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EXMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CÍVEL DA

COMARCA DE TRAMANDAÍ – RS

Carta precatória. 9001889-77.2017.821.0065


Objeto: Embargos de terceiro

JÉSSICA NUNES DE MORAES, brasileira, convivente, doméstica,


inscrita no CPF de nº: 031.711.230-96, residente e domiciliada na Rua Flor de Lotus, 1139,
Jardim Atlântico, Tramandaí, RS, vem, respeitosamente à presença de V.Exª., por
advogado, em face de JHONES OLIVEIRA JACOBI, já qualificado nos autos da carta
precatória acima descrita, 9001889-77.2017.821.0065, por sua representante legal Dra.
TERESINHA DE BRITO, OAB/RS019776, apresentar

EMBARGOS DE TERCEIRO COM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA

pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos;


I. DOS FATOS

1. A embargante reside no endereço acima qualificado há mais de 1 ano, tendo


realizado negócio jurídico com o antigo proprietário, no qual efetua o pagamento do
imóvel, de forma parcelada.

2. Nunca obteve qualquer problema em relação a esse contrato, bem como, nunca
atrasou qualquer pagamento com o vendedor.

3. Todavia, nos últimos dias, percebeu que com frequência há uma movimentação
suspeita ao redor de sua residência, sentindo-se ameaçada, pois, diuturnamente,
pessoas estranhas estão rondando a frente de sua casa.

4. Assim, surpresa com essa movimentação, a embargante perguntou à essas pessoas


do que se tratava a vinda frequente ao local e se estavam procurando por alguém,
tendo em vista que essa localidade é extremamente perigosa.

5. Para sua surpresa, a embargante foi informada, que eram funcionários da Justiça da
Comarca de Tramandaí, que estavam em busca de GILBERTO SCHARDOZIM
JACOBI, e que estavam a cumprir mandado em uma das residências próximas à
embargante.

6. Assustada com a informação, a embargante procurou advogado, que ao consultar o


nome do procurado, descobriu que o imóvel, no qual reside a autora, é objeto de
imissão de posse, uma vez que GILBERTO SCHARDOZIM JACOBI, era o antigo
proprietário do imóvel, e sofre Ação de Execução de Alimentos de nº: 0067041-
68.2009.8.21.0014.

7. Entretanto, como já dito anteriormente, a autora adquiriu e reside no imóvel, há


mais de 1 ano, sendo que não comprou de GILBERTO SCHARDOZIM JACOBI e
nem sabe quem seja essa pessoa.

8. Sendo assim, a autora esclarece que é legítima proprietária do imóvel objeto do


mandado expedido através da carta precatória 5005691-25.2020.8.21.0073.

9. E diante disso, a embargante requer prazo de 72 horas para comprovar que a


legítima proprietária do imóvel, através de contrato e com documentos necessários,
comprovar sua legitimidade no pleito, uma vez que foi surpreendida com as
informações, e não possui tempo hábil, tendo em vista a presente data, bem como,
as alterações de horários em razão do funcionamento dos estabelecimentos,
modificados pelo pandemia instaurada do Corona Vírus.
10. Dessa forma, requer a suspensão do mandado de imissão de posse, para que não seja
cumprido no prazo de 72 horas, uma vez que a embargante irá juntar aos autos a
comprovação de sua propriedade.

II. DO DIREITO

Assim sendo, a embargante está sofrendo ameaça de lesão grave em seu


patrimônio, estando amparado pela legislação mencionada, em especial o disposto no artigo
674 do CPC, que diz, in verbis:

Art. 674. Quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou


ameaça de constrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha
direito incompatível com o ato constritivo, poderá requerer seu
desfazimento ou sua inibição por meio de embargos de terceiro.
§ 1o Os embargos podem ser de terceiro proprietário, inclusive
fiduciário, ou possuidor.
§ 2o Considera-se terceiro, para ajuizamento dos embargos:
I - o cônjuge ou companheiro, quando defende a posse de bens próprios
ou de sua meação, ressalvado o disposto no art. 843;
II - o adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que
declara a ineficácia da alienação realizada em fraude à execução;
III - quem sofre constrição judicial de seus bens por força de
desconsideração da personalidade jurídica, de cujo incidente não fez
parte;

IV - o credor com garantia real para obstar expropriação judicial do


objeto de direito real de garantia, caso não tenha sido intimado, nos
termos legais dos atos expropriatórios respectivos

III. DO PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA

Nesse sentido, a embargante requer o pedido de suspensão do mandado


de imissão de posse pelo prazo de 72 horas, uma vez que foi surpreendida com tal penhora
sobre o imóvel, pretendendo utilizar esse prazo para buscar os documentos que comprovem
sua propriedade sobre o bem.

IV DO PEDIDO DE FUNDO

Uma vez que comprovado ser legítima proprietária do imóvel objeto de


penhora, a embargante requer a retirada do bloqueio e restrição sobre o bem, e ainda, o
desfazimento da penhora, bem como, a suspensão do mandado de imissão de posse
expedido.

V. DOS REQUERIMENTOS

a) Determinar, a citação dos embargado para os fins legais.

b) Requer a concessão do pedido de tutela de urgência, suspendendo o


mandado de imissão de posse pelo prazo de 72 horas, a fim de que a embargante trazer
documentos aos autos que comprovem sua propriedade do imóvel penhora.

c) requer o beneficio da justiça gratuita, uma vez que a embargante


traz aos autos o comprovante de seu recebimento de auxílio emergencial, estando
desempregada no momento, por ser pobre nos termos da lei;

d) o acolhimento dos pedidos formulados nesta Ação de Embargos de


Terceiro, e, por conseguinte, desfazendo-se a ordem de constrição guerreada, sendo retirada
restrição, bloqueio e a penhora sobre o imóvel localizado na Rua Flor de Lotus, 1137,
Jardim Atlântico, Tramandaí – RS, condenando a Embargada, a título de sucumbência, em
honorários e custas processuais;
e) Deferir a prova do alegado por todos os meios de provas admitidas
em direito, notadamente pelo depoimento pessoal da Embargada, e prova testemunhal.

Dá-se a causa o valor de: R$ 10.450,00

Nesses termos,
P. Deferimento.

Santo Antônio da Patrulha, 27 de Novembro de 2020.

RAMIRO SILVA FRAIBERGER JEFFERSON DA SILVA ADAM


OAB/RS 99.126 OAB/RS 108.938

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