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ÍNDICE

FESAÚDE-RJ
FUNDAÇÃO ESTATAL DE SAÚDE DE NITERÓI
DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Assistente Administrativo

074FV-S0
EDITAL Nº 01/2020
ÍNDICE

Língua Portuguesa
Interpretação de Textos verbais e não-verbais. Fala, escrita e níveis de linguagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
Variação Linguística . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03
Gêneros Textuais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 05
Implicitude e explicitude das informações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 08
Ortografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
Morfologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
Sintaxe . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
Figuras de Linguagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
Pontuação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36

Conhecimentos Específicos
Assistente Administrativo
Organização Municipal: Natureza Jurídica. Princípios E Direitos Sociais E Individuais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
Organização Dos Poderes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03
Organização Administrativa Municipal: Administração Direta E Indireta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Finanças Municipais: Fontes E Composição Das Receitas Municipais, Tributos Municipais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Organização Da Fundação Estatal De Saúde De Niterói – Fesaude: Natureza Jurídica, Finalidade, Objetivos, Estrutura, Recursos Huma-
nos. Estatuto Da Fundação Estatal De Saúde De Niterói/Rj . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
Gestão De Bens: Registro E Controle De Bens, Inventários De Bens Patrimoniais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
Gestão De Documentos: Atos Administrativos, Classificação De Documentos E Correspondências, Procedimentos E Rotinas De Proto-
colo, Expedição, Movimentação E Arquivamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
Gestão De Arquivos: Tipos De Arquivos, Classificação E Arquivamento De Documentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
Relatórios Técnicos, Correspondência Comercial, Técnica E Oficial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
Organização Municipal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 130
Bases Legais Para A Constituição Das Fundações Estatais Na Área Da Saúde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 130
Rotinas Trabalhistas Do Empregador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131
Base Legal E Operacionalização Dos Contratos De Gestão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131

Informática
Atividades baseadas em Office, internet e aplicativos em geral. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
DICA

Como passar em um concurso público?

Todos nós sabemos que é um grande desafio ser aprovado em concurso público, dessa maneira é muito importante o concurseiro
estar focado e determinado em seus estudos e na sua preparação.
É verdade que não existe uma fórmula mágica ou uma regra de como estudar para concursos públicos, é importante cada pessoa
encontrar a melhor maneira para estar otimizando sua preparação.
Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução
preparou esse artigo com algumas dicas que irá fazer toda diferença na sua preparação.
Então mãos à obra!

Separamos algumas dicas para lhe ajudar a passar em concurso público!

- Esteja focado em seu objetivo: É de extrema importância você estar focado em seu objetivo, a aprovação no concurso. Você vai
ter que colocar em sua mente que sua prioridade é dedicar-se para a realização de seu sonho.
- Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção em um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando
você tenta focar em vários certames, devido as matérias das diversas áreas serem diferentes. Desta forma, é importante que você
defina uma área se especializando nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área.
- Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito, de-
terminado um local, os horários e dias específicos para estar estudando cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo
não pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total.
- Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis, preci-
sa de dedicação. É praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter
uma planilha contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo.
- Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o
assunto estudado, é fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, caso o mesmo ainda não esteja publica-
do, busque editais de concursos anteriores. Busque refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.
- Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado.
Esses materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo muito exercícios. Quando
mais exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame.
- Cuide de sua preparação: Não é só os estudos que é importante na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma
menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é
tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.

Se prepare para o concurso público!

O concurseiro preparado não é aquele que passa o dia todo estudando, mas está com a cabeça nas nuvens, e sim aquele que se
planeja pesquisando sobre o concurso de interesse, conferindo editais e provas anteriores, participando de grupos com enquetes so-
bre o mesmo, conversando com pessoas que já foram aprovadas absorvendo as dicas e experiências, analisando a banca examinadora
do certame.
O Plano de Estudos é essencial na otimização dos estudos, ele deve ser simples, com fácil compreensão e personalizado com sua
rotina, vai ser seu triunfo para aprovação, sendo responsável pelo seu crescimento contínuo.
Além do plano de estudos, é importante ter um Plano de Revisão, será ele que irá te ajudar na memorização dos conteúdos estu-
dados até o dia da realização da prova, evitando a correria para fazer uma revisão de última hora próximo ao dia da prova.
Está em dúvida por qual matéria começar a estudar?! Uma dica, comece pela Língua Portuguesa, é a matéria com maior requisi-
ção nos concursos, a base para uma boa interpretação, no qual abrange todas as outras matérias.
DICA

Vida Social!

Sabemos que faz parte algumas abdicações na vida de quem estuda para concursos públicos, sempre que possível é importante
conciliar os estudos com os momentos de lazer e bem-estar. A vida de concurseiro é temporária, quem determina o tempo é você,
através da sua dedicação e empenho. Você terá que fazer um esforço para deixar de lado um pouco a vida social intensa, é importante
compreender que quando for aprovado, verá que todo o esforço valeu a pena para realização do seu sonho.
Uma boa dica, é fazer exercícios físicos, uma simples corrida por exemplo é capaz de melhorar o funcionamento do Sistema Ner-
voso Central, um dos fatores que são chaves para produção de neurônios nas regiões associadas à aprendizagem e memória.

Motivação!

A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e as vezes bate aquele
desânimo com vários fatores ao nosso redor. Porém a maior garra será focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.
É absolutamente normal caso você não seja aprovado de primeira, é primordial que você PERSISTA, com o tempo você irá adquirir
conhecimento e experiência.
Então é preciso se motivar diariamente para seguir a busca da aprovação, algumas orientações importantes para conseguir mo-
tivação:
- Procure ler frases motivacionais, são ótimas para lembrar dos seus propósitos;
- Leia sempre os depoimentos dos candidatos aprovados nos concursos públicos;
- Procure estar sempre entrando em contato com os aprovados;
- Escreve o porque que você deseja ser aprovado no concurso, quando você sabe seus motivos, isso te da um ânimo maior para
seguir focado, tornando o processo mais prazeroso;
- Saiba o que realmente te impulsiona, o que te motiva. Dessa maneira será mais fácil vencer as adversidades que irá aparecer.
- Procure imaginar você exercendo a função da vaga pleiteada, sentir a emoção da aprovação e ver as pessoas que você gosta,
felizes com seu sucesso.
Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua
dedicação e motivação para estar realizando o seu grande sonho, de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu
potencial.
A Solução tem ajudado há mais de 35 anos quem quer vencer a batalha do concurso público. Se você quer aumentar as suas
chances de passar, conheça os nossos materiais, acessando o nosso site: www.apostilasolucao.com.br
LÍNGUA PORTUGUESA

Interpretação de Textos verbais e não-verbais. Fala, escrita e níveis de linguagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01


Variação Linguística . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03
Gêneros Textuais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 05
Implicitude e explicitude das informações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 08
Ortografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
Morfologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
Sintaxe . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
Figuras de Linguagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
Pontuação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
LÍNGUA PORTUGUESA

Língua é diferente de escrita. A escrita é um estágio poste-


INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS VERBAIS E NÃO-VER- rior de uma língua. A língua falada é mais espontânea, acompa-
BAIS. FALA, ESCRITA E NÍVEIS DE LINGUAGEM. nhada pelo tom de voz e algumas vezes por mímicas. A língua
escrita é um sistema mais rígido, não conta com o jogo fisionô-
Linguagem Verbal e Não Verbal mico, mímicas e o tom de voz. No Brasil, todos falam a língua
portuguesa, mas existem usos diferentes da língua por diversos
Chamamos de Linguagem a habilidade de expressar nossas fatores. Dentre eles: Fatores Regionais, Fatores Culturais, Fato-
ideias, sentimentos e opiniões. Trata-se de um fenômeno comu- res Contextuais, Fatores Profissionais e Fatores Naturais.
nicativo. Usamos vários tipos de linguagens para comunicação:
sinais, símbolos, sons, gestos e regras com sinais convencionais. A Fala é o uso oral da língua. Trata-se de um ato individual,
A linguagem pode ser: onde cada um escolhe a forma que melhor se expressa. Assim,
há vários níveis da fala. Devido ao caráter individual da fala, po-
Verbal: usa as palavras para se comunicar. de-se observar dois níveis:
- Coloquial-Popular: nível da fala mais espontâneo, onde
Não verbal: usa outros meios de comunicação, que não não nos preocupamos em saber se falamos de acordo ou não
sejam as palavras. Por exemplo: linguagem de sinais, placas e com as regras formais.
sinais de trânsito, linguagem corporal, figura, expressão facial, - Formal-Culto: normalmente utilizado pelas pessoas em si-
etc. tuações formais. É necessário um cuidado maior com o vocabu-
lário e seguir as regras gramaticais da língua.
Vejamos agora alguns exemplos de textos não verbais:

Linguagem intencional: Toda vez que nos depararmos com


Existe também a Linguagem mista, que é o uso simultâneo um texto despretensioso ou seja sem nenhum objetivo pode-
dos dois tipos de linguagem para estabelecer a comunicação. Ela mos julgar que há algum tipo de pretensão. Para cada tipo de
ocorre quando por exemplo dizemos que sim e ao mesmo tem- intenção existe uma forma distinta de linguagem. Por isso, uma
po balançamos a cabeça. Está também presente em histórias em declaração de amor é feita de jeito e uma entrevista de emprego
quadrinhos, em charges, em vídeo, etc. de outra.
Não é difícil distinguir os tipos de linguagens, pois falada ou
A Língua é um instrumento de comunicação, que possui um escrita, só pode ser verbal. Sempre que a comunicação precisar
caráter social: pertence a um conjunto de pessoas, que podem de uma estrutura gramatical adequada para ser entendida, ela
agir sobre ela. Cada pessoa pode optar por uma determinada será uma linguagem verbal.
forma de expressão. Porém, não se pode criar uma língua espe-
cífica e querer que outros falantes entendam.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Questões 04. UERJ

01. Sobre as linguagens verbal e não verbal, estão corretas,


exceto:
a) a linguagem não verbal é composta por signos sonoros
ou visuais, como placas, imagens, vídeos etc.
b) a linguagem verbal diz respeito aos signos que são forma-
dos por palavras. Eles podem ser sinais visuais e sonoros.
c) a linguagem verbal, por dispor de elementos linguísticos
concretos, pode ser considerada superior à linguagem não ver-
bal.
d) linguagem verbal e não verbal são importantes, e o su-
cesso na comunicação depende delas, ou seja, quando um inter-
locutor recebe e compreende uma mensagem adequadamente.

02. Qual o tipo de linguagem utilizada abaixo:

Mineiro de Araguari, o cartunista Caulos já publicou seus


trabalhos em diversos jornais, entre eles o Jornal do Brasil e o
The New York Times
No cartum apresentado, o significado da palavra escrita é
reforçado pelos elementos visuais, próprios da linguagem não
verbal. A separação das letras da palavra em balões distintos
contribui para expressar principalmente a seguinte ideia:
A) dificuldade de conexão entre as pessoas
B) aceleração da vida na contemporaneidade
C) desconhecimento das possibilidades de diálogo
D) desencontro de pensamentos sobre um assunto

05. Gráficos são exemplos de utilização simultânea das lin-


guagens verbal e não verbal. É preciso analisar as duas ocorrên-
cias para a compreensão do texto.

https://www.todamateria.com.br/linguagem-verbal-e-nao-
-verbal/

A) Linguagem verbal
B) Linguagem não verbal
C) Linguagem mista
D) Linguagem conotativa

03. Quando assistimos um jogo de futebol, as linguagens


verbal e não verbal estão envolvidas. Qual delas abaixo repre-
senta a linguagem verbal usadas nas partidas de futebol:

A) Bandeiras de impedimento
B) Cartões vermelho e amarelo
C) Locutor do Futebol
D) O apito do juiz
Nos gráficos, os elementos visuais e os elementos textu-
ais são fundamentais para o entendimento total da mensagem
transmitida. No gráfico em questão, a linguagem verbal e a lin-
guagem não verbal têm como intenção mostrar ao leitor que:

A) O número de casamentos entre pessoas acima de 60


anos diminuiu em um período de cinco anos.
B) O número de pessoas acima de 60 anos que estão in-
seridas no mercado de trabalho é proporcionalmente inverso à
quantidade de pessoas que se casam nessa faixa etária.

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LÍNGUA PORTUGUESA

C) Apresenta dados para o leitor que comprovam o aumen- Variações Léxicas


to no número de casamentos entre pessoas acima de 60 anos,
assim como o aumento da inserção de pessoas acima de 60 anos É o conjunto de palavras de uma língua. As variantes do
no mercado de trabalho. plano do léxico, como as do plano fônico, são muito numero-
D) Apresenta a preocupação com a diminuição no número sas e caracterizam com nitidez uma variante em confronto com
de casamentos entre pessoas de várias faixas etárias da popu- outra.
lação brasileira, assim como a dificuldade dessas pessoas para
conseguir emprego no mercado de trabalho. Tipos de Variação

RESPOSTAS Não tem sido fácil para os estudiosos encontrar para as va-
riantes linguísticas um sistema de classificação que seja simples
01. (C) 02. (C) 03. (C) 04. (A) 05. (C) e, ao mesmo tempo, capaz de dar conta de todas as diferenças
que caracterizam os múltiplos modos de falar dentro de uma
comunidade linguística. O principal problema é que os critérios
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA. adotados, muitas vezes, se superpõem, em vez de atuarem iso-
ladamente.
As variações mais importantes, para o interesse do concur-
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA so público, são os seguintes:
Existem diferentes variações ocorridas na língua, entre elas
Variações linguísticas reúnem as variantes da língua que fo- estão:
ram criadas pelos homens e são reinventadas a cada dia.
Dessas reinvenções surgem as variações que envolvem di- Variação Histórica - Aquela que sofre transformações ao
versos aspectos históricos, sociais, culturais e geográficos. longo do tempo. Como por exemplo, a palavra “Você”, que antes
No Brasil, é possível encontrar muitas variações linguísticas, era vosmecê e que agora, diante da linguagem reduzida no meio
por exemplo, na linguagem regional. Todas as pessoas que falam eletrônico, é apenas VC. O mesmo acontece com as palavras es-
uma determinada língua conhecem as estruturas gerais, básicas, critas com PH, como era o caso de pharmácia, agora, farmácia.
de funcionamento podem sofrer variações devido à influência
de inúmeros fatores. Variação Regional (os chamados dialetos) - São as variações
Nenhuma língua é usada de maneira uniforme por todos os ocorridas de acordo com a cultura de uma determinada região,
seus falantes em todos os lugares e em qualquer situação. Sabe- tomamos como exemplo a palavra mandioca, que em certas re-
-se que, numa mesma língua, há formas distintas para traduzir o giões é tratada por macaxeira; e abóbora, que é conhecida como
mesmo significado dentro de um mesmo contexto. jerimum.
As variações que distinguem uma variante de outra se mani- Destaca-se também o caso do dialeto caipira, o qual perten-
festam em quatro planos distintos, a saber: fônico, morfológico, ce àquelas pessoas que não tiveram a oportunidade de ter uma
sintático e lexical. educação formal, e em função disso, não conhecem a linguagem
“culta”.
Variações Fônicas
Variação Social - É aquela pertencente a um grupo específi-
Ocorrem no modo de pronunciar os sons constituintes da co de pessoas. Neste caso, podemos destacar as gírias, as quais
palavra. Os exemplos de variação fônica são abundantes e, ao pertencem a grupos de surfistas, tatuadores, entre outros; a lin-
lado do vocabulário, constituem os domínios em que se percebe guagem coloquial, usada no dia a dia das pessoas; e a linguagem
com mais nitidez a diferença entre uma variante e outra. formal, que é aquela utilizada pelas pessoas de maior prestígio
social.
Variações Morfológicas Fazendo parte deste grupo estão os jargões, que pertencem
a uma classe profissional mais específica, como é o caso dos mé-
São as que ocorrem nas formas constituintes da palavra. dicos, profissionais da informática, dentre outros.
Nesse domínio, as diferenças entre as variantes não são tão nu- Variação Situacional: ocorre de acordo com o contexto o
merosas quanto as de natureza fônica, mas não são desprezíveis. qual está inserido, por exemplo, as situações formais e infor-
mais.
Variações Sintáticas
Preconceito Linguístico
Dizem respeito às correlações entre as palavras da frase. No
domínio da sintaxe, como no da morfologia, não são tantas as Está intimamente relacionado com as variações linguísticas,
diferenças entre uma variante e outra. uma vez que ele surge para julgar as manifestações linguísticas
ditas “superiores”.
Para pensarmos nele não precisamos ir muito longe, pois
em nosso país, embora o mesmo idioma seja falado em todas
as regiões, cada uma possui suas peculiaridades que envolvem
diversos aspectos históricos e culturais.

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LÍNGUA PORTUGUESA

A maneira de falar do norte é muito diferente da falada no Os mineiros têm um ódio mortal das palavras completas.
sul do país. Isso ocorre porque nos atos comunicativos, os falan- Preferem, sabe-se lá por que, abandoná-las no meio do caminho
tes da língua vão determinando expressões, sotaques e entona- (não dizem: pode parar, dizem: pó parar. Não dizem: onde eu
ções de acordo com as necessidades linguísticas. estou?, dizem: ôndôtô?). Parece que as palavras, para os minei-
O preconceito linguístico surge no tom de deboche, sendo a ros, são como aqueles chatos que pedem carona. Quando você
variação apontada de maneira pejorativa e estigmatizada. percebe a roubada, prefere deixá-los no caminho. (...)
É importante ressaltar que todas variações são aceitas e ne- Mineiro não fala que o sujeito é competente em tal ou qual
nhuma delas é superior, ou considerada a mais correta. atividade. Fala que ele é bom de serviço. Pouco importa que seja
um juiz, um jogador de futebol ou um ator de filme pornô. Se
QUESTÕES der no couro — metaforicamente falando, claro — ele é bom de
serviço. Faz sentido...
01. UNIFAL-MG - Engenheiro Civil – 2018 - UNIFAL-MG Mineiras não usam o famosíssimo tudo bem. Sempre que
duas mineiras se encontram, uma delas há de perguntar pra ou-
tra: cê tá boa? Para mim, isso é pleonasmo. Perguntar para uma
mineira se ela tá boa, é como perguntar a um peixe se ele sabe
nadar. Desnecessário.
Há outras. Vamos supor que você esteja tendo um caso com
uma mulher casada. Um amigo seu, se for mineiro, vai chegar e
dizer: — Mexe com isso não, sô (leia-se: sai dessa, é fria, etc).
(...).
Os mineiros também não gostam do verbo conseguir. Aqui
ninguém consegue nada. Você não dá conta. Sôcê (se você) acha
que não vai chegar a tempo, você liga e diz: — Aqui, não vou dar
conta de chegar na hora, não, sô. (...)
Mineiras não dizem apaixonado por. Dizem, sabe-se lá por
que, apaixonado com. Soa engraçado aos ouvidos forasteiros.
Ouve-se a toda hora: Ah, eu apaixonei com ele.... Ou: sou doida
com ele (ele, no caso, pode ser você, um carro, um cachorro).
Elas vivem apaixonadas com alguma coisa.
(Texto de Felipe Peixoto Braga Netto - Crônica extraída do
livro “As coisas simpáticas da vida”, Landy Editora, São Paulo
Na escrita de gêneros do discurso oficiais, o uso da língua (SP) - 2005, pág. 82. Publicação retirada do site: http://goo.gl/
portuguesa em sua variedade padrão é obrigatório. Na charge, ajNZpc. - Acesso em 14.6.2015).
verifica-se:
A) a observância da norma padrão com o uso de “distraído” Teoricamente, a noção de sotaque aplica-se apenas às va-
em vez de “distraída” que deveria concordar com “Vossa Exce- riações linguísticas relativas à pronúncia das palavras. No título
lência”. do texto, Sotaque mineiro: é ilegal, imoral ou engorda?, há uma
B) a ocorrência de desvio da norma padrão pela falta de vír- sinalização de que o tema variação linguística será tratado levan-
gula separando o vocativo. do-se em conta essa dimensão, mas verificam-se referências a
C) a observância da norma padrão com o uso do imperativo outras dimensões de variação. A opção em que a ideia de sota-
“Desculpe” em vez de “Desculpa”. que é evidenciada mais pontualmente é:
D) a ocorrência de desvio da norma padrão pelo uso de A) “ Mineiro não fala que o sujeito é competente em tal ou
“Vossa Excelência” em vez de “Sua Excelência”. qual atividade. Fala que ele é bom de serviço”
B) ” Um amigo seu, se for mineiro, vai chegar e dizer: —
02. SEDUC/PI – PROFESSOR DE LÍNGUA PORTUGUESA – Mexe com isso não, sô (leia-se: sai dessa, é fria, etc).”
2015 - NUCEPE C) “ Os mineiros também não gostam do verbo conseguir...
Sôcê (se você) acha que não vai chegar a tempo, você liga e diz:
SOTAQUE MINEIRO: É ILEGAL, IMORAL OU ENGORDA? — Aqui, não vou dar conta de chegar na hora, não, sô.”
D) “... Não dizem: onde eu estou?, dizem: ôndôtô?”
Gente, simplificar é um pecado. Se a vida não fosse tão cor- E) “ Mineiras não dizem apaixonado por. Dizem, sabe-se lá
rida, se não tivesse tanta conta para pagar, tantos processos — por que, apaixonado com.... Ouve-se a toda hora: Ah, eu apaixo-
oh sina — para analisar, eu fundaria um partido cuja luta seria nei com ele.... Ou: sou doida com ele (...)
descobrir as falas de cada região do Brasil.
Cadê os linguistas deste país? Sinto falta de um tratado ge-
ral das sotaques brasileiros. Não há nada que me fascine mais.
Como é que as montanhas, matas ou mares influem tanto, e de-
terminam a cadência e a sonoridade das palavras? (...)

4
LÍNGUA PORTUGUESA

03. SEDUC/PI – PROFESSOR DE LÍNGUA PORTUGUESA – C) Em sala de aula, Chico Bento pode se transformar em um
2015 - NUCEPE símbolo do multiculturalismo que ali deve ser cultivado.
Ainda em relação ao texto da questão 02: D) As historinhas do Chico Bento funcionam como um re-
Em: “Se a vida não fosse tão corrida, se não tivesse tanta curso para despertar nos alunos a consciência da diversidade
conta para pagar, tantos processos — oh sina — para analisar, sociolinguística.
eu fundaria um partido...”, é CORRETO afirmar sobre a expressão
destacada. 05. MPE-BA - Analista Técnico - Letras Vernáculas – 2017
A) Está empregada de maneira inadequada por tratar-se de – FGV
uma expressão usada na oralidade, em um texto escrito.
B) Não poderia ser usada em um texto que trata teorica- Numa negociação de umas quintas em Portugal, poderia
mente de variação linguística, por ser tão informal. ocorrer a seguinte frase na língua falada portuguesa: - Tu queres
C) Está adequadamente usada e traduz informalidade e que eu tas venda?
aproximação com o leitor, além de sinalizar para a leveza com a
qual o tema será abordado. Em linguagem falada contemporânea brasileira não regio-
D) Está adequadamente utilizada por se tratar de um estilo nal, essa mesma frase deveria ser expressa do seguinte modo:
de escrita originariamente revelado no padrão culto da língua. A) Tu queres que eu te venda as quintas?
E) Não é usada adequadamente porque seu autor confessa- B) Tu queres que eu venda-as a você?
-se pouco conhecedor do tema abordado no texto. C) Você quer que eu venda elas a você?
D) Tu queres que eu venda as quintas a ti?
04. SEDUC-CE - Professor - Língua Portuguesa – 2018 - UE- E) Você quer que eu as venda a ti?
CE-CEV
RESPOSTAS
Leia a historinha O limoeiro de Maurício de Sousa.

Legenda: 01 B
CB – Chico Bento (falando com um limoeiro que ele plantou) 02 D
P – Pai do Chico Bento
M – Mãe do Chico Bento 03 C
04 B
CB: – Vixi! Como você cresceu! Inté parece qui foi onte qui
05 C
prantei esse limoero! Agora, já ta cheio di gaio! Quase da mi-
nha artura! Como o tempo passa, né? Uns tempo atrais, ocê era
deste tamanhico! Fiz um buraquinho i ponhei ocê inda mudinha
dentro! Protegi dos ventos, do sor, das geada... i nunca dexei GÊNEROS TEXTUAIS.
fartá água! Imagina si eu ia dexá ocê passá sede! Hoje você ta
desse tamanhão! Quero vê o dia im qui ocê tivé mais grande qui
eu! Imagina só! Cum uns gaio cumprido cheio di limão i umas fia Gêneros Textuais
bem larga, pra dá sombra pra quem tivé dibaxo! Aí, num vô per-
cisá mais mi precupá c’ocê, né limoero? Pruque aí ocê vai tá bem São textos encontrados no nosso dia-a-dia e apresentam
forte! Vai sabê si protegê do vento do sor i da geada, sozinho! I características sócio comunicativas (carta pessoal ou comercial,
suas raiz vão tá tão cumprida qui ocê vai podê buscá água por diários, agendas, e-mail, facebook, lista de compras, cardápio
sua conta! Ocê vai sê dono doce mesmo! Sabe, limoero...Tava entre outros).
pensando...Acho que dispois, vai sê eu qui vô percisá docê! Isso É impossível se comunicar verbalmente a não ser por um
é... Quando eu ficá mais véio! Craro! Cum uns limão tão bão qui texto e obriga-nos a compreender tanto as características estru-
ocê tem... i a sombra qui ocê dá, pode mi protegê inté dos pongo turais (como ele é feito) como as condições sociais (como ele
di chuva! Ocê vai fazê isso, limoeiro? Cuidá de mim também? funciona na sociedade).
Num importa! O importante é qui eu prantei ocê! I é ansim qui Os gêneros são tipos relativamente estáveis de enunciados
eu gosto! Do jeito qui ocê é. elaborados pelas mais diversas esferas da atividade humana.
P (para M): – Muié... tem reparado como nosso fio cres- Por essa relatividade a que se refere o autor, pode-se entender
ceu? Fonte: Chico Bento, nº 354. que o gênero permite certa flexibilidade quanto à sua composi-
ção, favorecendo uma categorização no próprio gênero, isto é, a
Considerando a variação linguística utilizada, assinale a criação de um subgênero.
opção que apresenta uma visão preconceituosa a respeito do Os gêneros textuais são fenômenos históricos, profun-
texto. damente vinculados à vida cultural e social, portanto, são en-
A) A criação do personagem Chico Bento permite que as tidades sócio discursivas e formas de ação social em qualquer
crianças com antecedentes urbanos se familiarizem com a cul- situação comunicativa. Caracterizam-se como eventos textuais
tura rural. altamente maleáveis e dinâmicos.
B) O Conselho Nacional de Cultura deveria proibir a publica- Os gêneros textuais caracterizam-se muito mais por suas
ção da revista, pois o modo de falar do Chico pode influenciar a funções comunicativas; cognitivas e institucionais, do que por
fala das crianças brasileiras. suas peculiaridades linguísticas e estruturais.

5
LÍNGUA PORTUGUESA

Os textos, tanto orais quanto escritos, que têm o objetivo Exemplos de gêneros textuais narrativos:
de estabelecer algum tipo de comunicação, possuem algumas Romance
características básicas que fazem com que possamos saber em Novela
qual gênero textual o texto se encaixa. Algumas dessas carac- Crônica
terísticas são: o tipo de assunto abordado, quem está falando, Contos de Fada
para quem está falando, qual a finalidade do texto, qual o tipo Fábula
do texto (narrativo, argumentativo, instrucional, etc.). Lendas
É essencial saber distinguir o que é gênero textual, gênero
literário e tipo textual. Cada uma dessas classificações é referen- Texto Descritivo: se ocupam de relatar e expor determina-
te aos textos, porém é preciso ter atenção, cada uma possui um da pessoa, objeto, lugar, acontecimento. São textos cheios de
significado totalmente diferente da outra. adjetivos, que descrevem ou apresentam imagens a partir das
Gêneros textuais – cada um deles possui o seu próprio estilo percepções sensoriais do locutor (emissor).
de escrita e de estrutura. Desta forma fica mais fácil compreen-
der as diferenças entre cada um deles e poder classifica-los de Exemplos de gêneros textuais descritivos:
acordo com suas características. Diário
Gênero Literário –os textos abordados são apenas os literá- Relatos (viagens, históricos, etc.)
rios, diferente do gênero textual, que abrange todo tipo de tex- Biografia e autobiografia
to. O gênero literário é classificado de acordo com a sua forma, Notícia
podendo ser do gênero líricos, dramático, épico, narrativo e etc. Currículo
Tipo textual –forma como o texto se apresenta, podendo Lista de compras
ser classificado como narrativo, argumentativo, dissertativo, Cardápio
descritivo, informativo ou injuntivo. Cada uma dessas classifica- Anúncios de classificados
ções varia de acordo como o texto se apresenta e com a finalida-
de para o qual foi escrito. Texto Dissertativo-Argumentativo: encarregados de expor um
tema ou assunto por meio de argumentações. São marcados pela
defesa de um ponto de vista, ao mesmo tempo que tentam persu-
Quando pensamos nos diversos tipos e gêneros textuais,
adir o leitor. Sua estrutura textual é dividida em três partes: tese
devemos pensar também na linguagem adequada a ser adota-
(apresentação), antítese (desenvolvimento), nova tese (conclusão).
da em cada um deles. Por isso existem a linguagem literária e a
Exemplos de gêneros textuais dissertativos:
linguagem não literária. Diferentemente do que acontece com
Editorial Jornalístico
os textos literários, nos quais há uma preocupação com o ob-
Carta de opinião
jeto linguístico e também com o estilo, os textos não literários
Resenha
apresentam características bem delimitadas para que possam
Artigo
cumprir sua principal missão, que é, na maioria das vezes, a de Ensaio
informar. Monografia, dissertação de mestrado e tese de doutorado
Quando pensamos em informação, alguns elementos de-
vem ser elencados, como a objetividade, a transparência e o Texto Expositivo: possuem a função de expor determinada
compromisso com uma linguagem não literária, afastando assim ideia, por meio de recursos como: definição, conceituação, in-
possíveis equívocos na interpretação de um texto. formação, descrição e comparação.
Os gêneros textuais são fenômenos históricos, profunda- Exemplos de gêneros textuais expositivos:
mente vinculados à vida cultural e social, portanto, são entida- Seminários
des sócio discursivas e formas de ação social em qualquer situ- Palestras
ação comunicativa. Conferências
Caracterizam-se como eventos textuais altamente maleá- Entrevistas
veis e dinâmicos. Trabalhos acadêmicos
Os gêneros textuais caracterizam-se muito mais por suas Enciclopédia
funções comunicativas; cognitivas e institucionais, do que por Verbetes de dicionários
suas peculiaridades linguísticas e estruturais.
Texto Injuntivo: também chamado de texto instrucional,
Tipos de Gêneros Textuais indica uma ordem, de modo que o locutor (emissor) objetiva
orientar e persuadir o interlocutor (receptor). Apresentam, na
Existem inúmeros gêneros textuais dentro das categorias maioria dos casos, verbos no imperativo.
tipológicas de texto, e cada texto possuiu uma linguagem e
estrutura. Em outras palavras, gêneros textuais são estruturas Exemplos de gêneros textuais injuntivos:
textuais peculiares que surgem dos tipos de textos: narrativo, Propaganda
descritivo, dissertativo-argumentativo, expositivo e injuntivo. Receita culinária
Bula de remédio
Texto Narrativo: apresentam ações de personagens no Manual de instruções
tempo e no espaço. A estrutura da narração é dividida em: apre- Regulamento
sentação, desenvolvimento, clímax e desfecho. Textos prescritivos

6
LÍNGUA PORTUGUESA

QUESTÕES gente. Declararam-se guerras e fizeram-se as pazes, não neces-


sariamente nessa ordem. O barco a vapor, o telégrafo e a foto-
01. SEDUC-CE - Professor - Língua Portuguesa – 2018 - UE- grafia eram as grandes novidades, e já havia no ar um xodó pela
CE-CEV tecnologia. Mas não adiantava: aquele mundo de 150 anos atrás
Considerando que os gêneros estão agrupados em cinco continuava predominantemente literário.
modalidades retóricas correspondentes aos tipos textuais, assi- Eram tempos em que, flanando pelas grandes cidades, os
nale a opção em que a correspondência dos exemplos e as res- mortais podiam cruzar com os escritores nas ruas — poetas, ro-
pectivas modalidades está correta. mancistas, pensadores —, segui-los até seus cafés, sentar-se à
A) ARGUMENTAR: novela fantástica, texto de opinião, de- mesa do lado, ouvir o que eles diziam e, quem sabe, puxá-los
bate regrado. pela manga e oferecer-lhes fogo. Talvez em nenhuma outra épo-
B) EXPOR: seminário, conferência, entrevista de especialista. ca tantos gênios morassem nas mesmas cidades, quem sabe até
C) NARRAR: fábula, curriculum vitae, lenda. em bairros vizinhos. E todos em idade madura, no auge de suas
D) DESCREVER: regulamento, regras de jogo, carta do leitor. vidas ativas e criativas.
02. SEDUC-CE - Professor - Língua Portuguesa – 2018 - UE- Na Paris de 1866, por exemplo, roçavam cotovelos Ale-
CE-CEV xandre Dumas, Victor Hugo, Baudelaire. Em Lisboa, Antero de
Quental, Camilo Castelo Branco, Eça de Queiroz. E, no Rio, basta-
Receita do amor va um pulinho à rua do Ouvidor para se estar diante de Machado
Ingredientes: de Assis e José de Alencar.
• 4 xícaras de carinho Que viagem, a 1866.
• 2 xícaras de atenção (Adaptado de: CASTRO, Ruy. Viagem a 1866. Disponível
• 2 colheres de suspiros em: www.folha.uol.com.br)
• 8 pedaços de saudades
• 3 colheres de respeito Uma característica do gênero crônica que pode ser observa-
• Amor, sorrisos bobos, pimenta e ciúmes a gosto da no texto é a presença de uma linguagem
Modo de preparo: A) imparcial, que se evidencia em: Talvez em nenhuma ou-
– Misture 8 pedaços de saudade com 2 xícaras de atenção tra época tantos gênios morassem nas mesmas cidades...
em uma panela até virar uma mistura onde qualquer momento B) formal, que se evidencia em: ... já havia no ar um xodó
seja especial. Acrescente sorrisos bobos até ficar homogêneo; pela tecnologia.
– Junte todo o carinho na forma e caramelize com suspiros C) arcaica, que se evidencia em: Que viagem, a 1866.
de paixão, ao sentir o cheiro de sonhos se espalhando no am- D) coloquial, que se evidencia em: ... foi um ano cheio de
biente retire do fogo e acrescente uma pitada de pimenta para domingos
sentirmos a intensidade dentro de nós sempre que provarmos; E) argumentativa, que se evidencia em: Nasceu e morreu
– Misture bem todos os ingredientes anteriores; gente.
– Para não virar rotina, acrescente muito amor e uma colher
de ciúmes. Para dar um pequeno sabor de dedicação, adicione 04. CREMESP - Oficial Administrativo - Área Administrati-
3 colheres de respeito. (Caso erre na medida de ciúmes coloque va- 2016 – FCC
respeito a gosto). O Dia do Médico, celebrado em 18 de outubro, foi a data
(...) escolhida pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de
São Paulo (Cremesp) para o lançamento de uma campanha pela
Rendimento: Duas porções humanização da Medicina. Com o mote “O calor humano tam-
Dica de acompanhamento: Aprecie com abraços e músicas. bém cura”, a ação pretende enaltecer a vocação humanitária do
Diêgo Cabó médico e fortalecer a relação entre esses profissionais e seus
Fonte:https://www.pensador.com/frase/MTgyMjExMg/. pacientes, um dos pilares da Medicina.
Acesso em 08/09/2018. As peças da campanha ressaltam, por meio de filmes, anún-
cios e banners, que o médico é especialista em pessoas e que o
O critério que impera na determinação interpretativa do gê- toque, o olhar e a conversa são tão essenciais para a Medicina
nero apresentado é quanto a evolução tecnológica.
A) o suporte. (No Dia do Médico, Cremesp lança campanha pela humani-
B) o contexto. zação da Medicina. Disponível em: www.cremesp.org.br)
C) a forma.
D) a função. Levando em conta a linguagem, o formato e a finalidade do
texto, conclui-se que se trata de
03. CREMESP - Oficial Administrativo - Área Administrativa A) uma notícia.
– 2016 – FCC B) um artigo de opinião.
C) uma carta comercial.
Outro dia, em busca de determinada informação, caiu-me D) uma reportagem.
às mãos um calendário de 1866. Por força do hábito, examinei-o E) um editorial.
pelo avesso e descobri um panorama encantador. Como todos
antes dele, foi um ano cheio de domingos. Nasceu e morreu

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LÍNGUA PORTUGUESA

05. Pref. de Maceió - AL - Técnico Administrativo – 2017 - Intertextualidade é a relação entre dois textos que tem
COPEVE-UFAL como característica um citar o outro.
[...]
Tipos de Intertextualidade
Nada de exageros
Dentre os vários tipos de intertextualidade, destacam-se:
Consumir dentro do limite das próprias economias é um
bom exemplo para as crianças. “Endividar-se para consumir Paródia: aparece geralmente em forma de crítica irônica de
não está certo”, afirma a advogada Noemi Friske Momberger, caráter humorístico. Esse recurso é muito utilizado pelos progra-
autora do livro A publicidade dirigida a crianças e adolescentes, mas humorísticos.
regulamentos e restrições. Isso vale tanto para as crianças como Paráfrase: recriação de um texto já existente mantendo a
para os pais. É preciso dar exemplo. Não adianta inventar regras mesma ideia contida no texto original, entretanto, com a utiliza-
apenas para quem tem menos de 1 metro e meio. É preciso aju- ção de outras palavras.
dar as crianças a entender o que cabe no orçamento familiar. Epígrafe: muito utilizado em obras, textos científicos, arti-
“Explico para meus filhos que não podemos ter algumas coisas, gos, resenhas, monografias, pois consiste no acréscimo de uma
mesmo que muitos na escola tenham três vezes mais”, diz a pro- frase ou parágrafo que tenha relação com o que será discutido
fessora de Inglês Lucia Razeira, de 30 anos, mãe de Vitor, de 7, no texto.
e Clara, de 10. Citação: ocorre ao acrescentar trechos de outras obras
[...] numa produção textual. Em geral vem expressa entre aspas e
Disponível em:http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epo- itálico, por se tratar da escrita de outro autor.
ca/0,,EMI58402-15228,00- EU+QUERO+EU+QUERO+EU+QUE- Alusão: refere-se aos elementos presentes em outros tex-
RO.html>.Acesso em: 07 fev. 2017. tos.
Pastiche: há a imitação direta do estilo de outros autores,
Considerando as características predominantes, o gênero mesclando esses diversos estilos numa única obra. Aparece
textual como uma criação independente, sem o intuito de criticar ou
A) é seguramente uma reportagem em que se observam ar- satirizar.
gumentos do autor. Tradução: é a passagem de um texto de uma língua estran-
B) se enquadra no tipo narrativo, uma vez que há predomí- geira para a língua nativa de um determinado país.
nio de sequências descritivas. Bricolagem: trata-se de alguns procedimentos da intertex-
C) foi totalmente explicitado no recorte apresentado, já que tualidade das artes plásticas e da música que podem aparecer
diz respeito a um artigo de opinião. na literatura.
D) é uma notícia, já que narra um fato verídico, com informa- Sample: são trechos “roubados” de outras mmúsicas e usa-
ções sobre a necessidade de se ensinar os limites do consumo. do como base para outras produções.
E) é delimitado pela esfera do campo opinativo, uma vez Vejamos agora um dos mais conhecidos exemplos de Inter-
que defende o ponto de vista de que é preciso haver limites para textualidade.É o poema Canto de Regresso à Pátria, de Oswaldo
o consumo, por meio de três argumentos básicos. de Andrade, cujo texto fonte é o poema Canção de Exílio, de
Gonçalves Dias.
RESPOSTAS
Canção do Exílio (texto fonte)
01 B
Minha terra tem palmeiras,
02 D Onde canta o Sabiá;
03 D As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
04 A
05 E Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
IMPLICITUDE E EXPLICITUDE DAS INFORMAÇÕES. Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,


A intertextualidade é a criação de um texto a partir de outro Mais prazer encontro eu lá;
texto que existe. Dependendo da situação, a intertextualidade Minha terra tem palmeiras,
tem funções diferentes que dependem muito dos textos/con- Onde canta o Sabiá.
textos em que ela é inserida.
Sem dúvidas, o fenômeno da intertextualidade está relacio- Minha terra tem primores,
nada ao conhecimento de mundo, que deve ser comum ao pro- Que tais não encontro eu cá;
dutor e ao receptor do textos. A intertextualidade pode ocorrer Em cismar - sozinho, à noite -
em qualquer tipo de texto. Mais prazer encontro eu lá;

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LÍNGUA PORTUGUESA

Minha terra tem palmeiras, D) um procedimento paródico.


Onde canta o Sabiá. E) um plágio explícito.

Não permita Deus que eu morra, 02.


Sem que eu volte para lá; Hora do mergulho
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá; Feche a porta, esqueça o barulho
Sem qu’inda aviste as palmeiras, feche os olhos, tome ar: é hora do mergulho
Onde canta o Sabiá. eu sou moço, seu moço, e o poço não é tão fundo
(Gonçalves Dias) super-homem não supera a superfície
Canto de Regresso à Pátria (intertextualidade) nós mortais viemos do fundo
eu sou velho, meu velho, tão velho quanto o mundo
Minha terra tem palmares
Onde gorjeia o mar eu quero paz:
Os passarinhos daqui uma trégua do lilás-neon-Las Vegas
Não cantam como os de lá profundidade: 20.000 léguas
“se queres paz, te prepara para a guerra”
Minha terra tem mais rosas “se não queres nada, descansa em paz”
E quase que mais amores “luz” - pediu o poeta
Minha terra tem mais ouro (últimas palavras, lucidez completa)
Minha terra tem mais terra depois: silêncio
Ouro terra amor e rosas
Eu quero tudo de lá esqueça a luz... respire o fundo
Não permita Deus que eu morra eu sou um déspota esclarecido
Sem que volte para lá
nessa escura e profunda mediocracia.
Não permita Deus que eu morra
(Engenheiros do Hawaii, composição de Humberto Gessinger)
Sem que volte pra São Paulo
Sem que veja a Rua 15
Na letra da canção, Humberto Gessinger faz referência a um
E o progresso de São Paulo.
famoso provérbio latino: si uis pacem, para bellum, cuja tradu-
(Oswald de Andrade)
ção é Se queres paz, te prepara para a guerra. Nesse tipo de
citação, encontramos o seguinte recurso:
QUESTÕES
a) intertextualidade explícita.
01. UFRN - 2012 b) intertextualidade implícita.
c) intertextualidade implícita e explícita.
Observe a capa de um livro reproduzida abaixo: d) tradução.
e) referência e alusão.

03. ENEM – 2010

Fora da ordem

Em 1588, o engenheiro militar italiano Agostinho Romelli


publicou Le Diverse ET Artificiose Machine , no qual descrevia
uma máquina de ler livros. Montada para girar verticalmente,
como uma roda de hamster, a invenção permitia que o leitor
fosse de um texto ao outro sem se levantar de sua cadeira.
Hoje podemos alternar entre documentos com muito mais
facilidade – um clique no mouse é suficiente para acessarmos
imagens, textos, vídeos e sons instantaneamente. Para isso, usa-
mos o computador, e principalmente a internet – tecnologias
que não estavam disponíveis no Renascimento, época em que
A imagem é capa do livro Memórias Desmortas de Brás Romelli viveu.
Cubas, de Pedro Vieira. Editora Tarja Editorial BERCITTO, D. Revista Língua Portuguesa. Ano II. N°14.

A) uma metonímia. O inventor italiano antecipou, no século XVI, um dos princí-


B) uma transcrição literal. pios definidores do hipertexto: a quebra de linearidade na leitu-
C) uma paráfrase direta. ra e a possibilidade de acesso ao texto conforme o interesse do

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LÍNGUA PORTUGUESA

leitor. Além de ser característica essencial da internet, do ponto A) a mais antiga das artes, servindo como elemento de co-
de vista da produção do texto, a hipertextualidade se manifesta municação e afirmação do homem em todos os momentos de
também em textos impressos, como: sua existência.
A) dicionários, pois a forma do texto dá liberdade de acesso B) a forma de expressão corporal que ultrapassa os limites
à informação. físicos, possibilitando ao homem a liberação de seu espírito.
B) documentários, pois o autor faz uma seleção dos fatos e C) a manifestação do ser humano, formada por uma sequ-
das imagens. ência de gestos, passos e movimentos desconcertados.
C) relatos pessoais, pois o narrador apresenta sua percep- D) o conjunto organizado de movimentos do corpo, com
ção dos fatos. ritmo determinado por instrumentos musicais, ruídos, cantos,
D) editoriais, pois o editorialista faz uma abordagem deta- emoções etc.
lhada dos fatos. E) o movimento diretamente ligado ao psiquismo do indiví-
E) romances românticos, pois os eventos ocorrem em diver- duo e, por consequência, ao seu desenvolvimento intelectual e
sos cenários. à sua cultura.

04. Sobre a intertextualidade, assinale a alternativa incor- RESPOSTAS


reta:
a) A intertextualidade implícita não se encontra na super- 01 D
fície textual, visto que não fornece para o leitor elementos que
possam ser imediatamente relacionados com algum outro tipo 02 B
de texto-fonte. 03 A
b) Todo texto, em maior ou menor grau, é um intertexto,
04 D
pois é normal que durante o processo da escrita aconteçam rela-
ções dialógicas entre o que estamos escrevendo e outros textos 05 B
previamente lidos por nós.
c) Na intertextualidade explícita, ficam claras as fontes nas
quais o texto baseou-se e acontece, obrigatoriamente, de ma-
neira intencional. Pode ser encontrada em textos do tipo resu- ORTOGRAFIA.
mo, resenhas, citações e traduções.
d) A intertextualidade sempre acontece de maneira propo-
sital. É um recurso que deve ser evitado, pois privilegia o plágio A Ortografia estuda a forma correta de escrita das palavras
dos textos-fonte em detrimento de elementos que confiram ori- de uma língua. Do grego “ortho”, que quer dizer correto e “gra-
ginalidade à escrita. fo”, por sua vez, que significa escrita.
É influenciada pela etimologia e fonologia das palavras.
05. ENEM – 2005 Além disso, são feitas convenções entre os falantes de uma mes-
ma língua que visam unificar a sua ortografia oficial. Trata-se dos
A DANÇA E A ALMA acordos ortográficos.

A DANÇA? Não é movimento, Alfabeto


súbito gesto musical. O alfabeto é formado por 26 letras
É concentração, num momento, Vogais: a, e, i, o, u, y, w.
da humana graça natural. Consoantes: b,c,d,f,g,h,j,k,l,m,n,p,q,r,s,t,v,w,x,z.
No solo não, no éter pairamos, Alfabeto: a,b,c,d,e,f,g,h,i,j,k,l,m,n,o,p,q,r,s,t,u,v,w,x,y,z.
nele amaríamos ficar.
A dança – não vento nos ramos: Regras Ortográficas
seiva, força, perene estar.
Um estar entre céu e chão, Uso do x/ch
novo domínio conquistado,
onde busque nossa paixão O x é utilizado:
libertar-se por todo lado… - Em geral, depois dos ditongos: caixa, feixe.
Onde a alma possa descrever - Depois da sílaba -me: mexer, mexido, mexicano.
suas mais divinas parábolas - Palavras com origem indígena ou africana: xavante, xingar.
sem fugir à forma do ser, - Depois da sílaba inicial -en: enxofre, enxada.
por sobre o mistério das fábulas. - Exceção: O verbo encher (e palavras derivadas) escreve-se
(Carlos Drummond de Andrade. Obra completa. Rio de com ch.
Janeiro: Aguilar, 1964. p. 366.)

A definição de dança, em linguagem de dicionário, que mais


se aproxima do que está expresso no poema é:

10
LÍNGUA PORTUGUESA

Escreve-se com x Escreve-se com ch O j é utilizado:


- Palavras com origem indígena: pajé, canjica.
bexiga bochecha - Palavras com origem africana: jiló, jagunço.
bruxa boliche
caxumba broche Escreve-se com g Escreve-se com j
elixir cachaça estrangeiro berinjela
faxina chuchu gengibre cafajeste
graxa colcha geringonça gorjeta
lagartixa fachada gíria jiboia
ligeiro jiló
Uso do h
tangerina sarjeta
O h é utilizado:
- No final de interjeições: Ah!, Oh! Parônimos e Homônimos
- Por etimologia: hoje, homem.
- Nos dígrafos ch, lh, nh: tocha, carvalho, manhã. Há diferentes formas de escrita que existem, mas cujo sig-
- Palavras compostas: sobre-humano, super-homem. nificado é diferente.
- Exceção: Bahia quando se refere ao estado. O acidente ge-
ográfico baía é escrito sem h. Palavras parônimas são parecidas na grafia ou na pronúncia,
mas têm significados diferentes.
Uso do s/z Exemplos:

O s é utilizado: cavaleiro (de cavalos) cavalheiro (educado)


- Adjetivos terminados pelos sufixos -oso/-osa que indicam descrição (descrever) discrição (de discreto)
grande quantidade, estado ou circunstância: maudoso, feiosa.
- Nos sufixo -ês, -esa, -isa que indicam origem, título ou pro- emigrar (deixar o país) imigrar (entrar no país)
fissão: marquês, portuguesa, poetisa.
- Depois de ditongos: coisa, pousa. Palavras homônimas têm a mesma pronúncia, mas signifi-
- Na conjugação dos verbos pôr e querer: pôs, quiseram. cados diferentes.
Exemplos:
O z é utilizado:
cela (cômodo pequeno) sela (de cavalos)
- Nos sufixos -ez/-eza que formam substantivos a partir de
adjetivos: magro - magreza, belo - beleza, grande - grandeza. ruço (pardo claro) russo (da Rússia)
- No sufixo - izar, que forma verbo: atualizar, batizar, hospi- tachar (censurar) taxar (fixar taxa)
talizar.
Consoantes dobradas
Escreve-se com s Escreve-se com z
- Só se duplicam as consoantes C, R, S.
Alisar amizade - Escreve-se com CC ou CÇ quando as duas consoantes soam
atrás azar distintamente: convicção, cocção, fricção, facção, etc.
através azia
- Duplicam-se o R e o S em dois casos: Quando, intervocáli-
gás giz cos, representam os fonemas /r/ forte e /s/ sibilante, respectiva-
groselha prazer mente: carro, ferro, pêssego, missão, etc.
Quando há um elemento de composição terminado em vo-
invés rodízio gal a seguir, sem interposição do hífen, palavra começada com
/r/ ou /s/: arroxeado, correlação, pressupor, etc.
Uso do g/j
Uso do hífen
O g é utilizado:
- Palavras que terminem em -ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio: Desde a entrada em vigor do atual acordo ortográfico, a
pedágio, relógio, refúgio. escrita de palavras com hífen e sem hífen tem sido motivo de
- Substantivos que terminem em -gem: lavagem, viagem. dúvidas para diversos falantes.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Palavras com hífen: 03. MPE SP – ANALISTA DE PROMOTORIA – 2015 - VUNESP


segunda-feira (e não segunda feira);
bem-vindo (e não benvindo);
mal-humorado (e não mal humorado);
micro-ondas (e não microondas);
bem-te-vi (e não bem te vi).
Palavras sem hífen:
dia a dia (e não dia-a-dia);
fim de semana (e não fim-de-semana);
à toa (e não à-toa);
autoestima (e não auto-estima);
antirrugas (e não anti-rugas).

QUESTÕES
(Dik Brownie, Hagar. www.folha.uol.com.br, 29.03.2015. Adap-
01. SEAP-MG - Agente de Segurança Penitenciário – 2018 tado)
- IBFC
Considerando a ortografia e a acentuação da norma-padrão
A ortografia estuda a forma correta da escrita das palavras da língua portuguesa, as lacunas estão, correta e respectiva-
de uma determinada língua, no caso a Língua Portuguesa. É in- mente, preenchidas por:
fluenciada pela etimologia e fonologia das palavras, assim sendo A) mal ... por que ... intuíto
observe com atenção o texto. Agente Penitenciário, Agente Pri- B) mau ... por que ... intuito
sional, Agente de Segurança Penitenciário ou Agente Estadual/ C) mau ... porque ... intuíto
Federal de Execução Penal. Entre suas atribuições estão: manter D) mal ... porque ... intuito
a ordem, diciplina, custódia e vigilância no interior das unida- E) mal ... por quê ... intuito
des prisionais, assim como no âmbito externo das unidades,
como escolta armada para audiências judiciais, transferência de 04. PBH Ativos S.A. - Analista Jurídico – 2018 – IBGP
presos etc. Desempenham serviços de natureza policial como Assinale a alternativa em que todas as palavras estão grafa-
aprensões de ilícitos, revistas pessoais em detentos e visitan- das conforme as regras do Novo Acordo Ortográfico relativas à
tes, revista em veículos que adentram as unidades prisionais, sistematização do emprego de hífen ou de acentuação.
controle de rebeliões e ronda externa na área do perímetro de A) Vôo, dêem, paranóico, assembléia, feiúra, vêem, baiúca.
segurança ao redor da unidade prisional. Garantem a seguran- B) Interresistente, superrevista, manda-chuva, paraquedas.
ça no trabalho de ressosialização dos internos promovido pelos C) Antirreligioso, extraescolar, infrassom, coautor, antiaé-
pisicólogos, pedagogos e assistentes sociais. Estão subordinados reo.
às Secretarias de Estado de Administração Penitenciária - SEAP, D) Préhistória, autobservação, infraxilar, suprauricular, iná-
secretarias de justiças ou defesa social, dependendo da nomen- bil.
clatura adotada em cada Estado. 05. MPE-GO - Auxiliar Administrativo – 2018 – MPE-GO
Fonte: Wikipedia – *com alterações ortográficas. Assinale a opção que completa corretamente as lacunas do
período abaixo.
Assinale a alternativa que apresenta todas as palavras, reti-
radas do texto, com equívocos em sua ortografia. Agora que há uma câmera de ________. isto provavelmente
A) atribuições; diciplina; audiências; desempenham. não _____acontecerá, mas _____vezes em que, no meio de uma
B) diciplina; aprensões; ressosialização; pisicólogos. noite __________, o poeta levantava de seu banco [...]
C) audiências; ilícitos; atribuições; desempenham.
D) perímetro; diciplina; desempenham; ilícitos. A) investigassâo mas ouve chuvosa
E) aprensões; ressosialização; desempenham; audiências. B) investigassâo mais houve chuvoza
C) investigação mais houve chuvosa
02. ELETTROBRAS – LEITURISTA – 2015 – IADES D) investigação mas houve chuvosa
Considerando as regras de ortografia, assinale a alternativa E) investigação mais ouve chuvoza
em que a palavra está grafada corretamente.
A) Dimencionar. RESPOSTAS
B) Assosciação.
C) Capassitores. 01 B
D) Xoque.
E) Conversão. 02 E
03 D
04 C
05 C

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LÍNGUA PORTUGUESA

SUBSTANTIVO
MORFOLOGIA.
Os substantivos nomeiam seres, coisas, ideias. Como pala-
CLASSE GRAMATICAIS vra variável, apresenta flexões de gênero, número e grau.

ARTIGO Classificação

Artigo é a palavra que colocamos antes dos substantivos, Substantivo Comum: Designa os seres de uma espécie de
com a finalidade de determina-los e especificarmos seu gênero forma genérica: casa, felicidade, mesa, criança, etc.
e número.
Os artigos podem ser: Substantivo Próprio: Designa um ser específico, determina-
- definidos: o, a, os, as (Determinam os substantivos de for- do, como: Recife, Mariana, Brasil, etc.
ma particular).
- indefinidos: um, uma, uns, umas (Determinam os substan- Substantivo Concreto: Designa seres propriamente ditos
tivos de forma inespecífica). (pessoas, objetos, lugares), independentemente de sua existência
real. Assim sendo, são exemplos: fada, saci, mesa, cinema, etc.
Exemplos:
Comprei o carro. (Um carro específico) Substantivo Abstrato: Designa ações qualidades, ou esta-
Comprei um carro. (Um carro qualquer) dos, tomados como seres. Indica coisas que não existem por si,
que são resultado de uma abstração. É o caso de felicidade, po-
Artigo Definido breza, caridade, etc..
Formação dos substantivos
Indica um substantivo específico, determinado. Dependendo
da flexão de gênero e de número, assume as formas o, a, os, as. Substantivo Primitivo: erve de base para a formação de ou-
tros substantivos. Exemplo: rosa, pedra, gelo, etc.
Observe as possíveis variações de gênero e número:
Substantivo Derivado: É formado a partir de um substanti-
O professor me repreendia. vo primitivo, como: roseiral, pedregulho, geleira, etc.
A professora me repreendia. Substantivo Simples: É formado por um só radical, como:
Os professores me repreendiam. janela, livro, trem, etc.
Artigo Indefinido Substantivo Composto: É formado por mais de um radical,
como em: arco-íris, arranha-céu, etc.
Indica m ser qualquer dentre outros da mesma espécie. De-
pendendo da flexão de gênero e de número, assume as formas Substantivo Coletivo: É coletivo o substantivo no singular
um, uma, uns, umas. que designa um conjunto de seres da mesma espécie.
- buquê – de flores
Observe as possíveis variações de gênero e número, usan- - alcateia – de lobos
do o mesmo exemplo anterior: - elenco – de artistas
- legião – de soldados
Um professor me repreendia.
Uma professora me repreendia. Gênero
Uns professores me repreendiam.
De acordo com o gênero (feminino e masculino) das pala-
Além das formas simples, os artigos apresentam formas vras substantiva, são classificadas em:
combinadas com preposições. O artigo definido combina-se
com as preposições a, de, em, por, originando, por exemplo, as Substantivos Biformes: apresentam duas formas, uma para
formas ao, do, nas, pelos, etc. o masculino e outra para o feminino. Exemplo: médico e médica;
Quando o artigo definido feminino (a, as) aparece combi- namorado e namorada.
nado com a preposição a, temos um caso que merece destaque
especial: a essa fusão de duas vogais idênticas, graficamente re- Substantivos Uniformes: somente um termo especifica os
presentada por um a com acento grave (à, às), dá-se o nome de dois gêneros (masculino e feminino), sendo classificados em:
crase. - Epicenos: palavra que apresenta somente um gênero e
refere-se aos animais, por exemplo: baleia (macho ou fêmea).
Exemplo: - Sobrecomum: palavra que apresenta somente um gênero
Eles lançaram um alerta à nação. (à = preposição a + artigo e refere-se às pessoas, por exemplo: criança (masculino e femi-
definido a) nino).
O artigo indefinido combina-se com as preposições em e - Comum de dois gêneros: termo que se refere aos dois gê-
de, originando, por exemplo, as formas num, numas, duns, etc. neros (masculino e feminino), identificado por meio do artigo
que o acompanha, por exemplo: “o dentista” e “a dentista”.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Número Número

São classificados em: Os adjetivos podem vir no singular ou plural, concordando


com o número do substantivo referido. Assim, a sua formação é
Singular: palavra que designa uma única coisa, pessoa ou parecida à dos substantivos.
um grupo, por exemplo: cama, homem.
Plural: palavra que designa várias coisas, pessoas ou gru- Grau
pos, por exemplo: camas, homens.
São classificados em:
Grau
- Grau Comparativo: utilizado para comparar qualidades.
São classificados em aumentativo e diminutivo:
Comparativo de Igualdade – Chocolate é tão bom quanto
Aumentativo: Indica o aumento do tamanho de algum ser pizza.
ou alguma coisa. Divide-se em: Comparativo de Superioridade – Rui é mais esforçado que
- Analítico: substantivo acompanhado de adjetivo que indi- Marcos.
ca grandeza, por exemplo: menino grande. Comparativo de Inferioridade – Mariana é menos feliz que
- Sintético: substantivo com acréscimo de um sufixo indica- Paula.
dor de aumento, por exemplo: meninão. - Grau Superlativo - utilizado para intensificar qualidades.
Diminutivo: Indica a diminuição do tamanho de algum ser
ou alguma coisa. Divide-se em: Superlativo Absoluto:
- Analítico: substantivo acompanhado de um adjetivo que Analítico - A casa é extremamente luxuosa.
indica pequenez, por exemplo: menino pequeno. Sintético - Larissa é organizadíssima.
- Sintético: substantivo com acréscimo de um sufixo indica- Superlativo Relativo de:
dor de diminuição, por exemplo: menininho. Superioridade - A cidade é a mais bonita da região.
Inferioridade - Este computador é o menos moderno do
ADJETIVO escritório.

Adjetivo é a palavra que modifica o substantivo, atribuindo- Somente seis adjetivos têm o grau comparativo de superio-
-lhe um estado, qualidade ou característica. ridade sintético. Veja-os:
Classificação bom – melhor
mau – pior
Simples - formado por um só radical. Exemplo: bonita. grande – maior
Composto - formado por mais de um radical. Exemplo: lati- pequeno – menor
no-americano. alto – superior
Primitivo - não deriva de outra palavra. Exemplo: claro, baixo – inferior
grande.
Derivado - tem origem em outra palavra. Exemplo: toleran- NUMERAL
te (vem de tolerar).
Pátrio - é o que se refere a países, estados, cidades, etc. O numeral é a palavra que indica, em termos numéricos,
Exemplo: brasileiro, mineiro, carioca, etc. um número exato ou a posição que tal coisa ocupa numa série.

Locução Adjetiva Classificação

É toda reunião de duas ou mais palavras com valor de uma Cardinais: Forma básica dos números, indicam contagem,
só. Geralmente, as locuções adjetivas são formadas por uma pre- medida. Exemplo, um, dois, três…
posição e um substantivo, ou uma preposição e um advérbio.
Exemplos: Ordinais: Indica ordem de uma sequência. Exemplo, primei-
- dente de cão (= canino) ro, segundo, terceiro…
- água de chuva (= pluvial)
- pneus de trás (= traseiro) Fracionários: Indicam a diminuição das proporções numé-
Flexão ricas, ou seja, representam uma parte de um todo. Exemplo,
meio, terço, quarto, quinto…
Gêneros
Multiplicativos: Determina o aumento da quantidade por
- Adjetivos Uniformes: uma forma para os dois gêneros (fe- meio de múltiplos. Exemplo, dobro, triplo, quádruplo, quíntu-
minino e masculino). Exemplo: alegre. plo…
- Adjetivos Biformes: varia conforme o gênero (masculino e
feminino). Exemplo: dengoso, dengosa.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Coletivos: Número exato que faz referência a um conjunto Pronomes Possessivo


de seres. Exemplo: dúzia (conjunto de 12), dezena (conjunto de
10), centena (conjunto de 100), semestre (conjunto de 6), bi- Os pronomes possessivos são aqueles que transmitem a
mestre (conjunto de 2). ideia de posse, por exemplo: Esse carro é seu?

Cardinal Ordinal Cardinal Ordinal Pessoas Verbais Pronomes Possessivos


Um Primeiro Vinte Vigésimo
Dois Segundo Trinta Trigésimo 1ª pessoa do singular meu, minha (singular); meus,
(eu) minhas (plural)
Três Terceiro Cinquenta Quinquagésimo
Quatro Quarto Sessenta Sexagésimo 2ª pessoa do singular teu, tua (singular); teus, tuas
(tu, você) (plural)
Cinco Quinto Oitenta Octogésimo
Seis Sexto Cem Centésimo 3ª pessoa do singular seu, sua (singular); seus, suas
Sete Sétimo Quinhentos Quingentésimo (ele/ela) (plural)
Oito Oitavo Setecentos Setingentésimo 1ª pessoa do plural nosso, nossa (singular); nossos,
Nove Nono Novecentos Noningentésimo (nós) nossas (plural)
Dez Décimo Mil Milésimo
2ª pessoa do plural vosso, vossa (singular); vossos,
PRONOME (vós, vocês) vossas (plural)

Pronome é a palavra que substitui ou acompanha o subs- 3ª pessoa do plural seu, sua (singular); seus, suas
tantivo, indicando sua posição em relação às pessoas do discur- (eles/elas) (plural)
so ou mesmo situando-o no espaço e no tempo.
Pronomes Pessoais Pronomes Demonstrativos

Retos – têm função de sujeito da oração: eu, tu, ele, nós, Os pronomes demostrativos são utilizados para indicar algo.
vós, eles. Reúnem palavras variáveis (esse, este, aquele, essa, esta, aque-
Oblíquos têm função de complemento do verbo (objeto di- la) e invariáveis (isso, isto, aquilo).
reto / objeto indireto) ou as, lhes. - Ele viajará conosco. (elepro-
nome reto / vaiverbo / conosco complemento nominal). Relação ao tempo
- tônicos com preposição: mim, comigo, ti, contigo,si, consi- Este (s), esta (s), isto: indicam o tempo presente em relação
go, conosco, convosco; ao momento em que se fala. Exemplo: Esta semana é a última
- átonos sem preposição: me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, antes da prova.
os,pronome oblíquo) Esse (s), essa (s), isso: indicam tempo no passado ou no fu-
turo. Exemplos: Onde você foi esse feriado? / Serei reconhecido
Pronomes de Tratamento pelo meu esforço. Quando esse dia chegar, estarei satisfeito.
Aquele (s), aquela (s), aquilo: indicam um tempo distante
Dependendo da pessoa a quem nos dirigimos, do seu cargo, em relação ao momento em que se fala. Exemplo: Lembro-me
idade, título, o tratamento será familiar ou cerimonioso: Vossa bem aquele tempo em que viajávamos de trem.
Alteza (V.A.) - príncipes, duques; Vossa Eminência (V.Ema) - car-
deais; Vossa Excelência (V.Ex.a) - altas autoridades, presidente, Relação ao espaço
oficiais; Vossa Magnificência (V.Mag.a) - reitores de universida- Este (s), esta (s), isto: o ser ou objeto que está próximo da
des; Vossa Majestade (V.M.) – reis, imperadores; Vossa Santida- pessoa que fala. Exemplo: Este é o meu filho.
de (V.S.) - Papa; Vossa Senhori (V.Sa) - tratamento cerimonioso. Esse (s), essa (s), isso: a pessoa ou a coisa próxima daquela
com quem falamos ou para quem escrevemos. Exemplo: Por fa-
- Além desses, são pronomes de tratamento: senhor, senho- vor, poderia passar esse copo?
ra, senhorita, dona, você. Aquele (s), aquela (s), aquilo: o ser ou objeto que está longe
- A forma Vossa (Senhoria, Excelência) é empregada quando de quem fala e da pessoa de quem se fala (3ª pessoa). Exemplo:
se fala com a própria pessoa: Vossa Senhoria não compareceu à Com licença, poderia dizer o preço daquele casaco?
reunião dos semterra? (falando com a pessoa)
- A forma Sua (Senhoria, Excelência ) é empregada quando Pronomes Indefinidos
se fala sobre a pessoa: Sua Eminência, o cardeal, viajou paraum
Congresso. (falando a respeito do cardeal) Empregados na 3ª pessoa do discurso, o próprio nome já
mostra que os pronomes indefinidos substituem ou acompa-
nham o substantivo de maneira vaga ou imprecisa.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Os verbos estão agrupados em três conjugações:


Classificação Pronomes Indefinidos 1ª conjugação – ar: amar, caçar, começar.
2ª conjugação – er: comer, derreter, beber.
algum, alguma, alguns, algumas, nenhum, 3ª conjugação – ir: curtir, assumir, abrir.
nenhuma, nenhuns, nenhumas, muito,
muita, muitos, muitas, pouco, pouca, O verbo pôr e seus derivados (repor, depor, dispor, compor,
poucos, poucas, todo, toda, todos, todas, impor) pertencem a 2ª conjugação devido à sua origem latina
outro, outra, outros, outras, certo, certa, poer.
Variáveis
certos, certas, vário, vária, vários, várias,
tanto, tanta, tantos, tantas, quanto, Pessoas: 1ª, 2ª e 3ª pessoa, em 2 situações: singular e plu-
quanta, quantos, quantas, qualquer, ral.
quaisquer, qual, quais, um, uma, uns, 1ª pessoa do singular – eu; ex.: eu viajo
umas. 2ª pessoa do singular – tu; ex.: tu viajas
3ª pessoa do singular – ele; ex.: ele viaja
quem, alguém, ninguém, tudo, nada, 1ª pessoa do plural – nós; ex.: nós viajamos
Invariáveis
outrem, algo, cada. 2ª pessoa do plural – vós; ex.: vós viajais
3ª pessoa do plural – eles; ex.: eles viajam
Pronomes Relativos
Tempos do Verbo
Os pronomes relativos se referem a um substantivo já dito
anteriormente na oração. Podem ser palavras variáveis e inva- Presente: Ocorre no momento da fala. Ex.: trabalha
riáveis. Essa palavra da oração anterior chamase antecedente: Pretérito: Ocorrido antes. Ex.: trabalhou
Viajei para uma cidade que é muito pequena. ercebese que o Futuro: Ocorrido depois. Ex.: trabalhará
pronome relativo que, substitui na 2ª oração, a cidade, por isso O pretérito subdivide-se em:
a palavra que é um pronome relativo. - Perfeito: Ação acabada. Ex.: Eu limpei a sala.
São divididos em: - Imperfeito: Ação inacabada no momento a que se refere à
Variáveis: o qual, os quais, a qual, as quais, cujo, cujos, cuja, narração. Ex.: Ele ficou no hospital por dias.
cujas, quanto, quantos; - Mais-que-perfeito: Ação acabada, ocorrida antes de outro
Invariáveis: que, quem, quando, como, onde. fato passado. Ex.: Para ser mais justo, ele partira o bolo em fatias
pequenas.
Pronomes Interrogativos
O futuro subdivide-se em:
São palavras variáveis e invariáveis empregadas para formu- - Futuro do Presente: Refere-se a um fato imediato e certo.
lar perguntas diretas e indiretas. Ex.: Participarei do grupo.
- Futuro do Pretérito: Pode indicar condição, referindo-se
a uma ação futura, ligada a um momento já passado. Ex.: Iria
Pronomes ao show se tivesse dinheiro. (Indica condição); Ele gostaria de
Classificação Exemplos
Interrogativos assumir esse compromisso.

Quanto custa? Modos Verbais


qual, quais,
Variáveis quanto, quantos,
Quais sapatos Indicativo: Mostra o fato de maneira real, certa, positiva.
quanta, quantas.
você prefere? Ex.: Eu falo alemão.
Subjuntivo: Pode exprimir um desejo e apresenta o fato
Quem estragou como possível ou duvidoso, hipotético. Ex.: Se eu tivesse dinhei-
meu vestido? ro, compraria um carro.
Invariáveis quem, que. Imperativo: Exprime ordem, conselho ou súplica. Ex.: Des-
Que problema canse bastante nestas férias.
ocorreu?
Formas nominais
VERBO
Temos três formas nominais: Infinitivo, gerúndio e particí-
Exprime ação, estado, mudança de estado, fenômeno da pio, e são assim chamadas por desempenhar um papel parecido
natureza e possui inúmeras flexões, de modo que a sua conjuga- aos dos substantivos, adjetivos ou advérbios e, sozinhas, não se-
ção é feita em relação as variações de pessoa, número, tempo, rem capazes de expressar os modos e tempos verbais.
modo, voz e aspeto.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Infinitivo - Imperativo Negativo (Formado pelo presente do subjunti-


vo): Não abram a porta.
Pessoal: Refere às pessoas do discurso. Não é flexionado - Imperativo Afirmativo (Formado do presente do subjunti-
nas 1ª e 3ª pessoas do singular e flexionadas nas demais: vo, com exceção da 2ª pessoas do singular e do plural, que são
Estudar (eu) – não flexionado retiradas do presente do indicativo sem o “s”. Ex: Anda – Ande
Estudares (tu) – flexionado – Andemos – Andai – Andem: Abram a porta.
Estudar(ele) – não flexionado
Estudarmos (nós) – flexionado Obs.: O imperativo não possui a 1ª pessoa do singular, pois
Estudardes (voz) – flexionado não se prevê a ordem, conselho ou pedido a si mesmo.
Estudarem (eles) – flexionado
Tempos compostos: Formados pelos auxiliares ter ou haver.
Impessoal: É o infinitivo impessoal quando não se refere às
pessoas do discurso. Exemplos: caminhar é bom. (a caminhada Infinitivo:
é boa); É proibido fumar. (é proibido o fumo) Pretérito impessoal composto - ter falado, ter vendido, etc.
Pretérito pessoal composto - ter (teres) falado, ter (teres)
Gerúndio vendido.
Gerúndio pretérito composto – tendo falado, tendo vendi-
Caracteriza-se pela terminação -ndo. O verbo não se flexio- do.
na e pode exercer o papel de advérbio e de adjetivo.
Indicativo:
Exemplo: Ela estava trabalhando quando telefonaram. Pretérito perfeito composto - tenho cantado, tenho vendi-
do, etc.
Particípio Pretérito mais-que-perfeito composto - tinha cantado, tinha
vendido, etc.
Pode ser regular e irregular. Futuro do presente composto - terei cantado, terei vendido,
Particípio regular: se caracteriza pela terminação -ado, -ido. etc.
Futuro do pretérito composto - teria cantado, teria vendido,
Exemplo: Eles tinham partido em uma aventura sem fim. etc.
Subjuntivo:
Particípio irregular: pode exercer o papel de adjetivo. Pretérito perfeito composto - tenha cantado, tenha vendi-
do, etc.
Exemplo: Purê se faz com batata cozida. Pretérito mais-que-perfeito composto - tivesse cantado, ti-
vesse vendido, etc.
Por apresentar mais que uma forma, o particípio é classi- Futuro composto - tiver cantado, tiver vendido, etc.
ficado como verbo abundante. É importante lembrar que nem
todos os verbos apresentam duas formas de particípio: (aberto, ADVÉRBIO
coberto, escrever).
São palavras que modificam um verbo, um adjetivo ou ou-
Tempos Simples e Tempos Compostos tro advérbio.

Tempos simples: formados apenas pelo verbo principal. Classificação dos Advérbios
Indicativo:
Presente - canto, vendo, parto, etc. Modo: Bem, mal, assim, adrede, melhor, pior, depressa,
Pretérito perfeito - cantei, vendi, parti, etc. acinte, debalde, devagar, ás pressas, às claras, às cegas, à toa,
Pretérito imperfeito - cantava, vendia, partia, etc. à vontade, às escondas, aos poucos, desse jeito, desse modo,
Pretérito mais-que-perfeito - cantara, vendera, partira, etc. dessa maneira, em geral, frente a frente, lado a lado, a pé, de
Futuro do presente - cantarei, venderei, partirei, etc. cor, em vão e a maior parte dos que terminam em -mente:
Futuro do pretérito - cantaria, venderia, partiria, etc. calmamente, tristemente, propositadamente, pacientemente,
amorosamente, docemente, escandalosamente, bondosamen-
Subjuntivo: apresenta o fato, a ação, mas de maneira incer- te, generosamente.
ta, imprecisa, duvidosa ou eventual. Intensidade: Muito, demais, pouco, tão, menos, em exces-
Presente - cante, venda, parta, etc. so, bastante, pouco, mais, menos, demasiado, quanto, quão,
Pretérito imperfeito - cantasse, vendesse, partisse, etc. tanto, assaz, que (equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de
Futuro - cantar, vender, partir. todo, de muito, por completo, bem (quando aplicado a proprie-
dades graduáveis).
Imperativo: Ao indicar ordem, conselho, pedido, o fato ver-
bal pode expressar negação ou afirmação. São, portanto, duas Lugar: Aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás,
as formas do imperativo: além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, abaixo, aon-
de, longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, adentro, afora,

17
LÍNGUA PORTUGUESA

alhures, nenhures, aquém, embaixo, externamente, a distância, Ao empregamos dois ou mais advérbios terminados em –
a distância de, de longe, de perto, em cima, à direita, à esquer- mente, acrescentamos o sufixo apenas no último. Ex.: Muito fez
da, ao lado, em volta. pelo seu povo; trabalhou duro, árdua e ininterruptamente.

Tempo: Hoje, logo, primeiro, ontem, tarde, outrora, ama- PREPOSIÇÃO


nhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes, doravan-
te, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, enfim, afinal, Palavra invariável que liga dois termos da oração, numa
amiúde, breve, constantemente, entrementes, imediatamente, relação de subordinação donde, geralmente, o segundo termo
primeiramente, provisoriamente, sucessivamente, às vezes, à subordina o primeiro. As preposições estabelecem a coesão tex-
tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em quando, de tual e possuem valores semânticos indispensáveis para a com-
quando em quando, a qualquer momento, de tempos em tem- preensão do texto.
pos, em breve, hoje em dia.
Tipos de Preposição
Negação: Não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de for-
ma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum. Lugar: O voo veio de São Francisco.
Modo: Os alunos eram colocados em carteiras.
Dúvida: Acaso, porventura, possivelmente, provavelmente, Tempo: Ele viajou por três anos.
quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe. Distância: A vinte quilômetros daqui há um pedágio.
Causa: Parou de andar, pois estava com sede.
Afirmação: Sim, certamente, realmente, decerto, efetiva- Instrumento: Ela cortou o bolo com uma faca pequena.
mente, certo, decididamente, realmente, deveras, indubitavel- Finalidade: A igreja foi enfeitada para o casamento.
mente.
Classificação
Exclusão: Apenas, exclusivamente, salvo, senão, somente,
simplesmente, só, unicamente. As preposições podem ser divididas em dois grupos:
Inclusão: Ainda, até, mesmo, inclusivamente, também. - Preposições Essenciais –palavras que só funcionam como
preposição, a saber: a, ante, após, até, com, contra, de, desde,
Interrogação: porque? (causa), quanto? (preço e intensida- em, entre, para, per, perante, por, sem, sob, sobre, trás.
de), onde? (lugar), como? (modo), quando? (tempo), para que? - Preposições Acidentais –palavras de outras classes grama-
(finalidade). ticais que, podem funcionar como preposição, a saber: afora,
como, conforme, consoante, durante, exceto, mediante, menos,
Ordem: Depois, primeiramente, ultimamente. salvo, segundo, visto etc.

Designação: Eis Locuções prepositivas: são formadas por duas ou mais pa-
lavras com o valor de preposição, sempre terminando por uma
Flexão preposição, por exemplo: Abaixo de, acerca de, acima de, ao
lado de, a respeito de, de acordo com, em cima de, embaixo de,
São consideradas palavras invariáveis por não terem flexão em frente a, ao redor de, graças a, junto a, com, perto de, por
de número (singular e plural) e gênero (masculino, feminino); causa de, por cima de, por trás de.
entretanto, são flexionadas nos graus comparativo e superlativo.
Grau Comparativo: O advérbio pode caracterizar relações A preposição é invariável. Porém, pode unir-se a outras pa-
de igualdade, inferioridade ou superioridade. Para indicar esse lavras e estabelecer concordância em gênero ou em número.
grau utilizam as formas tão…quanto, mais…que, menos…que. Ex.: por + o = pelo; por + a = pela.
Pode ser: Essa concordância não é característica da preposição e sim
- de igualdade. Ex.: Enxergo tão bem quanto você. das palavras a que se ela se une. Esse processo de junção de
- de superioridade. Ex.: Enxergarei melhor que você. uma preposição com outra palavra pode se dar a partir de dois
- de inferioridade. Ex.: Enxergaremos pior que você. processos:
- Combinação: A preposição não sofre alteração.
Grau Superlativo: A circunstância aparecerá intensificada. preposição a + artigos definidos o, os
Pode ser formado tanto pelo processo sintético (acréscimo de a + o = ao
sufixo), como pelo analítico (outro advérbio estará indicando o preposição a + advérbio onde
grau superlativo). a + onde = aonde

- superlativo (ou absoluto) sintético: Acréscimo de sufixo. - Contração: Quando a preposição sofre alteração.
Ex.: Este conteúdo é facílimo. Preposição + Artigos
- superlativo (ou absoluto) analítico: Precisamos de um ad- De + o(s) = do(s)
vérbio de intensidade. Ex.: Este conteúdo é muito fácil. De + a(s) = da(s)
De + um = dum
De + uns = duns

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LÍNGUA PORTUGUESA

De + uma = duma Advertência: Cuidado!, Olhe!, Atenção!, Fogo!, Calma!, De-


De + umas = dumas vagar!, Sentido!, Vê bem!, Volta aqui!
Em + o(s) = no(s) Afugentamento: Fora!, Toca!, Xô!, Passa!, Sai!, Roda!, Arre-
Em + a(s) = na(s) da!, Rua!, Cai fora!, Vaza!
Em + um = num Agradecimento: Graças a Deus!, Obrigado!, Agradecido!,
Em + uma = numa Muito obrigada!, Valeu!
Em + uns = nuns Alegria: Ah!, Eh!, Oh!, Oba!, Eba!, Viva!, Olá!, Eita!, Uhu!,
Em + umas = numas Que bom!
A + à(s) = à(s) Alívio: Ufa!, Uf!, Arre!, Ah!, Eh!, Puxa!, Ainda bem!
Por + o = pelo(s) Ânimo: Coragem!, Força!, Ânimo!, Avante!, Vamos!, Firme!,
Por + a = pela(s) Bora!
Apelo: Socorro!, Ei!, Ô!, Oh!, Alô!, Psiu!, Olá!, Eh!
- Preposição + Pronomes Aplauso: Muito bem!, Bem!, Bravo!, Bis!, É isso aí!, Isso!,
De + ele(s) = dele(s) Parabéns!, Boa!
De + ela(s) = dela(s) Chamamento: Alô!, Olá!, Hei!, Psiu!, ô!, oi!, psiu!
De + este(s) = deste(s) Concordância: Claro!, Sem dúvida!, Então!, Sim!, Pois não!,
De + esta(s) = desta(s) Tá!, Hã-hã!
De + esse(s) = desse(s) Contrariedade: Droga!, Credo!
De + essa(s) = dessa(s) Desculpa: Perdão!, Opa!, Desculpa!, Foi mal!
De + aquele(s) = daquele(s) Desejo: Oxalá!, Tomara!, Queira Deus!, Quem me dera!
De + aquela(s) = daquela(s) Despedida: Adeus!, Até logo!, Tchau!, Até amanhã!
De + isto = disto Dor: Ai!, Ui!, Ah!, Oh!, Meu Deus!, Ai de mim!
De + isso = disso Dúvida: Hum?, hem?, hã?, Ué!
De + aquilo = daquilo Espanto: Oh!, Puxa!, Quê!, Nossa!, Caramba!, Xi!, Meu
De + aqui = daqui Deus!, Crê em Deus pai!
De + aí = daí Estímulo: Ânimo!, Coragem!, Vamos!, Firme!, Força!
De + ali = dali Medo: Oh!, Credo!, Cruzes!, Ui!, Ai!, Uh!, Socorro!, Que
De + outro = doutro(s) medo!, Jesus!
De + outra = doutra(s) Satisfação: Viva!, Oba!, Boa!, Bem!, Bom!
Em + este(s) = neste(s) Saudação: Alô!, Oi!, Olá!, Adeus!, Tchau!, Salve!
Em + esta(s) = nesta(s) Silêncio: Psiu!, Shh!, Silêncio!, Basta!, Calado!, Quieto!, Bico
Em + esse(s) = nesse(s) fechado!
Em + aquele(s) = naquele(s)
Em + aquela(s) = naquela(s) CONJUNÇÃO
Em + isto = nisto
Em + isso = nisso É um termo que liga duas orações ou duas palavras de mes-
Em + aquilo = naquilo mo valor gramatical, estabelecendo uma relação (de coordena-
A + aquele(s) = àquele(s) ção ou subordinação) entre eles.
A + aquela(s) = àquela(s)
A + aquilo = àquilo Classificação

INTERJEIÇÃO Conjunções Coordenativas: Ligam duas orações indepen-


dentes.
É uma palavra invariável, que representa um recurso da lin-
guagem afetiva, expressando sentimentos, sensações, estados de -Conjunções Aditivas: Exprimem soma, adição de pensa-
espírito, sempre acompanhadas de um ponto de exclamação (!). mentos: e, nem, não só...mas também, não só...como também.
As interjeições são consideradas “palavras-frases” na me- Exemplo: João não lê nem escreve.
dida em que representam frases-resumidas, formadas por sons
vocálicos (Ah! Oh! Ai!), por palavras (Droga! Psiu! Puxa!) ou por -Conjunções Adversativas: Exprimem oposição, contraste,
um grupo de palavras, nesse caso, chamadas de locuções inter- compensação de pensamentos: mas, porém, contudo, entre-
jetivas (Meu Deus! Ora bolas!). tanto, no entanto, todavia.

Tipos de Interjeições Exemplo: Não viajamos, porém, poupamos dinheiro.

Mesmo não havendo uma classificação rigorosa, já que a -Conjunções Alternativas: Exprimem escolha de pensamen-
mesma interjeição pode expressar sentimentos ou sensações tos: ou...ou, já...já, ora...ora, quer...quer, seja...seja.
diferentes, as interjeições ou locuções interjetivas são classifi-
cadas em: Exemplo: Ou você casa, ou compra uma bicicleta.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Conjunções Conclusivas: Exprimem conclusão de pensamento: logo, por isso, pois (quando vem depois do verbo), portanto, por
conseguinte, assim.

Exemplo: Estudou bastante, portanto será aprovado.

-Conjunções Explicativas: Exprimem razão, motivo: que, porque, assim, pois (quando vem antes do verbo), porquanto, por con-
seguinte.

Exemplo: Não pode ligar, pois estava sem bateria.

Conjunções Subordinativas: Ligam orações dependentes uma da outra.

-Conjunções Integrantes: Introduzem orações subordinadas com função substantiva: que, se.

Exemplo: Quero que sejas muito feliz.

-Conjunções Causais: Introduzem orações subordinadas que dão ideia de causa: que, porque, como, pois, visto que, já que, uma
vez que.
Exemplo: Como tive muito trabalho, não pude ir à festa.

-Conjunções Comparativas: Introduzem orações subordinadas que dão ideia de comparação: que, do que, como.

Exemplo: Meu cachorro é mais inteligente do que o seu.

-Conjunções Concessivas: Iniciam orações subordinadas que exprimem um fato contrário ao da oração principal: embora, ainda
que, mesmo que, se bem que, posto que, apesar de que, por mais que, por melhor que.

Exemplo: Vou ao mercado, embora esteja sem muito dinheiro.

-Conjunções Condicionais: Iniciam orações subordinadas que exprimem hipótese ou condição para que o fato da oração principal
se realize ou não: caso, contanto que, salvo se, desde que, a não ser que.
Exemplo: Se não chover, irei à festa.

-Conjunções Conformativas: Iniciam orações subordinadas que exprimem acordo, concordância de um fato com outro: segundo,
como, conforme.

Exemplo: Cada um oferece conforme ganha.

-Conjunções Consecutivas: Iniciam orações subordinadas que exprimem a consequência ou o efeito do que se declara na oração
principal: que, de forma que, de modo que, de maneira que.

Exemplo: Estava tão linda, de modo que todos pararam para olhar.

-Conjunções Temporais: Iniciam orações subordinadas que dão ideia de tempo: logo que, antes que, quando, assim que, sempre
que.

Exemplo: Quando as visitas chegarem, comporte-se.

-Conjunções Finais: Iniciam orações subordinadas que exprimem uma finalidade: a fim de que, para que.

Exemplo: Estudou a fim de conseguir algo melhor.

-Conjunções Proporcionais: Iniciam orações subordinadas que exprimem concomitância, simultaneidade: à medida que, à propor-
ção que, ao passo que, quanto mais, quanto menos, quanto menor, quanto melhor.

Exemplo: Ao passo que cresce, sua educação diminui.

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LÍNGUA PORTUGUESA

QUESTÕES

01. IF-AP – Auxiliar em Administração – 2016 - FUNIVERSA

No segundo quadrinho, correspondem, respectivamente, a substantivo, pronome, artigo e advérbio:


a) “guerra”, “o”, “a” e “por que”.
b) “mundo”, “a”, “o” e “lá”.
c) “quando”, “por que”, “e” e “lá”.
d) “por que”, “não”, “a” e “quando”.
e) “guerra”, “quando”, “a” e “não”.

02. MPE/SP - Oficial de Promotoria I – 2017 - VUNESP

Japão irá auxiliar Minas Gerais com a experiência no enfrentamento de tragédias

Acostumados a lidar com tragédias naturais, os japoneses costumam se reerguer em tempo recorde depois de catástrofes. Mi-
nas irá buscar experiência e tecnologias para superar a tragédia em Mariana

A partir de janeiro, Minas Gerais irá se espelhar na experiência de enfrentamento de catástrofes e tragédias do Japão, para tentar
superar Mariana e recuperar os danos ambientais e sociais. Bombeiros mineiros deverão receber treinamento por meio da Agência
de Cooperação Internacional do Japão (Jica), a exemplo da troca de experiências que já acontece no Estado com a polícia comunitária,
espelhada no modelo japonês Koban.
O terremoto seguido de um tsunami que devastou a costa nordeste do Japão em 2011 deixando milhares de mortos e desapareci-
dos, e prejuízos que quase chegaram a US$ 200 bilhões, foi uma das muitas tragédias naturais que o país enfrentou nos últimos anos.
Menos de um ano depois da catástrofe, no entanto, o Japão já voltava à rotina. É esse tipo de experiência que o Brasil vai buscar para
lidar com a tragédia ocorrida em Mariana.
(Juliana Baeta, http://www.otempo.com.br, 10.12.2015. Adaptado)

No trecho – Bombeiros mineiros deverão receber treinamento... – (1o parágrafo), a expressão em destaque é formada por subs-
tantivo + adjetivo, nessa ordem. Essa relação também se verifica na expressão destacada em:
a) A imprudente atitude do advogado trouxe-me danos.
b) Entrou silenciosamente, com um espanto indisfarçável.
c) Alguma pessoa teve acesso aos documentos da reunião?
d) Trata-se de um lutador bastante forte e preparado.
e) Estiveram presentes à festa meus estimados padrinhos.

03. CISMEPAR/PR - Técnico Administrativo – 2016 - FAUEL

“Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns
para com os outros em espírito de fraternidade. Todo indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal. Toda a pessoa
tem direito ao trabalho, à livre escolha do trabalho, a condições equitativas e satisfatórias de trabalho e à proteção contra o desem-
prego”.

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LÍNGUA PORTUGUESA

De acordo com a gramática da língua portuguesa, adjetivo é IV. As ruas são bem estreitas para que um prédio faça som-
a palavra que qualifica um substantivo. Aponte a afirmativa que bra no outro. (3º parágrafo)
contenha somente adjetivos retirados do texto. O termo “que” é pronome e pode ser substituído por “o
a) livres, iguais, equitativas, satisfatórias. qual” APENAS em:
b) todos, dever, fraternidade, liberdade. a) I e II.
c) trabalho, ter, direito, desemprego. b) II e III.
d) espírito, seres, nascer, livre. c) I, II e IV.
d) I e IV.
04. Prefeitura de Barra de Guabiraba/PE - Nível Funda- e) III e IV.
mental Completo – 2016 - IDHTEC 06. Pref. de Itaquitinga/PE - Assistente Administrativo –
Assinale a alternativa em que o numeral está escrito por 2017 - IDHTEC
extenso corretamente, de acordo com a sua aplicação na frase:
a) Os moradores do bairro Matão, em Sumaré (SP), temem Morto em 2015, o pai afirma que Jules Bianchi não
que suas casas desabem após uma cratera se abrir na Avenida __________culpa pelo acidente. Em entrevista, Philippe Bian-
Papa Pio X. (DÉCIMA) chi afirma que a verdade nunca vai aparecer, pois os pilotos
b) O acidente ocorreu nessa terça-feira, na BR-401 (QUA- __________ medo de falar. “Um piloto não vai dizer nada se
TROCENTAS E UMA) existir uma câmera, mas quando não existem câmeras, todos
c) A 22ª edição do Guia impresso traz uma matéria e teve a __________ até mim e me dizem. Jules Bianchi bateu com seu
sua página Classitêxtil reformulada. (VIGÉSIMA SEGUNDA) carro em um trator durante um GP, aquaplanou e não conseguiu
d) Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilíci- __________para evitar o choque.
ta, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, (http://espn.uol.com.br/noticia/603278_pai-diz-que-pilo-
mediante artifício, ardil. (CENTÉSIMO SETÉSIMO PRIMEIRO) tos-da-f-1-temmedo-de-falar-a-verdade-sobre-o-acidente-fatal-
e) A Semana de Arte Moderna aconteceu no início do sécu- -de-bianchi)
lo XX. (SÉCULO DUCENTÉSIMO)
Complete com a sequência de verbos que está no tempo,
05. ELETROBRAS-ELETROSUL - Técnico de Segurança do modo e pessoa corretos:
Trabalho – 2016 - FCC a) Tem – tem – vem - freiar
b) Tem – tiveram – vieram - frear
Abu Dhabi constrói cidade do futuro, com tudo movido a c) Teve – tinham – vinham – frenar
energia solar d) Teve – tem – veem – freiar
e) Teve – têm – vêm – frear
Bem no meio do deserto, há um lugar onde o calor é extre-
mo. Sessenta e três graus ou até mais no verão. E foi exatamente 07. (UNIFESP - Técnico em Segurança do Trabalho – VU-
por causa da temperatura que foi construída em Abu Dhabi uma NESP/2016)
das maiores usinas de energia solar do mundo.
Os Emirados Árabes estão investindo em fontes energéticas É permitido sonhar
renováveis. Não vão substituir o petróleo, que eles têm de sobra
por mais 100 anos pelo menos. O que pretendem é diversificar e Os bastidores do vestibular são cheios de histórias – curio-
poluir menos. Uma aposta no futuro. sas, estranhas, comoventes. O jovem que chega atrasado por
A preocupação com o planeta levou Abu Dhabi a tirar do pa- alguns segundos, por exemplo, é uma figura clássica, e patética.
pel a cidade sustentável de Masdar. Dez por cento do planejado Mas existem outras figuras capazes de chamar a atenção.
está pronto. Um traçado urbanístico ousado, que deixa os car- Takeshi Nojima é um caso. Ele fez vestibular para a Faculda-
ros de fora. Lá só se anda a pé ou de bicicleta. As ruas são bem de de Medicina da Universidade do Paraná. Veio do Japão aos
estreitas para que um prédio faça sombra no outro. É perfeito 11 anos, trabalhou em várias coisas, e agora quer começar uma
para o deserto. Os revestimentos das paredes isolam o calor. E a carreira médica.
direção dos ventos foi estudada para criar corredores de brisa. Nada surpreendente, não fosse a idade do Takeshi: ele tem
(Adaptado de: “Abu Dhabi constrói cidade do futuro, com 80 anos. Isto mesmo, 80. Numa fase em que outros já passaram
tudo movido a energia solar”. Disponível em:http://g1.globo. até da aposentadoria compulsória, ele se prepara para iniciar
com/globoreporter/noticia/2016/04/abu-dhabi-constroi-cida- nova vida. E o faz tranquilo: “Cuidei de meus pais, cuidei dos meus
de-do-futuro-com-tudo-movido-energia-solar.html) filhos. Agora posso realizar um sonho que trago da infância”.
Não faltará quem critique Takeshi Nojima: ele está tirando o
Considere as seguintes passagens do texto: lugar de jovens, dirá algum darwinista social. Eu ponderaria que
I. E foi exatamente por causa da temperatura que foi cons- nem tudo na vida se regula pelo critério cronológico. Há pais
truída em Abu Dhabi uma das maiores usinas de energia solar que passam muito pouco tempo com os filhos e nem por isso
do mundo. (1º parágrafo) são maus pais; o que interessa é a qualidade do tempo, não a
II. Não vão substituir o petróleo, que eles têm de sobra por quantidade. Talvez a expectativa de vida não permita ao vesti-
mais 100 anos pelo menos. (2º parágrafo) bulando Nojima uma longa carreira na profissão médica. Mas os
III. Um traçado urbanístico ousado, que deixa os carros de anos, ou meses, ou mesmo os dias que dedicar a seus pacientes
fora. (3º parágrafo) terão em si a carga afetiva de uma existência inteira.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Não sei se Takeshi Nojima passou no vestibular; a notícia 5º – Obrigado. Por sua visita e pelo belíssimo sermão. Estou
que li não esclarecia a respeito. Mas ele mesmo disse que isto voltando ao convívio do grupo.
não teria importância: se fosse reprovado, começaria tudo de RANGEL, Alexandre (org.). As mais belas parábolas de to-
novo. E aí de novo ele dá um exemplo. Os resultados do difícil dos os tempos –Vol. II.Belo Horizonte: Leitura, 2004.
exame trazem desilusão para muitos jovens, e não são poucos Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacu-
os que pensam em desistir por causa de um fracasso. A estes nas do texto:
eu digo: antes de abandonar a luta, pensem em Takeshi Nojima, a) a – ao – por.
pensem na força de seu sonho. Sonhar não é proibido. É um b) da – para o – de.
dever. c) à – no – a.
(Moacyr Scliar. Minha mãe não dorme enquanto eu não d) a – de – em.
chegar, 1996. Adaptado)
Observe as passagens: 09. IF-PE - Técnico em Enfermagem – 2017 - IF-PE
– … e agora quer começar uma carreira médica. (2° pará-
grafo); Crônica da cidade do Rio de Janeiro
– … ele tem 80 anos. Isto mesmo, 80. (3° parágrafo);
– Talvez a expectativa de vida não permita… (4° parágrafo). No alto da noite do Rio de Janeiro, luminoso, generoso, o
Cristo Redentor estende os braços. Debaixo desses braços os ne-
As expressões destacadas expressam, respectivamente, tos dos escravos encontram amparo.
sentido de Uma mulher descalça olha o Cristo, lá de baixo, e apontando
a) lugar, modo e causa. seu fulgor, diz, muito tristemente:
b) tempo, afirmação e dúvida. - Daqui a pouco não estará mais aí. Ouvi dizer que vão tirar
c) afirmação, afirmação e dúvida. Ele daí.
d) tempo, modo e afirmação. - Não se preocupe – tranquiliza uma vizinha. – Não se pre-
e) modo, dúvida e intensidade. ocupe: Ele volta.
A polícia mata muitos, e mais ainda mata a economia. Na
08. Ceron/RO - Direito – 2016 - EXATUS cidade violenta soam tiros e também tambores: os atabaques,
ansiosos de consolo e de vingança, chamam os deuses africanos.
A lição do fogo Cristo sozinho não basta.
(GALEANO, Eduardo. O livro dos abraços. Porto Alegre:
1º Um membro de determinado grupo, ao qual prestava L&PM Pocket, 2009.)
serviços regularmente, sem nenhum aviso, deixou de participar
Na construção “A polícia mata muitos, e mais ainda mata a
de suas atividades.
economia”, a conjunção em destaque estabelece, entre as orações,
2º Após algumas semanas, o líder daquele grupo decidiu
a) uma relação de adição.
visitá-lo. Era uma noite muito fria. O líder encontrou o homem
b) uma relação de oposição.
em casa sozinho, sentado diante ______ lareira, onde ardia um
c) uma relação de conclusão.
fogo brilhante e acolhedor.
d) uma relação de explicação.
3º Adivinhando a razão da visita, o homem deu as boas-vin-
e) uma relação de consequência.
das ao líder, conduziu-o a uma cadeira perto da lareira e ficou
quieto, esperando. O líder acomodou-se confortavelmente no 10. (IF-PE - Auxiliar em Administração – IF-PE/2016)
local indicado, mas não disse nada. No silêncio sério que se for-
mara, apenas contemplava a dança das chamas em torno das A fome/2
achas da lenha, que ardiam. Ao cabo de alguns minutos, o líder
examinou as brasas que se formaram. Cuidadosamente, selecio- Um sistema de desvinculo: Boi sozinho se lambe melhor... O
nou uma delas, a mais incandescente de todas, empurrando-a próximo, o outro, não é seu irmão, nem seu amante. O outro é
______ lado. Voltou, então, a sentar-se, permanecendo silen- um competidor, um inimigo, um obstáculo a ser vencido ou uma
cioso e imóvel. O anfitrião prestava atenção a tudo, fascinado coisa a ser usada. O sistema, que não dá de comer, tampouco dá
e quieto. Aos poucos, a chama da brasa solitária diminuía, até de amar: condena muitos à fome de pão e muitos mais à fome
que houve um brilho momentâneo e seu fogo se apagou de vez. de abraços.
4º Em pouco tempo, o que antes era uma festa de calor e (GALEANO, Eduardo. O livro dos abraços. Porto Alegre:
luz agora não passava de um negro, frio e morto pedaço de car- L&PM Pocket, 2009, p. 81.)
vão recoberto _____ uma espessa camada de fuligem acinzen-
tada. Nenhuma palavra tinha sido dita antes desde o protocolar No trecho “O sistema, que não dá de comer, tampouco dá
cumprimento inicial entre os dois amigos. O líder, antes de se de amar”, a conjunção destacada estabelece, entre as orações,
preparar para sair, manipulou novamente o carvão frio e inútil, a relação de
colocando-o de volta ao meio do fogo. Quase que imediatamen- a) conclusão.
te ele tornou a incandescer, alimentado pela luz e calor dos car- b) adversidade.
vões ardentes em torno dele. Quando o líder alcançou a porta c) adição.
para partir, seu anfitrião disse: d) explicação.
e) alternância.

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LÍNGUA PORTUGUESA

RESPOSTAS - verbal: indica a pessoa (1ª, 2ª e 3ª), o número (singular/


plural), o tempo e o modo (indicativo, presente...).
01 E Exemplo: amássemos
am- (radical)
02 E -á- (vogal temática)
03 A - sse- (desinência modo subjuntivo e de tempo perfeito)
-mos (desinência de primeira pessoa e de número plural)
04 C
05 B Vogal temática
06 E
É o que torna possível a ligação entre o radical e a desinên-
07 B cia.
08 B Observe o verbo dançar:
09 B
Danç: radical
10 C A: vogal temática
R: desinência de infinitivo.
ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
A junção do radical danç- com a desinência –r no português
Ao estudar a estrutura das palavras, estamos penetrando é impossível, é a vogal temática “a” que torna possível essa li-
seu íntimo e conhecendo as várias partes que formam um todo gação.
acabado e repleto de significado. Uma palavra é formada por
unidades mínimas que possuem significado, que são chamadas Afixos
elementos mórficos ou morfemas.
A palavra “maquininhas”, por exemplo, possui quatro mor- São morfemas que se colocam antes ou depois do radical
femas: alterando sua significação básica. São divididos em:

maquin inh a s - Prefixos: antepostos ao radical.


Exemplo: impossível, desleal.
Base do Indica grau Indica gênero Indica
significado diminutivo feminino plural - Sufixos: pospostos ao radical.
Exemplo: lealdade, felizmente.
Raiz
Vogais ou consoantes de ligação
Origem das palavras. É onde se concentra a significação das
palavras. As vogais ou consoantes de ligação podem ocorrer entre um
morfema e outro por motivos eufônicos, facilitando ou até pos-
Exemplo: Raiz (carr- raiz nominal de carro). sibilitando a leitura de uma palavra.
Exemplos: paulada, cafeteira, gasômetro.
Os morfemas que constituem as palavras são: radical, desi-
nência, vogal temática, afixos, vogais e consoantes de ligação. Formação das Palavras
Radical Há dois processos pelos quais se formam as palavras: Deri-
vação e Composição. A diferença é que na derivação, partimos
É a forma mínima que indica o sentido básico da palavra. sempre de um único radical, enquanto na composição sempre
Com o radical formamos famílias de palavras. haverá mais de um radical.
Exemplos: Derivação: processo pelo qual se obtém uma palavra nova
Moço – moça – moçada – mocinha – moçoila - remoçar (derivada), a partir de outra já existente, (primitiva).
Exemplo: Terra (enterrar, terráqueo, aterrar). Observamos
Desinência que “terra” não se forma de nenhuma outra palavra, mas, pos-
sibilitam a formação de outras, por meio do acréscimo de um
Elementos colocados no final das palavras para indicar as- sufixo ou prefixo. Sendo assim, terra e palavra primitiva, e as
pectos gramaticais. As desinências são de dois tipos: demais, derivadas.
- nominal: indica o gênero (masculino/feminino) e o nú- Tipos de Derivação
mero (singular/plural) dos substantivos, adjetivos pronomes e
numerais. - Prefixal ou Prefixação: acréscimo de prefixo à palavra pri-
Exemplo: menino, menina, meninos, meninas. mitiva, e tem o significado alterado: rever; infeliz, desamor.

24
LÍNGUA PORTUGUESA

- Sufixal ou Sufixação: acréscimo de sufixo à palavra primi- a) As palavras “amigo e amantes” são formadas por prefi-
tiva, pode sofrer alteração de significado ou mudança de classe xação.
gramatical: amoroso, felizmente, menininho. b) As palavras “paraenses e participantes” são formadas por
A derivação sufixal pode ser: sufixação.
Nominal: formando substantivos e adjetivos: riso – risonho. c) A palavra “boteco” é formada por derivação a partir da
Verbal: formando verbos: atual - atualizar. palavra “bote”.
Adverbial: formando advérbios de modo: feliz – felizmente. d) As palavras “culinária e petiscos” são formadas por deri-
vação regressiva.
- Parassintética ou Parassíntese: a palavra derivada resulta e) A palavra “comercializando” é formada por aglutinação
do acréscimo simultâneo de prefixo e sufixo à palavra primitiva. de “comer+comércio”.
Por meio da parassíntese formam-se nomes (substantivos e ad-
jetivos) e verbos. A presença de apenas um desses afixos não é 02. Pref. de Chapecó/SC - Engenheiro de Trânsito – 2016
suficiente para formar uma nova palavra. – IOBV
Exemplos:
Esfriar, esquentar, amadurecer. “Infelizmente as cheias de 2011 castigaram de forma severa
o Vale do Itajaí.”
- Derivação Regressiva: uma palavra é formada não por acrés- Na frase acima (elaborada para fins de concurso) temos o
cimo, mas por redução: trabalhar – trabalho, castigar – castigo. caso da expressão “Infelizmente”. A palavra pode ser assim de-
composta: in + feliz + mente. Aponte qual a função da partícula
- Derivação Imprópria: ocorre quando determinada pala- in dentro do processo de estruturação das palavras.
vra, sem sofrer qualquer acréscimo ou supressão em sua forma, a) Radical.
muda de classe gramatical. Assim: b) Sufixo.
- Adjetivos passam a substantivos c) Prefixo.
- Particípios passam a substantivos ou adjetivos d) Interfixo.
- Infinitivos passam a substantivos
- Substantivos passam a adjetivos 03. (Pref. de Teresina/PI - Professor – Português – NUCE-
- Adjetivos passam a advérbios: Falei baixo para que nin- PE/2016)
guém escutasse.
- Palavras invariáveis passam a substantivos Aceita um cafezinho
- Substantivos próprios tornam-se comuns
Ó Estrangeiro, ó peregrino, ó passante de pouca esperança
Composição: processo que forma palavras compostas, pela - nada tenho para te dar, também sou pobre e essas terras não
junção de dois ou mais radicais. São dois tipos: são minhas. Mas aceita um cafezinho.
A poeira é muita, e só Deus sabe aonde vão dar esses cami-
- Justaposição: ao juntar duas ou mais palavras ou radicais, nhos. Um cafezinho, eu sei, não resolve o teu destino; nem faz
não há alteração fonética: televisão, quinta-feira, girassol, cou- esquecer tua cicatriz.
ve-flor. Mas prova.... Bota a trouxa no chão, abanca-te nesta pedra
e vai preparando o teu cigarro...
- Aglutinação: quando pelo menos uma das palavras que Um minuto apenas, que a água já está fervendo e as xícaras
formam o composto apresenta alteração em sua forma: aguar- já tilintam na bandeja. Vai sair bem coado e quentinho.
dente (água + ardente), vinagre (vinho + acre), planalto (plano Não é nada, não é nada, mas tu vais ver: serão mais alguns
+ alto). quilômetros de boa caminhada... E talvez uma pausa em teu ge-
mido!
QUESTÕES Um minutinho, estrangeiro, que teu café já vem cheirando...
(Aníbal Machado)
01. IF/PA - Auxiliar em Administração – 2016 - FUNRIO Na palavra cafezinho temos os seguintes elementos mór-
ficos
“Chegou o fim de semana. É tempo de encontrar os amigos a) radical, vogal temática e sufixo.
no boteco e relaxar, mas a crise econômica vem deixando muitos b) radical, consoante de ligação e sufixo.
paraenses de cabeça quente. Para ajudar o bolso dos amantes c) radical e sufixo.
da culinária de raiz, os bares participantes do Comida di Buteco d) radical e vogal temática.
estão comercializando os petiscos preparados exclusivamente e) radical e consoante de ligação.
para o concurso com um preço reduzido. O preço máximo é de
R$ 25,90.” 04. BAHIAGÁS - Analista de Processos Organizacionais -
(O LIBERAL, 23 de abril de 2016) Administração e Psicologia – 2017 – IESES
Assinale a alternativa em que todas as palavras estão IN-
Assinale a alternativa que faz um comentário correto sobre CORRETAS:
o processo de formação das palavras usadas nesse trecho. a) Luminescência; transparência; ascendência; maledicên-
cia; flatulência.

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LÍNGUA PORTUGUESA

b) Dizêssemos; troucéssemos; portãozinhos; quizéreis; pu- Frase


zesse.
c) Assessorássemos; indenidade; dissesses; entre ti e nós; A construção da fala é feita a partir da articulação de unida-
fizesse. des comunicativas. Essas unidades exprimem ideias, emoções,
d) Beleza; sutileza; pobreza; destreza; natureza. ordens, apelos, enfim, transmitem comunicação. São chamadas
e) Interdisciplinaridade; transitoriedade; notoriedade; titu- frases
laridade; liminaridade.
Exemplos:
05. Pref. de Aragoiânia/GO - Biólogo – 2017 – Itame Espantoso!
Aonde vai com tanta pressa?
O irreverente cantor não agradou o público local. “O bicho, meu Deus, era um homem.” (Manuel Bandeira)

Aponte a alternativa em que o prefixo das palavras não A frase pode ou não se organizar ao redor de um verbo. Na
apresenta o significado existente no prefixo da palavra destaca- língua falada, a frase é caracterizada pela entonação.
da acima:
a) desgoverno / ilegal Tipos de frases
b) infiel / imoral
c) anormal / destemor A intencionalidade do discurso é manifestada através dos
d) imigrante / ingerir diferentes tipos de frases. Para tanto, os sinais de pontuação
Parte inferior do formulário que as acompanham auxiliam para expressar o sentido de cada
uma delas.
06. IF/BA - Auxiliar em Administração – 2016 – FUNRIO Frases exclamativas: são empregadas quando o emissor
Todas as palavras abaixo têm prefixo e sufixo, exceto este quer manifestar emoção. São sinalizadas com ponto de excla-
verbo: mação:
a) destinar.
b) desfivelar. Puxa!
c) desfavorecer. Até que enfim!
d) desbanalizar.
e) despraguejar. Frases declarativas: representam a constatação de um fato
pelo emissor. Levam ponto final e podem ser afirmativas ou ne-
RESPOSTAS gativas.

01 B - Declarativas afirmativas:
Gosto de comida apimentada.
02 B As matrículas começam hoje.
03 A - Declarativas negativas:
Não gosto de comida apimentada.
04 B
As matrículas não começam hoje.
05 D
06 A Frases imperativas: são utilizadas para emissão de ordens,
conselhos e pedidos. Levam ponto final ou ponto de exclama-
ção.
SINTAXE. - Imperativas afirmativas:
Vá por ali.
Sintaxe Siga-me!
- Imperativas negativas:
A Sintaxe constitui seu foco de análise na sentença, ou seja, Não vá por ali.
estuda a função dos vocábulos dentro de uma frase. Não me siga!
A Gramática Tradicional trabalha a Sintaxe sob a forma de
“análise sintática” que, consiste em classificar os vocábulos em Frases interrogativas: ocorrem quando o emissor faz uma
sujeito, predicado ou outros “termos acessórios da oração” (ad- pergunta na mensagem. Podem ser diretas ou indiretas.
junto adverbial, adnominal, aposto). As interrogativas diretas devem ser sinalizadas com ponto de
interrogação, enquanto as interrogativas indiretas, ponto final.
Análise Sintática
- Interrogativas diretas:
Examina a estrutura do período, divide e classifica as ora- Escreveu o discurso?
ções que o constituem e reconhece a função sintática dos ter- O prazo terminou?
mos de cada oração.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Interrogativas indiretas: - Agente: ação expressa pelo verbo da voz ativa: O Everest
Quero saber se o discurso está feito. é quase invencível.
Precisava saber se o prazo terminou. - Paciente: sofre ou recebe os efeitos da ação marcada pelo
verbo passivo: O prédio foi construído.
Frases optativas: expressam um desejo e são sinalizadas - Agente e Paciente: o sujeito realiza a ação expressa por um
com ponto de exclamação: verbo reflexivo e ele mesmo sofre ou recebe os efeitos dessa
ação: João cortou-se com aquela faca.
Que Deus te abençoe! - Indeterminado: não se indica o agente da ação verbal: Fe-
muita sorte para a nova etapa! riram aquele cachorro com uma pedra.
- Sem Sujeito: enunciação pura de um fato, através do predi-
Oração cado. São formadas com os verbos impessoais, na 3ª pessoa do
singular: Choveu durante a noite.
É o enunciado que se organiza em torno de um verbo ou
de uma locução verbal. As orações podem ou não ter sentido Predicado: segmento linguístico que estabelece concor-
completo. dância com outro termo essencial da oração, o sujeito, sendo
As orações são a base para a construção dos períodos, e são este o termo determinante (ou subordinado) e o predicado o
formadas por vários termos. Alguns termos estão presentes em termo determinado (ou principal). Têm por características bási-
todas ou na maioria das orações. É o caso do sujeito e predica- cas: apresentar-se como elemento determinado em relação ao
do. Outros termos não tão frequentes, ou têm um uso situacio- sujeito; apontar um atributo ou acrescentar nova informação ao
nal, como os complementos e adjuntos. sujeito.
Exemplo: Tipos de predicado:
A mulher trancou toda a casa.
A mulher – sujeito - predicado nominal: seu núcleo é um nome, substantivo,
trancou toda a casa – predicado adjetivo, pronome, ligado ao sujeito por um verbo de ligação. O
núcleo do predicado nominal chama-se predicativo do sujeito,
pois atribui ao sujeito uma qualidade ou característica.
Amanheceu logo em seguida. (toda a oração é predicado)
- predicado verbal: seu núcleo é um verbo, seguido, ou não,
de complemento(s) ou termos acessórios).
Sujeito é aquele ou aquilo de que(m) se fala. Já o predicado
- predicado verbo-nominal: tem dois núcleos significativos:
é a informação dada sobre o sujeito. Núcleo de um termo é a pa-
um verbo e um nome
lavra principal (geralmente um substantivo, pronome ou verbo).
Predicação verbal é o modo pelo qual o verbo forma o pre-
Os termos da oração são divididos em três níveis: dicado.
- Termos Essenciais da Oração: Sujeito e Predicado. Alguns verbos que, tem sentido completo, sendo apenas
- Termos Integrantes da Oração: Complemento Nominal e eles o predicado. São denominados intransitivos. Exemplo: As
Complementos Verbais (Objeto Direto, Objeto indireto e Agente folhas caem.
da Passiva). Outros, para fazerem parte do predicado precisam de ou-
- Termos Acessórios da Oração: Adjunto Adnominal, Adjun- tros termos: Chamados transitivos. Exemplos: José comprou o
to Adverbial, Vocativo e Aposto. carro. (Sem os seus complementos, o verbo comprou, não trans-
mitiria uma informação completa: comprou o quê?)
Termos Essenciais da Oração: sujeito e predicado. Os verbos de predicação completa denominam-se intran-
sitivos e os de predicação incompleta, transitivos. Os verbos
Sujeito: aquele que estabelece concordância com o núcleo transitivos subdividem-se em: transitivos diretos, transitivos
do predicado. Quando se trata de predicado verbal, o núcleo indiretos e transitivos diretos e indiretos (bitransitivos).
é sempre um verbo; sendo um predicado nominal, o núcleo é Além dos verbos transitivos e intransitivos, existem os ver-
sempre um nome. Então têm por características básicas: bos de ligação que entram na formação do predicado nominal,
- ter concordância com o núcleo do predicado; relacionando o predicativo com o sujeito.
- ser elemento determinante em relação ao predicado;
- ser formado por um substantivo, ou pronome substantivo - Transitivos Diretos: pedem um objeto direto, isto é, um
ou, uma palavra substantivada. complemento sem preposição. Exemplo: Comprei um terreno
e construí a loja.
Tipos de sujeito: - Transitivos Indiretos: pedem um complemento regido de
preposição, chamado objeto indireto. Exemplo: Não se perdoa
- Simples: um só núcleo: O menino estudou. ao político que rouba aos montes.
- Composto: mais de um núcleo: “O menino e a menina es- - Transitivos Diretos e Indiretos: se usam com dois objetos:
tudaram.” direto e indireto, concomitantemente. Exemplo: Maria dava ali-
- Expresso: está explícito, enunciado: Ela ligará para você. mento aos pobres.
- Oculto (elíptico): está implícito (não está expresso), mas se - de Ligação: ligam ao sujeito uma palavra ou expressão
deduz do contexto: Chegarei amanhã. (sujeito: eu, que se deduz chamada predicativo. Esses verbos entram na formação do pre-
da desinência do verbo); dicado nominal. Exemplo: A Bahia é quente.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Predicativo: Existe o predicativo do sujeito e o predicativo Aposto: palavra ou expressão que explica ou esclarece, de-
do objeto. senvolve ou resume outro termo da oração. Exemplos: David,
que foi um excelente aluno, passou no vestibular.
Predicativo do Sujeito: termo que exprime um atributo, um
estado ou modo de ser do sujeito, ao qual se prende por um O núcleo do aposto é um substantivo ou um pronome subs-
verbo de ligação, no predicado nominal. Exemplos: A bandeira tantivo: O aposto não pode ser formado por adjetivos. Os apos-
é o símbolo da nação. tos, em geral, destacam-se por pausas, indicadas, na escrita, por
Predicativo do Objeto: termo que se refere ao objeto de um vírgulas, dois pontos ou travessões.
verbo transitivo. Exemplo: O juiz declarou o réu culpado. Vocativo: termo usado para chamar ou interpelar a pessoa,
o animal ou a coisa personificada a que nos dirigimos. Exemplo:
Termos Integrantes da Oração Vamos à escola, meus filhos!
O vocativo não pertence à estrutura da oração, por isso não
São os termos que completam a significação transitiva dos se anexa ao sujeito nem ao predicado.
verbos e nomes. Integram o sentido da oração, sendo assim in-
dispensável à compreensão do enunciado. São eles: Período
- Complemento Verbal (Objeto Direto e Objeto Indireto);
- Complemento Nominal; O período pode ser caracterizado pela presença de uma ou
- Agente da Passiva. de mais orações, por isso, pode ser simples ou composto.
Objeto Direto: complemento dos verbos de predicação in-
completa, não regido, normalmente, de preposição. Exemplo: Período Simples - apresenta apenas uma oração, a qual é
As plantas purificaram o ar. chamada de oração absoluta. Exemplo: Já chegamos.

