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Montes Claros - MG
2013
ALEX OLIVEIRA BARCELOS
MONTES CLAROS – MG
2013
ALEX OLIVEIRA BARCELOS
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________
Orientadora Profª Drª Sara G. Antunes de Souza
______________________________________________
Prof.
______________________________________________
Prof,
Montes Claros – MG
Junho/2013
Agradecimentos
Gostaria de agradecer primeiramente a Deus e aos meus pais, que deram todo o apoio
possível e necessário para a concretização desse trabalho, através deles estendo os
cumprimentos aos meus irmãos e demais familiares.
Por fim, agradeço aos amigos Júlio César e Anderson e a todos que de alguma forma
contribuíram para que este trabalho fosse concluído.
Resumo
LISTA DE FIGURAS..................................................................................................................9
LISTA DE GRÁFICOS.............................................................................................................10
INTRODUÇÃO.........................................................................................................................12
4. CONCLUSÃO.......................................................................................................................66
5. REFERÊNCIAS.....................................................................................................................69
ANEXOS...................................................................................................................................95
LISTA DE TABELAS
8
LISTA DE FIGURAS
9
LISTA DE GRÁFICOS
10
Gráfico 30 Cargos que têm treinamentos mais frequentes........................................................59
Gráfico 31 Critérios para determinar o responsável por repassar o conhecimento...................59
Gráfico 32 Nível de escolaridade do colaborador responsável por repassar o conhecimento...60
Gráfico 33 Qualificação necessária para trabalhar na franquia..................................................61
Gráfico 34 Quantidade de colaboradores em relação à qualificação.........................................61
Gráfico 35. Contribuição com sugestões para os franqueadores...............................................62
11
INTRODUÇÃO
12
Ressalta-se que o objetivo inicial deste estudo consistia em se fazer um levantamento
sobre a questão das franquias nos shoppings da cidade de Montes Claros. Contudo, dos
três shoppings identificados, dois possuíam franquias e destes, somente um aceitou
participar da pesquisa. Por este motivo o trabalho tratou de um estudo de caso com as
franquias do Ibituruna Shopping Center.
Este trabalho esta dividido em três capítulos. O primeiro capítulo traz um referencial
teórico sobre a inovação tecnológica, o empresário, a firma, o conhecimento e a
importância da sua transferência. Esses assuntos estão inteiramente relacionados com o
sistema de franquias, o que permite um melhor entendimento sobre seu mercado.
O Capítulo II trata das franquias apresentando suas definições, um histórico sobre seu
surgimento e evolução, bem como, os tipos de franquias e suas vantagens e
desvantagens. Sobre as franquias no Brasil, o capitulo apresenta dados de 2002 a 2012
de diversos fatores que compõem o sistema de franquias e também das marcas que se
destacam nesse sistema.
Por fim, o trabalho traz a conclusão das analises feitas, relacionando-as com os
objetivos propostos, e nos anexos são mostrados a carta de apresentação e o
questionário aplicado aos franqueados do shopping.
13
CAPÍTULO I- INOVAÇÃO, EMPRESÁRIOS E TRANSFERÊNCIA
DE CONHECIMENTO.
Drucker (1989) vê como uma organização inovadora aquela que é aberta a novas ideias,
independentemente de onde surjam, buscando esforços internos para transformá-las em
novos produtos, processos ou serviços. Ela mede as inovações não pela sua importância
cientifica, mas pela contribuição para o mercado e para os clientes. Para este autor, a
inovação tecnológica é a introdução de um novo produto ou processo de fabricação,
bem como a agregação de novas funcionalidades ou características ao produto ou
processo que implique em melhorias efetivas de qualidade ou produtividade, resultando
uma introdução bem sucedida no mercado.
Contudo, o pioneiro a dar mais ênfase ao papel da inovação foi Schumpeter [1926
(1997)]. Ele a via como uma quebra do “fluxo circular” da economia e denominava de
empreendimento as novas combinações feitas pelos empresários.
Schumpeter [1926(1997)] relata que sem inovação não pode haver empreendedorismo,
pois ela é a base para desencadear o crescimento e desenvolvimento econômico. Logo, a
14
inovação é a máquina propulsora do desenvolvimento. Segundo este autor, os tipos de
inovações ou como destaca as ‘novas combinações de meios produtivos’, apresentam-se
em cinco formas: “1) Introdução de novo bem...; 2) Introdução de novo método de
produção...;3) Abertura de uno novo mercado...;4) Conquista de uma nova fonte de
oferta de matérias-primas...;5) Estabelecimento de uma nova organização de qualquer
indústria...” Schumpeter [1926 (1997: 76)]
Assim, pode-se entender que a 'inovação' significa combinar materiais e/ou organizar as
forças produtivas que estão ao alcance dos agentes de maneiras diferentes, para produzir
outras mercadorias, ou as mesmas através da utilização de novos métodos.
2
Apud CHIARINI e VIEIRA (2011)
15
... o dirigente e executor da reorganização dos fatores de produção no nível
das empresas. Ele é o agente privado ou público que, em nome próprio, dos
acionistas ou do Estado, cria e desenvolve, de forma sistemática e racional
(ou seja, na qual são sempre procurados os meios mais adequados para se
atingir os fins visados), uma organização econômica bem sucedida. (Pereira,
1992, p.4).
Assim, Pereira (1992) coloca como característica do empresário a busca por novas e
melhores combinações para os fatores de produção, e destaca que fazer descobertas e
invenções não é função do empresário e sim dos inventores, cientistas e exploradores de
novos recursos. Segundo Pereira (1992), cabe ao empresário “distinguir no que está
ocorrendo à sua volta a oportunidade econômica e, em seguida, aproveitar essa
oportunidade efetivamente”.
Por outro lado, Penrose (2006) insere a firma nesta análise, considerando-a como um
instrumento do empresário para assumir riscos e gerar lucros, é a gestão empresarial que
define como serão as atividades de investimento da empresa e os limites do seu
crescimento. O perfil da firma será de acordo com o perfil do seu empresário, que
deverá ter qualidade nos seus serviços em termos de versatilidade, habilidade de
mobilização de recursos financeiros, ambição e discernimento para promover o
crescimento da firma. Para Downie (1958) a firma é uma organização especialista que
possui experiências técnica e de mercado específicas. Cada firma tem um horizonte
tecnológico que delimita o campo de atividades na qual ela está interessada.
Há ainda outras teorias sobre a firma. Na visão neoclássica, como afirma Tigre (1998), a
função da firma é muito limitada e seu conceito é simples. Afinal, considera a firma
como uma “caixa-preta”3, que combina fatores de produção disponíveis no mercado
para produzir produtos comercializáveis, e funciona em concorrência perfeita com
simetria de informações.
3
Definição de ROSEMBERGUE, N (1983)
16
A firma neoclássica apresenta o paradoxo de ser um ator-chave na economia,
sem, no entanto ter uma dimensão correspondente (firma-ponto) e ser passiva
(firma autômato). A firma é tratada não como instituição, mas sim como ator,
com um status similar ao consumidor individual. Um ator passivo e sem
autonomia, cujas funções se resumem em transformar fatores em produtos e
otimizar as diferentes variáveis de ação. (Tigre, 1998: p. 72)
Coase (1937)4 também faz uma crítica a teoria neoclássica pela falta de realismo e pelo
foco excessivo no indivíduo em relação à organização. Ele também passou a considerá-
la uma forma particular de organização econômica, ou seja, um “arranjo institucional
alternativo ao mercado”.
Assim, considera-se que a figura da firma neoclássica de fato não consegue refletir a
realidade e que, por sua vez, não houve a preocupação de destacar o papel do
empresário ou entender o que se passava internamente, ou seja, a forma como a
inovação ocorria e se transferia. Assim, é relevante compreender como ocorre a
transferência das inovações e também do conhecimento dentro das firmas, como será
discutido na seção seguinte.
As informações obtidas pelos empresários que resultam nas inovações necessárias para
o desenvolvimento organizacional são passadas adiante através da transferência do
conhecimento. Nonaka e Takeuchi (1997) afirmam que a geração do conhecimento
dentro de uma organização ocorre em duas dimensões, o Conhecimento Tácito5 e o
Conhecimento Explícito6. A Fig. 1 ilustra a distinção dos conceitos.
