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Ações possessórias

Ação de reintegração de posse


Ementa : Apelação cível. Ação de reintegração de posse, pressupostos legais não demonstrados.
Ausência de prova da posse anterior e do esbulho. Improcedência do pedido inicial. Sentença mantida,
recurso conhecido e desprovido, decisão unânime.
Relatório : RITA CLAUDINA DE JESUS se insurge contra a sentença que julgou improcedente o
pedido de reintegração de posse do terreno localizado no Bairro Santos Dumont, na cidade de Tobias
Barreto/SE. Pois bem. A ação de reintegração de posse tem por objetivo restituir a posse perdida em
decorrência de esbulho, quando o possuidor é privado da sua posse, não tendo nenhum acesso ao bem.
Sobre o tema, o artigo 560 do Código de Processo Civil dispõe: " O possuidor tem direito a ser
mantido na posse em caso de turbação e reintegrado em caso de esbulho." Neste diapasão, o possuidor
que se julga esbulhado na sua posse deve comprovar sua posse, o esbulho praticado pela parte ré e os
demais requisitos dispostos no artigo 561, também do Código de Processo Civil, que assim dispõe: "
Incumbe ao autor provar: I - a sua posse; II - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu; III - a data da
turbação ou do esbulho; IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção, ou a
perda da posse, na ação de reintegração." E acerca destes requisitos leciona Luiz Guilherme Marinoni:
"(...) Prova da Posse. A posse exterioriza-se pelo exercício de poder sobre a coisa. Porém, a
visibilidade de que a pessoa está em contato com a coisa não é suficiente para caracterizar a situação
jurídica de possuidor. A qualificação de um fato como posse depende da investigação da sua origem e
do título em que se fiz fundada. Verificando-se a origem, é possível distinguir o possuidor do
detentor. Quem cultiva uma área, mas na qualidade de empregado, não merece tutela possessória.
Dando-se atenção ao título em que a posse se diz fundada é viável identificar, por exemplo, se o autor
é arrendatário ou um clandestino que passou a cultivar a área. Neste caso, indaga-se sobre o
arrendamento para se concluir se o autor realmente pode receber tutela possessória. Turbação ou
Esbulho. A turbação, que significa incômodo ao exercício da posse, abre oportunidade à manutenção
de posse. A ação de reintegração pressupõe a perda da posse em razão do ato de agressão, dito
esbulho. Tanto a turbação quanto o esbulho configuram, em regra, atos de agressão, podendo ser
objetivamente demonstrados. Em alguns casos, porém, a verificação do esbulho ou da turbação
dependerá da análise do título com base no qual a coisa está sendo utilizada. Data da turbação ou do
Esbulho. A prova da data da turbação ou do esbulho é importante para evidenciar o direito ao uso do
procedimento especial. Esse procedimento apenas pode ser utilizado quando a turbação ou o esbulho
datam de menos de um ano e dia. O prazo, em que se inclui o dies a quo, somente é contado a partir
da ciência da turbação ou do esbulho.". Depreende-se do exame dos autos que a autora, ora apelante,
pretende retomar a posse do terreno localizado no Bairro Santos Dumont, na cidade de Tobias
Barreto/SE,
alegando que adquiriu o imóvel de MARIA JOSEVANIA DOS SANTOS em 25 de agosto de 1999.
Nomeou a cadeia dominial do bem até o ano de 1991 e acostou recibos de compra e venda dos
proprietários anteriores e alvará de construção concedido ao antigo proprietário Sebastião Ávila em
1997. Em que pese o esforço argumentativo da apelante, não há prova da posse anterior nos autos. Os
recibos de compra e venda do imóvel acostados às fls. 21/33 e alvará de construção concedido ao
anterior proprietário não demonstram que a autora exercia a posse do imóvel descrito na exordial
antes do alegado esbulho praticado pelo requerido. Ora, para ter êxito na ação de reintegração de
posse cabe à parte autora provar o exercício anterior da posse e sua posterior perda, além da
demonstrar o esbulho e a data de sua ocorrência (artigos 560 e 561 do CPC). No entanto, ao ser
instada a dizer quais provas pretendia produzir, oportunidade em que poderia ter arrolado testemunhas
ou indicado outras provas, a ora apelante pediu o julgamento da lide (fl. 299), deixando, desse modo,
de se desincumbir do seu ônus probatório. Não conseguindo a parte autora trazer ao processo provas
do efetivo exercício da posse sobre o imóvel litigioso ou, mesmo, do esbulho praticado pela parte ré,
tem-se por ausentes os requisitos do art. 561 do CPC, necessários à concessão da proteção possessória
concernente à reintegração de posse pretendida. Ante o exposto, conhece-se do recurso para lhe negar
provimento. Majoram-se os honorários advocatícios para R$ 1.700,00 (um mil e setecentos reais),
ficando suspensa sua exigibilidade em razão do benefício da gratuidade da justiça concedido à
apelante.

