de sentido

Fonte: MBST, Volume III, 2022

• Placas de posicionamento na pista – informam ao condutor em qual faixa


de trânsito deve permanecer para alcançar os destinos indicados.

Figura 13 – Placas de posicionamento na pista

Fonte: MBST, Volume III, 2022

• Placas indicativas de distância – informam ao condutor as distâncias em


quilômetros, até as localidades de destino. As distâncias devem ser em
quilômetros, medidas entre o ponto sinalizado e o marco central de cada
município ou a localidade referida.
32

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

Figura 14 – Placas indicativas de distância

Fonte: MBST, Volume III, 2022

• Placas diagramadas – As placas diagramadas indicam antecipadamente


ao condutor, através de representação gráfica da situação física existente,
os movimentos a serem realizados para alcançar os destinos indicados.

Figura 15 – Placas diagramadas

Fonte: MBST, Volume III, 2022

3.3.4 Placas Educativas


As placas educativas tem a função de educar o usuário da via quanto ao
comportamento adequado e seguro no trânsito, através de mensagens que
reforçam normas gerais de circulação e conduta.

Figura 16 – Placas diagramadas

Fonte: MBST, Volume III, 2022

3.3.5 Placas de Serviços Auxiliares


As placas de serviços auxiliares indicam ao usuário da via os locais onde
encontrar os serviços indicados. As placas de serviços auxiliares destinadas
33

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

para condutores e pedestres são compostas por pictograma próprio de cada


serviço existente, associado a distâncias ou setas direcionais.

Figura 17 – Placas de Serviços Auxiliares

Fonte: MBST, Volume III, 2022

3.3.6 Placa de Atrativos Turísticos


As placas de atrativos turísticos indicam aos usuários da via os
pontos turísticos existentes, orientando sobre sua direção ou
identificando os locais de interesse.

Figura 18 – Placas de Atrativos Turísticos

Fonte: MBST, Volume III, 2022

3.3.7 Placas de Postos de Fiscalização


As placas de postos de fiscalização indicam ao condutor a existência, adiante,
de polícia rodoviária, posto de pesagem ou fiscalização fazendária, e identificam
as suas instalações ou o acesso a elas.
34

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

Figura 19 – Placas de Postos de Fiscalização

Fonte: MBST, Volume III, 2022

3.4 SUPORTES PARA SINALIZAÇÃO VERTICAL


Os suportes devem ser dimensionados e fixados de modo a suportar as cargas
próprias das placas e os esforços resultantes da ação do vento, garantindo sua
correta posição.

Os suportes devem ser fixados de modo a manter permanentemente as placas


em sua correta posição, evitando que sejam giradas ou deslocadas.

Para fixação da placa ao suporte, devem ser usados elementos fixadores


adequados, de forma a impedir a sua soltura ou deslocamento.

Os materiais mais utilizados para confecção dos suportes são o aço e a madeira
imunizada.

Poderão ser utilizados outros materiais que venham a surgir a partir de


desenvolvimento tecnológico, desde que possuam propriedades físicas e
químicas que garantam as características essenciais do suporte durante toda
sua vida útil, em quaisquer condições climáticas.

Exemplos de suportes para Sinalização Vertical podem ser visualizados na Figura


20, Figura 21 e Figura 22.

Figura 20 – Suporte de placas laterais

Fonte: MBST, Volume III, 2022


35

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

Figura 21 – Suporte de placas suspensas sobre a via

Fonte: MBST, Volume III, 2022

Figura 22 – Suporte de placas suspensas sobre a via (pórtico e cordoalha)

Fonte: MBST, Volume III, 2022

Em determinados casos, as placas podem ser fixadas em suportes existentes


usados para outros fins, tais como postes de concreto (energia elétrica, telefonia,
iluminação), colunas ou braços de sustentação de grupos semafóricos, desde
que garantida a sustentação das cargas adicionais (Figura 23).
36

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

Figura 23 – Placas suspensas fixadas em suportes existentes

Fonte: MBST, Volume III, 2022

A estrutura de viadutos, pontes e passarelas pode ser utilizada como suporte


das placas, mantida a altura livre destinada à passagem dos veículos (Figura 24).

Figura 24 – Placas suspensas fixadas em estruturas existentes

Fonte: MBST, Volume III, 2022

As placas colocadas em bifurcações devem estar apoiadas em suportes de


material deformável, adequados para absorver a energia do choque, ou então
deve-se guarnecer o local com defensas ou barreiras, a fim de proteger os
usuários em eventual colisão contra suportes de fixação rígidos.

Os suportes devem possuir cores neutras (branco, cinza ou preto) e formas que
não interfiram na interpretação da mensagem, e não devem representar um
obstáculo à livre circulação de veículos e pedestres.

Para as placas usadas temporariamente, os suportes podem ser portáteis ou


removíveis, com características de forma e peso que impeçam seu
deslocamento.
37

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

Os materiais dos suportes devem atender às normas da Associação Brasileira


de Normas Técnicas – ABNT ou normas vigentes nos órgãos componentes do
Sistema Nacional de Trânsito ou normas internacionais consagradas.

3.5 POSICIONAMENTO DA SINALIZAÇÃO VERTICAL NA VIA


A regra geral de posicionamento das placas de vertical consiste em colocá-las
do lado direito da via ou suspensa sobre a pista, exceto nos casos previstos nos
Manuais Brasileiros de Sinalização de Trânsito (MBST), ou quando as
características da via interferem na sua visualização ou impedem a sua
colocação no local mais indicado, tais como:

• Calçada estreita ou inexistente;

• Talude íngreme;

• Interferências visuais (árvores, painéis, abrigos de ônibus, etc.);

• Vias com duas faixas de rolamento por sentido de circulação, com


alta incidência de veículos pesados;

• Vias com três ou mais faixas de rolamento por sentido de


circulação.

As placas devem ser colocadas na posição vertical, fazendo um ângulo de 93º a


95º em relação ao fluxo de tráfego, voltadas para o lado externo da via, conforme
mostrado na Figura 25. Esta inclinação tem por objetivo assegurar boa visibilidade
e legibilidade das mensagens, evitando o reflexo especular que pode ocorrer
com a incidência de luz dos faróis ou de raios solares sobre a placa.

Figura 25 – Posicionamento inclinado das placas laterais

Fonte: MBST, Volume III, 2022


38

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

Caso não haja espaço suficiente no solo, ou deseje proporcionar melhor


visibilidade à sinalização vertical, podem ser utilizadas placas suspensas,
conforme estudos de engenharia de tráfego, nas seguintes situações:

• Controle de uso de faixa de trânsito;


• Interseção complexa;
• Três faixas ou mais por sentido;
• Distância de visibilidade restrita;
• Pequeno espaçamento entre interseções;
• Rampas de saídas com faixas múltiplas;
• Grande percentagem de ônibus e caminhões na composição do tráfego;
• Falta de espaço para colocação das placas nas posições convencionais;
• Volume de tráfego próximo à capacidade da via.
As placas suspensas sobre a pista também devem ser anguladas, inclinando-as
3º a 5º para cima, conforme apresentado na Figura 26. Em situações específicas
que impeçam essa rotação, a placa pode ser colocada na posição vertical.

Figura 26 – Posicionamento inclinado das placas suspensas

Fonte: MBST, Volume III, 2022

Nas vias rurais e urbanas de trânsito rápido, a não ser que o espaço existente
seja muito limitado, recomenda-se manter uma distância mínima de 50 metros
entre placas, para permitir a leitura de todos os sinais, em função do tempo
39

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

necessário para a percepção e reação dos condutores, especialmente quando


são desenvolvidas velocidades elevadas.

A altura e o afastamento lateral de colocação das placas de sinalização estão


especificados de acordo com o tipo de via, urbana ou rural e serão apresentados
nos itens 3.5.1 e 3.5.2.

3.5.1 Altura e afastamento em vias urbanas


A borda inferior da placa ou do conjunto de placas colocadas lateralmente à via,
deve ficar a uma altura livre maior que 2,1 m em relação ao solo, inclusive para
a mensagem complementar, se esta existir. As placas assim colocadas se
beneficiam da iluminação pública e provocam menor impacto na circulação dos
pedestres, assim como ficam livres do encobrimento causado pelos veículos.

Para as placas suspensas, a altura livre mínima deve ser de 4,8 m. Em vias com
tráfego, veículos com altura superior a 4,70 m, a altura livre mínima da placa
deve ser de 5,50 m (Figura 27).

Figura 27 – Altura mínima em vias urbanas

Fonte: MBST, Volume III, 2022

As placas de identificação quilométrica, se existirem, devem ser implantadas


com no mínimo 0,50 m e no máximo 2,10 m de altura, a contar da borda inferior
da placa à superfície da calçada, dependendo da composição do tráfego e da
existência de fluxo de pedestres.
40

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

O afastamento lateral das placas, medido entre a borda lateral da mesma e da


pista, deve ser, no mínimo, de 0,30 m para trechos retos da via, e 0,40 m nos
trechos em curva (Figura 28).

Figura 28 – Afastamento lateral mínimo em vias urbanas

Fonte: MBST, Volume III, 2022

Nos casos de placas suspensas, deve ser considerado os mesmos valores


medidos entre o suporte e a borda da pista.

Para canteiro central e calçada que não comporte os afastamentos laterais


mínimos devido à largura da placa, esta deve ser colocada a uma altura mínima
de 4,80 m em relação à superfície da pista ou suspensa sobre a pista (Figura 29).

Figura 29 – Afastamento lateral em canteiros de vias urbanas


41

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

Fonte: MBST, Volume III, 2022

A colocação de placas laterais em vias de trânsito rápido, com características


semelhantes às vias rurais, poderá ser efetuada da mesma forma à aplicada
nestas últimas, desde que não obstrua a eventual circulação de pedestres.

3.5.2 Altura e afastamento em vias rurais


Em vias rurais as placas devem ser implantadas com 1,2 m de altura, a contar
da borda inferior da placa à superfície da pista de rolamento (Figura 30).

Figura 30 – Altura mínima em vias rurais (placas laterais)

Fonte: MBST, Volume III, 2022

As placas suspensas sobre a pista, a altura livre mínima deve ser de 5,50 m em
relação à superfície da pista, a contar da borda inferior da pista de rolamento.
(Figura 31).

Figura 31 – Altura mínima em vias rurais (placas suspensas)

Fonte: MBST, Volume III, 2022


42

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

As placas de identificação quilométrica devem ser implantadas com no mínimo


0,50 m e no máximo 1,20 m de altura, a contar da borda inferior da placa à
superfície da pista (Figura 32).

Figura 32 – Altura mínima placas de identificação quilométrica

Fonte: MBST, Volume III, 2022

A altura máxima pode ser excedida, no caso da existência de dispositivo de


contenção que impeça a perfeita visibilidade da placa de identificação
quilométrica.

O afastamento lateral deve ser no mínimo de 1,20 m e no máximo de 3,00 m,


medido entre a borda lateral da placa e a borda externa do acostamento ou da
pista, quando não existir acostamento (Figura 33).