4
Apud TIGRE P.B, (1998).
5
Neste estudo entende-se por conhecimento tácito aquele que o indivíduo adquiriu ao longo da vida, que está na cabeça das pessoas.
Geralmente é difícil de ser formalizado ou explicado.
6
Conhecimento explicito é aquele formal, claro, regrado, fácil de ser comunicado. Pode ser formalizado em textos, desenhos,
diagramas, etc.
17
Figura 1 Transformação do conhecimento
18
“Todo o nosso conhecimento, portanto, possui uma dimensão tácita” (1998, p.36).
Robredo (2003) também compartilha da visão de Sveiby, ao considerar que os
processos de transferências de conhecimento são resultados da codificação de
conhecimentos individuais de grupos e de organizações, onde a codificação numa
linguagem determinada, com níveis variáveis de utilização de terminologias
especializadas, dependerá das características dos públicos a quem se destinam. Mas,
destaca que o conhecimento não pode ser codificado totalmente, pois sempre existira
uma dimensão tácita.
19
replicação ocorre quando uma organização pretende desenvolver uma estratégia de
crescimento por meio da abertura de outras unidades, é um processo que consiste na
análise de todas as atividades de uma unidade já existente, para identificar o que pode
ser copiado e fazer uma réplica dessas atividades em uma nova unidade.
9
Apud MARTINS J.M; ANTÔNIO N.S(2010).
20
Szulanski (1996)10 identificou quatro estágios no processo de transferência de
conhecimento: iniciação, implementação, ramp-up e integração.
10
Apud ARRUDA L.V.B (2010).
21
mercado. Porter (1993)11 indica que lidar com a competição é a essência da formulação
estratégica e relaciona cinco forças que regem a competição, as forças são: Clientes,
fornecedores, novos entrantes, produtos substitutos e rivalidade entre os concorrentes.
Com base nestas forças Silva e Teixeira (2008) afirma que elas e suas respectivas
intensidades variam de uma indústria para outra, estabelecendo de forma diferenciada,
para cada uma delas, um potencial de desempenho que determina o nível de criação da
vantagem competitiva nas organizações.
11
Apud SILVA, A. J. H; TEIXEIRA, R. M. (2008).
12
Apud LASTRES e ALBAGLI (1999)
22
concorrentes, sob pena de que, caso sejam conquistados por eles, ocasionem na perda da
vantagem competitiva.
Para Porter (1989) as organizações que oferecem um benefício superior aos clientes em
relação a seus concorrentes e mantém esses benefícios por um longo período, obtém
uma vantagem competitiva sustentável, que mantém a organização em uma posição
privilegiada no mercado.
23
Capítulo II- O SISTEMA DE FRANQUIAS
Neste capítulo destaca-se o sistema de franquias a partir de um breve histórico, bem
como uma análise de suas vantagens e desvantagens, apresentando dados sobre o
sistema de franquias no Brasil.
Para Cobra (1992), Franchising ou franquia se opõe ao varejo em geral, pois é uma loja
especializada que só pode operar com licença da franqueadora. Afirma ainda, que esse
sistema é apenas uma forma de comércio que funciona após contrato firmado, seja ele
para uso da marca, de uma linha de produtos ou de serviços, que deve trabalhar de
acordo com as exigências de funcionamento impostas pelo franqueador.
De forma mais simplificada, Ribas (2006, p.24) considera que “Franquia é um clone de
uma empresa, de sucesso, que multiplica canais de distribuição e/ou gera direitos
autorais ao franqueador e renda para o franqueado.” Independente da forma como
pode ser compreendida, deve-se destacar que o sistema de franquias se desenvolveu a
partir de soluções encontradas por empresários em respostas aos problemas que
enfrentavam em seus negócios.
24
Segundo Ribas (2006) o termo “Franquia”, teve origem em 1850, nos Estados Unidos,
quando a empresa Singer Sewing Machine Company, fabricante de máquinas de
costura, propôs a comerciantes independentes que se dispusessem seguir algumas
regras, ter suas lojas denominadas Singer, bem como ter vantagens comerciais na
distribuição de seus produtos. Isso levou os empresários a procurarem a colaboração dos
comerciantes de outras localidades do país, dando início assim, a verdadeira essência do
Sistema de Franquias.
Por outro lado, Mauro (2007) afirma que o Franchising teve seu início na Igreja
Católica, que conseguiu montar uma organização mundial sob o comando central do
Vaticano. A Igreja chega a bilhões de seguidores nos padrões originais, tendo como
manual a Bíblia, cobra royalty (dízimo), e possui o logotipo mais conhecido do mundo,
a cruz. Como franqueados estão os padres, cujo treinamento é bastante profundo, e cada
paróquia tem sua própria região para trabalhar.
Nos EUA, de acordo com Leite (1991), os milhares de ex-combatentes que voltaram
para os Estados Unidos após a Segunda Guerra Mundial, com o sonho de abrirem seus
próprios negócios, foram muito importantes para o crescimento do mercado de
franchising deste país que ganhou força a partir de 1950.
25
Quadro 1
Evolução do sistema de franquias-
Breve resumo de franquias
Década Acontecimentos
1960 Início do movimento no Brasil ( Yázig, CCAA e poucas outras)
1970 Internacionalização – Dos EUA para fora
Mais movimentos no Brasil ( Ellus, água de cheiro, Boticário...)
1980 Globalização.
Surge a ABF
Franchising ‘’explode’’ no Brasil
1990 Efeito da globalização cada vez mais forte no mundo dos negócios.
As franquias de serviços começam a se destacar no Brasil.
O efeito da internet nos negócios e no relacionamento entre franqueado e
franqueador cada vez maior.
Ascensão e crise no sistema de franquia no Brasil.
Aprovação no congresso da lei 8955/94.
2000 em Mais consistência, franqueados e franqueadores melhor preparados.
diante Tendência: Crescimento mais lento e mais saudável.
Maior profissionalização do sistema.
Fonte: Elaborado a partir de dados do MDIC (2005)
Segundo dados do MDIC (2005) foi na década de 1950 que ocorreu a “explosão’’ das
franquias nos EUA, surgindo redes como McDonald’s, Burguer King, KFC,
DunkingDonut’s entre outras. De acordo com o Quadro 1, as primeiras franquias no
Brasil foram criadas em meados da década de 1960, com a pioneira Yázigi, CCAA e
poucas outras. Já uma década depois, houve um maior interesse sobre o assunto,
ocorrendo a inserção das marcas Ellus, Água de Cheiro, O Boticário, dentre outras.
Mas, foi na década de oitenta que o Franchising “explodiu” no Brasil, com a criação da
Associação Brasileira de Franchising-ABF em julho de 1987, que passou a divulgar,
defender e organizar as franquias no país.
26
oferecendo serviços de oficinas mecânicas, cabeleireiros, lavanderias, locação de
veículos, redes de fast-food, serviços hospitalares e de equipamento em domicílio, entre
outros.
As franquias são uma evolução dos canais de distribuição que deram certo. Para Mauro
(2007) os canais convencionais representam a ineficiência e os conflitos crescentes, as
franquias representam a integração, perpetuidade e socialização dos resultados da rede.
Mauro (2007) destaca também que o sistema de franquias tem sempre duas figuras
participantes do sistema. A 'empresa' que se propõe a implantar uma rede para
distribuição de produtos ou serviços, que é denominada Franqueador; e a 'Pessoa Física
ou Jurídica', o Franqueado, que se propõe a implantar a unidade de distribuição, de
acordo com os padrões definidos pelo franqueador. A primeira característica do sistema
é que ele tem definições diferentes, do ponto de vista do franqueador ou do fraqueado,
como pode ser observado nas Fig. 2 e 3.
27
Figura 2 Franchising do ponto de vista do Franqueador
28
Do ponto de vista do franqueado, o sistema de franquias é uma maneira de ter seu
próprio negócio tendo o apoio de uma empresa já consolidada em seu mercado,
diminuindo assim os riscos que envolvem o negócio. O sistema de franquias
proporciona a interação entre o franqueador e o franqueado no atendimento ao
consumidor e no combate à concorrência.
