Você está na página 1de 12

PESQUISA DE PROCESSO PENAL

ASSISTENCIA JURIDICA

 LEGITIMIDADADE DAS PARTES

 ASSISTENCIA JURIDICA

RESUMO:

O presente trabalho tem como tema “Assistência”, desde sua disposição legal, em
especifico no código civil brasileiro, o qual detalha os casos em que poderá e que deverá
haver assistência, bem como qual será o papel do assistente na relação processual.
Explanando, ainda, o posicionamento de alguns doutrinadores sobre o tema, bem como
julgados de diferentes tribunais do país. A assistência é uma forma de intervenção de um
terceiro dentro de um processo, sendo que auxiliará uma das partes, seja no polo passivo
ou ativo da ação. O assistente no processo não é considerado parte dele, sendo apenas
uma espécie de coadjuvante. Por fim, será apresentado a conclusão e referências do
conteúdo exposto.

O presente artigo versa sobre o tema Assistência, iniciando desde sua disposição legal
no ordenamento jurídico brasileiro, em específico no Código de Processo Civil, o qual
deixa explicito desde seu artigo 119, como ocorrerá intervenção de terceiros, mais
especificamente a assistência, os artigos subsequentes, tratarão de formas e prazos que
devem ser feitos no processo que aquilo ocorrer.

A Assistência ainda se subdivide em: Assistência Simples e Assistência Litisconsorcial, sendo


que aquela primeira se caracteriza pela intervenção de um terceiro em um processo para auxiliar
uma das partes. Já a segunda é formada por um litisconsorte unitário, facultativo e ulterior.
Ambas as formas o terceiro deve possuir interesse jurídico, e não serão partes do processo, e
sim um sujeito daquele. Ainda serão apresentados decisão de diferentes comarcas do país, bem
como posições de diferentes doutrinadores, e por fim apresentar-

 LEGITIMIDADE DAS PARTES

A parte legítima é a pessoa que pode promover e contra a qual se pode dirigir a
execução. A legitimidade para a execução, além de ativa e passiva, pode ser ordinária
(primária ou secundária) ou extraordinária (autônoma ou subordinada)
Sendo parte legítima, não há como negar ao assistente o direito de ingressar no
processo. Contra a decisão que não admite seu ingresso, o recurso cabível, na falta de
outro, é o mandado de segurança, dado que, diante da legitimidade, encontra-se
violado direito líquido e certo.

Para entrar em um processo, é necessário ter interesse e legitimidade. A legitimidade


de partes é um dos requisitos necessários para postular em juízo, nos termos do art. 17
do Código de Processo Civil. Para definir as partes legítimas para uma ação, é preciso
prestar muita atenção às partes que estamos inserindo em uma demanda.

Este requisito deve ser corretamente preenchido ao redigirmos uma petição inicial, sob
pena de o juiz determinar sua emenda (art. 321, CPC) ou pior, indeferi-la (art. 330, II,
CPC).

Código de Processo Civil


Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts.
319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o
julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a
emende ou a complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou
completado.
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição
inicial.
Art. 330. A petição inicial será indeferida quando:
(…)
II - A parte for manifestamente ilegítima;

Portanto, para evitar perda de tempo (estima-se que a simples determinação de uma
emenda à inicial prolongue em 6 meses a durarão de um processo) e de dinheiro
(pagamento de novas custas), devemos prestar muita atenção às partes que estamos
inserindo em uma demanda.
No entanto, muitas vezes definir as partes legítimas para uma ação pode ser
complicado e isso deixa muitos de nós, advogados, inseguros.

 LETIGITIMIDADE DE PARTES NO PROCESSO DE EXECUÇÃO


SEGUNDO O ANTIGO CPC

Sabe-se que parte legítima é a pessoa que pode promover e contra a qual se pode
dirigir a execução. A legitimidade para a execução, além de ativa e passiva, pode ser
ordinária (primária ou secundária) ou extraordinária (autônoma ou subordinada).