Figura 33 – Afastamento lateral em vias rurais

Fonte: MBST, Volume III, 2022

No caso de placas suspensas, o afastamento lateral deve ser no mínimo de 1,80


m entre o suporte e a borda externa do acostamento ou da pista, quando não
existir acostamento (Figura 34).

Figura 34 – Afastamento lateral em vias rurais (placas suspensas)


43

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

Fonte: MBST, Volume III, 2022

Em vias com dispositivos de proteção contínua (defensas metálicas ou barreiras


de concreto), o afastamento lateral deve ser no mínimo de 1,20 m, a contar do
limite externo do dispositivo (Figura 35).

Figura 35 – Afastamento lateral com dispositivos de proteção contínua

Fonte: MBST, Volume III, 2022

Todavia, deve ser verificado o espaço de trabalho para o dispositivo de proteção


contínua adotado, considerando afastamentos maiores conforme o caso.

3.6 DIAGRAMAÇÃO DA SINALIZAÇÃO VERTICAL


A diagramação da sinalização vertical é bastante complexa de ser executada
manualmente, sendo recomendado o uso de programas computacionais
específicos para tal finalidade. Deste modo, no escopo deste curso, serão
abordadas somente as informações mais relevantes para o uso em tais
programas.
44

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

Caso seja necessário, recomenda-se a leitura integral do Capítulo 7 do Manual


Brasileiro de Sinalização de Trânsito, Volume III – Sinalização Vertical de
Indicação (MBST III).

Os critérios de diagramação são válidos para informações complementares da


Sinalização, Regulamentação e Advertência, Sinalização Especial de
Advertência e Sinalização Vertical de Indicação.

3.6.1 Elementos para diagramação


As placas são compostas pelos seguintes elementos:

• Legendas

• Orlas e tarjas

• Setas

• Pictogramas

• Símbolos

• Sinais

• Diagramas

A utilização dos elementos deve estar de acordo com a classificação e o


detalhamento da sinalização de indicação e obedecer à diagramação.

Figura 36 – Elementos para diagramação

Fonte: MBST, Volume III, 2022


45

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

3.6.2 Procedimentos
A diagramação das placas de sinalização vertical compreende os seguintes
passos:

• Definição da altura das letras, a partir da velocidade regulamentada na via;

• Dimensionamento dos elementos (legendas, orlas, tarjas, setas, pictogramas,


símbolos, diagramas);

• Espaçamento entre os elementos;

• Diagramação das placas;

• Modulação das placas.

3.6.3 Altura das letras


A altura mínima da letra maiúscula das legendas de placas de sinalização vertical
deve ser escolhida em função da necessidade de leitura a distância das
mensagens. O tamanho da letra maiúscula deve garantir a visualização
adequada dos condutores na velocidade regulamentada da via.

Embora o MBST III estabeleça as alturas mínimas da letra maiúscula para cada
grupo e subgrupo da sinalização de indicação para condutores, recomendamos
adotar os valores estabelecidos na Tabela 7.1 do manual, transcrito na Tabela 22.

Tabela 22 – Altura mínima recomendada das letras maiúsculas para condutores

Fonte: MBST, Volume III, 2022

Para as placas destinadas a pedestres recomendamos a altura mínima da letra


maiúscula – h = 50 mm.
46

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

3.6.4 Dimensionamento das legendas


O dimensionamento das legendas deve ser em função da fonte dos caracteres
alfanuméricos adotada, da altura das letras maiúsculas – que é em função da
velocidade regulamentada para a via e, consequentemente, da distância de
legibilidade – e do espaçamento entre os caracteres alfanuméricos (letras,
algarismos e sinais gráficos).

No caso do alfabeto dos tipos Standard Alphabets for Highway Signs and
Pavement Markings – Série E (M) e Série D, a escolha da série a ser utilizada
varia conforme a grafia da legenda. Para legenda escrita com letras maiúsculas
e minúsculas ou somente minúsculas (unidades de medida), deve ser utilizada
a Série E (M). Para legenda escrita somente com letras maiúsculas deve ser
utilizada a Série D.

Figura 37 – Afastamento lateral com dispositivos de proteção contínua

*O MBST III admite uso da fonte Arial Rounded MT bold em placa para pedestres.

Uma vez definida a altura da letra maiúscula, conforme Tabela 22, o comprimento
da legenda (comprimento da caixa de texto) deve ser calculado com base em
tabelas de largura dos caracteres alfanuméricos e sinais gráficos e de
espaçamentos entre eles, conforme Apêndice do MBST III.
47

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

3.6.5 Dimensionamento das orlas e tarjas


As orlas e tarjas têm dimensões que variam conforme a altura da letra maiúscula
utilizada nas placas. A orla externa deve ter uma dimensão mínima de 10 mm,
e a orla interna e a tarja, de 20 mm, exceto em placa com área inferior a 1 m².

A
Tabela 23 apresenta as dimensões de orlas e tarjas em função da área da placa,

de forma a proporcionar uma legibilidade mais adequada. A placa pode ser


confeccionada com cantos vivos ou arredondados, conforme mostram os
detalhes da Figura 38.

Tabela 23 – Dimensões de orlas e tarjas

Figura 38 – Dimensões de orlas e tarjas

3.6.6 Dimensionamento dos demais elementos


Os elementos citados nos itens de 3.6.3 a 3.6.5 são aqueles que possuem maior
influência na dimensão final da diagramação da placa. Os demais elementos,
geralmente são ajustados automaticamente nos programas computacionais
48

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

específicos. Assim, relacionamos a seguir as referências do MBST III, caso


sejam necessárias consultas mais detalhadas:

• A dimensão pictogramas e símbolos associados a legendas varia em


função da letra maiúscula, devendo ser consultada a tabela 7.17;
• A dimensão pictogramas e símbolos sem legendas, ou placas de
identificação de atrativo turístico está na tabela 7.18;
• O espaçamento dos diagramas consta na Tabela 7.19a;
• Para os casos de placas com pictogramas sem legenda os espaçamentos
entre os elementos devem seguir a Tabela 7.19b;
• No caso de abreviações com sobrescrito, devem ser utilizados os
espaçamentos indicados na Tabela 7.20.

3.6.7 Sequência das Informações


Em placas de orientação de destino, saídas distintas num mesmo ponto, a ordem
de colocação das setas – sentido à esquerda, à direita ou em frente – deve
obedecer à sequência da Figura 39.

Figura 39 – Sequência das informações

3.6.8 Número de informações


Para permitir a leitura das informações pelo condutor no tempo adequado, sem
que a placa fique com dimensões excepcionais (o que poderia inviabilizar sua
instalação), recomenda-se o máximo de 3 (três) legendas por placa.
Excepcionalmente, pode-se admitir:

• Quatro legendas - em placa de indicação de sentido com duas ou mais


direções;
49

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

• Cinco linhas - em placas de pré-sinalização com três legendas informando


o destino. Sendo a linha superior o número da(s) saída(s) e a inferior a
distância até a primeira saída sinalizada;
• Seis legendas em placas diagramadas.

A Figura 40 ilustra estas exceções.

Figura 40 – Exceções ao número de informações


50

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

4 SINALIZAÇÃO HORIZONTAL

A sinalização horizontal tem a finalidade de transmitir e orientar os usuários


sobre as condições de utilização adequada da via, compreendendo as
proibições, restrições e informações que lhes permitam adotar comportamento
adequado, de forma a aumentar a segurança e ordenar os fluxos de tráfego.

A sinalização horizontal é classificada segundo sua função:

• Ordenar e canalizar o fluxo de veículos;


• Orientar o fluxo de pedestres;
• Orientar os deslocamentos dos veículos em função das condições físicas
da via, tais como: geometria, topografia e obstáculos;
• Complementar os sinais verticais de regulamentação, advertência ou
indicação, visando enfatizar a mensagem que o sinal transmite;
• Regulamentar os casos previstos no Código de Trânsito Brasileiro (CTB).

Em algumas situações a sinalização horizontal atua, por si só, como controladora


de fluxos. Pode ser empregada como reforço da sinalização vertical, bem como
ser complementada com dispositivos auxiliares.

A sinalização horizontal:

• Permite o melhor aproveitamento do espaço viário disponível,


maximizando seu uso;
• Aumenta a segurança em condições adversas, tais como: neblina, chuva
e noite;
• Contribui para a redução de acidentes;
• Transmite mensagens aos condutores e pedestres;
• Porém, deve-se ressaltar que apresenta algumas limitações;
• Durabilidade reduzida, quando sujeita a tráfego intenso;
• Visibilidade deficiente, quando sob neblina, pavimento molhado, sujeira,
ou quando houver tráfego intenso.
51

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

4.1 FORMAS E CORES


A sinalização horizontal é constituída por combinações de traçado e cores que
definem os diversos tipos de marcas viárias.

4.1.1 Formas
• Contínua - corresponde às linhas sem interrupção, aplicadas em trecho
específico de pista. Geralmente, a continuidade indica que os veículos não
devem transpô-la;
• Tracejada ou Seccionada - corresponde às linhas interrompidas, aplicadas
em cadência, utilizando espaçamentos com extensão igual ou maior que
o traço;
• Setas, Símbolos e Legendas: correspondem às informações
representadas em forma de desenho ou inscritas, aplicadas no pavimento,
indicando uma situação ou complementando a sinalização vertical
existente.

4.1.2 Cores
As cores utilizadas na Sinalização horizontal são:

a) Amarela, utilizada para:

• Separar movimentos veiculares de fluxos opostos;


• Regulamentar ultrapassagem e deslocamento lateral;
• Delimitar espaços proibidos para estacionamento e/ou parada;
• Demarcar obstáculos transversais à pista (ondulação transversal).

b) Branca, utilizada para:

• Separar movimentos veiculares de mesmo sentido;


• Delimitar áreas de circulação;
• Delimitar trechos de pistas, destinados ao estacionamento regulamentado
de veículos em condições especiais;
• Regulamentar faixas de travessias de pedestres;
• Regulamentar linha de transposição e ultrapassagem;
52

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

• Demarcar linha de retenção e linha de “Dê a preferência”;


• Inscrever setas, símbolos e legendas.

c) Vermelha, utilizada para:

• Demarcar ciclovias ou ciclofaixas;


• Inscrever símbolo (cruz).

d) Azul – utilizada como base para inscrever símbolo em áreas especiais de


estacionamento ou de parada para embarque e desembarque para pessoas
portadoras de deficiência física.

e) Preta – utilizada para proporcionar contraste entre a marca


viária/inscrição e o pavimento, (utilizada principalmente em pavimento de
concreto) não se constituindo propriamente uma cor de sinalização.

A utilização das cores deve ser feita obedecendo-se aos critérios abaixo e ao
padrão Munsell indicado ou outro que venha a substituir, de acordo com as
normas da ABNT.

Cor Tonalidade

Amarela 10 YR 7,5/14

Branca N 9,5

Vermelha 7,5 R 4/14

Azul 5 PB 2/8

Preta N 0,5
53

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

4.2 MARCAS LONGITUDINAIS


As marcas longitudinais separam e ordenam as correntes de tráfego, definindo
a parte da pista destinada à circulação de veículos, a sua divisão em faixas de
mesmo sentido, a divisão de fluxos opostos, as faixas de uso exclusivo ou
preferencial de espécie de veículo, as faixas reversíveis, além de estabelecer as
regras de ultrapassagem e transposição.

