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PROCESSO CIVIL I

Prof.ª Bárbara Fernandes


UNIDADE I – SUJEITOS DO PROCESSO
 Parte. Capacidade processual.
Representação. Substituição e sucessão
processual. Procuradores.
 Pluralidade de partes: litisconsórcio unitário
e simples, litisconsórcio facultativo e
necessário.
 Intervenção de terceiros: assistência,
denunciação da lide, chamamento ao
processo,, recurso de terceiro prejudicado e
intervenção especial da União.
 Deveres das partes e procuradores
 Juiz. Auxiliares da Justiça. Advogado.
Intervenção do MP.
CÂMARA, Alexandre Freitas. O Novo Processo
Civil Brasileiro. 7 ed. Rio de Janeiro. Editora
Atlas, 2021.
DIDIER JÚNIOR, Fredie. Curso de Direito
Processual Civil. 23 ed. Vol. 1. Editora Jus
Podium. 2021.
MEDINA, José Garcia Medina. Direito
processual civil moderno. 6 ed. Ed. Revista dos
Tribunais. 2021.
VICTALINO, Ana Carolina. BARROSO, Darlan.
Processo Civil. 3. ed. - São Paulo: Saraiva
Educação, 2021. Biblioteca Saraiva.
AULAS 1 A 6
Fundamentação legal:

O CPC dedica o Livro III da Parte Geral, que se estende do


art. 70 ao art. 187, aos sujeitos do processo, isto é, aos
personagens que dele participam.
CAPACIDADE DE SER PARTE

Todas as pessoas, sem exceção, têm capacidade de ser parte,


porque são titulares de direitos e obrigações na ordem civil.

• A regra se estende às pessoas jurídicas.


• Representação das pessoas jurídicas e dos entes
despersonalizados – art. 75, CPC.
CAPACIDADE DE SER PARTE

Nascituro pode ser parte? Doutrina majoritária: se o nascituro já


tem direitos eventuais (expectativas de direito) protegidos pelo art.
130 do CC, é preciso reconhecer-lhes capacidade de ser parte.
CAPACIDADE PROCESSUAL

Dentre as pessoas físicas, nem todas terão capacidade processual, a aptidão


para estar em juízo pessoalmente.

CAPACIDADE PROCESSUAL = CAPACIDADE DE ESTAR EM JUÍZO.

• O art. 70 do CPC a atribui apenas àquelas pessoas que se acham no


exercício dos seus direitos, que, de acordo com a lei civil, têm a chamada
capacidade de fato ou exercício. Em outras palavras, às pessoas capazes.
CAPACIDADE PROCESSUAL

1. Representação e Assistência (Art. 71):

• O art. 71 do CPC determina que os incapazes no processo serão


representados ou assistidos por pais, tutores ou curadores, na
forma da lei civil.

INCAPACIDADE NECESSIDADE DE
ABSOLUTA REPRESENTAÇÃO

INCAPACIDADE NECESSIDADE DE
RELATIVA ASSISTÊNCIA
CAPACIDADE PROCESSUAL
2. Curador Especial: Curador x Curador especial - Art. 72 do CPC

• Curador especial dos incapazes;


• Curador especial do réu preso;
• Curador especial do réu citado fictamente

Quais são os poderes do curador especial?


Se o curador especial não for nomeado, haverá nulidade?
CAPACIDADE PROCESSUAL

3. Integração da capacidade processual das pessoas casadas

• As pessoas casadas sofrem uma restrição na sua capacidade processual quando vão a
juízo propor ações que versem sobre direitos reais imobiliários (art. 73 do CPC).
• Exige-se que a capacidade seja integrada com a apresentação, por aquele que propõe a
demanda, do consentimento do outro cônjuge, denominado outorga uxória (quando
proveniente da mulher) ou marital (quando do homem).

Como regulariza a capacidade processual e a representação processual?


DA SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL OU LEGITIMIDADE
EXTRAORDINÁRIA – art. 18

• Refere-se à possibilidade de o ordenamento jurídico admitir que


alguém, em nome próprio, pleiteie direito alheio em juízo.
• Necessidade de autorização pelo ordenamento jurídico.

• O juiz deverá dar ciência ao substituído? Vide art. 6º, CPC.


DA SUCESSÃO DAS PARTES E DOS PROCURADORES

• Previsão legal: O Capítulo IV do Título I do Livro III da Parte


Especial cuida da sucessão das partes e dos procuradores (art. 108
ao 112).