Tem as seguintes características: Período Composto - apresenta duas ou mais orações.


- Completa a significação dos verbos transitivos diretos; Exemplo: Conversamos quando eu voltar. O número de orações
- Geralmente, não vem regido de preposição; depende do número de verbos presentes num enunciado.
- Traduz o ser sobre o qual recai a ação expressa por um
verbo ativo. Classificação do Período Composto
- Torna-se sujeito da oração na voz passiva.
Objeto Indireto: complemento verbal regido de preposição Período Composto por Coordenação - as orações são inde-
necessária e sem valor circunstancial. Representa, o ser a que se pendentes entre si, ou seja, cada uma delas têm sentido com-
destina ou se refere à ação verbal. É sempre regido de preposi- pleto.
ção, expressa ou implícita. Exemplo: Entrou na loja e comprou vários sapatos.
Complemento Nominal: termo complementar reclamado Período Composto por Subordinação - as orações relacio-
pela significação transitiva, incompleta, de certos substantivos, nam-se entre si.
adjetivos e advérbios. Vem sempre regido de preposição. Exem- Exemplo: Espero terminar meu trabalho antes do meu pa-
plo: Assistência às aulas. trão voltar de viagem.
Período Composto por Coordenação e Subordinação - há a
Agente da Passiva: complemento de um verbo na voz pas- presença de orações coordenadas e subordinadas.
siva. Representa o ser que pratica a ação expressa pelo verbo Exemplo: Enquanto eles falarem, nós vamos escutar.
passivo. Vem regido comumente pela preposição por, e menos
frequentemente pela preposição de. Orações Coordenadas

Termos Acessórios da Oração Podem ser sindéticas ou assindéticas, respectivamente,


conforme são utilizadas ou não conjunções Exemplos: Ora fala,
São os que desempenham na oração uma função secundá- ora não fala. (oração coordenada sindética, marcada pelo uso
ria, qual seja a de caracterizar um ser, determinar os substanti- da conjunção “ora...ora”). As aulas começaram, os deveres co-
vos, exprimir alguma circunstância. São eles: meçaram e a preguiça deu lugar à determinação. (orações coor-
denadas assindéticas: “As aulas começaram, os deveres come-
Adjunto adnominal: termo que caracteriza ou determina os çaram”, oração coordenada sindética: “e a preguiça deu lugar à
substantivos. Pode ser expresso: Pelos adjetivos: animal feroz; determinação”.)
Pelos artigos: o mundo; Pelos pronomes adjetivos: muitos pa-
íses. As orações coordenadas sindéticas podem ser:
- Aditivas: quando as orações expressam soma. Exemplo:
Adjunto adverbial:termo que exprime uma circunstância Gosto de salgado, mas também gosto de doce.
(de tempo, lugar, modo, etc.) ou, em outras palavras, que mo- - Adversativas: quando as orações expressam adversidade.
difica o sentido de um verbo, adjetivo ou advérbio. É expresso: Exemplo: Gostava do moço, porém não queria se casar.
Pelos advérbios: Cheguei cedo; Pelas locuções ou expressões - Alternativas: quando as orações expressam alternativa.
adverbiais: Saí com meu pai. Exemplo: Fica ele ou fico eu.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Conclusivas: quando as orações expressam conclusão. Tentou ir para os EUA.


Exemplo: Estão de acordo, então vamos. Não deu.
- Explicativas: quando as orações expressam explicação. Acharam um artigo indefinido em sua bagagem.
Exemplo: Fizemos a tarefa hoje porque tivemos tempo. A interjeição do bigode declinava partículas
expletivas,
Orações Subordinadas conectivos e agentes da passiva, o tempo todo.
Um dia, matei-o com um objeto direto na cabeça.
As orações subordinadas podem ser substantivas, adjetivas
ou adverbiais, conforme a sua função. Na frase “Entre uma oração subordinada e um adjunto ad-
- Substantivas: quando as orações têm função de substanti- verbial”, o autor faz referência à oração subordinada. Assinale a
vo. Exemplo: Espero que eles consigam. alternativa que NÃO corresponde corretamente à compreensão
- Adjetivas: quando as orações têm função de adjetivo. da relação entre orações:
Exemplo: Os concorrentes que se preparam mais têm um de- Parte superior do formulário
sempenho melhor. a) Oração subordinada é o nome que se dá ao tipo de oração
- Adverbiais: quando as orações têm função de advérbio. que é indispensável para a compreensão da oração principal.
Exemplo: À medida que crescem, aumentam os gastos. b) Diferentemente da coordenada, a oração subordinada é
a que complementa o sentido da oração principal, não sendo
QUESTÕES possível compreender individualmente nenhuma das orações,
pois há uma relação de dependência do sentido.
01. Pref. De Caucaia/CE – Agente de Suporte e Fiscalização c) Subordinação refere-se a “estar ordenado sob”, sendo
– 2016 - CETREDE indiferente a classificação de uma oração coordenada ou subor-
dinada, pois as duas têm a mesma validade.
Dos rituais d) A oração principal é aquela rege a oração subordinada,
não sendo possível seu entendimento sem o complemento.
No primeiro contato com os selvagens, que medo nos dá de
infringir os rituais, de violar um tabu! 03. EMSERH – Auxiliar Operacional de Serviços Gerais –
2017 – FUNCAB
É todo um meticuloso cerimonial, cuja infração eles não nos A carta de amor
perdoam.
Eu estava falando nos selvagens? Mas com os civilizados é o No momento em que Malvina ia por a frigideira no fogo,
mesmo. Ou pior até. entrou a cozinheira com um envelope na mão. Isso bastou para
Quando você estiver metido entre grã-finos, é preciso ter que ela se tornasse nervosa. Seu coração pôs-se a bater pre-
muito, muito cuidado: eles são tão primitivos! cipitadamente e seu rosto se afogueou. Abriu-o com gesto de-
Mário Quintana cisivo e extraiu um papel verde-mar, sobre o qual se liam, em
Em relação à oração “eles são tão primitivos!”, assinale o caracteres energéticos, masculinos, estas palavras: “Você será
item INCORRETO. amada...”.
a) Refere-se a grã-finos. Malvina empalideceu, apesar de já conhecer o conteúdo
b) O sujeito é indeterminado. dessa carta verde-mar, que recebia todos os dias, havia já uma
c) O predicado é nominal. semana. Malvina estava apaixonada por um ente invisível, por
d) Tem verbo de ligação um papel verde-mar, por três palavras e três pontos de reticên-
e) Apresenta predicativo do sujeito. cias: “Você será amada...”. Há uma semana que vivia como ébria.
Olhava para a rua e qualquer olhar de homem que se cru-
02. CISMEPAR/PR – Advogado – 2016 - FAUEL zasse com o seu, lhe fazia palpitar tumultuosamente o coração.
Se o telefone tilintava, seu pensamento corria célere: talvez fos-
O assassino era o escriba se “ele”. Se não conhecesse a causa desse transtorno, por certo
Paulo Leminsky Malvina já teria ido consultar um médico de doenças nervosas.
Mandara examinar por um grafólogo a letra dessa carta. Fora em
Meu professor de análise sintática era o tipo do todas as papelarias à procura desse papel verde-mar e, incons-
sujeito inexistente. cientemente, fora até o correio ver se descobria o remetente no
Um pleonasmo, o principal predicado da sua vida, ato de atirar o envelope na caixa.
regular como um paradigma da 1ª conjugação. Tudo em vão. Quem escrevia conseguia manter-se incógni-
Entre uma oração subordinada e um adjunto to. Malvina teria feito tudo quanto ele quisesse. Nenhum em-
adverbial, pecilho para com o desconhecido. Mas para que ela pudesse
ele não tinha dúvidas: sempre achava um jeito realizar o seu sonho, era preciso que ele se tornasse homem de
assindético de nos torturar com um aposto. carne e osso. Malvina imaginava-o alto, moreno, com grandes
Casou com uma regência. olhos negros, forte e espadaúdo.
Foi infeliz. O seu cérebro trabalhava: seria ele casado? Não, não o era.
Era possessivo como um pronome. Seria pobre? Não podia ser. Seria um grande industrial? Quem
E ela era bitransitiva. sabe?

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LÍNGUA PORTUGUESA

As cartas de amor, verde-mar, haviam surgido na vida de O homem então se decidia a sair, juntar as suas raivas com
Malvina como o dilúvio, transformando-lhe o cérebro. os demais colonos. No clube, eles todos se aclamavam: era pre-
Afinal, no décimo dia, chegou a explicação do enigma. Foi ciso acabar com as visitas do passarinheiro. Que a medida não
uma coisa tão dramática, tão original, tão crível, que Malvina podia ser de morte matada, nem coisa que ofendesse a vista
não teve nem um ataque de histerismo, nem uma crise de cóle- das senhoras e seus filhos. ___6___ remédio, enfim, se haveria
ra. Ficou apenas petrificada. de pensar.
“Você será amada... se usar, pela manhã, o creme de beleza No dia seguinte, o vendedor repetiu a sua alegre invasão.
Lua Cheia. O creme Lua Cheia é vendido em todas as farmácias e Afinal, os colonos ainda que hesitaram: aquele negro trazia aves
drogarias. Ninguém resistirá a você, se usar o creme Lua Cheia. de belezas jamais vistas. Ninguém podia resistir às suas cores,
Era o que continha o papel verde-mar, escrito em enérgicos seus chilreios. Nem aquilo parecia coisa deste verídico mundo.
caracteres masculinos. O vendedor se anonimava, em humilde desaparecimento de si:
Ao voltar a si, Malvina arrastou-se até o telefone: - Esses são pássaros muito excelentes, desses com as asas
-Alô! É Jorge quem está falando? Já pensei e resolvi casar- todas de fora.
-me com você. Sim, Jorge, amo-o! Ora, que pergunta! Pode vir. Os portugueses se interrogavam: onde desencantava ele
A voz de Jorge estava rouca de felicidade! tão maravilhosas criaturas? onde, se eles tinham já desbravado
E nunca soube a que devia tanta sorte! os mais extensos matos?
André Sinoldi O vendedor se segredava, respondendo um riso. Os senho-
res receavam as suas próprias suspeições - teria aquele negro
Se a oração escrita na carta estivesse completa, como em direito a ingressar num mundo onde eles careciam de acesso?
“Você será amada POR MIM”, o termo destacado funcionaria Mas logo se aprontavam a diminuir-lhe os méritos: o tipo dor-
como: mia nas árvores, em plena passarada. Eles se igualam aos bichos
a) complemento nominal. silvestres, concluíam.
b) objeto direto. Fosse por desdenho dos grandes ou por glória dos peque-
c) agente da passiva. nos, a verdade é que, aos pouco-poucos, o passarinheiro foi vi-
d) objeto indireto. rando assunto no bairro do cimento. Sua presença foi enchendo
e) adjunto nominal. durações, insuspeitos vazios. Conforme dele se comprava, as
casas mais se repletavam de doces cantos.
04. EMSERH – Enfermeiro – 2017 – FUNCAB Aquela música se estranhava nos moradores, mostrando
Assinale a alternativa correspondente ao período onde há que aquele bairro não pertencia àquela terra. Afinal, os pássa-
predicativo do sujeito: ros desautenticavam os residentes, estrangeirando-lhes? [...] O
comerciante devia saber que seus passos descalços não cabiam
O embondeiro que sonhava pássaros naquelas ruas. Os brancos se inquietavam com aquela desobe-
diência, acusando o tempo. [...]
Esse homem sempre vai ficar de sombra: nenhuma memó- As crianças emigravam de sua condição, desdobrando-se
ria será bastante para lhe salvar do escuro. Em verdade, seu as- em outras felizes existências. E todos se familiavam, parentes
tro não era o Sol. Nem seu país não era a vida. Talvez, por razão aparentes. [...]
disso, ele habitasse com cautela de um estranho. O vendedor de Os pais lhes queriam fechar o sonho, sua pequena e infinita
pássaros não tinha sequer o abrigo de um nome. Chamavam-lhe alma. Surgiu o mando: a rua vos está proibida, vocês não saem
o passarinheiro. mais. Correram-se as cortinas, as casas fecharam suas pálpebras.
Todas manhãs ele passava nos bairros dos brancos carre- COUTO, Mia. Cada homem é uma raça: contos/ Mia Cou-
gando suas enormes gaiolas. Ele mesmo fabricava aquelas jau- to - 1ª ed. - São Paulo: Companhia das Letras, 2013. p.63 - 71.
las, de tão leve material que nem pareciam servir de prisão. (Fragmento).
Parecia eram gaiolas aladas, voláteis. Dentro delas, os pássaros Sobre os elementos destacados do fragmento “Em verdade,
esvoavam suas cores repentinas. À volta do vendedeiro, era uma seu astro não era o Sol. Nem seu país não era a vida.”, leia as
nuvem de pios, tantos que faziam mexer as janelas: afirmativas.
- Mãe, olha o homem dos passarinheiros! I. A expressão EM VERDADE pode ser substituída, sem alte-
E os meninos inundavam as ruas. As alegrias se intercam- ração de sentido por COM EFEITO.
biavam: a gritaria das aves e o chilreio das crianças. O homem II. ERA O SOL formam o predicado verbal da primeira ora-
puxava de uma muska e harmonicava sonâmbulas melodias. O ção.
mundo inteiro se fabulava. III. NEM, no contexto, é uma conjunção coordenativa.
Por trás das cortinas, os colonos reprovavam aqueles abu-
sos. Ensinavam suspeitas aos seus pequenos filhos - aquele pre- Está correto apenas o que se afirma em:
to quem era? Alguém conhecia recomendações dele? Quem a) I e III.
autorizara aqueles pés descalços a sujarem o bairro? Não, não b) III.
e não. O negro que voltasse ao seu devido lugar. Contudo, os c) I e II.
pássaros tão encantantes que são - insistiam os meninos. Os pais d) I.
se agravavam: estava dito. e) II e III.
Mas aquela ordem pouco seria desempenhada.[...]

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LÍNGUA PORTUGUESA

05. TRE/RR - Técnico Judiciário - Operação de Computado- Para aqueles que veem em tudo o que lá não está,
res – 2015 - FCC A memória das naus.
É indiscutível que no mundo contemporâneo o ambiente do
futebol é dos mais intensos do ponto de vista psicológico. Nos O Tejo desce de Espanha
estádios a concentração é total. Vive-se ali situação de incessan- E o Tejo entra no mar em Portugal
te dialética entre o metafórico e o literal, entre o lúdico e o real. Toda a gente sabe isso.
O que varia conforme o indivíduo considerado é a passagem de Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia
uma condição a outra. Passagem rápida no caso do torcedor, E para onde ele vai
cuja regressão psíquica do lúdico dura algumas horas e funciona E donde ele vem
como escape para as pressões do cotidiano. Passagem lenta no E por isso, porque pertence a menos gente,
caso do futebolista profissional, que vive quinze ou vinte anos É mais livre e maior o rio da minha aldeia.
em ambiente de fantasia, que geralmente torna difícil a inserção
na realidade global quando termina a carreira. A solução para Pelo Tejo vai-se para o Mundo
muitos é a reconversão em técnico, que os mantém sob holo- Para além do Tejo há a América
fote. Lothar Matthäus, por exemplo, recordista de partidas em E a fortuna daqueles que a encontram
Copas do Mundo, com a seleção alemã, Ballon d’Or de 1990, Ninguém nunca pensou no que há para além
tornou-se técnico porque “na verdade, para mim, o futebol é Do rio da minha aldeia.
mais importante do que a família”. [...] O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
Sendo esporte coletivo, o futebol tem implicações e signi- Quem está ao pé dele está só ao pé dele.
ficações psicológicas coletivas, porém calcadas, pelo menos em (Alberto Caeiro)
parte, nas individualidades que o compõem. O jogo é coletivo,
como a vida social, porém num e noutra a atuação de um só E o Tejo entra no mar em Portugal
indivíduo pode repercutir sobre o todo. Como em qualquer
sociedade, na do futebol vive-se o tempo inteiro em equilíbrio O elemento que exerce a mesma função sintática que o su-
precário entre o indivíduo e o grupo. O jogador busca o sucesso blinhado acima encontra-se em
pessoal, para o qual depende em grande parte dos companhei- a) a fortuna. (4a estrofe)
ros; há um sentimento de equipe, que depende das qualidades b) A memória das naus. (2a estrofe)
pessoais de seus membros. c) grandes navios. (2a estrofe)
O torcedor lúcido busca o prazer do jogo preservando sua d) menos gente. (3a estrofe)
individualidade; todavia, a própria condição de torcedor acaba e) a América. (4a estrofe)
por diluí-lo na massa.
(JÚNIOR, Hilário Franco. A dança dos deuses: futebol, cultu- 07. TRF – 3ª Região – Analista Judiciário – Área Administra-
ra, sociedade. São Paulo: Companhia das letras, 2007, p. 303- tiva – 2016 – FCC
304, com adaptações) O museu é considerado um instrumento de neutralização
– e talvez o seja de fato. Os objetos que nele se encontram reu-
*Ballon d’Or 1990 - prêmio de melhor jogador do ano nidos trazem o testemunho de disputas sociais, de conflitos po-
líticos e religiosos. Muitas obras antigas celebram vitórias milita-
O jogador busca o sucesso pessoal ... res e conquistas: a maior parte presta homenagem às potências
dominantes, suas financiadoras. As obras modernas são, mais
A mesma relação sintática entre verbo e complemento, su- genericamente, animadas pelo espírito crítico: elas protestam
blinhados acima, está em: contra os fatos da realidade, os poderes, o estado das coisas. O
a) É indiscutível que no mundo contemporâneo... museu reúne todas essas manifestações de sentido oposto. Ex-
b) ... o futebol tem implicações e significações psicológicas põe tudo junto em nome de um valor que se presume partilhado
coletivas ... por elas: a qualidade artística. Suas diferenças funcionais, suas
c) ... e funciona como escape para as pressões do cotidiano. divergências políticas são apagadas. A violência de que partici-
d) A solução para muitos é a reconversão em técnico ... pavam, ou que combatiam, é esquecida. O museu parece assim
e) ... que depende das qualidades pessoais de seus mem- desempenhar um papel de pacificação social. A guerra das ima-
bros. gens extingue-se na pacificação dos museus.
Todos os objetos reunidos ali têm como princípio o fato de
06. MPE/PB - Técnico ministerial - diligências e apoio admi- terem sido retirados de seu contexto. Desde então, dois pontos
nistrativo – 2015 - FCC de vista concorrentes são possíveis. De acordo com o primeiro, o
museu é por excelência o lugar de advento da Arte enquanto tal,
O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia, separada de seus pretextos, libertada de suas sujeições. Para o
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha segundo, e pela mesma razão, é um “depósito de despojos”. Por
aldeia um lado, o museu facilita o acesso das obras a um status esté-
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia. tico que as exalta. Por outro, as reduz a um destino igualmente
estético, mas, desta vez, concebido como um estado letárgico.
O Tejo tem grandes navios
E navega nele ainda,

31
LÍNGUA PORTUGUESA

A colocação em museu foi descrita e denunciada frequente- RESPOSTAS


mente como uma desvitalização do simbólico, e a musealização
progressiva dos objetos de uso como outros tantos escânda- 01 B
los sucessivos. Ainda seria preciso perguntar sobre a razão do
“escândalo”. Para que haja escândalo, é necessário que tenha 02 C
havido atentado ao sagrado. Diante de cada crítica escandali- 03 C
zada dirigida ao museu, seria interessante desvendar que valor
04 A
foi previamente sacralizado. A Religião? A Arte? A singularidade
absoluta da obra? A Revolta? A Vida autêntica? A integridade 05 B
do Contexto original? Estranha inversão de perspectiva. Porque, 06 B
simultaneamente, a crítica mais comum contra o museu apre-
senta-o como sendo, ele próprio, um órgão de sacralização. O 07 C
museu, por retirar as obras de sua origem, é realmente “o lugar 08 B
simbólico onde o trabalho de abstração assume seu caráter mais
violento e mais ultrajante”. Porém, esse trabalho de abstração
e esse efeito de alienação operam em toda parte. É a ação do FIGURAS DE LINGUAGEM.
tempo, conjugada com nossa ilusão da presença mantida e da
arte conservada.
(Adaptado de: GALARD, Jean. Beleza Exorbitante. São Pau- FIGURAS DE LINGUAGEM
lo, Fap.-Unifesp, 2012, p. 68-71)
Na frase Diante de cada crítica escandalizada dirigida ao As figuras de linguagem são recursos especiais usados por
museu, seria interessante desvendar que valor foi previamente quem fala ou escreve, para dar à expressão mais força, intensi-
sacralizado (3°parágrafo), a oração sublinhada complementa o dade e beleza.
sentido de São três tipos:
a) um substantivo, e pode ser considerada como interroga- Figuras de Palavras (tropos);
tiva indireta. Figuras de Construção (de sintaxe);
b) um verbo, e pode ser considerada como interrogativa di- Figuras de Pensamento.
reta.
c) um verbo, e pode ser considerada como interrogativa in- Figuras de Palavra
direta.
d) um substantivo, e pode ser considerada como interroga- É a substituição de uma palavra por outra, isto é, no em-
tiva direta. prego figurado, simbólico, seja por uma relação muito próxima
e) um advérbio, e pode ser considerada como interrogativa (contiguidade), seja por uma associação, uma comparação, uma
indireta. similaridade. São as seguintes as figuras de palavras:

08.ANAC – Analista Administrativo – 2016 – ESAF Metáfora: consiste em utilizar uma palavra ou uma expres-
Assinale a opção que apresenta explicação correta para a são em lugar de outra, sem que haja uma relação real, mas em
inserção de “que é” antes do segmento grifado no texto. virtude da circunstância de que o nosso espírito as associa e de-
preende entre elas certas semelhanças. Observe o exemplo:
A Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República
divulgou recentemente a pesquisa O Brasil que voa – Perfil dos “Meu pensamento é um rio subterrâneo.” (Fernando Pes-
Passageiros, Aeroportos e Rotas do Brasil, o mais completo le- soa)
vantamento sobre transporte aéreo de passageiros do País.
Mais de 150 mil passageiros, ouvidos durante 2014 nos 65 ae- Nesse caso, a metáfora é possível na medida em que o poe-
roportos responsáveis por 98% da movimentação aérea do País, ta estabelece relações de semelhança entre um rio subterrâneo
revelaram um perfil inédito do setor. e seu pensamento.
<http://www.anac.gov.br/Noticia.aspx?ttCD_CHA-
VE=1957&slCD_ ORIGEM=29>. Acesso em: 13/12/2015 (com Comparação: é a comparação entre dois elementos co-
adaptações). muns; semelhantes. Normalmente se emprega uma conjunção
a) Prejudica a correção gramatical do período, pois provoca comparativa: como, tal qual, assim como.
truncamento sintático.
b) Transforma o aposto em oração subordinada adjetiva ex- “Sejamos simples e calmos
plicativa. Como os regatos e as árvores”
c) Altera a oração subordinada explicativa para oração res- Fernando Pessoa
tritiva. Metonímia: consiste em empregar um termo no lugar de
d) Transforma o segmento grifado em oração principal do outro, havendo entre ambos estreita afinidade ou relação de
período. sentido. Observe os exemplos abaixo:
e) Corrige erro de estrutura sintática inserido no período.

32
LÍNGUA PORTUGUESA

- autor ou criador pela obra. Exemplo: Gosto de ler Macha- Figuras de Construção
do de Assis. (Gosto de ler a obra literária de Machado de Assis.)
Ocorrem quando desejamos atribuir maior expressividade
- efeito pela causa e vice-versa. Exemplo: Vivo do meu tra- ao significado. Assim, a lógica da frase é substituída pela maior
balho. (o trabalho é causa e está no lugar do efeito ou resultado). expressividade que se dá ao sentido. São as mais importantes
figuras de construção:
- continente pelo conteúdo. Exemplo: Ela comeu uma caixa
de bombons. (a palavra caixa, que designa o continente ou aqui- Elipse: consiste na omissão de um termo da frase, o qual, no
lo que contém, está sendo usada no lugar da palavra bombons). entanto, pode ser facilmente identificado. Exemplo: No fim da
comemoração, sobre as mesas, copos e garrafas vazias. (Omis-
- abstrato pelo concreto e vice-versa. Exemplos: A gravidez são do verbo haver: No fim da festa comemoração, sobre as me-
deve ser tranquila. (o abstrato gravidez está no lugar do concre- sas, copos e garrafas vazias).
to, ou seja, mulheres grávidas). Pleonasmo: consiste no emprego de palavras redundantes
- instrumento pela pessoa que o utiliza. Exemplo: Os micro- para reforçar uma ideia. Exemplo: Ele vive uma vida feliz.
fones foram atrás dos jogadores. (Os repórteres foram atrás dos Deve-se evitar os pleonasmos viciosos, que não têm valor
jogadores.) de reforço, sendo antes fruto do desconhecimento do sentido
das palavras, como por exemplo, as construções “subir para
- lugar pelo produto. Exemplo: Fumei um saboroso havana. cima”, “entrar para dentro”, etc.
(Fumei um saboroso charuto.).
Polissíndeto: repetição enfática do conectivo, geralmente o
- símbolo ou sinal pela coisa significada. Exemplo: Não te “e”. Exemplo: Felizes, eles riam, e cantavam, e pulavam, e dan-
afastes da cruz. (Não te afastes da religião.). çavam.
- a parte pelo todo. Exemplo: Não há teto para os desabriga- Inversão ou Hipérbato: alterar a ordem normal dos termos
dos. (a parte teto está no lugar do todo, “o lar”).
ou orações com o fim de lhes dar destaque:
“Justo ela diz que é, mas eu não acho não.” (Carlos Drum-
- indivíduo pela classe ou espécie. Exemplo: O homem foi à
mond de Andrade)
Lua. (Alguns astronautas foram à Lua.).
“Por que brigavam no meu interior esses entes de sonho
- singular pelo plural. Exemplo: A mulher foi chamada para ir
não sei.” (Graciliano Ramos)
às ruas. (Todas as mulheres foram chamadas, não apenas uma)
Observação: o termo deseja realçar é colocado, em geral,
no início da frase.
- gênero ou a qualidade pela espécie. Exemplo: Os mortais
sofrem nesse mundo. (Os homens sofrem nesse mundo.)
Anacoluto: quebra da estrutura sintática da oração. O tipo
- matéria pelo objeto. Exemplo: Ela não tem um níquel. (a ma- mais comum é aquele em que um termo parece que vai ser o
téria níquel é usada no lugar da coisa fabricada, que é “moeda”). sujeito da oração, mas a construção se modifica e ele acaba sem
função sintática. Essa figura é usada geralmente para pôr em re-
Atenção: Os últimos 5 exemplos podem receber também o levo a ideia que consideramos mais importante, destacando-a
nome de Sinédoque. do resto. Exemplo:
O Alexandre, as coisas não lhe estão indo muito bem.
Perífrase: substituição de um nome por uma expressão para A velha hipocrisia, recordo-me dela com vergonha. (Camilo
facilitar a identificação. Exemplo: A Cidade Maravilhosa (= Rio de Castelo Branco)
Janeiro) continua atraindo visitantes do mundo todo.
Silepse: concordância de gênero, número ou pessoa é feita
Obs.: quando a perífrase indica uma pessoa, recebe o nome com ideias ou termos subentendidos na frase e não claramente
de antonomásia. expressos. A silepse pode ser:
Exemplos: - de gênero. Exemplo: Vossa Majestade parece desanimado.
O Divino Mestre (= Jesus Cristo) passou a vida praticando (o adjetivo desanimado concorda não com o pronome de trata-
o bem. mento Vossa Majestade, de forma feminina, mas com a pessoa
O Poeta da Vila (= Noel Rosa) compôs lindas canções. a quem esse pronome se refere – pessoa do sexo masculino).
- de número. Exemplo: O pessoal ficou apavorado e saíram
Sinestesia: Consiste em mesclar, numa mesma expressão, correndo. (o verbo sair concordou com a ideia de plural que a
as sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido. palavra pessoal sugere).
Exemplo: No silêncio negro do seu quarto, aguardava os aconte- - de pessoa. Exemplo: Os brasileiros amamos futebol. (o su-
cimentos. (silêncio = auditivo; negro = visual) jeito os brasileiros levaria o verbo na 3ª pessoa do plural, mas a
Catacrese: A catacrese costuma ocorrer quando, por falta concordância foi feita com a 1ª pessoa do plural, indicando que
de um termo específico para designar um conceito, toma-se ou- a pessoa que fala está incluída em os brasileiros).
tro “emprestado”. Passamos a empregar algumas palavras fora
de seu sentido original. Exemplos: “asa da xícara”, “maçã do ros- Onomatopeia: Ocorre quando se tentam reproduzir na for-
to”, “braço da cadeira” . ma de palavras os sons da realidade.

33
LÍNGUA PORTUGUESA

Exemplos: Os sinos faziam blem, blem, blem, blem. Eufemismo: Atenua o sentido das palavras, suavizando as
Miau, miau. (Som emitido pelo gato) expressões do discurso Exemplo: Ele foi para o céu. (Neste caso,
Tic-tac, tic-tac fazia o relógio da sala de jantar. a expressão “para a céu”, ameniza o discurso real: ele morreu.)

As onomatopeias, como no exemplo abaixo, podem resultar Gradação: os termos da frase são fruto de hierarquia (or-
da Aliteração (repetição de fonemas nas palavras de uma frase dem crescente ou decrescente). Exemplo: As pessoas chegaram
ou de um verso). à festa, sentaram, comeram e dançaram.

“Vozes veladas, veludosas vozes, Hipérbole: baseada no exagero intencional do locutor, isto
volúpias dos violões, vozes veladas, é, expressa uma ideia de forma exagerada.
vagam nos velhos vórtices velozes Exemplo: Liguei para ele milhões de vezes essa tarde. (Ligou
dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.” várias vezes, mas não literalmente 1 milhão de vezes ou mais).
(Cruz e Sousa) Ironia: é o emprego de palavras que, na frase, têm o sentido
Repetição: repetir palavras ou orações para enfatizar a afir- oposto ao que querem dizer. É usada geralmente com sentido
mação ou sugerir insistência, progressão: sarcástico. Exemplo: Quem foi o inteligente que usou o compu-
“E o ronco das águas crescia, crescia, vinha pra dentro da tador e apagou o que estava gravado?
casona.” (Bernardo Élis)
“O mar foi ficando escuro, escuro, até que a última lâmpada Paradoxo: Diferente da antítese, que opõem palavras, o pa-
se apagou.” (Inácio de Loyola Brandão) radoxo corresponde ao uso de ideias contrárias, aparentemente
absurdas. Exemplo: Esse amor me mata e dá vida. (Neste caso, o
Zeugma: omissão de um ou mais termos anteriormente mesmo amor traz alegrias (vida) e tristeza (mata) para a pessoa.)
enunciados. Exemplo: Ele gosta de geografia; eu, de português.
(na segunda oração, faltou o verbo “gostar” = Ele gosta de geo- Personificação ou Prosopopéia ou Animismo: atribuição de
grafia; eu gosto de português.). ações, sentimentos ou qualidades humanas a objetos, seres irra-
cionais ou outras coisas inanimadas. Exemplo: O vento suspirou
Assíndeto: quando certas orações ou palavras, que pode- essa manhã. (Nesta frase sabemos que o vento é algo inanimado
riam se ligar por um conectivo, vêm apenas justapostas. Exem- que não suspira, sendo esta uma “qualidade humana”.)
plo: Vim, vi, venci.
Reticência: suspender o pensamento, deixando-o meio ve-
Anáfora: repetição de uma palavra ou de um segmento do lado. Exemplo:
texto com o objetivo de enfatizar uma ideia. É uma figura de “De todas, porém, a que me cativou logo foi uma... uma...
construção muito usada em poesia. Exemplo: Este amor que não sei se digo.” (Machado de Assis)
tudo nos toma, este amor que tudo nos dá, este amor que Deus
nos inspira, e que um dia nos há de salvar Retificação: consiste em retificar uma afirmação anterior.
Exemplos: O médico, aliás, uma médica muito gentil não sabia
Paranomásia: palavras com sons semelhantes, mas de signi- qual seria o procedimento.
ficados diferentes, vulgarmente chamada de trocadilho. Exem-
plo: Comemos fora todos os dias! A gente até dispensa a des-
pensa. QUESTÕES

Neologismo: criação de novas palavras. Exemplo: Estou a 01. IF/PA - Assistente em Administração – 2016 - FUNRIO
fim do João. (estou interessado). Vou fazer um bico. (trabalho “Quero um poema ainda não pensado, / que inquiete as
temporário). marés de silêncio da palavra ainda não escrita nem pronuncia-
da, / que vergue o ferruginoso canto do oceano / e reviva a ruína
Figuras de Pensamento que são as poças d’água. / Quero um poema para vingar minha
insônia. ” (Olga Savary, “Insônia”)
Utilizadas para produzir maior expressividade à comunica-
ção, as figuras de pensamento trabalham com a combinação de Nesses versos finais do poema, encontramos as seguintes
ideias, pensamentos. figuras de linguagem:
A) silepse e zeugma
Antítese: Corresponde à aproximação de palavras contrá- B) eufemismo e ironia.
rias, que têm sentidos opostos. Exemplo: O ódio e o amor an- C) prosopopeia e metáfora.
dam de mãos dadas. D) aliteração e polissíndeto.
E) anástrofe e aposiopese.
Apóstrofe: interrupção do texto para se chamar a atenção
de alguém ou de coisas personificadas. Sintaticamente, a após- 02. IF/PA - Auxiliar em Administração – 2016 - FUNRIO
trofe corresponde ao vocativo. Exemplo: Tende piedade, Senhor, “Eu sou de lá / Onde o Brasil verdeja a alma e o rio é mar /
de todas as mulheres. Eu sou de lá / Terra morena que eu amo tanto, meu Pará.” (Pe.
Fábio de Melo, “Eu Sou de Lá”)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Nesse trecho da canção gravada por Fafá de Belém, encon- Leia o poema abaixo e assinale a alternativa que indica a
tramos a seguinte figura de linguagem: figura de linguagem presente no texto:
A) antítese.
B) eufemismo. Amor é fogo que arde sem se ver
C) ironia Amor é fogo que arde sem se ver;
D) metáfora É ferida que dói e não se sente;
E) silepse. É um contentamento descontente;
03. Pref. de Itaquitinga/PE - Técnico em Enfermagem – 2016 É dor que desatina sem doer;
- IDHTEC (Camões)
A) Onomatopeia
MAMÃ NEGRA (Canto de esperança) B) Metáfora
C) Personificação
Tua presença, minha Mãe - drama vivo duma Raça, Drama D) Pleonasmo
de carne e sangue Que a Vida escreveu com a pena dos séculos!
Pelo teu regaço, minha Mãe, Outras gentes embaladas à voz da 06.Pref. de Paulínia/SP - Agente de Fiscalização – 2016 - FGV
ternura ninadas do teu leite alimentadas de bondade e poesia
de música ritmo e graça... santos poetas e sábios... Outras gen- Descaso com saneamento deixa rios em estado de alerta
tes... não teus filhos, que estes nascendo alimárias semoventes,
coisas várias, mais são filhos da desgraça: a enxada é o seu brin- A crise hídrica transformou a paisagem urbana em muitas
quedo trabalho escravo - folguedo... Pelos teus olhos, minha cidades paulistas. Casas passaram a contar com cisternas e cai-
Mãe Vejo oceanos de dor Claridades de sol-posto, paisagens xas-d’água azuis se multiplicaram por telhados, lajes e até em
Roxas paisagens Mas vejo (Oh! se vejo!...) mas vejo também que garagens. Em regiões mais nobres, jardins e portarias de prédios
a luz roubada aos teus [olhos, ora esplende demoniacamente ganharam placas que alertam sobre a utilização de água de reu-
tentadora - como a Certeza... cintilantemente firme - como a Es- so. As pessoas mudaram seu comportamento, economizaram e
perança... em nós outros, teus filhos, gerando, formando, anun- cobraram soluções.
ciando -o dia da humanidade. As discussões sobre a gestão da água, nos mais diversos as-
(Viriato da Cruz. Poemas, 1961, Lisboa, Casa dos Estudan- pectos, saíram dos setores tradicionais e técnicos e ganharam
tes do Império) espaço no cotidiano. Porém, vieram as chuvas, as enchentes e
os rios urbanos voltaram a ficar tomados por lixo, mascarando,
O poema, Mamã Negra: de certa forma, o enorme volume de esgoto que muitos desses
A) É uma metáfora para a pátria sendo referência de um país corpos de água recebem diariamente.
africano que foi colonizado e teve sua população escravizada. É como se não precisássemos de cada gota de água desses
B) É um vocativo e clama pelos efeitos negativos da escravi- rios urbanos e como se a água limpa que consumimos em nos-
sas casas, em um passe de mágica, voltasse a existir em tamanha
zação dos povos africanos.
abundância, nos proporcionando o luxo de continuar a poluir
C) É a referência resumida a todo o povo que compõe um
centenas de córregos e milhares de riachos nas nossas cidades.
país libertado depois de séculos de escravidão.
Para completar, todo esse descaso decorrente da falta de sane-
D) É o sofrimento que acometeu todo o povo que ficou na
amento se reverte em contaminação e em graves doenças de
terra e teve seus filhos levados pelo colonizador.
veiculação hídrica.
E) É a figura do colonizador que mesmo exercendo o poder
Dados do monitoramento da qualidade da água – que reali-
por meio da opressão foi „ninado‟ pela Mamã Negra.
zamos em rios, córregos e lagos de onze Estados brasileiros e do
Distrito Federal – revelaram que 36,3% dos pontos de coleta anali-
04. Pref. de Florianópolis/SC - Auxiliar de Sala – 2016 - FE- sados apresentam qualidade ruim ou péssima. Apenas 13 pontos
PESE foram avaliados com qualidade de água boa (4,5%) e os outros
Analise as frases abaixo: 59,2% estão em situação regular, o que significa um estado de
1. ”Calções negros corriam, pulavam durante o jogo.” alerta. Nenhum dos pontos analisados foi avaliado como ótimo.
2. A mulher conquistou o seu lugar! Divulgamos esse grave retrato no Dia Mundial da Água (22
3. Todo cais é uma saudade de pedra. de março), com base nas análises realizadas entre março de
4. Os microfones foram implacáveis com os novos artistas. 2015 e fevereiro de 2016, em 289 pontos de coleta distribuídos
em 76 municípios.
Assinale a alternativa que corresponde correta e sequen- (MANTOVANI, Mário; RIBEIRO, Malu. UOL Notícias,
cialmente às figuras de linguagem apresentadas: abril/2016.)
A) metáfora, metonímia, metáfora, metonímia
B) metonímia, metonímia, metáfora, metáfora Em termos de linguagem figurada, o fato de a divulgação do
C) metonímia, metonímia, metáfora, metonímia texto ter sido feita no Dia Mundial da Água funciona como
D) metonímia, metáfora, metonímia, metáfora A) metáfora.
E) metáfora, metáfora, metonímia, metáfora B) pleonasmo.
C) eufemismo.
05. COMLURB - Técnico de Segurança do Trabalho – 2016 D) ironia.
- IBFC E) hipérbole.

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LÍNGUA PORTUGUESA

07. Pref. de Chapecó/SC - Engenheiro de Trânsito – 2016 - Ponto ( . )


IOBV Usamos para:
- indicar o final de uma frase declarativa: não irei ao sho-
O outro lado pping hoje.
- separar períodos entre si: Fecha a porta. Abre a janela.
só assim o poema se constrói: - abreviaturas: Av.; V. Ex.ª
quando o desejo tem forma de ilha Vírgula ( , )
e todos os planetas são luas, embriões da magia Usamos para:
então podemos atravessar as chamas - marcar pausa do enunciado a fim de indicar que os ter-
sentir o chão respirar mos separados, apesar de serem da mesma frase ou oração, não
ver a dança da claridade formam uma unidade sintática: Maria, sempre muito simpática,
ouvir as vozes das cores acenou para seus amigos.
fruir a liberdade animal
de estarmos soltos no espaço Não se separam por vírgula:
ter parte com pedra e vento - predicado de sujeito;
seguir os rastros do infinito - objeto de verbo;
entender o que sussurra o vazio - adjunto adnominal de nome;
– e tudo isso é tão familiar - complemento nominal de nome;
para quem conhece - predicativo do objeto;
a forma do sonho - oração principal da subordinada substantiva (desde que
(WILLER, Claudio, Estranhas experiências, 2004, p. 46) esta não seja apositiva nem apareça na ordem inversa).

No poema acima, do poeta paulista Claudio Willer (1940), A vírgula também é utilizada para:
no verso “ouvir as vozes das cores”, entre outros versos, é ex- - separar o vocativo: João, conte a novidade.
pressa uma figura de linguagem. Esta pode ser assim definida: - separar alguns apostos: Célia, muito prendada, preparou
“Figura que consiste na utilização simultânea de alguns dos cin- a refeição.
co sentidos” - separar o adjunto adverbial antecipado ou intercalado: Al-
(CAMPEDELLI, S. Y. e SOUZA, J. B. Literatura, produção de gumas pessoas, muitas vezes, são falsas.
textos & gramática. São Paulo, Saraiva, 1998, p. 616). - separar elementos de uma enumeração: Vendem-se pães,
Como é denominada esta figura de linguagem? tortas e sonho.
A) Eufemismo. - separar conjunções intercaladas: Mário, entretanto, nunca
B) Hipérbole. mais deu notícias.
C) Sinestesia. - isolar o nome de lugar na indicação de datas: Londrina, 25
D) Antítese. de Setembro de 2017.
RESPOSTAS - marcar a omissão de um termo (normalmente o verbo):
Ele prefere dormir, eu me exercitar. (omissão do verbo preferir)
01 C
Ponto-e-Vírgula ( ; )
02 D Usamos para:
03 A - separar os itens de uma lei, de um decreto, de uma peti-
ção, de uma sequência, etc.:
04 C
Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas
05 B formais e não formais, como direito de cada um, observados:
06 D I - a autonomia das entidades desportivas dirigentes e asso-
ciações, quanto a sua organização e funcionamento;
07 C II - a destinação de recursos públicos para a promoção prio-
ritária do desporto educacional e, em casos específicos, para a
do desporto de alto rendimento;
PONTUAÇÃO. III - o tratamento diferenciado para o desporto profissional
e o não profissional;
IV - a proteção e o incentivo às manifestações desportivas
PONTUAÇÃO de criação nacional.
- separar orações coordenadas muito extensas ou orações
Pontuação são sinais gráficos empregados na língua escrita coordenadas nas quais já tenham sido utilizado a vírgula.
para demonstrar recursos específicos da língua falada, como:
entonação, silêncio, pausas, etc. Tais sinais têm papéis variados Dois-Pontos ( : )
no texto escrito e, se utilizados corretamente, facilitam a com- Usamos para:
preensão e entendimento do texto. - iniciar a fala dos personagens: O pai disse: Conte-me a ver-
dade, meu filho.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- antes de apostos ou orações apositivas, enumerações ou Asterisco ( * )


sequência de palavras que explicam, resumem ideias anteriores: Usamos para:
Comprei alguns itens: arroz, feijão e carne. - chamar a atenção do leitor para alguma nota (observação).
- antes de citação: Como dizia minha mãe: “Você não é todo
mundo.” QUESTÕES

Ponto de Interrogação ( ? ) 01. CLIN – Auxiliar de Enfermagem do Trabalho – 2015 -


Usamos para: COSEAC
- perguntas diretas: Onde você mora?
- em alguns casos, junto com o ponto de exclamação: Quem Primavera
você ama? Você. Eu?!
A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu
Ponto de Exclamação ( ! ) nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para re-
Usamos: cebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os
- Após vocativo: Volte, João! habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam
- Após imperativo: Aprenda! pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a prima-
- Após interjeição: Psiu! Eba! vera que chega.
- Após palavras ou frases que tenham caráter emocional: Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da
Poxa! terra, nesse mundo confidencial das raízes, - e arautos sutis
acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espí-
Reticências ( ... ) rito das flores.
Usamos para: Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão
- indicar dúvidas ou hesitação do falante: Olha...não sei se todos cor-de-rosa, como os palácios de Jaipur. Vozes novas de
devo... melhor não falar. passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua na-
- interrupção de uma frase deixada gramaticalmente incom- ção. Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pe-
los ares, - e certamente conversam: mas tão baixinho que não
pleta: Você queria muito este jogo novo? Bom, não sei se você
se entende.
merece...
Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inver-
- indicar supressão de palavra(s) numa frase transcrita:
no, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremen-
Quando ela começou a falar, não parou mais... terminou uma
te, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol.
hora depois.
Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas, as
Aspas ( “  ” )
árvores cobertas de folhas, - e só os poetas, entre os humanos,
Usamos para:
sabem que uma Deusa chega, coroada de flores, com vestidos
- isolar palavras ou expressões que fogem à norma culta: bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem
gírias, estrangeirismos, palavrões, neologismos, arcaísmos e ex- dançar neste mundo cálido, de incessante luz.
pressões populares. Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não
- indicar uma citação textual. se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da
sua perpetuação.
Parênteses ( () ) Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, tal-
Usamos para: vez, os homens terão a primavera que desejarem, no momen-
- isolar palavras, frases intercaladas de caráter explicativo to em que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem,
e datas: No dia do seu nascimento (08/08/984) foi o dia mais deste movimento do céu. E os pássaros serão outros, com ou-
quente do ano. tros cantos e outros hábitos, - e os ouvidos que por acaso os
- podem substituir a vírgula ou o travessão. ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora, se
entendeu e amou.
Travessão (__ ) Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos
Usamos para: atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos
- dar início à fala de um personagem: Filó perguntou: __Ma- para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores,
ria, como faz esse doce? caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sen-
- indicar mudança do interlocutor nos diálogos. __Mãe, timentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás
você me busca? __Não se preocupe, chegarei logo. roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em
- Também pode ser usado em substituição à virgula, em ex- cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gar-
pressões ou frases explicativas: Pelé – o rei do futebol – está dênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flo-
muito doente. res agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.
Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado
Colchetes ( [] ) ao vento, - por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na
Usamos para: rotação da eternidade. Saudemos a primavera, dona da vida - e
- linguagem científica. efêmera.
(MEIRELES, Cecília. “Cecília Meireles - Obra em Prosa?
Vol. 1. Nova Fronteira: Rio de Janeiro, 1998, p. 366.)

37
LÍNGUA PORTUGUESA

“...e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ain- 04. - IF-MT - Direito – 2018 - IF-MT
da circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida O uso adequado da pontuação é fundamental para o bom
para a primavera que chega” (1º §) entendimento do texto. Nos casos abaixo, a vírgula está usada
de forma inadequada em:
No fragmento acima, as vírgulas foram empregadas para: A) Todos os cidadãos brasileiros, são iguais perante a lei,
A) marcar termo adverbial intercalado. conforme a Constituição Federal.
B) isolar oração adjetiva explicativa. B) Além disso, à noite, fazer caminhada até a minha casa é
C) enfatizar o termo sujeito em relação ao predicado. inseguro.
D) separar termo em função de aposto. C) Agora, em relação à tecnologia, os jovens dispõem de
uma série de comodidades, salientou o pesquisador.
02. PC – CE - Escrivão da Policia Civil de 1ª classe – 2015 – D) “Eu sei, mas não devia” (Marina Colasanti).
VUNESP E) Ainda havia muito a se deliberar, todavia, considerando o
Assinale a alternativa correta quanto ao uso da vírgula, con- horário avançado, a reunião foi encerrada.
siderando-se a norma-padrão da língua portuguesa.
A) Os amigos, apesar de terem esquecido de nos avisar, que 05. EMATERCE - Agente de ATER - Ciências Contábeis –
demoraria tanto, informaram-nos de que a gravidez, era algo 2018 – CETREDE
demorado. Analise as duas frases a seguir em relação à ambiguidade.
B) Os amigos, apesar de terem esquecido de nos avisar que I. Karla comeu um doce e sua irmã também.
demoraria tanto, informaram-nos de que a gravidez era algo de- II. Mataram a vaca da sua tia.
morado
C) Os amigos, apesar de terem esquecido, de nos avisar que Marque a opção CORRETA.
demoraria tanto, informaram-nos de que a gravidez era algo de- A) O problema da frase I pode ser corrigido com uma vír-
morado. gula.
D) Os amigos apesar de terem esquecido de nos avisar que, B) As duas frases podem ser corrigidas com o uso de pro-
demoraria tanto, informaram-nos, de que a gravidez era algo
nome.
demorado.
C) Ao colocarmos apenas um verbo, corrigiremos a frase II.
E) Os amigos, apesar de, terem esquecido de nos avisar
D) Apenas a frase I apresenta problema de ambiguidade.
que demoraria tanto, informaram-nos de que a gravidez, era
E) Uma preposição resolveria o problema da frase II.
algo demorado.
RESPOSTAS
03. IPC - ES - Procurador Previdenciário I 2018 - IDECAN

01 D
02 B
03 A
04 A
05 A

ANOTAÇÕES

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________
Em “Júnior, hoje jantaremos fora!”, a presença da vírgula é
obrigatória porque serve para:
___________________________________________________
A) Isolar o vocativo.
B) Isolar o adjunto adverbial deslocado.
C) Separar orações coordenadas. ___________________________________________________
D) Intercalar expressões explicativas.

38
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Organização Municipal: Natureza Jurídica. Princípios E Direitos Sociais E Individuais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
Organização Dos Poderes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03
Organização Administrativa Municipal: Administração Direta E Indireta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Finanças Municipais: Fontes E Composição Das Receitas Municipais, Tributos Municipais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Organização Da Fundação Estatal De Saúde De Niterói – Fesaude: Natureza Jurídica, Finalidade, Objetivos, Estrutura, Recursos Huma-
nos. Estatuto Da Fundação Estatal De Saúde De Niterói/RJ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
Gestão De Bens: Registro E Controle De Bens, Inventários De Bens Patrimoniais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
Gestão De Documentos: Atos Administrativos, Classificação De Documentos E Correspondências, Procedimentos E Rotinas De Proto-
colo, Expedição, Movimentação E Arquivamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
Gestão De Arquivos: Tipos De Arquivos, Classificação E Arquivamento De Documentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
Relatórios Técnicos, Correspondência Comercial, Técnica E Oficial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
Organização Municipal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 130
Bases Legais Para A Constituição Das Fundações Estatais Na Área Da Saúde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 130
Rotinas Trabalhistas Do Empregador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131
Base Legal E Operacionalização Dos Contratos De Gestão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
com autonomia política, administrativa e financeira, nos termos
ORGANIZAÇÃO MUNICIPAL: NATUREZA JURÍDICA. da Constituição da República, da Constituição do Estado do Rio
PRINCÍPIOS E DIREITOS SOCIAIS E INDIVIDUAIS. de Janeiro e desta Lei Orgânica.
Parágrafo Único - No exercício de sua autonomia, o Municí-
LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE NITERÓI/RJ. pio decretará leis, expedirá atos e adotará medidas pertinentes
aos seus interesses, às necessidades da administração e ao bem-
PREÂMBULO -estar de seu povo.
Art. 7º São poderes do Município, independentes e harmô-
Exaltando a glória do passado, contemplando a realidade do nicos entre si, o Legislativo e o Executivo.
presente e acreditando nas promessas do futuro, nós, Vereadores Parágrafo Único - É vedada aos poderes do Município a de-
de Niterói, identificados com o seu povo no ideal de paz e prospe- legação de atribuições.
ridade, invocando a proteção de Deus para os destinos do Brasil, Art. 8º Constituem símbolos do Município a Bandeira, o
temos a honra de promulgar a Lei Orgânica do Município de Niterói. Hino e o Brasão e a representação gráfica do Museu de Arte
Contemporânea, a ser definido em Decreto do Poder Executivo,
INSTITUI A LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE NITERÓI alusivos à sua cultura e à sua história. (Redação dada pela Emen-
da à Lei Orgânica nº 14/1997)
TÍTULO I Art. 9º O Município compreende a sede e os distritos atual-
DOS PRINCÍPIOS, DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS mente existentes e os que forem criados.
§ 1º A sede do Município dá-lhe o nome e tem a categoria
Art. 1º O Município de Niterói, sob a proteção de Deus e de cidade.
objetivando uma sociedade fraterna, democrática e sem pre- § 2º Os distritos serão criados, organizados e suprimidos
conceitos, garantirá ao seu povo o pleno exercício dos direitos por lei municipal, preservando-se a unidade histórico-cultural
sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o do ambiente urbano, observada a legislação estadual.
desenvolvimento, a igualdade e a justiça. Art. 10 Constitui patrimônio do Município os seus direitos,
Art. 2º Todo poder municipal emana do povo, que o exerce os bens móveis e imóveis de seu domínio pleno, direto ou útil, a
por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos renda proveniente do exercício das atividades de sua competên-
desta Lei Orgânica. cia e a prestação de seus serviços.
Art. 3º No Município de Niterói, por suas leis, agentes e Art. 11 O Município como entidade autônoma e básica da
órgãos, não haverá discriminação, em razão de local de nasci- Federação, garantirá vida digna ao seu povo e será administrado
mento, idade, raça, etnia, sexo, estado civil, trabalho, religião, com:
orientação sexual, convicções políticas ou filosóficas, por defici- I - transparência de seus atos e ações;
ências de qualquer tipo, por ter cumprido pena ou por qualquer II - moralidade;
particularidade ou condição. III - descentralização administrativa.
Parágrafo Único - Lei Municipal estabelecerá sanções admi-
nistrativas à pessoa jurídica que incorrer em qualquer tipo de CAPÍTULO II
discriminação. DA COMPETÊNCIA DO MUNICÍPIO
Art. 4º O Município defenderá, na forma da Lei, o consu- SEÇÃO I
midor. DA COMPETÊNCIA PRIVATIVA
Parágrafo Único - O Município promoverá, por Lei, a cria-
ção de um órgão de defesa do consumidor, regulamentando sua Art. 12 Ao Município compete prover tudo quanto diga res-
competência, organização e funcionamento. peito ao interesse local e ao bem-estar de sua população, caben-
Art. 5º Todos têm direito de participar, nos termos da Lei, do-lhe, privativamente, dentre outras, as seguintes atribuições:
das decisões do Poder Público Municipal, exercendo-se a sobe- I - legislar sobre assuntos de interesse local;
rania popular, através do voto direto, mediante plebiscito e refe- II - suplementar a legislação federal e a estadual no que cou-
rendo, além da cooperação das associações representativas, no ber;
planejamento municipal. III - elaborar o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano
Integrado;
TÍTULO II IV - elaborar o orçamento anual e o plurianual de investi-
DA ORGANIZAÇÃO MUNICIPAL mentos;
CAPÍTULO I V - instituir e arrecadar tributos de sua competência, bem
DO MUNICÍPIO como aplicar a suas rendas;
SEÇÃO I VI - fixar, fiscalizar e cobrar tarifas ou preços pela prestação
DISPOSIÇÕES GERAIS de serviços públicos;
VII - dispor sobre organização, administração e execução
dos seus serviços;
Art. 6º O Município de Niterói é pessoa jurídica de direito VIII - dispor sobre a organização, utilização e alienação dos
público interno e entidade político-administrativa, integrante da bens públicos;
organização nacional e do território do Estado do Rio de Janeiro, IX - organizar o quadro e estabelecer o regime jurídico único
dos servidores públicos;

1
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
X - conceder e renovar licença para localização e funciona- XXX - assegurar a expedição de certidões requeridas às re-
mento de estabelecimentos industriais, comerciais, prestadoras partições administrativas municipais, para defesas de direitos e
de serviços e quaisquer outros; esclarecimentos de situações, estabelecendo os prazos de aten-
XI - cassar licença concedida ao estabelecimento que des- dimento;
respeitar a Legislação vigente e que se tornar prejudicial ao XXXI - controlar e fiscalizar as empresas concessionárias ou
meio ambiente, à saúde, à higiene, ao sossego, à segurança ou permissionárias de serviços públicos, observando-se, na execu-
aos bons costumes, fazendo cessar a atividade ou determinando ção dos serviços:
o fechamento do estabelecimento; a) plena satisfação do direito dos usuários;
XII - estabelecer servidões administrativas necessárias à re- b) política tarifária revisada periodicamente, conforme va-
alização de seus serviços, inclusive à dos seus concessionários; riação acumulada dos preços dos insumos;
XIII - adquirir bens, inclusive mediante desapropriação; c) melhoramento e expansão dos serviços, assegurando o
XIV - regular disposição, tratado e demais condições dos equilíbrio econômico e financeiro da concessão ou permissão;
bens públicos de uso comum; d) obrigação de manutenção do serviço em níveis plena-
XV - regulamentar a utilização dos logradouros públicos e, mente satisfatórios e adequados.
especialmente, no perímetro urbano, determinar o itinerário, XXXII - manter a Guarda Comunitária para proteção de seus
bem como pontos de parada dos transportes coletivos munici- bens, instalações e serviços; (Redação dada pela Emenda à Lei
pais e intermunicipais; Orgânica nº 27/2001)
XVI - fixar locais para estabelecimentos de pontos de táxis e XXXIII - prestar serviços públicos, diretamente ou sob regi-
demais veículos; me de concessão ou permissão, sempre através de concorrência
XVII - conceder, permitir ou autorizar os serviços de trans- pública, na forma da lei;
portes coletivos e de táxis, fixando as respectivas tarifas; XXXIV - criar normas gerais para exploração ou concessão
XVIII - fixar e sinalizar as zonas de silêncio, de trânsito e trá- dos serviços públicos municipais, bem como para a sua reversão
fego em condições especiais; e encampação destes ou a expropriação dos bens das concessio-
XIX - disciplinar os serviços e horários de carga e descarga e nárias ou permissionárias, autorizando, previamente, cada um
determinar os veículos que podem circular em cada tipo de via dos atos de retomada ou de intervenção;
pública municipal; XXXV - regulamentar e conceder licença para o exercício do
XX - sinalizar as vias urbanas e as estradas municipais, bem comércio ou prestação de serviços eventuais ou ambulantes, to-
como regulamentar e fiscalizar sua utilização; mando medidas para impedir a prática de atividades não licen-
XXI - prover sobre a limpeza das vias e logradouros públi- ciadas, inclusive com a apreensão de mercadorias e materiais;
cos, remoção e destino do lixo domiciliar e de outros resíduos XXXVI - promover as desapropriações de imóveis que se fi-
de qualquer natureza, respeitando as condições necessárias à zerem necessários à execução da Política Urbana.
manutenção do meio ambiente;
XXII - ordenar as atividades urbanas, fixando condições e SEÇÃO II
horários para funcionamento de estabelecimentos industriais, DA COMPETÊNCIA COMUM
comerciais e de serviços, observadas as normas federais perti-
nentes; Art. 13 É da competência do Município, em comum com a
XXIII - dispor sobre os serviços funerários e cemitérios; União e o Estado:
XXIV - regulamentar, licenciar, permitir, autorizar e fiscalizar I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das institui-
a fixação de cartazes, anúncios e faixas, considerando especial- ções democráticas e conservar o patrimônio público;
mente os aspectos de zoneamento, poluição sonora e visual e a II - cuidar da saúde e assistência públicas, da proteção e ga-
proteção do meio ambiente, assim como a utilização de alto-fa- rantia das pessoas portadoras de deficiências;
lantes, distribuição volante ou quaisquer outros meios de pu- III - proteger os documentos, as obras e outros bens de va-
blicidade e propaganda, nos locais sujeitos ao poder de polícia lor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens
municipal; naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
XXV - organizar e manter os serviços de fiscalização necessá- IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de
rios ao exercício do seu poder de polícia administrativa; obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou
XXVI - dispor sobre o depósito e venda de animais e merca- cultural;
dorias apreendidos, em decorrência de transgressão da legisla- V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação
ção em vigor; e à ciência;
XXVII - estabelecer e impor penalidades por infrações a suas VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em
leis e regulamentos; qualquer de suas formas;
XXVIII - prover os seguintes serviços: VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
a) mercados, feiras e matadouros; VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abas-
b) construção e conservação de estradas e caminhos mu- tecimento alimentar;
nicipais; IX - promover programas de construção de moradias e a
c) transportes coletivos municipais; melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico;
d) iluminação pública; X - combater as causas da pobreza e os fatores de margina-
XXIX - regulamentar o serviço de carros de aluguel, inclusive lização, promovendo a integração social dos setores desfavore-
com o uso de taxímetro; cidos;

2
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de di-
reitos de pesquisa e exploração de recurso hídricos e minerais; ORGANIZAÇÃO DOS PODERES.
XII - estabelecer e implantar política de educação para a se-
gurança do trânsito;
XIII - manter, com a cooperação técnica e financeira da TÍTULO III
União e do Estado, programas de educação pré-escolar e de DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
ensino fundamental, assim como o atendimento aos que não CAPÍTULO I
freqüentaram a escola em idade própria; DO PODER LEGISLATIVO
XIV - prestar assistência, nas emergências médico-hospita- SEÇÃO I
lares de pronto-socorro, por seus próprios serviços ou mediante DA CÂMARA MUNICIPAL
convênio com instituições especializadas;
XV - fiscalizar, nos locais de vendas, o peso, a medida e as Art. 17 O poder Legislativo do Município é exercido pela Câ-
condições sanitárias dos gêneros alimentícios, na forma da lei; mara Municipal.
XVI - dispor sobre registro, vacinação e captura de animais, Parágrafo Único - Cada legislatura constará de quatro perío-
com a finalidade precípua de erradicar as moléstias de que pos- dos legislativos de um ano, compreendendo sessões e reuniões.
sam ser portadores ou transmissores. Art. 18 A Câmara Municipal é composta de Vereadores elei-
Art. 14 O Município terá direito à participação no resultado tos pelo sistema proporcional, como representantes do povo,
da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos, com mandato de quatro anos.
para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos mi- § 1º São condições de elegibilidade para o mandato de Ve-
nerais de seu território. reador, na forma da lei federal:
I - a nacionalidade brasileira;
SEÇÃO III II - o pleno exercício dos direitos políticos;
DA COMPETÊNCIA SUPLEMENTAR III - o alistamento eleitoral;
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
Art. 15 Ao Município compete suplementar a legislação fe- V - a filiação partidária;
deral e estadual, no que couber e naquilo que se referir ao seu VI - a idade mínima de dezoito anos.
peculiar interesse. § 2º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
Parágrafo Único - A competência prevista neste artigo será Art. 19 É de 21 (vinte e um) o número de vereadores da
exercida, em relação às legislações federal e estadual, no que Câmara Municipal de Niterói. (Redação dada pela Emenda à Lei
for de interesse municipal, visando adaptá-las à realidade local. Orgânica nº 37/2011)
Art. 16 Ao Município é vedado: Parágrafo Único - Revogado. (Revogado pela Emenda à Lei
Orgânica nº 37/2011)
CAPÍTULO III Art. 20 A Câmara Municipal reunir-se-á, anualmente, na
DAS VEDAÇÕES sede do Município, de 15 de fevereiro a 30 de junho, e de 1º de
agosto a 15 de dezembro.
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas subvencioná-los, § 1º As reuniões marcadas para essas datas serão transferi-
embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles e seus re- das para o primeiro dia útil subseqüente, quando recaírem aos
presentantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, sábados, domingos ou feriados.
na forma da lei, a colaboração de interesse público; § 2º A Câmara reunir-se-á em sessões ordinárias, extraor-
II - recusar fé aos documentos públicos; dinárias e solenes, conforme dispuser o seu Regimento Interno.
III - criar distinção entre brasileiros ou preferência entre § 3º A convocação extraordinária da Câmara Municipal far-
pessoas; -se-á:
IV - subvencionar ou auxiliar, de qualquer modo, com recur- I - pelo Prefeito, quando a entender necessária;
sos pertencentes aos cofres públicos, quer pela imprensa, rádio, II - pelo Presidente da Câmara ou a requerimento da maio-
televisão, serviço de alto-falante ou qualquer outro meio de co- ria dos membros da Casa, em caso de urgência ou interesse pú-
municação, propaganda político-partidária ou de fins estranhos blico relevante.
à administração; § 4º Nas sessões legislativas extraordinárias, a Câmara Mu-
V - manter publicidade de atos, propaganda de obras e ser- nicipal somente deliberará sobre a matéria para a qual foi con-
viços de órgãos públicos que não tenham caráter educativo, in- vocada.
formativo ou de orientação social, bem como a publicidade que Art. 21 As deliberações da Câmara serão tomadas por maio-
contenha nomes, símbolos ou imagens que caracterizem pro- ria ou maioria absoluta de votos, presente a maioria de seus
moção pessoal de autoridades ou serviços públicos; membros, salvo disposição em contrário.
VI - outorgar isenções e anistias fiscais ou permitir a remis- Art. 22 O período legislativo não será interrompido sem
são de dívidas, a não ser por interesse público justificado e após aprovação da Lei Orçamentária.
autorização legislativa. Art. 23 As sessões da Câmara deverão ser realizadas em re-
cinto destinado ao seu funcionamento.
§ 1º Comprovada a impossibilidade de utilização do recinto
da Câmara e havendo motivos que impeçam as suas sessões,
estas poderão ser realizadas em outro local.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Art. 24 As sessões serão sempre públicas. § 2º As Comissões especiais, criadas por deliberação do ple-
Art. 25 As sessões somente poderão ser abertas com a pre- nário, serão destinadas ao estudo de assuntos específicos e atu-
sença de, no mínimo, um terço dos membros da Câmara. ará, junto à comunidade, na busca de soluções para problemas
Parágrafo Único - Considerar-se-á presente à sessão o Vere- de suas áreas.
ador que assinar o livro de presença, até o início da ordem do § 3º As Comissões Parlamentares de Inquérito, que terão
dia, participar dos trabalhos do plenário e das votações. poderes de investigação próprios, além de outros previstos no
Regimento Interno da Casa, serão criadas pela Câmara Muni-
SEÇÃO II cipal, mediante requerimento de um terço dos seus membros,
DO FUNCIONAMENTO DA CÂMARA sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Minis-
tério Público, para que se promova a responsabilidade criminal
Art. 26 Os vereadores diplomados reunir-se-ão, em caráter dos infratores.
preparatório, a partir de 1º de janeiro, no primeiro ano de cada Art. 30 A maioria, a minoria, as representações partidárias
legislatura, com vistas à posse e eleição da Mesa. com número de membros superior a 1/10 (um décimo) da com-
§ 1º A posse dos Vereadores ocorrerá em sessão solene, posição da Casa, e os blocos parlamentares, terão líder e vice-
que se realizará independentemente de número, sob a presi- -líder.
dência do Vereador mais idoso, dentre os presentes. § 1º A indicação dos líderes será feita em documento subs-
§ 2º O Vereador que não tomar posse na sessão prevista crito pelos membros das representações majoritárias, minoritá-
no parágrafo anterior deverá fazê-lo, dentro do prazo de 15 rias, blocos parlamentares ou partidos políticos à Mesa, nas vin-
(quinze) dias, no início do funcionamento normal da Câmara, te e quatro horas que se seguirem à instalação de cada período
sob pena de perder o mandato, salvo motivo justo aceito pela legislativo.
maioria dos membros da Câmara. § 2º Os líderes indicarão os respectivos vice-líderes, dando
§ 3º Imediatamente após a posse, os Vereadores reunir-se- conhecimento à Mesa da Câmara.
-ão sob a presidência do mais idoso, dentre os presentes; ha- Art. 31 Além de outras atribuições previstas no Regimento
vendo maioria elegerão os componentes da Mesa, que serão Interno, os líderes indicarão os representantes partidários nas
automaticamente empossados. Comissões da Câmara.
§ 4º Inexistindo número legal, o Vereador mais idoso, den- Parágrafo Único - Ausente ou impedido o líder, suas funções
tre os presentes, assumirá a presidência e convocará sessões serão exercidas pelo vice-líder.
diárias, até que seja eleita a Mesa. Art. 32 À Câmara Municipal, observado o disposto nesta Lei
§ 5º A eleição da Mesa da Câmara, para o segundo biênio, far- Orgânica, compete elaborar seu Regimento Interno, dispondo
-se-á no dia 15 de dezembro do segundo ano de cada legislatura, sobre sua organização política e provimento de cargos de seus
sendo empossados os eleitos no dia 1º de janeiro subseqüente. serviços, além de todo e qualquer assunto de sua administração.
§ 6º No ato da posse e ao término do mandato, os Verea- Art. 33 Por deliberação da maioria absoluta de seus mem-
dores deverão fazer declarações de seus bens, as quais ficarão bros, a Câmara poderá convocar o Prefeito ou o Vice-Prefeito
arquivadas na Câmara, constando das respectivas atas o seu re- para, pessoalmente, prestar informações acerca de assuntos
sumo. previamente estabelecidos.
Art. 27 O mandato da Mesa Executiva será de 2 (dois) anos, Art. 34 Por deliberação da maioria de seus membros, a Câ-
permitida a recondução de seus membros para qualquer cargo mara poderá convocar Secretário Municipal ou Diretor para,
na eleição imediatamente subsequente na mesma legislatura. pessoalmente, prestar informações acerca de assuntos previa-
(Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 17/1998) mente estabelecidos.
Art. 28 A Mesa da Câmara se compõe do Presidente, do Pri- Parágrafo Único - O não comparecimento do convocado,
meiro Vice-Presidente, do Segundo Vice-Presidente, do Primei- sem justificativa razoável, será considerado desrespeito à Câma-
ro Secretário e do Segundo Secretário, os quais se substituirão ra e, se o mesmo for Vereador licenciado, caracterizará proce-
nessa ordem. dimento incompatível com a dignidade da Câmara, sendo ins-
§ 1º Na ausência dos membros da Mesa, o Vereador mais taurado o respectivo processo, na forma da lei e conseqüente
idoso assumirá a presidência. cassação do mandato.
§ 2º Qualquer componente da Mesa poderá ser destituído Art. 35 A Mesa da Câmara poderá encaminhar pedidos
da mesma pelo voto da maioria absoluta dos membros da Câ- escritos de informações às autoridades, tais como Secretários
mara, quando faltoso, omisso ou ineficiente no desempenho de Municipais, Presidentes de entidades da administração indireta
suas atribuições regimentais, elegendo-se outro Vereador para ou fundacional e ao Procurador Geral, importando infração polí-
complementar o mandato. tico-administrativa a recusa ou não atendimento, no prazo de 30
Art. 29 A Câmara terá comissões permanentes e especiais. (trinta) dias, bem como a prestação de informação fls.
§ 1º Às Comissões Permanentes, em razão da matéria de Art. 36 À Mesa, dentre outras atribuições, compete:
sua competência, cabe: I - tomar todas as medidas necessárias à regularidade dos
I - receber petições, reclamações, representações ou quei- trabalhos legislativos;
xas de qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades II - propor projetos que criem ou extingam cargos nos servi-
ou entidades públicas; ços da Câmara e fixem os respectivos vencimentos;
II - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão; III - apresentar projetos de lei, dispondo sobre abertura de
III - exercer, no âmbito de sua competência, a fiscalização créditos suplementares ou especiais, através do aproveitamento
dos atos do Executivo e da administração indireta. total ou parcial das consignações orçamentárias da Câmara;

4
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
IV - promulgar a Lei Orgânica e suas Emendas; X - aprovar os Planos Diretores, inclusive o de Desenvolvi-
V - representar, junto ao executivo, sobre a necessidade de mento Urbano Integrado;
economia interna; XI - autorizar convênios e acordos com entidades públi-
VI - contratar, na forma da lei, por tempo determinado, para cas ou particulares e consórcios com outros Municípios; (In-
atender à necessidade temporária de excepcional interesse pú- ciso XI Declarado Inconstitucional pela ADIn nº nº 0036546-
blico; 59.2017.8.19.0000)
Art. 37 Dentre outras atribuições, compete ao Presidente XII - delimitar o perímetro urbano;
da Câmara: XIII - autorizar a alteração da denominação de próprios, vias
I - representar a Câmara em juízo e fora dele; e logradouros públicos;
II - dirigir, executar e disciplinar os trabalhos legislativos e XIV - estabelecer normas urbanísticas, particularmente às
administrativos da Câmara; relativas a zoneamento e loteamento;
III - interpretar e fazer cumprir o Regimento Interno; XV - legislar sobre o disposto no inciso XXXIV do artigo 12
IV - promulgar as Resoluções e Decretos legislativos; desta Lei Orgânica.
V - promulgar as leis com sanção tácita ou cujo veto tenha Art. 39 Compete privativamente à Câmara Municipal exer-
sido rejeitado pelo Plenário, desde que não aceita essa decisão, cer as seguintes atribuições, dentre outras:
em tempo hábil, pelo Prefeito; I - eleger sua Mesa;
VI - fazer publicar os Atos da Mesa, as Resoluções, Decretos II - organizar os serviços administrativos internos e prover
Legislativos e as Leis que vier a promulgar; os cargos respectivos;
VII - autorizar as despesas da Câmara; III - propor a criação ou a extinção dos cargos dos serviços
VIII - representar, por decisão da Câmara, sobre a inconsti- administrativos internos e a fixação dos respectivos vencimen-
tucionalidade da Lei ou Ato Municipal; tos;
IX - solicitar, por decisão de 2/3, no mínimo, da Câmara, a in- IV - dar posse ao Prefeito e ao Vice-Prefeito eleitos, rece-
tervenção no Município, nos casos admitidos pela Constituição ber suas renúncias e afastá-los definitivamente do exercício do
Federal e pela Constituição Estadual; cargo;
X - manter a ordem no recinto da Câmara, podendo solicitar V - conceder licença ao Prefeito, ao Vice-Prefeito e aos Ve-
a força necessária para esse fim; readores;
XI - encaminhar, para parecer prévio, a prestação de contas VI - autorizar o Prefeito a ausentar-se do Município, por
do Município ao Tribunal de Contas do Estado ou ao órgão ao mais de quinze dias, por necessidade de serviço;
qual for atribuída tal competência. VII - tomar e julgar as contas do Prefeito, deliberando sobre
o parecer do Tribunal de Contas, no prazo máximo de sessenta
SEÇÃO III (60) dias de seu recebimento, observados os seguintes precei-
DAS ATRIBUIÇÕES DA CÂMARA MUNICIPAL tos:
a) decorrido o prazo de sessenta (60) dias, sem delibera-
Art. 38 Compete à Câmara Municipal, com sanção do Prefei- ção pela Câmara, as contas serão consideradas aprovadas ou
to, dispor sobre todas as matérias de competência do Município, rejeitadas, de acordo com a conclusão do parecer do Tribunal
especialmente se a matéria for a respeito de: de Contas;
I - instituir e arrecadar tributos, bem como aplicação de b) rejeitadas as contas, serão estas imediatamente remeti-
suas rendas; das ao Ministério Público para os fins de direito;
II - autorizar as isenções, as anistias fiscais e a remissão de VIII - decretar a perda do mandato do Prefeito, do Vice-Pre-
dívidas; feito e Vereadores, nos casos indicados na Legislação Federal,
III - votar o orçamento anual e plurianual de investimento, Estadual e nesta Lei Orgânica;
bem como a autorização para abertura de créditos suplementa- IX - autorizar a realização de empréstimos, operação ou
res e especiais; acordo de qualquer natureza, de interesse do Município;
IV - deliberar sobre obtenção, concessão de empréstimos X - proceder à tomada de contas do Prefeito, através de co-
e operações de créditos, bem como a forma e os meios de pa- missão especial, quando não apresentadas à Câmara, dentro de
gamento; 60 (sessenta) dias, após a abertura da Sessão Legislativa;
V - autoriza a concessão: XI - aprovar convênio, acordo ou qualquer outro instrumen-
a) de auxílio e subvenções; to celebrado pelo Município com a União, o Estado, outra pes-
b) de serviços públicos; soa jurídica de direito público interno, entidades assistenciais ou
c) do direito real e de uso de bens municipais; culturais; (Inciso XI Declarado Inconstitucional pela ADIn nº nº
d) administrativa de uso de bens municipais; 0036546-59.2017.8.19.0000)
VI - autorizar a alienação de bens imóveis XII - estabelecer e mudar temporariamente o local de suas
VII - autorizar a aquisição de bens imóveis, salvo quando reuniões;
se tratar de doação sem encargo, adjudicação, sub-rogação ou XIII - convocar, nos termos dos artigos 33 e 34 desta Lei Or-
desapropriação, ainda que por composição amigável; gânica, o Prefeito, o Vice-Prefeito, o Procurador Geral, Secretá-
VIII - criar, transformar, extinguir cargos, empregos ou fun- rios do Município ou Diretores para prestarem esclarecimentos,
ções públicas, bem como fixar seus respectivos vencimentos; aprazando dia e hora para comparecimento à Câmara;
IX - criar, estruturar e conferir atribuições a Secretários ou XIV - deliberar sobre o adiamento e suspensão de suas reu-
Diretores equivalentes e órgãos da Administração Pública; niões;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
XV - conceder título de cidadão honorário ou conferir ho- a) ocupar cargo, função ou emprego, na Administração Pú-
menagens a pessoas que, reconhecidamente, tenham prestado blica Direta ou Indireta do Município, de que seja exonerável ad
relevantes serviços ao Município, ao Estado, à União, à Demo- nutum, salvo o cargo de Secretário Municipal ou Diretor equiva-
cracia ou à Humanidade, mediante Resolução Legislativa apro- lente, desde que se licencie do exercício do mandato;
vada pela maioria absoluta dos seus membros; b) exercer outro cargo eletivo federal, estadual ou munici-
XVI - solicitar a intervenção do Estado no Município; pal;
XVII - fiscalizar e controlar os atos do Poder Executivo, inclu- c) ser proprietário, controlador ou diretor de empresa, que
ídos os da Administração Indireta; goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de di-
XVIII - fixar a remuneração dos Vereadores, em cada legis- reito público do Município ou nela exercer função remunerada;
latura, para a subseqüente e que corresponderá a, no máximo, d) patrocinar causa junto ao Município em que seja inte-
setenta e cinco por cento da que for estabelecida, em espécie, ressada quaisquer das entidades a que se refere a alínea “a” do
para os Deputados Estaduais, não podendo ultrapassar o mon- inciso I.
tante de cinco por cento da receita do Município e ressalvado os § 1º Não se aplica a vedação de que trata a alínea “a” nos
limites impostos no art. 37, XI da Constituição Federal. (Redação casos de exercício de cargos em comissão ou funções de con-
dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 9/1995) fiança vinculados a outros entes federados da administração
XIX - Fixar, em cada legislatura e para vigorar na seguinte, a direta, indireta e fundacional desde que licenciado o Vereador
remuneração do Prefeito e do Vice-Prefeito. (Redação dada pela do exercício do mandato. (Redação acrescida pela Emenda à Lei
Emenda à Lei Orgânica nº 1/1993). Orgânica nº 36/2011, transformando o Parágrafo único em § 2º)
XX - conhecer os vetos e sobre eles deliberar, pela maioria § 2º Na hipótese da alínea a do inciso II deste artigo, o Vere-
absoluta dos Vereadores. ador poderá optar pela remuneração do mandato.
Art. 43 Perderá o mandato o Vereador:
SEÇÃO IV I - que infringir quaisquer das proibições estabelecidas no
DOS VEREADORES artigo anterior;
II - cujo procedimento for considerado, pela maioria abso-
Art. 40 Os Vereadores são invioláveis, no exercício do man- luta dos membros da Câmara, incompatível com o decoro parla-
dato e na circunscrição do Município, por suas opiniões, pala- mentar ou atentatório às instituições vigentes;
vras e votos. III - que se utilizar o mandato para a prática de atos de cor-
Art. 41 Em conformidade com a Constituição Estadual, na rupção ou de improbidade administrativa,
circunscrição do Município, os Vereadores da Câmara Municipal IV - que deixar de comparecer, em cada período legislativo
de Niterói gozam das seguintes prerrogativas: anual, à terça parte das sessões ordinárias da Câmara, salvo do-
I - desde a expedição do diploma, os Vereadores em exer- ença comprovada, licença ou missão autorizada pela edilidade;
cício não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime ina- V - que fixar residência fora do Município;
fiançável, nem processados criminalmente, sem prévia licença VI - que perder ou tiver suspendido os direitos políticos.
da Câmara. § 1º Além de outros casos definidos no Regimento Interno
II - o indeferimento do pedido de licença ou a ausência de da Câmara Municipal, considerar-se-á incompatível com o deco-
deliberação suspende a prescrição, enquanto durar o mandato. ro parlamentar o abuso das prerrogativas asseguradas ao Verea-
III - no caso de flagrante de crime inafiançável, os autos se- dor ou a percepção de vantagens ilícitas.
rão remetidos, dentro de 24 (vinte e quatro) horas, à Câmara § 2º Nos casos dos incisos I e II, a perda do mandato será
Municipal, a fim de que esta, pelo voto da maioria de seus mem- declarada pela Câmara, por voto de 2/3 (dois terços) de seus
bros, resolva sobre a prisão e autorize ou não a formação de membros, mediante provocação da Mesa, assegurada ampla
culpa. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 30/2006) defesa. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 30/2006)
IV - as imunidades dos Vereadores subsistirão durante o es- § 3º Nos casos previstos nos incisos III e IV, a perda será
tado de sítio, só podendo ser suspensas mediante voto de dois declarada pela Mesa da Câmara, por ofício ou mediante pro-
terços dos membros da Casa, no caso de atos praticados fora do vocação de qualquer um de seus membros, assegurada ampla
recinto da Câmara, que sejam incompatíveis com a execução da defesa.
medida. Art. 44 O Vereador poderá licenciar-se:
V - os Vereadores não serão obrigados a testemunhar sobre I - por motivo de doença;
informações recebidas ou prestadas, em razão do exercício do II - para tratar, sem remuneração, de interesse particular,
mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles re- desde que o afastamento não ultrapasse 120 (cento e vinte)
ceberam informações. dias, por período legislativo;
Art. 42 É vedado ao Vereador: III - para desempenhar missões temporárias de caráter cul-
I - desde a expedição do diploma: tural ou de interesse do Município.
a) firmar ou manter contrato com o Município, suas autar- § 1º Não perderá o mandato o Vereador investido no cargo
quias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia de Secretário Municipal, Procurador Geral ou Diretor equiva-
mista ou com empresas concessionárias de serviço público; lente do Município de Niterói, ou em cargos em comissão ou
b) aceitar cargo, emprego ou função, no âmbito da Adminis- funções de confiança vinculados a outros entes da federação,
tração Municipal Direta ou Indireta, salvo mediante aprovação consoante os termos do artigo 42, inciso II, alínea a e § 1º des-
em concurso público; ta Lei Orgânica; (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº
II - desde a posse: 36/2011)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
§ 2º Independentemente de requerimento, considerar-se-á Art. 50 É da competência exclusiva da Mesa da Câmara a
como licença o não comparecimento às reuniões do Vereador iniciativa de Leis que disponham sobre autorização para aber-
privado temporariamente de sua liberdade, em virtude de pro- tura de créditos suplementares ou especiais, através do apro-
cesso criminal em curso. veitamento total ou parcial das consignações orçamentárias da
Art. 45 Dar-se-á a convocação do Suplente de Vereador nos Câmara;
casos de vaga ou de licença. Art. 51 O Prefeito poderá solicitar urgência para apreciação
§ 1º O Suplente convocado deverá tomar posse, no prazo de projetos de sua iniciativa.
de 15 (quinze) dias, contados da data de convocação, salvo justo § 1º Solicitada a urgência, a Câmara deverá se manifestar
motivo aceito pela Câmara, quando se prorrogará o prazo. sobre a proposição, no prazo máximo de 45 (quarenta e cinco)
§ 2º Enquanto a vaga a que se refere o parágrafo anterior dias, contados da data em que for feita a solicitação.
não for preenchida, calcular-se-á o quórum, em função dos Ve- § 2º Esgotado o prazo previsto no parágrafo anterior, sem de-
readores remanescentes. liberação da Câmara, será a proposição na Ordem do Dia, sobres-
tando-se às demais proposições, para que se ultime a votação.
SEÇÃO V § 3º O prazo do parágrafo 1º não corre no período de reces-
DO PROCESSO LEGISLATIVO so da Câmara, nem se aplica ao Projeto de Lei.
Art. 52 Os projetos de Resolução disporão sobre matérias
Art. 46 O Processo Legislativo Municipal compreende a ela- de interesse interno ou da competência legal exclusiva da Câ-
boração de: mara, e os projetos de Decretos Legislativos sobre atos e proce-
I - Emendas à Lei Orgânica Municipal; dimentos do Poder Executivo sujeitos à autorização ou passíveis
II - Leis Complementares; de posicionamento do Legislativo.
III - Leis Ordinárias; Parágrafo Único - Nos casos de projeto de Resolução e de
IV - Decretos Legislativos; Decreto Legislativo, considerar-se-á encerrada com a votação
V - Resoluções. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica final a elaboração da norma jurídica, que será promulgada pelo
nº 12/1996) Presidente da Câmara.
Art. 47 A Lei Orgânica Municipal poderá ser Emenda da, me- Art. 53 A matéria constante de projeto de lei rejeitado,
diante proposta: somente poderá constituir objeto de novo projeto, no mesmo
a) de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara Mu- período legislativo, mediante proposta da maioria absoluta dos
nicipal; membros da Câmara.
b) do Prefeito Municipal. Art. 54 O projeto de lei, depois de aprovado em 1ª e 2ª discus-
§ 1º A proposta será votada em dois turnos, com interstício são, será imediatamente enviado do Prefeito, que o sancionará.
mínimo de 10 (dez) dias, e aprovada pela maioria absoluta dos § 1º O Prefeito, considerando o projeto, no todo ou em par-
membros da Câmara Municipal. te, inconstitucional ou contrário ao interesse público, oporá seu
§ 2º A Emenda da Lei Orgânica Municipal será promulgada veto total ou parcial, no prazo de 15 (quinze) dias úteis, con-
pela Mesa da Câmara, com o respectivo número de ordem. tando da data do recebimento, só podendo o veto ser rejeitado
Art. 48 A iniciativa das leis cabe a qualquer Vereador, ao pelo voto da maioria dos Vereadores. (Redação dada pela Emen-
Prefeito e a qualquer cidadão, que a exercerá sobre a forma de da à Lei Orgânica nº 30/2006)
moção articulada, subscrita no mínimo por cinco por cento do § 2º O veto parcial somente abrangerá texto integral de ar-
total do número de eleitores do Município, apurado na eleição tigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea.
imediatamente anterior. § 3º Decorrido o prazo do parágrafo anterior, o silêncio do
Parágrafo Único - Serão Leis, dentre outras previstas nesta Prefeito importará sanção.
Lei Orgânica: § 4º A apreciação do veto pelo Plenário da Câmara será rea-
I - Código Tributário do Município; lizada no prazo de 30 (trinta) dias, a contar do seu recebimento,
II - Código de Obras; numa só discussão e votação, com parecer ou sem ele, conside-
III - Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Integrado; rando-se rejeitado pelo voto da maioria dos Vereadores. (Reda-
IV - Código de Postura; ção dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 30/2006)
V - Lei instituidora do regime jurídico único dos servidores § 5º Rejeitado o veto, será o projeto enviado ao Prefeito
municipais; para sanção.
VI - Lei de criação de cargos, funções ou empregos públicos. § 6º Esgotado, sem deliberação, o prazo estabelecido no
Art. 49 São de iniciativa exclusiva do Prefeito as Leis que parágrafo 1º, o veto será colocado na Ordem do Dia da sessão
disponham sobre: imediata, sobrestada às demais proposições até a sua votação
I - criação, transformação ou extinção de cargos, funções final, ressalvadas as matérias de que trata o artigo 51 desta Lei
ou empregos públicos na Administração Direta ou Autárquica ou Orgânica.
aumento de sua remuneração; § 7º Se o Prefeito não sancionar a Lei, no prazo de 48 (qua-
II - servidores públicos, seu regime jurídico, provimento de renta e oito) horas, nos casos dos parágrafos 3º e 5º, o Presiden-
cargos, estabilidade e aposentadoria; te da Câmara terá a obrigação de promulgá-la no mesmo prazo.
III - criação, estruturação e atribuições das Secretarias ou § 8º Suprimido. (Suprimido pela Emenda à Lei Orgânica nº
Departamentos equivalentes e órgãos na Administração Pública. 5/1993)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
SEÇÃO VI Parágrafo Único - Se, decorridos 10(dez) dias da data fixa-
DA PROCURADORIA GERAL DA CÂMARA MUNICIPAL da para posse, o Prefeito ou o Vice-Prefeito, salvo por motivo
de força maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado
Art. 55 A Consultoria Jurídica, a supervisão dos serviços de vago. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 24/2001)
assessoramento jurídico, bem como a representação judicial ou Art. 59 Substituirá o Prefeito, no caso de impedimento, o
extrajudicial da Câmara Municipal, quando couber, são exerci- Vice-Prefeito.
das por seus Procuradores, integrantes da Procuradoria Geral da § 1º O Vice-Prefeito não poderá se recusar a substituir o
Câmara Municipal, diretamente vinculada ao Presidente. Prefeito, sob pena de perda do mandato.
§ 1º O Procurador Geral, nomeado pelo Presidente dentre § 2º O Vice-Prefeito, além de outras atribuições, que lhe fo-
cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, tem o rem conferidas por lei, auxiliará o Prefeito, sempre que por ele
nível de Secretário Municipal. for convocado para missões especiais.
§ 2º Os Procuradores da Câmara, com iguais direitos e de- Art. 60 Em caso de impedimento do Prefeito e do Vice-Pre-
veres, são organizados em carreira, na qual o ingresso depende feito, ou vacância do cargo, assumirá a Administração Municipal
de concurso público de provas e títulos, realizado pela Câmara o Presidente da Câmara.
Municipal, observados os requisitos estabelecidos em Lei. Parágrafo Único - O Presidente da Câmara, recusando-se,
§ 3º À Procuradoria Geral da Câmara é cometido ofício de por qualquer motivo, a assumir o cargo de Prefeito, renunciará,
controle interno da legalidade dos atos do Poder Legislativo, incontinente, à sua função de dirigente do Legislativo, ensejan-
exercendo a defesa dos interesses legítimos do Legislativo Mu- do, assim, a eleição de outro membro para ocupar, como Presi-
nicipal. dente da Câmara, a Chefia do Poder Executivo.
§ 4º A Lei disciplinará a organização e funcionamento da Art. 61 Verificando-se a vacância do cargo de Prefeito e ine-
Procuradoria Geral da Câmara, bem como a carreira e regime xistindo Vice-Prefeito, observar-se-á o seguinte:
jurídico dos seus Procuradores. I - ocorrendo a vacância nos três primeiros anos do manda-
to, far-se-á nova eleição, 90 (noventa) dias após a sua abertura,
CAPÍTULO II cabendo aos eleitos complementar o período de seus anteces-
DO PODER EXECUTIVO sores;
SEÇÃO I II - Ocorrendo vacância no último ano de mandato, assumirá
DO PREFEITO E DO VICE-PREFEITO o Presidente da Câmara, que completará o período.
Art. 62. O mandato do Prefeito é de 04 (quatro) anos, com
Art. 56 O Poder Executivo Municipal é exercido pelo Prefei- início em 1º de janeiro do ano seguinte ao de sua eleição, per-
to, auxiliado pelos Secretários Municipais. mitida a sua recondução para um único período subseqüente.
Parágrafo Único - Aplica-se a exigibilidade para Prefeito e (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 19/2001)
Vice-Prefeito o dispositivo do parágrafo 1º do Art. 63 O Prefeito e o Vice-Prefeito, quando no exercício do
Art. 18 desta Lei Orgânica, sendo a idade mínima 21 (vinte cargo, não poderão, sem licença da Câmara Municipal, ausentar-
e um) anos. -se do Município, por período superior, a 15 (quinze) dias, sob
Art. 57 A eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizar-se-á, pena de perda do cargo ou do mandato.
simultaneamente, nos termos da Constituição Federal. § 1º O Prefeito, regularmente licenciado, terá direito a per-
§ 1º A eleição do Prefeito importará a do Vice-Prefeito, com ceber a remuneração, quando:
ele registrado. I - impossibilitado de exercer o cargo, por motivo de doença
§ 2º Será considerado eleito Prefeito o candidato que, re- devidamente comprovada;
gistrado por partido político, obtiver maioria absoluta de votos, II - a serviço ou em missão de representação do Município.
não computados os em brancos e os nulos. § 2º A remuneração do Prefeito será estipulada na forma do
§ 3º Se nenhum candidato alcançar a maioria absoluta, na inciso IXI do art. 39 desta Lei Orgânica.
primeira votação, far-se-á nova eleição, em até 20 (vinte) dias, Art. 64 Na ocasião da posse e ao término do mandato, o
após a proclamação do resultado, concorrendo os dois candida- Prefeito e o Vice-Prefeito farão declaração de seus bens que fica-
tos mais votados e considerando-se eleito àquele que obtiver a rão arquivadas na Câmara, constando das respectivas atas o seu
maioria dos votos válidos. resumo. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 24/2001)
§ 4º Ocorrendo, antes de realizado o segundo turno, morte, Parágrafo Único - Suprimido. (Suprimido pela Emenda à Lei
desistência ou impedimento legal do candidato, convocar-se-á, Constitucional nº 24/2001)
dentre os remanescentes, o de maior votação.
§ 5º Na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescendo, SEÇÃO II
em segundo lugar, mais de um candidato, com a mesma vota- DAS ATRIBUIÇÕES DO PREFEITO
ção, qualificar- se-á o mais idoso.
Art. 58 O Prefeito e o Vice-Prefeito tomarão posse, no dia
1º de janeiro do ano subseqüente à eleição, em sessão da Câ- Art. 65 Ao Prefeito, como Chefe da Administração Munici-
mara Municipal, prestando o compromisso de manter, defender pal, compete dar cumprimento às deliberações da Câmara, diri-
e cumprir a Constituição Federal, a Constituição Estadual e a Lei gir, fiscalizar e defender os interesses do Município, bem como
Orgânica, observar as Leis da União, do Estado e Município, pro- adotar, de acordo com a lei, todas as medidas administrativas de
mover o bem geral dos munícipes e exercer o cargo sob a inspi- utilidade pública, sem exceder as verbas orçamentárias.
ração da democracia, da legitimidade e da legalidade.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Parágrafo Único - No exercício de suas atribuições, o Prefei- XXIII - encaminhar à Câmara Municipal projetos de Lei de
to zelará para que haja moralidade e permanente transparência sua exclusiva iniciativa e outros de interesse da Administração;
de seus atos e ações, bem como para que os serviços municipais XXIV - remeter mensagem a Câmara Municipal, por ocasião
se aproximem dos munícipes, através do processo de descen- da inauguração da Sessão Legislativa, expondo a situação do
tralização. Município e solicitando medidas que julgar necessárias;
Art. 66 Compete ao Prefeito, dentre outras atribuições: XXV - executar e fazer cumprir as Leis, Resoluções e Atos
I - a iniciativa das leis, na forma e casos previstos nesta Lei Municipais;
Orgânica; XXVI - planejar, organizar e dirigir obras e serviços públicos
II - representar o Município em juízo ou fora dele; locais;
III - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis aprovadas XXVII - prestar contas da administração e publicar balance-
pela Câmara e expedir os regulamentos para sua fiel execução; tes, nos prazos estabelecidos em lei;
IV - vetar, no todo ou em parte, os projetos de lei aprovados XXVIII - prestar anualmente a Câmara Municipal, dentro de
pela Câmara; 60 (sessenta) dias, após a abertura da Sessão Legislativa, as con-
V - decretar, nos termos da lei, a desapropriação por neces- tas relativas ao exercício anterior, acompanhadas de inventários
sidade ou utilidade pública, ou por interesse social; e balancetes orçamentário, econômico e patrimonial; (Redação
VI - expedir decretos, portarias e outros atos administrati- dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 22/2001)
vos; XXIX - instituir servidões e estabelecer restrições adminis-
VII - permitir ou autorizar o uso de bens municipais, por ter- trativas;
ceiros; XXX - fixar os preços dos serviços públicos, concedidos ou
VIII - permitir ou autorizar a execução de serviços públicos permitidos;
por terceiros; XXXI - abrir créditos extraordinários, nos casos de calamida-
IX - prover os cargos públicos e expedir os demais atos refe- de pública, comunicando o fato a Câmara Municipal, na primeira
rentes à situação funcional dos servidores; sessão desta;
X - enviar à Câmara os projetos de lei relativos ao orçamen- XXXII - comparecer a Câmara Municipal, por sua própria ini-
to anual e plurianual do Município e de suas autarquias; ciativa, para prestar os esclarecimentos que julgar necessários
XI - encaminhar aos órgãos competentes os planos de apli- sobre o andamento dos negócios municipais;
cação e as prestações de contas exigidas em lei; XXXIII - autorizar aplicações de recursos públicos disponí-
XII - publicar os atos oficiais, mencionando a autoria das In- veis, no mercado aberto, obedecido ao seguinte:
dicações Legislativas, quando estas derem origem àqueles atos. a) as aplicações de que trata este inciso far-se-ão, priorita-
(Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 33/2009) riamente, em títulos da dívida pública do Estado do Rio de Ja-
XIII - prestar a Câmara, dentro de 30 (trinta) dias, a contar neiro ou de responsabilidade de suas instituições financeiras, ou
do recebimento, as informações pela mesma solicitada, salvo em outros títulos da dívida pública, sempre por intermédio do
prorrogação, a seu pedido e com prazo determinado, em face estabelecimento bancário oficial do Estado do Rio de Janeiro ou
da complexidade da matéria ou da dificuldade de obtenção, nas do Banco do Brasil S/A;
respectivas fontes, dos dados pleiteados; (Redação dada pela b) as aplicações referidas no item anterior não poderão ser
Emenda à Lei Orgânica nº 20/2001) realizadas em detrimento da execução orçamentária programa-
XIV - prover os serviços e obras da administração pública; da e do andamento de obras ou do funcionamento de serviços
XV - superintender a arrecadação dos tributos, bem como a públicos, nem determinar atraso no processo de pagamento da
guarda e aplicação da receita, autorizando as despesas e paga- despesa pública.
mentos, dentro da disponibilidade orçamentária ou dos créditos XXXIV - aprovar projetos de edificação e planos de lotea-
votados pela Câmara; mento, arruamento e zoneamento urbano ou para fins urbanos,
XVI - remeter a Câmara, até o dia 25 (vinte e cinco) de cada devendo emitir parecer no prazo de 70 (setenta) dias após sua
mês, os recursos correspondentes ao duodécimo orçamentário protocolização.(Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº
do Poder Legislativo; 25/2001)
XVII - aplicar multas previstas em lei e contratos, bem como XXXV - apresentar, anualmente, a Câmara, relatório circuns-
revê-las, quando impostas irregularmente; tanciado sobre o estado das obras e dos serviços municipais,
XVIII - resolver sobre os requerimentos, reclamações ou re- bem como o programa da administração para o ano seguinte;
presentações que lhe forem dirigidas; XXXVI - organizar os serviços internos das repartições cria-
XIX - oficializar, obedecidas às normas urbanísticas aplicá- dos por lei, sem exceder as verbas para tal destinada;
veis, as vias e logradouros públicos; XXXVII - contrair empréstimos e realizar operações de crédi-
XX - convocar extraordinariamente a Câmara, quando o in- to, mediante prévia autorização da Câmara;
teresse da Administração exigir; XXXVIII - providenciar sobre a administração dos bens do
XXI - nomear e exonerar seus auxiliares para cargos ou fun- Município e sua alienação, na forma da lei;
ções de livre nomeação e exoneração; XXXIX - organizar e dirigir, nos termos da lei, os serviços re-
XXII - celebrar acordos e convênios com a União, Estados, lativos às terras do Município.
Distrito Federal, Municípios e respectivas entidades públicas e XL - desenvolver o sistema viário do Município;
pessoa jurídica de direito privado, desde que exerça atividade de XLI - conceder auxílio, prêmios e subvenções, nos limites
interesse público ou social; das respectivas verbas orçamentárias e do plano de distribui-
ções prévias e anualmente aprovadas pela Câmara;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
XLII - providenciar sobre a melhoria constante das condi- XIV - deixar de emitir parecer para aprovação de projetos
ções do ensino público municipal; de edificação e planos de loteamento e arruamento no prazo
XLIII - estabelecer a divisão administrativa do Município, de estabelecido pelo inciso XXXIV do art. 66. (Redação dada pela
acordo com a lei; Emenda à Lei Orgânica nº 25/2001)
XLIV - solicitar o auxílio das autoridades policiais do Estado Parágrafo Único - O Vice-Prefeito, ou quem vier a substituir
para garantia do cumprimento de seus atos; o Prefeito, fica sujeito a infrações político-administrativas de que
XLV - solicitar, obrigatoriamente, autorização à Câmara para trata este artigo, sendo-lhe aplicável o processo pertinente, ain-
ausentar-se do Município, por tempo superior a 15 (quinze) dias; da que cessada a substituição.
XLVI - adotar providências para a conservação e salvaguarda Art. 69 A apuração da responsabilidade do Prefeito, assim
do patrimônio municipal; como do Vice-Prefeito e de quem vier a substituí-lo, na hipótese
XLVII - publicar, até o último dia do mês subseqüente ao da do parágrafo único do artigo 68 far-se-á nos termos da legislação
arrecadação, os montantes de cada um dos tributos arrecada- federal, desta Lei Orgânica e do Regimento Interno da Câmara
dos, os recursos recebidos, os valores de origem tributária e a Municipal.
expressão numérica dos critérios de rateio.
Parágrafo Único - A competência de que tratam os incisos SEÇÃO IV
VII, VIII e XXII dependerá de autorização da Câmara Municipal, DA SUSPENSÃO E DA PERDA DO MANDATO DO PREFEITO
que poderá revestir-se de Lei, dispondo sobre as condicionantes
de seu exercício pelo Chefe do Executivo. Art. 70 Nos crimes comuns, nos de responsabilidade e nas
Art. 67 O Prefeito poderá delegar, por decreto, a seus auxi- infrações político-administrativas, é facultado a Câmara Munici-
liares, as funções administrativas previstas em Lei. pal, uma vez recebida à denúncia pela autoridade competente,
suspender o mandato do Prefeito, pelo voto de dois terços de
SEÇÃO III seus membros.
DAS INFRAÇÕES POLÍTICO-ADMINISTRATIVAS Art. 71 O Prefeito perderá o mandato:
I - por extinção quando:
Art. 68 São infrações político-administrativas do Prefeito de- a) perder ou tiver suspendido os direitos políticos;
finidas em Lei Federal, e também: b) o decretar a Justiça Eleitoral;
I - deixar de fazer declaração de bens, nos termos do artigo c) sentença definitiva o condenar, por crime de responsa-
64 desta Lei; bilidade;
II - impedir o livre e regular funcionamento da Câmara Mu- d) assumir outro cargo ou função na Administração Pública,
nicipal; direta ou indireta, ressalvada a posse, em virtude de concurso
III - deixar de repassar, até o dia 25 (vinte e cinco) de cada público.
mês, o duodécimo da Câmara Municipal; II - por cassação quando:
IV - impedir o exame de livros, folhas de pagamento ou do- a) sentença definitiva o condenar por crime comum;
cumentos que devem ser do conhecimento da Câmara Munici- b) incidir em infração político-administrativa, nos termos do
pal ou constarem dos arquivos desta, bem como a verificação artigo 68.
de obras e serviços pelas comissões de investigação da Câmara § 1º É assegurada ampla defesa ao Prefeito nas hipóteses
Municipal e suas comissões permanentes, assim como de audi- do inciso II.
toria regularmente constituída; § 2º O Prefeito será julgado pela prática de crime de respon-
V - desatender, sem motivação justa, às convocações da sabilidade, perante o Tribunal de Justiça do Estado.
Câmara Municipal e seus pedidos de informações, sonegar ou § 3º Será declarado vago, pela Câmara Municipal, o cargo
impedir o acesso às mesmas; de Prefeito, quando ocorrer falecimento, renúncia ou condena-
VI - retardar a publicação ou deixar de publicar leis, decre- ção por crime funcional ou eleitoral.
tos e atos sujeitos a essa formalidade;
VII - deixar de enviar a Câmara Municipal, no prazo devido, SEÇÃO V
os projetos de lei relativos ao plano plurianual de investimentos, DA PROCURADORIA GERAL DO MUNICÍPIO
às diretrizes orçamentárias e ao orçamento anual;
VIII - descumprir o orçamento aprovado para o exercício fi- Art. 72 A representação judicial e a consultoria jurídica do
nanceiro; Município são exercidas pelos procuradores municipais, mem-
IX - praticar ato contra expressa disposição de lei ou omitir- bros da Procuradoria Geral, diretamente vinculada ao Prefeito,
-se na prática daquela de sua competência; com funções, como órgão central do sistema jurídico, de super-
X - deixar de prestar contas ou tê-las rejeitadas; visão dos serviços da Administração direta e indireta no âmbito
XI - omitir-se ou negligenciar, na defesa de dinheiro, bens, do Poder Executivo.
rendas, direitos ou interesses do Município, sujeitos à adminis- § 1º O Poder Executivo poderá delegar a terceiros pro tem-
tração da Prefeitura; pore, a execução da dívida ativa e a representação dos interes-
XII - ausentar-se do Município, por tempo superior ao per- ses municipais junto aos Tribunais Superiores sediados na Ca-
mitido nesta Lei Orgânica, sem obter licença da Câmara Muni- pital Federal, sem prejuízo do disposto no caput deste artigo.
cipal; (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 16/1997)
XIII - proceder de modo incompatível com a dignidade e o
decoro do cargo.

10
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
§ 2º O Procurador Geral, nomeado pelo Prefeito, dentre ci- IV - indicar ao Prefeito as providências necessárias ao Dis-
dadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, exerce a trito;
chefia da Procuradoria Geral, que tem as mesmas prerrogativas V - prestar contas ao Prefeito mensalmente ou quando lhe
dos Secretários Municipais. forem solicitadas.
§ 3º Os Procuradores do Município são organizados em Art. 79 O Subprefeito, em caso de licença ou impedimento,
carreira, à qual têm acesso depois de aprovados em concurso será substituído por pessoa de livre escolha do Prefeito.
público de provas e títulos, realizado pela Prefeitura Municipal, Art. 80 Os auxiliares diretos do Prefeito farão declaração de
observados os requisitos estabelecidos em lei. bens, no ato da posse e ao término do exercício do cargo.
§ 4º Compete à Procuradoria Geral do Município o controle
interno da legalidade dos atos do Poder Executivo e a defesa
dos interesses legítimos do Município, inclusive os de natureza
financeiro-orçamentária, sem prejuízo das atribuições do Minis- ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA MUNICIPAL: AD-
tério Público. MINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA
Art. 73 São auxiliares diretos do Prefeito:
TÍTULO IV
SEÇÃO VI DA ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA MUNICIPAL
DOS AUXILIARES DIRETOS DO PREFEITO CAPÍTULO I
DA ESTRUTURA ADMINISTRATIVA
I - o Procurador Geral, os Secretários Municipais e Diretores
equivalentes; Art. 81 A administração municipal é constituída dos órgãos
II - os Subprefeitos. integrados na estrutura administrativa da Prefeitura e de entida-
Parágrafo Único - Os cargos de que trata o presente artigo des dotadas de personalidade jurídica.
são de livre nomeação e exoneração do Prefeito. § 1º Os órgãos da administração direta, que compõem a es-
Art. 74 Lei Municipal estabelecerá as atribuições dos auxi- trutura administrativa da Prefeitura, se organizam e se coorde-
liares diretos do Prefeito, definindo-lhes a competência, deveres nam, atendendo aos princípios técnicos recomendáveis ao bom
e responsabilidades. desempenho de suas atribuições.
Art. 75 São condições essenciais para a investidura no cargo § 2º As entidades dotadas de personalidade jurídica pró-
de Procurador Geral, de Secretário ou Diretor equivalente:
pria, que compõem a Administração Indireta do Município, se
I - ser brasileiro;
classificam em:
II - estar no exercício dos direitos políticos;
I - autarquia - serviço autônomo, criado por lei, com per-
III - ser maior de 21 (vinte e um) anos.
sonalidade jurídica, patrimônio e receita própria, para executar
Art. 76 Além das atribuições fixadas em lei, compete ao Pro-
atividades típicas da administração pública que requeiram, para
curador Geral, Secretários ou Diretores:
seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira
I - subscrever atos e regulamentos referentes aos seus ór-
descentralizada;
gãos;
II - expedir instruções para a boa execução das leis, decretos II - empresa pública - entidade dotada de personalidade ju-
e regulamentos; rídica de direito privado, com patrimônio e capital do Município,
III - apresentar ao Prefeito relatório anual dos serviços reali- criada por lei para exploração de atividades econômicas que o
zados por suas repartições; Município seja levado a exercer, por força de contingência ou
IV - comparecer a Câmara Municipal, sempre que convo- conveniência administrativa, podendo revestir-se de qualquer
cados pela mesma, para prestação de esclarecimentos oficiais. das formas admitidas em direito;
§ 1º Os decretos, atos e regulamentos referentes aos servi- III - sociedade de economia mista - entidade dotada de
ços autônomos ou autárquicos serão referendados pelo Secretá- personalidade jurídica de direito privado, criada por lei, para ex-
rio ou Diretor da Administração. ploração de atividades econômicas, sob a forma de sociedade
§ 2º A infringência do inciso IV deste artigo, sem justifica- anônima, cujas ações, com direito a voto, pertençam, em sua
ção, importa infração político-administrativa. maioria, ao Município ou à entidade da administração indireta;
Art. 77 Os Secretários, Procurador Geral ou Diretores são IV - fundação pública - entidade dotada de personalidade
solidariamente responsáveis com o Prefeito pelos atos que assi- jurídica de direito privado, criada em virtude de autorização le-
narem, ordenarem ou praticarem. gislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam
Art. 78 A competência do Subprefeito limitar-se-á ao Distri- execução por órgão ou entidades de direito público, com auto-
to para o qual foi nomeado. nomia administrativa, patrimônio próprio, gerido pelos respec-
Parágrafo Único - Aos Subprefeitos, como delegados do Exe- tivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos
cutivo, compete: do Município e outras fontes, para atender às necessidades mu-
I - cumprir e fazer cumprir, de acordo com as instruções re- nicipais no campo da assistência e atividades de lazer, esporte,
cebidas do Prefeito, as leis, resoluções, regulamentos e demais cultura, educação e saúde.
atos do Prefeito e da Câmara; Art. 82 As empresas públicas e sociedades de economia
II - fiscalizar os serviços distritais; mista, criadas para a prestação de serviços públicos ou como
III - atender às reclamações das partes e encaminhá-las ao instrumento de atuação no domínio econômico, estão sujeitas
Prefeito, quando se tratar de matéria estranha às suas atribui- às normas relativas às licitações e contratação de pessoal, defi-
ções ou quando lhes for favorável à decisão proferida; nidas na Constituição Federal e nesta Lei Orgânica.

11
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Art. 83 As empresas públicas e as sociedades de economia SEÇÃO III
mista em que o Município detenha, ou venha a deter, direta ou DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
indiretamente, a maioria do capital, com direito a voto, são pa-
trimônio do Município e só poderão ser extintas fundidas ou ter Art. 89 Os atos administrativos de competência do Prefeito
alienado o controle acionário, mediante autorização Legislativa. devem ser expedidos com obediência às seguintes normas:
I - decreto, numerado em ordem cronológica, nos seguintes
CAPÍTULO II casos:
DOS ATOS MUNICIPAIS a) regulamentação de lei;
SEÇÃO I b) instituição, modificação ou extinção de atribuições não
DA PUBLICIDADE DOS ATOS MUNICIPAIS constantes de lei;
c) regulamentação interna dos órgãos que forem criados na
Art. 84 A publicação das Leis, Decretos, Resoluções e Atos administração municipal;
Administrativos Municipais far-se-á em órgão da imprensa local d) abertura de créditos especiais e suplementares, até o li-
ou regional. mite autorizado por lei, assim como de créditos extraordinários;
§ 1º A escolha do órgão de imprensa para divulgação das e) declaração de utilidade pública ou necessidade social,
leis e atos administrativos, será feita através de licitação, em que para fins de desapropriação ou de servidão administrativa;
se levarão em conta as condições de preço, as circunstâncias da f) aprovação de regulamento ou de regimento das entida-
freqüência, horário, tiragem e distribuição. des que compõem a administração municipal;
§ 2º Nenhuma Lei, Decreto, Resolução e Ato Administrativo g) medidas executórias do Plano Diretor de Desenvolvimen-
Municipal produzirá efeito antes de sua publicação. to Integrado;
§ 3º A publicação dos atos não normativos poderá ser feita h) normas de efeitos externos, não privativos da lei;
por extrato que conterá, ao menos, os seus elementos essen- i) fixação e alteração de preços.
ciais. II - portaria, nos seguintes casos:
§ 4º Considera-se Ato Normativo qualquer ato Municipal a) provimento e vacância dos cargos públicos e demais atos
que se refira às relações do Município com os munícipes ou ser- de efeitos individuais;
vidores, estabelecendo rotinas e procedimentos. b) lotação e relotação nos quadros de pessoal;
Art. 85 A Câmara Municipal e a Prefeitura manterão arqui- c) abertura de sindicância e processos administrativos, apli-
vos das edições das publicações oficiais, facultando-lhes o aces- cação de penalidades e demais atos individuais de efeitos inter-
so a qualquer pessoa. nos.
Art. 86 É vetada a veiculação, com recursos públicos, de pro- d) outros casos determinados em lei ou decreto.
paganda dos órgãos da administração municipal que implique III - contrato, nos seguintes casos:
promoção pessoal de ocupantes de cargos de qualquer hierar- a) admissão de servidores para serviços de caráter tempo-
quia. rário;
Art. 87 O Executivo deverá publicar, até o último dia do mês, b) execução de obras, fornecimentos e serviços municipais,
subseqüente ao da arrecadação, os montantes de cada um dos nos termos da lei.
tributos arrecadados, os recursos recebidos, os valores de ori- Parágrafo Único - Os atos constantes dos itens II e III deste
gem tributária, entregues e a entregar, e a expressão numérica artigo, poderão ser delegados.
dos critérios de rateio, bem como os dados relativos à obser- Art. 90 A Administração Pública tem o dever de anular os
vância dos percentuais de que tratam os artigos 169 e 212 da próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais,
Constituição Federal. bem como a faculdade de revogá-los, por motivo de conveniên-
Parágrafo Único - As contas do Município ficarão, durante cia ou oportunidade, respeitados, neste caso, os direitos adqui-
sessenta dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuin- ridos, além de observado, em qualquer circunstância, o devido
te, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a processo legal.
legitimidade, na forma da lei. § 1º A motivação suficiente será requisito essencial dos atos
administrativos municipais, excetuados os de provimento e de
SEÇÃO II desprovimento de cargos e funções de confiança, assim decla-
DOS LIVROS rados por Lei.
§ 2º A autoridade que, ciente do vício invalidado de ato ad-
Art. 88 O Município manterá os livros que forem necessá- ministrativo, deixar de saná-lo, incorrerá nas penalidades da Lei,
rios ao registro de seus serviços. pela omissão, sem prejuízo das sanções previstas no artigo 37, §
§ 1º Os livros serão abertos, rubricados e encerrados pelo 4º, da Constituição da República, se for o caso.
Prefeito ou pelo Presidente da Câmara, conforme o caso, ou por
funcionário designado para tal fim. SEÇÃO IV
§ 2º Os livros referidos neste artigo poderão ser substituídos DAS PROIBIÇÕES
por fichas ou outro sistema, convenientemente autenticado. Art. 91 O Prefeito, o Vice-Prefeito, os Vereadores e os Servi-
dores Municipais não poderão contratar com o Município, sub-
sistindo a proibição até seis (6) meses, após findas as respectivas
funções.

