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CIEP BRIZOLÃO 166 ABÍLIO AUGUSTO TÁVORA

HANNA MARINHO - 37
PALOMA LOHANE - 19
RAQUEL CRISTINA - 26
THAMIRES REGINA - 31
VICTOR DA SILVA - 33

PROCESSO DE ABOLIÇÃO DA ESCRAVIDÃO NO BRASIL

NOVA IGUAÇU, RJ
Novembro, 2019
HANNA MARINHO - 37
PALOMA LOHANE - 19
RAQUEL CRISTINA - 26
THAMIRES REGINA - 31
VICTOR DA SILVA - 33

PROCESSO DE ABOLIÇÃO DA ESCRAVIDÃO NO BRASIL

Trabalho desenvolvido como


parte da avaliação referente a
obtenção de nota bimestral na
disciplina de História. Turma: 2002
Prof. José Henrique.

NOVA IGUAÇU, RJ
Novembro, 2019
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 3
1831 – LEI FEIJÓ (Lei para Inglês ver) ................................................................. 4
1850 – LEI EUSÉBIO DE QUEIRÓS (Fim do Tráfico Negreiro) ............................ 4
1871 – LEI DO VENTRE LIVRE ........................................................................... 5
1885 – LEI DOS SEXAGENÁRIOS .......................................................................5
1888 – LEI ÁUREA ................................................................................................ 6
CONCLUSÃO ........................................................................................................ 8
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................... 9
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INTRODUÇÃO

O Brasil foi o último país das Américas a abolir a escravidão em seu


território. A abolição aconteceu de forma bem lenta para atender os interesses das
elites rurais do país.
A partir do Segundo Reinado, o Brasil iniciou um processo lento e bem
gradual que levou o país a abolir a escravidão dos negros de origem africana. Esse
processo lento fez com que o país fosse o último das Américas a pôr fim ao trabalho
escravo e evidenciou o sucesso das elites latifundiárias em obter concessões e fazer
com que essa mudança não acontecesse de maneira brusca.
O processo de abolição começou com a Lei Feijó de 7 de novembro de
1831, seguida pela Lei Eusébio de Queirós de 1850, depois veio a Lei do Ventre
Livre de 1871, a Lei dos Sexagenários de 1885 e finalizada pela Lei Áurea em 1888.
O projeto de lei que extinguia a escravidão no Brasil foi apresentado à Câmara
Geral, atual Câmara dos Deputados, pelo ministro da Agricultura da época, Rodrigo
Augusto da Silva, em 8 de maio de 1888. Foi votado e aprovada nos dias 9 e 10 de
maio, na Câmara Geral.
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1831 - LEI FEIJÓ (Lei para Inglês ver)

Após conquistar sua independência, o Brasil era uma nação totalmente


dependente do uso da mão de obra escrava de origem africana. Por parte das elites
agrárias brasileiras, não havia intenção de colocar fim a essa instituição no país, e
as necessidades do escravismo brasileiro eram supridas, em grande quantidade,
pelo tráfico negreiro.
No entanto, a Inglaterra era uma ameaça aos interesses das elites
brasileiras, pois essa nação europeia era uma defensora ardorosa do fim da
escravidão e pressionava fortemente o Brasil para que isso acontecesse aqui. As
pressões dos ingleses, inclusive, ocasionaram um acordo em 1826, no qual o Brasil
comprometia-se a acabar com o tráfico negreiro em até três anos.
Esse acordo levou ao decreto de uma lei em 1831, que aprovou o fim do
tráfico negreiro no Brasil. Contudo, nomeada como Lei Feijó, ela não foi cumprida e
ficou conhecida apenas como lei “para inglês ver”. Apesar dessa lei, existem
estatísticas que afirmam que, nas décadas de 1820 e 1830, uma média de 35 mil
escravos por ano foi trazida ao Brasil. Isso comprova a alta demanda brasileira por
escravos africanos.
O historiador Carlos Eduardo Moreira Araújo aponta que, entre 1831 e 1845,
cerca de 470 mil africanos chegaram ao Brasil por meio do tráfico ultramarino.

