Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PIRACICABA-SP
Psicólogo
AG002-19
Todos os direitos autorais desta obra são protegidos pela Lei nº 9.610, de 19/12/1998.
Proibida a reprodução, total ou parcialmente, sem autorização prévia expressa por escrito da editora e do autor. Se você
conhece algum caso de “pirataria” de nossos materiais, denuncie pelo sac@novaconcursos.com.br.
OBRA
Psicólogo
AUTORES
Língua Portuguesa - Profª Zenaide Auxiliadora Pachegas Branco
Matemática - Profº Bruno Chieregatti e João de Sá Brasil
Política de Saúde - Profª Silvana Guimarães e Jaqueline Lima
Conhecimentos Específicos - Profª Fabianne Cristina S. gonçalves e Silvana Guimarães; Ana Maria B. Quiqueto
PRODUÇÃO EDITORIAL/REVISÃO
Elaine Cristina
Leandro Filho
DIAGRAMAÇÃO
Thais Regis
Renato Vilela
CAPA
Joel Ferreira dos Santos
www.novaconcursos.com.br
sac@novaconcursos.com.br
APRESENTAÇÃO
PARABÉNS! ESTE É O PASSAPORTE PARA SUA APROVAÇÃO.
CURSO ONLINE
PASSO 1
Acesse:
www.novaconcursos.com.br/passaporte
PASSO 2
Digite o código do produto no campo indicado
no site.
O código encontra-se no verso da capa da
apostila.
*Utilize sempre os 8 primeiros dígitos.
Ex: JN001-19
PASSO 3
Pronto!
Você já pode acessar os conteúdos online.
SUMÁRIO
LÍNGUA PORTUGUESA
MATEMÁTICA
POLÍTICA DE SAÚDE
CONHECIMENTOS ESPECIFICOS
1
3 O psicólogo clínico (psicoterapeuta) é um outro ,
com o olhar e a perspectiva de um outro, o que lhe
ajudará ver a sua vida de um modo diferente, lhe
EXERCÍCIO COMENTADO
fazer perguntas diferentes, ajudá-lo a perceber as
coisas de um ângulo que você não tinha visto an- 1.(VUNESP - 2015 - Prefeitura de São José dos Cam-
tes e nem suspeitava ser possível. Assim, a psico- pos - SP - Analista em Saúde – Psicólogo) Um psicólo-
terapia faz você parar para refletir sobre a própria go foi convocado a realizar a avaliação diagnóstica de um
vida e seu funcionamento mental. Parar, observar adolescente de 14 anos. Ao realizar a primeira entrevista
e refletir permite muitas mudanças de orientação, com o adolescente, o psicólogo deve ter em mente que:
sentido, rumo e aprofundamento da experiência
de vida. a) a tarefa primordial do avaliador é a de propiciar um
4 O psicoterapeuta conhece teorias psicológicas que clima receptivo, a fim de encorajá-lo a discorrer livre-
mente sobre seus problemas.
ajudam na compreensão do que ocorre com você,
b) o uso de perguntas, esclarecimentos e assinalamentos
auxiliam a identificar o que pode estar errado em
pode se tornar uma estratégia perigosa, pois inibe a
sua vida, a direção que você está seguindo e as
livre expressão do paciente.
mudanças de rumo necessárias. A partir de seu c) as interpretações devem ser abundantes, para eliminar
conhecimento, o psicólogo pode apontar o que as ansiedades paranoides que caracterizam essa etapa
olhar, como olhar e o que fazer com o que se do desenvolvimento.
descobre, para que estas descobertas possam ser d) o silêncio não deve ser rompido, para que o adoles-
construtivas em sua vida. cente demonstre claramente que é capaz de vencer as
5 O psicoterapeuta conhece métodos de investiga- suas resistências iniciais.
ção que tornam possível descobrir aspectos da sua e) o uso de materiais gráficos para facilitar a expressão
personalidade que seriam inacessíveis a uma ob- de conteúdos não é recomendável, porque infantiliza
servação não treinada ou a uma conversa comum. o paciente avaliado.
Há um amplo espectro de técnicas de investigação
psicológica que permitem esclarecer problemas de Resposta: Letra A. O papel do Psicólogo é manter
modo extremamente eficaz. um clima acolhedor para seu paciente, despertando
6 O psicoterapeuta domina técnicas terapêuticas que sua confiança e o encorajando a falar sobre o que lhe
ajudam a realizar mudanças psicológicas. trouxe àquela consulta.
7 O psicoterapeuta está preparado para te compre-
Referências: Scarpato, Artur. Uma Introdução a Psi-
ender a partir do vínculo que você estabelece com
coterapia. Disponível em: <http://psicoterapia.psc.br/
ele, das respostas emocionais que você suscita
mais/psicoterapia/introducao-psicoterapia/>
nele. Em seu treinamento ele afinou a si mesmo
BARROS, P. PORCHAT, I. Ser Terapeuta: Depoimentos.
como instrumento de trabalho para reconhecer 5ª ed. SP: Summus, 2006.
pequenas nuances do que você mostra na relação MACEDO, Mônica Medeiros Kother; FALCAO,
com ele (e consequentemente com “os outros”) e Carolina Neumann de Barros. “A escuta na psica-
assim poder compreender seus modos de vincula- nálise e a psicanálise da escuta”. Psychê, São Pau-
ção e suas dificuldades nos relacionamentos. lo , v. 9, n. 15, jun. 2005 . Disponível em: http://
“Fazer psicoterapia é trabalhar com intimidades. E ser pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pi-
terapeuta é busca em si o desprendimento para se fazer d=S1415-11382005000100006&lng=pt&nrm=iso>.
testemunha solitária do que de mais íntimo as pessoas
trazem consigo. E desta forma catalisar o encontro e
a autenticação do si mesmo que existe em cada ser. PSICOTERAPIA DE GRUPO
Autenticidade existente e constituída em ser si mesmo.