A legitimidade ordinária divide-se em primária e secundária, superveniente ou


derivada. A primeira atine a quem figurou como parte no processo que originou o
título executivo ou participou da constituição do título extrajudicial, nele se
encontrando como credor ou devedor.

A legitimidade secundária, por sua vez, conhecida também como derivada ou


superveniente, trata de circunstâncias legitimadoras posteriores à criação do título ou
independentes deste. Nesse caso, a lei confere essa legitimidade tendo em conta que,
em certas ocasiões, o interesse para a execução surge fora do título ou posteriormente
à constituição deste.

A legitimidade extraordinária, por sua vez, compreende a autônoma e a


subordinada, sendo que a autônoma pode ser ainda exclusiva ou concorrente. Na
autônoma, a parte tem plenos poderes para agir, figurando como parte principal na
relação processual com toda independência que tal status garante. Na subordinada o
legitimado extraordinário não se apresenta como parte independente e autônoma, mas
como coadjuvante ou parte secundária, sem os poderes principais da parte principal.

No polo ativo é possível encontrar uma legitimação ordinária primária ou originária,


sempre que o sujeito legitimado a propor o processo executivo ou a dar início à fase
de cumprimento de sentença estiver indicado como credor no próprio título executivo.
Nesse caso, o litigante atua em nome próprio e defendendo interesse próprio e o fato
de tal legitimidade já ser criada junto com a criação do título executivo a torna
originária ou primária.

Já na legitimação ordinária superveniente ou secundária, o sujeito que demanda,


apesar de fazê-lo em nome próprio e em defesa de interesse próprio, só ganha a
legitimação para propor a demanda executiva ou nela prosseguir por um ato ou fato
superveniente ao surgimento do título executivo. São os casos previstos no art. 567 do
CPC (herdeiros, sucessores, cessionário etc.).
Por fim, ainda no tocante ao polo ativo da demanda executiva, poderá existir a
legitimação extraordinária, pela qual o sujeito litigará em nome próprio na defesa de
interesse alheio, como geralmente ocorre em demandas propostas pelo Ministério
Público na defesa de interesses difusos e coletivos.

No que diz respeito ao polo passivo da demanda, o art. 568 do CPC indica hipóteses
de legitimação ordinária primária ou originária, ordinária superveniente ou secundária
e legitimação extraordinária.
Com relação ao sujeito que figura no título como devedor, o art. 568, I, do CPC aponta
como legitimado passivo na execução o aquele que figura no título como devedor,
ainda que afirme não ser o devedor por não ter participado como parte principal na
relação de direito material da qual surgiu a dívida. Assim, além do condenado na
sentença judicial e do emitente do título extrajudicial, também são considerados
devedores para fins de legitimidade passiva na execução o avalista, o fiador
convencional, o endossante etc.

A legitimação ordinária superveniente por causa mortis, vem expressamente


prevista no art. 568, II, do CPC. Dessa forma, uma vez realizada a partilha dos bens do
de cujus, a legitimação passiva restará tão somente àquele sujeito que ficou em seu
quinhão com o débito.
É importante observar que os herdeiros e sucessores só respondem pelas dívidas do de
cujus nos limites da herança, de forma que os bens de seu patrimônio que não vieram
da herança jamais poderão ser atingidos por dívidas contraídas originariamente pelo
de cujus.
A legitimidade ordinária superveniente por ato Inter vivos encontra-se prevista
no art. 568, III, do CPC, que trata do fenômeno da assunção de dívida ou cessão de
débito. Essa transferência da dívida a um novo sujeito, que não o devedor originário,
exige a concordância expressa do credor (art. 299 do CC) porque a partir do momento
em que se modifica o devedor, automaticamente modifica-se o patrimônio que
responderá pela dívida.
O inciso IV do art. 568 reconhece a legitimidade passiva do “fiador judicial”. O fiador
judicial é aquele que presta garantia em favor de uma das partes nos autos do
processo, predispondo-se ao pagamento do que é devido caso haja inadimplemento
pelo devedor principal.

