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INTERVENÇÃO DE TERCEIROS

Art.119 – 138
OBS. Oposição, anteriormente uma intervenção de terceiro, tornou-se um procedimento
especial.
OBS. Nomeação a autoria, também uma anterior intervenção de terceiro, virou um
incidente dentro da contestação, hoje, conhecemos como a ilegitimidade passiva.
Podemos caracterizar o terceiro que a princípio, nem seria autor, nem réu. Ou seja,
não é parte originária do processo.
Logo, esse terceiro, que não faz parte da relação processual é autorizado pelo
ordenamento para intervir no processo.
A REGRA para que esse terceiro adentre no processo, é a demonstração de
INTERESSE JURÍDICO.
Excepcionalmente, podemos ter a ausência desse interesse, e ainda assim adentrar no
processo, como o amicus curiae / intervenção anômala da União (art.5,único).
OBS. Cuidado, apesar de antigamente ser o contrário, hoje, é possível intervenção de
terceiro na execução, por óbvio, não serão todas as modalidades, é necessário
encontrar qual se encaixa.
A natureza dessa intervenção é de incidente processual, em que o Juiz por meio de
uma decisão interlocutória, vai analisar o cabimento dessa intervenção.
É possível classificarmos, da seguinte forma:
a) Espontânea/ Voluntária / Facultativa
Aqui vemos esse terceiro, pedindo ao Juiz para adentrar ao processo.
Ex: Assistência; amicus curiae.
b) Provocada
Aqui, esse terceiro é chamado ao processo, por provocação das partes.
Agora, passaremos para o estudo de cada uma das formas de intervenção.
OBS. Antigamente existiam a figura da oposição e nomeação á autoria, que caguei,
qualquer bronca trazer.

1.0 ASSISTÊNCIA
Como dito, trata-se de uma intervenção voluntária, em que esse terceiro entra com o
intuito de assistir uma das partes, para buscar uma decisão favorável, seja no polo ativo
ou passivo.
Assistente → Terceiro Interveniente
Assistido → A parte que está sendo ajudada pelo terceiro.
Para que ele possa adentrar ao processo é necessário que ele demonstre INTERESSE
JURÍDICO, muito comum veríamos numa situação de locatário x locador, e a situação
da sublocação.
De acordo com o CPC:
Art. 119. Pendendo causa entre 2 (duas) ou mais pessoas, o terceiro juridicamente interessado em que
a sentença seja favorável a uma delas poderá intervir no processo para assisti-la.

Parágrafo único. A assistência será admitida em QUALQUER PROCEDIMENTO e em


TODOS OS GRAUS DE JURISDIÇÃO, recebendo o assistente o processo no estado
em que se encontre.

Veja, se ele adentra no processo em uma fase avançada, foda-se vai receber o processo
da forma que está!
A assistência, poderá ocorrer de duas formas:
a) Simples
Art. 121. O assistente simples atuará como auxiliar da parte principal, exercerá os mesmos poderes e
sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais que o assistido.

Ou seja, seu fim é de auxiliador!


Possuidor de um interesse jurídico, deseja que a parte assistida saia vitoriosa da
demanda.
NÃO POSSUI RELAÇÃO JURÍDICA COM O ADVERSÁRIO DO ASSISTIDO!
Ora, se possuir, vamos para situação de litisconsórcio.
b) Litisconsorcial
Art. 124. Considera-se litisconsorte da parte principal o assistente sempre que a sentença influir na
relação jurídica entre ele e o adversário do assistido.

Aqui vemos a formação de um litisconsórcio ULTERIOR!


Ou seja, ele desde o princípio figuraria como uma parte na relação processual, só que
ficou inerte, vindo a atuar posteriormente!
OBS. Um ponto para diferenciarmos, da simples é que na litisconsorcial, o assistente
aqui tem relação com o adversário do assistido.
- Como se dar o procedimento nessas intervenções?
A forma é comum.
Normalmente é feito um pedido, por meio de simples petição ao Juiz, com o
preenchimento dos requisitos necessários.
Não sendo o caso de rejeição liminar, as partes são intimadas, para impugnar no prazo
de 15 dias, não havendo, e reconhecida a legitimidade, o terceiro passará a ser
assistente.
Em caso de impugnação, não se suspende o processo, ele vai decidir o pedido,
podendo ocorrer produção de provas.
Art. 120. Não havendo impugnação NO PRAZO DE 15 (QUINZE) DIAS, o pedido do assistente será
deferido, salvo se for caso de rejeição liminar.