Há diferentes tipos de franquias, como apresenta Mauro (2007), elas podem ser
segmentadas por: tipo de segmentação do canal, tipo de negócio, tipo de ponto
comercial, tipo de natureza dos serviços prestados pelo franqueador, processo de
expansão da rede e pelo tipo de remuneração recebida pelo franqueador.
Quadro 2.
Segmentação das franquias
SEGMENTO OPÇOES
29
Para o autor a mais importante é a segmentação de acordo com a natureza dos serviços
prestados pelo franqueador à rede franqueada, pois representa uma evolução no sistema
de franchising.
Uma maior preocupação com o mercado fica bem evidente na franquia de Quarta
Geração, onde o franqueador deverá contratar uma empresa especializada para
desenvolver seu plano de franchising. Deverá também ser feito anteriormente seu plano
estratégico de marketing.
Essas cinco classificações mostram a preocupação cada vez maior dos franqueadores
em acompanhar e guiar seus franqueados para uma melhor administração e maior
sucesso da sua rede. Os franqueadores deixam de ser apenas os fornecedores da
Primeira Geração e passam a ser gestores das suas unidades. Esse grande controle que
ocorre nas franquias de Quarta e Quinta Geração faz parte da análise feita para se
verificar as vantagens e desvantagens de obter uma franquia.
30
É relevante identificar quais seriam de fato essas vantagens e desvantagens que o
sistema de franquia pode proporcionar ou gerar. Como enfatizam Minuzzi et all (2010)
ser um franqueado permite que o empresário já entre no mercado com rapidez e
visibilidade através de uma marca conhecida, porém os controles sobre as operações são
constantes. As franquias não garantem 100% de sucesso, apenas diminuem os riscos de
erro, como todo e qualquer negócio as franquias apresentam vantagens e desvantagens.
Segundo Leite (1991)13, devido ao franqueador possuir uma rede de distribuição própria,
cujo sucesso está estabelecido no mercado, o franqueado tem maior chance de sucesso,
diferentemente de um empreendedor começando um negócio do zero. Além disso, o
autor chama a atenção para as vantagens competitivas que serão muito maiores também.
Afinal, há maior garantia de mercado, pois o franqueador conhece o perfil dos clientes
de seus produtos, a lucratividade será maior, uma vez que o franqueado se beneficiara
das economias de escala com maiores créditos, prazos de pagamento mais elásticos.
De acordo com as informações do Sebrae (2008), quem adquiri uma franquia já entra no
mercado com uma marca existente, com produtos conhecidos e testados no mercado, as
máquinas e matérias de trabalho são especificadas e a instalação vem previamente
estabelecida para deixar o melhor ambiente para as vendas do franqueado. Além disso,
o franqueado recebe o apoio administrativo do franqueador, o que auxilia na gestão do
negócio, pois o pequeno empreendedor segue um pleno de negócios que o ajuda a
prever fatos político-sociais e econômicos que podem afetar sua franquia.
13
Apud MINUZZI et al. (2010),
31
O Sebrae (2008) também pautou as desvantagens de se adquirir franquias. Dentre estas
está o fato do franqueado ter pouca flexibilidade para gerir sua empresa, pois os
controles sobre suas operações são constantes e permanentes. O franqueado também
deve estar ciente de que a interdependência mútua no sistema de franquia é uma
condição fundamental para o desenvolvimento da rede, e tanto o sucesso como o
fracasso serão compartilhados pelo franqueado e pelo franqueador.
32
Como mostrado na Fig. 4, a escolha por uma franquia tem seus prós e contras tanto para
o franqueador quanto para o franqueado. De fato, é necessário que os interessados em
tornar seu negócio uma franquia (ou adquirir uma franquia já existente), estudem essas
vantagens e desvantagens, bem como os que desejam ser franqueados identifiquem se o
seu perfil se enquadra no perfil de um franqueador ou de um franqueado.
Segundo dados da própria ABF, o país assiste a um momento de expansão das franquias
e há muitos fatores que podem indicar este bom momento para as franquias no Brasil. O
país entrou no ano de 2012 como o 3° produtor mundial de chocolate, balas, confeitos e
derivados, o 3° produtor mundial de cerveja, 3° maior mercado consumidor de
refrigerantes no mundo, o consumo de sorvete cresceu 51% nos últimos oito anos e a
produção cresceu quase 60% nesse período. O Brasil ainda ocupa a 5° posição no
mercado mundial de telefonia celular e é o 4° maior produtor de automóveis no mundo.
No mercado de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, o Brasil ocupa o 3° lugar no
14
O contato foi feito através de e-mail enviado para a ABF e o material foi disponibilizado em 11/09/2012.
15
Os dados e informações citadas neste tópico têm como referência o material ABF (2012) além de outras fontes usadas para
complementar as informações.
33
ranking mundial, atrás dos EUA e do Japão. Em 2012, o Brasil foi a 6ª maior economia
mundial, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, China, Japão, Alemanha e França.
Outro fator que contribui para o mercado de franchising é a grande expansão dos
shoppings centers, local onde se concentram muitas unidades de franquias. A Tab. 1
mostra números da Associação Brasileira de shopping centers-ABRASCE para os anos
de 2006 a 2012, e ilustra esse crescimento.
Tabela. 1
Shopping Centers Brasil (2012)
34
O crescimento da nova classe média brasileira também entra como fator que explica o
crescimento das franquias nesse período. Em 2001, a 'classe C' representava 38,6% dos
brasileiros, hoje ela é composta por 53,9% da população. De acordo com informações
da Secretaria de Assuntos Estratégicos-SAE (2012) são 104 milhões de pessoas que
viram sua renda melhorar e se estabeleceram de forma definitiva no mercado de
trabalho tendo acesso ao crédito, o que possibilitou uma mudança drástica em seu poder
de consumo. Esse aumento na renda do brasileiro, divulgado no censo do IBGE, para os
anos de 2000 a 2010, mostra que o rendimento médio mensal do brasileiro obteve um
aumento real de 5,5% no período, o rendimento médio real dos homens passou de R$
1.450 para R$ 1.510, de 2000 para 2010, o das mulheres foi de R$ 982 para R$ 1.115.
35
No ranking mundial, o Brasil foi, em 2011, o 4° colocado no número de marcas ficando
atrás somente de países como Coréia do Sul, EUA e China.
A expansão das franquias pelo Brasil fica comprovada com o aumento do número de
unidades, que passou de 56.000, em 2002, para 104.543 unidades, em 2012. Além disso,
em 2012 o Brasil ocupava o 6° do ranking mundial no número de unidades, sendo que a
liderança ficou a cargo dos EUA, com 825.000 unidades.
36
Gráfico 4 Geração de empregos diretos
Observando os dados da ABF (2013) por segmento, o setor de alimentação foi o que
mais cresceu no número de unidades. Passando de 3.989 em 2001, para 16.029 em
2012, registrando um aumento de 302% no período. O que menos cresceu foi o
segmento de Fotografia, Gráfica e sinalização, crescendo 2,41% em 2001, quando eram
encontradas 1907 unidades, passando para apenas 1953 unidades em 2012.
37
São nas regiões Sudeste e Sul que se concentram a maior parte das sedes e unidades de
franquias no Brasil. Os estados do Rio de Janeiro e São Paulo, maiores economias do
país, são onde as franquias mais se desenvolveram. Minas Gerais também possui boa
participação no mercado de franquias, com números parecidos com o Paraná, estado que
se destaca na região Sul. O Paraná supera Minas em quantidades de sedes, porém,
devido a ser o estado com maior número de cidades no Brasil, Minas fica a frente do
Paraná em número de unidades franqueadas. A Tab. 2 mostra a distribuição e
localização das franquias pelo Brasil.
38
Tabela 3
20 maiores redes de franquias em 2012 no Brasil
A ABF (2013) também destacou as franquias que mais faturam atualmente, como pode
ser observado na Tab. 4, com seus respectivos segumentos e a posição em cada um
deles.
