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1. Caracterizar o desenvolvimento industrial português na segunda metade do século XIX.

No início do século XIX, a transformação das matérias-primas era realizada em pequenas oficinas. As
máquinas eram movidas utilizando a força dos artesãos, dos animais, da água e do vento. A partir da segunda
metade do século XIX, com a invenção da máquina a vapor, apareceram as fábricas, onde trabalhavam
muitos operários especializados numa determinada função.

O desenvolvimento industrial deu-se principalmente no norte e centro do país. No norte, surgiu a


indústria têxtil e de conservas de peixe. No centro, a indústria metalúrgica, química e do tabaco. A
concentração das indústrias nestas zonas deveu-se à existência de melhores transportes, que permitiam
receber e distribuir os produtos.

Em Portugal, o desenvolvimento industrial foi mais lento do que o resto da Europa devido à guerra civil,
à falta de mão de obra qualificada e ao difícil acesso a matérias-primas.

2. Reconhecer os objetivos e as consequências da expansão da rede de transportes e comunicação


iniciada por Fontes Pereira de Melo.
No início do século XIX, as estradas portuguesas estavam em mau estado de conservação e os meios de
transporte eram antiquados. O que levou a Fontes Pereira de Melo a impulsionar a construção de estradas,
pontes, viadutos, caminhos de ferro, faróis nas zonas costeiras e portos artificiais. Esta modernização
expandiu-se também para os meios de comunicação, introduziu-se o selo postal adesivo e surgiram os
marcos do correio. A comunicação à distância foi facilitada com o telégrafo elétrico e com a rede de
telefones de Lisboa. Também se verificou um aumento da venda de jornais e revistas.

Como consequência da modernização do país, verificou-se um aumento da circulação de pessoas e


produtos e o alargamento do mercado nacional. Portugal começou a ser visto como um país com
possibilidade de criar emprego e desenvolvimento econômico. Mas, para financiar a modernização do país
foi necessário pedir grandes empréstimos ao estrangeiro, o que provocou um aumento dos impostos e
instalou uma grave crise financeira em Portugal.

3. Conhecer as medidas tomadas pelos liberais na educação e na justiça.


Reformas do ensino:
• Construção de escolas primárias
• Tornaram o ensino primário obrigatório e gratuito
• Construção de liceus
• Criação de escolas comerciais, industriais e agrícolas

Apesar das medidas tomadas, a maioria da população continuou analfabeta e uma pequena minoria
tinha acesso ao ensino superior.

Reformas na justiça:
Os liberais, influenciados pelos princípios da igualdade e liberdade publicaram lei que defendiam os
direitos humanos e, por isso, levaram à extinção:

• Da pena de morte
• Das “rodas dos enjeitados”, criando hospícios para receber as crianças
• Da escravatura
• Dos castigos corporais
4. Relacionar o aumento da população com as inovações introduzidas na agricultura.
Na segunda metade do século XIX, o aumento da produção agrícola, o consumo de arroz e batata, os
progressos da medicina (vacinas e medicamentos), a melhoria de condições de higiene possibilitaram a
diminuição da mortalidade, originando o aumento populacional.

A população concentrou-se nos centros industriais, nomeadamente nas cidades do Porto e Lisboa.

5. Localizar o destinos do êxodo rural e da emigração na segunda metade do século XIX.


O êxodo rural consistiu na deslocação de muitos camponeses das zonas rurais para as cidades, com o
objetivo de conseguirem melhores condições de vida e trabalho. Mas um grande número de pessoas, do
norte do país e dos arquipélagos, partiu para o estrangeiro (emigração).

6. Distinguir a organização da sociedade do séc. XVIII da sociedade da segunda metade do séc. XIX.
• Burguesia passou a ser o grupo social mais rico e importante, devido à indústria, ao comércio e à
sua atividade bancária
• A nobreza e o clero perderam os antigos privilégios, assim como terras e passaram a pagar impostos
• O povo continuou a viver com muitas dificuldades, embora tivesse os mesmos direitos e deveres
dos outros grupos sociais.

A sociedade liberal apresenta-se muito diferente da do século XVIII, uma vez que a nobreza e o clero
perderam muitos dos seus privilégios, enquanto que a burguesia adquiriu um novo estatuto social.

7. Relacionar o aparecimento do operariado com as condições de vida e de trabalho.


O operariado era um grupo social que surgiu devido ao desenvolvimento da indústria. Era constituído
pelos trabalhadores das fábricas.

Estes operários recebiam salários muito baixos, não tinham horário de trabalho definido (trabalhando
entre 10 e 14 horas por dia), em caso de acidente ou doença não tinham direito a proteção social ou
assistência médica. A maioria vivia em “ilhas” ou em “páteos” nas traseiras de prédios antigos e degradados.

8. Explicar como surgiram as primeiras associações de operários.


Os operários descontentes com as condições de trabalho e com os salários formaram as primeiras
associações de operários e começaram a organizar greves. Estas greves tinham o objetivo de sensibilizar a
população da importância da luta dos trabalhadores pelos seus direitos, contra os abusos dos patrões.

9. Referir os motivos do descontentamento existente em Portugal, relativamente ao regime monárquico.


• A crise económica e social:
➢ A família real gastava muito dinheiro
➢ Os empréstimos pedidos ao estrangeiro para financiar a modernização do reino
➢ O aumento dos impostos e o agravamento das já difíceis condições de vida

10.Relacionar o mapa cor-de-rosa com o ultimato inglês.


Na conferência de Berlim definiu-se que as terras em África pertenciam a quem as ocupasse efetivamente
e não àqueles que as tivessem descoberto. Portugal, que tinha enviado exploradores para África, para
reconhecerem as regiões entre Angola e Moçambique, viu os seus interesses ameaçados e apresentou o
mapa cor-de-rosa.

A Inglaterra, que estava interessada os territórios que Portugal reclamava para si no mapa cor-de-rosa,
não aceitou as exigências portuguesas e apresentou um ultimato: os Portugueses deveriam desocupar esses
territórios entre Angola e Moçambique ou o governo inglês declarava guerra a Portugal.

O rei D. Carlos cedeu às exigências do ultimato inglês, o que provocou descontentamento na população.

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