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CAPA

Sumário
Introdução............................................................................................................... 4
Fundamentos Teóricos...............................................................................................5
História................................................................................................................... 5
Comércio e conquista.............................................................................................5
Escravidão.............................................................................................................. 6
Causas do tráfico negreiro......................................................................................6
Como funcionava o tráfico negreiro........................................................................7
Viagem nos navios negreiros..................................................................................8
Conclusão............................................................................................................. 10
Referências Bibliográficas....................................................................................11
Tráfico de Escravo 4

Introdução

O tráfico negreiro é como chamamos a prática de tráfico de escravos


da África para o continente europeu e americano, incluindo o Brasil. O tráfico
de escravos consistiu, basicamente, na migração forçada de africanos com o
intuito de escravizá-los durante a colonização da América. Essa atividade, em
nosso país, iniciou-se em meados do século XVI e encerrou-se somente em
1850, com a Lei Eusébio de Queirós.
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Fundamentos Teóricos
A escravatura (ou escravidão) em Angola existia desde o final
do século XV, quando Portugal estabeleceu contatos com os povos que viviam
no que é o noroeste do país atual, e lá fundou vários postos comerciais na sua
costa. Alguns desses povos, como os Imbangala e os Mbundu, eram e foram
ativos comerciantes de escravos durante séculos (ver Escravidão em África).

A partir de 1839 a Marinha portuguesa, apesar de muito fragilizada por ter


estado envolvida na guerra civil de Portugal (1832-1834), começa a fazer forte
perseguição aos navios negreiros e lhes põe fim ao negócio em toda a costa
que estava sob sua autoridade[3].

História

No final do século XVI, os exploradores do Reino de Portugal fundaram


o assentamento fortificado de Luanda, e, mais tarde, outros pequenos postos
comerciais e fortificações no rio Cuanza, bem como na costa do Atlântico a sul
até Benguela. Durante esse tempo até ao início do século XIX[4], um dos
principais componentes da sua atividade comercial consistiu no comércio
atlântico de escravizados.] O mesmo tráfico de escravos depois, em 1836, foi
abolido pelas autoridades portuguesas. Muitos analistas comparavam a
escravidão angolana em menor escala associada a servidão linhageira com as
economias orientais.

Comércio e conquista

O Império Português conquistou o povo Mbundu de Angola, incorporando a


economia local no comércio atlântico de escravizados.[2]

Em 1610, Frei Luís Brandão, chefe do colégio jesuíta de Luanda, administrado


por portugueses, escreveu a um jesuíta que questionou a legalidade da
escravização dos nativos angolanos, dizendo: "Estamos aqui há quarenta anos
e tem havido muitos homens instruídos aqui e na província do Brasil que nunca
consideraram o comércio ilícito." Ele afirmou ainda que apenas um pequeno
número de nativos poderiam ter sido escravizados ilegalmente, e que os
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portugueses, pelo menos, os converteram ao cristianismo.[8] Angola exportou


escravos a uma taxa de 10.000 por ano em 1612. [9] Os portugueses
construíram um novo porto em Benguela em 1616, sob os auspícios
do Dominío filipino do rei Filipe III de Espanha, que permitiu expandir o
acesso português aos escravos angolanos.[10] De 1617 a 1621, durante o
governo de Luís Mendes de Vasconcelos, até 50.000 angolanos foram
escravizados e enviados para as Américas.[11] Os Vergulde Valck, Negociantes
de escravos holandeses compraram 675 dos mil escravos vendidos em Angola
em 1660.[12][13]

Escravidão

Durante várias décadas, o tráfico de escravos com a colônia portuguesa


do Brasil foi importante em Angola; Os navios brasileiros eram os mais
numerosos nos portos de Luanda e Benguela. Esse comércio de escravos
também envolveu mercadores e guerreiros negros locais que lucraram com o
comércio.[14]

Causas do tráfico negreiro

O tráfico negreiro no Brasil está diretamente relacionado com o


desenvolvimento da produção açucareira aqui durante o período
da colonização. O tráfico de africanos para o Brasil associa-se, em partes, com
o escasseamento da população de escravos indígenas no Brasil, sobretudo
a partir da década de 1550.

Vale destacar que a mortalidade de indígenas era excessivamente alta,


principalmente por conta das doenças trazidas pelos portugueses e para as
quais os indígenas não tinham defesa biológica. O historiador Boris Fausto, por
exemplo, cita que, somente entre 1562 e 1563, cerca de 60 mil indígenas
morreram em decorrência da varíola.

Outra questão importante são os conflitos que existiam entre colonos e


jesuítas por conta da escravização dos indígenas. Os colonos instalados na
América portuguesa desejavam escravizar livremente os indígenas, enquanto
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os jesuítas lutavam contra isso instalando os indígenas em suas missões e


catequizando-os.

Mas o fator mais relevante, e que nos ajuda a entender a substituição da mão
de obra escrava dos índios pela dos africanos, está no funcionamento
do sistema econômico da época baseado no mercantilismo. Em outras
palavras, o tráfico negreiro era uma atividade extremamente lucrativa para a
metrópole, isto é, para Portugal. A venda de escravos indígenas, por sua vez,
movimentava a economia exclusiva da colônia, e, assim, a fim atender a
essa demanda da metrópole para a abertura de um comércio altamente
lucrativo, é que a escravidão africana foi inserida no Brasil.

Importante mencionar que os portugueses já utilizavam a mão de obra


escrava dos trabalhadores africanos. Nas ilhas atlânticas, os portugueses
haviam instalado o sistema de produção de açúcar com a utilização de
trabalhadores africanos. Assim, esse modelo acabou sendo exportado em larga
escala para o Brasil, e isso inclui a utilização dos africanos como trabalhadores
escravizados.

