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Curso: Reta Final TRT 15ª e 19ª Região

Prof. Leandro Leão Disciplina: Direito


@leandrocleao Processual Civil

AULA 01

TEORIA GERAL DO PROCESSO

LIDE à AÇÃO à JURISDIÇÃO à PROCESSO à PROVIMENTO JURISDICIONAL

1) LIDE: é o conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida.


Duas ou mais pessoas disputam o mesmo bem jurídico.

2) JURISDIÇÃO

É a função do Estado-Juiz no intuito de solucionar conflitos, aplicando o direito ao caso concreto,


segundo a vontade da Lei

2.1) Características:
a) Substitutividade
b) Imperatividade
c) Indelegabilidade
d) Definitividade
e) Inafastabilidade
f) Inércia

2.2) Espécies:
à Jurisdição contenciosa e voluntária (art. 1º CPC)
Art. 1º A jurisdição civil, contenciosa e voluntária, é exercida pelos juízes, em todo o território nacional,
conforme as disposições que este Código estabelece

3) AÇÃO
É o meio utilizado para provocar a jurisdição, com objetivo de obter a tutela jurisdicional.
3.1) Natureza Jurídica
DIREITO SUBJETIVO PÚBLICO, exercido contra o Estado.
3.2) Condições da Ação

L egitimidade
I nteresse de agir:
P ossibildiade jurídica do pedido:

i) LEGITIMIDADE:
à REGRA: LEGITIMIDADE Ordinária: Pleitear em nome próprio, direito próprio.
Art. 6º CPC: Ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando autorizado por lei.
à EXCEÇÃO: LEGITIMIDADE Extraordinária ou Substituição processual: Pleitear em nome próprio,
direito alheio. Deve ter expressa autorização legal.

ii) INTERESSE PROCSSUAL: surge diante do binômio: necessidade x adequação.

iii) POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO: É preciso que a pretensão formulada em juízo não
afronte o ordenamento jurídico.

ATENÇÃO: CARÊNCIA DE AÇÃO

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4) PROCESSO e PROVIMENTO JURISDICIONAL


O processo é o instrumento da jurisdição, ou seja, é através do processo que o Judiciário dará a
resposta solicitada, que é o provimento jurisdicional.

O PROCESSO

1) ELEMENTOS DO PROCESSO
O processo é composto por elementos subjetivos (sujeitos) e por elementos objetivos.

A) SUBJETIVOS:
- Partes (autor e réu)
- Órgão Jurisdicional (Juiz e Auxiliares da jurisdição)
- Ministério Público (atuação arts. 81 e 82 CPC.)

2) SUJEITOS DO PROCESSO
a) Partes e seus procuradores;
b) Ministério Público;
c) Juiz e seus auxiliares.

2.1) PARTES
a) Capacidade de ser parte: o indivíduo é titular de direitos e obrigações e, portanto, está legitimado
para defesa dos interesses em juízo.

b) Capacidade processual: é a aptidão para a estar em juízo (Art. 7º CPC).


Art. 7º Toda pessoa que se acha no exercício dos seus direitos tem capacidade para estar em juízo.

c) Capacidade postulatória: é a habilidade necessária para se dirigir ao magistrado (juiz). Em regra


será conferida ao advogado.
Exceções:
a) Impetrar habeas corpus;
b) Ações do JEC – Juizado Especial Cível quando o valor não exceder 20 salários mínimos;
c) Reclamações Trabalhistas

2.2) PROCURADORES
Art. 133 CF. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e
manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.

à FORMA DE ATUAÇÃO DO ADVOGADO: PROCURAÇÃO

Art. 37. Sem instrumento de mandato, o advogado não será admitido a procurar em juízo. Poderá, todavia, em
nome da parte, intentar ação, a fim de evitar decadência ou prescrição, bem como intervir, no processo, para
praticar atos reputados urgentes. Nestes casos, o advogado se obrigará, independentemente de caução, a
exibir o instrumento de mandato no prazo de 15 (quinze) dias, prorrogável até outros 15 (quinze), por despacho
do juiz.
Parágrafo único. Os atos, não ratificados no prazo, serão havidos por inexistentes, respondendo o advogado
por despesas e perdas e danos.

à ELEMENTOS DA PROCURAÇÃO:

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Art. 38. A procuração geral para o foro, conferida por instrumento público, ou particular assinado pela
parte, habilita o advogado a praticar todos os atos do processo, salvo para receber citação inicial,
confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre que se
funda a ação, receber, dar quitação e firmar compromisso.
Parágrafo único. A procuração pode ser assinada digitalmente com base em certificado emitido por
Autoridade Certificadora credenciada, na forma da lei específica."