Parágrafo único. Se qualquer parte alegar que falta ao requerente interesse jurídico para intervir, o juiz
decidirá o incidente, sem suspensão do processo.

Caso indeferido → cabível Agravo de Instrumento.


- Quais são os poderes de um assistente simples?
Como sabemos, ele é um mero auxiliador.
De acordo com a parte final do CPC:
Art. 121. [...] exercerá os mesmos poderes e sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais que o assistido.

Lembrando, ele atua acessoriamente, ou seja, não possui a mesma independência


que o assistido. Tanto que:
Art. 122. A assistência simples não obsta a que a parte principal reconheça a procedência do pedido,
desista da ação, renuncie ao direito sobre o que se funda a ação ou transija sobre direitos
controvertidos.

É possível que o assistente, por óbvio, leve ao conhecimento do Juiz as matérias de


ordem pública, mesmo que o assistido não queira.
Agora, importante disposição é a possibilidade de sua atuação como substituto
processual:
Parágrafo único. Sendo revel ou, de qualquer outro modo, omisso o assistido, o assistente será
considerado seu substituto processual.

Caso o assistido retorne, segundo o material do GRAN, cessa a substituição


processual.
Outra importante consequência da assistência simples:
Art. 123. Transitada em julgado a sentença no processo em que interveio o assistente, este não
poderá, em processo posterior, discutir a justiça da decisão, salvo se alegar e provar que:

I - pelo estado em que recebeu o processo ou pelas declarações e pelos atos do assistido, foi impedido
de produzir provas suscetíveis de influir na sentença;

II - desconhecia a existência de alegações ou de provas das quais o assistido, por dolo ou culpa, não se
valeu.
Enunciado n. 388 do FPPC - O assistente simples pode requerer a intervenção de amicus curiae.

- Quais os poderes do Assistentes LITISCONSORCIAL?


Como dito, ele é um litisconsorte ulterior, logo, admitido ele passa a ser PARTE, logo,
temos uma independência MAIOR, em comparação ao assistente simples, não
ficando subordinado a vontade do assistido.
Agora, um ponto importantíssimo é que ele é afetado diretamente pela decisão no
processo, visto que ele é PARTE!
- Intervenção Anômala pelas Pessoas Jurídicas de Direito Público
Disposta na Lei 9.469/97:
Art. 5º A União poderá intervir nas causas em que figurarem, como autoras ou rés, autarquias,
fundações públicas, sociedades de economia mista e empresas públicas federais.

Parágrafo único. As pessoas jurídicas de direito público poderão, nas causas cuja decisão possa ter
reflexos, ainda que indiretos, de natureza econômica, intervir, independentemente da demonstração
de interesse jurídico, para esclarecer questões de fato e de direito, podendo juntar documentos e
memoriais reputados úteis ao exame da matéria e, se for o caso, recorrer, hipótese em que, para fins de
deslocamento de competência, serão consideradas partes.

Veja, de acordo com a lei, fica sendo possível a intervenção de uma pessoa jurídica
pertencente a Administração, mesmo sem interesse jurídico.
Apesar da literalidade da lei, jurisprudencialmente, vemos que quando algum ente
federado intervém, normalmente é levado ao Juiz Federal, para que ele analise a
presença de interesse jurídico.
S 150 STJ - Compete à Justiça Federal decidir sobre a existência de interesse jurídico que justifique a
presença, no processo, da União, suas autarquias ou empresas públicas.

TAL INTERVENÇÃO NÃO ALTERA A COMPETÊNCIA!


- Coisa Julgada X Justiça da Decisão
A coisa julgada torna imutável um comando judicial, acerca de um pedido com base em
uma causa de pedir, no caso no dispositivo.

