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Índice

1 Introdução.................................................................................................................................2
1.1 Objectivos.........................................................................................................................2
1.2 Metodologia......................................................................................................................2
2 Antecedentes............................................................................................................................3
Pressão da Inglaterra sobre outros estados para a abolição do tráfico de escravos......................4
Resistências dos estados às tentativas inglesas de os convencer na abolição..............................4
5 Conclusão.................................................................................................................................6
5 Bibliografia

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Introdução
Vezes sem conta as pessoas fazem confusão entre a escravatura e tráfico de escravos. O primeiro
termo refere-se a uma actividade que constituiu hábitos e costumes de todas as civilizações do
mundo. Tinham varias maneiras de escravatura, mas seu principal objectivo era sempre punir aos
outros, tinha quase que nada a ver com o comercio. Já o segundo termo leva-nos a uma
actividade semelhante, porem em forma de comércio intercontinental. O tráfico de escravos foi o
processo de aquisição e venda de escravos pelos seus proprietários.

Muito antes do tráfico Europeu, os africanos tinham sido objecto de um comércio regular em
duas vias de acesso: o Saara e o Oceano Índico- que os punham em contacto com o mundo
exterior. A importância quantitativa deste tráfico é impossível de avaliar devido a carência de
fontes. Os seus efeitos a longo prazo são visíveis nos dias de hoje. Por um lado abriram
caminhos para o tráfico europeu do atlântico e do oceano indico. Por outro lado contribuíram
para dar formas e depois para transmitir aos europeus percepções e imagens dos africanos, suas
atitudes e seus preconceitos suas crenças e suas convicções sem as quais este comércio pouco
comum não teria se tornado tão comum. (MBOKOLO, 2009)

No presente trabalho fala-se da abolição do tráfico de escravos, mas particularmente o caso da


Inglaterra, a sua influência na abolição do tráfico de seres humanos. Irá falar-se também dos
antecedentes desta abolição e suas implicações no mundo actual.

Objectivos
Gerais: no geral quer-se saber o processo geral da abolição da escravatura, seus antecedentes e
seu impacto para a liberdade e igualdade dos seres humanos nos dias de hoje.

Específicos: entender literalmente o impacto da Inglaterra na abolição do tráfico negreiro de


seres humanos e conhecer as causas que levaram a Inglaterra a abolir um comercio que gerava
lucros.

Metodologia
A metodologia de estudo usada para a realização deste trabalho foi a pesquisa bibliográfica.
Antecedentes
Ao longo do séc. XVIII, apurando a definição universal ao bem-estar e a liberdade- princípios da
revolução francesa, iluministas franceses e intelectuais ingleses voltaram-se para o caso do
africano e sua condição no mundo. Suas reflexões levaram-nos a mudar as concepções
ordinariamente admitidas até então sobre o negro da África e o escravo americano.

Estes intelectuais cujas sensibilidade e moral se chocavam com tais actos condenavam o
consumo de um produto feito pelo suor dos ˝esquecidos do universo˝. (AJAYI, 2010)

Impacto da Inglaterra na abolição do tráfico de escravos


Antropólogos, filósofos e teólogos voltam suas reflexões para o caso do africano e de sua
condição no mundo. Após várias reflexões acerca deste povo e do escravo americano, mudaram
a maneira de como eram vistos aqueles povos: de bruto e animal de carga eles os transformaram
em um ser livre, de moral e social. As análises com visões humanitaristas coincidiram na
exigência da abolição.

As escrituras sagradas ou Hagiografias segundo a qual a revolução humanitarista abriu uma das
nobres páginas da história da Inglaterra, foi abalada em 1944 por uma tese fundada no
materialismo histórico. Segundo Eric Williams, a abolição servia poderosamente aos interesses
económicos da Inglaterra industrial que surgia. Com certeza esta abordagem imatura não negava
totalmente o papel da filosofia moral nem de um humanitarismo ideal triunfante. (AJAYI, 2010)

Os interesses da Inglaterra eram económicos, no contexto em que para a conclusão do seu


projecto de industrialização, no entanto a modificação das relações de produção eram essências,
assim dava-se maior importância à ampliação de mercados e da produtividade. O trabalho
escravo e o monopólio- práticas comuns da exploração colonial pareciam ultrapassados pelo
novo modelo suportado pela industrialização.

Em simultâneo com os interesses económicos para a sua industrialização, a Inglaterra criava


condições para filosofia moral e um humanitarismo triunfante que culminava com a ideia de
liberdade e fraternidade propagada após a Revolução francesa. (MACEDO, 2013)
Pressão da Inglaterra sobre outros estados para a abolição do tráfico de escravos

A partir de 1841 o movimento abolicionista cria estratégias combinadas Foreign office

(ministério das relações exteriores da Inglaterra ) e do Almirantado nos negócios negreiros


mundiais. Em três pontos, Londres às nações um procedimento radical contra o tráfico
internacional:

 Legislações proibindo o tráfico negreiro aos nacionais.