• As marcas longitudinais amarelas, contínuas simples ou duplas, têm poder


de regulamentação, separam os movimentos veiculares defluxos opostos
e regulamentam a proibição de ultrapassagem e os deslocamentos
laterais, exceto para acesso a imóvel lindeiro;
• As marcas longitudinais amarelas, simples ou duplas seccionadas ou
tracejadas, não têm poder de regulamentação, apenas ordenam os
movimentos veiculares de sentidos opostos;
• As marcas longitudinais brancas contínuas são utilizadas para delimitar a
pista (linha de bordo) e para separar faixas de trânsito de fluxos de mesmo
sentido. Neste caso, têm poder de regulamentação de proibição de
ultrapassagem e transposição;
• As marcas longitudinais brancas, seccionadas ou tracejadas, não têm
poder de regulamentação, apenas ordenam os movimentos veiculares de
mesmo sentido.
De acordo com a sua função as Marcas Longitudinais são subdivididas nos tipos
dos itens a seguir.

4.2.1 Linhas de divisão de fluxos opostos (LFO)


As marcações constituídas por Linhas de Divisão de Fluxos Opostos (LFO)
separam os movimentos veiculares de sentidos opostos e indicam os trechos da
via em que a ultrapassagem é permitida ou proibida (Figura 41).
54

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

Figura 41 – Exemplos de LFOs

4.2.2 Linhas de divisão de fluxos de mesmo sentido (LMS);


Separam os movimentos veiculares de mesmo sentido e regulamentam a
ultrapassagem e a transposição (Figura 42).

Figura 42 – Exemplos de LMS

4.2.3 Linha de bordo (LBO)


Delimita, através de linha contínua, a parte da pista destinada ao deslocamento
dos veículos, estabelecendo seus limites laterais (Figura 43).

Figura 43 – Exemplos de LBO

4.2.4 Linha de continuidade (LCO)


Proporciona continuidade visual às marcações longitudinais principalmente
quando há quebra no alinhamento em trechos longos ou em curvas (Figura 44).
55

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

Figura 44 – Exemplo de LCO

4.2.5 Marcas longitudinais específicas


As Marcas Longitudinais Específicas visam a segregação do tráfego e o
reconhecimento imediato do usuário.

Apresentam-se nos seguintes tipos (ver exemplos na Figura 45):

• Marcação de faixa exclusiva (MFE) – delimita a faixa de uso exclusivo para


determinada espécie e/ou categoria de veículo;
• Marcação de faixa preferencial (MFP) – delimita na pista a faixa de mesmo
sentido, de uso preferencial, para determinada espécie e/ou categoria de
veículo;
• Marcação de faixa reversível no contrafluxo (MFR) – delimita a faixa que
pode ter seu sentido de circulação invertido temporariamente, em função
da demanda do fluxo de veículos;
• Marcação de ciclofaixa ao longo da via (MCI) – delimita a parte da pista de
rolamento destinada à circulação exclusiva de bicicletas, denominada
ciclofaixa.
Figura 45 – Exemplos de Marcas longitudinais específicas
56

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

4.3 MARCAS TRANSVERSAIS


As marcas transversais ordenam os deslocamentos frontais dos veículos e os
harmonizam com os deslocamentos de outros veículos e dos pedestres, assim
como informam os condutores sobre a necessidade de reduzir a velocidade e
indicam travessia de pedestres e posições de parada.

4.3.1 Linha de Retenção (LRE)


Indica ao condutor o local limite em que deve parar o veículo (Figura 46).

Figura 46 – Exemplo de LRE

4.3.2 Linhas de Estímulo à Redução de Velocidade (LRV)


É um conjunto de linhas paralelas que, pelo efeito visual, induz o condutor a
reduzir a velocidade do veículo, de maneira que esta seja ajustada ao limite
desejado em um ponto adiante na via (Figura 47).

Figura 47 – Exemplo de LRV

4.3.3 Linha de “Dê a preferência” (LDP)


Indica ao condutor o local limite em que deve parar o veículo, quando necessário,
em local sinalizado com o sinal R-2 “Dê a preferência” (Figura 48).
57

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

Figura 48 – Exemplo de LDP

4.3.4 Faixa de Travessia de Pedestres (FTP)


A FTP delimita a área destinada à travessia de pedestres e regulamenta a
prioridade de passagem dos mesmos em relação aos veículos, nos casos
previstos pelo CTB (Figura 49).

Figura 49 – Exemplo de FTP

4.3.5 Marcação de cruzamento rodocicloviário (MCC)


Indica ao condutor de veículo a existência de um cruzamento em nível, entre a
pista de rolamento e uma ciclovia ou ciclofaixa (Figura 50).

Figura 50 – Exemplo de MCC

4.3.6 Marcação de área de conflito (MAC)


Indica aos condutores a área da pista em que não devem parar os veículos,
prejudicando a circulação (Figura 51).
58

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

Figura 51 – Exemplo de MAC

4.3.7 Marcação de área de cruzamento com faixa exclusiva (MAE)


Indica ao condutor a existência de faixa(s) exclusiva(s) na via que ele vai
adentrar ou cruzar (Figura 52).

Figura 52 – Exemplo de MAE

4.3.8 Marcação de cruzamento rodoferroviário (MCF)


Indica ao condutor a aproximação de um cruzamento em nível com uma ferrovia
e o local de parada do veículo (Figura 53).

Figura 53 – Exemplo de MCF


59

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

4.4 MARCAS DE CANALIZAÇÃO


As Marcas de Canalização são utilizadas para orientar e regulamentar os fluxos
de veículos em uma via, direcionando-os de modo a propiciar maior segurança
e melhor desempenho, em situações que exijam uma reorganização de seu
caminhamento natural.

Possuem a característica de transmitir ao condutor uma mensagem de fácil


entendimento quanto ao percurso a ser seguido, tais como:

• quando houver obstáculos à circulação;


• interseções de vias quando varia a largura das pistas;
• mudanças de alinhamento;
• acessos;
• pistas de transferências e entroncamentos;
• interseções em rotatórias.

4.4.1 Linha de Canalização (LCA)


Delimita o pavimento reservado à circulação de veículos, orientando os fluxos de
tráfego por motivos de segurança e fluidez. Pode ser na cor branca, quando
direciona fluxos no mesmo sentido, ou amarela quando direciona fluxos em
sentidos opostos (Figura 54).

Figura 54 – Exemplo de LCA

4.4.2 Zebrado de preenchimento da área de pavimento não utilizável


(ZPA)
Destaca a área interna às linhas de canalização, reforçando a ideia de área não
utilizável para a circulação de veículos, além de direcionar os condutores para o
correto posicionamento na via. Pode ser na cor branca, quando direciona fluxos
60

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

no mesmo sentido, ou amarela, quando direciona fluxos em sentidos opostos


(Figura 55).

Figura 55 – Exemplo de ZPA

4.5 MARCAS DE DELIMITAÇÃO E CONTROLE DE


ESTACIONAMENTO E/OU PARADA
As Marcas de delimitação e controle de estacionamento e/ou parada delimitam
e proporcionam melhor controle das áreas onde é proibido ou regulamentado o
estacionamento e a parada de veículos, quando associadas à sinalização
vertical de regulamentação. Nos casos previstos no CTB, essas marcas têm
poder de regulamentação.

4.5.1 Linha de indicação de proibição de estacionamento e/ou parada


(LPP)
Indica a extensão ao longo da pista de rolamento em que é proibido o
estacionamento e/ou parada de veículos, estabelecidos pela sinalização vertical
de regulamentação correspondente (Figura 56).

Figura 56 – Exemplo de LPP

4.5.2 Marca delimitadora de parada de veículos específicos (MVE)


Delimita a extensão da pista destinada à operação exclusiva de parada. Deve
estar associada ao sinal de regulamentação correspondente, exceto nos pontos
de parada de transporte coletivo (Figura 57).

Figura 57 – Exemplo de MVE


61

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

4.5.3 Marca delimitadora de estacionamento regulamentado (MER)


Delimita a extensão da pista destinada à operação exclusiva de parada. Deve
estar associada ao sinal de regulamentação correspondente, exceto nos pontos
de parada de transporte coletivo (Figura 58).

Figura 58 – Exemplo de MER

4.6 INSCRIÇÕES NO PAVIMENTO


As inscrições no pavimento melhoram a percepção do condutor quanto às
condições de operação da via, permitindo-lhe tomar a decisão adequada, no
tempo apropriado, para as situações que se lhes apresentarem.

Possuem função complementar ao restante da sinalização, orientando e, em


alguns casos, advertindo certos tipos de operação ao longo da via.

4.6.1 Setas direcionais


Orientam os fluxos de tráfego na via, indicando o correto posicionamento dos
veículos nas faixas de trânsito de acordo com os movimentos possíveis e
recomendáveis para aquela faixa (Figura 59).
62

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

Figura 59 – Exemplo de Setas direcionais

4.6.2 Símbolos
Indicam e alertam o condutor sobre situações especificas na via.

São utilizados os seguintes símbolos:

• Dê a preferência – indica a interseção com via que tem preferência.


• Cruz de Santo André – indica cruzamento rodoferroviário.
• Bicicleta – indica via, pista ou faixa de trânsito de uso de ciclos.
• Serviços de saúde – indica áreas ou locais de serviços de saúde.
• Deficiente físico – indica local de estacionamento de veículos que
transportam ou que sejam conduzidos por Portadores de Necessidades
Especiais.
• Idoso – indicativo de local de estacionamento de veículos que sejam
conduzidos por pessoas com 60 anos ou mais.
A Figura 60 apresenta exemplos de Símbolos.
63

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

Figura 60 – Exemplos de símbolos

4.6.3 Legendas
As legendas são formadas a partir de combinações de letras e algarismos,
aplicadas no pavimento da pista de rolamento, com o objetivo de advertir os
condutores acerca das condições particulares de operação da via.

A Tabela 24 apresenta as alturas de letras ou números a serem adotadas em


função do tipo de via e da velocidade regulamentada.

Tabela 24 – Altura das legendas em função da velocidade


Vias urbanas Vias rurais
Velocidade Altura Velocidade Altura
V ≤ 80 km/h 1,60 m V ≤ 60 km/h 2,40 m
V> 80 km/h 2,40 m V> 60 km/h 4,00 m

A Figura 61 apresenta exemplos de legenda e suas aplicações.

Figura 61 – Exemplos de Legendas e aplicações

Para composição das legendas deve ser consultado o Apêndice – diagramação


de letras e números, do Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito, Volume IV
– Sinalização Horizontal.
64

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

5 DISPOSITIVOS AUXILIARES

Dispositivos auxiliares são elementos aplicados na via ou em obstáculos


próximos a ela, de forma a tornar mais eficiente e segura a operação do trânsito.
São constituídos de materiais, formas e cores diversas, dotados ou não de
retrorrefletividade, com as funções de:

• Incrementar a visibilidade da sinalização, do alinhamento da via e dos


obstáculos à circulação;
• Reduzir a velocidade do trânsito;
• Reduzir os acidentes e minimizar sua severidade;
• Alertar os condutores quanto a situações de perigo potencial, em caráter
permanente ou temporário;
• Fornecer proteção aos usuários da via e da ocupação lindeira;
• Controlar o acesso de veículos em determinadas vias, áreas e passagens
de nível.

O Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito, Volume VI – Dispositivos


Auxiliares (MBST VI), apresenta a definição, características, princípios de
utilização e critérios para sua instalação. Devido ao escopo deste material, nos
limitaremos a discorrer sobre os dispositivos mais utilizados em sinalização
rodoviária, em seus aspectos gerais. Para uma visão mais aprofundada do
assunto recomendamos consulta ao MBST VI.

5.1 TACHA
As tachas proporcionam ao condutor melhor percepção do espaço destinado à
circulação, realçando a marca longitudinal e/ou marca de canalização e
reforçando a visibilidade da sinalização horizontal em condições climáticas
adversas, de forma a auxiliar o posicionamento do veículo na faixa de trânsito.
65

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

Seu corpo deve seguir a cor da sinalização horizontal que complementa e o seu
elemento retrorrefletivo deve adotar o padrão de cores a seguir (Figura 62):

• Branca: para ordenar fluxos de mesmo sentido;


• Amarela: para ordenar fluxos de sentidos opostos;
• Vermelha: utilizada em via rural de pista simples e sentido duplo de
circulação junto à linha de bordo do sentido oposto.

Figura 62 – Exemplos de tachas e aplicação

O espaçamento (e) entre tachas varia de acordo com a velocidade e deve seguir
o disposto na Tabela 25.

Tabela 25 – Espaçamento das tachas


Trecho que antecede
Velocidade Situação Situação
situação especial
regulamentada normal especial
(linha de bordo)
(km/h) e (m) e (m)
e (m)
V < 80 8 6 2 (até 70 m)
80  V  90 12 9 4 (até 100 m)
V > 90 16 12 6 (até 150 m)
66

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

As tachas não devem ser utilizadas transversalmente ao fluxo de veículos, na


pista de rolamento e/ou acostamento, nem como sonorizador, nem como
dispositivo para redução de velocidade.

5.2 TACHÃO
O tachão delimita ao condutor a utilização do espaço destinado à circulação,
inibindo a transposição de faixa de trânsito ou a invasão de marca de
canalização, devendo sempre estar associado a uma marca viária.

O corpo do tachão deve sempre ter a cor amarela. O elemento retrorrefletivo


pode ter as seguintes cores (Figura 63):

• branca – para separar fluxos do mesmo sentido;


• amarela – para separar fluxos de sentidos opostos.
Figura 63 – Exemplos de tachão

O espaçamento dos tachões dever ser conforme a Tabela 26.


Tabela 26 – Espaçamento dos tachões
Marca Viária Espaçamento (d) Afastamento Lateral
Marca de canalização ao ≤ 0,20 m da linha de
A cada 4,00 m
lado de fluxo veicular canalização
Marca de canalização de Entre linhas internas ≤ 0,20 m da linha de
fluxos divergentes ou do zebrado, a cada canalização ou do
convergentes 0,10 m zebrado
≤ 0,20 m da linha de
Minirrotatória A cada 0,25 m
canalização

Não deve ser utilizado:

• Transversal ao fluxo de trânsito;


• Transversal em acostamento;
• Sobre marcas longitudinais de vias urbanas e rurais;
• Em vias urbanas com velocidade superior a 40km/h.
67

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

Você Sabia:

O tachão jamais pode ser utilizado como dispositivo para redução de velocidade.

5.3 BALIZADORES
Balizadores proporcionam ao condutor melhor percepção dos limites da pista.
Quando utilizado em sentido único, tem elemento retrorrefletivo na cor branca.
Em pistas de duplo sentido de circulação, o elemento retrorrefletivo tem a cor
vermelha, quando instalado no sentido oposto da via (Figura 64).

Figura 64 – Exemplos de balizador e aplicação

O espaçamento em tangente é de 60,0 m. Em trechos de curva horizontal com


raio “R”, o espaçamento (e) é obtido na equação e = 1,5√R ou na Tabela 27.

Tabela 27 – Espaçamento dos balizadores em curva


Raio da Curva - R (m) Espaçamento - d (m)
R ≤ 50 10
50  R ≤ 150 15
150  R ≤ 230 20
230  R≤ 400 30
400 R≤ 600 40
600  R ≤ 800 50
R > 800 60
Pode ser utilizado em pontes, viadutos, túneis, barreira de concreto e defensas
metálicas, com o elemento retrorrefletivo sendo fixado diretamente na sua
estrutura (Figura 65).
68

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

Figura 65 – Balizadores em estruturas

O espaçamento (e) entre balizadores em obras de arte pode ser entre 2,0 m e
8,0 m. Para barreiras de concreto, túneis e defensas metálicas, deve ser utilizada
a Tabela 28.

Tabela 28 – Espaçamento balizadores em obras de arte, túneis e defensas


Raio da Curva (R) Ângulo Central (α) Espaçamento – e (m)
R ≤ 60 m α > 30°
4
60 m < R ≤ 120 m α ≥ 45°
60 m ≤ R < 120 m 30° ≤ α < 45°
8
20 m ≤ R < 450 m α ≥ 45°
R ≥ 450 m e tangente - 16

5.4 CILINDRO DELIMITADOR


O cilindro delimitador proporciona ao condutor melhor percepção do espaço
destinado à circulação, inibindo a transposição de marcas viárias ou melhorando
a visibilidade de obstáculos na via.

Possui forma cilíndrica, sendo constituído de material deformável que pode


permitir a recuperação ou não da forma inicial, quando abalroado.

Em situação de uso permanente, a cor do corpo e a do elemento retrorrefletivo


devem sempre acompanhar a cor da marca viária que o cilindro delimitador
complementa. Em situações de uso temporário (obras e eventos), o corpo do
cilindro delimitador deve ser sempre na cor laranja e o elemento retrorrefletivo
na cor branca (Figura 66).
69

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

Figura 66 – Tipos de Cilindro delimitadores

5.5 MARCADORES
São dispositivos utilizados para melhorar a percepção do condutor quanto aos
obstáculos e situações geradoras de perigo potencial à sua circulação, que
estejam na via ou adjacentes a ela, ou quanto a mudanças bruscas no
alinhamento horizontal da via.

Possuem as cores amarela e preta, quando sinalizam situações permanentes, e


adquirem cores laranja e preta, quando sinalizam situações temporárias, como
obras.
70

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

5.5.1 Marcador de Obstáculo


O marcador de obstáculo alerta o condutor quanto à existência de obstáculo na
via capaz de afetar sua segurança, como pilares e vigas de viadutos, passarelas
e qualquer outra estrutura disposta na via ou na área adjacente a ela. É
executado com pintura realizada diretamente na estrutura (

Figura 67).

Figura 67 – Marcador de obstáculo

5.5.2 Marcador de Perigo


Alerta o condutor quanto à presença de situações de risco potencial na pista ou
próximo a ela, tais como vértice de bifurcação, ilha, refúgio para pedestres, pilar
de viaduto e cabeceira de ponte estreita, entre outras (Figura 68).

Figura 68 – Marcador de Perigo


71

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

5.5.3 Marcador de Alinhamento


O marcador de alinhamento alerta o condutor do veículo sobre alteração no
alinhamento horizontal da via.

Tem fundo na cor amarela e ponta de seta na cor preta em caso de uso
permanente e, em situação de uso temporário, nas cores laranja e preta,
respectivamente.

O espaçamento (e) entre os marcadores de alinhamento deve ser obtido na


equação e = 1,5√𝑅 (sendo R o raio da curva), com os ajustes necessários para
que todo trecho entre o início e o fim da curva recebam marcadores (Figura 69).

Figura 69 – Marcador de Alinhamento


72

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

5.6 ALTERAÇÕES NAS CARACTERÍSTICAS DO PAVIMENTO


Há recursos que, quando utilizados nas pistas, alteram suas condições normais,
quer pela sua elevação, com a utilização de dispositivos físicos colocados sobre
ela, quer pela mudança nítida das características da própria superfície do
revestimento.

São utilizados com o objetivo de:

• Reduzir a velocidade;
• Alterar a percepção do usuário quanto a alterações de ambiente e uso da
via, induzindo-o a adotar comportamento cauteloso;
• Incrementar a segurança e criar facilidades para a circulação de pedestres
e/ou ciclistas.
As alterações nas características no pavimento são classificadas em:

• Ondulação Transversal (Figura 70a);


• Faixa Elevada para Travessia de Pedestres;
• Sonorizador (Figura 70b);
• Pavimento Colorido;
• Revestimento Rugoso;
• Pavimento Microfresado;
• Revestimento com Sonorizador Longitudinal (Figura 70c).

Figura 70 – Exemplos de alterações nas características do pavimento

a b c
73

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

Para informações mais detalhadas sugerimos a consulta ao Capítulo 6 -


“Alterações nas características do Pavimento”, do MBST VI.

6 SINALIZAÇÃO SEMAFÓRICA

A sinalização semafórica é um subsistema da sinalização viária que se compõe


de indicações luminosas acionadas alternada ou intermitentemente por meio de
sistema eletromecânico ou eletrônico. Tem a finalidade de transmitir diferentes
mensagens aos usuários da via pública, regulamentando o direito de passagem
ou advertindo sobre situações especiais nas vias.

A sinalização semafórica é classificada segundo sua função, que pode ser de:

• regulamentar o direito de passagem dos vários fluxos de veículos


(motorizados e não motorizados) e/ou pedestres numa interseção ou
seção de via;
• advertir condutores, de veículos motorizados ou não motorizados, e/ou
pedestres sobre a existência de obstáculo ou situação perigosa na via.

6.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS


A sinalização semafórica tem por finalidade transmitir aos usuários a informação
sobre o direito de passagem em interseções e/ou seções de via onde o espaço
viário é disputado por dois ou mais movimentos conflitantes, ou advertir sobre a
presença de situações na via que possam comprometer a segurança.

As diferentes combinações de forma, cor e sinal integrantes da sinalização


semafórica possuem significados distintos e transmitem informações específicas
ao condutor e ao pedestre, conforme pode ser visto na Tabela 29.

As cores dos focos/pictogramas da sinalização semafórica devem seguir as


especificações das Normas ABNT NBR7995 e NBR15889.

Os focos luminosos tem os seguintes formatos:

• Circular – quando destinados a veículos e sinalização semafórica de


advertência;
74

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

• Quadrada – quando destinados a pedestres ou a faixas reversíveis.

Tabela 29 – Padrões e cores da Sinalização Semafórica


Tipo do semáforo Posição vertical Posição horizontal

Veicular
Observação: Só utilizar
quando suspenso sobre a
Observação: O grupo focal via.
pode ser configurado com
vermelho 300 mm e
amarelo/verde 200 mm.

