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Índice

1. Introdução.................................................................
1.1. Resumo..................................................................
1.1.1. Contexto Histórico............................................................

2. Desenvolvimento............................................................
2.2. Os primeiros negros que aqui chegaram................................
3.3. Acabou a escravatura em Portugal........................................
3.4. A abolição da escravatura em Portugal ..........................................

3. Conclusão.....................................................................
Introdução

Resumo
A escravatura era uma tradição dos povos germânicos que se fixaram na
Península Ibérica no século V, embora já fosse praticada entre as civilizações
clássicas. Para os romanos, por exemplo, o escravo era o cativo de guerra, ficando
à mercê do vencedor, que decidia então o seu destino. Era, por assim dizer, uma
propriedade ou um objeto do seu senhor.
No período da Reconquista Cristã, o nascimento é a origem da escravatura, mas
ela pode surgir também pelo cumprimento de penas judiciais. Para além disso,
surgem muitos escravos de origem mourisca. Nos séculos IX e X, o servo ascendeu
a uma nova categoria, a de colono adscrito, e o liberto passa a ser um homem
livre.

Figura 1
Contexto Histórico

Em 1341, no reinado de D. Afonso IV, atingiram-se as Canárias, um arquipélago


disputado entre Portugal e Espanha, onde se fizeram cativos entre os nativos,
os guanches. A colonização da Madeira e a produção de açúcar levaram ao
aparecimento de escravos oriundos das Canárias, os quais tiveram um papel
importante nestas ilhas; todavia, fora delas não tiveram grande desempenho,
pois os espanhóis ocuparam o arquipélago canário após luta feroz com os
portugueses.

Figura 2

(fig 2) *ilha das Canárias

Em 1441, chegaram a Portugal continental os primeiros escravos negros que


aqui desempenharam trabalhos agrícolas e domésticos. Já nas ilhas Atlânticas,
e depois no Brasil, foram empregados nas plantações de açúcar. Embora não
tenham sido os inventores da escravatura, os portugueses usaram-na com
muita frequência no período dos Descobrimentos, altura em que
desenvolveram amplamente este tipo de tráfico. Todos os países colonialistas
recorreram à mão de obra escrava para trabalhar nos seus impérios, pois era
simultaneamente barata e muito lucrativa
Figura 3 - * escravos negros

Com a descoberta do Brasil, a costa ocidental africana foi parcialmente


despovoada, porque a sua população era encaminhada para as Américas.
Portugal, Espanha e outras potências marítimas envolveram-se assim neste
tráfico vital para as suas economias.
A escravatura só veio a terminar no decurso do século XIX, com o triunfo da
ideologia da Revolução Francesa aliado ao avanço do capitalismo e à ação de
alguns ideólogos muito interventivos. Durante o governo de Pombal, os índios
do Brasil já tinham sido considerados livres. Certas leis decretaram, entretanto,
a restrição crescente da escravatura no império português e deram aos
africanos direitos iguais aos dos portugueses. As razões não eram filantrópicas,
mas práticas: era necessário "prender" os escravos negros no Brasil, incentivá-
los a ficar.

Aquando da assinatura do Tratado de Viena em 1815, Portugal e Inglaterra


acordaram regulamentar este tráfico. Contudo, a intervenção mais importante
foi a do visconde de Sá da Bandeira, que, por decreto de 10 de dezembro de
1836, proibiu a transação de escravos nas colónias portuguesas a sul do
Equador.

Figura 4

(fig 4) *O Tratado de 22 de Janeiro de 1815 foi um


tratado assinado entre o Príncipe Regente D. João de Portugal e Jorge III do Reino Unido, abolindo o
tráfico de escravos em todos os lugares da costa de África ao norte do Equador. Foi assinado durante
o Congresso de Viena pelos Ministros Plenipotenciários de ambas as Cortes, e ratificado por ambas.
Conclusão

O Barão de Ribeira Sabrosa continuou as negociações com a Inglaterra e, em


1842, o Duque de Palmela e Lorde Howard de Walden, embaixador britânico
em Lisboa, acordaram abolir o tráfico de escravos nas possessões dos dois
países, apesar dos prejuízos que tal medida iria acarretar sobre a economia
ultramarina.