A justiça da decisão busca tornar imutável a FUNDAMENTAÇÃO DA


DECISÃO, alcançando o assistente simples!
O qual não é alcançado pela coisa julgada, apenas se for assistente litisconsorcial.
- O assistente simples e litisconsorcial, quando o assistido perde, também terá que
arcar com os ônus da sucumbência?
De acordo com Mozar, não restam dúvidas que o assistente litisconsorcial vai ratear
as despesas, visto que ele é litisconsorte, é uma das partes.
Mas, e o simples?
Art. 94. Se o assistido for vencido, o assistente será condenado ao pagamento das CUSTAS em
proporção à atividade que houver exercido no processo.
Mozart, faz a divisão:

2.0 DENUNCIAÇÃO DA LIDE

Está dentro das modalidades provocadas, em que uma das partes traz ao processo um
terceiro, para auxiliar na demanda comum, e figurar como demandado em eventual
ação regressiva.
Aqui, temos uma ampliação objetiva do processo, gerando uma nova ação:
Art. 129. Se o denunciante for vencido na ação principal, o juiz passará ao julgamento da denunciação
da lide.

Parágrafo único. Se o denunciante for vencedor, a ação de denunciação não terá o seu pedido
examinado, sem prejuízo da condenação do denunciante ao pagamento das verbas de sucumbência em
favor do denunciado.

DENUNCIANTE → Aquele que denúncia;


DENUNCIADO → Aquele que sofre a denúncia.
Outro ponto, existe apenas relação entre denunciante x denunciado!
- Quais as hipóteses de cabimento?
Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes (Ou seja ATIVA ou
PASSIVA):

I - ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante, a fim
de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam;

Na evicção, temos a perda parcial ou total de um bem, por decisão judicial ou ato
administrativo que se relaciona com uma causa preexistente ao contrato. Assim,
digamos que Maucelino, comprou um airpods da loja biribinha, sucede que Thiago o
dono do airpods reivindica por meio de evicção. Nessa situação, Maucelino, por meio
do inciso I, denúncia biribinha para constar na ação, para que assim, ele possa
facilmente exercer o direito regressivo.
II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de
quem for vencido no processo.

Veja que o CPC menciona “situação de regresso” de forma genérica, sem fazer qualquer
tipo de ressalva, dessa forma, surgiram duas correntes:

OBS. Muito cuidado com essa questão de denunciação da lide e responsabilidade


estatal, logo, pelo que podemos ver é a sua impossibilidade, pois iria trazer fatos novos,
que seria a discussão da responsabilidade subjetiva do servidor, sendo necessário o
manejo de ação individual para tanto, tanto que: No âmbito das demandas que
reclamam serviços de saúde, qualquer dos entes federativos tem legitimidade para
figurar sozinho no polo passivo. Por esse motivo, o STJ decidiu, em sede de recurso
repetitivo, que caso o autor proponha ação para fornecimento de medicamentos
apenas contra o Estado-membro, não cabe o chamamento ao processo da União.
Segundo eu me recordo de ler, corrente restritiva é a mais aceita, então, responder
assim, em caso incorreto, trazer para análise.
OBS.A denunciação da lide É UMA FACULDADE, ou seja, não sou obrigado a
realizar:
§ 1º O direito regressivo será exercido por ação autônoma quando a denunciação da lide for indeferida,
deixar de ser promovida ou não for permitida.

Enunciado 120 FPPC - A ausência de denunciação da lide gera apenas a preclusão do direito de a parte
promovê-la, sendo possível ação autônoma de regresso

Muito cuidado, precisamos ter na chamada denunciação sucessiva, o CPC admite


UMA ÚNICA VEZ:
§ 2º Admite-se uma única denunciação sucessiva, promovida pelo denunciado, contra seu antecessor
imediato na cadeia dominial ou quem seja responsável por indenizá-lo, não podendo o denunciado
sucessivo promover nova denunciação, hipótese em que eventual direito de regresso será exercido por
ação autônoma.

OBS. Não é mais admitida a denúncia per saltum.


- E o seu procedimento, como se dar?
Inicialmente, válido ratificar, o autor também poderá manejar! Apesar de ser uma
situação rara.
Ou seja, ela é ativa e passiva!

Assim, o autor maneja pela petição inicial, o réu é pela contestação.


OBS. Quando feita na petição inicial, quem será citado primeiro? Denunciado!
Art. 127. Feita a denunciação pelo autor, o denunciado poderá assumir a posição de litisconsorte do
denunciante e acrescentar novos argumentos à petição inicial, procedendo-se em seguida à citação do
réu.

