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ASSISTENCIA JURIDICA
ASSISTENCIA JURIDICA
RESUMO:
O presente trabalho tem como tema “Assistência”, desde sua disposição legal, em
especifico no código civil brasileiro, o qual detalha os casos em que poderá e que deverá
haver assistência, bem como qual será o papel do assistente na relação processual.
Explanando, ainda, o posicionamento de alguns doutrinadores sobre o tema, bem como
julgados de diferentes tribunais do país. A assistência é uma forma de intervenção de um
terceiro dentro de um processo, sendo que auxiliará uma das partes, seja no polo passivo
ou ativo da ação. O assistente no processo não é considerado parte dele, sendo apenas
uma espécie de coadjuvante. Por fim, será apresentado a conclusão e referências do
conteúdo exposto.
O presente artigo versa sobre o tema Assistência, iniciando desde sua disposição legal
no ordenamento jurídico brasileiro, em específico no Código de Processo Civil, o qual
deixa explicito desde seu artigo 119, como ocorrerá intervenção de terceiros, mais
especificamente a assistência, os artigos subsequentes, tratarão de formas e prazos que
devem ser feitos no processo que aquilo ocorrer.
A parte legítima é a pessoa que pode promover e contra a qual se pode dirigir a
execução. A legitimidade para a execução, além de ativa e passiva, pode ser ordinária
(primária ou secundária) ou extraordinária (autônoma ou subordinada)
Sendo parte legítima, não há como negar ao assistente o direito de ingressar no
processo. Contra a decisão que não admite seu ingresso, o recurso cabível, na falta de
outro, é o mandado de segurança, dado que, diante da legitimidade, encontra-se
violado direito líquido e certo.
Este requisito deve ser corretamente preenchido ao redigirmos uma petição inicial, sob
pena de o juiz determinar sua emenda (art. 321, CPC) ou pior, indeferi-la (art. 330, II,
CPC).
Portanto, para evitar perda de tempo (estima-se que a simples determinação de uma
emenda à inicial prolongue em 6 meses a durarão de um processo) e de dinheiro
(pagamento de novas custas), devemos prestar muita atenção às partes que estamos
inserindo em uma demanda.
No entanto, muitas vezes definir as partes legítimas para uma ação pode ser
complicado e isso deixa muitos de nós, advogados, inseguros.
Sabe-se que parte legítima é a pessoa que pode promover e contra a qual se pode
dirigir a execução. A legitimidade para a execução, além de ativa e passiva, pode ser
ordinária (primária ou secundária) ou extraordinária (autônoma ou subordinada).
No que diz respeito ao polo passivo da demanda, o art. 568 do CPC indica hipóteses
de legitimação ordinária primária ou originária, ordinária superveniente ou secundária
e legitimação extraordinária.
Com relação ao sujeito que figura no título como devedor, o art. 568, I, do CPC aponta
como legitimado passivo na execução o aquele que figura no título como devedor,
ainda que afirme não ser o devedor por não ter participado como parte principal na
relação de direito material da qual surgiu a dívida. Assim, além do condenado na
sentença judicial e do emitente do título extrajudicial, também são considerados
devedores para fins de legitimidade passiva na execução o avalista, o fiador
convencional, o endossante etc.
Por fim, o inciso V do art. 568 identifica como legitimado passivo para a execução “o
responsável tributário, assim definido na legislação própria”, orientação que é
expressa também no art. 4º, V, da Lei n. 6.830/1980, a “Lei de Execução Fiscal”. É o
próprio Código Tributário Nacional que, nos incisos I e
II do parágrafo único do art. 121, distingue, com nitidez, as figuras do devedor (o
“contribuinte”) e do responsável pelo pagamento do tributo, assunto disciplinado
pelos arts. 130 a 135 daquele Código.
DO ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO
Trata-se do ofendido, ou do seu representante legal ou seu sucessor que auxilia na
acusação pública. Sua função é intervir em todas as fases da ação penal ao lado do
Ministério Público (Art. 268, CPP). É considerado parte acessória porque não é
imprescindível a existência da relação processual.