E no entanto dependente da alteridade. Porque social.
Porque revelado a si mesmo pelo testemunho solidário.
(BARROS, PORCHAT, 2006, pág. 10) Da mesma forma como há, na Química, uma relação
entre átomo e molécula, no campo das relações huma-
“Um chega com palavras que demandam um desejo nas há uma interação e comunicação entre indivíduos e a
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
2
culturas, a família, no qual o bebê convive com os pais, - Dois planos de processamento do campo grupal:
avós, irmãos, babá, enfim, e, a seguir, passando por cre- Intencionalidade consciente e Interferência de fa-
ches e escolas. Tais agrupamentos vão se renovando e tores inconscientes. O primeiro é denominado por
ampliando na vida adulta, com a constituição de novas Bion(1965) como grupo de trabalho, e o segundo
famílias e de grupos associativos, esportivos, profissio- chama-se de supostos básicos, regidos por desejos
nais e sociais. reprimidos ansiedades e defesas, e pode se confi-
O grupo tanto define concretamente, um conjunto de gurar como elementos de dependência grupal, ou
três pessoas ( para muitos autores, uma relação bipessoal de luta e fuga contra os medos emergentes. É claro
já configura um grupo), como também uma família, uma que na prática, esses dois grupos não são rigida-
turma de formação espontânea, uma formação artificial mente estanques, pelo contrário, entre eles costu-
de grupos como é o caso de uma classe de escola. ma haver uma certa superposição e uma flutuação.
Por agrupamento entendemos um conjunto de pes- - Neste campo grupal, sempre se processam fenô-
soas que convivem partilhando um mesmo espaço e que menos como os de resistência e contra-resistência,
guardam entre si uma certa relevância de inter-relacio- transferência e contratransferência e processos
namento e uma potencialidade em virem a se constituir identificatórios.
como grupo propriamente dito. Um exemplo simples se- - Uma presença permanente, manifesta , disfarçada
ria a fila de espera de um ônibus. ou oculta, de pulsões – libidinais, agressivas e nar-
císicas – que se manifestam sob a forma de ne-
Requisitos que caracterizam um grupo: cessidades, desejos, demandas, inveja e seus de-
rivados.
O que, então, caracteriza um grupo propriamente - Da mesma forma, no campo grupal circulam ansie-
dito? É quando o mesmo, quer seja de natureza operativa dades – a qual pode ser de natureza persecutória,
ou terapêutica, vier preencher algumas condições depressiva, de aniquilamento, perda de amor ou
básicas, como as seguintes: castração, que resultam tanto dos conflitos inter-
- Um grupo não é um mero somatório de indivíduos, nos quanto das frustrações impostas pela realida-
pelo contrario, se constitui como uma nova entida- de externa. Um tipo de defesa que deve merecer
de, com leis e mecanismos próprios e específicos. uma atenção especial por parte do coordenador
Podemos dizer assim, que todo indivíduo se com- do grupo é a que diz respeito ás diversas formas
porta como um grupo, e todo grupo se comporta de negação de certas verdades penosas.
como se fosse uma individualidade. - Jogo ativo de identificações: tanto as projetivas
- Todos os integrantes de um grupo estão reunidos quanto as introjetivas, ou até mesmo as edesivas.
em torno de uma tarefa ou de um objetivo em co- - Comunicação nas suas múltiplas formas de apresen-
mum. tação, as verbais e as não verbais, apresenta um
- O tamanho do grupo não pode exceder o limite que aspecto de especial importância na dinâmica do
ponha em risco a indispensável preservação da co- campo grupal.
municação, tanto visual quanto auditiva, a verbal e - Desempenho de papéis, como por exemplo, o bode
a conceitual. expiatório, é uma excelente fonte de observação e
- Deve haver um enquadre (setting) e o cumprimen- manejo por parte do coordenador do grupo.
to das combinações nele feitas. Assim além de ter - Vínculos de amor, ódio, conhecimento e reconheci-
objetivos definidos, o grupo deve levar em conta mento no campo grupal.
regras nele feitas. - O campo grupal se constitui como uma galeria de
- Grupo é uma unidade que se manifesta como uma espelhos, onde cada um pode refletir e ser refleti-
totalidade, de modo que, tão importante como o do pelos outros.
fato de se organizar a serviço de seus membros, é - Apesar de todos os avanços teóricos, como incre-
também recíproca disso. mento de novas correntes do pensamento grupa-
- É inerente à conceituação de grupo a existência en- lístico, ainda não se pode proclamar que a ciência
tre seus membros de uma interação afetiva, a qual da dinâmica do campo grupal já tenha encontrado
costuma ser de natureza múltipla e variada. plenamente sua autêntica identidade, as suas leis e
- Em todo grupo coexistem duas forças contraditórias referenciais próprios e exclusivos.
permanente em jogo: uma tende a sua coesão, e a - É necessário fazermos uma distinção entre a simples
outra a sua desintegração. emergência de fenômenos grupais e aquilo que se
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
3
A psicologia dispõe de três métodos básicos, através
#FicaDica dos quais se desenrola toda a sua prática. São eles: o
comportamental, o psicanálitico e o fenomenológico.
