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Aula 09 Prática Simulada

Recurso
ulisesfsimas@uol.com.br
Os interditos possessórios são as ações judiciais que o possuidor pode utilizar
quando estiver sendo ameaçado ou ofendido quanto ao seu exercício em relação
à posse ou propriedade (Humberto Theodoro Junior; Curso de Direito Processual
Civil, Forense, 20ª ed, 1999.p. 53).
Existem três interditos, sendo a Ação de Manutenção de posse; Ação de
Reintegração de Posse e Interdito Proibitório.
A ação de manutenção de posse, é cabível no caso de turbação possessória. A
ação de reintegração de posse, é aquela que visa recuperar a posse que fora
perdida, isto é, é cabível no caso de esbulho possessório. Quanto ao interdito
proibitório (ação possessória de interdito proibitório), é cabível no caso de justo
receio de turbação ou de esbulho, quando há uma ameaça concreta (Orlando
Gomes. Direitos Reais. Rio de Janeiro: Editora Forense, 18ª Edição, 2001, p. 109).
PERDI TODA A POSSE- AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE
PERDI PARCIALMENTE A POSSE- AÇÃO DE MANUTENÇÃO DE POSSE
ESTOU COM JUSTO RECEIO DE QUE MINHA POSSE VENHA A SOFRER TURBAÇÃO
O ESBULHO- AÇÃO POSSSESSÓRIA DE INTERDITO PROIBITÓRIO)
CPC-Da Reintegração de Posse
Art. 560. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação e reintegrado em caso de esbulho.
Art. 561. Incumbe ao autor provar:
I - a sua posse;
II - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu;
III - a data da turbação ou do esbulho;
IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção, ou a perda da posse, na ação de reintegração.
Art. 562. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração, caso
contrário, determinará que o autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que for designada.
Parágrafo único. Contra as pessoas jurídicas de direito público não será deferida a manutenção ou a reintegração liminar sem prévia audiência dos respectivos
representantes judiciais.
Art. 563. Considerada suficiente a justificação, o juiz fará logo expedir mandado de manutenção ou de reintegração.
Art. 564. Concedido ou não o mandado liminar de manutenção ou de reintegração, o autor promoverá, nos 5 (cinco) dias subsequentes, a citação do réu para, querendo,
contestar a ação no prazo de 15 (quinze) dias.
Parágrafo único. Quando for ordenada a justificação prévia, o prazo para contestar será contado da intimação da decisão que deferir ou não a medida liminar.
Art. 565. No litígio coletivo pela posse de imóvel, quando o esbulho ou a turbação afirmado na petição inicial houver ocorrido há mais de ano e dia, o juiz, antes de
apreciar o pedido de concessão da medida liminar, deverá designar audiência de mediação, a realizar-se em até 30 (trinta) dias, que observará o disposto nos §§ 2º e 4º.
§ 1º Concedida a liminar, se essa não for executada no prazo de 1 (um) ano, a contar da data de distribuição, caberá ao juiz designar audiência de mediação, nos termos
dos §§ 2º a 4º deste artigo.
§ 2º O Ministério Público será intimado para comparecer à audiência, e a Defensoria Pública será intimada sempre que houver parte beneficiária de gratuidade da
justiça.
§ 3º O juiz poderá comparecer à área objeto do litígio quando sua presença se fizer necessária à efetivação da tutela jurisdicional.
§ 4º Os órgãos responsáveis pela política agrária e pela política urbana da União, de Estado ou do Distrito Federal e de Município onde se situe a área objeto do litígio
poderão ser intimados para a audiência, a fim de se manifestarem sobre seu interesse no processo e sobre a existência de possibilidade de solução para o conflito
possessório.
§ 5º Aplica-se o disposto neste artigo ao litígio sobre propriedade de imóvel.
Art. 566. Aplica-se, quanto ao mais, o procedimento comum.
Seção III
Do Interdito Proibitório
Art. 567. O possuidor direto ou indireto que tenha justo receio de ser molestado na posse poderá requerer ao juiz que o segure da turbação ou esbulho iminente,
mediante mandado proibitório em que se comine ao réu determinada pena pecuniária caso transgrida o preceito.
Art. 568. Aplica-se ao interdito proibitório o disposto na Seção II deste Capítulo.
O comodato é o empréstimo gratuito de coisas não fungíveis, está regrado no Código Civil, artigos
579 a 585.
Coisas fungíveis é a característica de bens que podem ser substituídos por outro da mesma espécie,
qualidade ou quantidade (exemplo: dinheiro, mercadorias).
Portanto, o comodato é um empréstimo de algo que não pode ser substituído por outro da mesma
espécie e qualidade (exemplo: comodato de imóvel ou veículo).
O comodato realiza-se com a tradição (entrega) do objeto.
Comodante é a pessoa que empresta o objeto.
Comodatário é a pessoa que recebe o objeto em comodato.
Se o comodato não tiver prazo convencional, presumir-se-lhe-á o necessário para o uso concedido.
Não pode o comodante, salvo necessidade imprevista e urgente, reconhecida pelo juiz, suspender o
uso e gozo da coisa emprestada, antes de findo o prazo convencional, ou o que se determine pelo
uso outorgado.
CÓDIGO CIVIL- Comodato
Art. 579. O comodato é o empréstimo gratuito de coisas não fungíveis. Perfaz-se com a tradição do objeto.
Art. 580. Os tutores, curadores e em geral todos os administradores de bens alheios não poderão dar em comodato, sem autorização especial, os bens confiados à sua guarda.
Art. 581. Se o comodato não tiver prazo convencional, presumir-se-lhe-á o necessário para o uso concedido; não podendo o comodante, salvo necessidade imprevista e urgente, reconhecida pelo juiz,
suspender o uso e gozo da coisa emprestada, antes de findo o prazo convencional, ou o que se determine pelo uso outorgado.
Art. 582. O comodatário é obrigado a conservar, como se sua própria fora, a coisa emprestada, não podendo usá-la senão de acordo com o contrato ou a natureza dela, sob pena de responder por
perdas e danos. O comodatário constituído em mora, além de por ela responder, pagará, até restituí-la, o aluguel da coisa que for arbitrado pelo comodante.
Art. 583. Se, correndo risco o objeto do comodato juntamente com outros do comodatário, antepuser este a salvação dos seus abandonando o do comodante, responderá pelo dano ocorrido, ainda
que se possa atribuir a caso fortuito, ou força maior.
Art. 584. O comodatário não poderá jamais recobrar do comodante as despesas feitas com o uso e gozo da coisa emprestada.
Art. 585. Se duas ou mais pessoas forem simultaneamente comodatárias de uma coisa, ficarão solidariamente responsáveis para com o comodante.
0005070-13.2014.8.19.0063 – APELAÇÃO
Ementa sem formatação
1ª Ementa
Des(a). CARLOS SANTOS DE OLIVEIRA - Julgamento: 04/02/2020 - VIGÉSIMA SEGUNDA CÂMARA CÍVEL

