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ESCOLA DA MAGISTRATURA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Turma: CPIII C 12023


Disciplina/Matéria: DIREITO PROCESSUAL CIVIL PROCEDIMENTOS ESPECIAIS NO CPC 2015
Sessão: 04 - Dia 27/04/2023 - 18:00 às 19:50
Professor: ALEXANDRE ANTONIO FRANCO FREITAS CAMARA

04 Tema: Ações possessórias.

1ª QUESTÃO:
Em ação de reintegração de posse de imóvel, de força nova, o magistrado indeferiu de plano a medida
liminar, considerando não estarem provados os requisitos para sua concessão, sendo desnecessária a
realização de audiência de justificação.
O autor agravou da decisão alegando que a medida liminar foi indeferida erroneamente, já que estava
evidente o esbulho alegado.
Pergunta-se: Correta a decisão do magistrado? Resposta fundamentada

RESPOSTA:
O aluno deverá abordar o artigo 562, NCPC.
Deve-se, então, exigir do aluno que diga que o juiz decidiu erradamente, já que, não estando
demonstrados de plano os requisitos para a concessão da liminar possessória, é obrigatória a
designação da audiência de justificação, só se admitindo o indeferimento da medida após sua
realização
Embasado no AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0049035 - 07.2012.8.19.0000 RELATOR:
DESEMBARGADOR ALEXANDRE FREITAS CÂMARA Agravo de instrumento. Direito
processual civil. Reintegração de posse. Procedimento especial. Ajuizada a demanda, pode o juiz ou
conceder a medida liminar ou designar audiência, a depender de seu grau de convencimento acerca do
esbulho alegado. Decisão agravada que designou audiência de justificação, após o que apreciará o
requerimento. Busca de elementos de convencimento. Recurso a que se nega seguimento por sua
manifesta improcedência.

2ª QUESTÃO:
Augusto ingressou com demanda em face de Júlio em 23/08/2016. O autor afirma que seu pai,
Alfredo, estabeleceu um contrato de comodato verbal por tempo indeterminado com o réu. Augusto
afirma que, como único herdeiro, após a morte de Alfredo, solicitou que o réu deixasse o imóvel.
O autor comprovou que, em 14/06/16, notificou o comodatário para desocupar o imóvel no prazo de
30 dias. Diante a inércia do comodatário requereu a reintegração de posse liminar.
O magistrado indeferiu tal pedido sob os fundamentos de que se trata de demanda possessória de
força velha e que não estão presentes os requisitos para a concessão da tutela antecipada pelo rito
comum.
Inconformado, Augusto agravou da decisão, sustentando que como se tratava de comodato verbal sem
prazo convencional, o esbulho ocorreu após o prazo da notificação para desocupação, e não quando
da morte do autor da herança, razão pela qual o procedimento possessório é de força nova e enseja a
reintegração liminar sem a demonstração de urgência para utilização do bem.
Diante os fatos narrados, decida a questão de forma fundamentada.

DIREITO PROCESSUAL CIVIL - CP07 - 16 - CPIII - 1º PERÍODO 2023 27/04/2023 - Página 1 de 4


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RESPOSTA:
"...Com efeito, não há que se falar em procedimento possessório de força velha, já que o ano e dia
deve ser contado a partir da data do esbulho, supostamente ocorrido depois do prazo para
desocupação do imóvel, e não depois da morte do autor da herança. Afinal, o comodato não se
extinguiu automaticamente com a morte do autor da herança, mas somente com a notificação
extrajudicial. Dessa forma, tendo em vista que o esbulho supostamente restou configurado em
14.07.16 e que a demanda foi ajuizada em 23.08.16, está respeitado o prazo para que seja seguido o
procedimento possessório de força nova (art. 558 do CPC)...."
embasado no AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0032282-96.2017.8.19.0000
Direito Civil e Direito Processual Civil. Reintegração de posse. Alegação de comodato verbal sem
prazo. Notificação extrajudicial para desocupação no prazo de 30 dias. Suposto esbulho possessório
após o término do prazo. Demanda possessória pelo procedimento especial das "ações possessórias de
força nova". Necessidade de provas da forma do comodato e de suas eventuais cláusulas. Realização
de audiência de justificação pelo juízo de origem. Recurso a que se dá provimento.

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Turma: CPIII C 12023


Disciplina/Matéria: DIREITO PROCESSUAL CIVIL PROCEDIMENTOS ESPECIAIS NO CPC 2015
Sessão: 05 - Dia 27/04/2023 - 20:10 às 22:00
Professor: ALEXANDRE ANTONIO FRANCO FREITAS CAMARA

05 Tema: Embargos de terceiro. Oposição.

1ª QUESTÃO:
Em uma determinada demanda, João, autor; e José, réu, discutem uma dívida. No curso da demanda,
um dos imóveis de João foi penhorado.
Matheus, possuidor do bem em questão, interpôs Embargos de Terceiro, com pedido liminar para que
fosse suspensa a penhora do imóvel, visando também à manutenção de sua posse, e comprovou que
reside com sua família no imóvel.
Pergunta-se: quanto ao deferimento do pedido liminar nos Embargos de Terceiro, havendo prova
inequívoca do alegado, é possível ser este deferido? Resposta fundamentada.

RESPOSTA:
AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0047399 - 93.2018.8.19.0000 - Direito processual civil.
Embargos de terceiro. Embargante que alega ser possuidor de imóvel penhorado em execução de que
não participa, mas que deve ser protegido por ser destinado à sua moradia e de sua família. Pretensão
de obtenção de liminar no processo dos embargos de terceiro. Liminar que exige prova sumária da
propriedade ou da posse. Caso em que não se discute propriedade, mas tão somente posse. Elementos
constantes dos autos que não permitem afirmar, nem em cognição sumária, que o embargante teria a
posse do bem. Agravo de instrumento a que se nega provimento.

2ª QUESTÃO:
Luis Rey teve dois filhos, Luis Miguel e Alex. Porém, também criou a filha de um amigo, Erica.
No ano de 2005, Erica foi residir em um dos imóveis de Luis Rey, mediante cessão gratuita.
Em 2018 Luis Rey falece e seus filhos dão início ao inventário judicial.
Erica então ajuíza embargos de terceiro para pedir a retirada do imóvel em que reside do rol dos bens
arrolados. Afirma que reside no imóvel desde 2005 e que sua posse é de boa-fé, devendo usucapir o
bem em questão. Em contestação aos embargos, a parte ré suscita preliminar de ausência de interesse
de agir.
Como deve o magistrado decidir essa questão preliminar? Resposta fundamentada.

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RESPOSTA:
APELAÇÃO Nº 0006496-97.2016.8.19.0028 Direito processual civil.
Embargos de terceiro.Arrolamento de imóvel em processo de inventário.Embargante que se afirma
proprietário doimóvel, mediante usucapião, e, subsidiariamente,possuidor. Interesse de agir nos
embargosque decorre da constrição ou da ameaçade constrição a direito do embargante(art. 674,
caput, do CPC). Ausência deatos constritivos no processo de inventário,sendo necessário ajuizamento
de demandas subsequentes,pelos herdeiros, para que possam retomaro imóvel. Posse e propriedade do
embarganteque não sofrem sequer ameaça em razãodo arrolamento do imóvel. Falta de interessede
agir para a demanda de embargosde terceiro (art. 485, VI, do CPC). Extinção do processo sem
resolução do mérito, restando prejudicado o recurso.

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