• Trata-se da disciplina das hipóteses em que as partes e os


procuradores podem ser modificados ou sofrerão alterações
ao longo do processo.
DA SUCESSÃO DAS PARTES E DOS PROCURADORES
X PROMOVE
AÇÃO CONTRA ART. 109, CPC
A
CONCESSIONÁR
IA Y PARA
DISCUTIR O SE Y CONCORDAR COM O
VEÍCULO Z INGRESSO DE F (adquirente),
ESTE SERÁ O AUTOR E
SUCEDERÁ X (alienante)

NO CURSO DA
AÇÃO X ALIENA SE Y NÃO CONCORDAR COM
O INGRESSO DE F
O CARRO PARA (adquirente), ESTE PODERÁ
OF INTERVIR COMO
ASSISTENTE
LITISCONSORCIAL
DA SUCESSÃO DAS PARTES E DOS PROCURADORES

• Revogação do mandato advogado pela parte: a parte


deverá nomear outro no mesmo ato (art. 111).

E se a parte não constituir outro advogado? §


único do art. 111, c/c art. 76 do CPC.

E a renúncia feita pelo advogado? Art. 112, CPC


DA SUCESSÃO DAS PARTES E DOS PROCURADORES
SUCESSÃO DE PROCURADORES
MOTIVO DA
OBSERVAÇÃO FUNDAMENTO
SUCESSÃO
Havendo a morte do procurador, o juiz determinará que a parte constitua
Art. 313, § 3º,
MORTE novo procurador, no prazo de 15 dias, sob pena de extinção do processo
do CPC
sem resolução do mérito.
A parte que revogar o mandato outorgado a seu advogado constituirá, no
mesmo ato, outro que assuma o patrocínio da causa, observando as Art. 111 e 76,
REVOGAÇÃO
consequências do art. 76 do CPC, caso não constitua novo procurador no CPC
prazo de 15 dias.
O próprio advogado poderá não mais atuar no caso por vontade própria,
renunciando, assim, ao mandato a qualquer tempo, provando que
comunicou a renúncia ao mandante.

RENÚNCIA A dispensa poderá ser feita quando procuração tiver sido outorgada a vários Art. 112, CPC
advogados e a parte continuar representada por outro, apesar da renúncia.

Durante os dez dias seguintes à comunicação, o advogado continuará a


representar o mandante, desde que necessário para lhe evitar prejuízo.
DOS PROCURADORES

• O procurador (advogado) é sujeito do processo e profissional essencial à


Administração da Justiça, tendo seu reconhecimento previsto na
Constituição Federal (art. 133).

• A capacidade postulatória é uma habilidade privativa do advogado


inscrito nos quadros da Ordem dos Advogados do Brasil (art. 103 do
CPC), assim, em regra, a parte deverá estar em juízo representada por
advogado. EXISTE EXCEÇÃO?

• Indispensável procuração – art. 104, CPC.

• Arts. 105 ao 107, CPC.


PLURALIDADE DAS PARTES: LITISCONSÓRCIO

• O litisconsórcio no processo civil é marcado pela pluralidade de


partes no mesmo polo da ação, ou seja, quando houver mais de um
autor ou mais de um réu na mesma ação.
Para que ocorra a formação de litisconsórcio, deve-se observar
se:
a. entre os litisconsortes há comunhão de direitos ou
obrigações relativas à lide;
b. entre as causas há conexão pelo pedido ou causa de pedir; ou
c. ocorre afinidade de questões por um ponto comum, de fato
ou de direito.
PLURALIDADE DAS PARTES: LITISCONSÓRCIO

• Existe um número máximo de litisconsortes?


O Código de Processo Civil não prevê um número máximo de litisconsortes
que podem ocupar o polo da ação, no entanto, o juiz poderá limitar o
litisconsórcio multitudinário facultativo (art. 113, § 1º, do CPC) quando
ocorrer prejuízo à boa condução do processo em razão da grande
quantidade de partes no processo.

ATENÇÃO: Apenas o litisconsórcio facultativo é que permite a limitação.


Caso o litisconsórcio seja de natureza obrigatória ou necessária, mesmo
que o número seja elevado, não poderá ocorrer o fracionamento.
PLURALIDADE DAS PARTES: LITISCONSÓRCIO

CLASSIFICAÇÃO/ESPÉCIES

1. QUANTO AO POLO:

a) ATIVO: mais de um autor;


b) PASSIVO: mais de um réu;
c) MISTO: vários autores e vários réus;
PLURALIDADE DAS PARTES: LITISCONSÓRCIO

CLASSIFICAÇÃO/ESPÉCIES

2. QUANTO À FORMAÇÃO:

a) FACULTATIVO: a formação do litisconsórcio é opcional;

b) NECESSÁRIO (art. 114 do CPC): a formação é obrigatória, seja em


razão da lei, seja em razão da mesma relação jurídica controvertida, caso
em que a sentença depende da citação de todos.