Tabela 4
Classificação das franquias líderes de mercado no Brasil
Posiçao/ Segmento 1° 2° 3°
Comparando esta tabela com a Tab. 3, pode-se observar casos como o da franquia
Kumon, que é a líder em número de unidades no setor de educação e treinamento,
porém não aparece na lista das que mais faturam no seu segmento , ficando atrás das
escolas de língua estrangeira. Esse caso acontece também com a Unexpmil, que possui
mais unidades do que a Localiza, porém fatura menos. As franquias nacionais são
maioria entre as líderes de faturamento, apenas as estrangeiras McDonald, Alpha
Gráfics e 5ásec aparecem na primeira posiçao em faturamento.
40
A decisão de participar de um sistema de franquias consiste no dilema que envolve
basicamente a comparação entre autonomia e ''maior sucesso e/ou menor risco''.
Conforme destacam Albuquerque e Andrade (1996), a preocupação para que os ganhos
reais sejam compensatórios em relação à perda de autonomia por parte do franqueado,
resulta numa constante busca de benefícios significativos pelo franqueador, para
justificar os controles exercidos sobre seus franqueados. Essa busca resulta numa
constante inovação.
Obviamente, não basta inovar para ser bem sucedido; mais ainda, a inovação
não é positiva por definição, mas apenas a medida que contribuir para os fins
da organização. Já o não inovar equivaleria a parar no meio de uma corrida
de que participam vários atletas: a ultrapassagem para um concorrente seria
apenas questão de tempo. (Albuquerque e Andrade,1996, p.41)
Galvão (1992) afirma que a sobrevivência em um mercado cada vez mais competitivo
exige uma postura de inovação, pois se o meio externo é turbulento, a única maneira de
se permanecer nele é inovando.
Por último, há necessidade de se fazer o feedback das inovações, para levar o retorno
das informações ao franqueador após os testes realizados no campo. Nesse feedback
estão contidas as críticas ao processo exercidas pelo franqueado, com dados dos
resultados e com sugestões.
41
Por ser o franqueador o coordenador da rede, cabe a ele decidir, planejar e controlar tais
implantações, além de procurar o melhor método para repassar para o franqueado todas
as informações necessárias. Essa transferência de conhecimento entre franqueador e
franqueado é de extrema importância para o sucesso das franquias. No próximo tópico
será mostrado a importância e o funcionamento desse processo.
42
Figura 5 Fluxo de conhecimento em franquias
Este capítulo apresentou definições sobre franquias e mostrou um breve histórico sobre
a evolução desse sistema no Brasil. Tratou-se também de alguns objetivos deste
trabalho, como “apresentar o mercado de franquias e sua evolução no Brasil no período
de 2002 a 2012” e “destacar as vantagens e desvantagens de se obter uma franquia”. No
próximo capítulo será apresentada a pesquisa de campo feita no Ibituruna Shopping
Center e a análise dos dados obtidos para que através deles sejam explicados os demais
objetivos deste trabalho.
16
Apud GIGLIOTTI, Batista Salgado; Transferência de Conhecimento nas Franquias brasileiras; Fundação Getúlio
Vargas. São Paulo 2010
43
CAPÍTULO III ANÁLISE DOS DADOS OBTIDOS NA PESQUISA
DE CAMPO
Neste capítulo são analisados os dados obtidos através da pesquisa de campo aplicada
nas franquias do Ibituruna Shopping Center. Dentre os objetivos visa-se identificar de
que forma as informações dos franqueadores chegam até os franqueados, ou seja, como
ocorre a transferência de conhecimento, além de obter dados referentes ao impacto das
franquias do Ibituruna Shopping Center no mercado de trabalho local.
A segunda parte foi destinada aos que de fato receberam os treinamentos das franquias.
O empresário pode ter feito o treinamento, mas também foi considerado que ele possa
ter escolhido representantes, como gerentes e atendentes, para participarem. O objetivo
desta parte da pesquisa de campo foi saber o nível de dificuldade dos treinamentos e
44
quais os benefícios para a vida pessoal e profissional de quem o recebeu. Os
questionários foram aplicados nas instalações das empresas e também pela internet
através da ferramenta Google Doc’s.
Cosméticos,
Segmento Alimentação Vestuário perfumaria e Viagens Financeiro
beleza.
17
Consulta realizada com o Gerente Denílson da Silva Freitas no dia 10/06/2013.
18
Dados obtidos através da Gerente de Marketing Marcelle Antunes no dia 29/04/2013.
45
Dentre essas franquias apenas a Patrôni Pizze e a Ice Way não participaram da pesqusia
de campo.
100%
90%
90%
80%
80%
70%
70%
60%
60%
50%
50%
40% 82%
40%
73% 30%
30%
20%
20%
27% 10% 18%
10%
0%
0% Sim Não
Sim Não
Gráfico 5 Pesquisados que já eram empresários Gráfico 6 Pesquisados que já possuíam experiência
antes de adquirir a franquia. no segmento da franquia
A pesquisa mostrou que os métodos mais utilizados pelos franqueadores no auxilio aos
franqueados foram a consultoria na escolha do ponto comercial (que ocorreu em 82%
46
dos casos), o acompanhamento intensivo na semana inaugural (73%) e a utilização de
um material de apoio com o passo a passo para a abertura da franquia (73%). (Gráf.
7).
100%
82%
80% 73% 73%
64%
60%
45% 45%
40%
27%
20%
9%
0%
Procurando entender mais como ocorreu a escolha dos entrevistados para se tornarem
franqueados, foi demonstrado no Gráf. 8 que, dentre os pesquisados que atribuíram grau
de relevância às alternativas19, os motivos mais importantes para os franqueados são: a
obtenção de uma marca já consolidada no mercado, a expectativa de maior segurança no
retorno do investimento e a qualidade dos produtos e serviços oferecidos pelas
franquias. Essas questões foram respondidas por 63%, 45% e 73% dos pesquisados
19
Algumas questões poderiam obter mais de uma resposta, visando identificar o grau de relevância de cada. Nestes casos, são
informadas as porcentagens dos participantes que responderam e as respectivas respostas com relação aos graus de relevância
separadamente.
47
respectivamente e todos as consideram “Muito relevante/Relevante” (Graf. 9). Como
citado anteriormente, o apoio oferecido pelos franqueadores também foi destacado
como um dos motivos mais relevantes.
100%
80%
60%
40% 73%
63% 63%
20% 45%
36% 36%
0%
80% 75%
60% 57%
50%50% Muito
43% relevante/
40% Relevante
25%
20%
Pouco
0% 0% 0% relevante/
0% Irrelevante
nto s uia da nto o
iço lida ár i
stime serv fr anq so eg me p res
e / a n o/ s m
in v tos pel r ca
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o do r o du cido a o ram com
e m n a
or n de
p
orn cia nci
ret a de iof r iên eriê
d o e x p
ali ap exp ee
qu de ta d
lt a F al
Fa
Em relação a como se deu a escolha da marca por cada um dos franqueados, identificou-
se através dos Gráf. 10 e 11 que os fatores mais relevantes foram: a marca já conhecida,
48
a qualidade dos produtos e serviços e também o público alvo que eles queriam atingir.
Essas questões foram escolhidas por 36% dos pesquisados e todos as consideraram
“Muito relevante/Relevante”. A opção mais citada pelos pesquisados foi a experiência
do grupo a que elas se filiaram (54%), dentre as respostas 66% consideraram esse fator
muito relevante e 34% pouco relevante.
100%
80%
60%
40%
54%
20% 36% 36% 36% 36% 27% 27%
0%
Gráfico 10. Motivos para a escolha pela franquia: Escolha dos pesquisados
Fonte: Elaboração própria
80%
66% 64% 64%
60% 50%
50%
40% 34% 36% 36%
Muito relevante/
Relevante
20%
0% 0% 0%
0%
Pouco relevante/
Irrelevante
49
As marcas escolhidas são de cinco segmentos diferentes (Gráf. 12), o segmento de
alimentação é o que aparece em maior número (38%), acompanhando o crescimento das
franquias em geral no Brasil, onde o setor de alimentação é que obteve maior
crescimento entre 2001 à 2012, segundo dados da ABF mostrados no capitulo II. Logo
após, aparecem às franquias do segmento de vestuário (31%) e cosméticos e perfumaria
(15%). Os setores de educação e treinamento e o de viagens também tiveram
representantes na pesquisa com 8% cada.