1850 – LEI EUSÉBIO DE QUEIRÓS (Fim do Tráfico Negreiro)

Essa situação fez com que a Inglaterra adotasse medidas mais rígidas, de
maneira a forçar o fim do tráfico negreiro no Brasil. Como o governo brasileiro havia
manifestado intenção de não renovar acordos de cooperação para acabar com essa
prática, a Inglaterra decretou em seu parlamento, em 9 de agosto de 1845, o Bill
Aberdeen.
O Bill Aberdeen, também conhecido como Slave Trade Supression Act,
permitia que a Inglaterra agisse como força policial no Oceano Atlântico, dando
direitos à Marinha Inglesa de aprisionar e atacar navios negreiros, caso fosse
necessário. Essa medida foi responsável por aprisionar aproximadamente 400
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embarcações negreiras e forçou o Brasil a tomar ações enérgicas para garantir o fim
do tráfico negreiro.
Assim, em 1850, para resguardar a sua soberania – ameaçada pelas
embarcações inglesas –, foi decretada a Lei Eusébio de Queirós, que proibia o
tráfico negreiro no país. A Lei Eusébio de Queirós, diferentemente da Lei Feijó, foi
efetivamente aplicada e, em praticamente três anos, esse mercado já estava extinto
no Brasil.

1871 – LEI DO VENTRE LIVRE

Em 1871, foi decretada uma nova lei que apresentava avanços no sentido
de promover a abolição no Brasil, mas ainda dentro da proposta de garantir que
esse processo acontecesse de maneira morosa. Essa lei ficou conhecida como Lei
do Ventre Livre e decretava que todo filho de escravo nascido no Brasil a partir de
1871 teria sua liberdade garantida ao completar 21 anos. O dono do escravo poderia
libertá-lo precocemente aos oito anos em troca de uma indenização.
O decreto dessa lei faz sentido quando se analisa que, após a Guerra do
Paraguai(encerrada em 1870), a adesão ao movimento abolicionista cresceu
consideravelmente, inclusive no seio do exército. Apesar disso, a Lei do Ventre Livre
teve baixo impacto, uma vez que pouquíssimos escravos foram entregues aos oito
anos.
Ainda assim, o crescimento do movimento abolicionista foi considerável, e
nomes como José do Patrocínio e André Rebouças destacaram-se na luta pelo
fim dessa instituição no Brasil. A decadência da escravidão, sobretudo no Norte e
Nordeste do Brasil, fez com que estados, como o Ceará, decretassem a abolição da
escravidão em seu território por conta própria em 1884.

1885 – LEI DOS SEXAGENÁRIOS

No ano seguinte, portanto em 1885, a Lei dos Sexagenários foi decretada.


Ela foi vista como uma grande derrota pelos abolicionistas, pois refletia a
possibilidade de adiar por mais tempo o decreto da abolição. A Lei dos
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Sexagenários determinou que todo escravo a partir de 65 anos de idade seria


considerado livre. Essa lei foi considerada uma piada nacional, pois pouquíssimos
escravos alcançavam essa idade e não dava garantias de sustento para aqueles
que fossem libertos em uma idade tão avançada.
Nesse contexto, os cafeicultores paulistas já estavam investindo fortemente
em mecanismos que garantiam a atração de imigrantes para substituir a escravidão.
A decadência da instituição da escravidão, nessa época, foi intensificada pelos
reflexos negativos que sua manutenção trazia ao Brasil internamente e
externamente.
Na década de 1880 a campanha abolicionista ganha força e diversos atores
sociais participaram delas, com suas variadas classes sociais. Joaquim Nabuco foi
um importante nome do abolicionismo. Vindo de uma família de proprietários de
terras em Pernambuco fez frente ativa à campanha abolicionista. José do Patrocínio
foi outro importante nome do contexto. Filho de um dono de escravizados com uma
mulher negra, foi o responsável pelo jornal Gazeta da Tarde, meio de propagação
das ideias abolicionistas. André Rebouças, que hoje nomeia uma importante avenida
da cidade de São Paulo, foi outro importante adepto destes ideais. Por fim, Luís
Gama, filho de Luísa Mahin, uma negra africana livre, que foi vendido ilegalmente e
escravizado, fugiu, formou-se soldado e depois atuou como jornalista e advogado da
cidade de São Paulo. Estes homens de origens sociais diversas foram expoentes da
campanha abolicionista e importantes atores na defesa do fim da escravidão no
país.
O país era o único das Américas que ainda mantinha essa mão de obra (os
Estados Unidos haviam abolido a escravidão em 1863, e Cuba, em 1879). Além
disso, nos quadros internacionais, isso refletia negativamente para o país, uma vez
que nações como Inglaterra e França criticavam abertamente o país por isso. Por
fim, rebeliões de escravos estavam acontecendo com frequência – muitas
incentivadas por abolicionistas.