12
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
§ 1º A proibição de que trata este artigo se estende às pes- XIV - a revisão geral da remuneração dos servidores públi-
soas ligadas ao Prefeito, Vice-Prefeito e aos Vereadores, por ma- cos far-se-á sempre na mesma data;
trimônio ou parentesco, afim ou consangüíneo, até o segundo XV - a lei fixará o limite máximo e a relação de valores entre
grau ou por adoção. a maior e a menor remuneração dos servidores públicos, obser-
§ 2º Não se incluem nesta proibição os contratos, cujas cláu- vados, como limite máximo, os valores percebidos como remu-
sulas e condições sejam uniformes para todos os interessados. neração, em espécie, pelo Prefeito;
Art. 92 A pessoa jurídica, em débito com o sistema de se- XVI - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor pú-
guridade social, como estabelecido em Lei Federal, não poderá blico não serão computados nem acumulados, para fins de con-
contratar com o Poder Público Municipal nem dele receber be- cessão de acréscimos ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico
nefícios ou incentivos fiscais ou creditícios. fundamento.
XVII - os vencimentos dos servidores públicos são irredutí-
CAPÍTULO VIII veis e a remuneração observará o que dispõe os artigos 37, XI,
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA XII; 150, II; 153, III; e 153, § 2º, I, da Constituição Federal;
XVIII - é vedada acumulação remunerada de cargos públi-
Art. 150 A administração pública direta e indireta, de qual- cos, exceto quando houver compatibilidade de horários:
quer dos Poderes do Município, obedecerá aos princípios de le- a) a de dois cargos de professor;
galidade, impessoalidade, moralidade e publicidade, observan- b) a de um cargo de professor com outro técnico ou cien-
do as seguintes normas: tífico;
I - os cargos, empregos e funções públicos são acessíveis aos c) a de dois privativos de médicos;
brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei; XIX - a proibição de acumular não se aplica a proventos de
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aposentadoria, mas se estende a empregos e funções e abrange
aprovação prévia, em concurso público de provas ou de provas e autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e
títulos, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão, de- fundações mantidas pelo Poder Público;
clarado em lei, de livre nomeação e exoneração; XX - a administração fazendária e seus servidores fiscais te-
III - é vedada a fixação de limite máximo de idade para can- rão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, prece-
didatos a concurso público no Município; dência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei;
IV - será garantida, na organização e nas bancas examinado- XXI - somente por lei específica poderá ser criadas empresa
ras dos concursos públicos, a participação de representantes do pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação
Conselho Seccional regulador do exercício profissional, quando pública;
for exigido conhecimento técnico da profissão; XXII - depende de autorização legislativa, em cada caso, a
V - é vedada a presença, na banca examinadora, de paren- criação de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso an-
tes, até terceiro grau, consangüíneos ou afins, de candidatos terior, assim como a participação de qualquer delas em empresa
inscritos, admitida a argüição de suspeição ou de impedimento, privada;
nos termos da lei processual civil, sujeita à decisão hierárquica, XXIII - ressalvados os casos especificados na legislação, as
no prazo de cinco dias. obras, serviços, compras e alienações serão contratados me-
VI - o prazo de validade do concurso público será de até dois diante processo de licitação pública, que assegure igualdade de
anos, prorrogável, uma vez, por igual período; condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabele-
VII - durante o prazo improrrogável, previsto no edital de çam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas
convocação, o aprovado em concurso público de provas ou de da proposta, nos termos da lei, exigindo-se a qualificação téc-
provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos nico-econômica indispensável à garantia do cumprimento das
concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira; obrigações.
VIII - os cargos em comissão e as funções gratificadas de § 1º A não observância do disposto nos incisos II e III impli-
confiança serão exercidos, preferencialmente, por servidores cará a nulidade do ato e a punição da autoridade responsável,
ocupantes de cargo de carreira técnica ou profissional, nos casos nos termos da lei.
e condições previstos em lei; § 2º As reclamações relativas à prestação de serviços públi-
IX - é garantido ao servidor público civil o direito à livre as- cos, serão disciplinadas em lei.
sociação sindical; § 3º Os atos de improbidade administrativa importarão per-
X - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites da da função pública, disponibilidade dos bens e ressarcimento
definidos em lei complementar federal; ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da
XI - é obrigatória a participação do Sindicato dos Funcioná- ação penal cabível.
rios Municipais nas negociações coletivas de trabalho; § 4º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos
XII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado, a partir praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem
do registro da candidatura a cargo de direção ou representação prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressar-
sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final cimento.
do mandato, salvo se cometer falta grave, nos termos da lei; § 5º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito
XIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos pú- privado, prestadoras de serviços públicos, responderão pelos
blicos para as pessoas portadoras de deficiência, e definirá os danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
critérios para sua admissão; assegurado o direito de regresso contra o responsável, nos casos
de dolo ou culpa.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
§ 6º A participação de que trata o inciso IV será dispensada Art. 158 Os representantes dos servidores municipais serão
se, em dez dias, o Conselho Seccional não se fizer representar eleitos por estes, mediante voto direto e secreto, atendidas as
por titular e suplente, prosseguindo-se no concurso. exigências legais para o preenchimento dos respectivos cargos.
Art. 151 O Município assegurará a livre inscrição de pessoa
portadora de deficiência em concurso público mediante: CAPÍTULO IX
I - a adaptação de provas; DOS SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS
II - a comprovação de compatibilidade da deficiência com o
cargo, emprego ou função, por parte do candidato.
Art. 152 O Município não adotará critérios discriminatórios Art. 159 Os servidores públicos municipais, dos Poderes Exe-
para a administração, a promoção, a remuneração e a dispensa cutivo e Legislativo, neles incluídos os das autarquias e fundações
no serviço público municipal, por motivo de deficiência. públicas, obedecerão a regime único e serão agrupados em Plano
Art. 153 Ao servidor público, com exercício de mandato ele- de Carreiras, com a observância dos seguintes preceitos:
tivo, aplicam-se as seguintes disposições: I - garantias constitucionais básicas:
I - tratando-se de mandato eletivo federal ou estadual, fica- a) salário-mínimo;
rá afastado de seu cargo, emprego ou função; b) irredutibilidade do salário;
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do car- c) salário mínimo para os que percebam remuneração va-
go, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua re- riável;
muneração; d) décimo terceiro salário, com base na remuneração inte-
III - investido do mandato de Vereador, havendo compatibi- gral ou no valor da aposentadoria;
lidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, empre- e) remuneração do trabalho noturno superior ao diurno;
go ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e f) salário família para seus dependentes;
não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso g) duração da jornada de trabalho não superior a 08 (oito)
anterior; horas diárias e quarenta semanais, facultada a compensação de
IV - em qualquer caso que exija afastamento, para o exer- horários;
cício de mandato eletivo, o tempo de serviço será contado para h) repouso semanal remunerado, preferencialmente aos
todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento; domingos;
V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de afas- i) remuneração do serviço extraordinário, superior, no míni-
tamento, os valores serão determinados, como se no exercício mo, em cinquenta por cento ao normal;
estivesse. j) gozo de férias anuais remuneradas, com, pelo menos, um
Art. 154 Os planos de cargos e carreiras do serviço público terço a mais que o salário normal;
municipal serão elaborados de forma a assegurar aos servidores k) licença à gestante, sem prejuízo do emprego e da remu-
municipais remuneração compatível com o mercado de trabalho neração, com a duração de 180 dias; (Redação dada pela Emen-
para a função respectiva, oportunidade de progresso funcional e da à Lei Orgânica nº 31/2006)
acesso a cargos de escalão superior. l) licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
§ 1º O Município proporcionará aos servidores oportunida- m) proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante
de de crescimento profissional, através de programas de forma- incentivos específicos, nos termos da lei;
ção de mão-de- obra, aperfeiçoamento e reciclagem. n) redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de
§ 2º Os programas mencionados no parágrafo anterior te- normas de saúde, higiene e segurança;
rão caráter permanente. o) adicional de remuneração para as atividades penosas, in-
§ 3º Para dar cumprimento ao disposto nos parágrafos an- salubres ou perigosas, na forma da lei;
teriores, o Município poderá manter convênio com instituições p) proibição de diferença de salário, no exercício de funções
especializadas. e de critério de admissão, por motivo de sexo, idade, cor ou es-
Art. 155 O Município assegurará aos seus servidores e de- tado civil.
pendentes, na forma da Lei Municipal, serviços de atendimentos II - valorização da escolaridade como processo de ascensão
médicos, odontológicos e de assistência social. funcional, reagrupando os Grupos Ocupacionais dentro deste
Parágrafo Único - Os serviços referidos nestes artigos são critério e articulando-os de forma a estruturá-los por níveis, de
extensivos aos aposentados e aos pensionistas do Município. maneira a colocar na classe de padrão mais elevado de uma série
Art. 156 Os concursos públicos, para preenchimento de car- de classes de reagrupamento de menor nível, a exigência de esco-
gos, empregos ou funções na Administração Municipal, não po- laridade que tenha seqüência na classe de padrão menos elevado
derão ser realizados antes de decorridos 30 (trinta) dias do en- da série de classes do nível subseqüente de escolaridade;
cerramento das inscrições, as quais deverão estar abertas pelo III - gratificação adicional, por tempo de serviço correspon-
menos durante 15(quinze) dias. dente a 5% do vencimento do cargo, por triênio efetivo presta-
Art. 157 As empresas públicas, as sociedades de economia do, o primeiro contemplável com 10%. (Declarado inconstitucio-
mista e as fundações instituídas pelo Poder Público Municipal nal pelo Órgão Especial do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado
garantirão a participação em seus conselhos, com poder deci- do Rio de Janeiro em 30 de janeiro de 2012)
sório e na proporção de um terço de sua composição, de repre- IV - preferência no aproveitamento do percentual de vagas
sentantes de seus servidores e de usuários ou contribuintes, de reservadas para pessoas portadoras de deficiência, para readap-
forma paritária. tação de servidores que se tornem inaptos, por essa razão, para
as tarefas para as quais foram admitidos;

14
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
V - instituição, por lei, de estímulos sob a forma de adicional § 2º A incorporação das vantagens decorrentes de Cargo em
sobre o vencimento, até o total de 40% como vantagem pessoal Comissão ou à Função Gratificada dar-se-á sempre que o servi-
para os servidores, quaisquer que sejam seus cargos, como pre- dor as tiver exercido por no mínimo 12(doze) meses, quando da
miação pela melhoria de seu padrão de escolaridade, atendida a passagem para a inatividade e será calculada na proporção de
regulamentação por parte do Poder Executivo. 1/35, (um trinta e cinco avos) por ano para os do sexo masculino
Parágrafo Único - A lei assegurará aos servidores isonomia e 1/30 (um trinta avos) por ano para os do sexo feminino.
de vencimentos para cargos de atribuições iguais ou assemelha- § 3º A incorporação das vantagens decorrentes do exercício
das do mesmo Poder, na administração direta ou entre servi- de cargos de provimento em comissão e função gratificada são
dores dos Poderes Executivo e Legislativo, ressalvadas as van- inacumuláveis com quaisquer outras da mesma natureza. (Reda-
tagens de caráter individual e as relativas à natureza ou ao local ção dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 21/2001)
de trabalho. Art. 163 Para os efeitos de aposentadoria, disponibilidade
Art. 160 O servidor que vier a falecer, homem ou mulher, e acréscimo, será computado integralmente o tempo de serviço
deixará pensão para o cônjuge, filha solteira, filhos menores de público federal, estadual, municipal e autárquico.
21 (vinte e um) anos e outros dependentes, na forma da lei. Parágrafo Único - Para os efeitos de aposentadoria e dispo-
Art. 161 O servidor será aposentado: nibilidade, até o máximo de 15 (quinze) anos, será computado
I - por invalidez permanente, sendo os proventos integrais, o tempo de exercício de advocacia, apurado conforme critérios
quando de corrente de acidente em serviço, moléstia profissio- estabelecidos em decreto executivo, desde que não desempe-
nal ou doença grave, contagiosa ou incurável, especificada em nhado cumulativamente com qualquer outra função pública.
lei, e proporcionais nos demais casos; Art. 164 Para os efeitos de incorporação de que tratam os
II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com pro- parágrafos 2º e 3º do artigo anterior, será considerado o tempo
ventos proporcionais ao tempo de serviço, de serviço das vantagens decorrentes do exercício de cargo em
III - voluntariamente: comissão, função gratificada e direção, será considerado o tem-
a) aos trinta e cinco anos de serviço, se homem, e aos trinta, po de serviço exclusivamente prestado ao Executivo e Legislati-
se mulher, com proventos integrais; vo Municipal, em sua administração direta e indireta, inclusive
b) aos trinta anos de serviço efetivo em funções de magis- de autarquias.
tério e nas funções consideradas penosas, insalubres ou perigo- Parágrafo Único - O tempo mínimo exigido, neste artigo,
sas, se homem, e aos vinte e cinco, se mulher, com proventos será de 06 (seis) anos consecutivos ou 08 (oito) alternados.
integrais; Art. 165 Para efeito desta Lei considera-se remuneração a
c) aos trinta anos de serviço, se homem, e aos vinte e cinco, totalidade dos ganhos auferidos pelo servidor público munici-
se mulher, com proventos proporcionais ao respectivo tempo; pal, pagos pelos cofres do Município.
d) aos sessenta e cinco anos de idade, se homem e aos
sessenta se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de Art. 166 Os cargos organizados em carreira serão de manei-
serviço. ra que a diferença entre as classes ou níveis não sejam de valor
§ 1º A lei poderá estabelecer exceções ao disposto no inciso inferior a 15% do antecedente em relação ao subseqüente. (De-
III, a e c, no caso de exercício de atividades consideradas peno- clarado inconstitucional pelo Órgão Especial do Egrégio Tribunal
sas, insalubres ou perigosas. de Justiça do Estado do Rio de Janeiro em 30 de janeiro de 2012)
§ 2º A lei disporá sobre a aposentadoria em cargos ou em- Art. 167 Revogado. (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica
pregos temporários. nº 21/2001)
§ 3º O tempo de serviço público federal, estadual ou muni- Art. 168 O servidor público municipal poderá gozar de li-
cipal será computado integralmente para os efeitos de aposen- cença especial e férias, na forma da lei, ou de ambas dispor, sob
tadoria e disponibilidade. forma de direito de contagem em dobro, para efeito de aposen-
§ 4º Os proventos da aposentadoria serão revistos na mes- tadoria, ou tê-las transformado em pecúnia indenizatória, se-
ma proporção e na mesma data, sempre que se modificar a re- gundo sua opção.
muneração dos servidores em atividade, também estendidos Art. 169 Revogado. (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica
aos inativos quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente nº 21/2001)
concedidos aos servidores em atividade, inclusive quando de- Art. 170 São estáveis, após dois anos de efetivo exercício, os
correntes da transformação ou reclassificação do cargo ou fun- servidores nomeados, em virtude de concurso público.
ção em que se deu a aposentadoria, na forma da lei. § 1º O servidor público estável só perderá por força de sen-
§ 5º O benefício da pensão por morte corresponderá à to- tença judicial transitada em julgado ou mediante processo ad-
talidade dos vencimentos ou proventos do servidor falecido, até ministrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa.
o limite estabelecido em lei, observado o disposto no parágrafo § 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor
anterior. estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga re-
Art. 162 Integrarão os proventos da aposentadoria as van- conduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, apro-
tagens, decorrentes do exercício de cargo de provimento em co- veitado em outro cargo ou posto em disponibilidade.
missão e função gratificada ou parcelas financeiras percebidas § 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o
pelo servidor público, em caráter permanente. servidor estável ficará em disponibilidade remunerada, até seu
§ 1º As vantagens ou parcelas financeiras percebidas em adequado aproveitamento em outro cargo.
caráter permanente incorporar-se-ão aos proventos da inativi-
dade, desde que percebidos pelo período de 12 (doze) meses.

15
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Art. 171 É assegurada a participação dos servidores e em- III - subsidiariamente à disciplina da matéria, serão utiliza-
pregados públicos nos colegiados municipais em que seus inte- dos, no que couberem, os preceitos do Decreto-Lei Federal nº
resses profissionais ou previdenciários seja objeto de discussão 2465, de 31 de agosto de 1988.
e deliberação. Art. 181 Fica assegurado aos servidores municipais o bene-
Art. 172 É assegurada, na forma e nos prazos da lei, a parti- fício do Auxílio Transporte.
cipação dos representantes do funcionalismo público municipal Art. 182 Fica permitido o afastamento do Presidente, Se-
e dos aposentados na gestão administrativa do sistema previ- cretário ou Tesoureiro de entidade sindical que seja funcionário
denciário municipal - IBASM. público municipal, sem prejuízo de seus vencimentos, direitos e
Art. 173 Será assegurada na forma da Lei aos pensionistas vantagens.
a manutenção de seus benefícios em valores reais equivalentes
aos da época da concessão da aposentadoria.
Art. 174 É garantida a relotação aos membros do magistério FINANÇAS MUNICIPAIS: FONTES E COMPOSIÇÃO
público, no caso de mudança de residência, observados os crité- DAS RECEITAS MUNICIPAIS, TRIBUTOS MUNICIPAIS.
rios de distância estabelecidos em lei.
Art. 175 É vetado o desvio de função, assim entendido o
exercício de cargo ou emprego estranho àquele ocupado pelo CAPÍTULO VII
servidor. DAS FINANÇAS PÚBLICAS
§ 1º Constitui falta grave do servidor responsável por órgão SEÇÃO I
de qualquer hierarquia a permissão do desvio de função de ser- DISPOSIÇÕES GERAIS
vidor sob sua responsabilidade, sempre que apurado dolo ou
má fé. Art. 144 Obedecidas às legislações Federal e Estadual com-
§ 2º Anualmente, o Poder Executivo procederá à avaliação petentes, o planejamento municipal contará com os seguintes
das necessidades de pessoal dos órgãos da Prefeitura, a fim de, instrumentos:
na forma estabelecida na Constituição da República, na Consti- I - plano de governo;
tuição do Estado do Rio de Janeiro e nesta Lei Orgânica, promo- II - orçamento plurianual de investimento;
ver a criação e o provimento de cargos e empregos que atendam III - orçamento anual;
à demanda decorrente de vacância ou da necessidade de am- IV - Lei de Diretrizes Orçamentárias;
pliação ou melhoria dos serviços públicos municipais. V - planos diretores.
Art. 176 É vedada a lotação de servidores em órgãos da ad- Art. 145 O processo de planejamento municipal será avalia-
ministração direta, indireta, fundacional e empresas mantidas do e modificado, de acordo com as transformações ocorridas na
pelo Poder Público Municipal acima do quantitativo estabeleci- dinâmica do Município.
do pelo Executivo, através de regulamentação própria. Art. 146 O Poder Executivo manterá sistema de informações
Art. 177 A cessão de funcionário e servidor público entre do Município, visando cumprir os objetivos do planejamento
órgãos e entidades da administração pública direta, indireta e municipal.
fundacional, respeitado o disposto no artigo anterior, somente Art. 147 O Poder Executivo levantará e registrará, sob a for-
se dará se o servidor tiver completado 02 (dois) anos de efetivo ma de cadastro, dados correspondentes à situação econômica,
exercício no órgão de origem, ressalvado o exercício de cargo social, físico- territorial, institucional e administrativo-financei-
em comissão. ra do Município, os quais, mantidos em arquivo, constituirão o
Parágrafo Único - É vedada a cessão de servidores das áreas Sistema de Informações do Município, respeitadas as seguintes
de saúde e educação, excetuados os casos de cessão para pro- diretrizes:
vimento de cargo em comissão, respeitado o interstício de que I - o Planejamento Municipal será elaborado com recursos
trata este artigo. técnicos capazes de garantir a fidelidade e segurança dos dados,
Art. 178 O servidor municipal transferido compulsoriamen- a agilidade necessária no manuseio e recuperação das informa-
te ou mediante opção, da administração direta para a indireta, ções;
com a modificação do seu regime jurídico, não poderá perder a II - os cadastros serão permanentemente atualizados, de
garantia de estabilidade, desde que já a tenha adquirido. forma a acompanhar o processo de desenvolvimento do Muni-
Art. 179 Os vencimentos dos profissionais de nível superior cípio;
obedecerão, no mínimo, aos valores estabelecidos na Legislação III - a Lei disporá sobre as condições em que haverá para os
Federal, para as diversas categorias. cidadãos e contribuintes obrigatoriedade de prestação de da-
Art. 180 Ficam os Poderes Executivo e Legislativo autoriza- dos;
dos a conferir bonificação de 01 (um) salário mínimo, por ano de IV - o Poder Executivo poderá realizar convênios e tomar as
serviço, ao servidor que, voluntariamente, pedir exoneração do demais medidas necessárias a compatibilização e integração dos
serviço público municipal, que esteja percebendo atualmente, dados e informações de posse dos concessionários de serviços
observado o seguinte: públicos estaduais e federais, e de órgãos de outras entidades
I - a bonificação só poderá ser conferida aos servidores es- estatais, visando complementar o Sistema de Informações;
táveis; V - o Poder Executivo programará recursos orçamentários
II - será graduada, em razão do tempo de serviço efetivo ao anuais para realização e manutenção do Sistema de Informa-
servidor; ções.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Parágrafo Único - Fica assegurado à sociedade civil o acesso Art. 149-F A Comissão de Programação Financeira e Gestão
ao Sistema de Informações do Município. Fiscal - CPFGF, criada por meio do Decreto nº 11.319, de 15 de
Art. 148 Fica considerado patrimônio do Município o Siste- janeiro de 2013 , será responsável por aprovar a liberação dos
ma de Informações Municipais, a ser criado, e todo o acervo de recursos do FER. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica
informações já existentes. nº 41/2019)
Art. 149 O Município buscará, por todos os meios ao seu
alcance, a cooperação das associações representativas do pla-
nejamento municipal. ORGANIZAÇÃO DA FUNDAÇÃO ESTATAL DE SAÚDE
Parágrafo Único - Para fins deste artigo, entende-se como DE NITERÓI – FESAUDE: NATUREZA JURÍDICA, FINA-
associação representativa qualquer grupo organizado, de fins LIDADE, OBJETIVOS, ESTRUTURA, RECURSOS HUMA-
lícitos, que tenha legitimidade para representar seus filiados, in- NOS. ESTATUTO DA FUNDAÇÃO ESTATAL DE SAÚDE DE
dependentemente de seus objetivos ou natureza jurídica. NITERÓI/RJ.
Art. 149-A Fica criado o Fundo de Equalização da Receita
- FER -, vinculado à Secretaria Municipal de Fazenda, compos- LEI Nº 3133 DE 13 DE ABRIL DE 2015
to exclusivamente pelos recursos provenientes de arrecadação
com participação especial, espécie de compensação financeira AUTORIZA O PODER EXECUTIVO A INSTITUIR A FUNDAÇÃO
extraordinária, prevista no art. 45, inciso III da Lei Federal nº ESTATAL DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE NITERÓI, DO ESTADO DO
9478/97, devida pelo concessionário de exploração e produção RIO DE JANEIRO.
de petróleo e gás natural, nos casos de grande volume de pro- A CÂMARA MUNICIPAL DE NITERÓI DECRETA E EU SANCIO-
dução ou grande rentabilidade, conforme critérios definidos na NO A SEGUINTE LEI:
legislação federal. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgâ- Art. 1º Fica o Poder Executivo autorizado a instituir funda-
nica nº 41/2019) ção pública, com personalidade jurídica de direito privado, deno-
Art. 149-B Ao FER serão destinados 10% dos valores arreca- minada FUNDAÇÃO ESTATAL DE SAÚDE DE NITERÓI - FESAUDE,
dados a título de participação especial a que aduz o art. 149-A. integrante do Sistema Único de Saúde e com prazo de duração
Parágrafo único. A cada repasse dos recursos arrecadados indeterminado, na forma do art. 37, XIX, da Constituição Federal
a título de participação especial, será destacado o percentual de 1988 e em consonância com a Lei Complementar Estadual nº
a que se refere o caput. (Redação acrescida pela Emenda à Lei 118, de 29 de setembro de 2007.
Orgânica nº 41/2019) § 1º A Fundação terá sede e foro na cidade de Niterói, Esta-
Art. 149-C O FER tem como objetivo garantir a equalização do do Rio de Janeiro.
intertemporal da receita proveniente da arrecadação de partici- § 2º A Fundação, entidade jurídica sem fins lucrativos eco-
pação especial. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nômicos, de interesse coletivo e de utilidade pública, gozará de
nº 41/2019) autonomia gerencial, patrimonial, orçamentária e financeira, fi-
Art. 149-D O FER será destinado ao propósito de cobrir as cando sujeitas ao regime jurídico próprio das entidades privadas
despesas do Município de Niterói, caso haja redução da receita sem fins lucrativos econômicos de assistência social quanto aos
de royalties ou participação especial para ano fiscal corrente. direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas, tributários e
(Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 41/2019) fiscais, observadas as regras desta Lei.
Art. 149-E A utilização dos recursos do FER somente será § 3º A Fundação integrará a Administração Indireta do Mu-
admitida caso a receita de royalties ou de participação especial nicípio de Niterói e vincular-se-á à Secretaria Municipal de Saú-
seja inferior ao estimado pela Agência Nacional de Petróleo para de, integrando o Sistema Único de Saúde, nos termos da Lei nº
ano fiscal corrente e a estimada na Lei Orçamentária Anual - LOA. 8.080/1990.
§ 1º A utilização a que se refere o caput não poderá exceder Art. 2º A Fundação terá por finalidade desenvolver, em con-
a 50% (cinquenta por cento) da frustração estimada na LOA e junto com o município, ações e serviços de assistência à saúde, em
será limitada a 20% (vinte por cento) do montante geral do FER. especial, os serviços referentes à estratégia Médico de Família do
§ 2º A apuração da frustração de receita disposta no caput Sistema Único de Saúde do Município de Niterói, competindo-lhe:
será realizada trimestralmente quando do recebimento em con- I - administrar e gerir unidades de atenção básica, ambula-
ta dos valores da Participação Espacial. torial, hospitalares, de pronto atendimento, e de apoio diagnós-
§ 3º É vedada aplicação dos recursos oriundos do FER para tico e terapêutico à comunidade, no âmbito do SUS;
pagamento de dívida e no quadro de permanente de pessoal. II - desenvolver e prestar serviços de ensino, pesquisa e ex-
§ 4º As vedações constantes do § 1º deste artigo não se tensão e à formação de pessoas no campo da saúde, mediante
aplicam: as condições que forem fixadas em seu estatuto social, notada-
I - ao pagamento de dívidas para com a União e suas enti- mente estudos para a criação da Faculdade Municipal de Saúde;
dades; III - apoiar a execução de planos estratégicos de ação desen-
II - ao custeio de despesas com manutenção e desenvolvi- volvidos no âmbito do Sistema Único de Saúde;
mento do ensino, especialmente na educação básica pública em IV - gerar conhecimento em pesquisas básicas, clínicas e
tempo integral, inclusive as relativas a pagamento de salários e aplicadas no âmbito de atuação do Sistema Único de Saúde;
outras verbas de natureza remuneratória a profissionais do ma- V - prestar serviços de apoio ao processo de gestão da rede
gistério em efetivo exercício na rede pública. municipal de saúde, com implementação de sistema de gestão
§ 5º Os recursos oriundos do FER poderão ser utilizados único com geração de indicadores quantitativos e qualitativos
também para capitalização de fundos de previdência. (Redação para o estabelecimento de metas, com especial atenção à hu-
acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 41/2019) manização na prestação de serviços do SUS;

17
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
VI - atuar de forma integrada com a rede regional de saúde, IV - as doações, legados e outros recursos que lhe forem
podendo firmar convênios, contratos, pactos e atuar de forma destinados por pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou
consorciada, desde que compatíveis com o contrato organizati- privado;
vo de ação pública de saúde, previsto no inciso II, do artigo 2º, V - as resultantes da alienação de bens não essenciais à sua
do Decreto Federal nº 7.508, de 28 de junho de 2011; finalidade, autorizados pelo Conselho Curador, observado o dis-
VII - exercer outras atividades inerentes às suas finalidades, posto no estatuto;
nos termos do seu estatuto social. VI - as resultantes de aplicações financeiras, na forma da
§ 1º As ações e os serviços de saúde mencionados no caput legislação vigente; e
serão desenvolvidos de maneira sistêmica, integrada e articula- VII - receitas de qualquer natureza provenientes do exercí-
da, sob a forma de promoção, prevenção, proteção e recupera- cio de suas atividades, observado o disposto nesta Lei e no Es-
ção da saúde coletiva e individual, em consonância com o Plano tatuto.
Municipal de Saúde. § 1º As receitas decorrentes da prestação de serviços de as-
§ 2º A Fundação, por inserir-se no Sistema Único de Saúde, sistência à saúde ou de qualquer outro serviço próprio às suas
deverá observar todos os princípios, diretrizes e bases do SUS, finalidades estatutárias, mediante contrato de gestão com entes
em especial a fiscalização e o acompanhamento dos conselhos públicos, não serão consideradas como recursos de subvenção
de saúde, devendo, ainda, servir de campo de prática para ensi- ou auxílio público, constituindo-se receita própria da Fundação.
no e pesquisa na área da saúde. § 2º Os serviços de saúde considerados como de acesso uni-
§ 3º À Fundação é vedado desenvolver atividades de saúde versal e gratuitos serão prestados com exclusividade à Adminis-
que exijam poder de autoridade do Poder Público. tração Pública, municipal, estadual e federal, mediante contrato
§ 4º É assegurado à Fundação pleitear dos planos privados de gestão, conforme previsto nesta lei, os quais serão colocados
de assistência à saúde, o ressarcimento das despesas com o à disposição da população, ficando vedada à Fundação a assun-
atendimento de consumidores e respectivos dependentes, na ção de compromissos com terceiros que violem os princípios do
forma estabelecida pelo art. 32 da Lei Federal nº 9.656, de 3 Sistema Único de Saúde, em especial, os da gratuidade da assis-
de junho de 1998 e suas alterações, observados os valores de tência à saúde ao cidadão e igualdade de atendimento.
referência estabelecidos pela Agência Nacional de Saúde Suple- § 3º Os bens essenciais, ou seja, aqueles necessários à con-
mentar.
secução das finalidades legais e estatutárias da Fundação são
Art. 3º A instituição da Fundação, sob a forma de fundação
impenhoráveis e a fundação não se sujeita à falência.
pública com personalidade jurídica de direito privado, lavrada
Art. 6º O estatuto da Fundação disporá sobre seu patrimô-
por escritura pública, de acordo com o disposto no Código Civil,
nio, receitas, sistema de governança, estrutura, competências
se efetivará com o registro de seus atos constitutivos, no compe-
dos seus órgãos, sistema de fiscalização e controle, compras de
tente Cartório do Registro Civil das Pessoas Jurídicas de Niterói,
bens e serviços, as atribuições dos seus dirigentes, substituição
Estado do Rio de Janeiro e para os efeitos notariais e outros, a
dos membros, a periodicidade das reuniões dos Conselhos e de-
Fundação se regerá pelo seu estatuto social, aprovado em reu-
nião de instituição da fundação e referendado por ato do Chefe mais aspectos organizacionais, inclusive seu plano de emprego e
do Poder Executivo Municipal. salário e os empregos permanentes e em confiança.
Art. 4º Fica o Município de Niterói autorizado a desafetar § 1º A governança da Fundação, prevista em seu Estatuto,
do domínio público imóvel de sua propriedade e doá-lo à Fun- observará obrigatoriamente a participação de representações
dação Estatal de Saúde do Município de Niterói - FESAUDE, com dos usuários de saúde do Município, dos trabalhadores da pró-
dispensa de licitação, nos termos do art. 17, I, “b”, da Lei Federal pria Fundação, da sociedade civil organizada, das universidades
nº 8.666, de 21 de junho de 1993 e suas alterações. públicas federais e estaduais, além da participação de represen-
§ 1º A finalidade da doação é a integralização do patrimônio tantes de outras Secretarias do Município.
da Fundação Estatal de Saúde do Município de Niterói. § 2º O exercício de cargos de direção, chefia e assessora-
§ 2º Deverá constar na escritura de doação, cláusula de re- mento, de livre nomeação e exoneração, deverá observar como
versão do imóvel ao Município de Niterói, independentemente requisitos objetivos para sua investidura, prévia experiência pro-
de interpelação judicial ou extrajudicial, caso haja desvio da fi- fissional na área de sua designação, reputação ilibada e aten-
nalidade constante caput deste artigo, sem qualquer ônus para dimento aos requisitos de elegibilidade previstos na Lei Com-
a Administração Municipal, inclusive quanto à indenização das plementar nº 64, de 1990, com as alterações trazidas pela Lei
benfeitorias existentes. Complementar nº 135, de 2010.
§ 3º Correrão à conta do Município de Niterói as despesas § 3º O estatuto da Fundação deverá prever limitação gra-
com os custos dos emolumentos cartoriais, referentes a doação dual ao exercício de cargos de direção, chefia e assessoramento,
autorizada no art. 7º desta Lei. por pessoas estranhas ao quadro de empregados efetivos, após
Art. 5º Constituem patrimônio e renda da Fundação: a efetivação do Plano de Empregos, Cargos e Salários.
I - R$ 4.973.982,83 (quatro milhões, novecentos e setenta e § 4º O estatuto da Fundação deverá, ainda, conter a obri-
três mil, novecentos e oitenta e dois reais e oitenta e três centa- gatoriedade de submeter à apreciação dos órgãos de controle
vos), por remanejamento orçamentário imediato, nos termos da interno desse Município, ao Conselho Municipal de Saúde e ao
lei orçamentária anual; Tribunal de Contas do Estado a prestação de contas do cumpri-
II - as rendas oriundas da prestação de serviços; mento de suas obrigações e metas pactuadas no contrato de
III - os recursos oriundos de convênios, acordos ou contra- gestão e demais aspectos de sua gestão técnica, econômica e
tos celebrados com entidades nacionais e internacionais, públi- financeira, relativas a cada exercício fiscal.
cas ou privadas;

18
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
§ 5º Ressalvado o disposto no § 2º do presente artigo e no TÍTULO I
artigo 8º, o ingresso de pessoal para os Quadros de Pessoal da DA FINALIDADE E DOS OBJETIVOS DA FUNDAÇÃO
Fundação se dará por meio de concurso público de provas e tí- CAPÍTULO I
tulos, devendo ser levada em consideração para a pontuação na DA NATUREZA, FINALIDADE, SEDE E DURAÇÃO
prova de títulos eventual experiência anterior no exercício de
funções específicas para a área de atuação pretendida.
Art. 7º A contratação da Fundação pela Administração Pú- Art. 1º A FUNDAÇÃO ESTATAL DE SAÚDE DE NITERÓI, desig-
blica Municipal, para realização das atividades relacionadas à nada, abreviadamente, neste Estatuto, pelo termo FeSaúde, ins-
sua própria finalidade legal dar-se-á por meio da celebração de tituída pelo Município de Niterói, conforme autorização prevista
contrato de gestão, com fundamento no artigo 37, § 8º, da Cons- na lei municipal nº 3.133 de 13 de abril de 2015, é uma fundação
tituição da República Federativa do Brasil, e terá como cláusulas pública dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem
obrigatórias: fins lucrativos, de interesse coletivo e utilidade pública, regida
I - o prazo de duração dos contratos; pelo presente Estatuto.
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, di- § 1º A FeSaúde tem prazo de duração indeterminado.
reitos, obrigações, responsabilidades dos dirigentes; § 2º A FeSaúde tem sede na Avenida Amaral Peixoto, nº
III - a remuneração do pessoal; 171-A, 4º Andar, Centro, na cidade de Niterói, Rio de Janeiro e
IV - a pactuação de metas e indicadores de resultados; e foro na cidade de Niterói.
V - os mecanismos de avaliação e acompanhamento. Art. 2º A FeSaúde tem a finalidade de, no âmbito do Sistema
Parágrafo Único - O gasto com a prestação de serviços pela Único de Saúde, desenvolver ações e serviços do cuidado em
Fundação ao Município através de Contrato de Gestão, não se saúde, na Atenção Básica, em consonância com as diretrizes e
consideram despesas de pessoal, contabilizando-se como pres- Políticas Públicas de Saúde do Município, Estado e União e de-
tação de serviços de terceiros - pessoas jurídicas, pelo caráter senvolver atividades de ensino e pesquisa que somem tecnolo-
programático da contratação. gias leves na qualificação desse cuidado.
Art. 8º O Poder Executivo Municipal poderá ceder pessoal § 1º As ações e serviços da Atenção Básica em Saúde te-
para a Fundação, sem ônus para a origem, mediante celebração rão foco especial na Estratégia Saúde da Família, representada
de termo de cessão, que deverá ser renovado anualmente. em Niterói pelo Programa Médico de Família, de acordo com
§ 1º A cessão de servidores efetivos do Município para a os planos municipais de governo desenvolvidos pela Secretaria
Fundação atenderá aos critérios e necessidades estipulados no Municipal de Saúde, Fundação Municipal de Saúde e Conselho
plano de trabalho da Fundação. Municipal de Saúde.
Art. 9º Fica o Poder Executivo Municipal autorizado a desti- § 2º As ações e serviços de saúde mencionados no caput
nar recursos para a instituição da Fundação e, mediante inven- serão desenvolvidos de maneira harmônica e organizada, junto
tário, dispor sobre acervo técnico e patrimonial do Município à rede municipal de saúde, integrando a rede regionalizada e
para a Fundação, necessários ao desenvolvimento de suas fina- hierarquizada em níveis de complexidade crescentes, no qual a
lidades. Atenção Básica é a coordenadora do cuidado.
Art. 10 Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. § 3º A FeSaúde ofertará uma visão holística em suas ações,
PREFEITURA MUNICIPAL DE NITERÓI, 13 DE ABRIL DE 2015 mantendo o cumprimento de todos os princípios e diretrizes do
Sistema Único de Saúde, notadamente:
I - Inserção na rede de cuidados integrais compreendendo
DECRETO Nº 13.323/2019 a promoção, proteção, recuperação e reabilitação da saúde, nos
serviços de Atenção Básica, incluindo as Práticas Integrativas, no
O PREFEITO MUNICIPAL DE NITERÓI, no uso de suas atribui- âmbito individual, familiar ou comunitário;
ções legais, DECRETA: II - Garantia do acesso tanto para o acolhimento das deman-
das no primeiro contato, como porta de entrada preferencial do
Art. 1º Fica aprovado o Estatuto da Fundação Estatal de Saú- Sistema de Saúde, quanto para o cuidado longitudinal;
de de Niterói - FESAUDE, anexo ao presente Decreto. III - Valorização do vínculo e da corresponsabilização dos
serviços de saúde com os usuários e com o território;
Art. 2º Este Decreto entra em vigor na data de sua publica- IV - A efetivação da referência e da contrarreferência no cui-
ção, revogadas as disposições em contrário. dado diagnóstico e terapêutico com a devida coordenação do
cuidado nos serviços da Atenção Básica;
PREFEITURA MUNICIPAL DE NITERÓI, 27 DE AGOSTO DE V - Busca permanente de ampliação da autonomia do usu-
2019. ário e da comunidade na melhoria da sua situação de saúde e
na sua qualidade de vida, como protagonistas do processo de
promoção da saúde;
VI - Efetivação de um modelo de gestão democrático e
participativo, que envolva o cotidiano dos sujeitos, usuários
e profissionais, desenvolvendo e potencializando o planeja-
mento ascendente, baseado nas observações do território de
intervenção;

19
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
VII - Estabelecimento de metas qualitativas e quantitativas TÍTULO II
a partir de indicadores de eficácia reconhecida social e cientifi- DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
camente e a implementação de serviços e ações eficientes em CAPÍTULO I
relação ao uso dos recursos públicos que lhes forem destinados, DOS ÓRGÃOS DE DIREÇÃO,
incluindo a remuneração dos profissionais; ADMINISTRAÇÃO E FISCALIZAÇÃO
VIII - Supervisão técnica, avaliação e monitoramento das di-
retrizes pactuadas nas instâncias municipais, regionais, estadual Art. 5º São Órgãos da Direção, Supervisão e Administração
e federal da gestão; Superior e Fiscalização da FeSaúde:
IX - Acompanhamento e fiscalização pelo Conselho Munici- I - Conselho Curador, órgão deliberativo de direção superior,
pal de Saúde dos serviços de saúde e respectivas linhas de cui- consultivo, de supervisão, controle e fiscalização;
dado executadas pela FeSaúde; II - Diretoria Executiva, órgão de direção subordinada e de
X - Acompanhamento e fiscalização pela sociedade, repre- administração superior, composta por profissionais de notório
sentada pelos Conselhos Gestores, Associações de Moradores e conhecimento em saúde pública e administração, contratados
demais cidadãos, dos serviços de saúde e respectivas linhas de com a finalidade de realizar a gestão técnica, patrimonial, finan-
cuidado executadas pela FeSaúde. ceira, administrativa e operacional da FeSaúde.
Art. 3º A fim de preservar o compromisso básico das suas III - Conselho Fiscal, órgão de fiscalização da gestão.
finalidades e objetivos, a FeSaúde organizar-se-á e funcionará de
acordo com os seguintes princípios e normas: CAPÍTULO II
I - Observância estrita aos princípios e diretrizes do Sistema DO CONSELHO CURADOR
Único de Saúde nas atividades que desenvolver;
II - Vedação da distribuição de parcela do seu patrimônio ou
de suas rendas, a título de vantagem, lucro ou participação nos Art. 6º O Conselho Curador será composto por 7 (sete)
resultados aos seus Diretores; membros, para um mandato de 3 (três) anos, permitida apenas
III - Prevalência do interesse da população na garantia do uma recondução por igual período, sendo composto da seguinte
seu direito à saúde e na prestação dos serviços de forma digna, forma:
célere, humana, de qualidade e eficiente. I - O Secretário Municipal de Saúde de Niterói;
II - O Vice-presidente da Vice-presidência de Atenção Cole-
CAPÍTULO II tiva, Ambulatorial e de Família da Fundação Municipal de Saúde
DOS OBJETIVOS - VIPACAF;
III - O Vice-presidente da Vice-presidência de Atenção Hos-
pitalar e de Emergência - VIPAHE;
Art. 4º Orientada pela finalidade inscrita no artigo 2º e com IV - Um membro representante da gestão técnica da Funda-
observância do disposto no artigo 3º a FeSaúde adotará os se- ção Municipal de Saúde de Niterói com notável conhecimento
guintes objetivos: em saúde pública, a critério e escolha determinados pela Funda-
I - Atuar de forma integrada e em acordo com o Plano de ção Municipal de Saúde;
Saúde do Município, com as pactuações regionais e com as Polí- V - Um membro representante dos funcionários da FeSaú-
ticas Estadual e Nacional de Saúde; de, escolhido por eleição direta, organizada pela própria Funda-
II - Promover a Educação Permanente e a qualificação dos ção em parceria com as entidades sindicais que os representem;
profissionais da FeSaúde e da rede municipal de saúde, no que VI - Um membro representante do Conselho Municipal de
tange ao objeto da sua atuação; Saúde de Niterói, indicado pelo mesmo, contemplando a repre-
III - Estimular e promover a produção do conhecimento a sentação dos usuários;
partir dos resultados das intervenções em saúde propostas, com VII - Um membro representante da Universidade Federal
o objetivo de qualificar a atuação da Fluminense, escolhido pelo Reitor, dentre pessoas de notável
FeSaúde, envolvendo diretamente os seus profissionais e os conhecimento em saúde pública, especialmente na Atenção Bá-
da rede municipal de saúde; sica.
IV - Estabelecer parcerias com instituições de ensino e pes- § 1º O Presidente e o Vice-presidente do Conselho Curador
quisa com a mesma finalidade do proposto no inciso III; serão escolhidos dentre os representantes indicados nos incisos
V - Garantir o bom funcionamento dos serviços de saúde I a III, através de votação da qual participam todos os seus mem-
geridos pela FeSaúde; bros.
VI - Estabelecer parcerias de cooperação técnica, celebrar § 2º Na ausência de indicação formal do Reitor da Univer-
acordos, contratos, convênios e outras espécies de ajustes com sidade Federal Fluminense, prevista no inciso VII, o Conselho
Municípios, Estados, União, entidades públicas ou privadas, na- Curador poderá escolher seu representante no quadro docente
cionais ou internacionais, com o objetivo de cumprir sua finali- da Universidade, dentre aqueles que tenham notório conheci-
dade e contribuir para o desenvolvimento da atenção à saúde. mento em saúde pública, especialmente na Atenção Básica.
§ 3º A cada membro titular corresponde um suplente eleito
ou indicado pelo mesmo processo previsto no caput.
§ 4º Os suplentes dos Conselheiros dos incisos I a III serão
indicados pelo Chefe do Poder Executivo Municipal.

20
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
§ 5º Em caso de falecimento, renúncia, destituição, incom- § 10 . Toda matéria objeto de deliberação do Conselho
patibilidade e impedimento de um membro titular, o Conselho Curador será encaminhada ao Diretor-Geral da FeSaúde para
empossará o suplente e solicitará a sua substituição, no prazo dar publicidade.
máximo de 30 dias. § 11 . O Conselho Curador poderá nomear uma Comissão
§ 6º Em caso de dissolução das entidades mencionadas nes- de Assessoramento para ajudá-lo na análise técnica das ques-
te artigo, o Conselho Curador convocará reunião extraordinária tões objeto de suas deliberações, composta de, no máximo, três
para a reforma do presente Estatuto com substituição dos repre- membros, devendo a escolha recair obrigatoriamente dentre
sentantes daquelas entidades. pessoas com notório conhecimento na área de saúde coletiva,
§ 7º Haverá sempre a participação dos membros da Dire- gestão, administração ou contabilidade.
toria Executiva nas reuniões do Conselho Curador, sem direito Art. 8º O Conselho Curador reunir-se-á ordinariamente, a
a voto. cada ano, para examinar e aprovar:
§ 8º Os membros do Conselho Curador exercerão suas ativi- I - Até o dia 31 de março do exercício vigente, as demonstra-
dades gratuitamente. ções contábeis e o relatório circunstanciado das atividades rea-
§ 9º O Conselheiro tem a obrigação de informar previamen- lizadas no exercício anterior, elaborados pela Diretoria Executiva
te sua impossibilidade de participação de uma reunião do Con- e apreciados pelo Conselho Fiscal;
selho Curador em tempo oportuno para que seja substituído por II - Encaminhar o Plano de Atividades e a previsão orçamen-
seu suplente. tária para o exercício seguinte, elaborados pela Diretoria Execu-
§ 10 . O Conselheiro que faltar, no período de um ano, a três tiva e apreciados pelo Conselho Fiscal, obedecendo os prazos
reuniões ordinárias consecutivas ou a 40% (quarenta por cento) estabelecidos pela legislação municipal.
do total das reuniões daquele ano, sem justificativa aprovada Art. 9º O Conselho Curador deverá ser ouvido pela Diretoria
pelo Conselho Curador, perderá o seu mandato e será substi- Executiva da FeSaúde sobre aspectos da gestão da Atenção em
tuído. Saúde, como órgão consultivo.
§ 11 . O Conselho de Curador deverá ser constituído no pra- Art. 10. Além do dever primordial de velar pelo aprimora-
zo de 15 (quinze) dias a contar da publicação deste Estatuto. mento das atividades da FeSaúde e exercer, coletivamente e
Art. 7º O Conselho Curador reunir-se-á ordinária e extraor- mediante iniciativa de cada um dos seus membros, permanente
dinariamente. interação com a Diretoria Executiva, compete, privativamente,
§ 1º As reuniões ordinárias do Conselho Curador são men- ao Conselho Curador:
sais ou bimensais, por deliberação do próprio Conselho, esta- I - Reformar o Estatuto, respeitando o quórum indicado no
belecidas em calendário anual, e convocadas com antecedência §1º desse artigo, em reunião convocada exclusivamente para
mínima de cinco dias úteis. esse fim, com a participação obrigatória da Diretoria Executiva.
§ 2º As reuniões do Conselho Curador realizar-se-ão na sede II - Propor a extinção da FeSaúde, respeitando o quórum
da FeSaúde, somente sendo fora dela por motivos justificados. indicado no §1º desse artigo, em reunião convocada exclusiva-
§ 3º Nos casos de licença, falta ou impedimento legal, oca- mente para esse fim e com a participação obrigatória da Direto-
sional ou temporário, o suplente substituirá o membro titular e ria Executiva.
terá direito a voto. III - Elaborar o Regimento do Conselho Curador.
§ 4º As reuniões extraordinárias realizar-se-ão a qualquer IV - Aprovar:
tempo, quando assuntos de relevância as exigirem, e serão con- a. O Plano Anual e Plurianual de ações da FeSaúde;
vocadas pelo Presidente ou por pelo menos metade dos mem- b. O Regimento Interno da FeSaúde, proposto pela Diretoria
bros do Conselho, com antecedência mínima de 24 (vinte e qua- Executiva;
tro) horas. c. O Anexo do Regimento Interno que define a estrutura or-
§ 5º Os avisos de convocação das reuniões ordinárias e ex- ganizacional da FeSaúde e as atribuições dos seus administrado-
traordinárias mencionarão o local, a data, a hora e a matéria res, gestores e empregados;
a ser tratada, sendo expedidos aos Conselheiros por via postal d. Os Anexos do Regimento Interno da FeSaúde que discipli-
ou por meio eletrônico, em qualquer das hipóteses, mediante nam o sistema de gestão de pessoas, compreendendo o Quadro
o comprovante do envio e da recepção, acompanhado de cópia de Pessoal, o Plano de Desenvolvimento de Recursos Humanos,
dos documentos necessários à discussão da pauta. o Plano de Emprego e Salários, o Regulamento que disciplina a
§ 6º As reuniões do Conselho Curador só poderão instalar- avaliação do desenvolvimento funcional e outros temas da ges-
-se com a presença de no mínimo a maioria simples dos mem- tão de pessoal;
bros do Conselho. e. A prestação de contas anual da Diretoria Executiva, po-
§ 7º O Presidente do Conselho terá, no caso de empate nas dendo, para a sua análise, requisitar auditoria independente;
deliberações em duas votações seguidas, o voto de desempate. f. A composição do Conselho Fiscal, como previsto no ar-
§ 8º A reunião do Conselho pode ser secretariada por um tigo 23;
secretário ad hoc, escolhido pelos presentes ou dentre funcio- g. As prestações de contas referentes aos recursos especí-
nários convidados. ficos e que devam, isoladamente, ser encaminhadas aos órgãos
§ 9º Dos trabalhos e deliberações lavrar-se-á ata, em folhas da Administração Pública que os concederam;
soltas, numeradas e rubricadas, que ficará arquivada com a lista h. O plano orçamentário da FeSaúde;
de presença dos participantes da reunião, incluídos os convida- i) A proposta de gestão;
dos.

21
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
j. Os reajustes salariais e a remuneração, inclusive dos § 2º Os demais Diretores serão escolhidos e nomeados pelo
membros da Diretoria Executiva, que deverão ser compatíveis Diretor Geral dentre profissionais de notório conhecimento e
com aqueles do mercado de trabalho para profissionais e cargos experiência nas áreas de atuação pertinentes, para um mandato
equivalentes, não podendo ser superior à remuneração do teto de três anos, permitida apenas uma recondução por igual perí-
municipal; odo.
k. O Regulamento com os procedimentos para a contratação § 3º Os demais cargos de Chefia e Assessoramento, confor-
de pessoal, incluindo o estabelecimento de critérios técnicos e me o disposto no Plano de Emprego e Salários e no Plano de
exigências para o exercício das funções gerenciais e ocupação Desenvolvimento de Recursos Humanos, serão nomeados pela
dos cargos da Diretoria Executiva; Diretoria Geral.
L - A contratação de empresa de auditoria independente § 4º O Diretor Geral e os demais Diretores são responsáveis
para a realização do exame das demonstrações financeiras, exi- pelos atos praticados em desconformidade com a lei, com o Es-
gidas por lei ou por órgãos de controle externo; tatuto da FeSaúde, com os Contratos de Gestão firmados, com
m. O recebimento de doações com encargos. as Pactuações Regionais, com as Políticas Públicas de Saúde e
V - Exercer a fiscalização e o controle dos atos da Diretoria com as diretrizes institucionais emanadas pelo Conselho Cura-
Executiva; dor.
VI - Solicitar, através de qualquer dos seus membros, aos Art. 12. O Diretor Geral representará a FeSaúde em juízo ou
empregados com cargo de direção da FeSaúde, esclarecimentos, fora dele.
informações e prestações de contas eventuais; Parágrafo único. O Diretor-Geral será substituído em suas
VII - Encaminhar ao Tribunal de Contas do Estado do Rio de faltas e impedimentos pelo Diretor de Atenção à Saúde e, na
Janeiro, até 30 de junho de cada ano, a prestação de contas do ausência deste, pelo Diretor Administrativo.
exercício anterior;
Art. 13. Além do dever primordial de administrar a FeSaúde
VIII - Deliberar, em instância final, sobre os demais assuntos
no sentido da consecução dos objetivos enunciados no art. 4º,
de interesse da FeSaúde;
compete à Diretoria Executiva:
IX - Decidir os casos omissos nesse Estatuto.
I - Elaborar, para deliberação do Conselho Curador:
§ 1º As deliberações sobre as matérias constantes dos inci-
a. Os Planos Anual e Plurianual de Ações da FeSaúde;
sos I e II serão tomadas pelo voto de no mínimo 5 (cinco) mem-
b. Os contratos de gestão a serem firmados;
bros do Conselho Curador e sobre os demais assuntos com o
c. O Regimento Interno da FeSaúde, seus Anexos e Regula-
voto de pelo menos a maioria simples dos membros.
§ 2º No caso da propositura, pelo Conselho Curador, da ex- mentos Específicos previstos neste Estatuto;
tinção da FeSaúde, nos moldes do inciso II do artigo 10, esta d. A Estrutura Organizacional da FeSaúde;
somente poderá efetivar-se mediante aprovação de dois terços e. O Plano de Atividades e a previsão orçamentária para o
dos membros do Conselho Municipal de Saúde, em reunião es- exercício seguinte, até a data prevista na legislação municipal;
pecífica para esta pauta, com autorização legislativa. f. Até 15 de março de cada ano, o relatório circunstanciado
§ 3º Caso as deliberações sobre a reforma do Estatuto cons- das atividades desenvolvidas e o demonstrativo da situação eco-
tante no Inciso I não sejam aprovadas pela unanimidade dos nômico-financeira da FeSaúde no exercício findo.
presentes, deverão os Administradores da FeSaúde, requerer II - Analisar e referendar, previamente à deliberação do Con-
que seja dada ciência à minoria vencida para, se julgar pertinen- selho Curador, a Prestação de Contas, a Proposta Orçamentária
te, impugná-la no prazo de 10 (dez) dias. e o Plano de Atividades para o exercício seguinte;
§ 4º As propostas de modificação dos artigos 1º e 2º do Es- III - Baixar normas, fixar rotinas e estabelecer procedimen-
tatuto não serão objeto de deliberações, salvos o §2º do art.1º e tos operacionais padrão e fluxos para o adequado funcionamen-
aquelas decorrentes de disposição legal. to da FeSaúde, no tocante aos assuntos técnicos, científicos, de
ensino, administrativos, financeiros, de pessoal e de serviços;
CAPÍTULO III IV - Elaborar e consolidar o planejamento físico e financeiro
DA DIRETORIA EXECUTIVA da FeSaúde;
V - Indicar 1 (um) membro titular e 1 (um) suplente para
compor o Conselho Fiscal, obedecendo o disposto no Capítulo
Art. 11. A Diretoria Executiva, órgão de direção subordinada IV, art. 23, parágrafo 1º;
e de administração superior, é constituída por profissionais de VI - Gerir o patrimônio da FeSaúde;
notório conhecimento em saúde pública e administração, con- VII - Cumprir e fazer cumprir o presente Estatuto e as deli-
tratados para atuarem nas seguintes Diretorias: berações do Conselho Curador.
I - Diretoria Geral; Parágrafo único. São reservadas à Diretoria Executiva outras
II - Diretoria Administrativa; atribuições que não lhe sejam vedadas por este Estatuto e se
III - Diretoria Financeira; compreendam no âmbito natural de sua competência.
IV - Diretoria de Atenção à Saúde; Art. 14. A Diretoria Executiva reunir-se-á, ordinariamente, a
V - Diretoria de Gestão do Trabalho, Ensino e Produção do cada quinze ou trinta dias, de acordo com avaliação da necessi-
Conhecimento. dade e deliberação da própria Diretoria e, extraordinariamente,
§ 1º O Diretor Geral, dirigente maior da Diretoria Executiva, quando convocada pelo Diretor Geral.
será indicado pelo Chefe do Poder Executivo Municipal para um § 1º A reunião da Diretoria Executiva será secretariada por
mandato de três anos, permitida apena uma recondução por um secretário ad hoc, escolhido pelos presentes, dentre funcio-
igual período. nários da FeSaúde.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
§ 2º Em todas as reuniões da Diretoria Executiva lavrar-se-á SEÇÃO II
ata, por folhas soltas, numeradas e rubricadas, que ficará arqui- DA DIRETORIA ADMINISTRATIVA
vada com a lista de presença dos participantes da mesma.
§ 3º Quando houver motivo ponderável, a Diretoria Executi- Art. 16. A Diretoria Administrativa é dirigida pelo Diretor
va reunir-se-á fora da sede da FeSaúde. Administrativo, ao qual compete:
§ 4º A Diretoria Executiva pode convidar membros do Con- I - Coordenar as atividades administrativas da FeSaúde;
selho Curador para, isoladamente, em comissão ou em grupo II - Auxiliar o Diretor Geral no desempenho do seu cargo e
de trabalho, tratar de assuntos especiais que forem objeto de substituí-lo em suas faltas e impedimentos legais, na ausência
deliberação do Conselho Curador ou da Diretoria Executiva. concomitante do Diretor de Atenção a Saúde, conforme art. 12
e seu parágrafo;
SEÇÃO I III - Difundir a missão e os objetivos da FeSaúde perante en-
DA DIRETORIA GERAL tes públicos e privados;
IV - Estimular e manter intercâmbio com pessoas e entida-
des interessadas na consecução dos objetivos previstos no arti-
Art. 15. À Diretoria Geral da FeSaúde, dirigida pelo Diretor go 4º;
Geral, compete gerir a Fundação de acordo com o disposto nes- V - Liderar e colaborar com os responsáveis pelo desenvolvi-
te Estatuto e com as deliberações do Conselho Curador e da Di- mento de atividades administrativas dos serviços que compõem
retoria Executiva. a estrutura da FeSaúde;
§ 1º Cabe ainda ao Diretor-Geral: VI - Desenvolver processos de trabalho, protocolos, fluxos e
I - Escolher e nomear os demais membros da Diretoria Exe- procedimentos operacionais padrão que organizem e otimizem
cutiva; as atividades administrativas da FeSaúde;
II - Nomear os demais cargos de chefia e assessoramento; VII - Planejar, coordenar e preparar os processos de contra-
III - Convocar e presidir as reuniões da Diretoria Executiva, tação de bens e serviços, conforme as necessidades dos serviços
organizando a pauta ou ordem do dia; de saúde da FeSaúde, nos termos da Lei de Licitações e Contra-
IV - Coordenar as ações desenvolvidas pelos demais mem- tos ou em Regulamento próprio;
bros da Diretoria Executiva, bem como das chefias e assessorias;
VIII - Gerir administrativamente convênios e contratos cele-
V - Assinar ato, documento ou correspondência em nome
brados com a FeSaúde;
da FeSaúde ou que implique obrigação ou responsabilidade ins-
IX - Gerir as ações e contratos relativos a investimento, de-
titucional, inclusive os Contratos de Gestão;
senvolvimento e manutenção da infraestrutura e serviços de
VI - Elaborar proposta para os Contratos de Gestão, junto à
saúde da FeSaúde;
Diretoria Executiva, e encaminhá-la ao Conselho Curador;
X - Oferecer suporte especializado para as áreas finalísticas
VII - Autorizar:
da Fundação;
a. A aquisição de bens e serviços e a realização de obras, de
acordo com o orçamento; XI - Auxiliar na construção do Regimento Interno.
b. A contratação e a dispensa do pessoal do quadro perma-
nente ou eventual, temporário e de confiança da FeSaúde, de SEÇÃO III
acordo com o Plano de Atividades e Plano de Emprego e Salários DA DIRETORIA FINANCEIRA
da FeSaúde;
c. As publicações e comunicações externas, incluindo a cor-
respondência institucional; Art. 17. A Diretoria Financeira é dirigida pelo Diretor Finan-
d. A celebração de convênios, contratos, programas e pro- ceiro, ao qual compete:
jetos em geral; I - Coordenar as atividades orçamentárias e financeiras da
e. ad referendum do Conselho Curador, as medidas da al- FeSaúde e auxiliar o Diretor Geral no desempenho de suas fun-
çada deste, prestando as devidas justificativas por escrito a pos- ções;
teriori, em caso de urgência de atendimento de situação que II - Promover a arrecadação de receitas e fundos para a Fe-
possa causar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, Saúde;
e desde que não haja tempo de reunir o Conselho Curador; III - Desenvolver processos de trabalho, protocolos, fluxos e
VIII - Encaminhar, trinta dias após cada quadrimestre, ao procedimentos operacionais padrão que organizem e otimizem
Conselho Curador, para distribuição aos Conselheiros, relatório as atividades orçamentárias e financeiras da FeSaúde;
financeiro e de atividades da FeSaúde, bem como transmitir ao IV - Propor à Diretoria Executiva medidas e programas visan-
Conselho Curador, em qualquer tempo, opiniões e recomenda- do a captação de recursos para o desenvolvimento da FeSaúde,
ções de interesse da Fundação; incluindo doações, patrocínios e programas de investimentos;
IX - Exercer o poder disciplinar; V - Realizar a gestão financeira e orçamentária dos convê-
X - Movimentar as contas bancárias e emitir cheques, sem- nios e contratos celebrados pela FeSaúde;
pre com a assinatura do Diretor Financeiro, o qual poderá ser VI - Elaborar e controlar o plano de contas contábil e a exe-
substituído em suas faltas e impedimentos pelo Diretor Admi- cução financeira da FeSaúde;
nistrativo; VII - Oferecer suporte especializado para as áreas finalísticas
XI - Encaminhar, para deliberação do Conselho Curador, os da FeSaúde;
pedidos de cessão temporária ou a substituição de bens e di- VIII - Propor ao Diretor Geral:
reitos.

23
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
a. A transposição de recursos de uma ação do plano de con- SEÇÃO V
tas contábil para outra, o desdobramento da despesa por gru- DA DIRETORIA DE GESTÃO DO TRABALHO,
pos e subgrupos e a alteração de previsões existentes; ENSINO E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO
b. Nos casos de emergência, a realização de despesas e ope-
rações financeiras não previstas na programação anual, quando
caracterizada a urgência do atendimento de situação que possa Art. 19. A Diretoria de Gestão do Trabalho, Ensino e Produ-
comprometer a segurança das pessoas e bens ou a eficiência do ção do Conhecimento é dirigida pelo Diretor de Gestão do Tra-
serviço; balho, Ensino e Produção do Conhecimento, ao qual compete:
IX - Elaborar a prestação de contas anual e outras específi- I - Auxiliar o Diretor Geral no desempenho de seu cargo;
cas da FeSaúde; II - Coordenar e qualificar as atividades de Educação Perma-
X - Auxiliar na construção do Regimento Interno. nente dos trabalhadores da FeSaúde;
III - Promover e viabilizar atividades de produção do conhe-
SEÇÃO IV cimento, a partir da prática das ações e serviços;
DA DIRETORIA DE ATENÇÃO À SAUDE IV - Gerir o trabalho e os trabalhadores da FeSaúde;
V - Gerir as relações de trabalho e de desenvolvimento dos
profissionais da FeSaúde;
Art. 18. A Diretoria de Atenção à Saúde é dirigida pelo Dire- VI - Coordenar os processos para realização de concurso pú-
tor de Atenção à Saúde, ao qual compete: blico ou seleção pública para os empregos do quadro de pessoal
I - Coordenar as atividades de atenção à saúde e a prestação da FeSaúde;
de serviços da área de atuação da FeSaúde; VII - Promover a humanização, o profissionalismo e o com-
II - Auxiliar o Diretor Geral no desempenho do seu cargo e prometimento, em conformidade com as diretrizes do Sistema
substituí-lo em sua ausência e impedimentos legais, ocasionais Único de Saúde;
e temporários, conforme art. 12 e seu parágrafo; VIII - Efetivar a projeção de despesa de pessoal;
III - Organizar as atividades fim da FeSaúde; IX - Propor, planejar, contratar, desenvolver e coordenar
IV - Elencar os produtos, metas, resultados e impacto das avaliações, estudos e pesquisas relativas aos trabalhadores e
estratégias, planos de atividades, funcionamento e organização ações da FeSaúde;
dos serviços de atenção à saúde para os Contratos de Gestão a X - Apresentar à Diretoria Executiva para que esta submeta
serem celebrados; à apreciação do Conselho Curador:
V - Acompanhar, monitorar e avaliar os resultados dos Con- a. Plano de Emprego e Salários da FeSaúde;
tratos de Gestão; b. Plano de Desenvolvimento de Recursos Humanos;
VI - Planejar e gerir ações de saúde previstas nos planos de c. Proposta de atualização e negociação de acordos coleti-
trabalho dos Contratos de Gestão celebrados; vos de trabalho com os funcionários da FeSaúde;
VII - Apresentar ao Conselho Curador para apreciação: d. Política de Educação Permanente da FeSaúde, em con-
a. Planos de atividades e serviços, global e específicos, da sonância com a Política Municipal, Estadual e Nacional de Edu-
FeSaúde, atualizados anualmente, com indicadores de desem- cação Permanente para o Sistema Único de Saúde, respeitando
penho e qualidade, globais e específicos; as demandas regionais específicas e as demandas sazonais, em
b. Plano de monitoramento e avaliação das metas estabe- virtude de epidemias ou condições similares;
lecidas para os contratos de gestão, em diálogo com o proposto e. Análises, avaliações, pesquisas e relatórios sobre o perfil,
nas Políticas de Saúde Municipal, Estadual e Nacional; a gestão da educação e do trabalho dos profissionais contrata-
VIII - Dotar os serviços de capacidade resolutiva, com o fim dos e geridos pela FeSaúde.
de alcançar eficiência e efetividade na atenção à saúde da po- XI - Auxiliar na elaboração do Regimento Interno;
pulação; XII - Coordenar as atividades de produção do conhecimento
IX - Auxiliar na elaboração do Regimento Interno; que visem dar respaldo científico às tecnologias leves desenvol-
X - Colaborar no desenvolvimento das atividades científicas vidas nas atividades da FeSaúde;
e as que visem a incorporação de tecnologia nas atividades da XIII - Gerenciar a atividade de capacitação técnico-pedagó-
FeSaúde; gica, teórica ou em serviço, a ser realizada por Núcleos de Apoio
XI - Estabelecer intercâmbio com entidades, serviços, em- Técnico-metodológicos estabelecidos dentro das Políticas e Di-
presas, universidades, faculdades, institutos e departamentos retrizes do Sistema Único de Saúde;
que constituam parcerias no desenvolvimento da saúde; XIV - Estabelecer intercâmbio com universidades, faculda-
XII - Colaborar com os demais Diretores na promoção, orga- des, institutos, escolas de formação técnica, entidades do setor
nização e difusão de eventos de natureza científica, educacional público, entidades filantrópicas, empresas e departamentos que
e cultural. constituam parcerias no desenvolvimento profissional do traba-
lhador da FeSaúde;
XV - Colaborar com os demais Diretores na promoção, orga-
nização e difusão de eventos de natureza científica, educacional
e cultural;
XVI - Gerir todos os demais atos inerentes às relações da
gestão do trabalho.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
SEÇÃO VI CAPÍTULO IV
DA ASSESSORIA JURÍDICA DO CONSELHO FISCAL

Art. 20. A FeSaúde contará com uma Assessoria Jurídica, su- Art. 23. O Conselho Fiscal, órgão de fiscalização da gestão
bordinada à Diretoria Executiva, responsável pela representação econômico financeira da FeSaúde, terá a seguinte composição:
judicial e extrajudicial da Fundação, à qual compete: I - 1 (um) representante indicado pela Diretoria Executiva;
I - Emitir parecer jurídico sobre matéria de interesse da Fe- II - 1 (um) representante indicado pela Secretaria Municipal
Saúde; de Fazenda;
II - Responder as consultas jurídicas que lhe forem formu- III - 1 (um) representante indicado pela Secretaria Municipal
ladas; de Planejamento, Controle e Modernização da Gestão.
III - Colaborar na elaboração de Regulamentos e demais § 1º Os membros do Conselho Fiscal exercerão mandato de
atos normativos internos da FeSaúde; 3 (três) anos.
IV - Contribuir para a elaboração de minutas de contratos, § 2º Os membros indicados para o Conselho Fiscal, esco-
convênios, editais, acordos, exposições de motivos, memoriais lhidos dentro do Quadro de Pessoal da Administração Pública
ou outras quaisquer peças que envolvam matéria jurídica; Municipal de Niterói, deverão possuir capacidade e notório co-
V - Propor à Diretoria Executiva da FeSaúde providências de nhecimento na área econômico-financeira e contábil.
ordem jurídica visando a correta aplicação das normas vigentes; § 3º A Diretoria Executiva submeterá ao Conselho Curador,
VI - Representar a FeSaúde nas causas em que esta figurar com direito a veto, a aprovação da composição do Conselho Fis-
como parte ou terceira interessada; cal.
VII - Representar a FeSaúde e defender seus interesses em § 4º O Conselho Fiscal reunir-se-á mensalmente e extraordi-
processos administrativos perante os órgãos de Controle Exter- nariamente sempre que necessário ou quando convocado pelo
no, requerendo e promovendo o que for de direito; Conselho Curador ou pela Diretoria Executiva.
VIII - Propor justificadamente e solicitar autorização por es- § 5º O Conselho Fiscal deverá ser instituído num prazo de
crito ao Diretor Geral para celebrar acordos nos casos em que a até 30 (trinta) dias após a publicação deste Estatuto.
autocomposição contemple o interesse público; § 6º Em caso de vacância de integrante, titular ou suplen-
IX - Orientar sobre a forma de cumprimento de decisões te, caberá aos outros membros do Conselho Fiscal solicitar as
judiciais. substituições, nos moldes dos incisos deste artigo, respeitando
Art. 21. A Assessoria Jurídica será chefiada por um Advoga- o prazo máximo de 30 dias.
do Chefe, de livre nomeação e exoneração, conforme o disposto § 7º Os membros do Conselho Fiscal têm os mesmos de-
no artigo 11, § 3º, escolhido dentre profissionais de notável co- veres dos membros do Conselho Curador e respondem pelos
nhecimento jurídico e reputação ilibada com, no mínimo, três danos resultantes de omissão do cumprimento de seus deveres
anos de inscrição na OAB ou Procurador do Município de Niterói e de atos praticados com culpa ou dolo ou com violação do Es-
efetivo. tatuto.
Art. 24. São atribuições do Conselho Fiscal:
SEÇÃO VII I - Examinar os livros contábeis e quaisquer outros docu-
DEMAIS CHEFIAS E ASSESSORIAS mentos da FeSaúde;
DO ORGANOGRAMA DA FUNDAÇÃO II - Fiscalizar os atos da Diretoria Executiva e verificar o cum-
primento dos seus deveres legais, estatutários e regimentais;
III - Apurados erros, fraudes ou delitos, comunicar à Dire-
Art. 22. O Regimento Interno da FeSaúde conterá o organo- toria Executiva e ao Conselho Curador e notificar ao Ministério
grama necessário para o bom e adequado funcionamento e con- Público do Estado do Rio de Janeiro;
secução dos objetivos da FeSaúde, podendo propor a criação de IV - Opinar sobre:
Chefias e Assessorias que respondam por parte das atribuições a. As demonstrações contábeis da FeSaúde e demais dados
da Diretoria Executiva ou de atividades específicas. concernentes à prestação de contas perante os órgãos de con-
§ 1º A proposta de Regimento Interno será apresentada trole interno e externo;
para aprovação do Conselho Curador, acompanhada do respec- b. O balancete mensal;
tivo organograma, no prazo máximo 90 dias, após o registro do c. Aquisição, alienação e oneração de bens pertencentes à
presente Estatuto no Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurí- FeSaúde;
dicas de Niterói. d. O relatório anual no qual conste a situação econômico,
§ 2º Juntamente com a proposta de Regimento Interno de- financeira e contábil, fazendo constar do parecer as informações
verá ser apresentado, para aprovação do Conselho Curador, o complementares que julgar necessárias à deliberação do Conse-
Plano de Empregos e Salários estabelecendo critérios técnicos lho Curador.
e exigências para o exercício das funções gerenciais e ocupação
dos cargos da Diretoria Executiva, observados os critérios dis-
postos na Lei Municipal 3.133, de 13 de abril de 2015.

25
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
TÍTULO III IV - Descumprimento de deveres profissionais estabeleci-
DO PESSOAL dos em normas específicas aplicáveis à categoria profissional, a
CAPÍTULO I exemplo de códigos de ética das profissões.
DO QUADRO DE PESSOAL § 1º Será assegurado ao empregado demitido o direito à
ampla defesa e ao contraditório, através de procedimento ad-
ministrativo, a ser conduzido por comissão especial designada
Art. 25. As relações de trabalho firmadas pela FeSaúde se- pela Diretoria Executiva, composta por, no mínimo, três pessoas.
rão regidas preponderantemente pela Consolidação das Leis de § 2º O empregado poderá ser afastado de suas funções du-
Trabalho (Decreto-lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943) e respec- rante o período de tramitação do processo de dispensa, a cri-
tiva legislação complementar, sendo-lhes aplicáveis, no que cou- tério da Diretoria de Gestão do Trabalho, Ensino e Produção do
ber, as disposições do Capítulo VII, do Título III, da Constituição Conhecimento.
da República Federativa do Brasil, pertinentes à Administração Art. 30. A FeSaúde organizará o seu Quadro de Pessoal de
Pública. acordo com o Plano de Emprego e Salários, a ser proposto pela
Parágrafo único. Ao pessoal da FeSaúde são aplicáveis as Diretoria Executiva e aprovado pelo Conselho Curador, o qual
normas constitucionais referentes à acumulação de cargos, em- deverá contemplar um Plano de Desenvolvimento de Recursos
pregos e funções na Administração Pública, a legislação criminal Humanos.
e de responsabilização pela prática de atos de improbidade ad- Parágrafo único. É obrigatória a instituição de sistema misto
ministrativa. e variável de remuneração, que deverá contemplar, ao lado do
Art. 26. O ingresso nos empregos da FeSaúde far-se-á atra- salário fixo, não inferior ao salário
vés de concurso público de provas e títulos. mínimo profissional, prêmios/incentivos de desempenho,
§ 1º O concurso público será realizado para provimento dos mediante avaliação permanente, conforme disciplinado em ato
empregos, considerando a natureza e a complexidade das atri- próprio do Conselho Curador.
buições, conforme a disponibilidade orçamentária e financeira e Art. 31. Os quantitativos dos empregos do quadro próprio
o disposto na regulamentação da FeSaúde. serão estabelecidos pela FeSaúde, bem como as funções de di-
§ 2º O tempo de experiência profissional na área específica reção, chefia e assessoramento, conforme previsão constante
de atuação será obrigatoriamente considerado como título para nesse Estatuto.
fins de pontuação em concurso público. CAPÍTULO II
§ 3º O prazo de validade do concurso público será de até 2 DAS RESPONSABILIDADES DOS
(dois anos), prorrogável uma vez, por igual período. DIRIGENTES DA FUNDAÇÃO
§ 4º A nomeação para o exercício de atribuições de dire-
ção, chefia e assessoramento deverá observar prévia experiên- Art. 32. Constitui responsabilidade dos membros do Con-
cia profissional na respectiva área de atuação, reputação ilibada selho Curador e da Diretoria Executiva o fiel cumprimento do
e atendimento aos requisitos de elegibilidade previstos na Lei contrato de gestão firmado com o Poder Público, especialmente
Complementar nº 64/1990, com as alterações trazidas pela Lei no que se refere às metas de desempenho e à correta aplicação
Complementar nº 135/2010. dos recursos financeiros.
§ 5º As atribuições de direção, chefia e assessoramento são § 1º O descumprimento total ou parcial das cláusulas do
de livre nomeação e exoneração, podendo ser exercidas por contrato de gestão, assim como a reiterada insuficiência de de-
pessoas estranhas ao quadro próprio, até a implementação do sempenho da FeSaúde, poderá motivar a exoneração dos mem-
Plano de Emprego e Salários e a realização de concurso público. bros da Diretoria Executiva, sem prejuízo de eventual responsa-
Art. 27. Para atender à necessidade temporária de excep- bilização criminal e/ou civil.
cional interesse público, a FeSaúde poderá, mediante processo § 2º Exime-se de responsabilidade o dirigente que faça con-
seletivo simplificado, contratar temporários para o exercício de signar sua divergência em ata de reunião do Conselho Curador
determinadas funções, nos moldes da legislação pertinente. ou da Diretoria Executiva.
Art. 28. A FeSaúde poderá contratar especialistas ou em- § 3º Nos casos em que houver indício ou o efetivo descum-
presas especializadas, inclusive consultores independentes e primento total ou parcial das metas e obrigações pactuadas
auditores externos, para execução de trabalhos técnicos ou nos contratos de gestão ou de insuficiência de desempenho, a
científicos específicos, com prazo determinado, observadas as questão deverá ser levada ao Conselho Curador para adoção ou
disposições da Lei nº 8.666/1993 ou em Regulamento próprio. indicação das medidas cabíveis nos termos do presente Estatuto
Art. 29. A dispensa dos empregados do Quadro de Pessoal e daquelas previstas nos próprios contratos.
Permanente da FeSaúde deverá ser motivada, com fundamen- Art. 33. Os dirigentes não são responsáveis por atos ilícitos
to em uma das causas elencadas no art. 482 da Consolidação praticados por outros administradores, salvo se com eles forem
das Leis de Trabalho, ressalvados os casos de funções de dire- coniventes, se negligenciarem a fiscalização ou se, deles tendo
ção, chefia e assessoramento, de livre nomeação e exoneração. conhecimento, deixarem de agir para impedir a sua prática.
Constituem motivo para a dispensa, dentre outros, os seguintes: Art. 34. Os membros do Conselho Curador e da Diretoria
I - Faltas graves, conforme disposto na legislação trabalhista; Executiva respondem administrativa, civil e criminalmente pe-
II - Insuficiência de desempenho, conforme critérios e pro- los prejuízos que causarem à entidade ou a terceiros, quando
cedimentos definidos no Plano de Emprego e Salários; procederem no exercício de suas atribuições com culpa ou dolo.
III - Desrespeito às normas internas da FeSaúde; Art. 35. Os membros da Diretoria Executiva poderão ser
destituídos nos seguintes casos:

26
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
I - Prática de ato de improbidade administrativa, nos termos § 2º Os contratos e convênios que a FeSaúde firmar com
da legislação específica; entidades públicas que integram o Sistema Único de Saúde, nas
II - Descumprimento do Estatuto e/ou demais regulamentos esferas federal, estadual ou municipal, deverão observar as re-
da FeSaúde; gras da regionalização das ações e serviços de saúde.
III - Má-gestão e descumprimento injustificado do contrato
de gestão; TÍTULO V
IV - Prática de infração penal que guarde relação com a fun- DOS CONTRATOS
ção exercida.
Art. 36. Os dirigentes da FeSaúde respondem pessoal e di- CAPÍTULO I
retamente: DO CONTRATO DE GESTÃO
I - Por atos praticados com excesso de poder ou desvio de
finalidade;
II - Pelo descumprimento injustificado do contrato de ges- Art. 39. A FeSaúde celebrará contrato de gestão, contendo
tão; o Plano Plurianual, as obrigações e responsabilidades de seus
III - Pelos danos ocasionados ao erário e/ou à população por dirigentes e penalidades administrativas para o descumprimen-
má gestão, quando devidamente comprovados. to injustificado do contrato, conforme previsto neste Estatuto.
§ 1º O Plano Plurianual deverá conter os objetivos e me-
TÍTULO IV tas quantificados e aprazados, os indicadores de desempenho
DO PATRIMÔNIO E DA RENDA e, ainda, se desdobrar em Planos de Atividades anuais com seus
CAPÍTULO I respectivos orçamentos.
DO PATRIMÔNIO § 2º O contrato de gestão poderá ser assinado pelo prazo
máximo de cinco anos.
§ 3º O contrato de gestão será avaliado anualmente den-
Art. 37. O patrimônio da FeSaúde é constituído por: tro dos critérios e metas estabelecidos no próprio contrato de
I - Todos os bens móveis e imóveis que lhe sejam destinados gestão.
e afetados e pelos que vier a adquirir ou receber por doação § 4º A FeSaúde deverá investir, anualmente, no mínimo
e legado, de pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou 3% de suas receitas próprias, na qualificação, desenvolvimento
privado, nacionais ou estrangeiras; e publicização de suas atividades, em especial em ações desti-
II - Pelos demais bens e direitos que haja adquirido, produ- nadas à inovação tecnológica, modernização administrativa,
zido ou que venha a produzir; qualificação do processo de trabalho, educação permanente de
III - Pelos demais bens elencados no art. 5º da Lei Municipal pessoal, pesquisa, adequação mobiliária e imobiliária e comuni-
nº 3.133/2015. cação social.
§ 1º O patrimônio da FeSaúde somente poderá ser utilizado § 5º A Diretoria Executiva, responsável pelo acompanha-
na manutenção e consecução de suas finalidades. mento e cumprimento global dos contratos de gestão, deverá
§ 2º Caso a FeSaúde seja extinta, seu patrimônio será rever- nominar os responsáveis pelo cumprimento parcial das metas
tido ao patrimônio do Município, mediante lei específica. contratuais para efeito de definição de responsabilidades.
Art. 40. Na elaboração do contrato de gestão, deverão ser
CAPÍTULO II observados obrigatoriamente os seguintes requisitos:
DA RENDA I - Os Planos Operativos da entidade contratante, aos quais
estarão vinculadas as fontes de recursos previstas para o paga-
mento à FeSaúde pelo desenvolvimento e prestação de serviços;
Art. 38. Constituem receitas da FeSaúde: II - Os objetivos, resultados e metas de desempenho a se-
I - As receitas decorrentes da prestação de serviços de as- rem alcançados pela FeSaúde e dos respectivos indicadores e
sistência à saúde ou de qualquer outra atividade própria às suas prazos para a execução;
finalidades estatutárias; III - Plano operacional contendo a estimativa dos recursos
II - Recursos oriundos de convênios, contratos ou acordos e cronograma de desembolso dos recursos financeiros neces-
de cooperação técnica, firmados com entidades públicas ou pri- sários à execução dos serviços pactuados, durante a vigência do
vadas, nacionais ou estrangeiras; contrato;
III - Outros recursos financeiros da União, do Estado e do IV - Obrigações e responsabilidades dos contratantes em
Município, repassados à FeSaúde; relação às metas de desempenho definidas e à garantia das con-
IV - As resultantes da alienação de bens não essenciais à sua dições logísticas, materiais e de infra-estrutura necessárias para
finalidade, autorizadas pelo Conselho Curador; o adequado funcionamento dos serviços de saúde relacionados
V - As resultantes de aplicações financeiras, na forma da le- a essas metas;
gislação vigente; V - Sistemática de acompanhamento, monitoramento e
VI - Outras receitas de qualquer natureza. avaliação, contendo critérios, parâmetros e indicadores a serem
§ 1º Fica vedado à FeSaúde, sob pena de responsabilização considerados na avaliação de desempenho dos serviços da Fe-
do Diretor Geral, a assunção de compromissos com terceiros Saúde no cumprimento do contrato de gestão;
que violem as normas do Sistema Único de Saúde, em especial VI - Penalidades aplicáveis em caso de descumprimento
as da gratuidade da assistência integral à saúde ao cidadão e injustificado de metas e obrigações pactuadas no contrato de
igualdade de atendimento. gestão;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
VII - Condições para revisão, renovação e prorrogação do § 1º Cabe ao Conselho Curador e à Diretoria Executiva, con-
contrato de gestão; forme a respectiva competência, promover medidas estatutá-
VIII - Prazo de vigência. rias destinadas a efetivar o afastamento, destituição ou dispensa
Art. 41. A FeSaúde apresentará aos contratantes, ao térmi- do responsável pela violação desse dever comum, sem prejuízo
no de cada exercício financeiro, ou a qualquer momento em que de outras medidas legais tendentes a reparar eventual dano ou
for solicitado, relatório pertinente à execução do contrato. prejuízo causado.
Art. 42. Caberá à FeSaúde promover a ampla divulgação, § 2º Quando a natureza do fato exigir, o Conselho Curador
por meios físicos e eletrônicos, dos relatórios anuais sobre a exe- ou a Diretoria Executiva, conforme a respectiva competência,
cução de contratos de gestão, que contemplem demonstrativos adotará procedimentos regulares para apuração e comprovação
da realização financeira e dos devidos registros contábeis. da violação do dever estatutário e do eventual dano ou prejuí-
Art. 43. Os contratos e convênios que a FeSaúde firmar com zo dela decorrente, garantindo-se ao responsável pela ação ou
entidades públicas que integram o Sistema Único de Saúde, nas omissão o direito a ampla defesa, na forma da lei.
esferas federal, estadual ou municipal, deverão observar as re- Art. 51. A Diretoria Executiva consolidará, periodicamente,
gras da regionalização das ações e serviços de saúde. as diretrizes e normas de atuação da FeSaúde, visando favorecer
a regulação e o aperfeiçoamento da estrutura e do funciona-
CAPÍTULO II mento dos serviços.
DOS OUTROS CONTRATOS Art. 52. O Diretor Geral, a qualquer tempo, poderá solicitar
servidores ou empregados públicos ou ceder seus empregados
Art. 44. A contratação de obras, serviços, compras, aliena- para Administração Pública, direta e indireta, com ou sem preju-
ção e locação de bens submeter-se-á às disposições da Lei de ízo da remuneração de seus cargos ou funções.
Licitações e Contratos e demais legislação pertinente, podendo Parágrafo único. Respeitados os preceitos da legislação que
a FeSaúde elaborar Regulamento Especial, nos termos do art. lhe for aplicável, exercerá a FeSaúde poder disciplinar sobre o
119 da Lei Federal nº 8.666/93, observados os princípios que pessoal posto à sua disposição, cabendo-lhe inclusive a prática
regem a Administração Pública. dos atos pertinentes à situação funcional desse pessoal, confor-
me conjuntamente decidido com o órgão competente do gover-
TÍTULO V no municipal.
DO REGIME FINANCEIRO Art. 53. O pessoal cedido pelo executivo Municipal para a
FeSaúde, conforme previsto no art.8º da Lei nº 3133/2015, terá
Art. 45. O exercício financeiro coincidirá com o ano civil. o custo decorrente da cessão integralizado no contrato de ges-
Art. 46. Cabe à FeSaúde a adoção de plano e sistema de con- tão, bem como indicada a respectiva forma de compensação.
tabilidade e apuração de custos que permitam a análise da sua Art. 54. A FeSaúde arcará com as despesas de auditoria
situação econômica, financeira e operacional, em seus vários externa que o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro
setores, e a formulação adequada de programas de atividades. determinar que seja feita, quando entender necessário, para o
Art. 47. A prestação de contas anual deverá atender aos re- exame das contas prestadas.
quisitos previstos na legislação vigente. Art. 55. É vedada a participação da FeSaúde em atividade ou
Art. 48. A FeSaúde manterá os seus registros contábeis em movimento político-partidário.
conformidade com os Princípios Fundamentais de Contabilidade Art. 56. Os membros do Conselho Curador somente serão
e as Normas Brasileiras de Contabilidade e suas Interpretações considerados efetivos quando reunirem três condições: serem
Técnicas e Comunicados Técnicos, elaborados pelo Conselho Fe- devidamente indicados ou eleitos conforme prevê o art. 6º,
deral de Contabilidade, e suas respectivas alterações. serem empossados como membros pelo Conselho Curador e
Art. 49. A FeSaúde submeterá suas contas aos órgãos de estarem em pleno exercício da função, portanto, não afastados
controle interno e externo, nos termos da legislação vigente. ou impedidos por qualquer uma das razões previstas neste Es-
tatuto.
TÍTULO VI Art. 57. Todas as reuniões do Conselho Curador e do Conse-
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS, FINAIS E TRANSITÓRIAS lho Fiscal deverão ser registradas em livro próprio.
Art. 58. A FeSaúde poderá ser identificada por um símbolo
Art. 50. Os dirigentes, administradores, técnicos, cientistas, ou logomarca.
pesquisadores, professores, consultores e empregados têm o Art. 59. O presente Estatuto será registrado no Cartório do
dever de: Registro Civil das Pessoas Jurídicas de Niterói, Estado do Rio de
I - Zelar pelo patrimônio material e imaterial da FeSaúde; Janeiro.
II - Preservar os seus ideais, defender os seus interesses e Art. 60. Este Estatuto entrará em vigor por ocasião de seu
solidarizar-se na consecução dos seus objetivos; registro junto ao Cartório competente.
III - Participar, regularmente, de reuniões dos órgãos de
direção e administração e das comissões e grupos de trabalho
criados, bem como das atividades da FeSaúde;
IV - Cumprir os deveres estatutários, regimentais e contra-
tuais;
V - Manter o espírito de harmonia entre todos.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
a cada material, de acordo com a finalidade para a qual foi ad-
GESTÃO DE BENS: REGISTRO E CONTROLE DE BENS, quirido. O valor do bem a ser registrado é o valor constante do
INVENTÁRIOS DE BENS PATRIMONIAIS. respectivo documento de incorporação (valor de aquisição).
A marcação física caracteriza-se pela aplicação, no bem, de
Gestão patrimonial plaqueta de identificação, por colagem ou rebitamento, a qual
conterá o número de registro patrimonial.
O patrimônio é o objeto administrado que serve para pro- Na colocação da plaqueta deverão ser observados os se-
piciar às entidades a obtenção de seus fins. Para que um pa- guintes aspectos: local de fácil visualização para efeito de iden-
trimônio seja considerado como tal, este deve atender a dois tificação por meio de leitor óptico, preferencialmente na parte
requisitos: o elemento ser componente de um conjunto que frontal do bem; evitar áreas que possam curvar ou dobrar a pla-
possua conteúdo econômico avaliável em moeda; e exista in- queta ou que possam acarretar sua deterioração; evitar fixar a
terdependência dos elementos componentes do patrimônio e plaqueta em partes que não ofereçam boa aderência, por ape-
vinculação do conjunto a uma entidade que vise alcançar deter- nas uma das extremidades ou sobre alguma indicação impor-
minados fins. tante do bem.
Do ponto de vista econômico, o patrimônio é considerado Os bens patrimoniais recebidos sofrerão marcação física an-
uma riqueza ou um bem suscetível de cumprir uma necessidade tes de serem distribuídos aos diversos centros de responsabili-
coletiva, sendo este observado sob o aspecto qualitativo, en- dade do órgão. Os bens patrimoniais cujas características físicas
quanto que sob o enfoque contábil observa-se o aspecto quan- ou a sua própria natureza impossibilitem a aplicação de plaque-
titativo (Ativo =Passivo + Situação Líquida). Exceção a alguns ca- ta também terão número de tombamento, mas serão marcados
sos, quando se utiliza o termo “substância patrimonial” é que a e controlados em separado. Caso o local padrão para a colagem
contabilidade visualiza o patrimônio de forma qualitativa. da plaqueta seja de difícil acesso, como, por exemplo, nos ar-
A Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000 – co- quivos ou estantes encostadas na parede, que não possam ser
nhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal – apresentam em movimentados devido ao peso excessivo, a plaqueta deverá ser
seus artigos 44, 45 e 46, medidas destinadas à preservação do colada no lugar mais próximo ao local padrão. Em caso de per-
patrimônio público. Uma delas estabelece que o resultado da da, descolagem ou deterioração da plaqueta, o responsável pelo
venda de bens móveis e imóveis e de direitos que integram o setor onde o bem está localizado deverá comunicar, impreteri-
patrimônio público não poderá mais ser aplicado em despesas velmente, o fato ao Setor de Patrimônio.
correntes, exceto se a lei autorizativa destiná-la aos financia- A seguir, são apresentadas algumas sugestões para fixação
mentos dos regimes de previdência social, geral e própria dos de plaquetas (ou adesivos): a) estantes, armários, arquivos e
servidores. bens semelhantes: a plaqueta deve ser fixada na parte frontal
Dessa forma, os recursos decorrentes da desincorporação superior direita, no caso de arquivos de aço, e na parte lateral
de ativos por venda, que é receita de capital, deverão ser apli- superior direita, no caso de armários, estantes e bens semelhan-
cados em despesa de capital, provocando a desincorporação de tes, sempre com relação a quem olha o móvel; b) mesas e bens
dívidas (passivo), por meio da despesa de amortização da dívida semelhantes: a plaqueta deve ser fixada na parte frontal central,
ou o incremento de outro ativo, com a realização de despesas contrária à posição de quem usa o bem, com exceção das es-
de investimento, de forma a manter preservado o valor do pa- tações de trabalho e/ou àqueles móveis que foram projetados
trimônio público. para ficarem encostados em paredes, nos quais as plaquetas se-
rão fixadas em parte de fácil visualização; c) motores: a plaqueta
TOMBAMENTO DE BENS. deve ser fixada na parte fixa inferior do motor; d) máquinas e
O tombamento dos bens públicos inicia-se com recebimen- bens semelhantes: a plaqueta deve ser fixada no lado externo
to dos bens móveis pelos órgãos, como visto anteriormente, direito, em relação a quem opera a máquina; e) cadeiras, pol-
pela conferência física dos bens pelo Almoxarifado. Após regis- tronas e bens semelhantes: neste caso a plaqueta nunca deve
tro de entrada do bem no sistema de gerenciamento de material ser colocada em partes revestidas por courvin, couro ou tecido,
no estoque, o responsável por este encaminhará uma comuni- pois estes revestimentos não oferecem segurança. A plaqueta
cação ao Setor de Patrimônio (com cópia da nota de empenho, deverá ser fixada na base, nos pés ou na parte mais sólida; f)
documentos fiscais e outros que se fizerem necessários), infor- aparelhos de ar condicionado e bens semelhantes: em apare-
mando o destino (centros de responsabilidades) dos bens. Se lhos de ar condicionado, o local indicado é sempre na parte mais
eles permanecerem em estoque, o Setor de Patrimônio deverá fixa e permanente do aparelho, nunca no painel removível ou na
aguardar comunicação de saída deste, através de uma Guia de carcaça; g) automóveis e bens semelhantes: a plaqueta deve ser
Baixa de Materiais emitida pelo Almoxarifado. Caso o bem seja fixada na parte lateral direita do painel de direção, em relação
entregue diretamente ao destino final, o Almoxarifado encami- ao motorista, na parte mais sólida e nãoremovível, nunca em
nhará a Guia de Saída ao Patrimônio, juntamente com os demais acessórios; h) quadros e obras de arte: a colocação da plaqueta,
documentos do processo de empenho. neste caso, deve ser feita de tal forma que não lhes tire a esté-
O tombamento consiste na formalização da inclusão física tica, nem diminua seu valor comercial; i) esculturas: nas escul-
de um bem patrimonial no acervo do órgão, com a atribuição turas a plaqueta deve ser fixada na base. Nos quadros ela deve
de um único número por registro patrimonial, ou agrupando-se ser colocada na parte de trás, na lateral direita; j) quadros mag-
uma sequência de registros patrimoniais quando for por lote, néticos: nos quadros magnéticos a plaqueta deverá ser colocada
que é denominado “número de tombamento”. Pelo tombamen- na parte frontal inferior direita, caso não seja possível a colagem
to aplica-se uma conta patrimonial do Plano de Contas do órgão neste local, colar nesta mesma posição na parte posterior do

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
quadro; e k) fixação de plaquetas em outros bens: entende-se CONTROLE DE BENS.
como outros bens aqueles materiais que não podem ser classifi- Caracteriza-se como movimentação de bens patrimoniais o
cados claramente como aparelhos, máquinas, motores, etc. Em conjunto de procedimentos relativos à distribuição, transferên-
tais bens, a plaqueta deve ser fixada na base, na parte onde são cia, saída provisória, empréstimo e arrendamento a que estão
manuseados. sujeitos no período decorrido entre sua incorporação e desin-
A seguir são elencados, como sugestões, dados necessá- corporação.
rios ao registro dos bens no sistema de patrimônio: número do Compete ao Setor de Patrimônio a primeira distribuição de
tombamento; data do tombo; descrição padronizada do bem material permanente recém adquirido, de acordo com a desti-
(descrição básica pré-definida em um sistema de patrimônio); nação dada no processo administrativo de aquisição correspon-
marca/modelo/série (também pré-definidos em um sistema de dente.
patrimônio); características (descrição detalhada); valor unitário A movimentação de qualquer bem móvel será feita median-
de aquisição (valor histórico); agregação (acessório ou compo- te o preenchimento do Termo de Responsabilidade, que deverá
nente); forma de ingresso (compra, fabricação própria, doação, conter no mínimo, as seguintes informações: número do Termo
permuta, cessão, outras); classificação contábil/patrimonial; nú- de Responsabilidade; nome do local de lotação do bem (incluin-
mero do empenho e data de emissão; fonte de recurso; número do também o nome do sublocal de lotação); declaração de res-
do processo de aquisição e ano; tipo/número do documento de ponsabilidade; número do tombamento; descrição; quantidade;
aquisição (nota fiscal/fatura, comercial invoice, Guia de Produção indicação se é plaquetável; valor unitário; valor total; total de
Interna, Termo de Doação, Termo de Cessão, Termo de Cessão bens arrolados no Termo de Responsabilidade; data do Termo;
em Comodato, outros); nome do fornecedor (código); garantia nome e assinatura do responsável patrimonial; e data de assina-
(data limite da garantia e empresa de manutenção); localização tura do Termo.
(identificação do centro de responsabilidade); situação do bem A transferência é a operação de movimentação de bens,
(registrado, alocado, cedido em comodato, em manutenção, com a consequente alteração da carga patrimonial. A auto-
em depósito para manutenção, em depósito para triagem, em ridade transferidora solicita ao setor competente do órgão a
depósito para redistribuição, em depósito para alienação, em oficialização do ato, por meio das providências preliminares. É
sindicância, desaparecido, baixado, outros); estado de conser- importante destacar que a transferência de responsabilidade
vação (bom, regular, precário, inservível, recuperável); histórico com movimentação de bens somente será efetivada pelo Setor
do bem vinculado a um sistema de manutenção, quando existir. de Patrimônio mediante solicitação do responsável pela carga
Tal informação permitirá o acompanhamento da manutenção cedente com anuência do recebedor. A devolução ao Setor de
dos bens e identificação de todos os problemas ocorridos nestes Patrimônio de bens avariados, obsoletos ou sem utilização tam-
números do Termo de Responsabilidade; e plaquetável ou não bém se caracteriza como transferência. Neste caso, a autoridade
plaquetável. da unidade onde o bem está localizado devolve-o com a obser-
O registro dos bens imóveis no órgão inicia-se com o rece- vância das normas regulamentares, a fim de que a o Setor Patri-
bimento da documentação hábil, pelo Setor de Patrimônio, que monial possa manter rigoroso controle sobre a situação do bem.
procederá ao tombamento e cadastramento em sistema especí- Os bens que foram restituídos ao Setor de Patrimônio do órgão
fico, utilizando diversos dados, tais como: número do registro; também ficam sob a guarda dos servidores deste setor (fiéis de-
tipo de imóvel; denominação do imóvel; características (des- positários), e serão objetos de análise para a determinação da
crição detalhada do bem); valor de aquisição (valor histórico); baixa ou transferência a outros setores. É importante colocar
forma de ingresso (compra, doação, permuta, comodato, cons- que uma cópia do Termo de Responsabilidade de cada setor de-
trução, usucapião, desapropriação, cessão, outras); classificação verá ser fixada em local visível a todos, dentro de seu recinto de
contábil/patrimonial; número do empenho e data de emissão; trabalho, visando facilitar o controle dos bens (sugestão: atrás
fonte de recurso; número do processo de aquisição e ano; tipo/ da porta de acesso ao setor). Para que ocorra a transferência de
número do documento de aquisição (nota fiscal/fatura, comer- responsabilidade entre dois setores pertencentes a um mesmo
cial invoice, Guia de Produção Interna, Termo de Doação, Ter- órgão, deverão ser observados os seguintes parâmetros:solici-
mo de Cessão, Termo de Cessão em Comodato, outros); nome tação, por escrito, do interessado em receber o bem, dirigida
do fornecedor (código); localização (identificação do centro de ao possível cedente; “de acordo” do setor cedente com a auto-
responsabilidade); situação do bem (registrado, alocado, cedido rização de transferência ; solicitação do agente patrimonial ao
em comodato, em manutenção, em depósito para manutenção, Setor de Patrimônio para emissão do Termo de Responsabilida-
em depósito para triagem, em depósito para redistribuição, em de; após a emissão do Termo de Responsabilidade, o Setor de
depósito para alienação, em sindicância, desaparecido, baixado, Patrimônio remeterá o mesmo ao agente patrimonial, para que
outros); estado de conservação (bom, regular, precário, inserví- este colha assinaturas do cedente e do recebedor.
vel); data da incorporação; unidade da federação; tipo de logra- Para que ocorra a transferência de responsabilidade entre
douro; número; complemento;bairro/distrito; município; cartó- dois setores pertencentes órgãos diferentes, deverão ser obser-
rio de registro; matrícula; livro; folhas; data do registro; data da vados os seguintes parâmetros: solicitação, por escrito, do in-
reavaliação; moeda da reavaliação; valor do aluguel; valor do teressado em receber o bem, dirigida ao possível cedente; “de
arrendamento; valor de utilização; valor de atualização; moeda acordo” do setor cedente com a autorização de transferência e
de atualização; data da atualização; reavaliador; e CPF/CNPJ do anuência das unidades de controle do patrimônio e do titular do
reavaliador. órgão; solicitação do agente patrimonial ao Setor de Patrimônio
para emissão do Termo de Transferência de Responsabilidade;
após a emissão do Termo de Responsabilidade, o Setor de Pa-

30
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
trimônio o remeterá ao agente patrimonial, para que este colha trumento de controle para verificação dos saldos de estoques
assinaturas do cedente e do recebedor. Quando a transferência nos almoxarifados e depósitos, e da existência física dos bens
de responsabilidade do bem ocorrer sem a movimentação des- em uso no órgão ou entidade, informando seu estado de con-
te, isto é, quando ocorrer a mudança da responsabilidade patri- servação, e mantendo atualizados e conciliados os registros do
monial de um servidor para outro, desde que não pressuponha sistema de administração patrimonial e os contábeis, constantes
mudança de local do bem, deverão ser observados os seguintes do sistema financeiro. Além disso, o inventário também pode
procedimentos: o Setor de Recursos Humanos (ou equivalente) ser utilizado para subsidiar as tomadas de contas indicando sal-
deverá encaminhar ao Setor de Patrimônio cópia da portaria dos existentes, detectar irregularidades e providenciar as medi-
que substitui o servidor responsável; de posse das informações das cabíveis.
contidas na portaria, o Setor de Patrimônio emite o respectivo Através do inventário pode-se confirmar a localização e
Termo de Transferência de Responsabilidade; emitido o Termo, atribuição da carga de cada material permanente, permitindo a
este será encaminhado ao agente patrimonial da unidade, que atualização dos registros dos bens permanentes bem como o le-
providenciará a conferência dos bens e assinatura do Termo; vantamento da situação dos equipamentos e materiais em uso,
uma vez assinado o Termo, o agente providenciará para que apurando a ocorrência de dano, extravio ou qualquer outra irre-
uma das vias seja arquivada no setor onde os bens se encontram gularidade. Podem-se verificar também no inventário as necessi-
e outra encaminhada ao Setor de Patrimônio. dades de manutenção e reparo e constatação de possíveis ociosi-
Saída provisória: A saída provisória caracteriza-se pela mo- dades de bens móveis, possibilitando maior racionalização e mi-
vimentação de bens patrimoniais para fora da instalação ou de- nimização de custos, bem como a correta fixação da plaqueta de
pendência onde estão localizados, em decorrência da necessida- identificação. Na Administração Pública, o inventário é entendido
de de conserto, manutenção ou da sua utilização temporária por como o arrolamento dos direitos e comprometimentos da Fazen-
outro centro de responsabilidade ou outro órgão, quando devi- da Pública, feito periodicamente, com o objetivo de se conhecer
damente autorizado. Qualquer que seja o motivo da saída provi- a exatidão dos valores que são registrados na contabilidade e que
sória, esta deverá ser autorizada pelo dirigente do órgão gestor formam o Ativo e o Passivo ou, ainda, com o objetivo de apurar
ou por outro servidor que recebeu delegação para autorizar tal a responsabilidade dos agentes sob cuja guarda se encontram
ato. Toda a manutenção de bem incorporado ao patrimônio de determinados bens. Os diversos tipos de inventários são realiza-
um órgão deverá ser solicitada pelos agentes patrimoniais ou dos por determinação de autoridade competente, por iniciativa
responsáveis e resultará na emissão de uma Ordem de Serviço própria do Setor de Patrimônio e das unidades de controle pa-
pelo Setor de Manutenção, que tomará todas as providências trimonial ou de qualquer detentor de carga dos diversos centros
para proceder à assistência de bem em garantia ou utilizando-se de responsabilidade, periodicamente ou a qualquer tempo. Os
de seus recursos próprios. inventários na Administração Pública devem ser levantados não
Empréstimo: O empréstimo é a operação de remanejamen- apenas por uma questão de rotina ou de disposição legal, mas
to de bens entre órgãos por um período determinado de tem- também como medida de controle, tendo em vista que os bens
po, sem envolvimento de transação financeira. O empréstimo nele arrolados não pertencem a uma pessoa física, mas ao Esta-
deve ser evitado. Porém, se não houver alternativa, os órgãos do, e precisam estar resguardados quanto a quaisquer danos. Na
envolvidos devem manter um rigoroso controle, de modo a as- Administração Pública o inventário é obrigatório, pois a legislação
segurar a devolução do bem na mesma condição em que estava estabelece que o levantamento geral de bens móveis e imóveis
na ocasião do empréstimo. Já o empréstimo a terceiros de bens terá por base o inventário analítico de cada unidade gestora e os
pertencentes ao poder público é vedado, salvo exceções previs- elementos da escrituração sintética da contabilidade (art. 96 da
tas em leis. Lei Federal n° 4.320, de 17 de março de 1964).
Arrendamento a terceiros: O arrendamento a terceiros tam- A fim de manter atualizados os registros dos bens patrimo-
bém deve ser evitado, por não encontrar, a princípio, nenhum niais, bem como a responsabilidade dos setores onde se loca-
respaldo legal. lizam tais bens, a Administração Pública deve proceder ao in-
ventário mediante verificações físicas pelo menos uma vez por
INVENTÁRIO. ano. Para fins de atualização física e monetária e de controle, a
O Inventário determina a contagem física dos itens de es- época da inventariação será: anual para todos os bens móveis
toque e em processos, para comparar a quantidade física com e imóveis sob-responsabilidade da unidade gestora em 31 de
os dados contabilizados em seus registros, a fim de eliminar as dezembro (confirmação dos dados apresentados no Balanço Ge-
discrepâncias que possam existir entre os valores contábeis, dos ral); e no início e término da gestão, isto é, na substituição dos
livros, e o que realmente existe em estoque. respectivos responsáveis, no caso de bens móveis.
O inventário pode ser geral ou rotativo: O inventário geral é Os bens serão inventariados pelos respectivos valores his-
elaborado no fim de cada exercício fiscal de cada empresa, com tóricos ou de aquisição, quando conhecidos, ou pelos valores
a contagem física de todos os itens de uma só vez. O inventário constantes de inventários já existentes, com indicação da data
rotativo é feito no decorrer do ano fiscal da empresa, sem qual- de aquisição.
quer tipo de parada no processo operacional, concentrando-se Durante a realização de qualquer tipo de inventário, fica ve-
em cada grupo de itens em determinados períodos. dada toda e qualquer movimentação física de bens localizados
Inventário na administração pública: Inventário são a discri- nos endereços individuais abrangidos pelos trabalhos, exceto
minação organizada e analítica de todos os bens (permanentes mediante autorização específica das unidades de controle patri-
ou de consumo) e valores de um patrimônio, num determinado monial, ou do dirigente do órgão, com subsequente comunica-
momento, visando atender uma finalidade específica. É um ins- ção formal a Comissão de Inventário de Bens.

31
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Nas fases do inventário dois pontos devem ser destacados desuso devido ao seu estado precário de conservação; e b) bens
sobre as fases do inventário: o levantamento pode ser físico e/ móveis permanentes excedentes ou ociosos: quando for consta-
ou contábil: Levantamento físico, material ou de fato é o levan- tado estarem os bens em perfeitas condições de uso e operação,
tamento efetuado diretamente pela identificação e contagem porém sem utilização.
ou medida dos componentes patrimoniais. Os bens móveis permanentes considerados excedentes ou
Levantamento contábil é o levantamento pelo apanhado ociosos serão recolhidos para o Almoxarifado Central, ficando
de elementos registrados nos livros e fichas de escrituração. O proibida a retirada de peças e dos periféricos a ele relacionados,
simples arrolamento não interessa para a contabilidade se não exceto nos casos autorizados pelo chefe da unidade gestora.
for completado pela avaliação. Sem a expressão econômica, o
arrolamento serve apenas para controle da existência dos com- ALTERAÇÕES E BAIXA DE BENS.
ponentes patrimoniais. O desfazimento é a operação de baixa de um bem perten-
O inventário é dividido em três fases: Levantamento: com- cente ao acervo patrimonial do órgão e consequente retirada do
preende a coleta de dados sobre todos os elementos ativos e seu valor do ativo imobilizado. Considera-se baixa patrimonial,
passivos do patrimônio e é subdividido nas seguintes partes: a retirada de bem da carga patrimonial do órgão, mediante re-
identificação, agrupamento e mensuração. Arrolamento: é o gistro da transferência deste para o controle de bens baixados,
registro das características e quantidades obtidas no levanta- feita exclusivamente pelo Setor de Patrimônio, devidamente au-
mento. O arrolamento pode apresentar os componentes patri- torizado pelo gestor. O número de patrimônio de um bem baixa-
moniais deforma resumida e recebe a denominação “sintética”. do não deverá ser utilizado em outro bem.
Quando tais componentes são relacionados individualmente, o A baixa patrimonial pode ocorrer por quaisquer das formas
arrolamento é analítico; Avaliação: é nesta fase que é atribuída a seguir: alienação; permuta; perda total; extravio; destruição;
uma unidade de valor ao elemento patrimonial. Os critérios de comodato; transferência; sinistro; e exclusão de bens no ca-
avaliação dos componentes patrimoniais devem ter sempre por dastro. Em qualquer uma das situações expostas, deve-se pro-
base o custo. A atribuição do valor aos componentes patrimo- ceder à baixa definitiva dos bens considerados inservíveis por
niais obedece a critérios que se ajustam a sua natureza, função obsoletismo, por seu estado irrecuperável e inaproveitável em
na massa patrimonial e a sua finalidade.
instituições do serviço público. As orientações administrativas
ALIENAÇÃO DE BENS.
devem ser obedecidas, em cada caso, para não ocorrer prejuízo
De acordo com o direito administrativo brasileiro, entende-
à harmonia do sistema de gestão patrimonial, que, além da Con-
-se como alienação a transferência de propriedade, remunerada
tabilidade, é parte interessada. Sendo o bem considerado ob-
ou gratuita, sob a forma de venda, permuta, doação, dação em
soleto ou não havendo interesse em utilizá-lo no órgão onde se
pagamento, investidura, legitimação de posse ou concessão de
encontra, mas estando em condições de uso (em estado regular
domínio.
de conservação), o dirigente do órgão deverá, primeiramente,
Qualquer dessas formas de alienação pode ser usada pela
colocá-lo em disponibilidade. Para tanto, o detentor da carga
Administração, desde que satisfaça as exigências administrati-
vas. Muito embora as Constituições Estaduais possam determi- deverá preencher formulário próprio criado pelo órgão normati-
nar que a autorização de doação de bens móveis seja subme- zador e encaminhar ao órgão competente que poderá verificar,
tida à Assembleia Legislativa, a Lei Federal n° 8.666, de 21 de antecipadamente, junto às entidades filantrópicas reconhecidas
junho de 1993, que institui normas para licitações e contratos como de interesse público, delegacias, escolas ou bibliotecas
da Administração Pública 37 e dá outras providências, faculta a municipais e estaduais, no âmbito de sua jurisdição, se existe
obrigação de licitação específica para doação de bens para fins interesse pelos bens.
sociais e dispõe sobre a alienação por leilão. Se houver interesse, a autoridade competente deverá efe-
Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, su- tuar o Termo de Doação. Enquanto isso, o bem a ser baixado
bordinada à existência de interesse público devidamente justi- permanecerá guardado em local apropriado, sob a responsabili-
ficado. dade de um servidor público, até a aprovação de baixa, ficando
A alienação de bens está sujeita à existência de interesse expressamente proibido o uso do bem desde o início da tramita-
público e à autorização da Assembleia Legislativa (para os casos ção do processo de baixa até sua destinação final.
previstos em lei), e dependerá de avaliação prévia, que será efe-
tuada por comissão de licitação de leilão ou outra modalidade O registro no sistema patrimonial será efetivado com base
prevista para a Administração Pública. no Termo de Baixa de Bens, onde deverão constar os seguintes
A seguir, são sugeridos alguns procedimentos voltados à dados: número do tombamento; descrição; quantidade baixada
alienação dos bens: o requerimento de baixa deverá ser reme- (quando se tratar de lote de bens não plaquetados); forma de
tido ao Setor de Patrimônio, o qual instaurará o procedimento baixa; motivo de baixa; data de baixa; número da Portaria ou
respectivo; sempre que possível, os bens serão agrupados em Termo de Baixa. Visando o correto processo de baixa de bens
lotes para que seja procedida a sua baixa; os bens objeto de bai- do sistema patrimonial, faz-se necessário a adoção dos proce-
xa serão vistoriados in loco por uma Comissão Interna de Avalia- dimentos a seguir: o Setor de Patrimônio, ao receber o proces-
ção de Bens, no próprio órgão, os quais, observando o estado de so que autoriza a baixa, emitirá por processamento o Termo de
conservação, a vida útil, o valor de mercado e o valor contábil, Baixa dos Bens; o Setor de Patrimônio verificará junto ao Setor
formalizando laudo de avaliação dos bens, classificando-os em: Financeiro quanto à existência do comprovante de pagamen-
a) bens móveis permanentes inservíveis: quando for constata- to, em caso de licitação e, em seguida, procederá à entrega do
do serem os bens danificados, obsoletos, fora do padrão ou em mesmo mediante recibo próprio; emitido o Termo, o Setor de

32
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Patrimônio providenciará o documento de quitação de respon- Continuaremos com os ensinamentos do referido professor
sabilidade patrimonial e entregará uma via a quem detinha a para conceituar e explicar sobre o tema, conforme segue:
responsabilidade do bem. Ato administrativo é toda manifestação unilateral de von-
Compete às unidades de controle dos bens patrimoniais e tade no exercício de função administrativa que tenha por fim
ao dirigente do órgão, periodicamente, provocar expedientes imediato criar, modificar ou extinguir direitos ou obrigações.
para que seja efetuado levantamento de bens suscetíveis de A vontade que constitui o substrato do ato administrativo
alienação ou desfazimento.1 não é uma “vontade” subjetiva, na acepção tradicional civilis-
ta do termo, mas sim uma manifestação concreta, impessoal e
“Devemos sempre ter o produto de que você necessita, mas objetiva da Administração Pública na execução das finalidades a
nunca podemos ser pego com algum estoque”. É uma frase que ela outorgadas pela lei e pela Constituição.
descreve bem o dilema da descrição de estoques. O controle de Se não houver manifestação de vontade administrativa, es-
estoques é parte vital do composto logístico, pois estes podem taremos, quando muito, diante de um fato administrativo, de
absorver de 25 a 40% dos custos totais, representando uma por- caráter meramente material, mas não diante de um ato admi-
ção substancial do capital da empresa. Portanto, é importante a nistrativo. Por exemplo, o fato material de demolição pela Admi-
correta compreensão do seu papel na logística e de como devem nistração Pública de uma construção irregular é um fato admi-
ser gerenciados”. nistrativo decorrente do ato administrativo de determinação da
demolição: a demolição (fato administrativo) decorre, mas não
contém, em si, uma manifestação de vontade.
GESTÃO DE DOCUMENTOS: ATOS ADMINISTRA- Difere o ato administrativo, portanto, do fato administrati-
TIVOS, CLASSIFICAÇÃO DE DOCUMENTOS E COR- vo, mera atividade pública material, sem conteúdo jurídico ime-
RESPONDÊNCIAS, PROCEDIMENTOS E ROTINAS DE diato (em mais exemplos, uma operação cirúrgica realizada em
PROTOCOLO, EXPEDIÇÃO, MOVIMENTAÇÃO E ARQUI- hospital público, os atos concretos da realização da obra públi-
VAMENTO. ca, a aula em escola pública, a troca de lâmpada na repartição
etc.), e que só gera reflexos indiretos no campo do Direito (dirigir
uma viatura oficial é um fato administrativo, mas pode gerar o
Conforme nos ensina o professor Alexandre Santos de Ara- dever de indenizar no âmbito de uma responsabilização civil se
gão: os atos administrativos possuem grande importância na causar um acidente). Às vezes, um ato administrativo precede o
garantia dos direitos fundamentais dos indivíduos e para a pró- fato administrativo (a licitação e a contratação de empreiteira
pria concepção do Direito Administrativo. Antes de surgirem, o precedem a realização da obra pública); outras vezes, em face
Estado atuava por meio de atos materiais diretamente oriundos de circunstâncias emergenciais, o ato administrativo é praticado
da vontade ilimitada do soberano. Foi apenas com a sujeição a posteriori (a apreensão emergencial de produtos alimentícios
da Administração Pública à legalidade que se tornou possível a fora da data de validade pelas autoridades sanitárias é seguida
construção de uma Teoria dos Atos Administrativos, essencial da lavratura do respectivo auto de apreensão).
para juridicizar e intermediar a mera vontade do Estado e a sua Feito esse primeiro balizamento conceitual, também deve
execução material, propiciando o seu controle. ser firmado que a vontade manifestada no ato administrativo é
O ato administrativo surge, então, como mediação entre a unilateral, ou seja, o efeito produzido na esfera jurídica do ad-
crua vontade estatal e a modificação da esfera jurídica dos in- ministrado deve decorrer tão somente da vontade da Adminis-
divíduos por ela provocada, verdadeiro filtro de legalidade en- tração Pública, independentemente da anuência do particular.
tre esses dois momentos. Os atos administrativos juridicizam Pelo ato administrativo a Administração Pública de per se
e consequentemente limitam as manifestações de vontade do modifica a esfera jurídica de outrem (aplicando-lhe uma multa,
Poder Público. Com isso, passam a existir limites, formalidades e proibindo determinada construção, concedendo aposentadoria,
requisitos – e, portanto, o controle – para o exercício do poder/ interditando estabelecimento, convocando para prestar serviço
vontade do Estado. militar etc.). Caso a vontade manifestada seja bilateral, ou seja,
À luz da Teoria Geral do Direito, os atos administrativos são decorra da conjunção de vontades da Administração Pública e
espécie de ato jurídico stricto sensu, ou seja, de manifestação do particular, tratar-se-á de contrato administrativo ou outra
unilateral de vontade destinada a produzir efeitos jurídicos (cria- modalidade de ato bilateral (ex.: convênio administrativo), mas
ção, modificação ou extinção de direitos e obrigações). A pecu- não de ato administrativo.
liaridade dos atos administrativos em relação aos atos jurídicos Note-se que nem todo ato administrativo é gravoso ao par-
em geral é o fato de serem praticados no exercício da função de ticular; há também os atos administrativos que ampliam a sua
administração pública, isto é, de busca, com base no ordena- esfera jurídica (ex.: concessão de licenças, autorização para o
mento jurídico, da realização dos objetivos incumbidos ao Es- exercício de atividades econômicas, autorização de uso de bem
tado pela Constituição, com todas as prerrogativas, privilégios, público, outorga de subsídios fiscais).
limitações e controles que isso acarreta. Nesses casos não faria sentido que o particular fosse obriga-
do a receber do Estado benefícios, razão pela qual, como explica
1 Fonte: BRASIL Revista TECHOJE/Ttransportes, administra- SÉRGIO ANDRÉA, apesar de o ato não perder a sua unilaterali-
ção de materiais e distribuição física. Trad. Hugo T. Y. Yoshizaki/ dade, tem a sua eficácia condicionada à manifestação positiva
FOINA, Paulo Rogério. Tecnologia de informação: planejamento e do particular anterior, concomitante (às vezes até mesmo no
gestão/www.administradores.com.br /www.itsmnapratica.com. mesmo instrumento, sendo formalmente muito parecido com
br/www.purainfo.com.br – por DiegoDuarte/ por Rogerio Araujo) um contrato) ou posterior ao ato administrativo. Caberia um pa-

33
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
ralelo com o testamento, que, apesar de ser um ato unilateral a natureza de atos administrativos, ainda que dotados de eleva-
do testador, depende, para gerar efeitos, da aceitação dos her- díssima discricionariedade. Já para quem acredita que a função
deiros beneficiados. de Governo é distinta da função administrativa, os atos políticos
Todos que exercem funções administrativas praticam atos seriam categoria naturalmente autônoma em relação à dos atos
administrativos. Desse modo, todos os Poderes do Estado po- administrativos, em princípio, insuscetíveis de controle.
dem praticar atos administrativos. Naturalmente que o Poder Quanto aos atos normativos da Administração Pública, para
Executivo é o que mais os pratica, por ser o que mais exerce os que reduzem o conceito de função administrativa à execu-
funções administrativas, mas os Poderes Legislativo e Judiciário, ção concreta da lei, esses atos, que por definição são gerais e
no exercício de suas funções administrativas, também pratica- abstratos, não seriam atos administrativos. Já para os que – e
rão atos administrativos. estes são majoritários – adotam conceito mais amplo de função
Assim, o ato do desembargador presidente de um Tribunal administrativa, à luz, principalmente, de sua submissão à lei, os
de Justiça que homologa o resultado final de concurso público atos normativos expedidos pela Administração Pública são uma
destinado ao provimento de cargos de juiz é ato administrativo; das espécies de ato administrativo. Para eles, com os quais con-
a aplicação de multa e interdição de uma casa noturna por ven- cordamos, a Administração Pública pode executar, isto é, imple-
der bebidas alcoólicas a menores pelo Juizado da Infância e da mentar a lei, tanto de forma imediatamente concreta como essa
Juventude; também é ato administrativo a concessão de férias atuação concreta pode ser mediada por um ato anterior geral
do servidor da Assembleia Legislativa. e abstrato. O regulamento detalha as normas da lei para a sua
Considerando o mesmo critério – de que todos os que exer- posterior aplicação concreta pela Administração Pública.
cem funções administrativas praticam atos administrativos –, Como todo ato jurídico, o ato administrativo, para existir,
quando particulares exercerem excepcionalmente funções ad- deve possuir certos elementos (plano da existência); além disso,
ministrativas a eles delegadas (como, por exemplo, os particu- para que seja válido (plano da validade), tais elementos devem
lares concessionários de serviços públicos), eles podem praticar revestir-se de determinadas características de compatibilidade
atos administrativos. Assim, por exemplo, a concessionária de com o Ordenamento Jurídico (ex.: além de possuir objeto, o ob-
energia elétrica pode sancionar administrativamente o cidadão jeto tem que ser lícito). Há também o plano da eficácia, pelo
que realizou ligação clandestina; a concessionária de transporte
qual o ato jurídico existente e válido pode ficar sujeito a algum
de passageiros pode determinar a expulsão de passageiros que
prazo ou condição que suste a produção dos seus efeitos.
não se comportem adequadamente.
A doutrina não é unânime quanto à mais adequada deno-
Por outro lado, como a expedição do ato administrativo
minação para se referir aos “elementos” do ato administrativo;
pressupõe o exercício de atividade administrativa, caso a Admi-
há quem os chame de requisitos, existindo os que seriam intrín-
nistração Pública pratique atos sem ser no exercício de função
secos e os extrínsecos, ou, ainda, os que os chamem de pressu-
propriamente administrativa, não praticará ato administrativo.
postos. Também quanto à enumeração específica de cada um
Em outras palavras, para praticar atos administrativos, a Ad-
deles há enormes variações.
ministração Pública tem de agir nessa qualidade, ou seja, com
supremacia de Poder Público. Ao se nivelar ao particular, prati- Adotaremos, contudo, dada sua maior facilidade de apreen-
ca um ato de Direito Privado, e não um ato administrativo (por são didática, sem prejuízo de sua importância teórica, e, ainda,
exemplo, são atos privados as emissões de cheques pelo Esta- considerando a sua adoção pela grande maioria da doutrina, a
do), não possuindo, em relação a ele, qualquer prerrogativa pró- terminologia e a enumeração de HELY LOPES MEIRELLES.
pria da função administrativa: não poderá, por exemplo, revogá- Dessa forma, são cinco os elementos que devem se verificar
-lo ou anulá-lo unilateralmente. Os princípios constitucionais da para a formação e validade dos atos administrativos, conforme
Administração Pública se aplicam, no entanto, a todos os seus passamos a expor.
atos, sejam eles de direito público ou de direito privado.
Assim, podemos constatar haver tanto atos praticados pela Agente
Administração Pública que não são atos administrativos – são O ato deve ser praticado por pessoa física à qual a lei, ex-
atos privados da Administração –, como existem atos adminis- plícita ou implicitamente, atribua poder para a sua prática. Vale
trativos não praticados pela Administração Pública (por exem- lembrar que, nos casos em que o Ordenamento Jurídico atri-
plo, os atos das concessionárias privadas de serviços públicos bui expressamente competência a agente para a realização de
praticados com poder de autoridade delegada). determinado fim, entende-se que implicitamente lhe atribuiu,
Há uma dúvida quanto a se os chamados “atos políticos” também, os meios necessários à sua completa realização – Teo-
devem ser incluídos ou não no conceito de ato administrativo. ria dos Poderes Implícitos (“quem dá os fins dá os meios”).
A opinião depende da posição que seja adotada quanto a se a O agente competente para a prática do ato administrativo é
chamada função política ou de Governo – que é a oriunda, di- tradicionalmente considerado como um dos elementos sempre
retamente, de competências outorgadas pela Constituição, com vinculados do ato administrativo, já que qualquer agente admi-
elevada margem de discricionariedade (por exemplo, o indul- nistrativo só poderia praticar atos para os quais tivesse recebi-
to, a sanção e o veto legislativo etc.) – configura, ou não, uma do competência legal para tanto. É bem ilustrativa desse fato
função estatal autônoma. Para os que, como nós, consideram a seguinte advertência de CAIO TÁCITO: “A primeira condição
o caráter político um aspecto que reveste, com maior ou me- de legalidade é a competência do agente. Não há, em direito
nor intensidade, todas as funções e atos do Estado, e que ele administrativo, competência geral ou universal: a lei preceitua,
não importa exceção, a priori, ao controle jurisdicional, os atos em relação a cada função pública, a forma e o momento do
políticos praticados pela Administração Pública também teriam exercício da atribuição do cargo. Não é competente quem quer,

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
mas quem pode, segundo a norma de direito. A competência é A Lei do Processo Administrativo Federal, em decorrência
sempre um elemento vinculado, objetivamente fixado pelo le- de todos os princípios do Estado Democrático de Direito acima
gislador.” mencionados, fixa a forma escrita como a regra dos atos admi-
Todavia, na prática e de acordo com a visão mais atualiza- nistrativos (art. 22, § 1º), mas, fora essa exigência, outras for-
da do princípio da legalidade, e ressalvados os casos de reser- malidades só podem ser impostas se a lei assim o exigir (art. 22,
va legal absoluta, as leis não são tão detalhistas assim, sendo caput).
muitas vezes atribuídas competências de forma geral, e mais Vige, portanto, de toda sorte, a regra de que os atos adminis-
comumente ainda por regulamentos administrativos organiza- trativos devem ter forma escrita; as exceções a ela é que devem
tivos ou regimentos internos. Por exemplo, na grande maioria ser previstas em lei ou ser um meio inafastável para a consecução
dos Municípios não há uma lei dispondo que ao secretário mu- de objetivos públicos. Por exemplo, ainda que não haja lei admi-
nicipal de cultura compete a administração dos teatros muni- tindo a forma oral, a requisição de um automóvel particular por
cipais, mas ela está implícita nas competências municipais em um policial para poder perseguir um fugitivo pode ser feita oral-
cultura e na própria denominação do cargo e na organização mente, pelo menos nesse primeiro e premente momento.
administrativa colocando esses teatros como órgãos integran- Salvo esses casos excepcionais, como os de extrema ur-
tes da secretaria de cultura. Seria fora de senso prático – e pos- gência e os de transitoriedade do comando (apito do guarda de
sivelmente até mesmo inconstitucional em face do inciso VI do trânsito, ordem verbal simples do superior ao inferior hierárqui-
art. 84, CF (reserva de regulamento em matéria organizativa) co), os atos administrativos devem sempre ter forma escrita,
– exigir que cada uma dessas competências estivesse especifi- não se admitindo a forma verbal ou por meio de sinais sonoros
camente prevista na lei. A competência tem de estar contem- ou luminosos.
plada no Ordenamento Jurídico, mas não necessariamente em Os atos verbais são mais difíceis de serem documentados e,
uma regra de lei específica. consequentemente, controlados.
Outro ponto: a competência é irrenunciável e intransferível, Além disso, o prévio conhecimento da forma escrita faz com
mas pode ser, respeitados os limites legais (que, na União, estão que os administrados possam estar atentos para uma eventual
expressos nos arts. 11 a 17 da Lei do Processo Administrativo violação de seus direitos ou dos interesses da coletividade com
Federal – Lei n. 9.784/99), delegada ou avocada. um todo, através, por exemplo, da leitura dos atos administrati-
Se quem praticou o ato sequer tinha vínculos funcionais vos publicados na imprensa oficial.
com Administração Pública, ou se, posteriormente, descobre-se A forma é normalmente identificada como um dos elemen-
algum vício em sua investidura, tornando-a nula, mas, mesmo tos sempre vinculados dos atos administrativos, ou seja, que
assim, essa pessoa tinha aparência de possuir tais vínculos, será sempre decorreria diretamente da lei, sem deixar qualquer mar-
considerado agente de fato, e os atos por ele praticados não se- gem de escolha para o administrador público. Em primeiro lu-
rão considerados nulos em respeito à boa-fé dos administrados gar, devemos ter cuidado com afirmações doutrinárias genéricas
que com ele lidaram. como essa, pois a opção entre a vinculação e a discricionarieda-
Trata-se de aplicação, no âmbito do direito público, da “Te- de é, salvo os casos de reserva legal absoluta, uma decisão do
oria da Aparência”. legislador (não da doutrina), que, em tese, pode atribuir discri-
A consequência é que os atos por ele praticados não serão, cionariedade ao administrador na eleição de determinada for-
ao menos por razões de incompetência, considerados nulos. As- ma. Basta termos em mente o exemplo dos contratos de baixo
sim, por exemplo, caso se descubra, anos após a sua realização, valor, que a Lei n. 8.666/93, por questões de praticidade, admite
fraude em concurso público para fiscal de rendas, a invalidação serem verbais, mas que o administrador pode, para aumentar
da nomeação de determinados fiscais não acarretará a invalida- a transparência e a segurança jurídica, fazê-lo a termo escrito
de dos atos administrativos tributários por eles praticados; ou se (art. 60, parágrafo único). Esses contratos têm, portanto, forma
um servidor, mesmo depois de deixar de sê-lo pela aposentado- discricionária.
ria, continua trabalhando. O ato administrativo por ele praticado Registre-se, ainda, que a modificação ou o desfazimento
pode ser até anulado por outra razão (por exemplo, porque deu dos atos administrativos deve seguir a forma do ato originário –
isenção não prevista em lei), mas não em virtude da incompe- princípio do paralelismo das formas.
tência do agente.
Finalidade
Forma Todo ato administrativo deve ter por finalidade o atingi-
É a maneira pela qual a vontade consubstanciada no ato ad- mento de fim público, tal como definido em regra jurídica ou
ministrativo se manifesta no mundo exterior. Costuma-se dizer decorrente da ponderação dos valores jurídicos envolvidos con-
que, ao contrário do direito privado, em que a forma dos atos ju- cretamente em cada decisão administrativa.
rídicos é em princípio livre, no Direito Administrativo as formas O administrador público exerce uma função pública, ou
são sempre estabelecidas em lei, sendo via de regra estabeleci- seja, é dotado de poderes instrumentais à realização das finali-
da a forma escrita. dades a ele atribuídas pelas regras e princípios do ordenamento
A assertiva deve ser vista de forma relativa. Nem sempre jurídico, finalidades essas que não podem ser o puro e simples
é fixada expressamente a forma escrita dos atos administra- benefício ou prejuízo individual de quem quer que seja. Isso não
tivos. A cogência da forma escrita se dá mais em decorrência ilide, no entanto, as muitas vezes em que interesses individuais
dos mecanismos de controle, publicidade e processualização da são coincidentes com o interesse público (ex.: fomento a empre-
Administração Pública do que de dispositivos legais expressos sa em região pobre, prestação de serviços gratuitos a pessoas
específicos. carentes).