Ação de manutenção de posse


Ementa: Apelação cívil. Ação de manutenção de posse c/c pedido liminar. Recurso da autora. Pleito
de indenização por dano moral, fatos que não ultrapassam a esfera do mero dissabor , dano moral não
configurado, sentença mantida, recurso conhecido e improvido.
Relatório: Desembargador Diógenes Barreto (Relator): O recurso é tempestivo e preenche todos os
requisitos necessários à sua admissibilidade, portanto o conhecimento se impõe para o exame em
conjunto das questões suscitadas. Trata-se de ação de manutenção de posse em que a requerente, após
a partilha dos bens diante da extinção da união estável com o filho do requerido, ficou com uma casa
residencial situada na Travessa do Saco Jatobá, em Nossa Senhora das Dores/SE. O apelado construiu
um muro que impedia a apelante de acessar o quintal de sua residência, motivo pelo qual alega ter
sofrido abalo em seu direito imaterial, pois foi obrigada a suportar ficar sem água por vários dias, bem
como constrangida a lavar suas roupas e utensílios na porta da rua, em razão da turbação sofrida. O
magistrado a quo julgou parcialmente procedente a ação, no sentido de manter a requerente na posse
do imóvel, com a determinação para que o demandado promovesse o desbloqueio ao acesso à área de
serviço da casa e construísse um muro nos limites constante na escritura e conforme o formal de
partilha. O pedido de indenização por danos morais foi julgado improcedente, pois não restou
comprovado nenhum abalo ou dano sofrido pela parte autora. Salienta que houve uma mera discussão
possessória sem repercussão sobre direito de personalidade. Diante da narração dos fatos e em
observância do conjunto probatório, entendo correta a decisão do magistrado sentenciante. De acordo
com os autos, não restou comprovado qualquer ato ilícito por parte do requerido, nem abalo da parte
autora, que justificasse a sua condenação em danos morais. Na verdade, ocorreram fatos que não
ultrapassaram a esfera do mero dissabor. Vislumbra-se dano moral quando há ofensa à dignidade da
pessoa, não podendo ser considerado quando houver qualquer irritabilidade, desconforto ou
contrariedade. Com a Constituição Federal de 1988, especialmente no seu artigo 1º, inciso III, a
dignidade da pessoa humana foi erigida à categoria de fundamento de Estado Democrático de Direito,
e, no seu artigo 5º, incisos V e X, é garantida a reparabilidade do dano moral. Considerando-se
dignidade da pessoa humana como direito à intimidade, à vida privada, à honra, à imagem, e à
reputação, dentre outros aspectos da personalidade. Ao discorrer sobre dano moral, Sérgio Cavalieri
Filho (in Programa de Responsabilidade Civil, 2007, p. 92/93) leciona: “(...) Temos hoje o que pode
ser chamado de direito subjetivo constitucional à dignidade. Ao assim fazer, a Constituição deu ao
dano moral uma nova feição e maior dimensão, porque a dignidade humana nada mais é do que a base
de todos os valores morais, a essência de todos os direitos personalíssimos. Os direitos à honra, ao
nome, à intimidade, à privacidade e à liberdade estão englobados no direito à dignidade, verdadeiro
fundamento e essência de cada preceito constitucional relativo aos direitos