A intervenção do assistente de acusação é de interesse na reparação civil, mas pode
atuar também em colaboração com a acusação para a aplicação da lei penal. Atua a
partir da denúncia e até o trânsito em julgado da Ação penal pública
ASSISTENTE DA ACUSAÇÃO:
Não é em todo processo criminal que pode funcionar o assistente da acusação, somente
naqueles em que o crime dispõe de um ofendido, de um sujeito passivo. Assistente é o
sujeito passivo do delito ou, na sua falta, qualquer das pessoas enumeradas no artigo
31(cônjuge, ascendente, descendente ou irmão – entende-se ser taxativa essa relação).
Essa falta pode ser por morte ou quando declarado ausente por decisão judicial.
Em princípio, deve ser obedecida a ordem do artigo 31, ou seja, o ascendente só atuará
como assistente se o cônjuge não o fizer. A função do assistente é auxiliar o Ministério
Público com vistas a assegurar a indenização cível. Perceba-se que, independentemente
da cobrança da indenização no juízo cível, o juiz no processo-crime, ao proferir a
sentença condenatória, fixará valor mínimo para reparação dos danos causados pela
infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido (artigo 387, inciso IV).
O assistente pode entrar no processo a qualquer momento, desde que tenha interesse
jurídico
O assistente não é considerado parte do processo, mas sim um terceiro que intervém
nele para auxiliar uma das partes.
O assistente deve possuir interesse jurídico e não pode ser parte do processo O
Ministério Público é ouvido previamente sobre a admissão do assistente e, a seguir, o
juiz decide
2 - NTERVENÇÃO DE TERCEIROS
2.1 – ASSISTENCIA
Segundo De Sá e Freire:
Os requisitos para que ocorra a assistência simples são três:
a) lide pendente – para o autor, com a propositura da ação (art. 263), e para o réu, com
a citação válida (art. 219);
b) lide alheia – não diz respeito diretamente ao terceiro (por isso mesmo ele não é
parte); e
c) interesse jurídico –
A sentença pode atingir reflexamente uma relação jurídica do terceiro (normalmente
uma relação jurídica entre o assistente e o assistido) ou, por outras palavras, a sentença
pode atingir de fato a esfera jurídica do assistente (o interesse não pode ser meramente
econômico – por exemplo, o sócio não pode ingressar no processo como assistente
simples da sociedade – ou moral – por exemplo, o irmão não pode ingressar no processo
como assistente simples do outro). Exemplo: o sublocatário tem interesse jurídico na
ação de despejo proposta pelo locador em face do locatário. Súmula 82 do TST: “A
intervenção assistencial, simples ou adesiva, só é admissível se demonstrado o interesse
jurídico e não o meramente econômico”.
Um exemplo: numa ação de despejo por danificação do imóvel causada pelo
sublocatário, este, atuando como assistente simples, não poderá discutir o que ficou
decidido na fundamentação da sentença (o dano foi causado pelo sublocatário, como
fundamento para decretar o despejo do locatário), em posterior demanda ressarcitória
proposta em face dele.
Segundo Gonçalves:
A característica principal da atuação do assistente simples é a sua subordinação ao
assistido. Ele pode praticar todos os atos processuais que não sejam contrários à vontade
do assistido. Não é preciso que este dê autorização expressa ao assistente para a prática
de determinado ato processual, mas ele pode vedá-la quando for contrária a seus
interesses.
Enfim, o assistente simples pode atuar livremente no processo, praticando todos os atos
que normalmente a parte pratica, salvo aqueles dos quais o assistido tenha desistido
expressamente. Por exemplo, o assistente pode arrolar testemunhas, desde que o
assistido não tenha desistido da produção de provas e requerido o julgamento
antecipado da lide; pode recorrer, se o assistido não tiver renunciado ao direito de fazê-
lo. Há, porém, alguns atos do processo que são exclusivos das partes. Não pode, por
exemplo, o assistente reconvir nem se valer da denunciação da lide ou do chamamento
ao processo.