Art. 126. A citação do denunciado será requerida na petição inicial, se o denunciante for autor, ou na
contestação, se o denunciante for réu, devendo ser realizada na forma e nos prazos previstos no art.
131.
Art. 131. A citação daqueles que devam figurar em litisconsórcio passivo será requerida pelo réu na
contestação e deve ser promovida no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de ficar sem efeito o
chamamento. (Pelo que entendi, tal prazo é adstrito as citações denunciações passivas)

Parágrafo único. Se o chamado denunciado residir em outra comarca, seção ou subseção judiciárias,
ou em lugar incerto, o prazo será de 2 (dois) meses.

OBS. Caso estoura do prazo, precisamos analisar o motivo, se é culpa do judiciário ou


sua. A consequência sendo sua é tão somente o indeferimento da denunciação, sendo
posteriormente feita de forma autônoma.
OBS. Me recordo de uma juris, que informou a ultrapassagem do prazo, não impede o
seu manejamento (Info 606 STJ)
É possível que o Juiz liminarmente indefira a denúncia, acaso ela não preencha os
requisitos necessários.
Citado, o denunciado poderá:
→ contestar seu ingresso;
→ ficar revel;
→ aderir a petição do autor desaparecendo a denunciação da lide, seguindo como
litisconsórcio, quanto a este posicionamento:
Art. 127. [...] o denunciado poderá assumir a posição de litisconsorte do denunciante e acrescentar
novos argumentos à petição inicial, procedendo-se em seguida à citação do réu.

Agora, caso mais comum, quando feito pelo réu, é possível que o réu não conteste o
pedido do autor, e apresente tão somente a denúncia da lide.

Não sendo caso de indeferimento liminar, o Juiz prossegui com a citação do


denunciado.
Feita a denúncia, notamos que teremos duas lides:
I – Principal → autor x réu
II – Secundária e Sucessiva → analisará a existência do dever ou não do denunciado em
relação a ação regressiva.
Quanto ao II, mostra-se possível que o denunciado acate o seu dever ressarcitório, e
discuta tão somente a ação principal.
Logo, ao ser citado, o denunciado, poderá:
I – Contestar o pedido do autor (existindo na ação principal um litisconsórcio entre
denunciante e denunciado)
II – Ser revel
III – Confessar os fatos, logo, o denunciante poderá também aderir ao reconhecimento,
pedindo apenas a procedência da ação de regresso.
Art. 128. Feita a denunciação pelo réu:

(ROL EXEMPLIFICATIVO)
I - se o denunciado contestar o pedido formulado pelo autor, o processo prosseguirá tendo, na ação
principal, em litisconsórcio, denunciante e denunciado;

II - se o denunciado for revel, o denunciante pode deixar de prosseguir com sua defesa, eventualmente
oferecida, e abster-se de recorrer, restringindo sua atuação à ação regressiva;

III - se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor na ação principal, o denunciante poderá
prosseguir com sua defesa ou, aderindo a tal reconhecimento, pedir apenas a procedência da ação de
regresso.

- Procedimento do Julgamento
Art. 129. Se o denunciante for vencido na ação principal, o juiz passará ao julgamento da denunciação
da lide.
Parágrafo único. Se o denunciante for vencedor, a ação de denunciação não terá o seu pedido
examinado, sem prejuízo da condenação do denunciante ao pagamento das verbas de sucumbência
em favor do denunciado.

OBS. Caso tanto a principal seja pela procedência da responsabilidade de B, e ele vence
também na regressiva, C tão somente ressarcirá B quanto ao pagamento em A, mas os
honorários pelo que entendi da lide principal é responsabilidade B que deu causa.

Em relação condenação do denunciado em honorários, quando o denunciante é


vencido na principal:
Enunciado 122 FPPC - Vencido o denunciante na ação principal e não tendo havido resistência à
denunciação da lide, não cabe a condenação do denunciado nas verbas de sucumbência

Situação interessante, é quanto a execução da sentença da lide principal:


Art.128 (Denunciação Passiva).Parágrafo único. Procedente o pedido da ação principal, pode o autor,
se for o caso, requerer o cumprimento da sentença também contra o denunciado, nos limites da
condenação deste na ação regressiva.