Ação de interdito proibitório


Ementa: Embargos de Declaração em Apelação Cível – Ação de Interdito proibitório – Inexistência
de vício no acórdão - Rediscussão do mérito – Impossibilidade. I – Os embargos de declaração não se
prestam a novo exame do mérito, devendo ser eles rejeitados quando ausente qualquer um dos vícios
do art. 1.022, incisos I, II e III, do CPC; II – Pacífica é a jurisprudência deste Tribunal e do Superior
Tribunal de Justiça no sentido de impossibilidade de oposição de embargos aclaratórios com o único
fito de se reexaminar a causa; III - No acórdão embargado não se verifica qualquer vício, na medida
que houve manifestação acerca de todos os fatos objeto da lide de forma fundamentada, não se
conformando o embargante com o decisum; IV - Inexistindo contradição, omissão e obscuridade a ser
suprida no julgado vergastado, por ter a decisão apreciado adequadamente a matéria, insuficiente se
revela a pretensão de prequestionamento para o acolhimento dos embargos opostos; V - Por fim, não
servem os aclaratórios para simples prequestionamento de dispositivos legais ou constitucionais, só
merecendo acolhida os referidos embargos quando houver de fato alguma omissão, contradição ou
obscuridade na decisão embargada, o que não se constata no caso vertente VI – Recurso conhecido e
improvido.
Relatório:
O recurso preenche os requisitos de admissibilidade, merecendo, por isso, ser conhecido. Os
embargos de declaração constituem recurso de rígidos contornos processuais, exigindo-se, para seu
acolhimento, que estejam presentes os pressupostos legais de cabimento, no que o simples
descontentamento da parte com o julgado não possui o condão de torná-los cabíveis. Deve-se
ressaltar ainda que a jurisprudência só admite os Embargos Declaratórios com efeitos modificativos
em caráter excepcional, desde que o julgado tenha se fundado em evidente erro material, ou, em
circunstâncias outras que denotem estar o mesmo viciado por equívoco fundamental e à evidência.
Ainda que interpostos com o declarado propósito de ser atribuído efeito infringente, os Embargos
Declaratórios não se prestam à discussão sobre o acerto ou desacerto do que decidido na decisão
embargada, no entanto, percebe-se que fora a matéria devidamente enfrentada, tendo sido
suficientemente analisados os pontos suscitados pelas partes. No caso dos autos, não se verifica a
ocorrência de vício no julgado. Perfilhando o voto-condutor do acórdão embargado, observa-se que
concluiu pela reforma parcial da sentença. Como relatado, o mencionado acórdão não fora omisso na
questão da quantificação da verba sucumbencial. Em verdade, promoveu análise ajustada aos
comandos legais pertinentes, deixando claro a fixação. Neste sentido: “Como se pode observar da
dicção do §2º do art. 85 do CPC, os honorários deverão ser fixados entre 10% (dez por cento) e 20%
(vinte por cento) sobre o valor da condenação e, apenas, quando não for possível mensurá-lo, sobre o
valor atualizado da causa.” A simples discordância do embargante no tocante aos parâmetros
consagrados não significa omissão ou contradição. Registre-se, por fim, que não servem os
aclaratórios para simples prequestionamento de dispositivos.

