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Art.119 – 138
OBS. Oposição, anteriormente uma intervenção de terceiro, tornou-se um procedimento
especial.
OBS. Nomeação a autoria, também uma anterior intervenção de terceiro, virou um
incidente dentro da contestação, hoje, conhecemos como a ilegitimidade passiva.
Podemos caracterizar o terceiro que a princípio, nem seria autor, nem réu. Ou seja,
não é parte originária do processo.
Logo, esse terceiro, que não faz parte da relação processual é autorizado pelo
ordenamento para intervir no processo.
A REGRA para que esse terceiro adentre no processo, é a demonstração de
INTERESSE JURÍDICO.
Excepcionalmente, podemos ter a ausência desse interesse, e ainda assim adentrar no
processo, como o amicus curiae / intervenção anômala da União (art.5,único).
OBS. Cuidado, apesar de antigamente ser o contrário, hoje, é possível intervenção de
terceiro na execução, por óbvio, não serão todas as modalidades, é necessário
encontrar qual se encaixa.
A natureza dessa intervenção é de incidente processual, em que o Juiz por meio de
uma decisão interlocutória, vai analisar o cabimento dessa intervenção.
É possível classificarmos, da seguinte forma:
a) Espontânea/ Voluntária / Facultativa
Aqui vemos esse terceiro, pedindo ao Juiz para adentrar ao processo.
Ex: Assistência; amicus curiae.
b) Provocada
Aqui, esse terceiro é chamado ao processo, por provocação das partes.
Agora, passaremos para o estudo de cada uma das formas de intervenção.
OBS. Antigamente existiam a figura da oposição e nomeação á autoria, que caguei,
qualquer bronca trazer.
1.0 ASSISTÊNCIA
Como dito, trata-se de uma intervenção voluntária, em que esse terceiro entra com o
intuito de assistir uma das partes, para buscar uma decisão favorável, seja no polo ativo
ou passivo.
Assistente → Terceiro Interveniente
Assistido → A parte que está sendo ajudada pelo terceiro.
Para que ele possa adentrar ao processo é necessário que ele demonstre INTERESSE
JURÍDICO, muito comum veríamos numa situação de locatário x locador, e a situação
da sublocação.
De acordo com o CPC:
Art. 119. Pendendo causa entre 2 (duas) ou mais pessoas, o terceiro juridicamente interessado em que
a sentença seja favorável a uma delas poderá intervir no processo para assisti-la.
Veja, se ele adentra no processo em uma fase avançada, foda-se vai receber o processo
da forma que está!
A assistência, poderá ocorrer de duas formas:
a) Simples
Art. 121. O assistente simples atuará como auxiliar da parte principal, exercerá os mesmos poderes e
sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais que o assistido.
Parágrafo único. Se qualquer parte alegar que falta ao requerente interesse jurídico para intervir, o juiz
decidirá o incidente, sem suspensão do processo.
I - pelo estado em que recebeu o processo ou pelas declarações e pelos atos do assistido, foi impedido
de produzir provas suscetíveis de influir na sentença;
II - desconhecia a existência de alegações ou de provas das quais o assistido, por dolo ou culpa, não se
valeu.
Enunciado n. 388 do FPPC - O assistente simples pode requerer a intervenção de amicus curiae.
Parágrafo único. As pessoas jurídicas de direito público poderão, nas causas cuja decisão possa ter
reflexos, ainda que indiretos, de natureza econômica, intervir, independentemente da demonstração
de interesse jurídico, para esclarecer questões de fato e de direito, podendo juntar documentos e
memoriais reputados úteis ao exame da matéria e, se for o caso, recorrer, hipótese em que, para fins de
deslocamento de competência, serão consideradas partes.
Veja, de acordo com a lei, fica sendo possível a intervenção de uma pessoa jurídica
pertencente a Administração, mesmo sem interesse jurídico.
Apesar da literalidade da lei, jurisprudencialmente, vemos que quando algum ente
federado intervém, normalmente é levado ao Juiz Federal, para que ele analise a
presença de interesse jurídico.
S 150 STJ - Compete à Justiça Federal decidir sobre a existência de interesse jurídico que justifique a
presença, no processo, da União, suas autarquias ou empresas públicas.
Está dentro das modalidades provocadas, em que uma das partes traz ao processo um
terceiro, para auxiliar na demanda comum, e figurar como demandado em eventual
ação regressiva.
