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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Faculdade de Filosofia, Letras e Ciê ncias Humanas


Departamento de Histó ria
Prof. Dr. Rodrigo Goyena Soares
e-mail: rodrigo.goyenasoares@usp.br
1º semestre 2023 – FLH0341

HISTÓRIA DO BRASIL INDEPENDENTE I


HISTORY OF THE BRAZILIAN EMPIRE

Unidade I – A formação do Brasil Independente

3. O processo de independência II (1815-1826)


 RIBEIRO, Gladys Sabina e VANTUIL, Pereira. “O Primeiro Reinado em revisão” .
In: GRINBERG, Keila e SALLES, Ricardo. O Brasil Imperial, 1808-1830. Vol I. Rio
de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009.
 SALLES, Ricardo, MARQUESE, Rafael. “A cartografia do poder senhorial :
cafeicultura, escravidão e formação do Estado nacional brasileiro, 1822-1848”.
In: MUAZE, Mariana, SALLES, Ricardo (orgs.). O Vale do Paraíba e o Império do
Brasil nos quadros da Segunda Escravidão. Rio de Janeiro: FAPERJ / 7 Letras,
2015.

 Seminário: “As interpretações historiográficas acerca da Independência”.

I] A economia no período joanino

 XVIII: expansã o do mercado interno consumidor e produtor.


o Rio Grande do Sul: gado.
 Exporta para Rio de Janeiro e Bahia.
o Rio de Janeiro e Bahia: tecidos e escravos.
 Exportam para mercados sulinos.
o Sã o Paulo: cana de açú car.
o Pernambuco, Maranhã o, Paraíba, Piauí: gado, algodã o, açú car.

 Principais vias de integraçã o econô mica:


o Rio Sã o Francisco.
o Tropeiros de SP a RJ.
o Rota da serra de MG a RJ.

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Atividades econômicas no século XVIII

Fonte: THERY, Hervé e APARECIDA DE MELLO, Neli, Atlas do Brasil: disparidades e dinâmicas do território, 2a edição, São Paulo:
EdUSP, 2008, pp. 39

 Ao desembarcar no Rio de Janeiro, Dom Joã o encontrou uma economia menos


dependente de Portugal do que imaginava.
o Mercado interno.
o Burguesia comercial.
o Proprietá rios rurais.

 Açã o de Visconde de Cairu, José da Silva Lisboa.


o Abertura dos portos à s naçõ es amigas
 Ato de 1808: mercadorias importadas por navios
estrangeiros seriam taxadas em 24% ad valorem, e aquelas
trazidas por embarcaçõ es portugueses, em 16%.

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 Resposta inglesa:
o 1810: Tratado de Comércio e Navegaçã o.
 Os produtos importados por intermédio de embarcaçõ es inglesas
seriam taxados em 15% ad valorem.
 Acordo tem validade de 15 anos.
o Um ano inteiro de desajuste tarifá rio entre Portugal e
Inglaterra!
 Fica proibida a exportaçã o de bens como açú car, café e
produtos similares aos das colô nias britâ nicas para a
Inglaterra.
 Pelo resto, Inglaterra distribuiria internacionalmente bens
exportá veis brasileiros.
o Comércio de reexportaçã o autorizado.

o 1810: Tratado de Aliança e Amizade.


 Ingleses passam a ter jurisdiçã o especial no Rio de Janeiro e
magistrados especiais para julgamentos contra britâ nicos.
 Compromisso com a extinçã o gradual do trato negreiro.

 Efeitos comerciais dos tratados ditos desiguais


o Nã o houve enxurrada de importaçã o para o Brasil.
 Guerras napoleô nicas.
 Revogaçã o do alvará de 1785.
o Encolhimento dos cofres pú blicos:
 Arrocho fiscal nas capitanias que apresentassem maior superá vit
comercial.
 Pernambuco era principal alvo.
o Já havia sido cindida, no final do século XVIII, entre
Ceará , Paraíba e Rio Grande do Norte.
 Banco do Brasil entra na lista dos dez maiores bancos do mundo!
 Multiplicaçã o dos meios de pagamento.
 Sustentar a política externa expansionista:
 1809: A pretexto de recuperar a Guiana Brasileira, as forças
portuguesas tomaram a cidade de Caiena, sob escolta da
Inglaterra.
o Ocupaçã o estende-se até 1817.
 1811: intervençã o de Dom Joã o em Montevidéu.
 1817: Segunda investida contra Montevidéu.
 1821: Banda Oriental torna-se Província Cisplatina.