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
As concepções anglo-saxônicas e europeias do interesse nários – há o exemplo do tombamento: a lei não define, e nem,
público são distintas. Enquanto nos EUA e no Reino Unido o in- aliás, teria como definir, exatamente todos os requisitos para um
teresse público é considerado como intrinsecamente ligado aos bem ser considerado de valor histórico, razão pela qual o moti-
interesses individuais, sendo próximo ao que resultaria de uma vo do ato administrativo de tombamento será a circunstância
soma dos interesses individuais (satisfação dos indivíduos = sa- de aquele bem enquadrar-se dentro do conceito indeterminado
tisfação do interesse público), nos Estados de raiz germânico-la- de “patrimônio histórico”, possuindo a Administração alguma
tina o interesse público é tendencialmente considerado superior margem de liberdade no enquadramento de alguns bens nesse
à soma dos interesses individuais, sendo maior e mais perene conceito.
que a soma deles, razão pela qual é protegido e perseguido pelo A lei prevê que, diante de determinadas circunstâncias,
Estado, constituindo o fundamento de um regime jurídico pró- determinado ato administrativo será praticado. A circunstância
prio, distinto do que rege as relações entre os particulares. (por exemplo, construção irregular) é o motivo do ato (no exem-
Há alguns termos que, às vezes, vêm mencionados como si- plo, da ordem da sua demolição).
nônimos de “interesse público”; outras vezes, a sinonímia é par- Especial atenção merece a “Teoria dos Motivos Determi-
cial, porque possuem peculiaridades. Assim, “interesse coletivo” nantes”: Ainda que o motivo não esteja expressamente consig-
pode significar o interesse de um grupo de indivíduos ligados nado na lei em todos os seus aspectos, havendo, então, discri-
por um substrato jurídico comum (por exemplo, os membros de cionariedade da Administração Pública em elegê-lo, fato é que,
determinada categoria profissional); “interesse social”, quando depois de sua explicitação/motivação, a veracidade do motivo
não é tratado como sinônimo de “interesse público”, aparece passa a ser condição de validade do ato administrativo, ainda
como o interesse da satisfação de setores menos favorecidos da que outro motivo pudesse ter sido originariamente invocado
população, a exemplo do que se dá em matéria de desapropria- para fundamentar o ato.
ção por interesse social, destinada, principalmente, a atender a Para aqueles que outrora sustentavam que os atos discricio-
necessidades de habitação e trabalho (art. 2º, I, Lei n. 4.132/62). nários não precisariam ser motivados, a Administração Pública
Dentro do conceito de interesse público, RENATO ALESSI o nem precisaria indicar os seus motivos, mas, ao fazê-lo, ficaria
distingue em interesse público secundário, também chamado vinculada à existência daqueles motivos que apresentou. Hoje,
de interesse público das pessoas estatais, referente à satisfação
contudo, essa assertiva deve ser atualizada, pois não é mais ca-
das necessidades do próprio aparelho estatal (por exemplo, o
bível falar que é opção da Administração motivar ou não os atos
interesse público na arrecadação); e em interesse público pri-
discricionários. A Administração Pública é sempre obrigada a
mário, de satisfação da sociedade (assim, o funcionamento de
motivar, e, inclusive nos casos em que houver discricionarieda-
um hospital público, a apreensão de mercadorias fora do prazo
de na escolha do motivo, esse, explicitado, deve realmente ser
de validade etc.).
procedente.
Quando se fala no elemento finalidade do ato administrati-
Malgrado a regra da obrigatoriedade da motivação, os atos
vo, não se pode deixar de mencionar a chamada Teoria do Des-
de mero expediente e ordinatórios, de feição exclusivamente
vio de Poder ou Desvio de Finalidade, de origens francesas (dé-
tournement de pouvoir): todo ato administrativo deve atender à interna, sem qualquer conteúdo decisório – por exemplo, um
finalidade expressa ou implícita na norma atributiva da compe- despacho de “junte-se aos autos a petição” –, e alguns atos que
tência, e, caso não a atenda, estar-se-á diante do vício conheci- já têm sua motivação autocompreensiva em sua própria expedi-
do como desvio de poder, que ocorre não apenas quando o ato ção, não precisam ser fundamentados. Essas exceções devem,
não visa a qualquer interesse público – no exemplo clássico da contudo, ser sempre vistas com cautela e apreciadas a cada
desapropriação para prejudicar um inimigo político –, mas, tam- caso.
bém, nos casos em que a lei fixa determinada finalidade pública Não se exigem requisitos formais excessivos para a motiva-
a ser atingida e o ato visa à outra, ainda que ambas sejam “de ção, podendo a autoridade emitente do ato fazer remissão a ou-
interesse público” (ex.: se a norma legal dispõe que os estabele- tros atos administrativos, pareceres, laudos etc. O que se impõe,
cimentos comerciais podem ser fechados por razões sanitárias, contudo, é que a motivação seja clara, consistente, pertinente
a Administração Pública não poderá fechá-los em razão do não àquilo que se está praticando (art. 50, § 1º, Lei do Processo Ad-
pagamento de tributos). ministrativo Federal).
Em termos processuais, devido à dificuldade de comprova-
ção do desvio de poder, por ser predominantemente uma ques- Objeto (conteúdo)
tão subjetiva interna ao administrador público que praticou o É a mudança que o ato efetua no mundo jurídico – a criação,
ato, tendesse a aceitar indícios de sua ocorrência, desde que a modificação ou a extinção de direitos ou obrigações geradas
sólidos. pelo ato (exemplo: no ato administrativo de exoneração de um
servidor seu objeto é a extinção da relação jurídico-funcional;
Motivo na desapropriação, é a aquisição da propriedade pelo Estado; na
Os motivos constituem as circunstâncias de fato e de direito permissão de uso, é a criação do direito pessoal do particular de
que determinam ou autorizam a prática do ato administrativo, usar determinado bem público).
podendo estar prévia e exaustivamente estabelecidas na lei ou Fazendo um paralelo com o elemento motivo do ato admi-
não. No primeiro caso – de motivo dito vinculado – teríamos nistrativo, podemos dizer que o motivo são os pressupostos da
como exemplo as circunstâncias de fato que justificam a aposen- incidência da norma jurídica; enquanto o objeto são as conse-
tadoria de servidor público, basicamente os anos de contribui- quências jurídicas dessa incidência (por exemplo, caso a Admi-
ção estabelecidos pela CF; no segundo caso – motivos discricio- nistração Pública identifique um bem de elevado valor histórico

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
– motivo –, deve, através do ato administrativo do tombamento, formas de se preencher aquele conteúdo legal de baixa densida-
estabelecer uma série de limitações ao direito de propriedade de normativa, o administrador o densificaria num exercício de
do seu titular – objeto). discricionariedade, por intermédio de um juízo de conveniência
O objeto do ato administrativo (o que ele faz no universo e de oportunidade. Mas a matéria não é pacífica na doutrina.
jurídico) pode estar previsto na lei ou ela pode atribuir certo EROS ROBERTO GRAU, por exemplo, calcado na doutrina de
poder de escolha para a Administração Pública (ex.: para dar EDUARDO GARCIA DE ENTERRÍA, adota uma concepção mais
conta de uma grande necessidade de educação pública em de- restrita de discricionariedade, limitando-a às hipóteses em que
terminado Município, a Administração Pública pode escolher a lei efetivamente outorga à Administração a prática de atos
em desapropriar um terreno para construção de uma grande possivelmente distintos, sendo-lhe indiferente qual venha a ser
escola pública, o que otimizaria os recursos financeiros e hu- adotado. Esses autores excluem, portanto, do conceito de discri-
manos a serem empregados, ou preferir desapropriar vários cionariedade a aplicação de conceitos jurídicos indeterminados,
terrenos pequenos para construção de várias escolas, mais já que eles manteriam essa indeterminação apenas em tese: no
próximas dos seus usuários). momento da sua aplicação tais conceitos exigiriam apenas uma
MÉRITO DO ATO ADMINISTRATIVO (DISCRICIONARIEDADE X única atitude por parte da Administração Pública, que seria a
VINCULAÇÃO) medida correta para o caso concreto.
É clássica, porém em vias de superação, a diferença entre Logo, para esses autores, não haveria a comumente iden-
atos administrativos vinculados e atos administrativos discricio- tificada proximidade entre conceitos jurídicos indeterminados
nários: naqueles a lei não deixaria qualquer margem de escolha e discricionariedade administrativa, à conta de uma restrição
para o administrador (por exemplo, aos setenta anos deve ser da abrangência da discricionariedade, que só existiria quando
feita a aposentadoria compulsória do servidor – art. 40, § 1º, II, a lei expressamente faculta vários possíveis atos para a Admi-
CF); ao passo que nesses (os discricionários) a lei permitiria que nistração Pública (ex.: nomeação de desembargador entre os
o administrador adotasse mais de uma medida, todas elas legí- integrantes da lista tríplice elaborada pelo Tribunal, caso em
timas (por exemplo, abrir ou não licitação nos casos de dispensa que o Chefe do Executivo tem três opções, todas elas lícitas),
por baixo valor do contrato – art. 24, I e II, Lei n. 8.666/93). mas não nos casos em que essa possibilidade plural de atuação
Esse âmbito de escolha do administrador deixado pela lei, é depreendida apenas do uso pela lei de conceitos indetermina-
âmbito naturalmente limitado, recebe tradicionalmente o nome dos (ex.: urgência). EROS ROBERTO GRAU chega a observar que
de “mérito administrativo”; e o critério pelo qual o administra- todo conceito sempre é de alguma maneira indeterminado, e
dor realiza a sua escolha entre o leque de opções a ele franque- que conceitos indeterminados são usados em todos os ramos do
ado pelo legislador é chamado “juízo de conveniência e oportu- Direito (ex.: “melhor interesse da criança”), mas só revestindo
nidade”. esse manto de poder livremente franqueado e não sujeito ao
De forma sucinta, podemos afirmar que o mérito adminis- controle jurisdicional no Direito Administrativo.
trativo expressa no caso concreto o juízo de conveniência e a CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO discorda dessa posi-
oportunidade, concedidos à Administração Pública pelo orde- ção, afirmando que todo conceito indeterminado gera três zonas
namento jurídico consistente na possibilidade de escolha entre de incidência: “zona de certeza positiva”, em que se tem certeza
várias opções, todas elas lícitas. que a opção administrativa está incluída entre as opções legais;
Discricionariedade administrativa seria, assim, a margem de “zona de certeza negativa”, em que a medida pretendida pela
escolha deixada pela lei ao juízo do administrador público para Administração Pública está evidentemente fora das possibilida-
que, na busca da realização dos objetivos legais, opte, entre as des abertas pela lei; e “zona cinzenta”, âmbito no qual são plau-
opções juridicamente legítimas, pela medida que, naquela reali- síveis várias decisões para dar cumprimento ao conceito jurídico
dade concreta, entender mais conveniente. vago ou indeterminado. Para o autor, com quem concordamos,
Trata-se da escolha entre indiferentes jurídicos, entre várias a discricionariedade estaria presente apenas nessa zona, apenas
medidas admitidas pelo Legislador, para quem é indiferente a na escolha entre essas opções razoáveis, todas elas podendo ser
opção por uma ou outra delas. consideradas aplicativas do conceito legal indeterminado.
A discricionariedade, que já foi chamada de “cavalo de Troia Ou seja: afastadas as opções evidentemente contrárias e as
no Princípio da Legalidade”, advém da impossibilidade de o Le- evidentemente concretizadoras da vontade legal, é, justamente
gislador prever de antemão todas as soluções que melhor aten- no espaço intermediário entre esses dois extremos, que a Admi-
derão o interesse público, razão pela qual, nesses casos, decide nistração Pública exerce sua discricionariedade, preenchendo,
deixar certa margem de apreciação à Administração Pública na no caso concreto, o conteúdo dos conceitos indeterminados,
lida diária com as necessidades públicas. aí incluídos, além dos conceitos jurídicos indeterminados (ex.:
Diz-se que a discricionariedade só pode incidir sobre o mo- valor histórico), os conceitos ditos de experiência (alto, magro,
tivo e sobre o objeto dos atos administrativos, e que a forma, a barulho, pudor etc.) e os conceitos técnicos (ex.: medidas para
competência e a finalidade seriam elementos que sempre são evitar o sobrecarregamento das redes de transmissão de ener-
vinculados, ou seja, a respeito dos quais a lei não deixa margem gia elétrica).
de apreciação à Administração Pública, assertiva doutrinária Tema muito importante no estudo da discricionariedade
esta que, como vimos acima ao tratar dos elementos dos atos é o de seu controle judicial. De um conceito de liberdade ad-
administrativos, nem sempre é seguida pelo Legislador. ministrativa absolutamente insuscetível de apreciação judicial,
Percebe-se a discricionariedade principalmente quando a a discricionariedade administrativa vem sendo objeto de uma
lei se utiliza de conceitos jurídicos indeterminados para outor- construção jurisprudencial e doutrinária fixadora de limites ao
gar competência ao administrador público. Dentre as possíveis seu exercício.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Nesse percurso de progressivo aprimoramento dos funda- no Direito Administrativo, por decorrerem diretamente da lei,
mentos teóricos e dos métodos de controle, utilizou-se, num os atos administrativos criam obrigações independentemente
primeiro momento, a Teoria do Desvio de Poder, a ideia do ne- da vontade de seus destinatários.
cessário atendimento às finalidades da outorga da competência Este atributo também vem sofrendo algumas modificações.
discricionária, e, ainda, a necessidade de motivação dos atos Em alguns casos, a Administração Pública, num esforço de legiti-
discricionários. Posteriormente, principalmente por meio das mação de seus atos, mesmo que não precise para a validade do
lições de MASSIMO SEVERO GIANNINI, passou-se a entender a ato, pode ouvir os administrados e buscar a sua concordância. A
discricionariedade como o dever da Administração Pública de consensualidade não exclui a imperatividade, que com ela coe-
ponderar os diversos interesses privados e públicos envolvidos xiste em estado de latência. Além disso, há atos em que o inte-
no caso concreto. resse é predominantemente dos administrados (por exemplo: a
Contemporaneamente vem assumindo bastante destaque autorização de uso de um bem público, ato unilateral e, em prin-
a função dos princípios do Direito Público e do Direito Adminis- cípio, precário, por meio do qual a Administração Pública cede
trativo (proporcionalidade, moralidade, eficiência etc.) como o uso privativo de um bem seu a um particular por solicitação
limitadores e condicionadores do exercício de qualquer compe- voluntária deste). Há ainda os permissivos legais de terminação
tência discricionária. pacífica de conflitos entre o Estado e particulares (ex.: termos de
Por fim, vale destacar uma observação que, afinal, parecerá ajustamento de conduta etc.).
óbvia: não há, a rigor, atos inteiramente discricionários ou vin- - Autoexecutoriedade: É a possibilidade de atos administra-
culados, vez que muito dificilmente todos os elementos do ato tivos serem passíveis de execução direta pela própria Adminis-
administrativo serão discricionários ou todos serão vinculados. tração Pública, independentemente de qualquer ordem judicial.
E, mesmo em relação aos elementos que forem discricionários, Exemplos clássicos do uso desse atributo são os atos administra-
eles haverão de atender aos princípios do Ordenamento Jurídico tivos de apreensão de mercadorias ou de armas, de demolição
e aos ditames da juridicidade: discricionariedade não significa, de prédios, o reboque de veículos estacionados irregularmente
em hipótese alguma, arbitrariedade. Sendo assim, há certa arti- etc. Apesar de a doutrina francesa, que o concebeu, referir-se a
ficialidade em uma separação estanque entre ato administrativo ele como um “privilège du préalable”, não se trata de um privi-
légio ou de algo com caráter excepcional, já que seria uma ca-
vinculado e discricionário. O que existe na verdade são graus de
racterística ordinária do Direito Administrativo. Só não haverá
vinculação.
a possibilidade de autoexecutoriedade quando a lei, de modo
Voltaremos ao tema ao tratarmos das possibilidades e limi-
explícito ou implícito, vedá-la.
tes do controle do Poder Judiciário sobre a Administração Públi-
Salvo casos de eminente risco para a segurança ou para a
ca, no penúltimo capítulo, ao qual cabe a remissão.
saúde pública, em que a oitiva da particular pode se dar poste-
riormente, o exercício da autoexecutoriedade deverá respeitar o
ATRIBUTOS
direito constitucionalmente assegurado ao prévio contraditório
Os atributos dos atos administrativos os revestem de supre-
e ampla defesa (art. 5º, LIV e LV, CF).
macia estatal, o que os distingue dos atos privados praticados
pela Administração Pública. Relembremos, aqui, alguns concei- CLASSIFICAÇÃO
tos que já estudamos, de modo mais aprofundado, no Capítulo Buscaremos, aqui, longe de repassar todas as possibilidades
relativo aos princípios de nossa disciplina. classificatórias dos atos administrativos, ordená-los, de forma
- Presunção de Legitimidade: Como a Administração está simples, no que possuem de mais essencial. Escolhemos, para
obrigada a fazer apenas o que está previsto ou genericamente isso, quatro critérios classificatórios: quanto à situação jurídica
autorizado na lei, presume-se, de modo relativo, que seus atos gerada, quanto à vontade formadora, quanto à exequibilidade e
são legítimos, tanto em relação aos fatos quanto em relação às quanto ao âmbito de sua repercussão.
razões jurídicas que os motivaram. De modo bastante exempli-
ficativo desse atributivo, o art. 19, II, da CF estabelece que um Quanto à situação jurídica gerada
ente político não pode recusar fé aos documentos públicos dos Quanto à situação jurídica por eles gerada, os atos admi-
demais entes. nistrativos podem ser normativos ou concretos. Os primeiros
As consequências práticas da presunção de legitimidade não possuem destinatários determinados, configurando normas
são duas. Em primeiro lugar, os atos administrativos podem ser gerais e abstratas; por isso, não são, em si, invalidáveis judicial-
imediatamente executados (autoexecutoriedade). Além disso, o mente, salvo em controle de constitucionalidade. O que pode
ônus da prova da ilegalidade do ato cabe a quem alega (presun- ser impugnado judicialmente são os atos administrativos con-
ção relativa). Ou seja, não é a Administração que tem de provar cretos deles decorrentes. Assim, uma portaria que estabeleça
que o ato é legal ou que os fatos por ela invocados realmente os critérios de promoção dos servidores disciplinará como as
ocorreram, sem embargo das críticas com as quais concorda- progressões funcionais serão feitas em cada concreto. No en-
mos a uma aplicação exageradamente ampla desse atributo, tanto, se a portaria contiver algum critério de promoção ilegal, o
que deve ser vista à luz das exigências do devido processo legal. servidor prejudicado não poderá impugná-la diretamente, mas
- Imperatividade: É o atributo pelo qual a Administração Pú- apenas o ato administrativo concreto que lhe deu cumprimento.
blica pode impor seus atos a terceiros sem a prévia anuência Os atos administrativos normativos são revogáveis, por se-
destes. Ou seja, seus atos são coercitivos. Ao contrário das re- rem expressão da discricionariedade e por serem normas em
lações privadas, em que via de regra as obrigações extraem sua sentido próprio, ou seja, não geram direito à sua permanência
força de acordos de vontades, sendo apenas protegidas pela lei, no ordenamento jurídico. Da mesma forma que ninguém possui

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
direito adquirido a regime jurídico ou à continuidade legislativa, Quanto à exequibilidade
também não se pode pretender que os atos administrativos nor- Atos administrativos perfeitos são os que possuem todos
mativos não possam ser revogados ou alterados. A revogação, os cinco elementos da sua formação: o ato existe. Os atos que
no entanto, deverá respeitar os direitos adquiridos e confianças não possuem todos os elementos constitutivos são inexistentes,
legítimas geradas durante a vigência do ato. nem chegando a se aperfeiçoar como atos administrativos. Um
Os atos concretos, também chamados de individuais ou de exemplo de ato administrativo inexistente seria aquele pratica-
especiais, possuem, ao revés, destinatários certos, fazendo nas- do por quem nem a aparência de servidor possui.
cer uma situação jurídica particular, gerando encargos ou crian- Já os atos válidos são aqueles que, além de todos os seus
do, diretamente, direitos e deveres que ingressam na esfera ju- elementos estarem presentes – já eram, portanto, atos adminis-
rídica de seus destinatários (exemplos: a desapropriação de um trativos perfeitos/existentes –, também se encontram em con-
bem, a nomeação de um servidor, a concessão de licenças etc.). formidade com a lei e com a Constituição, sendo, portanto, além
Por isso, sempre podem ser atacados em Juízo e, caso produzam de perfeitos, válidos (agente competente, forma legal, objeto e
direitos que hajam sido regularmente adquiridos, não podem motivo legal e finalidade pública legal).
ser revogados. HELY LOPES MEIRELLES acreditava que, no Direito Admi-
Observe-se que a simples existência de uma pluralidade de nistrativo, não há diferença prática entre a inexistência e a in-
sujeitos atingidos pelo ato administrativo não o torna um ato validade do ato administrativo, já que ambos não produziriam
normativo, desde que todos esses sujeitos sejam determinados. qualquer efeito. Mas, com a evolução doutrinária e legislativa
Dessa forma, o ato de desapropriação de todos os imóveis de do Direito Administrativo, adotando posição menos rigorosa em
uma rua para a construção de uma escola municipal não é ato relação aos efeitos ex tunc da nulidade dos atos administrativos,
normativo pelo simples fato de atingir vários proprietários, os a diferença entre os atos inexistentes e os atos nulos passou a
quais restam absolutamente determinados e identificáveis, sen- ser muito importante, porque esses em tese admitem a convali-
do um ato concreto plúrimo, que, concretamente, atinge uma dação (também chamada de sanatória), que é o aproveitamento
pluralidade de destinatários. do ato inválido, porém existente, ao passo que não se pode sa-
nar o que nem existe.
Quanto à vontade formadora Por sua vez, os atos administrativos eficazes são aqueles
Segundo o critério da vontade formadora, os atos adminis- que estão aptos a produzir efeitos por não estarem sujeitos a
trativos podem ser simples, complexos ou compostos. prazo, condição suspensiva, publicação ou ato controlador de
O ato administrativo simples é aquele que resulta da mani- outra autoridade.
festação da vontade de um único órgão, seja ele unipessoal ou Em regra, o ato administrativo terá eficácia imediata, a par-
colegiado. Assim, decisões tomadas por um Conselho, ou o de- tir do momento em que for editado, ou posterior – por exem-
creto de promoção de servidor. O que importa é a vontade uni- plo, trinta dias após a sua publicação. Mas a retroatividade dos
tária (não de agente público, mas de órgão) que lhe dá origem. atos administrativos é, em princípio, vedada, só comportando
Já o ato complexo é formado pela conjugação da vontade de exceções fortemente esteadas em princípios da Administração
mais de um órgão para a prática de um ato administrativo formal Pública como os da legalidade, da continuidade do serviço pú-
e materialmente único. Um exemplo seria o Decreto assinado blico e da segurança jurídica. ODETE MEDUAR indicou, com base
pelo Chefe do Poder Executivo e pelos Ministros de Estado das nesses princípios, os seguintes atos administrativos retroativos:
áreas relacionadas ao seu conteúdo. invalidação de outro ato administrativo, reintegração (retorno
Por fim, o ato administrativo composto é o que resulta da do servidor ao serviço público em razão da nulidade do seu des-
vontade de apenas um órgão, mas que depende do controle ligamento) e a nomeação ou designação de servidor com efeitos
prévio (anuência prévia) ou posterior (homologação) de outra retroativos à data em que efetivamente começou a trabalhar
autoridade pública para ser exequível. O ato acessório pode ser para o Estado.
pressuposto do ato principal (por exemplo, a prévia aprovação, As três qualificações (ato existente/perfeito, válido e eficaz)
pelo Senado, da nomeação do Procurador-Geral da República – podem ser combinadas entre si.
art. 84, XIV, CF) ou posterior ao ato principal (por exemplo, a Podemos ter atos administrativos perfeitos, inválidos e efi-
ratificação, pela autoridade superior, da dispensa de licitação). cazes (uma exoneração de servidora pública ocupante de cargo
Ao contrário dos atos administrativos complexos, nos atos em comissão, expressamente fundamentada em sua orientação
compostos não há apenas um ato, mas dois, um principal (que sexual, pode ser tida por inconstitucional, mas, pelo menos no
contém o seu conteúdo), e outro, acessório (ato anterior ou pos- primeiro momento, possui todos os elementos e produz efeitos
terior que controla o ato principal). imediatamente), atos administrativos perfeitos, inválidos e ine-
A diferença entre o ato composto e o procedimento admi- ficazes (no caso anterior, se a exoneração só produzisse efeitos
nistrativo não é fácil; há mesmo quem (como CELSO ANTÔNIO a partir do mês seguinte), ou atos administrativos perfeitos, vá-
BANDEIRA DE MELLO) não os distinga. Naquele temos um ato lidos e ineficazes (uma cessão de servidor, dentro da lei, entre
acessório e um ato principal, enquanto, neste, há vários atos duas entidades estaduais, que só produzirá efeitos a partir do
acessórios e um ato principal-final, sendo que, nas duas hipóte- início do próximo mês por ter sido sujeita a um prazo).
ses, a invalidação do(s) acessório(s) invalida o principal.
Quanto ao âmbito de repercussão
Essa classificação focaliza o espectro de produção de efei-
tos do ato, se internos ou externos à Administração Pública.
Os atos administrativos externos visam à produção de efeitos

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
exógenos à Administração Pública, ou seja, sobre os particulares tração a faculdade de, com base no poder de polícia do Estado,
(por exemplo, um decreto expropriatório). Já os atos administra- afastar a proibição em determinados casos concretos, quando
tivos internos objetivam a produção de efeitos jurídicos apenas entender que o desempenho da atividade ou a prática do ato
no interior da máquina administrativa (assim, uma portaria de não se apresenta nocivo ao interesse da coletividade.
organização dos serviços de determinada repartição). Precisamente por estar condicionada à compatibilidade
Os atos internos teriam como escopo apenas a organiza- com o interesse público que se tem em vista proteger, a autori-
ção interna da Administração e a orientação dos seus servido- zação pode ser revogada a qualquer momento, desde que essa
res, ainda que, na prática, possam produzir importantes efeitos compatibilidade deixe de existir.
reflexos nos direitos e interesses dos cidadãos, razão pela qual 2. Na segunda acepção, autorização é o ato unilateral e dis-
autores há que refutam essa classificação. Para ficarmos num cricionário pelo qual o Poder Público faculta ao particular o uso
exemplo simples, uma alteração de competências numa Secre- privativo de bem público, a título precário. Trata-se da autoriza-
taria de Estado, concretizada por Decreto do Governador, pode ção de uso.
alterar a autoridade impetrada num mandado de segurança. 3. Na terceira acepção autorização é o ato administrativo
Para a conceituação das espécies de Atos Administrativos unilateral e discricionário pelo qual o Poder Público delega ao
iremos utilizar trechos da obra da mestre Maria Sylvia Zanella Di particular a exploração de serviço público, a título precário. Tra-
Pietro que os divide em duas categorias: quanto ao conteúdo e ta-se da autorização de serviço público. Esta hipótese está refe-
quanto à forma de que se revestem, conforme segue: rida, ao lado da concessão e da permissão, como modalidade de
São do primeiro tipo a autorização, a licença, a admissão, a delegação de serviço público de competência da União. Até a
permissão (como atos administrativos negociais); a aprovação e 17ª edição, vínhamos entendendo que a autorização não existe
a homologação (que são atos de controle); o parecer e o visto como forma de delegação de serviço prestado ao público, por-
(que são atos enunciativos) . Os conceitos que serão adotados que o serviço é prestado no interesse exclusivo do autorizatário.
correspondem àqueles tradicionalmente aceitos no âmbito do A partir da 18ª edição, esse entendimento foi reformulado. Os
direito brasileiro (lei, doutrina e jurisprudência); porém, é bom chamados serviços públicos autorizados, previstos no artigo 21,
que se tenha presente que muitas vezes os vocábulos são uti- XI e XII, da Constituição Federal, são de titularidade da União,
lizados sem muita precisão conceitual, como ocorre, especial- podendo ou não ser delegados ao particular, por decisão discri-
mente, com a autorização, a permissão e a licença, nem sempre cionária do poder público; e essa delegação pode ser para aten-
empregadas com as características que serão apontadas. Por dimento de necessidades coletivas, com prestação a terceiros
exemplo, a autorização nem sempre é precária; às vezes, é ou- (casos da concessão e da permissão), ou para execução no pró-
torgada com características que a aproximam das relações con- prio benefício do autorizatário, o que não deixa de ser também
tratuais; a licença nem sempre é referida como ato vinculado; a de interesse público. A essa conclusão chega-se facilmente pela
permissão ora é tratada como contrato, ora como ato unilateral, comparação entre os serviços de telecomunicações, energia elé-
com ou sem precariedade. É do direito positivo que se tem que trica, navegação aérea e outros referidos no artigo 21, XI e XII,
tirar as respectivas características em cada caso. No entanto, o com os serviços não exclusivos do Estado, como educação e saú-
uso indevido dos vocábulos no direito positivo não impede que de. Estes últimos, quando prestados pelo Estado, são serviços
se apontem as características dos institutos no âmbito doutriná- públicos próprios; quando prestados por particular, são serviços
rio, como se fará a seguir. públicos impróprios, porque abertos à iniciativa privada por for-
No segundo grupo serão analisados o decreto, a portaria, a ça da própria Constituição; no primeiro caso, existe autorização
resolução, a circular, o despacho e o alvará. de serviço público; no segundo, existe autorização como ato de
polícia.
Quanto ao Conteúdo: Pode-se, portanto, definir a autorização administrativa, em
- AUTORIZAÇÃO sentido amplo, como o ato administrativo unilateral, discricio-
No direito brasileiro, a autorização administrativa tem vá- nário e precário pelo qual a Administração faculta ao particular
rias acepções: o uso de bem público (autorização de uso), ou a prestação de
1. Num primeiro sentido, designa o ato unilateral e discri- serviço público (autorização de serviço público), ou o desempe-
cionário pelo qual a Administração faculta ao particular o de- nho de atividade material, ou a prática de ato que, sem esse
sempenho de atividade material ou a prática de ato que, sem consentimento, seriam legalmente proibidos (autorização como
esse consentimento, seriam legalmente proibidos. ato de polícia).
Exemplo dessa hipótese encontra-se na Constituição Fede- A Lei Geral de Telecomunicações (Lei nº 9.472, de 16-7-97),
ral, quando atribui à União competência para autorizar e fisca- no artigo 131, §1º, define a “autorização de serviço de teleco-
lizar a produção e o comércio de material bélico (art. 21, VI) e municações” como “ato administrativo vinculado que faculta
para autorizar a pesquisa e lavra de recursos naturais (art. 176, a exploração, no regime privado, de modalidade de serviço de
§§1º, 3º e 4º); outro exemplo é o da autorização para porte de telecomunicações, quando preenchidas as condições objetivas
arma, que a Lei das Contravenções Penais (Decreto-lei nº 3. 688, e subjetivas necessárias”.
de 3-10-41) denomina impropriamente de licença (art. 19). No entanto, esse emprego do vocábulo, utilizado para dar a
Nesse sentido, a autorização abrange todas as hipóteses em impressão de que a lei se afeiçoa aos termos do artigo 21, XI, da
que o exercício de atividade ou a prática de ato são vedados por Constituição (que fala em concessão, permissão e autorização)
lei ao particular, por razões de interesse público concernentes à não está corretamente utilizado, não se amoldando ao conceito
segurança, à saúde, à economia ou outros motivos concernen- doutrinário. O uso indevido do vocábulo não justifica a alteração
tes à tutela do bem comum. Contudo, fica reservada à Adminis- do conceito.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Na Constituição Federal ainda se emprega o vocábulo no O seu objeto é a utilização privativa de bem público por par-
sentido de consentimento de um poder a outro para a prática de ticular ou a execução de serviço público.
determinado ato; é o caso previsto no artigo 49, II e III, que dá Contudo, há que se ter presente que o artigo 175, parágrafo
competência ao Congresso Nacional para autorizar o Presidente único, inciso I, da Constituição Federal permite a interpretação
da República a declarar a guerra e a fazer a paz; permitir que for- de que tanto a concessão como a permissão de serviços públi-
ças estrangeiras transitem pelo Território Nacional ou nele perma- cos são contratos; e a Lei nº 8.987, de 13-2-95 (que regula as
neçam temporariamente e para autorizar o Presidente e o Vice- concessões e permissões de serviços públicos) faz referência à
-presidente da República a se ausentarem do País. No artigo 52, permissão como contrato de adesão, com o traço da precarie-
V, é estabelecida a competência do Senado para autorizar opera- dade. Paralelamente, algumas leis ainda falam em permissão de
ções externas de natureza financeira, de interesse da União, dos serviço público como ato administrativo e não como contrato; é
Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios. Tais o caso, por exemplo, do artigo 118, parágrafo único, da Lei Geral
autorizações podem ser consideradas atos administrativos em de Telecomunicações (Lei nº 9.472, de 26-12-96). Vale dizer que,
sentido material (quanto ao conteúdo), pois equivalem, também, pela legislação atualmente em vigor, a permissão de serviço pú-
a um consentimento manifestado por um Poder a outro para a blico aparece ora como ato unilateral, ora como contrato. Assim
prática de ato que não seria válido sem essa formalidade. Sob o sendo, o conceito de permissão adotado neste item limita-se às
aspecto formal, não se trata de ato administrativo, mas de ato hipóteses em que a permissão de serviço público constitui ato
legislativo, que se edita sob a forma de decretos legislativos ou de unilateral.
resoluções. O próprio fundamento é diverso.
A autorização administrativa baseia-se no poder de polícia - APROVAÇÃO
do Estado sobre a atividade privada; a autorização legislativa, A aprovação é ato unilateral e discricionário pelo qual se
nos casos mencionados, é modalidade de controle do Legislativo exerce o controle a priori ou a posteriori do ato administrativo.
sobre os atos do Executivo. No controle a priori, equivale à autorização para a prática
do ato; no controle a posteriori equivale ao seu referendo (cf.
- LICENÇA Oswaldo Aranha Bandeira de Mello, 2007:562).
Licença é o ato administrativo unilateral e vinculado pelo É ato discricionário, porque o examina sob os aspectos de
qual a Administração faculta àquele que preencha os requisitos conveniência e oportunidade para o interesse público; por isso
legais o exercício de uma atividade. mesmo, constitui condição de eficácia do ato.
A diferença entre licença e autorização, acentua Cretella Jú- A Constituição Federal contém inúmeros exemplos de atos
nior, é nítida, porque o segundo desses institutos envolve inte- dependentes de aprovação, a maior parte deles constituindo
resse, “caracterizando-se como ato discricionário, ao passo que modalidades de controle político do Poder Legislativo sobre o
a licença envolve direitos, caracterizando-se como ato vincula- Executivo e sobre entidades da administração indireta.
do” (in RT 486/ 18). Na autorização, o Poder Público aprecia, O artigo 52 exige aprovação prévia do Senado para a escolha
discricionariamente, a pretensão do particular em face do inte- de Magistrados, Ministros do Tribunal de Contas, Governador do
resse público, para outorgar ou não a autorização, como ocorre Território etc. (inciso III), para a escolha dos chefes de missão
no caso de consentimento para porte de arma; na licença, cabe diplomática de caráter permanente (inciso IV), para a exonera-
à autoridade tão somente verificar, em cada caso concreto, se ção, de ofício, do Procurador-geral da República (inciso XI); o ar-
foram preenchidos os requisitos legais exigidos para determina- tigo 49 atribui ao Congresso Nacional competência para aprovar
da outorga administrativa e, em caso afirmativo, expedir o ato, o estado de defesa e a intervenção federal (inciso IV), aprovar
sem possibilidade de recusa; é o que se verifica na licença para iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades nucleares
construir e para dirigir veículos automotores. (inciso XIV), aprovar, previamente, a alienação ou concessão de
A autorização é ato constitutivo e a licença é ato declarató- terras públicas com área superior a 2.500 ha (inciso XVII).
rio de direito preexistente. Em todos esses casos, a aprovação constitui, quanto ao
conteúdo, típico ato administrativo (de controle), embora for-
- ADMISSÃO malmente integre os atos legislativos (resoluções ou decretos
Admissão é o ato unilateral e vinculado pelo qual a Admi- legislativos) previstos no artigo 59, VI e VII, da Constituição.
nistração reconhece ao particular, que preencha os requisitos
legais, o direito à prestação de um serviço público. - HOMOLOGAÇÃO
É ato vinculado, tendo em vista que os requisitos para ou- Homologação é o ato unilateral e vinculado pelo qual a Ad-
torga da prestação administrativa são previamente definidos, de ministração Pública reconhece a legalidade de um ato jurídico.
modo que todos os que os satisfaçam tenham direito de obter Ela se realiza sempre a posteriori e examina apenas o aspecto de
o benefício. legalidade, no que se distingue da aprovação.
São exemplos a admissão nas escolas públicas, nos hospi- É o caso do ato da autoridade que homologa o procedimen-
tais, nos estabelecimentos de assistência social. to da licitação (art.43, VI, da Lei nº 8.666 de 2 1-6-93).

- PERMISSÃO - PARECER
Permissão, em sentido amplo, designa o ato administrativo Parecer é o ato pelo qual os órgãos consultivos da Adminis-
unilateral, discricionário e precário, gratuito ou oneroso, pelo tração emitem opinião sobre assuntos técnicos ou jurídicos de
qual a Administração Pública faculta a particular à execução de sua competência.
serviço público ou a utilização privativa de bem público.

41
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Segundo Oswaldo Aranha Bandeira de Mello (2007: 583), o pela qual o Tribunal de Contas tem procurado responsabilizar
parecer pode ser facultativo, obrigatório e vinculante. os advogados públicos que, com seu parecer, deram margem a
O parecer é facultativo quando fica a critério da Administra- decisão considerada ilegal. No entanto, essa responsabilização
ção solicitá-lo ou não, além de não ser vinculante para quem o não pode ocorrer a não ser nos casos em que haja erro grossei-
solicitou. Se foi indicado como fundamento da decisão, passará ro, culpa grave, má-fé por parte do consultor; ela não se justifica
a integrá-la, por corresponder à própria motivação do ato. se o parecer estiver adequadamente fundamentado; a simples
O parecer é obrigatório quando a lei o exige como pressu- diferença de opinião - muito comum na área jurídica - não pode
posto para a prática do ato final. A obrigatoriedade diz respeito à justificar a responsabilização do consultor. Não é por outra razão
solicitação do parecer (o que não lhe imprime caráter vinculan- que o parecer isoladamente não produz qualquer efeito jurídico;
te). Por exemplo, uma lei que exija parecer jurídico sobre todos em regra, ele é meramente opinativo.
os recursos encaminhados ao Chefe do Executivo; embora haja No caso do artigo 38, parágrafo único, da Lei nº 8.666, de
obrigatoriedade de ser emitido o parecer sob pena de ilegali- 21-6-93, a participação do órgão jurídico não é apenas na função
dade do ato final, ele não perde o seu caráter opinativo. Mas a de consultoria, já que tem que examinar e aprovar as minutas
autoridade que não o acolher deverá motivar a sua decisão ou de edital e de contrato. A aprovação, no caso, integra o próprio
solicitar novo parecer, devendo lembrar que a atividade de con- procedimento e equivale a um ato de controle de legalidade e
sultoria jurídica é privativa de advogado, conforme artigo 1º, II, não de mérito; trata-se de hipótese em que o parecer é obriga-
do Estatuto da OAB (Lei nº 8.906, de 4-7-94). No âmbito da Ad- tório e vinculante.
ministração Pública, a atividade consultiva é privativa da Advo- É comum, no âmbito da Administração Pública, fazer-se
cacia-Geral da União e das Procuradorias dos Estados, conforme referência a parecer normativo. Na realidade, o parecer não
arts. 131 e 132 da Constituição Federal. possui efeito normativo, por si mesmo; porém, muitas vezes,
O parecer é vinculante quando a Administração é obrigada quando aprovado pela autoridade competente prevista em lei,
a solicitá-lo e a acatar a sua conclusão. Por exemplo, para conce- as conclusões do parecer tornam-se obrigatórias para outros ór-
der aposentadoria por invalidez, a Administração tem que ouvir gãos ou entidades da Administração Pública. É o despacho des-
o órgão médico oficial e não pode decidir em desconformidade sa autoridade que dá efeito normativo ao parecer. O objetivo é
com a sua decisão; é o caso também da manifestação prevista garantir uniformidade de orientação na esfera administrativa e
no artigo 38, parágrafo único, da Lei nº 8.666, de 21-6-93, que até o de evitar consultas repetitivas que exijam novas manifes-
torna obrigatório o exame e a aprovação das minutas de edital tações do órgão consultivo. O parecer, aprovado por despacho
de licitação e dos contratos por assessoria jurídica da Adminis- com efeito normativo, favorece, por isso mesmo, a própria eco-
tração. Também neste caso, se a autoridade tiver dúvida ou não nomicidade processual.
concordar com o parecer, deverá pedir novo parecer.
Apesar do parecer ser, em regra, ato meramente opinati- - VISTO
vo, que não produz efeitos jurídicos, o Supremo Tribunal Fede- Visto é o ato administrativo unilateral pelo qual a autorida-
ral tem admitido a responsabilização de consultores jurídicos de competente atesta a legitimidade formal de outro ato jurídi-
quando o parecer for vinculante para a autoridade administra- co. Não significa concordância com o seu conteúdo, razão pela
tiva, desde que proferido com má-fé ou culpa. No mandado de qual é incluído entre os atos de conhecimento, que são meros
segurança 24.631-DF, foi feita distinção entre três hipóteses de atos administrativos e não atos administrativos propriamente
parecer: “ (i) quando a consulta é facultativa, a autoridade não ditos, porque não encerram manifestações de vontade.
se vincula ao parecer proferido, sendo que seu poder de decisão Exemplo de visto é o exigido para encaminhamento de re-
não se altera pela manifestação do órgão consultivo; (ii) quando querimentos de servidores subordinados a autoridade de supe-
a consulta é obrigatória, a autoridade administrativa se vincula rior instância; a lei normalmente impõe o visto do chefe imedia-
a emitir o ato tal como submetido à consultoria, com parecer to, para fins de conhecimento e controle formal, não equivalen-
favorável ou contrário, e se pretender praticar o ato de forma do à concordância ou deferimento de seu conteúdo.
diversa da apresentada à consultoria, deverá submetê-lo a novo
parecer; (iii) quando a lei estabelece a obrigação de decidir à luz Quanto a Forma:
de parecer vinculante, essa manifestação de teor jurídico deixa - DECRETO
de ser meramente opinativa e o administrador não poderá de- Decreto é a forma de que se revestem os atos individuais ou
cidir senão nos termos da conclusão do parecer ou, então, não gerais, emanados do Chefe do Poder Executivo (Presidente da
decidir”. A conclusão do Relator foi no sentido de que “é abusiva República, Governador e Prefeito). Ele pode conter, da mesma
a responsabilização do parecerista à luz de uma alargada relação forma que a lei, regras gerais e abstratas que se dirigem a todas
de causalidade entre seu parecer e o ato administrativo do qual as pessoas que se encontram na mesma situação (decreto geral)
tenha resultado dano ao erário. Salvo demonstração de culpa ou pode dirigir-se a pessoa ou grupo de pessoas determinadas.
ou erro grosseiro, submetida às instâncias administrativas disci- Nesse caso, ele constitui decreto de efeito concreto (decreto in-
plinares ou jurisdicionais próprias, não cabe a responsabilidade dividual); é o caso de um decreto de desapropriação, de nome-
do advogado público pelo conteúdo de seu parecer de natureza ação, de demissão.
meramente opinativa” (MS-24.63 1/DF, julgamento em 9-8-07, Quando produz efeitos gerais, ele pode ser:
Tribunal Pleno) . 1. regulamentar ou de execução, quando expedido com
Na realidade, o parecer contém a motivação do ato a ser base no artigo 84, IV, da Constituição, para fiel execução da lei;
praticado pela autoridade que o solicitou. Por isso mesmo, se
acolhido, passa a fazer parte integrante da decisão. Essa a razão

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
2. independente ou autônomo, quando disciplina matéria - DESPACHO
não regulada em lei. A partir da Constituição de 1988, não há Despacho é o ato administrativo que contém decisão das
fundamento para esse tipo de decreto no direito brasileiro, salvo autoridades administrativas sobre assunto de interesse individu-
nas hipóteses previstas no artigo 84, VI, da Constituição, com a al ou coletivo submetido à sua apreciação.
redação dada pela Emenda Constitucional nº 32/01; assim mes- Quando, por meio do despacho, é aprovado parecer pro-
mo, é uma independência bastante restrita porque as normas ferido por órgão técnico sobre assunto de interesse geral, ele
do decreto não poderão implicar aumento de despesa nem cria- é chamado despacho normativo, porque se tornará obrigatório
ção ou extinção de órgãos públicos. para toda a Administração. Na realidade, esse despacho não cria
O decreto só pode ser considerado ato administrativo pro- direito novo, mas apenas estende a todos os que estão na mes-
priamente dito quando tem efeito concreto. O decreto geral é ma situação a solução adotada para determinado caso concreto,
ato normativo, semelhante, quanto ao conteúdo e quanto aos diante do Direito Positivo.
efeitos, à lei.
Quando comparado à lei, que é ato normativo originário - ALVARÁ
(porque cria direito novo originário de órgão estatal dotado de Alvará é o instrumento pelo qual a Administração Pública
competência própria derivada da Constituição), o decreto re- confere licença ou autorização para a prática de ato ou exercício
gulamentar é ato normativo derivado (porque não cria direito de atividade sujeitos ao poder de polícia do Estado. Mais resu-
novo, mas apenas estabelece normas que permitam explicitar a midamente, o alvará é o instrumento da licença ou da autoriza-
forma de execução da lei). ção. Ele é a forma, o revestimento exterior do ato; a licença e a
autorização são o conteúdo do ato.
- RESOLUÇÃO E PORTARIA
Resolução e portaria são formas de que se revestem os atos, Extinção do Ato Administrativo
gerais ou individuais, emanados de autoridades outras que não Embora haja divergência doutrinária, podemos apontar
o Chefe do Executivo. sete formas de extinção do ato administrativo.
No Estado de São Paulo, a Lei nº 10.177, de 30-12-98, que - Exaurimento dos Efeitos
regula o processo administrativo no âmbito da Administração É a via normal de extinção dos atos administrativos. Ocorre
Pública Estadual, estabelece uma distinção, quanto ao aspecto pelo cumprimento dos efeitos almejados pelo agente público.
formal, entre os atos normativos do Poder Executivo. Ex.
No artigo 12, diz que “são atos administrativos: I - de com- Necessidade de realizar concurso público - Realização de
petência privativa: a) do Governador do Estado, o Decreto; b) concurso público - Fim do certame
dos Secretários de Estado, do Procurador Geral do Estado e dos - Revogação
Reitores das Universidades, a Resolução; c) dos órgãos colegia- É a extinção do ato administrativo motivada pela apuração
dos, a Deliberação; II - de competência comum: a) a todas as da conveniência e oportunidade do gestor estatal, não sendo
autoridades, até o nível de Diretor de Serviço; às autoridades mais aquele assunto de interesse para a Administração Pública.
policiais; aos dirigentes das entidades descentralizadas, bem Súmula 473, STF: A Administração pode anular seus pró-
como, quando estabelecido em norma legal específica, a outras prios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, por-
autoridades administrativas, a Portaria; b) a todas as autorida- que deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de
des ou agentes da Administração, os demais atos administrati- conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiri-
vos, tais corno Ofícios, Ordens de Serviço, Instruções e outros”. dos e ressalvados, em todos os casos, a apreciação judicial.
De acordo com essa norma, a diferença entre os vários tipos Lei n° 9.784/99: Art. 53. A Administração deve anular seus
de atos está apenas na autoridade de que emanam, podendo próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode re-
uns e outros ter conteúdo individual (punição, concessão de fé- vogá-los por motivo de conveniência e oportunidade, respeita-
rias, dispensas), ou geral, neste último caso contendo normas dos os direitos adquiridos.
emanadas em matérias de competência de cada urna das refe- - Anulação
ridas autoridades. A anulação do ato administrativo deriva da constatação de
Não se confunde a resolução editada em sede administrati- ilegalidade praticada.
va com a referida no artigo 59, VII, da Constituição Federal. Nes- Súmula 346, STF: A Administração Pública pode declarar a
se caso, ela equivale, sob o aspecto formal, à lei, já que emana nulidade dos seus próprios atos.
do Poder Legislativo e se compreende no processo de elabora- Súmula 473, STF: A Administração pode anular seus pró-
ção das leis, previsto no artigo 59. Normalmente é utilizada para prios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, por-
os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, pre- que deles não se originam direitos; ou revogá-los,por motivo de
vistos nos artigo 49 da Constituição, e para os d e competência conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiri-
privativa da Câmara d o s Deputados (art. 51), e do Senado (art. dos e ressalvados, em todos os casos, a apreciação judicial.
52), uns e outros equivalendo a atos de controle político do Le- Lei n° 9.784/99: Art. 53. A Administração deve anular seus
gislativo sobre o Executivo. próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode re-
vogá-los por motivo de conveniência e oportunidade, respeita-
- CIRCULAR dos os direitos adquiridos.
Circular é o instrumento de que se valem as autoridades Efeitos: Revogação: ex nunc (não retroage) – Anulação: ex
para transmitir ordens internas uniformes a seus subordinados. tunc (retroage)
- Cassação

43
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
A cassação pressupõe o descumprimento de obrigações fixadas no ato por seu destinatário ou beneficiário direto.
Ex.

- Obtém licença de funcionamento - Descumprem obrigação legal - Licença cassada


- Caducidade
É consequência da nova legislação cujos efeitos sejam contrários aos decorrentes do ato administrativo já exarado.
- Contraposição
É quando a extinção do ato administrativo é ordenada por novo ato cujos efeitos são contrapostos ao primeiro.
- Renúncia
É quando a extinção do ato administrativo decorre da manifestação de vontade do próprio beneficiário do ato.

GESTÃO DE ARQUIVOS: TIPOS DE ARQUIVOS, CLASSIFICAÇÃO E ARQUIVAMENTO DE DOCUMENTOS.

A arquivística é uma ciência que estuda as funções do arquivo, e também os princípios e técnicas a serem observados durante a
atuação de um arquivista sobre os arquivos e, tem por objetivo, gerenciar todas as informações que possam ser registradas em docu-
mentos de arquivos.

A Lei nº 8.159/91 (dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos e entidades privadas e dá outras providências) nos dá
sobre arquivo:
“Consideram-se arquivos, para os fins desta lei, os conjuntos de documentos produzidos e recebidos por órgãos públicos, insti-
tuições de caráter público e entidades privadas, em decorrência do exercício de atividades específicas, bem como por pessoa física,
qualquer que seja o suporte da informação ou a natureza dos documentos.”

Á título de conhecimento segue algumas outras definições de arquivo.


“Designação genérica de um conjunto de documentos produzidos e recebidos por uma pessoa física ou jurídica, pública ou pri-
vada, caracterizado pela natureza orgânica de sua acumulação e conservado por essas pessoas ou por seus sucessores, para fins de
prova ou informação”, CONARQ.

“É o conjunto de documentos oficialmente produzidos e recebidos por um governo, organização ou firma, no decorrer de suas ati-
vidades, arquivados e conservados por si e seus sucessores para efeitos futuros”, Solon Buck (Souza, 1950) (citado por PAES, Marilena
Leite, 1986).

“É a acumulação ordenada dos documentos, em sua maioria textuais, criados por uma instituição ou pessoa, no curso de sua
atividade, e preservados para a consecução dos seus objetivos, visando à utilidade que poderão oferecer no futuro.” (PAES, Marilena
Leite, 1986).

De acordo com uma das acepções existentes para arquivos, esse também pode designar local físico designado para conservar o
acervo.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
A arquivística está embasada em princípios que a diferencia de outras ciências documentais existentes.
Vejamos:

O princípio de proveniência nos remete a um conceito muito importante aos arquivistas: o Fundo de Arquivo, que se caracteriza
como um conjunto de documentos de qualquer natureza – isto é, independentemente da sua idade, suporte, modo de produção,
utilização e conteúdo– reunidos automática e organicamente –ou seja, acumulados por um processo natural que decorre da própria
atividade da instituição–, criados e/ou acumulados e utilizados por uma pessoa física, jurídica ou poruma família no exercício das suas
atividades ou das suas funções.

Esse Fundo de Arquivo possui duas classificações a se destacar.


Fundo Fechado – quando a instituição foi extinta e não produz mais documentos estamos.
Fundo Aberto - quando a instituição continua a produzir documentos que se vão reunindo no seu arquivo.

Temos ainda outros aspectos relevantes ao arquivo, que por alguns autores, podem ser classificados como princípios e por outros,
como qualidades ou aspectos simplesmente, mas que, independente da classificação conceitual adotada, são relevantes no estudo
da arquivologia. São eles:

- Territorialidade: arquivos devem ser conservados o mais próximo possível do local que o gerou ou que influenciou sua produção.

- Imparcialidade: Os documentos administrativos são meios de ação e relativos a determinadas funções. Sua imparcialidade ex-
plica-se pelo fato de que são relativos a determinadas funções; caso contrário, os procedimentos aos quais os documentos se referem
não funcionarão, não terão validade. Os documentos arquivísticos retratam com fidelidade os fatos e atos que atestam.

- Autenticidade: Um documento autêntico é aquele que se mantém da mesma forma como foi produzido e, portanto, apresenta
o mesmo grau de confiabilidade que tinha no momento de sua produção.

Por finalidade a arquivística visa servir de fonte de consulta, tornando possível a circulação de informação registrada, guardada e
preservada sob cuidados da Administração, garantida sua veracidade.

Costumeiramente ocorre uma confusão entre Arquivo e outros dois conceitos relacionados à Ciência da Informação, que são a
Biblioteca e o Museu, talvez pelo fato desses também manterem ali conteúdo guardados e conservados, porém, frisa-se que trata-se
de conceitos distintos.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
O quadro abaixo demonstra bem essas distinções:

Arquivos Públicos
Segundo a Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991, art.7º, Capítulo II:
“Os arquivos públicos são os conjuntos de documentos produzidos e recebidos, no exercício de suas atividades, por órgãos
públicos de âmbito federal, estadual, do distrito federal e municipal, em decorrência de suas funções administrativas, legislativas e
judiciárias”.
Igualmente importante, os dois parágrafos do mesmo artigo diz:
“§ 1º São também públicos os conjuntos de documentos produzidos e recebidos por instituições de caráter público, por entidades
privadas encarregadas da gestão de serviços públicos no exercício de suas atividades.
§ 2º A cessação de atividades de instituições públicas e de caráter público implica o recolhimento de sua documentação à ins-
tituição arquivística pública ou a sua transferência à instituição sucessora.»
Todos os documentos produzidos e/ou recebidos por órgãos públicos ou entidades privadas (revestidas de caráter público – me-
diante delegação de serviços públicos) são considerados arquivos públicos, independentemente da esfera de governo.

Arquivos Privados
De acordo com a mesma Lei citada acima:
“Consideram-se arquivos privados os conjuntos de documentos produzidos ou recebidos por pessoas físicas ou jurídicas, em
decorrência de suas atividades.”
Para elucidar possíveis dúvidas na definição do referido artigo, a pessoa jurídica a qual o enunciado se refere diz respeito à pes-
soa jurídica de direito privado, não se confundindo, portanto, com pessoa jurídica de direito público, pois os órgãos que compõe a
administração indireta da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, são também pessoas jurídicas, destituídas de poder político e
dotadas de personalidade jurídica própria, porém, de direito público.
Exemplos:
• Institucional: Igrejas, clubes, associações, etc.
• Pessoais: fotos de família, cartas, originais de trabalhos, etc.
• Comercial: companhias, empresas, etc.

A arquivística é desenvolvida pelo arquivista, profissional com formação em arquivologia ou experiência reconhecida pelo Estado.
Ele pode trabalhar em instituições públicas ou privadas, centros de documentação, arquivos privados ou públicos, instituições cultu-
rais etc.
Ao arquivista compete gerenciar a informação, cuidar da gestão documental, conservação, preservação e disseminação da infor-
mação contida nos documentos, assim como pela preservação do patrimônio documental de um pessoa (física ou jurídica), institução
e, em última instância, da sociedade como um todo.
Também é função do arquivista recuperar informações ou elaborar instrumentos de pesquisas arquivisticas.2

GESTÃO DE DOCUMENTOS.

Um documento (do latim documentum, derivado de docere “ensinar, demonstrar”) é qualquer meio, sobretudo gráfico, que
comprove a existência de um fato, a exatidão ou a verdade de uma afirmação etc. No meio jurídico, documentos são frequentemente
sinônimos de atos, cartas ou escritos que carregam um valor probatório.

2 Adaptado de George Melo Rodrigues

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Documento arquivístico: Informação registrada, indepen- A finalidade principal do protocolo é permitir que as infor-
dente da forma ou do suporte, produzida ou recebida no de- mações e documentos sejam administradas e coordenadas de
correr da atividade de uma instituição ou pessoa e que possui forma concisa, otimizada, evitando acúmulo de dados desneces-
conteúdo, contexto e estrutura suficientes para servir de prova sários, de forma que mesmo havendo um aumento de produção
dessa atividade. de documentos sua gestão seja feita com agilidade, rapidez e
Administrar, organizar e gerenciar a informação é uma ta- organização.
refa de considerável importância para as organizações atuais, Para atender essa finalidade, as organizações adotam um
sejam essas privadas ou públicas, tarefa essa que encontra su- sistema de base de dados, onde os documentos são registrados
porte na Tecnologia da Gestão de Documentos, importante fer- assim que chegam à organização.
ramenta que auxilia na gestão e no processo decisório. A partir do momento que a informação ou documento che-
ga é adotado uma rotina lógica, evitando o descontrole ou pro-
A gestão de documentos representa um blemas decorrentes por falta de zelo com esses, como podemos
conjunto de procedimentos e operações técnicas referentes perceber:
à sua produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento em
fase corrente e intermediária, visando a sua eliminação ou reco- Recebimento:
lhimento para a guarda permanente. Como o próprio nome diz, é onde se recebe os documentos
e onde se separa o que é oficial e o que é pessoal.
Através da Gestão Documental é possível definir qual a po- Os pessoais são encaminhados aos seus destinatários.
litica arquivistica adotada, através da qual, se constitui o patri- Já os oficiais podem sem ostensivos e sigilosos. Os ostensi-
mônio arquivistico. Outro aspecto importante da gestão docu- vos são abertos e analisados, anexando mais informações e as-
mental é definir os responsáveis pelo processo arquivistico. sim encaminhados aos seus destinos e os sigilosos são enviados
A Gestão de Documentos é ainda responsável pela implan- diretos para seus destinatários.
tação do programa de gestão, que envolve ações como as de
acesso, preservação, conservação de arquivo, entre outras ati- Registro:
vidades. Todos os documentos recebidos devem ser registrados ele-
Por assegurar que a informação produzida terá gestão ade- tronicamentecom seu número, nome do remetente, data, as-
quada, sua confidencialidade garantida e com possibilidade de sunto dentre outras informações.
ser rastreada, a Gestão de Documentos favorece o processo de Depois do registro o documento é numerado (autuado) em
Acreditação e Certificação ISO, processos esses que para deter- ordem de chegada.
minadas organizações são de extrema importância ser adquiri- Depois de analisado o documento ele é classificado em
do. uma categoria de assuntopara que possam ser achados. Neste
Outras vantagens de se adotar a gestão de documentos é a momento pode-se ate dar um código a ele.
racionalização de espaço para guarda de documentos e o con-
trole deste a produção até arquivamento final dessas informa- Distribuição:
ções. Também conhecido como movimentação, é a entrega para
A implantação da Gestão de Documentos associada ao uso seus destinatários internos da empresa. Caso fosse para fora da
adequado da microfilmagem e das tecnologias do Gerenciamen- empresa seria feita pela expedição.
to Eletrônico de Documentos deve ser efetiva visando à garantia
no processo de atualização da documentação, interrupção no Tramitação:
processo de deterioração dos documentos e na eliminação do A tramitação são procedimentos formais definidas pela em-
risco de perda do acervo, através de backup ou pela utilização presa.É o caminho que o documento percorre desde sua entrada
de sistemas que permitam acesso à informação pela internet e na empresa até chegar ao seu destinatário (cumprir sua função).
intranet. Todas as etapas devem ser seguidas sem erro para que o proto-
A Gestão de Documentos no âmbito da administração pú- colo consiga localizar o documento. Quando os dados são colo-
blica atua na elaboração dos planos de classificação dos docu- cados corretamente, como datas e setores em que o documento
mentos, TTD (Tabela Temporalidade Documental) e comissão caminhou por exemplo, ajudará aagilizar a sua localização.
permanente de avaliação. Desta forma é assegurado o acesso
rápido à informação e preservação dos documentos. Expedição de documentos:
A expedição é por onde sai o documento. Deve-se verifi-
Protocolo: recebimento, registro, distribuição, tramitação e car se faltam folhas ou anexos. Também deve numerar e datar
expedição de documentos. a correspondência no original e nas cópias, pois as cópias são o
Esse processo acima descrito de gestão de informação e acompanhamento da tramitação do documento na empresa e
documentos segue um tramite para que possa ser aplicado de serão encaminhadas ao arquivo. As originais são expedidas para
forma eficaz, é o que chamamos de protocolo. seus destinatários.
O protocolo é desenvolvido pelos encarregados das funções
pertinentes aos documentos, como, recebimento, registro, dis- Após cumprirem suas respectivas funções, os documentos
tribuição e movimentação dos documentos em curso. devem ter seu destino decidido, seja este a sua eliminação ou

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO

Sistemas de classificação
O conceito de classificação e o respectivo sistema classificativo a ser adotado, são de uma importância decisiva na elaboração de
um plano de classificação que permita um bom funcionamento do arquivo.
Um bom plano de classificação deve possuir as seguintes características:
- Satisfazer as necessidades práticas do serviço, adotando critérios que potenciem a resolução dos problemas. Quanto mais sim-
ples forem as regras de classificação adotadas, tanto melhor se efetuará a ordenação da documentação;
- A sua construção deve estar de acordo com as atribuições do organismo (divisão de competências) ou em última análise, focan-
do a estrutura das entidades de onde provém a correspondência;
- Deverá ter em conta a evolução futura das atribuições do serviço deixando espaço livre para novas inclusões;
- Ser revista periodicamente, corrigindo os erros ou classificações mal efetuadas, e promover a sua atualização sempre que se
entender conveniente.

A classificação por assuntos é utilizada com o objetivo de agrupar os documentos sob um mesmo tema, como forma de agilizar
sua recuperação e facilitar as tarefas arquivísticas relacionadas com a avaliação, seleção, eliminação, transferência, recolhimento e
acesso a esses documentos, uma vez que o trabalho arquivístico é realizado com base no conteúdo do documento, o qual reflete a
atividade que o gerou e determina o uso da informação nele contida. A classificação define, portanto, a organização física dos docu-
mentos arquivados, constituindo-se em referencial básico para sua recuperação.
Na classificação, as funções, atividades, espécies e tipos documentais distribuídos de acordo com as funções e atividades desem-
penhadas pelo órgão.
A classificação deve ser realizada de acordo com as seguintes características:

De acordo com a entidade criadora


- PÚBLICO – arquivo de instituições públicas de âmbito federal ou estadual ou municipal.
- INSTITUCIONAL – arquivos pertencentes ou relacionados à instituições educacionais, igrejas, corporações não-lucrativas, socie-
dades e associações.
- COMERCIAL- arquivo de empresas, corporações e companhias.
- FAMILIAR ou PESSOAL - arquivo organizado por grupos familiares ou pessoas individualmente.
.
De acordo com o estágio de evolução (considera-se o tempo de vida de um arquivo)
- ARQUIVO DE PRIMEIRA IDADE OU CORRENTE - guarda a documentação mais atual e frequentemente consultada. Pode ser man-
tido em local de fácil acesso para facilitar a consulta.
- ARQUIVO DE SEGUNDA IDADE OU INTERMEDIÁRIO - inclui documentos que vieram do arquivo corrente, porque deixaram de
ser usados com frequência. Mas eles ainda podem ser consultados pelos órgãos que os produziram e os receberam, se surgir uma
situação idêntica àquela que os gerou.
- ARQUIVO DE TERCEIRA IDADE OU PERMANENTE - nele se encontram os documentos que perderam o valor administrativo e cujo
uso deixou de ser frequente, é esporádico. Eles são conservados somente por causa de seu valor histórico, informativo para compro-
var algo para fins de pesquisa em geral, permitindo que se conheça como os fatos evoluíram.

De acordo com a extensão da atenção


Os arquivos se dividem em:
- ARQUIVO SETORIAL - localizado junto aos órgãos operacionais, cumprindo as funções de um arquivo corrente.
- ARQUIVO CENTRAL OU GERAL - destina-se a receber os documentos correntes provenientes dos diversos órgãos que integram
a estrutura de uma instituição.

De acordo com a natureza de seus documentos


- ARQUIVO ESPECIAL - guarda documentos de variadas formas físicas como discos, fitas, disquetes, fotografias, microformas
(fichas microfilmadas), slides, filmes, entre outros. Eles merecem tratamento adequado não apenas quanto ao armazenamento das
peças, mas também quanto ao registro, acondicionamento, controle e conservação.
- ARQUIVO ESPECIALIZADO – também conhecido como arquivo técnico, é responsável pela guarda os documentos de um deter-
minado assunto ou setor/departamento específico.

48
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
De acordo com a natureza do assunto 6. Ordenar os documentos que não possuem antecedentes
- OSTENSIVO: aqueles que ao serem divulgados não preju- de acordo com a ordem estabelecida – cronológica, alfabética,
dicam a administração; geográfica, verificando a existência de cópias e eliminando-as.
- SIGILOSO: em decorrência do assunto, o acesso é limitado, Caso não exista o original manter uma única cópia;
com divulgação restrita. 7. Arquivar o anexo do documento, quando volumoso, em
caixa ou pasta apropriada, identificando externamente o seu
De acordo com a espécie conteúdo e registrando a sua localização no documento que o
- ADMINISTRATIVO: Referente às atividades puramente encaminhou.
administrativas; 8. Endereçamento - o endereço aponta para o local onde os
- JUDICIAL: Referente às ações judiciais e extrajudiciais; documentos/processos estão armazenados.
- CONSULTIVO: Referente ao assessoramento e orientação Devemos considerar duas formas de arquivamento: A hori-
jurídica. Busca dirimir dúvidas entre pareceres, busca alternati- zontal e a vertical.
vas para evitar a esfera judicial. - Arquivamento Horizontal: os documentos são dispostos
uns sobre os outros, ―deitados, dentro do mobiliário. É indica-
De acordo com o grau de sigilo do para arquivos permanentes e para documentos de grandes
- RESERVADO: Dados ou informações cuja revelação não- dimensões, pois evitam marcas e dobras nos mesmos.
-autorizada possa comprometer planos, operações ou objetivos - Arquivamento Vertical: os documentos são dispostos uns
neles previstos; atrás dos outros dentro do mobiliário. É indicado para arquivos
- SECRETO: Dados ou informações referentes a sistemas, ins- correntes, pois facilita a busca pela mobilidade na disposição
talações, projetos, planos ou operações de interesse nacional, a dos documentos.
assuntos diplomáticos e de inteligência e a planos ou detalhes, Para o arquivamento e ordenação dos documentos no arqui-
programas ou instalações estratégicos, cujo conhecimento não vo, devemos considerar tantos os métodos quanto os sistemas.
autorizado possa acarretar dano grave à segurança da sociedade Os Sistemas de Arquivamento nada mais são do que a pos-
e do Estado; sibilidade ou não de recuperação da informação sem o uso de
- ULTRASSECRETO: Dados ou informações referentes à sobe- instrumentos.
rania e à integridade territorial nacional, a plano ou operações Tudo o que isso quer dizer é apenas se precisa ou não de
militares, às relações internacionais do País, a projetos de pes- uma ferramenta (índice, tabela ou qualquer outro semelhante)
quisa e desenvolvimento científico e tecnológico de interesse da para localizar um documento em um arquivo.
defesa nacional e a programas econômicos, cujo conhecimento Quando NÃO HÁ essa necessidade, dizemos que é um sis-
não autorizado possa acarretar dano excepcionalmente grave à tema direto de busca e/ou recuperação, como por exemplo, os
segurança da sociedade e do Estado. métodos alfabético e geográfico.
Quando HÁ essa necessidade, dizemos que é um sistema
Arquivamento e ordenação de documentos indireto de busca e/ou recuperação, como são os métodos nu-
méricos.
O arquivamento é o conjunto de técnicas e procedimentos
que visa ao acondicionamento e armazenamento dos documen- A ORDENAÇÃO é a reunião dos documentos que foram clas-
tos no arquivo. sificados dentre de um mesmo assunto.
Uma vez registrado, classificado e tramitado nas unidades Sua finalidade é agilizar o arquivamento, de forma organi-
competentes, o documento deverá ser encaminhado ao seu zada e categorizada previamente para posterior arquivamento.
destino para arquivamento, após receber despacho final. Para definir a forma da ordenação é considerada a natureza
O arquivamento é a guarda dos documentos no local esta- dos documentos, podendo ser:3
belecido, de acordo com a classificação dada. Nesta etapa toda
a atenção é necessária, pois um documento arquivado erronea- 1. Arquivamento por assunto
mente poderá ficar perdido quando solicitado posteriormente. Uma das técnicas mais utilizadas para a gestão de docu-
O documento ficará arquivado na unidade até que cumpra mentos é o arquivamento por assunto. Como o próprio nome
o prazo para transferência ao Arquivo Central ou sua eliminação. já adianta, essa técnica consiste em realizar o arquivamento dos
documentos de acordo com o assunto tratado neles.
As operações para arquivamento são: Isso permite agrupar documentos que tratem de assuntos
1. Verificar se o documento destina-se ao arquivamento; correlatos e permite encontrar informações completas sobre
2. Checar a classificação do documento, caso não haja, atri- determinada matéria de forma simples e direta, sendo especial-
buir um código conforme o assunto; mente interessante para empresas que lidam com um grande
3. Ordenar os documentos na ordem sequencial; volume de documentos de um mesmo tema.
4. Ao arquivar o documento na pasta, verificar a existência
de antecedentes na mesma pasta e agrupar aqueles que tratam 2. Método alfabético
do mesmo assunto, por consequência, o mesmo código; Uma das mais conhecidas técnicas de arquivamento de do-
5. Arquivar as pastas na sequência dos códigos atribuídos cumentos é o método alfabético, que consiste em organizar os
– usar uma pasta para cada código, evitando a classificação “di- documentos arquivados de acordo com a ordem alfabética des-
versos”; ses, permitindo uma consulta mais intuitiva e eficiente.
3 Adaptado de www.agu.gov.br

49
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Como a própria denominação já indica, nesse esquema 5. Método geográfico
o elemento principal considerado é o nome. Estamos falando Esse método é aquele usado quando os documentos apre-
sobre um método muito usado nas empresas por apresentar a sentam a sua organização por meio do local, isto é, quando a
vantagem de ser rápido e simples. empresa escolhe classificar os documentos a partir de seu local
No entanto, quando se armazena um número muito grande de origem. No entanto, de acordo com a literatura arquivística,
de informações, é comum que existam alguns erros. Isso acon- duas normas precisam ser empregadas para que o método geo-
tece devido à grande variedade de grafia dos nomes e também gráfico seja utilizado de forma adequada. Confira!
ao cansaço visual do funcionário. - Norma do método geográfico 1
Para que a localização e o armazenamento dos documentos Quando os documentos são organizados por país ou por es-
se tornem mais rápidos, é possível combinar esse método com tado, eles precisam ser ordenados alfabeticamente. Dessa for-
a escolha de cores. Dessa forma, fica mais simples encontrar a ma, fica mais fácil localizá-los depois. Isso vale também para as
letra procurada. cidades de um mesmo país ou estado: sempre postas em ordem
Esse método é conhecido como Variadex e utiliza as cores alfabética. Nesse caso, as capitais precisam aparecer no início da
como elementos auxiliares, com o objetivo de facilitar a locali- lista, uma vez que elas são, normalmente, as mais procuradas,
zação e a recuperação dos documentos. Vale lembrar que essa é tendo uma quantidade maior de documentos.
somente uma variação do método alfabético. É possível, ainda, - Norma do método geográfico 2
combinar esse método ao de arquivamento por assunto, usando Ao realizar um arquivamento por cidades, quando não exis-
a ordem alfabética para subdividir a organização. te separação por estado, não há a exigência de que as capitais
fiquem no início. A ordem vai ser simplesmente alfabética. En-
3. Método numérico tretanto, ao final de cada cidade, o estado a que ela corresponde
O método numérico é outra opção de arquivamento e uma precisa aparecer na identificação.
ótima escolha para empresas que lidam com um grande volu-
me de documentos. Ele consiste em determinar um número 6. Método temático
sequencial para cada documento, permitindo sua consulta de Esse é um método que propõe a organização dos documen-
acordo com um índice numérico previamente determinado. tos por assunto. Assim, a classificação é elaborada pelos assun-
Como o próprio nome indica, esse método é aquele usado tos e temas básicos, que podem admitir diversas composições.
quando os documentos são ordenados por números. É possível
escolher três formas distintas de utilizá-lo: numérico simples, 7. Índice onomástico (opcional)
cronológico ou dígito-terminal. Índice de nomes próprios que aparecem no texto. Deve
ser utilizado quando o Coordenador da coleção assim o decidir.
- Método numérico simples Deve ser organizado da mesma maneira que o índice remissivo.
Esse método é usado quando o modo de organizar é feito
pelo número da pasta ou do documento em que ele foi arqui- Tabela de temporalidade
vado. É muito utilizado na organização de prontuários médicos, Instrumento de destinação, que determina prazos e condi-
filmes, processos e pastas de funcionários. ções de guarda tendo em vista a transferência, recolhimento,
descarte de documentos, com a finalidade de garantir o acesso
- Método numérico cronológico à informação a quantos dela necessitem.
Um método usado para fazer a organização dos documen- É um instrumento resultante da atividade de avaliação de
tos por data. É extremamente utilizado para organizar documen- documentos, que consiste em identificar seus valores (primá-
tos financeiros, fotos e outros arquivos em que a data é o ele- rio/administrativo ou secundário/histórico) e definir prazos de
mento essencial para buscar a informação. guarda, registrando dessa forma, o registra o ciclo de vida dos
documentos.
- Método numérico dígito-terminal Para que a tabela tenha validade precisa ser aprovada por
A partir do momento em que se faz uso de números maio- autoridade competente e divulgada entre os funcionários na
res, com diversos dígitos, o método simples não é eficiente. Isso instituição.
ocorre porque ele acaba se tornando trabalhoso e lento. Por Sua estrutura básica deve necessariamente contemplar os
isso, nesse caso, o mais indicado é utilizar o método dígito-ter- conjuntos documentais produzidos e recebidos por uma insti-
minal. tuição no exercício de suas atividades, os prazos de guarda nas
Nesse método, a ordenação é realizada com base nos dois fases corrente e intermediária, a destinação final – eliminação
últimos dígitos. Quando esses são idênticos, a ordenação é dada ou guarda permanente, além de um campo para observações
a partir dos dois dígitos anteriores. Isso acaba tornando o arqui- necessárias à sua compreensão e aplicação.
vamento mais ágil e eficiente.
Apresentam-se a seguir diretrizes para a correta utilização
4. Método eletrônico do instrumento:
O método eletrônico consiste em arquivar os documentos de
forma eletrônica, realizando sua digitalização — o que permite 1. Assunto: Apresenta-se aqui os conjuntos documentais
não só organizá-los de diversas formas distintas e de acordo com produzidos e recebidos, hierarquicamente distribuídos de acor-
o método que mais se encaixa na organização e nas necessidades do com as funções e atividades desempenhadas pela instituição.
da empresa, mas fazer sua gestão online e até mesmo remota.

50
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Como instrumento auxiliar, pode ser utilizado o índice, que contém os conjuntos documentais ordenados alfabeticamente para
agilizar a sua localização na tabela.

2. Prazos de guarda: Trata-se do tempo necessário para arquivamento dos documentos nas fases corrente e intermediária, visan-
do atender exclusivamente às necessidades da administração que os gerou.
Deve ser objetivo e direto na definição da ação – exemplos: até aprovação das contas; até homologação daaposentadoria; e até
quitação da dívida.
- Os prazos são preferencialmente em ANOS
- Os prazos são determinados pelas: - Normas
- Precaução
- Informações recaptulativas
- Frequência de uso

3. Destinação final: Registra-se a destinação estabelecida que pode ser:

4. Observações: Neste campo são registradas informações complementares e justificativas, necessárias à correta aplicação da
tabela. Incluem-se, ainda, orientações quanto à alteração do suporte da informação e aspectos elucidativos quanto à destinação dos
documentos, segundo a particularidade dos conjuntos documentais avaliados.

A definição dos prazos de guarda devem ser definidos com base na legislação vigente e nas necessidades administrativas.

ACONDICIONAMENTO E ARMAZENAMENTO DE DOCUMENTOS DE ARQUIVO.

Nos processos de produção, tramitação, organização e acesso aos documentos, deverão ser observados procedimentos específi-
cos, de acordo com os diferentes gêneros documentais, com vistas a assegurar sua preservação durante o prazo de guarda estabele-
cido na tabela de temporalidade e destinação.

Não podemos nos esquecer dos documentos eletrônicos, que hoje em dia está cada vez mais presente. As alternativas são di-
versas, como dispositivos externos de gravação,porém, o mais indicado hoje, é armazenar os dados em nuvem, que oferece além da
segurança, a facilidade de acesso.

51
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Armazenamento - proteger os documentos e suas embalagens da incidência
Áreas de armazenamento direta de luz solar, por meio de filtros, persianas ou cortinas;
- monitorar os níveis de luminosidade, em especial das ra-
Áreas Externas diações ultravioleta;
A localização de um depósito de arquivo deve prever facili- - reduzir ao máximo a radiação UV emitida por lâmpadas
dades de acesso e de segurança contra perigos iminentes, evi- fluorescentes, aplicando filtros bloqueadores aos tubos ou às
tando-se, por exemplo: luminárias;
- áreas de risco de vendavais e outras intempéries, e de - promover regularmente a limpeza e o controle de insetos
inundações, como margens de rios e subsolos; rasteiros nas áreas de armazenamento;
- áreas de risco de incêndios, próximas a postos de com- - manter um programa integrado de higienização do acervo
bustíveis, depósitos e distribuidoras de gases, e construções ir- e de prevenção de insetos;
regulares; - monitorar as condições do ar quanto à presença de poeira
- áreas próximas a indústrias pesadas com altos índices de e poluentes, procurando reduzir ao máximo os contaminantes,
poluição atmosférica, como refinarias de petróleo; utilizando cortinas, filtros, bem como realizando o fechamento e
- áreas próximas a instalações estratégicas, como indústrias a abertura controlada de janelas;
e depósitos de munições, de material bélico e aeroportos. - armazenar os acervos de fotografias, filmes, meios magné-
ticos e ópticos em condições climáticas especiais, de baixa tem-
Áreas Internas peratura e umidade relativa, obtidas por meio de equipamentos
As áreas de trabalho e de circulação de público deverão mecânicos bem dimensionados, sobretudo para a manutenção
atender às necessidades de funcionalidade e conforto, enquan- da estabilidade dessas condições, a saber: fotografias em preto
to as de armazenamento de documentos devem ser totalmente e branco T 12ºC ± 1ºC e UR 35% ± 5% fotografias em cor T 5ºC
independentes das demais. ± 1ºC e UR 35% ± 5% filmes e registros magnéticos T 18ºC ± 1ºC
e UR 40% ± 5%.
Condições Ambientais
Quanto às condições climáticas, as áreas de pesquisa e de Acondicionamento
trabalho devem receber tratamento diferenciado das áreas dos Os documentos devem ser acondicionados em mobiliário e
depósitos, as quais, por sua vez, também devem se diferenciar invólucros apropriados, que assegurem sua preservação.
entre si, considerando-se as necessidades específicas de preser- A escolha deverá ser feita observando-se as características
vação para cada tipo de suporte. físicas e a natureza de cada suporte. A confecção e a disposição
do mobiliário deverão acatar as normas existentes sobre quali-
A deterioração natural dos suportes dos documentos, ao dade e resistência e sobre segurança no trabalho.
longo do tempo, ocorre por reações químicas, que são acele- O mobiliário facilita o acesso seguro aos documentos, pro-
radas por flutuações e extremos de temperatura e umidade re- move a proteção contra danos físicos, químicos e mecânicos. Os
lativa do ar e pela exposição aos poluentes atmosféricos e às documentos devem ser guardados em arquivos, estantes, armá-
radiações luminosas, especialmente dos raios ultravioleta. rios ou prateleiras, apropriados a cada suporte e formato.
A adoção dos parâmetros recomendados por diferentes au- Os documentos de valor permanente que apresentam gran-
tores (de temperatura entre 15° e 22° C e de umidade relativa des formatos, como mapas, plantas e cartazes, devem ser ar-
entre 45% e 60%) exige, nos climas quentes e úmidos, o empre- mazenados horizontalmente, em mapotecas adequadas às suas
go de meios mecânicos sofisticados, resultando em altos custos medidas, ou enrolados sobre tubos confeccionados em cartão
de investimento em equipamentos, manutenção e energia. alcalino e acondicionados em armários ou gavetas. Nenhum do-
Os índices muito elevados de temperatura e umidade relati- cumento deve ser armazenado diretamente sobre o chão.
va do ar, as variações bruscas e a falta de ventilação promovem As mídias magnéticas, como fitas de vídeo, áudio e de com-
a ocorrência de infestações de insetos e o desenvolvimento de putador, devem ser armazenadas longe de campos magnéticos
microorganismos, que aumentam as proporções dos danos. que possam causar a distorção ou a perda de dados. O armaze-
Com base nessas constatações, recomenda-se: namento será preferencialmente em mobiliário de aço tratado
- armazenar todos os documentos em condições ambientais com pintura sintética, de efeito antiestático.
que assegurem sua preservação, pelo prazo de guarda estabele- As embalagens protegem os documentos contra a poeira e
cido, isto é, em temperatura e umidade relativa do ar adequadas danos acidentais, minimizam as variações externas de tempera-
a cada suporte documental; tura e umidade relativa e reduzem os riscos de danos por água e
- monitorar as condições de temperatura e umidade relativa fogo em casos de desastre.
do ar, utilizando pessoal treinado, a partir de metodologia pre- As caixas de arquivo devem ser resistentes ao manuseio, ao
viamente definida; peso dos documentos e à pressão, caso tenham de ser empilha-
- utilizar preferencialmente soluções de baixo custo direcio- das. Precisam ser mantidas em boas condições de conservação
nadas à obtenção de níveis de temperatura e umidade relativa e limpeza, de forma a proteger os documentos.
estabilizados na média, evitando variações súbitas; As medidas de caixas, envelopes ou pastas devem respeitar
- reavaliar a utilidade de condicionadores mecânicos quan- formatos padronizados, e devem ser sempre iguais às dos docu-
do os equipamentos de climatização não puderem ser mantidos mentos que irão abrigar, ou, caso haja espaço, esses devem ser
em funcionamento sem interrupção; preenchidos para proteger o documento.

52
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Todos os materiais usados para o armazenamento de docu- - Qualidades do ar
mentos permanentes devem manter-se quimicamente estáveis O controle da qualidade é muito importante porque os ga-
ao longo do tempo, não podendo provocar quaisquer reações ses e as partículas sólidas contribuem muito para a deterioração
que afetem a preservação dos documentos. de materiais de bibliotecas e arquivos, destacando que esses po-
Os papéis e cartões empregados na produção de caixas e luentes podem tanto vir do ambiente externo como podem ser
invólucros devem ser alcalinos e corresponder às expectativas gerando no próprio ambiente.
de preservação dos documentos.
No caso de caixas não confeccionados em cartão alcalino,
recomenda-se o uso de invólucros internos de papel alcalino, 2. Agentes biológicos
para evitar o contato direto de documentos com materiais ins- Os agentes biológicos de deterioração de acervos são, en-
táveis.4 tre outros, os insetos (baratas, brocas, cupins), os roedores e os
fungos, cuja presença depende quase que exclusivamente das
PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO DE DOCUMENTOS DE condições ambientais reinantes nas dependências onde se en-
ARQUIVO. contram os documentos.
A manutenção dos documentos pelo prazo determinado
na tabela de temporalidade dependem de três aspectos: - Fungos
Como qualquer outro ser vivo, necessitam de alimento e
Fatores de deterioração em acervos de arquivos umidade para sobreviver e proliferar. O alimento provém dos
Conhecendo-se a natureza dos materiais componentes dos papéis, amidos (colas), couros, pigmentos, tecidos etc. A umi-
acervos e seu comportamento diante dos fatores aos quais es- dade é fator indispensável para o metabolismo dos nutrientes e
tão expostos, torna-se bastante fácil detectar elementos nocivos para sua proliferação. Essa umidade é encontrada na atmosfe-
e traçar políticas de conservação para minimizá-los. ra local, nos materiais atacados e na própria colônia de fungos.
A grande maioria dos arquivos é constituída de documen- Além da umidade e nutrientes, outras condições contribuem
tos impressos, e o papel é basicamente composto por fibras de para o crescimento das colônias: temperatura elevada, falta de
celulose, portanto, identificar os principais agentes nocivos da circulação de ar e falta de higiene.
celulose e descobrir soluções para evita-los é um grande passo As medidas para proteger o acervo de infestação de fungos
na preservação e na conservação documental. são:
Essa degradação à qual os acervos estão sujeitos não se li- - estabelecer política de controle ambiental, principalmente
mita a um único fator, pelo contrário, são várias as formas dessa temperatura, umidade relativa e ar circulante
degradação ocorrer, como veremos a seguir: - praticar a higienização tanto do local quanto dos docu-
mentos, com metodologia e técnicas adequadas;
1. Fatores ambientais - instruir o usuário e os funcionários com relação ao manu-
São os agentes encontrados no ambiente físico do acervo, seio dos documentos e regras de higiene do local;
como por exemplo, Temperatura, Umidade Relativa do Ar, Ra- - manter vigilância constante dos documentos contra aci-
diação da Luz, Qualidade do Ar. dentes com água, secando-os imediatamente caso ocorram.
- Temperatura e umidade relativa
O calor e a umidade contribuem significativamente para a - Roedores
destruição dos documentos, principalmente quando em supor- A presença de roedores em recintos de bibliotecas e arqui-
te-papel. O desequilíbrio de um interfere no equilíbrio do outro. vos ocorre pelos mesmos motivos citados acima. Tentar obstruir
O calor acelera a deterioração. A velocidade de muitas reações as possíveis entradas para os ambientes dos acervos é um co-
químicas, é dobrada a cada aumento de 10°C. A alteração da meço. As iscas são válidas, mas para que surtam efeito devem
umidade relativa proporciona as condições necessárias para de- ser definidas por especialistas em zoonose. O produto deve ser
sencadear intensas reações químicas nos materiais. eficiente, desde que não provoque a morte dos roedores no
A circulação do ar ambiente representa um fator bastante recinto. A profilaxia se faz nos mesmos moldes citados acima:
importante para amenizar os efeitos da temperatura e umidade temperatura e umidade relativa controladas, além de higiene
relativa elevada. periódica.

- Radiação da luz - Ataques de insetos


Toda fonte de luz, emite radiação nociva aos materiais de Baratas – Esses insetos atacam tanto papel quanto reves-
acervos, provocando consideráveis danos através da oxidação. timentos, provocam perdas de superfície e manchas de excre-
Algumas medidas podem ser tomadas para proteção dos mentos. As baratas se reproduzem no próprio local e se tornam
acervos: infestação muito rapidamente, caso não sejam combatidas.
- As janelas devem ser protegidas por cortinas ou persianas Brocas (Anobídios) – São insetos que causam danos imen-
que bloqueiem totalmente o sol; sos em acervos, principalmente em livros. A fase de ataque ao
- Filtros feitos de filmes especiais também ajudam no con- acervo é a de larva. Esse inseto se reproduz por acasalamento,
trole da radiação UV, tanto nos vidros de janelas quanto em lâm- que ocorre no próprio acervo. Uma vez instalado, ataca não só o
padas fluorescentes. papel e seus derivados, como também a madeira do mobiliário,
4 Adaptado de CONARQ - Conselho Nacional de Arquivos/ portas, pisos e todos os materiais à base de celulose.
www.eboxdigital.com.br

53
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
O ataque causa perda de suporte. A larva digere os mate- onde são aplicados, distinguem-se pela estabilidade, neutrali-
riais para chegar à fase adulta. Na fase adulta, acasala e põe dade, reversibilidade e inércia. Dentro das especificações po-
ovos. Os ovos eclodem e o ciclo se repete. sitivas, encontramos vários materiais: os papéis e cartões alca-
Cupins (Térmitas) – Os cupins representam risco não só para linos, os poliésteres inertes, os adesivos alcalinos e reversíveis,
as coleções como para o prédio em si. Os cupins percorrem áre- os papéis orientais, borrachas plásticas etc., usados tanto para
as internas de alvenaria, tubulações, conduítes de instalações pequenas intervenções sobre os documentos como para acon-
elétricas, rodapés, batentes de portas e janelas etc., muitas ve- dicionamento.
zes fora do alcance dos nossos olhos.
Chegam aos acervos em ataques massivos, através de es- 7. Critérios para a escolha de técnicas e de materiais para
tantes coladas às paredes, caixas de interruptores de luz, asso- a conservação de acervos
alhos etc. Como já enfatizamos anteriormente, é muito importante
ter conhecimentos básicos sobre os materiais que integram nos-
3. Intervenções inadequadas nos acervos sos acervos para que não corramos o risco de lhes causar mais
Trata-se de procedimentos de conservação que realizamos danos.
em um conjunto de documentos com o objetivo de interromper Vários são os procedimentos que, apesar de simples, são de
ou melhorar seu estado de degradação e que as vezes, resultam grande importância para a estabilização dos documentos.
em danos ainda maiores.
Por isso, qualquer tratamento que se queira aplicar exige 8. Higienização
um conhecimento das características individuais dos documen- A sujidade é o agente de deterioração que mais afeta os do-
tos e dos materiais a serem empregados no processo de con- cumentos. A sujidade não é inócua e, quando conjugada a con-
servação. dições ambientais inadequadas, provoca reações de destruição
de todos os suportes num acervo. Portanto, a higienização das
4. Problemas no manuseio de livros e documentos coleções deve ser um hábito de rotina na manutenção de biblio-
O manuseio inadequado dos documentos é um fator de de- tecas ou arquivos, razão por que é considerada a conservação
gradação muito frequente em qualquer tipo de acervo. preventiva por excelência.
O manuseio abrange todas as ações de tocar no documen- - Processos de higienização
to, sejam elas durante a higienização pelos funcionários da ins- - Limpeza de superfície - o processo de limpeza de acervos
tituição, na remoção das estantes ou arquivos para uso do pes- de bibliotecas e arquivos se restringe à limpeza de superfície e,
quisador, nas foto-reproduções, na pesquisa pelo usuário etc. portanto, é mecânica, feita a seco, com o objetivo de reduzir po-
eira, partículas sólidas, incrustações, resíduos de excrementos
5. Fatores de deterioração de insetos ou outros depósitos de superfície.
Como podemos ver, os danos são intensos e muitos são ir- - Avaliação do objeto a ser limpo - cada objeto deve ser
reversíveis. Apesar de toda a problemática dos custos de uma avaliado individualmente para determinar se a higienização é
política de conservação, existem medidas que podemos tomar necessária e se pode ser realizada com segurança. No caso de
sem despender grandes somas de dinheiro, minimizando dras- termos as condições abaixo, provavelmente o tratamento não
ticamente os efeitos desses agentes. Alguns investimentos de será possível:
baixo custo devem ser feitos, a começar por: • Fragilidade física do suporte
- treinamento dos profissionais na área da conservação e • Papéis de textura muito porosa
preservação; - Materiais usados para limpeza de superfície - a remoção
- atualização desses profissionais (a conservação é uma ci- da sujidade superficial (que está solta sobre o documento) é fei-
ência em desenvolvimento constante e a cada dia novas técni- ta através de pincéis, flanela macia, aspirador e inúmeras outras
cas, materiais e equipamentos surgem para facilitar e melhorar ferramentas que se adaptam à técnica, como bisturi, pinça, es-
a conservação dos documentos); pátula, agulha, cotonete;
- monitoração do ambiente – temperatura e umidade rela-
tiva em níveis aceitáveis; - Limpeza de livros
- uso de filtros e protetores contra a luz direta nos docu- - Encadernação (capa do livro) – limpar com trincha, pincel
mentos; macio, aspirador, flanela macia, conforme o estado da encader-
- adoção de política de higienização do ambiente e dos acer- nação;
vos; - Miolo (livro em si) – segurar firmemente o livro pela lom-
- contato com profissionais experientes que possam asses- bada, apertando o miolo. Com uma trincha ou pincel, limpar os
sorar em caso de necessidade. cortes, começando pela cabeça do livro, que é a área que está
mais exposta à sujidade. Quando a sujeira está muito incrustada
6. Características gerais dos materiais empregados em e intensa, utilizar, primeiramente, aspirador de pó de baixa po-
conservação tência ou ainda um pedaço de carpete sem uso;
Nos projetos de conservação/preservação de acervos de bi- - O miolo deve ser limpo com pincel folha a folha, numa
bliotecas, arquivos e museus, é recomendado apenas o uso de primeira higienização;
materiais de qualidade arquivística, isto é, daqueles materiais - Oxigenar as folhas várias vezes.
livres de quaisquer impurezas, quimicamente estáveis, resisten-
tes, duráveis. Suas características, em relação aos documentos

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
- Higienização de documentos de arquivo - materiais arqui- LEI N° 8.159, DE 8 DE JANEIRO DE 1991.
vísticos têm os seus suportes geralmente quebradiços, frágeis,
distorcidos ou fragmentados. Isso se deve principalmente ao Dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos e pri-
alto índice de acidez resultante do uso de papéis de baixa quali- vados e dá outras providências.
dade. As más condições de armazenamento e o excesso de ma- O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso
nuseio também contribuem para a degradação dos materiais. Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Tais documentos têm que ser higienizados com muito critério
e cuidado. CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
- Documentos manuscritos - os mesmos cuidados para com
os livros devem ser tomados em relação aos manuscritos. O exa- Art. 1º - É dever do Poder Público a gestão documental e a
me dos documentos, testes de estabilidade de seus componen- proteção especial a documentos de arquivos, como instrumento
tes para o uso dos materiais de limpeza mecânica e critérios de de apoio à administração, à cultura, ao desenvolvimento cientí-
intervenção devem ser cuidadosamente realizados. fico e como elementos de prova e informação.
Art. 2º - Consideram-se arquivos, para os fins desta Lei, os
- Documentos em grande formato conjuntos de documentos produzidos e recebidos por órgãos
- Desenhos de Arquitetura – Os papéis de arquitetura (no públicos, instituições de caráter público e entidades privadas,
geral em papel vegetal) podem ser limpos com pó de borracha, em decorrência do exercício de atividades específicas, bem
após testes. Pode-se também usar um cotonete - bem enxuto e como por pessoa física, qualquer que seja o suporte da informa-
embebido em álcool. Muito sensíveis à água, esses papéis po- ção ou a natureza dos documentos.
dem ter distorções causadas pela umidade que são irreversíveis Art. 3º - Considera-se gestão de documentos o conjunto de
ou de difícil remoção. procedimentos e operações técnicas referentes à sua produção,
- Posters (Cartazes) – As tintas e suportes de posters são tramitação, uso, avaliação e arquivamento em fase corrente e
muito frágeis. Não se recomenda limpar a área pictórica. Todo intermediária, visando a sua eliminação ou recolhimento para
cuidado é pouco, até mesmo na escolha de seu acondiciona- guarda permanente.
mento. Art. 4º - Todos têm direito a receber dos órgãos públicos
- Mapas – Os mapas coloridos à mão merecem uma aten- informações de seu interesse particular ou de interesse coletivo
ção especial na limpeza. Em mapas impressos, desde que em ou geral, contidas em documentos de arquivos, que serão pres-
boas condições, o pó de borracha pode ser aplicado para tratar tadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas
grandes áreas. aquelas cujos sigilo seja imprescindível à segurança da socieda-
de e do Estado, bem como à inviolabilidade da intimidade, da
9. Pequenos reparos vida privada, da honra e da imagem das pessoas.
Os pequenos reparos são diminutas intervenções que pode- Art. 5º - A Administração Pública franqueará a consulta aos
mos executar visando interromper um processo de deterioração documentos públicos na forma desta Lei.
em andamento. Essas pequenas intervenções devem obedecer Art. 6º - Fica resguardado o direito de indenização pelo
a critérios rigorosos de ética e técnica e têm a função de melho- dano material ou moral decorrente da violação do sigilo, sem
rar o estado de conservação dos documentos. Caso esses cri- prejuízo das ações penal, civil e administrativa.
térios não sejam obedecidos, o risco de aumentar os danos é
muito grande e muitas vezes de caráter irreversível. CAPÍTULO II
Os livros raros e os documentos de arquivo mais antigos de- DOS ARQUIVOS PÚBLICOS
vem ser tratados por especialistas da área. Os demais documen-
tos permitem algumas intervenções, de simples a moderadas. Art. 7º - Os arquivos públicos são os conjuntos de documen-
Os materiais utilizados para esse fim devem ser de qualidade tos produzidos e recebidos, no exercício de suas atividades, por
arquivística e de caráter reversível. Da mesma forma, toda a órgãos públicos de âmbito federal, estadual, do Distrito Federal
intervenção deve obedecer a técnicas e procedimentos reversí- e municipal em decorrência de suas funções administrativas, le-
veis. Isso significa que, caso seja necessário reverter o processo, gislativas e judiciárias. Regulamento
não pode existir nenhum obstáculo na técnica e nos materiais § 1º - São também públicos os conjuntos de documentos
utilizados. produzidos e recebidos por instituições de caráter público, por
entidades privadas encarregadas da gestão de serviços públicos
Toda e qualquer procedimento acima citada obrigatoria- no exercício de suas atividades.
mente deve ser feito com o uso dos EPIs – Equipamentos de § 2º - A cessação de atividades de instituições públicas e de
Proteção Individual – tais como avental, luva, máscara, toucas, caráter público implica o recolhimento de sua documentação à
óculos de proteção e pró-pé/bota, a fim de evitar diversas mani- instituição arquivística pública ou a sua transferência à institui-
festações alérgicas, como rinite, irritação ocular, problemas res- ção sucessora.
piratórios, protegendo assim a saúde do profissional.5 Art. 8º - Os documentos públicos são identificados como
correntes, intermediários e permanentes.
§ 1º - Consideram-se documentos correntes aqueles em
curso ou que, mesmo sem movimentação, constituam objeto de
5 Adaptado de Norma Cianflone Cassares consultas frequentes.

55
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
§ 2º - Consideram-se documentos intermediários aqueles § 4º - São Arquivos Municipais o arquivo do Poder Executivo
que, não sendo de uso corrente nos órgãos produtores, por ra- e o arquivo do Poder Legislativo.
zões de interesse administrativo, aguardam a sua eliminação ou § 5º - Os arquivos públicos dos Territórios são organizados
recolhimento para guarda permanente. de acordo com sua estrutura político-jurídica.
§ 3º - Consideram-se permanentes os conjuntos de docu- Art. 18 - Compete ao Arquivo Nacional a gestão e o reco-
mentos de valor histórico, probatório e informativo que devem lhimento dos documentos produzidos e recebidos pelo Poder
ser definitivamente preservados. Executivo Federal, bem como preservar e facultar o acesso aos
Art. 9º - A eliminação de documentos produzidos por ins- documentos sob sua guarda, e acompanhar e implementar a po-
tituições públicas e de caráter público será realizada mediante lítica nacional de arquivos.
autorização da instituição arquivística pública, na sua específica Parágrafo único - Para o pleno exercício de suas funções, o
esfera de competência. Arquivo Nacional poderá criar unidades regionais.
Art. 10º - Os documentos de valor permanente são inaliená- Art. 19 - Competem aos arquivos do Poder Legislativo Fe-
veis e imprescritíveis. deral a gestão e o recolhimento dos documentos produzidos e
recebidos pelo Poder Legislativo Federal no exercício das suas
CAPÍTULO III funções, bem como preservar e facultar o acesso aos documen-
DOS ARQUIVOS PRIVADOS tos sob sua guarda.
Art. 20 - Competem aos arquivos do Poder Judiciário Fe-
Art. 11 - Consideram-se arquivos privados os conjuntos de deral a gestão e o recolhimento dos documentos produzidos e
documentos produzidos ou recebidos por pessoas físicas ou jurí- recebidos pelo Poder Judiciário Federal no exercício de suas fun-
dicas, em decorrência de suas atividades. Regulamento ções, tramitados em juízo e oriundos de cartórios e secretarias,
Art. 12 - Os arquivos privados podem ser identificados pelo bem como preservar e facultar o acesso aos documentos sob
Poder Público como de interesse público e social, desde que se- sua guarda.
jam considerados como conjuntos de fontes relevantes para a Art. 21 - Legislação estadual, do Distrito Federal e municipal
história e desenvolvimento científico nacional. Regulamento definirá os critérios de organização e vinculação dos arquivos es-
Art. 13 - Os arquivos privados identificados como de interes- taduais e municipais, bem como a gestão e o acesso aos docu-
se público e social não poderão ser alienados com dispersão ou mentos, observado o disposto na Constituição Federal e nesta Lei.
perda da unidade documental, nem transferidos para o exterior.
Regulamento CAPÍTULO V
Parágrafo único - Na alienação desses arquivos o Poder Pú- DO ACESSO E DO SIGILO DOS DOCUMENTOS PÚBLICOS
blico exercerá preferência na aquisição.
Art. 14 - O acesso aos documentos de arquivos privados Art. 22 - (Revogado pela Lei nº 12.527, de 2011)
identificados como de interesse público e social poderá ser fran- Art. 23 - (Revogado pela Lei nº 12.527, de 2011)
queado mediante autorização de seu proprietário ou possuidor. Art. 24 - (Revogado pela Lei nº 12.527, de 2011)
Regulamento
Art. 15 - Os arquivos privados identificados como de interes- DISPOSIÇÕES FINAIS
se público e social poderão ser depositados a título revogável,
ou doados a instituições arquivísticas públicas. Regulamento Art. 25 - Ficará sujeito à responsabilidade penal, civil e ad-
Art. 16 - Os registros civis de arquivos de entidades religio- ministrativa, na forma da legislação em vigor, aquele que desfi-
sas produzidos anteriormente à vigência do Código Civil ficam gurar ou destruir documentos de valor permanente ou conside-
identificados como de interesse público e social. Regulamento rado como de interesse público e social.
Art. 26 - Fica criado o Conselho Nacional de Arquivos (CO-
CAPÍTULO IV NARQ), órgão vinculado ao Arquivo Nacional, que definirá a po-
DA ORGANIZAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DE lítica nacional de arquivos, como órgão central de um Sistema
INSTITUIÇÕES ARQUIVÍSTICAS PÚBLICAS Nacional de Arquivos (SINAR).
§ 1º - O Conselho Nacional de Arquivos será presidido pelo
Art. 17 - A administração da documentação pública ou de Diretor-Geral do Arquivo Nacional e integrado por representan-
caráter público compete às instituições arquivísticas federais, tes de instituições arquivísticas e acadêmicas, públicas e priva-
estaduais, do Distrito Federal e municipais. das.
§ 1º - São Arquivos Federais o Arquivo Nacional os do Poder § 2º - A estrutura e funcionamento do conselho criado nes-
Executivo, e os arquivos do Poder Legislativo e do Poder Judiciá- te artigo serão estabelecidos em regulamento.
rio. São considerados, também, do Poder Executivo os arquivos Art. 27 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
do Ministério da Marinha, do Ministério das Relações Exterio- Art. 28 -Revogam-se as disposições em contrário.
res, do Ministério do Exército e do Ministério da Aeronáutica.
§ 2º - São Arquivos Estaduais os arquivos do Poder Executivo, A microfilmagem é uma metodologia utilizada para a pre-
o arquivo do Poder Legislativo e o arquivo do Poder Judiciário. servação de informações e dos arquivos. Consiste na captação
§ 3º - São Arquivos do Distrito Federal o arquivo do Poder da imagem através de processo fotográfico.
Executivo, o Arquivo do Poder Legislativo e o arquivo do Poder Os arquivos são consideravelmente reduzidos através da
Judiciário. microfilmagem, tornando-se um método de armazenamento
prático e eficiente.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Esse sistema ainda permite a conversão do microfilme em PARA QUEM É INDICADO?
imagem digital, possibilitando rapidez no acesso e busca a partir É indicada para organizações que buscam preservar docu-
do gerenciamento eletrônico de documentos – GED. mentos originais por muito tempo e desejam reduzir o espaço
Com a microfilmagem, é possível atingir os mais elevados físico ocupado por eles.
níveis de qualidade e produtividade, e executar várias funções
simultaneamente, tais como a captura da imagem do documen- VANTAGENS E BENEFÍCIOS:
to e a sua indexação automática online através da leitura de có- -Evita a deterioração dos documentos e elimina o risco de
digos de barras. perda do acervo;
O que é microfilme -Dificulta a ação de falsificadores;
Microfilme é uma mídia analógica que utiliza o meio foto- -Durabilidade garantida pelas normas ISO e ANSI de aproxi-
gráfico como forma de armazenamento de informações. A sua madamente 500 anos.
forma mais padronizada é um rolo de filme fotográfico de 16mm -O microfilme não é afetado pela obsolescência dos siste-
de largura em preto e branco. mas digitais, pois sua imagem é analógica;
-As imagens são digitalizadas e disponibilizadas em mídia
Lei 5.433/68 – Lei da microfilmagem com alto padrão de qualidade.
A Lei 5.433 foi aprovada em 1968, e é essencial para o exer- -A legislação em vigor confere autenticidade, integridade e
cício da microfilmagem no Brasil. Ela permite a atividade e ga- legalidade às imagens dos documentos microfilmados, permi-
rante a autenticidade do microfilme dando às imagens o mesmo tindo a substituição do suporte em papel. Desse modo um do-
valor jurídico que o documento original. cumento em microfilme possui amparo legal, tornando-o assim
Essa é uma das vantagens que outras formas de compac- autêntico e fiel ao documento original em papel.
tação não trazem. A legislação exige que os microfilmes e os
originais dos documentos microfilmados sejam preservados em ETAPAS DA MICROFILMAGEM:
locais distintos para efeitos de segurança. Os documentos são digitalizados e indexados de forma que
Esta parte da legislação traz uma segurança a mais, pois evi- facilite o controle e localização;
ta perdas definitivas na hipótese de os microfilmes serem dani- Após a captura e organização as informações são armazena-
ficados. Ainda há diversas outras disposições legais, porém elas das em microfilme;
Os documentos são armazenados de maneira permanente
agem conjuntamente com o decreto regulamentador.
e ficam protegidos e preservados contra alterações e mudanças
tecnológicas.
Organização documental
Fonte: https://netscandigital.com/blog/microfilmagem-do-
A microfilmagem por si só é parte da organização documen-
cumentos-funciona/
tal, uma vez que o processo faz a condensação dos documentos
e os ordena devidamente.
Gestão Eletrônica de Documentos (GED)
Os microfilmes podem ser transformados em arquivos di-
gitais para proporcionar mais facilidade na circulação das infor- Com o avanço das tecnologias, o meio de produção e registro
mações. das funções e atividades das instituições e governos passaram a
A principal vantagem do microfilme para a gestão docu- ser em meio eletrônico e principalmente em formato digital. Com
mental é que a Lei da Microfilmagem 5.433/68 confere auten- isso, o gerenciamento dos documentos convencionais e digitais
ticidade, integridade e legalidade (leia as leis) às imagens dos começa a ser feito por meio de um sistema informatizado conhe-
documentos microfilmados, permitindo a substituição do supor- cido como gerenciamento eletrônico de documentos (GED).
te em papel. “Gerenciamento eletrônico de documentos ou Gestão ele-
Desse modo um documento em microfilme possui amparo trônica de documentos (GED) é uma tecnologia que provê um
legal, tornando-o assim autêntico e fiel ao documento original meio de facilmente gerar, controlar, armazenar, compartilhar e
em papel. recuperar informações existentes em documentos”.
Os sistemas GED permitem aos usuários acessar os docu-
Sistema GED mentos de forma ágil e segura, normalmente via navegador
O Gerenciamento Eletrônico de Documentos é uma manei- Web por meio de uma intranet corporativa acessada interna ou
ra eficiente de organizar e armazenar os microfilmes. externamente, sendo esta última forma mais presente nos dias
Conheça o Keeva, é um GED moderno, com tecnologia de de hoje. A capacidade de gerenciar documentos é uma ferra-
busca apurada, não ocupa espaço no seu computador pesso- menta indispensável para a Gestão do Conhecimento.
al ou servidor corporativo. Ainda possui um workflow onde o A GED (Gestão Eletrônica de Documentos) é uma área do
administrador define hierarquia e o que cada funcionário tem conhecimento que está inserida no grande campo da Ciência da
acesso. Informação e também da TI, sendo resultado dessa interdisci-
Mais uma vantagem do Keeva é o compartilhamento desses plinaridade.
documentos com qualquer outra plataforma e ferramentas de Enquanto a Ciência da informação “considera a informação,
gestão documental. lato sensu, como seu objeto” e a Arquivologia tende a conside-
O GED também é uma ótima opção pela segurança que pro- rar “os arquivos” como seu único objeto (JARDIM, 1995 p. 48),
porciona aos usuários e empresas e o Keeva tem um diferencial percebemos um forte vínculo entre essas áreas, já que a infor-
importante para os outros softwares: seu armazenamento é em mação não existe sem um suporte, e visto que o suporte mais a
nuvem, podendo ser acessado de qualquer lugar. informação caracteriza um documento.