Ao contrário da psicoterapia individual, Na ludoterapia estes métodos também são aplicados.
o terapeuta no grupo está situado lado a No método comportamental, que tem no seu bojo os
lado e no meio dos pacientes, tornando-se princípios positivistas, a terapêutica vai ocorrer através da
um membro do grupo. sistematização das contingências de reforço, frente aos
comportamentos desadaptados de uma dada criança. A
partir de tal sistematização a criança vai reaprender os
comportamentos, que se tornarão adaptados.
Na prática psicanalítica o processo terapêutico só
EXERCÍCIO COMENTADO ocorrerá de fato com a transferência. Esta constitui
a essência do método psicanalítico, que tem como
1. (TJ-PR - 2013 - TJ-PR – Psicólogo) Uma das modali- fundamento a interpretação a partir de seus princípios
dades de trabalho do psicólogo diz respeito à condução e axiomas teóricos. A interpretação das vivências da
de atividades de ordem grupal, ou seja, com a participa- criança e a consequente reelaboração das experiências
ção de dois ou mais sujeitos. Sobre o trabalho psicológi- passadas é o objetivo da terapêutica psicanalítica.
co com grupo, considere as seguintes afirmativas: Na psicoterapia fenomenológico-existencial, o
1. Existem atividades grupais com finalidade profilática, discurso constitui a essência do processo psicoterápico
ou seja, que almejam a prevenção e a multiplicação de e ocorre na relação entre duas ou mais linguagens, e,
informações. énesta relação de intersubjetividade que o psicoterapeuta
2. Há processos nos quais o grupo trabalha com vai buscar, na vivência conflitiva do cliente a coerência
problemas específicos e delimitados, buscando, por meio entre as condições do existir. O psicólogo vai percorrer
da reflexão e da troca de experiências, resoluções para a nesta busca através de seu recurso básico de atuação: a
situação. linguagem.
3. A psicoterapia de grupo pode ser profilática ou É na linguagem que vai ser articulado o processo
operativa, com definições que estimulem o convívio de psicoterapia. Heidegger afirma que é no discurso
social adaptativo. que o indivíduo revela aquilo que ele oculta, portanto
4. Nos processos grupais, o todo se sobressai ao a linguagem se dá na estrutura do entendimento e do
indivíduo. Nesse sentido, a constituição de um grupo sentimento. Ainda segundo este filósofo, o estado de
independe especificamente de seus componentes. queda ou decaimento acontece quando a linguagem,
Assinale a alternativa correta. o sentimento e a compreensibilidade apresentam-se
desarticulados.
a) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras. ETAPAS DA LUDOTERAPIA
c) Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras. A ludoterapia se dá em diferentes etapas. O início
normalmente ocorre por um contato telefônico. Neste
Resposta: Letra A. Por ordem eliminatória, já que momento, se dá a escolha dos membros da família que
nos grupos terapêuticos não é correto afirmar que a irão participar da primeira entrevista.
constituição de um grupo independe de seus compo- A participação dos membros da família à primeira
nentes, já que o individuo inserido num grupo pode entrevista varia de acordo com a metodologia de
modificar sua estrutura e atuar ativamente para a diferentes psicoterapeutas. Há profissionais que marcam
construção de novos patamares de saber/fazer. diretamente com a criança. Outros iniciam com toda a
família. Há no entanto aqueles que preferem iniciar o
Referência: Zimerman, David E. – Fundamentos Bá- trabalho com os pais.
sicos das Grupoterapias / David E. Zimerman – 2ª edit. Qualquer destes enfoques é válido, desde que
– Porto Alegre: Artmed, 2000. o profissional atue de acordo com o seu projeto de
trabalho.
Geralmente possui três etapas:
LUDOTERAPIA
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
4
mais aquelas dificuldades e que a família já consegue se A Psicologia Experimental
estruturar como uma totalidade, onde a comunicação
passou a ser direta e aberta. O objeto da psicologia experimental é o compor-
Na psicologia fenomenológico-existencial o terapeuta tamento observável, a fim de testar modelos e teorias
não é o responsável pelo término do processo. Se assim matemáticas sobre diversos aspectos do mesmo: pres-
fosse, estaria contrariando o princípio básico de que a tar atenção, perceber, recordar, aprender, decidir, reagir
escolha do cliente compete a ele próprio. Portanto é o emocionalmente e interagir. Os testes às teorias e mo-
próprio cliente quem vai se dar alta.
delos são experimentais, isto é, implicam a manipulação
No caso da criança, esta vai chegar a um ponto em
de variáveis ditas independentes, o registro rigoroso e
que vai dizer: “não preciso vir mais à terapia”. Ela está
bem, o terapeuta então levará a questão aos pais. Desta a medição precisa do que acontece às variáveis depen-
forma, revela se o final do processo. O ideal é que não se dentes.
tenha estabelecido uma relação de dependência para que Por exemplo, manipular a intensidade da luz, registrar
o terapeuta possa fechar o processo psicoterapêutico. e medir a velocidade de reação de pressionar uma deter-
minada tecla face a um estímulo sonoro. As observações
que ocorrem nesses estudos experimentais permitem a
formulação de leis, tal como em física ou química. Po-
PSICOLOGIA EXPERIMENTAL.