OBS. Veja que o 128 único, não se aplica as situações em que ocorrem o litisconsórcio
entre denunciante e denunciado! Quando ocorrer o litisconsórcio, como ficou na
imagem acima, denunciante e denunciado poderão ser condenados direta e
solidariamente!
OBS. De acordo com o Informativo 606 STJ, numa situação bem peculiar, a empresa ré,
no último dia contestou. Posteriormente, requereu a denunciação da lide. A denunciada,
em nada mencionou, apenas contestou o pedido do autor. Com a sentença de
procedência, bem como para a ação regressiva, a denunciada apelou alegando que o
requerimento foi feito depois da contestação, logo, seria intempestivo. O STJ não
acatou! Como a ação regressiva é algo ligado ao direito material, eventual não
observância do quesito processual não obsta o seu reconhecimento.
OBS. É possível denunciar a lide de um corréu, ou seja, de um réu que já está presente
na relação jurídica? De acordo com o STJ nada impede que isso aconteça.
OBS. Caso o denunciante queira tomar uma postura em que você informa culpa
exclusiva de outro, não pode ser denunciação da lide. Ou seja, não posso chamar para
um terceiro.
Atenção, para algumas súmulas:
S 529 STJ – No seguro de responsabilidade civil facultativo, não cabe o ajuizamento de ação pelo
terceiro prejudicado direta e exclusivamente em face da seguradora do apontado causador do dano.

S 537 STJ – Em ação de reparação de danos, a seguradora denunciada, se aceitar a denunciação ou


contestar o pedido do autor, pode ser condenada, direta e solidariamente, junto com o segurado, ao
pagamento da indenização devida à vítima, nos limites contratados na apólice.

Enunciado 121 FPPC – O cumprimento da sentença diretamente contra o denunciado é admissível em


qualquer hipótese de denunciação da lide fundada no inciso II do art.125.

É VEDADA NAS AÇÕES CONSUMEIRISTAS!


OBS. Numa questão feita por mim, informou que denunciação da lide, juntamente com
chamamento ao processo, somente por meio de processo de conhecimento.

3.0 CHAMAMENTO AO PROCESSO


Também se trata de uma intervenção provocada, pela parte ré, com o intuito de trazer
os coobrigados ao processo, por determinada obrigação, tornando-os também
responsáveis ao final do processo.
OBS. É uma FACULDADE.
Aqui temos uma ampliação subjetiva (dilatação do polo passivo da demanda), gerando
um litisconsórcio passivo facultativo.
Chamante → Originário
Chamado → Terceiro Interveniente
SOMENTE É CABÍVEL NO PROCESSO DE CONHECIMENTO, BEM COMO
SOMENTE É FEITO PELO RÉU!
OBS. Faz sentido tal conclusão, juntamente com a denúncia da lide, visto que eles tem a
ideia de criar um título executivo, fora que no âmbito recursal, a análise probatória cai
bastante.
Como dito, somente o réu poderá manejar, por meio da contestação, sob pena de
preclusão. Não sendo feito, e ele sendo condenado, caso queira o ressarcimento, deverá
manejar uma ação regressiva.
Agora, analisaremos suas hipóteses:
I - do afiançado, na ação em que o fiador for réu;

II - dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles;


III - dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o
pagamento da dívida comum.
Feito o chamamento na contestação:
Art. 131. A citação daqueles que devam figurar em litisconsórcio passivo será requerida pelo réu na
contestação e deve ser promovida no PRAZO DE 30 (TRINTA) DIAS, sob pena de ficar sem efeito o
chamamento.

Parágrafo único. Se o chamado residir em outra comarca, seção ou subseção judiciárias, ou em lugar
incerto, O PRAZO SERÁ DE 2 (DOIS) MESES.

Como dito:
Art. 132. A sentença de procedência valerá como título executivo em favor do réu que satisfizer a dívida,
a fim de que possa exigi-la, por inteiro, do devedor principal, ou, de cada um dos codevedores, a sua
quota, na proporção que lhes tocar.

Com base no art.132, é o fim do chamamento ao processo, formar um título executivo


contra terceiro.
OBS. Novamente, a intervenção chamamento ao processo é facultativa, logo, nada vai
impedir um direito de regresso o seu não exercício!
De acordo com o STJ, é possível manejar o chamamento ao processo nas relações
consumeristas, da seguradora em que o réu tiver contrato de seguro de
responsabilidade.
OBS. Informativo 539 STJ, não podemos chamar a União, em demandas sobre
MEDICAMENTOS, proposta contra outro ente federativo.
OBS. Apesar disso STF, contrariamente, no Informativo 941, entendeu como de
responsabilidade solidária dos entes a promoção dos cuidados da saúde, logo, seria
possível o chamamento!
4.0 INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DE PERSONALIDADE
JURÍDICA (NOVIDADE NO CPC/15)
Como sabemos, seria uma forma de levantar a cortina que separa a responsabilização
dos sócios x da empresa.
OBS. A disposição sobre o assunto no CPC é apenas quanto as regras dos jogos, o
motivo a gente vai encontrar no direito material!
OBS. Aplicável ao JEC!
Art.133. § 1º O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará os pressupostos
previstos em lei.