50%
40% 38%
31%
30%
20%
15%
10% 8% 8%
0%
Este tópico mostrou dados referentes aos franqueados, e tratou de um dos objetivos do
trabalho, que é identificar o que foi relevante para a escolha de uma franquia, além
disso, mostrou como a franquia deu a assistência inicial, que configura uma das suas
vantagens, e identificou qual a satisfação dos franqueados por entrarem no mercado de
franquias. A seguir serão discutidos os aspectos relativos ao treinamento fornecido pelas
franquias e seus impactos.
50
3.2.2 Análise dos Dados da Pesquisa com os Participantes do Treinamento.
Através dos dados apresentados neste tópico foi possível verificar outros objetivos deste
trabalho, como identificar quais as facilidades e dificuldades encontradas pelos
franqueados para atingirem o nível de conhecimento exigido pela franquia para se
iniciar o negócio e também os benefícios do treinamento para quem o recebe,
mostrando o impacto deste na mão de obra dos franqueados e do seu segmento.
Esse tópico é relativo à segunda parte do questionário, que foi destinada aos
participantes (colaboradores e/ou proprietários) do treinamento disponibilizado pelo
franqueador com o intuito de repassar a cultura organizacional, as normas e
procedimentos das franquias. De acordo com os Gráf. 13, 73% dos funcionários tiveram
certa dificuldade na realização do treinamento. Em relação ao grau dessa dificuldade ela
foi considerada média por 37%, baixa por 27% e alta por apenas 9% dos participantes
do treinamento. Os demais (27%) relataram que não tiveram nenhuma dificuldade no
treinamento oferecido pelo franqueador.
40%
37%
35%
30%
27% 27%
25%
20%
15%
10% 9%
5%
0%
Alto Médio Baixo Não houve dificuldade
51
dificuldade, e dentre esses a maioria 66%, definiram como sendo Pouco
relevante/Irrelevante esta opção.
100%
80%
60%
40%
54%
20% 36% 36% 27%
0%
100%
80%
80% 75%
66%
60%
50% 50% Muito
relevante/
40% 34% Relevante
25%
20% Pouco
20%
relevante/
Irrelevante
0%
Perguntou-se também sobre quais facilidades foram consideradas mais relevantes neste
processo. Pode-se observar nos Gráf. 16 e 17 que o material didático ser de fácil
compreensão, citado por 45% dos pesquisados, e a equipe do franqueador ser experiente
citado por 63% dos pesquisados, alcançaram 100% na opção Muito relevante/relevante.
A praticidade do treinamento também foi muito destacada pelos pesquisados, dos 63%
52
que consideraram a alternativa como uma facilidade, 86% a definiram como Muito
relevante/relevante.
100%
80%
60%
40%
63% 63%
20% 45%
27%
0%
100% 100%
100%
86%
80%
66%
60%
53
pessoais a opção “Adquiriu novos conhecimentos” e todos estes a definiram como
Muito relevante/Relevante. 54% deram importância para a opção “Não teria acesso a
esse tipo de conhecimento sem não fosse a franquia” dentre esses, 83% a consideraram
Muito relevante/relevante.
100%
80%
60%
40%
54%
20% 36%
0% 9%
0%
100%
80%
60% Muito
relevante/R
100% 100% elevante
40% 83%
54
facilidade em lidar com o público”. Dentre esses, todos as consideraram Muito
relevante/Relevante. 64% dos entrevistados consideraram como benefícios a “Melhora
no currículo” proporcionada pelo treinamento e dentre esses, quase 90% definiram esse
benefício como Muito relevante/Relevante. De fato, os treinamentos e troca de
informações contribuem para a qualificação e experiência profissional dos envolvidos.
100%
80%
60%
40%
54% 54% 63%
20%
0%
0%
100%
80%
60%
100% 100% Muito
40% 86% relevante/Rel
evante
20%
0% 0% 14% 0% 0%
0% Pouco
relevante/Irre
levante
Esses conhecimentos obtidos, que trouxeram os benefícios tanto para a vida pessoal
quanto profissional dos pesquisados poderão ser aplicados em outras situações do
cotidiano. Os pesquisados consideram que poderão usar o conhecimento obtido no
55
treinamento da franquia em outros negócios, mesmo de segmentos diferentes (30%) e
que poderão aplicar o que foi aprendido em qualquer tipo de emprego futuro (30%).
Alguns pesquisados por serem funcionários de franquias de um segmento mais
específico, como a Fitta câmbio (financeiro) e STB (viagens internacionais) consideram
que o conhecimento obtido poderá ser usado apenas em negócios do mesmo segmento
ou somente na própria franquia, como mostra o Gráf. 22.
40%
30% 30%
30%
20% 20%
20%
10%
0%
56
Em todas as franquias foi preciso passar por treinamentos de aprendizagem e
aperfeiçoamento. Os treinamentos utilizados pelos franqueadores ocorrem de várias
maneiras, como pode ser analisado no Gráf. 23. O principal, segundo respostas dos
entrevistados, é o treinamento presencial na própria loja, ocorrida em 73% dos casos.
Com relação ao treinamento virtual e ao treinamento na sede da franquia, onde o
franqueado tem o primeiro contato com a cultura organizacional da empresa, foram
citados com o mesmo percentual (55%).
100%
80%
60%
40% 73%
55% 55%
20% 36%
0%
57
100%
80%
60%
40% 82% 82%
20% 45% 45%
0%
100%
80%
60%
100%
40%
64% 64%
20% 36%
0%
58
Foi observado na pesquisa que o número de pessoas participando dos treinamentos
variou de 1 a 10 pessoas (Gráf. 26), mas na maior parte das franquias a quantidade de
pessoas foi de 3 a 5 participantes (46%).
50%
40%
Gráfico
26.
30%
46%
20%
27% 27%
10%
0%
1a2 3a5 6 a 10
59
100%
80%
60%
40% 82%
20%
18%
0%
Sim Não
80% 80%
60% 60%
44%
40% 33% 40% 78%
20% 20%
11% 11%
11% 11%
0% 0% 0%
0%
Mensalmente Trimestralmente Semestralmente Anualmente
Semanalmente Mensalmente Trimestralmente Semestralmente Anualmente
produtos.
60
100%
100%
80%
60%
40% 33%
20% 11%
0%
vendedores/atendentes colaboradores da linha de produção gerência/ área financeira
Como foi verificado anteriormente, 82% das franquias pesquisadas recebem novos
treinamentos, e em quase 70% dessas existe um ou mais responsáveis por transferirem
os novos conhecimentos adquiridos nos treinamentos para o restante da equipe. A
escolha dentre os pesquisados por quem será o responsável por repassar esses novos
conhecimentos aos outros membros da equipe ocorreu, como pode ser analisado no
Gráf. 31, pelo critério de ser sócio (43%), por ser o colaborador que atuará na área de
atendimento ao cliente (43%) ou por ser o colaborador mais participativo (14%).
50%
40%
30%
20% 43% 43%
10% 14%
0%
61
Outro aspecto observado é que dentre esses responsáveis a maioria possui ensino
superior (50 %), mas há também os que possuem pós-graduação (33%) e ensino
médio/curso técnico (17%). O Gráf. 32 mostra essas informações.
100%
80%
60%
40%
50%
20%
33%
17%
0%
Pós-graduação Ensino Superior Ensino médio/ Curso Técnico
62
nas demais se verificou que a qualificação mais cobrada é ter ensino médio/curso
técnico (55%), como mostra o Gráf. 33.
60%
50%
40%
30%
55%
20%
27%
10%
9% 9%
0%
70%
60%
50%
40%
66%
30%
20%
30%
10%
4%
0%
Pós-graduação Ensino Superior Ensino médio/ Curso Técnico
63
Para finalizar o questionário foi perguntado aos pesquisados se eles consideram ter
recebido todas as informações adequadas e suficientes para o seu negocio, a satisfação
com a franquia ficou mais uma vez evidente nessa questão, onde apenas um
entrevistado disse não ter recebido essas informações. Para esse franqueado faltou uma
consultoria na primeira compra realizada, o que fez com que ele comprasse produtos em
excesso.
