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FORMAÇÃO ECONÔMICA E

TERRITORIAL DO BRASIL

Prof. Karina Furini


COMPONENTES

INARA RAMIRO

WÁLESSON WESLLEI
CAPÍTULOS ABORDADOS

NOVO EQUILÍBRIO
ECONÔMICO

A DECADÊNCIA DO
TRABALHO SERVIL E
SUA ABOLIÇÃO
INTRODUÇÃO
Iremos observar tanto no texto de Caio Prado, quanto no texto
complementar a importância do surgimento de um novo ciclo
econômico para Brasil, e como se deu o processo de decadência e
abolição do trabalho servil.

Notaremos como este novo ciclo vai ser fundamental para a formação
do Brasil modificando sua estrutura, em diversos aspectos, tanto social,
político e econômico.

Ao longo veremos como a abolição da escravatura foi um processo lento


e complexo. Como as leis que foram sendo criadas desfavoreciam essas
pessoas de várias maneiras.
NOVO EQUILÍBRIO ECONÔMICO
O Desenvolvimento da lavoura cafeeira foi um fator primordial para o
novo reajuste econômico do Brasil, tendo em vista que o Brasil
encontrava-se abalado, desde a transferência da corte para o Rio de
Janeiro e a sua emancipação política.

Até 1860, a produção de café do Rio de Janeiro era líder no país,


atingindo 78,5% da produção total.

Este novo ciclo econômico restaurou as contas internas do Brasil.

Essa ascensão deste nova fase permitiu o aparelhamento técnico do país,


como a construção das ferrovias, desenvolvimento de meios de
comunicação e mecanização das industrias rurais.
LAVOURA CAFEEIRA

Introduzida no Brasil no início do século XVIII, a cafeicultura ocupou


inicialmente as províncias do Rio de Janeiro e Minas Gerais. No século
XIX, a produção chegou à província de São Paulo, primeiro no vale do
Paraíba e, depois, na região denominada Oeste Paulista.

O cafeeiro necessitava de clima quente e úmido, além de solo rico,


encontrado nessas regiões, onde a planta apresenta grande
produtividade.

A cafeicultura no Brasil beneficiou-se da estrutura escravista do país,


sendo incorporada ao sistema plantation.
NOVO EQUILÍBRIO ECONÔMICO

O cultivo e a expansão do café no país atravessaram algumas fases


históricas bem definidas.

A primeira teve base no trabalho compulsório e como principal cenário


o Vale do Paraíba.

A próxima fase da expansão cafeeira ocorreu no Oeste Paulista. A


produção que se desenvolveu no local deu-se de forma distinta: ao invés
do trabalho escravo, utilizou-se o trabalhador livre; em vez dos barões,
coronéis; e houve a implantação das estradas de ferro.
NOVO EQUILÍBRIO ECONÔMICO

A terceira fase, desenvolvida no extremo oeste paulista e no norte do


Paraná, é caracterizada pela existência de pequenas propriedades.

Uma última fase inicia-se em 1973, com o deslocamento dos cafezais


para o Cerrado Mineiro.
FATORES QUE CONTRIBUÍRAM
PARA O NOVO EQUILÍBRIO
ECONÔMICO
Não foi somente uma consequência imediata que contribuiu para o
desenvolvimento da lavoura cafeeira, surge também o efeito de reforçar
a estrutura tradicional da economia brasileira, e o restabelecimento de
relações com a Inglaterra.

A Inglaterra voltará a concorrer, como nos primeiros tempos da


abertura dos portos, com suas atividades e capitais.

A contribuição inglesa mais importante, sem sombra de duvidas foram


os empréstimos públicos.
FATORES QUE CONTRIBUÍRAM
PARA O NOVO EQUILÍBRIO
ECONÔMICO

Até o fim do Império o Brasil contaria com mais de onze empréstimos


num valor global de 60 milhões de libras.

A alta produtividade exigia mais plantios, fazendo o café se deslocar


para o interior. Isso aumentou os custos de transporte, acarretando na
implantação de ferrovias.

