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CAROLINA ELIAS
LORENA BIANCHI
LORENZA TOMAZELLI
MARIA EDUARDA SONEGHETT.
CARIACICA-ES
2018
SUMÁRIO
5- A REGÊNCIA TRINA 12
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1- INDEPENDÊNCIA E GUERRA NO BRASIL
No início do século XIX, a Europa estava agitada pelas guerras. Inglaterra e França
disputavam a liderança no continente europeu. Em 1806, Napoleão Bonaparte,
imperador da França, decretou o Bloqueio Continental, proibindo que qualquer país
aliado ou ocupado pelas forças francesas comercializasse com a Inglaterra. O
objetivo do bloqueio era arruinar a economia inglesa. Quem não obedecesse, seria
invadido pelo exército francês.
Portugal viu-se numa situação delicada. Dom João, rei português da época, não
podia cumprir as ordens de Napoleão e aderir ao Bloqueio Continental, devido a
crônica dependência de Portugal em relação à Inglaterra.
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uma situação paradoxal: afastado do poder, tinha, ao mesmo tempo, o ônus de
sustentá-lo.
Como analisa a historiadora Maria Odila Silva Dias "a fim de custear as despesas
de instalação de obras públicas e do funcionalismo, aumentaram os impostos sobre
a exportação do açúcar, tabaco e couros, criando-se ainda uma série de outras
tributações que afetavam diretamente as capitanias do Norte, que a Corte não
hesitava em sobrecarregar com a violência dos recrutamentos e com as
contribuições para cobrir as despesas da guerra no reino, na Guiana e no Prata.
Para governadores e funcionários das várias capitanias parecia a mesma coisa
dirigirem-se para Lisboa ou para o Rio."
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viesse achar abrigo no franco e generoso continente do Brasil, e matar a fome e a
sede na altura de Pernambuco?"
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pelas medidas do Governo português, que ocasionaram o encarecimento dos
gêneros alimentícios.
O Governo Provisório, formado pela elite colonial, era composto pelo comerciante
Domingos José Martins, o advogado José Luís de Mendonça, o capitão Domingos
Teotônio Jorge, o padre João Ribeiro e o fazendeiro Manuel Correia de Araújo e
pretendia ser o representante de todos os grupos. Mas essa abrangência não incluía
os escravos, apesar de os líderes da revolução falarem o tempo todo sobre
Liberdade. Para eles, Liberdade significava o fim do domínio português e a
independência, senão da Colônia, pelo menos do Nordeste, isso porque o
movimento se estendeu a outras províncias da região, atingindo Alagoas, Paraíba,
Ceará e Rio Grande do Norte. Não pretendiam acabar com a escravidão, mas como
essa idéia passou a ser ventilada e os proprietários rurais ameaçaram tirar seu
apoio ao movimento
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A luta durou mais de dois meses, até as forças governistas conseguirem derrotar os
revoltosos. A repressão foi extremamente violenta. Muitos dos líderes receberam a
pena de morte, como Domingos José Martins, José Luis de Mendonça, Domingos
Teotônio Jorge e os padres Miguelinho e Pedro de Sousa Tenório. Para o Governo
português a punição deveria ser exemplar, para desestimular movimentos similares.
Depois de mortos, os réus tiveram suas mãos cortadas e as cabeças decepadas. Os
restos dos cadáveres foram arrastados por cavalos até o cemitério.
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expulsão definitiva das tropas francesas do território português em 1815, nasceu o
Supremo Conselho Regenerador de Portugal e do Algarves, movimento de caráter
nacionalista, liberal e anti britânico liderado pelo General Gomes Freire de Andrade.
O Conselho era composto, basicamente, de Maçons e Militares, e criticava o
despotismo e o domínio inglês em Portugal. Em 1817 o Conselho foi denunciado,
seus membros foram indiciados e executados, aumentando assim a tensão entre os
governantes e a população.
Diante dos protestos, Beresford veio ao Brasil solicitar de D João VI mais poderes
para conter a situação. Nesse ínterim, foi fundado na cidade do Porto o Sinédrio
que, organizado por Maçons, visava o fortalecimento da influência portuguesa
dentro do Exército.
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2 - CONSTITUIÇÃO DE 1824, 155 E CRISES DO PRIMEIRO REINADO
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Em março de 1831, após retornar de Minas Gerais, D. Pedro I foi recebido no Rio
de Janeiro com atos de protestos de opositores. Alguns mais exaltados chegaram a
jogar garrafas no imperador, conflito que ficou conhecido como “A Noite das
Garrafadas”. Os comerciantes portugueses, que apoiavam D. Pedro I entraram em
conflitos de rua com os opositores.
A Banda Oriental, território que integrava a América espanhola, foi invadida por
tropas luso-brasileiras durante o governo de D. João VI e anexada ao Reino Unido
de Portugal e Brasil em 1821, com o nome de Província Cisplatina. Em 1825, os
cisplatinos uniram-se à República das Províncias do Rio da Prata( atual Argentina),
contrariando os interesses do governo brasileiro. Em resposta D. Pedro I declarou
guerra ao governo de Buenos Aires. O conflito estendeu-se até 1828, quando foi
reconhecida a independência definitiva da Província Cisplatina, que passou a ser
chamada República Oriental do Uruguai.
