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Agrupamento de Escolas do Fundão

Técnico de Serviços Jurídicos


Direito Processual – UFCD 10354

Instância e os seus Incidentes

Arthur Oliveira
Tomás Cavalheiro
Ano letivo 2023/2024
Professora Ana Sardinha
Índice:
Introdução
1. Suspensão da Instância
1.1 Causas da suspensão
2. Extinção da Instância
2.1 Causas da extinção
3. Incidentes de instância
3.1 Valor da causa
3.2 Intervenção de terceiros
3.3 Habilitação
3.4 Liquidação
Conclusão
Referências bibliográficas
Introdução

Este trabalho foi elaborado no âmbito da disciplina de Direito Processual, no


UFCD 10354 - Atos processuais no Processo Civil e a Instância - tem como tema
Incidentes da Instância.
Ao longo do trabalho abordaremos vários temas relativos como a suspensão e
extinção da instância, bem como os principais incidentes de instância previstos
na legislação portuguesa.
Este trabalho tem como objetivo aprofundar os nossos conhecimentos sobre os
assuntos tratados.
A metodologia utilizada foram pesquisas na internet, incluindo consultas no
CPC, e o auxílio da professora Ana.
1. Suspensão da Instância

A suspensão da instância extingue-se quando:


quando falece ou se extingue alguma das partes
b) Nos processos em que é obrigatória a constituição de advogado, quando este
falecer ou ficar absolutamente impossibilitado de exercer o mandato. Nos outros
processos, quando falecer ou se impossibilitar o representante legal do incapaz,
salvo se houver mandatário judicial constituído; em ob
c) Quando o tribunal ordenar a suspensão ou houver acordo das partes;
d) Nos outros casos em que a lei o determina especialmente.

1.1 Causas da suspensão

As causas da suspensão da instância podem variar, incluindo situações como a


falta de capacidade processual de uma das partes, a necessidade de aguardar por
decisões de outros tribunais, a ocorrência de eventos que impeçam a continuação
do processo, entre outras.

Artº 269
“a) Quando falecer ou se extinguir alguma das partes, sem prejuízo do disposto
no artigo 162.º do Código das Sociedades Comerciais;
b) Nos processos em que é obrigatória a constituição de advogado, quando este
falecer ou ficar absolutamente impossibilitado de exercer o mandato. Nos outros
processos, quando falecer ou se impossibilitar o representante legal do incapaz,
salvo se houver mandatário judicial constituído;
c) Quando o tribunal ordenar a suspensão ou houver acordo das partes;
d) Nos outros casos em que a lei o determinar especialmente.”

2. Extinção da Instância

A extinção da instância ocorre quando o processo chega ao seu fim, seja por
decisão judicial, acordo entre as partes ou outras circunstâncias previstas em lei.
Neste momento, a instância é encerrada e o processo é dado por concluído. As
causas da extinção da instância podem incluir a decisão final do tribunal, a
desistência da ação por parte do autor, a falta de contestação por parte do réu,
entre outras situações previstas na legislação processual.

2.1 Causas da extinção

Artº 277º
“A instância extingue-se com: O julgamento; O compromisso arbitral; A
deserção; A desistência, confissão ou transação; A impossibilidade ou
inutilidade superveniente da lide”
A Extinção consiste na cessação da instância antes de atingir a sua finalidade.
Consiste numa declaração judicial que extingue a instância.
São causas da extinção (artº 277º):
● O julgamento (artº 278º e 279º)
● O compromisso arbitral (artº 280º)
● A deserção (artº 281º)
● A desistência, confissão ou transação (artº 283º)
● A morte ou extinção de alguma das partes (artº 269, nº 3º)

3. Incidentes de instância

Os incidentes de instância são questões secundárias que surgem durante o


processo e que podem alterar o prosseguimento normal.
Alguns dos principais incidentes de instância previstos na legislação portuguesa
incluem o valor da causa, a intervenção de terceiros, a habilitação e a liquidação.
Estes incidentes têm como objetivo resolver questões específicas que surgem no
decorrer do processo e garantir a regularidade e eficácia da tramitação
processual.

Procedimentos dos Incidentes:


Os incidentes de instância são deduzidos por requerimento com articulados, com
prazo de 10 dias para requerer o ato.
A parte que deduzir o incidente deve oferecer o rol de testemunhas e requerer
outros meios de prova, com um máximo de 5 testemunhas.

Os incidentes são resolvidos pelo mesmo tribunal que decide a ação, mesmo que
vá além de sua competência.
Artigo 147.º (art.º 151.º CPC 1961) Definição de articulados 1 - Os articulados
são as peças em que as partes expõem os fundamentos da ação e da defesa e
formulam os pedidos correspondentes. 2 - Nas ações, nos seus incidentes e nos
procedimentos cautelares, havendo mandatário constituído, é obrigatória a
dedução por artigos dos factos que interessem à fundamentação do pedido ou da
defesa, sem prejuízo dos casos em que a lei dispensa a narração de forma
articulada.

3.1 Valor da causa


O valor da causa é um incidente de instância que diz respeito à determinação do
valor econômico atribuído à ação em questão. Este valor é relevante para efeitos
de cálculo de custas judiciais, competência territorial do tribunal e outras
questões processuais relacionadas com o montante em disputa.

Artº 296º
“1 - A toda a causa deve ser atribuído um valor certo, expresso em moeda legal,
o qual representa a utilidade económica imediata do pedido.
2 - Atende-se a este valor para determinar a competência do tribunal, a forma
do processo de execução comum e a relação da causa com a alçada do tribunal.
3 - Para efeito de custas judiciais, o valor da causa é fixado segundo as regras
previstas no presente diploma e no Regulamento das Custas Processuais.”