Aqui, temos uma ampliação objetiva do processo, gerando uma nova ação:
Art. 129. Se o denunciante for vencido na ação principal, o juiz passará ao julgamento da denunciação
da lide.
Parágrafo único. Se o denunciante for vencedor, a ação de denunciação não terá o seu pedido
examinado, sem prejuízo da condenação do denunciante ao pagamento das verbas de sucumbência em
favor do denunciado.
I - ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante, a fim
de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam;
Na evicção, temos a perda parcial ou total de um bem, por decisão judicial ou ato
administrativo que se relaciona com uma causa preexistente ao contrato. Assim,
digamos que Maucelino, comprou um airpods da loja biribinha, sucede que Thiago o
dono do airpods reivindica por meio de evicção. Nessa situação, Maucelino, por meio
do inciso I, denúncia biribinha para constar na ação, para que assim, ele possa
facilmente exercer o direito regressivo.
II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de
quem for vencido no processo.
Veja que o CPC menciona “situação de regresso” de forma genérica, sem fazer qualquer
tipo de ressalva, dessa forma, surgiram duas correntes:
Enunciado 120 FPPC - A ausência de denunciação da lide gera apenas a preclusão do direito de a parte
promovê-la, sendo possível ação autônoma de regresso
Art. 126. A citação do denunciado será requerida na petição inicial, se o denunciante for autor, ou na
contestação, se o denunciante for réu, devendo ser realizada na forma e nos prazos previstos no art.
131.
Art. 131. A citação daqueles que devam figurar em litisconsórcio passivo será requerida pelo réu na
contestação e deve ser promovida no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de ficar sem efeito o
chamamento. (Pelo que entendi, tal prazo é adstrito as citações denunciações passivas)
Parágrafo único. Se o chamado denunciado residir em outra comarca, seção ou subseção judiciárias,
ou em lugar incerto, o prazo será de 2 (dois) meses.
Agora, caso mais comum, quando feito pelo réu, é possível que o réu não conteste o
pedido do autor, e apresente tão somente a denúncia da lide.
(ROL EXEMPLIFICATIVO)
I - se o denunciado contestar o pedido formulado pelo autor, o processo prosseguirá tendo, na ação
principal, em litisconsórcio, denunciante e denunciado;
II - se o denunciado for revel, o denunciante pode deixar de prosseguir com sua defesa, eventualmente
oferecida, e abster-se de recorrer, restringindo sua atuação à ação regressiva;
III - se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor na ação principal, o denunciante poderá
prosseguir com sua defesa ou, aderindo a tal reconhecimento, pedir apenas a procedência da ação de
regresso.
- Procedimento do Julgamento
Art. 129. Se o denunciante for vencido na ação principal, o juiz passará ao julgamento da denunciação
da lide.
Parágrafo único. Se o denunciante for vencedor, a ação de denunciação não terá o seu pedido
examinado, sem prejuízo da condenação do denunciante ao pagamento das verbas de sucumbência
em favor do denunciado.
OBS. Caso tanto a principal seja pela procedência da responsabilidade de B, e ele vence
também na regressiva, C tão somente ressarcirá B quanto ao pagamento em A, mas os
honorários pelo que entendi da lide principal é responsabilidade B que deu causa.
OBS. Veja que o 128 único, não se aplica as situações em que ocorrem o litisconsórcio
entre denunciante e denunciado! Quando ocorrer o litisconsórcio, como ficou na
imagem acima, denunciante e denunciado poderão ser condenados direta e
solidariamente!
OBS. De acordo com o Informativo 606 STJ, numa situação bem peculiar, a empresa ré,
no último dia contestou. Posteriormente, requereu a denunciação da lide. A denunciada,
em nada mencionou, apenas contestou o pedido do autor. Com a sentença de
procedência, bem como para a ação regressiva, a denunciada apelou alegando que o
requerimento foi feito depois da contestação, logo, seria intempestivo. O STJ não
acatou! Como a ação regressiva é algo ligado ao direito material, eventual não
observância do quesito processual não obsta o seu reconhecimento.
OBS. É possível denunciar a lide de um corréu, ou seja, de um réu que já está presente
na relação jurídica? De acordo com o STJ nada impede que isso aconteça.
OBS. Caso o denunciante queira tomar uma postura em que você informa culpa
exclusiva de outro, não pode ser denunciação da lide. Ou seja, não posso chamar para
um terceiro.