Por fim, o inciso V do art. 568 identifica como legitimado passivo para a execução “o
responsável tributário, assim definido na legislação própria”, orientação que é
expressa também no art. 4º, V, da Lei n. 6.830/1980, a “Lei de Execução Fiscal”. É o
próprio Código Tributário Nacional que, nos incisos I e
II do parágrafo único do art. 121, distingue, com nitidez, as figuras do devedor (o
“contribuinte”) e do responsável pelo pagamento do tributo, assunto disciplinado
pelos arts. 130 a 135 daquele Código.

 DO ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO
Trata-se do ofendido, ou do seu representante legal ou seu sucessor que auxilia na
acusação pública. Sua função é intervir em todas as fases da ação penal ao lado do
Ministério Público (Art. 268, CPP). É considerado parte acessória porque não é
imprescindível a existência da relação processual.
A intervenção do assistente de acusação é de interesse na reparação civil, mas pode
atuar também em colaboração com a acusação para a aplicação da lei penal. Atua a
partir da denúncia e até o trânsito em julgado da Ação penal pública

 ASSISTENTE DA ACUSAÇÃO:

Não é em todo processo criminal que pode funcionar o assistente da acusação, somente
naqueles em que o crime dispõe de um ofendido, de um sujeito passivo. Assistente é o
sujeito passivo do delito ou, na sua falta, qualquer das pessoas enumeradas no artigo
31(cônjuge, ascendente, descendente ou irmão – entende-se ser taxativa essa relação).
Essa falta pode ser por morte ou quando declarado ausente por decisão judicial.
Em princípio, deve ser obedecida a ordem do artigo 31, ou seja, o ascendente só atuará
como assistente se o cônjuge não o fizer. A função do assistente é auxiliar o Ministério
Público com vistas a assegurar a indenização cível. Perceba-se que, independentemente
da cobrança da indenização no juízo cível, o juiz no processo-crime, ao proferir a
sentença condenatória, fixará valor mínimo para reparação dos danos causados pela
infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido (artigo 387, inciso IV).

 QUAIS OS TIPOS DE ASSISTENCIA


Legitimidade para requerer – Art. 311, CPP – Podem requer a prisão preventiva,
somente o MP (no inquérito e durante a instrução) e o querelante e o assistente de
acusação (durante a instrução – visto que eles só existem após oferecer e ser recebida a
queixa-crime ou iniciada a ação penal pública).

Artigo 268 CPP - QUEM PODE INGRESSAR COMO ASSISTENTE NO


PROCESSO
Art. 268. Em todos os termos da ação pública, poderá intervir, como assistente
do Ministério Público, o ofendido ou seu representante legal, ou, na falta,
qualquer das pessoas mencionadas no artigo 31. não encontra cabimento a
intervenção de assistente na fase do inquérito policial.

O assistente pode entrar no processo a qualquer momento, desde que tenha interesse
jurídico

O interesse jurídico é a necessidade de proteger um direito ou interesse próprio ou


alheio.

O assistente não é considerado parte do processo, mas sim um terceiro que intervém
nele para auxiliar uma das partes.

A assistência pode ser simples ou litisconsorcial. A assistência simples é aquela em


que o terceiro auxilia apenas uma das partes, enquanto na assistência litisconsorcial, o
terceiro auxilia ambas as partes.

O assistente deve possuir interesse jurídico e não pode ser parte do processo O
Ministério Público é ouvido previamente sobre a admissão do assistente e, a seguir, o
juiz decide

 INTERVENÇÃO DE TERCEIROS: ASSISTÊNCIA SIMPLES E


LITISCONSORCIAL

se-á conclusão e referências.