II] A influência das ideais liberais e sua recepçã o no Brasil

o 1815: Reino lusitano foi elevado à condiçã o de Reino Unido de Portugal, Brasil e
Algarves.
 Reforçar incidência portuguesa na conduçã o dos negó cios externos europeus.
 Brasil nã o poderia mais ser taxado mais de colô nia.
o Congresso de Viena (1815) e seus efeitos no Reino Unido:

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 Para portugueses europeus, nã o havia necessidade em manter a sede da Coroa
no Rio de Janeiro, pois guerras napoleô nicas haviam findado.
 Para portugueses americanos, as emancipaçõ es espanholas recordavam ao rei
quã o delicada era a situaçã o na América.
 Fratura brasileira:
 Centralizaçã o no Rio de Janeiro.
o Capitanias do Norte mais ligadas a Lisboa do
que ao Rio de Janeiro.

o Crise pernambucana:
 1817: Motim de militares ordenou aprisionamento de representantes da Coroa.
 Aboliçã o de impostos que deveriam ser escoados para o Rio de Janeiro.
 Esboço de uma Constituiçã o, quando Alagoas, Paraíba e Rio Grande do
Norte aderiram ao motim.
 Composiçã o dos revoltosos:
 Militares.
 Proprietá rios rurais.
 Juízes.
 Representantes do clero (Revolta dos Padres?)
 Comerciantes locais, em concorrência com varejistas portugueses.
 Artesã os, boticá rios, cirurgiõ es (Revolta Popular?).
 Interesses dos insurretos:
 Antilusitanismo.
 Reivindicaçã o de igualdade, entre camadas baixas.
 Reivindicaçã o de autonomismo, para classes dirigentes pernambucanas.
o Momento de queda no preço internacional do açú car.
 Resultados:
 O poder coercitivo do Rio de Janeiro:
 Envio de tropas reais.
 Pernambucanos tentam convencer Washington e Londres, para fornecer
apoio bélico.
 Sem resposta!
 Elaboram plano de intervençã o em Santa Helena, para
libertar Napoleã o, que, em troca, deveria auxiliar
rebeldes em suas açõ es militares.

 Debate historiográ fico

o Revoluçã o Pernambucana foi antessala da Independência?


 Ideias autonomistas e liberais.
 Reformismo, republicanismo e federalismo.
 Evaldo Cabral de Mello:
o Imaginá rio de resistência pernambucano:
 Invasõ es holandesas do século XVII.
 Consolidaçã o de uma nobreza da terra pernambucana.
 Seca de 1816 agrava as tensõ es.
 Ideá rio ligado, ainda, à Revolta dos Mascates (1710-1711).
 Lú cia Bastos Pereira das Neves:

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o O Seminá rio de Olinda, constituído em 1800, teria fornecido
instruçã o maçô nica aos clérigos: iluminismo.

 Do outro lado do Atlâ ntico, em Portugal, tampouco havia clima política pacífico:
 1816: Falece Maria I.
o Dom Joã o VI é coroado no Brasil!
 1817: Revolta de Gomes Freire.

III] O constitucionalismo português

 O Vintismo, levante constitucionalista no Porto, assume duas faces:


 Face liberal: limitaçã o do poder real.
 Convocaçã o das Cortes para deliberar sobre projeto constitucional que
deveria pô r fim ao absolutismo português.
 Face conservadora: restringir autonomia do Brasil e desfazer os tratados
com a Inglaterra.
 Exige-se o regresso do Dom Joã o VI.

No Brasil, novas cisõ es:

o Bahia e Pará : a favor do Vintismo.


o Províncias do Sudeste e Sul: contra o Vintismo.

Resultado:
o Constituiçã o vem à tona em Portugal.
 Dom Joã o VI regressa a Lisboa em 3 de julho de 1821.
o Pedro de Alcâ ntara fica no Brasil: “antes para ti,
meu filho, do que para um aventureiro”.
o 1821: eleiçõ es paras as Cortes de Lisboa.
 Pedro associa-se a facçõ es brasileiras conservadoras, os chamados corcundas:
o Defesa do Império luso-brasileiro.
o Manter unidade bipolar do reino.
 9 de janeiro de 1822: Dia do Fico.

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