Observações:
Veicular Direcional • Só utilizar quando
suspenso sobre a via.
• Opcionalmente, pode-
Observação: Opcionalmente, se utilizar foco amarelo
pode-se utilizar foco amarelo com seta.
com seta.
Veicular Direção Livre

Veicular Controle de
Acesso Específico

Veicular Controle ou Em semáforos de LED pode


Faixa Reversível ser usado foco único.

Pedestre

Ciclista
75

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

Advertência

A instalação do conjunto semafórico deve ter afastamento lateral mínimo de todo


e qualquer elemento de sinalização semafórica, devendo ser de 0,30 metros do
meio fio, conforme indicado na Figura 71.

Figura 71 – Instalação de conjunto semafórico

6.2 IMPLANTAÇÃO E RETIRADA DE SINALIZAÇÃO SEMAFÓRICA

6.2.1 Implantação da Sinalização Semafórica


A sinalização semafórica é uma das alternativas para o gerenciamento de
conflitos em interseções ou em meio de quadra. Antes de decidir pela
implantação de sinalização semafórica, deve ser avaliada sua efetiva
necessidade, considerando a viabilidade da adoção de outras medidas
alternativas.

Existem diversas abordagens de estudos que podem resultar na eventual


instalação da sinalização semafórica:

• Abordagem pedestres – pode ser estudado se o número limite de


atropelamento de pedestres evitáveis por sinalização semafórica e/ou se
o tempo médio de espera dos pedestres justifica a implantação;
76

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

• Abordagem veículos - pode ser estudado se o número limite de colisões


com vítimas evitáveis por sinalização semafórica, se o número de ciclos
vazios e/ou critério de fluxos mínimos justificam a implantação.
Caso haja o interesse em se aprofundar mais no assunto, recomendamos a
leitura do Capítulo 4 “Critérios gerais para implantação da sinalização
semafórica”, do Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito, Volume V –
Sinalização Semafórica (MBST V).

6.2.2 Retirada de Sinalização Semafórica


A avaliação da necessidade da permanência de uma sinalização semafórica é
tão importante quanto a decisão de se implantar uma nova.

A dinâmica do trânsito em um local varia ao longo do tempo, por várias razões,


tais como: variação do número de usuários do local; alteração no uso e ocupação
do solo; e modificação das condições de circulação no entorno. Essas alterações
devem ser acompanhadas de ajustes na sinalização viária, incluindo a
semafórica. Elas podem, inclusive, levar à necessidade da retirada da
sinalização semafórica.

Exemplos de situações em que a retirada da sinalização semafórica é


recomendada:

• término da intervenção na via pública ou em área adjacente (obra viária ou


de edificação) que justificou a implantação da sinalização semafórica;
• redução da intensidade do fluxo veicular a um nível que possibilite o
controle do trânsito por outros meios, como minirrotatórias ou sinalização
vertical de regulamentação de preferência de passagem;
• desativação de um polo gerador de viagens, como um hospital, escola etc.,
cuja movimentação de usuários justificava a sinalização semafórica;
• implantação de travessia de pedestres em desnível nas proximidades da
travessia controlada por sinalização semafórica.

A metodologia a ser utilizada para a decisão referente à remoção de sinalização


semafórica envolve as seguintes atividades, a serem realizadas em sequência:
estudo técnico; avaliação prática da operação sem sinalização semafórica; e
77

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

tomada de decisão. Caso haja o interesse em se aprofundar mais no assunto,


recomendamos a leitura do Capítulo 11 “Remoção de sinalização semafórica”,
do MBST V.

7 SINALIZAÇÃO CICLOVIÁRIA

A sinalização cicloviária destina-se a dar prioridade ou preferência à circulação


de bicicletas na via pública, oferecendo condições mais seguras e possibilitando
melhor conforto aos usuários deste meio de transporte, através do uso de
sinalização em vias/pistas ou faixas de uso exclusivo ou rotas de circulação, da
criação de estacionamentos e da integração modal.

Devido ao escopo deste curso, nos limitaremos a discorrer sobre os aspectos


gerais da Sinalização Cicloviária. Para uma visão mais aprofundada do assunto
recomendamos consulta ao Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito –
Volume VIII – Sinalização Cicloviária (MBST VIII). Que apesar do nome, também
se aprofunda no projeto da infraestrutura cicloviária como um todo.

7.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS


A infraestrutura cicloviária consiste em espaços sinalizados destinados à
circulação de bicicletas, de forma exclusiva e/ou compartilhada, isoladas ou em
redes, áreas de estacionamento e parada, pontos de apoio e outros.

7.2 ESPAÇOS NA VIA DESTINADOS À CIRCULAÇÃO DE


BICICLETAS
A infraestrutura cicloviária é composta por: espaço totalmente segregado
(ciclovia); espaço partilhado delimitado na pista; calçada ou canteiro, identificado
como ciclofaixa; e espaço compartilhado.

7.2.1 Ciclovia
Caracteriza-se como o espaço em nível ou desnível com relação à pista,
separado por elemento físico segregador, tais como: canteiro, área verde e
outros previstos na legislação vigente. Também se aplica em espaços isolados,
78

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

tais como: áreas não edificáveis, faixas de domínio, parques e outros


logradouros públicos.

Quanto ao sentido de tráfego as ciclovias podem ser:

• Unidirecional – quando apresenta sentido único de circulação;


• Bidirecional – quando apresenta sentido duplo de circulação.

A Figura 72 apresenta um exemplo de ciclovia bidirecional em canteiro central.

Figura 72 – Ciclovia bidirecional

Quanto à sua localização na via pública, estas podem estar dispostas nas
laterais das pistas, nos canteiros centrais e nas calçadas.

7.2.2 Ciclofaixa
Ciclofaixa é a parte da pista, calçada ou canteiro central destinado à circulação
exclusiva de ciclos delimitada por sinalização viária, podendo ter piso
diferenciado e ser implantada no mesmo nível da pista de rolamento, ou da
calçada ou do canteiro.

Quanto ao sentido de tráfego, a ciclofaixa pode ser (Figura 73):

• Unidirecional – quando apresenta sentido único de circulação;


• Bidirecional – quando apresenta sentido duplo de circulação.
79

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

Figura 73 – Ciclofaixa (unidirecional e bidirecional)

Ciclofaixa unidirecional Ciclofaixa bidirecinal

7.2.3 Espaços compartilhados


Ocorre quando a circulação de bicicletas, em condições favoráveis para sua
circulação, é compartilhada com pedestres ou veículos em calçada, canteiro,
ilha, passarela, passagem subterrânea, via de pedestres, faixa ou pista
sinalizadas, sendo mais conhecidos os seguintes tipos (Figura 74):

• Rota de bicicleta ou Ciclorrota – Vias sinalizadas que compõem o sistema


ciclável da cidade interligando pontos de interesse, ciclovias e ciclofaixas,
de forma a indicar o compartilhamento do espaço viário entre veículos
motorizados e bicicletas, melhorando as condições de segurança na
circulação.
• Espaço compartilhado com pedestres – Espaço da via pública destinado
prioritariamente aos pedestres onde os ciclistas compartilham a mesma
área de circulação, desde que devidamente sinalizado.
80

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

Figura 74 – Espaços compartilhados

7.3 SINALIZAÇÃO CICLOVIÁRIA


A sinalização utilizada na delimitação de espaços cicloviários é similar àquela
prevista nos demais Manuais Brasileiros de Sinalização de Trânsito. Em geral, a
maior diferença estará na dimensão dos sinais, legendas, setas e marcações,
devido ao espaço ocupado na via ser menor, bem como o desenvolvimento de
velocidades menores do que as praticadas pelos veículos motorizados.

Em muitos casos, é adicionado o símbolo “Bicicleta” à sinalização, de modo que


fique facilmente perceptível que esta é relacionada aos ciclistas.

Os dispositivos auxiliares devem respeitar as disposições contidas no MSBT VI.

A
81

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

Figura 75 apresenta exemplos de Sinalização Cicloviária.


82

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

Figura 75 – Exemplos de Sinalização Cicloviária


83

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

8 CRUZAMENTOS RODOFERROVIÁRIOS

Os Cruzamentos Rodoferroviários ou Passagens em Nível (PN) são interseções


formadas pelo cruzamento de uma via ferroviária e uma via rodoviária, as quais
possuem características físicas e operacionais distintas.

O projeto de segurança viária em passagens em nível é o conjunto de medidas,


normas e sinalizações ferroviária e rodoviária que tem a finalidade de fornecer
informações aos usuários sobre o cruzamento em nível, para que os mesmos
possam agir em conformidade com a legislação vigente, promovendo a
segurança e aumentando o nível de serviço.

Devido ao escopo do presente curso, o foco será nos elementos na sinalização


viária para este tipo de cruzamento. Caso haja o interesse em obter informações
mais detalhadas sobre o assunto, recomendamos a consulta ao Manual
Brasileiro de Sinalização de Trânsito, Volume IX – Cruzamentos
Rodoferroviários (MBST IX), que também apresenta critérios para projetos de
Cruzamentos Rodoferroviários, além dos elementos de sinalização.

8.1 SINALIZAÇÃO PARA CRUZAMENTOS RODOFERROVIÁRIOS


O projeto de Sinalização para Cruzamentos Rodoferroviários utiliza sinais e
dispositivos auxiliares já previstos nos demais Manuais Brasileiros de
Sinalização de Trânsito (MBST).

O item 4.4 do MBST IX apresenta diversos projetos-tipo para Cruzamentos


Rodoferroviários. A seguir destacamos dois exemplos, que devido às suas
características, são mais prováveis de ocorrer em rodovias.

8.1.1 Equipamento de Proteção tipo 1


Este tipo de equipamento (tipo 1: proteção simples), com proteção passiva, pode
ser utilizado em cruzamentos de rodovias de classes I, II, III e IV, em locais onde
não há energia elétrica.
84

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

Os elementos de sinalização e proteção a serem utilizados são os seguintes:


sinais R- 1, R-6c, R-7, A-39, A-41 e “Olhe Escute”, marcação de cruzamento
rodoferroviário, linha de retenção, símbolo indicativo de cruzamento
rodoferroviário, linha dupla contínua, legenda “PARE” e dispositivos
delimitadores, conforme representado na Figura 76.

Figura 76 – Equipamento de Proteção Tipo 1

8.1.2 Equipamento de proteção tipo 4a


Caso o cruzamento rodoferroviário esteja em um local com energia elétrica
disponível (como em travessias urbanas), pode-se acrescentar o sinal luminoso
automático e campainha automática, com maior nível de segurança para os
usuários. A Figura 77 mostra esta solução (tipo 4a).
85

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

Figura 77 – Equipamento de Proteção Tipo 4a

8.2 SINALIZAÇÃO PARA VEÍCULOS LEVES SOBRE TRILHOS


A Resolução CONTRAN nº 585/2016 regulamenta a sinalização relativa à
circulação dos Veículos Leves sobre Trilhos – VLTs, dirigida aos demais veículos
e pedestres, que com eles interagem. A sinalização classifica-se nos seguintes
tipos: regulamentação, advertência e especial de advertência. O seu
posicionamento na via e o relacionamento com outros sinais devem ser objeto
de estudo específico de engenharia de tráfego e/ou definidos pela autoridade de
trânsito com circunscrição sobre a via.