 2 - NTERVENÇÃO DE TERCEIROS

2.1 – ASSISTENCIA

Inicialmente a sentença proferida pelo magistrado deve atingir somente as partes da


ação, sendo essas autor e réu. Porem a situação específicas, onde um terceiro
interessado poderá intervir, seja de forma espontânea ou provocada, desde que havendo
um vínculo deste terceiro com o objeto litigioso, tendo interesse jurídico. Ocorre
intervenção de terceiros, quando a sentença da ação, lhe atingir em algum direito.

Segundo Greco Filho:


O Código enumera, como casos de intervenção de terceiros, a oposição, a nomeação à
autoria, a denunciação da lide e o chamamento ao processo. Além desses casos,
evidentemente, também pertencem à categoria a assistência, prevista em outro capítulo
junto do litisconsórcio, e o recurso de terceiro prejudicado.
Não são, porém, da mesma espécie, apesar de, às vezes, citados pela doutrina, os
embargos de terceiros e a intervenção de credores na execução.
Os embargos de terceiros são ação autônoma, corretamente catalogada pelo Código
como procedimento especial de jurisdição contenciosa, cujos efeitos poderão produzir
resultados em outro processo, inexistindo a figura da intervenção.
No caso de credores na execução coletiva ou universal, chamada “execução por quantia
certa contra devedor insolvente” ou insolvência, todos os credores são autores da
própria execução coletiva e, portanto, litisconsortes e não terceiros.

O princípio básico que informa a matéria é o de que a intervenção em processo alheio só


é possível mediante expressa permissão legal, porque a regra continua a ser, no direito
processual brasileiro do Código, a da singularidade do processo e da jurisdição.

A legitimação para intervir, portanto, decorre da lei e depende de previsão do Código.


Isto quer dizer que não é possível o ingresso de um terceiro em processo alheio sem que
se apoie em algum permissivo legal, não se admitindo, por conseguinte, figuras que não
tenham base na norma jurídica expressa. Na omissão da lei, subentende-se que a
intervenção esteja proibida.
Em virtude da dificuldade de sistematização decorrente da heterogeneidade de hipóteses
previstas em lei como intervenção de terceiros, difícil também se torna a conceituação
geral do instituto. Todavia, num sentido bastante genérico é possível dizer que a
intervenção de terceiros ocorre quando alguém, devidamente autorizado em lei, ingressa
em processo alheio, tornando complexa a relação jurídica processual.
Exclui-se a hipótese de litisconsórcio ulterior, em que alguém ingressa em processo
alheio, mas para figurar como litisconsorte, como parte primária, portanto.

2.2. Assistência Simples e Assistência Litisconsorcial

A assistência simples é caracterizada pela intervenção de um terceiro em um processo


para auxiliar uma das partes, sendo apenas um sujeito daquele processo, e não é parte
dele. O assistente pode entrar no processo a qualquer tempo, recebendo este da forma
em que se encontra naquele momento. O interesse jurídico [5] do terceiro é fundamental
para seu ingresso, também é preciso que esse terceiro seja atingido pela sentença
proferida.

Segundo De Sá e Freire:
Os requisitos para que ocorra a assistência simples são três:
a) lide pendente – para o autor, com a propositura da ação (art. 263), e para o réu, com
a citação válida (art. 219);
b) lide alheia – não diz respeito diretamente ao terceiro (por isso mesmo ele não é
parte); e
c) interesse jurídico –
A sentença pode atingir reflexamente uma relação jurídica do terceiro (normalmente
uma relação jurídica entre o assistente e o assistido) ou, por outras palavras, a sentença
pode atingir de fato a esfera jurídica do assistente (o interesse não pode ser meramente
econômico – por exemplo, o sócio não pode ingressar no processo como assistente
simples da sociedade – ou moral – por exemplo, o irmão não pode ingressar no processo
como assistente simples do outro). Exemplo: o sublocatário tem interesse jurídico na
ação de despejo proposta pelo locador em face do locatário. Súmula 82 do TST: “A
intervenção assistencial, simples ou adesiva, só é admissível se demonstrado o interesse
jurídico e não o meramente econômico”.
Um exemplo: numa ação de despejo por danificação do imóvel causada pelo
sublocatário, este, atuando como assistente simples, não poderá discutir o que ficou
decidido na fundamentação da sentença (o dano foi causado pelo sublocatário, como
fundamento para decretar o despejo do locatário), em posterior demanda ressarcitória
proposta em face dele.

