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MATERIAL DE APOIO

Disciplina: Processo Civil


Professor: Leandro Leão
Aulas: 01 a 03 | Data: 14/10/2016

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
1) Conceito
2) Formas de intervenção
3) Modalidades
4) Incidente de desconsideração da personalidade jurídica
5) Amicus curiae
6) Assistência
7) Denunciação da lide
8) Chamamento ao processo

ATOS PROCESSUAIS
1) Conceito
2) Tempo dos atos processuais

PRAZO PROCESSUAL
1) Conceito
2) Classificação dos prazos processuais
3) Regras de contagem do prazo

COMUNICAÇÃO DOS PRAZOS PROCESSUAIS

CITAÇÃO
1) Conceito
2) Formas de citação
3) Efeitos da citação

PROCEDIMENTO COMUM
1) Fluxograma do rito comum
2) Petição inicial
3) Requisitos

Contatos:
Twitter = @leandrocleao
Fanpage = professor Leandro Leão

I. INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
O provimento jurisdicional atinge, em regra, as partes (autor e réu), porém, eventualmente, pode atingir terceira
pessoa, de modo que este poderá intervir no processo.

1) Conceito
Intervenção de terceiro é figura processual que possibilita a participação de um terceiro no processo.

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2) Formas de intervenção de terceiro:
O terceiro pode participar de forma:
a) Voluntária = terceiro pede para participar do processo;
b) Provocada = uma das partes traz o terceiro para participar do processo.

3) Modalidades:
O atual CPC/15 extinguiu a nomeação à autoria e transferiu a oposição para um procedimento especial, bem como
acresceu 2 novas modalidades de intervenção.

Dica para memorização dos tipos (modalidades) de intervenção:


A ssistência = voluntária
D enunciação da lide = provocada
I ncidente de desconsideração da personalidade jurídica = provocada
C hamamento ao processo = provocada
A micus curiae = voluntária, provocada e de ofício pelo juiz.

4) INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA


É intervenção que tem por objetivo responsabilizar os sócios pelo débito da sociedade, inclusive de forma inversa, ou
seja, a sociedade respondendo pelos débitos dos sócios.
Os requisitos para sua concessão constam no artigo 50 do Código Civil.
A) Existem 2 modalidades de desconsideração:
a) Inicial = requerida na própria petição inicial
b) Incidental = requerida no curso do processo de conhecimento ou de execução.

B) Procedimento:
 Iniciado por petição (do MP ou da parte) com preenchimento dos requisitos do artigo 50 do CC;
 Citação dos sócios, ou da sociedade se for a desconsideração inversa, no prazo de 15 dias;
 Suspensão do processo principal;
 Decisão do juiz = de natureza interlocutória passível de agravo de instrumento.
Cuidado: artigo 137 do CPC/15 preceitua que se acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou oneração de
bens havida em fraude à execução será ineficaz em relação ao requerente.

5) AMICUS CURIAE
A) Conceito
Amigo da corte. É a forma de um terceiro especialista auxiliar o juízo nas causas de maior relevância, impacto e
repercussão social, em razão da importância da matéria discutida.

B) Prazo
O juiz concede o prazo de 15 dias para sua manifestação, bem como delimita os poderes de atuação.

C) Manifestações previstas no CPC/15:


O juiz não pode delimitar 2 poderes do amicus curiae.
a) Opor embargos de declaração
b) Direito de recorrer em IRDR = incidente de resolução de demandas repetitivas.

D) Pode ser amicus curae:


a) Pessoa natural;

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b) Pessoa jurídica;
c) Ente despersonalizado.
O amicus curiae não desloca competência – artigo 138 do CPC/15.

6) ASSISTÊNCIA
A) Conceito
Haverá assistência sempre que o terceiro tenha INTERESSE JURÍDICO de que uma das partes vença a demanda.
Ajudará, auxiliará para que uma das partes vença a demanda.
Por meio de uma simples petição, a qualquer tempo, o assistente poderá ingressar com o pedido. As partes serão
chamadas para se manifestar em 15 dias. Caso haja impugnação, o juiz decidirá em apartado (decidirá se tem interesse
jurídico).

B) Modalidades:
a) Simples
 O terceiro possui relação jurídica com uma das partes, sendo indiretamente atingido pelo provimento
jurisdicional;
 Não vira parte no processo;
 Suas manifestações estão subordinadas às do assistido;
CUIDADO 1: Sendo réu revel ou omisso, o assistente será considerado seu substituto processual (hipótese de
legitimidade extraordinária = pleitear em nome próprio direito alheio = artigo 121, parágrafo único CPC/15).
CUIDADO 2: não poderá em processo futuro rediscutir a justiça da decisão (os fundamentos de fato e de direito).
Exceção: se houver má gestão processual, poderá rediscutir em processo futuro (artigo 123 do CPC/15).

b) Litisconsorcial
 O terceiro é o próprio titular do direito substancial deduzido no processo, ele será diretamente atingido
pelo provimento jurisdicional;
 Vira parte no processo;
 Suas manifestações são independentes (pois é parte);
Exemplo: MP ajuizando ação de investigação de paternidade, o menor será assistente litisconsorcial, pois é a parte
interessada.