Exemplos: Art. 73, §1º e §2º; art. 246, §3º


PLURALIDADE DAS PARTES: LITISCONSÓRCIO

CLASSIFICAÇÃO/ESPÉCIES

3. QUANTO AO MOMENTO:

a) INICIAL: formado desde a petição inicial;

b) ULTERIOR ou INCIDENTAL: formado durante o curso do processo,


por exemplo, na intervenção de terceiros ou na reconvenção (que admite
a propositura ou demanda em conjunto com novos sujeitos – art. 343, §§
3º e 4º, do CPC). Também caracteriza modalidade de litisconsórcio
ulterior a previsão contida no § 2º do art. 339 do CPC.
PLURALIDADE DAS PARTES: LITISCONSÓRCIO

CLASSIFICAÇÃO/ESPÉCIES

4. QUANTO AOS EFEITOS DA SENTENÇA:

a) SIMPLES: o conteúdo do julgamento pode ser diferente


para cada litisconsorte, ou seja, o juiz poderá fracionar a
decisão;

b) UNITÁRIO (art. 116 do CPC): a decisão deverá ser


uniforme para todos os litisconsortes (não há a
possibilidade de fracionamento do julgado).
PLURALIDADE DAS PARTES: LITISCONSÓRCIO

QUESTÕES RELEVANTES:

• Art. 117 e 118, CPC;


a) Efeitos da revelia: o art. 345, I, do CPC, ao tratar sobre os
efeitos da revelia, dispõe que, havendo pluralidade de réus, se
algum deles contestar a ação, aproveitará ao outro que não
contestou, assim, não ocorrerão os efeitos da revelia para aquele
que não ofertou contestação.
PLURALIDADE DAS PARTES: LITISCONSÓRCIO

QUESTÕES RELEVANTES:

b) Recursos: de acordo com o art. 1.005 do CPC, o recurso


interposto por um litisconsorte a todos aproveita, no entanto,
para que ocorra o aproveitamento do recurso, é necessário que
haja identidade de interesses daquele que recorreu com o que
pretende se beneficiar do recurso, pois, não sendo comum a
defesa, não haverá aproveitamento dos atos.

c) Confissão: a confissão de um litisconsorte, nos termos do art.


391 do CPC, não prejudica os demais litisconsortes.
PLURALIDADE DAS PARTES: LITISCONSÓRCIO

QUESTÕES RELEVANTES:

d) Prazo em dobro: no processo de conhecimento, caso os


litisconsortes em autos não eletrônicos tenham procuradores
diferentes de escritórios de advocacia distintos, gozarão de
prazo em dobro para se manifestar nos autos (art. 229 do CPC).

ADVOGADOS ESCRITÓRIOS
PROCESSO FÍSICO
DIFERENTES DISTINTOS
PLURALIDADE DAS PARTES: LITISCONSÓRCIO

QUESTÕES RELEVANTES:
Vamos imaginar que um processo tenha dois réus.
Um deles contesta e o outro é revel. Nesse caso,
haverá prazo em dobro?

Havendo apenas dois réus, sendo um deles revel,


CESSA a contagem do prazo em dobro – art. 229, §
1º, do CPC.
PLURALIDADE DAS PARTES: LITISCONSÓRCIO

QUESTÃO QUE ENSEJA DISCUSSÃO:

Na visão de Alexandre Freitas CÂMARA, “O litisconsórcio


necessário é sempre passivo. Não existe litisconsórcio
necessário ativo, por ser esta uma figura que atenta contra
a lógica do sistema processual brasileiro. Isto se diz
porque o direito processual civil brasileiro está construído
sobre dois pilares de sustentação: o direito de acesso ao
Judiciário e a garantia da liberdade de demandar”.
PLURALIDADE DAS PARTES: LITISCONSÓRCIO