Segundo Gonçalves:
A característica principal da atuação do assistente simples é a sua subordinação ao
assistido. Ele pode praticar todos os atos processuais que não sejam contrários à vontade
do assistido. Não é preciso que este dê autorização expressa ao assistente para a prática
de determinado ato processual, mas ele pode vedá-la quando for contrária a seus
interesses.
Enfim, o assistente simples pode atuar livremente no processo, praticando todos os atos
que normalmente a parte pratica, salvo aqueles dos quais o assistido tenha desistido
expressamente. Por exemplo, o assistente pode arrolar testemunhas, desde que o
assistido não tenha desistido da produção de provas e requerido o julgamento
antecipado da lide; pode recorrer, se o assistido não tiver renunciado ao direito de fazê-
lo. Há, porém, alguns atos do processo que são exclusivos das partes. Não pode, por
exemplo, o assistente reconvir nem se valer da denunciação da lide ou do chamamento
ao processo.
Todavia, tem direito de ser intimado de todos os atos e termos do processo, inclusive da
juntada de documentos, podendo manifestar-se no prazo de cinco dias, se outro não for
fixado pela lei ou pelo juiz (art. 218, § 3º).
Em caso de juntada de documentos novos, por exemplo, o prazo será de 15 dias,
conforme art. 437, §1º. Tem a possibilidade de requerer provas, desde que, com isso,
não contrarie à vontade expressamente manifestada do assistido.
Se o terceiro que tem interesse jurídico não tiver ingressado como assistente
simples no processo, mas quiser fazê-lo para recorrer, deverá apresentar o chamado
recurso de terceiro prejudicado. Não nos parece que essa seja uma forma de intervenção
autônoma. O terceiro prejudicado, que pode recorrer, é aquele que poderia ter
requerido o seu ingresso no processo anteriormente, na qualidade de assistente simples,
e não o fez. Ao requerê-lo apenas na fase do recurso, receberá esse nome.

Como acentua Arruda Alvim apud Gonçalves, os terceiros podem ser agrupados em
três classes diferentes:

a) os desinteressados, que não possuem nenhuma espécie de vínculo com a relação


processual deduzida. Para eles o resultado é indiferente, e eles mantêm-se estranhos ao
processo. Nenhuma consequência lhes advirá da sentença, seja qual for o sentido em
que ela for prolatada;
b) os que têm interesse apenas de fato, em que a sentença não afetará a sua esfera
jurídica, mas apenas lhes trará um prejuízo econômico.
O resultado do processo não lhes é indiferente, e eles podem ter expectativas e desejar
que uma das partes seja vitoriosa, para que lhes seja poupado o prejuízo econômico.
No entanto, a relação jurídica que eles possam ter com uma das partes não será afetada,
mas remanescerá íntegra, seja qual for o desfecho do processo.
O que ocorre com a sentença é que o patrimônio desses terceiros sofre, ou pode sofrer,
uma redução. Isso ocorre, por exemplo, quando forem credores de uma das partes. Se o
patrimônio desta for reduzido, eles acabarão sendo prejudicados, porque menores serão
as chances de o seu devedor solver o débito. No entanto, o crédito remanesce íntegro,
reduzindo-se apenas as condições econômicas do devedor para solvê-lo;

c) os juridicamente interessados, que mantêm com a parte uma


relação jurídica que sofrerá os efeitos reflexos da sentença, e aqueles terceiros que são
os próprios titulares da relação jurídica que está sendo discutida em juízo, e que só são
terceiros, e não partes, porque se está diante de uma situação de legitimação
extraordinária ou substituição processual.