rém, o rigor do conhecimento científico em psicologia
METODOLOGIA
experimental implica um rigoroso controle das poten-
ciais variáveis parasitas ou contundentes. Por exemplo,
se quiser saber em que medida manipular a intensidade
Quem foi Wilhelm Wundt da luz influencia a velocidade de reação de pressionar
uma determinada tecla face a um estímulo sonoro, terá
Wundt é considerado por muitos estudiosos como
de se controlar rigorosamente qualquer variação sonora
o pai da Psicologia. Sem dúvida, a posição de destaque
no ambiente em que ocorre a experiência, caso contrário,
que Wundt ocupa entre os psicólogos e a sua influência
internacional, gigantesca, tem sua fundamentação numa não saberemos se as variações na velocidade de reação
série de circunstâncias: Wundt não se limitou a criar em são devidas às mudanças produzidas na intensidade lu-
1879, em Leipzig, o primeiro laboratório destinado à in- minosa ou às mudanças aleatórias da intensidade sonora.
vestigação experimental dos fenômenos da consciência, Na psicologia experimental os conceitos são rigoro-
fato que muitos consideraram o marco inicial da Psicolo- samente definidos, sendo as definições do tipo operacio-
gia como ciência independente. nal. Do mesmo modo, os termos (ou nomes) usados para
Ele desenvolveu, além disso, um sistema amplo para designar os conceitos são universais. Não é admitida a
o nascimento desta nova ciência, pesquisando aspectos ambiguidade que ocorre com muita frequência em ou-
que iam desde a Psicologia Experimental Fisiológica até tras áreas da psicologia.
a Psicologia dos Povos, dando origem àquilo que hoje A maioria dos estudos experimentais em psicologia
se conhece como Psicologia Social e Comunitária. Essa ocorre em ambiente laboratorial, apesar de também po-
ampla gama de estudos dentro da Ciência Psicológica derem ser feitas experiências em ambiente natural, como
demonstrava que Wundt possuía invulgar capacidade e pretexto para testar modelos desenvolvidos e testados
fecundidade para o trabalho. em laboratório ou para gerar ideias que serão testadas
Fato curioso é que a base teórica da Psicologia pen- nas condições de rigor dos laboratórios. Em psicologia
sada por de Wundt vinha da Física. Não é à toa que hoje social é frequente efetuarem testes “experimentais” em
se fala em termos como campos de tensão dentro da
ambiente natural que geram hipóteses para serem testa-
dinâmica dos grupos.
dos posteriormente em laboratório.
Tal como um físico, ele pretendia encontrar elementos
A psicologia experimental pode recorrer tanto a su-
e processos elementares; a partir deles pensava poder
construir a alma como um todo. No entanto, também ele jeitos humanos como a outros animais, admitindo como
próprio, no fundo, não estava absolutamente convencido paradigma de referência a teoria evolucionista das es-
desta idéia, como demonstra o fato de ter esperado que pécies.
a Psicologia dos Povos fornecesse de qualquer modo co- Depois de algum declínio da psicologia experimental
nhecimento para os fenômenos mais complexos da alma em todo o mundo, após a Segunda Guerra Mundial, em
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
5
O CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO PSICÓ-
LOGO (RESOLUÇÃO 10/2005)
EXERCÍCIO COMENTADO
Na psicologia, a ética também tem um importante
1. (COPEVE-UFAL - 2017 - MPE-AL – Psicólogo) Wi- papel, já que profissionais que tem essa característica
lhelm Wundt foi o fundador da Psicologia como discipli- ganham maior credibilidade em seu ramo profissional. O
na acadêmica formal. Ele instalou o primeiro laboratório, psicólogo deve procurar entender os problemas huma-
lançou a primeira revista especializada e deu início à Psi- nos e se solidarizar com eles.
cologia Experimental como ciência. Qual a opção abaixo Apesar de muitos não cumprirem o requisito, tentam
sobre esta fase das bases das Teorias e Sistemas Psicoló- apenas exercer a profissão para benefícios financeiros.
gicos está correta? A ética é um princípio eficaz dentro de uma profissão e
quando cumprida de forma correta há benefícios tanto
para quem pratica, quanto para quem recebe.
a) Sensação, percepção, atenção, sentimentos, reação e
O tema nuclear da Ética são os atos do ser humano,
associação não foram temas das pesquisas de Wundt. enquanto ser possuidor de razão a Ética estuda o Bem
b) As criações de Fechner são posteriores a Psicologia e, assim, o seu objetivo é a virtude na condução da vida
como ciência. Heinemann formula assim a questão central a que espe-
c) O uso do termo “Psicologia Experimental” não é de ramos que a Ética responda:
autoria de Wundt. Que devo escolher?
d) A Psicologia Experimental de Wundt tratou do desen- Há uma hierarquia de valores? Que espécie de ho-
volvimento mental humano expresso na linguagem, mem devo ser? Que devo querer?
nas artes, nos mitos, nos costumes sociais, na lei e Que devo fazer?”
moral. Ser ético, é muito mais que um problema de costu-
e) As publicações de Wundt inauguram a divisão da ci- mes, de normas praticas. Supõe uma boa conduta das
ência psicológica entre Psicologia Experimental e Psi- ações, a felicidade pela ação realizada e a alegria da auto
cologia Social. aprovação diante do bem feito, no dizer de Aristóteles.
Ao longo da história humana, vários pensadores e
doutrinas escreveram e teorizaram sobre Ética...
Resposta: Letra E. As publicações de Wundt inaugu-
Sem querer entrar na história da Ética ao longo do
ram a divisão da ciência psicológica entre Psicologia tempo, estas foram algumas das doutrinas filosóficas e
Experimental e Psicologia Social. pensadores sobre Ética.
• Sócrates, Platão e Aristóteles, Estóicos e Epicuris-
Referências: <https://pt.wikipedia.org/wiki/ tas.