JURISPRUDÊNCIA:
PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-RECLUSÃO. FILHOS MENORES.
LITISCONSÓRCIO NECESSÁRIO. ANULAÇÃO DA SENTENÇA.
Havendo litisconsórcio necessário ativo ou passivo, a ausência dos
litisconsortes constitui vício insanável, que acarreta a nulidade do
julgado. (TRF-4 - APL: 50156742220214049999 5015674-
22.2021.4.04.9999, Relator: LUIZ FERNANDO WOWK
PENTEADO, Data de Julgamento: 05/10/2021, TURMA
REGIONAL SUPLEMENTAR DO PR)
PLURALIDADE DAS PARTES: LITISCONSÓRCIO
RECURSO ESPECIAL. CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. PARTILHA. ANULAÇÃO.
IMÓVEIS. REGISTRO. HERDEIROS. COMUNHÃO UNIVERSAL DE BENS.
CITAÇÃO. CÔNJUGES. NECESSIDADE. LITISCONSÓRCIO NECESSÁRIO. 1.
Recurso especial interposto contra acórdão publicado na vigência do Código de
Processo Civil de 1973 (Enunciados Administrativos nºs 2 e 3/STJ). 2. Cinge-se a
controvérsia a definir se, em ação anulatória de partilha em que o título de
transferência dos imóveis anteriormente recebidos pelos herdeiros já foi levado a
registro, os cônjuges dos herdeiros casados sob o regime de comunhão universal
de bens devem integrar a lide na qualidade de litisconsortes necessários. 3. No
caso de a anulação de partilha acarretar a perda de imóvel já
registrado em nome de herdeiro casado sob o regime de comunhão
universal de bens, a citação do cônjuge é indispensável, tratando-se
de hipótese de litisconsórcio necessário. 4. Recurso especial provido. (STJ
- REsp: 1706999 SP 2015/0264950-0, Relator: Ministro RICARDO VILLAS
BÔAS CUEVA, Data de Julgamento: 23/02/2021, T3 - TERCEIRA TURMA, Data
de Publicação: DJe 01/03/2021)
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
Aspectos Introdutórios:
 São terceiros aqueles que não figuram como partes: autores
(as pessoas que formulam a pretensão em juízo) e réus
(aqueles em face de quem tal pretensão é formulada).

 Há casos em que, por força da intervenção, aquele que até


então era terceiro adquire a condição de parte.

 E casos em que o terceiro adquire a condição de auxiliar da


parte ou do juízo.
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
Aspectos Introdutórios:
São cinco as formas de intervenção expressamente
previstas no CPC:

I. a assistência,
II. a denunciação da lide,
III. o chamamento ao processo,
IV. o incidente de desconsideração da personalidade
jurídica e;
V. o amicus curiae.
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
Intervenção de terceiro voluntária ou provocada: iniciativa de
ingresso.

a) intervenção voluntária (ou espontânea): o terceiro


manifesta o interesse de ingressar na demanda
(legitimidade de terceiro). Ex: assistência.
b) intervenção provocada: o terceiro é levado ao processo
independentemente de sua vontade, como regra, por
provocação de uma das partes. Ex: denunciação à lide,
chamamento ao processo, desconsideração da
personalidade jurídica.
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
Intervenção de terceiro típica ou atípica: em razão da
natureza.

a) intervenção típica: aquelas previstas no Código de


Processo Civil como modalidades de intervenção de
terceiro;
b) intervenção atípica: institutos que admitem a
participação de terceiros, mas sem que a lei os
considere como modalidade expressa de intervenção
de terceiros. Ex: recurso do terceiro prejudicado (art.
996, § único, CPC)
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS

Quando o terceiro transforma-se em parte:

Há casos de intervenção em que o terceiro, desde o momento em que


admitido no processo, adquirirá a condição de parte.

DENUNCIAÇÃO DA CHAMEMENTO
LIDE AO PROCESSO
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS

Quando o terceiro transforma-se em parte:

Há situações, porém, em que o terceiro atuará como um


auxiliar de uma das partes. É o que ocorre na assistência.
PORÉM, é preciso esclarecer que temos duas modalidades
de assistência:

ASSISTÊNCIA ASSISTÊNCIA
SIMPLES LITISCONSORCIAL
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS

1) DA ASSISTÊNCIA (art. 119, CPC):

 A assistência é forma típica de intervenção de terceiros.


 Ela é sempre voluntária, isto é, a iniciativa de ingresso ao
processo será SEMPRE DO TERCEIRO.
 Não se admite que o juízo mande intimar, a pedido da parte, o
terceiro, para que assuma a condição de assistente.
 Além disso, ela não amplia os limites objetivos da lide, porque
o assistente não formula novos pedidos ao juiz, limitando-se a
auxiliar uma das partes, na obtenção de resultado favorável.
 Atenção: Recurso do Terceiro Prejudicado - Art. 996,
§ único do CPC.
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS

1) DA ASSISTÊNCIA:

A) ASSISTÊNCIA SIMPLES: Art. 121, CPC. É o mecanismo pelo


qual se admite que um terceiro, que tenha interesse jurídico em
que a sentença seja favorável a uma das partes, possa requerer o
seu ingresso, para auxiliar aquele a quem deseja que vença.