Quanto aos seus legitimados:


→ Partes
→ MP, nos casos em que deva intervir
Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte ou
do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo.

Em relação as suas espécies, existem várias!


Uma enorme novidade, foi a disposição expressa da desconsideração inversa,
normalmente ocorre quando o sócio utiliza da empresa para esconder os seus bens, logo,
o Juiz alcança a responsabilidade do sócio para a empresa:
§ 2º Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa da personalidade
jurídica.

Para que ela ocorra, é necessário: desvio de finalidade ou confusão patrimonial.


De acordo com o CPC, quanto seu CABIMENTO:
Art. 134. [...] cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e
na execução fundada em título executivo extrajudicial.

Ou seja, pode até ocorrer em fase RECURSAL! E se ocorrer:


Parágrafo único. Se a decisão for proferida pelo relator, cabe agravo interno.

Outro ponto, NÃO PODERÁ SER DECLARADA DE OFÍCIO:


Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte ou
do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo.

- Procedimento
Ela poderá se dar de duas formas:

INCIDENTALMENTE, momento em que vai ocorrer


após o ajuizamento da ação, por uma petição simples. Esse tipo de instauração

SUSPENDE O PROCESSO!
OBS. O que suspende então, É O INCIDENTE, não o pedido em si da
desconsideração!
OBS. Tal suspensão é adstrita aos TERCEIROS com o fim de que eles se defendam,
ou seja, quando em curso, e eu indico, como a imagem abaixo a empresa W como ré, e
no curso do mesmo processo descubro novos bens, posso fazer a execução,
independente da suspensão do incidente, pois ele é o devedor.
Enunciado 110 FPPC – A instauração do incidente de desconsideração da personalidade jurídica NÃO
suspenderá a tramitação do processo de execução e do cumprimento de sentença em face dos
executados originários.

§ 1º A instauração do incidente será imediatamente comunicada ao distribuidor para as anotações


devidas.

§ 3º A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na hipótese do § 2º.

Em relação a defesa no incidente:

Art. 135. Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica SERÁ CITADO para manifestar-se e
requerer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias.
Concluída, teremos uma decisão INTERLOCUTÓRIA, em que é cabível Agravo de
Instrumento:

O INCIDENTE SERÁ
Art. 136. Concluída a instrução, se necessária,

RESOLVIDO POR DECISÃO INTERLOCUTÓRIA.

REQUERIDO NA INICIAL, quando ocorrer isso:


§ 2º Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da personalidade jurídica for
requerida na petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica.

Logo, NÃO OCORRE A SUSPENSÃO DO PROCESSO, visto que possíveis defesas


serão feitas na própria contestação. Sendo ao final do processo, julgado a
desconsideração pelo Juiz.
OBS. Nesse caso, quando requerida na inicial, não temos uma modalidade de
intervenção de terceiro, de acordo com Mozart, pois eu já estou integrando os sócios
como réus na demanda, desde o início. Diferente situação, quando não é feita na inicial.
OBS. Pelo que pude entender numa questão feita por mim, a desconsideração quando
requerida na inicial, poderá ser resolvida por meio de interlocutória, não é
obrigatório que seja ao final por sentença.
OBS. A princípio, o pedido de desconsideração, não existe um prazo, podendo ser
realizado a qualquer tempo!
Enunciado 248 FPPC – Quando a desconsideração da personalidade jurídica for requerida na petição
inicial, incumbe ao sócio ou a pessoa jurídica, na contestação, impugnar não somente a própria
desconsideração, mas também os demais pontos da causa. (Princípio da Eventualidade, art.336 CPC)

Enunciado 390 FPPC – Resolvida a desconsideração da personalidade jurídica na sentença, caberá


apelação.

Enunciado 689 FPPC – A desconsideração da personalidade jurídica requerida em reconvenção


processa-se da mesma forma que a deduzida na petição inicial.