 Tratados bilaterais conferindo a marinha de guerra o direito reciproco de visitar e prender
no mar os navios negreiros de cada nação pega no tráfico ilegal.
 Colaboração nas comissões mistas habilitadas a condenar os negreiros presos e libertar os
negros encontrados abordo.

Este projecto agradou ao público de perfil liberal ou filantrópico, ou seja agradou povos que
estavam a favor do liberalismo.

Por outro lado, devido a industrialização da Inglaterra nenhuma outra nação negaria a clientela
ou as fabricações inglesas. Até porque para os governos mais novos ou em dificuldade, que
buscavam o reconhecimento e parceria inglesa, um gesto abolicionista equivalia a um verdadeiro
gesto de cooperação. (AJAYI, 2010)

Resistências dos estados às tentativas inglesas de os convencer na abolição

É notável a preocupação britânica com as demais nações e suas colónias ao redor do mudo. A
abolição da escravatura propriamente dita, por lá deu-se 1em 1833, tendo sido sancionada no
parlamento e estabelecida em todo império, entretanto em 1807 o parlamento apurou o Abolition
Act., que proibia o tráfico de escravos na Inglaterra.

Mesmo com essas medidas era necessário garantir um mercado consumidor e, por isso durante
todo o séc. XIX, os ingleses iriam pressionar outras nações e países cuja colónias ainda praticam
o trafico.

A Espanha, Portugal, EUA e Franca consumiam e distribuíam algodão e açúcar, café e tabaco de
produção escravista ligada a importação de africanos ao Brasil, em Cuba, no sul dos EUA e nas
Antilhas. Este negócio oferecia emprego aos pequenos sectores económicos locais.
Substancialmente indemnizados, Portugal e Espanha aceitaram a proposta em 1817. Mas
Portugal preservou um tráfico essencialmente lícito no sul do equador, que não atenuaria senão
em 1842 sob a ameaça de severas sanções inglesas. Espanha reforçou sua legislação antinegreira
e suas convenções com Londres, Cuba continuou com o tráfico até 1866.

A chantagem dos ingleses para o reconhecimento jurídico do brasil, obrigou o novo império
(Brasil independente desde 1822) ao tratado repressivo de 1826. Mas o tráfico brasileiro cresceu
até 1850. No ano seguinte ele cessou mas graças a Royal Navy (Marinha britânica) que violou as
águas territoriais do território brasileiro para afasta-los totalmente dos tráficos negreiros: o café
dependia do mercado britânico, os fazendeiros se arruinaram para reembolsar suas dívidas aos
mercadores de escravos, e a população branca temia um superpovoamento negro.

As pressões inglesas aos estados politicamente fortes responderam de modo diferente. Sedenta
de prestígio, a Franca adquiriu a sua autonomia por uma falsa de legislação e de navios de
repressão, inofensivo, fosse na metrópole ou na costa. Entre 1815 e 1830 o tráfico ilegal francês
mobilizou729 expedições negreiras para as costas oeste e leste da África. Mas quando se tornou
evidente que o tráfico não fazia parte do balanço social e financeiro dos portos, o governo
assinou um acordo de visita reciproca. Outra razão que fez com que a Franca entrasse em
acordos com a Inglaterra foi o fato da monarquia oriunda da Revolução de 1830 ter tido interesse
em reconciliar com a Inglaterra. (AJAYI, 2010)
Conclusão
Mesmo a Inglaterra tendo sido uma das nações que mais actuou neste comércio de escravos
durante o séc. XVII-XVIII, no séc. XIX os ingleses lideraram o maior movimento abolicionista
de sempre que visava primeiramente o fim do tráfico no atlântico e posteriormente o fim da
escravidão. Estas campanhas abolicionistas tinham dois fins: económico e social.

O fim económico: a Inglaterra encontrava-se num momento de industrialização e para ganhar


mais economia e prestigio havia necessidade de criar um mercado para isso, um mercado amplo
e tendo como principal fonte ela própria. Por essa razão a Inglaterra criou condições para
abolição do comércio mundial de pessoas, porque para eles era mais lucrativo manter os
africanos na África incentivando uma produção de matérias-primas baratas. Além disso, o fim da
escravidão fazia desses Homens um mercado consumidor de seus produtos industrializados.

O fim social: com influências da revolução francesa- que defendia a igualdade, liberdade e
fraternidade, intelectuais ingleses defenderam a liberdade e moral dos seres humanos, defendiam
que devia haver humanismo no mundo.

Por tanto, considerando esses dois fins, a Inglaterra convenceu as demais nações no mundo, oque
não foi fácil mas devido a posição prestigiada da Inglaterra na época as nações acabaram por
assinar acordos de abolição com os ingleses o que culminou com o fim de um processo longo de
tráfico de humanos- a abolição do tráfico de escravos.
Bibliografia
MBOKOLO E., África negra: história e civilizações-tomo i, até o séc. XVIII. EDUFBA. 2009.

AJAYI, J. F. A., História geral de África, VI: África do séc. XIX até a década de 1880. Brasília,
UNESCO, 2010

MACEDO, José Rivair, história de África. São Paulo, contexto, 2013.

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