Psicologia_experimental>. • Idade Media
• Kant
• Kierkegaard
• Marx
ÉTICA • Nietzsche
6
Sendo o Homem um ser de relação, sujeito a conti- Será esta visão que o faz transcender do indivíduo
nuas mudanças na sua labuta diária para ocupar, a cada para o grupo, do momento para a história, de soluções
dia, o espaço que lhe compete no mundo, e ao mesmo precárias para procuras globais.
tempo, sendo o Homem o sujeito e o objeto de estudo O Código de Ética tem que ser fiel a esta dimensão,
da psicologia, um código de Ética na Ciência psicológi- pois é esta dimensão da Ética do Homem, da pessoa e
ca é fundamental para que exista uma uniformização dos não do psicólogo. O Código é uma Ética para o homem
atos éticos na prática profissional do psicólogo. que trabalha na ciência psicológica.
Dentro desta dimensão, o Código de Ética será a con- O Código falhará se fizer uma ética para o psicólogo
esquecendo-se da ética do homem.
densação das reflexões constantes do ser humano, como
É esta ética que faz do psicólogo um profissional
sujeito de mudanças, e por outro lado, a cristalização de
enraizado socialmente no mundo visto que uma pro-
normas e condutas comportamentais do agir psicológico. fissão é forte quando a sociedade reconhece a sua
O código de Ética, deve expressar de um lado, a di- importância e esta se revela eficaz na sua implicação
namicidade própria da liberdade, do risco e da criação, e com o contexto social e psicossocial.
por outro lado, mostrar um conjunto de comportamen- Por outro lado, como ciência de costumes, a ética tra-
tos que seja representativo da realidade social e cultural, ta dos deveres sociais do homem e das suas obrigações
com os quais o Homem convive diariamente inserido no na comunidade.
meio ambiente em que se move. A satisfação das aspirações morais faz parte integran-
O Código é a expressão da identidade profissional te do conjunto dos desejos humanos, pois nenhuma so-
daqueles que procuram nele, inspirações, conselhos, ciedade ou grupo pode viver fora de qualquer regra ou
normas de conduta... O código é uma resposta, porque lei. A vida é uma contínua seleção e criação, não é apenas
encarna uma concepção da profissão, do profissional de um deixar-se viver.
psicologia dentro de um contexto social e político, e con- A conduta moral tem como base a disciplina, a adap-
fere-lhe um selo de identidade, é o código que confere tação à vida em grupo e a autonomia da vontade.
seriedade ao psicólogo. Portanto, o Código deve refletir sobre o outro lado
O código é um conjunto de princípios gerais que fun- do agir humano, reconhecendo simultaneamente a im-
damentam e ajudam a operacionalizar a pratica psico- portância do sentimento pessoal perante a norma, a im-
portância de se acreditar num ideal de homem e de vida,
lógica (o ato) e sugere normas que explicitam situações
permitindo um encontro real entre a norma e o homem,
profissionais, indicando caminhos como soluções de
o qual dignifica o seu comportamento.
problemas. É importante lembrar que o agir ético vai além do
Estas 2 vertentes, retratam uma antiga preocupação pensar bem e honestamente, é a ressonância de um
humana, dividido entre o ideal que deveria gerar ideias mundo individual e pessoal mas exige que a consciência,
ou comportamentos consequentes da realidade e a pró- que é “uma síntese em perpetua realização “ se manifeste
pria realidade em si, que tem que ser controlada, delimi- de modo explícito através de acções claras e visíveis.
tada, seguida, para que o ideal não se perca. Èthos, se- A Ética não pode proporcionar soluções pré-fabri-
gundo Aristóteles, expressa um-modo-ser, uma atitude cadas sem que haja um trabalho interno de cada indi-
psíquica, aquilo que o homem traz dentro se si na sua víduo que se propõe a agir eticamente.
relação consigo mesmo, com o outro e com o mundo. A busca de uma excelência moral equivale à busca
“Ser ético, é muito mais que um problema de costumes, da ética, na medida em que a crítica racional incluir uma
de normas praticas. Supõe uma boa conduta das ações, a crítica de seus próprios limites ideológicos. A noção de
felicidade pela ação realizada e a alegria da auto aprova- poder estendeu-se do Estado para a sociedade e portan-
ção diante do bem feito “ (Aristóteles). to a noção de ética também se ampliou como espaço de
Neste sentido, o Código deve refletir princípios ge- reflexão que delimita o uso do poder entre os indivíduos,
rais, pressupostos básicos que garantam ao agir do e que requer destes um desenvolvimento equilibrado
profissional, estes elementos de gratificação, quando das suas potencialidades humanas.
A ética é a noção de limite do poder (controle da in-
este agir corresponde ao ideal ético refletido pelo Có-
formação) existente nas ideologias.
digo.
A atitude ética se distancia do poder sobre os outros
É esta Ética filosófica que apela para uma reflexão, (e sobre a natureza) e evita ser objeto de qualquer ideo-
para uma compreensão das singularidades, é ela que faz logia.
um apelo à criatividade humana, à liberdade e à espon- A ética pressupõe liberdade psicológica e desenvol-
taneidade. vimento do potencial humano, ou seja, do potencial in-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
É a Ética, que faz o profissional ver o seu cliente/pa- tuitivo, preceptivo, intelectual e emocional do indivíduo.
ciente como pessoa, um ser de relação com o mundo, Ao justificar sua atitude ética, no entanto, o indivíduo
um ser singular à procura de uma compreensão que lhe compõe necessariamente uma ideologia sobre a ética.
é pertinente e procura nos profissionais de psicologia E novamente corre o risco de ficar prisioneiro das limi-
uma direção para o autoconhecimento, uma ajuda, uma tações ideológicas e de usar seu discurso como poder
orientação. sobre outrem.
