Você está na página 1de 5

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) DESEMBARGADOR(A) PRESIDENTE DO EGRÉGIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Processo de Origem: …

MARIA CAPITOLINA SANTIAGO e BENTO SANTIAGO, já qualificados nos autos em epígrafe,


por seu advogado in fine assinado, vêm à presença de Vossa Excelência, não se conformando
com o venerando acórdão proferido, com fulcro na alínea c) do inciso III do art. 105 da
Constituição Federal e no art. 1.029 do Código de Processo Civil, interpor

RECURSO ESPECIAL

Tendo em vista a decisão proferida por este tribunal competente que manteve a sentença de
primeira instância, nos autos remetidos a QUINZINHO MACHADO DE ASSIS e CAROLINA
MACHADO DE ASSIS, em razão dos fatos e razões jurídicas a serem apresentados. Requer que
este recurso seja recebido e processado para que possa ser enviado ao Tribunal Superior após
ouvir o parecer do demandado, e finalmente será aprovado na íntegra. Informa também a
preparação do custo e postagem do frete com base no recibo anexo.

Nestes termos, pede deferimento.

Rio de Janeiro, 14/11/2021

Wortesson Robert Fernandes Ribeiro, OAB n°00000

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) MINISTRO(A) PRESIDENTE DO SUPERIOR


TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Processo nº ...

Recorrente: Maria Capitolina Santiago e Bento Santiago

Recorrido: Quinzinho Machado de Assis e Carolina Machado de Assis

I - DO CABIMENTO

Da análise dos autos, chegam as seguintes conclusões: A decisão do recurso é proferida pelo
Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. Em certo sentido, o julgamento violou o
precedente do tribunal. Mais especificamente, esta sentença significa que a existência de um
contrato de empréstimo não impede o cálculo do tempo do usucapião, pois não exige Exist
Animus Domini. Ou seja, atendendo ao disposto no artigo 3º, alínea c). 105 CF e Segunda Arte.
Na nova parte 1029, esse recurso é adequado para atingir o objetivo esperado, a saber:
reforma de sentença.

II - DA TEMPESTIVIDADE

Nos termos do §5º do art. 1.003 do Código de Processo Civil, o prazo para interpor o presente
recurso é de 15 dias. Desta forma, considerando que a decisão fora publicada no Diário Oficial
no dia ... de ... de ..., reconhecidamente o recurso é tempestivo e merece acolhimento.

III - DO PREPARO

Cumprindo mais uma exigência para o recebimento do presente recurso, as custas referentes
ao preparo já foram recolhidas, conforme comprovante em anexo.

IV - DO PREQUESTIONAMENTO DA MATÉRIA

Exige-se, para acolhimento de Recurso Especial, que a matéria tenha sido prequestionada.

Este requisito foi cumprido, posto que o prequestionamento foi realizado por meio dos
embargos opostos às fls. ..., tendo sido apreciado pelo Tribunal a quo, o qual se manifestou
sobre a matéria mantendo a clara afronta jurisprudencial.

E não se trata de reexame da matéria, obedecendo ao disposto na Súmula 7 do Superior


Tribunal de Justiça, a saber: “A pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso
especial” (BRASIL, 1990, [s. p.]).

V – DA SÍNTESE FÁTICA

A ré ingressou com ação especial de Usucapião rural contra a recorrente, visando obter
declaração de concessão na área útil do imóvel localizado na zona rural do Rio de Janeiro / RJ
Bairro Quincas Borba, s / n. Segundo alegações falsas, são proprietários do imóvel desde 2006,
sendo que nunca sofreram qualquer tipo de reclamação ou contestação de ninguém, sendo
que não houve oposição e ininterrupta neste período.

Em resposta, a recorrente certifica que a detenção, e não a posse, foi realizada de forma
instável e não houve animus domini porque havia um contrato de empréstimo e um acordo de
cooperação agrícola entre as duas partes.

Apesar do sucesso habitual, o tribunal ainda considerou que a reclamação do queixoso era
justificada com o fundamento de que a mudança de propriedade era possível e apontou que o
empréstimo poderia ter sido usado gratuitamente para manter a propriedade do terreno. o
recorrente não ficou satisfeito com a sentença e propôs Recurso, mas foi rejeitado.

Dos acórdãos proferidos frustrações e omissões, foram interpostos embargos de declaração,


os quais foram apoiados, mas quanto ao mérito do recurso foi rejeitado, o que é obviamente
uma afronta ao princípio de direito. Esta é a razão pela qual este especial foi interposto
recurso. Intenção padronizada

VI – DA INTERPRETAÇÃO DIVERGENTE

Conforme demonstrado durante toda a instrução processual, não houve, por parte dos
autores, o preenchimento básico dos requisitos necessários à usucapião, posto que está
ausente o animus domini.