REQUISITO INDISPENSÁVEL: INTERESSE


JURÍDICO NA
VITÓRIA DE UM DOS
LITIGANTES.
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS

1) DA ASSISTÊNCIA:

B) ASSISTÊNCIA LITISCONSORCIAL: Art. 124, CPC. Situação


em que o assistente tem legitimidade própria de parte (o assistente
poderia ter figurado como autor ou réu na demanda, não o fez, porque
não quis).

Humberto Theodoro Júnior sobre a assistência


litisconsorcial: “Quando, porém, o terceiro assume a
posição de assistente na defesa de direito próprio contra
uma das partes o que se dá é a assistência litisconsorcial”.
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS

1) DA ASSISTÊNCIA:
INTERESSE
SIMPLES JURÍDICO
REFLEXO
ASSISTÊNCIA

LITISCONSORCIAL INTERESSE
JURÍDICO
PRÓPRIO
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
1) DA ASSISTÊNCIA:

CABIMENTO Em qualquer processo ou procedimento.


A iniciativa é do terceiro que requer seu
LEGITIMIDADE ingresso no feito; portanto, trata-se de
intervenção voluntária ou espontânea.
O terceiro será considerado assistente; no
caso de assistência litisconsorcial, o
NOMENCLATURAS assistente será considerado como
verdadeiro litisconsorte (art. 124 do CPC)
Terá cabimento a qualquer tempo ou grau
de jurisdição, mas o terceiro recebe o
MOMENTO PROCESSUAL processo no estado em que se encontrar
(art. 119, parágrafo único, do CPC).
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
1) DA ASSISTÊNCIA:

Processamento:

a) requerimento formulado pelo terceiro (simples


petição demonstrando seu interesse jurídico);

b) petição é juntada aos autos e o juiz abre vista à às


partes;

c) não havendo recusa das partes, o assistente é aceito


no processo;
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS

1)DA ASSISTÊNCIA:

Processamento:

d) não havendo impugnação no prazo de 15 dias, o pedido do assistente será


deferido, salvo se for o caso de rejeição liminar;

e) caso alguma das partes apresente impugnação (15 dias) alegando que falta ao
terceiro interesse jurídico para intervir, a petição é desentranhada e autuada em
apenso, sendo decidida sem a suspensão do processo (para não comprometer o
andamento da ação);

f) no incidente, o juiz apreciará apenas a existência ou não de interesse jurídico


do terceiro;

g) constatado o interesse jurídico, o juiz decidirá pelo seu ingresso nos autos.
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS

1) DA ASSISTÊNCIA:
Importante: Poderes do assistente

A assistência não obsta a que a parte assistida reconheça a


procedência do pedido, desista da ação ou transija sobre
direitos controvertidos, situação em que, concluído o
processo, cessará a intervenção do assistente (art. 122 do
CPC)
REGULAMENTAÇÃO DE VISITAS. PEDIDO DE ASSISTÊNCIA
LITISCONSORCIAL. DESCABIMENTO. INEXISTE DIREITO DE VISITA DE
PADRINHOS. 1. É DESCABIDA A PRETENDIDA ASSISTÊNCIA
LITISCONSORCIAL, POIS EXIGE QUE O TERCEIRO SEJA
'JURIDICAMENTE INTERESSADO EM QUE A SENTENÇA SEJA
FAVORÁVEL' A UMA DAS PARTES EX VI DO ART. 119 DO CPC, SENDO
EVIDENTE QUE OS DEMAIS 'PADRINHOS', NÃO SÃO 'JURIDICAMENTE
INTERESSADOS', POIS NÃO MANTÉM VÍNCULO JURÍDICO ALGUM COM
AS PARTES OU COM O LITÍGIO ESTABELECIDO. 2. O PEDIDO
ASSISTÊNCIA LITISCONSORCIAL FORMULADO É MERO ARTIFÍCIO DAS
RECORRENTES PARA BUSCAREM A REDUÇÃO DO TEMPO DE VISITAÇÃO
ESTABELECIDO, MAS DESPROVIDO DE QUALQUER EMBASAMENTO
LEGAL. RECURSO DESPROVIDO.\n RECURSO DESPROVIDO....
(TJ-RS - AI: 50078914520218217000 RS, Relator: Sérgio Fernando de
Vasconcellos Chaves, Data de Julgamento: 26/11/2021, Sétima Câmara Cível,
Data de Publicação: 26/11/2021)
EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER
- INTERVENÇÃO DE TERCEIROS - ASSISTÊNCIA SIMPLES - ART. 119 DO
CPC - INTERESSE JURÍDICO - AUSÊNCIA - INTERESSE ECONÔMICO -
INVIABILIDADE. - A assistência simples é uma das modalidades de intervenção
de terceiros prevista no Código de Processo Civil, exigindo-se, para a sua
autorização, a existência de interesse jurídico do terceiro quanto à solução da
controvérsia - Segundo a jurisprudência do c. Superior Tribunal de Justiça,
tratando-se de interesse econômico tão somente, não se admite a assistência
simples.

