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Processo: 2722/20.0T8BCL.G1
Relator: JOSÉ CRAVO
Descritores: RESTITUIÇÃO PROVISÓRIA DE POSSE
ESBULHO
VIOLÊNCIA
PEDIDO SUBSIDIÁRIO
CASO JULGADO
Nº do Documento: RG
Data do Acordão: 13/07/2021
Votação: UNANIMIDADE
Texto Integral: S
Sumário:
I- A procedência da providência cautelar de restituição provisória da
posse depende da verificação de três requisitos: a posse, o esbulho e
a violência.
II- A posse é um poder que se manifesta quando alguém atua por
forma correspondente ao exercício do direito de propriedade ou de
outro direito real – art. 1251º do CC.
III- O esbulho consiste na perda de retenção ou fruição, ou a sua
possibilidade de o fazer, da coisa ou direito.
IV- Por outro lado, ocorre a violência quando se use de coação física
ou moral, nos termos do art. 255º do CC, se forem praticados atos que
constranjam a vontade do possuidor, obrigando este a submeter-se ao
desapossamento.
V- É matéria controvertida, tanto na doutrina como na jurisprudência, a
questão de saber se, na caracterização da violência, esta tanto pode
ser exercida sobre pessoas, como sobre as coisas, ou se o conceito
deve ser limitado à coação exercida sobre o possuidor.
VI- Ora, de acordo com o n.º 2 do citado art. 255º, a ameaça
integradora da coação moral tanto pode respeitar à pessoa como
à honra ou fazenda do esbulhado ou de terceiro.
VII- Com a formulação de um pedido principal e um pedido subsidiário,
o autor declara uma preferência pelo primeiro, devendo o tribunal
apreciar essa pretensão jurisdicional e apenas passar à apreciação do
pedido subsidiário, no caso do pedido principal improceder.
VIII- Não podemos confundir a questão da força ou autoridade do caso
julgado com a exceção dilatória do caso julgado. Efetivamente, a
autoridade do caso julgado, embora pressupondo a existência de uma
decisão transitada em julgado, não se confunde com a exceção do
caso julgado. Esta destina-se a evitar uma nova decisão inútil (razões
de economia processual), o que implica uma não decisão sobre a
nova ação, pressupondo a tríplice identidade de sujeitos, objeto e
pedido. Aquela – a autoridade de caso julgado – importa a aceitação
de uma decisão proferida em ação anterior, que se insere, quanto ao
seu objeto, no objeto da segunda, visando obstar a que a relação ou
situação jurídica material definida por uma sentença possa ser
validamente definida de modo diverso por outra sentença, não sendo
exigível a coexistência da tríplice identidade, prevista no art. 498º do
CPC.
IX- Os procedimentos cautelares constituem instrumentos processuais
destinados a prevenir a violação grave ou de difícil reparação de
direitos, derivada da demora natural de uma decisão judicial.
Decisão Texto Integral:
Acordam na Secção Cível do Tribunal da Relação de
Guimarães
*
1 – RELATÓRIO
NESTES TERMOS
E nos demais que Vossas Excelências doutamente
suprirão será feita JUSTIÇA.
*
A Exmª Juiz a quo proferiu despacho a admitir o recurso
interposto, providenciando pela sua subida a este Tribunal.
*
Facultados os vistos aos Exmºs Adjuntos e nada obstando
ao conhecimento do objecto do recurso, cumpre apreciar e
decidir.
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2 – QUESTÕES A DECIDIR
FACTOS PROVADOS:
(José Cravo)
(António Figueiredo de Almeida)
(Raquel Baptista Tavares)