57
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Deste modo, sendo a Arquivologia uma ciência pertencente No caso dos documentos digitais, um SIGAD deve abranger
ao campo da Ciência da Informação, o gerenciamento eletrônico todos os tipos de documentos arquivísticos digitais do órgão ou
de documentos tornou-se uma área de estudos tanto para os entidade, ou seja, textos, imagens fixas e em movimento, gra-
arquivistas quanto para os analistas de sistemas que o progra- vações sonoras, mensagens de correio eletrônico, páginas web,
mam. bases de dados.
A criação, controle (classificação, avaliação), manipulação, O Glossário da CTDE define sistema de informação como
armazenamento (conservação), acesso, difusão e recuperação “Conjunto organizado de políticas, procedimentos, pessoas,
da informação cabe ao arquivista procurar o melhor modo de equipamentos e programas computacionais que produzem, pro-
realizar dentro deste sistema eletrônico, evidenciando a impor- cessam, armazenam e provém acesso à informação”.
tância do trabalho em conjunto destes profissionais no momen- Já o e-ARQ Brasil define sistema de informação como Con-
to da implantação de um sistema GED. junto organizado de políticas, procedimentos, pessoas, equipa-
Documentos formam a grande massa de conhecimentos de mentos e programas computacionais que produzem, proces-
uma organização. O GED permite preservar esse patrimônio e sam, armazenam e proveem acesso à informação proveniente
organizar eletronicamente a documentação, para assegurar a in- de fontes internas e externas para apoiar o desempenho das
formação necessária, na hora exata, para a pessoa certa. O GED atividades de um órgão ou entidade.
lida com qualquer tipo de documentação. No e-ARQ Brasil, o sistema de gestão arquivística de docu-
A ciência arquivística permite a interdisciplinaridade com mentos é definido como Conjunto de procedimentos e operações
outras várias áreas do conhecimento. Uma delas é a TI (Tecnolo- técnicas referentes à produção, tramitação, uso, avaliação e arqui-
gia da Informação) que frequentemente vem sendo introduzida vamento dos documentos em fase corrente e intermediária, vi-
no processo arquivístico devido ao constante avanço tecnológi- sando sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente.
co que vem ocorrendo na sociedade e, portanto dentro de cada O conceito de GED foi definido pelo e-ARQ Brasil como Con-
organização que produza documentos. junto de tecnologias utilizadas para organização da informação
A agilidade e aumento do índice de recuperação das infor- não estruturada de um órgão ou entidade, que pode ser dividido
mações e a redução da massa documental são alguns benefícios nas seguintes funcionalidades: captura, gerenciamento, armaze-
resultantes dessa união. namento e distribuição.
Entende-se por informação não estruturada aquela que não
Em decorrência da demanda dos arquivistas e outros profis-
está armazenada em banco de dados, como mensagem de cor-
sionais, foi elaborado pelo CTDE (Câmara Técnica de Documen-
reio eletrônico, arquivo de texto, imagem ou som, planilha etc.
tos Eletrônicos) o e-ARQ Brasil. O e-ARQ Brasil foi denominado
O e-ARQ Brasil explica que o GED e o SIGAD possuem ob-
da seguinte forma É uma especificação de requisitos a serem
jetivos diferentes. O GED é uma ferramenta que visa controlar
cumpridos pela organização produtora/recebedora de docu-
e facilitar o fluxo das atividades da instituição, tratando os do-
mentos, pelo sistema de gestão arquivística e pelos próprios do-
cumentos de compartimentada. Já o SIGAD foca no controle
cumentos, a fim de garantir sua confiabilidade e autenticidade,
completo do ciclo de vida do documento, tem que ser capaz de
assim como sua acessibilidade. Além disso, o e-ARQ Brasil pode manter relação orgânica entre os documentos e de garantir a
ser usado para orientar a identificação de documentos arquivís- confiabilidade, a autenticidade e o acesso.
ticos digitais. É importante ressaltar que o conceito de gestão de docu-
Sistemas informatizados de gestão arquivística de docu- mentos digitais é derivado do conceito de gestão de documen-
mentos (SIGAD) tos convencionais, e não uma gestão de documentos diferente.
O SIGAD (Sistema Informatizado de Gestão Arquivística de Vale lembrar também que, da mesma forma que a gestão
Documentos) é um conjunto de procedimentos e operações de documentos convencionais, a gestão de documentos digitais
técnicas, característico do sistema de gestão arquivística de do- depende do plano de classificação e da tabela de temporalidade.
cumentos, processado por computador. Pode compreender um Podemos perceber que o GED é bem planejado e estrutura-
software particular, um determinado número de softwares inte- do com base na gestão de documentos, permitindo uma rápida
grados, adquiridos ou desenvolvidos por encomenda, ou uma localização do documento e manuseio facilitado, reduzindo o
combinação destes. tempo de procura por uma determinada informação.
O SIGAD é aplicável em sistemas híbridos, isto é, que utili- Podemos assim dizer que o GED é um mercado em amplo
zam documentos digitais e documentos convencionais, incluin- desenvolvimento, onde existe a estruturação das informações,
do operações como: captura de documentos, aplicação do plano correspondendo a ferramentas e metodologias, principalmen-
de classificação, controle de versões, controle sobre os prazos te tecnológicas, para gerenciamento dos documentos dentro
de guarda e destinação, armazenamento seguro e procedimen- das organizações.
tos que garantam o acesso e a preservação a médio e longo pra- Segundo Koch (1997, p. 23), “O GED visa a gerenciar o ciclo
zo de documentos arquivísticos digitais e não digitais confiáveis de vida das informações desde sua criação até o seu arquiva-
e autênticos. mento. As informações podem originalmente estar armazena-
Um SIGAD tem que ser capaz de manter a relação orgânica das em mídias analógicas ou digitais em todas as fases de sua
entre os documentos e de garantir a confiabilidade, a autentici- vida”. Desta forma nenhum documento de uma organização
dade e o acesso, ao longo do tempo, aos documentos arquivís- deve ficar fora do processo do GED, desde os documentos tradi-
ticos, ou seja, seu valor como fonte de prova das atividades do cionais em papel até os digitais, englobando todo o ciclo de vida.
órgão produtor. Afirma ainda que “GED é a somatória de todas as tecno-
logias e produtos que visam a gerenciar informação de forma
eletrônica”.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
O Portal GED.NET (2014), descreve o GED como sendo um Art 3º O Poder Executivo regulamentará, no prazo de 90
conjunto de tecnologias que permite o gerenciamento dos do- (noventa) dias, a presente Lei, indicando as autoridades compe-
cumentos de uma organização em forma digital, sendo esses tentes, nas esferas federais, estaduais e municipais para a auten-
documentos das mais diversas origens, como papel, microfilme, ticação de traslados e certidões originárias de microfilmagem de
imagem, som, planilhas eletrônicas, arquivos de texto etc. documentos oficiais.
Segundo Baldan (2002, p 32), as características do GED são: § 1º O decreto de regulamentação determinará, igualmen-
• Possui modo de gerenciamento e visualização de docu- te, quais os cartórios e órgãos públicos capacitados para efetua-
mento em formato digital, seja digitalizado (escanerizado), em rem a microfilmagem de documentos particulares, bem como os
processador de texto, planilha, CAD, etc. Um banco de dados requisitos que a microfilmagem realizada por aquêles cartórios
que só gerencia as informações contidas em documentos em e órgãos públicos devem preencher para serem autenticados, a
papel não pode ser considerado um GED; fim de produzirem efeitos jurídicos, em juízo ou fora dêle, quer
• Utiliza necessariamente computadores; os microfilmes, quer os seus traslados e certidões originárias.
• Não são sistemas restritos somente a documentos acaba- § 2º Prescreverá também o decreto as condições que os
dos no estágio final de aprovação ou com destino ao arquivo. cartórios competentes terão de cumprir para a autenticação de
São sistemas que, dependendo de sua necessidade, podem con- microfilmes realizados por particulares, para produzir efeitos ju-
trolar o documento desde a sua criação. rídicos contra terceiros.
O sistema de Gerenciamento Eletrônico de Documento con- Art 4º É dispensável o reconhecimento da firma da auto-
serva características visuais e espaciais, e a aparência do docu- ridade que autenticar os documentos oficiais arquivados, para
mento original em papel. Gerencia o ciclo de vida das informa- efeito de microfilmagem e os traslados e certidões originais de
ções desde sua criação até o arquivamento, e podem estar regis- microfilmes.
tradas em mídias analógicas ou digitais em todas as fases de sua Art 5º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
vida. O documento pode ser exibido ou impresso em papel onde Art 6º Revogam-se as disposições em contrário.
e quando necessário em apenas alguns segundos.
DECRETO No 1.799, DE 30 DE JANEIRO DE 1996.
LEI Nº 5.433, DE 8 DE MAIO DE 1968.
Regulamenta a Lei n° 5.433, de 8 de maio de 1968, que re-
Regula a microfilmagem de documentos oficiais e dá outras gula a microfilmagem de documentos oficiais, e dá outras pro-
providências. vidências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , faço saber que o CONGRES- O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , no uso da atribuição que lhe
SO NACIONAL decreta e eu sanciono a seguinte Lei: confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o
Art 1º É autorizada, em todo o território nacional, a microfil- disposto na art. 3° da Lei n° 5.433, de 8 de maio de 1968,
magem de documentos particulares e oficiais arquivados, êstes
de órgãos federais, estaduais e municipais. DECRETA:
§ 1º Os microfilmes de que trata esta Lei, assim como as cer-
tidões, os traslados e as cópias fotográficas obtidas diretamente Art. 1° A microfilmagem, em todo território nacional, au-
dos filmes produzirão os mesmos efeitos legais dos documentos torizada pela Lei n° 5.433, de 8 de maio de 1968, abrange os
originais em juízo ou fora dele. documentos oficiais ou públicos, de qualquer espécie e em qual-
§ 2º Os documentos microfilmados poderão, a critério da quer suporte, produzidos e recebidos pelos órgãos dos Poderes
autoridade competente, ser eliminados por incineração, des- Executivo, Judiciário e Legislativo, inclusive da Administração
truição mecânica ou por outro processo adequado que assegure indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu-
a sua desintegração. nicípios, e os documentos particulares ou privados, de pessoas
§ 3º A incineração dos documentos microfilmados ou sua físicas ou jurídicas.
transferência para outro local far-se-á mediante lavratura de têr- Art. 2° A emissão de cópias, traslados e certidões extraídas
mo, por autoridade competente, em livro próprio. de microfilmes, bem assim a autenticação desses documentos,
§ 4º Os filmes negativos resultantes de microfilmagem fica- para que possam produzir efeitos legais, em juízo ou fora dele, é
rão arquivados na repartição detentora do arquivo, vedada sua regulada por este Decreto.
saída sob qualquer pretexto. Art. 3° Entende-se por microfilme, para fins deste Decreto,
§ 5º A eliminação ou transferência para outro local dos do- o resultado do processo de reprodução em filme, de documen-
cumentos microfilmados far-se-á mediante lavratura de têrmo tos, dados e imagens, por meios fotográficos ou eletrônicos, em
em livro próprio pela autoridade competente. diferentes graus de redução.
§ 6º Os originais dos documentos ainda em trânsito, micro- Art. 4° A microfilmagem será feita em equipamentos que
filmados não poderão ser eliminados antes de seu arquivamento. garantam a fiel reprodução das informações, sendo permitida a
§ 7º Quando houver conveniência, ou por medida de segu- utilização de qualquer microforma.
rança, poderão excepcionalmente ser microfilmados documen- Parágrafo único. Em se tratando da utilização de microfi-
tos ainda não arquivados, desde que autorizados por autoridade chas, além dos procedimentos previstos neste Decreto, tanto a
competente. original como a cópia terão, na sua parte superior, área reserva-
Art 2º Os documentos de valor histórico não deverão ser eli- da à titulação, à identificação e à numeração seqüencial, legíveis
minados, podendo ser arquivados em local diverso da repartição com a vista desarmada, e fotogramas destinados à indexação.
detentora dos mesmos.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Art. 5° A microfilmagem, de qualquer espécie, será feita § 1° A microfilmagem destes documentos será precedida de
sempre em filme original, com o mínimo de 180 linhas por milí- uma imagem de observação, com os seguintes elementos:
metro de definição, garantida a segurança e a qualidade de ima- a) identificação do microfilme, local e data;
gem e de reprodução. b) descrição das irregularidades constatadas;
§ 1° Será obrigatória, para efeito de segurança, a extração c) nome por extenso, qualificação funcional e assinatura do
de filme cópia do filme original. responsável pela unidade, cartório ou empresa executora da mi-
§ 2° Fica vedada a utilização de filmes atualizáveis, de qual- crofilmagem.
quer tipo, tanto para a confecção do original, como para a extra- § 2° É obrigatório fazer indexação remissiva para recuperar
ção de cópias. as informações e assegurar a localização dos documentos.
§ 3° O armazenamento do filme original deverá ser feito em § 3° Caso a complementação não satisfaça os padrões de
local diferente do seu filme cópia. qualidade. exigidos, a microfilmagem dessa série de documen-
Art. 6° Na microfilmagem poderá ser utilizado qualquer tos deverá ser repetida integralmente.
grau de redução, garantida a legibilidade e a qualidade de re- Art. 10. Para o processamento dos filmes, serão utilizados
produção. equipamentos e técnicas que assegurem ao filme alto poder de
Parágrafo único. Quando se tratar de original cujo tamanho definição, densidade uniforme e durabilidade.
ultrapasse a dimensão máxima do campo fotográfico do equi- Art. 11. Os documentos, em tramitação ou em estudo, po-
pamento em uso, a microfilmagem poderá ser feita por etapas, derão, a critério da autoridade competente, ser microfilmados,
sendo obrigatória a repetição de uma parte da imagem anterior não sendo permitida a sua eliminação até a definição de sua
na imagem subseqüente, de modo que se possa identificar, por destinação final.
superposição, a continuidade entre as seções adjacentes micro- Art. 12. A eliminação de documentos, após a microfilma-
filmadas. gem, dar-se-á por meios que garantam sua inutilização, sendo a
Art. 7° Na microfilmagem de documentos, cada série será mesma precedida de lavratura de termo próprio e após a revisão
precedida de imagem de abertura, com os seguintes elementos: e a extração de filme cópia.
I - identificação do detentor dos documentos, a serem mi- Parágrafo único. A eliminação de documentos oficiais ou
crofilmados; públicos só deverá ocorrer se prevista na tabela de temporalida-
II - número do microfilme, se for o caso; de do órgão, aprovada pela autoridade competente na esfera de
III - local e data da microfilmagem; sua atuação e respeitado o disposto no art. 9° da Lei n° 8.159, de
IV - registro no Ministério da Justiça; 8 de janeiro de 1991.
V - ordenação, identificação e resumo da série de documen- Art. 13. Os documentos oficiais ou públicos, com valor de
tos a serem microfilmados; guarda permanente, não poderão ser eliminados após a micro-
VI - menção, quando for o caso, de que a série de documen- filmagem, devendo ser recolhidos ao arquivo público de sua
tos a serem microfilmados é continuação da série contida em esfera de atuação ou preservados pelo próprio órgão detentor.
microfilme anterior; Art. 14. Os traslados, as certidões e as cópias em papel ou
VII - identificação do equipamento utilizado, da unidade fil- em filme de documentos microfilmados, para produzirem efei-
madora e do grau de redução; tos legais em juízo ou fora dele, deverão estar autenticados pela
VIII - nome por extenso, qualificação funcional, se for o autoridade competente detentora do filme original.
caso, e assinatura do detentor dos documentos a serem micro- § 1° Em se tratando de cópia em filme, extraída de microfil-
filmados; mes de documentos privados, deverá ser emitido termo próprio,
IX - nome por extenso, qualificação funcional e assinatura no qual constará que o filme que o acompanha é cópia fiel do
do responsável pela unidade, cartório ou empresa executora da filme original, cuja autenticação far-se-á nos cartórios que satis-
microfilmagem. fizerem os requisitos especificados no artigo seguinte.
Art. 8º No final da microfilmagem de cada série, será re- § 2° Em se tratando de cópia em papel, extraída de microfil-
produzida a imagem de encerramento, imediatamente após o mes de documentos privados, a autenticação far-se-á por meio
último documento, com os seguintes elementos: de carimbo, aposto em cada folha, nos cartórios que satisfize-
I - identificação do detentor dos documentos microfilma- rem os requisitos especificados no artigo seguinte.
dos; § 3° A cópia em papel, de que trata o parágrafo anterior,
II - informações complementares relativas ao inciso V do poderá ser extraída utilizando-se qualquer meio de reprodução,
artigo anterior; desde que seja assegurada a sua fidelidade e a sua qualidade
III - termo de encerramento atestando a fiel observância às de leitura.
disposições deste Decreto; Art. 15. A microfilmagem de documentos poderá ser feita
IV - menção, quando for o caso, de que a série de documen- por empresas e cartórios habilitados nos termos deste Decreto.
tos microfilmados continua em microfilme posterior; Parágrafo único. Para exercer a atividade de microfilmagem
V - nome por extenso, qualificação funcional e assinatura de documentos, as empresas e cartórios a que se refere este
do responsável pela unidade, cartório ou empresa executora da artigo, além da legislação a que estão sujeitos, deverão requerer
microfilmagem. registro no Ministério da Justiça e sujeitar-se à fiscalização que
Art. 9° Os documentos da mesma série ou seqüência, even- por este será exercida quanto ao cumprimento do disposto no
tualmente omitidos quando da microfilmagem, ou aqueles cujas presente Decreto.
imagens não apresentarem legibilidade, por falha de operação Art. 16. As empresas e os cartórios que se dedicarem a mi-
ou por problema técnico, serão reproduzidos posteriormente, crofilmagem de documentos de terceiros, fornecerão, obrigato-
não sendo permitido corte ou inserção no filme original. riamente, um documento de garantia, declarando:

60
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
I - que a microfilmagem foi executada de acordo com o dis- A autora ressalta que também é necessária a investigação
posto neste Decreto; de seu elemento funcional nesta primeira etapa, com a finalida-
II - que se responsabilizam pelo padrão de qualidade do ser- de de entender as competências, funções, atividades, tarefas e
viço executado; procedimentos administrativos da instituição em análise, que se
III - que o usuário passa a ser responsável pelo manuseio e materializam nos documentos de arquivo que formam as dife-
conservação das microformas. rentes séries documentais.
Art. 17. Os microfilmes e filmes cópias, produzidos no exte- A finalidade dessa primeira etapa do método proposto pela
rior, somente terão valor legal, em juízo ou fora dele, quando: identificação é conhecer o completo funcionamento do órgão,
I - autenticados por autoridade estrangeira competente; as estruturas hierárquicas e suas atribuições, através de uma
II - tiverem reconhecida, pela autoridade consular brasilei- exaustiva investigação destes elementos orgânicos e funcionais,
ra, a firma da autoridade estrangeira que os houver autenticado; a partir das fontes de informações específicas, como explica Car-
III - forem acompanhados de tradução oficial. mona Mendo:
Art. 18. Os microfilmes originais e os filmes cópias resultan-
tes de microfilmagem de documentos sujeitos à fiscalização, ou As fontes que devemos consultar são as externas e inter-
necessários à prestação de contas, deverão ser mantidos pelos nas. Entre as primeiras podemos citar: boletins oficiais, legisla-
prazos de prescrição a que estariam sujeitos os seus respectivos ção, estudos históricos realizados...; entre as internas: a própria
originais. documentação que é objeto de estudo, ou seja, as normas
Art. 19. As infrações às normas deste Decreto, por parte dos internas produzidas pelas instituições, e quando seja possível,
cartórios e empresas registrados no Ministério da Justiça sujei- realizar entrevistas com os responsáveis pela gênese dos docu-
tarão o infrator, observada a gravidade do fato, às penalidades mentos. (CARMONA MENDO, 2004, p.42)
de advertência ou suspensão do registro, sem prejuízo das san- Carmona Mendo (2004, p.43) e Rodrigues (2008, p.71),
ções penais e civis cabíveis. apontam que os elementos a serem considerados neste estudo
Parágrafo único. No caso de reincidência por falta grave, o sobre as categorias administrativas são:
registro para microfilmar será cassado definitivamente. • As datas de criação e/ou extinção de órgão das adminis-
Art. 20. O Ministério da Justiça expedirá as instruções que
trações;
se fizerem necessárias ao cumprimento deste Decreto.
• As normas e a legislação que regularam ou regulam o seu
Art. 21. Revoga-se o Decreto n° 64.398, de 24 de abril de
funcionamento (competências, funções, atividades e procedi-
1969.
mentos administrativos);
Art. 22. Este Decreto entra em vigor na data de sua publi-
• Órgão que tenham precedido o desenvolvimento das
cação.
competências análogas; e,
• Órgãos que herdaram competências semelhantes.
A identificação é a melhor ferramenta para aplicar o prin-
Como resultado deste levantamento de dados, são elabora-
cípio básico da arquivística: o de respeito à proveniência e da
ordem original. Consiste na investigação das características dos dos os seguintes instrumentos, produtos dessa primeira etapa
elementos implicados na gênese do fundo: o sujeito produtor e da identificação:
o objeto produzido. Entende-se por sujeito produtor a pessoa fí- • Índices de organismos produtores (também chamados de
sica, família ou organismo que produziu e/ou acumulou o fundo. ficheiros de organismos);
Entende-se por objeto produzido a totalidade do fundo e cada • Repertório de organogramas (permitem conhecer a estru-
uma das agrupações documentais que o compõem. tura e suas modificações de forma gráfica durante sua vigência);
• Índice legislativo (também chamado de repertório legis-
Neste sentido, Carmona Mendo (2004) ressalta que a iden- lativo de órgãos produtores), um instrumento que tem por ob-
tificação é um método analítico que sustenta todo o tratamento jetivo o estudo de cada norma individualizada referenciada no
arquivÍstico dos documentos que compõem o fundo de arquivo primeiro instrumento.
de qualquer organização, seja pública ou privada, e que pode ser A partir desses dados coletados e estruturados nos instru-
aplicado em todo o ciclo de vida dos documentos e que tem dois mentos referenciados, o arquivista estará apto e bem preparado
objetos: o órgão produtor e os documentos por ele produzido. com condições para obter uma imagem fiel e completa da or-
Rodrigues (2008), Martín-Palomino y Benito e La Torre Me- ganização produtora, desenvolvendo parâmetros seguros para a
rino (2000), Carmona Mendo (2004), analisam este método a gestão de documentos.
partir de duas grandes etapas, a saber: identificação do órgão Concluída esta etapa, inicia-se a segunda etapa do método
produtor (elemento orgânico e funcional); e identificação e do proposto, ou seja, a identificação do tipo documental e das sé-
tipo documental, para definir as séries documentais. ries documentais.

Identificação do órgão produtor Identificação de tipos documentais

A primeira etapa do método proposto pelos autores ana- A segunda etapa da metodologia se caracteriza pelo estudo
lisados é a identificação do organismo produtor, ou seja, é a detalhado do tipo documental, através da análise dos elemen-
coleta de dados sobre as informações essenciais a respeito da tos que identificam os documentos e que por comparação se
estrutura orgânica do órgão produtor. agrupam na mesma série documental, tornando seguro o trata-
mento técnico destes conjuntos (as séries documentais) durante

61
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
todas as fases do seu ciclo de vida, bem como a elaboração de análise imprescindível para compreender o complexo processo
instrumentos estáveis que normalizem os procedimentos para o de produção dos documentos criados pela burocracia moderna.
correto funcionamento dos sistemas de arquivos. Bellotto (2002) explica que:
Segundo Duplá Del Moral (apud CARMONA MENDO, 2004,
p.43), O objeto do moderno campo de estudos da Diplomática é
a unidade arquivística elementar analisada enquanto espécie
[...] se define a série documental como o conjunto de docu- documental, servindo-se dos seus aspectos formais para definir
mentos que correspondem a um mesmo tipo documental, pro- a natureza jurídica dos atos nela implicados, tanto relativamen-
duzido por um mesmo órgão, seu antecessor e sucessor, sempre te à sua produção, como a seus efeitos (CARUCCI, 1987 apud
que não forme parte de outro fundo de arquivo; no exercício BELLOTTO, 2002, p.17).
de uma função determinada. Geralmente estão sujeitos a um
mesmo procedimento administrativo e apresentam a mesma Nessa perspectiva, a autora faz distinção entre o objeto da
aparência e um conteúdo informativo homogêneo. diplomática clássica e da nova diplomática, a tipologia docu-
mental, e seu método de análise, que são complementares para
Para Rodrigues (2008, p.74), este mesmo grupo de autores a identificação dos documentos arquivísticos.
parte de um parâmetro conceitual normalizado de série docu-
mental, “[...] representado pela seguinte fórmula: série = sujeito As metodologias de tratamento documental num e noutro
produtor + função tipo documental”. campo são distintas, porém, ao mesmo tempo, imbricadas. O
No Brasil, de acordo com o Dicionário de Terminologia Ar- campo de aplicação da Diplomática gira em torno do verídico
quivística de São Paulo (2010, p.76), o conceito de série docu- quanto à estrutura e à finalidade do ato jurídico. Já o da Tipolo-
mental remete “à sequência de unidades de um mesmo tipo gia gira em torno da relação dos documentos com as atividades
documental”, cuja denominação obedece a seguinte fórmula: institucionais/pessoais. (BELLOTTO, 2002, p. 21)
espécie + atividade.
O núcleo duro da definição esta no reconhecimento da ati- Heloisa Bellotto (apud Rodrigues 2008, p.140), aponta que
podemos estabelecer dois pontos de partida para a análise tipo-
vidade como fundamento do reconhecimento do tipo documen-
lógica: o da diplomática ou o da arquivística.
tal e de seu agrupamento em séries.
1. Quando se parte da diplomática, o elemento inicial é a
Entende-se por tipo documental, a ”unidade produzida por
decodificação do próprio documento, sendo suas etapas: da
um organismo no desenvolvimento de uma competência con-
anatomia do texto ao discurso, do discurso à espécie, da espécie
creta, regulamentada por uma norma de procedimento e cujo
ao tipo, do tipo à atividade, da atividade ao produtor.
formato, conteúdo informativo e suporte são homogêneos” e
2. Quando se parte da arquivística, o elemento inicial tem
por série documental, “o conjunto de documentos produzidos
que ser necessariamente a entidade produtora, cujo percurso é:
por um mesmo sujeito produtor no desenvolvimento da mesma da competência à estrutura, da estrutura ao funcionamento, do
função e cuja atuação administrativa foi plasmada num mesmo funcionamento à atividade refletida no documento, da atividade
tipo documental” (RODRIGUES, 2008, p.74). ao tipo, do tipo à espécie, da espécie ao documento.
O conceito de espécie e tipo documental, introduzidos por A Tipologia documental é a ampliação da Diplomática na
Heloisa Bellotto na arquivística brasileira, são objetos de estudos direção da gênese documental, ou seja, é a determinação e
da Diplomática e da Tipologia Documental, respectivamente. contextualização da competência, funções e atividades da ins-
O que se verifica na literatura, é que o objeto da Diplomá- tituição geradora/acumuladora em um determinado contexto
tica e seu campo de estudos sofrem uma adaptação na sua me- documental.
todologia para atender às necessidades de sua aplicabilidade no
campo das outras ciências que auxilia, ou seja, num primeiro Enquanto a espécie documental é o objeto da Diplomática,
momento o Direito, depois a História e hoje a Arquivística. a Tipologia Documental, representando melhor uma extensão
da Diplomática em direção à Arquivística, tem por objeto o tipo
Sempre adequado às necessidades de registro de dados documental, entendido como a “configuração que assume a es-
sobre o documento arquivístico e considerando as informações pécie documental de acordo com a atividade que a gerou” [...]
que serão usadas nas análises posteriores efetuadas no campo (BELLOTO, 2002, p.19, grifo da autora).
das demais funções arquivísticas, este modelo metodológico vai
além da caracterização da estrutura documental, campo de es- Os autores analisados apontam que uma vez coletadas,
tudos da diplomática clássica, buscando a contextualização do estruturadas e analisadas as informações da primeira etapa da
documento, chave para a compreensão e tratamento do docu- identificação arquivística (estruturas orgânicas e funcionais –
mento arquivístico, campo de estudos da tipologia documental. competências, funções, atividades), passase a estudar as nor-
(RODRIGUES, 2008, p. 162). mas e os procedimentos administrativos, bem como os trâmites
que tiveram cada tipo documental desde sua produção. Nesta
A partir da metade do século XX até os dias atuais, os arqui- etapa será formatado o instrumento que registra os dados de
vistas veem na diplomática novos usos para essa ciência no cam- cada série documental, produzida ou acumulada, denominados:
po de investigação daarquivística, isto é, como um método de

62
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
• ficha de identificação e avaliação de séries documentais TIPOLOGIA DOCUMENTAL
(Conde Villaverde, 1996; Martín-Palomino y Benito e La Torre
Merino, 2000) Tipologia Documental:
• ficha de tipos documentais (Molina Nortes e Leyva Palma, SUPORTE:
1996 apud RODRIGUES, 2008, p.75).
• sistemas ou manuais de tipologia documental (RODRI- Material sobre o qual as informações são registradas. Ex:
GUES, 2008) Fita magnética, filme de nitrato, papel, CD
Como aponta segundo Carmona Mendo (2004, p.44-46), o
resultado do desenvolvimento, análise e aplicação das duas eta- FORMA
pas de identificação arquivística permitirá ao arquivista conhe-
cer e desenvolver parâmetros seguros para: Características físicas de apresentação, das técnicas de re-
• A correta denominação da série, ou seja, sua definição; gistro e da estrutura da informação, conteúdo de um documen-
o aspecto externo e a materialidade do documento: meio pelo to. Estágio de PREPARAÇÃO e TRANSMISSÃO de documentos.
qual se transmite a mensagem; o suporte; o formato; e, a tradi- Ex: Cópia, original, rascunho, minuta.
ção documental, ou seja, se cópia, minuta ou original.
• O organismo produtor, as modificações orgânicas e fun- FORMATO
cionais decorrentes de sua evolução no tempo e no espaço, che-
gando até a unidade administrativa encarregada da gestão das Configuração física de um suporte de acordo com a sua na-
séries documentais em sua responsabilidade. tureza e o modo como foi confeccionado. Ex: Formulário, ficha,
• A legislação que regulamenta as funções materializadas livro, caderno, planta, folha, cartaz, microficha, rolo de filme, tira
nos distintos tipos documentais. Os tramites ou procedimentos de microfilme
administrativos que explica a gênese do tipo documental,conhe-
cimento importantíssimo para delimitar corretamente a vigên- GÊNERO
cia administrativa, jurídica e/ou histórica dos documentos para
a sua avaliação. Designação dos documentos segundo aspecto de sua for-
• A tipologia documental, os documentos básicos que com- matação nos diferentes suportes. Segundo a maneira que a in-
põem um processo ou dossiê, no caso de documentos compos- formação foi registrada.
tos. A)Documentos textuais: informações escrita ou textual. Ex:
• A ordenação das séries, que dependerá das características contrato, ata, relatório, certidão
identificadas nos tipos documentais que vem determinada pelo B)Documentos audiovisuais (analógico): informação esteja
órgão produtor. em forma de som e/ou imagem em movimento. Ex: filme, re-
• O conteúdo dos documentos, sobre as pessoas, datas, lu- gistro sonoro em fita cassete. Temos os sonoros (em som) e os
gares, etc. e os assuntos que aparecem em cada série. filmográficos (em filme)
• A vigência administrativa que virá determinada por uma C)Documentos micrográficos: em microforma. Ex: microfil-
norma administrativa do direito para cada série documental. mes e microfichas.
• A conveniência de conservar ou eliminar as séries docu- D)Documentos iconográficos: em imagem estática. Ex: foto-
mentais de acordo com seus prazos de vigência administrativas grafia, negativos, diapositivos (slides), desenhos, gravuras
e jurídicas. E)Documentos cartográficos: representação de forma redu-
• O acesso e o grau de consulta dos documentos pelos usu- zida de uma área maior. Ex: mapa, perfil, planta
ários, ou seja, é possível orientar a informação determinada pe- F)Documentos informáticos ou digitais: codificado em dí-
las próprias normas ou necessidades dos usuários. gitos binários, produzido, tramitado e armazenado por sistema
computacional. Ex: arquivo em MP3, arquivo do Word, DVD
A gestão de documentos se caracteriza como um processo
de intervenção no ciclo de vida dos documentos de arquivo, inci- ESPÉCIE
dindo sobre o momento de produção e acumulação na primeira
e segunda idade e que se sustenta na classificação e avaliação. Designação do documento segundo seu aspecto formal e da
Para o desenvolvimento destes programas é necessário a padro- aplicação a que esse documento se destina
nização de procedimentos, o que tem inicio pela denominação Carta, certidão, decreto, edital, ofício, relatório, requeri-
correta dos documentos contextualizada no âmbito das compe- mento, gravura, diapositivo (slide), planta, mapa
tências, funções, atividades, tarefas e procedimentos desenvol-
vidos pelo órgão que os produziram. TIPO
Posto isso, verificamos que existe uma estreita relação da
identificação arquivística com a gestão de documentos, uma vez Soma da espécie documental com atividade fim (finalidade)
que ela se apresenta no campo teórico como um método ana- a que o documento se destina
lítico baseado nos princípios propostos pela diplomática, mais Atestados médicos, atas de reunião dos empregados, cartas
especificamente nos parâmetros dos estudos de tipologia do- precatórias, cartas régias, cartas-patentes, decretos sem núme-
cumental. ro, decreto-leis, decretos legislativos, fotografias temáticas, re-
tratos, litogravuras, serigrafias e xilogravuras

63
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO

RELATÓRIOS TÉCNICOS, CORRESPONDÊNCIA CO-


MERCIAL, TÉCNICA E OFICIAL.

MANUAL DE REDAÇÃO DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

Natureza do Assunto: Sinais e abreviaturas empregados

A)Ostensivos/Ordinário: pode ser de livre conhecimento

B)Sigiloso: deve ser de conhecimento restrito


ULTRASSECRETO
SECRETO
SIGILOSO

64
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
AS COMUNICAÇÕES OFICIAIS Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (...)”. Sendo
ASPECTOS GERAIS DA REDAÇÃO OFICIAL a publicidade, a impessoalidade e a eficiência princípios funda-
mentais de toda a administração pública, devem igualmente nor-
1 Panorama da comunicação oficial tear a elaboração dos atos e das comunicações oficiais.

A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela 3.1 Clareza e precisão
escrita. Para que haja comunicação, são necessários:
a) alguém que comunique; CLAREZA
b) algo a ser comunicado;
c) alguém que receba essa comunicação. A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial.
No caso da redação oficial, quem comunica é sempre o ser- Pode-se definir como claro aquele texto que possibilita imediata
viço público (este/esta ou aquele/aquela Ministério, Secretaria, compreensão pelo leitor. Não se concebe que um documento
Departamento, Divisão, Serviço, Seção); o que se comunica é oficial ou um ato normativo de qualquer natureza seja redigido
sempre algum assunto relativo às atribuições do órgão que co- de forma obscura, que dificulte ou impossibilite sua compreen-
munica; e o destinatário dessa comunicação é o público, uma são. A transparência é requisito do próprio Estado de Direito: é
instituição privada ou outro órgão ou entidade pública, do Poder inaceitável que um texto oficial ou um ato normativo não seja
Executivo ou dos outros Poderes. Além disso, deve-se considerar entendido pelos cidadãos. O princípio constitucional da publici-
a intenção do emissor e a finalidade do documento, para que o dade não se esgota na mera publicação do texto, estendendo-
texto esteja adequado à situação comunicativa. -se, ainda, à necessidade de que o texto seja claro.
A necessidade de empregar determinado nível de linguagem Para a obtenção de clareza, sugere-se:
nos atos e nos expedientes oficiais decorre, de um lado, do pró- a) utilizar palavras e expressões simples, em seu sentido co-
prio caráter público desses atos e comunicações; de outro, de sua mum, salvo quando o texto versar sobre assunto técnico, hipó-
finalidade. Os atos oficiais, aqui entendidos como atos de caráter tese em que se utilizará nomenclatura própria da área;
normativo, ou estabelecem regras para a conduta dos cidadãos, ou b) usar frases curtas, bem estruturadas; apresentar as ora-
regulam o funcionamento dos órgãos e entidades públicos, o que ções na ordem direta e evitar intercalações excessivas. Em cer-
só é alcançado se, em sua elaboração, for empregada a linguagem tas ocasiões, para evitar ambiguidade, sugere-se a adoção da
adequada. O mesmo se dá com os expedientes oficiais, cuja finali- ordem inversa da oração;
dade precípua é a de informar com clareza e objetividade. c) buscar a uniformidade do tempo verbal em todo o texto;
d) não utilizar regionalismos e neologismos;
2 O que é redação oficial e) pontuar adequadamente o texto;
f) explicitar o significado da sigla na primeira referência a
Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a maneira ela; e
pela qual o Poder Público redige comunicações oficiais e atos g) utilizar palavras e expressões em outro idioma apenas
normativos. Neste Manual, interessa-nos tratá-la do ponto de quando indispensáveis, em razão de serem designações ou ex-
vista da administração pública federal. pressões de uso já consagrado ou de não terem exata tradução.
A redação oficial não é necessariamente árida e contrária Nesse caso, grafe-as em itálico, conforme orientações do subi-
à evolução da língua. É que sua finalidade básica – comunicar tem 10.2 deste Manual.
com objetividade e máxima clareza – impõe certos parâmetros
ao uso que se faz da língua, de maneira diversa daquele da lite- PRECISÃO
ratura, do texto jornalístico, da correspondência particular etc.
Apresentadas essas características fundamentais da reda- O atributo da precisão complementa a clareza e caracteri-
ção oficial, passemos à análise pormenorizada de cada um de za-se por:
seus atributos. a) articulação da linguagem comum ou técnica para a per-
feita compreensão da ideia veiculada no texto;
3 Atributos da redação oficial b) manifestação do pensamento ou da ideia com as mesmas
palavras, evitando o emprego de sinonímia com propósito me-
A redação oficial deve caracterizar-se por: ramente estilístico; e
• clareza e precisão; c) escolha de expressão ou palavra que não confira duplo
• objetividade; sentido ao texto.
• concisão; É indispensável, também, a releitura de todo o texto redi-
• coesão e coerência; gido. A ocorrência, em textos oficiais, de trechos obscuros pro-
• impessoalidade; vém principalmente da falta da releitura, o que tornaria possível
• formalidade e padronização; e sua correção. Na revisão de um expediente, deve-se avaliar se
• uso da norma padrão da língua portuguesa. ele será de fácil compreensão por seu destinatário. O que nos
parece óbvio pode ser desconhecido por terceiros. O domínio
Fundamentalmente, esses atributos decorrem da Constitui- que adquirimos sobre certos assuntos, em decorrência de nossa
ção, que dispõe, no art. 37: “A administração pública direta, indi- experiência profissional, muitas vezes, faz com que os tomemos
reta, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito como de conhecimento geral, o que nem sempre é verdade. Ex-

65
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
plicite, desenvolva, esclareça, precise os termos técnicos, o sig- tiva injustificável, sobretudo em texto oficial, que deve primar
nificado das siglas e das abreviações e os conceitos específicos pela impessoalidade. Eliminados os excessos, o período ganha
que não possam ser dispensados. concisão, harmonia e unidade:
A revisão atenta exige tempo. A pressa com que são ela-
boradas certas comunicações quase sempre compromete sua Exemplo:
clareza. “Não há assuntos urgentes, há assuntos atrasados”, diz Apurado o resultado da consulta à população acreana, veri-
a máxima. Evite-se, pois, o atraso, com sua indesejável repercus- ficou-se que a maioria da população manifestou-se pela rejeição
são no texto redigido. da alteração realizada pela Lei no 11.662/2008. Não satisfeita
A clareza e a precisão não são atributos que se atinjam por com a nova hora legal vinculada ao terceiro fuso, a maioria da
si sós: elas dependem estritamente das demais características população do Acre demonstrou que a ela seria melhor regressar
da redação oficial, apresentadas a seguir. ao quarto fuso, estando cinco horas menos que em Greenwich.

3.2 Objetividade 3.4 Coesão e coerência

Ser objetivo é ir diretamente ao assunto que se deseja abor- É indispensável que o texto tenha coesão e coerência. Tais
dar, sem voltas e sem redundâncias. Para conseguir isso, é fun- atributos favorecem a conexão, a ligação, a harmonia entre os
damental que o redator saiba de antemão qual é a ideia princi- elementos de um texto. Percebe-se que o texto tem coesão e
pal e quais são as secundárias. coerência quando se lê um texto e se verifica que as palavras, as
Procure perceber certa hierarquia de ideias que existe em frases e os parágrafos estão entrelaçados, dando continuidade
todo texto de alguma complexidade: as fundamentais e as se- uns aos outros.
cundárias. Essas últimas podem esclarecer o sentido daquelas, Alguns mecanismos que estabelecem a coesão e a coerên-
detalhá-las, exemplificá-las; mas existem também ideias secun- cia de um texto são: referência, substituição, elipse e uso de
dárias que não acrescentam informação alguma ao texto, nem conjunção.
têm maior relação com as fundamentais, podendo, por isso, ser A referência diz respeito aos termos que se relacionam a
outros necessários à sua interpretação. Esse mecanismo pode
dispensadas, o que também proporcionará mais objetividade ao
dar-se por retomada de um termo, relação com o que é prece-
texto.
dente no texto, ou por antecipação de um termo cuja interpre-
A objetividade conduz o leitor ao contato mais direto com o
tação dependa do que se segue.
assunto e com as informações, sem subterfúgios, sem excessos
de palavras e de ideias. É errado supor que a objetividade supri-
Exemplos:
me a delicadeza de expressão ou torna o texto rude e grosseiro.
O Deputado evitou a instalação da CPI da corrupção. Ele
aguardou a decisão do Plenário.
3.3 Concisão
O TCU apontou estas irregularidades: falta de assinatura e
de identificação no documento.
A concisão é antes uma qualidade do que uma característi-
ca do texto oficial. Conciso é o texto que consegue transmitir o A substituição é a colocação de um item lexical no lugar de
máximo de informações com o mínimo de palavras. Não se deve outro(s) ou no lugar de uma oração.
de forma alguma entendê-la como economia de pensamento,
isto é, não se deve eliminar passagens substanciais do texto com Exemplos:
o único objetivo de reduzi-lo em tamanho. Trata-se, exclusiva- O Presidente assinou o acordo. O Chefe do Poder Executivo
mente, de excluir palavras inúteis, redundâncias e passagens federal propôs reduzir as alíquotas.
que nada acrescentem ao que já foi dito. O ofício está pronto. O documento trata da exoneração do
Detalhes irrelevantes são dispensáveis: o texto deve evitar servidor.
caracterizações e comentários supérfluos, adjetivos e advérbios Os governadores decidiram acatar a decisão. Em seguida, os
inúteis, subordinação excessiva. A seguir, um exemplo1 de pe- prefeitos fizeram o mesmo.
ríodo mal construído, prolixo:
Exemplo: A elipse consiste na omissão de um termo recuperável pelo
Apurado, com impressionante agilidade e precisão, naque- contexto.
la tarde de 2009, o resultado da consulta à população acriana,
verificou-se que a esmagadora e ampla maioria da população Exemplo:
daquele distante estado manifestou-se pela efusiva e indubi- O decreto regulamenta os casos gerais; a portaria, os parti-
tável rejeição da alteração realizada pela Lei no 11.662/2008. culares. (Na segunda oração, houve a omissão do verbo “regu-
Não satisfeita, inconformada e indignada, com a nova hora legal lamenta”).
vinculada ao terceiro fuso, a maioria da população do Acre de-
monstrou que a ela seria melhor regressar ao quarto fuso, es- Outra estratégia para proporcionar coesão e coerência ao
tando cinco horas a menos que em Greenwich. texto é utilizar conjunção para estabelecer ligação entre ora-
Nesse texto, há vários detalhamentos desnecessários, abu- ções, períodos ou parágrafos.
sou-se no emprego de adjetivos (impressionante, esmagadora,
ampla, inconformada, indignada), o que lhe confere carga afe-

66
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Exemplo: A formalidade de tratamento vincula-se, também, à neces-
O Embaixador compareceu à reunião, pois identificou o in- sária uniformidade das comunicações. Ora, se a administração
teresse de seu Governo pelo assunto. pública federal é una, é natural que as comunicações que ex-
peça sigam o mesmo padrão. O estabelecimento desse padrão,
3.5 Impessoalidade uma das metas deste Manual, exige que se atente para todas as
características da redação oficial e que se cuide, ainda, da apre-
A impessoalidade decorre de princípio constitucional (Cons- sentação dos textos.
tituição, art. 37), e seu significado remete a dois aspectos: o A digitação sem erros, o uso de papéis uniformes para o tex-
primeiro é a obrigatoriedade de que a administração pública to definitivo, nas exceções em que se fizer necessária a impres-
proceda de modo a não privilegiar ou prejudicar ninguém, de são, e a correta diagramação do texto são indispensáveis para a
que o seu norte seja, sempre, o interesse público; o segundo, a padronização. Consulte o Capítulo II, “As comunicações oficiais”,
abstração da pessoalidade dos atos administrativos, pois, ape- a respeito de normas específicas para cada tipo de expediente.
sar de a ação administrativa ser exercida por intermédio de seus Em razão de seu caráter público e de sua finalidade, os atos
servidores, é resultado tão-somente da vontade estatal. normativos e os expedientes oficiais requerem o uso do padrão
A redação oficial é elaborada sempre em nome do serviço pú- culto do idioma, que acata os preceitos da gramática formal e
blico e sempre em atendimento ao interesse geral dos cidadãos. emprega um léxico compartilhado pelo conjunto dos usuários
Sendo assim, os assuntos objetos dos expedientes oficiais não de- da língua. O uso do padrão culto é, portanto, imprescindível na
vem ser tratados de outra forma que não a estritamente impessoal. redação oficial por estar acima das diferenças lexicais, morfoló-
Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal que deve gicas ou sintáticas, regionais; dos modismos vocabulares e das
ser dado aos assuntos que constam das comunicações oficiais particularidades linguísticas.
decorre:
a) da ausência de impressões individuais de quem comuni- Recomendações:
ca: embora se trate, por exemplo, de um expediente assinado • a língua culta é contra a pobreza de expressão e não con-
por Chefe de determinada Seção, a comunicação é sempre feita tra a sua simplicidade;
em nome do serviço público. Obtém-se, assim, uma desejável • o uso do padrão culto não significa empregar a língua de
padronização, que permite que as comunicações elaboradas em modo rebuscado ou utilizar figuras de linguagem próprias do es-
diferentes setores da administração pública guardem entre si tilo literário;
• a consulta ao dicionário e à gramática é imperativa na re-
certa uniformidade;
dação de um bom texto.
b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação: ela
Pode-se concluir que não existe propriamente um padrão
pode ser dirigida a um cidadão, sempre concebido como públi-
oficial de linguagem, o que há é o uso da norma padrão nos atos
co, ou a uma instituição privada, a outro órgão ou a outra entida-
e nas comunicações oficiais. É claro que haverá preferência pelo
de pública. Em todos os casos, temos um destinatário concebido
uso de determinadas expressões, ou será obedecida certa tra-
de forma homogênea e impessoal; e
dição no emprego das formas sintáticas, mas isso não implica,
c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o
necessariamente, que se consagre a utilização de uma forma de
universo temático das comunicações oficiais se restringe a ques- linguagem burocrática. O jargão burocrático, como todo jargão,
tões que dizem respeito ao interesse público, é natural não ca- deve ser evitado, pois terá sempre sua compreensão limitada.
ber qualquer tom particular ou pessoal.
Não há lugar na redação oficial para impressões pessoais, AS COMUNICAÇÕES OFICIAIS
como as que, por exemplo, constam de uma carta a um ami-
go, ou de um artigo assinado de jornal, ou mesmo de um texto 4 Introdução
literário. A redação oficial deve ser isenta da interferência da A redação das comunicações oficiais deve, antes de tudo,
individualidade de quem a elabora. A concisão, a clareza, a ob- seguir os preceitos explicitados no Capítulo I, “Aspectos gerais
jetividade e a formalidade de que nos valemos para elaborar os da redação oficial”. Além disso, há características específicas
expedientes oficiais contribuem, ainda, para que seja alcançada de cada tipo de expediente, que serão tratadas em detalhe
a necessária impessoalidade. neste capítulo. Antes de passarmos à sua análise, vejamos ou-
tros aspectos comuns a quase todas as modalidades de comu-
3.6 Formalidade e padronização nicação oficial.

As comunicações administrativas devem ser sempre for- 4.1 Pronomes de tratamento


mais, isto é, obedecer a certas regras de forma (BRASIL, 2015a). Tradicionalmente, o emprego dos pronomes de tratamento
Isso é válido tanto para as comunicações feitas em meio ele- adota a segunda pessoa do plural, de maneira indireta, para re-
trônico (por exemplo, o e-mail , o documento gerado no SEI!, o ferenciar atributos da pessoa à qual se dirige. Na redação oficial,
documento em html etc.), quanto para os eventuais documen- é necessário atenção para o uso dos pronomes de tratamento
tos impressos. em três momentos distintos: no endereçamento, no vocativo e
É imperativa, ainda, certa formalidade de tratamento. Não no corpo do texto. No vocativo, o autor dirige-se ao destinatário
se trata somente do correto emprego deste ou daquele prono- no início do documento. No corpo do texto, pode-se empregar
me de tratamento para uma autoridade de certo nível, mais do os pronomes de tratamento em sua forma abreviada ou por
que isso: a formalidade diz respeito à civilidade no próprio enfo- extenso. O endereçamento é o texto utilizado no envelope que
que dado ao assunto do qual cuida a comunicação. contém a correspondência oficial.

67
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
A seguir, alguns exemplos de utilização de pronomes de tra- Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a pro-
tamento no texto oficial nomes de tratamento são sempre os da terceira pessoa.

Exemplo:
Vossa Senhoria designará seu substituto. (E não “Vossa Se-
nhoria designará vosso substituto”)

Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gê-


nero gramatical deve coincidir com o sexo da pessoa a que se
refere, e não com o substantivo que compõe a locução.

Exemplos:
Se o interlocutor for homem, o correto é: Vossa Excelência
está atarefado.
Se o interlocutor for mulher: Vossa Excelência está atare-
fada.
O pronome Sua Excelência é utilizado para se fazer referên-
cia a alguma autoridade (indiretamente).

Exemplo:
A Sua Excelência o Ministro de Estado Chefe da Casa Civil
(por exemplo, no endereçamento do expediente)

4.2 Signatário
4.2.1 Cargos interino e substituto

Na identificação do signatário, depois do nome do cargo, é


possível utilizar os termos interino e substituto, conforme situa-
ções a seguir: interino é aquele nomeado para ocupar transito-
riamente cargo público durante a vacância; substituto é aquele
designado para exercer as atribuições de cargo público vago ou
no caso de afastamento e impedimentos legais ou regulamenta-
res do titular. Esses termos devem ser utilizados depois do nome
do cargo, sem hífen, sem vírgula e em minúsculo.

Exemplos:
Diretor-Geral interino
Secretário-Executivo substituto

4.2.2 Signatárias do sexo feminino

Na identificação do signatário, o cargo ocupado por pessoa


do sexo feminino deve ser flexionado no gênero feminino.
Os exemplos acima são meramente exemplificativos. A pro-
fusão de normas estabelecendo hipóteses de tratamento por Exemplos:
meio do pronome “Vossa Excelência” para categorias especifí- Ministra de Estado
cas tornou inviável arrolar todas as hipóteses. Secretária-Executiva interina
Técnica Administrativa
4.1.1 Concordância com os pronomes de tratamento Coordenadora Administrativa

Os pronomes de tratamento apresentam certas peculiari- 4.3 Grafia de cargos compostos


dades quanto às concordâncias verbal, nominal e pronominal.
Embora se refiram à segunda pessoa gramatical (à pessoa com Escrevem-se com hífen:
quem se fala), levam a concordância para a terceira pessoa. Os a) cargos formados pelo adjetivo “geral”: diretor-geral, rela-
pronomes Vossa Excelência ou Vossa Senhoria são utilizados tor-geral, ouvidor-geral;
para se comunicar diretamente com o receptor.
Exemplo:
Vossa Senhoria designará o assessor.

68
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
b) postos e gradações da diplomacia: primeiro-secretário, Exemplos:
segundo-secretário; Senhora [Nome],
c) postos da hierarquia militar: tenente-coronel, capitão-te- Prezado Senhor,
nente; Em comunicações oficiais, está abolido o uso de Digníssimo
Atenção: nomes compostos com elemento de ligação pre- (DD) e de Ilustríssimo (Ilmo.).
posicionado ficam sem hífen: general de exército, general de bri- Evite-se o uso de “doutor” indiscriminadamente. O trata-
gada, tenente-brigadeiro do ar, capitão de mar e guerra; mento por meio de Senhor confere a formalidade desejada.

d) cargos que denotam hierarquia dentro de uma empresa: 5 O padrão ofício


diretor-presidente, diretor-adjunto, editor-chefe, editor-assis-
tente, sócio-gerente, diretor-executivo; Até a segunda edição deste Manual, havia três tipos de ex-
e) cargos formados por numerais: primeiro-ministro, pri- pedientes que se diferenciavam antes pela finalidade do que
meira-dama; pela forma: o ofício, o aviso e o memorando. Com o objetivo
f) cargos formados com os prefixos “ex” ou “vice”: ex-dire- de uniformizá-los, deve-se adotar nomenclatura e diagramação
tor, vice-coordenador. únicas, que sigam o que chamamos de padrão ofício.
O novo Acordo Ortográfico tornou opcional o uso de iniciais A distinção básica anterior entre os três era:
maiúsculas em palavras usadas reverencialmente, por exemplo a) aviso: era expedido exclusivamente por Ministros de Es-
para cargos e títulos (exemplo: o Presidente francês ou o presi- tado, para autoridades de mesma hierarquia;
dente francês). Porém, em palavras com hífen, após se optar pelo b) ofício: era expedido para e pelas demais autoridades; e
uso da maiúscula ou da minúscula, deve-se manter a escolha para c) memorando: era expedido entre unidades administrati-
a grafia de todos os elementos hifenizados: pode-se escrever “Vi- vas de um mesmo órgão.
ce-Presidente” ou “vice-presidente”, mas não “Vice-presidente”.
Atenção:Nesta nova edição ficou abolida aquela distinção e
4.4 Vocativo passou-se a utilizar o termo ofício nas três hipóteses.

O vocativo é uma invocação ao destinatário. Nas comunica- A seguir, será apresentada a estrutura do padrão ofício, de
ções oficiais, o vocativo será sempre seguido de vírgula. acordo com a ordem com que cada elemento aparece no docu-
Em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder, utiliza-se a mento oficial.
expressão Excelentíssimo Senhor ou Excelentíssima Senhora e o
cargo respectivo, seguidos de vírgula. 5.1 Partes do documento no padrão ofício
5.1.1 Cabeçalho
Exemplos:
Excelentíssimo Senhor Presidente da República, O cabeçalho é utilizado apenas na primeira página do docu-
Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional, mento, centralizado na área determinada pela formatação (ver
Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Fe- subitem “5.2 Formatação e apresentação”).
deral, No cabeçalho deverão constar os seguintes elementos:
As demais autoridades, mesmo aquelas tratadas por Vossa a) brasão de Armas da República: no topo da página. Não
Excelência, receberão o vocativo Senhor ou Senhora seguido do há necessidade de ser aplicado em cores. O uso de marca da
cargo respectivo. instituição deve ser evitado na correspondência oficial para não
se sobrepor ao Brasão de Armas da República.
Exemplos: 2 O desenho oficial atualizado do Brasão de Armas da Re-
Senhora Senadora, pública pode ser localizado no sítio eletrônico da Presidência da
Senhor Juiz, República, na seção Símbolos Nacionais.
Senhora Ministra, No caso de documento a ser impresso, exclusivamente
quando o signatário for o Presidente da República, Ministro de
Na hipótese de comunicação com particular, pode-se utili- Estado ou a autoridade máxima de autarquia, será utilizado tim-
zar o vocativo Senhor ou Senhora e a forma utilizada pela insti- bre em relevo branco, nos termos do disposto no Decreto no
tuição para referir-se ao interlocutor: beneficiário, usuário, con- 80.739, de 14 de novembro de 1977.
tribuinte, eleitor etc. b) nome do órgão principal;
c) nomes dos órgãos secundários, quando necessários, da
Exemplos: maior para a menor hierarquia; e
Senhora Beneficiária, d) espaçamento: entrelinhas simples (1,0).
Senhor Contribuinte,

Ainda, quando o destinatário for um particular, no vocativo,


pode-se utilizar Senhor ou Senhora seguido do nome do particu-
lar ou pode-se utilizar o vocativo “Prezado Senhor” ou “Prezada
Senhora”.

69
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Os dados do órgão, tais como endereço, telefone, endereço de O pronome de tratamento no endereçamento das comu-
correspondência eletrônica, sítio eletrônico oficial da instituição, nicações dirigidas às autoridades tratadas por Vossa Excelência
podem ser informados no rodapé do documento, centralizados. terá a seguinte forma: “A Sua Excelência o Senhor” ou “A Sua
Excelência a Senhora”.
5.1.2 Identificação do expediente Quando o tratamento destinado ao receptor for Vossa Se-
nhoria, o endereçamento a ser empregado é “Ao Senhor” ou “À
Os documentos oficiais devem ser identificados da segui te Senhora”. Ressalte-se que não se utiliza a expressão “A Sua Se-
maneira: nhoria o Senhor” ou “A Sua Senhoria a Senhora”.
a) nome do documento: tipo de expediente por extenso,
com todas as letras maiúsculas; Exemplos:
b) indicação de numeração: abreviatura da palavra “núme- A Sua Excelência o Senhor À Senhora Ao Senhor
ro”, padronizada como N°; [Nome] [Nome] [Nome]
c) informações do documento: número, ano (com quatro Ministro de Estado da Justiça Diretora de Gestão de Pessoas
dígitos) e siglas usuais do setor que expede o documento, da Chefe da Seção de Compras Esplanada dos Ministérios Bloco T
menor para a maior hierarquia, separados por barra (/); e SAUS Q. 3 Lote 5/6 Ed Sede I Diretoria de Material, Seção 70064-
d) alinhamento: à margem esquerda da página. 900 Brasília/DF 70070-030 Brasília. DF Brasília — DF

Exemplo: 5.1.5 Assunto


OFÍCIO N° 652/2018/SAA/SE/MT
O assunto deve dar uma ideia geral do que trata o docu-
5.1.3 Local e data do documento mento, de forma sucinta.
Ele deve ser grafado da seguinte maneira:
Na grafia de datas em um documento, o conteúdo deve a) título: a palavra Assunto deve anteceder a frase que defi-
constar da seguinte forma: ne o conteúdo do documento, seguida de dois-pontos;
a) composição: local e data do documento; b) descrição do assunto: a frase que descreve o conteúdo do
b) informação de local: nome da cidade onde foi expedido o documento deve ser escrita com inicial maiúscula, não se deve
documento, seguido de vírgula. utilizar verbos e sugere-se utilizar de quatro a cinco palavras;
Não se deve utilizar a sigla da unidade da federação depois c) destaque:todo o texto referente ao assunto, inclusive o
do nome da cidade; título, deve ser destacado em negrito;
c) dia do mês: em numeração ordinal se for o primeiro dia d) pontuação: coloca-se ponto-final depois do assunto; e
do mês e em numeração cardinal para os demais dias do mês. e) alinhamento: à margem esquerda da página.
Não se deve utilizar zero à esquerda do número que indica o dia
do mês; Exemplos:
d) nome do mês: deve ser escrito com inicial minúscula; Assunto: Encaminhamento do Relatório de Gestão ju-
e) pontuação: coloca-se ponto-final depois da data; e lho/2018.
f) alinhamento: o texto da data deve ser alinhado à margem Assunto: Aquisição de computadores.
direita da página.
Exemplo: Brasília, 2 de fevereiro de 2018. 5.1.6 Texto do documento
5.1.4 Endereçamento
O texto do documento oficial deve seguir a seguinte padro-
O endereçamento é a parte do documento que informa nização de estrutura:
quem receberá o expediente. I – nos casos em que não seja usado para encaminhamento
Nele deverão constar os seguintes elementos: de documentos, o expediente deve conter a seguinte estrutura:
a) vocativo: na forma de tratamento adequada para quem a) introdução: em que é apresentado o objetivo da comuni-
receberá o expediente (ver subitem “4.1 Pronomes de trata- cação. Evite o uso das formas:
mento”); Tenho a honra de, Tenho o prazer de, Cumpre-me informar
b) nome: nome do destinatário do expediente; que. Prefira empregar a forma direta: Informo, Solicito, Comu-
c) cargo: cargo do destinatário do expediente; nico;
d) endereço: endereço postal de quem receberá o expe- b) desenvolvimento: em que o assunto é detalhado; se o
diente, dividido em duas linhas: primeira linha: informação de texto contiver mais de uma ideia sobre o assunto, elas devem
localidade/logradouro do destinatário ou, no caso de ofício ao ser tratadas em parágrafos distintos, o que confere maior clare-
mesmo órgão, informação do setor; segunda linha: CEP e cida- za à exposição; e
de/unidade da federação, separados por espaço simples. Na c) conclusão: em que é afirmada a posição sobre o assunto.
separação entre cidade e unidade da federação pode ser substi- II – quando forem usados para encaminhamento de docu-
tuída a barra pelo ponto ou pelo travessão. No caso de ofício ao mentos, a estrutura é modificada:
mesmo órgão, não é obrigatória a informação do CEP, podendo a) introdução: deve iniciar com referência ao expediente
ficar apenas a informação da cidade/unidade da federação; e que solicitou o encaminhamento. Se a remessa do documento
e) alinhamento: à margem esquerda da página. não tiver sido solicitada, deve iniciar com a informação do moti-
vo da comunicação, que é encaminhar, indicando a seguir os da-

70
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
dos completos do documento encaminhado (tipo, data, origem c) espaçamento entre linhas: simples;
ou signatário e assunto de que se trata) e a razão pela qual está d) espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos após cada
sendo encaminhado; e parágrafo; e
e) não deve ser numerado.
Exemplos:
Em resposta ao Ofício n° 12, de 1o de fevereiro de 2018, 5.1.8 Identificação do signatário
encaminho cópia do Ofício n°34, de 3 de abril de 2018, da Coor-
denação-Geral de Gestão de Pessoas, que trata da requisição do Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da Re-
servidor Fulano de Tal. pública, todas as demais comunicações oficiais devem informar
Encaminho, para exame e pronunciamento, cópia do Ofício o signatário segundo o padrão:
no 12, de 1o de fevereiro de 2018, do Presidente da Confedera- a) nome: nome da autoridade que as expede, grafado em
ção Nacional da Indústria, a respeito de projeto de moderniza- letras maiúsculas, sem negrito.
ção de técnicas agrícolas na região Nordeste. Não se usa linha acima do nome do signatário;
b) desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar fa- b) cargo: cargo da autoridade que expede o documento, re-
zer algum comentário a respeito do documento que encaminha, digido apenas com as iniciais maiúsculas. As preposições que li-
poderá acrescentar parágrafos de desenvolvimento. guem as palavras do cargo devem ser grafadas em minúsculas; e
Caso contrário, não há parágrafos de desenvolvimento em c) alinhamento: a identificação do signatário deve ser cen-
expediente usado para encaminhamento de documentos. tralizada na página.
III – tanto na estrutura I quanto na estrutura II, o texto do Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assinatu-
documento deve ser formatado da seguinte maneira: ra em página isolada do expediente. Transfira para essa página
a) alinhamento: justificado; ao menos a última frase anterior ao fecho.
b) espaçamento entre linhas: simples;
c) parágrafos: Exemplo:
i espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos após cada pa- (espaço para assinatura)
rágrafo; NOME
ii recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da margem es- Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da
República
querda;
(espaço para assinatura)
iii numeração dos parágrafos: apenas quando o documento
NOME
tiver três ou mais
Coordenador-Geral de Gestão de Pessoas
parágrafos, desde o primeiro parágrafo. Não se numeram o
vocativo e o fecho;
5.1.9 Numeração das páginas
d) fonte: Calibri ou Carlito;
i corpo do texto: tamanho 12 pontos;
A numeração das páginas é obrigatória apenas a partir da
ii citações recuadas: tamanho 11 pontos; e segunda página da comunicação.
iii notas de Rodapé: tamanho 10 pontos; Ela deve ser centralizada na página e obedecer à seguinte
e) símbolos: para símbolos não existentes nas fontes indica- formatação:
das, pode-se utilizar as fontes Symbol e Wingdings; a) posição: no rodapé do documento, ou acima da área de 2
5.1.7 Fechos para comunicações cm da margem inferior; e
b) fonte: Calibri ou Carlito.
O fecho das comunicações oficiais objetiva, além da finali-
dade óbvia de arrematar o texto, saudar o destinatário. Os mo- 5.2 Formatação e apresentação
delos para fecho anteriormente utilizados foram regulados pela
Portaria n° 1, de 1937, do Ministério da Justiça, que estabelecia Os documentos do padrão ofício devem obedecer à seguin-
quinze padrões. te formatação:
Com o objetivo de simplificá-los e uniformizá-los, este Ma- a) tamanho do papel: A4 (29,7 cm x 21 cm);
nual estabelece o emprego de somente dois fechos diferentes b) margem lateral esquerda: no mínimo, 3 cm de largura;
para todas as modalidades de comunicação oficial: c) margem lateral direita: 1,5 cm;
a) Para autoridades de hierarquia superior a do remetente, d) margens superior e inferior: 2 cm;
inclusive o Presidente da República: Respeitosamente, e) área de cabeçalho: na primeira página, 5 cm a partir da
b) Para autoridades de mesma hierarquia, de hierarquia in- margem superior do papel;
ferior ou demais casos: Atenciosamente, f) área de rodapé: nos 2 cm da margem inferior do docu-
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas mento;
a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e tradição pró- g) impressão: na correspondência oficial, a impressão pode
prios. ocorrer em ambas as faces do papel. Nesse caso, as margens es-
O fecho da comunicação deve ser formatado da seguinte querda e direita terão as distâncias invertidas nas páginas pares
maneira: (margem espelho);
a) alinhamento: alinhado à margem esquerda da página; h) cores: os textos devem ser impressos na cor preta em pa-
b) recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da margem es- pel branco, reservando-se, se necessário, a impressão colorida
querda; para gráficos e ilustrações;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
i) destaques: para destaques deve-se utilizar, sem abuso, o negrito. Deve-se evitar destaques com uso de itálico, sublinhado, letras
maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer outra forma de formatação que afete a sobriedade e a padronização do
documento;
j) palavras estrangeiras: palavras estrangeiras devem ser grafadas em itálico;
k) arquivamento: dentro do possível, todos os documentos elaborados devem ter o arquivo de texto preservado para consulta
posterior ou aproveitamento de trechos para casos análogos. Deve ser utilizado, preferencialmente, formato de arquivo que possa ser
lido e editado pela maioria dos editores de texto utilizados no serviço público, tais como DOCX, ODT ou RTF.
l) nome do arquivo: para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem ser formados da seguinte maneira: tipo do docu-
mento + número do documento + ano do documento (com 4 dígitos) + palavras-chaves do conteúdo
Exemplo:
Ofício 123_2018_relatório produtividade anual
Seguem exemplos de Ofício:

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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6 Tipos de documentos As Exposições de Motivos que encaminham proposições
6.1 Variações dos documentos oficiais normativas devem seguir o prescrito no Decreto nº 9.191, de
1º de novembro de 2017. Em síntese, elas devem ser instruídas
Os documentos oficiais podem ser identificados de acordo com parecer jurídico e parecer de mérito que permitam a ade-
com algumas possíveis variações: quada avaliação da proposta.
a) [NOME DO EXPEDIENTE] + CIRCULAR: Quando um órgão O atendimento dos requisitos do Decreto nº 9.191, de 2017,
envia o mesmo expediente para mais de um órgão receptor. A nas exposições de motivos que proponham a edição de ato nor-
sigla na epígrafe será apenas do órgão remetente. mativo, tem como propósito:
b) [NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO: Quando mais de a) permitir a adequada reflexão sobre o problema que se
um órgão envia, conjuntamente, o mesmo expediente para um busca resolver;
único órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes constarão b) ensejar avaliação das diversas causas do problema e dos
na epígrafe. efeitos que podem ter a adoção da medida ou a edição do ato,
c) [NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO CIRCULAR: Quan- em consonância com as questões que devem ser analisadas na
do mais de um órgão envia, conjuntamente, o mesmo expedien- elaboração de proposições normativas no âmbito do Poder Exe-
te para mais de um órgão receptor. As siglas dos órgãos reme- cutivo;
tentes constarão na epígrafe. c) conferir transparência aos atos propostos;
d) resumir os principais aspectos da proposta; e
Exemplos: e) evitar a devolução a proposta de ato normativo para
OFÍCIO CIRCULAR Nº 652/2018/MEC complementação ou reformulação da proposta.
OFÍCIO CONJUNTO Nº 368/2018/SECEX/SAJ A exposição de motivos é a principal modalidade de co-
OFÍCIO CONJUNTO CIRCULAR Nº 795/2018/CC/MJ/MRE municação dirigida ao Presidente da República pelos ministros.
Além disso, pode, em certos casos, ser encaminhada cópia ao
Nos expedientes circulares, por haver mais de um receptor, Congresso Nacional ou ao Poder Judiciário.
o órgão remetente poderá inserir no rodapé as siglas ou nomes
dos órgãos que receberão o expediente.

6.2 Exposição de Motivos


6.2.1 Definição e finalidade

Exposição de motivos (EM) é o expediente dirigido ao Presi-


dente da República ou ao VicePresidente para:
a) propor alguma medida;
b) submeter projeto de ato normativo à sua consideração; ou
c) informá-lo de determinado assunto.
A exposição de motivos é dirigida ao Presidente da Repú-
blica por um Ministro de Estado. Nos casos em que o assunto
tratado envolva mais de um ministério, a exposição de motivos
será assinada por todos os ministros envolvidos, sendo, por essa
razão, chamada de interministerial.
Independentemente de ser uma EM com apenas um autor
ou uma EM interministerial, a sequência numérica das exposi-
ções de motivos é única. A numeração começa e termina dentro
de um mesmo ano civil.

6.2.2 Forma e estrutura

As exposições de motivos devem, obrigatoriamente:


a) apontar, na introdução: o problema que demanda a ado-
ção da medida ou do ato normativo proposto; ou informar ao
Presidente da República algum assunto;
b) indicar, no desenvolvimento: a razão de aquela medida
ou de aquele ato normativo ser o ideal para se solucionar o pro-
blema e as eventuais alternativas existentes para equacioná-lo;
ou fornecer mais detalhes sobre o assunto informado, quando
for esse o caso; e
c) na conclusão: novamente, propor a medida a ser tomada
ou o ato normativo a ser editado para solucionar o problema;
ou apresentar as considerações finais no caso de EMs apenas
informativas.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
6.2.3 Sistema de Geração e Tramitação de Documentos b) Encaminhamento de medida provisória:
Oficiais (Sidof) Para dar cumprimento ao disposto no art. 62 da Constituição,
o Presidente da República encaminha Mensagem ao Congresso,
O Sistema de Geração e Tramitação de Documentos Oficiais dirigida a seus Membros, com ofício para o PrimeiroSecretário do
(Sidof) é a ferramenta eletrônica utilizada para a elaboração, a Senado Federal, juntando cópia da medida provisória.
redação, a alteração, o controle, a tramitação, a administração e c) Indicação de autoridades:
a gerência das exposições de motivos com as propostas de atos As mensagens que submetem ao Senado Federal a indica-
a serem encaminhadas pelos Ministérios à Presidência da Re- ção de pessoas para ocuparem determinados cargos (magistra-
pública. dos dos tribunais superiores, ministros do Tribunal de Contas da
Ao se utilizar o Sidof, a assinatura, o nome e o cargo do sig- União, presidentes e diretores do Banco Central, Procurador-
natário, apresentados no exemplo do item 6.2.2, são substituí- -Geral da República, chefes de missão diplomática, diretores e
dos pela assinatura eletrônica que informa o nome do ministro conselheiros de agências etc.) têm em vista que a Constituição,
que assinou a exposição de motivos e do consultor jurídico que incisos III e IV do caput do art. 52, atribui àquela Casa do Con-
assinou o parecer jurídico da Pasta. gresso Nacional competência privativa para aprovar a indicação.
O curriculum vitae do indicado, assinado, com a informação
6.3 Mensagem do número de Cadastro de Pessoa Física, acompanha a mensagem.
6.3.1 Definição e finalidade d) Pedido de autorização para o Presidente ou o Vice-Presi-
dente da República se ausentarem do país por mais de 15 dias:
A Mensagem é o instrumento de comunicação oficial en- Trata-se de exigência constitucional (Constituição, art. 49,
tre os Chefes dos Poderes Públicos, notadamente as mensagens caput, inciso III e art. 83), e a autorização é da competência pri-
enviadas pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo vativa do Congresso Nacional. O Presidente da República, tradi-
para informar sobre fato da administração pública; para expor o cionalmente, por cortesia, quando a ausência é por prazo infe-
plano de governo por ocasião da abertura de sessão legislativa; rior a 15 dias, faz uma comunicação a cada Casa do Congresso,
para submeter ao Congresso Nacional matérias que dependem enviando-lhes mensagens idênticas.
de deliberação de suas Casas; para apresentar veto; enfim, fazer e) Encaminhamento de atos de concessão e de renovação
comunicações do que seja de interesse dos Poderes Públicos e de concessão de emissoras de rádio e TV:
da Nação. A obrigação de submeter tais atos à apreciação do Congres-
Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos minis- so Nacional consta no inciso XII do caput do art. 49 da Constitui-
térios à Presidência da República, a cujas assessorias caberá a ção. Somente produzirão efeitos legais a outorga ou a renovação
redação final. da concessão após deliberação do Congresso Nacional (Consti-
As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Congresso tuição, art. 223, § 3°). Descabe pedir na mensagem a urgência
Nacional têm as seguintes finalidades: prevista na Constituição, art. 64, uma vez que o § 1o do art. 223
a) Encaminhamento de proposta de emenda constitucional, já define o prazo da tramitação. Além do ato de outorga ou re-
de projeto de lei ordinária, de projeto de lei complementar e os novação, acompanha a mensagem o correspondente processo
que compreendem plano plurianual, diretrizes orçamentárias, administrativo.
orçamentos anuais e créditos adicionais: f) Encaminhamento das contas referentes ao exercício an-
Os projetos de lei ordinária ou complementar são enviados terior:
em regime normal (Constituição, art. 61) ou de urgência (Consti- O Presidente da República tem o prazo de 60 dias após a
tuição, art. 64, §§ 1° a 4°). O projeto pode ser encaminhado sob abertura da sessão legislativa para enviar ao Congresso Nacio-
o regime normal e, mais tarde, ser objeto de nova mensagem, nal as contas referentes ao exercício anterior (Constituição, art.
com solicitação de urgência. 84, caput, inciso XXIV), para exame e parecer da Comissão Mista
Em ambos os casos, a mensagem se dirige aos membros do permanente (Constituição, art. 166,§ 1°), sob pena de a Câmara
Congresso Nacional, mas é encaminhada com ofício do Ministro dos Deputados realizar a tomada de contas (Constituição, art.
de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República ao 51, caput, inciso II) em procedimento disciplinado no art. 215 do
Primeiro-Secretário da Câmara dos Deputados, para que tenha seu Regimento Interno.
início sua tramitação (Constituição, art. 64, caput). g) Mensagem de abertura da sessão legislativa:
Quanto aos projetos de lei que compreendem plano pluria- Deve conter o plano de governo, exposição sobre a situa-
nual, diretrizes orçamentárias, orçamentos anuais e créditos ção do País e a solicitação de providências que julgar necessárias
adicionais, as mensagens de encaminhamento dirigem-se aos (Constituição, art. 84, inciso XI). O portador da mensagem é o
membros do Congresso Nacional, e os respectivos ofícios são Chefe da Casa Civil da Presidência da República. Esta mensagem
endereçados ao Primeiro-Secretário do Senado Federal. A razão difere das demais, porque vai encadernada e é distribuída a to-
é que o art. 166 da Constituição impõe a deliberação congres- dos os congressistas em forma de livro.
sual em sessão conjunta, mais precisamente, “na forma do regi- h) Comunicação de sanção (com restituição de autógrafos):
mento comum”. E, à frente da Mesa do Congresso Nacional, está Esta mensagem é dirigida aos Membros do Congresso Na-
o Presidente do Senado Federal (Constituição, art. 57, § 5°), que cional, encaminhada por ofício ao Primeiro-Secretário da Casa
comanda as sessões conjuntas. onde se originaram os autógrafos. Nela se informa o número
que tomou a lei e se restituem dois exemplares dos três autógra-
fos recebidos, nos quais o Presidente da República terá aposto o
despacho de sanção.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
i) Comunicação de veto:
Dirigida ao Presidente do Senado Federal (Constituição, art. 66, § 1º), a mensagem informa sobre a decisão de vetar, se o veto é
parcial, quais as disposições vetadas, e as razões do veto. Seu texto é publicado na íntegra no Diário Oficial da União, ao contrário das
demais mensagens, cuja publicação se restringe à notícia do seu envio ao Poder Legislativo.
j) Outras mensagens remetidas ao Legislativo:
• Apreciação de intervenção federal (Constituição, art. 36, § 2º).
• Encaminhamento de atos internacionais que acarretam encargos ou compromissos gravosos (Constituição, art. 49, caput, inciso I);
• Pedido de estabelecimento de alíquotas aplicáveis às operações e prestações interestaduais e de exportação (Constituição, art.
155, § 2°, inciso IV);
• Proposta de fixação de limites globais para o montante da dívida consolidada (Constituição, art. 52, caput, inciso VI);
• Pedido de autorização para operações financeiras externas (Constituição, art. 52, caput, inciso V);
• Convocação extraordinária do Congresso Nacional (Constituição, art. 57, § 6°);
• Pedido de autorização para exonerar o Procurador-Geral da República (Constituição, art.52, inciso XI, e art. 128, § 2°);
• Pedido de autorização para declarar guerra e decretar mobilização nacional (Constituição, art. 84, inciso XIX);
• Pedido de autorização ou referendo para celebrar a paz (Constituição, art. 84, inciso XX);
• Justificativa para decretação do estado de defesa ou de sua prorrogação (Constituição, art. 136, § 4°);
• Pedido de autorização para decretar o estado de sítio (Constituição, art. 137);
• Relato das medidas praticadas na vigência do estado de sítio ou de defesa (Constituição, art. 141, parágrafo único);
• Proposta de modificação de projetos de leis que compreendem plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamentos anuais
e créditos adicionais (Constituição, art. 166, § 5°);
• Pedido de autorização para utilizar recursos que ficarem sem despesas correspondentes, em decorrência de veto, emenda ou
rejeição do projeto de lei orçamentária anual (Constituição, art. 166, § 8°);
• Pedido de autorização para alienar ou conceder terras públicas com área superior a 2.500 ha (Constituição, art. 188, § 1°).

6.3.2 Forma e estrutura

As mensagens contêm:
a) brasão: timbre em relevo branco
b) identificação do expediente: MENSAGEM N°, alinhada à margem esquerda, no início do texto;
c) vocativo: alinhado à margem esquerda, de acordo com o pronome de tratamento e o cargo do destinatário, com o recuo de
parágrafo dado ao texto;
d) texto: iniciado a 2 cm do vocativo; e
e) local e data: posicionados a 2 cm do final do texto, alinhados à margem direita.
A mensagem, como os demais atos assinados pelo Presidente da República, não traz identificação de seu signatário.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
6.4 Correio eletrônico (e-mail) 6.4.3.2 Local e data
6.4.1 Definição e finalidade
São desnecessários no corpo da mensagem, uma vez que o
A utilização do e-mail para a comunicação tornou-se prática próprio sistema apresenta essa informação.
comum, não só em âmbito privado, mas também na administra-
ção pública. O termo e-mail pode ser empregado com três sen- 6.4.3.3 Saudação inicial/vocativo
tidos. Dependendo do contexto, pode significar gênero textual,
endereço eletrônico ou sistema de transmissão de mensagem O texto dos correios eletrônicos deve ser iniciado por uma
eletrônica. saudação. Quando endereçado para outras instituições, para re-
Como gênero textual, o e-mail pode ser considerado um do- ceptores desconhecidos ou para particulares, deve-se utilizar o
cumento oficial, assim como o ofício. Portanto, deve-se evitar o vocativo conforme os demais documentos oficiais, ou seja, “Se-
uso de linguagem incompatível com uma comunicação oficial. nhor” ou “Senhora”, seguido do cargo respectivo, ou “Prezado
Como endereço eletrônico utilizado pelos servidores públi- Senhor”, “Prezada Senhora”.
cos, o e-mail deve ser oficial, utilizando-se a extensão “.gov.br”,
por exemplo. Exemplos:
Como sistema de transmissão de mensagens eletrônicas, Senhor Coordenador,
por seu baixo custo e celeridade, transformou-se na principal Prezada Senhora,
forma de envio e recebimento de documentos na administração
pública. 6.4.3.4 Fecho

6.4.2 Valor documental Atenciosamente é o fecho padrão em comunicações ofi-


ciais. Com o uso do e-mail, popularizou-se o uso de abreviações
Nos termos da Medida Provisória nº 2.200-2, de 24 de agos- como “Att.”, e de outros fechos, como “Abraços”, “Saudações”,
to de 2001, para que o e-mail tenha valor documental, isto é, que, apesar de amplamente usados, não são fechos oficiais e,
para que possa ser aceito como documento original, é necessá- portanto, não devem ser utilizados em e-mails profissionais.
rio existir certificação digital que ateste a identidade do reme- O correio eletrônico, em algumas situações, aceita uma sau-
tente, segundo os parâmetros de integridade, autenticidade e dação inicial e um fecho menos formais. No entanto, a lingua-
validade jurídica da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira gem do texto dos correios eletrônicos deve ser formal, como a
– ICPBrasil. que se usaria em qualquer outro documento oficial.
O destinatário poderá reconhecer como válido o e-mail sem
certificação digital ou com certificação digital fora ICP-Brasil; 6.4.3.5 Bloco de texto da assinatura
contudo, caso haja questionamento, será obrigatório a repeti-
ção do ato por meio documento físico assinado ou por meio ele- Sugere-se que todas as instituições da administração públi-
trônico reconhecido pela ICP-Brasil. ca adotem um padrão de texto de assinatura. A assinatura do
Salvo lei específica, não é dado ao ente público impor a e-mail deve conter o nome completo, o cargo, a unidade, o ór-
aceitação de documento eletrônico que não atenda os parâme- gão e o telefone do remetente.
tros da ICP-Brasil.
Exemplo:
6.4.3 Forma e estrutura Maria da Silva
Assessora
Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil
sua flexibilidade. Assim, não interessa definir padronização da (61)XXXX-XXXX
mensagem comunicada. No entanto, devem-se observar algu-
mas orientações quanto à sua estrutura. 6.4.4 Anexos

6.4.3.1 Campo “Assunto” A possibilidade de anexar documentos, planilhas e imagens


de diversos formatos é uma das vantagens do e-mail. A men-
O assunto deve ser o mais claro e específico possível, re- sagem que encaminha algum arquivo deve trazer informações
lacionado ao conteúdo global da mensagem. Assim, quem irá mínimas sobre o conteúdo do anexo.
receber a mensagem identificará rapidamente do que se trata; Antes de enviar um anexo, é preciso avaliar se ele é real-
quem a envia poderá, posteriormente, localizar a mensagem na mente indispensável e se seria possível colocá-lo no corpo do
caixa do correio eletrônico. correio eletrônico.
Deve-se assegurar que o assunto reflita claramente o con- Deve-se evitar o tamanho excessivo e o reencaminhamento
teúdo completo da mensagem para que não pareça, ao recep- de anexos nas mensagens de resposta.
tor, que se trata de mensagem não solicitada/lixo eletrônico. Em Os arquivos anexados devem estar em formatos usuais e
vez de “Reunião”, um assunto mais preciso seria “Agendamento que apresentem poucos riscos de segurança. Quando se tratar
de reunião sobre a Reforma da Previdência”. de documento ainda em discussão, os arquivos devem, neces-
sariamente, ser enviados, em formato que possa ser editado.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
6.4.5 Recomendações Cada uma das três seções seguintes apresenta uma breve
exposição do assunto tratado, acompanhada dos exemplos cor-
• Sempre que necessário, deve-se utilizar recurso de con- respondentes. Consulte-as sempre que tiver alguma dúvida. Se
firmação de leitura. Caso não esteja disponível, deve constar da não for possível resolver sua dificuldade, recorra ao dicionário
mensagem pedido de confirmação de recebimento; ou à obra específica.
• Apesar da imensa lista de fontes disponíveis nos compu-
tadores, mantêm-se a recomendação de tipo de fonte, tamanho 8 Ortografia
e cor dos documentos oficiais: Calibri ou Carlito, tamanho 12,
cor preta; A correção ortográfica é requisito elementar de qualquer
• Fundo ou papéis de parede eletrônicos não devem ser uti- texto, e ainda mais importante quando se trata de textos ofi-
lizados, pois não são apropriados para mensagens profissionais, ciais. Muitas vezes, uma simples troca de letras pode alterar
além de sobrecarregar o tamanho da mensagem eletrônica; não só o sentido da palavra, mas de toda uma frase. O que na
• A mensagem do correio eletrônico deve ser revisada com correspondência particular seria apenas um lapso na digitação
o mesmo cuidado com que se revisam outros documentos ofi- pode ter repercussões indesejáveis quando ocorre no texto de
ciais; uma comunicação oficial ou de um ato normativo. Assim, toda
• O texto profissional dispensa manifestações emocionais. revisão que se faça em determinado documento ou expediente
Por isso, ícones e emoticons não devem ser utilizados; deve sempre levar em conta também a correção ortográfica.
• Os textos das mensagens eletrônicas não podem ser redi- Sugere-se consultar o Vocabulário Ortográfico da Língua
gidos com abreviações como “vc”, “pq”, usuais das conversas na Portuguesa (Volp)3 ou outro dicionário para verificar a ortogra-
internet, ou neologismos, como “naum”, “eh”, “aki”; fia das palavras.
• Não se deve utilizar texto em caixa alta para destaques de
palavras ou trechos da mensagem pois denota agressividade de 9 Uso de sinais
parte do emissor da comunicação. 9.1 Hífen
• Evite-se o uso de imagens no corpo do e-mail, inclusive
das Armas da República Federativa do Brasil e de logotipos do O hífen é um sinal usado para:
ente público junto ao texto da assinatura. a) ligar os elementos de palavras compostas: vice-ministro;
• Não devem ser remetidas mensagem com tamanho total b) para unir pronomes átonos a verbos: agradeceu-lhe; e
que possa exceder a capacidade do servidor do destinatário. c) para, no final de uma linha, indicar a separação das síla-
bas de uma palavra em duas partes (a chamada translineação):
ELEMENTOS DE ORTOGRAFIA E GRAMÁTICA com-/parar, gover-/no.
O hífen de composição vocabular ou de ênclise e mesóclise
7 Breve esclarecimento é repetido quando coincide com translineação:

Nesta seção, aplicam-se os princípios da ortografia e de cer- Exemplo:


tos capítulos da gramática à redação oficial. Em sua elaboração, decreto-/-lei, exigem-/-lhe, far-/-se-á.
levou-se em consideração amplo levantamento feito das dúvi- Analisamos, a seguir, o uso do hífen em alguns casos fre-
das mais frequentes com relação à ortografia, à sintaxe e à se- quentes na redação oficial, conforme as regras do Acordo Orto-
mântica. Buscou-se, assim, dotar o manual de uma parte práti- gráfico que entrou em vigor em 2009.
ca, à qual se possa recorrer sempre que houver incerteza quanto
à grafia de determinada palavra, à melhor forma de estruturar 9.1.1 Hífen em compostos, locuções e encadeamentos
uma frase, ou à adequada expressão a ser utilizada. vocabulares
As noções gramaticais apresentadas neste capítulo referem-
-se à gramática padrão, entendida como o conjunto de regras Usa-se hífen em compostos, locuções e encadeamentos vo-
fixado a partir das gramáticas normativas da Língua Portuguesa. cabulares, como:
Optouse, assim, pelo emprego de certos conceitos da gramática a) na composição de palavras em que os elementos cons-
dita tradicional (ou normativa). titutivos mantêm sua acentuação própria, compondo, porém,
Sublinhemos, no entanto, que a gramática tradicional, ou novo sentido:
mesmo toda teoria gramatical, são sempre secundárias em re-
lação à gramática natural, ao saber intuitivo que confere com- Exemplos:
petência linguística a todo falante nativo. Não há gramática que abaixo-assinado
esgote o repertório de possibilidades de uma língua, e raras são (abaixo assinado, sem hífen, tem o sentido de aquele que
as que contemplam as regularidades do idioma. assina o documento em seu final: João Alves, abaixo assinado,
Saliente-se, por fim, que o mero conhecimento das regras requer...)
gramaticais não é suficiente para que se escreva bem. No en- decreto-lei
tanto, o domínio da ortografia, do vocabulário e da maneira de matéria-prima
estruturar as frases certamente contribui para uma melhor re- papel-moeda
dação. Tenha sempre presente que só se aprende ou se melhora salário-família
a escrita escrevendo.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Observação: Certos compostos, em relação aos quais se aquém-Pireneus
perdeu, em certa medida, a noção de composição, grafam-se aquém-fronteiras
aglutinadamente: recém-casado
recém-nascido
Exemplos: recém-operado
girassol sem-cerimónia
madressilva sem-número
mandachuva sem-vergonha
pontapé
paraquedas Não se usa hífen nas demais locuções de qualquer tipo:
paraquedista Exemplos:
fim de semana
b) nos adjetivos gentílicos (que indicam nacionalidade, pá- capitão de mar e guerra
tria, país, lugar ou região de procedência) quando derivados de cor de café com leite
nomes de lugar (topônimos) compostos: cor de vinho
sala de jantar
Exemplos:
belo-horizontino 9.1.2 Hífen nas formações por prefixação, recomposição e
norte-americano sufixação
porto-riquenho
rio-grandense-do-norte Os prefixos utilizados na Língua Portuguesa provieram do
latim e do grego, línguas em que funcionavam como preposi-
c) nas palavras compostas em que os adjetivos “geral” e ções ou advérbios, isto é, como vocábulos autônomos. Por essa
“executivo” são acoplados a substantivo que indica função, lugar razão, os prefixos têm significação precisa e exprimem, em re-
de trabalho ou órgão: gra, circunstâncias de lugar, modo, tempo etc. Grande parte das
palavras de nossa língua é formada a partir da utilização de um
Exemplos: prefixo associado a outra palavra. Em muitos desses casos, é de
Advocacia-Geral da União rigor o emprego do hífen, seja para preservar a acentuação pró-
Diretor-Geral pria (tônica) do prefixo ou sua evidência semântica, seja para
Secretaria-Geral evitar pronúncia incorreta do vocábulo derivado. É comum o uso
Procurador-Geral do hífen em:
Secretaria-Executiva  Formações com prefixos, como, por exemplo: ante-, anti-,
circum-, co-, contra-, entre-, extra, hiper-, infra-, intra-, pós-, pré-
d) nos compostos com os advérbios “bem” e “mal”, quando , pró-, sobre-, sub-, super-, supra-, ultra- etc.
estes formam com a palavra seguinte uma unidade semântica e  Formações por recomposição, isto é, com elementos não
tal elemento começa por vogal ou “h”: autônomos ou falsos prefixos, de origem grega e latina, tais
como: aero-, agro-, arqui-, auto-, bio-, eletro-, geo-, hidro-, inter,
Exemplos: macro-, maxi-, micro-, mini-, multi-, neo-, pan-, pluri-, proto-,
bem-estar pseudo-, retro-, semi-, tele- etc.
bem-alinhado A junção dos termos se dá com o uso do hífen apenas nos
mal-estar seguintes casos:
mal-alinhado a) nas formações em que o segundo elemento começa por
“h”:
No entanto, o advérbio “bem”, ao contrário de “mal”, pode
não se aglutinar com palavras iniciadas por consoantes: Exemplos:
anti-higiênico extra-humano super-homem
Exemplos:
bem-criado Atenção: Não se usa o hífen em formações que contêm os
bem-visto prefixos “des-” e “in-” nas quais o segundo elemento perdeu o
malcriado “h” inicial:
malvisto
Exemplos:
e) nos compostos com os elementos “além”, “aquém”, “re- desumano
cém” e “sem”: desumidificar
Exemplos: inábil
além-Atlântico inumano
além-mar
além-fronteiras b) nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo termi-
aquém-mar na na mesma vogal com que se inicia o segundo elemento:

82
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Exemplos: Exemplo:
anti-ibérico contra-almirante auto-observação A Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988,
no parágrafo único de seu art. 1° afirma: “Todo o poder emana
Atenção: Nas formações com o prefixo “co-”, este aglutina- do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou
-se em geral com o segundo elemento mesmo quando iniciado diretamente”.
por “o”: Se o texto original já contiver aspas, estas serão substituídas
por aspas simples:
Exemplos:
coobrigação Exemplo:
coocupante “As citações são os elementos retirados dos documentos
coordenar pesquisados durante a leitura da documentação e que se reve-
cooperar, cooperação laram ‘úteis’ para corroborar as ideias desenvolvidas pelo autor
no decorrer do seu raciocínio” (SEVERINO, 2000, p. 110).
c) nas formações com os prefixos “circum-” e “pan-”, quan- O servidor informou: “O cidadão deverá assinalar ‘concor-
do o segundo elemento começa por vogal, “m” ou “n” (além de do’ ou ‘discordo’”.
“h”, caso já considerado):
Atenção: Quando a citação ocupar quatro ou mais linhas,
Exemplos: deve-se optar pelo parágrafo recuado, sem aspas e sem itálico:
circum-escolar Exemplo:
circum-murado Já é tempo de zelarmos com mais assiduidade não só pelo
circum-navegação polimento da frase, mas também, e principalmente, pela sua
pan-africano carga semântica, procurando dar aos jovens uma orientação ca-
pan-mágico paz de levá-los a pensar com clareza e objetividade para terem o
pan-negritude que dizer e poderem expressar-se com eficácia. (GARCIA, 1995).
b) quando necessário, para diferenciar títulos, termos técni-
d) nas formações com os prefixos “ex-” e “vice-”: cos, expressões fixas, definições, exemplificações e assemelha-
Exemplos: dos:
ex-almirante
ex-diretor Exemplo:
ex-hospedeira O maior inteiro que divide simultaneamente cada membro
ex-presidente de um conjunto é o “máximo divisor comum”.
ex-primeiro-ministro Não confundir o prefixo “ante”, que significa “anterior”, com
vice-diretora “anti”, “contra”.
vice-presidente Para efeitos deste estudo, entenda-se por “pessoa com al-
vice-reitor tas habilidades” aquela que...
Nem sempre se pode aplicar uma “normal ideal” no lugar
e) nas formações com os prefixos tônicos acentuados gra- de uma “norma real”.
ficamente “pós-”, “pré-” e “pró-”, quando o segundo elemento
tem vida à parte (ao contrário do que acontece com as corres- 10.1.1 Posição das aspas em frase contendo citação
pondentes formas átonas que se aglutinam com o elemento se-
guinte): Quanto à correta posição das aspas em frase contendo cita-
ção, valem as seguintes regras:
Exemplos: a) quando o fim da citação, assinalado por ponto-final, pon-
pós-graduação to-de-interrogação ou ponto-deexclamação, coincidir com o tér-
pós-tónico mino da frase, as aspas se colocam após esses pontos e não se
pós-operatório usa mais nenhum sinal de pontuação:
pré-escolar
pré-natal Exemplos:
pré-vestibular O Presidente anunciou: “Está encerrada a sessão.”
pró-africano O Deputado perguntou: “Haverá sessão extraordinária ama-
pró-ativo nhã?”
pró-europeu O Ministro declarou, indignado: “Isto não pode acontecer!”
b) quando não fizerem parte da citação, o ponto-de-inter-
10 Formatação rogação e o ponto-de-exclamação deverão vir depois das aspas:
10.1 Aspas
Exemplos:
As aspas têm os seguintes empregos: De quem é a famosa frase “Conhece-te a ti mesmo”?
a) antes e depois de uma citação textual direta, quando esta É dos dominicanos ou dos beneditinos o lema “Ora et la-
tem até três linhas, sem utilizar itálico: bora”?

83
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
c) quando a frase continuar após a citação, deve-se utilizar o 10.5 Travessão
ponto-de-interrogação ou deexclamação desta, mas não o pon-
to-final: O travessão, que é representado graficamente por um hífen
prolongado (–), substitui parênteses, vírgulas, dois-pontos:
Exemplos: Exemplos:
A máxima “Todo poder emana do povo” nunca deve ser es- O controle inflacionário – meta prioritária do Governo –
quecida pelos governantes. será ainda mais rigoroso.
A indagação histórica “Até tu?” ainda hoje é usada para in- As restrições ao livre mercado – especialmente o de produ-
dicar grande surpresa e indignação com alguém. tos tecnologicamente avançados – podem ser muito prejudiciais
para a sociedade.
10.2 Itálico Não se usa hífen (-) no lugar de travessão (–).

Emprega-se itálico em: 10.6 Uso de siglas e acrônimos


a) títulos de publicações (livros, revistas, jornais, periódicos
etc.) ou títulos de congressos, conferências,slogans, lemas sem Para padronizar o uso de siglas e acrônimos nos atos nor-
o uso de aspas (com inicial maiúscula em todas as palavras, ex- mativos, serão adotados os conceitos sugeridos pelo Manual de
ceto nas de ligação): Elaboração de Textos da Consultoria Legislativa do Senado Fede-
ral (1999), em que:
Exemplos: a) sigla: constitui-se do resultado das somas das iniciais de
Foi publicada a nova edição da Moderna Gramática Portu- um título; e
guesa, de Evanildo Bechara.
O documento foi aprovado na II Conferência Mundial para Exemplo:
Pessoas com Deficiência. Caixa Econômica Federal – CEF
b) palavras e as expressões em latim ou em outras línguas
estrangeiras não incorporadas b) acrônimo: constitui-se do resultado da soma de algumas
ao uso comum na língua portuguesa ou não aportuguesa- sílabas ou partes dos vocábulos de um título.
das.
Exemplos: Exemplo:
Détente, Mutatis mutandis,.e-mail, show, check-in, caput, Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa
réveillon, site, Observa-se que:
status, juridificação, print. • Não se deve fazer uso indiscriminado de siglas e acrôni-
Em palavras estrangeiras ou de formação híbrida de uso co- mos. Seu uso deverá restringir-se às formas já existentes e con-
mum ou aportuguesadas, não há sagradas. No caso de atos normativos, recomenda-se desprezar
necessidade de destaque, como, por exemplo: internet, as formas popularizadas que não estejam previstas em algum
mouse, déficit. dispositivo legal.
• As siglas e os acrônimos devem ser escritos no mesmo
10.3 Negrito e sublinhado corpo do texto, sem o uso de pontos intermediários ou finais.
• Dispensa-se o uso da expressão designada por extenso
Usa-se o negrito para realce de palavras e trechos. unicamente para representar nome de partidos políticos e de
Deve-se evitar o uso de sublinhado para realçar palavras e empresas comerciais quando a forma abreviada já se tornou si-
trechos em comunicações oficiais. nônimo do próprio nome. Exceto quando tratar-se de empresas
Atenção: Os recursos para destaque devem ser empregados públicas ou estatais.
com critério, pois o uso abusivo, além de poluir a página visual- • Na primeira citação, a expressão designada deve vir escri-
mente, pode retirar o efeito de destaque. ta por extenso, de forma completa e correta, sempre antes de
sua sigla ou acrônimo respectivo, separados por travessão.
10.4 Parênteses
Exemplo:
São empregados para intercalar, em um texto, explicações, Imposto Predial e Territorial Urbano – IPTU
indicações, comentários, observações, como por exemplo, indi- A grafia das siglas deverá obedecer às seguintes regras:
car uma data, uma referência bibliográfica, uma sigla. a) siglas compostas por até três letras devem ser escritas
em letras maiúsculas;
Exemplos:
Na última reunião (10 de novembro de 2018), tomou-se a Exemplos:
decisão. Organização das Nações Unidas – ONU
O Estado de Direito (Constituição, art. 1º) define-se pela Ordem dos Advogados do Brasil – OAB
submissão de todas as relações ao Direito.
A Presidência da República assinou o Acordo. b) siglas compostas por mais de três letras pronunciadas se-
paradamente devem ser escritas em letras maiúsculas;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Exemplos: 5 na primeira menção, utilizar acompanhado da explicita-
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE ção de seu significado.
Instituto Nacional de Seguridade Social – INSS Observe-se que as siglas e acrônimos utilizados para desig-
nar entidades da administração pública indireta devem ser pos-
c) siglas compostas por mais de três letras pronunciadas tas segundo o previsto na lei de criação do ente.
formando uma palavra devem ser escritas apenas com a inicial
maiúscula; 11 Sintaxe
Exemplo:
Agência Nacional de Aviação Civil – Anac É a parte da Gramática que estuda a palavra, não em si, mas
em relação às outras, que, com ela, se unem para exprimir o
d) siglas em que haja leitura mista (parte é pronunciada pensamento. É o capítulo mais importante da Gramática, por-
pela letra e parte como palavra) podem ser grafadas com todas que, ao disciplinar as relações entre as palavras, contribui de
as letras maiúsculas; modo fundamental para a clareza da exposição e para a ordena-
ção do pensamento.
Exemplos: É importante destacar que o conhecimento das regras gra-
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes – maticais, sobretudo neste capítulo da sintaxe, é condição neces-
DNIT Hospital Regional da Asa Norte – HRAN sária para a boa redação, mas não constitui condição suficiente.
A concisão, a clareza, a formalidade e a precisão, propriedades
Atenção: Excepcionalmente, pode haver a concorrência de da redação oficial, somente serão alcançadas mediante a prática
letras maiúsculas e minúsculas na estrutura de sigla e acrônimo, da escrita e a leitura de textos escritos em bom português.
a fim de evitar confusão com outros termos assemelhados. Dominar bem o idioma, seja na forma falada, seja na forma
escrita, não significa apenas conhecer exceções gramaticais: é
Exemplo: imprescindível, isso sim, conhecer em profundidade as regula-
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecno- ridades da língua. No entanto, como interessa aqui aplicar prin-
lógico – CNPq cípios gramaticais à redação oficial, trataremos, forçosamente,
e) uso de siglas e acrônimos de órgãos estrangeiros das referidas exceções e dos problemas sintáticos que com mais
Devem-se empregar as siglas e os acrônimos dos órgãos frequência são encontrados nos textos oficiais.
estrangeiros na sua versão em português, que corresponde à Veremos, a seguir, alguns pontos importantes da sintaxe,
expressão original traduzida. Entretanto, adota-se a forma abre- relativos à construção de frases, concordância, regência, pon-
viada original quando o seu uso for disseminado internacional- tuação e ao uso de pronomes demonstrativos.
mente.
Exemplo: 11.1 Problemas de construção de frases
Organização dos Países Exportadores de Petróleo – Opep
f) plural de siglas A clareza e a concisão na forma escrita são alcançadas prin-
Com sigla empregada no plural, admite-se o uso de s (mi- cipalmente pela construção adequada da frase, “a menor unida-
núsculo) de plural, sem apóstrofo: de autônoma da comunicação”, na definição de Celso Pedro Luft
(1989, p. 11).
Exemplo: A função essencial da frase é desempenhada pelo predica-
TREs (Tribunais Regionais Eleitorais), e não TRE’s. do, que, para Adriano da Gama Kury (1959, p. 153), pode ser
Esta regra não se aplica a siglas terminada com a letra s, entendido como “a enunciação pura de um fato qualquer”. Sem-
caso em que o plural é definido pelo artigo. pre que a frase possuir pelo menos um verbo, recebe o nome de
período, que terá tantas orações quantos forem os verbos não
Exemplo: auxiliares que o constituem.
DVS (Destaques para Votação em Separado). Outra função relevante é a do sujeito – mas não indispen-
sável, pois há orações sem sujeito, ditas impessoais –, de quem
10.6.1 Siglas e acrônimos em atos normativos se diz algo, cujo núcleo é sempre um substantivo. Sempre que o
verbo o exigir, teremos nas orações substantivos (nomes ou pro-
Nos textos de atos normativos, o uso de siglas e acrônimos nomes) que desempenham a função de complementos (objetos
deve respeitar o disposto na alínea “e” do inciso II, do art. 14 do direto e indireto, predicativo e complemento adverbial). Função
Decreto nº 9.191, de 2017: acessória desempenham os adjuntos adverbiais, que vêm geral-
1 não utilizar para designar órgãos da administração pública mente ao final da oração, mas que podem ser ou intercalados
direta; aos elementos que desempenham as outras funções, ou deslo-
2 para entidades da administração pública indireta, utilizar cados para o início da oração.
apenas se previsto em lei; Temos, assim, a seguinte ordem de colocação dos elemen-
3 não utilizar para designar ato normativo; tos que compõem uma oração (os parênteses indicam os ele-
4 usar apenas se consagrado pelo uso geral e não apenas mentos que podem não ocorrer): (sujeito) – verbo – (comple-
no âmbito de setor da administração pública ou de grupo social mentos) – (adjunto adverbial)
específico; e

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Podem ser identificados seis padrões 4 básicos para as ora- 11.2 Sujeito preposicionado
ções pessoais, isto é, com sujeito, na Língua Portuguesa (a fun-
ção que vem entre parênteses é facultativa e pode ocorrer em Como dito, o sujeito é o ser de quem se fala ou que executa
ordem diversa): a ação enunciada na oração.
a) sujeito – verbo intransitivo – (adjunto adverbial); De acordo com a gramática normativa, o sujeito da oração
não pode ser preposicionado. Ele pode ter complemento, mas
Exemplo: não ser complemento. Devem ser evitadas, portanto, constru-
O Presidente – regressou – (ontem). ções com sujeito preposicionado, como:
Errado: É tempo do Congresso votar a emenda.
4 A respeito de padrões oracionais, cf. LUFT, 2010, p. 7 ss. Certo: É tempo de o Congresso votar a emenda.
Errado: Apesar das relações entre os países estarem corta-
b) sujeito – verbo transitivo direto – objeto direto – (adjunto das, (...).
adverbial); Certo: Apesar de as relações entre os países estarem cor-
tadas, (...).
Exemplo: Errado: Não vejo mal no Governo proceder assim.
O Chefe da Divisão – assinou – o termo de posse – (na ma- Certo: Não vejo mal em o Governo proceder assim.
nhã de terça-feira). Errado: Antes destes requisitos serem cumpridos, (...).
c) sujeito – verbo transitivo indireto – objeto indireto – (ad- Certo: Antes de estes requisitos serem cumpridos, (...).
junto adverbial); Errado: Apesar da Assessoria ter informado em tempo, (...).
Certo: Apesar de a Assessoria ter informado em tempo, (...).
Exemplo:
O Brasil – precisa – de gente honesta – (em todos os seto- 11.3 Frases fragmentadas
res).
d) sujeito – verbo transitivo direto e indireto – obj. direto – A fragmentação de frases “consiste em pontuar uma oração
obj. indireto – (adjunto adverbial); subordinada ou uma simples locução como se fosse uma frase
completa” (MORENO; GUEDES, 1988, p. 68). Decorre da pon-
Exemplo: tuação errada de uma frase simples. Embora seja usada como
Os desempregados – entregaram – suas reivindicações – ao recurso estilístico na literatura, a fragmentação de frases deve
Deputado – (no Congresso). ser evitada nos textos oficiais, pois muitas vezes dificulta a com-
preensão.
e) sujeito – verbo transitivo indireto – complemento adver- Errado: O Programa recebeu a aprovação do Congresso Na-
bial – (adjunto adverbial); e cional. Depois de ser longamente debatido.
Certo: O Programa recebeu a aprovação do Congresso Na-
Exemplo: cional, depois de ser longamente debatido.
O Presidente – voltou – da Europa – (na sexta-feira). Certo: Depois de ser longamente debatido, o Programa re-
cebeu a aprovação do Congresso Nacional.
f) sujeito – verbo de ligação – predicativo – (adjunto adver- Errado: O Projeto de Convenção foi oportunamente subme-
bial). tido ao Presidente da República, que o aprovou. Consultadas as
áreas envolvidas na elaboração do texto legal.
Exemplo: Certo: O Projeto de Convenção foi oportunamente subme-
O problema – será – resolvido – (prontamente). tido ao Presidente da República, que o aprovou, consultadas as
áreas envolvidas na elaboração do texto legal.
Esses seriam os padrões básicos para as orações, ou seja, as
frases que possuem apenas um verbo conjugado. Na construção 11.4 Erros de paralelismo
de períodos, as várias funções podem ocorrer em ordem inversa
às mencionadas, misturando-se e confundindo-se. Não interessa Uma das convenções estabelecidas na linguagem escrita
aqui a análise exaustiva de todos os padrões existentes na Língua “consiste em apresentar ideias similares numa forma gramati-
Portuguesa. O que importa é fixar a ordem direta normal dos ele- cal idêntica”(MORENO; GUEDES, 1988, p. 74), o que se chama
mentos nesses seis padrões básicos. Acrescente-se que períodos de paralelismo. Assim, incorre-se em erro ao conferir forma não
mais complexos, compostos por duas ou mais orações, em geral, paralela a elementos paralelos.
podem ser reduzidos aos padrões básicos (de que derivam). Errado: Pelo ofício circular, recomendou-se aos Ministérios
Os problemas mais frequentemente encontrados na cons- economizar energia e que elaborassem planos de redução de
trução de frases dizem respeito à má pontuação, à ambiguidade despesas.
da ideia expressa, à elaboração de falsos paralelismos, erros de Nessa frase, temos, nas duas orações subordinadas que
comparação etc. Decorrem, em geral, do desconhecimento da completam o sentido da principal, duas estruturas diferentes
ordem das palavras na frase. para ideias equivalentes: a primeira oração (economizar ener-
Indicam-se, a seguir, alguns desses defeitos mais comuns e gia) é reduzida de infinitivo, enquanto a segunda (que elaboras-
recorrentes na construção de frases, registrados em documen- sem planos de redução de despesas) é uma oração desenvolvida
tos oficiais. introduzida pela conjunção integrante “que”.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Há mais de uma possibilidade de escrevê-la com clareza e Certo: Vossa Senhoria ou apresenta o projeto, ou propõe
correção; uma seria a de apresentar as duas orações subordina- uma alternativa.
das como desenvolvidas, introduzidas pela conjunção integrante Errado: O interventor não só tem obrigação de apurar a
“que”: fraude como também a de punir os culpados.
Certo: Pelo ofício circular, recomendou-se aos Ministérios Certo: O interventor tem obrigação não só de apurar a frau-
que economizassem energia e (que) elaborassem planos para de, como também de punir os culpados.
redução de despesas. Mencionemos, por fim, o falso paralelismo provocado pelo
Outra possibilidade: as duas orações são apresentadas uso inadequado da expressão e que num período que não con-
como reduzidas de infinitivo: tém nenhum que anterior.
Certo: Pelo ofício circular, recomendou-se aos Ministérios Errado: O novo procurador é jurista renomado, e que tem
economizar energia e elaborar planos para redução de despe- sólida formação acadêmica.
sas. Para corrigir a frase, ou suprimimos o pronome relativo:
Nas duas correções, respeita-se a estrutura paralela na Certo: O novo procurador é jurista renomado e tem sólida
coordenação de orações subordinadas. formação acadêmica.
Mais um exemplo de frase inaceitável na norma padrão: Ou suprimimos a conjunção, que está a coordenar elemen-
Errado: No discurso de posse, mostrou determinação, não tos díspares:
ser inseguro, inteligência e ter ambição. Certo: O novo procurador é jurista renomado, que tem sóli-
O problema aqui decorre de coordenar palavras (substan- da formação acadêmica.
tivos) com orações (reduzidas de infinitivo). Para tornar a fra- Outro exemplo de falso paralelismo com e que:
se clara e correta, pode-se optar ou por transformá-la em frase Errado: Neste momento, não se devem adotar medidas pre-
simples, substituindo as orações reduzidas por substantivos: cipitadas, e que comprometam o andamento de todo o progra-
Certo: No discurso de posse, mostrou determinação, segu- ma.
rança, inteligência e ambição. Da mesma forma como corrigimos o exemplo anterior, aqui
Ou pode-se optar por empregar a forma oracional reduzida podemos ou suprimir a conjunção:
uniformemente: Certo: Neste momento, não se devem adotar medidas pre-
Certo: No discurso de posse, mostrou ser determinado e se- cipitadas, que comprometam o andamento de todo o programa.
guro, ter inteligência e ambição. Ou podemos estabelecer forma paralela coordenando ora-
Atentemos, ainda, para o problema inverso, o falso parale- ções adjetivas, recorrendo ao pronome relativo que e ao verbo
lismo, que ocorre ao se dar forma paralela (equivalente) a ideias ser:
de hierarquia diferente ou, ainda, ao se apresentar, de forma Certo: Neste momento, não se devem adotar medidas que
paralela, estruturas sintáticas distintas: sejam precipitadas e que comprometam o andamento de todo
Errado: O Presidente visitou Paris, Bonn, Roma e o Papa. o programa.
Nessa frase, colocou-se em um mesmo nível cidades (Paris,
Bonn, Roma) e uma pessoa (o Papa). Uma possibilidade de cor- 11.5 Erros de comparação
reção é transformá-la em duas frases simples, com o cuidado de
não repetir o verbo da primeira (visitar): A omissão de certos termos, ao fazermos uma compara-
Certo: O Presidente visitou Paris, Bonn e Roma. Nesta últi- ção, omissão própria da língua falada, deve ser evitada na lín-
ma capital, encontrou-se com o Papa. gua escrita, pois compromete a clareza do texto: nem sempre é
Errado: O projeto tem mais de cem páginas e muita com- possível identificar, pelo contexto, o termo omitido. A ausência
plexidade. indevida de um termo pode impossibilitar o entendimento do
Aqui repete-se a equivalência gramatical indevida: estão em sentido que se quer dar a uma frase:
coordenação, no mesmo nível sintático, o número de páginas do Errado: O salário de um professor é mais baixo do que um
projeto (um dado objetivo, quantificável) e uma avaliação sobre médico.
ele (subjetiva). Pode-se reescrever a frase de duas formas: ou A omissão de termos provocou uma comparação indevida:
faz-se nova oração com o acréscimo do verbo ser, rompendo, o salário de um professor com um médico.
assim, o desajeitado paralelo: Certo: O salário de um professor é mais baixo do que o sa-
Certo: O projeto tem mais de cem páginas e é muito com- lário de um médico.
plexo. Certo: O salário de um professor é mais baixo do que o de
Ou se dá forma paralela harmoniosa transformando-se a um médico.
primeira oração também em uma avaliação subjetiva: Novamente, a não repetição dos termos comparados con-
Certo: O projeto é muito extenso e complexo. funde.
O emprego de expressões correlativas como não só ...mas Errado: O alcance do Decreto é diferente da Portaria.
(como) também, tanto ... quanto (ou como), nem ... nem, ou ... Certo: O alcance do Decreto é diferente do alcance da Por-
ou etc. costuma apresentar problemas quando não se mantém o taria.
obrigatório paralelismo entre as estruturas apresentadas. Certo: O alcance do Decreto é diferente do da Portaria.
Nos dois exemplos abaixo, rompe-se o paralelismo pela co- A seguir, a omissão da palavra outros (ou demais) acarretou
locação do primeiro termo da correlação fora de posição. imprecisão:
Errado: Ou Vossa Senhoria apresenta o projeto, ou uma al- Errado: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas do
ternativa. que os Ministérios do Governo.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Certo:O Ministério da Educação dispõe de mais verbas do 11.7 Concordância
que os outros Ministérios do Governo.
Certo: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas do A concordância é o processo sintático segundo o qual certas
que os demais Ministérios do Governo. palavras se acomodam, na sua forma, às palavras de que depen-
11.6 Ambiguidade dem. Essa acomodação formal se chama flexão e se dá quanto a
gênero e número (nos adjetivos – nomes ou pronomes), núme-
Ambígua é a frase ou oração que pode ser tomada em mais ros e pessoa (nos verbos). Daí, a divisão: concordância nominal
de um sentido. Como a clareza é requisito básico de todo texto e concordância verbal.
oficial, deve-se atentar para as construções que possam gerar
equívocos de compreensão. 11.7.1 Concordância verbal
A ambiguidade decorre, em geral, da dificuldade de identi-
ficar-se a que palavra se refere um pronome que possui mais de Regra geral: o verbo concorda com seu sujeito em pessoa
um antecedente na terceira pessoa. Pode ocorrer com: e número.
a) Pronomes pessoais:
Ambíguo: O Ministro comunicou a seu secretariado que ele Exemplo:
seria exonerado. Os novos recrutas mostraram muita disposição.
Claro: O Ministro comunicou a própria exoneração a seu se- (Concordância com a pessoa: eu mostrei, você (ou ele) mos-
cretariado. trou, nós (eu e...) mostramos...)
Ou então, caso o entendimento seja outro: Se o sujeito for simples, isto é, se tiver apenas um núcleo,
Claro: O Ministro comunicou a seu secretariado a exonera- com ele concorda o verbo em pessoa e número:
ção deste (o pronome deste retoma o último elemento citado,
no caso, o secretariado). Exemplos:
b) Pronomes possessivos e pronomes oblíquos: O Chefe da Seção pediu maior assiduidade.
Ambíguo: O Deputado saudou o Presidente da República, A inflação deve ser combatida por todos.
em seu discurso, e solicitou sua intervenção no seu Estado, mas Os servidores do Ministério concordaram com a proposta.
isso não o surpreendeu. Quando o sujeito for composto, ou seja, possuir mais de um
Observe-se que o excesso de ambiguidade no exemplo aci- núcleo, o verbo vai para o plural e para a pessoa que tiver pri-
ma dificulta a compreensão da frase. mazia, na seguinte ordem: a 1ª pessoa tem prioridade sobre a
Claro: Em seu discurso, o Deputado saudou o Presidente da 2ª e a 3ª; a 2ª sobre a 3ª; na ausência de uma e outra, o verbo
República. No pronunciamento, solicitou a intervenção federal vai para a 3a pessoa.
no Estado de Minas Gerais, o que não surpreendeu o Chefe do
Poder Executivo. Exemplos:
c) Pronome relativo: Eu e Maria queremos viajar em maio.
Ambíguo: Roubaram a mesa do gabinete em que eu costu- Eu, tu e João somos amigos.
mava trabalhar. O Presidente e os Ministros chegaram logo.
Não fica claro se o pronome relativo da segunda oração se Observação: Por desuso do pronome “vós” e respectivas
refere à mesa ou ao gabinete. formas verbais no Brasil, “tu e ...” leva o verbo para a 3a pessoa
Essa ambiguidade se deve ao pronome relativo “que”, sem do plural:
a marca de gênero. A solução é recorrer às formas “o qual”, “a Tu e o teu colega devem (e não deveis) ter mais calma.
qual”, “os quais”, “as quais”, que marcam gênero e número. A seguir, são analisadas algumas questões que costumam
Claro: Roubaram a mesa do gabinete no qual eu costumava suscitar dúvidas quanto à correta concordância verbal.
trabalhar. a) oração sem sujeito:
Se o entendimento é outro, então: I Verbos de fenômenos meteorológicos:
Claro: Roubaram a mesa do gabinete na qual eu costumava
trabalhar. Exemplo:
Há, ainda, a ambiguidade decorrente da dúvida sobre a que Choveu (geou, ventou...) ontem.
se refere a oração reduzida: II Verbo haver é empregado no sentido de existir ou de tem-
Ambíguo: Sendo indisciplinado, o Chefe advertiu o funcio- po transcorrido:
nário.
Para evitar a ambiguidade do exemplo acima, deve-se dei- Exemplos:
xar claro qual o sujeito da oração reduzida. Haverá descontentes no governo e na oposição.
Claro: O Chefe advertiu o funcionário por ser este indisci- Havia cinco anos, não ia a Brasília.
plinado. Errado: Se houverem dúvidas, favor perguntar.
Ambíguo: Depois de examinar o paciente, uma senhora cha- Certo: Se houver dúvidas, favor perguntar.
mou o médico. Para certificar-se de que esse haver é impessoal, basta re-
Claro: Depois que o médico examinou o paciente, foi cha- correr ao singular do indicativo:
mado por uma senhora. Se há (e nunca: *hão) dúvidas... Há (e jamais: *Hão) des-
contentes...