(TJ-MG - AI: 10000181347808002 MG, Relator: Versiani Penna, Data de


Julgamento: 08/04/2021, Câmaras Cíveis / 19ª CÂMARA CÍVEL, Data de
Publicação: 15/04/2021)
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS

2) DENUNCIAÇÃO A LIDE:

A denunciação da lide é modalidade de intervenção de


terceiros que tem por objetivo trazer aos autos a figura
do garantidor, ou seja, aquele contra o qual a parte
(autor ou réu) tenha a prerrogativa de exercer direito
de regresso.
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
São três as características fundamentais da denunciação da lide:

a) É forma de intervenção de terceiros, que pode ser provocada tanto


pelo autor quanto pelo réu, diversamente do chamamento ao
processo, que só pode ser requerido pelo réu.
b) Tem natureza jurídica de ação, mas não implica a formação de um
processo autônomo.
Haverá um processo único para a ação e a denunciação. Esta
amplia o objeto do processo. O juiz, na sentença, terá de
decidir não apenas a lide principal, mas a secundária.
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
São três as características fundamentais da denunciação da lide:

c) Todas as hipóteses de denunciação são associadas ao


direito de regresso. Ela permite que o titular desse direito
já o exerça nos mesmos autos em que tem a possibilidade
de ser condenado, o que favorece a economia processual.
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
HIPÓTESES DE CABIMENTO – art. 125, CPC:

A) garantia da evicção – o adquirente poderá


denunciar à lide o alienante para exercer eventual
direito de regresso relativo à evicção, reavendo o
valor pago pela coisa se tiver de entregá-la a
terceiro;
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
HIPÓTESES DE CABIMENTO – art. 125, CPC:

B) garantia legal ou contratual – a parte


denunciará à lide o garantidor com base em previsão
legal de regresso ou por previsão contratual (por
exemplo, a seguradora – que se obrigou por meio de
contrato a ressarcir o segurado, no limite da
garantia).
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS

Trazer aos autos a pessoa


do garantidor (medida de economia
OBJETO
processual de exercício do direito de ação
de regresso).
NATUREZA Ação (de natureza incidental, já que não
JURÍDICA forma novos autos).
CABIMENTO Processo de conhecimento
Autor ou réu; portanto, é modalidade de
LEGITIMIDADE
intervenção provocada.
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS

Denunciação pelo autor –


MOMENTO PETIÇÃO INCIAL
PROCESSUAL Denunciação pelo réu –
CONTESTAÇÃO
PROCESSAMENTO ART. 126 ao 129, CPC.
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS

3) CHAMAMENTO AO PROCESSO
O chamamento ao processo, conforme disposição do art.
130 do CPC, é admitido como forma de o réu, na
qualidade de devedor solidário, quando demandado
isoladamente, trazer aos autos os seus codevedores, nos
seguintes casos:
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS

3) CHAMAMENTO AO PROCESSO

a) do afiançado, na ação em que o fiador for réu;


b) dos outros fiadores, quando para a ação for
citado apenas um deles;
c) de todos os devedores solidários, quando o
credor exigir de um ou de alguns deles, parcial
ou totalmente, a dívida comum.
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS

3) CHAMAMENTO AO PROCESSO
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS

3) CHAMAMENTO AO PROCESSO
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS

3) CHAMAMENTO AO PROCESSO
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS

3) CHAMAMENTO AO PROCESSO
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS

4) DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA

• Compete ao direito material estabelecer quais são as


exigências para que se possa aplicar a desconsideração da
personalidade jurídica.