7) DENUNCIAÇÃO DA LIDE
 Permite que a parte exerça o direito de regresso contra o terceiro no mesmo processo.
 Pode ser intentada pelo autor, na petição inicial, e pelo réu, na contestação.

Finalidade = economia processual.

Somente será permitida uma única denunciação sucessiva (depois da 1ª denunciação exercida no processo).

Cabimento:
a) Garantia decorrente da evicção (perda de um bem por força de decisão judicial);
b) Garantia decorrente de lei ou contrato. Exemplo: seguro de veículo.

8) CHAMAMENTO AO PROCESSO
É a possibilidade do réu, na contestação, trazer ao processo o coobrigado em determinada relação jurídica.

Cabimento:
 Devedor só chama devedor;

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 Fiador pode chamar:
o Outros fiadores
o Devedor principal

Devedor não pode chamar FIADOR.

II. ATOS PROCESSUAIS


1) Conceito
Atos humanos que possuem relevância para o processo devendo ser praticados conforme determina a lei.
Atos do Juiz:
 Despacho;
 Sentença;
 Decisão interlocutória;
 Acórdão.

Atos dos serventuários:


 Vistas;
 Conclusão = ato de remessa do processo ao juiz;
 Citação;
 Intimação;
 Autuação.

Atos das partes:


 Manifestação por escrito =petição – artigo 200 do CPC/15. A desistência da ação só produz efeitos após
homologação do juiz.

2) Tempo dos atos processuais


O professor explica que este item está bem detalhado no material disponibilizado por ele na área do aluno e o aluno
deve ler com atenção.
Os artigos 212 e 216 do CPC/15 tratam do assunto.
A Súmula 418 do STJ foi cancelada pelo artigo 218, parágrafo 4º do CPC/15.
O STJ emitiu a Súmula 579 desnecessariamente, já que a lei traz determinação no mesmo sentido do seu texto.

III. PRAZOS PROCESSUAIS


1) Conceito
É a distância de tempo que o ato processual deve ser praticado delimitada por 2 termos:
a) Termo inicial
b) Termo final

2) Classificação dos prazos processuais


A) Quanto à origem
a. Legal = definido pela lei;
b. Judicial = na omissão da lei, será definido pelo juiz
Obs: na omissão da lei ou do juiz, o prazo será de 5 dias (artigo 218 do CPC/15).

B) Quanto às consequências processuais:


a. Próprio = destinado para as partes. Caso não cumpram, haverá a preclusão temporal (perde a chance
de realizar o ato processual)

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CUIDADO: não confundir com:
 Preclusão lógica = que a parte não pode praticar um ato logicamente incompatível com o anterior;
 Preclusão consumativa = ocorre quando o ato processual já foi realizado.

b. Impróprio = destinado ao juiz e aos auxiliares = artigo 228 do CPC/15.

C) Quanto à possibilidade de prorrogação ou dilação de prazo:


a) Dilatórios = prazos que podem ser alterados, ampliados ou reduzidos;
b) Peremptórios = não podem ser alterados, são fixados de forma imperativa.
CUIDADO: NOVIDADE NO NOVO CPC= negócio jurídico processual (artigo 190) e calendário processual (artigo 191).

3) Regras de contagem de prazo


Artigo 224 do CPC/15.
Existem beneficiários de prazos em dobro pra qualquer manifestação:
 MP = artigo 180
 Fazenda Pública = artigo 183
 Defensoria Pública = artigo 186
 Litisconsórcio com advogados de escritórios de advocacia diferentes e processo físico. NÃO VALE ESTA REGRA
PARA PROCESSO ELETRÔNICO, independentemente de advogados distintos.
Professor pede para que o aluno faça leitura do material de apoio disponibilizado por ele sobre os artigos 221 a 265 do
CPC/15 sobre suspensão do processo.

IV. COMUNICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS


A comunicação dos atos processuais ocorre de 2 formas:
A) Entre juízos = entre os órgãos que exercem a atividade jurisdicional (ligado à cooperação judiciária = artigo 237).
Esta comunicação ocorre entre cartas:
a) Carta rogatória = expedida apenas para atos de comunicação ou instrução processual. Trata-se da
comunicação entre o juízo nacional e o juízo estrangeiro. As cartas rogatórias vindas do exterior devem receber o
“exequatur” (“cumpra-se”) do STJ (artigo 105, inciso I do CF). Após, será cumprida perante a Justiça Federal (artigo
109, inciso X da CF);
b) Carta de ordem = comunicação entre o Tribunal e o órgão a ele subordinado;
c) Carta precatória = comunicação entre juízos da mesma hierarquia, porém de diferentes comarcas.
Ver o artigo 237, parágrafo único do CPC/15.
d) Carta arbitral = NOVIDADE DO CPC/15 - comunicação entre o juízo arbitral e o Poder Judiciário.
O aluno deve ler todos os artigos referentes ao assunto e indicados no material de apoio do professor.

B) Entre juízos e partes = Citação e intimação.