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4 - CRISES NO BRASIL E ABDICAÇÃO DE D. PEDRO
Temendo perder o trono por meio do evento liberal, D. João VI voltou para Portugal
e deixou seu filho, Dom Pedro I, como príncipe regente em terras brasileiras. De
certo modo, a adoção de tal medida parecia uma garantia de preservação do poder
mediante uma possível dissolução da monarquia em Portugal. Não por acaso, os
participantes da revolução exigiam que toda a Família Real retornasse
imediatamente para Portugal. Afinal de contas, o objetivo dos portugueses era impor
a recolonização do Brasil.
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política entre os membros do “partido brasileiro” e o regente. As Cortes de Portugal,
naturalmente, não viram com bons olhos o fortalecimento dessa relação política.
Logo, os revolucionários de Portugal reforçaram as pressões para que o filho de
Dom João VI saísse do Brasil.
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5- A REGÊNCIA TRINA
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-proibição dos ajuntamentos noturnos em praça pública, tornando inafiançáveis os
crimes em que ocorresse prisão em flagrante.
Instalada a Assembléia Geral, foi eleita em 17 de junho de 1831 a Regência Trina
Permanente, que ficou composta pelos deputados José da Costa Carvalho, político
do sul do país, João Bráulio Muniz, do norte, e novamente pelo Brigadeiro Francisco
de Lima e Silva. Tal composição representava, por um lado, uma tentativa de
equilíbrio entre as forças do norte e do sul do país; por outro lado, a permanência do
Brigadeiro Francisco de Lima e Silva, era a garantia do controle da situação e da
manutenção da ordem pública. A Câmara logo firmou posição ao aprovar, em 14 de
junho, Lei que tirava dos regentes as atribuições do Poder Moderador. Por essa Lei
os regentes ficavam impedidos de dissolver a Câmara dos Deputados, de conceder
títulos de nobreza, de decretar a suspensão das garantias constitucionais e de
negociar tratados com potências estrangeiras, como por exemplo, os tratados
referentes ao tráfico negreiro intercontinental. Figura de destaque nessa Regência
foi o padre Diogo Antônio Feijó, nomeado Ministro da Justiça, cargo que assumiu
sob a condição de que lhe garantisse grande autonomia de ação. Feijó teve carta
branca para castigar os desordeiros e os delinqüentes, o direito de exonerar e
responsabilizar os funcionários públicos negligentes ou prevaricadores e a
possibilidade de manter um jornal sob sua responsabilidade direta.
Feijó teve atuação enérgica na repressão às agitações populares e aos levantes
militares que ocorreram na capital e em diversos pontos do país nesse período. Para
garantir a integridade territorial e a defesa da ordem pública criou, em 18 de agosto
de 1831, o Corpo de Guardas Municipais Permanentes no Rio de Janeiro, e a
Guarda Nacional na Corte e em todas as províncias. Órgãos subordinados ao
Ministério da Justiça, se constituíram na principal força armada do Império.
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instituições políticas da época. Mesmo tendo alcançado a maioria dos votos, o
governo de Feijó foi obrigado a resistir a diversas manifestações oposicionistas. Até
mesmo os liberais moderados, aliados naturais de Feijó, acusavam o governo de
tolerante e indeciso. Além disso, os problemas de saúde de Feijó colocavam em
xeque a estabilidade governamental. Nesse mesmo período, o interesse em se
desenvolver uma estrutura fundiária cafeeira, intensificou a participação das elites
nos quadros políticos.As tendências políticas daquela época agora se agrupavam
entre progressistas, de tendência liberal, e os regressistas, partido de orientação
conservadora formado pelos grandes donos de terra, comerciantes e funcionários
públicos. No governo de Feijó, o dilema da representação política e da centralização
de poderes abriu espaço para a deflagração de diferentes revoltas. No ano de 1835,
a ocorrência da Cabanagem no Pará e da Farroupilha no Rio Grande do Sul
expressou a tensão entre os diferentes interesses políticos da época, Ao invés de
dar abertura às tendências liberais, as conturbações do período fortaleceram as alas
conservadoras que exigiam a estabilidade sócio-política necessária para satisfazer o
interesse das elites agrárias do país. Fisicamente incapacitado e desprovido de
consistente apoio político, Feijó decidiu renunciar ao cargo de regente, em 1837.
Antes de abandonar o cargo, ele nomeou o senador pernambucano Pedro de Araújo
Lima como titular na pasta do Império. Ao tomar essa atitude, Feijó colocou Araújo
Lima como substituto direto ao cargo de regente.
7.1) CABANAGEM
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Teve como ponto de partida as disputas locais em torno da nomeação do
presidente da província o que dividiu a elite paraense. Devido a condição de miséria
em que vivia a população, e insatisfação com a minoria de portugueses que
ocupavam os cargos públicos e comércio dos recursos econômicos, a revolta contou
com a adesão de índios, mestiços e negros que, moravam em cabanas, à beira dos
rios, devendo a este fato o nome do movimento. Em 1835, os Cabanos tomaram a
cidade de Belém, as forças do Governo Central tentam retomar o poder, porém,
perderam novamente para os revoltosos, instala-se por dez meses um governo de
caráter eminentemente popular, em meio a luta destacaram-se na liderança o dos
rebeldes Félix Malcher, Antônio Vinagre, Francisco Vinagre e Eduardo Angelim.