• No âmbito civil, essas exigências estão no art. 50 do CC e


seus parágrafos, que foram acrescentados pela Lei n.
13.874/2019; e no âmbito consumerista, no art. 28 do
Código de Defesa do Consumidor.
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS

4) DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA


• Além da desconsideração comum, há ainda a inversa. Na comum,
a responsabilidade patrimonial pelas dívidas da empresa é
estendida aos sócios; na inversa, a responsabilidade pelas dívidas
dos sócios é estendida à empresa
• Quando desconsidera a personalidade jurídica, o juiz não
transforma o sócio em codevedor, mas estende a responsabilidade
patrimonial a ele , permitindo que seus bens sejam atingidos para
fazer frente ao débito, que continua sendo da empresa.
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS

4) DESCONSIDERAÇÃO DA
PERSONALIDADE JURÍDICA
• Com o incidente previsto nos arts. 133 e ss. do CPC,
passa-se a exigir um contraditório prévio, anterior à
desconsideração, que constitui forma de intervenção de
terceiro porque o sócio, que até então não figurava na
relação processual, passa a integrá-la, não na condição de
codevedor, mas de responsável patrimonial.
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS

4) DESCONSIDERAÇÃO DA
PERSONALIDADE JURÍDICA
• A desconsideração pode ser postulada em caráter
incidental, isto é, no curso do processo ajuizado em face
do devedor, ou em caráter principal, em que a
desconsideração é requerida como pretensão inicial,
paralela à de cobrança e na qual o sócio figura desde logo
como réu
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
5) Amicus Curie

• A intervenção do amicus curiae é peculiar, porque ele não


intervém nem como parte, nem como auxiliar da parte, mas
como verdadeiro auxiliar do juízo.

• O amicus curiae é o terceiro que, conquanto não tenha


interesse jurídico próprio, que possa ser atingido pelo
desfecho da demanda em andamento, como tem o assistente
simples, representa um interesse institucional, que convém
seja manifestado no processo para que, eventualmente,
possa ser considerado quando do julgamento.
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
5) Amicus Curie

• O amicus curiae funciona como um auxiliar do juízo


porque, nas causas de maior relevância ou de maior
impacto, ou que possam ter repercussão social, permitirá
que o Judiciário tenha melhores condições de decidir,
levando em consideração a manifestação dele, que figura
como porta-voz de interesses institucionais, e não apenas de
interesses individuais das partes.
• O amicus curiae poderá ser uma pessoa, um órgão ou
entidade, que não tem interesse próprio na causa, mas cujos
interesses institucionais poderão ser afetados.
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
5) Amicus Curie

• O amicus curiae funciona como um auxiliar do juízo


porque, nas causas de maior relevância ou de maior
impacto, ou que possam ter repercussão social, permitirá
que o Judiciário tenha melhores condições de decidir,
levando em consideração a manifestação dele, que figura
como porta-voz de interesses institucionais, e não apenas de
interesses individuais das partes.
• O amicus curiae poderá ser uma pessoa, um órgão ou
entidade, que não tem interesse próprio na causa, mas cujos
interesses institucionais poderão ser afetados.
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
5) Amicus Curie

Requisitos nos termos do art. 138, CPC:

a) a relevância da matéria: a lei faz uso de termo vago,


que se assemelha àquele exigido para que haja repercussão
geral. O art. 1.035, § 5º, reconhece a repercussão geral das
causas que tenham relevância do ponto de vista econômico,
político, social ou jurídico.
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
5) Amicus Curie

Requisitos nos termos do art. 138, CPC:

b) a especificidade do tema objeto da demanda: é


possível que o objeto da demanda exija conhecimentos
particulares, específicos, que justifiquem a intervenção do
amicus curiae. Aqui também ele intervirá como portador de
um interesse institucional, quando a questão discutida, ainda
que específica, transcenda o interesse das partes, sem o que
não se justifica a intervenção;
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
5) Amicus Curie

Requisitos nos termos do art. 138, CPC:

b) a especificidade do tema objeto da demanda: é


possível que o objeto da demanda exija conhecimentos
particulares, específicos, que justifiquem a intervenção do
amicus curiae. Aqui também ele intervirá como portador de
um interesse institucional, quando a questão discutida, ainda
que específica, transcenda o interesse das partes, sem o que
não se justifica a intervenção;
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
5) Amicus Curie