APELAÇÃO CÍVEL. REINTEGRAÇÃO DE POSSE. COMODATO. PROCEDÊNCIA. INCONFORMISMO DA RÉ. 1. Pedido de reintegração de posse. Alegação autoral de ter
adquirido o imóvel para cedê-lo em comodato para moradia da família constituída por seu filho e a ré. Sobreveio a dissolução do núcleo familiar, permanecendo a
demandada no imóvel. 2. Preliminar de perda superveniente do interesse de agir. Rejeição. "Interesse de agir" é um termo técnico da ciência processual e que não se
confunde com a aferição de motivações de ordem econômica, psicológica ou moral para o ajuizamento da demanda. Teoria da asserção. O interesse processual consiste
simplesmente da relação de adequação entre a posição jurídica de vantagem vindicada e o meio processual sem o qual não pode ser removida a resistência
(hipoteticamente) antijurídica à satisfação da pretensão. 3. Abstratamente, a narrativa autoral delineia a reivindicação de uma posição jurídica de vantagem, qual seja, o
direito de posse decorrente de título de propriedade. A resistência antijurídica à satisfação da pretensão é a permanência do esbulho, pois a legítima posse direta da ré
teria se findado com a extinção do contrato de comodato. A proteção possessória é, pois, é a via judicial adequada e necessária para a solução do conflito, tendo em
vista o descabimento da autotutela. 4. Arguição de prejudicialidade externa do presente feito com a ação declaratória de união estável e partilha de bens ajuizada em
face do filho do autor/recorrido. Rejeição. A demanda alegadamente prejudicial não se mostra adequada para agregar o bem objeto da presente lide ao patrimônio
comum do ex-casal. 5. O demandante/apelado demonstrou nos autos que o bem foi adquirido mediante escritura pública de compra e venda em seu nome. Assim, a
tese da apelante na verdade implica que o referido negócio jurídico consistiu de uma simulação. O real adquirente do imóvel seria, então, o ex-companheiro, em plena
vigência da união estável. 6. Sem engano, além de não haver qualquer prova nestes autos em relação a tal alegação, somente seria possível aventar uma prejudicialidade
externa com uma ação visando à declaração de tal vício no contrato de compra e venda do imóvel, com o seu aproveitamento substancial em relação ao efetivo
comprador - alegadamente, o filho do apelado. 7. Prova documental da propriedade do autor. Provas documental e oral da caracterização do esbulho com o fim
do contrato de comodato em favor da ora recorrente. Nesses termos, a tutela concessiva da proteção possessória deve ser prestigiada, razão pela qual se mantém a
sentença recorrida. DESPROVIMENTO DO RECURSO.
Paulo Castro e Sílvia Brandão mantiveram união estável entre janeiro de
2007 e dezembro de 2014, quando decidiram separar-se. O período de
convivência não foi antecedido de qualquer convenção sobre o regime
de bens dos companheiros. Como não haviam adquirido quaisquer bens
durante aquele período, e como Sílvia, ao tempo da separação, se achava
desempregada, Paulo anuiu à permanência de Sílvia, por tempo
indeterminado, no imóvel que até então servira de residência aos
companheiros, situado no Rio de Janeiro. Tal imóvel fora adquirido por
Paulo, mediante pagamento integral do preço, no ano de 1997. Paulo
retirou-se do imóvel, passando a morar em outro, tomado por ele em
locação. Passados mais de dois anos do fim da união estável, Paulo
promoveu a notificação extrajudicial de sua ex-companheira, exigindo-
lhe a desocupação, no prazo de quinze dias, do imóvel situado no Rio de
Janeiro. A notificação foi efetivamente recebida por Sílvia e o prazo
concedido na notificação extrajudicial já se expirou, sem que Sílvia tenha
deixado o imóvel. Diante do narrado, Paulo deseja propor a ação judicial
cabível para reaver o bem. Na qualidade de advogado constituído por
Paulo, redija a petição inicial da ação a ser ajuizada pelo seu cliente.
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DA CAPITAL DO
ESTADO DO RIO DE JANEIRO. (artigo 47 CPC)
 