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
III Verbo fazer é empregado no sentido de tempo transcor- A adoção da trégua de preços foi uma das medidas que ge-
rido: raram (ou gerou) mais impacto na opinião pública.
Exemplos: g) pronome relativo “quem” como sujeito: O verbo que ti-
Faz dez dias que não durmo. ver como sujeito o pronome relativo quem tanto pode ficar na
Semana passada fez dois meses que iniciou a apuração das terceira pessoa do singular, como pode concordar com a pessoa
irregularidades. gramatical do antecedente a que se refere o pronome:
Errado: Fazem cinco anos que não vou a Brasília. Exemplos:
Certo: Faz cinco anos que não vou a Brasília. Fui eu quem resolveu a questão.
São muito frequentes os erros de pessoalização dos verbos ou: Fui eu quem resolvi a questão.
haver e fazer em locuções verbais (ou seja, quando acompa-
nhados de verbo auxiliar). Nesses casos, os verbos haver e fazer h) verbo apassivado pelo pronome “se” deve concordar
transmitem sua impessoalidade ao verbo auxiliar: com o sujeito que, no caso, está sempre expresso e vem a ser o
Errado: Vão fazer cinco anos que ingressei no serviço pú- paciente da ação ou o objeto direto na forma ativa correspon-
blico. dente:
Certo: Vai fazer cinco anos que ingressei no serviço público. Exemplos:
Errado: Depois das últimas chuvas, podem haver centenas Vendem-se apartamentos funcionais e residências oficiais.
de desabrigados.
Certo: Depois das últimas chuvas, pode haver centenas de Para obterem-se resultados, são necessários sacrifícios.
desabrigados. Compare: “apartamentos são vendidos” e “resultados são
Errado: Devem haver soluções urgentes para estes proble- obtidos”; “vendem apartamentos” e “obtiveram resultados”.
mas. i) verbo transitivo indireto (isto é, que rege preposição) fica
Certo: Deve haver soluções urgentes para estes problemas. na terceira pessoa do singular; o “se”, neste caso, não é apassi-
b) concordância facultativa com sujeito mais próximo: vador, pois verbo transitivo indireto não é apassivável:
quando o sujeito composto figurar
após o verbo, pode este flexionar-se no plural ou concordar Exemplos:
com o elemento mais próximo. *O prédio é carecido de reformas.
Exemplos: *É tratado de questões preliminares.
Venceremos eu e você. Assim, o correto é:
ou: Vencerei eu e você.
ou, ainda: Vencerá você e eu. Exemplos:
c) sujeito composto por palavras sinônimas ou similares: Assiste-se a mudanças radicais no País. (E não *Assistem-se
quando o sujeito composto for constituído de palavras sinôni- a...)
mas (ou quase), formando um todo indiviso, ou de elementos Precisa-se de homens corajosos para mudar o País. (E não
que simplesmente se reforçam, a concordância é facultativa, ou *Precisam-se de...)
com o elemento mais próximo ou com a ideia plural contida nos Trata-se de questões preliminares ao debate. (E não *Tra-
dois ou mais elementos: tam-se de...)

Exemplos: j) expressões de sentido quantitativo (grande número de,


A sociedade, o povo une-se para construir um país mais jus- grande quantidade de, parte de, grande parte de, a maioria de,
to. a maior parte de, etc.) acompanhadas de complemento no plu-
A sociedade, o povo unem-se para construir um país mais ral admitem concordância verbal no singular ou no plural. Nesta
justo. última hipótese, temos concordância ideológica, por oposição à
d) expressão “um e outro”: O substantivo que se segue à concordância lógica, que se faz com o núcleo sintático do sintag-
expressão “um e outro” fica no singular, mas o verbo pode em- ma (ou locução) nominal (a maioria + de...):
pregar-se no singular ou no plural: Exemplos:
Exemplos: A maioria dos condenados acabou (ou acabaram) por con-
Um e outro decreto trata da mesma questão jurídica. ou: fessar sua culpa.
Um e outro decreto tratam da mesma questão jurídica. Um grande número de Estados aprovaram (ou aprovou) a
e) locuções “um ou outro” ou “nem um, nem outro”, segui- Resolução da ONU.
das ou não de substantivo, exigem o verbo no singular: Metade dos Deputados repudiou (ou repudiaram) as me-
Exemplos: didas.
Uma ou outra opção acabará por prevalecer. k) verbo “ser”: a concordância segue a regra geral (concor-
Nem uma, nem outra medida resolverá o problema. dância com o sujeito em pessoa e número), mas, nos seguintes
f) locução “um dos que”: admite-se dupla sintaxe, verbo no casos, é feita com o predicativo:
singular ou verbo no plural (prevalece este no uso atual): I Quando inexiste sujeito :
Exemplos:
Exemplos: Hoje são dez de julho.
Um dos fatores que influenciaram (ou influenciou) a decisão Agora são seis horas.
foi a urgência de obter resultados concretos. Do Planalto ao Congresso são duzentos metros.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Hoje é dia quinze. O Governo afirma não existirem tais doenças no País. (su-
II Quando o sujeito refere-se a coisa e está no singular e o jeito da oração principal: o governo; sujeito do infinitivo: tais
predicativo é substantivo no plural: doenças)
Ouvimos baterem à porta. (sujeito do infinitivo) indefinido
Exemplos: plural, como em Batem (ou Bateram) à porta.
Minha preocupação são os despossuídos. O infinitivo é não flexionável nas combinações com outro
O principal erro foram as manifestações extemporâneas. verbo de um só e mesmo sujeito – a esse outro verbo é que cabe
III Quando os pronomes demonstrativos “tudo”, “isto”, a concordância:
“isso”, “aquilo” ocupam a função de sujeito: Exemplos:
As assessoras podem (ou devem) ter dúvidas quanto à me-
Exemplos: dida.
Tudo são comemorações no aniversário do município. Os sorteados não conseguem conter sua alegria.
Isto são as possibilidades concretas de solucionar o proble- Queremos (ou precisamos) destacar alguns pormenores.
ma. Nas combinações com verbos factitivos (fazer, deixar, man-
Aquilo foram gastos inúteis. dar...) e sensitivos (sentir, ouvir, ver...) o infinitivo pode concor-
dar com seu sujeito próprio, ou deixar de fazê-lo pelo fato de
IV Quando a função de sujeito é exercida por palavra ou lo- esse sujeito (lógico) passar a objeto direto (sintático) de um da-
cução de sentido coletivo: a maioria, grande número, a maior queles verbos:
parte, etc.
Exemplos: Exemplos:
A maioria eram servidores de repartições extintas. O Presidente fez (ou deixou, mandou) os assessores entra-
Grande número (de candidatos) foram reprovados no exa- rem (ou entrar).
me de redação. Sentimos (ou vimos, ouvimos) os colegas vacilarem (ou va-
A maior parte são pequenos investidores. cilar) nos debates.
Naturalmente, o sujeito semântico ou lógico do infinitivo
V Quando um pronome pessoal desempenhar a função de que aparece na forma pronominal acusativa (o,-lo, -no e flexões)
predicativo: só pode ser objeto do outro verbo:
Exemplos:
Naquele ano, o assessor especial fui eu. Exemplos:
O encarregado da supervisão és tu. O Presidente fê-los entrar (e não *entrarem)
O autor do projeto somos nós. Sentimo-los (ou Sentiram-nos, Sentiu-os, Viu-as) vacilar (e
não *vacilarem).
VI Nos casos de frases em que são empregadas as expres-
sões “é muito”, “é pouco”, “é mais de”, “é menos de” o verbo ser 11.7.2 Concordância nominal
fica no singular:
Exemplos: Regra geral: adjetivos (nomes ou pronomes), artigos e nu-
Três semanas é muito. merais concordam em gênero e número com os substantivos de
Duas horas é pouco. que dependem.
Trezentos mil é mais do que eu preciso.
Exemplos:
l) a concordância com expressões de tratamento. Esse tema Todos os outros duzentos processos examinados...
é tratado em detalhe no subitem “4.1.1. Concordância com os Todas as outras duzentas causas examinadas...
pronomes de tratamento”.
m) concordância do infinitivo. Uma das peculiaridades da Alguns casos que suscitam dúvida:
Língua Portuguesa é o infinitivo flexionável: esta forma verbal, a) anexo, incluso, leso: como adjetivos, concordam com o
apesar de nominalizada, pode flexionar-se concordando com o substantivo em gênero e número:
seu sujeito. Simplificando o assunto, controverso para os gra-
máticos, valeria dizer que a flexão do infinitivo só cabe quando Exemplos:
ele tem sujeito próprio, em geral distinto do sujeito da oração Anexa à presente Exposição de Motivos, segue minuta de
principal: Decreto.
Vão anexos os pareceres da Consultoria Jurídica.
Exemplos: Remeto incluso fotocópia do Decreto.
Chegou ao conhecimento desta Repartição estarem a salvo Silenciar nesta circunstância seria crime de lesa-pátria (ou
todos os atingidos pelas enchentes. (sujeito do infinitivo: todos de leso-patriotismo).
os atingidos pelas enchentes)
A imprensa estrangeira noticia sermos nós os responsáveis b) possível: em expressões superlativas, este adjetivo ora
pela preservação da Amazônia. (sujeito do infinitivo: nós) aparece invariável, ora flexionado (embora no português mo-
Não admitimos sermos nós... Não admitem serem eles... derno se prefira empregá-lo no plural):

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Exemplos: O relator aproveitou-se da oportunidade para emitir sua
As características do solo são as mais variadas possíveis. opinião sobre o assunto.
As características do solo são as mais variadas possível.
Aspirar: no sentido de respirar, é verbo transitivo direto:
11.8 Regência Exemplo:
Aspiramos o ar puro da montanha. Aspirá-lo.
Regência é, em gramática, sinônimo de dependência, su-
bordinação. Assim, a sintaxe de regência trata das relações de No sentido de desejar ardentemente, de pretender, é tran-
dependência que as palavras mantêm na frase. Dizemos que um sitivo indireto, regendo a preposição “a”:
termo rege o outro que o complementa. Numa frase, os termos Exemplos:
regentes ou subordinantes (substantivos, adjetivos, verbos) re- O projeto aspira à estabilidade econômica da sociedade.
gem os termos regidos ou subordinados (substantivos, adjeti- Aspira a ela.
vos, preposições) que lhes completam o sentido. Aspirar a um cargo. Aspirar a ele.

Termos Regentes Assistir: no sentido de auxiliar, ajudar, socorrer, pode ser


amar, amor transitivo direto ou indireto:
insistiu, insistência Exemplo:
persuadiu Procuraremos assistir os/aos atingidos pela seca (assisti-los/
obediente, assistir-lhes).
obediência
cuidado, No sentido de estar presente, comparecer, ver é transitivo
cuidadoso indireto, regendo a preposição “a”:
ouvir Exemplos:
Não assisti à reunião ontem. Não assisti a ela.
Termos Regidos Assisti a um documentário muito interessante. Assisti a ele.
a Deus Nesta acepção, o verbo não pode ser apassivado; assim, na
em falar norma padrão, é incorreta a frase:
o Senador a que A reunião foi assistida por dez pessoas.
votasse
à lei Atender:
com a revisão do Exemplos:
texto O Prefeito atendeu ao pedido (atendeu a algo) do vereador.
música ou: O Prefeito atendeu o telefone (atendeu algo).
O Presidente atendeu o Ministro (atendeu-o) em sua rei-
Como se vê pelos exemplos acima, os termos regentes po- vindicação. ou: O Presidente atendeu ao Ministro (atendeu a
dem ser substantivos e adjetivos (regência nominal) ou verbos alguém) em sua reivindicação.
(regência verbal), e podem reger outros substantivos e adjetivos
ou preposições. As dúvidas mais frequentes quanto à regência Avisar: avisar alguém (avisá-lo) de alguma coisa:
dizem respeito à necessidade de determinada palavra reger pre- Exemplo:
posição, e qual deve ser essa preposição. O Tribunal Eleitoral avisou os eleitores da necessidade do
Considerando que, em regra, a regência dos nomes segue recadastramento.
a dos verbos que lhes correspondem (viajar de trem: viagem
de trem; anotar no caderno: anotação no caderno...), analisa- Comparecer: comparecer a (ou em) algum lugar ou evento:
remos, a seguir, alguns casos de regência verbal que costumam Exemplos:
criar dificuldades na língua escrita. Compareci ao (ou no) local indicado nas instruções.
A maioria dos delegados compareceu à (ou na) reunião
11.8.1 Regência de alguns verbos de uso frequente
Compartilhar: compartilhar alguma (ou de alguma) coisa:
Anuir: concordar, condescender; verbo transitivo indireto Exemplo:
com a preposição “a”: O povo brasileiro compartilha os (ou dos) ideais de preser-
Exemplos: vação ambiental do Governo.
Todos anuíram àquela proposta.
O Governo anuiu de boa vontade ao pedido do sindicato. Consistir: consistir em alguma coisa (consistir de é anglicis-
mo):
Aproveitar: aproveitar alguma coisa ou aproveitar-se de al- Exemplo:
guma coisa. O Plano consiste em promover uma trégua de preços por
Exemplos: tempo indeterminado.
Aproveito a oportunidade para manifestar repúdio ao trata-
mento dado a esta matéria.

91
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Constar: no sentido de ser composto, constituído, rege a Exemplos:
preposição “de”: As reformas obedeceram à lógica do programa de governo.
Exemplo: É necessário que as autoridades constituídas obedeçam aos
O Relatório consta de dez itens. preceitos da Constituição.
No sentido de estar escrito, registrado, mencionado, rege a Todos lhe obedecem.
preposição “de” ou “em”:
Exemplo: Participar: no sentido de tomar parte, rege as preposições
O referido Projeto consta da/na Ordem do Dia. “de” ou “em”:
Exemplos:
Custar: no sentido usual de ter valor, valer: Os servidores participaram da reunião.
Exemplo: Alguns participaram na conspiração contra a empresa.
A casa custou um milhão de cruzeiros.
No sentido de comunicar, é transitivo direto e indireto:
No sentido de ser difícil, este verbo se usa na 3a pessoa do Exemplo:
sing., na norma padrão: Participamos a decisão a quem pudesse interessar.
Exemplos:
Custa-me entender esse problema. (Eu) custo a entender No sentido de compartilhar, rege a preposição “de”:
esse problema – é linguagem oral, escrita informal etc. Exemplo:
Custou-lhe aceitar a argumentação da oposição. (Como si- Participamos das suas decisões.
nônimo de demorar, tardar –
Ele custou a aceitar a argumentação da oposição – também Pedir: pedir a alguém (pedir-lhe) alguma coisa:
é linguagem oral, informal.) Exemplos:
Pediu ao assessor o relatório da reunião.
Declinar: declinar de alguma coisa (no sentido de rejeitar): Ou pedir a alguém (pedir-lhe) que faça alguma coisa:
Exemplo: Pediu aos interessados (pediu-lhes) que (e não *para que)
Declinou das homenagens que lhe eram devidas. procurassem a repartição do
Ministério da Saúde.
Implicar: no sentido de acarretar, produzir como conse- (Pedir a alguém para fazer alguma coisa é linguagem oral,
quência, é transitivo direto – implicá-lo: informal.)
Exemplos:
O Convênio implica a aceitação dos novos preços para a Preferir: preferir uma coisa (preferi-la) a outra (evite: prefe-
mercadoria. rir uma coisa do que outra):
O Convênio implica na aceitação... – é inovação sintática Exemplos:
bastante frequente no Brasil. Prefiro a democracia ao totalitarismo.
Mesmo assim, aconselha-se manter a sintaxe originária: im- Vale para a forma nominal preferível: Isto é preferível àquilo
plica isso, implica-o. (e não preferível do que...).

Incumbir: incumbir alguém (incumbi-lo) de alguma coisa: Propor-se: propor-se (fazer) alguma coisa ou a (fazer) algu-
Exemplo: ma coisa:
Incumbi o Secretário de providenciar a reserva das depen- Exemplo:
dências. O decreto propõe-se disciplinar (ou a disciplinar) o regime
jurídico das importações.
Ou incumbir a alguém (incumbir-lhe) alguma coisa:
Exemplo: Referir: no sentido de relatar, é transitivo direto:
O Presidente incumbiu ao Chefe do Cerimonial preparar a Exemplo:
visita do dignitário estrangeiro. Referiu as informações (referiu-as) ao encarregado.

Informar: informar alguém (informá-lo) de alguma coisa: Visar: com o sentido de ter por finalidade, a regência origi-
Exemplos: nária é transitiva indireta, com a preposição a. Tem-se admitido,
Informo Vossa Senhoria de que as providências solicitadas contudo, seu emprego com o transitivo direto com essa mesma
já foram adotadas. acepção:
Exemplos:
Ou informar a alguém (informar-lhe) alguma coisa: O projeto visa ao estabelecimento de uma nova ética social
Exemplo: (visa a ele).
Muito agradeceria informar à autoridade interessada o teor ou: visa o estabelecimento (visa-o).
da nova proposta. As providências visavam ao interesse (ou o interesse) das
classes desfavorecidas.
Obedecer: obedecer a alguém ou a alguma coisa (obede-
cer-lhe):

92
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Observação: Na norma padrão, os verbos que regem deter- e) Vocativos, apostos, orações adjetivas não-restritivas (ex-
minada preposição, ao serem empregados em orações introdu- plicativas) devem ser separados por vírgula:
zidas por pronome relativo, mantêm essa regência, embora a Exemplos:
tendência da língua falada seja aboli-la. Brasileiros, é chegada a hora de buscar o entendimento.
Aristóteles, o grande filósofo, foi o criador da Lógica.
Exemplos: O homem, que é um ser mortal, deve sempre pensar no
Esses são os recursos de que o Estado dispõe (e não recur- amanhã.
sos que dispõe, próprio da linguagem oral ou escrita informal). f) A vírgula também é empregada para indicar a elipse (ocul-
Apresentou os pontos em que o Governo tem insistido (e tação) de verbo ou outro termo anterior:
não pontos que o Governo...). Exemplos:
O decreto regulamenta os casos gerais; a portaria, os parti-
11.9 Pontuação culares. (A vírgula indica a elipse do verbo regulamenta.)
Às vezes, procura assistência; outras, toma a iniciativa. (A
Os sinais de pontuação, ligados à estrutura sintática, têm as vírgula indica a elipse da palavra vezes.)
seguintes finalidades: g) Nas datas, separam-se os topônimos:
a) assinalar as pausas e as inflexões da voz (a entoação) na
leitura; Exemplos:
b) separar palavras, expressões e orações que, segundo o São Paulo, 22 de março de 2018.
autor, devem merecer destaque; e Brasília, 15 de agosto de 2018.
c) esclarecer o sentido da frase, eliminando ambiguidades. É importante registrar que constitui erro usar a vírgula en-
tre termos que mantêm entre si estreita ligação sintática – por
11.9.1 Vírgula exemplo, entre sujeito e verbo, entre verbos ou nomes e seus
complementos.
A vírgula serve para marcar as separações breves de sentido Errado: O Presidente da República, indicou, sua posição no
entre termos vizinhos, as inversões e as intercalações, quer na assunto.
oração, quer no período. A seguir, indicam-se alguns casos prin- Certo: O Presidente da República indicou sua posição no
cipais de emprego da vírgula: assunto.
a) Para separar palavras ou orações paralelas justapostas,
isto é, não ligadas por conjunção: 11.9.2 Ponto e vírgula
Exemplos:
Chegou a Brasília, visitou o Ministério das Relações Exterio- O ponto e vírgula, em princípio, separa estruturas coorde-
res, levou seus documentos ao Palácio do Buriti, voltou ao Mi- nadas já portadoras de vírgulas internas. É também usado em
nistério e marcou a entrevista. lugar da vírgula para dar ênfase ao que se quer dizer.
Simplicidade, clareza, objetividade, concisão são qualidades
a serem observadas na redação oficial. Exemplos:
b) As intercalações, por cortarem o que está sintaticamente Sem virtude, perece a democracia; o que mantém o gover-
ligado, devem ser colocadas entre vírgulas: no despótico é o medo.
As leis, em qualquer caso, não podem ser infringidas; mes-
Exemplos: mo em caso de dúvida, portanto, elas devem ser respeitadas.
O processo, creio eu, deverá ir logo a julgamento. Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda
A democracia, embora (ou mesmo) imperfeita, ainda é o ou suspensão só se dará nos casos de:
melhor sistema de governo. I – cancelamento da naturalização por sentença transitada
c) Expressões corretivas, explicativas, escusativas, tais como em julgado;
“isto é”, “ou melhor”, “quer dizer”, data venia, “ou seja”, “por II – incapacidade civil absoluta;
exemplo” etc., devem ser colocadas entre vírgulas: III – condenação criminal transitada em julgado, enquanto
durarem seus efeitos;
Exemplos: IV – recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou presta-
O político, a meu ver, deve sempre usar uma linguagem cla- ção alternativa, nos termos do art. 5°, VIII;
ra, ou seja, de fácil compreensão. V – improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4°
As Nações Unidas decidiram intervir no conflito, ou por ou-
tra, iniciaram as tratativas de paz. 11.9.3 Dois-pontos
d) Conjunções coordenativas intercaladas ou pospostas de-
vem ser colocadas entre vírgulas: Emprega-se este sinal de pontuação para introduzir cita-
ções, marcar enunciados de diálogo e indicar um esclarecimen-
Exemplos: to, um resumo ou uma consequência do que se afirmou.
Dedicava-se ao trabalho com afinco; não obtinha, contudo,
resultados.O ano foi difícil; não me queixo, porém. Exemplos:
Era mister, pois, levar o projeto às últimas consequências. Como afirmou o Marquês de Maricá em suas Máximas: “To-
dos reclamam reformas, mas ninguém se quer reformar.”

93
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Encerrado o discurso, o Ministro perguntou: Exemplos:
– Foi bom o pronunciamento? O Ministério Público já apurou irregularidades ocorridas na-
– Sem dúvida: todos parecem ter gostado. quela Fundação. Informamos que a documentação foi encami-
Mais que mudanças econômicas, a busca da modernidade nhada àquele Departamento.
impõe sobretudo profundas alterações dos costumes e das tra- 11.10.2 Situação no tempo
dições da sociedade; em suma: uma transformação cultural.
a) emprega-se este(a) para referir-se ao tempo presente;
11.9.4 Ponto de interrogação
Exemplos:
O ponto de interrogação, como se depreende de seu nome, O acordo foi assinado nesta semana (na semana presente).
é utilizado para marcar o final de uma frase interrogativa direta: Os deputados serão eleitos neste ano (no ano presente).
Exemplos:
Até quando aguardaremos uma solução para o caso? b) emprega-se esse(a) para se referir ao tempo passado; e
Qual será o sucessor do Secretário?
Não cabe ponto de interrogação em estruturas interroga- Exemplos:
tivas indiretas (em geral em títulos): O que é linguagem oficial As provas foram aplicadas nesse fim de semana.
– Por que a inflação não baixa – Como vencer a crise. Estive no Senado na semana e verifiquei nessa ocasião que
programas tinham sido debatidos.
11.9.5 Ponto de exclamação
c) emprega-se aquele(a)/aquilo em relação a um tempo
O ponto de exclamação é utilizado para indicar surpresa, es- passado mais longínquo, ou histórico.
panto, admiração, súplica etc.
Seu uso na redação oficial fica geralmente restrito aos dis- Exemplos:
cursos e às peças de retórica: Naquela época, a inflação do País era maior.
Brasília foi construída há mais de cinquenta anos. Naquela
Exemplos: ocasião, não havia tanto trânsito.
Povo deste grande País!
Com nosso trabalho chegaremos lá! 11.10.3 Situação no texto

11.10 Pronomes demonstrativos a) Usa-se este(a)/isto para introduzir referência que, no tex-
to, ainda será mencionado.
O uso do pronome demonstrativo obedece às seguintes cir-
cunstâncias: Exemplos:
O Diretor iniciou o discurso com esta informação: a partir de
11.10.1 Situação no espaço amanhã, o uso do crachá será obrigatório.
Para se cadastrar no Programa do Governo, os interessados
a) Emprega-se este(a)/isto quando o termo referente esti- deverão apresentar estes documentos: Identidade e compro-
ver próximo ao emissor, ou seja, de quem fala ou redige. vante de renda.
b) Usa-se este(a)para se referir ao próprio texto.
Exemplos:
Este Departamento solicita dispensa de licitação. Exemplos:
Este Relatório trata da sindicância realizada em julho. As regras apresentadas neste manual podem ser usadas
para outros documentos.
b) Emprega-se esse(a)/isso quando o termo referente esti- Esta ata estará disponível em nosso sítio eletrônico.
ver próximo ao receptor, ou seja, a quem se fala ou para quem
se redige. c) Emprega-se esse(a)/isso quando a informação já foi men-
cionada no texto.
Exemplos:
Solicito esclarecimentos a esse Ministério sobre irregulari- Exemplos:
dades no Contrato. Nós já discutimos sobre as falhas na execução do Projeto.
Encaminhamos os documentos a essa Coordenação para Esses fatos(as falhas no Projeto) causaram grandes prejuízos.
que sejam tomadas as providências necessárias. O ofício já está pronto. Esse documento trata da nomeação
dos novos servidores.
c) Emprega-se aquele(a)/aquilo quando o termo referente
estiver distante tanto do emissor quanto do receptor da men- 12 Semântica
sagem.
A Semântica estuda o sentido das palavras, expressões, fra-
ses e unidades maiores da comunicação verbal, os significados
que lhe são atribuídos. Ao considerarmos o significado de de-

94
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
terminada palavra, levamos em conta sua história, sua estrutura Os homógrafos podem coincidir ou não na pronúncia, como
(radical, prefixos, sufixos que participam da sua forma) e, por nos exemplos: quarto (aposento) e quarto (ordinal), manga (fru-
fim, o contexto em que se apresenta. ta) e manga (de camisa), em que temos pronúncia idêntica; e
Sendo a clareza um dos requisitos fundamentais de todo apelo (pedido) e apelo (com e aberto, 1a pess. do sing. do pres.
texto oficial, deve-se atentar para a tradição no emprego de do ind. do verbo apelar), consolo (alívio) e consolo (com o aber-
determinada expressão com determinado sentido. O emprego to, 1a pess. do sing. do pres. do ind. do verbo consolar), com
de expressões ditas de uso consagrado confere uniformidade e pronúncia diferente.
transparência ao sentido do texto. Mas isso não quer dizer que Os homógrafos de idêntica pronúncia diferenciam-se pelo
os textos oficiais devam limitar-se à repetição de chavões e de contexto em que são empregados.
clichês. Não há dúvida, por exemplo, quanto ao emprego da palavra
Verifique sempre o contexto em que as palavras estão sen- “são” nos três sentidos:
do utilizadas. Certifique-se de que não há repetições desne- a) verbo ser, 3a pess. do pl. do pres.;
cessárias ou redundâncias. Procure sinônimos ou termos mais b) saudável; e
precisos para as palavras repetidas; mas se sua substituição for c) santo.
comprometer o sentido do texto, tornando-o ambíguo ou me- Palavras de grafia diferente e de pronúncia igual (homófo-
nos claro, não hesite em deixar o texto como está. nos) geram dúvidas ortográficas.
É importante lembrar que o idioma está em constante mu- Caso, por exemplo, de acento/assento, coser/cozer, dos pre-
tação. A própria evolução dos costumes, das ideias, das ciências, fixos ante-/anti- etc. Aqui o contexto não é suficiente para resol-
da política, enfim da vida social em geral, impõe a criação de ver o problema, pois sabemos o sentido, a dúvida é quanto à(s)
novas palavras e de formas de dizer. Na definição de Serafim da letra(s). Sempre que houver incerteza, não hesite em consultar
Silva Neto, a língua: a lista adiante, o Vocabulário
[...] é um produto social, é uma atividade do espírito huma- Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp)6, algum dicionário
no. Não é, assim, independente da vontade do homem, porque ou manual de ortografia.
o homem não é uma folha seca ao sabor dos ventos veemen- Já o termo paronímia designa o fenômeno que ocorre com
tes de uma fatalidade desconhecida e cega. Não está obrigada palavras semelhantes (mas não idênticas) quanto à grafia ou à
a prosseguir na sua trajetória, de acordo com leis determina- pronúncia. É fonte de muitas dúvidas, como entre descrição (ato
das, porque as línguas seguem o destino dos que as falam, são o de descrever) e discrição (qualidade do que é discreto), retificar
que delas fazem as sociedades que as empregam. (SILVA NETO, (corrigir) e ratificar (confirmar).
1986, p. 18). Como não interessa aqui aprofundar a discussão teórica da
A redação oficial não pode alhear-se dessas transforma-
matéria, restringimo-nos a uma lista de palavras que costumam
ções, nem incorporá-las acriticamente. Quanto às novidades
suscitar dúvidas de grafia ou sentido. Procuramos incluir pala-
vocabulares, por um lado, elas devem sempre ser usadas com
vras e expressões que, com mais frequência, provocam dúvidas
critério, evitando-se aquelas que podem ser substituídas por vo-
na elaboração de textos oficiais, com o cuidado de agregá-las em
cábulos já de uso consolidado sem prejuízo do sentido que se
pares ou em pequenos grupos formais.
lhes quer dar.
De outro lado, não se concebe que, em nome de suposto
A: A preposição é utilizada em expressões que indicam futu-
purismo, a linguagem das comunicações oficiais fique imune às
criações vocabulares ou a empréstimos de outras línguas. ro ou distâncias relativas.
A rapidez do desenvolvimento tecnológico, por exemplo, Há: O verbo haver é usado em expressões que indicam tem-
impõe a criação de inúmeros novos conceitos e termos, ditando po transcorrido.
de certa forma a velocidade com que a língua deve incorporá- Exemplos:
-los. Terminaremos daqui a duas horas.
O importante é usar o estrangeirismo de forma consciente, O lançamento do satélite ocorrerá daqui a duas semanas.
buscar o equivalente português quando houver ou conformar a O estacionamento fica a um quilômetro daqui.
palavra estrangeira ao espírito da Língua Portuguesa. Tais fatos aconteceram há dez anos.
O problema do abuso de estrangeirismos inúteis ou empre- Terminamos há duas horas.
gados em contextos em que não cabem, é em geral causado ou Quando empregado para designar tempo passado, o verbo
pelo desconhecimento da riqueza vocabular de nossa língua, ou haver dispensa o uso da palavra atrás: *Há dois anos atrás estive
pela incorporação acrítica do estrangeirismo. em Brasília. (forma pleonástica)

12.1 Homônimos e parônimos Absolver: inocentar, relevar da culpa imputada.


Absorver: embeber em si, esgotar.
Muitas vezes, temos dúvidas no uso de vocábulos distintos Exemplos:
provocadas pela semelhança ou mesmo pela igualdade de pro- O júri absolveu o réu.
núncia ou de grafia entre eles. É o caso dos fenômenos designa- O solo absorveu lentamente a água da chuva.
dos como homonímia e paronímia.
A homonímia é a designação geral para os casos em que Acender: atear (fogo), inflamar.
palavras de sentidos diferentes têm a mesma grafia (os ho- Ascender: subir, elevar-se.
mônimos homógrafos) ou a mesma pronúncia (os homônimos
homófonos).

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Acento: sinal gráfico; inflexão vocal. De encontro a: contra; em prejuízo de.
Assento: banco, cadeira. Exemplos:
Exemplos: Foi ao encontro dos colegas.
Vocábulo sem acento. O projeto salarial veio ao encontro dos anseios dos traba-
Esse assento está vago. lhadores.
Acerca de: sobre, a respeito de. O carro foi de encontro a um muro.
A cerca de: a uma distância aproximada de ou a um tempo O governo não apoiou a medida, pois vinha de encontro aos
aproximado de. interesses dos menores.
Há cerca de: faz aproximadamente (tanto tempo), existe
aproximadamente. Ao invés de: ao contrário de.
Cerca de: deve ser usada para indicar números aproxima- Em vez de: em lugar de.
dos, arredondamento de valores. Não deve aparecer em núme- Exemplos:
ros que não sejam redondos. Ao invés de demitir dez funcionários, a empresa contratou
Exemplos: mais vinte.
No discurso, o Presidente falou acerca de seus planos. (Inaceitável o cruzamento “ao em vez de”.)
O anexo fica a cerca de trinta metros do prédio principal. Em vez de demitir dez funcionários, a empresa demitiu vinte.
Estamos a cerca de um mês das eleições.
Estamos a cerca de 30 minutos do local do evento. A par: informado, ao corrente, ciente.
Há cerca de um ano, tratamos de caso idêntico. Ao par: de acordo com a convenção legal.
Há cerca de mil títulos no catálogo. Exemplos:
A lista possui cerca de trezentos convidados. (e não “cerca O Ministro está a par do assunto. (var.: ao par) ao lado, jun-
de 297 convidados”) to; além de.
Acidente: acontecimento casual; desastre. Fez a troca de mil dólares ao par.
Incidente: episódio; que incide, que ocorre.
Exemplos: Aparte: interrupção, comentário à margem.
A derrota foi um acidente na sua vida profissional. À parte: em separado, isoladamente, de lado.
O súbito temporal provocou terrível acidente no parque. Exemplos:
O incidente da demissão já foi superado. O deputado concedeu ao colega um aparte em seu pronun-
ciamento.
Adotar: escolher, preferir; assumir; pôr em prática. O anexo ao projeto foi encaminhado por expediente à parte.
Dotar: dar em doação, beneficiar.
Afim: que apresenta afinidade, semelhança, relação (de pa- Aresto: acórdão, caso jurídico julgado.
rentesco). Arresto: apreensão judicial, embargo.
A fim de: para, com a finalidade de, com o fito de. Exemplos:
Exemplos: Neste caso, o aresto é irrecorrível.
Se o assunto era afim, por que não foi tratado no mesmo Os bens do traficante preso foram todos arrestados.
parágrafo?
O projeto foi encaminhado com quinze dias de antecedên- Atuar: agir, pôr em ação; pressionar.
cia a fim de permitir a necessária reflexão sobre sua pertinência. Autuar: lavrar um auto; processar.

Alto: de grande extensão vertical; elevado, grande. Auferir: obter, receber.


Auto: ato público, registro escrito de um ato, peça proces- Aferir: avaliar, cotejar, medir, conferir.
sual. Exemplos:
Aleatório: casual, fortuito, acidental. Auferir lucros, vantagens.
Alheatório: que alheia, alienante, que desvia ou perturba. Aferir valores, resultados.

Amoral: desprovido de moral, sem senso de moral. Avocar: atribuir-se, chamar.


Imoral: contrário à moral, aos bons costumes, devasso, in- Evocar: lembrar, invocar.
decente. Invocar: pedir (a ajuda de); chamar; proferir.
Exemplos:
Ante (preposição): diante de, perante. Avocou a si competências de outrem.
Ante- (prefixo): expressa anterioridade. Evocou no discurso o começo de sua carreira.
Anti- (prefixo): expressa contrariedade; contra. Ao final do discurso, invocou a ajuda de Deus.
Exemplos:
Ante tal situação, não teve alternativa. Caçar: perseguir, procurar, apanhar (geralmente animais).
Antepor, antever, anteprojeto, antediluviano. Cassar: tornar nulo ou sem efeito, suspender, invalidar.
Anti-inflacionário, antibiótico, anti-higiênico, antissocial. Censo: alistamento, recenseamento, contagem.
Senso: entendimento, juízo, tino.
Ao encontro de: para junto de; favorável a. Cessão: ato de ceder.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Seção: setor, subdivisão de um todo, repartição, divisão. Descrição: ato de descrever, representação, definição.
Sessão: espaço de tempo que dura uma reunião, um con- Discrição: discernimento, reserva, prudência, recato.
gresso; reunião; espaço de tempo durante o qual se realiza uma Descriminar: absolver de crime, tirar a culpa de.
tarefa. Discriminar: diferençar, separar, discernir.
Exemplos: Despensa: local em que se guardam mantimentos, depósito
A cessão do local pelo município tornou possível a realiza- de provisões.
ção da obra. Dispensa: licença ou permissão para deixar de fazer algo a
Em qual seção do ministério ele trabalha? que se estava obrigado; demissão.
A próxima sessão legislativa será iniciada em 1o de agosto. Despercebido: que não se notou, para o que não se atentou.
Cível: relativo à jurisdição dos tribunais civis. Desapercebido: desprevenido, desacautelado.
Civil: relativo ao cidadão; cortês, polido (daí civilidade); não
militar nem, eclesiástico. Exemplos:
Colidir: trombar, chocar; contrariar. Apesar de sua importância, o projeto passou despercebido.
Coligir: colecionar, reunir, juntar. Embarcou para a missão na Amazônia totalmente desaper-
Exemplos: cebido dos desafios que lhe aguardavam.
A nova proposta colide frontalmente com o entendimento
havido. Dessecar: secar bem, enxugar, tornar seco.
As leis foram coligidas pelo Ministério da Justiça. Dissecar: analisar minuciosamente, dividir anatomicamen-
Comprimento: medida, tamanho, extensão, altura. te.
Cumprimento: ato de cumprir, execução completa; sauda- Destratar: insultar, maltratar com palavras.
ção. Distratar: desfazer um trato, anular.
Concelho: circunscrição administrativa ou município (em Distensão: ato ou efeito de distender, torção dos ligamentos
Portugal). de uma articulação.
Conselho: aviso, parecer, órgão colegiado. Distinção: elegância, nobreza, boa educação.
Concerto: acerto, combinação, composição, harmonização Dissensão: desavença, diferença de opiniões ou interesses.
(cp. concertar). Exemplos:
Conserto: reparo, remendo, restauração (cp. consertar). Todos devem portar-se com distinção.
Exemplos: A dissensão sobre a matéria impossibilitou o acordo.
O concerto das nações. O concerto de Guarnieri. Elidir: suprimir, eliminar.
Certos problemas crônicos aparentemente não têm conser- Ilidir: contestar, refutar, desmentir.
to. Emenda: correção de falta ou defeito, regeneração, remen-
Conje(c)tura: suspeita, hipótese, opinião. do.
Conjuntura: acontecimento, situação, ocasião, circunstân- Ementa: apontamento, súmula de decisão judicial ou do ob-
cia. jeto de uma lei.
Contravenção: transgressão ou infração a normas estabe- Exemplos:
lecidas. Ao torná-lo mais claro e objetivo, a emenda melhorou o
Contraversão: versão contrária, inversão. projeto.
Costear: navegar junto à costa, contornar. Procuro uma lei cuja ementa dispõe sobre a propriedade
Custear: pagar o custo de, prover, subsidiar. industrial.
Custar: valer, necessitar, ser penoso. Emergir: vir à tona, manifestar-se.
Exemplos: Imergir: mergulhar, afundar (submergir), entrar.
A fragata costeou inúmeras praias do litoral baiano antes de Emigrar: deixar o país para residir em outro.
partir para alto-mar. Imigrar: entrar em país estrangeiro para nele viver.
Qual a empresa disposta a custear tal projeto? Eminente (eminência): alto, elevado, sublime.
Quanto custa o projeto? Custa-me crer que funcionará. Iminente (iminência): que está prestes a acontecer, penden-
Deferir: consentir, atender, despachar favoravelmente, con- te, próximo.
ceder. Emitir (emissão): produzir, expedir, publicar.
Diferir: ser diferente, discordar; adiar, retardar, dilatar. Imitir (imissão): fazer entrar, introduzir, investir.
Degradar: deteriorar, desgastar, diminuir, rebaixar. Empoçar: reter em poço ou poça, formar poça.
Degredar: impor pena de degredo, desterrar, banir. Empossar: dar posse a, tomar posse, apoderar-se.
Delatar (delação): denunciar, revelar crime ou delito, acusar. Espectador: aquele que assiste a qualquer ato ou espetácu-
Dilatar (dilação): alargar, estender; adiar, diferir. lo, testemunha.
Exemplos: Expectador: que tem expectativa, que espera.
Os traficantes foram delatados por membro de quadrilha Esperto: inteligente, vivo, ativo.
rival. Experto: perito, especialista.
A dilação do prazo de entrega das declarações depende de Espiar: espreitar, observar secretamente, olhar.
decisão do Diretor da Receita Federal. Expiar: cumprir pena, pagar, purgar.
Derrogar: revogar parcialmente (uma lei), anular. Estada: ato de estar, permanência.
Derrocar: destruir, arrasar, desmoronar.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Estadia: prazo para carga e descarga de navio ancorado em O locador reajustou o aluguel sem a concordância do loca-
porto. tário.
Exemplos: Magistrado: juiz, desembargador, ministro.
Nossa estada em São Paulo foi muito agradável. Magistral: relativo a mestre (latim: magister); perfeito, com-
O Rio de Janeiro foi autorizado a uma estadia de três dias. pleto; exemplar.
Estância: lugar onde se está, morada, recinto. Mandado: garantia constitucional para proteger direito in-
Instância: solicitação, pedido, rogo; foro, jurisdição, juízo. dividual líquido e certo;
Estrato: cada camada das rochas estratificadas. ato de mandar; ordem escrita expedida por autoridade judi-
Extrato: coisa que se extraiu de outra; pagamento, resumo, cial ou administrativa: um mandado
cópia; perfume. de segurança, mandado de prisão.
Flagrante: ardente, acalorado; diz-se do ato que a pessoa é Mandato: autorização que alguém confere a outrem para
surpreendida a praticar (flagrante delito). praticar atos em seu nome; procuração; delegação: o mandato
Fragrante: que tem fragrância ou perfume; cheiroso. de um deputado, senador, do Presidente.
Folhar: produzir folhas, ornar com folhagem, revestir lâmi- Mandante: que manda; aquele que outorga um mandato.
nas. Mandatário: aquele que recebe um mandato, executor de
Folhear: percorrer as folhas de um livro, compulsar, consul- mandato, representante, procurador.
tar. Mandatório: obrigatório.
Incerto: não certo, indeterminado, duvidoso, variável. Ordinal: numeral que indica ordem ou série (primeiro, se-
Inserto: introduzido, incluído, inserido. gundo, milésimo, etc.).
Incipiente: iniciante, principiante. Ordinário: comum, frequente, trivial, vulgar.
Insipiente: ignorante, insensato. Original: com caráter próprio; inicial, primordial.
Induzir: causar, sugerir, aconselhar, levar a. Originário: que provém de, oriundo; inicial, primitivo.
Aduzir: expor, apresentar.
Exemplos: Preceder: ir ou estar adiante de, anteceder, adiantar-se.
O réu declarou que havia sido induzido a cometer o delito. Proceder: originar-se, derivar, provir; levar a efeito, executar.
A defesa, então, aduziu novas provas. Pós- (prefixo): posterior a, que sucede, atrás de, após.
Inflação: ato ou efeito de inflar; emissão exagerada de moe- Pré- (prefixo): anterior a, que precede, à frente de, antes de.
da, aumento persistente de preços. Pró (advérbio): em favor de, em defesa de.
Infração: ato ou efeito de infringir ou violar uma norma. Exemplos:
Infligir: cominar, aplicar (pena, castigo, repreensão, derro- Pós-moderno, pós-operatório.
ta). Pré-modernista, pré-primário.
Infringir: transgredir, violar, desrespeitar (lei, regulamento, A maioria manifestou-se contra, mas dei meu parecer pró.
etc.) (cp. infração). Preeminente: que ocupa lugar elevado, nobre, distinto.
Exemplos: Proeminente: alto, saliente, que se alteia acima do que o
O juiz infligiu pesada pena ao réu. circunda.
A condenação decorreu de ter ele infringido um sem núme- Preposição: ato de prepor, preferência; palavra invariável
ro de artigos do Código Penal. que liga constituintes da frase.
Inquerir: apertar (a carga de animais), encilhar. Proposição: ato de propor, proposta; máxima, sentença;
Inquirir: procurar informações sobre, indagar, investigar, in- afirmativa, asserção.
terrogar. Prescrever: fixar limites, ordenar de modo explícito, deter-
Intercessão: ato de interceder. minar; ficar sem efeito, anular-se.
Interse(c)ção: ação de se(c)cionar, cortar; ponto em que se Proscrever: abolir, extinguir, proibir, terminar; desterrar.
encontram duas linhas ou superfícies. Exemplos:
Inter- (prefixo): entre; preposição latina usada em locuções. O prazo para entrada do processo prescreveu há dois me-
Intra- (prefixo): interior, dentro de. ses.
Exemplos: O uso de várias substâncias psicotrópicas foi proscrito por
Inter alia (entre outros), inter pares (entre iguais). recente portaria do Ministro.
Intragrupo, intra-histórico Prever: ver antecipadamente, profetizar; calcular.
Judicial: que tem origem no Poder Judiciário ou que perante Prover: providenciar, dotar, abastecer, nomear para cargo.
ele se realiza. Provir: originar-se, proceder; resultar.
Judiciário: relativo ao direito processual ou à organização Exemplos:
da Justiça. A assessoria previu acertadamente o desfecho do caso.
Liberação: ato de liberar, quitação de dívida ou obrigação. O chefe do departamento de pessoal proveu os cargos va-
Libertação: ato de libertar ou libertar-se. cantes.
Lista: relação, catálogo; var. pop. de listra. A dúvida provém (Os erros provêm) da falta de leitura.
Listra: risca de cor diferente num tecido (var. pop. de lista). Prolatar: proferir sentença, promulgar.
Locador: que dá de aluguel, senhorio, arrendador. Protelar: adiar, prorrogar.
Locatário: alugador, inquilino. Ratificar: validar, confirmar, comprovar.
Exemplo: Retificar: corrigir, emendar, alterar:

98
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Exemplos: O esforço de classificar expressões como de uso a ser evi-
A diretoria ratificou a decisão após o texto ter sido retifica- tado ou como de uso recomendável atende, primordialmente,
do em suas passagens ambíguas. aos princípios da clareza e da transparência que deve nortear
Reincidir: tornar a incidir, recair, repetir. a elaboração de todo texto oficial. Não se trata, pois, de mera
Rescindir: dissolver, invalidar, romper, desfazer. preferência ou de gosto por determinada forma.
Exemplos: A linguagem dos textos oficiais deve sempre pautar-se pela
Como ele reincidiu no erro, o contrato de trabalho foi res- norma padrão. Não é aceitável, portanto, que, nesses textos,
cindido. constem coloquialismos ou expressões de uso restrito a deter-
Remição: ato de remir, resgate, quitação. minados grupos, que comprometeriam sua própria compreen-
Remissão: ato de remitir, intermissão, intervalo; perdão, ex- são pelo público.
piação. Acrescente-se que é também indesejável a repetição exces-
Repressão: ato de reprimir, contenção, impedimento, proi- siva de uma mesma palavra quando há outra que pode substituí-
bição. -la sem prejuízo ou alteração de sentido.
Repreensão: ato de repreender, enérgica admoestação, Quanto a determinadas expressões que devem ser evita-
censura, advertência. das, mencionem-se aquelas que formam cacófatos, ou seja, “o
Sanção: confirmação, aprovação; pena imposta pela lei ou encontro de sílabas em que a malícia descobre um novo termo
por contrato para punir sua infração. com sentido torpe ou ridículo” (SAID ALI, 1964, p. 224). Não há
Sansão: nome de personagem bíblico; certo tipo de guin- necessidade, no entanto, de estender a preocupação de evitar
daste. a ocorrência de cacófatos a um sem-número de locuções que
Sedento: que tem sede; sequioso (var. p. us.: sedente). produzem terceiro sentido, como “por cada”, “vez passada” etc.
Cedente: que cede, que dá. Trata-se, sobretudo, de uma questão de estilo e da própria sen-
Sobrescritar: endereçar, destinar, dirigir. sibilidade do autor do texto. Não faz sentido eliminar da língua
Subscritar: assinar, subscrever. inúmeras locuções que só causam espanto ao leitor que está à
Subentender: perceber o que não estava claramente expos- procura do duplo sentido.
to; supor. À medida que: (locução proporcional) – à proporção que, ao
Subintender: exercer função de subintendente, dirigir. passo que, conforme.
Subtender: estender por baixo. Na medida em que: (locução causal) – pelo fato de que,
Sustar: interromper, suspender; parar, interromper-se (sus- uma vez que.
tar-se). Evite os cruzamentos “à medida em que”, “na medida que”.
Suster: sustentar, manter; fazer parar, deter.
Tacha: pequeno prego; mancha, defeito, pecha. Exemplos:
Taxa: espécie de tributo, tarifa. Os preços deveriam diminuir à medida que diminui a pro-
Tachar: censurar, qualificar, acoimar. cura.
Taxar: fixar a taxa de; regular, regrar. Na medida em que se esgotaram as possibilidades de nego-
Exemplos: ciação, o projeto foi integralmente vetado.
Tachar alguém (tachá-lo) de subversivo. A partir de: deve ser empregado preferencialmente no sen-
Taxar mercadorias. tido temporal.
Tráfego: trânsito de veículos, percurso, transporte. Evite repeti-la com o sentido de com base em, preferindo
Tráfico: negócio ilícito, comércio, negociação. considerando, tomando-se por base, fundando-se em, basean-
Trás: atrás, detrás, em seguida, após (cf. em locuções: de do-se em.
trás, por trás).
Traz: 3 a pessoa do singular do presente do indicativo do Exemplo:
verbo trazer. A cobrança do imposto entra em vigor a partir do início do
Vultoso: de grande vulto, volumoso. próximo ano.
Vultuoso (p. us.): atacado de vultuosidade (congestão da A princípio: no começo, inicialmente.
face). Em princípio: antes de qualquer consideração; de maneira
geral; em tese.
12.2 Expressões a evitar e expressões de uso recomendá-
vel Exemplo:
Como mencionado na introdução deste capítulo, o sentido A princípio, todos esperavam que a lei seria votada pelo
das palavras liga-se intimamente à tradição e ao contexto de seu Congresso Nacional.
uso. Assim, temos vocábulos e expressões (locuções) que, por Em princípio, a democracia visa ao bem comum.
seu continuado emprego com determinado sentido, passam a Ambos/Todos os dois: “ambos” significa os dois ou um e
ser usados sempre em tal contexto e de tal forma, tornando- outro.
-se expressões de uso consagrado. Mais do que do sentido das Evite expressões pleonásticas como “ambos dois”, “ambos
palavras, trata-se, aqui, também da regência de determinados os dois”, “ambos de dois”, “ambos a dois”. Quando for o caso de
verbos e nomes. enfatizar a dualidade, empregue “todos os dois”.
Exemplo:
Todos os dois Ministros assinaram a Portaria.

99
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Anexo: o adjetivo “anexo” concorda em gênero e em núme- Especialmente: use também: principalmente, notadamen-
ro com o substantivo ao qual se refere. Use também os termos te, sobretudo, nomeadamente, em especial, em particular.
junto, apenso. Face a / em face de: a expressão “em face de” é empregada
Em anexo: a locução adverbial “em anexo”, como é próprio para significar “diante de”:
aos advérbios, é invariável. Exemplo:
Empregue também os termos conjuntamente, juntamente Em face da ameaça, retirou-se. (não: “Face à ameaça, reti-
com. rou-se”)
Exemplos: Inclusive: advérbio que indica inclusão; opõe-se a exclusive.
Encaminho as minutas anexas. Evite-se o seu abuso com o sentido de “até”; nesse caso
Dirigimos os anexos projetos à Chefia. utilize o próprio “até” ou: ainda, igualmente, mesmo, também,
Ao nível de: a locução tem o sentido de à mesma altura de. ademais.
Evite seu uso com o sentido de em nível, com relação a, no que Informar: alterne com: comunicar, avisar, noticiar, partici-
se refere a. par, inteirar, cientificar, instruir, confirmar, levar ao conhecimen-
Em nível (de): significa nessa instância. “A nível (de)” consti- to, dar conhecimento; ou perguntar, interrogar, inquirir, indagar.
tui modismo que é melhor evitar. junto a: significa proximidade física.
Exemplos: Embora usual nos meios forenses, é impróprio o uso das
Fortaleza localiza-se ao nível do mar. expressões “junto a” e “junto o”, em frases como: Declaramos
A decisão foi tomada em nível Ministerial. junto à Receita Federal do Brasil. Use Declaramos à Receita Fe-
Em nível político, será difícil chegar-se ao consenso. deral do Brasil.
Assim: Use após a apresentação de alguma situação ou pro- Exemplo:
posta para ligá-la à ideia seguinte. Ele está sentado junto à porta. (próximo à porta)
Alterne com: dessa forma, desse modo, diante do exposto,
diante disso, consequentemente, portanto, por conseguinte, as- Mesmo: quando equivale a “próprio”, “idêntico” ou “igual”
sim sendo, em consequência, em vista disso, em face disso. é variável.
Bem como: evite o uso, polêmico para certos autores, da Exemplos:
locução “bem assim” como equivalente. Alterne com: e, como Ela mesma (própria) entregou o documento.
(também), igualmente, da mesma forma. O mesmo fato (fato idêntico) ocorreu comigo.
Cada: este pronome indefinido deve ser usado em função Eles debateram os mesmos problemas. (problemas iguais,
adjetiva. idênticos) Como advérbio, equivalente a de fato, realmente.
Evite a construção coloquial “foi distribuída uma cesta bá- Exemplos:
sica a cada”. Eles não virão mesmo (realmente) à reunião.
Exemplo: Ele apresentou mesmo (de fato) o relatório.
Quanto às famílias presentes, foi distribuída uma cesta bá- Substantivado no singular, precedido do artigo definido,
sica a cada uma. equivalente a mesma coisa.
Exemplo:
Causar: evite repetir. Use também: originar, motivar, provo- Aceitar não é o mesmo que permitir.
car, produzir, gerar, levar a, criar. A expressão “o(a) mesmo(a)” , “os(as) mesmos(as)” pode
Constatar: evite repetir. Alterne com: atestar, apurar, averi- gerar ambiguidade na frase.
guar, certificar-se, comprovar, evidenciar, observar, notar, perce- Exemplo:
ber, registrar, verificar. Doou em vida seu coração. Espero que o mesmo possa sal-
De forma que, de modo que/de forma a, de modo a: “De var uma pessoa. Doou em vida seu coração. Espero que o ór-
forma (ou maneira, modo) que” nas orações desenvolvidas. “De gão/o gesto/o doador possa salvar uma pessoa.
forma (maneira ou modo) a” nas orações reduzidas de infinitivo. Para evitar esse uso, prefira:
São descabidas na língua escrita as pluralizações “de formas a) eliminá-lo:
(maneiras ou modos) que...” Exemplo:
Os diretores se reuniram e (os mesmos) decidiram aceitar
Exemplos: a proposta.
Deu amplas explicações, de forma que tudo ficou claro. b) substituí-lo por uma palavra ou expressão equivalente:
Deu amplas explicações, de forma (maneira ou modo) a dei- Exemplo:
xar tudo claro Eram duas metralhadoras. As (mesmas) armas foram deixa-
Devido a: evite repetir. Utilize igualmente: em virtude de, das no porta-malas.
por causa de, em razão de, graças a, provocado por. c) substituí-lo por pronome.
Dirigir: quando empregado com o sentido de encaminhar, Exemplos:
alterne com transmitir, mandar, encaminhar, remeter, enviar, O réu foi até a vítima e falou (com a mesma) com ela.
endereçar. Leu o relatório e tirou (do mesmo) dele várias conclusões.
Enquanto: conjunção proporcional equivalente a “ao passo O advogado ofereceu ajuda ao réu, mas (o mesmo) este não
que”, “à medida que”. aceitou.
Evitar a construção coloquial “enquanto que”. Não se deve empregar a expressão “o(a) mesmo(a)”, “os(as)
mesmos(as)” no lugar de pronome pessoal.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Exemplo: Posição: pode ser alternado com: postura, ponto de vista,
Chamei a secretária e a mesma não atendeu. atitude, maneira, modo.
Prefira: Chamei a secretária e ela não atendeu. Posicionamento: significa “disposição”, “arranjo”, e não
Nem: conjunção aditiva que significa “e não”, “e tampouco”, deve ser confundido com posição.
dispensando, portanto, a conjunção “e”. Evite a dupla negação Posto que: é conjunção concessiva (sinônimo de embora,
“não nem”, “nem tampouco”, etc. apesar de que, ainda que, se bem que).
Exemplo: O uso da locução “posto que” como causal não é registrado
Não foram feitos reparos à proposta inicial, nem à nova ver- em Aurélio, e Houaiss registra como regionalismo brasileiro de
são do projeto. uso informal, observando que é rejeitado pelos gramáticos, o
Uso equivocado: Não pode encaminhar o trabalho no prazo, que desaconselha o seu uso nesta acepção na linguagem formal.
nem não teve tempo para revisá-lo. Exemplo:
O correto é: Não pode encaminhar o trabalho no prazo, Vivia modestamente, posto que (embora) tivesse muito di-
nem teve tempo para revisálo. nheiro .
No sentido de: empregue também: com vistas a, a fim de, Relativo a: empregue também: referente a, concernente a,
com o fito (objetivo, intuito, fim) de, com a finalidade de, tendo tocante a, atinente a, pertencente a, que diz respeito a, que tra-
em vista ou mira, tendo por fim. ta de, que respeita.
Objetivar/ter por objetivo: ter por objetivo pode ser alter- Ressaltar: varie com: destacar, sublinhar, salientar, relevar,
nado com pretender, ter por fim, ter em mira, ter como propó- distinguir, sobressair.
sito, no intuito de, com o fito de. Objetivar significa antes ma- Pronome “se”: evite abusar de seu emprego como indeter-
terializar, tornar objetivo (objetivar ideias, planos, o abstrato), minador do sujeito. O simples emprego da forma infinitiva já
embora possa ser empregado também com o sentido de ter por confere a almejada impessoalidade.
objetivo. Evite-se o emprego abusivo alternando-o com sinôni- Exemplo:
mos como os referidos. Para atingir esse objetivo há que evitar o uso de coloquialis-
Onde: como pronome relativo significa “em que (lugar)”. mo. (e não: Para (se) atingir-se ... Há que se evitar...).
Evite construções como: “a lei onde é fixada a pena” ou “o Tratar (de): empregue também: contemplar, discutir, deba-
encontro onde o assunto foi tratado”. ter, discorrer, cuidar, versar, referir-se, ocupar-se de.
Nesses casos, substitua “onde” por em que, na qual, no Viger: significa “vigorar”, “ter vigor”, “funcionar”. Verbo de-
qual, nas quais, nos quais. fectivo, sem forma para a primeira pessoa do singular do pre-
O correto é, portanto: “a lei na qual é fixada a pena”, “o sente do indicativo, nem para qualquer pessoa do presente do
encontro no qual (em que) o assunto foi tratado”. subjuntivo, portanto.
Exemplo: Exemplos:
A cidade onde nasceu. O Decreto prossegue vigendo.
O país onde viveu. A portaria vige.
Operacionalizar: neologismo verbal de que se tem abusado. A lei tributária vigente naquele ano.
É da mesma família de agilizar, objetivar e outros cujo problema
está antes no uso excessivo do que na forma, pois o acréscimo OS ATOS NORMATIVOS
dos sufixos “-izar” e “-ar” é uma das possibilidades normais de
criar novos verbos a partir de adjetivos (ágil + izar = agilizar; ob- FUNDAMENTOS DA ELABORAÇÃO NORMATIVA
jetivo + ar = objetivar). 13 Questões fundamentais da elaboração normativa
Evite, pois, a repetição, que pode sugerir indigência vocabu- 13.1 Considerações preliminares
lar ou ignorância dos recursos do idioma. O Estado de Direito submete todas as relações ao regime
Prefira: realizar, fazer, executar, levar a cabo ou a efeito, da lei. Para tanto, as decisões fundamentais para a vida da so-
pôr em obra, praticar, cumprir, desempenhar, produzir, efetuar, ciedade devem ser tomadas pelo Poder Legislativo, instituição
construir, compor, estabelecer. fundamental do regime democrático representativo. O legisla-
Opinião/“opinamento”: como sinônimo de parecer, prefira dor se vê confrontado constantemente com demanda por novas
opinião a opinamento. Alterne com: parecer, juízo, julgamento, normas. A competência legislativa demanda responsabilidade e
voto, entendimento, percepção. impõe ao legislador a obrigação de tomar providências. O le-
Opor veto (e não apor): Vetar é opor veto. Apor é acres- gislador deve não apenas concretizar a vontade constitucional,
centar (daí aposto, que significa (o) que vem junto). O veto, a mas também preencher as lacunas ou corrigir os defeitos na
contrariedade são opostos, nunca apostos. legislação. Então, o poder de legislar converte-se em dever de
legislar.
Pertinente: (derivado do verbo latino pertinere) significa De um lado, a instituição de mecanismos especiais destina-
pertencente ou oportuno. dos ao controle judicial da omissão legislativa – como o manda-
Pertencer: se originou do latim pertinescere, derivado sufi- do de injunção (Constituição, art. 5, caput, inciso LXXI) e a ação
xal de pertinere. Esta forma não sobreviveu em português; não direta de controle da omissão (Constituição, art. 103, § 2) – re-
empregue, pois, formas inexistentes como “no que pertine ao vela que o próprio sistema constitucional reconhece a existência
projeto”; nesse contexto use no que diz respeito, no que respei- de pretensão de edição de um ato normativo
ta, no tocante, com relação. .

101
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Por outro lado, as exigências da vida moderna não só im- 13.3 O Caráter subsidiário da atividade legislativa
põem ao legislador o dever de agir, mas também lhe cobram É certo que a lei exerce um papel deveras relevante na or-
resposta rápida e eficaz aos problemas (dever de agir com a pos- dem jurídica do Estado de Direito. Assinale-se, porém, que os
sível presteza e eficácia). É exatamente a formulação apressada espaços não ocupados pelo legislador não são dominados pelo
(e, não raras vezes, irrefletida) de atos normativos que acaba caos ou pelo arbítrio.
ocasionando as suas maiores deficiências: a incompletude, a in- Embora a competência para editar normas, no tocante à
compatibilidade com a sistemática vigente, a incongruência, a matéria, quase não conheça limites (universalidade da ativida-
inconstitucionalidade, etc. de legislativa), a atividade legislativa é, e deve continuar sendo,
A tarefa do legislador é delicada. A generalidade, a abstra- uma atividade subsidiária. Significa dizer que o exercício da ativi-
ção e o efeito vinculante que caracterizam a lei revelam não só a dade legislativa está submetido ao princípio da necessidade, isto
grandeza, mas também a problemática que marcam a atividade é, que a promulgação de leis supérfluas ou iterativas configura
legislativa. A despeito dos cuidados tomados na feitura da lei abuso do poder de legislar (PESTALOZZA, 1981, p. 2082-2083). É
(os estudos minudentes, os prognósticos realizados com base que a presunção de liberdade, que lastreia o Estado de Direito
em levantamentos cuidadosos, etc.), não há como deixar de ca- democrático, pressupõe um regime legal mínimo, que não redu-
racterizar o seu afazer como uma experiência. Trata-se, porém, za ou restrinja, imotivada ou desnecessariamente, a liberdade
da mais difícil das experiências, a “experiência com o destino de ação no âmbito social. As leis hão de ter, pois, um fundamen-
humano” (JAHRREIS, 1953, p. 5). to objetivo, devendo mesmo ser reconhecida a inconstituciona-
Essas peculiaridades do processo de elaboração normativa lidade das normas que estabelecem restrições dispensáveis.8
foram percebidas por Victor Nunes Leal:
Tal é o poder da lei que a sua elaboração reclama precau- 13.4 Vinculação normativa do legislador e controle de
ções severíssimas. Quem faz a lei é como se estivesse acondi- constitucionalidade
cionando materiais explosivos. As consequências da imprevisão A atividade legislativa deve ser exercida conforme as nor-
e da imperícia não serão tão espetaculares, e quase sempre só mas constitucionais (Constituição, art. 1, parágrafo único, e art.
de modo indireto atingirão o manipulador, mas podem causar 5). Da mesma forma, o poder regulamentar (Cosntituição, art.
danos irreparáveis. (LEAL, 1960, p. 7-8)
84, caput, inciso IV) deve ser exercido dentro dos limites esta-
Os riscos envolvidos na elaboração normativa exigem cau-
belecidos pela lei. Isso significa que a ordem jurídica não tolera
tela daqueles que se ocupam desse processo. Eles estão obriga-
contradições entre normas jurídicas, ainda que situadas em pla-
dos a colher informações variadas sobre a matéria que deve ser
nos diversos.
regulada e a realizar uma pesquisa que não pode ficar limitada a
Apesar disso, os limites normativos não são sempre obser-
aspectos estritamente jurídicos. É necessário realizar minuciosa
vados. Fatores políticos, razões econômico-financeiras ou ques-
investigação nos âmbitos legislativo, doutrinário e jurispruden-
tões de outra índole, às vezes, podem prevalecer no processo
cial. A análise da repercussão econômica, social e política do ato
legislativo é igualmente imprescindível. Somente a realização legislativo com a aprovação de leis inconstitucionais ou de re-
dessa pesquisa, que demanda a utilização de conhecimentos gulamentos ilegais. No entanto, a aprovação da lei não garante
interdisciplinares, poderá fornecer elementos seguros para a es- sequer a sua aplicação, pois é muito provável que as questões
colha dos meios adequados para atingir os fins almejados. controvertidas sejam submetidas ao Poder Judiciário.
A utilização de fórmulas obscuras ou criptográficas, motiva- A Constituição de 1988 ampliou as possibilidades de ques-
das por razões políticas ou de outra ordem, contraria princípios tionar a constitucionalidade das leis e dos atos normativos do
básicos do próprio Estado de Direito, como os da segurança jurí- Poder Púbico. O constituinte preservou o sistema de controle
dica e os postulados de clareza e de precisão da norma jurídica incidental de normas para permitir que qualquer juiz ou tribunal
(DEGENHART, 1987, p. 102). afastasse a aplicação da lei inconstitucional no caso concreto.
Além de manter o controle de constitucionalidade difuso, o
13.2 Funções das normas jurídicas constituinte ampliou, de forma significativa, o chamado controle
No Estado de Direito, as normas jurídicas cumprem a tarefa abstrato de normas. Em primeiro lugar, criou a ação declarató-
de concretizar a Constituição. Elas devem criar os fundamentos ria de constitucionalidade – ADC (Emenda Constitucional no 3,
de justiça e de segurança que assegurem um desenvolvimento de 17 de março de 1993). Em segundo lugar, ampliou o rol de
social harmônico em um contexto de paz e de liberdade. legitimados a propositura de ações no controle concentrado de
Esses complexos objetivos da norma jurídica são expressos constitucionalidade (Emenda Constitucional no 45, de 30 de de-
nas funções: zembro de 2004).
a) de integração: a lei cumpre função de integração ao com- Antes, o controle abstrato de normas só poderia ser iniciado
pensar as diferenças jurídico-políticas no quadro de formação pelo Procurador-Geral da República. Com a nova redação cons-
da vontade do Estado (desigualdades sociais, regionais, etc.); titucional, podem propor a Ação Direta de Inconstitucionalidade
b) de planificação: a lei é o instrumento básico de organiza- e a Ação Direta de Constitucionalidade os seguintes órgãos ou
ção, de definição e de distribuição de competências; autoridades:
c) de proteção: a lei cumpre função de proteção contra o a) Presidente da República;
arbítrio ao vincular os próprios órgãos do Estado; b) Mesa do Senado Federal;
d) de regulação: a lei cumpre função reguladora ao direcio- c) Mesa da Câmara dos Deputados;
nar condutas por meio de modelos;e d) Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa
e) de inovação: a lei cumpre função de inovação na ordem do Distrito Federal;
jurídica e no plano social (HILL, 1982, p. 22). e) Governador de Estado ou do Distrito Federal;

102
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
f) Procurador-Geral da República; 14.1 Clareza e determinação das normas
g) Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; O princípio da segurança jurídica, elemento fundamental do
h) partido político com representação no Congresso Nacio- Estado de Direito, exige que as normas sejam precisas e claras
nal; e para que o destinatário das disposições possa identificar a nova
i) confederação sindical ou entidade de classe de âmbito situação jurídica e as consequências que dela decorrem.
nacional. As formulações obscuras, imprecisas, confusas ou contradi-
Tal como a Constituição de 1967/1969 (art. 119, caput, inci- tórias devem ser evitadas.
so I, alínea “p”), a Constituição de 1988 (art. 102, caput, inciso I,
alínea “p”) outorgou ao Supremo Tribunal Federal a competên- 14.2 Princípio da reserva legal
cia para conceder medida cautelar nas ações diretas de incons- A Constituição consagra, em seu art. 37, a ideia de que a
titucionalidade. administração pública está submetida, dentre outros princípios,
Assim, o Supremo Tribunal Federal poderá suspender, limi- ao da legalidade, que abrange postulados de supremacia da lei e
narmente, a execução de ato normativo, caso considere presen- o princípio da reserva legal.
tes os pressupostos relativos à plausibilidade jurídica da argui- A supremacia da lei expressa a vinculação da administração
ção (fumaça do bom direito) e à possibilidade de que a aplicação pública ao Direito, o postulado de que o ato administrativo que
da lei venha acarretar danos irreparáveis ou de difícil reparação contraria norma legal é inválido. Esse princípio está sintetizado
(perigo da demora). Outrossim, o STF entendeu possível a con- na Constituição (art. 5, caput, inciso II) pela fórmula: “Ninguém
cessão de liminar nas ações declaratórias de, apesar de não es- será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em
tar expresso na Constituição (BRASIL, 1998b). virtude de lei.”
Posteriormente, a Lei no 9.882, de 3 de dezembro de 1999, Os postulados do Estado de Direito (art. 1) e o princípio da
que regulamentou o art. 102, § 1, da Constituição, instituiu a reserva legal (art. 5, caput, inciso II) impõem que as decisões
arguição de descumprimento de preceito fundamental, cabível normativas fundamentais sejam tomadas diretamente pelo le-
quando houver relevante fundamento em controvérsia constitu- gislador.
cional, sobre lei ou ato normativo federal, estadual, distrital ou
municipal, incluídos os anteriores à Constituição, e não houver 14.2.1 Reserva legal qualificada
qualquer outro meio eficaz para sanar a lesividade. Diz-se, por Além do princípio da legalidade, consagrado no art. 5,
isso, tratar-se de uma ação subsidiária. caput, inciso II, da Constituição, o texto constitucional exige, de
Com o advento da Emenda Constitucional no 45, de 2004, forma expressa, que algumas providências sejam precedidas
foi criada a súmula vinculante (Constituição, art. 103-A). Após de específica autorização legislativa, vinculada à determinada
reiteradas decisões sobre a matéria constitucional, por voto de situação ou destinada a atingir determinado objetivo (reserva
dois terços dos membros do Supremo Tribunal Fedeal, poderá legal qualificada).
ser editada súmula que, a partir de sua publicação na imprensa Assim, a Constituição estabelece, em seu art. 5, XIII, ser “li-
oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do vre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendi-
Poder Judiciário e às administrações públicas direta e indireta, das as qualificações profissionais que a lei estabelecer”.
nas esferas federal, estadual e municipal. A delimitação e as for- Pode, no entanto, o legislador infraconstitucional impor
mas de sua revisão ou cancelamento foram dadas pela Lei no restrições ao exercício de determinadas profissões se não “aten-
11.417, de 19 de dezembro de 2006. didas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”, mas
O controle de constitucionalidade recomenda a todos os sempre com objetivo de evitar algum dano social decorrente do
partícipes do processo de elaboração de leis cautela no exame exercício da profissão por pessoa sem qualificação. Já decidiu o
da constitucionalidade das proposições normativas. Mesmo Supremo Tribunal Federal que “Essa limitação há que ser posta,
aqueles que se orientam por parâmetros de índole marcada- entretanto sempre, com vistas ao interesse público. Nunca aos
mente pragmática devem estar advertidos de que, já do prisma interesses de grupos profissionais”(BRASIL, 2011b).
estritamente prático, eventual ofensa à Constituição não deverá Da mesma, forma, consagra-se no art. 5, XXIII, que “a pro-
trazer qualquer utilidade, pois é possível que se suspenda a efi- priedade atenderá a sua função social”. Eventuais restrições à
cácia do dispositivo questionado antes mesmo de sua aplicação. liberdade de exercício profissional somente podem ser levadas a
efeito no tocante às qualificações profissionais. Assim, as restri-
14 Requisitos da elaboração normativa ções ao direito de propriedade somente se legitimam, igualmen-
Alguns princípios constitucionais balizam a formulação das te, se tiverem por escopo assegurar a sua função social.
disposições normativas. Algumas orientações para a elaboração
normativa podem ser inferidas a partir do princípio do Estado 14.2.2 Princípio da legalidade nos âmbitos penal, tributá-
de Direito. Nesse sentido, as normas jurídicas devem ser dota- rio e administrativo
das de alguns atributos, como precisão ou determinabilidade, A Constituição consagra, no art. 5, caput, inciso XXXIX, exi-
clareza e densidade suficiente (CANOTILHO, 2003) para permitir gência expressa de previsão legal para a definição de crime e a
a definição do objeto da proteção jurídica e o controle de legali- cominação de pena, e proíbe a retroatividade da lei penal (Cons-
dade da ação administrativa. tituição, art. 5, caput, inciso XL). Exige que o crime seja previsto
em lei escrita e veda a utilização de analogia em relação às nor-
mas incriminadoras, e o emprego de fórmulas vagas ou indeter-
minadas.

103
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Da mesma forma, segundo a Constituição, art.150, a insti- 223). Particularmente problemáticas afiguram-se as remissões
tuição ou a elevação de tributos somente pode ocorrer por lei encadeadas, isto é, a remissão a dispositivos que, por sua vez,
formal – princípio da legalidade (COELHO, 2006, p.280- 281). remetem a outras proposições. A remissão pura e simples a
Tem-se, ainda, outras hipóteses de reserva legal qualificada, disposições constantes de outra lei pode preparar dificuldades
entre as quais cabe destacar a reserva legal em matéria de Di- adicionais, uma vez que, em caso de revogação ou alteração do
reito Administrativo (art. 37, caput), como suas derivações tais texto a que se fez referência, subsistirá, quase inevitavelmente,
quais a reserva legal em fixação de remuneração (art. 37, inciso a dúvida sobre o efetivo conteúdo da norma (HILL, 1982. p. 115.
X), criação de entidades (art. 37, inciso XIX), criação de cargos BIELSA, 1987. p. 223).
(art. 61, § 1º, inciso II, alínea “a”) ou criação de órgãos (art. 61, § Recomenda-se, por isso, que, se as remissões forem inevi-
1º, inciso II, alínea “e”). táveis, sejam elas formuladas de tal modo que permitam ao in-
14.2.3 Reserva legal e princípio da proporcionalidade térprete apreender o seu sentido sem ter de compulsar o texto
A simples existência de lei não é suficiente para legitimar a referido.
intervenção no âmbito dos direitos e das liberdades individuais. Acentue-se, ademais, que a remissão a atos secundários,
É preciso também que as restrições sejam proporcionais, isto como regulamentos ou portarias, pode configurar afronta aos
é, que sejam adequadas e justificadas pelo interesse público e princípios da reserva legal e da independência entre os poderes.
atendam ao critério de razoabilidade (BRASIL, 1976). Em outros Por fim, deve-se indicar expressamente o dispositivo objeto
termos, tendo em vista a observância ao princípio da proporcio- de remissão interna, em vez de usar as expressões “anterior”,
nalidade, cabe analisar não só a legitimidade dos objetivos do “seguinte” ou equivalentes.
legislador, mas também a adequação dos meios empregados, a
necessidade de sua utilização, e a razoabilidade, isto é, a ponde- 15 Desenvolvimento de uma lei
ração entre a restrição a ser imposta aos cidadãos e os objetivos 15.1 Considerações preliminares
pretendidos (MENDES, 1990, p. 48; CASTRO, 1989. p. 153). A atividade legislativa não constitui um sistema linear e uni-
dimensional em queos atores procedem de forma previsível ou
14.2.4 Densidade da norma planejada. Ao contrário, a atividade legislativa é formada por um
O princípio da reserva legal exige não só expressa autori- conjunto deinteresses diferenciados e de relações de força no
zação legislativa para intervenção no âmbito dos direitos indi- complexo campo político (HILL, 1982, p. 53). Embora os procedi-
viduais, mas pressupõe também que a previsão legal contenha mentos relacionados com aformação da lei estejam previstos de
uma disciplina suficientemente concreta (densa, determinada) modo mais ou menos detalhado na Constituição, a metodologia
(CANOTILHO, 2003, p. 258). É essa densidade suficiente que, de empregada na elaboração das leis não observa, necessariamen-
um lado, há de definir as posições juridicamente protegidas e, te, um programa previamente definido. É possível, todavia, fixar
de outro, pautar a ação do Estado. planos para a elaboração legislativa, como ocorre, normalmen-
A exigência relativa à adequada densidade da norma tem te, nos Planos de Governo, nos quais se estabelecem as diretri-
especial importância no âmbito do Direito Penal, pois eventual zes para a legislatura futura.
incriminação vaga ou imprecisa de certos fatos poderia reduzir a Não obstante, nem tudo pode ser planejado. Muitas inicia-
segurança jurídica, nulificando a garantia que se pretende alcan- tivas, no plano legislativo, são determinadas por circunstâncias
çar com o princípio da reserva legal. ou eventos imprevistos ou imprevisíveis, que exigem uma pron-
ta ação do legislador. Assim, apesar de toda a boa vontade e a
14.2.5 A lei e o respeito ao direito adquirido, ao ato jurídi- organização, não é possível planejar, de forma absolutamente
co perfeito e à coisa julgada satisfatória, a ação legislativa. Conclui-se que a impossibilidade
A Constituição diz, no art. 5, caput, inciso XXXVI, que “a lei de um planejamento rigoroso da atividade legislativa acaba por
não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a fazer com que o desenvolvimento da lei dependa, não raras ve-
coisa julgada”. Trata-se de postulado fundamental de segurança zes, de impulsos isolados.
jurídica, pedra angular do Estado de Direito. Com a consagra- Os impulsos de índole jurídica devem ser diferenciados
ção dessa fórmula, o constituinte impõe que o legislador não daqueles de caráter marcadamente político. Os primeiros de-
só respeite as situações jurídicas individuais consolidadas, mas correm, normalmente, de uma exigência expressamente esta-
que também preserve os efeitos que se prolonguem. Da mesma belecida na Constituição, isto é, de um dever constitucional de
forma, exige que a lei respeite a coisa julgada, abrangida tan- legislar.
to a coisa julgada formal, que impede a discussão da questão Alguns exemplos de deveres impostos ao legislador podem
decidida no mesmo processo, quanto à coisa julgada material, ser mencionados:
que obsta à discussão da questão decidida em outro processo a) Constituição, art. 5, caput, inciso XXIX:
(MIRANDA, 1987; BASTOS, 1990, p. 199). [...] a lei assegurará aos autores de inventos industriais pri-
vilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às
14.2.6 As remissões legislativas criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de
A remissão constitui técnica legislativa conhecida. Enquan- empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interes-
to a remissão à norma de um mesmo texto legislativo não se se social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País.
afigura problemática (remissão interna), as remissões a outros b) Constituição, art. 5, caput, inciso XXXII:
textos legislativos (remissão externa) são passíveis de sofrer ob- [...] o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do con-
jeções de índole constitucional, pois podem afetar a clareza e sumidor.
precisão da norma jurídica (HILL, 1982. p. 115. BIELSA, 1987. p. c) Constituição, art. 7:

104
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de ou- distorções existentes e as suas eventuais causas); do exame de
tros que visem à melhoria de sua condição social: todo o complexo normativo em questão (análise de julgados, pa-
I – relação de emprego protegida contra despedida arbitrá- receres, críticas doutrinárias, etc.); e de levantamento de dados
ria ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que sobre a questão (audiência de entidades representativas e dos
preverá indenização compensatória, dentre outros direitos; [...] atingidos ou afetados pelo problema etc.) (NOLL, 1971).
IV – salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, A análise da situação questionada deve contemplar as cau-
capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua sas ou o complexo de causas que eventualmente determina-
família, com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, ves- ram ou contribuíram para o seu desenvolvimento. Essas causas
tuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes podem ter influências diversas, tais como condutas humanas,
periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada desenvolvimentos sociais ou econômicos, influências da política
sua vinculação para qualquer fim; [...] nacional ou internacional, consequências de novos problemas
XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da técnicos, efeitos de leis antigas, mudanças de concepção etc.
remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da (HILL, 1982).
empresa, conforme definido em lei.
Às vezes, um dever constitucional de legislar pode se deri- 15.2.3 Definição dos objetivo pretendidos
var de princípios gerais consagrados na Constituição, como os Para verificar a adequação dos meios a serem utilizados, de-
postulados da democracia, do Estado de Direito e Social e da ve-se realizar uma análise dos objetivos que se esperam com a
Dignidade da Pessoa Humana. Outras vezes, esse dever torna-se aprovação da proposta. A ação do legislador, nesse âmbito, não
manifesto em decorrência de uma decisão judicial do Supremo difere, fundamentalmente, da atuação do homem comum, que
Tribunal Federal nos processos de mandado de injunção ou de se caracteriza mais por saber exatamente o que não quer, sem
ação direta de controle da omissão (Constituição, art. 5, caput, precisar o que efetivamente pretende.
inciso LXXI, e art. 103, § 2 ). A avaliação emocional dos problemas, a crítica generaliza-
A decisão política de deflagrar o processo legislativo decor- da e, às vezes, irrefletida sobre o estado de coisas dominante
re, muitas vezes, de iniciativas de órgãos da sociedade civil, tais acabam por permitir que predominem as soluções negativistas,
como: que têm por escopo, fundamentalmente, suprimir a situação
a) as resoluções aprovadas nas convenções partidárias; questionada sem contemplar, de forma detida e racional, as al-
b) as propostas formuladas por associações, órgãos de clas- ternativas possíveis ou as causas determinantes desse estado de
se, sindicatos, igrejas etc.; e coisas negativo. Outras vezes, deixa-se orientar por sentimento
inverso, buscando, pura e simplesmente, a preservação do sta-
c) a discussão nos órgãos de opinião pública.
tus quo.
Essas duas posições podem levar, nos seus extremos, a uma
15.2 O processo legislativo interno
imprecisa definição dos objetivos. A definição da decisão legis-
Além do processo legislativo disciplinado na Constituição
lativa deve ser precedida de uma rigorosa avaliação das alterna-
(processo legislativo externo), a doutrina identifica o chamado
tivas existentes, seus prós e contras. A existência de diversas al-
processo legislativo interno, que se refere à forma de fazer ado-
ternativas para a solução do problema não só amplia a liberdade
tada para a tomada da decisão legislativa.
do legislador, como também permite a melhoria da qualidade
Apesar de sua relativa informalidade, o processo legislativo da decisão legislativa.
interno traduz um esforço de racionalização dos procedimentos
de decisão, uma exigência do próprio Estado de Direito. A dou- 15.2.4 Crítica das propostas
trina esforça-se por identificar o roteiro básico observado na de- Antes de decidir sobre a alternativa a ser positivada, devem-
finição de uma decisão legislativa. -se avaliar e contrapor as alternativas existentes sob dois pontos
de vista:
15.2.1 Identificação e definição do problema a) De uma perspectiva puramente objetiva: verificar se a
Antes de decidir sobre as providências a serem tomadas, análise sobre os dados fáticos e prognósticos se mostra consis-
é essencial identificar o problema a ser enfrentado. Realizada tente;
a identificação do problema em decorrência de impulsos ex- b) De uma perspectiva axiológica: aferir, com a utilização de
ternos (manifestações de órgãos de opinião pública, críticas de critérios de probabilidade (prognósticos), se os meios a serem
segmentos especializados) ou graças à atuação dos mecanismos empregados mostram-se adequados a produzir as consequên-
próprios de controle, o problema deve ser delimitado de forma cias desejadas. Devem-se contemplar, igualmente, as suas defi-
precisa. A reunião de informações exatas sobre uma situação ciências e os eventuais efeitos colaterais negativos (NOLL, 1971;
considerada inaceitável ou problemática é imprescindível para HILL, 1982).
evitar a construção de falsos problemas (HILL, 1982, p. 62) e A crítica das proposições formuladas deve questionar se
para afastar o perigo de uma avaliação errônea (superestimação as medidas a implementar são compatíveis com o princípio da
ou subestimação). proporcionalidade, o qual exige que a intervenção no âmbito do
direito individual seja não só indispensável, mas também ade-
15.2.2 Análise da situação questionada e de suas causas quada e razoável
A complexidade do processo de elaboração de lei e as con- . É exatamente a observância do princípio da proporciona-
sequências que podem advir do ato legislativo exigem que a lidade que recomenda que, no conjunto de alternativas existen-
instauração do processo de elaboração normativa seja precedi- tes, seja eleita aquela que, embora tenha a mesma efetividade,
da de rigorosa análise dos fatos relevantes (apontamento das afete de forma menos intensa a situação individual.

105
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Na avaliação das alternativas, não se devem perder de vista 15.3 Elaboração de atos normativos no âmbito do Poder
aspectos relevantes da aplicação e da execução da lei (análises Executivo federal
das repercussões econômico-financeiras, exame da relação cus- Devem ser examinadas, sobretudo, as questões apresenta-
to-benefício, testes e experimentos relacionados com as possí- das no Anexo ao Decreto nº 9.191, de 2017:
veis consequências da aplicação do novo modelo legal, etc.). QUESTÕES A SEREM ANALISADAS QUANDO DA ELABORA-
Na comparação das alternativas, deve-se dar preferência ÇÃO DE ATOS NORMATIVOS NO ÂMBITO DO PODER EXECUTIVO
àquelas que se mostrem compatíveis com todo o sistema jurídi- FEDERAL
co (harmonia com o sistema jurídico).
Finalmente, compete avaliar o grau de aceitabilidade pelos Diagnóstico
cidadãos das medidas propostas e de sua factibilidade ou exe- 1 Alguma providência deve ser tomada?
quibilidade. A possibilidade de resistência séria contra a aplica- 1.1 Qual é o objetivo pretendido?
ção de determinada norma por parte dos eventuais atingidos e 1.2 Quais foram as razões que determinaram a iniciativa?
a probabilidade de que ela venha a ser objeto de impugnações 1.3 Neste momento, como se apresenta a situação no plano
judiciais fundadas devem ser levadas em conta na formulação fático e no plano jurídico?
das proposições normativas. 1.4 Que falhas ou distorções foram identificadas?
1.5 Que repercussões tem o problema que se apresenta no
15.2.5 Controle de resultados âmbito da economia, da ciência, da técnica e da jurisprudência?
O processo de decisão normativa estará incompleto caso se 1.6 Qual é o conjunto de destinatários alcançados pelo pro-
entenda que a tarefa do legislador se encerre com a edição do blema e qual é o número de casos a resolver?
ato normativo. Uma planificação mais rigorosa do processo de 1.7 O que poderá acontecer se nada for feito? (Exemplo: o
elaboração normativa exige um cuidadoso controle das diversas problema se agravará?
consequências produzidas pelo novo ato normativo. Permanecerá estável? Poderá ser superado pela própria
Mencionem-se algumas formas de controle posterior dos dinâmica social, sem a intervenção do Estado? Com que conse-
resultados da lei: quências?)
a) afirma-se, ordinariamente, que o legislador está subme-
Alternativas
tido não só ao dever de legislar, mas também a um dever geral
2 Quais são as alternativas disponíveis?
de aferição e de adequação dos atos legislativos já em vigor. Esse
2.1 Qual foi o resultado da análise do problema? Onde se
dever de adequação manifesta-se, especialmente, naquelas de-
situam as causas do problema? Sobre quais causas pode incidir
cisões legislativas tomadas com base em prognósticos ou em juí-
a ação que se pretende executar?
zos de probabilidade, tal como ocorre com os planos econômi-
2.2 Quais são os instrumentos da ação que parecem ade-
cos e com as leis que disciplinam realidades técnico-científicas;
quados para alcançar os objetivos pretendidos, no todo ou em
b) outra forma convencional de controle são os chamados parte? (Exemplo: medidas destinadas à aplicação e à execução
relatórios de experiências, elaborados para avaliar e sistemati- de dispositivos já existentes; trabalhos junto à opinião pública;
zar os resultados e as experiências colhidos com a aplicação da amplo entendimento; acordos; investimentos; programas de in-
lei. No tocante à execução orçamentária, o próprio constituinte centivo; auxílio para que os próprios destinatários alcançados
estabeleceu exigência de elaboração e de publicação de relató- pelo problema envidem esforços que contribuam para sua re-
rio circunstanciado (Constituição, art. 165, § 3). A elaboração solução; instauração de processo judicial com vistas à resolução
desses relatórios pode ser prevista, igualmente, em lei ou ser do problema.)
requerida por iniciativa parlamentar (Constituição, art. 58, §2, 2.3 Quais instrumentos de ação parecem adequados, consi-
inciso III); derando-se os seguintes aspectos:
c) a análise das decisões judiciais, proferidas no âmbito do 2.3.1 desgastes e encargos para os cidadãos e a economia;
controle judicial da constitucionalidade das leis e da legitimida- 2.3.2 eficácia (precisão, grau de probabilidade de consecu-
de dos atos administrativos, permite, igualmente, aferir os resul- ção do objetivo pretendido);
tados obtidos na aplicação e na execução da lei; 2.3.3 custos e despesas para o orçamento público;
d) outras modalidades de controle devem ser contempla- 2.3.4 efeitos sobre o ordenamento jurídico e sobre as metas
das, tais como as críticas científicas, as manifestações dos cida- já estabelecidas;
dãos, por meio de órgãos de representação ou isoladamente, 2.3.5 efeitos colaterais e outras consequências;
críticas de órgãos de imprensa etc.; 2.3.6 entendimento e aceitação por parte dos interessados
e dos responsáveis pela execução; e
Sobre o assunto ver subitítulo “14.2.3 Reserva legal e princí- 2.3.7 possibilidade de impugnação no Poder Judiciário.
pio da proporcionalidade”.
A falta de um efetivo controle de resultados pode ensejar Competência legislativa
a configuração de inconstitucionalidade por omissão, uma vez 3 A União deve tomar alguma providência? A União dispõe
que o legislador está obrigado a realizar a atualização e a ade- de competência constitucional ou legal para fazê-lo?
quação permanentes das normas. 3.1 Trata-se de competência privativa?
3.2 Trata-se de caso de competência concorrente?
3.3 Na hipótese de competência concorrente, a proposta
está formulada de modo que assegure a competência substan-
cial do Estado-membro?

106
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
3.4 A proposta não apresenta formulação extremamente 9.1 A proposta de ato normativo está isenta de disposições
detalhada que acaba por exaurir a competência estadual? programáticas, simbólicas, discursivas ou expletivas?
3.5 A matéria é de fato de iniciativa do Poder Executivo fe- 9.2 É possível e conveniente que a densidade da norma
deral? Ou estaria ela afeta à iniciativa exclusiva do Supremo Tri- (diferenciação e detalhamento) seja flexibilizada por fórmulas
bunal Federal, dos Tribunais Superiores, do Procurador-Geral da genéricas (tipificação e utilização de conceitos jurídicos indeter-
República ou do Defensor-Geral da União? minados ou atribuição de competência discricionária)?
9.3 Os detalhes ou eventuais alterações podem ser confia-
Necessidade de lei dos ao poder regulamentar da União ou de outros entes fede-
4 Deve ser proposta edição de lei? rativos?
4.1 A matéria a ser regulada está submetida ao princípio da 9.4 A matéria já não teria sido regulada em outras disposi-
reserva legal? ções de hierarquia superior (regras redundantes que poderiam
4.2 Por que a matéria deve ser submetida ao Congresso Na- ser evitadas)? Por exemplo, em:
cional? 9.4.1 tratado aprovado pelo Congresso Nacional;
4.3 Se não for o caso de se propor edição de lei, a matéria 9.4.2 lei federal, em relação a regulamento; ou
deve ser disciplinada por decreto? Por que não seria suficiente 9.4.3 regulamento, em relação a portaria.
portaria? 9.5 Quais são as regras já existentes que serão afetadas pela
4.4 Existe fundamento legal suficiente para a edição de ato disposição pretendida? São regras dispensáveis?
normativo secundário? Qual?
Direitos fundamentais
Reserva legal 10 As regras propostas afetam direitos fundamentais? As
5 Estão sendo utilizadas fórmulas legais excessivamente ge- regras propostas afetam garantias constitucionais?
néricas? 10.1 Os direitos de liberdade podem ser afetados?
5.1 Configura-se violação ao princípio da legalidade? 10.1.1 Direitos fundamentais especiais podem ser afeta-
5.2 Há conteúdo abdicatório ou demissionário na norma dos?
proposta? 10.1.2 Qual é o âmbito de proteção do direito fundamental
5.3 Configura-se violação ao princípio da legalidade? afetado?
5.4 Está havendo indevida delegação legislativa? 10.1.3 O âmbito de proteção sofre restrição?
10.1.4 A proposta preserva o núcleo essencial dos direitos
Norma temporária fundamentais afetados?
6 A norma deve ter prazo de vigência limitado? 10.1.5 Cuida-se de direito individual submetido a simples
6.1 Seria o caso de editar norma temporária? reserva legal?
10.1.6 Cuida-se de direito individual submetido a reserva
Medida provisória: legal qualificada?
7 Deve ser proposta a edição de medida provisória? 10.1.7 Qual seria o outro fundamento constitucional para
7.1 O que acontecerá se nada for feito de imediato? a aprovação da lei? (Exemplo: regulação de colisão de direitos.)
7.2 A proposta pode ser submetida ao Congresso Nacional 10.1.8 A proposta não abusa de formulações genéricas?
sob a forma de projeto de lei em regime de urgência (art. 64, § (Exemplo: conceitos jurídicos indeterminados.)
1, da Constituição)? 10.1.9 A fórmula proposta não se afigura extremamente ca-
7.3 Trata-se de matéria que pode ser objeto de medida pro- suística?
visória, tendo em vista as vedações estabelecidas no § 1o do art. 10.1.10 Observou-se o princípio da proporcionalidade ou
62 e no art. 246 da Constituição? do devido processo legal substantivo?
7.4 Estão caracterizadas a relevância e a urgência necessá- 10.1.11 Pode o cidadão prever e aferir as limitações ou os
rias? encargos que lhe poderão advir?
7.5 Em se tratando da abertura de crédito extraordinário, 10.1.12 As normas previstas preservam o direito aos prin-
está atendido o requisito da imprevisibilidade? cípios do contraditório e da ampla defesa no processo judicial e
administrativo?
Oportunidade do ato normativo 10.2 Os direitos de igualdade foram afetados?
8 O momento é oportuno? 10.2.1 Observaram-se os direitos de igualdade especiais?
8.1 Quais são as situações-problema e os outros contextos (Exemplo: proibição absoluta de diferenciação)
correlatos que devem ainda ser considerados e pesquisados? 10.2.2 O princípio geral de igualdade foi observado?
Por que, então, deve ser tomada alguma providência neste mo- 10.2.3 Quais são os pares de comparação?
mento? 10.2.4 Os iguais foram tratados de forma igual e os desi-
8.2 Por que não podem ser aguardadas outras alterações guais de forma desigual?
necessárias, que se possam prever, para que sejam contempla- 10.2.5 Existem razões que justifiquem as diferenças decor-
das em um mesmo ato normativo? rentes ou da natureza das coisas ou de outros fundamentos de
índole objetiva?
Densidade do ato normativo 10.2.6 As diferenças existentes justificam o tratamento dife-
9 A densidade que se pretende conferir ao ato normativo é renciado? Os pontos em comum legitimam o tratamento igua-
a apropriada? litário?

107
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
10.3 A proposta pode afetar situações consolidadas? Há Norma de regulação profissional
ameaça de ruptura ao princípio de segurança jurídica? 13 Existe necessidade social da regulação profissional?
10.3.1 Observou-se o princípio que determina a preserva- 13.1 Quais danos concretos para a vida, a saúde ou a ordem
ção de direito adquirido? social podem advir da ausência de regulação profissional?
10.3.2 A proposta pode afetar ato jurídico perfeito? 13.2 A limitação para o “livre exercício de qualquer traba-
10.3.3 A proposta contém possível afronta à coisa julgada? ” lho, ofício ou profissão” (art. 5 inciso XIII, da Constituição), é
10.3.4 Trata-se de situação jurídica suscetível de mudança? realmente necessária?
(Exemplos: institutos jurídicos, situações estatutárias, garantias 13.3 As exigências de qualificação profissional ou de regis-
institucionais.) tro em conselho profissional decorrem de necessidade da socie-
10.3.5 Seria recomendável a adoção de cláusula de transi- dade ou são tentativa de fechar o mercado?
ção entre o regime vigente e o regime proposto? 13.4 É necessária a inscrição em conselho profissional?
13.4.1 Precisa-se criar novo conselho profissional? Não bas-
Norma penal taria aproveitar a estrutura de conselho profissional já existen-
11.1 Trata-se de norma de caráter penal? te?
11.1.1 O tipo penal está definido de forma clara e objetiva? 13.4.2 O conselho profissional exercerá efetiva fiscalização
11.1.2 A norma penal é necessária? Não seria mais adequa- do trabalho prestado pelos inscritos ou se limitará ao controle
do e eficaz a previsão da conduta apenas como ilícito adminis- formal do registro?
trativo? 13.5 Há clareza na delimitação da área de atuação privativa
11.1.3 A proposta respeita a irretroatividade? da profissão regulamentada?
11.1.4 A pena proposta é compatível com outras figuras pe- Não se está incluindo atividades que podem ser exercidas
nais existentes no ordenamento jurídico? por outras profissões regulamentadas ou por qualquer pessoa?
11.1.5 Tem-se agravamento ou melhoria da situação do 13.6 Com quais outras profissões, regulamentadas ou não,
destinatário da norma? há possibilidade de conflito de área de atuação? Esse conflito
11.1.6 Trata-se de pena mais grave? poderá causar dano ao restante da sociedade?
11.1.7 Trata-se de norma que gera a despenalização da con-
duta? Compreensão do ato normativo
11.1.8 Eleva-se ou reduz-se o prazo de prescrição do crime?
14 O ato normativo corresponde às expectativas dos cida-
dãos e é inteligível para todos?
Norma tributária
14.1 O ato normativo proposto será entendido e aceito pe-
12 Pretende-se instituir ou aumentar tributo? Qual é o fun-
los cidadãos?
damento constitucional?
14.2 Os destinatários da norma podem entender o vocabu-
12.1 Está sendo respeitado a estrita legalidade tributária de
lário utilizado, a organização e a extensão das frases e das dispo-
que trata o art. 150, caput, inciso I, da Constituição?
sições, a sistemática, a lógica e a abstração?
12.2 Há definição clara de todos os elementos da obrigação
tributária? Qual a hipótese de incidência, a base de cálculo, o
sujeito passivo e as consequências no caso de não pagamento Exequibilidade
ou de pagamento em atraso? 15 O ato normativo é exequível?
12.3 A lei afeta fatos geradores ocorridos antes de sua vi- 15.1 Por que não se renuncia a novo sistema de controle
gência (lei retroativa)? por parte da administração pública federal?
12.4 A cobrança de tributos será realizada no mesmo exer- 15.2 As disposições podem ser aplicadas diretamente?
cício financeiro da publicação da lei? 15.3 As disposições administrativas que estabelecem nor-
12.5 O princípio da imunidade recíproca está sendo obser- mas de conduta ou proíbem determinadas práticas podem ser
vado? aplicadas com os meios existentes?
12.6 As demais imunidades tributárias foram observadas? 15.4 É necessário incluir disposições sobre proteção jurídi-
12.7 Há disposição que assegure o princípio da anteriorida- ca? Por que as disposições gerais não são suficientes?
de (cobrança somente a partir do exercício financeiro seguinte 15.5 Por que não podem ser dispensadas:
ao da publicação) e o princípio da anterioridade especial (co- 15.5.1 as regras sobre competência e organização;
brança apenas após noventa dias, contados da data da publi- 15.5.2 a criação de novos órgãos e comissões consultivas;
cação)? 15.5.3 a intervenção da autoridade;
12.8 No caso de imposto instituído ou majorado por medida 15.5.4 as exigências relativas à elaboração de relatórios; ou
provisória:, foi observado que o ato só produzirá efeitos no exer- 15.5.5 outras exigências burocráticas?
cício financeiro seguinte se aprovada a medida provisória até o 15.6 Quais órgãos ou instituições devem assumir a respon-
último dia daquele exercício em que foi editada? sabilidade pela execução das medidas?
12.9 O tributo que se pretende instituir tem caráter confis- 15.7 Quais conflitos de interesse o executor da medida terá
catório? de administrar?
12.10 No caso de taxa, cuida-se de exação a ser cobrada 15.8 O executor das medidas dispõe da necessária discri-
em razão do exercício de poder de polícia ou da prestação de cionariedade?
serviço público específico e divisível prestados ou postos à dis- 15.9 Qual é a opinião das autoridades incumbidas de exe-
posição do contribuinte? Há equivalência razoável entre o custo cutar as medidas quanto à clareza dos objetivos pretendidos e à
da atividade estatal e a prestação cobrada? possibilidade de sua execução?

108
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
15.10 A regra pretendida foi submetida a testes sobre a 17.6.3 não apresentar documentos já existentes no âmbito
possibilidade de sua execução com a participação das autorida- da administração pública federal ou apresentar nova prova so-
des encarregadas de aplicá-la? Por que não? A que conclusão bre fato já comprovado perante o ente público (art. 37 da Lei no
se chegou? 9.784, de 1999, e inciso XV do caput do art. 5 da Lei no 13.460,
de 26 de junho de 2017)?
Análise de custos envolvidos 17.7 obter decisão final a respeito do requerimento no pra-
16 Existe relação equilibrada entre custos e benefícios? Pro- zo de trinta dias (art. 49 da Lei 9.784, de 1999)?
cedeu-se a análise? 17.8 O interessado poderá cumprir as exigências por meio
16.1 Qual o ônus a ser imposto aos destinatários da norma? eletrônico?
16.1.1 Que gastos diretos terão os destinatários? 17.8.1 Os sistemas eletrônicos utilizados atendem os requi-
16.1.2 Que gastos com procedimentos burocráticos serão sitos de autenticidade, integridade, validade jurídica e interope-
acrescidos? (Exemplo: calcular, ou, ao menos, avaliar os gastos rabilidade da ICP-Brasil?
diretos e os gastos com procedimentos burocráticos, incluindo 17.8.2.Na hipótese de dificuldade no uso ou de os meios
verificação do tempo despendido pelo destinatário com atendi- eletrônicos não atenderem os requisitos da ICP-Brasil, está
mento das exigências formais) garantida a possibilidade de realização das formalidades por
16.2 Os destinatários da norma, em particular as pessoas meio físico?
naturais, as microempresas e as empresas de pequeno porte,
podem suportar esses custos adicionais? Prazo de vigência e de adaptação
16.3 As medidas pretendidas impõem despesas adicionais 18 Há necessidade de vacatio legis ou de prazo para adapta-
ao orçamento da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos ção da administração e dos particulares?
Municípios? Quais são as possibilidades existentes para enfren- 18.1 Qual o prazo necessário para:
tarem esses custos adicionais? 18.1.1 os destinatários tomarem conhecimento da norma e
16.4 Quais são as despesas indiretas dos entes públicos com analisarem os seus efeitos?
a medida? Quantos servidores públicos terão de ser alocados 18.1.2 a edição dos atos normativos complementares es-
para atender as novas exigências e qual é o custo estimado com senciais para a aplicação da norma?
eles? Qual o acréscimo previsto para a despesa de custeio? 18.1.3 a administração pública adaptar-se às medidas?
18.1.4 a adequação das estruturas econômicas de produção
16.5 Os gastos previstos podem ser aumentados por força
ou de fornecimento dos produtos ou serviços que serão atingi-
de controvérsias judiciais ou administrativas? Qual é o custo po-
dos?
tencial com condenações judiciais e com a estrutura adminis-
18.1.5 a adaptação dos sistemas de informática utilizados
trativa necessária para fazer face ao contencioso judicial e ao
pela administração pública ou por particulares?
contencioso administrativo?
18.2 Qual a redução de custos possível para a administração
16.6 Há previsão orçamentária suficiente e específica para
pública e para os particulares se os prazos de adaptação forem
a despesa? É necessária a alteração prévia da legislação orça-
ampliados?
mentária? 18.3 Qual é o período do mês, do ano ou da semana mais
16.7 Há compatibilidade entre a proposta e os limites indivi- adequado para o início da aplicação das novas regras?
dualizados para as despesas primárias de que trata o art. 107 do 18.4 Para o cumprimento da nova obrigação, foi especifica-
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias? do tratamento diferenciado, simplificado e favorecido ou prazo
especial para as microempresas e empresas de pequeno porte,
Simplificação administrativa observado o disposto nos § 3o ao § 6o do art. 1 da Lei Comple-
17 O ato normativo implicará redução ou ampliação das exi- mentar no 123, de 14 de dezembro de 2006?
gências procedimentais?
17.1 Em que medida os requisitos necessários à formulação Avaliação de resultados
de pedidos perante autoridades podem ser simplificados? 19 Como serão avaliados os efeitos do ato normativo?
17.2 Qual a necessidade das exigências formuladas? Qual o 19.1 Qual a periodicidade da avaliação de resultados do ato
dano concreto no caso da dispensa? normativo?
17.3 Quais os custos que os atingidos pelo ato normativo 19.2 Como ocorrerá a reversão das medidas em caso de re-
terão com as exigências formuladas? sultados negativos ou insuficientes?
17.4 Qual será o tempo despendido pelos particulares com
as exigências formuladas? O que pode ser feito para reduzir o TÉCNICA LEGISLATIVA E ATOS NORMATIVOS
tempo despendido?
17.5 As exigências formuladas são facilmente compreensí- 16 Técnica legislativa
veis pelos atingidos? É recomendável que o legislador redija as leis dentro de um
17.6 Foram observadas as garantias legais de: espírito de sistema, tendo em vista não só a coerência e a har-
17.6.1 não reconhecer firma e não autenticar documentos monia interna de suas disposições, mas também a sua adequa-
em cartório (art. 22 da Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999)? dam inserção no sistema jurídico como um todo (LEAL, 1960, p.
17.6.2 não apresentar prova de vida, residência, pobreza, 7). Essa sistematização expressa uma característica da cientifici-
dependência econômica, homonímia ou bons antecedentes (Lei dade do Direito e corresponde às exigências mínimas de segu-
no 7.115, de 29 de agosto de 1983)? rança jurídica, à medida que impedem uma ruptura arbitrária
com a sistemática adotada na aplicação do Direito.