Todavia, tem direito de ser intimado de todos os atos e termos do processo, inclusive da
juntada de documentos, podendo manifestar-se no prazo de cinco dias, se outro não for
fixado pela lei ou pelo juiz (art. 218, § 3º).
Em caso de juntada de documentos novos, por exemplo, o prazo será de 15 dias,
conforme art. 437, §1º. Tem a possibilidade de requerer provas, desde que, com isso,
não contrarie à vontade expressamente manifestada do assistido.
Se o terceiro que tem interesse jurídico não tiver ingressado como assistente
simples no processo, mas quiser fazê-lo para recorrer, deverá apresentar o chamado
recurso de terceiro prejudicado. Não nos parece que essa seja uma forma de intervenção
autônoma. O terceiro prejudicado, que pode recorrer, é aquele que poderia ter
requerido o seu ingresso no processo anteriormente, na qualidade de assistente simples,
e não o fez. Ao requerê-lo apenas na fase do recurso, receberá esse nome.
Como acentua Arruda Alvim apud Gonçalves, os terceiros podem ser agrupados em
três classes diferentes:
Para que se possa melhor compreender esse fenômeno, é preciso lembrar que
só existe assistência litisconsorcial no campo da legitimidade
extraordinária, em que alguém vai a juízo em nome próprio para postular ou
defender direito alheio. Aquele que é parte não é o próprio titular da relação
jurídica sub judice, sendo denominado substituto processual. O verdadeiro
titular não figura como parte, por isso é chamado substituído. A situação deste
é muito peculiar, pois ele não é parte no processo, embora sejam seus os
interesses discutidos.
É o titular do direito material alegado, que no processo está sendo defendido
por outrem. Por isso, ele será o principal atingido com o resultado do processo,
porque é dele a relação jurídica material discutida. Manifesto o seu interesse
jurídico, muito maior que o do assistente simples. Este tem apenas uma
relação jurídica reflexa, que será atingida indiretamente. Aquele, na condição
de titular da própria relação material subjacente ao processo, será atingido de
forma direta, como se parte fosse.
DA ASSISTENCIA SIMPLES
Art. 121. O assistente simples atuará como auxiliar da parte principal, exercerá
os mesmos poderes e sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais que o
assistido.
Parágrafo único. Sendo revel ou, de qualquer outro modo, omisso o assistido, o
assistente será considerado seu substituto processual.
Art. 122. A assistência simples não obsta a que a parte principal reconheça a
procedência do pedido, desista da ação, renuncie ao direito sobre o que se
funda a ação ou transija sobre direitos controvertidos.
Art. 123. Transitada em julgado a sentença no processo em que interveio o
assistente, este não poderá, em processo posterior, discutir a justiça da
decisão, salvo se alegar e provar que:
I - Pelo estado em que recebeu o processo ou pelas declarações e pelos atos
do assistido, foi impedido de produzir provas suscetíveis de influir na
sentença;
II - Desconhecia a existência de alegações ou de provas das quais o assistido,
por dolo ou culpa, não se valeu. Seção
III Da Assistência Litisconsorcial Art. 124. Considera-se litisconsorte da parte
principal o assistente sempre que a sentença influir na relação jurídica entre
ele e o adversário do assistido. (BRASIL, 2015).
O MP é ouvido previamente sobre a admissão do assistente (artigo 272) e, a seguir, o
juiz decide. Sendo parte legítima, não há como negar ao assistente o direito de ingressar
no processo.
Contra a decisão que não admite seu ingresso, o recurso cabível, na falta de outro, é o
mandado de segurança, dado que, diante da legitimidade, encontra-se violado direito
líquido e certo. Todavia, seu direito ao ingresso não significa seu direito de permanecer
no processo.
Se o assistente estiver provocando tumulto e confusões que prejudiquem o bom
andamento do processo, poderá ser afastado pelo juiz, a quem cabe manter a
regularidade e celeridade da relação processual.
Poderes especiais:
Tendo em vista o significado do processo como uma garantia do acusado, e que a
presença do assistente representa um plus na acusação, o artigo 44 merece interpretação
extensiva para exigir poderes especiais no mandato do advogado que representar o
assistente.
