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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Faculdade de Filosofia, Letras e Ciê ncias Humanas


Departamento de Histó ria
Prof. Dr. Rodrigo Goyena Soares
e-mail: rodrigo.goyenasoares@usp.br
1º semestre 2023 – FLH0341

HISTÓRIA DO BRASIL INDEPENDENTE I


HISTORY OF THE BRAZILIAN EMPIRE

Unidade I – A formação do Brasil Independente

1. O processo de independência I (1808-1815)


 DIAS, Maria Odila Leite da Silva. “A interiorização da metrópole ”. In: __________.
Interiorização da metrópole e outros estudos. São Paulo: Alameda, 2005.
 NEVES, Lucia Bastos Pereira das. “Estado e política na independência ”. In:
GRINBERG, Keila e SALLES, Ricardo. O Brasil Imperial, 1808-1830. Vol I. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 2009.
 CARIELLO, Rafael e PEREIRA, Thales Zamberlan. Adeus, Senhor Portugal. São
Paulo: Companhia das Letras, 2022. Capítulo 1: “A crise inaugural”.

Seminário: “O Brasil às vésperas de 1808: a crise do sistema colonial e a pujança do mercado


interno”.

1. Brasil, sede do Estado moná rquico português

1.1. As relaçõ es interestatais europeias de 1808

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 18 Brumá rio: fim do Diretó rio e início do Consulado. Napoleã o
torna-se primeiro-cô nsul.
 1804: Aclamado Imperador.
o Livre iniciativa britâ nica vs. capitalismo intervencionista
francês.
 Inglaterra busca ligar-se à Á ustria, à Rú ssia e a
Prú ssia, contra Napoleã o.
 1805: Trafalgar.
o Lord Nelson e a esquadra inglesa.
 Resposta à derrota francesa em Trafalgar:
 Bloqueio Continental, decretado em Berlim (1806).

 Posiçã o portuguesa: aderir ou nã o ao Bloqueio de Berlim?


o Aliança como França e Espanha, para reverter as perdas
econô micas do Tratado de Methuen (Pombal)?
o Aliança com a Inglaterra, para garantir proteçã o militar
com possível expansionismo napoleô nico?
 Posiçã o da Dinamarca
o Tradicional aliada da Inglaterra, mas adere ao bloqueio.
o 1807: Bombardeio de Copenhague pela esquadra inglesa.
 Portugal alia-se à Inglaterra contra o bloqueio continental.

 Resposta napoleô nica:


o Tratado de Fontainebleu, 1807, assinado entre Bonaparte e Manuel de Godoy.
 Quais foram as clá usulas?
o Espanha cede passagem, em seu territó rio, para tropas francesas,
que nã o teriam, portanto, de invadir Portugal pela via marítima.
o Napoleã o divide o Portugal em dois principados e um reino:
 Sul: Principado de Algarves, que ficaria sob controle de
Manuel de Godoy.
 Norte: Reino de Lusitâ nia Setentrional, cedido ao rei da
Etrú ria, conforme leis de sucessã o da família que ocupar o
trono da Espanha.
 Centro: Beira, Trá s-os-Montes, Estremadura e Alentejo. Em
posse francesa, e somente devolvido a Portugal em troca
de “Gibraltar, Trindade e outras colô nias, que os ingleses
têm conquistado à Espanha e seus aliados”.
 1808: transmigraçã o da Coroa bragantina para o Rio de Janeiro.
o Reabilita-se o projeto de dom Rodrigo de Souza Continho.
o Vasto e poderoso Império

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2. A política interna joanina e a interiorização da metrópole

 Ineditismo da partida da Coroa portuguesa para a América.


o Escolta da frota britâ nica.
 Primeira parada: Salvador, apó s rá pida escola nas ilhas Madeira.
 Segunda parada: Rio de Janeiro.
 Chegam reinó is: burocratas e administradores.
o Mas também mú sicos e artistas.
o Teatralizaçã o do poder na antiga colô nia.
 Antes, habitantes do Brasil eram menos
portugueses do que maranhenses,
paraenses ou baianos.