Concluindo essa parte, o entendimento atual entre os historiadores é de que


questões pontuais existentes na colônia, como a escassez de mão de obra de
indígena, motivaram os colonos a adotar outra mão de obra, e os grandes
comerciantes portugueses, percebendo essa demanda, instauraram o tráfico
negreiro, uma vez que esse negócio era muito lucrativo.
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Como funcionava o tráfico negreiro

A partir de meados do século XV, os portugueses começaram a instalar


uma série de feitorias na costa do continente africano. Por meio dessas, eles
desenvolveram relações diplomáticas com uma série de reinos africanos,
assim como relações comerciais.

Com o desenvolvimento da produção açucareira no Brasil, a demanda


dos portugueses por escravos aumentou consideravelmente, e, com isso, na
década de 1450, o número de escravos levados por portugueses era de 700 a
800, por ano.|2| A partir da década de 1580, esse número já estava na casa
dos três mil escravos transportados pelos portugueses, anualmente.|3|

Os portugueses tinham uma rede de relacionamentos, espalhada pelo interior


da África, que se dava por meio da penetração de padres e que
garantia alianças com reinos importantes, como foi o caso do Congo. Uma
das feitorias mais importantes de Portugal era a que foi instalada em Luanda
(Angola).

A obtenção dos escravos começava no interior do continente africano,


com os cativos sendo prisioneiros de guerra que eram vendidos ou vítimas de
emboscadas realizadas pelos traficantes de escravos. Uma vez capturados,
eram levados em uma marcha, a pé, até o porto, do qual seriam encaminhados
para a América. Também recebiam uma marca, por meio de ferro quente,
como forma de identificação à qual comerciante pertenciam.

Nos portos, ainda na África, eram trocados por alguma mercadoria de


valor, como tabaco, cachaça, pólvora, objetos metálicos etc. Por fim, eram
embarcados no navio chamado de tumbeiro, que então os transportaria para a
América. Alguns escravos podiam ser encaminhados para a Europa, inclusive
cidades como Sevilha e Lisboa possuíam uma população expressiva de
escravos africanos.

Viagem nos navios negreiros


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Os escravos eram transportados em navios conhecidos como tumbeiros.

Os navios negreiros levavam de 300 a 500 escravos, e o tempo de


viagem, partindo de Angola, era de 35 dias, caso fossem para Pernambuco; de
40 dias, se fossem para a Bahia; e de 50 dias, se fossem para o Rio de
Janeiro. No período de viagem, os escravos encontravam condições
totalmente desumanas e que eram responsáveis pela morte de uma
quantidade expressiva dos embarcados.

Muitos alimentavam-se apenas uma vez por dia e quase não recebiam


água potável. Eram aglomerados em porões, com uma quantidade elevada de
pessoas, o que tornava, muitas vezes, difícil respirar e facilitava a transmissão
de doenças. Uma das doenças que mais atingiam os escravos nos navios
negreiros era o escorbuto, causado por uma dieta pobre em vitamina C. As
historiadoras Lilia Schwarcz e Heloísa Starling|5| enumeram outras doenças
que eram comuns nos navios negreiros:

 Varíola;

 Sarampo;

 Febre amarela;

 Doenças gastrointestinais etc.

Os relatos existentes a respeito do tráfico negreiro confirmam as péssimas


condições a que os escravos eram sujeitos durante o período da viagem (mas
não só durante esse período). Existem historiadores que apontam que até
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metade dos cativos morria durante a trajetória, enquanto outros sugerem que
essa taxa era de, em média, 20%.

Além disso, os relatos também sugerem a motivação racista dos


portugueses, como o relato, destacado pelo historiador Thomas Skidmore, de
Duarte Pacheco|6|, navegador português, que chamava os africanos de “gente
com cara de cão, dentes de cão, sátiros, selvagens e canibais”.

Tráfico negreiro no Brasil

O tráfico negreiro, no Brasil, iniciou-se por volta da década de 1530 e


1540, pelos motivos já explorados neste texto. Esse comércio estendeu-se em
nosso país durante mais de três séculos e na década de 1580, por exemplo, já
era um negócio bem estabelecido e altamente lucrativo. Depois
da independência, o tráfico intensificou-se e o Brasil transformou-se no país
que mais recebeu africanos escravizados no mundo.
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Conclusão

Concluímos que O tráfico negreiro foi uma atividade realizada entre os


séculos XV ao XIX. Os prisioneiros africanos eram comprados nas regiões
litorâneas da África para serem escravizados no continente europeu e no
continente americano. Essa migração forçada resultou na chegada de milhões
de cativos africanos ao Brasil. O tráfico passou a ser proibido em terras
brasileiras somente em 1850, por meio da Lei Eusébio de Queirós."
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Referências Bibliográficas

1. ↑ «African involvement in Atlantic Slave Trade». "Kwaku Person-Lynn".


Consultado em 1 de outubro de 2004. Cópia arquivada em 16 de
setembro de 2004
2. ↑ Ir para:a b Njoku, Onwuka N (1997). Mbundu. Nova Iorque: The Rosen
Publishing Group. ISBN 978-0-8239-2004-4
3. ↑ [A Armada Portuguesa no Combate ao Tráfico de Escravos em Angola
(1839-1865), João Pedro Marques, Anais de História de Além-Mar, n.1,
2000]
4. ↑ da Silva, Daniel B. Domingues (2013). «The Atlantic Slave Trade from
Angola: A Port-by-Port Estimate of Slaves Embarked, 1701-1867». The
International Journal of African Historical Studies. 46 (1): 105-
122. ISSN 0361-7882. JSTOR 03617882

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