Quanto às especificações, dimensões, formas e cores, deve ser cumprido o que


determinam os Volumes do Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito e as
resoluções do CONTRAN em vigor.

A sinalização vertical apresenta sinalização de regulamentação e respectiva


sinalização de advertência. Da esquerda para a direita, os sinais indicam
“Circulação Exclusiva de VLT”; "Ciclistas à direita, VLT à esquerda"; "Ciclistas à
esquerda, VLT à direita"; "Veículos à direita, VLT à esquerda"; "Veículos à
esquerda, VLT à direita".
86

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

Figura 78 – Sinais de Regulamentação e Advertência para VLTs

Os critérios já apresentados para sinalização especial de advertência podem ser


utilizados para alertar condutores, pedestres e ciclistas quanto à presença da
circulação de VLTs, conforme exemplos da figura tal.

Figura 79 – Sinais de Especiais de advertência para VLTs

A sinalização horizontal para o VLT está regulamentada na Resolução


CONTRAN nº 585/2016 e é composta das marcações de linha simples contínua
e linha simples seccionada e ainda de um pictograma horizontal — todos na cor
verde, cujas coordenadas cromáticas são X = 0,364 e Y = 0,474.
87

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3


88

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

Figura 80 – Sinalização horizontal para VLTs


89

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

9 DISPOSITIVOS DE CONTENÇÃO
VEICULAR

São dispositivos instalados na via com o objetivo de conter, absorver energia de


impacto e redirecionar os veículos desgovernados, reduzindo a gravidade do
acidente, impedindo que estes invadam zonas perigosas ou alcancem um
obstáculo fixo, protegendo, desta forma, os usuários da via e reduzindo as
consequências do acidente conforme normas técnicas da ABNT.

Os dispositivos de contenção veicular são necessários nas seguintes situações:

• Existência de obstáculos fixos;


• Existência de taludes críticos, não recuperáveis e não transpassáveis;
• Estruturas de drenagem lateral agressivas;
• Presença de usuários vulneráveis (pedestres e ciclistas);
• Qualquer outra situação que exija a contenção de veículos errantes.
A Norma Brasileira ABNT NBR 15486 apresenta as diretrizes de projeto para
dispositivos de contenção viária.

9.1 DEFINIÇÃO DA NECESSIDADE DE CONTENÇÃO


Uma via com segurança adequada deve possuir uma área de recuperação, livre
de obstáculos, que seja traspassável, sem obstruções e sem obstáculos fixos,
podendo ser utilizada por veículos errantes para recobrar o controle ou chegar a
uma parada segura. Esta área é denominada ZONA LIVRE.

Em rodovias e vias expressas urbanas com velocidade acima de 60 km/h, deve


ser prevista a Zona Livre.

Caso não seja possível ter esta área lateral, os obstáculos fixos e taludes devem
ser tratados conforme as seguintes alternativas de projeto:

• Remover o obstáculo;
• Redesenhar o obstáculo de forma que ele possa ser atravessado com
segurança;
90

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

• Relocar o obstáculo para um lugar onde a possibilidade de ser atingido


seja menor;
• Reduzir a severidade do impacto utilizando um dispositivo colapsível;
• Proteger do perigo do obstáculo com dispositivo de contenção lateral, ou
com um dispositivo amortecedor de impacto;
• Delinear (sinalizar) o obstáculo se as alternativas acima não forem
possíveis.
A ABNT NBR 15486 apresenta curvas para cálculo da largura de zona livre em
função da velocidade, da declividade lateral e do Veículo Diário Médio (VDM),
conforme reproduzido na Tabela 30.

Tabela 30 – Cálculo da Zona Livre

(a). Quando uma investigação específica em um local da via indica uma alta probabilidade de colisões
contínuas, ou através do histórico de ocorrências de acidentes, o projetista pode aumentar o valor da
distância da zona livre.
(b). Neste talude, pela possibilidade do veículo não recuperar o controle e prosseguir até o final do aterro,
o pé do aterro deve estar livre de obstáculos fixos.
(c) Para velocidade menor que 60 km/h, a aplicação fica a critério do projetista
91

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

Taludes com declividade maior a 3H:1V são considerados críticos, pois a maioria
dos veículos tende a capotar nesta superfície. No caso de o talude iniciar dentro
da zona livre calculada conforme Tabela 30, deve ser projetado um dispositivo de
contenção.

A NBR 15486 detalha outros critérios em função de taludes de corte e


transversais, de dispositivos e estruturas de drenagem, suportes de placas e
luminárias, largura do canteiro central, dentre outros, motivo pelo qual
recomendamos sua consulta, caso haja o interesse em obter informações mais
detalhadas.

9.2 RECOMENDAÇÕES DE PROJETO


A seguir, serão mencionadas as recomendações para um projeto adequado de
dispositivos de contenção.

9.2.1 Afastamento lateral


A distância mínima entre a linha de bordo e o dispositivo de contenção
longitudinal deve ter o mínimo de 0,30 m em vias urbanas e 0,50 m em vias
rurais. É recomendado, sempre que possível, que o dispositivo seja instalado no
mínimo a 1 m da linha de bordo, a fim de reduzir o efeito visual da restrição
lateral.

9.2.2 Efeitos do terreno


Independentemente do sistema de contenção utilizado, é recomendado que, no
momento do impacto, o veículo esteja com as rodas no chão e a suspensão não
esteja nem comprimida nem estendida, e, desta forma, as condições do terreno
entre a pista e o sistema de contenção tenham um efeito importante.

9.2.3 Deflexão lateral


O posicionamento ideal para o dispositivo de contenção é estar paralelo à pista
de rolamento. Em algumas situações, em especial para proteção do perigo de
um obstáculo fixo próximo a via, o dispositivo de contenção pode ser iniciado
afastado da via, se aproximando gradualmente até alcançar a posição do
obstáculo fixo (ver exemplo da Figura 81).
92

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

Figura 81 – Deflexão lateral

A Tabela 31 apresenta a deflexão lateral do dispositivo de contenção em função


da velocidade de projeto.

Tabela 31 – Deflexão lateral

9.2.4 Comprimento mínimo necessário


O comprimento mínimo necessário deve atender ao cálculo geométrico,
determinando graficamente um comprimento de dispositivo de contenção que
intercepte a trajetória do veículo, tendo estabelecido um ângulo de saída de no
máximo 15°, e de modo que o veículo não atinja o obstáculo, conforme Figura 82.

Figura 82 – Comprimento do dispositivo de contenção


93

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

9.2.5 Transições e conexões

A seção de transição deve, gradualmente, aumentar a rigidez entre o sistema de


menor rigidez e o de maior rigidez (por exemplo, entre a defensa metálica e a
barreira de concreto), de modo a providenciar uma transição segura e prevenir
o efeito de embolsamento, enganchamento ou penetração do sistema na área
de transição.

Normalmente, isto é alcançado reduzindo o espaçamento entre postes,


aumentando o tamanho dos postes, ou ambos, e aumentando a rigidez da
lâmina, implantando duas lâminas juntas ou acrescentando uma barra inferior,
ou ambos. No caso de aterros com pouco suporte de solo atrás das defensas,
deve-se também aumentar o comprimento dos postes.
94

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

9.3 DEFENSAS METÁLICAS


A defensa metálica (guard-rail) é um dispositivo de proteção contínua
deformável, constituído de uma estrutura metálica que possui forma, resistência
e dimensões projetadas para conter e redirecionar veículos desgovernados
(Figura 83).

Figura 83 – Defensa metálica

Fonte: Marvitec

A defensa metálica deve atender às especificações da norma técnica da ABNT


NBR 6970, devendo ser implantada de acordo com a norma ABNT NBR 6971,
formando um sistema contínuo, preferencialmente sem aberturas ou
interrupções.

Em local onde ocorre a necessidade de interromper a defensa para permitir a


passagem de pedestres, devem ser observados os critérios construtivos de uma
abertura segura, conforme exemplo da Figura 84.
95

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

Figura 84 – Abertura para passagem de pedestres

No caso da Figura 84, a abertura para a passagem de pedestres deve seguir o


detalhe conforme a Figura 85.

Figura 85 – Detalhe de abertura para passagem de pedestres

As defensas metálicas também podem ser dotadas do Sistema de Proteção de


Motociclistas (SPM). O SPM tem a função de absorver parte da energia do
impacto, retendo e redirecionando o motociclista, evitando também que ele
passe por baixo da defensa e entre em contato com qualquer perigo potencial
que possa estar atrás dela, evitando ainda o contato com os postes da defensa.

A Figura 86 mostra um desenho esquemático do Sistema de Proteção de


Motociclistas.
96

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

Figura 86 – Sistema de Proteção de Motociclistas (SPM)

9.4 BARREIRAS DE CONCRETO


A barreira de concreto (Figura 87) é um dispositivo de contenção veicular, rígido
e contínuo, destinado a ser implantado ao longo das vias públicas, com forma e
dimensões tais que, quando colididos por veículos desgovernados, reconduzam
estes veículos à pista com desacelerações suportáveis pelo corpo humano e
com os menores danos possíveis aos veículos e ao próprio dispositivo, de modo
a evitar que estes veículos tenham seus acidentes agravados.

Figura 87 – Barreiras de concreto

A barreira de concreto deve atender às especificações da norma técnica da


ABNT NBR 14885, formando um sistema contínuo, sem aberturas ou
interrupções.
97

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

Em local onde houver a necessidade de interromper a barreira para permitir a


passagem de pedestres, devem ser observados os critérios de abertura segura,
conforme estabelecido no Anexo B da NBR 14885, reproduzido parcialmente na
Figura 88.

Figura 88 – Abertura em Barreiras de concreto

(dimensões da parte superior em cm e em mm na parte inferior)


98

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

De acordo com a NBR 14885, os tipos das barreiras de concreto são associados
à sua seção transversal. Os perfis de barreira de concreto de domínio público,
ensaiados pelo FWHA (Federal Highway Administration), são:

• New Jersey;
• Tipo “F”;
• Tipo Ontário tall wall (muro alto);
• Tipo Texas single slope/ California (inclinação constante).
O tipo mais comum no Brasil é a Barreira New Jersey (BNJ), executada conforme
Anexo A da NBR 14885, parcialmente reproduzido na Figura 89.

Figura 89 – Barreira New Jersey


99

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

Caso ocorra desnível entre pistas contíguas, deve ser observada a seção
transversal da barreira de concreto conforme Figura 90.

Figura 90 – Barreira em pistas contíguas em desnível


100

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

9.5 DISPOSITIVOS ABSORVEDORES DE IMPACTO


É um dispositivo autoportante, fixo ou móvel, que não tem dependência estrutural
com o dispositivo de contenção longitudinal, de forma a não transferir energia
cinética do impacto.

Possui a capacidade de absorver energia a uma taxa controlada, parando o


veículo impactante em distância relativamente curta, e de uma forma que reduza
o potencial de ferimentos severos nos ocupantes.

Por exemplo, o dispositivo absorvedor de impacto fixo da Figura 91 evita o


choque direto dos veículos com o pilar da instrutura construído no canteiro que
divide as alças de acesso.