É esta visão de totalidade existencial-filosofica que Como consequência desta reflexão, conclui-se que
permite ao profissional de psicologia abrir as “janelas da a ética é uma atitude sempre transitória, que requer do
sua mente” para ver o mundo como uma realidade so- indivíduo uma liberdade e um desenvolvimento de seu
cial, política, comunitária e perca a mesquinhez de ver o potencial humano maiores, mais profundos do que as
indivíduo no seu imediatismo. atitudes não-éticas ou contrárias à ética.
7
Agir eticamente é arriscar-se a ser humano em um Marianne Walters, Peggy Papp, Olga Silverstein, e
grau mais elevado, a partir do qual é possível perce- Betty Carter(1988) oferecem para reflexão as seguintes
ber as limitações ideológicas e comportamentais dos sugestões:
grupos. 1. A(o) profissional precisa estar atenta(o) para iden-
O código de Ética não pode ser fruto de uma mera tificar os construtos sociais e as mensagens de
teorização sobre o certo e o errado, mas sim resultar de género que condicionam o comportamento e os
uma acção humana, de uma doutrina, de um sentido ple- papéis sociais e para reconhecer as maneiras dis-
no de vida e de uma cultura de vida exclusiva da ciência tintas com que homens e mulheres são ensinados
psicológica. A Ética é como uma estrada assinalada para a lidarem e a experimentarem relações íntimas.
ajudar os que querem ir devagar e os que necessitam de Isto implica numa sensibilidade para as manifesta-
pressa para chegar. ções do condicionamento de género nas posturas
Um código de Ética deve juntar os grandes princípios pessoais, nas interações diárias e na capacidade de
teóricos e a prática do quotidiano, o código é a fonte questionarmos atitudes, valores e comportamen-
da reflexão ética não dissociada da prática profissional. tos “normais” que foram objetivados pela socieda-
O código de ética não estigmatiza ou define comporta- de.
mentos padrões, o código é um conjunto dos princípios 2. A(o) profissional precisa estar preparada(o) para
ideais do agir psicológico. reconhecer que as mulheres são socializadas para
O código de Ética fala de um dever pessoal e de assumir a responsabilidade principal pela vida só-
um modo de estar no mundo, evitando-se privilegiar cio afetiva da família e para afirmar valores e com-
esta ou aquela área, de maneira a que a ética se man- portamentos característicos do desempenho desse
tenha fiel à sua vocação de ser um convite à reflexão e papel, tais como a habilidade de cuidar, conectar
à descoberta dos valores humanos que devem reger a e demonstrar emoções. Isto implica no reconheci-
ação dos profissionais de psicologia. mento da dificuldade de lidar com expressões de
raiva e descontentamento ou de necessidades e
desejos por parte da mulher; no reconhecimento
A Ética na Avaliação Psicológica
dos dilemas e conflitos que envolvem o gerar e o
criar filhos na sociedade contemporânea; no apoio
Debra Luepnitz (1998) chama atenção a obrigação
para possibilidades de crescimento da mulher fora
moral e ética que a prática requer: o(a) profissional pre-
do casamento e da família;
cisa ter consciência do poder e da influência que ele/
3. Finalmente, a(o) profissional é convidada(o) a con-
ela exerce sobre a vida do cliente, seja indivíduo, ca-
siderar o seguinte princípio básico: nenhuma inter-
sal, família, grupo, instituição, empresa, comunidade.
venção está livre de valores associados a género e
Uma dessas manifestações de poder é a forma como
cada palavra e ação da(o) terapeuta terá um signi-
utilizamos o diagnóstico. Essa autora ressalta a impor- ficado especial para cada sexo. A prática clínica é
tância de ampliarmos as considerações etiológicas de portanto, um ato social, que não pode ser sepa-
forma a incluir o social. Variáveis como sexo, situação rado das questões sociais que o circundam.
sócio económica, estado civil, raça, etc. geram va-
riações diagnósticas que não podem permanecerem
ignoradas. Russo (1990) aponta, por exemplo, que ho-
mens solteiros, separados e divorciados são admitidos
com mais frequência nos serviços de saúde mental do
que mulheres nas mesmas condições. A autora ressalta
ainda pesquisas americanas que mostram claramente di-
ferenças de género na frequência e no padrão de doen-
ças: enquanto mulheres recebem com mais frequência o
diagnóstico de depressão major, fobias simples, somati-
zação, etc. homens recebem com mais frequência diag-
nóstico de dependência química e personalidade antis-
social. Chamamos a atenção em trabalho anterior (Diniz,
1999) sobre o estado rudimentar da análise de género
neste campo, como um dos fatores que dificulta a cons-
trução de um panorama da condição de saúde mental de
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
homens e mulheres.
O reconhecimento da importância dos profissionais
estarem conscientes dos valores, crenças, preconcei-
tos, julgamentos que afetam a formulação de per-
guntas, a construção de hipóteses, o planeamento de
intervenções, levou um grupo de terapeutas de família a
proporem diretivas para uma prática contextualizada, ou Fluxograma que ilustra os principais aspectos da decisão
seja, que leve em consideração o impacto da socialização médica (Riis, 1982).
de género, classe, raça, cultura sobre o funcionamento
das pessoas.