100%
80%
60%
91%
40%
20%
9%
0%
Sim. Não.
Com as informações apresentadas neste tópico foi possível alcançar o principal objetivo
desta pesquisa que é mostrar como ocorre o processo de transferência de conhecimento
para os franqueados. Verificou-se que vários métodos são utilizados nesse processo e a
comunicação entre franqueador e franqueado ocorre também de diferentes maneiras
principalmente, através da internet. Destacou-se com que frequência os franqueados
64
recebem novos treinamentos e informações sobre produtos e promoções, sendo
constatado que ocorrem trimestralmente e mensalmente em sua maioria,
respectivamente. Foi possível também identificar quantos colaboradores participaram
dos treinamentos e quantos empregos são gerados pelas franquias pesquisadas, além de
identificar a qualificação desses colaboradores. Diante destes dados, a seguir serão
feitas algumas considerações finais sobre este estudo.
65
4. CONCLUSÃO
Este processo nas franquias estudadas se deu por mecanismos como reuniões
presenciais, virtuais, visitas e treinamentos, e também de maneira indireta, através de
manuais, cartas e e-mails, que como citado por Windsperger (2007) no capitulo II são
os mecanismos mais utilizados.
No capitulo dois foram abordados dois objetivos deste trabalho. Um visava “apresentar
o mercado de franquias e sua evolução no Brasil no período de 2002 a 2012”, que pode
ser alcançado através dos dados fornecido pela ABF (2012). Tais dados mostraram um
grande crescimento em número de redes, lojas, geração de empregos, faturamento e que
a expansão do número de shoppings acompanharam este crescimento. O outro objetivo
alcançado pelo capítulo foi o de “destacar as vantagens e desvantagens de se obter uma
franquia”. Segundo estudiosos como Padilha (2010), adquirir uma franquia possui
desvantagens que podem ser o pagamento de taxas, autonomia parcial e localização
forçada. Assim como vantagens que são, plano de negócios, ter uma marca já conhecida
e assistência permanente. Algumas dessas vantagens foram confirmadas na seção 3.2.1
66
do capítulo III, quando foram destacados os tipos de apoio oferecidos pelo franqueador
ao franqueado.
Esse apoio fornecido aos franqueados explicou outro objetivo do trabalho, que foi saber
os “motivos que levaram os franqueados a adquirirem uma franquia”. Os motivos que
tiveram maior relevância na pesquisa ( como discutido no capítulo III) são também as
vantagens de se adquirir uma franquia, como o apoio fornecido pelo franqueador, a
marca já consolidada no mercado e a qualidade de produtos e serviços.
No capítulo III também pôde ser mostrado outro objetivo do trabalho, que foi
“identificar as facilidades e dificuldades encontradas pelos franqueados para atingirem
o nível de conhecimento exigido pela franquia”. Em sua maior parte foi verificado que
não houve muita dificuldade por parte dos participantes dos treinamentos e mesmo
quando elas existiram se deram pelo fato de estarem recebendo um conhecimento
totalmente novo.
Apesar deste estudo ter alcançado seus objetivos, considera-se que o tema ‘franquias’
tenha ainda muito a ser pesquisado. Desta forma, sugere-se que possa ser usado como
67
base para outras pesquisas com um universo maior, envolvendo as franquias do Montes
Claros Shopping, as que estão espalhadas pela cidade, bem como as existentes na região
Norte de Minas, podendo assim obter informações que mostrem com mais precisão o
impacto do sistema de franquias no comércio, na geração de empregos e na qualificação
da mão de obra local.
68
5. REFERÊNCIAS
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69
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70
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de Pós-Graduação em Administração, ANPAD, cd-rom. 2003.
71
APÊNDICE – PROJETO DE PESQUISA
PROJETO DE MONOGRAFIA
MONTES CLAROS
Abril, 2013
72
ALEX OLIVEIRA BARCELOS
MONTES CLAROS
Abril, 2013
73
Sumário
1. Tema ..............................................................................................................74
2. Problema ..................................................................................................75
3. Objetivos ..............................................................................................................76
3.1Geral.......................................................................................................................76
3.2 Específicos.............................................................................................................76
4. Hipóteses..................................................................................................................77
5. Justificativa..............................................................................................................78
6. Fundamentação Teórica.........................................................................................79
7.Metodologia ...................................................................................................89
8.Cronograma ...................................................................................................90
11 . Referências ...................................................................................................93
74
1. Tema
Franquias em Montes Claros: Uma análise sobre transferência de conhecimento
75
2. Problema
76
3. Objetivos
3.1Geral
3.2 Específicos
77
4. Hipóteses
78
5. Justificativa
A justificativa para a pesquisa sobre franquias é o grande crescimento obtido por este
mercado, que tem superado o do Produto Interno Bruto (PIB) nos últimos dez anos.
Segundo dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), de 2002 a 2012 o
faturamento saltou de R$ 25.000.000 para R$ 88.000.000, o número de redes aumentou
de 600 no ano de 2002 para 2031 atualmente, e o setor gera mais de 837.000 empregos
diretos.
A cidade de Montes Claros foi eleita a 74ª melhor cidade para se abrir uma franquia no
Brasil, em um estudo da empresa de consultoria Rizzo Franchise. Assim, esta
monografia focará no mercado de franquias em Montes Claros, partindo do estudo de
franquias nos shoppings da cidade. Para tanto, visa-se identificar como se dá a
transferência de conhecimento entre o franqueador e o franqueado, que tipo de
treinamento e mão de obra precisam ter os franqueados e o motivo pelo qual levaram os
investidores a entrarem nesse mercado.
79
6. Fundamentação Teórica
A concorrência e a competitividade têm se tornado cada vez mais presentes no dia a dia
das empresas, desta forma, a inovação organizacional passou a ser necessidade contínua
e fundamental ao desenvolvimento destas. Sua importância deve-se, principalmente, ao
fato de que frente aos cenários de intensa competição e de mudanças rápidas e
contínuas, as empresas precisam criar novas e melhores maneiras de responder aos
desafios e problemas da realidade organizacional, conforme comentários de Rodrigues e
Silva 20(1998).
[...]o agente econômico que traz novos produtos para o mercado por meio de
combinações mais eficientes dos fatores de produção, ou pela aplicação prática
de alguma invenção ou inovação tecnológica.
(Costa, 1997, p. 8)
20
.Apud Marchioreto, F; Bortolança, J. U. Internacionalização de franquias. Capivari/SP 2011
80
Para Schumpeter [1926(1997)] o empresário é o responsável pelas inovações e isso o
distingue do administrador rotineiro, aquele que não é capaz de perceber as
oportunidades que aparecem. Ele conta com, uma espécie de ‘monopólio temporário’,
assim aufere um lucro que atrairá outros a segui-lo. Imitá-lo.
Pereira (1992) concorda com a opinião de Schumpeter nessa distinção, mas sinaliza que
houve um excesso na restrição do conceito de empresário por parte de Schumpeter, por
considerar que aquele que imita de forma bem sucedida, pode também ser considerado
um empresário desde que sua imitação represente uma inovação para sua empresa.
21
Apud ARRUDA, Lucas Vilas Boas; Analise da transferência de conhecimento: um estudo multicaso em redes
brasileiras de franquias de alimentação; Fundação Getúlio Vargas; SP; 2010.
81
• Integração– a integração tem início quando o receptor atingiu o nível esperado de
desempenho na utilização do conhecimento recebido, sendo que o uso desse novo
conhecimento transforma-se em parte da rotina. Com o passar do tempo, o receptor cria
uma historia de uso desse conhecimento, com significados, comportamentos, ações e
atores familiares ao seu meio. Essa nova rotina facilita a coordenação de atividades,
tornando os novos comportamentos estáveis, previsíveis e fáceis de entender. Essas
novas práticas tornam-se institucionalizadas, fazendo parte dos objetivos e da realidade
da organização.