Ação de dano nunciação de obra nova


Ementa: Apelação cível. Ação de nunciação de obra nova c/c reparação por danos morais. Direito de
vizinhança. Construção irregular de porta e janelas. Edificação de contramuro durante o transcurso
processual. Previsão contida no parágrafo único do art. 1.302 do cc . Impossibilidade de alteração dos
pedidos após o saneamento do feito. Inteligência do art 329 do cpc. Principais da estabilização da lide.
Inovação unilateral do pedido ou causa de pedir. Inadmissibilidade, abalo extrapatrimonial não
comprovado. Danos morais indevidos. Recurso conhecido e improvido por unanimidade.
Relatório :
Presentes os pressupostos de admissibilidade conheço do recurso. A controvérsia recursal cinge-se a
possibilidade de conversão do pedido inicial de fechamento das duas janelas e uma porta a menos de
metro e meio do terreno da Apelante em perdas e danos por ter que custear ao longo do trâmite
processual o levantamento de muro com mais de 5 (cinco) metros de altura para garantir sua
privacidade, além da ocorrência ou não de dano moral, durante o período da irregularidade.
Compulsando os autos, vejo que a Autora formulou pedido de conversão da obrigação de fazer em
perdas e danos somente após apresentação do laudo pericial e em momento posterior ao saneamento
do feito. Ocorre que a modificação do pedido ou da causa de pedir inicial, após a citação do réu, só é
permitida com o consentimento deste e até o saneamento do feito. Esta é a regra processual contida
no art. 329, do Código de Processo Civil, in verbis: Art. 329. O autor poderá: I - até a citação, aditar
ou alterar o pedido ou a causa de pedir, independentemente de consentimento do réu; II - até o
saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir, com consentimento do réu,
assegurado o contraditório mediante a possibilidade de manifestação deste no prazo mínimo de 15
(quinze) dias, facultado o requerimento de prova suplementar. O doutrinador Antônio Cláudio da
Costa Machado (in Código de Processo Civil Interpretado, Editora Manole, 7ª Edição, 2008, página
246) ensina, ipsis litteris: "A regra consagra o princípio da estabilidade do processo, que se presta a
impedir surpresa para o sujeito passivo, permitindo, assim, o pleno exercício do direito de defesa e a
prática do contraditório." De acordo com a jurisprudência do STJ, “descabe a emenda da petição
inicial após o oferecimento da contestação e o saneamento do processo, quando essa providência
importar alteração do pedido ou da causa de pedir (art. 264, parágrafo único, CPC/73)” (REsp
1678947/RJ, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 13/03/2018, DJe
20/03/2018). No caso em comento, o requerido discordou expressamente do pedido de
emenda/aditamento, razão pela qual correto o seu indeferimento, sob pena de ofensa ao princípio da
estabilidade da demanda. Quanto aos danos morais, o STJ tem entendimento que “a configuração do
dano moral pressupõe uma grave agressão ou atentado a direito da personalidade, capaz de provocar
sofrimentos e humilhações intensos, descompondo o equilíbrio psicológico do indivíduo por um
período de tempo desarrazoado” (STJ, AgInt
...
no REsp 1655465/RS, Rel. Ministra Nancy Andrighi, TerceiraTurma, julgado em 24/04/2018, DJe
02/05/2018). Por conseguinte, era imprescindível que a Recorrente comprovasse que o conflito de
vizinhança vivenciado interferiu intensamente em seu equilíbrio psicológico ou que efetivamente
tenha lhe causado algum prejuízo. Ocorre que, no caso vertente, não se vê comprovada a ocorrência
de sofrimento ou abalo de monta que justifique a compensação pecuniária. Deve, portanto, ser
mantida a improcedência da indenização por danos morais. Portanto, ante as considerações aqui
assentadas, conheço do recurso para, porém, negar-lhe provimento, mantendo incólume a sentença.
Em atenção ao art. 85, §11 do CPC, majoro o percentual da condenação da Recorrente para 12%
(doze por cento) observada a suspensão de que trata o art. 98, §3º do mesmo diploma em virtude da
gratuidade deferida em 11/01/2016.