Requisitos nos termos do art. 138, CPC:

c) a repercussão social da controvérsia: Essa hipótese


mantém vinculação com as anteriores, sobretudo com a
primeira, já que não pode ser considerada irrelevante uma
controvérsia que tenha repercussão social. É preciso que
essa repercussão mobilize um interesse institucional, do
qual o amicus curiae seja portador.
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
5) Amicus Curie

Os requisitos relativos ao terceiro que intervenha como amicus


curiae são:
a) que seja terceiro, não se podendo admitir quem a qualquer
título já integra a lide;
b) pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada: o
art. 138, caput, afasta qualquer dúvida que pudesse ainda haver
a respeito da possibilidade de a pessoa natural ser admitida
como amicus curiae;
c) a representatividade adequada: é preciso que fique evidenciado
o interesse institucional, do qual o amicus curiae seja portador,
e a relação desse interesse com o objeto do processo.
DEVERES DAS PARTES E PROCURADORES

 O assunto é tratado a partir do art. 77, em várias seções, que cuidam


dos deveres, da responsabilidade das partes por dano processual, das
despesas, dos honorários advocatícios, das multas e da gratuidade da
justiça.

 Art. 79 – Responsabilidade por dano processual.

 Art. 82 – Das despesas, dos honorários e das multas.

 Art. 98 – Da Gratuidade de justiça.


UNIDADE II – CITAÇÃO E INTIMAÇÃO
LUGAR DA CITAÇÃO

• Arts. 243 e 244


ESPÉCIES DE CITAÇÃO:

De acordo com o art. 246 do CPC, a citação pode realizar-se


por cinco modos:

1. pelo correio (Arts. 247 e 248)


2. por oficial de justiça (Arts. 249 e ss.)
3. pelo escrivão ou chefe de secretaria, se o citando
comparecer em cartório (Art. 246, §1-A, III)
4. por edital (Art. 256 e 257) ou
5. por meio eletrônico.
ESPÉCIES DE CITAÇÃO:

- Citação Real: Todas as demais;

- Citação Ficta: São fictas aquelas que se realizam por


edital, bem como por mandado, quando realizada com
hora certa, porque o réu, executado ou interessado se
oculta.
EFEITOS DA CITAÇÃO:
• Completa a relação processual, com a integração do citando. A
relação processual se triangulariza a partir da citação.

• O art. 240 do CPC enumera alguns outros, que terão grande


importância, tanto do ponto de vista processual quanto do
material.

a) Litispendência: A citação válida induz litispendência, o que é


relevante quando houver a propositura de ações idênticas, em juízos
diferentes. Uma delas haverá de ser extinta sem resolução de mérito,
por força do disposto no art. 485, V, do CPC.
EFEITOS DA CITAÇÃO:

b) Coisa litigiosa: citação válida faz litigiosa a coisa, o que traz


consequências importantes para o processo.

A aplicação dos arts. 109 e 792, I e IV, do CPC a pressupõe: só há


fraude à execução depois que o devedor, citado, aliena o bem
discutido na ação real; ou quando vende bens de seu patrimônio,
tornando-se insolvente.

Se a alienação ocorrer antes da citação válida do devedor, poderá


haver fraude contra credores, mas não à execução.
EFEITOS DA CITAÇÃO:

c) A constituição do devedor em mora: É efeito material, e não


processual, da citação válida. As consequências da mora são aquelas
previstas pelo Código Civil. A citação só constituirá o devedor em
mora se ele já não o estiver anteriormente.
INTIMAÇÃO Art. 269
CITAÇÃO INTIMAÇÃO
Pode ser dirigida a qualquer das partes, seus
advogados, auxiliares da justiça (peritos,
Dirigida ao réu, executado ou interessado. depositários, testemunhas) ou a terceiros, a
quem cumpre realizar determinado ato no
process
A intimação serve para dar ciência, a alguém,
Serve para dar ciência da existência do
de qualquer ato ou termo no curso do
processo ao citando, chamado especificamente
processo, para que faça ou deixe de fazer
para integrar a relação processual
alguma cois
Já a intimação é, em regra, dirigida ao
A citação é feita pessoalmente ao citando (ou advogado das partes, preferencialmente por
ao seu representante, em caso de via eletrônica, ou mediante publicação no
incapacidade, ou ao seu procurador). órgão oficial de imprensa, salvo quando a lei
exigir que seja pessoal.
INTIMAÇÃO

A intimação pode ser feita (Arts. 270 ao 275, CPC):

■ por meio eletrônico;


■ pela publicação no Diário Oficial;
■ pelo correio;
■ por mandado, inclusive com hora certa em caso
de ocultação;
■ por edital;

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