8
No contato efetuado entre o doente e o psicólogo, Ao nível de cursos de pós graduação, de cursos téc-
este colhe informação julgada necessária para a poder nicos, especializados ou mestrados, as iniciativas são ma-
comparar com o saber já existente e a sua própria expe- nifestamente isoladas e em número reduzido. A própria
riência, tenta classificar o caso clínico e estabelecer um formação (no que diz respeito ao contato com materiais
diagnóstico. Nesta fase do processo o médico interro- e ao treino supervisionado de aplicação, cotação de ins-
gar-se-à sobre a fidedignidade do diagnóstico. Inicia-se trumentos, e interpretação de resultados, ou dos novos
desta forma o primeiro processo de decisão. Se o clínico desenvolvimentos teóricos e metodológicos na validação
põe em dúvida a precisão do diagnóstico, recomeçará o dos instrumentos), ministrada pelas várias instituições de
processo de colheita de dados, provavelmente tentando Ensino Superior parece ser relativamente reduzida na
colher mais sinais e sintomas, mais informação sobre a maior parte dos casos, sobretudo se tivermos em conta
história familiar, repetindo ou solicitando novos exames o número cada vez maior das situações e contextos nos
quais é solicitada a avaliação psicológica.
complementares. Todo este processo se repetirá até que
O ensino específico da avaliação psicológica – domí-
o médico considere o diagnóstico fidedigno. Se por ve-
nio onde se verifica uma cada vez maior especialização
zes este processo é relativamente fácil, por vezes torna- um crescente alargamento a novas áreas e uma diversi-
-se um verdadeiro pesadelo com a repetição sucessiva ficação dos métodos deve constituir uma tarefa e uma
desta fase de avaliação. preocupação fundamentais das instituições de formação
Dentro da ciência psicológica existem várias correntes em Psicologia, de modo a evitar, na medida do possível a
teóricas que pontuam técnicas diferentes de trabalho: a proliferação de práticas discutíveis.
Cognitiva/Comportamental; Psicanalítica; Existencialista, etc. Neste contexto a formação dos psicólogos deve in-
Uma característica comum no tratamento psicológico cluir uma sensibilização para a importância da dimensão
é o trabalho do uso da palavra e sem recurso a fárma- ética e moral, na prestação dos vários tipos de serviços
cos. Nos casos mais graves onde é necessário o uso de específicos associados à avaliação psicológica.
fármacos, este trabalho é exercido em parceria com um
psiquiatra. Necessidade de uma Ética na Avaliação Psicológica
A diferenciação entre as áreas é muito mais ampla do
que este resumo, no entanto gostaríamos de salientar a Em suma, convém reconhecer a existência de uma
ética e a seriedade do profissional, embora todos os psi- ética na avaliação psicológica, esta supõe:
cólogos utilizem técnicas diferentes, todos atuam sobre • O reconhecimento e identificação da especificida-
a dor humana. de da avaliação psicológica e da sua necessidade e
utilidade para melhor compreender, julgar e tomar
A vida psíquica do ser humano é bastante séria, e um
decisões.
dos cuidados importantes que os profissionais têm que • Uma atitude e um movimento de questionamen-
ter na sua avaliação, é ver se o paciente tem recursos to permanente onde o formular de interrogações
psíquicos para resolver as suas dores, tristezas, etc., ou se acerca do sentido, valores, princípios e imperativos
o paciente necessita de fármacos. a que deve obedecer a conduta da avaliação psi-
Isto pressupõe da parte dos profissionais da Psico- cológica.
logia um comportamento ético de não olhar o paciente • A renuncia às explicações hegemónicas e omnipo-
como uma fonte de rendimento, mas sim como um ser tentes, subjacentes à ideia de possibilidade de um
humano. conhecimento total acerca do sujeito que é objeto
de avaliação psicológica. Neste contexto convém
A Competência e a Ética na Avaliação Psicológica relembrar que a avaliação psicológica não de es-
gota numa racionalidade técnico/ científica e prá-
Como articular a lógica dos tempos e a ética na ava- tica.
liação psicológica com os critérios institucionais, buro- • Importa estar consciente de que o esforço cons-
cráticos, e economicistas, eficácia e produtividade admi- tante na delimitação de Princípios e de valores da
nistrativas que apenas valorizam o número de sujeitos conduta profissional dos psicólogos prolonga-se
observados por dia? numa melhor fundamentação ao nível das teorias
e dos modelos na avaliação psicológica, nesta linha
O reconhecimento dos limites da sua competência (e
os princípios éticos e morais devem ser igualmente
das suas técnicas) exige do psicólogo um esforço con-
procurados fora da psicologia (Kendler, 1993; Pril-
tínuo ao nível da formação teórica e prática que são cada leltensky, 1994).
vez mais especializadas. Uma adequada preparação é con- • O exame constante do modo como o psicólogo
dição sine qua none do exercício de uma atividade eminen- produz-constrói as suas observações e toma de-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
temente técnica como é o caso da avaliação psicológica. cisões acerca do(s) sujeito(s), exige uma grande
Por isso, a atualização profissional ao nível dos conhe- atenção aos seus sentimentos para com o Outro e
cimento científicos, dados de investigação e saber – fazer um trabalho permanente de reflexão pessoal (auto
particulares – nomeadamente ao nível da familiarização avaliação, introspecção e autoconhecimento), so-
com várias técnicas e instrumentos específicos ou obje- bre os fundamentos, valor e sentido dos seus atos.
tos de estudos mais recentes, respectivas potencialida- • Os psicólogos são responsáveis pelas consequên-
des e limites interpretativos são objeto de uma exigência cias do seu trabalho e pelas suas possíveis implica-
ética elementar. ções éticas e, nesta linha são cada vez mais obri-
A questão que se coloca é a de saber onde se encon- gados a uma fundamentação científica, objetiva e
tram estas possibilidades de qualificação e atualização pormenorizada na sua prática profissional.1
relativamente ao desenvolvimento mais recentes.