Atenção, para algumas súmulas:
S 529 STJ – No seguro de responsabilidade civil facultativo, não cabe o ajuizamento de ação pelo
terceiro prejudicado direta e exclusivamente em face da seguradora do apontado causador do dano.
Parágrafo único. Se o chamado residir em outra comarca, seção ou subseção judiciárias, ou em lugar
incerto, O PRAZO SERÁ DE 2 (DOIS) MESES.
Como dito:
Art. 132. A sentença de procedência valerá como título executivo em favor do réu que satisfizer a dívida,
a fim de que possa exigi-la, por inteiro, do devedor principal, ou, de cada um dos codevedores, a sua
quota, na proporção que lhes tocar.
- Procedimento
Ela poderá se dar de duas formas:
SUSPENDE O PROCESSO!
OBS. O que suspende então, É O INCIDENTE, não o pedido em si da
desconsideração!
OBS. Tal suspensão é adstrita aos TERCEIROS com o fim de que eles se defendam,
ou seja, quando em curso, e eu indico, como a imagem abaixo a empresa W como ré, e
no curso do mesmo processo descubro novos bens, posso fazer a execução,
independente da suspensão do incidente, pois ele é o devedor.
Enunciado 110 FPPC – A instauração do incidente de desconsideração da personalidade jurídica NÃO
suspenderá a tramitação do processo de execução e do cumprimento de sentença em face dos
executados originários.
Art. 135. Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica SERÁ CITADO para manifestar-se e
requerer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias.
Concluída, teremos uma decisão INTERLOCUTÓRIA, em que é cabível Agravo de
Instrumento:
O INCIDENTE SERÁ
Art. 136. Concluída a instrução, se necessária,
Art. 137. Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, havida em fraude
de execução, será INEFICAZ em relação ao REQUERENTE. (Efeito DECLARATÓRIO)
5.0 AMICUS CURIAE (NOVIDADE CPC-15)
Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade do tema objeto da
demanda ou a repercussão social da controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício ou a
requerimento das partes ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a participação de
pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com representatividade adequada, no
prazo de 15 (quinze) dias de sua intimação.
De acordo com Mozart, trata-se de uma intervenção de terceiro, por força de lei, pois se
analisarmos o amicus curiae não precisa demonstrar interesse jurídico, um pré-requisito
normalmente requerido nas relações de intervenção.
OBS. É tão forte essa argumentação de que ele não tem característica de parte/terceiro,
pois a entrada dele sequer vai gerar qualquer mudança processual!
OBS. Notamos que o NCPC alargou a utilização do amicus curiae, deixando de ficar
adstrito apenas aos processos objetivos.
É um colaborador dentro da relação processual.
Basicamente, é uma figura que busca tornar a decisão mais eficaz, momento em que
abre para o debate, podendo adentrar ao processo espontaneamente ou por
provocação.
Como vimos, poderá ocorrer por iniciativa do Magistrado, das partes ou do próprio
terceiro.
Cabível em QUALQUER FASE PROCESSUAL!
Enunciado 249 FPPC – A intervenção do amicus curiae é cabível no mandado de segurança
Como sabemos, a decisão que admite é IRRECORRÍVEL, acerca dos seus requisitos:
I – Representatividade Adequada: é a capacidade de defender de forma efetiva, os
interesses do grupo.
Enunciado 127 FPPC – A representatividade adequada exigida no amicus curiae não pressupõe a
concordância unânime daqueles a quem representa.
A PORRA DO JUIZ
OBS. Presta atenção FILHO DA PUTA,
§ 3º O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente de resolução de demandas
repetitivas. (RE e RESP)
OBS. Acaso tenha um ente federal, numa situação estadual, como vimos não altera a
competência!
O julgador não fica vinculado a manifestação do amigo, contudo, não poderá
ignorá-la.
OBS. Vamo acompanhar, porque li recente juris que NEM A DECISÃO QUE NEGA
É RECORRÍVEL!
OBS. De acordo com Mozart, STJ não aceita recurso nas decisões que inadmitem.
OBS. Por outro lado, o STF parece se dividir, de acordo com Mozart.
OBS. CUIDADO, é quanto aos processos OBJETIVOS, em relação aos abstratos STF
tem aceitado!
Outras curiosidades, importantes:
Enunciado 392 FPPC – As partes NÃO podem estabelecer, em convenção processual, a vedação da
participação do amicus curiae.
OBS. Relembrando, ele não pode requerer medida cautelar em sede de controle
concentrado.