Já a Assistência Litisconsorcial é formada por um litisconsorte unitário,


facultativo e ulterior. Assim como na Assistência Simples, o assistente poderá
ingressar em qualquer fase do processo, recebendo este, no estado em que se
encontrar. Trata se também de um litisconsórcio unitário, onde todos atos
benéficos praticados por um se estendem a todos, mas os atos maléficos
praticados por um serão ineficazes em relação a todos.

Para que se possa melhor compreender esse fenômeno, é preciso lembrar que
só existe assistência litisconsorcial no campo da legitimidade
extraordinária, em que alguém vai a juízo em nome próprio para postular ou
defender direito alheio. Aquele que é parte não é o próprio titular da relação
jurídica sub judice, sendo denominado substituto processual. O verdadeiro
titular não figura como parte, por isso é chamado substituído. A situação deste
é muito peculiar, pois ele não é parte no processo, embora sejam seus os
interesses discutidos.
É o titular do direito material alegado, que no processo está sendo defendido
por outrem. Por isso, ele será o principal atingido com o resultado do processo,
porque é dele a relação jurídica material discutida. Manifesto o seu interesse
jurídico, muito maior que o do assistente simples. Este tem apenas uma
relação jurídica reflexa, que será atingida indiretamente. Aquele, na condição
de titular da própria relação material subjacente ao processo, será atingido de
forma direta, como se parte fosse.

 DA ASSISTENCIA SIMPLES
Art. 121. O assistente simples atuará como auxiliar da parte principal, exercerá
os mesmos poderes e sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais que o
assistido.
Parágrafo único. Sendo revel ou, de qualquer outro modo, omisso o assistido, o
assistente será considerado seu substituto processual.
Art. 122. A assistência simples não obsta a que a parte principal reconheça a
procedência do pedido, desista da ação, renuncie ao direito sobre o que se
funda a ação ou transija sobre direitos controvertidos.
Art. 123. Transitada em julgado a sentença no processo em que interveio o
assistente, este não poderá, em processo posterior, discutir a justiça da
decisão, salvo se alegar e provar que:
I - Pelo estado em que recebeu o processo ou pelas declarações e pelos atos
do assistido, foi impedido de produzir provas suscetíveis de influir na
sentença;
II - Desconhecia a existência de alegações ou de provas das quais o assistido,
por dolo ou culpa, não se valeu. Seção
III Da Assistência Litisconsorcial Art. 124. Considera-se litisconsorte da parte
principal o assistente sempre que a sentença influir na relação jurídica entre
ele e o adversário do assistido. (BRASIL, 2015).
O MP é ouvido previamente sobre a admissão do assistente (artigo 272) e, a seguir, o
juiz decide. Sendo parte legítima, não há como negar ao assistente o direito de ingressar
no processo.
Contra a decisão que não admite seu ingresso, o recurso cabível, na falta de outro, é o
mandado de segurança, dado que, diante da legitimidade, encontra-se violado direito
líquido e certo. Todavia, seu direito ao ingresso não significa seu direito de permanecer
no processo.
Se o assistente estiver provocando tumulto e confusões que prejudiquem o bom
andamento do processo, poderá ser afastado pelo juiz, a quem cabe manter a
regularidade e celeridade da relação processual.

Notificação de todos os atos processuais:


Conforme o disposto no parágrafo 2º do artigo 201, o ofendido será comunicado dos
atos processuais relativos ao ingresso e à saída do acusado da prisão, à designação de
data para audiência e à sentença e respectivos acórdãos que a mantenham ou
modifiquem.
Nos termos do artigo 271, ao assistente é permitido propor meios de prova, requerer
perguntas às testemunhas, aditar o libelo e os articulados, participar do debate oral e
arrazoar os recursos interpostos pelo Ministério Público, ou por ele próprio. Da
conjugação desses dois dispositivos é possível concluir que o assistente deve ser
intimado de todos os atos do processo.