V. CITAÇÃO
1) Conceito
Artigo 238 e 239 do CPC.
É a comunicação que se faz ao sujeito passivo da relação processual de que em face dele tramita um processo e,
querendo, possa se defender.
Falta de citação invalida o processo.
O réu pode ser citado em qualquer lugar que ele esteja e, sendo pessoa natural, deve ser citada ela mesma, salvo se
tiver representante constituído.
No caso de pessoa jurídica, basta envio da citação à sua sede ou filial.

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2) Formas de citação:
A) Real
a) Correios (regra) = pode ser enviada citação pelos Correios para qualquer Comarca do país. O recebimento
depende de assinatura no aviso de recebimento – AR;
b) Oficial de justiça = obrigatório dos casos do artigo 247 do CPC/15;
c) Meios eletrônicos = exceto microempresa e empresa de pequeno porte; empresas públicas ou privadas,
PREFERENCIALMENTE, serão citadas por esse meio.
OBS: Citação por meio eletrônico para o MP é considerada pessoal.
d) Por escrivão ou secretaria = não havia previsão legal, mas era uma realidade na prática forense.

B) Ficta
a) Por hora certa = oficial de justiça deverá comparecer no domicílio do réu por 2 vezes e deve haver suspeita
de ocultação (artigos 252 a 254);
b) Por edital = realizada através da plataforma de editais do CNJ (Diário da Justiça eletrônico nacional) nos
casos de réu desconhecido, em local incerto e não sabido (LINS), quando a lei determinar (exemplo: nas
ações possessórias multitudinárias).

OBS: NOVIDADE do CPC:


 Se o citando residir em condomínio com controle de acesso, a citação poderá ser efetivada na pessoa do
porteiro que somente estará autorizado a recusar o recebimento se declarar por escrito que o citando
encontra-se ausente (artigo 248, parágrafo 4º);
 Na citação ficta, tendo em vista que não se sabe ao certo se o réu teve plena ciência ou não da citação,
caso não apareça, o juiz nomeará curador especial (Defensoria Pública) para defesa de seus interesses
(artigo 72, inciso II).
 Citado na forma real, o réu que não apareça no processo, terá a revelia decretada pelo juiz.

3) Efeitos da citação (artigo 240)


F az litigiosa a coisa;
I nduz litispendência;
C onstitui em mora o devedor = corre juros e correção monetária.

OBS: não se fará a citação nas hipóteses do artigo 244 e 245 (dias de nojo, dias de bodas, assistindo a culto religioso,
réu incapaz).

VI. PROCEDIMENTO COMUM


1) Fluxograma do rito comum:
 Petição inicial;
 Juiz faz juízo de admissibilidade;
 Juiz designa audiência de conciliação ou mediação e determina a citação do réu;
 Realização da audiência;
 Não havendo acordo, ao réu será dada oportunidade para que apresente resposta em 15 dias (contestação);
 Juiz concederá prazo de 15 dias para o autor apresentar réplica;
 Juiz poderá proceder ao julgamento antecipado total ou parcial do processo;
 Se não for o caso, o juiz procederá com a decisão saneadora e organizadora = artigo 357;
 Se for necessário, juiz determinará a realização da audiência de instrução e julgamento;
 Após, na audiência ou no prazo de 30 dias, o juiz prolata a sentença.

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2) Petição inicial (artigos 319 a 321)
Ato que dá início ao processo e define os limites subjetivos (partes) e objetivos (fatos e fundamentos jurídicos) da lide,
os quais o juiz deverá observar.
OBS: início do processo = protocolo da petição inicial = artigo 312.

3) Requisitos:
Artigos 319, 320 e artigo 77, inciso V do CPC/15.

 Na qualificação das partes, atualmente, é preciso que se informe eventual existência de união estável e
endereço eletrônico (e-mail).
 A causa de pedir é composta pelos fatos e fundamentos jurídicos (consequência jurídica pretendida).
 Pedido = pretensão do autor. Possui uma regra: deve ser certo e determinado. Exceção (artigo 324): pedido
genérico em caso de ações universais, ações decorrentes de ato ou fato ilícito que não seja possível apurar a
extensão do dano (exemplo: vítima em coma) e ações que depender do réu (exemplo: ação de prestação de
contas).
 Opção do autor pela realização de audiência de conciliação ou mediação = se o autor não quiser e o réu
também não quiser na contestação (dupla negativa) o juiz não a designará.
ATENÇÃO: se faltar algum dos requisitos da petição inicial, o juiz concederá o prazo de 15 dias para emenda da peça
indicando com precisão o que necessita ser corrigido ou alterado, sob pena de indeferimento (extinção) = artigo 321.

Pode o autor alterar o pedido ou a causa de pedir?


Artigo 329 do CPC/15.
 Até a citação = sim, sem qualquer restrição;
 Após a citação = sim, desde que o réu concorde (houve estabilização da lide);
 Após o saneamento = não pode mais.

O autor pode desistir da ação?


Artigo 485, parágrafo 4º do CPC/15.
 Antes da citação = sim, sem qualquer restrição;
 Oferecida a contestação = sim, desde que o réu concorde.

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