Arte. O artigo 1.239 do Código Civil estipula claramente que quem não for titular de imóvel
rural ou urbano não deverá possuir mais de 50 hectares de terra por cinco anos consecutivos
sem objeção, e aí se estabelecer pelo trabalho ou pela família. sua propriedade.

Em certo sentido, as disposições legais são claras: Para a ocorrência de terreno rural, entre
outras exigências, o proprietário deve residir na propriedade rural por cinco anos consecutivos,
não ocorrendo neste caso o prazo de validade, conforme afirmou o autor. fá-lo sem a
propriedade em questão, como se fosse o proprietário, ou seja, não gozam do animus domini,
mas nela apenas vivem através de parcerias agrícolas e empréstimos.

À luz do art. 579 do Código Civil, o comodato é o empréstimo gratuito de coisas não fungíveis,
sendo que, em tal hipótese, há o dever de restituição da coisa e não se permite a
caracterização do animus domini, necessário e indispensável ao efetivo reconhecimento da
usucapião.

O entendimento jurisprudencial, em se tratando de comodato e usucapião, já foi sedimentado


pelos Tribunais, vejamos:

CONTRATO DE COMODATO VERBAL. USUCAPIÃO. POSSE POR


MERA TOLERÂNCIA. IMPOSSIBILIDADE DE USUCAPIR O BEM. -
Em regra, a posse originada do contrato de comodato
inviabiliza a posse ad usucapionem. Trata-se de posse precária,
por mera tolerância do proprietário que permite o uso do bem,
sem, todavia, se dispor do seu domínio. Não gera direito algum
e é revogável a qualquer momento. (TJ-MG - AC:
10024095433819001 MG, Relator: Batista de Abreu, Data de
Julgamento: 29/05/2014, Câmaras Cíveis / 16ª CÂMARA CÍVEL,
Data de Publicação: 11/06/2014)
USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA. IMPROCEDÊNCIA.
INCONFORMISMO DA AUTORA. NÃO ACOLHIMENTO. POSSE
"AD USUCAPIONEM" NÃO DEMONSTRADA. PROVA
INSUFICIENTE DO "ANIMUS DOMINI". COMODATO VERBAL
RECONHECIDO EM AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE
PROPOSTA PELO RÉU. CIÊNCIA DA PROPRIEDADE. POSSE
PRECÁRIA, IMPASSÍVEL DE GERAR USUCAPIÃO. SENTENÇA
MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO. (TJ-SP - AC:
10038955920158260152 SP 1003895-59.2015.8.26.0152,
Relator: Paulo Alcides, Data de Julgamento: 11/02/2021, 6ª
Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 11/02/2021)

De igual forma, a doutrina, ao tratar do assunto, é cristalina na manutenção do entendimento


exposto. De acordo com Maria Helena Diniz (2002), in verbis:

“Apenas a conduta permitida vem do consentimento ou


concessão explícita do titular e pode ser revogada pelo poder
concedente (...). O comportamento puramente tolerante
representa a indulgência do comportamento. Na verdade, não
concede nenhum direito, mas apenas elimina a ilegalidade do
comportamento de terceiros sem o consentimento prévio do
titular. O titular não desiste de sua propriedade e enfrenta esse
tipo de atividade , mantém o comportamento silencioso e
consciente. Em outras palavras, consistem em relações de boa
vizinhança ou familiares e, por padrão, permitem que terceiros
façam coisas que não têm o direito de fazer na propriedade de
outras pessoas, como caminhar pelo jardim da casa ou tomar
atalhos para o Fazenda. ”

Assim, apesar do habitual êxito, a decisão expressa no acórdão proferido pelo tribunal ad hoc
foi errada, havendo diferentes interpretações do texto legal, principalmente quando se
afirmou que existia um contrato de mútuo nos termos do artigo 1.º. 579 não pressupõe a
ausência de Dominação Animus. Você, você pode ver pela decisão citada acima que esse
entendimento nunca deve ser bem sucedido, porque a jurisprudência é firme, porque a
existência de um contrato de empréstimo tem como premissa a ausência de dominância, e a
outra parte tem a responsabilidade de provar a sua existência.

IV - DOS PEDIDOS

Levando em consideração os fatores acima, o apelante não acredita em seu julgamento


aguçado e senso de justiça, e pede para aceitar este recurso, e após convocar a outra parte, se
necessário, responder no âmbito da lei, e então executar reformas. v. Julgamento, portanto, o
julgamento de primeira instância é feito com base nos motivos aqui elencados.

Nestes termos, pede deferimento.

Rio de Janeiro, 14/11/2021


Wortesson Robert Fernandes Ribeiro, OAB n°00000

Você também pode gostar