1888 – LEI ÁUREA

Entre 1885 e 1888 houve uma fuga em massa dos escravizados das
fazendas paulistas, incentivados por ativistas. Neste cenário as elites paulistas,
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observando a derrocada do sistema escravagista, apressaram o plano de imigração


para dar conta da produção cafeeira.

Antonio Prado, senador conservador e representante do Oeste Paulista,


ainda tentou conter os danos aos fazendeiros que seriam causados pela libertação
irrestrita dos escravos. Ele defendeu que se libertassem os escravos, mas
garantindo indenização aos senhores, bem como a prestação de serviços por mais
três meses, garantindo a colheita seguinte. A medida de Prado teve oposição dos
liberais. Por fim optou-se pela abolição sem restrições, que foi aprovada pela maioria
do Senado e assinada pela Princesa Isabel, então na regência do trono.

Com a Lei Áurea sancionada o destino dos ex-escravos foi diverso e variou
em cada região do país. Se no Nordeste estes homens e mulheres viraram
dependentes de grandes proprietários de terras, no Vale do Paraíba a situação foi
diferente. Alguns viraram peões de gado, outros parceiros nas fazendas de café. Um
dos principais destinos foram as cidades, especialmente São Paulo e Rio de Janeiro.
Com a fuga em massa buscaram colocação no mercado de trabalho nos centros
urbanos, então mais atrativos. Os serviços eram irregulares e com baixa
remuneração. Em cidades como São Paulo os imigrantes ocupavam os empregos
fixos, enquanto os ex-escravos atuavam como engraxates, barbeiros, quitandeiras.
Quanto menor era a intensidade da imigração europeia, maiores oportunidades os
libertos tiveram.

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CONCLUSÃO

A abolição da escravatura no Brasil foi resultado de um processo longo,


lento e concluído por meio de muita mobilização popular. Diferentemente do que os
defensores da monarquia afirmavam, a abolição da escravatura não aconteceu por
uma decisão de bondade da princesa Isabel, mas foi resultado de uma intensa
mobilização popular que pressionou a monarquia brasileira a abolir o trabalho
escravo no Brasil.
A abolição da escravatura no Brasil pode ser explicada por uma junção de
fatores, destacando-se a luta abolicionista realizada pelos próprios escravos, a
mobilização de grupos abolicionistas que davam apoio aos escravos, a mobilização
política de determinada ala da sociedade brasileira.
Outros fatores também podem ser apontados em relação a esse assunto,
como a pressão internacional para que o Brasil abolisse essa forma de exploração
do trabalho, uma vez que a escravidão já era vista como um atraso para o padrão
civilizacional que se consolidava na segunda metade do século XIX e também pelo
fato de a escravidão ser um entrave para o desenvolvimento do capitalismo aqui no
Brasil.
Com a Lei Áurea, assinada em 13 de maio de 1888, aproximadamente 700
mil escravos ganharam a liberdade.
Apesar de abolir a escravidão, o governo brasileiro não criou nenhum
mecanismo que garantia a integração do negro na sociedade brasileira. Assim, essa
parte da população foi colocada às margens e, sem oportunidades, não teve
chances de ascender socialmente, o que provocou os altos níveis de desigualdade
que caracterizam a sociedade brasileira.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. LENTO PROCESSO DA ABOLIÇÃO DA ESCRAVIDÃO NO BRASIL. Disponível


em: <https://www.geledes.org.br/o-lento-processo-da-abolicao-da-escravidao-
norasil/?
gclid=EAIaIQobChMI1oDt0Ye95QIVj4eRCh04XgSaEAAYASAAEgLLZvD_BwE>.
Acesso em 25.10.2019 ás 10:35.
2. A ABOLIÇÃO DA ESCRAVIDÃO NO BRASIL. Disponível em:
<https://escolakids.uol.com.br/historia/a-abolicao-da-escravidao-no-brasil--
1888.htm>. Acesso em 25.10.2019 ás 16:21.
3. ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA. Disponível em:
<https://mundoeducacao .bol.uol.com.br/historiageral/abolicao-escravatura.htm>.
Acesso em 28.10.2019 ás 14:21

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