Como não havia consenso entre seus líderes, e indefinições quanto aos rumos do
governo, acontece o esvaziamento da revolta. Em 1836, Feijó enviou uma poderosa
força militar para a região, os Cabanos resolveram deixar a capital e resistir no
interior. A repressão foi violenta, o Pará foi “pacificado” às custas de um total de
mortos superior a 30 mil, perto de 20% de toda a população da província.
7.2) BALAIADA
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inclusive no interior da província, chegaram até mesmo a ocupar a Vila de Caxias,
importante centro urbano da província. Devido às divergências entre seus líderes e à
falta de unidade entre rebeldes, o movimento entrou em rápido declínio, quando
então foi nomeado para reprimi-lo o coronel Luís Alves de Lima e Silva. O governo
imperial consegue a rendição de muitos rebeldes, oferecendo-lhes anistia, inclusive
aos chefes que ajudassem a perseguir aqueles que continuavam rebelados. Aliás,
foi graças a essa vitória que o coronel recebeu o título de Duque de Caxias.
8.1) SABINADA
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8.2) FARROUPILHA
Revolução também conhecida como Guerra dos Farrapos aconteceu entre 1835 e
1845, no Rio Grande do Sul e Santa Catarina de caráter elitista. O movimento,
representado por poderosos donos de grandes propriedades rurais, conhecidos
como estancieiros, eram contra os altos impostos cobrados pelo governo central
sobre os produtos como charque, gado e couro que favoreciam os produtos
importados argentinos e uruguaios, os revoltosos ainda reivindicavam maior
autonomia para província. Assim em 20 de setembro de 1835, Teve início a
Revolução Farroupilha, quando Bento Gonçalves, filho de um rico proprietário de
terras no Rio Grande do Sul, toma a cidade de Porto Alegre. O objetivo imediato era
pressionar o regente do Brasil, padre Feijó, a apoiar a deposição do então
presidente. O governo reagiu contra o movimento, porém após alguns conflitos os
farrapos saem vitorioso e proclamam a República Rio Grandense.
Para reprimir a revolta o governo imperial nomeou como líder da província, que para
derrotar os farrapos, impediu o escoamento do charque para as fronteiras e
explorou as divergências do movimento. Então em 1845 a revolta chegou ao fim,
porém diferentemente dos outras revoltas o governo negociou um acordo de paz
com os rebeldes.
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Em 1831 o Imperador D.Pedro I, pressionado pela opinião pública e pelas elites
agrárias por posições supostamente antiliberais, abdica ao trono, deixando no Brasil
seu filho de apenas seis anos como seu herdeiro. O período de espera até o
Imperador atingir a maioridade, inicialmente definida para 21 anos, foi denominado
Período Regencial.
O Período Regencial, que durou de 1831 até 1840, é considerado pela vasta
maioria dos historiadores como o período de maior crise durante o Império. O Brasil
experimentou diversas revoltas durante esse espaço de tempo, além da maior
polaridade partidária da história do Império. A maioria das revoltas tinha cunho
regional, muito devido a ainda baixa integração entre o governo central e as
províncias, a única revolta separatista de fato, apoiada por uma elite local, foi a
Revolução Farroupilha, ocorrida no Rio Grande do Sul entre 1835 e 1845, as demais
"revoltas regenciais" foram todas primariamente compostas ou de escravos ou de
"trabalhadores pobres livres".
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âmbito provincial. Na prática isso significou o acirramento das tensões locais, tendo
sido um cargo normalmente utilizado por facções políticas para impor sanções a
seus inimigos. As facções rivais tentavam avidamente controlar ou eleger um
magistrado, e a facção derrotada passava a sofrer perseguições. Essa medida foi
imediatamente contestada pelo Partido Conservador e apoiada pelo Partido Liberal,
assentando as bases do confrontamento político entre os dois partidos.
9.3) O GOLPE
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A saída de Dom Pedro I do governo imperial revelou as tensões e instabilidades
que marcavam o processo de formação do Estado Brasileiro. Por outro lado, esse
mesmo evento serviu para que os brasileiros ganhassem maior espaço na vida
política brasileira daquela época.
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reformas políticas mais amplas, o fim do Conselho de Estado e do Poder Moderador
e, em alguns casos mais extremos, a criação de uma República.
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BIBLIOGRAFIA:
Disponível em:
http://www.multirio.rj.gov.br/historia/modulo02/golpe_maioridade.html. Acesso em:
12 abril 2018.
Disponível em:xxxzzhttps://mundoedu.com.br/uploads/pdf/5432ceddcca08.pdf
Acesso em 12 de abril de 2018
MATTOSO, Katia M. de Queirós. Bahia Século XIX: uma Província no Império. Rio
de Janeiro: Nova Fronteira, 1992.
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