O capital inglês foi utilizado para a construção das estradas de ferro,


desenvolvimento das industrias e aparelhamento dos portos.
FATORES QUE CONTRIBUÍRAM
PARA O NOVO EQUILÍBRIO
ECONÔMICO

A abolição do tráfico foi um fator que contribuiu para as finanças do


país, pois o valor que era pago anualmente por dezenas de milhares de
escravos, era quase o mesmo valor das demais importações.

A modificação da política tarifaria, que em 1810 era somente cobrado


cerca de 15% de tarifa alfandegária. Em 1844, a uma elevação nessa taxa
para 30%, assim permitindo um crescimento na renda pública.

Ademais em 1860, quando os direitos são elevados para 50% , aparecem


as primeiras manufaturas, que fortaleceram a economia geral do país.
A DECADÊNCIA DO TRABALHO
SERVIL E SUA ABOLIÇÃO
Em 1831 é apresentado um projeto de abolição da escravidão, porém a
Câmera se recusou a tomar conhecimento.

Ao analisar nas imprensa da época, eles não tratavam o problema


escravista com sua devida importância.

Havia uma massa imensa de escravos que permeavam os poros da


sociedade brasileira.

Somente em 1850 a escravidão começa entrar em debate, com a


repreensão do tráfico de escravos.
A DECADÊNCIA DO TRABALHO
SERVIL E SUA ABOLIÇÃO

Em 1852 aparecem diversos projetos, visando a alforria dos escravos


pelos quais se oferecia o respectivo preço.

Ao passar dos anos surgem diversos problemas, os efeitos da suspensão


do tráfico começam logo a se fazer sentir. A lavoura começa a sentir a
falta de braços.

No período da ascensão do café, necessitava-se de forças produtivas, e o


simples crescimento da população trabalhadora não era suficiente.
Deste modo, foram criadas leis que aumentassem a escravidão existente.
A DECADÊNCIA DO TRABALHO
SERVIL E SUA ABOLIÇÃO
Em 1950 observa-se uma intensa onda migratória nas lavouras de café,
que resulta em trabalhadores escravos e europeus livres trabalhando
juntos.

O inicio das manufatureiras do país foi um dos fatores da aboliçãodo


trabalho servil, eles não empregavam trabalhadores servis, sem contar
que o preço dos salários era mais em conta que o preço dos escravos.

O escravo correspondia a um capital fixo cujo o ciclo tinha a duração de


sua vida, já o assalariado fornecia o subtrabalho sem adiantamentos ou
riscos.
A DECADÊNCIA DO TRABALHO
SERVIL E SUA ABOLIÇÃO

"Nestas condições, o capitalismo é incompatível com a escravidão; o


capital, permitindo dispensá-la, a exclui. É o que se deu com o advento
da indústria moderna".

É baseado nestas acentuações que gera-se em 1860 uma real tomada de


decisões em relação a escravidão, ela já está sendo muito discutida,
surgem livros, folhetos, artigos, entre outros.

A questão é analisada a fundo, em todos os aspetos, tanto econômico,


social e político.
A DECADÊNCIA DO TRABALHO
SERVIL E SUA ABOLIÇÃO
O instituto de Advogados do Rio de Janeiro, foi a mais antiga
manifestação franca e decidida em favor da emancipação dos escravos.

Inicialmente, seria ao extremo de pedir a abolição total do regime servil:


procuram-se meios de chegar a uma solução conciliatória que
harmonize na medida do possível os interesses em jogo e traga a
extinção gradual e suave da escravidão, sem choques graves e
comprometedores do equilíbrio econômico e social do país.

A posição internacional do Brasil foi uma circunstância primordial que


na época acentuou as contradições ideológicas do regime escravista,
contribuindo grandemente para a evolução da questão.
A DECADÊNCIA DO TRABALHO
SERVIL E SUA ABOLIÇÃO

Já em 1865, o assunto em questão não obteve grandes avanços. Tendo em


vista que o Brasil se empenharia junto com a Argentina e o Uruguai na
guerra contra o Paraguai, sendo usado como pretexto pra adiar o debate.