 Primeiras medidas administrativas:


o Pastas ministeriais
 Substituiçã o da pasta dos Negó cios do Reino pela dos Negó cios do
Brasil, que passa a incluir a Fazenda e o Real Erá rio.
 Rodrigo de Souza Coutinho assume a pasta dos Negó cios
Estrangeiros.
 Criaçã o das Juntas de Comércio e de Agricultura.

o Medidas jurisdicionais
 Criaçã o de Tribunais Superiores.
o Tribunal da Mesa do Desembargo do Paço:
jurisdiçã o sobre todas as capitanias.
 Com exceçã o do Tribunal de Relaçã o da
Bahia.
 Elevaçã o do Tribunal de Relaçã o do Rio de
Janeiro à Casa de Suplicaçã o.
o Medidas coercitivas
 Criaçã o da Intendência-Geral de Polícia.

o Políticas culturais
 Criaçã o de Imprensa Régia (1808).
 Criaçã o do Museu Real (1808): estudar a botânica e a zoologia
local.
 Criaçã o da Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios (1816).
 Criaçã o da Real Biblioteca (1814).
 Criaçã o da Academia Imperial de Belas Artes (1826).
 Criaçã o de Escolas de Medicina na Bahia e no Rio de Janeiro
(1813).
 Abertura dos portos para missõ es científicas: Cook e Humboldt
(geografia); e Saint-Hilaire e o Barã o Von Langsdorff (ciências
naturais).
 Missõ es artísticas:
o Austríaca: Spix e Martius.

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o Francesa: Debret, Taunay e Grandjean de
Montigny.

o Contrataçã o de funcioná rios locais.


 Novos servidores pú blicos.

 Caracterizaçã o da sociedade brasileira

o Unidade ou fratura?
 Títulos nobiliá rios outorgados a comerciantes de grosso trato
como retribuiçõ es ao auxílio financeiro prestado.
 Em troca, ainda, isençõ es fiscais.
o Essas isençõ es fiscais passam a pesar nas capitanias.
 Para elas, o Rio de Janeiro parecia substituir Lisboa, não havendo
mudança real da condiçã o colonial.
 Coleta tributá ria ficava no Rio de Janeiro: magra redistribuiçã o.
o Maior mal-estar: Pernambuco.
 Acumulava um dos maiores superá vits comerciais do Império.
 Maior parte do fisco advinha das alfâ ndegas.
 Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte unem-se ao
descontentamento pernambucano.
o Contrastes:
 O Rio de Janeiro urbaniza-se, mas o Brasil é rural.
 A novo Capital recebe imigrantes, que contrastam com as
populaçõ es negras.
 3.817.000 brasilienses.
 1.043.000 brancos e 1.930.000 negros escravos.
 526.500 eram mulatos e negros libertos.

2.1 A economia no período joanino

 XVIII: expansã o do mercado interno consumidor e produtor.


o Rio Grande do Sul: gado.
 Exporta para Rio de Janeiro e Bahia.
o Rio de Janeiro e Bahia: tecidos e escravos.
 Exportam para mercados sulinos.
o Sã o Paulo: cana de açú car.
o Pernambuco, Maranhã o, Paraíba, Piauí: gado, algodã o, açú car.

 Principais vias de integraçã o econô mica:


o Rio Sã o Francisco.
o Tropeiros de SP a RJ.
o Rota da serra de MG a RJ.

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Atividades econômicas no século XVIII

Fonte: THERY, Hervé e APARECIDA DE MELLO, Neli, Atlas do Brasil: disparidades e dinâmicas do território, 2a edição, São Paulo:
EdUSP, 2008, pp. 39

 Ao desembarcar no Rio de Janeiro, Dom Joã o encontrou uma economia menos


dependente de Portugal do que imaginava.
o Mercado interno.
o Burguesia comercial.
o Proprietá rios rurais.

 Açã o de Visconde de Cairu, José da Silva Lisboa.


o Abertura dos portos à s naçõ es amigas

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 Ato de 1808: mercadorias importadas por navios
estrangeiros seriam taxadas em 24% ad valorem, e aquelas
trazidas por embarcaçõ es portugueses, em 16%.

 Resposta inglesa:
o 1810: Tratado de Comércio e Navegaçã o.
 Os produtos importados por intermédio de embarcaçõ es inglesas
seriam taxados em 15% ad valorem.
 Acordo tem validade de 15 anos.
o Um ano inteiro de desajuste tarifá rio entre Portugal e
Inglaterra!
 Fica proibida a exportaçã o de bens como açú car, café e
produtos similares aos das colô nias britâ nicas para a
Inglaterra.
 Pelo resto, Inglaterra distribuiria internacionalmente bens
exportá veis brasileiros.
o Comércio de reexportaçã o autorizado.

o 1810: Tratado de Aliança e Amizade.


 Ingleses passam a ter jurisdiçã o especial no Rio de Janeiro e
magistrados especiais para julgamentos contra britâ nicos.
 Compromisso com a extinçã o gradual do trato negreiro.

Avaliação
a. Prova escrita no final do semestre - 50% da nota.
b. Fichamento crítico de texto obrigatório - 25% da nota.
c. Seminário em grupo – 25% da nota.

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