Art. 137. Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, havida em fraude
de execução, será INEFICAZ em relação ao REQUERENTE. (Efeito DECLARATÓRIO)
5.0 AMICUS CURIAE (NOVIDADE CPC-15)
Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade do tema objeto da
demanda ou a repercussão social da controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício ou a
requerimento das partes ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a participação de
pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com representatividade adequada, no
prazo de 15 (quinze) dias de sua intimação.

De acordo com Mozart, trata-se de uma intervenção de terceiro, por força de lei, pois se
analisarmos o amicus curiae não precisa demonstrar interesse jurídico, um pré-requisito
normalmente requerido nas relações de intervenção.
OBS. É tão forte essa argumentação de que ele não tem característica de parte/terceiro,
pois a entrada dele sequer vai gerar qualquer mudança processual!
OBS. Notamos que o NCPC alargou a utilização do amicus curiae, deixando de ficar
adstrito apenas aos processos objetivos.
É um colaborador dentro da relação processual.
Basicamente, é uma figura que busca tornar a decisão mais eficaz, momento em que
abre para o debate, podendo adentrar ao processo espontaneamente ou por
provocação.
Como vimos, poderá ocorrer por iniciativa do Magistrado, das partes ou do próprio
terceiro.
Cabível em QUALQUER FASE PROCESSUAL!
Enunciado 249 FPPC – A intervenção do amicus curiae é cabível no mandado de segurança

OBS. Jurisprudência se divide quanto a possibilidade de intervenção.


Enunciado 393 FPPC – É cabível a intervenção do amicus curiae no procedimento de edição, revisão e
cancelamento de enunciados de súmulas pelos Tribunais.

Como sabemos, a decisão que admite é IRRECORRÍVEL, acerca dos seus requisitos:
I – Representatividade Adequada: é a capacidade de defender de forma efetiva, os
interesses do grupo.
Enunciado 127 FPPC – A representatividade adequada exigida no amicus curiae não pressupõe a
concordância unânime daqueles a quem representa.

II – Respeitabilidade e Autoridade do Terceiro: seria a expertise acerca da matéria


discutida.
Quanto aos próximos são chamados de objetivos, por isso, seu preenchimento NÃO
PRECISA SER CUMULATIVO!
Enunciado 395 FPPC – Os requisitos objetivos exigidos para a intervenção do amicus curiae são
alternativos.

III – Relevância da Matéria: iremos analisar a relevância da matéria, o seu debate é


importante a discussão de outros setores?
IV – Repercussão Social da Controvérsia: relaciona-se a potencialidade que a matéria
poderá trazer na vida social.
V – Especificidade do tema objeto da demanda: ligado a existência de um grau de
complexidade na demanda, abrindo margem para entrada de pessoas com expertise.
Chamado/Aceitado sua admissão o julgador define seus poderes e dar 15 dias para que
ele se manifesta.

A PORRA DO JUIZ
OBS. Presta atenção FILHO DA PUTA,

VAI DEFINIR OS PODERES DELE


§ 2º Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou admitir a intervenção, definir os poderes do
amicus curiae.

Algumas consequências essenciais que devemos saber:


§ 1º A intervenção de que trata o caput não implica alteração de competência nem autoriza a
interposição de recursos, ressalvadas a oposição de embargos de declaração e a hipótese do § 3º.

§ 3º O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente de resolução de demandas
repetitivas. (RE e RESP)

OBS. Acaso tenha um ente federal, numa situação estadual, como vimos não altera a
competência!
O julgador não fica vinculado a manifestação do amigo, contudo, não poderá
ignorá-la.
OBS. Vamo acompanhar, porque li recente juris que NEM A DECISÃO QUE NEGA
É RECORRÍVEL!
OBS. De acordo com Mozart, STJ não aceita recurso nas decisões que inadmitem.
OBS. Por outro lado, o STF parece se dividir, de acordo com Mozart.
OBS. CUIDADO, é quanto aos processos OBJETIVOS, em relação aos abstratos STF
tem aceitado!
Outras curiosidades, importantes:
Enunciado 392 FPPC – As partes NÃO podem estabelecer, em convenção processual, a vedação da
participação do amicus curiae.

OBS. Relembrando, ele não pode requerer medida cautelar em sede de controle
concentrado.

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