Figura 91 – Dispositivo absorvedor de impacto fixo

No exemplo da Figura 92, o dispositivo absorvedor de impacto móvel instalado


no veículo de serviço protege os trabalhadores e os equipamentos do choque
101

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

direto com veículos desgovernados, protegendo obras em movimento contínuo,


típicas em manutenções rodoviárias.

Figura 92 – Dispositivo absorvedor de impacto móvel

9.6 TERMINAIS
Todos os dispositivos de contenção veicular devem possuir extremidades
(Terminais) adequados para absorver a energia do impacto, sem causar o
aumento da gravidade do acidente.

Para esta finalidade, os terminais podem ser dos tipos descritos nos próximos
itens.

9.6.1 Terminal abatido


Defensas metálicas instaladas em vias com velocidade de projeto menores que
60 km/h podem possuir o terminal abatido, ao se enterrar praticamente toda
lâmina final sob o solo (Figura 93).

Figura 93 – Terminal Abatido


102

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

Ao se abater a lâmina, é evitado o efeito denominado “empalamento”, que ocorre


quando a defensa metálica é impactada frontalmente, penetrando o veículo, com
elevado potencial de ferimentos graves e/ou fatais do(s) seu(s) ocupante(s).

O abatimento do terminal de defensas deve ser realizado de acordo com o Anexo


A da ABNT NBR 6971, reproduzido parcialmente na Figura 94.

Figura 94 – Esquema de Terminal Abatido

9.6.2 Terminal desviado


Quando a velocidade de projeto da via for a partir de 60 km/h, o terminal abatido
não é aceitável, pois pode causar o “efeito rampa”, catapultando o veículo que
colidir frontalmente, com o elevado risco de causar tombamento ou capotamento
do mesmo, agravando as consequências da colisão com o dispositivo de
contenção.

Caso o terreno adjacente à defensa metálica possa ser considerado plano


(inclinação menor de 1:10), o terminal pode ser desviado para fora da zona livre,
sendo então abatido fora desta.
103

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

O desvio do terminal de defensas deve ser realizado de acordo com o Anexo A


da ABNT NBR 6971, reproduzido parcialmente na Figura 95.

Figura 95 – Esquema de Terminal Abatido

9.6.3 Terminal absorvedor de energia


Nos casos em que o terreno adjacente não seja considerado plano, deve ser
utilizado o Terminal absorvedor de Energia - TAE (Figura 96).

Figura 96 – Terminal Absorvedor de Energia

O TAE deve ser instalado de acordo com o Anexo A da ABNT NBR 6971,
reproduzido parcialmente na Figura 97.
104

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

Figura 97 – Instalação do TAE

O TAE pode ser do tipo “abertura”, possuindo capacidade apenas para conter
impactos frontais e do tipo “não-abertura”, que possuiu capacidade de contenção
lateral, além da contenção frontal.

9.6.4 Terminal em defensa defletida


Caso seja necessário aplicar deflexão lateral à defensa metálica, como por
exemplo, para alinhá-la com o encabeçamento de uma Obra-de-arte Especial,
mas não for possível abater o terminal fora da zona livre, deve ser aplicado um
TAE ao invés do abatimento, acompanhando a deflexão das lâminas da defensa.
O TAE empregado nesse caso deve ser do tipo “não-abertura”.

O terminal defletido deve ser instalado de acordo com o Anexo A da ABNT NBR
6971, reproduzido parcialmente na Figura 98.

Figura 98 – Terminal em defensa defletida


105

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

9.7 DISPOSITIVOS DE TRANSIÇÃO


Sistemas distintos de contenção veicular possuem níveis de contenção e rigidez
diferentes. Quando houver a transição, ou emenda de um sistema em outro, a
rigidez deverá variar gradualmente de modo a não agravar a colisão.

Essa situação é muito comum em Obras de Arte Especiais, quando possuem


barreiras de concreto em sua estrutura, conectadas a defensas metálicas. Como
a deformação da defensa metálica é maior que a da barreira de concreto, é
provável que um veículo contido pela defensa colida com o início do sistema
rígido, causando forte desaceleração e agravamento do sinistro.

Uma forma de evitar esta situação é a instalação de uma lâmina de defensa tripla
onda, possuindo redução gradual de espaçamento dos postes: de 4,0 m para
2,0 m e então para 1,0 m. A lâmina tripla onda é fixada na barreira de concreto
com barras roscadas passantes, com plaquetas posteriores. O esquema de
instalação pode ser visto em detalhes no Anexo A da ABNT NBR 6971,
reproduzida parcialmente na Figura 99.

Figura 99 – Transição usando lâmina tripla onda


106

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

Deve-se observar se o terminal da barreira de concreto permite a instalação da


tripla onda, e caso necessário, realizar os ajustes que permitam a fixação deste
sistema.

Outra forma prevista está na Figura A.29 do Anexo A da ABNT NBR 6971
(reproduzida parcialmente na Figura 100), é a transição e conexão de defensa
para elemento rígido usando lâmina adicional.

Figura 100 – Transição usando lâmina adicional

O conceito é mesmo da tripla onda, com a redução gradual dos postes e a


fixação das lâminas com barras roscadas passantes e plaquetas posteriores,
onde a lâmina tripla onda é substituída pelo acréscimo de uma lâmina adicional
recurvada.

A Figura 101 mostra exemplos de dispositivos de transição instalados em


barreira de concreto.
107

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

Figura 101 – Exemplos de dispositivos de transição

10 SINALIZAÇÃO TEMPORÁRIA (OBRAS E


EVENTOS)

A sinalização temporária consiste num conjunto de sinais e dispositivos com


características visuais próprias, tendo como objetivo principal garantir a
segurança dos usuários e dos trabalhadores da obra ou serviço, bem como a
fluidez do tráfego nas áreas afetadas por intervenções temporárias na via.

Essa sinalização tem por finalidade:

• proteger os trabalhadores e os usuários da via em geral;


• advertir os usuários da via sobre o caráter temporário da intervenção;
• canalizar o usuário da via, estabelecendo os limites destinados ao tráfego
e à intervenção;
• fornecer informações precisas, claras e padronizadas;
• regulamentar a circulação e outros movimentos, para reduzir os riscos de
acidentes e congestionamentos;
• assegurar a continuidade dos caminhos e os acessos às edificações
lindeiras;
• orientar os usuários sobre caminhos alternativos;
• diminuir o desconforto causado à população da área afetada pela
intervenção.
108

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

A Sinalização Temporária tem como característica a utilização dos sinais e


elementos de sinalização vertical, horizontal, semafórica, dispositivos auxiliares
e dispositivos de segurança. É constituída por elementos específicos que
apresentam características visuais próprias, para informar e advertir condutores
e pedestres sobre situações anômalas que possam constituir obstáculo à livre
circulação e pôr em risco a segurança dos usuários da via.

Na sinalização temporária, os elementos que compõem a sinalização vertical de


regulamentação, a sinalização horizontal e a sinalização semafórica têm suas
características de forma, dimensões e cores preservadas.

A sinalização vertical de advertência e as placas de orientação de destino


adquirem características próprias de cor, sendo adotadas as combinações das
cores laranja e preta. Entretanto, mantém as características de forma,
dimensões, símbolos e padrões alfanuméricos.

10.1 INTERVENÇÕES
Quando projeto, ou execução da sinalização temporária, devem ser avaliados os
seguintes aspectos da intervenção na via: a abrangência, a duração, a
mobilidade e a previsibilidade da obra, serviço ou evento, a classificação viária
e o levantamento de campo.

10.1.1 Abrangência
A intervenção pode ser pontual ou limitada à seção ou trecho da via.
Dependendo da ocupação e das condições restritivas da obra, serviço ou evento
a ser executado, podem ser necessários desvios de pequeno ou grande porte,
além de outras providências.

Trecho de via rural com características similares à de via urbana (pista, calçada,
guia, sarjeta e outros equipamentos urbanos), deve ser tratado como trecho de
via urbana.
109

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

10.1.2 Duração
A sinalização temporária tem suas características determinadas pelo tempo
necessário à execução da intervenção, que pode ser de curta, média ou longa
duração.

Obra, serviço ou evento de Curta Duração são situações que se caracterizam


pelo uso de dispositivos de fácil transporte e instalação simples, por um período
restrito, independentemente da sua execução ocorrer de dia ou à noite, por
exemplo: acidentes; serviços de manutenção rápidos, enchentes, objetos,
fiscalização, etc.

As obras, serviços ou eventos de média e longa duração envolvem a


necessidade de planejamento e projeto, conforme características do tráfego e da
via, geralmente no período do dia mais conveniente para a sociedade. Exemplos:
restauração do pavimento, reciclagem de base, reconstrução de bueiros, obras
de adequação de capacidade.

10.2 REQUISITOS BÁSICOS


Para garantir os seus objetivos, a sinalização temporária deve:

• Atender ao disposto nos demais volumes do Manual Brasileiro de


Sinalização de Trânsito;
• Estar sempre limpa e em bom estado;
• Manter inalteradas as formas e cores, tanto no período diurno, quanto
noturno;
• Apresentar dimensões e elementos gráficos padronizados;
• Ser colocada sempre de forma a favorecer a sua visualização;
• Ser implantada de acordo com critérios uniformes e de forma a induzir o
correto comportamento do usuário;
• Ser implantada antes do início da intervenção na via;
• Ser iniciada na área de advertência, passar pela área de transição e assim,
sucessivamente, até a área de retorno à situação normal;
• Estar visível apenas durante a efetiva duração da intervenção;
• Ser encoberta nos períodos em que a obra ou serviço for interrompido;
110

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

• Ser totalmente retirada quando a obra ou serviço for concluído, incluindo


a sinalização horizontal utilizada na obra e as placas implantadas no
entorno do desvio, tais como: regulamentação, advertência e orientação
de itinerários ou rotas;
• No caso de obra ou serviço executado em etapas, a sinalização que não
tem relação com a etapa seguinte deve ser totalmente retirada;
• Toda sinalização horizontal provisória utilizada durante a obra que conflite
com a sinalização permanente deve ser totalmente removida ao término
da intervenção.
A sinalização deve compreender a “Área de Obra ou Serviço” e a respectiva
“Área de Influência da Obra ou Serviço”, abrangidas pela interferência,
compreendendo ainda os desvios de tráfego ou rotas alternativas.

O esquema básico para Sinalização temporária podo ser visualizado na Figura


102, sendo a parte superior para vias urbanas e a parte inferior para vias rurais.

Figura 102 – Exemplos de dispositivos de transição


111

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

10.3 SINALIZAÇÃO VERTICAL TEMPORÁRIA


A sinalização vertical temporária utiliza elementos que regulamentam as
obrigações, limitações, proibições ou restrições para a área, via ou trecho da via
em intervenção, adverte os usuários sobre a mudança nas condições da via, as
restrições de acessibilidade e da intervenção em curso naqueles aspectos em
que a segurança e o desempenho podem ser afetados e indicam caminhos
alternativos para a transposição do trecho com obra, serviço ou evento, durante
o seu tempo de duração.
112

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

A sinalização vertical de advertência e as placas de orientação de destino em


situação de obra ou serviço adquirem características próprias de cor, sendo
adotadas as combinações das cores laranja e preta (Figura 103).