Poderes especiais:
Tendo em vista o significado do processo como uma garantia do acusado, e que a
presença do assistente representa um plus na acusação, o artigo 44 merece interpretação
extensiva para exigir poderes especiais no mandato do advogado que representar o
assistente.
A Administração Pública na assistência:
Se a parte ofendida for a Administração Pública, e tendo esta interesse legítimo em
buscar a indenização cível, bem como a reparação de danos da sentença condenatória
(artigo 387, inciso IV), cabível é sua presença como assistente da acusação.
A CVM e o BACEN na assistência:
Nos crimes contra o sistema financeiro, é admitida a assistência da Comissão de Valores
Mobiliários – CVM, quando o crime tiver sido praticado no âmbito de atividade sujeita
à disciplina e à fiscalização dessa Autarquia, e do Banco Central do Brasil quando, fora
daquela hipótese, houver sido cometido na órbita de atividade sujeita à sua disciplina e
fiscalização (artigo 26, da Lei n. 7.492/86).

TESE DA INCONSTITUCIONALIDADE DA ASSISTÊNCIA DA ACUSAÇÃO:


Com fundamento no artigo 129, inciso I, da CF, conforme o qual “são funções
institucionais do Ministério Público promover, privativamente, a ação penal pública, na
forma da lei”, já foi defendida a tese da inconstitucionalidade do instituto da assistência
da acusação no processo criminal. A tese não se sustenta, pois que o artigo 5º,
inciso LIX da CF, que versa sobre os direitos e garantias fundamentais, prevê que “será
admitida ação privada nos crimes de ação pública, se essa não for intentada no prazo
lega”. Ora, se é admitida a ação privada em delito de ação pública, em que o ofendido
assume o papel de parte acusadora principal, com maior razão ainda é de se consentir
que o ofendido assume a função de simples auxiliar ou de coadjuvante do Ministério
Público.

JURISPRUDÊNCIA
Desnecessidade de novas intimações do assistente de acusação que, intimado, deixe de
comparecer a qualquer dos atos da instrução ou do julgamento: Não há nulidade
processual na hipótese em que o assistente de acusação, por não ter arrazoado recurso
interposto pelo MP após ter sido intimado para tanto, deixe de ser intimado quanto aos
atos processuais subsequentes (REsp 1.035.320-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior,
julgado em 2/4/2013 – Informativo nº 0519).

Dispensa de juntada de procuração com poderes especiais pela defensoria


pública: Quando a Defensoria Pública atuar como representante do assistente de
acusação, é dispensável a juntada de procuração com poderes especiais (HC 293.979-
MG, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 5/2/2015, DJe 12/2/2015 – Informativo
555).

Concessão de prazo sucesso ao MP e ao assistente da acusação em alegações


finais: A concessão de prazo sucessivo ao Ministério Público e ao assistente da
acusação para a apresentação de alegações finais não implica cerceamento de defesa,
quebra da paridade de armas ou de tratamento isonômico das partes (AP 996, rel. min.
Edson Fachin, DJE de 8-2- 2019).

 A LEGITIMIDADE DE PARTES

A Legitimidade de Partes é um dos requisitos necessários para postular em juízo, nos


termos do art. 17 do Código de Processo Civil. Vejamos:
CPC, Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade.

Este requisito deve ser corretamente preenchido ao redigirmos uma petição inicial, sob
pena de o juiz determinar sua emenda (art. 321, CPC) ou pior, indeferi-la (art. 330, II,
CPC).
“Dá-se à intervenção de terceiros quando uma pessoa ou ente, não sendo,
originariamente, parte na causa, nela ingressa para defender seus próprios interesses ou
os de uma das partes primitivas da relação processual”. (LEITE,2009, p. 421).