Porém tal estratégia não abala a opinião pública, a ideia de emancipação


começa a ganhar forças conquistando forças políticas importantes,
fazendo com que o imperador organize em 1868 um ministério
fortemente conservador e francamente escravocrata, cujo primeiro ato é
dissolver uma Câmara já excessivamente libertadora.
A DECADÊNCIA DO TRABALHO
SERVIL E SUA ABOLIÇÃO
Este fato terá grande repercussão na evolução política do Brasil, pois
provocará a polarização das forças conservadoras e reformistas.

Definem-se assim, campos de lutas. De um lado a base antiescravista


toma grandes proporções. Já do outro, não haviam mais pretextos pra
adiar o assunto, acrescentando novas circunstâncias em favor da causa
libertadora.

A guerra pusera em relevo as debilidades orgânicas de um país em que a


massa da população era constituída de escravos.
A DECADÊNCIA DO TRABALHO
SERVIL E SUA ABOLIÇÃO
Encontraram-se as maiores dificuldades no recrutamento de tropas, e
foi-se obrigado a recorrer a escravos, desapropriando-os de seus
senhores e concedendo-lhes alforria.

Além disto o Brasil, embora vitorioso, saía da guerra humilhado, não


somente em face dos aliados, mas resistência conservadora do Conselho
de Estado e dos grupos políticos mais fortes naquele momento.

É criada, em 1871, a Lei do Ventre Livre, tal lei declarava que os filhos de
escravos nascidos naquela data em diante eram livres. Todavia, a lei não
tinha tanta significância,
A DECADÊNCIA DO TRABALHO
SERVIL E SUA ABOLIÇÃO

É criada no Rio de Janeiro, em 1880, duas sociedades abolicionistas: A


Sociedade Brasileira contra a Escravidão e a Associação Central
Emancipadora. Com o apoio de vários jornais e revistas, mais tarde, em
1883 organiza-se a Confederação Abolicionista.

Há uma agitação do povo pela entrada em cena dos maiores e mais


direitos interessados. Os mesmos reagem contra seu estado por meio de
fugas coletivas e abandono em massa das fazendas.

A lei do sexagenário em 1885, concedia liberdade aos escravos maiores


de 60 anos.
A DECADÊNCIA DO TRABALHO
SERVIL E SUA ABOLIÇÃO
Há uma grande luta contra os governos escravocratas no Brasil.

Os escravos declararam guerra contra os grandes fazendeiro, em uma


população de menos de 14 milhões onde 800 mil eram escravos poderia
ser uma grande ameaça para o estado, que se “aquieta”. Logo a
campanha estava ganha para os abolicionista.

Em março de 1888 cai o último governo escravocrata do Brasil. Mais


tarde, em maio de 1888, a assembleia geral vota, e com quase uma
unanimidade cria a lei Áurea que aboliu a escravidão no país.
CONCLUSÃO
Portanto, nota-se como a economia cafeeira foi fundamental para a
recuperação do Brasil, após o decaimento da cana-de-açúcar e
mineração.

O novo equilíbrio econômico permitiu a reestruturação do país.

O processo de abolição e decadência do trabalho servil foi discutido


desde o início do século XIX, porém a abolição foi adiada por quase 80
anos

A abolição ocorreu por meio da Lei Áurea, foi a conclusão de uma


campanha popular que pressionou o Império para que a escravidão
fosse abolida de nosso país.
Referências
Prado Junior, Caio. História Econômica do Brasil. São Paulo:
Brasiliense. Edição 26°. São Paulo: 1970.

Nagay, Julio Hidemitsu Corrêa. Café no Brasil: Dois séculos de


história. v.3, n.1, p.1-86, jun.1999.
FIM
Obrigado pela atenção!!!!

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