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AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DO FUNDÃO
Que fatores atrasaram a modernização portuguesa durante a primeira metade do século XIX?
Até meados do século XIX, Portugal permanecia um país típico do Antigo Regime: pouco
industrializado, com uma economia rural e de baixo nível de produtividade. Na verdade, são vários os
fatores que podem explicar este atraso. Além da instabilidade política, coexistiram aspetos de ordem
económica que dificultaram a modernização: solos pobres, terrenos incultos, escassa utilização de adubos e
fertilizantes, falta de investimento no setor agrícola, agricultura de subsistência e mercado interno pobre,
inexistência de uma rede de transportes que facilitasse a circulação de produtos e pessoas. Perante este
cenário, as preocupações dos políticos continuaram a dirigir-se para a modernização do setor agrícola.
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vinho, do arroz e da batata; incentivou-se a criação de gado; criaram-se instituições que facilitassem o acesso
ao crédito.
A rápida industrialização do país tardava em chegar: o mercado interno era pouco desenvolvido;
escasseavam matérias-primas, mão de obra qualificada e capital, mantendo Portugal economicamente
dependente do estrangeiro (Inglaterra). A partir da década de 1870, deu-se o definitivo arranque industrial:
as indústrias têxtil (algodão e lã), moagem, conservas, cortiça, adubos e metalomecânica desenvolveram-se
graças à aplicação da máquina a vapor. E surgiram, em Lisboa, Porto e Covilhã, as grandes concentrações
fabris.
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Ao longo do século XIX verificou-se um acentuado crescimento demográfico, variável de acordo com
a região. Perante uma economia pouco produtiva e difíceis condições de vida, milhares de portugueses
partiram em busca de fortuna. Oriundos de Braga, Porto, Aveiro, Coimbra e Lisboa, os emigrantes partiam,
sobretudo, em direção ao Brasil, com a esperança de enriquecerem e regressarem à sua terra natal. Na
verdade, foram poucos os brasileiros de torna-viagem (como ficaram conhecidos) que regressaram com
grandes fortunas. A emigração teve consequências na economia portuguesa: multiplicou as transações
bancárias e ajudou no equilíbrio da dívida de Portugal, diminuindo a sua dependência em relação ao
estrangeiro.
Do ponto de vista social, a Regeneração favoreceu a ascensão da burguesia que passou a controlar
a economia e a ter acesso privilegiado a cargos políticos, à administração pública e aos títulos de nobreza.
Impondo a sua mentalidade e valores, os barões do liberalismo constituíam uma minoria que dominava o
poder.
Em lado oposto encontrava-se o operariado. Embora pouco numeroso, os operários enfrentavam
difíceis condições de ida. Os patrões, interessados no lucro rápido e fácil, apreciavam o trabalho feminino e
infantil, principalmente no setor têxtil. As duras condições de vida levaram o operariado a organizar-se em
sindicatos para melhor defenderem os seus interesses. Em 1853, fundou-se o Centro Promotor do
Melhoramento da Classe Laboriosa. Na década de 1870, aconteceram as primeiras greves e, em 1890, em
Portugal, começou-se a comemorar o Dia do Trabalhador, o 1º de maio. Estas iniciativas contribuíram para
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a publicação de legislação que defendesse os direitos dos trabalhadores, regulamentando o trabalho infantil
e garantindo a segurança dos operários.
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