As películas utilizadas na confecção das placas devem obedecer à norma


técnica ABNT NBR 14644 – “Sinalização Vertical Viária – Películas – Requisitos”.

No caso de uso de placas pintadas em obras ou eventos exclusivamente diurnos,


o laranja deve obedecer às coordenadas cromáticas descritas na Tabela 32.

Tabela 32 – Coordenadas Cromáticas para placas pintadas

Coordenadas Y
COR
x y mínimo máximo
0,540 0,352
0,615 0,364
Laranja 20 30
0,540 0,400
0,480 0,380

Figura 103 – Exemplos de Sinalização vertical temporária


113

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

10.4 SINALIZAÇÃO HORIZONTAL TEMPORÁRIA


A sinalização horizontal temporária tem a finalidade básica de ordenar o fluxo de
tráfego, canalizar e orientar os condutores e pedestres de modo a aumentar a
segurança e fluidez do tráfego.

O uso da sinalização horizontal durante o período da obra é determinado pela


necessidade de ordenação do tráfego e melhoria da segurança no local,
considerando as características físicas e operacionais da via, em especial o
volume de tráfego, a velocidade e, principalmente, o risco de acidentes
provocado pela intervenção temporária.

Sua utilização pode ser dispensada nos casos de obra de curta duração ou
quando os sinais verticais e os dispositivos de canalização e segurança se
mostram suficientes.

Nas situações em que as condições do pavimento não permitem a imediata


aplicação da sinalização horizontal, esta pode ser substituída por dispositivos
previstos neste Manual de forma a melhorar a segurança viária.

Em situações temporárias, a sinalização horizontal deve ser usada com critério,


pois sua remoção pode danificar o pavimento.

O padrão de cores utilizado em situações temporárias de obra segue as mesmas


disposições contidas no Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito – Volume
IV – Sinalização Horizontal do CONTRAN.

10.5 DISPOSITIVOS AUXILIARES TEMPORÁRIOS


Os dispositivos auxiliares obedecem às cores e demais características
estabelecidas no Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito – Volume VI –
Dispositivos Auxiliares do CONTRAN (MBST VI).

Os dispositivos auxiliares devem atender às especificações das normas técnicas


da ABNT ou especificações superiores. Caso não existam normas específicas
da ABNT, devem ser utilizadas as normas vigentes nos órgãos componentes do
Sistema Nacional de Trânsito ou normas internacionais consagradas.
114

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

Os dispositivos auxiliares permanentes devem ser encobertos ou removidos


quando houver conflito com os que forem utilizados em caráter temporário em
situações de obra, serviço ou evento.

Os dispositivos auxiliares utilizados em situações de uso temporário, como:


obras, serviços ou eventos, tem suas cores alteradas para laranja/branco
refletivo, ou laranja preto, conforme a Figura 104:

Figura 104 – Exemplos de dispositivos auxiliares de uso temporário

Quando dispositivos auxiliares de uso móvel forem dispostos longitudinalmente


ao fluxo de veículos, o espaçamento (d) deve variar em função da velocidade de
aproximação. A Tabela 33

Tabela 33 apresenta o espaçamento:

Tabela 33 – Espaçamento longitudinal


Velocidade Espaçamento - d
(km/h) (m)
V ≤ 40 3
40 < V ≤ 60 8
60 < V ≤ 100 10
100 < V ≤ 120 15
115

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

Nos itens a seguir serão mencionados alguns outros dispositivos mais utilizados
em situações de obra. Outros dispositivos e mais detalhes podem ser
consultados no Capítulo 9 do MBST VI.

10.5.1 Barreiras Plásticas


Barreiras plásticas são dispositivos utilizados para canalizar ou bloquear o fluxo
de veículos em faixas de trânsito diferentes daquelas em que estão circulando
em obra de média ou longa duração.

Os módulos são ocos, com orifícios que permitem o seu preenchimento com
água, aumentando sua estabilidade e resistência a choques. Devem ser
acoplados lateralmente, solidarizados de maneira contínua e sem aberturas,
para isolar a área de obra do tráfego de pedestres e veículos.

Os módulos devem ser na cor laranja, apresentando em sua parte superior faixas
inclinadas a 45º e alternadas nas cores branca retrorrefletiva e laranja, conforme
a Figura 105. As barreiras plásticas devem atender à ABNT NBR 16331.

Figura 105 – Barreira Plástica

10.5.2 Barreiras fixas e móveis


São dispositivos utilizados em situações temporárias para fechar, restringir ou
canalizar o fluxo de tráfego. As barreiras podem ser fixas ou móveis, podendo
ter setas a 45° (Figura 106).
116

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

Figura 106 – Exemplos de Barreiras fixas e móveis

As barreiras móveis devem atender à ABNT NBR 16330. Podem ser utilizadas
para transferir o fluxo de veículos para as faixas de trânsito remanescentes da
pista ou para desvios. Além disso, para delimitar a área da obra ou serviço nas
situações em que é permitido o tráfego ao longo do trecho em intervenção.

A barreira móvel deve ser colocada sempre frontal ao fluxo, respeitados os


seguintes espaçamentos entre elas (Figura 107):

• em teiper (trecho A): até 10 m;


• longitudinal ao fluxo (trecho B): entre 10 e 20 m.

Figura 107 – Posicionamento de barreiras móveis


117

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

As barreiras fixas devem ser utilizadas em toda a seção transversal a ser


bloqueada e, no caso de se permitir o acesso de veículos, máquinas e
equipamentos, devem ser mantidos trechos sem barreira com passagem
controlada. Nos casos em que não haja espaço para colocação de barreiras
móveis, as barreiras fixas podem ser utilizadas em substituição às primeiras,
conforme o esquema da Figura 107.

10.6 ELEMENTO LUMINOSO COMPLEMENTAR


Dispositivo utilizado para aumentar a eficácia da sinalização temporária em via
iluminada ou não, nas situações de obra ou serviço realizado à noite ou em locais
de baixa luminosidade natural.

A leveza e a portabilidade desse dispositivo luminoso são vantagens que


facilitam o seu manuseio para complementar a sinalização temporária, tornando-
a mais eficaz.

Pode conter luz intermitente, contínua ou sequencial e ser fixo ou portátil, sendo
que:

• a luz intermitente é eficiente para atrair a atenção dos usuários da via;


• a luz sequencial auxilia no reconhecimento e detecção da canalização;
• a luz contínua auxilia no delineamento do limite da área de intervenção.

Os elementos luminosos podem complementar a visualização noturna de outros


dispositivos auxiliares, sendo instalados junto a eles, tais como cones, barreiras,
balizadores. A Figura 108 apresenta exemplos dos dispositivos mais utilizados,
porém outros, com diferentes tecnologias, podem se tornar substitutos eficientes
desde que apresentem o mesmo efeito.
118

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

Figura 108 – Elemento luminoso complementar

10.7 DIVULGAÇÃO E COMUNICAÇÃO SOCIAL


Nas intervenções que exigem desvios de tráfego ou causam grandes transtornos
aos usuários, salvo em situações de emergência, é necessário que se
estabeleça um plano de comunicação social antecipadamente.

Nesse plano, podem ser utilizados elementos de comunicação direta, como


reunião com as comunidades afetadas, distribuição de folhetos à população local
e aos usuários da via, ou de comunicação indireta, utilizando a mídia, como
jornais, emissoras de rádio ou televisão e outros meios.

O usuário deve ser informado previamente, com no mínimo 48 horas de


antecedência, sobre a interdição a ser realizada, os trechos com intervenção e
a sua duração, indicando os caminhos alternativos a serem utilizados, conforme
legislação vigente. Nas situações de emergência, a comunicação pode ser feita
utilizando os painéis de mensagens variáveis, a mídia e as redes sociais.

Os elementos e a forma de comunicação mais frequentes são:

• Folhetos;
• Faixas;
• Painéis de Mensagens Variáveis;
• Assessoria de imprensa.
As comunicações de assessoria de imprensa devem detalhar as informações
mais úteis para os usuários afetados, tais como:
119

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

• local, tipo e objetivo da intervenção;


• duração e responsáveis pela obra (concessionária e empreiteira);
• data e horário da interdição;
• alterações no sistema viário;
• esquema operacional;
• impactos prováveis;
• recomendações aos usuários;
• telefone para informação ou reclamação.

10.8 Projetos-tipo de sinalização temporária


Os projetos de sinalização temporária devem ser elaborados em função do tipo
de obra ou serviço, e devem atender ao disposto no Manual Brasileiro de
Sinalização de Trânsito, Volume VI – Dispositivos Auxiliares (MBST VI). Nele são
apresentados 20 projetos-tipo para via urbana e 18 para vias rurais,
considerando as situações mais frequentes.

Deve ser ressaltado que estes são o mínimo referencial daquele manual,
podendo ser acrescentados/modificados por estudos de engenharia visando
proporcionar melhor segurança e eficiência nas diversas situações de campo. A
Figura 109 exemplifica um projeto tipo do Capítulo 14 do MBST VI.
120

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

Figura 109 – Projeto-tipo 2 para via Rural do MBST VI


121

SINALIZAÇÃO VIÁRIA - Módulo 3

11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 6971: Segurança no tráfego –
Defensas metálicas – Implantação. 2ª Edição. Rio de Janeiro, 2012.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 14885: Segurança no tráfego —


Barreiras de concreto. 3ª Edição. Rio de Janeiro, 2016.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 15486: Segurança no tráfego —


Dispositivos de contenção viária — Diretrizes de projeto e ensaios de impacto. 2ª Edição. Rio de
Janeiro, 2016.

BRASIL. Conselho Nacional de Trânsito. Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito Volume I –


Sinalização Vertical de Regulamentação. 2ª Edição. Brasília, 2007.

BRASIL. Conselho Nacional de Trânsito. Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito Volume II –


Sinalização Vertical de Advertência. Brasília, 2007.

BRASIL. Conselho Nacional de Trânsito. Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito Volume III –
Sinalização Vertical de Indicação. Brasília, 2014.

BRASIL. Conselho Nacional de Trânsito. Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito Volume IV –


Sinalização Horizontal. Brasília, 2007.

BRASIL. Conselho Nacional de Trânsito. Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito Volume V –


Sinalização Horizontal. Brasília, 2014.

BRASIL. Conselho Nacional de Trânsito. Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito Volume VI –


Dispositivos Auxiliares. Brasília, 2021.

BRASIL. Conselho Nacional de Trânsito. Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito Volume VII –
Sinalização Temporária. Brasília, 2017.

BRASIL. Conselho Nacional de Trânsito. Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito Volume VIII –
Sinalização Cicloviária. Brasília, 2021.

BRASIL. Conselho Nacional de Trânsito. Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito Volume IX –


Cruzamentos Rodoferroviários. Brasília, 2021.

MARVITEC. Defensa metálica valor. Disponível em https://www.marvitec.com.br/defensa-metalica-


valor. Acesso em 09 de junho de 2022.

Você também pode gostar