109
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Costuma-se distinguir a sistemática da lei em sistemática CAPÍTULO III
interna (compatibilidade teleológica e ausência de contradição DOS ESTADOS FEDERADOS
lógica) e sistemática externa (estrutura da lei).
CAPÍTULO IV
16.1 Sistemática interna da lei DOS MUNICÍPIOS
A existência de um sistema interno deve, sempre que pos-
sível, evitar contradições lógicas, teleológicas, ou valorativas. CAPÍTULO V
Tem-se uma contradição lógica se, por exemplo, a conduta au- DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS
torizada pela norma A é proibida pela norma B. Verifica-se uma
contradição valorativa se identificam-se incongruências de con- Seção I
teúdo axiológico dentro do sistema. É o que resulta, por exem- Do Distrito Federal
plo, da edição de normas discriminatórias dentro de um sistema Seção II
que estabelece a igualdade como princípio basilar. Constata-se Dos Territórios
uma contradição teleológica se há uma contradição entre os
objetivos de disposições diversas, de modo que a observância CAPÍTULO VI
a umpreceito importa a nulificação dos objetivos visados pela DA INTERVENÇÃO
outra.
CAPÍTULO VII
16.2 Sistemática externa da lei DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
O exame da estrutura básica de uma lei talvez constitua a
forma mais adequada de apreender aspectos relevantes de sua Seção I
sistemática externa. Disposições Gerais

Exemplo da estrutura: Seção II


Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 Dos Servidores Públicos

PREÂMBULO Seção III


Dos Militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios
TÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS Seção IV
Das Regiões
TÍTULO II (...)
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS A sistematização das leis mais complexas observa o se-
guinte esquema básico: livros, títulos, capítulos, seções, sub-
CAPÍTULO I seções e artigos.
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS O exemplo acima, cumpre ressaltar, não é aplicável à maioria
dos atos normativos. A regra geral é a organização dos atos norma-
CAPÍTULO II tivos em torno de meros artigos. Portanto, é equivocada a tendên-
DOS DIREITOS SOCIAIS cia de se pretender realizar divisão de atos normativos diminutos
e de baixa complexidade em capítulos e seções, de modo a gerar
CAPÍTULO III anomalias como vários capítulos compostos de apenas um artigo.
DA NACIONALIDADE
16.2.1 Artigo
CAPÍTULO IV Artigo é a unidade básica para apresentação, divisão ou
DOS DIREITOS POLÍTICOS agrupamento de assuntos em um texto normativo. A Lei Com-
plementar no 95, de 26 de fevereiro de 1998, apresenta as re-
CAPÍTULO V gras para a numeração dos artigos, de maneira que, até o artigo
DOS PARTIDOS POLÍTICOS nono (art. 9), deve-se adotar a numeração ordinal. A partir do
artigo dez, emprega-se a numeração cardinal correspondente,
TÍTULO III seguida de pontofinal (art. 10.). Os artigos serão designados
DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO pela abreviatura “Art.”, com inicial maiúscula, sem traço
antes do início do texto e, ao longo do texto, designados
CAPÍTULO I pela abreviatura – art. –, com inicial minúscula. Os textos dos
DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA artigos serão iniciados com letra maiúscula e encerrados com
ponto-final, exceto quando tiverem incisos, hipótese em que se-
CAPÍTULO II rão encerrados por dois-pontos.
DA UNIÃO Na elaboração dos artigos, devem ser observadas algumas
regras básicas, como recomendado por Hesio Fernandes Pinhei-
ro (1962, p. 84):

110
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
• Cada artigo deve tratar de um único assunto; esmero na elaboração normativa artigos estruturados de modo
• O artigo conterá, exclusivamente, a norma geral, o prin- complexo, com vários parágrafos além de parágrafos divididos
cípio. As medidas complementares e as exceções deverão ser em incisos, alíneas, itens e, até mesmo, subitens.
expressas por meio de parágrafos; Assim, cumpre ressaltar que a regra geral é o artigo limi-
• Quando o assunto requerer discriminações, o enunciado tar-se a frase curta compondo o caput e as ideias subsequentes
comporá o caput do artigo, e os elementos de discriminação se- serem expressas em outros artigos. A subdivisão dos artigos na
rão apresentados sob a forma de incisos; forma aqui expressa pode ser conveniente e, dependendo da
• As expressões devem ser usadas em seu sentido corrente, natureza da norma, exigência de boa técnica legislativa, mas não
exceto quando se tratar de assunto técnico, hipótese na qual deve ser vista como regra geral ou como exigência aplicável, de
será preferida a nomenclatura técnica, peculiar ao setor de ativi- modo invariável, a todos os casos.
dades sobre o qual se pretende legislar; Exemplo de parágrafo:
• As frases devem ser concisas; Art. 14 (...)
• Nos atos extensos, os primeiros artigos devem ser reser- § 1ºNão serão objeto de consolidação as medidas provisó-
vados à definição dos objetivos perseguidos pelo legislador, à rias ainda não convertidas em lei.
limitação de seu campo de aplicação e à definição de conceitos (Lei complementar n° 95, de 26 de fevereiro de 1998)
fundamentais que auxiliem a compreensão do ato normativo. Exemplo de parágrafo único:
Exemplo de artigo: Art. 8º Na hipótese de dissolução da sociedade conjugal por
Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela es- morte de um dos cônjuges, serão tributadas, em nome do so-
tabelece a sua residência com ânimo definitivo. (BRASIL, 2002c) brevivente, as importâncias que este perceber de seu trabalho
Os artigos podem desdobrar-se, por sua vez, em parágrafos próprio, das pensões de que tiver gozo privativo, de quaisquer
e incisos; os parágrafos em incisos; estes, em alíneas; e estas, bens que não se incluam no monte a partilhar e cinquenta por
em itens. cento dos rendimentos produzidos pelos bens comuns enquan-
to não ultimada a partilha.
Parágrafo único. Na hipótese de separação judicial, divórcio
ou anulação de casamento, cada um dos contribuintes terá o
tratamento tributário previsto no art. 2º. (Constituição de 1988)

16.2.3 Incisos, alíneas e itens


Os incisos são utilizados como elementos discriminativos
de artigo ou parágrafo se o assunto nele tratado não puder ser
condensado no próprio artigo ou não se mostrar adequado a
constituir parágrafo. Os incisos são indicados por algarismos ro-
manos seguidos de travessão ou meia-risca, que é separado do
algarismo e do texto por um espaço em branco: I – ; II – ; III – etc.
Exemplo de incisos:
16.2.2 Parágrafo (§) Art. 26. A margem de dumping será apurada com base na
O parágrafos constitui, na técnica legislativa, a imediata di- comparação entre:
visão de um artigo, ou, como anotado por Arthur Marinho, “(...) I - o valor normal médio ponderado e a média ponderada dos
parágrafo sempre foi, numa lei, disposição secundária de um ar- preços de todas as transações comparáveis de exportação; ou
tigo em que se explica ou modifica a disposição principal” (MA- II - os valores normais e os preços de exportação, compara-
RINHO, 1944, p. 227-229; PINHEIRO, 1962, p. 100). dos transação a transação. (BRASIL, 2013d)
O parágrafo é representado pelo sinal gráfico § (signum sec- As alíneas são representadas por letras e constituem des-
tionis, em português, sinal de seção ou sinal de corte). dobramentos dos incisos e dos parágrafos. A alínea ou a letra
Também em relação ao parágrafo, existe a prática da nume- será grafada em minúsculo, seguida de parêntese e separada do
ração ordinal até o nono (§ 9) e cardinal a partir do parágrafo dez texto por um espaço em branco: a) ; b) ; c) etc. Quando iniciar
(§ 10.). Na hipótese de haver apenas um parágrafo, adotase a o texto e, quando citada ao longo do texto, será grafada em mi-
grafia “Parágrafo único.” (e não “§ único”), com a primeira letra núsculo, entre aspas e sem o parêntese.
em maiúsculo quando inicia o texto e minúscula quando citada Exemplo de alíneas:
ao longo do texto. Os textos dos parágrafos serão iniciados com Art. 15 (...)
letra maiúscula e encerrados com ponto-final. XII ─ o texto da alínea inicia-se com letra minúscula, salvo
Neste ponto, se precisa alertar para equívoco, largamente quando se tratar de nome próprio, e termina com:
disseminado, de se organizar o ato normativo com número redu- a) ponto e vírgula;
zido de artigos e elevado de parágrafos sem que se identifique a b) dois-pontos, quando se desdobrar em itens; ou
relação direta entre a matéria dos capita e a matéria tratada nos c) ponto-final, caso seja a última e anteceda artigo ou pará-
inúmeros parágrafos. São casos em que o parágrafo não está ex- grafo. (BRASIL, 2017a)
plicando, excepcionando ou detalhando o caput, mas dispondo Os itens são desdobramentos de alíneas e são representa-
sobre regra meramente subsequente. O equívoco parece decor- dos por números cardinais, seguidos de ponto-final e separados
rer da errada tendência de se considerar má técnica legislativa do texto por um espaço em branco: 1. ; 2. ; 3 etc.
o número excessivo de artigos e, paradoxalmente, exemplo de

111
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Exemplo de itens: Pode ser adotada a especificação temática do conteúdo de
Art. 14. As disposições normativas serão redigidas com cla- grupo de artigos ou de um artigo mediante denominação que
reza, precisão e ordem lógica, e observarão o seguinte: preceda o dispositivo, grafada em letras minúsculas em negrito,
(...) alinhada à esquerda, sem numeração.
II - para a obtenção da precisão: A especificação temática simplificada, ao contrário do Livro,
(...) não comporta a regra de utilização da preposição “de”.
j) empregar nas datas as seguintes formas: Exemplo de especificação temática simplificada:
1. “4 de março de 1998”; Competência para propor
2. “1 o de maio de 1998”; Art. 22. Incumbe aos Ministros de Estado a proposição de
(...) atos normativos, conforme as áreas de competências dos ór-
(BRASIL, 2002b) gãos.
16.2.4 Agrupamento de dispositivos (Decreto no 9.191, de 2017)
Para a organização e a sistematização externa do texto do ato 16.2.5 Critérios de sistematização
normativo, pode ser adotado o agrupamento de dispositivos. Embora o legislador disponha de margem relativamente
A praxe da técnica legislativa no âmbito federal indica que ampla de discricionariedade para eleger os critérios de sistema-
a denominação do assunto tratada em cada unidade de agru- tização da lei, esses critérios devem guardar adequação com a
pamento será iniciada pela preposição “De”, combinada com o matéria regulada (NOLL, 1973, p. 223). A seguir, estão previstas
artigo definido apropriado. Essa praxe deriva do raciocínio de as regras básicas a serem observadas para a sistematização do
que cada agrupamento trata de determinado tema. Assim, no texto do ato normativo, com o objetivo de facilitar sua estrutu-
Título II da Constituição, por exemplo, trata-se “Dos direitos e ração:
garantias fundamentais”. a) matérias que guardem afinidade objetiva devem ser tra-
Os dispositivos podem ser agrupados das seguintes formas: tadas em um mesmo contexto ou agrupamento;
a) seções: b) os procedimentos devem ser disciplinados segundo a or-
A seção é o conjunto de artigos que versam sobre o mesmo dem cronológica, se possível;
tema. As seções são indicadas por algarismos romanos e gra- c) a sistemática da lei deve ser concebida de modo a permitir
fadas em letras iniciais maiúsculas e as demais minúsculas em que ela forneça resposta à questão jurídica a ser disciplinada; e
negrito. Eventualmente, as seções subdividem-se em subseções d) institutos diversos devem ser tratados separadamente.
que serão indicadas da mesma forma. A natureza e as peculiaridades de cada disciplina jurídica
Exemplo de seção: têm influência decisiva sobre o modelo de sistematização a ser
Seção II adotado, como se pode depreender de alguns exemplos:
Da sociedade conjugal e das pensões I. Classificação segundo os bens tutelados:
(Decreto no 9.580, de 2018) Exemplo:
b) capítulos: PARTE ESPECIAL
O capítulo é formado por um agrupamento de seções ou de ar-
tigos. Sua designação e seu nome são grafados em letras maiúscu- TÍTULO I
las, sem o uso de negrito, e identificados por algarismos romanos. DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
Exemplo de capítulo:
CAPÍTULO II TÍTULO II – DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
DOS DIREITOS SOCIAIS
(Constituição de 1988) TÍTULO III – DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL
c) título:
O título engloba um conjunto de capítulos. A sua designação TÍTULO IV – DOS CRIMES CONTRA
deve ser grafada em letras maiúsculas e algarismos romanos. A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
Exemplo de título:
TÍTULO V TÍTULO V – DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO
DA DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTI- RELIGIOSO E CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS
CAS
(Constituição de 1988) TÍTULO VI – DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
d) livro:
Nas leis mais extensas, como os códigos, os conjuntos de TÍTULO VII – DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA
títulos são reunidos em livros, podendo estes ser agrupados em
parte, que pode ser classificada em parte geral e parte especial. TÍTULO VIII – DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA
Exemplo de livro:
PARTE GERAL TÍTULO IX – DOS CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA
LIVRO I
129 TÍTULO X – DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA
DAS PESSOAS
(Lei no 10.406, de 2002 – Código Civil)
e) especificação temática simplificada:

112
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
TÍTULO XI – DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CAPÍTULO VI
(Parte Especial do Decreto-Lei no 2.848, de 1940 – Código Penal) DA CONTESTAÇÃO
(BRASIL, 2015b)
II. Classificação segundo os institutos jurídicos e as relações
jurídicas: 17 Tópicos de técnica legislativa
Exemplo: A atividade de elaboração normativa faz uso de alguns ins-
trumentos essenciais para a construção de textos normativos
PARTE ESPECIAL marcados pela precisão, pela densidade e pela clareza.
A norma jurídica, em sua acepção abstrata, se, por um lado,
LIVRO I compreende a previsão genérica de atos e fatos da vida social, por
DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES outro, tem por missão informar ao cidadão sobre direitos e de-
veres por ela criados ou disciplinados, de forma clara e objetiva.
TÍTULO I
Das Modalidades das Obrigações Dessa forma, são recomendados, a seguir, alguns recursos
redacionais para a elaboração dos textos normativos.
TÍTULO II
Da Transmissão das Obrigações 17.1 Alteração normativa
17.1.1 Artigo de alteração da norma
TÍTULO III O artigo de alteração da norma deve fazer menção expressa
Do Adimplemento e Extinção das Obrigações ao ato normativo que está sendo alterado, conforme a formula-
ção apresentada nos exemplos a seguir:
TÍTULO IV Exemplo:
Do Inadimplemento das Obrigações Art. 1º A Lei nº 11.350, de 5 de outubro de 2006, passa a
vigorar com as seguintes alterações: (Lei nº 13.708, de 14 de
TÍTULO V agosto de 2018)
Dos Contratos em Geral Art. 1º O Decreto nº 3.520, de 21 de junho de 2000, passa a
vigorar com as seguintes alterações: (...)
TÍTULO VI (Decreto nº 9.061, de 5 de dezembro de 2018)
Das Várias Espécies de Contrato É vedado dispor sobre alterações de mais de uma norma
no mesmo artigo ou dividir alterações do mesmo ato normativo
TÍTULO VII em diversos artigos da norma alteradora. Também não deve ser
Dos Atos Unilaterais feita distinção na norma alteradora entre dispositivos alterados
(...) (BRASIL, 2002c) e dispositivos acrescidos.
III. Classificação segundo a ordem O texto de cada artigo acrescido ou alterado será transcri-
cronológica dos procedimentos: to entre aspas, com a indicação de nova redação, representada
pela expressão “(NR)”.
Exemplo:
PARTE ESPECIAL 17.1.2 Alteração parcial de artigo
Na hipótese de alteração parcial de artigo, os dispositivos
LIVRO I que não terão o seu texto alterado serão substituídos por linha
DO PROCESSO DE CONHECIMENTO pontilhada, cujo uso é obrigatório para indicar amanutenção e a
E DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA não alteração do trecho do artigo.
O Decreto nº 9.191, de 2017, estabelece as seguintes regras
TÍTULO I para o uso de linha pontilhada:
DO PROCEDIMENTO COMUM 1. no caso de manutenção do texto do caput, a linha pon-
tilhada empregada será precedida da indicação do artigo a que
CAPÍTULO I se refere;
DISPOSIÇÕES GERAIS 2. no caso de manutenção do texto do caput e do disposi-
tivo subsequente, duas linhas pontilhadas serão empregadas
CAPÍTULO II e a primeira linha será precedida da indicação do artigo a que
DA PETIÇÃO INICIAL se refere;
3. no caso de alteração do texto de unidade inferior dentro
CAPÍTULO III de unidade superior do artigo, a linha pontilhada empregada
DA IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO será precedida da indicação do dispositivo a que se refere; e
4. a inexistência de linha pontilhada não dispensará a revo-
CAPÍTULO V gação expressa de parágrafo.
DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU DE MEDIAÇÃO Observe-se que inexistência de linha pontilhada pode ser
interpretada como revogação do dispositivo ou como manuten-
ção; portanto, para evitar grave insegurança jurídica é essencial,

113
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
em especial no caso de parágrafos, ter o cuidado de colocar a to em atribuição de chefia (ou vice-versa) ou transferência de
linha pontilhada deixando explícita a manutenção do dispositivo cargo para unidade com outras competências. Também deve-se
ou, se a intenção for a revogação, não colocar linha pontilhada e, alertar para o fato que a praxe atual tem sido exigir que o apos-
simultaneamente, incluir o dispositivo na cláusula de revogação. tilamento decorrente de alteração em estrutura regimental seja
Exemplo de alteração de dispositivo: realizadas na mesma data da entrada em vigor de seu decreto.
Art. 2º O Decreto nº 3.035, de 27 de abril de 1999, passa a 18.2 Forma e estrutura
vigorar com as seguintes alterações: A apostila tem a seguinte estrutura:
“Art. 1º ............................................................................... a) título: o termo “APOSTILA” escrito em letra maiúscula,
............................................................................................. com alinhamento centralizado ;
§ 1º O Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidên- b) texto: o conteúdo do texto deve apresentar a correção do
cia da República exercerá a delegação de competência prevista erro material constante do ato original;
neste artigo quanto aos órgãos diretamente subordinados ao c) local e data: por extenso e alinhado à esquerda; e
Presidente da República cujos titulares não sejam Exemplo: Brasília, 12 de agosto de 2018.
Ministros de Estado. d) identificação do signatário: abaixo da assinatura e com
................................................................................” (NR) alinhamento à esquerda.
(Decreto nº 9.533, de 2018) Exemplo:
NOME (em maiúsculas)
17.2 Retificação e republicação Cargo (somente as iniciais em maiúsculas)
Os termos “retificação” e “republicação” foram utilizados No original do ato normativo, próximo à apostila, deverá ser
sem uniformidade até a definição adotada pelo Decreto nº mencionada a data de publicação da apostila no boletim de ser-
9.191, de 2017 (art. 55 e art. 56). viço ou no boletim interno.
O termo “republicação” agora é utilizado para designar ape- Exemplo de apostila:
nas a hipótese de o texto publicado não corresponder ao origi- APOSTILA
nal assinado pela autoridade. Não se pode cogitar essa hipótese No Decreto de nomeação de FULANO DE TAL, de 29 de julho
por motivo de erro já constante do documento subscrito pela de 2018, para o cargo de Secretário-Executivo do Ministério da
Educação, onde se lê: “M”, leia-se: “N”.
autoridade ou, muito menos, por motivo de alteração na opi-
Brasília, 30 de julho de 2018.
nião da autoridade.
NOME
Considerando que os atos normativos somente produzem
Ministro de Estado da Educação
efeitos após a publicação no Diário Oficial da União, mesmo no
caso de republicação, não se poderá cogitar a existência de efeitos
19 Atos normativos
retroativos com a publicação do texto corrigido. Contudo, o texto
19.1 Forma e estrutura
publicado sem correspondência com aquele subscrito pela auto-
A estrutura dos atos normativos é composta por dois elemen-
ridade poderá ser considerado inválido com efeitos retroativos. tos básicos: a ordem legislativa e a matéria legislada. A ordem legis-
Já a retificação se refere aos casos em que texto publicado lativa compreende a parte preliminar e o fecho da lei ou do decreto;
corresponde ao texto subscrito pela autoridade, mas que con- a matéria legislada diz respeito ao texto ou ao corpo do ato.
tinha lapso manifesto.
A retificação requer nova assinatura pelas autoridades en- 19.1.1 Ordem legislativa
volvidas e, em muitos casos, é menos conveniente do que a 19.1.1.1 Das partes do ato normativo
mera alteração da norma segundo o procedimento previsto no O projeto de ato normativo é estruturado em três partes
subitem 17.1. básicas:
a) parte preliminar, com:
18 Apostila 1. a epígrafe
18.1 Definição e finalidade 2. a ementa; e
A correção de erro material que não afete a substância do 3. o preâmbulo, com:
ato singular de caráter pessoal e as retificações ou alterações da 3.1. a autoria;
denominação de cargos, funções ou órgãos que tenham tido a 3.2. o fundamento de validade; e
denominação modificada em decorrência de lei ou de decreto 3.3. quando couber, a ordem de execução, o enunciado do
superveniente à expedição do ato pessoal a ser apostilado são objeto e a indicação do âmbito de aplicação da norma;
realizadas por meio de apostila. b) parte normativa, com as normas que regulam o objeto; e
O apostilamento é de competência do setor de recurso hu- c) parte final, com:
manos do órgão, autarquia ou fundação, e dispensa nova assina- 1. disposições sobre medidas necessárias à implementação
tura da autoridade que subscreveu o ato originário. das normas constantes da parte normativa;
Deve-se ter especial atenção quando do uso do apostila- 2. as disposições transitórias;
mento para os atos relativos à vacância ou ao provimento decor- 3. a cláusula de revogação, quando couber; e
rentes de alteração de estrutura de órgão, autarquia ou funda- 4. a cláusula de vigência. A ementa, a autoria, a parte nor-
ção pública. O apostilamento não se aplica aos casos nos quais mativa e a cláusula de vigência são elementos essenciais para
a essência do cargo em comissão ou da função de confiança a adequada redação de todo o ato normativo. Os demais ele-
tenham sido alterados, tais como nos casos de alteração do ní- mentos podem ou não constar no ato, conforme a natureza e o
vel hierárquico, transformação de atribuição de assessoramen- objeto do ato normativo.

114
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
19.1.1.2 Epígrafe Já o decreto regulamentar extrai seu fundamento de vali-
A epígrafe é a parte do ato que o qualifica na ordem jurídica dade da Constituição, art. 84, inciso IV,combinado com (e tendo
e o situa no tempo, por meio da denominação, da numeração e em vista) lei, em sentido estrito. Constitui-se em equívoco grave
da data, devendo ser grafadas em maiúsculas e sem ponto final. pretender que determinado decreto tenha como fundamento
Exemplos de epígrafe: de validade o art. 84, inciso IV, da Constituição de modo isolado.
LEI COMPLEMENTAR Nº 95, DE 26 DE FEVEREIRO DE 1998 Convém salientar que, no preâmbulo dos decretos regu-
DECRETO Nº 9.191, DE 1º DE NOVEMBRO DE 2017 lamentares devem ser citadas apenas as normas que dão fun-
damento de validade para o ato, não cabendo mencionar atos
19.1.1.3 Ementa normativos meramente relacionados com o conteúdo do ato.
A ementa é a parte do ato que resume o conteúdo do ato Por fim, registre-se que, exceto na hipótese de atos interna-
normativo para permitir, de modo objetivo e claro, o conheci- cionais, não é mais admitida a colocação de considerandos em
mento da matéria legislada. atos normativos. Os esclarecimentos sobre o pretendido com o
Exemplo de ementa: ato normativo deve constar da Exposição de Motivos e dos pa-
Estabelece as normas e as diretrizes para receres técnicos e jurídicos.
elaboração, redação, alteração, consolidação e
encaminhamento de propostas de atos 19.1.1.5 Objeto e âmbito de aplicação
normativos ao Presidente da República pelos O primeiro artigo do ato normativo indicará o seu objeto e o
Ministros de Estado. seu âmbito de aplicação, de forma específica, em conformidade
(Decreto nº 9.191, de 2017) com o conhecimento técnico ou científico da área. Os primeiros
A síntese contida na ementa deve resumir o tema central ou artigos devem indicar, quando necessário, o objeto e o âmbito
a finalidade principal da lei. de aplicação do ato normativo.
Deve-se evitar, portanto, mencionar apenas um tópico ge- Cumpre não confundir a indicação do âmbito de aplicação
nérico da lei acompanhado da expressão “e dá outras providên- do ato normativo com a mera especificação do tema central da
cias”, que somente em atos normativos de excepcional exten- lei, já constante da ementa. Especificar o âmbito de aplicação
são, com multiplicidade de temas e, paralelamente, se a questão significa indicar relações jurídicas para as quais a norma se des-
não expressa for pouco relevante e estiver relacionada com os tina. Toda a norma de maior complexidade necessita de espe-
demais temas explícitos na ementa. cificação sobre se sua aplicação está voltada a relações de Di-
reito público ou de Direito privado, à esfera federal ou a todos
19.1.1.4 Preâmbulo os entes da Federação, apenas ao Poder Executivo ou também
O preâmbulo contém a declaração do nome da autoridade, aos outros Poderes, a servidores regidos pelo Regime Jurídico
do cargo em que se encontra investida e da atribuição constitu- ou a servidores regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho,
cional em que se funda, quando for o caso, para promulgar o ato aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, a
normativo e a ordem de execução ou mandado de cumprimen- relações contratuais em geral ou apenas a relações de consumo,
to, a qual prescreve a força coativa do ato normativo. à administração direta ou à administração indireta, entre outras
Exemplo de preâmbulo de medida provisória: situações que necessitam ser esclarecidas, sob pena de contro-
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe vérsias em sua aplicação.
confere o art. 62 da Constituição, adota a seguinte medida pro- Exemplo de especificação de objeto e âmbito de aplicação:
visória, com força de lei: Art. 1º Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recupe-
Exemplo de preâmbulo de lei: ração extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso empresária, doravante referidos simplesmente como devedor.
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 2º Esta Lei não se aplica a:
Observe-se que o modelo mencionado aplica-se apenas I – empresa pública e sociedade de economia mista;
para leis sendo remetidas à publicação. Quando a lei ainda está II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de
na fase de tramitação legislativa, a formulação do preâmbulo é crédito, consórcio, entidade de previdência complementar, so-
a seguinte: ciedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade
Exemplo de preâmbulo de decreto: seguradora, sociedade de capitalização e outras entidades legal-
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que mente equiparadas às anteriores. (Lei nº 11.101, de 2005)
lhe confere o art. 84, caput, incisos IV e VI, alínea “a”, da Consti-
tuição, e tendo em vista o disposto na Lei Complementar nº 95, 19.1.1.6 Fecho de lei ou de decreto
de 26 de fevereiro de 1998, Existe a tradição de colocar, no fecho de leis e de decretos,
DECRETA: referência à contagem dos anos em relação a dois acontecimen-
É necessário ter cuidado na redação do fundamento de va- tos marcantes de nossa história: a Declaração da Independência
lidade quando da elaboração de decretos. e a Proclamação da República.
Nos casos mais comuns, os decretos precisam ser classifica- Exemplo:
dos como regulamentares ou como organizacionais (autônomos). Brasília, 1º de dezembro de 2018; 197 o da Independência
O decreto organizacional deve estar fundamentado no art. e 130o da República.
84, inciso VI, alínea “a”. O fundamento de validade é a própria
norma constitucional e não cabe mencionar ato normativo infra-
constitucional como fundamento de validade.

115
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
19.1.2 Matéria legislada: texto ou corpo da lei 19.1.2.2 Cláusula de revogação
O texto ou corpo do ato normativo contém a matéria le- Até a edição da Lei Complementar no 95, de 1998, a cláu-
gislada, isto é, as disposições que alteram a ordem jurídica. É sula de revogação podia ser específica ou geral. Desde então,
composto por artigos, que, em ordem numérica crescente, admite-se somente a cláusula de revogação específica. Dessa
enunciam as regras sobre a matéria legislada. maneira, atualmente é vedado o uso de cláusula revogatória as-
Na tradição legislativa brasileira, o artigo constitui a unida- sim expressa: “Revogam-se as disposições em contrário.”
de básica para a apresentação, a divisão ou o agrupamento de A revogação é específica quando precisa o ato normativo ou
assuntos de um texto normativo. Os artigos podem desdobrar- os dispositivos deleque ficam revogados.
-se, por sua vez, em parágrafos e incisos; os parágrafos em inci- O padrão atual determina que cláusula de revogação seja
sos; estes, em alíneas; e estas, em itens. subdividida em incisos e, eventualmente, em alíneas, quando
Exemplo: se tratar de revogação de mais de um ato normativo ou, até
Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz: mesmo, quando se tratar de dispositivos não sucessivos de um
I - acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na mesmo ato normativo. A providência é relevante para facilitar a
reconvenção; rápida e precisa dos dispositivos revogados.
II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência Exemplos de cláusulas de revogação específicas:
de decadência ou prescrição; Art. 4 Fica revogado o Decreto no 7.965, de 21 de março
III - homologar: de 2013.
a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado (Decreto no 8.208, de 2014)
na ação ou na reconvenção; Art. 2 Fica revogado o inciso VIII caput do art. 7º do Anexo I
b) a transação; e do Decreto no 9.260, de 2017.
c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na recon- (Decreto no 7.664, de 2012)
venção. Art. 3 Ficam revogados os seguintes dispositivos do Regu-
Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do § 1º do art. 332, lamento do Serviço de Retransmissão de Televisão e do Serviço
a prescrição e a decadência não serão reconhecidas sem que de Repetição de Televisão, ancilares ao Serviço de Radiodifusão
antes seja dada às partes oportunidade de manifestar-se. de Sons e Imagens, aprovado pelo Decreto nº 5.371, de 2005:
(BRASIL, 2015b) I – o parágrafo único do art. 13;
II – o § 3º do art. 14;
19.1.2.1 Agrupamento de dispositivos III – o inciso II do caput do art. 41; e
Como assinalado no subitem “16.2 Sistemática externa da IV – o art. 46.
lei”, a dimensão de determinados textos legais exige uma siste- (Decreto no 9.479, de 2018)
matização adequada. No direito brasileiro, consagrase a seguin- Art. 10. Ficam revogados os seguintes dispositivos do Anexo
te prática para a divisão das leis mais extensas: I ao Decreto nº 9.003, de 13 de março de 2017:
a) um conjunto de artigos compõe uma seção ou subseção; I – em relação ao art. 2º:
b) uma seção é composta por várias subseções; a) a alínea “b” do inciso I do caput;
c) um conjunto de seções constitui um capítulo; b) os itens 1 e 2 da alínea “e” do inciso II do caput;
d) um conjunto de capítulos constitui um título; e c) o item 3 da alínea “f” do inciso II do caput; e
e) um conjunto de títulos constitui um livro. d) o item 4 da alínea “g” do inciso II do caput;
Se a estrutura do texto requerer agrupamento, adotam-se II – o art. 4º;
as partes, que se denominam parte geral e parte especial (PI- III – os incisos II e III do caput e o parágrafo único do art. 28;
NHEIRO, 1962, p. 110). IV – os incisos VIII, XI e XII do caput do art. 35;
Exemplo: V – os incisos VII, X e XI do caput do art. 36;
PARTE GERAL VI – o art. 41; e
LIVRO I VII – o art. 42.
DAS PESSOAS (Decreto no 9.266, de 2018)
TÍTULO I
DAS PESSOAS NATURAIS 19.1.2.3 Cláusula de vigência
CAPÍTULO I Caso a lei não defina data ou prazo para entrada em vigor,
DA PERSONALIDADE E DA CAPACIDADE aplica-se o preceito do art. 1o do Decreto-Lei no 4.657, de 4 de
CAPÍTULO II setembro de 1942 – Lei de Introdução às Normas do Direito Bra-
DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE sileiro, segundo o qual, exceto se houver disposição em contrá-
CAPÍTULO III rio, a lei começa a vigorar em todo o país 45 dias após a data de
DA AUSÊNCIA sua publicação. Contudo, não é de boa técnica legislativa deixar
Seção I de prever, de modo expresso, a data de entrada em vigor do ato
Da Curadoria dos Bens do Ausente normativo.
Seção II No âmbito do Poder Executivo federal, a tendência atual é
Da Sucessão Provisória reduzir as hipóteses de entrada em vigor imediata de atos nor-
Seção III mativos; portanto, a cláusula padrão “Esta Lei entra em vigor na
Da Sucessão Definitiva data de sua publicação” não deve ser posta, de modo acrítico e
(BRASIL, 2002c) automático, ao final de todas as normas.

116
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
É natural que os interessados na matéria queiram a rápida II – no 1º dia do mês subsequente à data de sua publicação,
produção de efeitos, mas sempre convém analisar se a aplicação quanto aos demais dispositivos.
imediata e incondicionada de ato normativo recém-publicado (exemplo fictício)
não causará danos para a organização da administração pública A fixação de vacatio legis utilizando a fórmula “Esta Lei [Este
e para as atividades dos particulares maiores do que as preten- Decreto] entra em vigor X dias [semanas/meses/anos] após a
sas vantagens dos efeitos imediatos. data de sua publicação”, como se observa dos exemplo anterio-
O art. 23 do Decreto nº 9.191, de 2017, estabelece a adoção res, não é mais a fórmula preferencial.
de vacatio legis para os atos normativos:
I – de maior repercussão; Na contagem do prazo para entrada em vigor dos atos nor-
II – que demandem tempo para esclarecimentos ou exijam mativos que estabeleçam período de vacância considera-se o
medidas de adaptação pela população; dia da publicação como dia zero e a data de entrada em vigor
III – que exijam medidas administrativas prévias para a apli- como o dia da consumação integral do prazo. A contagem não é
cação de modo ordenado; ou interrompida ou suspensa em fins de semana ou feriados. Pode
IV – em que não convenha a produção de efeitos antes da ocorrer, inclusive, se a entrada em vigor do ato normativo ocor-
edição de ato normativo inferior ainda não publicado. rer em dia não útil.
Além de se estudar o prazo necessário para a vacatio legis Caso a vacatio legis seja estabelecida em semanas, meses
convém atentar para o período do ano, do mês ou da semana no ou anos considera-se que a entrada em vigor ocorrerá no dia de
qual norma entrará em vigor. Por exemplo, caso a norma afete igual número do de início, ou no imediatamente posterior, se
questões de cálculo de pagamentos deve-se evitar a entrada em faltar exata correspondência.
vigor no meio do mês. Já caso a norma exija medidas a serem
tomadas no dia da entrada em vigor convém evitar a vigência 19.1.3 Assinatura e referenda
fora de dia útil. Os atos normativos devem ser assinados pela autoridade
Outa recomendação relevante é evitar utilizar a data de 1º competente.
de janeiro para início da vigência ou da produção de efeitos sem Todos os atos submetidos ao Presidente da República de-
análise da conveniência de os particulares e a administração te- vem ser referendadas pelos Ministros de Estado que respondam
rem de tomar providência em dia que é feriado e, muitas vezes, pela matéria (Constituição, art. 87, parágrafo único, inciso I), que
coincide com troca de governo. assumem, assim, a corresponsabilidade por sua execução e ob-
Estes são alguns exemplos de formulações que, segundo os servância (PINHEIRO, 1962, p. 189-190).
novos padrões, podem ser adotadas na cláusula de vigência: No caso dos atos de nomeação de Ministro de Estado, a re-
a) Formulação padrão para medidas provisórias, nas quais, ferenda será do Ministro de Estado da Justiça, ao qual também
considerando a urgência e relevância inerentes ao ato, a vacatio compete referendar de atos cuja matéria não seja afeta a ne-
legis ou a postergação de efeitos somente podem ser admitidas nhum outro Ministério.
em situações excepcionais. A referenda de atos propostos por autoridades subordina-
Exemplo: das diretamente ao Presidente da República, mas que não sejam
Art. 7º Esta Medida Provisória entra em vigor na data de Ministros de Estado, é da competência do Ministro de Estado
sua publicação. (Medida Provisória nº 858, de 23 de novembro Chefe da Casa Civil da Presidência da República.
de 2018) Cumpre observar que a referenda é competência privativa
b) Formulação própria para decretos, nos quais se tem ad- de Ministros de Estado, não podendo ser exercida por outras au-
ministração da data exata de publicação; portanto, pode-se defi- toridades (dirigentes de entidades da administração indireta, se-
nir o dia exato de entrada em vigor. cretários especiais, secretários-executivos etc. que não estejam
Exemplo: no exercício da interinidade como Ministros de Estado) ou dele-
Art. 60. Este Decreto entra em vigor em 1º de fevereiro de gada. Considerando que a competência é, constitucionalmente,
2018. (Decreto nº 9.191, de 2017) de Ministros de Estado, nem mesmo autoridades equiparadas
No caso de decretos, a praxe atual consiste em órgão pro- a Ministros de Estado, mas que, em sentido estrito, não sejam
ponente encaminhar proposta à Presidência da República con- Ministros de Estado, podem exercer a competência.
tendo o tempo necessário de vacatio legis, e a indicação do mo-
mento mais oportuno de entrada em vigor. Com base nessas in- 20 Lei ordinária
formações, a Casa Civil da Presidência da República arbitra data 20.1 Definição
de entrada em vigor imediatamente antes de submeter o ato ao A lei ordinária é ato normativo primário e contém, em regra,
Presidente da República. normas gerais e abstratas.
c) Exemplo de formulação para leis nas quais não se é possí- Embora as leis sejam definidas, normalmente, pela gene-
vel antever a data de publicação. ralidade e pela abstração (lei material), estas contêm, não rara-
Observe-se que, como consta do exemplo, a vigência não mente, normas singulares (lei formal ou ato normativo de efei-
precisa ser a mesma para todos os dispositivos. tos concretos).
Exemplo: São exemplos de lei formal:
Art. 80. Esta Lei entra em vigor: a) Lei Orçamentária Anual (Constituição, art. 165, § 5);
I – no 1º dia do sexto mês após a data de sua publicação, b) leis que autorizam a criação de empresas públicas, socie-
quanto aos arts. 41 a. 79; e dades de economia mista, autarquias e fundações (Constituição,
art. 37, caput, inciso XIX).

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Trata sobre assuntos diversos da área penal, civil, tributária, tar seria atribuída por um elemento de índole formal, que é a
administrativa e da maior parte das normas jurídicas do país, re- sua aprovação pela maioria absoluta de cada uma das Casas do
gulando quase todas as matérias de competência da União, com Congresso. A qualificação de uma lei como complementar de-
sanção do Presidente da República. O projeto de lei ordinária é penderia, assim, de um elemento aleatório. Essa não é a melhor
aprovado por maioria simples. Pode ser proposto pelo Presiden- interpretação. Ao estabelecer um terceiro tipo, o constituinte
te da República, por deputados, senadores, Supremo Tribunal pretendeu assegurar certa estabilidade e um mínimo de rigidez
Federal , tribunais superiores e Procurador-Geral da República. às normas que regulam certas matérias. Dessa forma, elimina-
Os cidadãos também podem propor tal projeto, desde que seja -se eventual discricionariedade do legislador, e se entende que
subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado do País, leis complementares propriamente ditas são aquelas exigidas
distribuído pelo menos por cinco estados, com não menos de expressamente pelo texto constitucional (ATALIBA, 1971, p. 28;
0,3% dos eleitores de cada um deles. FERREIRA FILHO, 2012, p. 240- 241).
Acentue-se, por outro lado, que existem matérias que so- Disso decorre que:
mente podem ser disciplinadas por lei ordinária10, sendo, aliás, a) Pode-se identificar as matérias reservadas à lei comple-
vedada a delegação (Constituição, art. 68, § 1o , incisos I, II e III). mentar pela expressa menção no texto constitucional. Não se
pode pretender estender as matérias reservadas à lei comple-
20.2 Objeto mentar com base em argumentos de maior importância da ma-
O Estado de Direito (Constituição, art. 1) define-se pela sub- téria ou de conveniência política;
missão de diversas relações da vida ao Direito. Assim, não deve- b) A utilização de lei complementar nas hipóteses constitu-
ria haver, em princípio, domínios vedados à lei. Essa afirmativa cionalmente prescritas é obrigação e não faculdade. Não existe
é, todavia, apenas parcialmente correta. Existem matérias que, a possibilidade de se dispor por meio de lei ordinária sobre a
por força constitucional, não serão objeto de lei ordinária. Nesse matéria enquanto não editada a lei complementar.
sentido, a Constituição define matérias de competência exclusi- c) Não existe entre lei complementar e lei ordinária (ou me-
va do Congresso Nacional (art. 49), a serem disciplinadas me- dida provisória:) uma relação de hierarquia, pois seus campos
diante decreto legislativo. Há, ainda, por exemplo, competên- de abrangência são diversos. Assim, a lei ordinária que invadir
cias privativas do Senado Federal e da Câmara dos Deputados matéria de lei complementar é inconstitucional, e não ilegal12;
(Constituição, arts. 51 e 52). Por fim, a Emenda Constitucional d) Norma pré-constitucional de qualquer espécie que verse
no 32, de de 2001, permitiu a disciplina de matérias por decreto sobre matéria que a Constituição de 1988 reservou à lei comple-
do Presidente da República (art. 84, caput, inciso VI, alíneas “a” mentar foi recepcionada pela nova ordem constitucional como
e “b”). lei complementar
Por outro lado, existem matérias que somente podem ser e) Lei votada com o procedimento de lei complementar e
disciplinadas por lei ordinária, sendo, aliás, vedada a delegação denominada como tal, ainda assim, terá efeitos jurídicos de lei
(Constituição, art. 68, § 1, incisos I, II, III). ordinária, podendo ser revogada por lei ordinária posterior, se
versar sobre matéria não reservada constitucionalmente à lei
21 Lei complementar complementar; e
f) Dispositivos de uma lei complementar que não tratarem
10 Na edição anterior do Manual de Redação da Presidên- de matéria constitucionalmente reservada à lei complementar
cia, havia referência ao entendimento do Supremo Tribunal Fe- possuem efeitos jurídicos de lei ordinária. Contudo, apesar de
deral quanto a não sujeição dos atos normativos de efeito con- constitucionalmente legítimo, não é tecnicamente recomendável
creto ao controle abstrato de constitucionalidade. Ocorre que, misturar no corpo de lei complementar matéria de lei ordinária.
com o julgamento damedida cautelar na Ação Direta de Incons-
titucionalidade no 4.048/DF, a Corte mudou seu posicionamen- 22 Lei delegada
to, passando a aceitar a submissão de normas orçamentárias ao 22.1 Definição
controle abstrato de constitucionalidade. (BRASIL, 2008) Lei delegada é o ato normativo elaborado e editado pelo Pre-
21.1 Definição sidente da República em decorrência de autorização do Poder Le-
As leis complementares são um tipo de lei que não têm a gislativo, expedida por meio de resolução do Congresso Nacional
rigidez dos preceitos constitucionais, e tampouco comportam a e dentro dos limites nela traçados (Constituição, art. 68).
revogação por força de qualquer lei ordinária superveniente Trata-se de espécie normativa em desuso no âmbito fede-
. Com a instituição de lei complementar, o constituinte bus- ral. Apenas duas leis delegadas foram promulgadas após a Cons-
cou resguardar determinadas matérias contra mudanças céleres tituição de 1988, a Lei Delegada n 12, de 7 de agosto de 1992, e
ou apressadas, sem deixá-las exageradamente rígidas, o que di- a Lei n 13, de 27 de agosto de 1992.
ficultaria sua modificação.
A lei complementar deve ser aprovada pela maioria absolu- 22.2 Objeto
ta de cada uma das Casas do Congresso Nacional (Constituição, A Constituição (art. 68, § 1) estabelece que não podem ser
art. 69). objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Con-
gresso Nacional, os de competência privativa da Câmara dos De-
21.2 Objeto putados ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei com-
Caberia indagar se a lei complementar tem matéria própria. plementar, nem a legislação sobre:
Pode-se afirmar que, sendo toda e qualquer lei uma comple- “I – organização do Poder Judiciário e do Ministério Público,
mentação da Constituição, a sua qualidade de lei complemen- a carreira e a garantia de seus membros;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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II – nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos Além disso, o Decreto nº 9.191, de 2017, recomenda que
e eleitorais; e não seja objeto de medida provisória a matéria “que possa ser
III – planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orça- aprovada sem dano para o interesse público nos prazos esta-
mentos.” belecidos pelo procedimento legislativo de urgência previsto na
Constituição” (art. 35, caput, inciso V).
23 Medida provisória
23.1 Definição 24 Decreto
Medida provisória é ato normativo com força de lei que 24.1 Definição
pode ser editado pelo Presidente da República em caso de rele- Decretos são atos administrativos de competência exclusiva
vância e urgência. Na hipótese de medida provisória destinada à do Chefe do Executivo, destinados a prover as situações gerais ou
abertura de crédito extraordinário (Constituição, art. 167, § 3º), individuais, abstratamente previstas, de modo expresso ou implí-
também existe o requisito da imprevisibilidade da situação que cito, na lei (MEIRELLES, 2013, p. 189-190). Essa é a definição clás-
motivou a sua edição. sica, que não se aplica aos decretos autônomos, tratados adiante.
“1. A norma revogada – embora inserida formalmente em
lei complementar – concedia isenção de tributo federal e, por-
24.2 Decretos singulares ou de efeitos concretos
tanto, submetia-se à disposição de lei federal ordinária, que outra
Os decretos podem conter regras singulares ou concretas
lei ordinária da União, validamente, poderia revogar, como efeti-
vamente revogou. 2. Não há violação do princípio da hierarquia (por exemplo, decretos referentes à questão de pessoal, de
das leis – rectius, da reserva constitucional de lei complementar abertura de crédito, de desapropriação, de cessão de uso de
– cujo respeito exige seja observado o âmbito material reserva- imóvel, de indulto, de perda de nacionalidade, etc.).
do pela Constituição às leis complementares. 3. Nesse sentido, a Os decreto singulares costumavam não ser numerados,
jurisprudência sedimentada do Tribunal, na trilha da decisão da numa prática que foi abolida com o Decreto nº 9.191, de 2017.
ADC 1, 1 .12.93, Moreira Alves, RTJ 156/721, e também pacificada Atualmente, apenas os decreto relativas às questões de pessoal
na doutrina”. (BRASIL, 2006b) não são numerados e também não possuem ementa.

A medida provisória deve ser submetida de imediato à deli- 24.3 Decretos regulamentares
beração do Congresso Nacional. Os decretos regulamentares são atos normativos subordi-
As medidas provisórias perdem a eficácia desde a edição se nados ou secundários. A diferença entre a lei e o regulamento,
não forem convertidas em lei no prazo de 60 dias, prorrogável por no Direito brasileiro, não se limita à origem ou à supremacia da-
mais 60 dias. Nesse caso, o Congresso Nacional deverá disciplinar, quela sobre este. A distinção substancial é de que a lei inova ori-
por decreto legislativo, as relações jurídicas decorrentes da medida ginariamente o ordenamento jurídico, enquanto o regulamento
provisória. Se tal disciplina não for feita no prazo de 60 dias após a não o altera, mas fixa, tão-somente, as: [...] regras orgânicas e
rejeição ou a perda de eficácia de medida provisória, as relações processuais destinadas a pôr em execução os princípios institu-
jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados durante a cionais estabelecidos por lei, ou para desenvolver os preceitos
vigência da medida provisória permanecem regidas por ela. constantes da lei, expressos ou implícitos, dentro da órbita por
ela circunscrita, isto é, as diretrizes, em pormenor, por ela deter-
23.2 Objeto minadas. (MELLO, 1969, p. 314-316).
As medidas provisórias têm por objeto, basicamente, a Como observa Celso Antônio Bandeira de Mello, a generali-
mesma matéria das leis ordinárias; contudo, não podem ser ob- dade e o caráter abstrato da lei permitem particularizações gra-
jeto de medida provisória as seguintes matérias: dativas quando não têm como fim a especificidade de situações
a) Nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos po-
insuscetíveis de redução a um padrão qualquer (MELLO, 1981, p.
líticos e direito eleitoral;
83). Disso resulta, não raras vezes, margem de discrição adminis-
b) Direitos Penal, Processual Penal e Processual Civil;
trativa a ser exercida na aplicação da lei.
c) Organização do Poder Judiciário e do Ministério Público,
a carreira e a garantia de seus membros;
d) Planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento 24.4 Decretos autônomos
e créditos adicionais e suplementares, ressalvada a abertura de Com a edição da Emenda Constitucional no 32, de 2001,
crédito extraordinário, a qual é expressamente reservada à me- introduziu-se no ordenamento pátrio ato normativo conhecido
dida provisória (Constituição, art. 167, § 3); doutrinariamente como decreto autônomo, decreto que decor-
e) Aquelas que visem à detenção ou ao sequestro de bens, re diretamente da Constituição, possuindo efeitos análogos ao
de poupança popular ou de qualquer outro ativo financeiro; de uma lei ordinária.
f) Aquelas reservadas à lei complementar; Tal espécie normativa, contudo, limita-se às hipóteses de
g) Já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congres- organização e funcionamento da administração pública federal,
so Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da Re- quando não implicar aumento de despesa nem criação ou ex-
pública; tinção de órgãos públicos, e de extinção de funções ou cargos
h) Aprovação de Código; e públicos, quando vagos(Constituição, art. 84, caput, inciso VI).
i) Regulamentação de artigo da Constituição, cuja redação
tenha sido alterada por meio de emenda constitucional promul-
gada no período compreendido entre 1o de janeiro de 1995 até
a promulgação da Emenda Constitucional no 32, de 11 de se-
tembro de 2001.

119
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
25 Portaria III – deslocamentos de mais de dez pessoas para o mesmo
25.1 Definição e objeto evento; e
É o instrumento pelo qual Ministros ou outras autoridades IV – deslocamentos para o exterior, com ônus.
expedem instruções sobre a organização e o funcionamento de Parágrafo único. A competência para autorizar a concessão
serviço, sobre questões de pessoal e outros atos de sua compe- das diárias e passagens de que tratam os incisos I a III do caput
tência. fica delegada, nos respectivos órgãos e entidades:
Tal como os atos legislativos, a portaria contém parte preli- I – ao Secretário Especial de Agricultura Familiar e do De-
minar, parte normativa e parte final, dessa forma, as considera- senvolvimento Agrário;
ções do subitem “19.1 Forma e estrutura” são válidas. Porém a II – aos presidentes do INCRA e do ITI; e
portaria não possui fecho e, além disso, as portarias relativas às III – ao Interventor Federal.
questões de pessoal não contêm ementa. Art. 3º A concessão de diárias e passagens do Secretário-
Exemplo de portaria: -Executivo da Casa Civil será autorizada pelo Ministro de Estado
PORTARIA Nº 936, DE 8 DE AGOSTO DE 2018 Chefe da Casa Civil.
Delega competência para autorização de Art. 4º A autoridade responsável pela autorização da con-
concessão de diárias e passagens no âmbito da Casa Civil da cessão das diárias e passagens ficará responsável pela aprova-
Presidência da República. ção da respectiva prestação de contas.
O MINISTRO DE ESTADO CHEFE DA CASA CIVIL DA PRESI- Art. 5º Os limites de gastos com diárias e passagens de que
DÊNCIA DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o trata o § 3º do art. 6º do Decreto nº 7.689, de 2012, deverão ser
art. 87, parágrafo único, incisos I e II, da Constituição, e tendo distribuídos entre as unidades elencadas no art. 1º.
em vista o disposto no art. 12 da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro Parágrafo único. O Secretário-Executivo da Casa Civil deve-
de 1999, e no art. 6º e art. 7º do Decreto nº 7.689, de 2 de março rá, em ato próprio a ser publicado no Boletim Interno, definir os
de 2012, resolve: limites de gastos com diárias e passagens anualmente.
Art. 1º A competência para autorizar a concessão de diárias Art. 6º Ficam convalidados os atos de autorização de con-
e passagens aos servidores fica delegada aos dirigentes máxi- cessão de diárias e passagens relativos ao Gabinete de Interven-
mos das seguintes unidades: ção Federal no Estado do Rio de Janeiro até a data de entrada
I – Assessoria Especial; em vigor desta Portaria.
II – Secretaria-Executiva; Art. 7º Ficam revogadas:
III – Subchefia de Análise e Acompanhamento de Políticas I – a Portaria nº 964, de 5 de outubro de 2017; e
Governamentais; II – a Portaria nº 1.031, de 13 de novembro de 2017.
IV – Subchefia de Articulação e Monitoramento; Art. 8º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
V – Subchefia para Assuntos Jurídicos;
VI – Secretaria do Conselho de Desenvolvimento Econômico O PROCESSO LEGISLATIVO
e Social;
VII – Secretaria-Executiva da Comissão de Ética Pública; 26 Introdução
VIII – Imprensa Nacional; O processo legislativo abrange não só a elaboração das leis
IX – Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desen- propriamente ditas (leis ordinárias, leis complementares, leis
volvimento Agrário; delegadas), mas também a elaboração das emendas constitu-
X – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária ─ cionais, das medidas provisórias, dos decretos legislativos e das
INCRA; resoluções (BRASIL, 1988, art. 59).
XI – Instituto Nacional de Tecnologia da Informação ─ ITI; e O decreto legislativo e a resolução são utilizados pelo Con-
XII – Gabinete de Intervenção Federal no Estado do Rio de gresso Nacional ou por uma de suas Casas para tratar de matéria
Janeiro. de sua competência exclusiva. Não estão sujeitos à sanção pelo
§ 1º A concessão de diárias e passagens dos servidores lo- Presidente da República. Em geral, aplicam-se as regras de ela-
tados no Gabinete do Ministro será autorizada pelo Secretário- boração da lei ordinária, mas o detalhamento do procedimen-
-Executivo da Casa Civil. to compete aos regimentos internos. Por decreto legislativo, o
§ 2º Os dirigentes mencionados no caput designarão, aos Congresso Nacional:
gestores setoriais do Sistema de Concessão de Diárias e Passa- a) resolve sobre tratados internacionais (BRASIL, 1988,
gens (SCDP), os servidores que realizarão os procedimentos de art. 49);
concessão e de autorização de diárias e passagens. b) disciplina relações ocorridas na vigência de medida provi-
Art. 2º Fica delegada ao Secretário-Executivo da Casa Civil, sória não convertida em lei (BRASIL, 1988, art. 62); e
vedada a subdelegação, salvo nas hipóteses em que o desloca- c) susta atos do Poder Executivo que exorbitem do poder
mento exigir manutenção do sigilo, observado o § 8º do art. 7º regulamentar (BRASIL, 1988, art. 49).
do Decreto nº 7.689, de 2012, a competência para autorizar a A resolução, a seu turno, é utilizada principalmente pelo
concessão de diárias e passagens referentes à: Senado Federal para se desincumbir de suas competências rela-
I – deslocamentos de servidores ou militares por prazo su- cionadas ao Imposto sobre Operações relativas à Circulação de
perior a dez dias contínuos; Mercadorias – ICMS (BRASIL, 1988, art. 155), para dispor sobre
II – mais de quarenta diárias intercaladas por servidor no limites de endividamento dos entes e suspender a execução de
ano; lei declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal no
controle difuso de constitucionalidade (BRASIL, 1988, art. 52).

120
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
O processo de elaboração das leis ordinárias e complemen- d) disponham sobre servidores da União e Territórios: provi-
tares segue o mesmo itinerário (FERREIRA FILHO, 2012, p. 217, mento de cargos, regime jurídico (estabilidade e aposentadoria);
241), ressalvada a exigência de aprovação por maioria absoluta e) disponham sobre a organização do Ministério Público e
em cada uma das Casas do Congresso Nacional, aplicável às leis da Defensoria Pública da União;
complementares (BRASIL, 1988, art. 69). O processo pode ser f) disponham sobre normas gerais para a organização do
desdobrado nas seguintes etapas: Ministério Público e da Defensoria Pública dos Estados, do Dis-
a) iniciativa; trito Federal e dos Territórios;
b) discussão; g) criem e extingam órgãos da administração pública;
c) deliberação ou votação; h) disponham sobre militares das Forças Armadas, provi-
d) sanção ou veto; mento de cargos, regime jurídico (promoção, estabilidade, re-
e) promulgação; e muneração, reforma e transferência para a reserva.
f) publicação.
27.2.2 Iniciativa reservada da Câmara dos Deputados e do
27 Iniciativa Senado Federal
A iniciativa é a proposta de edição de direito novo. A discus- A remuneração dos servidores da Câmara dos Deputados e
são e a votação dos projetos de lei de iniciativa do Presidente do Senado Federal – segundo a Constituição, em seus art. 51 e
da República, do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Su- art.52 – é estabelecida em lei cuja iniciativa é reservada à res-
periores terão início na Câmara dos Deputados (BRASIL, 1988, pectiva Casa. A organização dos serviços administrativos é feita,
art. 64). Da mesma forma, a iniciativa popular será exercida pela em regra, por resolução da respectiva Casa, sem que, como na
apresentação à Câmara dos Deputados do projeto de lei (BRA- lei que fixa a remuneração, tenha de ir à sanção do Presidente
SIL, art. 61). A Constituição não tratou expressamente a respei- da República.
to, mas, por força regimental (RICD, art. 109, § 1, inciso VII), os
projetos de lei de iniciativa do Ministério Público também come- 27.2.3 Iniciativa reservada dos tribunais
çam a tramitar na Câmara dos Deputados. Compete privativamente ao Supremo Tribunal Federal e aos
A iniciativa põe em marcha o processo legislativo e determi- Tribunais Superiores (BRASIL, 1988, art. 96) propor a criação ou
na a possibilidade de a Casa Legislativa destinatária de submeter a extinção dos tribunais inferiores, a alteração do número de
o projeto de lei a uma deliberação definitiva16
membros destes, a criação e a extinção de cargos e a fixação de
.
vencimentos de seus membros, dos juízes, inclusive dos tribu-
27.1 Iniciativa comum ou concorrente
nais inferiores, dos serviços auxiliares dos juízos que lhes forem
A iniciativa comum ou concorrente compete ao Presiden-
vinculados, e a alteração da organização e da divisão judiciária.
te da República, a qualquer Deputado ou Senador, a qualquer
Os tribunais, em geral, detêm competência privativa para
comissão de qualquer das Casas do Congresso, e aos cidadãos
propor a criação de novas varas judiciárias. Podem propor tanto
– iniciativa popular (BRASIL, 1988, art. 61).
a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos serviços
A iniciativa popular em matéria de lei federal está condiciona-
da à manifestação de pelo menos “um por cento do eleitorado na- auxiliares e dos juízos que lhe forem vinculados, bem como a
cional, que deverá estar distribuído em, no mínimo, cinco Estados, fixação do subsídio de seus membros e dos juízes. Podem, tam-
exigida em cada um deles a manifestação mínima de três décimos bém, propor alteração da organização administrativa e da divi-
por cento de seus eleitores” (BRASIL, 1988, art. 61). são judiciárias.
Sob a classificação de iniciativa concorrente, tem-se tam- A iniciativa da lei complementar sobre o Estatuto da Magis-
bém a relativa à proposta de emenda à Constituição. O processo tratura (BRASIL, 1988, art. 93) também compete privativamente
de emenda à Constituição pode ser deflagrado (i) por um terço, ao Supremo Tribunal Federal.
no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Se-
nado Federal, (ii) pelo Presidente da República, e (iii) por mais 27.2.4 Iniciativa reservada do Ministério Público
da metade das Assembleias Legislativas dos Estados-Membros, A iniciativa privativa para apresentar projetos de lei sobre a
manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus criação ou a extinção de seus cargos ou de seus serviços auxilia-
membros (BRASIL, 1988, art. 60). res é assegurada ao Ministério Público (BRASIL, 1988, art. 127)1
.
27.2 Iniciativa reservada 27.2.5 Iniciativa vinculada
A Constituição confere a iniciativa da legislação sobre certas A Constituição prevê, ainda, sistema de iniciativa vinculada,
matérias, privativamente, a determinados órgãos. na qual a apresentação do projeto é obrigatória. Nesse caso, o
Chefe do Executivo Federal deve encaminhar ao Congresso Na-
27.2.1 Iniciativa reservada do Presidente da República cional os projetos referentes às leis orçamentárias (plano pluria-
Está reservada ao Presidente da República a iniciativa das nual, lei de diretrizes orçamentárias e o orçamento anual).
leis ordinárias ou complementares que (BRASIL, 1988, art. 61):
a) fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas; 28 Discussão
b) criem cargos, funções ou empregos públicos, ou aumen- A disciplina sobre a discussão e a instrução do projeto de
tem sua remuneração; lei é confiada, fundamentalmente, aos Regimentos das Casas
c) com relação aos Territórios, disponham sobre organiza- Legislativas.
ção administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentá-
ria, serviços públicos e servidores

121
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela 29.2 Espécies de emendas
outra em um só turno de discussão e votação. Não há tempo As propostas de modificação de um projeto em tramitação
prefixado para deliberação, salvo quando o projeto for de ini- no Congresso Nacional podem ter escopos diversos. Elas podem
ciativa do Presidente da República e este formular pedido de buscar a modificação, a supressão, a substituição, o acréscimo
apreciação sob regime de urgência (Constituição, art. 64, § 1). ou a redistribuição de disposições do projeto. Nos termos do
Nesse caso, se ambas as Casas não se manifestarem cada qual, Regimento Interno da Câmara dos Deputados, “as emendas são
sucessivamente, em até 45 dias, o projeto deve ser incluído na supressivas, aglutinativas, substitutivas, modificativas, ou aditi-
Ordem do Dia, e ficam suspensas as deliberações sobre outra vas”. Pode-se, ainda, adotar a seguinte classificação das emen-
matéria até que seja votada a proposição do Presidente (Consti- das (RICD, art. 118):
tuição, art. 64, §§ 1o e 2o ). a) emenda supressiva: manda erradicar qualquer parte de
outra proposição;
29 Emenda b) emenda aglutinativa: resulta da fusão de outras emen-
Segundo o Regimento Interno da Câmara dos Deputados, das, ou destas com o texto, por transação tendente à aproxima-
emenda é a proposição apresentada como acessória de outra ção dos respectivos objetos;
proposição (proposta de emenda à Constituição, projetos de lei c) emenda substitutiva: apresentada como sucedânea a
ordinária e complementar, projetos de decreto legislativo e pro- parte de outra proposição;
jetos de resolução ─ RICD, art. 118). d) emenda modificativa: altera a proposição sem a modifi-
car substancialmente;
29.1 Titularidade do direito de emenda e) emenda aditiva: acrescenta-se a outra proposição;
Nem todo titular de iniciativa tem poder de emenda. Essa f) subemenda: emenda apresentada em Comissão a outra
faculdade é reservada aos parlamentares. Se, entretanto, for de emenda, e pode ser supressiva, substitutiva, ou aditiva; e
iniciativa do Poder Executivo ou do Poder Judiciário, o seu titular g) emenda de redação: emenda modificativa que visa a sa-
também pode apresentar modificações, acréscimos, o que fará nar vício de linguagem, incorreção de técnica legislativa ou lapso
por meio de mensagem aditiva, dirigida ao Presidente da Câma- manifesto.
ra dos Deputados, que justifique a necessidade do acréscimo.
Ao contrário do Texto Constitucional de 1967/69, a Consti- 30 Votação
tuição de 1988 veda somente a apresentação de emendas que A votação da matéria legislativa constitui ato coletivo das
aumentem a despesa prevista nos projetos de iniciativa reserva- Casas do Congresso. Realiza-se, normalmente, após a instrução
da (Constituição, art. 63, incisos I e II). A apresentação de emen- do projeto nas comissões e dos debates no plenário.
das a qualquer projeto de lei oriundo de iniciativa reservada fi- Essa decisão é tomada por:
cou autorizada, desde que não implique aumento de despesa e a) Maioria simples (maioria dos membros presentes) para
que tenha estrita pertinência temática. aprovação dos projetos de lei ordinária – desde que presente a
maioria absoluta de seus membros: 257 Deputados na Câmara
29.1.1 Emendas ao projeto de lei de orçamento anual e ao dos Deputados e 41 Senadores no Senado Federal (Constituição,
de lei de diretrizes orçamentárias art. 47);
A Constituição não impede a apresentação de emendas ao b) Maioria absoluta dos membros para aprovação dos pro-
projeto de lei orçamentária. jetos de lei complementar – 257 Deputados e 41 Senadores –
Elas devem ser, todavia, compatíveis com o plano plurianual (Constituição, art. 69) e maioria de três quintos dos membros
e com a lei de diretrizes orçamentárias e devem indicar os recur- das Casas, para aprovação de emendas constitucionais – 308
sos necessários, sendo admitidos apenas aqueles provenientes Deputados e 49 Senadores – (Constituição, art. 60, § 2).
de anulação de despesa (Constituição, art. 166, § 3).
A Constituição veda a propositura de emendas ao projeto 31 Sanção
de lei de diretrizes orçamentárias que não guardem compatibili- A sanção é o ato pelo qual o Chefe do Executivo manifesta
dade com o plano plurianual (Constituição, art. 166, § 4). a sua anuência ao projeto de lei aprovado pelo Poder Legislati-
vo. Verifica-se aqui a fusão da vontade do Congresso Nacional
29.1.2 Emendas aos projetos de lei de conversão de medi- com a do Presidente, da qual resulta a formação da lei. A sanção
das provisórias pode ser expressa ou tácita.
Na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 5.127/DF, jul-
gada pelo Plenário Supremo Tribunal Federal em 15 de outubro 31.1 Sanção expressa
de 2018, foi firmado o entendimento de que não poderia ser A sanção será expressa quando o Presidente da República
incluído em projeto de lei de conversão de medida provisória manifestar a sua concordância com o projeto de lei aprovado
matéria estranha o objeto original porque isso implicaria uso in- pelo Congresso Nacional, no prazo de 15 dias úteis.
devido de processo legislativo especial Na contagem do prazo de 15 dias úteis, devem ser desconsi-
Diante do novo entendimento, a inclusão de emendas sem derados apenas os fins de semana e os feriados previstos em lei
pertinência temática com o texto original da medida provisória no federal. Dias de ponto facultativo devem ser contados como dia
projeto de lei de conversão deixou de ser mera questão de técnica útil, inclusive o Carnaval, pois, apesar de ser tradição não traba-
legislativa e tornou-se problema de inconstitucionalidade. lhar no período, não existe lei federal estabelecendo ser feriado
a segunda ou a terça-feira de Carnaval.

122
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Existe tradição no sentido de contar o período não segundo Ouvidos, os Ministérios do Planejamento, Desenvolvimento
os critérios tradicionais, segundo os quais “computam-se os pra- e Gestão, da Justiça, da Fazenda e da Saúde manifestaram-se
zos, excluído o dia do começo, e incluído o do vencimento” 20 , pelo veto aos seguintes dispositivos: §§ 1º, 5º e 6º do art. 9º-A
mas incluindo no cômputo tanto o dia do recebimento na Presi- da Lei nº 11.350, de 5 de outubro de 2006, alterados pelo art. 1º
dência da República quanto o último dia do prazo e consideran- do projeto de lei de conversão
do este último como o prazo limite para ser despachado pelo “§ 1º O piso salarial profissional nacional dos Agentes Co-
Presidente da República. Já a publicação da decisão presiden- munitários de Saúde e dos Agentes de Combate às Endemias
cial, i. e. a sanção, o veto integral ou o veto parcial, tem como é fixado no valor de R$ 1.550,00 (mil quinhentos e cinquenta
prazo limite a data em que circular a próxima edição regular do reais) mensais, obedecido o seguinte escalonamento:
Diário Oficial da União. I - R$ 1.250,00 (mil duzentos e cinquenta reais) em 1º de
Exemplo de fórmula utilizada no caso de sanção expressa: janeiro de 2019;
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso II - R$ 1.400,00 (mil e quatrocentos reais) em 1º de janeiro
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: (...) de 2020;
III - R$ 1.550,00 (mil quinhentos e cinquenta reais) em 1º de
20 Conforme Lei nº 10.406, de 2002 ─ Código Civil, em seu janeiro de 2021.”
art. 131, caput, essa orientação de prazo pode ser dita de modo “§ 5º O piso salarial de que trata o § 1º deste artigo será rea-
invertido, como no art. 8º, § 1º, da Lei Complementar nº 95, de justado, anualmente, em 1º de janeiro, a partir do ano de 2022.
2002, ou seja, “com a inclusão da data da publicação e do último § 6º A lei de diretrizes orçamentárias fixará o valor reajusta-
dia do prazo, entrando em vigor no dia subseqüente à sua con- do do piso salarial profissional nacional dos Agentes Comunitá-
sumação integral”. (BRASIL, 2002c, art.131) rios de Saúde e dos Agentes de Combate às Endemias.”

31.2 Sanção tácita Razões dos vetos


A Constituição confere ao silêncio do Presidente da Repúbli- “Os dispositivos violam a iniciativa reservada do Presiden-
ca o significado de uma declaração de vontade de índole positi- te da República em matéria sobre ‘criação de cargos, funções
va. Assim, decorrido o prazo de 15 dias úteis sem manifestação ou empregos públicos na administração direta e autárquica ou
expressa do Chefe do Poder Executivo, considera-se sancionada aumento de sua remuneração’, a teor do art. 61, § 1º, inciso II,
tacitamente a lei (Constituição, art. 66, § 3). ‘a’, da Constituição, na medida em que representaria aumento
remuneratório para servidores, e tendo em vista que este dispo-
31.3 Sanção e vício de iniciativa sitivo constitucional alcança qualquer espécie de servidor públi-
A questão sobre o eventual caráter convalidatório da sanção co, não somente os federais. Além disso, há violação de matéria
de projeto resultante de usurpação de iniciativa reservada ao reservada à Lei de Diretrizes Orçamentárias (Constituição, art.
Chefe do Poder Executivo já ocupou tribunais e doutrinadores. 165, § 2º) pelo §6º do projeto sob sanção, pois se determina in-
Ainda que haja Súmula do STF nº 5, de 13 de dezembro de serir na LDO matéria estranha ao objeto que lhe foi constitucio-
1953, a afirmar que “a falta de iniciativa do Poder Executivo fica nalmente atribuído. Ademais, há também violação do art. 113
sanada com a sanção do projeto de lei” (BRASIL, 1953), o Tribu- do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, por se criar
nal afastouse, ainda na década de 1970, dessa orientação (BRA- despesa obrigatória sem nenhuma estimativa de impacto, incor-
SIL, 1974), assentando que a sanção não supre vício de iniciativa, rendo-se, pelo mesmo fundamento, em violação dos artigos 15,
posicionamento que se mantém consolidado 16 e 17 da Lei de Responsabilidade Fiscal. Por fim, observa-se
descumprimento do artigo 21, parágrafo único, da LRF, pois ha-
32 Veto veria ‘ato de que resulte aumento de despesa com pessoal’ den-
O veto é o ato pelo qual o Chefe do Poder Executivo nega tro dos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato do
sanção ao projeto – ou a parte dele –, obstando à sua conversão titular do Poder Executivo, o que poderia, inclusive, enquadrar-
em lei (Constituição, art. 66, § 1). Trata-se de ato de natureza -se como conduta tipificada no artigo 359-G do Código Penal.”
legislativa, que integra o processo de elaboração das leis no Di- Essas, Senhor Presidente, as razões que me levaram a ve-
reito brasileiro (SILVA, 2007, p. 215). tar os dispositivos acima mencionados do projeto em causa, as
Dois são os fundamentos para a recusa de sanção (Consti- quais ora submeto à elevada apreciação dos Senhores Membros
tuição, art. 66, § 1): do Congresso Nacional.
a) inconstitucionalidade; ou (Mensagem nº 228, de 5 de junho de 2013)
b) contrariedade ao interesse público. Exemplo de veto por contrariedade ao interesse público:
Exemplo de veto por inconstitucionalidade: Senhor Presidente do Senado Federal, Comunico a Vossa
Senhor Presidente do Senado Federal, Comunico a Vossa Excelência que, nos termos do § 1º do art. 66 da Constituição,
Excelência que, nos termos do § 1o do art. 66 da Constituição, decidi vetar integralmente, por contrariedade ao interesse pú-
decidi vetar parcialmente, por contrariedade ao interesse pú- blico, o Projeto de Lei nº 59, de 2016 (nº 7.691/14 na Câmara
blico e inconstitucionalidade, o Projeto de Lei de Conversão no dos Deputados), que “Acrescenta parágrafo ao art. 1º da Lei nº
18, de 2018(MP no 827/2018), que “Altera a Lei nº 11.350, de 11.668, de 2 de maio de 2008”.
5 de outubro de 2006, para modificar normas que regulam o Ouvidos, os Ministérios da Ciência, Tecnologia, Inovações
exercício profissional dos Agentes Comunitários de Saúde e dos e Comunicações, do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão,
Agentes de Combate às Endemias”. da Fazenda e a Advocacia-Geral da União manifestaram-se pelo
veto ao projeto pelas seguintes razões:

123
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
“O projeto contempla alteração normativa que poderia resul- 32.5 Rejeição do veto
tar em substancial redução de receita da empresa que exerce, em O veto não impede a conversão do projeto em lei, podendo
nome da União, o monopólio postal estatal, face à ampliação do ser superado por deliberação do Congresso Nacional. Daí afir-
escopo dos contratos de franquia postal. Ademais, sob o prisma ma-se, genericamente, ter sido adotado, no Direito Constitucio-
tributário, não alcançaria o fim projetado, podendo, ao contrário, nal brasileiro, o sistema de veto relativo.
gerar novas controvérsias, judicialização do tema e insegurança Feita a comunicação do motivo do veto, dentro do prazo
jurídica. Por fim, poderia representar redução da base de cálculo de 48 horas, o Congresso Nacional poderá rejeitá-lo, em sessão
de tributos municipais e federais ora arrecadados, sem estimar o conjunta, no prazo de 30 dias a contar do recebimento, em es-
montante de tal redução potencial de receita tributária.” crutínio secreto, pela manifestação da maioria absoluta dos De-
Essas, Senhor Presidente, as razões que me levaram a vetar putados e Senadores.
o projeto em causa, as quais ora submeto à elevada apreciação Comunicado o veto ao Presidente do Senado Federal, este
dos Senhores Membros do Congresso Nacional. designará Comissão Mista que deverá relatá-lo e estabelecerá o
(MENSAGEM Nº 179, de 2017) calendário de sua tramitação no prazo de 72 horas. O prazo de
que trata o artigo deverá ser contado da protocolização do veto
32.1 Motivação e prazo do veto na Presidência do Senado Federal
O veto deve ser expresso e motivado, e oposto no prazo Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no art. 66,
de 15 dias úteis, contado da data do recebimento do projeto, e § 4, o veto será colocado na Ordem do Dia da sessão imediata,
comunicado ao Congresso Nacional nas 48 horas subsequentes sobrestadas as demais proposições, até sua votação final (Cons-
à sua oposição (Constituição, art. 66, § 1). tituição, art. 66, § 6).
Se o veto não for mantido, o projeto será enviado, para pro-
32.2 Extensão do veto mulgação, ao Presidente da República (Constituição, art. 66, §
Nos termos do disposto na Constituição, o veto pode ser 5). Se a lei não for promulgada no prazo de 48 horas pelo Presi-
total ou parcial (Constituição, art. 66, § 1). O veto total incide so- dente da República, o Presidente do Senado Federal a promul-
bre o projeto de lei na sua integralidade. O veto parcial somente gará, e, se este não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presi-
pode abranger texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso dente do Senado fazê-lo (Constituição, art. 66, § 7 ).
ou de alínea (Constituição, art. 66, § 2). Não é possível, portanto,
o veto de trecho do caput, de inciso, de parágrafo ou de alínea, 32.6 Ratificação parcial do projeto vetado
mesmo que dentro do dispositivo, de modo atécnico, tenham Em se tratando de vetos parciais, o Congresso Nacional po-
sido postas várias disposições autônomas. derá acolher certas objeções contra partes do projeto e rejeitar
Não está expresso em nenhuma norma e não existe prece- outras. No caso de rejeição parcial dos vetos, verificado nos ter-
dente jurisprudencial a respeito; contudo, já está consolidada a mos do disposto no art. 66, § 4 , da Constituição, compete ao
tradição no sentido da possibilidade de o veto abranger item, Presidente da República a promulgação da lei (Constituição, art.
subitem, linha de tabela no anexo, coluna de tabela no anexo ou 66, § 5) e, se este não a fizer, caberá ao Presidente ou ao Vice-
o caput do artigo sem extensão aos parágrafos. -Presidente do Senado Federal fazê-lo (Constituição, art. 66, § 7.
Quanto aos artigos que efetuam alterações em outras leis,
já existe tradição quanto à possibilidade de veto abranger ape- 32.7 Ratificação parcial de veto total
nas dispositivo específico entre os vários cuja alteração esteja A possibilidade de rejeição parcial de veto total é uma ques-
sendo proposta. tão menos pacificada.
Themistocles Brandão Cavalcanti, por exemplo, considera
32.3 Efeitos do veto que “o veto total se possa apresentar como um conjunto de
A principal consequência jurídica do exercício do poder de vetos parciais, tal a disparidade e a diversidade das disposições
veto é a de suspender a transformação do projeto – ou de parte que constituem o projeto”. Também o Supremo Tribunal Fede-
dele – em lei. Na hipótese de veto parcial, a parte do projeto que ral já reconheceu admissibilidade de rejeição parcial de veto to-
logrou obter a sanção presidencial converte-se em lei e passa a tal23. Essa parece ser a posição mais adequada. A possibilidade
obrigar desde a sua entrada em vigor. A parte vetada depende, de veto parcial legitima a concepção de que o veto total corres-
porém, da manifestação do Poder Legislativo. Se o veto for man- ponde a uma recusa singular de cada disposição do projeto.
tido pelo Congresso Nacional, o projeto, ou parte dele, há de
ser considerado rejeitado, podendo a sua matéria ser objeto de 32.8 Tipologia do veto
nova proposição, na mesma sessão legislativa, somente se for Pode-se afirmar, em síntese, que, no Direito brasileiro, o
apresentada pela maioria absoluta dos membros de quaisquer veto observa a seguinte tipologia:
das Casas do Congresso Nacional (Constituição, art. 67). a) quanto à extensão, o veto pode ser total ou parcial;
b) quanto à forma, o veto deverá ser expresso;
32.4 Irretratabilidade do veto c) quanto aos fundamentos, o veto pode ser jurídico (por
Uma das mais relevantes características do veto é a sua irretra- inconstitucionalidade) ou político (por contrariedade ao interes-
tabilidade. Tal como já acentuado pelo Supremo Tribunal Federal, se público);
manifestado o veto, o Presidente da República não pode retirá-lo d) quanto ao efeito, o veto é relativo, pois apenas suspende,
ou retratar-se para sancionar o projeto vetado (BRASIL, 1960). até à deliberação definitiva do Congresso Nacional, a conversão
do projeto em lei; e

124
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
e) quanto à devolução, a atribuição para apreciar o veto é Exemplo:
confiada, exclusivamente, ao Poder Legislativo (veto legislativo) O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso
(SILVA, 2007; MELO FILHO, 1986, p. 226). Nacional manteve e eu promulgo, nos termos do art. 66, § 5o ,
da Constituição, o seguinte [ou seguintes dispositivos] da Lei no
33 Promulgação ..., de..., de ..., de 1991: (...)
A promulgação e a publicação constituem fases essenciais e) promulgação pelo Presidente do Senado Federal de parte
da eficácia da lei. A promulgação atesta a existência da lei, pro- vetada pelo Presidente da República e mantida pelo Congresso
duzindo dois efeitos básicos: Nacional:
a) reconhece os fatos e atos geradores da lei; e Exemplo:
b) indica que a lei é válida. O Presidente do Senado Federal: Faço saber que o CON-
33.1 Obrigação de promulgar GRESSO NACIONAL manteve, e eu,
A promulgação das leis compete ao Presidente da República ___________, Presidente do Senado Federal, nos termos
(Constituição, art. 66, § 7). do § 7, do art. 66, da Constituição, promulgo asseguintes partes
Ela deverá ocorrer dentro do prazo de 48 horas, decorrido da Lei no ____, de ____ de ____ de ___: (...)
da sanção ou da superação do veto. f) promulgação pelo Presidente do Senado Federal de lei
Nesse último caso, se o Presidente não promulgar a lei, compe- sancionada tacitamente pelo Presidente da República:
tirá a promulgação ao Presidente do Senado Federal, que disporá, Exemplo:
igualmente, de 48 horas para fazê-lo; se este não o fizer, deverá fa- Faço saber que o CONGRESSO NACIONAL aprovou, o Pre-
zê-lo o Vice-Presidente do Senado Federal, em prazo idêntico. sidente da República, nos termos do § 3 do art. 66 da Consti-
tuição, sancionou, e eu, ____________, Presidente do Senado
33.2 Casos e formas de promulgação Federal, nos termos do § 7o do mesmo artigo promulgo a se-
A complexidade do processo legislativo, também na sua guinte Lei: (...)
fase conclusiva – sanção, veto, promulgação , faz que haja a ne- g) Promulgação pelo Presidente do Senado Federal de lei
cessidade de desenvolverem-se formas diversas de promulga- resultante de medida provisória integralmente aprovada pelo
ção da lei. Congresso Nacional:
Podem ocorrer as seguintes situações: Exemplo:
a) o projeto é expressamente sancionado pelo Presidente Faço saber que o Presidente da República adotou a Medida
da República, verificando-se a sua conversão em lei. Nesse caso, Provisória no 293, de 1991, que o Congresso Nacional aprovou e
a promulgação ocorre concomitantemente à sanção; eu, ___________, Presidente do Senado Federal, para os efeitos
b) o projeto é vetado, mas o veto é rejeitado pelo Congresso do disposto no parágrafo único do art. 62 da Constituição, pro-
Nacional, que converte o projeto em lei. Não há sanção, nesse mulgo a seguinte Lei: (...)
caso, e a lei deve ser promulgada mediante ato solene (Consti-
tuição, art. 66, § 5); e 34 Publicação
c) o projeto é convertido em lei mediante sanção tácita. A publicação constitui a forma pela qual se dá ciência da
Nessa hipótese, compete ao Presidente da República – ou, no promulgação da lei aos seus destinatários. É condição de vigên-
caso de sua omissão, ao Presidente ou ao VicePresidente do Se- cia e eficácia da lei.
nado Federal – proceder à promulgação solene da lei.
A seguir, alguns exemplos de atos promulgatórios de Lei. 34.1 Modalidade de publicação
a) sanção expressa e solene: No plano federal, as leis e os demais atos normativossão
Exemplo: publicados no Diário Oficial da União.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso 34.2 Obrigação de publicar e prazo de publicação
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: (...) A autoridade competente para promulgar o ato tem o de-
b) promulgação pelo Presidente da República de lei resul- ver de publicá-lo. Isso não significa, porém, que o prazo de pu-
tante de veto total rejeitado pelo Congresso Nacional: blicação esteja compreendido no de promulgação, porque, do
Exemplo: contrário, haveria a redução do prazo assegurado para a pro-
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso mulgação.
Nacional manteve e eu promulgo, nos termos do art. 66, § 5, da Tradicionalmente, é que a publicação deve ser feita na edi-
Constituição, a seguinte Lei: (...) ção regular do Diário Oficial da União do primeiro dia útil sub-
c) promulgação pelo Presidente do Congresso Nacional de sequente.
lei resultante de veto total rejeitado:
Exemplo: 34.3 Publicação e entrada em vigor da lei
O Presidente do SENADO FEDERAL promulga, nos termos A entrada em vigor da lei subordina-se aos seguintes critérios:
do art. 66, § 7, da Constituição, a seguinte Lei, resultante de Pro- a) o da data de sua publicação;
jeto vetado pelo Presidente da República e mantido pelo Con- b) o do dia prefixado ou do prazo determinado, depois de
gresso Nacional: (...) sua publicação;
d) parte vetada pelo Presidente da República e mantida c) o do momento em que ocorrer certo acontecimento ou
pelo Congresso Nacional: se efetivar dada formalidade nela previstos, após sua publica-
ção; e
d) o da data que decorre de seu caráter.

125
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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34.4 Vacatio legis Não é aceitável que posteriormente se analise os termos da
O período entre a publicação da lei e a sua entrada em vigor proposta de decreto regulamentar para, só então, constatar que
é chamado de período de vacância ou vacatio legis. Na falta de não há o mínimo de acordo político quanto à regulamentação
disposição especial, vigora o princípio que reconhece o decurso da lei ou, como já observado em alguns casos, que a aplicação
de um lapso de tempo entre a data da publicação e o termo ini- prática da lei revela-se inviável.
cial da obrigatoriedade (45 dias). Portanto, enquanto não vencer
o prazo da vacatio legis, considera-se em vigor a lei antiga sobre 35 Procedimento legislativo
a mesma matéria. O processo legislativo compreende a elaboração dos se-
guintes atos normativos: emendas à Constituição, leis comple-
34.4.1 Vacatio legis e normas complementares, suplemen- mentares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias,
tares e regulamentares decretos legislativos e resoluções.
A vacatio legis não ocorre apenas durante o prazo que a pró- A matéria-prima sobre a qual trabalha o Congresso Nacional
pria lei estabelece para sua entrada em vigor. Ocorre também assume a forma de proposição, estágio embrionário da norma
quando, para ser executada, a lei demanda ou exige a edição legal. Segundo o Regimento Interno da Câmara dos Deputados,
de normas complementares, suplementares ou regulamentares proposição é toda matéria sujeita à sua deliberação (RICD, art.
(RÁO, 2003, p. 334-335). Nesse caso, há um intervalo de tempo 100). Para o Senado Federal, as proposições compreendem tam-
entre a publicação da lei e o início de sua obrigatoriedade, que bém os requerimentos, as indicações, os pareceres e as emen-
se encerra, em princípio, com a entrada em vigor dessas normas das (RISF, art. 211).
derivadas ou secundárias. Podem-se distinguir seis tipos de procedimento legislativo:
a) procedimento legislativo normal;
34.4.2 Vacatio legis e republicação do texto b) procedimento legislativo abreviado;
Se tiver de ser republicada a lei antes de entrar em vigor, a c) procedimento legislativo sumário;
parte republicada terá prazo de vigência contado a partir da data d) procedimento legislativo sumaríssimo;
da nova publicação (BRASIL, 1942, art. 1). e) procedimento legislativo concentrado; e
As emendas ou as correções à lei que já tenham entrado em f) procedimento legislativo especial.
vigor são consideradas lei nova (BRASIL, 1942, art. 1). Sendo lei
nova, deve obedecer aos requisitos essenciais e indispensáveis 35.1 Procedimento legislativo normal
a sua existência e realidade (BRASIL, 1951). Trata da elaboração das leis ordinárias (excluídas as leis fi-
nanceiras e os códigos) e complementares. Tem lugar nas Co-
34.5 Não edição do ato regulamentar reclamado e a vi- missões Permanentes e no Plenário de cada uma das Casas Le-
gência da lei gislativas. Inicia-se com a apresentação e a leitura do projeto,
A tese dominante no Direito brasileiro era a de que lei, ou realizadas em Plenário; prossegue nas Comissões Permanentes,
parte dela, cuja execução dependesse de regulamento, deveria que, após estudos e amplo debate, e também possíveis altera-
aguardar a edição do regulamento para obrigar (BRASIL, 1890, ções, emitem parecer; volta a transcorrer no plenário, depois do
art.4º; BEVILACQUA, 1944, p. 24). Essa concepção, que pode- pronunciamento de todas as Comissões a que tenha sido distri-
ria parecer inquestionável em um regime que admite a delega- buído o projeto, com as fases de discussão e de votação.
ção de poderes, revela-se problemática no atual ordenamento Excetuadas as proposições oferecidas por senador ou Co-
constitucional brasileiro, que consagra a separação dos Poderes missão do Senado Federal (além das medidas provisórias e pro-
como um dos seus princípios basilares (SILVA, 1953, p. 408; MI- jetos de leis financeiras, como se verá adiante), todos os demais
RANDA, 1987, p. 318). projetos de lei têm seu procedimento legislativo iniciado na Câ-
Como proceder, então, se o titular do poder regulamentar mara dos Deputados (Constituição, art. 61, § 2, e art. 64).
não edita os atos secundários imprescindíveis à execução da lei O procedimento legislativo pode findar antecipadamente
no prazo estabelecido? Além de eventual responsabilidade civil se ocorrer alguma das diversas hipóteses que ensejam decla-
da pessoa jurídica de Direito público cujo agente político oca- ração de prejudicialidade ou de arquivamento. Considera-se
sionou a “omissão regulamentar” (CAHALI, 2012, p. 538), sig- prejudicada a proposição idêntica a outra aprovada ou rejeita-
nificativa corrente doutrinária considera que, quando a lei fixa da na mesma sessão legislativa; aquela que tiver substitutivo
prazo para sua regulamentação, se não houver a publicação do aprovado ou for semelhante a outra considerada inconstitucio-
decreto regulamentar, os destinatários da norma legislativa po- nal; aquela cujo objeto perdeu a oportunidade, dentre outras
dem invocar utilmente os seus preceitos e auferir as vantagens hipóteses (RICD, arts. 163 e 164). O arquivamento ocorre por
dela decorrentes, desde que se possa prescindir do regulamento sugestão da Comissão (RICD, art. 57, caput, inciso IV); quando
(MELLO, 2010, p. 378; MEIRELLES, 2013, p. 138; SILVA, 1953, p. todas as comissões de mérito dão parecer contrário (RICD, art.
409; MENDES, 1989, p. 125). 133); ao fim da legislatura (RICD, art. 105, caput), dentre outras
A não publicação em tempo razoável de regulamento exi- situações.
gido pela lei é situação problemática que deve ser evitada. De Os projetos de lei ordinária sujeitam-se, em regra, a turno
modo a evitar essa situação, ao redigir proposta de lei ou de me- único de discussão e votação; os de lei complementar, a dois
dida provisória já se devem ter presentes os parâmetros gerais turnos, exceto quando houverem passados à Casa revisora.
do futuro decreto regulamentar. Quando a discussão é encerrada e todos os prazos e interstí-
cios cabíveis são cumpridos, o projeto será votado. Na hipótese
de ser projeto de lei ordinária, as deliberações serão tomadas

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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por maioria simples de votos, presente a maioria absoluta dos ciar o projeto sem que haja sobrestamento das demais matérias
membros da Casa onde esteja tramitando a proposição. O quo- de sua pauta. Havendo alteração do texto no Senado Federal
rum exigido para aprovação do projeto de lei complementar é o (Casa revisora), a Câmara dos Deputados passa a ter mais 10
da maioria absoluta dos votos dos membros da Casa onde esteja dias para votação, sob pena de sobrestamento de sua pauta.
no momento da votação, ou seja, o número inteiro imediata- Para não prejudicar a celeridade, o Senado Federal fixou a
mente superior à metade. apreciação simultânea do projeto pelas Comissões, reservando-
Aprovada a redação final, o projeto, em forma de autógrafo, -lhes apenas 25 dos 45 dias para apresentarem parecer (RISF,
segue para a Casa revisora. Lá se repete todo o procedimento e, art. 375, incisos II e III).O procedimento sumário serve também
se receber novas emendas, a proposição retornará à Casa de ori- para o exame, pelo Congresso Nacional, dos atos de outorga ou
gem, que, então, se restringirá a aprovar ou a rejeitar as emen- de renovação das concessões de emissoras de rádio e TV (Cons-
das, sem possibilidade de subemendar. tituição, art. 223, § 1 ).
Quando as emendas são rejeitadas ou aprovadas, a instân-
cia de origem envia o projeto à sanção. Se a Casa revisora não 35.4 Procedimento legislativo sumaríssimo
emendar a proposição, a ela caberá remeter o projeto à sanção. Além do regime de urgência, que pode ser atribuído às pro-
posições para seu andamento ganhar rapidez, existe nas duas
35.2 Procedimento legislativo abreviado Casas do Congresso Nacional mecanismo que assegura delibe-
Este procedimento dispensa a competência do Plenário, ração instantânea sobre matérias submetidas à sua apreciação.
ocorrendo, por isso, a deliberação terminativa sobre o projeto Trata-se do regime informalmente denominado de “urgência ur-
de lei nas próprias Comissões Permanentes (Constituição, art. gentíssima”. No Regimento Interno da Câmara dos Deputados,
58, § 2, inciso I). está previsto no art. 155; no Regimento Interno do Senado Fe-
Do Regimento Interno da Câmara dos Deputados (art. 24, deral, no art. 353, caput, inciso I24
caput, II) e do Regimento Interno do Senado Federal (art. 91), se .
extrai a informação de que esse rito não se aplica a: Com exceção das exigências estabelecidas para quorum, pa-
a) projetos de lei complementar; receres e publicações, todas as demais formalidades regimen-
b) projetos de códigos;
tais, dentre elas os prazos, são dispensadas com a adoção do
c) projetos de lei de iniciativa popular;
regime de urgência urgentíssima.
d) matéria não delegável, elencada no § 1o do art. 68 da
Se a matéria for considerada de relevante e de inadiável
Constituição;
interesse nacional, basta, na Câmara dos Deputados, que líde-
e) projetos de lei de Comissões;
res com representação de metade mais um dos deputados, ou
f) projetos de lei oriundos da outra Casa do Congresso Na-
a maioria absoluta destes, requeiram a urgência urgentíssima
cional, onde tenha ido a Plenário;
para a proposição entrar automaticamente na Ordem do Dia,
g) projeto de lei com pareceres divergentes; e
em discussão e votação imediatas – ainda que já iniciada a ses-
h) projetos de lei em regime de urgência.
Além desses, o Regimento Interno da Câmara dos Deputa- são em que for apresentada (RICD, art. 155).
dos (art. 213, § 6) obriga a submissão ao Plenário dos projetos Igualmente, no Senado Federal, quando se cuide de maté-
de lei de consolidação. ria que envolva perigo para a segurança nacional ou calamidade
A própria Constituição diminui as oportunidades de se con- pública, ou ainda simplesmente quando se pretenda incluir a
cluir nas Comissões o procedimento, quando, em seu art. 58, § matéria na mesma sessão, tudo pode ser resolvido no mesmo
2, inciso I, faculta a um décimo dos membros da Casa dia, praticamente, sob o regime sumaríssimo.
Legislativa recorrer da decisão das Comissões, levando o as- 35.5 Procedimento legislativo concentrado
sunto para o Plenário. O procedimento legislativo concentrado tipifica-se, basica-
35.3 Procedimento legislativo sumário mente, pela apresentação das matérias em reuniões conjuntas
Entre as prerrogativas regimentais das Casas do Congres- de deputados e senadores.
so Nacional, existe a de conferir urgência a certas proposições. As leis financeiras e as leis delegadas seguem esse proce-
Existe um regime de urgência estabelecido pela própria Consti- dimento. Com mais precisão, pode-se dizer que há um procedi-
tuição, o que se aplica aos projetos de lei de iniciativa do Presi- mento concentrado para as leis financeiras e outro ainda para
dente da República, excluídos os códigos (Constituição, art. 64, as leis delegadas.
§ 1). A solicitação de urgência por parte do Presidente da Repú-
blica pode vir consignada na própria mensagem de encaminha- 35.5.1 Leis financeiras
mento do projeto de lei ou, também por mensagem, depois de O plano plurianual, as diretrizes orçamentárias, os orçamen-
sua remessa (RICD, art. 204, § 1). tos anuais e os projetos de abertura de crédito adicional subordi-
Solicitada a urgência pelo Presidente da República, a Consti- nam-se a trâmite próprio, disciplinado no art. 166 da Constituição.
tuição estipula o prazo de 45 dias de tramitação em cada Casa e Nota-se certa provisoriedade quanto a prazos de apresenta-
determina que, decorrido esse prazo, a proposição seja incluída ção e de elaboração das principais leis financeiras. Isso porque
na Ordem do Dia, sobrestando a deliberação sobre outros as- a Constituição – em seu art. 165 § 9o e no art. 166, § 7 – es-
suntos até que se ultime a votação (Constituição, art. 64, § 2). tipula que a organização, a elaboração, o encaminhamento, os
Uma vez concluída a votação do projeto de lei com urgência prazos e a vigência dessas leis, serão disciplinados em lei com-
constitucional na Câmara dos Deputados, ele é remetido ao Se- plementar. Como essa lei complementar ainda não se materiali-
nado Federal. Este, por sua vez, também tem 45 dias para apre- zou, prevalecem os prazos assinalados no § 2o do art. 35, do Ato

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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das Disposições Constitucionais Transitórias, quanto à época de 35.6.1 Emendas à Constituição
envio das leis financeiras ao Congresso Nacional e do prazo do A Constituição pode ser modificada a qualquer tempo, pelo
processo legislativo. voto de três quintos dos congressistas, desde que não esteja em
A deliberação sobre os projetos de leis financeiras ocorrerá vigor intervenção federal, estado de defesa ou de sítio, nem se
em sessão conjunta do Congresso Nacional, após a emissão de pretenda abolir a federação, o voto direto, secreto, universal e
parecer por uma Comissão Mista. Os §§ 3o e 4o do art. 166, da periódico, a separação dos Poderes e os direitos e as garantias
Constituição, disciplinam a possibilidade de emendar esses pro- individuais. Além disso, é preciso que o objeto da emenda não
jetos nessa Comissão. constitua matéria rejeitada ou prejudicada na mesma sessão le-
Se o Presidente da República, após enviar as proposições ao gislativa (Constituição, art. 60, § 1o a §5).
Congresso Nacional, desejar modificá-las, poderá dirigir-lhe men- A iniciativa, no caso, é concorrente, e compete aos mem-
sagem nesse sentido no caso de Comissão Mista não houver ain- bros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal (um terço
da votado a parte a ser alterada (Constituição, art. 166, § 5). dos membros), ao Presidente da República e às Assembleias
Legislativas – mais da metade delas, com o voto da maio-
35.5.2 Leis delegadas ria relativa de seus membros(Constituição, art. 60, caput, in-
A Constituição atual manteve as leis delegadas (art. 68) cisos I a III).
que constavam da anterior, embora não tenha reiterado a com- A emenda constitucional tramitará em dois turnos em cada
petência concorrente das comissões do Poder Legislativo para uma das Casas do Congresso. Se aprovada, ao contrário do pro-
elaborá-las, assegurada na Carta substituída. Afora isso, pouco jeto de lei, não irá à sanção, e será promulgada pelas Mesas da
mudou quanto a essas leis. Câmara dos Deputados e Senado Federal.
A proposta de delegação será encaminhada ao Presiden- No Regimento Interno da Câmara dos Deputados, o rito a
te do Senado Federal, que convocará sessão conjunta para, no ser imprimido ao procedimento de Emenda Constitucional vem
prazo de 72 horas, o Congresso Nacional tomar conhecimento descrito em seu art. 202, aplicável também quando a Emenda
(Regimento Comum, art. 119). Na sessão conjunta, distribuída a tenha sido originada no Senado Federal ou quando este tenha
matéria em avulsos, Comissão Mista será constituída para emitir subemendado aquela iniciada na Câmara dos Deputados (RICD,
parecer sobre a proposta. art. 203).
O parecer concluirá pela apresentação de projeto de reso- À luz do art. 212 do Regimento Interno do Senado Federal,
lução, no qual se especificarão o conteúdo da delegação, os ter- a tramitação de emenda constitucional só não se iniciará na Câ-
mos para o seu exercício e a fixação de prazo, não superior a 45 mara dos Deputados, e, sim, no Senado Federal, quando propos-
dias, para remessa do projeto de lei delegada à apreciação do ta por, no mínimo, um terço dos seus membros ou se proposta
Congresso Nacional (Regimento Comum, art. 119, § 2; e Cons- por mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades
tituição, art. 68). federativas.
A discussão do parecer ocorrerá em sessão que deve ser
realizada 5 dias após a distribuição dos avulsos com o seu texto. 35.6.2 Códigos
Quando a discussão se encerrar, se houver emendas, a matéria O procedimento de elaboração de códigos, dada a comple-
retorna à Comissão Mista. Caso contrário, vai a votação. Proferi- xidade e a extensão da matéria de que geralmente se ocupam,
do parecer sobre as emendas, convoca-se a sessão de votação. segue rito bastante lento, que possibilita amplo e profundo de-
Depois que o projeto de resolução for aprovado, a resolu- bate. Basta dizer que os prazos na sua tramitação podem ser
ção deve ser promulgada no prazo de 24 horas, comunicando-se quadruplicados e mesmo suspensos por até 120 sessões, desde
o fato ao Presidente da República (Regimento Comum, art. 122). que a necessidade de aprofundamento das análises a serem efe-
tuadas recomende.
Se a resolução do Congresso Nacional houver determinado O Regimento Interno do Senado Federal considera que esse
a votação do projeto pelo Plenário, este, ao recebê-lo, examina- trâmite se aplica exclusivamente “aos projetos de códigos elabo-
rá sua conformidade com o conteúdo da delegação. O Plenário rados por juristas, comissão de juristas, comissão ou subcomis-
votará o projeto em globo, admitido o destaque de partes que, são especialmente criada com esta finalidade e que tenham sido
segundo a Comissão, tenham extrapolado o ato delegatório, não antes amplamente divulgados” (RISF, art. 374, parágrafo único).
podendo, no entanto, emendá-lo (Constituição, art. 68, § 3). Já o Regimento Interno da Câmara dos Deputados é taxati-
Não realizada a remessa do projeto pelo Presidente da Rpú- vo: só receberá projetos de lei com o procedimento aqui tratado
blica ao Congresso Nacional no prazo assinalado pelo § 2o do quando a matéria, por sua complexidade e abrangência, deva
art. 119, do Regimento Comum, a delegação será considerada ser apreciada como código (RICD, art. 205, § 8).
insubsistente (Regimento Comum, art. 127). O procedimento especial de elaboração de códigos se ini-
cia com a instalação de órgão específico para cuidar do assunto.
35.6 Procedimento legislativo especial Na Câmara dos Deputados, chama-se Comissão Especial; no Se-
Nesse procedimento, englobam-se dois ritos distintos com nado Federal, Comissão Temporária. Depois, há eleição do seu
características próprias: um destinado à elaboração de emen- presidente e de três vicepresidentes (apenas um vice-presidente
das à Constituição; outro, à de códigos. Em ambos os casos, a no Senado Federal). O presidente, por sua vez, designará um re-
apreciação cabe a uma Comissão especial, que, na Câmara dos lator-geral e tantos relatores parciais quantos sejam necessários
Deputados, também é designada para dar parecer sobre proje- para as diversas partes do código.
tos suscetíveis de serem examinados no mérito por mais de três
comissões permanentes (RICD, art. 34, caput, II).

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Durante os trabalhos da Comissão, seus integrantes dispo- Por outro lado, se a medida provisória originar projeto de lei
rão de prazos bem flexíveis para debater a matéria, apresentar de conversão – que somente surge se acaso sugerida modificação
emendas, dar pareceres, sempre intercalados por regulares in- – e se aprovado, vai à sanção presidencial (Constituição, art. 62, §
tervalos para publicação em avulsos. Na fase de Plenário, a tô- 12, combinado com Resolução no1, de 2002, do Congresso Nacio-
nica é a mesma. Geralmente, novas emendas são apresentadas, nal, art. 13). No período de sanção ou veto (isto é, 15 úteis, con-
com consequente retorno do projeto à Comissão. Todo esse ri- forme disposto na Constituição, art. 66, § 1 ), permanece em vigor
tual repete-se na Casa revisora. o texto original da medida provisória (Constituição, art. 62, § 12).
Em razão dessa lentidão indispensável ao tratamento de Sobre o sobrestamento da pauta das Casas do Congresso
matéria relevante, mas não urgente, o Senado Federal não per- Nacional pelas medidas provisórias, destaca-se o precedente do
mite a tramitação simultânea de projetos de códigos (RISF, art. Mandado de Segurança 27.931-MC (BRASIL, 2009d), que refe-
374, caput, inciso XV), em contrapartida a Câmara dos Deputa- rendou entendimento do então Presidente da Câmara dos De-
dos admite, no máximo, dois projetos nessa situação (Constitui- putados. Segundo ele, apenas os projetos de lei ordinária que
ção art. 205, § 7). tenham por objeto matéria passível de edição de medida provi-
35.7 Medidas provisórias sória estariam por ela sobrestados. Com isso, as medidas provi-
Inspirado no art. 77 da Constituição italiana de 1947, o sórias continuam a sobrestar as sessões deliberativas da Câmara
Constituinte brasileiro incorporou à Constituição de 1988 a me- dos Deputados, mas não a pauta das sessões extraordinárias.
dida provisória (Constituição, art. 62), ato legislativo primário Com a perda da eficácia da medida provisória, quer pela
– isto é, fundado diretamente na Constituição – emanado pelo rejeição, quer pela não apreciação, a comissão mista elaborará
Presidente da República, com força de lei (ordinária), condicio- projeto de decreto legislativo que discipline as relações jurídicas
nada à sobrevida da disciplina normativa nela contida à conver- decorrentes da vigência da medida provisória (Constituição, art.
são da medida em lei formal. 62, § 3, combinado com Resolução no 1, de 2002, do Congresso
Com o advento da Emenda Constitucional no 32, de 2001, o Nacional, art. 11). Se o decreto legislativo não for editado até 60
procedimento legislativo concentrado da medida provisória (vale dias após a rejeição ou perda de eficácia da medida provisória,
dizer, deliberação e votação em reunião conjunta das duas Casas as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos prati-
do Congresso Nacional) foi abandonado. O § 9o do art. 62, acres- cados durante sua vigência permanecem regidas pela medida
centado pela Emenda Constitucional no 32, de 2001, deixa a al- (Constituição, art. 62, § 11, combinado com Resolução no 1 de
teração bastante evidente: “(...) apreciadas, em sessão separada, 2002 do Congresso Nacional, art.11 § 2). A esse respeito, cum-
pelo plenário de cada uma das Casas do Congresso Nacional.” pre ressaltar que são raros os casos práticos de edição do decre-
O Congresso Nacional inicia a tramitação ao ter notícia, pelo to legislativo previsto no art. 62, § 1º, da Constituição.
Diário Oficial da União e mensagem presidencial concomitante, Por último, assinale-se que o procedimento aqui abordado
da publicação da medida provisória. Nas 48 horas seguintes à vale para a abertura de crédito extraordinário (Constituição, art.
publicação, o Presidente do Congresso Nacional faz distribuir 62, § 1, inciso I, alínea “d”, combinado com o art. 167, § 3).
avulsos com o texto da medida provisória e designa comissão
mista para estudá-la e dar parecer (Resolução no 1, de 2002, do 35.8 Consolidações da Legislação
Congresso Nacional, art. 2 ). A Lei Complementar no 95, de 1998, em seu Capítulo III, de-
O Supremo Tribunal Federal, no julgamento da Ação Dire- terminou a elaboração da Consolidação da Legislação Federal, que
ta de Inconstitucinalidade nº 4029 (BRASIL, 2012), considerou consiste “na integração de todas as leis pertinentes a determina-
inconstitucionais o art. 5, caput e o art. 6 , caput e §§ 1o e 2o da matéria num único diploma legal, revogando-se formalmente
da Resolução no 1, de 2002, do Congresso Nacional. Tais dispo- as leis incorporadas à consolidação, sem modificação do alcance
sitivos permitiam que a tramitação de uma medida provisória nem interrupção da força normativa dos dispositivos consolida-
avançasse à Câmara dos Deputados ainda que não se tivesse dos” (BRASIL, 1998, art.13) ou “declaração de revogação de leis e
constituído comissão mista ou que esta terminasse seus traba- dispositivos implicitamente revogados ou cuja eficácia ou validade
lhos. A partir de então, a obrigatoriedade de manifestação das encontre-se completamente prejudicada” (BRASIL, 1998, art. 14).
comissões mistas tem alterado o ritmo de tramitação das medi- O projeto de lei de consolidação terá, assim, de manter o
das provisórias no Congresso Nacional. conteúdo normativo original dos dispositivos consolidados, e
Na fase preliminar, os pressupostos de constitucionalidade, não é meio hábil para alterar opções políticas anteriormente to-
urgência, relevância e adequação financeira e orçamentária são madas. Isso, no entanto, não significa vedação de alteração no
examinados. Ou seja, a admissibilidade da medida provisória é texto das normas. Pelo contrário, a consolidação deverá efetuar
analisada (Constituição, art. 62, § 5, combinado com Resolução a divisão do texto legal segundo os critérios atualmente adota-
no 1, de 2002, do Congresso Nacional, art. 5). dos, atualizar termos e denominações, retificar e homogeneizar
Qualquer alteração no texto da medida provisória :implica- o vernáculo, eliminar ambiguidades decorrentes do mau uso da
rá apresentação de projeto de lei de conversão (Resolução no1 linguagem, fundir dispositivos análogos, atualizar valores mone-
de 2002, do Congresso Nacional, art. 5, § 4). tários, suprimir dispositivos implicitamente revogados ou cuja
Superada a fase preliminar em comissão, a votação da me- eficácia ou validade encontre-se completamente prejudicada e
dida provisória inicia-se pela Câmara dos Deputados (Constitui- suprimir dispositivos declarados inconstitucionais pelo Plenário
ção, art. 62, § 8), e segue , se aprovada, ao Senado Federal. do Supremo Tribunal Federal (BRASIL, 1998, art. 13 e art.14 ).
Caso aprovado o texto como editado pelo Presidente da Re- Denomina-se matriz de consolidação a lei geral básica, à
pública, o Presidente do Congresso Nacional o promulgará, e en- qual se integrarão os demais atos normativos de caráter extra-
viará autógrafo para publicação na Imprensa Oficial (Resolução vagante que disponham sobre matérias conexas ou afins àquela
no1, de 2002, do Congresso Nacional, art. 12). disciplinada na matriz (BRASIL, 2017a, art. 48).

129
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
A Consolidação não pode abranger medidas provisórias não I - no caso da União, a receita corrente líquida do respecti-
convertidas em lei, e nem podem ser combinadas na mesma vo exercício financeiro, não podendo ser inferior a 15% (quinze
matriz de consolidação leis ordinárias e leis complementares. por cento);(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 86, de
A iniciativa do projeto de consolidação pode ser tanto do 2015)
Poder Executivo federal quanto do Poder Legislativo. O procedi- II – no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da
mento legislativo adotado, segundo a Lei Complementar no 95, arrecadação dos impostos a que se refere o art. 155 e dos recur-
de 1998, será simplificado, na forma do Regimento Interno de sos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso
cada uma das Casas. O Regimento Interno da Câmara dos Depu- II, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos respecti-
tados disciplinou a matéria em seus arts. 212 e 213. vos Municípios; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de
2000)
III – no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto
ORGANIZAÇÃO MUNICIPAL. da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 156 e dos
recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e §
3º.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi abor- § 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a
dado em tópicos anteriores. cada cinco anos, estabelecerá:(Incluído pela Emenda Constitu-
cional nº 29, de 2000)
I - os percentuais de que tratam os incisos II e III do § 2º;(Re-
dação dada pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
BASES LEGAIS PARA A CONSTITUIÇÃO DAS FUNDA-
II – os critérios de rateio dos recursos da União vinculados
ÇÕES ESTATAIS NA ÁREA DA SAÚDE.
à saúde destinados aos Estados, ao Distrito Federal e aos Muni-
cípios, e dos Estados destinados a seus respectivos Municípios,
TÍTULO VIII objetivando a progressiva redução das disparidades regionais;
DA ORDEM SOCIAL (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
III – as normas de fiscalização, avaliação e controle das des-
pesas com saúde nas esferas federal, estadual, distrital e munici-
CAPÍTULO II
pal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
DA SEGURIDADE SOCIAL
IV - (revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 86, de 2015)
SEÇÃO II
§ 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão
DA SAÚDE
admitir agentes comunitários de saúde e agentes de combate às
endemias por meio de processo seletivo público, de acordo com
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, a natureza e complexidade de suas atribuições e requisitos espe-
garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem cíficos para sua atuação. .(Incluído pela Emenda Constitucional
à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso nº 51, de 2006)
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, § 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso sala-
proteção e recuperação. rial profissional nacional, as diretrizes para os Planos de Carreira
Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de e a regulamentação das atividades de agente comunitário de
saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, so- saúde e agente de combate às endemias, competindo à União,
bre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua nos termos da lei, prestar assistência financeira complementar
execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, tam- aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, para o cum-
bém, por pessoa física ou jurídica de direito privado. primento do referido piso salarial. (Redação dada pela Emenda
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram Constitucional nº 63, de 2010) Regulamento
uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um siste- § 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no
ma único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: § 4º do art. 169 da Constituição Federal, o servidor que exerça
I - descentralização, com direção única em cada esfera de funções equivalentes às de agente comunitário de saúde ou de
governo; agente de combate às endemias poderá perder o cargo em caso
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades de descumprimento dos requisitos específicos, fixados em lei,
preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; para o seu exercício. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 51,
III - participação da comunidade. de 2006)
§ 1º O sistema único de saúde será financiado, nos termos Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
do art. 195, com recursos do orçamento da seguridade social, da § 1º As instituições privadas poderão participar de forma
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes
de outras fontes. (Parágrafo único renumerado para § 1º pela deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo
Emenda Constitucional nº 29, de 2000) preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios § 2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxí-
aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde lios ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos.
recursos mínimos derivados da aplicação de percentuais calcula- § 3º - É vedada a participação direta ou indireta de empre-
dos sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) sas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo
nos casos previstos em lei.

130
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
§ 4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos que faci-
litem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para BASE LEGAL E OPERACIONALIZAÇÃO DOS CONTRA-
fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, TOS DE GESTÃO.
processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo
vedado todo tipo de comercialização. O que é gestão de contratos
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de ou- Gestão de contratos não tem a ver só com o arquivamento e
tras atribuições, nos termos da lei: o controle de documentos em depósitos ou no ambiente virtual.
I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substân- Ela acompanha todo o ciclo de vida de cada documento, desde
cias de interesse para a saúde e participar da produção de me- sua criação, passando pela execução e chegando até o término
dicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e de sua vigência/utilidade.
outros insumos; Esse processo também assegura benefícios a contratados e
II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológi- contratantes, além de fornecer apoio e informações para o ge-
ca, bem como as de saúde do trabalhador; renciamento financeiro e a gestão de projetos de uma empresa.
III - ordenar a formação de recursos humanos na área de A importância da gestão de contratos
saúde; As organizações privadas e públicas são pressionadas cons-
IV - participar da formulação da política e da execução das tantemente para diminuírem os custos, elevarem a performance
ações de saneamento básico; financeira e reduzirem os riscos operacionais. Além disso, tam-
V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvi- bém precisam maximizar o capital de giro por meio de econo-
mento científico e tecnológico e a inovação;(Redação dada pela mia de recursos e investimentos planejados.
Emenda Constitucional nº 85, de 2015) Para conquistar esses objetivos, além de eliminar desperdí-
VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o con- cios e otimizar fluxos de trabalho, é preciso monitorar as varia-
trole de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para ções orçamentárias, controlar adequadamente o fluxo de caixa
consumo humano; e negociar contratos mais vantajosos. Além disso, é necessário
VII - participar do controle e fiscalização da produção, trans- ter atenção a regulamentos e legislações.
porte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, Todos esses pontos podem ser aperfeiçoados direta ou in-
tóxicos e radioativos; diretamente por uma boa gestão de contratos. Afinal, ela é a
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele com- responsável por lidar com a crescente complexidade e o volume
preendido o do trabalho. dos contratos atuais, tendo por objetivo uma administração efi-
caz desses documentos. Para tanto, ela atua:
• dando suporte para a elevação do poder de negociação da
empresa e para a maximização dos benefícios de cada contrato;
ROTINAS TRABALHISTAS DO EMPREGADOR. • supervisionando, de forma eficaz, o cumprimento de obri-
gações contratuais;
• aumentando o controle sobre as condições que podem
Desenvolver atribuições da área administrativa dando su- ser aceitas nos contratos, protegendo a empresa de acatar valo-
porte às atividades solicitadas pela chefia dos serviços; receber, res e cláusulas incluídas pelos fornecedores sem realizar pesqui-
classificar, conferir, protocolar, localizar, expedir e/ou arquivar sas e cotações com outras organizações;
expedientes e outros documentos; redigir e digitar expedien- • fornecendo apoio para a gestão de obrigações, fazendo
tes administrativos tais como: memorandos, ofícios, relatórios, com que as partes de um acordo tenham vantagens estratégicas;
correspondências; controlar a entrada e saída de materiais e • administrando contratos de vários tipos, como os rela-
equipamentos; solicitar e monitorar os pedidos de manutenção cionados a fornecedores, obtenção de crédito (antecipação de
predial e de equipamentos da unidade; manter o almoxarifa- recebíveis, financiamentos, empréstimos etc.), contratação de
do organizado, com controle de estoque; monitorar o registro colaboradores, entre outros;
de frequência, pontualidade e assiduidade dos funcionários; • melhorando o controle de cronogramas e vencimentos de
localizar, organizar, classificar e manter atualizado o acervo de pagamentos inclusos nos acordos, beneficiando, entre outros
documentos e estatísticas da unidade, inclusive digitais; operar pontos, o ciclo financeiro e o ciclo operacional do empreendi-
computadores, utilizando adequadamente os programas e sis- mento etc.
temas de informação, contribuindo para o processo de automa- Todas essas atribuições beneficiam a empresa, gerando re-
ção, alimentação de dados e agilização das rotinas de trabalho; dução de custos e, consequentemente, melhorando o lucro e
alimentar os sistemas de informação na forma estabelecida pela outras contas que constituem o DRE e o Balanço Patrimonial
gestão municipal; realizar outras atribuições pertinentes ao car- do negócio.
go, conforme orientação da chefia imediata. Executar atividades
baseadas em pacote Office, Internet e aplicativos em geral O papel do gestor de contratos
O papel do gestor de contratos é amplo, já que ele deve
acompanhar todas as fases de um contrato, analisando e che-
cando se o que foi estabelecido está em conformidade com o
realizado. Para tanto, ele deve registrar eventos relacionados a
cada acordo, visando a obter maior controle para fins de audi-
toria.

131
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Além disso, ele precisa detectar desvios e ocorrências de- • pré-execução (técnica): são feitas as ações iniciais para
salinhadas às cláusulas contratuais e procurar meios de solu- a execução do que consta no contrato, como aquisição de in-
cioná-los. Também deve ser apto a buscar o cumprimento de sumos, contratação de colaboradores, organização de materiais
obrigações contratuais que envolvam documentos gerenciais e etc. Essa e outras etapas devem ter cronogramas de entregas e
contábeis, como notas fiscais, atas, inventários, entre outros. vistorias;
Inclusive, ele precisa exigir que os contratos sejam feitos e • pré-execução (administrativa): aqui, acontecem a com-
cumpridos com qualidade, objetivando a mitigação de riscos e a pilação, a estruturação e o armazenamento da documentação
economia. Realizar análises críticas, observar pontos de ajustes contratual;
e sugerir melhorias são outras ações que devem ser tomadas • pré-execução (financeira): o financeiro recebe o fluxo de
quando necessário. pagamentos e dados econômicos de cada acordo. Nessa e nas
demais fases, é preciso definir certidões, termos necessários
Como organizar os contratos de forma eficiente para execução do contrato, notificar envolvidos sobre prazos,
Contratos administrativos, de fornecedores, de clientes etc. liberar atividades etc;
precisam ser controlados adequadamente. Para isso, é funda- • execução: o objeto do contrato é entregue e as ações
mental adotar procedimentos de organização, que ajudam a administrativas de acompanhamento do documento são feitas
monitorar e a otimizar o trabalho do gestor de contratos e de detalhadamente. Nessa etapa, os pagamentos são controlados,
sua equipe. Veja alguns: realiza-se a prorrogação de termos, ocorre o registro de aditivos,
• garantir que a companhia tenha recursos suficientes para entre outras ações;
executar o que for estabelecido nos contratos; • encerramento: se a data de vigência do contrato expirar
• manter um acompanhamento constante de prazos de e não ocorrer renovação, conclui-se a negociação. É nessa etapa
vencimento dos documentos; que se verifica se todas as ações previstas nas cláusulas contra-
• garantir que os envolvidos tenham conhecimento deta- tuais foram feitas adequadamente.
lhado do conteúdo contratual;
• montar uma tabela de planejamento que organize as ati- Como gerir contratos empresariais
vidades e eventos constantes nos acordos, bem como suas eta- Uma gestão de contratos efetiva atua minuciosamente com
pas. Isso pode ser feito, inclusive, por meio de planilhas ou em organização, programação e planejamento de ações relaciona-
um sistema de gestão que automatize esse processo, como um das à administração desses documentos. Algumas empresas
ERP; contam com setores específicos para isso, enquanto outras de-
• checar frequentemente se as cláusulas contratuais estão legam as atividades dessa área para a controladoria ou o depar-
sendo realmente cumpridas; tamento administrativo.
• implantar sistemas que acompanham vencimentos e de- Para otimizar o gerenciamento dos contratos, é importante
mais prazos. Isso evita custos extras com juros e multas devido contar com indicadores de desempenho, métricas de resultados
a atrasos; e análises de históricos. Também é preciso analisar orçamentos
• assegurar que cada contrato, após arquivado, seja facil- e cotações para verificar se há viabilidade nos acordos prontos,
mente encontrado; em vigência ou que ainda serão feitos.
• verificar renovações e rescisões, buscando evitar que es- Esse item é essencial para assegurar maior sustentabilidade
ses processos gerem custos financeiros ou problemas jurídicos financeira para a empresa, de modo que ela consiga atingir seus
à companhia. objetivos com os acordos e obtenha benefícios. Além disso, é
Para garantir uma boa organização dos contratos, é funda- importante definir, por exemplo:
mental contar com uma equipe especializada na gestão desses • responsabilidades de cada uma das partes e os cargos que
documentos. É interessante que seus integrantes tenham co- ajudarão na gestão do contrato;
nhecimentos sobre planejamento e confecção desses acordos. • prioridades de serviços, produtos ou demais ações previs-
Habilidades de negociação são diferenciais, pois ajudam na ob- tas nas cláusulas;
tenção de mais vantagens para o negócio. • prazos de disponibilização de produtos ou serviços;
• datas para liberação da equipe para começar a gerenciar
Como entender o ciclo de vida dos contratos os principais pontos dos contratos.
Uma boa gestão do ciclo de vida do contrato ajuda a mitigar
riscos e diminuir custos. Para isso, primeiro, é preciso entender Como guardar os contratos de maneira organizada
quais as etapas desse ciclo, que são: Primeiramente, lembre-se de fazer, ao menos, uma cópia de
• pré-contratação: identifica-se a necessidade de um pro- cada contrato final e manter documentos relacionados a ele. Ex-
duto, serviço ou parceria. Depois, ocorre a definição dos requisi- tensões nos acordos ou modificações, como ordens de mudan-
tos necessários para a negociação, como formas de pagamento, ça, devem ser executadas em conformidade com as cláusulas
tipo de entrega, exigências para a contratação etc. Após isso, desses documentos, sendo guardadas junto a eles.
cria-se o rascunho do contrato; Também é preciso contar com um bom sistema de gerencia-
• contratação: negociação e formalização do acordo. As mento para organizar os contratos e facilitar a sua busca. Digita-
cláusulas são debatidas e, se necessário, realizam-se ajustes no lizá-los é uma opção positiva para diminuir as chances de perdas
documento. Aspectos econômicos, técnicos e jurídicos precisam de documentos e facilitar a administração.
estar corretamente registrados. Após aprovação pelas partes, o
contrato é assinado;

132
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Com uma boa gestão de contratos, você conseguirá melho- quenas compras. Qualquer alteração deverá ser feita por termo
rar a empresa, pois as negociações passam a ser otimizadas. Isso de aditamento. As minutas devem ser aprovadas pela assessoria
resulta em economias de custos, prazos mais condizentes com jurídica. Deve haver previsão orçamentária. Deve ser celebrada
as condições do negócio e maior controle dos acordos. com prestação de garantia.
Fonte: https://blog.biva.com.br/empreendedor/gestao-de-
-contratos/ EXERCÍCIOS

Contratos Administrativos 01. De acordo com a Política Nacional de Arquivos Públicos


e Privados, Lei nº 8.159, de 08 de janeiro de 1991, “[...] docu-
Contrato Administrativo é o contrato celebrado pela Admi- mentos _____________ são aqueles em curso ou que, mesmo
nistração Pública, com base em normas de direito público, com sem movimentação, constituam objeto de consultas frequentes.
o propósito de satisfazer as necessidades de interesse público. [...] Consideram-se ____________ os conjuntos de documentos
Previsto na Lei 8666/93 (Licitações e Contratos). Os contratos de valor histórico, probatório e informativo que devem ser defi-
administrativos serão formais, consensuais, comutativos, e, em nitivamente preservados” (BRASIL, 1991, p. 1).
regra, intuitu personae. As normais gerais sobre contrato de tra-
balho são de competência da União, podendo os Estados, Distri- A alternativa que preenche, correta e sequencialmente, as
to Federal e Municípios legislarem supletivamente. lacunas do trecho acima é
A. especiais / inativos
Cláusulas exorbitantes – faz parte dos requisitos essenciais B. correntes / permanentes
para qualificação do contrato administrativo, busca garantir a C. permanentes / correntes
regular satisfação do interesse público presente no contrato ad- D. correntes / especializados
ministrativo. São cláusulas que asseguram certas desigualdades E.intermediários / permanentes
entre as partes..
Extinção unilateral do contato – A Administração em defesa 02. Tomando como base a Lei 8.159, de 8 de janeiro de
do interesse público e da legalidade pode findar a relação con- 1991, em seu capítulo 1, Art. 3°: “Considera-se gestão de do-
tratual sem anuência do particular. cumentos o conjunto de procedimentos e operações técnicas
Dessa forma, é cabível nos seguintes casos: a) interesse pú- referentes à sua produção, tramitação, uso, avaliação e arqui-
blico; b) inadimplemento ou descumprimento de obrigações a vamento em fase corrente e intermediária, visando a sua elimi-
nação ou recolhimento para guarda permanente.” No processo
cargo do contratado particular; c) ilegalidade.
de gestão de documentos ou gestão documental, Paes (2004)
destaca três fases básicas: a produção, a utilização e a avaliação
Manutenção do equilíbrio econômico e financeiro – Visa as-
e destinação. Sobre a gestão documental, em especial essas três
segurar uma remuneração justa ao contratante. O reajuste pode
fases, marque a alternativa CORRETA.
ocorrer nos seguintes casos: a) reajustamento contratual de pre-
A. A Produção de Documentos, refere-se à elaboração dos
ços; b) cláusulas rebus sic stantibus e pacta sunt servanda; c) fato
documentos em decorrência das atividades de um órgão ou
do príncipe e fato da administração; d) caso fortuito e força maior.
setor. Nessa fase, é importante que sejam criados apenas do-
cumentos essenciais à administração da instituição e se evite a
Possibilidade de revisão de preços e de tarifas contratual- duplicação e a emissão de vias desnecessárias.
mente fixadas – visa preservar o contrato dos efeitos inflacio- B. A Utilização de Documentos é uma fase que inclui ativida-
nários e reajuste de preços decorrente de fato superveniente. des de protocolo, de expedição, de organização e arquivamentos
de documentos nas fases corrente, intermediária e permanente,
Inoponibilidade da exceção de contrato não cumprido – A bem como a elaboração de normas de acesso à documentação
parte contratante não pode exigir da outra uma obrigação sem (empréstimo, consulta) e à recuperação de informações indis-
ter cumprido a sua. pensáveis ao desenvolvimento de funções administrativas, téc-
nicas ou científicas da instituição.
Controle do Contrato - o acompanhamento e fiscalização C. A Avaliação e Destinação de Documento é possivelmente
do contrato pode ser realizado pela Administração ou qualquer uma das fases mais complexas no processo de gestão documen-
pessoa interessada. tal. É uma fase que se desenvolve mediante análise e avaliação
Possibilidade de aplicação de penalidades - sanções aplica- dos documentos produzidos e/ou recebidos pelas instituições
das ao contratado pela inexecução total ou parcial do contrato, e acumulados nos seus arquivos, com vistas a estabelecer seus
as mais leves são a advertência e a multa, dependendo como o prazos de guarda, determinando-se apenas quais deles serão
contrato preveja. Mais graves são a suspensão temporária de objetos de arquivamento permanente.
participação em licitação e impedimento de contratar com a ad- D. A Avaliação é medida a partir da aplicação da Tabela de Tem-
ministração por prazo não superior a 2 anos, e declaração de poralidade de Documentos de Arquivo que estabelece, exclusiva-
idoneidade para licitar e contratar com a Administração pública, mente, os prazos de guarda e a destinação final dos documentos
esta última por prazo indeterminado. produzidos pela instituição no âmbito de suas funções e atividades.
E. A Gestão de Documentos assume nas instituições um pa-
Formalização – o contrato administrativo deve ser aprova- pel menos relevante do que a gestão de materiais e de recursos
do por instrumento (documento hábil a exteriorizar a vontade humanos.
pactuada). A forma deve ser escrita, a exceção ocorre nas pe-

133
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
03. Documento sigiloso é aquele que: Assinale a alternativa correta.
A. produzido por uma instituição privada, no exercício de A. Apenas a afirmativa I está correta
suas atividades, constitua elemento de informação. B. Apenas a afirmativa II está correta
B. pela natureza de seu conteúdo informativo, determina C. Apenas a afirmativa III está correta
medidas especiais de proteção quanto a sua guarda e acesso D. As afirmativas I, II e III estão corretas
ao público.
C. possuindo ou não valor legal, produz efeito de ordem ju- 07. Os arquivos virtuais precisam de investimentos em um
rídica na composição de um fato sistema eficiente, em servidores/mídias para armazenamento e
D. é produzido e recebido pelo poder público, no desempe- em profissionais qualificados para geri-los. Sobre esse tipo de
nho de suas atividades. arquivo, assinale a alternativa incorreta.
A. Investimentos em digitalização tendem a gerar retornos
04. A eliminação de documentos arquivísticos públicos é maiores em médio e longo prazo
regulamentada e deve obedecer a determinados procedimen- B. A produção de novos arquivos nesse formato tem um
tos. Analise os itens abaixo e identifique a opção CORRETA custo bem menor do que nos meios físicos
acerca dos mesmos. C. Torna-se imprescindível dispor de mais espaços físicos,
A . Um Edital de Ciência de Eliminação de Documentos, que elevar despesas com energia elétrica e pessoal
precede aos trabalhos de eliminação, deverá ser publicado em pe- D. Em um servidor eficiente é possível armazenar milhões
riódico oficial e, após o ato, uma Listagem de Eliminação de Docu- de documentos
mentos deverá ser igualmente elaborada e amplamente divulgada.
B. Os órgãos e entidades só poderão eliminar documentos 08. Arquivos físicos e digitais produzem gastos. Tornar a ges-
caso possuam Comissões Permanentes de Avaliação de Docu- tão deles eficiente é necessário para que não gerem despesas/
mentos constituídas, a menos que elaborem justificativa em- custos elevados para as organizações. Sobre os gastos propor-
basada para análise da instituição pública arquivística em sua cionados pelos arquivos físicos, analise as afirmativas abaixo.
esfera de competência. I. HDs externos, servidores e DVDs.
C. Após efetivar a eliminação, os órgãos e entidades deve- II. Conservação e manutenção de papéis e de espaço para
rão elaborar o Termo de Eliminação de Documentos, que tem alocação deles.
por objetivo registrar as informações relativas ao ato de elimi- III. Gerenciamento de suportes físicos, como estantes, ar-
nação, sendo obrigatória sua publicidade em periódico oficial, e mários, cofres etc.
permitida sua divulgação em sítios ou boletins internos.
Assinale a alternativa correta
D. A pulverização não é mais um meio legal para descarac-
A. Apenas a afirmativa I está correta
terização e eliminação de documentos, já que fere as normas
B. Apenas as afirmativas II e III estão corretas
legais em vigor em relação à preservação do meio ambiente.
C. As afirmativas I, II e III estão corretas
E. A eliminação dos documentos deverá, obrigatoriamente,
D. Apenas a afirmativa III está correta
ocorrer com a supervisão de responsável designado para acom-
panhar o procedimento.
09. É considerado como um método de arquivamento bá-
sico o
05. Assinale a alternativa que preencha corretamente a lacuna. A. variadex.
A (O) _____ de documentos é uma política de arquivo ba- B. rôneo.
seada em certos fundamentos dentre eles: Possibilidade de C. soundex.
acesso ao mesmo documento por várias pessoas ao mesmo D. numérico‐duplex.
tempo; Maior agilidade (ao menos em tese) na busca e recu- E. mnemônico.
peração da informação.
A. digitalização 10. A atividade do arquivo corrente que cuida do recebi-
B. preservação mento, da classificação, do registro e da movimentação dos do-
C. organização cumentos é a de
D. arquivamento A. protocolo.
B. expedição.
06. Sobre os benefícios da digitalização de documentos, C. arquivamento.
analise as afirmativas abaixo. D. empréstimo.
I. Controle de acesso. Somente usuários autorizados podem E. consulta.
acessar a informação com diferentes níveis de acesso.
II. Rapidez no acesso à informação é essencial na tomada de 11. Na organização e na administração dos arquivos, a etapa
decisões estratégicas nos dias de hoje. que cuida do conhecimento da documentação a ser manuseada,
III. Preservação do Meio Ambiente, onde reduzir documen- para detectar os problemas existentes nos arquivos, é a de
tos físicos também reduz o impacto na produção de papel, por A. levantamento de dados.
exemplo. B. planejamento.
C. análise dos dados coletados.
D. execução.
E. acompanhamento.