Para Cobra (1992), franchising ou franquia, se opõe ao varejo em geral, pois é uma loja
especializada que só pode operar com licença da franqueadora. Afirma ainda, que esse
82
sistema é apenas uma forma de comércio que funciona após contrato firmado, seja ele
para uso da marca, de uma linha de produtos ou de serviços, que deve trabalhar de
acordo com as exigências de funcionamento impostas pelo franqueador.
Independente da forma como pode ser compreendida, deve-se destacar que o sistema de
franquias se desenvolveu a partir de soluções encontradas por empresários em respostas
aos problemas que enfrentavam em seus negócios. De acordo com Ribas (2006) o
termo “Franquia”, teve origem em 1850, nos Estados Unidos, quando a empresa Singer
Sewing Machine Company, fabricante de máquinas de costura, propôs a comerciantes
independentes que se dispusessem seguir algumas regras, ter suas lojas denominadas
Singer, bem como ter vantagens comerciais na distribuição de seus produtos. Isso levou
os empresários a procurarem a colaboração dos comerciantes de outras localidades do
país, dando início assim, a verdadeira essência do sistema de Franquias.
Por outro lado, Mauro (2007) afirma que o Franchising teve seu início na Igreja
Católica, que conseguiu montar uma organização mundial sob o comando central do
Vaticano. A Igreja chega a bilhões de seguidores nos padrões originais, tendo como
manual a Bíblia, cobra royalty (dízimo), e possui o logotipo mais conhecido do mundo,
a cruz. Como franqueados estão os padres, cujo treinamento é bastante profundo, e,
cada paróquia tem sua própria região para trabalhar.
Nos EUA, de acordo com Leite (1991), os milhares de ex combatentes que voltaram
para os Estados Unidos após a Segunda Guerra, com o sonho de abrirem seus próprios
negócios, foram muito importantes para o crescimento do mercado de franchising
americano que ganhou força a partir de 1950.
83
No Brasil, de acordo com a tabela “Evolução do Sistema – Breve Resumo”, da
Cartilha – O que é Franquia (Mistério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior do Governo Federal – 2005) as franquias só começaram a dar sinal de
movimento em meados da década de sessenta, com a Yázigi, CCAA e poucas outras. Já
uma década depois, em 1970, houve um maior interesse sobre o assunto, com as marcas
Ellus, Água de Cheiro, O Boticário, dentre outras, mas foi na década de oitenta que o
Franchising “explodiu” no Brasil, com a criação da ABF (Associação Brasileira de
Franchising) e a globalização crescendo cada vez mais.
As franquias são uma evolução dos canais de distribuição que deram certo.
Enquanto os canais convencionais representam a ineficiência e os conflitos
crescentes, as franquias representam a integração, perpetuidade e socialização dos
resultados da rede, conforme comenta Mauro (2007).
Ainda segundo Mauro (2007) o sistema de franquias tem sempre duas figuras
participantes do sistema. A empresa que se propõe a implantar uma rede para
distribuição de produtos ou serviços, que é denominada Franqueador; e a Pessoa
Física ou Jurídica, o Franqueado, que se propõe a implantar a unidade de
distribuição, de acordo com os padrões definidos pelo franqueador. A primeira
característica do sistema é que ele tem definições diferentes, do ponto de vista do
franqueador ou do fraqueado, como pode ser observado nas fig. 1 e 2.
84
Figura 1 – Franchising do ponto de vista do Franqueador
Fonte: MAURO (2007, p.17).
Observa-se que, do ponto de vista do franqueador, o sistema de franquia define-se
com um meio de rápido crescimento da sua marca, com menos recursos financeiros
empregados e administração mais simples.
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Já do ponto de vista do franqueado, o sistema de franquias é uma maneira de ter seu
próprio negócio tendo um apoio de uma empresa já consolidada em seu mercado,
diminuindo assim os riscos que envolvem o negócio. O sistema de franquia proporciona
a interação entre o franqueador e o franqueado no atendimento ao consumidor e no
combate à concorrência.
Há diferentes tipos de franquias, como apresenta Mauro (2007), elas podem ser
segmentadas por: tipo de segmentação do canal, tipo de negócio, tipo de ponto
comercial, tipo de natureza dos serviços prestados pelo franqueador, processo de
expansão da rede e pelo tipo de remuneração recebida pelo franqueador.
SEGMENTO OPÇOES
Pelo tipo de participação do canal Distribuição de produtos
Prestação de serviços
Social
Pública
Varejo
Industrial
86
Para o autor a mais importante é a segmentação de acordo com a natureza dos serviços
prestados pelo franqueador à rede franqueada, pois representa uma evolução no sistema
de franchising.
De acordo com as informações do SEBRAE (2008) quem adquirir uma franquia já entra
no mercado com uma marca já existente, com produtos já conhecidos e testados no
mercado, as máquinas e matérias de trabalho já são especificadas e a instalação já vem
previamente estabelecida para deixar o melhor ambiente para as vendas do franqueado.
Além disso, o franqueado recebe o apoio administrativo do franqueador, o que auxilia
na gestão do negócio, pois o pequeno empreendedor segue um pleno de negócios que o
ajuda a prever fatos político-sociais e econômicos que podem afetar sua franquia.
87
propaganda. Além disso, existe a vantagem relacionada aos preços obtidos por uma
central de compras da rede e ao investimento nos ativos fixos, como máquinas,
equipamentos e instalações, que também acabam sofrendo uma redução pela quantidade
necessária.
88
Fig. 3 Vantagens e Desvantagens do Franchising.
Fonte: PADILHA et al. (2010)
Como mostrado na fig. 3, a escolha por uma franquia tem seus prós e contras tanto para
o franqueador quanto para o franqueado, por isso, é necessário que os interessados em
tornar seu negócio uma franquia (ou adquirir uma franquia já existente), estudem essas
vantagens e desvantagens para saber se o seu perfil se enquadra no perfil de um
franqueador ou de um franqueado.
89
7. Metodologia
A metodologia para realização da pesquisa pretendida pelo presente estudo irá consistir
em um levantamento bibliográfico, cujas informações serão coletadas em livros, artigos
científicos, documentos e fontes eletrônicas. Também serão coletados alguns dados
técnicos associados a pesquisas bibliográficas, que servirão de base à análise do tema
proposto.
A pesquisa documental também será utilizada neste trabalho. De acordo com GIL,
(2002) consiste na coleta de informações a partir de documentos existentes sobre o
tema. O documento analisado será a Lei n° 8.955 de 15 de dezembro de 1994 que
discorre sobre franquia empresarial, obtida através do
site.<http://www.leidireto.com.br/lei-8955.html>, em 28 de fevereiro de 2011.
Por fim, será utilizada a pesquisa de campo que de acordo com Franco (1985:35), a
pesquisa de campo procede à observação de fatos e fenômenos exatamente como
ocorrem no real, à coleta de dados referentes aos mesmos e, finalmente, à análise e
interpretação desses dados, com base numa fundamentação teórica consistente,
objetivando compreender e explicar o problema pesquisado. Essa pesquisa ocorrerá no
Shopping Ibituruna, a técnica utilizada será a aplicação de um questionário nas 13
franquias do shopping, a fim de obter opiniões, informações e expectativas referentes ao
tema proposto. O questionário foi estruturado com 37 questões divididas em dois
grupos. O primeiro grupo direcionado para o empresário e o segundo grupo direcionado
para o responsável por receber o treinamento do franqueador.
90
8. Cronograma
CRONOGRAMA 2012
Atividades J F M A M J J
A E A B A U U
N V R L I N L
Escolha do tema X
Entrega do projeto x x
Pesquisa documental x x x
Pesquisa de campo x x
Elaboração preliminar do texto x x x
Digitação x
Revisão do texto x x
Redação final x x
Entrega e apresentação final X
9. Plano de Estudo
91
Introdução.
Conclusão
10. Orçamento
MATERIAL DE CONSUMO
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Despesas Quantidade Unidade Vr. UnitárioVr. Total
_____________________________________________________________________
Total R$ 115.00
______________________________________________________________________
RECEITAS
93
11 . Referências
ALBUQUERQUE LG, ANDRADE MMT. A Inovação em uma Rede de Franchising: Estudo do Caso
Yázigi. Revista de Administração. São Paulo, volume 31, número 2, páginas 40-49, abril/junho de 1996.