A Administração Pública na assistência:
Se a parte ofendida for a Administração Pública, e tendo esta interesse legítimo em
buscar a indenização cível, bem como a reparação de danos da sentença condenatória
(artigo 387, inciso IV), cabível é sua presença como assistente da acusação.
A CVM e o BACEN na assistência:
Nos crimes contra o sistema financeiro, é admitida a assistência da Comissão de Valores
Mobiliários – CVM, quando o crime tiver sido praticado no âmbito de atividade sujeita
à disciplina e à fiscalização dessa Autarquia, e do Banco Central do Brasil quando, fora
daquela hipótese, houver sido cometido na órbita de atividade sujeita à sua disciplina e
fiscalização (artigo 26, da Lei n. 7.492/86).
JURISPRUDÊNCIA
Desnecessidade de novas intimações do assistente de acusação que, intimado, deixe de
comparecer a qualquer dos atos da instrução ou do julgamento: Não há nulidade
processual na hipótese em que o assistente de acusação, por não ter arrazoado recurso
interposto pelo MP após ter sido intimado para tanto, deixe de ser intimado quanto aos
atos processuais subsequentes (REsp 1.035.320-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior,
julgado em 2/4/2013 – Informativo nº 0519).
A LEGITIMIDADE DE PARTES
Este requisito deve ser corretamente preenchido ao redigirmos uma petição inicial, sob
pena de o juiz determinar sua emenda (art. 321, CPC) ou pior, indeferi-la (art. 330, II,
CPC).
“Dá-se à intervenção de terceiros quando uma pessoa ou ente, não sendo,
originariamente, parte na causa, nela ingressa para defender seus próprios interesses ou
os de uma das partes primitivas da relação processual”. (LEITE,2009, p. 421).
"A Assistência é o ato pelo qual terceiro intervém, voluntariamente, no processo, pelo
fato de ter interesse jurídico em que a sentença venha a ser favorável ao assistido"
(MARTINS, 2001, p. 205).
“Com o nome de assistência o CPC trata, na verdade, de dois institutos que são
distintos, tanto nos requisitos, quanto nos poderes atribuídos ao terceiro interveniente, e
nos efeitos que ele sofre, em virtude dessa intervenção. Para que se possa compreendê-
la, pois, na plenitude, é necessário tratar as duas espécies separadamente. São elas a
assistência simples e a litisconsorcial, a primeira tratada no CPC, art. 119, e a segunda,
no art. 124.” (GONÇALVES, 2016, EBOOK).
“O assistente simples não é, nem se alega, titular da relação jurídica que está sendo
discutida em juízo. Se o fosse, não seria terceiro, mas parte. No entanto, ele é titular de
relação jurídica que mantém estreita ligação com a que está sub judice, de forma a não
ser possível atingir está sem afetar aquela”. (GONÇALVES, 2016, EBOOK).
CONCLUSÃO:
Sendo assim, é possível concluir que o ordenamento jurídico brasileiro, no seu código
civil, a partir do seu artigo 119, informas possibilidades de intervenção de terceiros em
um processo, já em especifico a Assistência, a qual é uma forma onde um terceiro, este
juridicamente interessado passa a integrar um processo, porém não sendo parte deste,
apenas sendo um sujeito, o qual passa a assistir uma das partes, podendo ainda a auxilia.
A justiça brasileira preocupada com as sentenças proferidas, sendo que essas impactam
diretamente na vida das pessoas, e com isso a intervenção de um terceiro se mostra de
grande importância, influenciando no curso processual e buscando cada vez mais
transparência e celeridade nos processos, continuando ainda sendo imparcial.
Referencias:
DONIZETTI, Elpídio. Assistência (arts. 119 a 124, CPC/2015). Disponível em: . Acesso
em: 13/04/2018.
GRECO FILHO, Vicente. Direito Processual Civil Brasileiro. Vol. 1, São Paulo -
Saraiva, 2003.
DE SÁ; FREIRE, Renato Montans, Rodrigo da Cunha. Processo civil: teoria geral do
processo civil. Vol. 1, São Paulo - Saraiva, 2012.