Ação de dano infecto


Ementa: Embargos de declaração - apela cívil - ação de dano infecto cumulada com danos morais,
uso de imóvel residencial para realização de eventos com som acima do permitido, dano ao sossego e
saúde evidenciados, erro material evidenciado e suprido. Embargos conhecidos e parcialmente
providos. Decisão unânime.
Relatório: O recurso preenche os requisitos de admissibilidade, merecendo, por isso, ser conhecido.
Para a solução do caso em litígio, importa, inicialmente, destacar que os embargos de declaração
constituem meio processual apto a ensejar o esclarecimento ou integração das decisões judiciais,
maculadas de omissão, obscuridade, contradição ou erro material, vícios taxativamente previstos no
art. 1022 do Novo Código de Processo Civil. Alega que o acordão incorreu nos vícios relatados.
Inicialmente, observo que quanto ao erro de premissa razão assiste ao recorrente. É que não houve
pedido para que fosse fixada indenização por dano moral para cada evento realizado. Evidencia-se,
portanto, erro material no julgado, devendo ser decotada a expressão “por evento realizado” do
seguinte trecho do acordao: “Desta maneira, considerando-se, todas as peculiaridades do caso, mostra-
se razoável a fixação do quantum de R$ 2.000,00 em favor de cada um dos apelantes, por evento
realizado, com juros de mora a contar da data de aferição de ruídos em excesso no laudo de ruído
ambiental acostado aos autos e correção monetária pelo INPC a partir do arbitramento.” Quanto a
omissão ao pedido de aplicação de confissão ficta às autoras por não terem comparecido em audiência
de instrução, tenho que não é dado ao recorrido, por meio de contrarrazões de recurso, realizar
pedidos. Neste sentido o precedente: “E M E N T A PROCESSUAL CIVIL - EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO – PEDIDO FORMULADO EM SEDE DE CONTRARRAZÕES –
IMPOSSIBILIDADE - AUSÊNCIA DE OMISSÃO. - Não há no acórdão embargado qualquer vício
passível de embargos de declaração, haja vista que o pedido formulado em sede de contrarrazões não
se presta para manifestação de natureza postulatória, pois visa tão somente à impugnação das razões
do recurso interposto - Como as contrarrazões não se constituem meio processual adequado para
buscar a modificação da sentença, é inadmissível a alegação de omissão de pedido nelas formulado -
Se o patrono da parte autora não concordava com o percentual fixado a título de honorários
advocatícios, deveria ter deduzido tal pleito por meio de recurso próprio.- Embargos rejeitados. (TRF-
3 - ApCiv: 00018043320134036303 SP, Relator: Desembargador Federal INES VIRGINIA PRADO
SOARES, Data de Julgamento: 25/05/2021, 7ª Turma, Data de Publicação: DJEN DATA:
07/06/2021)” Ademais, cabe lembrar que a confissão ficta gera presunção relativa de veracidade dos
fatos alegados pela parte contrária, devendo o julgador analisar as provas constantes nos autos a fim
de chegar à verdade real, o que ocorreu no caso em estudo. Ante o exposto, dou parcial provimento ao
recurso, apenas para que o dano moral fixado em favor dos embargados não incida a cada evento,
sendo, portanto, devido uma única vez a cada um dos autores da ação.

Ação de imissão de posse


Ementa: Agravo de instrumento- ação de imissão de posse de veículo automotor, concessão da tutela
recursal, apresentação de contrato de compra entenda do bem em sede de contrarrazões, ausência de
probabilidade do direito, recurso conhecido e desprovido, decisão unânime.
Relatório: O recurso preencheu os requisitos de admissibilidade, razão pela qual o conheço e passo a
apreciar o mérito. In casu, observo que a agravante pretende reverter decisão proferida em sede de
ação de imissão de posse, na qual indeferido o pedido para permanecer na posse de veículo automotor
FORD RANGER XTL: ANO/MODELO 2007/2008; PLACA JRC9514, COR: PRETA; RENAVAM:
00949941212) licenciado no DETRAN/BA. Após apresentação de contrarrazões, constato a
possibilidade de alteração do posicionamento externado na decisão concessivo de efeito ativo.
Pertinente a transcrição do trecho da fundamentação: Isso porque, conforme bem ressaltado pelo
agravante, o bem ainda está cadastrado em seu nome e, em tese, a prima facie, não vislumbro
elementos de que tenha transmitido a posse/propriedade para o ora agravado. In casu, repiso, numa
apreciação perfunctória, restou evidenciado que o bem pertence ao agravante, não havendo
demonstração mínima de que promoveu a transferência sequer de sua posse para o agravado. Dessa
forma, ao menos em sede de cognição sumária, observo a probabilidade do direito da agravante e
periculum in mora, aptos a suspender a decisão combatida, mormente pelo fato de que uma vez
restituído ou agravado, há a probabilidade concreta de que não mais possa ser devolvido para o
agravante, até o julgamento deste Agravo de Instrumento. Assim, por todo o exposto, defiro o pedido
de efeito suspensivo ao agravo, nos termos acima delineados.” Como se vê, a liminar foi deferida
com lastro no fundamento de que não havia elemento mínimo de prova a corroborar que o bem móvel
foi transferido pelo agravante para o agravado. Após a apresentação de contrarrazões, contudo, foi
colacionado pela parte agravada contrato de compra e venda do veículo, tendo como vendedor o ora
agravante e como comprador o agravado. Há de se registar que o contrato de compra e venda teve as
firmas das partes reconhecidas em cartório e, até o presente momento, não vislumbro elementos a
confirmar que a vontade do agravante no instrumento manifestada foi viciada. Com estas
considerações, NEGO PROVIMENTO ao recurso, mantendo a decisão vergastada em todos os seus
termos.

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