ATENÇÃO: Deveres das partes e procuradores (arts. 14 e 15 CPC)

Art. 14. São deveres das partes e de todos aqueles que de qualquer forma participam do processo:
I - expor os fatos em juízo conforme a verdade
II - proceder com lealdade e boa-fé
III - não formular pretensões, nem alegar defesa, cientes de que são destituídas de fundamento
V - não produzir provas, nem praticar atos inúteis ou desnecessários à declaração ou defesa do direito.
V - cumprir com exatidão os provimentos mandamentais e não criar embaraços à efetivação de provimentos judiciais, de
natureza antecipatória ou final.

Art. 15. É defeso às partes e seus advogados empregar expressões injuriosas nos escritos apresentados no processo,
cabendo ao juiz, de ofício ou a requerimento do ofendido, mandar riscá-las.
Parágrafo único. Quando as expressões injuriosas forem proferidas em defesa oral, o juiz advertirá o advogado que não as
use, sob pena de Ihe ser cassada a palavra.

à CONSEQUÊNCIA PARA A VIOLAÇÃO DOS DEVERES

Art. 16. Responde por perdas e danos aquele que pleitear de má-fé como autor, réu ou interveniente.
Art. 17. Reputa-se litigante de má-fé aquele que:
II - alterar a verdade dos fatos;
III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;
Vl - provocar incidentes manifestamente infundados
VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.
Art. 18. O juiz ou tribunal, de ofício ou a requerimento, condenará o litigante de má-fé a pagar multa não excedente a um por cento sobre o
valor da causa e a indenizar a parte contrária dos prejuízos que esta sofreu, mais os honorários advocatícios e todas as despesas que
efetuou.
o
§ 1 Quando forem dois ou mais os litigantes de má-fé, o juiz condenará cada um na proporção do seu respectivo interesse na causa, ou
solidariamente aqueles que se coligaram para lesar a parte contrária.
o
§ 2 O valor da indenização será desde logo fixado pelo juiz, em quantia não superior a 20% (vinte por cento) sobre o valor da causa, ou
liquidado por arbitramento.

SUBSTITUIÇÃO DAS PARTES E DOS PROCURADORES (arts. 41 a 45 CPC)


Quando acontece a substituição das partes?
a) Adquirente ou Cessionário: poderá substituir a parte originária, caso haja concordância da parte
contrária.

b) Por morte: qualquer das partes, o juiz determinará a suspensão do processo com a fixação de
prazo para substituição do morto por seu espólio ou seus sucessores (art. 43 CPC). Com a morte da
parte, ocorrerá automaticamente a extinção do mandato outorgado ao advogado que também perde
seus poderes nos autos.
Art. 43. Ocorrendo a morte de qualquer das partes, dar-se-á a substituição pelo seu espólio ou pelos seus sucessores,
observado o disposto no art. 265.

Quando acontece a substituição dos procuradores?


a) Morte
b) Renuncia do procurador, desde que comprove que cientificou a parte contrária

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2.3) DO MINISTÉRIO PÚBLICO


Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa
da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.

à Atuação (arts. 81 e 82 CPC)


a) PARTE: o membro do Ministério Público tem capacidade postulatória, e pode propor ações no
âmbito de suas atribuições:
- Ações que envolvam direito coletivo: ação civil pública para proteção do patrimônio público e social,
do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos.
- Ações que envolvam direito individual: ação de investigação de paternidade (Lei 8.560/92); nulidade
de casamento (art. 1.549 CC); extinção de fundação (art. 69 CC); nulidade de ato simulado em
prejuízo de norma de ordem pública (art. 168 CC) e suspensão e destituição do poder familiar (art.
1.637 CC)

b) FISCAL DA LEI ou custos legis:


- Quando houver interesse de incapazes;
- Nas causas concernentes ao estado da pessoa, pátrio poder, tutela, curatela, interdição,
casamento, declaração de ausência e disposição de última vontade;
- Nas ações que envolvam litígios coletivos pela posse da terra rural e nas demais causas em que há
interesse público, evidenciado pela natureza da lide ou pela qualidade da parte.

2.4) DO JUIZ
O juiz tem a função de exercer a atividade Jurisdicional do Estado: condução dos processos,
pugnando pela administração da Justiça e aplicação do direito ao caso concreto.