1 Fonte: www.psicologia.pt -Texto adaptado de Maria de Fátima
9
Código de Ética de Psicologia Acesse o link a seguir para ver na íntegra o Código.
http://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2012/07/co-
O código de ética do psicólogo está em vigor desde digo-de-etica-psicologia.pdf
2005 e é o terceiro da profissão. Hoje ele atende às novas
necessidades da profissão, respeitando as leis e o mo-
mento do país. Ele traz os princípios fundamentais dos
psicólogos e suas responsabilidades de profissional. EXERCÍCIO COMENTADO
Veja abaixo alguns pontos fundamentais da psicolo-
gia: 1. (UEM/2018 – UEM) De acordo com o Código de Ética
- O psicólogo deve respeitar os valores contidos na Profissional, assinale a alternativa que apresenta um de
seus princípios fundamentais.
Declaração Universal dos Direitos Humanos (liber-
dade, dignidade e integridade). Assim como zelar a) O psicólogo atuará com responsabilidade social, abs-
pela integridade da psicologia, usando-a apenas tendo-se de analisar criticamente a realidade política.
para promover o bem; b) O psicólogo não considerará as relações de poder nos
- A psicologia tem que lutar contra a discriminação, contextos em que atua e os impactos dessas relações
violência e crueldade, zelando pela saúde e quali- sobre as suas atividades profissionais.
dade de vida; c) O psicólogo zelará para que o exercício profissional
- Aprimorar os estudos é uma obrigação do psicólo- seja efetuado com dignidade, permanecendo inerte
nas situações em que a Psicologia esteja sendo avil-
go, para que possa atuar na profissão com respon-
tada.
sabilidade e contribuir para o desenvolvimento da d) O psicólogo baseará seu trabalho no respeito e na
psicologia como ciência; promoção da liberdade, da dignidade, da igualdade
- A prestação de seus serviços deve ser feita em con- e da integridade do ser humano apoiado nos valores
dições dignas de trabalho; que embasam a Declaração Universal dos Direitos Hu-
- É vedado a qualquer psicólogo ser conivente com manos.
práticas contrárias ao código de ética profissional. e) O psicólogo atuará com responsabilidade, sem, contu-
Desta forma, é permitido que delate qualquer ação do, necessitar de contínuo aprimoramento profissio-
nal.
negligente, de discriminação ou qualquer prática
contrária aos valores estipulados pelo código e Resposta: Letra D. De acordo com o Código de Ética
pela legislação; Profissional do Psicólogo (Resolução CFP nº 10/05), o
- Usar seu conhecimento psicológico como instru- psicólogo deverá ter seu comportamento embasado
mento de tortura, para promover castigos ou pra- nos seguintes princípios:
ticar violência é estritamente proibido; I. O psicólogo baseará o seu trabalho no respeito e na
- É proibida a emissão de documentos sem funda- promoção da liberdade, da dignidade, da igualdade
mentação técnica e científica; e da integridade do ser humano, apoiado nos valo-
- Não é considerado ético da parte do psicólogo ava- res que embasam a Declaração Universal dos Direitos
Humanos.
liar ou atender pessoas com as quais tenha rela- II. O psicólogo trabalhará visando promover a saúde
ções pessoais ou familiares, para que a qualidade e a qualidade de vida das pessoas e das coletividades
de seu trabalho não seja prejudicada; e contribuirá para a eliminação de quaisquer formas
- Criança e adolescentes só poderão ser atendidas de negligência, discriminação, exploração, violência,
mediante autorização de um responsável legal ou crueldade e opressão.
das autoridades competentes; III. O psicólogo atuará com responsabilidade social,
- O sigilo é inerente à profissão do psicólogo, pois analisando crítica e historicamente a realidade políti-
é guardando-o que ele protege a integridade e a ca, econômica, social e cultural.
IV. O psicólogo atuará com responsabilidade, por
confidencialidade daqueles para os quais presta meio do contínuo aprimoramento profissional, contri-
seus serviços; buindo para o desenvolvimento da Psicologia como
- É responsabilidade dos professores das escolas de campo científico de conhecimento e de prática.
psicologia orientar e alertar os estudantes sobre V. O psicólogo contribuirá para promover a universali-
os princípios e as normas do código de ética da zação do acesso da população às informações, ao co-
profissão; nhecimento da ciência psicológica, aos serviços e aos
- A participação de psicólogos em veículos de comu- padrões éticos da profissão.
nicação de massa deve ter a função de esclarecer VI. O psicólogo zelará para que o exercício profissional
seja efetuado com dignidade, rejeitando situações em
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
para a população o papel da profissão e divulgar que a Psicologia esteja sendo aviltada.
suas bases científicas; VII. O psicólogo considerará as relações de poder nos
- A utilização de meios de comunicação para promo- contextos em que atua e os impactos dessas relações
ção pessoal é vedada ao psicólogo, assim como a sobre as suas atividades profissionais, posicionando-
divulgação das atividades profissionais de maneira -se de forma crítica e em consonância com os demais
sensacionalista; princípios deste Código.
- A punição em caso de desrespeito ao código de Dessa forma:
ética profissional pode ser desde advertências e Em “a”, Errado – fere o princípio III.
multas até a cassação do exercício profissional.2 Em “b”, Errado – fere o princípio VII.
Em “c”, Errado – fere o princípio VI.
Oliveira e Cristina Camões
2 Fonte: www.codigo-de-etica.info
Em “e”, Errado – fere o princípio IV.
10