MAURO PC. Como desenvolver marcas mundiais, Guia do Franqueador São Paulo/ SP. Editora Nobel.
2007.
PADILHA ACM, SEVERO AS, MELLO FG, MATTOS P, SLUSZZ T. Estratégia de franchising : as
vantagens e as Desvantagens deste tipo de negócio na perspectiva Do franqueador; Estudo & debate,
Lajeado, v. 17, n. 2, 2010.
RIBAS J. Por dentro de uma Franquia. Caxias do Sul/RS. Editora Maneco. 2006.
RODRIGUES LDM, SILVA RL . Mas afinal, como Influenciar a Criatividade nas Organizações?. Artigo
do Caderno de Pesquisa em Administração. Volume 1, número 7, 2º trimestre de 1998. São Paulo, 1998.
SCHUMPETER JÁ. Os Economistas, Teoria do Desenvolvimento Econômico, Nova Cultura, São Paulo,
1997.
SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), categoria: Quero abrir um
negócio, 2008. <www2.rj.sebrae.com.br/boletim/franquia-vantagens-e-desvantagens>
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ANEXOS
Anexo I.
CARTA DE APRESENTAÇÃO
O objetivo deste estudo é identificar informações sobre a franquia e o franqueado, com foco na
qualificação dos colaboradores. As questões apresentadas são objetivas e não há perguntas sobre
faturamento ou informações confidenciais.
Os pesquisadores envolvidos se comprometem a manter as respostas em sigilo, uma vez que, os dados
serão apresentados em conjunto, sem identificação individual.
Ao final do trabalho será enviada uma cópia para administração do Shopping e para cada franqueado.
Cordialmente,
95
ANEXO II
INSTRUÇÕES: Este questionário é um instrumento que visa identificar informações sobre a franquia e o
franqueado, com foco na qualificação dos colaboradores. As questões são objetivas, com algumas
contando com a opção "cite" ou mesmo deixando espaço para demais considerações. A pesquisa visa
entrevistar o empresário e o colaborador que passou por algum tipo de treinamento, caso isto tenha
ocorrido. Destaca-se que não há perguntas sobre faturamento ou informações confidenciais. Os
pesquisadores envolvidos neste pesquisa se comprometem a manter as respostas em sigilo, uma vez que,
os dados serão apresentados em conjunto, sem identificação individual. Contamos com sua colaboração e
participação.
Atenciosamente,
2. O que o motivou a associar-se a uma franquia? Caso tenha mais de uma resposta, enumere-as por
grau de relevância sendo: 1-Muito relevante/ 2-Relevante/ 3-Pouco relevante/ 4-Irrelevante.
( ) Maior segurança no retorno do investimento
( ) Garantia de qualidade de produtos / serviços
96
( ) Maior facilidade devido ao apoio fornecido pela franquia
( ) Escolha foi devido a marca consolidada
( ) Falta de experiência no ramo/segmento
( ) Falta de experiência como empresário
( ) Outros. Cite___________________________________
3. Por que a escolha por esta franquia?
Caso tenha mais de uma resposta, enumere-as por grau de relevância sendo: 1-Muito relevante/
2-Relevante/ 3-Pouco relevante/ 4-Irrelevante
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( )Dificuldade de manter a empresa, questões que podem ocorrer em qualquer tipo de negócio,
mesmo os que não são franqueados
( ) Outros. Cite____________________________
10. Qual a quantidade de empregos diretos gerados pela sua franquia? _______________
11. Qual a qualificação necessária para trabalhar na sua franquia? Poderá assinalar mais de uma
opção, caso haja mais de um tipo de qualificação, em função de atividades diferentes, ou cargos
diferentes.
( ) Pós-graduação
( ) Ensino Superior
( ) Ensino médio/ Curso Técnico
( ) Ensino fundamental
( ) Não é necessário exigir qualificação
( ) Outra. Cite________________________________________
98
Pós-graduação ___
Ensino Superior ___
Ensino médio/ Curso Técnico ___
Ensino fundamental ___
Ensino Fundamental incompleto ___
18. Com que frequência sua equipe (ou pelo menos um membro dela) recebe treinamentos?
( ) Mensalmente
( ) Trimestralmente
( ) Semestralmente
( ) Anualmente
( ) Só recebeu quando iniciou a franquia
( ) Outros. Cite
99
19. Com que frequência sua equipe (ou pelo menos um membro dela) recebe informações sobre
lançamentos de produtos ou serviços, promoções etc.?
( ) Mensalmente
( ) Trimestralmente
( ) Semestralmente
( ) Anualmente
( ) Só recebeu quando iniciou a franquia
( ) Outros. Cite___________________________________________________
21. Que tipo de cargo/função têm treinamentos mais frequentes ofertados pela franquia:
( ) vendedores
( ) atendentes/caixas
( ) colaboradores da linha de produção
( ) gerência/ área financeira
( ) nenhuma
( ) todas
22. Há algum responsável para repassar o conhecimento adquirido aos novos colaboradores?
( ) Sim
( ) Não. Seguir para a pergunta nº 26
24. Que critério(s) utiliza para determinar quem será o responsável por participar dos treinamentos e
repassar os conhecimentos da franquia para novos colaboradores?
100
Caso tenha mais de uma resposta, enumere-as por grau de relevância sendo: 1-Muito relevante/
2-Relevante/ 3-Pouco relevante/ 4-Irrelevante.
( ) Ser sócio
( ) Colaborador com curso superior
( ) Colaborador que atuará na área de atendimento ao cliente
( ) Colaborador mais participativo
( ) Colaborador que já havia trabalhado com a empresa
( ) Outros. Cite_____________________________________
25. Você proporia mudanças no processo de transferência de conhecimento efetuado pela franquia?
(Considera-se como transferência de conhecimento todo tipo de treinamento ou conhecimento
que é repassado pela franquia, mesmo que seja através do site, informativos, materiais etc)
( ) Sim. Cite:________________________________
( ) Não.
26. Você considera ter recebido da franquia todas as informações adequadas e suficientes para iniciar
seu negócio?
( ) Sim. Seguir para a pergunta nº 28
( ) Não.
28. Você tem contribuído (ou já contribuiu) com a franquia enviando sugestões?
( ) Sim.
( ) Não.
29. Analisando sua decisão de associar-se a uma franquia. Hoje você teria feito algo diferente?
( ) Sim.
( ) Não. Seguir para a pergunta nº 31
31. Caso tenha alguma sugestão, comentário ou crítica sobre esta pesquisa utilize o espaço abaixo:
101
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
Agradecemos sua atenção e reforçamos que nos comprometemos a manter suas respostas em sigilo.
Os dados só serão apresentados em conjunto, sem identificação individual.
2. Que tipo de dificuldade você encontrou para absorção do conhecimento dado pela franquia?
Caso tenha mais de uma resposta, enumere-as por grau de relevância sendo: 1-Muito relevante/
2-Relevante/ 3-Pouco relevante/ 4-Irrelevante
3. Que tipo de facilidade encontrou ao participar do treinamento? Caso tenha mais de uma resposta,
enumere-as por grau de relevância sendo: 1-Muito relevante/ 2-Relevante/ 3-Pouco relevante/
4-Irrelevante
4. Depois do treinamento você considera que no que diz respeito a sua vida pessoal:
102
Caso tenha mais de uma resposta, enumere-as por grau de relevância sendo: 1-Muito relevante/
2-Relevante/ 3-Pouco relevante/ 4-Irrelevante.
5. Que tipo de influência este treinamento trouxe para sua vida profissional:
Caso tenha mais de uma resposta, enumere-as por grau de relevância sendo: 1-Muito relevante/
2-Relevante/ 3-Pouco relevante/ 4-Irrelevante.
Agradecemos sua atenção e reforçamos que nos comprometemos a manter suas respostas em sigilo.
Os dados só serão apresentados em conjunto, sem identificação individual.
103