à Poderes e Deveres do juiz: Art. 125 e 130 do CPC traz algumas funções:

Art. 125. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, competindo-lhe:
I - assegurar às partes igualdade de tratamento;
II - velar pela rápida solução do litígio;
III - prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da Justiça;
IV - tentar, a qualquer tempo, conciliar as partes.
Art. 130. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias à instrução do
processo, indeferindo as diligências inúteis ou meramente protelatórias.

Pode acontecer do juiz não ser imparcial, caso tenha algum vínculo com os litigantes, advogados ou
contenham próprios interesses em determinada demanda.

IMPEDIMENTO (art. 134 CPC)


Art. 134. É defeso ao juiz exercer as suas funções no processo contencioso ou voluntário:
I - de que for parte;
II - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como órgão do Ministério
Público, ou prestou depoimento como testemunha;
III - que conheceu em primeiro grau de jurisdição, tendo-lhe proferido sentença ou decisão;
IV - quando nele estiver postulando, como advogado da parte, o seu cônjuge ou qualquer parente seu,
consangüíneo ou afim, em linha reta; ou na linha colateral até o segundo grau;
V - quando cônjuge, parente, consangüíneo ou afim, de alguma das partes, em linha reta ou, na colateral, até o
terceiro grau;
VI - quando for órgão de direção ou de administração de pessoa jurídica, parte na causa.
o
Parágrafo único. No caso do n IV, o impedimento só se verifica quando o advogado já estava exercendo o
patrocínio da causa; é, porém, vedado ao advogado pleitear no processo, a fim de criar o impedimento do juiz.

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SUSPEIÇÃO: (art. 135 CPC)


Art. 135. Reputa-se fundada a suspeição de parcialidade do juiz, quando:
I - amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer das partes;
II - alguma das partes for credora ou devedora do juiz, de seu cônjuge ou de parentes destes, em linha reta ou
na colateral até o terceiro grau;
III - herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de alguma das partes;
IV - receber dádivas antes ou depois de iniciado o processo; aconselhar alguma das partes acerca do objeto da
causa, ou subministrar meios para atender às despesas do litígio;
V - interessado no julgamento da causa em favor de uma das partes.
Parágrafo único. Poderá ainda o juiz declarar-se suspeito por motivo íntimo.

Litisconsórcio
- Leitura Recomendada: arts. 46 a 49 CPC
1) CONCEITO
Litisconsórcio é a pluralidade sujeitos em um ou ambos os polos, dentro do mesmo
processo.

2) CABIMENTO (art. 46)


Art. 46. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou passivamente,
quando:
I - entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide;
II - os direitos ou as obrigações derivarem do mesmo fundamento de fato ou de direito;
III - entre as causas houver conexão pelo objeto ou pela causa de pedir;
IV - ocorrer afinidade de questões por um ponto comum de fato ou de direito.

3) CLASSIFICAÇÃO
i. QUANTO AO POLO:
- Ativo
- Passivo
- Misto

ii. QUANTO AO MOMENTO DE FORMAÇÃO


- Inicial
- Ulterior

iii. QUANTO À SENTENÇA


- Simples
- Unitário

iv. QUANTO A OBRIGATORIEDADE DA CONSTITUIÇÃO


- Facultativo
- Necessário
Obs.: LITISCONSÓRCIO MULTITUDINÁRIO
– PARÁGRAFO ÚNICO art. 46 CPC:
Parágrafo único. O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes, quando este
comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa. O pedido de limitação interrompe o prazo para resposta, que
recomeça da intimação da decisão.

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Cuidado
Art. 47. Há litisconsórcio necessário, quando, por disposição de lei ou pela natureza da relação jurídica, o juiz
tiver de decidir a lide de modo uniforme para todas as partes; caso em que a eficácia da sentença dependerá
da citação de todos os litisconsortes no processo.

4) POSIÇÃO DOS LITISCONSORTES NO PROCESSO (art. 48)


Em regra os litisconsortes são considerados de forma independente, ou seja, o que um faz
não beneficia e nem prejudica os outros.
i) Revelia: art. 320, I: não haverá efeito da revelia caso um litisconsorte passivo contestar e
a defesa for comum.
ii) Recorrer: 509: sendo matéria comum, aproveita

ATENÇÃO: Litisconsortes COM PROCURADORES DIFERENTES terão prazo em DOBRO:


ART. 191 CPC.

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