 
 
PAULO CASTRO, nacionalidade:___, estado civil:____, profissão: ____,
CPF.:____, existência de união estável_____, endereço eletrônico:___, carteira
de identidade: ___, residente à ____, CEP.:_____, vem por seu procurador com
escritório à _____, CEP.: ___, local onde receberá intimações na forma do inciso
V do artigo 77 do Código de Processo Civil, propor

AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE

Pelo rito especial em face de SILVIA BRANDÃO, nacionalidade:__, estado


civil:____, profissão: ____, CPF.:____, existência de união estável_____,
endereço eletrônico:___, carteira de identidade: ___, residente à ____,
CEP.:_____, pelos fatos e direitos à seguir elencados:
DOS FATOS

O autor e a ré mantiveram uma união estável entre janeiro de 2007 e dezembro de


2014, quando decidiram separar-se. Durante o período de convivência não foi
antecedido de qualquer convenção sobre o regime de bens dos companheiros. O
casal durante a união estável não celebrou qualquer tipo de convenção sobre o
regime de bens, bem como não adquiriu qualquer tipo de bem imóvel. No momento
da separação do casal, tendo em vista o estado de desemprego da ré permitiu que
esta viesse a residir no imóvel. O autor então permitiu que a ré utilizasse o imóvel
por tempo indeterminado, imóvel este que servia de residência aos companheiros .
O imóvel em questão fora adquirido pelo autor, mediante pagamento integral do
preço, no ano de 1997, ou seja, antes do nascimento da união estável.
O autor retirou-se do imóvel, passando a morar em outro, tomado por ele em
locação. Assim, passados mais de dois anos do fim da união estável, o autor
notificou extrajudicialmente sua ex-companheira, ora ré, exigindo-lhe a
desocupação, no prazo de quinze dias, notificação esta efetivamente recebida pela
ré, que nada fez para desocupar, pois o prazo concedido na notificação já se expirou,
sem que a ré tenha deixado o imóvel.
 
DO DIREITO
“Art. 560 CPC.  O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação e
reintegrado em caso de esbulho.
CC/02, Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação,
restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser
molestado.”
Art. 561 CPC.  Incumbe ao autor provar:
I - a sua posse;
II - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu;
III - a data da turbação ou do esbulho;
IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção, ou a perda da posse, na
ação de reintegração.
Art. 562. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a
expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração, caso contrário, determinará
que o autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que
for designada.
Parágrafo único. Contra as pessoas jurídicas de direito público não será deferida a manutenção
ou a reintegração liminar sem prévia audiência dos respectivos representantes judiciais.
Art. 563. Considerada suficiente a justificação, o juiz fará logo expedir mandado de manutenção
ou de reintegração.
DA LIMINAR
O autor demonstra estarem presentes os requisitos para que seja
deferida a liminar inaudita altera parte, quais sejam o fumus boni iuris
e o periculum in mora, conforme artigo 562 do Código de Processo Civil
O que temos que justificar:
Ele é proprietário do imóvel e foi comprado antes da existência da
união estável e não foi durante a união celebrado qualquer convenção
de regime de bens. (fumus boni iuris)
Ele quer retomar a posse do imóvel para colocar em aluguel ou residir
no imóvel, parando de pagar aluguel. (periculim in mora)
PEDIDO
Pelo exposto, requer:
Que seja concedida liminar de reintegração de posse, para determinar
que a ré venha a sair do imóvel, bem como, seja dada a posse do
imóvel ao autor;
Seja a ré intimada para comparecer à audiência designada por este
juízo e seja citada para contestar a ação no prazo de 15 (quinze) dias;
Seja julgado procedente o pedido para reintegrar em definitivo o autor
na posse do bem, confirmando a liminar.
Condenação do réu aos ônus da sucumbência.
 
PROVAS
Requer a produção de provas, especialmente documental, na
amplitude do artigo 369 do Código de Processo Civil.

VALOR DA CAUSA
Dar-se-á causa o valor de R$ (vai deixar em branco- seria o valor do
imóvel)
Rio de Janeiro, ____ de _____ de 2020.

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