3.2 Intervenção de terceiros

A intervenção de terceiros é um incidente que permite a participação de pessoas


estranhas à constituição inicial da instância no processo.
Esta intervenção pode ser classificada como principal, acessória ou por oposição,
e tem como objetivo garantir a participação de todas as partes interessadas na
resolução da questão em discussão.

Intervenção Principal: Consideram-se intervenção principal os casos em que


um terceiro se associa (espontaneamente) ou é chamado a associar-se
(provocadamente) a uma das partes primitivas.
Esta intervenção visa tornar possível um hipotético litisconsórcio ou coligação
inicial.
A parte que se associa tem uma igualdade ou paralelismo de interesse com a
parte primitiva que já estava na instância.

Intervenção Acessória: Consideram-se intervenção acessória os casos em que


um terceiro se associa a uma das partes primitivas, procurando com isso evitar o
prejuízo que indiretamente a decisão lhe iria provocar.
O terceiro invoca, para essa intervenção, um interesse ou relação conexa ou
dependente da ação em litigância.
O incidente de intervenção acessória (ou subordinada) tem 3 opções: Provocada;
Do Ministério Público; Da Assistência:

Intervenção Acessória Provocada: A intervenção acessória provocada


resultado do chamamento que o réu faz de um terceiro, na altura da sua defesa,
para o auxiliar (artº 321º). O terceiro, chamado à ação, não tem os mesmos
direitos da parte principal (réu). Apenas auxilia o réu para que a ação, intentada
pelo autor, seja considerada improcedente.

Intervenção Acessória do Ministério Público: Sempre que o MP deva intervir


nos termos da respectiva Lei Orgânica, é oficiosamente notificada a pendência da
ação artº 325º, nº 1.O MP deve zelar pelo interesse que lhe está confiado
(menores, incapazes,estado,…) artº 325º, nº 2.
Artº 194º
1 - A falta de vista ou exame ao Ministério Público, quando a lei exija a sua
intervenção como parte acessória, considera-se sanada desde que a entidade a
que devia prestar assistência tenha feito valer os seus direitos no processo por
intermédio do seu representante.
2 - Se a causa tiver corrido à revelia da parte que devia ser assistida pelo
Ministério Público, o processo é anulado a partir do momento em que devia ser
dada vista ou facultado o exame.

Assistência: Conceito e legitimidade da assistência


Artº 326º
1 - Estando pendente uma causa entre duas ou mais pessoas, pode intervir nela
como assistente, para auxiliar qualquer das partes, quem tiver interesse jurídico
em que a decisão do pleito seja favorável a essa parte.
2 - Para que haja interesse jurídico, capaz de legitimar a intervenção, basta que
o assistente seja titular de uma relação jurídica cuja consistência prática ou
econômica dependa da pretensão do assistido

Oposição

A Oposição é outro incidente da instância e consiste na possibilidade de um


terceiro intervir numa causa, para fazer valer um direito próprio incompatível
com a pretensão do autor ou do réu artº 333º.

A Oposição só pode ser feita enquanto não estiver marcado o dia para a audiência
final da 1ª instância, artº 333º, nº 2.

A Oposição feita por um terceiro e que pode ser:


➔ Espontânea
➔ Provocada
➔ Mediante embargos de terceiros

Artigo 333.º (art.º 342.º CPC 1961)


Conceito de oposição - Até quando pode admitir-se
1 - Estando pendente uma causa entre duas ou mais pessoas, pode um terceiro
intervir nela como opoente para fazer valer, no confronto de ambas as partes,
um direito próprio, total ou parcialmente incompatível com a pretensão
deduzida pelo autor ou pelo reconvinte. 2 - A intervenção do opoente só é
admitida enquanto não estiver designado dia para a audiência final em 1.ª
instância ou, não havendo lugar a audiência final, enquanto não estiver
proferida sentença.

3.3 Habilitação

A habilitação é um incidente de instância que visa regularizar a participação das


partes no processo em situações como falecimento, incapacidade, renúncia do
mandatário judicial, entre outras. Este incidente certifica que uma pessoa sucede
a outra na ação, ocupando a mesma posição jurídica na instância.

3.4 Liquidação

A liquidação é um incidente de instância que consiste na determinação do


montante exato a ser pago em cumprimento de uma decisão judicial. Este
incidente ocorre após a fase de conhecimento e tem como objetivo calcular o
valor a ser pago pela parte vencida no processo.
Conclusão

Com este trabalho aprendemos sobre a importância e como se constitui a


instância e as situações que a acompanham, mais precisamente os seus incidentes
como a suspensão, a extinção, as suas causas e como se processa e desenvolve
um incidente, podendo ter um melhor entendimento sobre os assuntos abordados
e a relação processual trilateral entre todas as partes envolvidas.

Os objetivos a que nos propusemos na realização deste trabalho foram cumpridos


e ainda aprendemos mais conhecimentos.
Referências bibliográficas
➢ https://www.pgdlisboa.pt/leis/lei_mostra_articulado.php?
nid=1959&tabela=leis
➢ UFCD 10354 - Direito Processual fornecido pela professora
➢ https://diariodarepublica.pt/dr/legislacao-consolidada/lei/2013-34580575
➢ https://www.dgsi.pt/jtrp.nsf/c3fb530030ea1c61802568d9005cd5bb/
2fa432ce75b19236802571a400531781?OpenDocument

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