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DIREITO PROCESSUAL CIVIL

Substituição e Sucessão Processual


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SUBSTITUIÇÃO E SUCESSÃO PROCESSUAL

A pessoa que tem o benefício da gratuidade na Justiça e perder uma ação poderá ser
condenada ao pagamento das despesas e dos honorários de sucumbência, mas há a sus-
pensão da exigibilidade por 5 anos. A previsão legal está no art. 98, § 2º, do CPC. Se for
provado que o perdedor do processo tem condições de pagar, esse valor poderá ser cobrado.
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LEGITIMIDADE AD CAUSAM

É a legitimidade para a causa. Se divide em 2 partes.

Ordinária

Estar em juízo em nome próprio, defendendo interesses próprios.


É o mais comum de se encontrar na Justiça.

Extraordinária

Estar em juízo em nome próprio, na defesa de interesses, direitos alheios, desde que
exista autorização do ordenamento jurídico.
Aqui, aparece a figura do substituto processual. Conforme o CPC:

Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade.

O interesse e a legitimidade são as condições da ação.

Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo
ordenamento jurídico.
Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir como assistente
litisconsorcial.

O assistente litisconsorcial é uma modalidade de intervenção de terceiro. O Ministério


Público costuma executar esse papel, então será usado como exemplo.
O MP ajuizou uma ação civil pública, na defesa de interesses coletivos. Aqui, teremos a
tutela coletiva de direitos. A Defensoria Pública e uma associação, dependendo da fina-
lidade institucional e se estiver constituída a mais de 1 ano, também podem impetrar uma
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ação civil pública e também são exemplos de substitutos processuais. A lei de ação civil
pública é a Lei n. 7.347/1985, de importante leitura.
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Outra lei importante é a Lei n. 8.560/1992, que trata de investigação de paternidade. Ela
prevê que o MP pode ajuizar uma ação de investigação de paternidade contra o suposto
pai. O substituído, nesse caso, é a criança ou o adolescente. De acordo com o art. 18 do
CPC, tanto um quanto outro podem entrar como assistente litisconsorcial. A Súmula n. 594
do STJ define que o MP tem legitimidade ativa para ajuizar ação de alimentos, em proveito
de criança e adolescente, independentemente do exercício do poder familiar dos pais ou do
fato do menor se encontrar nas situações de riscos descritas no ECA ou quaisquer outros
questionamentos acerca da existência ou da eficiência da Defensoria Pública na respectiva
comarca.
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ATENÇÃO
não confunda a legitimidade extraordinária, também conhecida como substituição, com a
sucessão (quando há troca das partes no curso do processo).

SUCESSÃO PROCESSUAL

É a troca ou de partes no curso do processo (autor ou réu) ou a troca de advogados.


Conforme o CPC:

Art. 108. No curso do processo, somente é lícita a sucessão voluntária das partes nos casos ex-
pressos em lei.
Art. 109. A alienação da coisa ou do direito litigioso por ato entre vivos, a título particular, não altera
a legitimidade das partes.
§ 1º O adquirente ou cessionário não poderá ingressar em juízo, sucedendo o alienante ou ceden-
te, sem que o consinta a parte contrária.
§ 2º O adquirente ou cessionário poderá intervir no processo como assistente litisconsorcial do
alienante ou cedente.
§ 3º Estendem-se os efeitos da sentença proferida entre as partes originárias ao adquirente ou
cessionário.
Art. 110. Ocorrendo a morte de qualquer das partes, dar-se-á a sucessão pelo seu espólio ou pelos
seus sucessores, observado o disposto no art. 313, §§ 1º e 2º.
Art. 111. A parte que revogar o mandato outorgado a seu advogado constituirá, no mesmo ato,
outro que assuma o patrocínio da causa.
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Parágrafo único. Não sendo constituído novo procurador no prazo de 15 (quinze) dias, observar-
-se-á o disposto no art. 76.
Art. 112. O advogado poderá renunciar ao mandato a qualquer tempo, provando, na forma prevista
neste Código, que comunicou a renúncia ao mandante, a fim de que este nomeie sucessor.
§ 1º Durante os 10 (dez) dias seguintes, o advogado continuará a representar o mandante, desde
que necessário para lhe evitar prejuízo
§ 2º Dispensa-se a comunicação referida no caput quando a procuração tiver sido outorgada a
vários advogados e a parte continuar representada por outro, apesar da renúncia.

Sucessão envolvendo os procuradores

• Pessoa A propõe ação contra pessoa B, que era representada por um advogado. Este
morreu, então, há a substituição por outro advogado, por sucessão causa mortis.
• Tanto a pessoa quanto o advogado podem não querer mais trabalhar um com o outro
numa ação, podem revogar o mandato. É o caso do art. 111. Se o cliente não quiser,
deve indicar um substituto. Se o advogado não quiser continuar, ele renuncia ao man-
dato e atua no processo pelos 10 dias seguintes, devendo ele comunicar ao cliente.
Se houver mais de um advogado na ação, não há a necessidade dessa comunicação.
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Sucessão envolvendo as partes

• Em causa mortis, se o direito for transmissível, é possível entrar o espólio da parte


que morreu, bem como herdeiros e sucessores. Se o réu morrer, também é possível
essa sucessão.
• No caso de partes inter vivos: há a alienação de coisa ou de objeto litigioso. Exemplo:
uma parte entrou com ação reivindicatória em face de B, exigindo um objeto. A outra
parte foi citada validamente, mas vendeu o carro para outra pessoa, que se torna o ter-
ceiro adquirente. O réu fez alienação de coisa litigiosa, o que não é permitido segundo
o art. 240 do CPC (efeitos da citação válida). Poderia, então, ser feita uma troca de réu,
que passaria a ser o terceiro adquirente. Para isso acontecer, deve haver o consen-
timento expresso da parte autora, que pode, inclusive, continuar o processo contra o
primeiro réu. Se o processo continuar contra o réu original, o terceiro adquirente, como
pessoa interessada, pode pedir para participar como assistente litisconsorcial.
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�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pela professora Raquel Bueno.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.

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