"A Assistência é o ato pelo qual terceiro intervém, voluntariamente, no processo, pelo
fato de ter interesse jurídico em que a sentença venha a ser favorável ao assistido"
(MARTINS, 2001, p. 205).

“Com o nome de assistência o CPC trata, na verdade, de dois institutos que são
distintos, tanto nos requisitos, quanto nos poderes atribuídos ao terceiro interveniente, e
nos efeitos que ele sofre, em virtude dessa intervenção. Para que se possa compreendê-
la, pois, na plenitude, é necessário tratar as duas espécies separadamente. São elas a
assistência simples e a litisconsorcial, a primeira tratada no CPC, art. 119, e a segunda,
no art. 124.” (GONÇALVES, 2016, EBOOK).

“O assistente simples não é, nem se alega, titular da relação jurídica que está sendo
discutida em juízo. Se o fosse, não seria terceiro, mas parte. No entanto, ele é titular de
relação jurídica que mantém estreita ligação com a que está sub judice, de forma a não
ser possível atingir está sem afetar aquela”. (GONÇALVES, 2016, EBOOK).

“Como o interesse jurídico é imprescindível para o ingresso de terceiro como assistente


simples, é preciso distingui-lo, com precisão, do interesse de fato ou meramente
econômico”. (GONÇALVES, 2016, EBOOK).

 CONCLUSÃO:

Sendo assim, é possível concluir que o ordenamento jurídico brasileiro, no seu código
civil, a partir do seu artigo 119, informas possibilidades de intervenção de terceiros em
um processo, já em especifico a Assistência, a qual é uma forma onde um terceiro, este
juridicamente interessado passa a integrar um processo, porém não sendo parte deste,
apenas sendo um sujeito, o qual passa a assistir uma das partes, podendo ainda a auxilia.

A Assistência ainda se subdivide: em Assistência Simples e Assistência Litisconsorcial.


A Assistência Simples, pode ser caracterizada pela intervenção de um terceiro
juridicamente interessado ao processo, podendo intervir em qualquer fase, o recebendo
da forma que se encontrar naquele momento. Na assistência simples, o terceiro atua
assistindo sua parte titular da ação, podendo ainda praticar atos, que não contrariem
aquela, por exemplo, pode arrolar testemunhas e ser intimado para ciência dos atos
processuais praticados. Já a Assistência Litisconsorcial, é unitário, facultativo e ulterior.
Sendo assim todos os atos praticados atingem todos os litisconsorciantes, casa haja mais
de um.

Assim como a primeira, o terceiro ou os terceiros, podem intervir em qualquer fase


processual, recebendo este da forma que estiver, bem como não serão parte dele,
estando apenas assistindo uma das partes. Os nossos tribunais, divergem de suas
decisões quando se trata de Assistência, sendo diversificada suas jurisprudências. Ante
ao exposto, a Assistência disposta no artigo 119 Código de Processo civil, é
basicamente, a intervenção de um terceiro desde que juridicamente interessado de um
processo, atendendo quesitos dos artigos subsequentes.

A justiça brasileira preocupada com as sentenças proferidas, sendo que essas impactam
diretamente na vida das pessoas, e com isso a intervenção de um terceiro se mostra de
grande importância, influenciando no curso processual e buscando cada vez mais
transparência e celeridade nos processos, continuando ainda sendo imparcial.

Referencias:

BRASIL. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 “Código de Processo Civil”.


Disponível em: . Acesso em: 13/04/2018.

DONIZETTI, Elpídio. Assistência (arts. 119 a 124, CPC/2015). Disponível em: . Acesso
em: 13/04/2018.

GRECO FILHO, Vicente. Direito Processual Civil Brasileiro. Vol. 1, São Paulo -
Saraiva, 2003.

DE SÁ; FREIRE, Renato Montans, Rodrigo da Cunha. Processo civil: teoria geral do
processo civil. Vol. 1, São Paulo - Saraiva, 2012.

Você também pode gostar