Duque de Palmela
Acabou a escravatura em Portugal

No dia 25 de Fevereiro de 1869, por decreto assinado por D. Luís, foram


abolidas todas as formas de escravatura em todos os domínios portugueses,
mantendo-se, no entanto, os escravos com alguma ligação aos senhores até
1878, provavelmente pela impossibilidade de se efetuar o pagamento das
indemnizações previstas na lei. 1
“Fica abolido o estado de escravidão em todos os territórios da monarquia
portuguesa desde o dia da publicação do presente Decreto. Todos os
indivíduos dos dois sexos, sem exceção alguma, que no mencionado dia se
acharem na condição de escravos passarão à de libertos e gozarão de todos os
direitos e ficarão sujeitos a todos os deveres concedidos e impostos aos
libertos pelo Decreto de 19 de dezembro de 1854.”
D. Luís, Diário do Governo em 27 de fevereiro de 1869
A abolição da escravatura em Portugal

Os ataques dos Ingleses começaram a propósito da repressão da escravatura.


A energia das máquinas a vapor tornara possível dispensar em Inglaterra o
trabalho dos escravos.
Numa fase de transição, a mão-de-obra feminina e infantil proporcionou força
de trabalho ainda mais barata do que a dos escravos. Tinha a vantagem de não
ter de ser alojada pelos empresários.
Foi pela mesma época em que as crianças eram utilizadas nas minas, porque ali
podiam trabalhar em galerias mais estreitas do que os adultos, que os
filantropos do capitalismo inglês desencadearam a cruzada internacional para
a supressão da escravatura nos outros países.
Essa cruzada, além do evidente mérito moral, tinha a utilidade de impedir a
perigosa concorrência das regiões onde o sistema continuasse a usar-se,
depois de a Inglaterra o ter abolido.
A luta anti esclavagista não se limitava a declarações de princípios; tinha por
consequência direta a implantação da soberania inglesa nos pontos onde as
autoridades inglesas entendessem que o tráfico negreiro não era
suficientemente reprimido. A continuação do negócio dos escravos teria,
portanto por consequência a perda das colónias.
O Governo saído da revolução de Setembro agiu pois com um idealismo muito
realista ao proibir, em 1836, a importação e exportação de escravos nas
colónias ao sul do equador.
A medida levantou clamores de protestos. Disse-se que, depois das invasões
bárbaras, nenhum prejuízo tão grave nos atingira.

Não faltou a eloquência dos argumentos morais:


– era a escravatura que dava ao Negro úteis hábitos de trabalho,
– que lhe garantia o pão,
– e querer acabar com ela era cerrar a única porta pela qual o pobre nativo
podia passar da barbaria à civilização.
Mas o decreto foi mantido, e, após a regeneração, sucederam-se as
providências legislativas até à lei de 1869.
A

Artigos que aboliram a exportação de escravos

Artigo 1.º
Fica proibida a exportação de escravos, seja por mar ou por terra, em todos os
Domínios Portugueses, sem excepção, quer sejam situados ao norte, quer ao
sul do equador, desde o dia em que na Capital de cada um dos ditos Domínios
for publicado o presente Decreto.
Art. 2.º
E do mesmo modo proibida a importação de escravos feita por mar, sob
qualquer pretexto que se pretenda fazer.
§ único. Todo o escravo que for importado par terra deverá ser
competentemente manifestado à sua chegada ao Território Português.
Art. 3.º
É exceptuada das regras estabelecidas nos Artigos 1.º, e 2.º a exportação e
importação dos escravos feita por um Colono, quer nacional, quer estrangeiro,
que de uma parte dos Domínios Portugueses em África for estabelecer-se em
outra parte dos mesmos Domínios no Continente, ou Ilhas Africanas.
§. único. É do mesmo modo exceptuada da regra estabelecida no Artigo 2.º a
importação de escravos por mar feita por um Colono, quer nacional, quer
estrangeiro, que de qualquer país não sujeito à Minha Coroa vier estabelecer-
se em algum dos Domínios dela em África. (...)
Art. 25.º
O presente Decreto será publicado na forma do costume pelos Governadores
dos Domínios Ultramarinos, logo que por eles for recebido; mas dando além
disso um exemplar dele a cada uma das Câmaras Municipais respectivas
Alfândegas, e aos Juizes de Direito. Pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros
serão remetidos exemplares do presente Decreto às Legações, e Agências
Consulares de Portugal em todos os países Estrangeiros.
Os Secretários de Estado das diferentes Repartições assim o tenham entendido
e façam executar. Palácio das Necessidades, em dez de Dezembro de mil,
oitocentos trinta e seis.

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