134
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
12. No que se refere a arquivamento, assinale a alternativa ___________________________________________________
correta.
A. Apensação é a juntada de documentos antecedentes.
___________________________________________________
B. Anexação é a juntada de documentos precedentes.
C. Precedente é o documento que se junta a outro que trate
de assuntos diferentes, mas da mesma pessoa. ___________________________________________________
D. O dossiê é o conjunto de documentos de um arquivo.
E. Antecedente é o documento que se junta a outro por se ___________________________________________________
tratar do mesmo assunto e da mesma pessoa.
___________________________________________________
GABARITO

___________________________________________________
01 B
02 A
___________________________________________________
03 B
04 E ___________________________________________________
05 A
06 D ___________________________________________________
07 C
___________________________________________________
08 B
09 D ___________________________________________________
10 A
11 C ___________________________________________________
12 E
___________________________________________________

ANOTAÇÕES ___________________________________________________

___________________________________________________ ___________________________________________________

___________________________________________________ ___________________________________________________

___________________________________________________ ___________________________________________________

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135
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
___________________________________________________ ___________________________________________________

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136
INFORMÁTICA

Atividades baseadas em Office, internet e aplicativos em geral. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01


INFORMÁTICA

O Que É o Windows 10?


ATIVIDADES BASEADAS EM OFFICE, INTERNET E E por que você está usando o Windows? Se for como a
APLICATIVOS EM GERAL. maioria das pessoas, você não teve muita opção. Praticamente
todos os computadores, laptops ou tablets Windows vendidos
WINDOWS 10 desde 29 de julho de 2015 vêm com o Windows 10 pré-instala-
Provavelmente, você já ouviu falar sobre o Windows: as do. Algumas pessoas fugiram do Windows comprando computa-
caixas e as janelas que sempre lhe dão as boas-vindas quando dores Apple (aqueles computadores mais bonitos e mais caros).
você liga o seu computador. Na verdade, milhões de pessoas em Mas, provavelmente, você, seus vizinhos, seu chefe e milhões
todo o mundo estão tentando entender e interagir com isso en- de outras pessoas em todo o mundo estão usando o Windows.
quanto você lê este livro. Quase todos os novos computadores e • A Microsoft quer que o Windows 10 seja executado em
laptops vendidos atualmente vêm com uma cópia do Windows PCs, laptops, tablets e telefones. (Ele se parece e se comporta
pré-instalada, pronta para abrir as caixas coloridas na tela. quase identicamente em todos eles.) É por isso que Windows
10 inclui muito botões grandes para facilitar o toque com os
O que É o Windows e Por Que Você o Está Usando? dedos em touchscreens. Ele também pode executar aplicativos,
Criado e vendido por uma empresa chamada Microsoft, o pequenos programas geralmente encontrados em smartphones
Windows não é como o seu software usual, que permite que e tablets, no Windows de um computador de mesa.
você faça seu imposto de renda ou envie e-mails furiosos para • Para confundir todo mundo, a Microsoft nunca lançou um
os políticos. Não, o Windows é um sistema operacional, ou seja, Windows 9.
ele controla a maneira como você trabalha com o seu computa- Ela pulou um número de versão quando mudou do Win-
dor. Ele existe há mais de 30 anos e sua versão mais recente é dows 8.1 para o Windows 10.
chamada Windows 10, como mostra a Figura 1-1. • O tradicional menu Iniciar da versão de desktop, que de-
sapareceu nos Windows 8 e 8.1, retorna no Windows 10. Esse
novo menu customizável exibe aplicativos no seu lado direito.

Separando os anúncios dos recursos


A Microsoft não se cansa de alardear o tão eficiente A Mi-
crosoft não se cansa de alardear o
Windows como o seu parceiro no uso do computador, visan-
do o seu melhor interesse, mas isso não é inteiramente verdade.
O Windows sempre se volta para os interesses da Microsoft.
Você descobrirá isso assim que precisar ligar para a Microsoft
para resolver qualquer problema com o Windows e ela lhe co-
brar $100 por hora para suporte telefônico.
A Microsoft também costuma usar o Windows para adicio-
nar seus próprios produtos e serviços. Por exemplo, o Microsoft
O Windows recebeu esse nome baseado em todas aquelas Edge, o novo navegador do Windows, inicia com links para sites
janelinhas que ele coloca em seu monitor. Cada janela mostra próprios da Microsoft.
informações, tais como uma imagem, um programa que você A área de favoritos do navegador, um lugar onde você pode
esteja executando, ou uma advertência técnica. É possível colo- armazenar seus lugares favoritos da web, já vem com vários si-
car várias janelas na tela ao mesmo tempo e pular de uma para tes da Microsoft registrados.
outra, visitando diversos programas — ou, ampliar uma janela O Windows 10 adiciona um link para o OneDrive, o serviço
para preencher a tela inteira. online de armazenamento, em todas as pastas. Mas a Microsoft
Ao ligar seu computador, o Windows pula para dentro da não é tão eficiente a ponto de lhe avisar que você precisa pagar
tela e supervisiona qualquer programa em execução. Quando uma taxa anual quando atinge seu limite de armazenamento de
tudo está indo bem, você nem percebe o Windows funcionan- sete gigabytes.
do; você simplesmente vê seus programas ou seu trabalho. No Você também pode ver anúncios dos aplicativos populares
entanto, quando as coisas não vão bem, geralmente o Windows na Lock Screen do Windows, a página que aparece quando você
deixa você com a pulga atrás da orelha com uma mensagem de fica um tempo sem usar o PC.
erro confusa. O aplicativo Maps usa o serviço de mapeamento Bing em
Além de controlar seu computador e dar ordens aos seus vez de o Google Maps ou outro concorrente.
programas, o Windows vem com vários programas gratuitos e A Microsoft também quer que você comece a comprar apli-
aplicativos. Esses programas e aplicativos permitem realizar di- cativos em vez de programas.
versas ações, tais como escrever e imprimir cartas, navegar pela Eles são vendidos pela Windows Store, e a Microsoft lucra
internet, escutar música e enviar fotos recentes de sua última uma parte com cada venda.
refeição para seus amigos. E a lista continua.
Colocando de forma direta, o Windows não somente con-
trola seu computador como serve como um importante veículo
de propaganda da Microsoft. Veja os anúncios inseridos no Win-
dows como um vendedor batendo à sua porta.

1
INFORMÁTICA

Principais novidades da nova versão Microsoft Passport


Novidades sempre acompanham um lançamento, seja de Com o Microsoft Passport você poderá fazer login com se-
hardware, software, funcionalidades, segurança, etc. E como gurança em diversos sites ou serviços ao mesmo tempo. A Mi-
não poderia ser diferente, o Windows 10 está cheio delas. Ve- crosoft disse que o serviço poderá se comunicar diretamente
nha conferir conosco tudo que estreou com essa versão do SO com os servidores, sem passar a senha durante os processos.
de Bill Gates. Isso dará mais segurança, pois impede que a sua senha fique
Menu iniciar “transitando” pela web, dando chance para ser roubada.
A maior novidade de todo o sistema operacional, que a Mi- Funciona assim: Sempre que você precisar se autenticar em
crosoft se viu obrigada a reimplantar após milhares de críticas algum site ou serviço o sistema enviará um código ao Hello, o
foi a volta do menu inicial no formato lista. O menu dinâmico mesmo que vimos anteriormente. O hello confirma sua ativida-
que existia no Windows 8 saiu de cena, ou bem, em partes. Ain- de, checa seu passaporte e você é logado onde deseja.
da é possível “alfinetar” programas e tarefas e montar seu menu
inicial com facilidade como no W8, mas com a cara do Windows Novo prompt de comando
anteriores (que também permitiam a personalização, mas era O prompt de comando, acessado após você digitar “cmd”
mais feio e complicado). na barra de busca foi, finalmente, reformulado. A ferramenta
mantinha o mesmo visual e recursos – limitados – desde os anos
90. Agora é possível usar recursos e atalhos nele como o Ctrl +
v e colar algo. Útil para quem trabalha constantemente com ele
e para quem quer realizar, por exemplo, um tutorial, mas não
tem muita intimidade com a tela, digita errado, não entende os
termos técnicos da computação, etc. Inclusive a fonte foi rede-
senhada e agora o prompt está mais bonito e legível.

Visão de tarefas
Esse é mais um dos recursos que parece ter vindo de inspi-
ração de terceiros. Trata-se de uma função onde você pode criar
N desktops, e manter, em cada um deles uma estação de traba-
lho diferente. Cada estação tem suas próprias janelas, abas e
programas rodando. Por exemplo: no meu desktop 1 estava com
o Skype e o iTunes abertos, ao mudar para o desktop 2 o iTunes
continuou reproduzindo a música e o Skype continuou rodando,
mas eu não os podia acessar, nem pelo alt + tab, muito menos
pela barra de tarefas.
O recurso, como disse, penso ter sido inspirado nos siste-
mas Linux que já apresentam a possibilidade de diversas esta-
Device Guard ções de trabalho há anos. Criação própria ou não, ponto a favor
Funcionalidade específica para computadores empresa- pro Windows 10. Para acessá-lo vá clique na barra de tarefas
riais. O novo recurso vem para permitir que técnicos de TI te- mostrada abaixo.
nham mais controle sobre o que pode ou não ser instalado nas DirectX 12
máquinas. Tudo isto remotamente, sem precisar de demais sof- Finalmente o DirectX foi atualizado. O software trata-se
twares de terceiros. Mas o Device Guard não irá servir só para de uma coleção de API’s que tratam de renderizar gráficos, por
isso, ele também protege contra malwares e ataques à rede. Di- exemplo, e são vitais para um bom gráfico nos games, progra-
versas marcas já garantiram que produzirão hardware compatí- mas gráficos, editores de vídeo, etc. O DirectX não recebia uma
vel, como Acer, Lenovo e HP. atualização significativa há cerca de 4 anos.
A Microsoft prometeu um ganho real de no mínimo 50%
Windows Hello com a nova coleção de API.
Visando a tornar mais agradável e fácil o login, foi imple-
mentado o Windows Hello, um serviço exclusivo que permite Navegação mobile
a você logar sem senha. Isso acontece devido a um sistema de Ainda não recebemos o Windows 10 nos smatphones da
biometria e reconhecimento facial. Você poderá, inclusive, usar redação, mas procurando pela web já encontramos coisas bem
o sistema que lê a sua impressão digital já presente em diversas legais. A mais legal de todas é uma em que você coloca seu dedo
máquinas. na tela, segura por alguns instantes e então flechinhas de nave-
Se você quiser usar a câmera para reconhecer sua face pre- gação serão exibidas. O recurso é usado para navegar entre os
cisará de um software destinado a isso, além de uma câmera textos digitados. Nunca mais sofra com aquele problema de ten-
dotada de tecnologia 3D infrevermelha. No entanto, a Microsoft tar selecionar uma letra e selecionar a palavra inteira, for apagar
já informou que todos os notebooks e pc’s que saírem de fábrica algo e apagar tudo, etc.
com o sistema Para digitar no Word mobile, que está mais forte do que
nunca, a ferramenta é indispensável. Resta torcer para todos os
SO mobile implantem o recurso.

2
INFORMÁTICA

Apps a qualquer momento e universais Cortana


No Windows 8.1 tivemos a chegada em peso dos aplicativos Se a Apple tem o Siri, o Android tem o Google Now, a Mi-
para o Windows. Apps de notícias, previsão do tempo, bolsa de crosoft tem a Cortana. O assistente pessoal dos usuários de
valores, fotos, esportes, etc. Porém eles só eram acessíveis no Windows 10 fará buscas e abrirá recursos, janelas, anotará re-
menu do sistema (quando você clica no botão Windows) Agora cados, lhe dará indicações o que mais você mandar. Pelos vídeos
os apps permanecem, mas você pode acessá-los a qualquer mo- publicados o assistente tem uma estabilidade e uso agradável.
mento, seja na área de trabalho, redimensioná-los, arrastá-los, O único ponto negativo é que ainda não está disponível para
minimizá-los, etc. o Brasil. Portanto, se você quiser testá-la, somente após passar
Já o que a Microsoft chamou de apps universais foi que, seu Windows 10 para inglês, ok? O comando de voz para chamar
agora, todos os seus apps serão sincronizados automaticamente ela é “Hey Cortana”.
via OneDrive. Seus arquivos do Word, por exemplo, estarão pre-
sentes no desktop, notebook, smartphone,etc, Novos atalhos de teclado no Windows 10
O Windows 10 adicionou dois novos recursos em seus pró-
Central de ações prios atalhos de teclado — reposicionar janelas e áreas de traba-
O Windows agora conta com uma central de ações. Fica lo- lho virtuais. Por muitos anos, tem sido fácil colocar janelas lado
calizada ali do lado da hora, um ícone daqueles balõezinhos de a lado na área de trabalho nos sistemas operacionais Windows.
texto. Clique e você verá um resumo do que precisa ser obser- O Windows 10 expande esse conceito, permitindo que você fa-
vado no seu sistema (provavelmente mensagens como backup cilmente posicione quatro janelas lado a lado. Com todas as suas
e outras aparecerão por aqui) além de opções úteis como co- janelas visíveis na área de trabalho, é muito mais fácil copiar e
nexões de áudio e vídeo com dispositivos sem fio, notas, redes colar informações entre elas.
VPN, etc. Um parente próximo daquele menu que aparecia no
W8 quando colocávamos o mouse no canto superior direito do
desktop e agora não existe mais.

O Windows 10 também apresenta as áreas de trabalho


virtuais, um modo de criar várias áreas de trabalho separadas.
Você pode alinhar um conjunto de janelas e programas em uma
área de trabalho, por exemplo, e então trocar para uma segunda
área de trabalho para colocar janelas em um conjunto separado.

Referências
http://www.altabooks.com.br/index.php?dispatch=attach-
ments.getfile&attachment_id=2471
https://www.oficinadanet.com.br/post/14926-novos-re-
Navegador Microsoft Edge cursos-do-windows-10
Navegando pelo Edge você poderá fazer diretamente “ano- www.qconcursos.com
tações web”, com recursos que incluem recortes, anotações,
borracha, escrever na tela, etc.
Outra coisa legal é que ao abrir uma janela do navegador
você será inundado – no bom sentido – com um feed de notícias.
Bem melhor e mais moderno que a página inicial do Internet
Explorer que abre/abria a home do Msn.

3
INFORMÁTICA

QUESTÕES D) F1.
E) F12.
01. Ano: 2017 Banca: IADES Órgão: CRF - DF Provas: IADES - GABARITO OFICIAL: LETRA D
2017 - CRF - DF - Assistente l - Administrativo
O recurso Windows Hello do Windows 10 é 5. Ano: 2017 Banca: FEPESE Órgão: PC-SC Prova: FEPESE -
A) um assistente digital que permite realizar tarefas e defi- 2017 - PC-SC - Agente de Polícia Civil
nir lembretes. Qual o atalho de teclado do Windows 10 possibilita abrir a
B) uma proteção abrangente, incluindo antivírus, firewall, janela do Gerenciador de Tarefas do Windows?
Windows Defender e tecnologias anti-phishing. A) Alt + Esc
C) uma forma de acessar rapidamente o espaço de trabalho B) Alt + Shift + Esc
e usar o esboço da tela C) Ctrl + Shift + Esc
D) um navegador que possibilita uma experiência de web D) Ctrl + Alt +Tab
pessoal e responsiva. E) Ctrl + Alt + Esc
E) uma credencial de acesso sem senha que oferece um GABARITO OFICIAL: LETRA C
modo mais rápido e seguro de desbloquear seus dispositivos
Windows. MS-WORD - 2016
GABARITO OFICIAL: LETRA E O Microsoft Word é um programa de processamento de tex-
to, projetado para ajudá-lo a criar documentos com qualidade
2. Ano: 2017 Banca: UFES Órgão: UFES Provas: UFES - 2017 profissional. O Word ajuda você a organizar e escrever os docu-
- UFES - Assistente em Administração mentos de forma mais eficiente.
O Windows 10 reintroduziu o botão “Iniciar”, que havia sido Sua primeira etapa ao criar um documento no Word é es-
removido em versões anteriores do sistema operacional. Por colher se deve iniciar a partir de documento em branco ou per-
meio do botão “Iniciar”, é possível abrir programas instalados mitir que um modelo faça a maior parte do trabalho por você. A
no Windows 10 e ter acesso a outras funcionalidades desse sis- partir daí as etapas básicas ao criar e compartilhar documentos
tema. NÃO é uma funcionalidade acionada por meio do botão são as mesmas. As poderosas ferramentas de edição e revisão
“Iniciar” do Windows 10: ajudam você a trabalhar com outras para tornar seu documento
A) desinstalar programas. perfeito.
B) ocultar um programa listado. É um software que une vantagens de um processador de
C) mostrar ou ocultar arquivos frequentemente utilizados. textos com os recursos oferecidos pela interface gráfica do Win-
D) instalar programas. dows. O Word dispõe das seguintes características:
E) desligar o serviço do computador. - Copia e move fragmento de texto, parágrafos e desenhos
GABARITO OFICIAL: LETRA D com o recurso de mouse como Arrastar e Soltar (Drag and Drop).
- Inserção simplificada de gráficos, planilhas e desenhos.
3. Ano: 2018 Banca: PROMUN Órgão: Funcabes Prova: PRO- - Variedades de tipos e tamanhos de fontes, incluindo sím-
MUN - 2018 - Funcabes - Escriturário bolos gráficos.
Analise as afirmações abaixo quanto às funcionalidades e - Criação de estilos e modelos de documentos com forma-
aplicações presentes no Windows 10: tações predefinidas.
I Por ser um sistema operacional moderno, o Windows 10 - Visualização WYSIWYG (What You See Is What You Get - O
só pode ser utilizado quando está conectado à Internet; II O pai- que você vê é o que você obtém) o usuário tem a imagem real
nel de controle no Windows 10 foi substituído pela assistente de impressão do documento.
virtual Cortana; III O navegador de internet padrão no Windows - Destaques de texto como bordas, sombreamento e desta-
10 passou a ser o Google Chrome, substituindo o Internet Ex- que de caracteres.
plorer. - Pré-visualização de arquivos sem precisar abri-los.
Estão corretas as afirmações: - Revisor ortográfico incorporado.
A) I - Recursos como cabeçalhos, rodapés, texto multicolunado,
B) I e III gerador de índices analíticos e remissivos, editor de macros, fer-
C) II e III ramentas para produção de desenhos e logomarcas e editor de
D) Nenhuma das alternativas fórmulas matemáticas e científicas.
GABARITO OFICIAL: LETRA D - Autoformatação de textos e documentos.
- Mala-Direta simplificada, com opção para criação de eti-
4. Ano: 2017 Banca: FGV Órgão: Prefeitura de Salvador - BA quetas, cartas modelos, envelopes e catálogos.
Prova: FGV - 2017 - Prefeitura de Salvador - BA - Técnico de Nível
Superior I - Suporte Administrativo Operacional Iniciar um documento
Na sua configuração padrão, uma das formas de se obter Geralmente, é mais fácilcriar um novo documento usando
ajuda do Microsoft Windows 10 é pressionando um modelo do que começar com uma página em branco. Os
A) a tecla com o símbolo do Windows. modelos do Word estão prontos para serem usados com temas
B) as teclas Ctrl da direita e da esquerda, simultaneamente. e estilos predefinidos. Tudo o que você precisa fazer é adicionar
C) Ctrl+Alt+Delete. o seu conteúdo.

4
INFORMÁTICA

Cada vez que você inicia o Word, é possível escolher um mo- Apagar texto no Word 2016
delo a partir da galeria, clicar em uma categoria para ver mais Para apagar um texto, coloque o cursor no final da palavra
modelos ou pesquisar outros modelos online. que você quer apagar e pressione a tecla Retroceder ou Backs-
Para analisar melhor qualquer modelo, clique nele para pace do teclado.
abrir uma visualização grande. Selecionar texto no Word 2016
Se você preferir não usar um modelo, clique em Documento Para selecionar um texto basta posicionar o cursor onde
em branco. você quer iniciar a sua seleção.
Mantenha o botão esquerdo do mouse pressionado e mova
o cursor até chegar no final da palavra, frase ou parágrafo que
você escolheu.

Abrir um documento
Sempre que você iniciar o Word, verá uma lista dos do-
cumentos usados mais recentemente na coluna esquerda. Se
o documento que você está procurando não estiver lá, clique
emAbrir Outros Documentos.

Quando você seleciona textos e imagens no Word 2016,


aparece uma barra de ferramentas com opções de formatação
para que você tenha acesso mais facilmente a elas. Isto lhe ajuda
a economizar tempo.
Se você já estiver no Word, clique em Arquivo > Abrir e na-
vegue até o local do arquivo. Alterar o tipo de fonte e tamanho
Ao abrir um documento criado em versões anteriores do No Word 2016 você tem a possibilidade de alterar o tipo,
Word, você vê o modo de compatibilidade na barra de título da tamanho e a cor da fonte para que a aparência fique melhor.
janela do documento. Você pode trabalhar em mais compatibi- Também é possível ressaltaras palavras ou parágrafos que você
lidade ou pode atualizar o documento para usar o Word 2016. acha mais importante.
- Selecione o texto que você deseja alterar.
Formatar textos no Word 2016 - Clique na flecha que está no quadrinho chamado Fonte na
Para você alterar o formato de texto nos documentos cria- guia Página inicial.
dos no Word 2016, é importante primeiro saber inserir,excluir e - Mova o cursor sobre as diferentes fontes apresentadas.
selecionar texto. Inserir texto no Word 2016 Você poderá ver como elas vão ficar no seu texto.
Inserir textos no Word 2016 é muito fácil, basta encontrar Finalmente, escolha o tipo de letra que você quer clicando
e clicar com o mouse a parte que você quer escrever o texto, nela.
quando aparecer o cursor você poderá começar a digitar usando
o teclado de seu computador.

Alterar o tamanho da fonte


- Selecione a parte do texto que você quer mudar.
- Clique na setinha que está no campo Tamanho da fonte.
- Mova o cursor sobre os números que aparecem para ver
como fica o seu texto com cada um dos tamanhos.

5
INFORMÁTICA

- Escolha o tamanho que você deseja clicando sobre ele.

Mudar para maiúsculas


Para mudar um texto para maiúsculas ou para minúsculas
Alterar a cor da letra não é necessário apagar o texto. O Word 2016 possui um co-
Se você deseja alterar a cor do texto, siga os passos abaixo: mando que lhe permite fazer isso de forma automática. Veja
- Selecione um texto para alterar sua cor e clique na flecha como funciona:
que se encontra ao lado do comando Cor da fonte. - Selecione o texto que você deseja modificar.
- Vai aparecer uma tabela de cores. Agora, passe o mouse - Clique no comando Maiúsculas e Minúsculas.
sobre elas e veja como fica a nova cor no seu texto. - Aparecerá uma lista com várias opções que podem ser
- Finalmente, clique sobre a cor que você quer dar ao texto. aplicadas no texto. Escolha a opção que você deseja clicando
sobre ela.

Formatar texto no Word 2016 Alinhamento do texto


O Word 2016 nos oferece ferramentas tais como: negrito,i- Selecione o texto que você deseja alinhar e clique em uma
tálico e sublinhado para alterar o estilo dos textos. Além disso, destas opções: Alinhar texto à esquerda,Centralizar,Alinhar tex-
você pode escolher seu alinhamento e modificar palavras e tex- to à direita ou Justificar.
tos para maiúsculos, minúsculos sem a necessidade de apagar o
que você tinha escrito. Vejamos como fazer...

Negrito, Itálico e Sublinhado


Selecione o texto no qual você aplicará uma das três opções
anteriores. Agora, basta clicar em algum dos comandos: Negrito
(N),Itálico (I)ou Sublinhado (S).Observe que a opção que você
escolheu será aplicada ao texto selecionado.

Salvar um documento
Para salvar um documento pela primeira vez, faça o seguin-
te:

6
INFORMÁTICA

Na guia Arquivo, clique em Salvar como. Revisão ortográfica


Navegue até o local em que você gostaria de salvar seu do- Quando você estiver escrevendo um texto no Word 2016,
cumento. observe que algumas das palavras que você digita são sublinha-
Observação: para salvar o documento em seu computador, das de forma automática com a cor vermelha, isso significa que
escolha uma pasta em Este Computador ou clique em Procu- o programa identificou um erro ortográfico.
rar. Para salvar o seu documento online, escolha um local online Coloque o cursor do mouse na palavra que está sublinhada
em Salvar como ou clique em Adicionar um local. Quando as em vermelho ou verde e clique na guia Revisão que se encontra
suas pastas estão online, você pode compartilhá-las, fornecer na parte superior da Faixa de opções entre as guias Correspon-
comentários e trabalhar em conjunto nelas em tempo real. dências e Exibição.
Clique em Salvar. No primeiro grupo chamado Revisão de Texto,selecione o
Observação: O Word salva automaticamente no formato botão Ortografia e Gramática.
de arquivo .docx. Para salvar seu documento em um formato Será apresentado uma caixa de diálogo com várias opções
diferente de .docx, clique na lista Salvar como tipo e selecione o para a correção do erro:
formato do arquivo desejado.
Para salvar seu documento à medida que você continua
a trabalhar nele, clique em Salvar na Barra de Ferramentas de
Acesso Rápido.

Como salvar um arquivo do Word 2016 em uma versão an-


terior? Ignorar uma vez: Quando você clicar nesta opção, a mar-
cação de erro que está na palavra será tirada e ela NÃO será
alterada.
Ignorar todas: Se você escolher esta opção, todas as pala-
vras iguais a essa que estiverem no texto não serão alteradas.
Adicionar ao dicionário: Com esta opção você incluirá esta
palavra ao seu dicionário do Word, porque até então ele não
conhecia essa palavra.
Depois de todas as correções, você verá uma caixa de diálo-
go confirmando que a revisão foi terminada.
Outra forma de corrigir os erros ortográficos e gramaticais
é:
Clique com o mouse direito sobre a palavra sublinhada e vai
aparecer um menu com algumas opções.
Selecione a palavra correta se ela estiver na lista apresen-
tada.

Inserir Marcadores
Clique no botão reproduzir e veja este breve tutorial onde
- Quando você estiver com a caixa de diálogo Salvar como você aprenderá a incluir marcadores ou numeração nas suas lis-
aberta, clique no campo Tipo que está embaixo do campo Nome tas.
do arquivo. - Selecione com o mouse a lista do documento Word que
- Será exibido uma lista com as diferentes opções de for- você quer colocar marcadores ou uma numeração.
mato que oferece o Word 2016. Escolha a opção Documento do - Clique sobre a flechinha que está ao lado dos comando
Word 97-2003. Marcadores ou Numeração conforme a sua escolha.
- Finalize selecionando a localização do arquivo, dando um Selecione o que você mais gosta clicando sobre o marcador
nome para ele (se você ainda não tiver feito) e clicando no botão ou sobre o estilo de numeração do menu de opções que apare-
Salvar. ce. Veja que em seguida ele será aplicado a sua lista.
- Salve um arquivo em formato PDF seguindo o procedimen- Caso deseja tirar o marcador ou a numeração, selecione no-
to anterior, mas escolhendo a opção PDF no campo Tipo. vamente a lista e clique no comando Marcador ou Numeração
conforme a sua lista. É muito simples e fácil.

7
INFORMÁTICA

Como inserir colunas a um documento


- Selecione com o mouse o texto que você deseja organizar Alterar o tamanho da forma
em colunas e em seguida clique na guia Layout de Página. - Clique sobre a forma para poder selecioná-la.
- Clique sobre o comando Colunas que está dentro do gru- - Clique e arraste o mouse a partir de um dos pontos locali-
po Configurar página. Veja que aparece um menu com várias zados nos cantos da forma.
opções.
- Selecione o número de colunas que você quer criar no seu
documento.

Passo 3:
Caso queira rodar a forma, clique e mova o mouse sobre o
ponto verde (bolinha) que está em cima da forma conforme a
figura ao lado.

Se você quiser voltar o texto e tirar as colunas, basta fazer o


mesmo procedimento mas escolher a opção Uma coluna.

Como inserir uma forma


- Clique na guia Inserir que está na faixa de opções principal
e logo em seguida clique sobre o botão Formas conforme mos- Passo 4:
trado na figura abaixo. Algumas formas contam com pontinhos de cor amarela que
- Selecione a forma que você quer incluir no menu de op- são úteis para alterar seu tamanho. Por exemplo, é possível alte-
ções que aparece. rar o tamanho das pontas de uma flecha.
- Arraste o cursor em formato de cruz até que a forma inse-
rida alcance o tamanho que você deseja. Solte o botão do mou-
se e a forma será inserida.

8
INFORMÁTICA

Passos para inserir uma imagem


- Posicione o mouse no documento onde você quer que a imagem seja inserida. Clique na guia Inserir que está na faixa de opções
e escolha a opção imagem.
´Vai aparecer uma caixa de diálogo que permite buscar o local onde a imagem que você deseja inserir está guardada.
- Com um clique, escolha a imagem que você deseja inserir.
- Clique no botão Inserir e observe que a imagem foi colocada dentro do seu documento.

Passos para aplicar estilos no Word 2016


Passo 1: Selecione o texto no qual você quer aplicar um novo estilo. Na guia chamada Página Inicial que está na faixa de opções
você encontrará um grupo chamado Estilo.
Passo 2: Escolha um estilo que você queira aplicar no seu texto. Você pode ter acesso a mais estilos clicando na flechinha que está
no canto inferior do lado direito. Veja que o estilo já foi aplicado no texto que você selecionou.

Como inserir cabeçalhos no Word 2016?


Um cabeçalho é um espaço na parte superior de uma página onde é possível inserir um texto ou uma imagem que permite iden-
tificar melhor o documento.
Passo 1: Clique na guia Inserir e em seguida no botão Cabeçalho que está dentro do grupo Cabeçalho e Rodapé. Observe que
parece um menu com várias opções.
Passo 2: Escolha aquele que melhor atende sua necessidade, aqui nesta página vamos escolher a segunda opção Em Branco (Três
colunas).
Passo 3: Na faixa de opções vai aparecer uma nova guia contendo todas as ferramentas para realizar as modificações gráficas do
seu cabeçalho. Observe que o formato do cabeçalho já aparece no seu documento do Word 2016.

Passo 4: Escreva a informação que você quer que apareça no seu cabeçalho. Neste exemplo vamos escrever o nome da nossa
fundação.

9
INFORMÁTICA

Passo 5: Quando você tiver terminado de digitar os dados do seu cabeçalho, clique na opçãoFechar Cabeçalho e Rodapépara sair
e voltar a escrever dentro do documento Word.

Diferentemente do cabeçalho, o rodapé fica na parte inferior da página. Nele também é possível incluir diferentes tipos de infor-
mações, como citações de autores, esclarecimentos de termos ou numeração de página.
Quando você terminar de digitar as informações no seu Rodapé, clique no botão Fechar cabeçalho e rodapé que está em cima na
faixa de opções ou pressione a tecla Esc.
Também é possível editar seu rodapé depois de tê-lo fechado, clicando duas vezes sobre ele.

Inserir uma tabela


Passo 1: Posicione o mouse onde você quer inserir a tabela dentro do seu documento do Word e clique na guia Inserir que está
na faixa de opções principal.
Passo 2: Clique no comando Tabela.
Passo 3: Mova o mouse sobre os quadrados do diagrama para selecionar o número de colunas (células verticais) e linhas (células
horizontais) que terá a sua tabela.

Passo 4: Quando você selecionar a última célula que vai ter a sua tabela, dê um clique. Observe que imediatamente a tabela
aparece no seu documento.
Passo 5: Agora você pode colocar o cursor em qualquer lugar da tabela para digitar um texto.

A Faixa de Opções
A seguir, apresentamos a Faixa de Opções e como trabalhar com ela.
Grupos: Cada guia tem vários grupos (navegue com o TAB entre eles) que mostram os itens relacionados em conjunto. Por exem-
plo, a guia Página Inicial contém todos os comandos que você utiliza com mais frequência e os botões Recortar, Copiar e Colar, que
estão no grupo Área de Transferência.

10
INFORMÁTICA

Comando: Um comando é um botão, uma caixa para inserir QUESTÕES


informações ou um menu. Confira, a seguir, os grupos de cada
uma das guias. Para acessá-las tecle ALT e navegue até cada uma 01. Ano: 2016 Banca: INAZ do Pará Órgão: Prefeitura de
com a seta para a direita: Cristiano Otoni - MG Provas: INAZ do Pará - 2016 - Prefeitura de
- Arquivo: Acessa a área de gerenciamento de arquivos cha- Cristiano Otoni - MG - Psicólogo
mada Backstage. Nessa guia, por exemplo, estão os comandos Um arquivo com o nome de “planilha de custo.docx”. Dan-
para criar, salvar e imprimir arquivos, além dos que permitem do duplo clique sobre ele abrirá em que programa?
alterar as configurações do Word. Resumindo, tudo aquilo que A) Microsoft Excel
se faz para um documento (abrir, salvar, salvar como, fechar, im- B) Microsoft Word
primir etc.). C) Microsoft PowerPoint
- Página Inicial: Área de transferência, Fonte, Parágrafo, Es- D) BrOffice Impress
tilo e Edição. E) BrOffice Calc
- Inserir: Páginas, Tabelas, Ilustrações, Links, Cabeçalho e GABARITO OFICIAL: LETRA B
Rodapé, Texto e Símbolos.
- Layout da Página: Temas, Configurar Página, Plano de Fun- 02. Ano: 2016 Banca: ESAF Órgão: ANAC Provas: ESAF - 2016
do da Página, Parágrafo e Organizar. - ANAC - Técnico Administrativo
- Referências: Sumário, Notas de Rodapé, Citações e Biblio- No MS Word,
grafia, Legendas e Índice. A) é possível aplicar os recursos de formatação (aplicar ne-
- Correspondências: Criar, Iniciar Mala Direta, Gravar e Inse- grito, centralizar, etc.) em um símbolo, bastando aplicar o co-
rir Campos, Visualizar Resultados e Concluir. mando antes de selecioná-lo como um caractere normal.
- Revisão: Revisão de Texto, Idioma, Comentários, Controle, B) é possível aplicar os recursos de formatação (aplicar ne-
Alterações, Comparar, Proteger e OneNote. grito, centralizar, etc.) em um símbolo, bastando selecioná-lo
- Exibição: Modo de Exibição de Documento, Mostrar, como um caractere normal antes da aplicação do comando.
Zoom, Janela e Macros. C) é possível criar uma tecla de atalho para inserção de sím-
Para navegar pelos grupos tecle TAB e ENTER, a fim de sele- bolo, desde que seja aberta a caixa de diálogo no momento de
cionar a opção desejada. cada inserção
A guia Arquivo substituiu o Botão Microsoft Office da versão D) é possível utilizar o Clip-art.com para inserir imagens,
2007 e o menu Arquivo das versões anteriores. sem haver conexão com a internet.
E) não há possibilidade de ajustar uma tabela gerada por
Atalhos usados com frequência auto-formatação.
GABARITO OFICIAL: LETRA B
Para/Pressione
Vá para “Diga-me o que você deseja fazer” / Alt+Q 03. Ano: 2016 Banca: FUNDATEC Órgão: Prefeitura de Torres
Abrir / Ctrl+O - RS Prova: FUNDATEC - 2016 - Prefeitura de Torres - RS - Agente
Salvar / Ctrl+B Administrativo
Fechar / Ctrl+W São guias padrões do Word:
Recortar / Ctrl+X A) Página Inicial, Inserir, Design e Referências.
Copiar / Ctrl+C B) Arquivo, Editar, Exibir e Revisão.
Colar / Ctrl+V C) Arquivo, Formatar, Ferramentas e Configurações.
Selecionar tudo / Ctrl+A D) Página Inicial, Editar, Exibir e Referências.
Negrito / Ctrl+N E) Página Inicial, Formatar, Ferramentas e Editar.
Itálico / Ctrl+I GABARITO OFICIAL: LETRA A
Sublinhado / Ctrl+U
Diminuir o tamanho da fonte em 1 ponto / Ctrl+[ 04. Ano: 2018 Banca: IBFC Órgão: Prefeitura de Divinópolis -
Aumentar o tamanho da fonte em 1 ponto / Ctrl+] MG Prova: IBFC - 2018 - Prefeitura de Divinópolis - MG - Técnico
Centralizar texto / Ctrl+E de Enfermagem
Alinhar texto à esquerda / Ctrl+L O Microsoft Word possui em um dos seus diversos recur-
Alinhar texto à direita / Ctrl+R sos vários tipos de letras, denominadas tecnicamente de fontes.
Cancelar / Esc Uma típica fonte, com serifa, do Microsoft Word é a fonte:
Desfazer / Ctrl+Z A) MS Sans Serif
Refazer / Ctrl+Y B) Times New Roman
Zoom / Alt+W, Q e pressionar Tab na caixa de diálogo Zoom C) Arial
até o valor desejado. D) Calibri
GABARITO OFICIAL: LETRA B
Fonte:
https://edu.gcfglobal.org/pt/microsoft-word-2016/
https://support.office.com/pt-br
http://www.fundacaobradesco.org.br/vv-apostilas/apos-
tDV_word10_1-2.htmlwww.qconcursos.com

11
INFORMÁTICA

05. Ano: 2016 Banca: UFCG Órgão: UFCG Prova: UFCG - 2016
- UFCG - Analista de Tecnologia da Informação - Planejamento e
Governança de TI
No Word 2016, sobre a ação de controlar alterações, mar-
que a alternativa correta:
A) A opção “Controlar Alterações” encontra-se na aba Re-
visão.
B) A opção “Controlar Alterações” encontra-se na aba Exi-
bição. Referências a uma célula
C) A opção “Controlar Alterações” encontra-se na aba Ve- Para poder manipular dados que provenham de diferentes
rificação. células nos cálculos, é preciso poder fazer referência a elas. Há
D) A opção “Bloquear Rastreamento” encontra-se na aba várias maneiras de se referir a uma célula: a referência absoluta,
Ferramentas. a referência nomeada, a referência mista e a referência relativa.
E) O Word mostra uma interrogação ao lado do texto, quan-
do alguém faz um comentário. Referência absoluta
GABARITO OFICIAL: LETRA A A referência absoluta representa o meio de designar uma
célula de maneira única em uma planilha. De acordo com o
modo de referência (L1C1 ou A1) a referência absoluta será es-
MS EXCEL - 2016 crita de forma diferente:
O Excel é uma ferramenta incrivelmente poderosa para tor- Em modoL1C1: a referência absoluta a uma célula é feita
nar significativa uma vasta quantidade de dados. Mas ele tam- precedendo o número de linha pela letraLe o número da coluna
bém funciona muito bem para cálculos simples e para rastrear pela letraC:
de quase todos os tipos de informações. A chave para desblo- LNúmerodeLinhaCNúmerodeColuna
quear todo esse potencial é a grade de células. As células po- Ex:L12C24para a célula situada na interseção da linha 12
dem conter números, texto ou fórmulas. Você insere dados nas com a coluna 24.
células e as agrupa em linhas e colunas. Isso permite que você Em modoA1: neste modo ela é feita precedendo o número
adicione seus dados, classifique-os e filtre-os, insira-os em tabe- de linha e o número da coluna pelo sinal $.
las e crie gráficos incríveis. Vejamos as etapas básicas para você $LetradaColuna$NúmerodeLinha
começar. Ex:$AC$34para a célula situada na interseção da coluna
chamadaACcom a linha34.
O conceito de célula
Chama-secélulaa interseção entre uma linha (horizontal) e Referência relativa
uma coluna (vertical) da planilha. Assim, o nome da linha com- A referência relativa de uma célula é a expressão da sua po-
binado com o nome da coluna resulta nas coordenadas de uma sição em relação a outra célula. Assim, uma referência relativa
célula (o termo endereço também é utilizado). De um modo ge- resulta na diferença (em termos de número de linhas e colunas)
ral, podemos distinguir dois tipos de coordenadas (chamadas de entre a célula (de referência) e uma célula apontada (célula refe-
estilos de referência), dependendo das planilhas: renciada). Por convenção, nota-se negativamente uma diferença
O modoL1C1(Linha 1, Coluna 1), onde a célula é localizada para cima, para o eixo vertical e uma diferença para a esquerda,
pelo número de linha precedido da letraLe o número da coluna para o eixo horizontal.
precedido da letraC. Em modo L1C1, a referência relativa a uma célula é feita
Assim,L12C34designará a célula na intersecção da 12ª linha indicando as coordenadas da célula entre parênteses:
e da 34ª coluna:
L(NúmeroDeLinha)C(NúmeroDeColuna)
Ex:L(3) C(-2)para a célula situada 3 linhas abaixo e 2 colunas
à esquerda em relação à célula de referência:

O modoA1, onde os números de linha são localizados por


números e as colunas por letras. Assim, AA17 designa a célula
na interseção da 27ª coluna e da 17ª linha:

Quando a diferença é nula não é preciso notar um zero en-


tre parêntese. Assim L(0)C(12)pode ser chamado LC(12).

12
INFORMÁTICA

Em modoA1, a expressão da diferença entre as células é Na caixa Inserir, selecione uma linha, coluna ou célula a ser
oculta. Na verdade, uma referência relativa em modoA1é implí- inserida.
cita, basta indicar as coordenadas da célula apontada (referen-
ciada) sem indicar o sinal$: Criar uma nova pasta de trabalho
Os documentos do Excel são chamados de pastas de traba-
lho. Cada pasta de trabalho contém folhas que, normalmente,
são chamadas de planilhas. Você pode adicionar quantas plani-
lhas desejar a uma pasta de trabalho ou pode criar novas pastas
de trabalho para guardar seus dados separadamente.
Clique em Arquivo e em Novo.
Em Novo, que em Pasta de trabalho em branco

Referência mista
Chama-se mista a referência na qual a posição horizontal da
célula é expressa de maneira absoluta, e a posição vertical, de
maneira relativa, ou vice-versa.
No modoL1C1a referência mista terá a formaL2C(3)ouL(4)
C17. No modoA1, ela terá a forma$C5ouF$18.

Referência nomeada Insira os dados


É possível dar um nome a uma célula ou a um grupo de Clique em uma célula vazia.
células. Por exemplo, a célula A1 em uma nova planilha. As células
Assim, quando uma célula, ou um intervalo de células, tem são referenciadas por sua localização na linha e na coluna da
um nome (às vezes, usamos o termo etiqueta), é possível re- planilha, portanto, a célula A1 fica na primeira linha da coluna A.
ferir-se a ela pelo nome. Esta funcionalidade é particularmente Inserir texto ou números na célula.
útil quando certas células contêm dados característicos, porque Pressione Enter ou Tab para se mover para a célula seguinte.
podemos nos referir a elas pelo nome, mesmo que elas tenham
sido movidas. Usar a AutoSoma para adicionar seus dados
Em uma nota fiscal, por exemplo, é importante dar um Ao inserir números em sua planilha, talvez deseje somá-los.
nome tal como total_st para a célula que dá o subtotal, sem im- Um modo rápido de fazer isso é usar o AutoSoma.
posto, dos pedidos. Você também pode criar uma célula chama- Selecione a célula à direita ou abaixo dos números que você
da Imposto com o índice do mesmo. Assim, quando você quiser deseja adicionar.
calcular o total com imposto, você só precisará multiplicar o pro- Clique na guia Página Inicial e, em seguida, clique em Auto-
duto da célula total_st pela célula Imposto. Soma no grupo Edição.

Inserir ou excluir uma coluna


Para inserir uma coluna, selecione a coluna, selecione Pági-
na inicial > Inserir > Inserir Colunas na Planilha.
Para excluir uma coluna, selecione a coluna, selecione Pági-
na inicial > Inserir > Excluir Colunas da Planilha.
Ou clique com o botão direito do mouse no topo da coluna
e selecione Inserir ou Excluir.
A AutoSoma soma os números e mostra o resultado na cé-
Inserir ou excluir uma linha lula selecionada.
Para inserir uma linha, selecione a linha, selecione Página
inicial > Inserir > Inserir Linhas na Planilha. Criar uma fórmula simples
Para excluir uma linha, selecione a linha, selecione Página Somar números é uma das coisas que você poderá fazer,
inicial > Inserir > Excluir Linhas da Planilha. mas o Excel também pode executar outras operações matemáti-
Ou clique com o botão direito do mouse na linha seleciona- cas. Experimente algumas fórmulas simples para adicionar, sub-
da e selecione Inserir ou Excluir. trair, multiplicar ou dividir seus valores.
Escolha uma célula e, em seguida, digite um sinal de igual
Inserir uma célula (=).
Selecione uma ou mais células. Clique com o botão direito
do mouse e selecione Inserir.

13
INFORMÁTICA

Isso informa ao Excel que essa célula conterá uma fórmula. Selecione uma única célula na coluna que você deseja clas-
Digite uma combinação de números e operadores de cál- sificar.
culos, como o sinal de mais (+) para adição, o sinal de menos (-)
para subtração, o asterisco (*) para multiplicação ou a barra (/) Clique em para executar uma classificação crescente (À
para divisão. Z) ou do número menor para o maior.
Por exemplo, insira=2+4,=4-2,=2*4ou=4/2.
Pressione Enter. Clique em para executar uma classificação decrescente
Isso executa o cálculo. (Z a ou do número maior para o menor).
Você também pode pressionar Ctrl+Enter (se você deseja Para classificar por critérios específicos
que o cursor permaneça na célula ativa). Selecione uma única célula em qualquer lugar do intervalo
que você deseja classificar.
Aplicar um formato de número Na guia dados, no grupo Classificar e filtrar, escolha Classi-
Para distinguir entre os diferentes tipos de números, adicio- ficar.
ne um formato, como moeda, porcentagens ou datas. A caixa de diálogo Classificar é exibida.
Selecione as células que contêm números que você deseja Na lista Classificar por, selecione a primeira coluna que você
formatar. deseja classificar.
Clique na guia Página Inicial e, em seguida, clique na seta Na lista Classificar em, selecione Valores,Cor da Célula,Cor
na caixa Geral. da Fonte ou Ícone de Célula.
Na lista Ordem, selecione a ordem que deseja aplicar à ope-
ração de classificação: crescente ou decrescente, alfabética ou
numericamente (isto é, A a Z ou Z a A para texto ou menor para
maior ou maior para menor para números).

Filtrar seus dados


Selecione os dados que você deseja filtrar.
Na guia dados, no grupo Classificar e filtrar, clique em filtro.
Selecione um formato de número

Clique na seta no cabeçalho da coluna para exibir uma


lista em que você pode fazer escolhas de filtragem.
Para selecionar por valores, na lista, desmarque a caixa de
seleção(Selecionar tudo). Isso remove as marcas de seleção de
todas as caixas de seleção. Em seguida, selecione apenas os va-
lores que você deseja ver e clique em Okey para ver os resulta-
dos.

O que é uma função do Excel?


Uma função é uma fórmula predefinida que realiza cálculos
usando valores específicos adicionados por você. Uma das prin-
cipais vantagens de usar estas funções, é que podemos econo-
mizar bastante nosso tempo pois elas já estão prontas e não é
necessário digitá-las totalmente.

As partes de uma função


Cada função possui uma estrutura, ou seja, uma ordem es-
pecífica que você deverá seguir para obter um resultado corre-
Se você não vir o formato de número que você está procu- to. A lógica básica para criar uma fórmula com uma função é a
rando, clique em Mais formatos de número. seguinte:
Inserir o sinal igual (=).
Classifique seus dados Selecionar uma função (SOMA, por exemplo, é o nome da
Para classificar rapidamente seus dados função usada para a adição).
Selecione um intervalo de dados, como A1:L5 (várias linhas Incluir os argumentos da fórmula, ou seja, os dados que se-
e colunas) ou C1:C80 (uma única coluna). O intervalo pode in- rão usados para a realização do cálculo.
cluir títulos que você criou para identificar colunas ou linhas.

14
INFORMÁTICA

Para usar estas funções corretamente, é importante saber quais são as partes de uma função e, como criar argumento para cal-
cular valores e as referências de células.

Criar uma fórmula que faz referência a valores em outras células


Selecione uma célula.
Digite o sinal de igual =.
Observação: As fórmulas no Excel começam com o sinal de igual.
Selecione uma célula ou digite o endereço dela na célula selecionada.

Digite um operador. Por exemplo, – para subtração.


Selecione a próxima célula ou digite o endereço dela na célula selecionada.

Pressione Enter. O resultado do cálculo aparece na célula com a fórmula.


Consulte uma fórmula
Quando uma fórmula é inserida em uma célula, ela também aparece nabarra de fórmulas.

Para ver uma fórmula, selecione uma célula e ela aparecerá na barra de fórmulas.

Inserir uma fórmula que contém uma função integrada

Selecione uma célula vazia.


Digite um sinal de igual =, depois digite uma função. Por exemplo, =SOMA para obter o total de vendas.
Digite um parêntese de abertura (.
Selecione o intervalo de células, depois digite um parêntese de fechamento ).

Pressione Enter para obter o resultado.

15
INFORMÁTICA

Fórmulas detalhadas
Você pode navegar pelas seções individuais abaixo para saber mais sobre os elementos específicos da fórmula.

As partes de uma fórmula do Excel


Uma fórmula também pode conter qualquer um dos itens a seguir ou todos eles: funções,referências,operadores e constantes.
Partes de uma fórmula

1.Funções: a função PI()retorna o valor de pi: 3,142...


2.Referências: A2 retorna o valor na célula A2.
3.Constantes: números ou valores de texto inseridos diretamente em uma fórmula, por exemplo, 2.
4.Operadores: o operador ^ (circunflexo) eleva um número a uma potência e o operador * (asterisco) multiplica números.

Usando constantes em fórmulas do Excel


Uma constante é um valor não calculado, sempre permanece o mesmo. Por exemplo, a data 09/10/2008, o número 210 e o texto
“Receitas trimestrais” são todos constantes. Uma expressão ou um valor resultante de uma expressão, não é uma constante. Se você
usar constantes na fórmula em vez de referências a células (por exemplo, =30+70+110), o resultado se alterará apenas se você modi-
ficar a fórmula. Em geral, é melhor colocar constantes em uma célula individual, onde ela pode ser alterada facilmente se necessário,
e só então referenciá-las nas fórmulas.

Usando referências em fórmulas do Excel

Uma referência identifica uma célula ou um intervalo de células em uma planilha e informa ao Excel onde procurar pelos valores
ou dados a serem usados em uma fórmula. Você pode utilizar referências para usar dados contidos em partes diferentes de uma pla-
nilha em uma fórmula ou usar o valor de uma célula em várias fórmulas. Você também pode se referir a células de outras planilhas
na mesma pasta de trabalho e a outras pastas de trabalho. As referências a células em outras pastas de trabalho são chamadas de
vínculos ou referências externas.

O estilo de referência A1
Por padrão, o Excel usa o estilo de referência A1, que se refere a colunas com letras (A até XFD, para um total de 16.384 colunas)
e se refere a linhas com números (1 até 1.048.576). Essas letras e esses números são chamados de títulos de linha e coluna. Para se
referir a uma célula, insira a letra da coluna seguida do número da linha. Por exemplo, B2 se refere à célula na interseção da coluna B
com a linha 2.

Fazendo referência a um intervalo de células em outra planilha na mesma pasta de trabalho


No exemplo a seguir, a função MÉDIA calcula o valor médio do intervalo B1:B10 na planilha denominada Marketing na mesma
pasta de trabalho.

16
INFORMÁTICA

=MÍNIMO()
ou em inglês=MIN()

1. Refere-se a uma planilha denominada Marketing


2. Refere-se ao intervalo de células B1 a B10
3. O ponto de exclamação (!) separa a referência de planilha
da referência do intervalo de células

Funções mais usadas Se o utilizador necessitar encontrar o número menor dentro


=SOMA() de um intervalo de células então a função MÍNIMO pode ajudar.
ou em inglês=SUM() Por exemplo, se usarmos um intervalo de células com a fórmu-
la=MÍNIMO(M3:M39)será mostrado nesse campo o valor mais
baixo encontrado em todo o conjunto de células.

=MÁXIMO()
ou em inglês=MAX()

Esta é uma das funções mais básicas e ao alcance de todos


os utilizadores Excel. A sua função é soma de células, por exem-
plo, a soma dos números contidos na célula B2 e na célula M2
e serem apresentados na célula D3. Para usar esta função basta
clicar na célula onde pretendemos ver o resultado, por exemplo
a D3 e escrever=SOMA(e de seguida premir e manter premida Ao contrário da função MÍNIMO, a função MÁXIMO faz exa-
a tecla CTRL para depois clicar com o rato nas células a somar, tamente o oposto, ou seja, quando aplicada a fórmula=MÁXI-
como no exemplo a B2 e a M2. Uma vez selecionadas as células MO(M3:M39)iremos obter o maior número contido num inter-
carrega-se em ENTER e o resultado da soma aparece de ime- valo de células por nós definido.
diato. É possível selecionar células específicas ou um conjunto
seguido de células. =CONT.NÚM()
ou em inglês=COUNT()
=MÉDIA()
ou em inglês=AVERAGE()

Caso o utilizador necessite saber quantas células num de-


terminado conjunto contêm números então esta função evita as
contagens manuais. Mesmo que existam textos misturados com
A função MÉDIA faz nada mais do que a palavra diz: tira a números a função CONT.NÚM consegue apresentar o resultado
média de valores somados entre eles. A função MÉDIA mede a correto. Por exemplo, você pode inserir a seguinte fórmula para
tendência central, que corresponde à localização do centro de contar os números no intervalo A1:A20:=CONT.NÚM(A1:A20)
um grupo de números numa distribuição estatística. O modo de neste exemplo, se cinco das células no intervalo contiverem nú-
funcionamento é igual à função de SOMA anteriormente expli- meros, o resultado será 5.
cado. Um exemplo:=MÉDIA(número1[número2]…).

17
INFORMÁTICA

=DIAS()
ou em inglês=DAYS()

Quer saber o número de dias entre duas datas numa folha de cálculo? Se tivesse, por exemplo, a data de 5 de setembro de 2015
na célula A4 e 27 de dezembro de 2015 em A5 ao usar a função=DIAS(A5, A4)poderia obter a resposta imediatamente. Nesta função
devemos ter em conta que ao inverter a ordem das células obteríamos um número positivo.

=ARRED()
ou em inglês=ROUND()

Como a abreviatura da função pode sugerir, esta função permite arredondar números. O =ARRED() exige dois argumentos: um
número ou célula e o número de dígitos para arredondar para. Por exemplo se tivermos o número 231.852645 em A1, por exemplo,
=ARRED(A1, 0) iremos obter o número 232. Por outro lado se escrevermos =ARRED(A1, 1) veremos o número 232,9 ou ainda =AR-
RE(A1,-1) devolverá o valor 230.

=ARRED.PARA.CIMA()e=ARRED.PARA.BAIXO()
ou em inglês= ROUNDUP(),=ROUNDDOWN()

Se procuramos um controlo mais direto sobre arredondamentos para cima ou para baixo existem estas duas funções também.
Por um lado o=ARRED.PARA.CIMA()irá arredondar um número para cima afastando-o de zero, por outro=ARRED.PARA.BAIXO()que por
defeito arredonda um número até zero. Por exemplo=ARRED.PARA.BAIXO(3,20)irá arredondar o valor 3,2 por defeito para nenhuma
casa decimal ou seja para o valor de 3.

O exemplo oposto de=ARRED.PARA.CIMA()seria:=ARRED.PARA.CIMA(3,2 0) a função arredondaria o valor de 3,2 para cima até
zero de casas decimais ou seja, refletindo o valor de 4.

Faixa de Opções
Há três componentes básicos na Faixa de Opções e que é bom saber como cada um se chama para compreender como utilizá-la.
São eles:

- Guias - Há oito guias básicas na parte superior: Arquivo, Página Inicial, Inserir, Layout da Página, Fórmulas, Dados, Revisão e Exi-
bição. Cada uma representa uma área de atividade e apresenta os comandos reunidos por grupos. Por exemplo, a guia Página Inicial
contém todos os comandos utilizados com mais frequência. E os botões Cor do preenchimento, Cor da fonte e Tamanho da fonte estão
no grupo Fonte. Estas opções são provavelmente as mais utilizadas, por iniciantes no Excel, juntamente com as opções do grupo Área
de Transferência.

18
INFORMÁTICA

- Grupos- Cada guia tem vários grupos que mostram os itens de botões de ação. Exemplo: os botões Negrito e Fonte estão no
grupo Fonte, já os botões Mesclar Célula, Centralizar e Alinhar à Direita, estão no grupo Alinhamento.
- Botões de Ação, ou Comandos- Um comando é um botão, ou uma caixa para inserir informações, ou um menu de determinada
ação. Nestes espaços, você começa a aplicar todas as ações de formatação, criação, desenvolvimento de uma planilha. Exemplo: gra-
var macros e inserir gráficos, são algumas das ações.

As Funções dos Componentes da Faixa de Opções.


Não precisa memorizar os grupos, pois basta memorizar as guias e os comandos. Abaixo descrevemos as guias e os respectivos
grupos:
- Guia Arquivo - Acessa a área de gerenciamento de arquivos chamada Backstage. Nela temos as opções: Informações, Novo,
Abrir, Salvar, Salvar Como, Imprimir, Compartilhar, Exportar, Publicar, Fechar, Conta, Comentário e Opções. Algumas opções foram
acrescentadas na últimas versões do Excel
- Página Inicial - É mais utilizada, para aplicar formatações de planilha e alterações de linhas colunas, etc. Encontramos os seguin-
tes grupos: Área de transferência, Fonte, Alinhamento, Número, Estilo, Células e Edição.
- Inserir - Esta guia tem várias funções importantes e avançadas, para desenvolvimento e aplicações da planilha. Os grupos são:
Tabelas, Ilustrações, Gráficos, Tours, Manigráficos e Links. Isso pode variar muito entre as versões do Excel.
- Desenhar - Representa ferramentas para desenhar, escrever e fazer marcações em uma planilha. Temos os grupos: Ferramentas,
Canetas, Converter e Repetição.
- Layout da Página - Esta guia tem funções relacionadas a visualização das planilhas, principalmente para impressão. Temas, Con-
figuração de Página, Dimensionar para Ajustar, Opções de Planilha e Organizar. Estes são os grupos encontrados.
- Fórmulas - Funciona especificamente para quem trabalha com fórmulas na planilha. A verificar pelos grupos: Biblioteca de Fun-
ções, Nomes Definidos, Auditoria de Fórmulas e Cálculo.
- Dados - Para trabalhar com listas, importação de dados e exportação de dados. Veja os grupos: Obter e Transformar Dados,
Consultas e Conexões, Classificar e Filtrar, Ferramentas de Dados e Previsão. Depende de sua versão do Excel, os grupos podem ser
bem diferentes.
- Revisão - A parte mais utilizada dessa guia é o grupo Proteger. Mas não mais importante que: Revisão de Texto, Acessibilidade,
Ideias, Idioma e Comentários.
- Exibir - Tem fator importante na planilha, veja os grupos: Modo de Exibição de Pasta de Trabalho, Mostrar, Zoom, Janela e Ma-
cros.
- Desenvolvedor - esta guia é para quem trabalha com Excel intermediário, ou avançado. Ela não está disponível por padrão, mas
você pode adicionar. Quando adicionar veja os grupos e suas funções.
Navegação básica no Excel
Abrir uma planilha nova: Ctrl + A
Salvar uma planilha: Ctrl + B
Fechar uma planilha: Ctrl + W
Ir para a página inicial: Alt + C
Copiar: Ctrl + C
Recortar: Ctrl + X
Colar: Ctrl + V
Desfazer última ação: Ctrl + Z
Ir para a guia de dados: Alt + S
Ir para a guia Exibir: Alt + K
Ir para a guia Inserir: Alt + T
Ir para a guia de layout: Alt + P
Ir para a guia de fórmulas: Alt + N

19
INFORMÁTICA

Navegação nas células QUESTÕES


Ir para células acima, abaixo ou aos lados: teclas de direção
Ir para a próxima célula à direita ou alternar entre células 01. Ano: 2017 Banca: FCC Órgão: PC-AP Prova: FCC - 2017 -
desbloqueadas (no caso de planilhas protegidas): Tab PC-AP - Delegado de Polícia
Ir para a célula anterior (ou para a opção anterior em caixas A planilha a seguir foi digitada no LibreOffice Calc 5.3 e no
de diálogo): Shift + Tab Microsoft Excel, ambos em português, e mostra os homicídios
Ir para a borda da área de dados atual: Ctrl + teclas de di- por armas de fogo em algumas regiões do Brasil de 2009 a 2014.
reção Na célula H3, foi digitada uma fórmula para calcular a mé-
Ir para a última célula da planilha, no canto inferior direito: dia aritmética dos valores do intervalo de células de B3 a G3. A
Ctrl + End fórmula utilizada foi
Expandir a seleção até a última célula: Ctrl + Shift + End A) =MÉDIA(B3:G3)tanto no LibreOffice Calc 5.3 quanto no
Ir para o começo da planilha: Ctrl + Home Microsoft Excel.
Mover a tela para a direita: Alt + Page Down B) =AVG(B3:G3) no LibreOffice Calc 5.3 e =MÉDIA(B3:G3) no
Mover a tela para a esquerda: Alt + Page Up Microsoft Excel.
Mover a tela para cima: Page Up C) =AVG(B3:G3) tanto no LibreOffice Calc 5.3 quanto no Mi-
Ir para a planilha anterior dentro da pasta de trabalho: Ctrl crosoft Excel.
+ Page Up D) =MEDIA(B3:G3) no LibreOffice Calc 5.3 e =AVERA-
Inserir formato de data (dia, mês e ano): Ctrl + Shift + # (si- GE(B3:G3) no Microsoft Excel.
nal numérico) E) =MED(B3:G3)tanto no LibreOffice Calc 5.3 quanto no Mi-
Inserir formato de hora (hora e minutos): Ctrl + Shift + @ crosoft Excel.
(arroba). GABARITO OFICIAL: LETRA A

Barra de fórmulas, dados e funções 02. Ano: 2016 Banca: FEPESE Órgão: CELESC Prova: FEPESE
Expandir ou reduzir a barra de fórmulas: Ctrl + Shift + U - 2016 - CELESC - Assistente Administrativo
Finalizar uma entrada na barra de fórmulas e selecionar a Qual é o nome de um programa de informática produzido
célula abaixo: Enter pela Microsoft, também conhecido como planilha eletrônica,
Cancelar uma entrada na barra de fórmulas ou na célula: destinado ao cálculo e à construção de gráficos com a capaci-
Esc dade de edição, formatação e personalização de documentos?
Selecionar o texto da barra de fórmulas do local onde está o A) HP 12C
cursor até o final: Ctrl + Shift + End B) Régua de cálculo
Calcular a planilha inteira: Shift + F9 C) Metodologias ágeis
Calcular todas as planilhas em todas as pastas de trabalho D) Plataforma mobile
abertas: F9 E) MS Excel
Ativar o preenchimento relâmpago para identificar padrões GABARITO OFICIAL: LETRA E
nas colunas adjacentes e aplicá-los na coluna selecionada auto-
maticamente: Ctrl + E 03.Ano: 2016 Banca: INQC Órgão: CREFITO 5° Região - RS
Inserir uma função: Shift + F3 Prova: INQC - 2016 - CREFITO 5° Região - RS - Auxiliar Adminis-
Escolher um nome para usar nas referências: Alt + M, de- trativo
pois M, depois D Sobre o Excel é correto afirmar que:
Criar um gráfico dos dados no intervalo atual: Alt + F1 I- O Excel é uma planilha eletrônica. II- O Excel pode ser uti-
Criar um gráfico dos dados no intervalo atual, mas em uma lizado para atender necessidades pessoais ou profissionais. III-
folha de gráfico diferente: F11 O Excel não permite que o usuário crie suas próprias fórmulas,
Criar, editar ou excluir uma macro: Alt + F8. mas traz muitas fórmulas e funções prontas. IV- O Excel funciona
Fonte: online e off-line. V- O Excel pertence ao pacote office.
https://support.office.com/pt-br Quais estão corretas?
https://edu.gcfglobal.org/pt/microsoft-excel-2010/o-que- A) Apenas a III.
-e-uma-funcao-do-excel/1/ B) Apenas a I, II, IV e V.
https://www.tudoexcel.com.br/planilhas/o-que-e-a-faixa- C) Apenas a I e V.
-de-opcoes-do-excel-3042.html D) A I, II, III, IV e V.
https://pplware.sapo.pt/truques-dicas/conheca-15-funco- E) Apenas a I, II e III.
es-essenciais-do-excel/ GABARITO OFICIAL: LETRA B
https://www.impacta.com.br/blog/2018/08/13/conheca-
-principais-atalhos-excel-ajudar-dia-a-dia/ 04. Ano: 2017 Banca: IF SUL - MG Órgão: IF Sul - MG Prova:
www.qconcursos.com IF SUL - MG - 2017 - IF Sul - MG - Auxiliar de Biblioteca
O MS Excel possui diversas fórmulas. A fórmula abaixo que
é válida no MS Excel em português é:
A) =soma(10;20)
B) =soma(A100::A90)
C) =soma(A:100,B:100)

20
INFORMÁTICA

D) =soma(A10, A20, C30) Para criar listas numeradas ou com marcadores, selecione o
GABARITO OFICIAL: LETRA A texto e escolha Marcadores ou Numeração.

05. Ano: 2017 Banca: FUNDEP (Gestão de Concursos) Ór-


gão: CRM - MG Provas: FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2017
- CRM - MG - Agente Administrativo
As fórmulas do MS Excel são essenciais e auxiliam na cria-
ção de planilhas eletrônicas.
Assinale a alternativa que apresenta a fórmula utilizada no
MS Excel para somar todos os números em um intervalo de cé-
lulas.
A) =PROCV()
B) =DESC()
C) =SOMA()
D) =BD()
GABARITO OFICIAL: LETRA C

POWERPOINT - 2016 Adicionar uma imagem, forma ou gráfico


Com o PowerPoint no PC, Mac ou dispositivo móvel, você Escolha Inserir.
pode: Para adicionar uma imagem:
- Criar apresentações do zero ou usar um modelo. Escolha Imagem.
- Adicionar texto, imagens, arte e vídeos. Procure a imagem desejada e escolha Inserir.
- Escolher um design profissional com o Designer do Power- Para adicionar uma forma, arte ou gráfico:
Point. Escolha Formas, Smart Art ou Gráfico.
- Adicionar transições, animações e animações de cinema. Escolha o item desejado.
- Salvar no OneDrive para acessar suas apresentações no
computador, tablet ou telefone.
- Compartilhar seu trabalho e trabalhar com outras pessoas
onde quer que elas se encontrem.

Criar uma apresentação


Abra o PowerPoint.
Escolha uma opção:
Escolha Apresentação em Branco para criar uma apresen-
tação do zero.
Escolha um dos modelos.
Escolha Fazer um Toure, em seguida, escolha Criar para ver
dicas de como usar o PowerPoint.

Adicionar slides

Adicionar e formatar texto Selecione o slide que ficará antes do novo slide.
Coloque o cursor do mouse no local de sua preferência e Selecione Página Inicial>Novo Slide.
digite. Selecione um layout.
Escolha o texto e, em seguida, escolha uma opção na guia Selecione o tipo e a caixa de texto.
Página Inicial: Fonte,Tamanho da fonte,Negrito,Itálico,Sublinha-
do...

21
INFORMÁTICA

Excluir slides
Para um único slide: Clique com o botão direito e selecione Excluir Slide.
Para vários slides: mantenha pressionada a tecla Ctrl e selecione os slides. Em seguida, clique com botão direito e selecione Excluir
Slide.
Para uma sequência de slides: Mantenha pressionada a tecla Shift e selecione a sequência. Em seguida, clique com o botão direito
e selecione Excluir Slide.

Fazer sua apresentação


Na guia Apresentação de Slides, siga um destes procedimentos:
Para iniciar a apresentação no primeiro slide, no grupo Iniciar Apresentação de Slides, clique em Do Começo.

Se você não estiver no primeiro slide e desejar começar do ponto onde está, clique emDo Slide Atual.

O que é um slide mestre?


Quando você quiser que todos os seus slides contenham as mesmas fontes e imagens (como logotipos), poderá fazer essas alte-
rações em um só lugar — no Slide Mestre, e elas serão aplicadas a todos os slides. Para abrir o modo de exibição do Slide Mestre, na
guia Exibir, selecione Slide Mestre:

O slide mestre é o slide superior no painel de miniatura, no lado esquerdo da janela. Os layouts mestres relacionados são exibidos
logo abaixo do slide mestre (como nesta imagem do PowerPoint para macOS):

1Slide Mestre
2Layouts de slide

22
INFORMÁTICA

Quando você edita o slide mestre, todos os slides subsequentes conterão essas alterações. Entretanto, a maioria das alterações
feitas se aplicarão aos layouts mestre relacionados ao slide mestre.
Quando você faz alterações nos layouts e no slide mestre no modo de exibição de Slide Mestre, outras pessoas que estejam
trabalhando em sua apresentação (no modo de exibição Normal) não podem excluir nem editar acidentalmente suas alterações. Por
outro lado, se você estiver trabalhando no modo de exibição Normal e perceber que não consegue editar um elemento em um slide
(por exemplo, “por que não posso remover esta imagem?”), talvez o que você está tentando alterar seja definido no Slide Mestre. Para
editar esse item, você deve alternar para o modo de exibição de Slide Mestre.
Observação: É recomendável editar o slide mestre e os layouts mestres antes de começar a criar os slides individuais. Dessa for-
ma, todos os slides adicionados à apresentação terão como base as edições personalizadas. Se você editar o slide mestre ou os layouts
mestres depois de criar os slides individuais, deverá aplicar novamente os layouts alterados aos slides da apresentação no modo de
exibição Normal.

Temas
Um tema é uma paleta de cores, fontes e efeitos especiais (como sombras, reflexos, efeitos 3D etc.) que complementam uns aos
outros. Um designer habilidoso criou cada tema no PowerPoint. Esses temas predefinidos estão disponíveis na guia Designdo modo
de exibição Normal.
Todos os temas usados em sua apresentação incluem um slide mestre e um conjunto de layouts relacionados. Se você usar mais
de um tema na apresentação, terá mais de um slide mestre e vários conjuntos de layouts.

Layouts de Slide
Altere e gerencie layouts de slide no modo de exibição do Slide Mestre. Cada tema tem vários layouts de slide. Escolha os layouts
mais adequados ao conteúdo do slide; alguns são melhores para texto e outros são melhores para elementos gráficos.
No modo de exibição Normal, você aplicará os layouts aos slides (mostrado abaixo).

23
INFORMÁTICA

Cada layout de slide é configurado de forma diferente — com diferentes tipos de espaços reservados em locais diferentes em
cada layout.

Adicionar ou alterar uma transição de slides


No lado esquerdo da janela do slide, no painel que contém as guias Tópicos e Slides, clique na guia Slides.
Selecione qualquer miniatura de slides na qual você deseja aplicar ou alterar uma transição de slides.
Na guia Transições, no grupo Transição para Este Slide, clique em um efeito de transição de slide.
Para ver mais efeitos de transição, clique no botão Mais .
Para definir a duração da transição de slides entre o slide anterior e o slide atual, na guia Transições, no grupo Intervalo, digite ou
selecione a velocidade que desejar na caixa Duração.
Para especificar quanto tempo antes o slide atual avança para o seguinte:
Para avançar o slide quando você clica com o mouse, no grupo Intervalo, marque a caixa de seleção Ao clicar com o mouse.
Para avançar o slide após um período especificado, no grupo Intervalo, insira o número de segundos que você deseja na caixa
Depois.
Opcional:
Para aplicar a mesma transição para toda a apresentação, no grupo Intervalo, clique em Aplicar a Todos.
Para aplicar as propriedades de transição personalizáveis disponíveis para a maioria das transições (mas não todas), no grupo
Transição para Este Slide, clique em Opções de efeito e selecione a opção desejada.

Adicionar som para transições de slide


No lado esquerdo da janela do slide, no painel que contém as guias Tópicos e Slides, clique na guia Slides.
Selecione qualquer uma das miniaturas de slides na qual você deseja aplicar um som de transição.
Na guia Transições, no grupo Intervalo, clique na seta ao lado de Some realize um destes procedimentos:
Para adicionar um som na lista, selecione o som que você deseja.
Para adicionar um som não encontrado na lista, selecione Outro Some localize o arquivo de som que deseja usar e então clique
em Abrir.
Opcional: Para adicionar o mesmo som de transição em todos os slides na sua apresentação, no grupo Transição para Este Slide,
clique em Aplicar a Todos.

Definir o intervalo e a velocidade de uma transição


Você pode modificar a duração de uma transição, modificar o efeito de transição e até mesmo especificar um som para ser repro-
duzido durante uma transição. Além disso, você pode especificar o tempo para gastar em um slide antes de avançar para o próximo.

Definir a velocidade de uma transição


Use duração para definir a velocidade da transição. UMA duração menor significa que um slide avança mais rápido e um número
maior torna o slide avançar mais lentamente.
Selecione o slide que contém a transição que você deseja modificar.
Na guia transições, no grupo intervalo, na caixa duração, digite o número de segundos desejados.

Dica: Se quiser que todas as transições da apresentação de slides usem a mesma velocidade, clique emaplicar a todos.

Definir as opções ‘Executar’ para um vídeo na sua apresentação


Você pode usar as opções de reprodução no PowerPoint para controlar como e quando um vídeo aparece em sua apresentação.
Você pode reproduzir um vídeo no modo de tela inteira ou redimensioná-lo para as dimensões especificadas. Você também pode
controlar o volume, reproduzir o vídeo repetidamente (em um loop) e mostrar os controles de mídia.
Essas opções de reprodução não estão disponíveis para vídeos online, como vídeos do YouTube. Eles estão disponíveis somente
para vídeos inseridos no seu computador, na rede ou no One Drive.

24
INFORMÁTICA

Para controlar como seu vídeo é reproduzido, use as opções na guia reprodução da faixa de opções do PowerPoint. Esta guia
aparece na faixa de opções quando você seleciona um vídeo em um slide.

Reproduzir um vídeo na sequência de cliques, automaticamente ou quando clicado


Dica: Defina essa opção antes de adicionar animações ou gatilhos ao vídeo. Se você alterar essa opção, todas as animações as-
sociadas a seu vídeo serão removidas.

No modo de exibição Normal, clique no quadro do vídeo, no slide.

Figura: especifique como você deseja que o vídeo seja iniciado durante a apresentação

Em ferramentas de vídeo, na guia reprodução, no grupo Opções de vídeo, na lista Iniciar, selecione uma opção:

25
INFORMÁTICA

O que tem nas guias da faixa de opções?


As guias da faixa de opções agrupam ferramentas e recursos com base na respectiva finalidade. Por exemplo, para dar uma
aparência melhor aos seus slides, utilize as opções da guia Design. As ferramentas usadas para animar objetos no slide estão na guia
Animações.

Vamos dar uma olhada no que pode ser encontrado em cada uma das guias da faixa de opções do PowerPoint.

1. Página Inicial

A guia Página Inicial contém os recursos Recortar e Colar, as opções de Fonte e Parágrafo e o que mais você precisa para adicionar
e organizar slides.

2. Inserir
Clique em Inserir para adicionar um elemento a um slide: imagens, formas, gráficos, links, caixas de texto, vídeos e outros.

3. Design
Na guia Design, você pode adicionar um tema ou um esquema de cores, ou pode formatar a tela de fundo do slide.

4. Transições
Configure o modo como os slides passam de um para o outro na guia Transições. O grupo Transição para este Slide mostra uma
galeria com as possíveis transições; clique em Mais na parte lateral da galeria para ver todas as opções.

5. Animações
Use a guia Animações para coreografar os movimentos dos objetos nos slides. Observe que o grupo Animação contém uma gale-
ria com várias possibilidades de animações; para ver outras opções, clique em Mais .

6. Apresentação de Slides
Na guia Apresentação de Slides, configure o modo como você deseja mostrar sua apresentação para as pessoas.

7. Revisão
A guia Revisão permite adicionar comentários, verificar a ortografia do texto ou comparar uma apresentação com outra (por
exemplo, uma versão anterior).

8. Exibir
Há vários modos de exibir uma apresentação, dependendo de onde você está no processo de criação ou de entrega.

9. Arquivo
Em uma ponta da faixa de opções fica a guia Arquivo, usada para operações “de bastidores” realizadas com um arquivo; por
exemplo, abrir, salvar, compartilhar, exportar, imprimir e gerenciar a apresentação. Clique na guia Arquivo para abrir um novo modo
de exibição chamado Backstage.

26
INFORMÁTICA

Clique na lista que aparece à esquerda para executar a ação desejada; por exemplo, clique em Imprimir para encontrar as opções
e configurações para imprimir a apresentação. Clique em Voltar para retornar à apresentação em que você estava trabalhando.

10. Guias de ferramentas


Quando você clica em certas partes dos slides, como imagens, formas, Smart Art ou caixas de texto, uma nova guia colorida apa-
rece.

No exemplo acima, a guia Ferramentas de Desenho aparece quando você clica em uma forma ou uma caixa de texto. Quando
você clica em uma imagem, a guia Ferramentas de Imagem é exibida. Outras guias desse tipo são: Ferramentas de SmartArt, Ferra-
mentas de Gráfico, Ferramentas de Tabela e Ferramentas de Vídeo. Essas guias desaparecem ou mudam quando você clica em outro
elemento da apresentação.

Atalhos de teclado para o PowerPoint


Ctrl + Shift + F - Abre configurações de fonte para um texto que estiver selecionado.
Configurações de fonte
Shift + F6 - Mostra um painel lateral com os slides ou tópicos
Ctrl + Shift + > - Aumenta a fonte de um texto que estiver selecionado. Este comando pode ser usado quantas vezes forem neces-
sárias até chegar ao tamanho desejado.
Deixe a fonte tão grande quanto você quiser...
Ctrl + Shift + < - O contrário do comando anterior, ele diminui a fonte do texto selecionado. Também pode ser usado até chegar
ao tamanho desejado.
...ou tão pequena quanto for preciso.
Ctrl + A - Abrir um documento que já existe. Este atalho funciona em quase todos os programas do Windows.
Ctrl + L - Abre a caixa de diálogo para pesquisar por palavras específicas no documento. Este comando não funciona se houver
algum texto selecionado, pois desta forma ele alinha à esquerda o que estiver na seleção.
Ctrl + G - Alinha o parágrafo selecionado à direita.
Ctrl + Q - Alinha o parágrafo selecionado à esquerda.

27
INFORMÁTICA

Ctrl + J - Justifica o parágrafo do texto que estiver selecio- 03. Ano: 2016 Banca: INQC Órgão: CREFITO 5° Região - RS
nado. Prova: INQC - 2016 - CREFITO 5° Região - RS - Auxiliar Adminis-
Ctrl + E - Centraliza o parágrafo do texto que estiver sele- trativo
cionado. A cerca do Microsoft PowerPoint 2010 é INCORRETO afir-
Shift + F9 - Deixa visível ou oculta as linhas de grade no slide. mar que
Elas servem como um auxílio para posicionar textos, figuras e A) com o PowerPoint consegue-se produzir slides.
outros objetos no espaço visível. As linhas não são vistas duran- B) nos slides podemos inserir textos e imagens.
te a apresentação. C) permite animar os textos contidos nos slides.
Alt + F9 - Deixa visível ou oculta as linhas de desenho no D) é ótimo para auxiliar professores em aulas expositivas.
slide. Como as linhas de grade, elas servem para posicionar ob- E) o PowerPoint permite trabalhar com textos nos slides,
jetos no espaço visível. Elas também não são visíveis em apre- mas não possui a ferramenta Corretor Ortográfico.
sentações. GABARITO OFICIAL: LETRA E
F5 - Inicia a apresentação a partir do primeiro slide.
C ou , (vírgula) - Durante a apresentação, volta para o come- 04. Ano: 2017 Banca: Quadrix Órgão: COFECI Prova: Quadrix
ço e exibe um slide em branco, sem nenhum conteúdo. - 2017 - COFECI - Auxiliar Administrativo
Shift + F10 - Durante a apresentação, exibe um menu de Texto associado
atalhos. No item que avalia conhecimento de informática, a menos
Número + Enter - Durante a apresentação, digitar um núme- que seja explicitamente informado o contrário, considere que:
ro e dar Enter leva o usuário para a tela com o número digitado. todos os programas mencionados estejam em configuração-pa-
Por exemplo, para ir direto para o 10º slide, digite 10 e aperte drão, em português; o mouse esteja configurado para pessoas
Enter. destras; expressões como clicar, clique simples e clique duplo
P; Enter; Page Down; Seta para direita; Seta para baixo ou refiram-se a cliques com o botão esquerdo do mouse; teclar cor-
barra de espaços - Qualquer uma dessas teclas pode ser usada, responda à operação de pressionar uma tecla e, rapidamente,
durante uma apresentação, para passar para a próxima transi- liberá-la, acionando-a apenas uma vez. Considere também que
ção ou para o próximo slide. não haja restrições de proteção, de funcionamento e de uso em
A; Backspace; Page Up; Seta para a esquerda e Seta para relação aos programas, arquivos, diretórios, recursos e equipa-
cima - Qualquer uma dessas teclas pode ser usada, durante uma mentos mencionados.
apresentação, para voltar ao slide ou à transição anterior. No que se refere ao programa Microsoft PowerPoint 2013 e
Esc ou Hífen - Finaliza a apresentação (mesmo antes de che- ao sistema operacional Windows 7, julgue o próximo item.
gar ao final) e volta para o editor, mostrando o primeiro slide No PowerPoint 2013, é possível usar vários slides mestres
em uma apresentação.
Fonte: ( ) Certo ( ) Errado
https://support.office.com/pt-br GABARITO OFICIAL: CERTO
www.qconcursos.com
05. Ano: 2017 Banca: FEPESE Órgão: SANEFRAI Prova: FEPE-
SE - 2017 - FEPESE - Assistente Administrativo
QUESTÕES No contexto do MS Powerpoint 2010 em português, o que
é um Slide Mestre?
01. Ano: 2018 Banca: UEM Órgão: UEM Prova: UEM - 2018 A) É o slide que armazena informações sobre o tema e os
- UEM - Técnico em Informática layouts de slide, incluindo o plano de fundo, a cor, as fontes e os
Fazem parte do pacote do Microsoft Office os aplicativos tamanhos dos espaços reservados.
A) Excel, Word, Access, PowerPoint e outlook. B) É o primeiro slide de uma apresentação e contém infor-
B) Excel, Word, Base, Impress e outlook. mações sobre a apresentação incluindo seu título, nome do ar-
C) Calc, Word, Access, Powerpoint e outlook. quivo e quantidade de slides.
D) Calc, Writer, Base, Impress e Math. C) É um meta-slide invisível durante a apresentação que
E) Excel, Writer, Access, Powerpoint e Draw. contém informações sobre a apresentação como autor, data de
GABARITO OFICIAL: LETRA A criação e última modificação, nome do arquivo e permissões de
acesso.
02. Ano: 2018 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: ITEP - RN D) É um slide oculto que contém informações sobre a apre-
Provas: INSTITUTO AOCP - 2018 - ITEP - RN - Perito Criminal - sentação, como seções da apresentação, efeitos de transição
Químico entre slides e tempos de passagem entre slides.
Um arquivo com a extensão .pptx pode ser editado por qual E) É uma paleta de edição individual que contém informa-
aplicativo? ções como ferramentas de edição personalizadas para cada slide
A) Microsoft PowerPoint 2010, 2013, 2016. da apresentação.
B) Microsoft PowerPoint 2003. GABARITO OFICIAL: LETRA A
C) LibreOffice Writer.
D) Microsoft Edge.
E) LibreOffice Draw.
GABARITO OFICIAL: LETRA A

28
INFORMÁTICA

O que é a internet e como ela funciona? Fica fácil entender esta arquitetura quando pensamos, por
A internet é uma rede global de computadores interligados exemplo, em um sistema como um site de ouvir música, no qual
que utilizam uma série de regras de comunicação para trocarem um terminal - cliente - pode ser um celular ou um navegador
informações entre si. Ela surgiu em 1974, quando alguns pes- web, os dados são as músicas, o sistema é um gerenciador de
quisadores criarem o Internet Protocol Suite ou TCP/IP, que um “playlists” e ambos estão armazenados no servidor.
protocolo de comunicação entre computadores.
Com esse protocolo, cada computador possui um endereço Mas, e a relação com a expressão Cliente/Servidor?
único que servirá para que outros computadores o localizem. Bem, nessa arquitetura, cliente é o terminal de acesso e ser-
Esse endereço, chamado de IP, é o ponto fundamental para co- vidor é o computador que contém os arquivos. A conexão entre
nectar um dispositivo à internet. O IP também é utilizado em os dois é realizada via internet, sendo que os servidores estão
redes locais, como por exemplo quando você tem um roteador localizados em diversos lugares do mundo. A informação que o
em casa: esse dispositivo tem um IP próprio com o qual ele se usuário está acessando de seu terminal pode estar armazenada
conecta à internet e o seu computador tem um outro IP com o em qualquer continente, inclusive na mesma cidade em que ele
qual ele se conecta ao roteador. está, dependendo de onde o sistema tiver sido hospedado.
Para trocar informações, todos esses dispositivos utilizam
uma série de protocolos que nada mais são do que regras de Um servidor pode atuar de diversas formas, sendo que seu
comunicação. Um dos protocolos mais comuns é o TCP, consi- funcionamento básico é o envio de informações pedidas em um
derado uma das bases da internet sendo que várias regras de dado terminal que está conectado a ele, localmente ou não. Um
comunicação dentro desse contexto baseiam-se nele. servidor pode receber diversos parâmetros enviados pelo clien-
te por ações do usuário e a resposta que o servidor retornará
Qual a diferença entre internet e web? ao cliente será baseada no processamento dessas informações.
A internet é a rede de computadores, a Web que é um sis- De onde vem a internet ?
tema de documentos interligados que acessamos na internet A internet surgiu lá na época da Guerra Fria (1947 – 1991).
através de um navegador, é o famoso www (World Wide Web). Foi desenvolvida pelos norte-americanos com o intuito de se co-
Ao utilizar um navegador, você está, na prática, fazendo uma sé- municarem com seu exército durante a guerra caso os meios de
rie de pedidos de informação para servidores na internet. Esses comunicação tradicionais da época fossem destruídos em ata-
pedidos são feitos utilizando regras específicas que permitem ques.
que os servidores e seu navegador troquem informações. Logo, Originalmente, a Internet era uma rede militar dos EUA (co-
quando colocamos um endereço na barra do navegador, como nhecida como ARPANET). O objetivo era criar uma rede resisten-
por exemplo http://gitbook.io, ele gera um pequeno pacote te à ataques: se um ponto da rede fosse destruído, as informa-
com informações e envia para a internet. Este arquivo é utili- ções deveriam continuar a circular.
zado para encontrar o servidor (dependendo do porte do site, A agência norte-americana Advanced Research and Projects
podem ser vários servidores!) onde se encontram os arquivos Agency (ARPA) objetivava conectar os computadores dos seus
do gitbook que então envia para seu computador, de usuário, departamentos de pesquisa. A Internet nasceu à partir da AR-
as informações pedidas e que são exibidas pelo seu navegador. PANET, que interligava quatro instituições: Universidade da Ca-
lifórnia, LA e Santa Bárbara; Instituto de Pesquisa de Stanford e
De onde vem as informações dos sites? Universidade de Utah, tendo início em 1969.
Enviar arquivos para a internet quer dizer que estes arqui- Assim, a Internet foi projetada, desde o início, como uma
vos estão sendo disponibilizados na rede através da placa de teia de aranha.
rede do seu computador. Ela envia o dado que é capturado pelo
seu provedor de internet, que em seguida envia para servidores
que contêm um sistema chamado DNS (Sistema de Nomes de
Domínios), que, por sua vez, descobrem o servidor que contém
as informações e arquivos do site que você está buscando. Estes
tais servidores DNS são computadores que possuem o endere-
çamento de vários outros servidores e ajudam a mapear as in-
formações da rede.
Ao receber todas as informações do servidor, seu navega-
dor realiza sua leitura e as exibe em formato de página web. Es- Se um ponto da rede é destruído, as outras partes da rede
sas informações vêm em vários formatos, como texto, imagem e podem continuar a se comunicar entre elas, pois as informações
vídeos. A informação textual divide-se em duas partes: uma que utilizam, automaticamente, outro caminho.
descreve como a página web deve se apresentar e se comportar
e outra que contém o conteúdo a ser exibido.
Arquitetura cliente/servidor
A arquitetura Cliente/Servidor é aquela em que o usuário
utiliza um terminal para acessar sistemas ou dados que estão
armazenados em um computador conectado à internet, chama-
do de servidor.

29
INFORMÁTICA

Dois anos depois, em 1988, a NSFNET passou a ser mantida


com apoio das organizações IBM, MCI (empresa de telecomuni-
cações) e MERIT (instituição responsável pela rede de computa-
dores de instituições educacionais de Michigan), que formaram
uma associação conhecida como Advanced Network and Servi-
ces (ANS).
Em 1990 o backbone ARPANET foi desativado, criando-se
em seu lugar o backbone Defense Research Internet (DRI); em
Este sistema ainda está ativo hoje: ao enviar ou receber in- 1991/1992 a ANSNET, que passou a ser o backbone principal da
formações pela Internet, os pacotes de dados passam por deze- Internet; nessa mesma época iniciou-se o desenvolvimento de
nas de computadores diferentes e podem até utilizar caminhos um backbone europeu (EBONE), interligando alguns países da
diferentes. Europa à Internet. A partir de 1993 a Internet deixou de ser uma
(Um programa como o traceroute pode ver os computado- instituição de natureza apenas acadêmica e passou a ser explo-
res através dos quais transitam os pacotes.) rada comercialmente, tanto para a construção de novos backbo-
É a “teia de aranha” que está na origem da palavra “web” nes por empresas privadas (PSI, UUnet, Sprint,...) como para for-
(que literalmente significa “aranha”) e “World Wide Web” necimento de serviços diversos, abertura essa a nível mundial.
(“World Wide Web”, um termo que geralmente usado para se
referir a páginas HTML ligados entre si). Como Funciona a Internet
Entre 1970 e 1980, a internet deixou de ser uma ferramenta Uma das dúvidas mais freqüentes sobre a Internet é: quem
usada somente pelo governo e passou a ser utilizada para fins controla seu funcionamento? É inconcebível para a maioria das
acadêmicos. A partir de 1990, começou a ser usada pela popula- pessoas que nenhum grupo ou organização controle essa ampla
ção em geral, através de serviços de empresas que começaram a rede mundial. A verdade é que não há nenhum gerenciamento
oferecer conexão de internet empresarial e residencial. centralizado para a Internet. Pelo contrário, é uma reunião de
No mesmo ano, o inglês Tim Bernes-Lee desenvolveu o milhares de redes e organizações individuais, cada uma delas é
World Wide Web, o famoso WWW, um sistema que dá acesso às administrada e sustentada por seu próprio usuário. Cada rede
informações apresentadas em documentos em forma de hiper- colabora com outras redes para dirigir o tráfego da Internet, de
texto. Ou seja, um site que você acessa, como mostra o exemplo modo que as informações possam percorrê-las. Juntas, todas
abaixo! essas redes e organizações formam o mundo conectado da In-
ternet. Para que redes e computadores cooperem desse modo,
entretanto, é necessário que haja um acordo geral sobre alguns
itens como procedimentos na Internet e padrões para protoco-
los. Esses procedimentos e padrões encontram-se em RFCs (re-
Junto com esse sistema, também começaram a surgir os na- quests for comment ou solicitações para comentários) sobre os
vegadores, como, por exemplo, o Internet Explorer. quais os usuários e organizações estão de acordo.
Diversos grupos orientam o crescimento da Internet aju-
dando a estabelecer padrões e orientando as pessoas sobre a
maneira adequada de usar a Internet. Talvez o mais importante
seja a Internet Society, um grupo privado sem fins lucrativos. A
Internet Society suporta o trabalho da Internet Activities Board
(IAB), a qual controla muitas das emissões por trás das cenas e
Os pesquisadores e estudiosos do assunto receberam o pro- arquitetura da Internet. A Internet Engineering Task Force da IAB
jeto à disposição, para trabalhar. Deste estudo que perdurou na é responsável pela supervisão do envolvimento dos protocolos
década de 70, nasceu o TCP/IP (Transmission Control Protocol / TCP/IP da Internet. A Internet Research Task Force da IAB tra-
Internet Protocol), grupo de protocolos que é a base da Internet balha na tecnologia da rede. A IAB também é responsável pela
desde aqueles tempos até hoje. designação de endereços IP da rede através de Internet Assig-
A Universidade da Califórnia de Berkley implantou os pro- ned Numbers Authority. Além disso, dirige a Internet Registry
tocolos TCP/IP ao Sistema Operacional UNIX, possibilitando a (Central de Registros da Internet), que controla o Domain Name
integração de várias universidades à ARPANET. System (Sistema de Nomes de Domínio) e trata da associação de
Nesta época, início da década de 80, redes de computado- nomes de referência a endereços IP World Wide Web Consor-
res de outros centros de pesquisa foram integrados à rede da tium (W3 Consortium, Consórcio da Teia Mundial) desenvolve
ARPA. Em 1985, a entidade americana National Science Foun- padrões para a evolução da parte de crescimento mais rápido
dation (NSF) interligou os supercomputadores do seu centro de da Internet, a Teia Mundial (World Wide Web). Um consórcio
pesquisa, a NSFNET, que no ano seguinte entrou para a ARPA- da indústria, controlado pelo Laboratory for Computer Science
NET. A ARPANET e a NSFNET passaram a ser as duas espinhas no Massachusetts Institute of Technology, colabora com orga-
dorsais (backbone) de uma nova rede que junto com os demais nizações por todo o mundo, como o CERN, os originadores da
computadores ligados a elas, era a INTERNET. Teia. Ele serve como um depósito de informações sobre a Teia
para desenvolvedores e usuários; implementa padrões da Teia
e realiza protótipos, e usa aplicações exemplo para demonstrar
nova tecnologia.

30
INFORMÁTICA

Enquanto essas organizações são importantes como um Basicamente, o funcionamento da Internet nada mais é do
tipo de “cola” para manter a Internet unida, no coração da In- que uma sucessão de pedidos e entregas de informação, que
ternet estão redes locais individuais. Essas redes podem ser precisa de uma pequena tradução no meio do caminho.
encontradas em empresas privadas, universidades, agências O cliente, a partir do navegador, faz suas requisições. Por
governamentais e serviços comerciais. São fundadas separada- exemplo, ele digita na barra de navegação que quer entrar num
mente uma das outras através de várias formas, como taxas de site de notícias ou no Google. Por mais que não percebamos,
usuários, suporte de associados, impostos e doações. quando digitamos o endereço do site o navegador traduz esse
As redes são conectadas de vários modos. Para fins de efici- pedido numa linguagem específica para que o site entenda o
ência, as redes locais unem-se em consórcios conhecidos como pedido do usuário. Nesse caso, a requisição é feita utilizando o
redes regionais. Uma variedade de linhas arrendadas conecta protocolo HTTP.
redes regionais e locais. “HTTP” é a sigla para para “HyperText Transfer Protocol”, ou
As linhas arrendadas que conectam redes podem ser tão “Protocolo de Transferência de Hipertexto”, em português. Esse
simples como uma única linha telefônica ou tão complexas com é o tal sistema de pedidos que a Internet utiliza, e ele nada mais
um cabo de fibra ótica com enlaces de microondas e transmis- é do que o estabelecimento de algumas “regrinhas” para essa
sões de satélite. troca de dados. Em outras palavras, é como se fossem as regras
Backbones (alicerces) - linhas de capacidade extremamente para envio de uma correspondência comum, nos correios.
alta - transportam grandes quantidades tráfego da Internet. Es- Todo o conteúdo dos sites é armazenado em servidores,
ses backbones são sustentados por agências governamentais e que são, basicamente, computadores capazes de servir informa-
por corporações privadas. Alguns backbones são mantidos pela ções, por isso o nome, servidores. Quando digitamos o endereço
National Science Foundation. de um site no navegador, estamos fazendo uma requisição: o
Como a Internet é uma organização livre, nenhum grupo a navegador busca nos servidores de domínios (chamados DNS)
controla ou a mantém economicamente. Pelo contrário, muitas o endereço correspondente ao nome(URL) que digitamos (esse
organizações privadas, universidades e agências governamen- endereço se chama IP). Se o servidor DNS não conhecer aquele
tais sustentam ou controlam parte dela. Todos trabalham jun- endereço, ele pergunta para o próximo, até encontrar o servi-
tos, numa aliança organizada, livre e democrática. Organizações dor que tem a informação. Com o endereço IP identificado, o
privadas, variando desde redes domésticas até serviços comer- navegador consegue fazer a requisição para um outro tipo de
ciais e provedores privados da Internet que vendem acesso à servidor que armazena o conteúdo do site. Em resposta a essa
Internet. requisição, recebemos o código que corresponde ao conteúdo
O governo federal sustenta alguns backbones de alta velo- do site que estamos procurando. E como não navegamos por có-
cidade que transportam o tráfego da Internet pelo país e pelo digo, o trabalho do navegador é justamente organizar e traduzir
mundo, através de agências como o National Science Founda- esse código recebido na forma de textos, animações, imagens,
tion. O vBNS extremamente rápido (very high-speed Backbone vídeos… Enfim, nos mostrar o site com “cara de site”.
Network Services), por exemplo, fornece uma infra-estrutura
de alta velocidade para a comunidade da pesquisa e educação Assim, o código HTML é a linguagem “virtual” que tanto o
unindo centros de supercomputadores e que possivelmente,
servidor quanto o navegador entendem. O que vemos, portan-
também fornecerá um backbone para aplicações comerciais.
to, é o código “traduzido”. Uma das funções da programação,
Redes regionais fornecem e mantêm acesso dentro de uma
portanto, é construir os códigos que vão ser lidos pelos navega-
área geográfica. Redes regionais podem consistir de pequenas
dores e serão vistos, finalmente, como sites.
redes e organizações dentro da área que se uniram para ofere-
cer um serviço melhor.
E onde entra a programação?
Os Centros de Informações em Rede (Network Information
Os mais diversos tipos de sites e páginas para os usuários
Centers), ou NICs, ajudam as organizações a utilizar a Internet. O
também são criados por meio da programação. É a programação
InterNIC, uma organização mantida pela National Science Foun-
do “visual” do site, chamada de front-end. Existe também códi-
dation, auxilia os NICs em seu trabalho.
O Internet Registry registra os endereços e conexões entre gos que interferem em outras etapas desse processo de comuni-
endereços e nomes de referências. Os nomes de referências são cação, que não são visíveis ao usuário, a chamada programação
nomes fornecidos às redes conectadas à Internet. back-end.
A Internet Society é uma organização privada, sem fins lu- Os códigos podem criar páginas estáticas – como a que ve-
crativos, que elabora recomendações tecnológicas e de arqui- mos quando digitamos www.programaria.org, por exemplo –,
tetura pertinentes à Internet, como sobre como os protocolos ou ainda criar páginas dinâmicas, que são diferentes para cada
TCP/IP e outros protocolos da Internet devem funcionar. Esse usuário. Um exemplo disso são os álbuns de fotografia do Face-
órgão orienta a direção da Internet e seu crescimento. book – único para cada usuário.
Os provedores de serviços da Internet vendem conexões Em outras palavras, programar significa criar linguagens
mensais à Internet para as pessoas. Eles controlam seus pró- justamente para traduzir e personalizar as requisições de cada
prios segmentos da Internet e também podem fornecer cone- usuário. Quanto mais dominamos essa linguagem, aumentamos
xões de longa distância chamadas backbones. As companhias te- nosso leque para criar opções de sites, cada vez com mais re-
lefônicas também podem fornecer conexões de longa distância cursos.
à Internet.

31
INFORMÁTICA

Como a internet é fornecida Protocolos


Antigamente, o meio mais utilizado para fornecer internet A Internet funciona através de protocolos como o IPv4 e o
era o cabo de cobre. Porém, esse recurso não oferece para o IPv6, que são combinações numéricas que estabelecem cone-
sinal de internet a proteção necessária contra as interferências xões entre computadores. Quando você abre a janela do seu
de outras redes. Isso faz com que a conexão de internet sofra provedor de banda larga para entrar no modo online, milhares
bastante oscilações de sinal e velocidade de conexão. de números e valores mantêm você na rede.
De lá pra cá, com o avanço da tecnologia, as empresas que Assunto do momento, os protocolos IPv4 e IPv6 ainda cau-
fornecem internet descobriram um novo meio para oferecer sam dúvidas para quem utiliza a Internet. Antes de tudo, é pre-
seus serviços, a fibra óptica. Esse recurso é composto por um ciso saber que o padrão IPv4 está desde a criação da rede e logo
material dielétrico, ou seja, imune a ondas eletromagnéticas de será excluído para o uso do IPv6. Confira, abaixo, no que consiste
outras redes que podem causar interferências no seu sinal de cada um deles.
internet. Dessa forma, a fibra óptica oferece estabilidade e mais O que é o IPv4?
qualidade de conexão e velocidade para a sua internet. IPv4 significa Protocol version 4, ou versão 4 de protocolos.
É a tecnologia que permite que nossos aparelhos conectem na
TCP/IP Internet, seja qual for o tipo de gadget – pode ser PC, Mac, smar-
O TCP/IP é um conjunto de protocolos de comunicação que tphones ou outros aparelhos. Cada um que estiver online terá
tem por função identificar os computadores de uma forma úni- um código único, como 99.48.227.227 por exemplo, para enviar
ca. Desta forma, quando você conecta seu computador à inter- e receber dados de outros que estiverem conectados.
net, ele recebe um número de IP, esse número é único e desta
forma os sistemas de comunicação podem identificar seu com- O que é o IPv6?
putador permitindo enviar e receber informações sem correr o O IPv6 é a sexta revisão dos protocolos na Internet e é o
risco de enviar uma coisa e receber outra. sucessor natural do IPv4. Essencialmente, ele faz a mesma coisa
O número do IP é formado por quatro grupos, sendo que que outras tecnologias desse tipo, mas em 128 bits.
cada grupo identifica uma rede, sendo que o primeiro grupo
identifica a rede maior e os demais as redes menores ou subor- Por que estamos usando IPv4?
dinadas. Um exemplo de IP seria: 186.250.215.5 O IPv4 transfere endereços de protocolos de 32 bits. Sus-
Se por algum motivo precisar saber qual é o número do IP tenta aproximadamente 4,29 bilhões de IPs pelo mundo todo, o
que foi atribuído à sua conexão, você poderá usar o site www. que nos fez chegar na crise atual: O sistema não suportará mais
meuip.com.br. Basta acessá-lo para ele mostrar qual IP você está endereços do que isso.
usando.
Como o IPv6 resolveria esse problema?
Sistemas de Comunicação O novo sistema suportaria algo como 340.282.366.920.93
Os sistemas de telecomunicação são os transmissores de 8.000.000.000.000.000.000.000.000 endereços. Você consegue
toda a informação que circula na internet. No Brasil sistemas da calcular isso? Pois é, nem eu. Mas é muito mais do que 4 bilhões
Embratel, Telefônica, Brasil Telecom, entre outras são os princi- atuais e conseguiria suportar a demanda do crescimento da in-
pais responsáveis pelo transporte das informações. ternet por mais muitos anos. E isso acontece apenas porque os
O modelo é parecido com o telefone, diferenciando que na IPs trabalham em 128 bits.
internet são trafegados dados, enquanto que para os telefones
o tráfego é de voz. Por que não substituímos os sistemas, simplesmente?
Programas de Computadores Os protocolos já começaram a ser substituídos na última
Alguns programas foram desenvolvidos justamente para década. Essencialmente, os dois sistemas funcionam paralela-
serem usados na internet. Esses programas não são a internet, mente. No entanto, o teste de verdade com o IPv6 será em 8
como alguns usuários novatos imaginam, mas usam a internet de junho desse ano, batizado de “World IPv6 Day“. Google, Fa-
para desempenharem o fim para que foram programados. Os cebook e outros grandes companhias farão a substituição para
principais programas são: testar se os novos IPs vão funcionar.
Navegadores: Internet Explorer, Firefox, Chrome, Safari,
Opera, entre outros. Como isso vai me afetar?
Programas de e-mail: Outlook Express, Windows Mail, Win- Aparentemente, isso não vai te afetar. Sistemas operacio-
dows Live, etc. nais contam com IPv6. O problema está nos aparelhos roteado-
Comunicadores instantâneos: MSN Messenger, Google Talk, res. Neste caso, você terá, que fazer a substituição dessa peça
Skype, etc. por outra mais atual para se manter online. Alguns bugs tam-
Outros: Programa do Imposto de Renda, Sistemas de Em- bém precisam ser ajustados para a grande massa. E ninguém
presas para envio de cobranças parao banco ou informações sabe quanto vai demorar para a transição completa entre os
para a Receita Federal, entre outros. sistemas. De qualquer maneira, não há motivo para entrar em
pânico.

32
INFORMÁTICA

INTRANET Outras siglas são importantes como:


A intranet é um espaço restrito a um determinado público
que é utilizado para o compartilhamento de informações espe- SIGLAS DESCRIÇÃO
cíficas de uma empresa. As intranets geralmente são utilizadas
por meio de servidores locais instalados na própria empresa. agr.Br Empresas agrícolas, fazendas
As empresas utilizam as redes de computadores para usu- am.br Empresas de radiodifusão, sonora
fruírem dos inúmeros benefícios. A intranet funciona em um
art.br Artes: músicas, pintura, folclore
servidor local de uma empresa que tenha o serviço web ativado.
O serviço web se resume na utilização dos mesmos serviços edu.br Entidades de ensino superior
disponíveis na internet, porém utilizados especificamente pela com.br Comércio em geral
empresa, como por exemplo: páginas web, correio eletrônico,
agenda corporativa, etc. esp.br Esportes em geral
Não há dúvida de que as empresas reduzem muitos gastos far.br Farmácias, drograrias
com a utilização de uma intranet, tudo fica muito mais fácil de fm.br Empresas de radiodifusão sonora
encontrar e a informação é imediata.
Quem lida com a internet diariamente é fácil entender o g12.br Entidades de ensino de primeiro e Segundo grau
funcionamento de uma intranet, observe o modelo proposto: gov.br Entidades do governo federal
Baseada no protocolo TCP/IP que é um protocolo de uso
imb.br Imobiliária
padrão na internet, a intranet é composta por um computador
servidor, no qual realiza o provimento de páginas web ou aplica- ind.br Indústrias
ções da mesma maneira como é feito na internet, ou seja, utili- nif.br Meios de Informação (rádios, jornais, bibliotecas,
zação de softwares gerenciadores de serviços de rede. etc.)
Caberá ao servidor a maior parte do trabalho, pois é ele o
responsável pelo processamento das informações arquivadas, mil.br Forças armadas brasileiras
esse atenderá todas as solicitações de páginas realizadas pelos net.br Provedor de meios físicos de comunicação
diversos departamentos da empresa. org.br Entidades não governamentais sem fins lucrativos
O servidor tem o papel mais importante em uma intranet,
sendo capaz de gerenciar todos os demais recursos de rede e da
Quando carrega uma página da Web o usuário descobre
intranet, é claro que depende muito do profissional que fará a
que, clicando em determinadas palavras, novas páginas são
administração desse servidor.
mostradas no navegador. Essas palavras especiais são destaca-
das com uma cor diferente ou sublinhadas e são chamadas de
O uso da Internet
“links” ou vínculos.
A Internet possui várias formas de uso, como o e-mail (cor-
Algumas imagens também contêm estas ligações para ou-
reio eletrônico), as salas de bate-papo pelo teclado ou viva-voz,
tras páginas. Quando o cursor é posicionado sobre o vínculo, ele
as vídeo conferências e várias outras. Cada uma dessas formas
transforma-se em uma “mãozinha”. É de alcance mundial. É pos-
possui seu atrativo e suas limitações.
sível passear por servidores de muitos países diferentes apenas
clicando em sucessivos links.
World Wide Web
Dentre todas as maneiras de utilização da Internet, a que
Manipulação dos Navegadores
mais atrai e possui maior abrangência junto aos internautas é
sem dúvida a World Wide Web (Rede de Alcance Mundial) ou
A manipulação dos navegadores (browsers) é bem simples,
www, ou apenas web.Porque a web apresenta uma interface
existindo alguns comandos e botões básicos.
gráfica amigável ao usuário, de fácil utilização e que suporta
A barra fica na parte essencial do navegador com a Barra de
simultaneamente quase todos os serviços que a Internet pode
Menu, os Botões e a Barra de Endereços.
oferecer atualmente.
As informações na Web são organizadas na forma de pági-
nas de Hipertexto (no padrão HTML), cada uma com seu endere-
ço próprio, conhecido como URL (Universal Resource Locator). O
URL do servidor TERRA por exemplo éhttp://www.terra.com.br .
Para começar a navegar, é preciso digitar um endereço vir-
BARRAS
tual no campo chamado Endereço do Browser (navegador).
Barra de Endereços: é identificada por uma caixa onde se
Quando você digita no browser http://www.meuamigo.
insere o endereço do site que queremos acessar (URL).
com.br, ele faz a seguinte operação:
Protocolo de transferência de hipertexto (http://)>ati-
var>um documento que está na world wide web (www) > que
pertence a > meuamigo > que é um endereço > comercial (com)
> que se encontra hospedado no > Brasil (br).
Barra de Menus: onde encontra-se menus com diversos co-
A sigla .com indica que se trata de um site comercial e .brin-
mandos.
dica que se trata de um site registrado no Brasil.

33
INFORMÁTICA

Grupos de discussão
Grupo ou Fórum de discussão é uma ferramenta usada em
páginas da Internet destinada a promover o debate entre utili-
zadores, através da publicação de mensagens sobre o mesmo
Obs.: por padrão, esta barra pode estar oculta em alguns tema.
navegadores, normalmente podendo ser acessado pressionado O fórum é um espaço utilizado como local para interação
o botão Alt do teclado ou alterar sua visualização ou não nas entre pessoas que desejam discutir um problema específico ou
configurações do mesmo. um tema em particular e, apesar desta expressão estar muito
ligada ao mundo virtual, a verdade é que um fórum de discus-
BOTÕES são pode ser um espaço físico em que os indivíduos se reúnem
presencialmente. Aliás, tradicionalmente, na sociedade romana,
um fórum era um lugar onde se estabelecia o mercado localiza-
Botão Voltar ou Retornar: Leva ao último docu- do numa das quatro entradas da cidade e onde eram discutidos
mento visitado. temas de índole política, religiosa, judicial, social, administrativa
Botão Avançar: da mesma forma, o botão avançar conduz e econômica.
ao site seguinte (caso de se ter voltado de páginas anteriores
com o botão Voltar). Sites de Busca
A Internet é uma rede com inúmeros serviços e arquivos; é
um grande banco de dados de informação sem um padrão de ca-
Botão Parar: identificado por um sinal de um “X” ou talogação. Por isso, foram criados sites que oferecem serviços de
pelo desenho de um semáforo, é utilizado para interromper o procura, para ajudar a encontrar o que você necessita na rede.
carregamento de uma página. É muito utilizado quando ocorrem 80% dos usuários Internet encontram a informação que
problemas de carregamento da página, demorando a processar. procuram através de sites de busca (a maior parte consegue fa-
zê-lo de 10 a 15 minutos).
A aprendizagem de técnicas, e familiarização dos Mecanis-
Botão Página Inicial ou Inicial: identificado pelo dese- mos de Busca, são itens essenciais para a economia de horas em
nho de uma casa, carrega a página inicial que está definida na uma pesquisa.
configuração do Browser. A localização, com precisão, de documentos (páginas ou ar-
No Internet Explorer, essa configuração pode ser alterada quivos) que contenham o termo que você deseja depende, basi-
escolhendo-se o item Exibir/Opções da Internet/ e depois a guia camente, de 2 fatores:
Geral onde o usuário deve escrever o endereço da sua home Assunto disponível e indexado ou selecionado por algum
page preferida no campo Endereço da Página Inicial. mecanismo de busca.
As palavras chaves (argumento da pesquisa) são suficiente-
Botão Imprimir: Serve para imprimir o conteúdo que está mente específicas para obtenção de um resultado satisfatório.
sendo mostrado pelo browser.
O que é o Mecanismo de Busca?
Botão Favoritos: Serve para incluir um site (endereço) É um grande índice (catálogo de biblioteca).
na lista de marcadores, basta clicar no botão Adicionar que o Faz todo trabalho de organização das páginas espalhadas
site acionado passa constar desse menu e pode ser rapidamente pela Web.
acessado com um clique do mouse. Faz o trabalho de pesquisa nos mais de 800 milhões de do-
cumentos.
Correio Eletrônico São os grandes “culpados” pelo crescimento exponencial da
O Correio Eletrônico é o meio mais prático de comunica- Internet.
ção pessoal da Internet. O remetente escreve o texto em seu Garimpa a Internet em busca da informação e organiza em
computador, faz uma conexão e, em pouco tempo, a mensagem um único local (banco de dados).
é entregue. O destinatário não precisa estar ligado à Internet Dica: Os sites de busca mais utilizados são o Google e o Bing
no momento em que a correspondência é enviada. O texto fica da Microsoft.
guardado numa caixa postal eletrônica até que ele se conecte a Como pesquisar no Google
rede e o leia. Para enviar e receber mensagens pode-se utilizar Confira dicas e truques para ajudar você a encontrar facil-
várias formas: Entrar em um Site que promova e-mails ou confi- mente informações no Google.
gurar software de e-mail em seu computador como o Outlook, Dica 1: comece com o básico
o Eudora ou outros. Não importa o que você esteja procurando, comece com
Para enviar uma mensagem, deve-se fornecer o e-mail com- uma pesquisa simples, por exemplo, onde fica o aeroporto mais
pleto do destinatário. O endereço do CETEP-VR, por exemplo, próximo?. Adicione algumas palavras descritivas, se necessário.
écetep-vr@faetec.gov.br, onde cetep-vr é o nome do usuário e Se você estiver procurando um lugar ou produto em um lo-
faetec.gov.br é o nome do servidor onde fica sua caixa postal. O cal específico, adicione o local. Por exemplo, padaria Campinas.
símbolo @ separa essas duas partes e indica que o nome está
contido no servidor de e-mail.

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INFORMÁTICA

Dica 2: pesquise usando sua voz QUESTÕES


Cansado de digitar? Para pesquisar por voz, diga “Ok Goo-
gle” ou selecione o microfone . 01. (BANPARÁ - Contador - FADESP – 2018)
Sobre os protocolos de Internet é correto afirmar que
Dica 3: escolha as palavras com cuidado A) o protocolo HTTP define o padrão de comunicação entre
Quando estiver decidindo quais palavras colocar na caixa de o navegador de Internet e o servidor Web. No entanto, o HTTP
pesquisa, tente escolher palavras que tenham mais probabilida- não assegura que navegadores e servidores possam operar de
de de aparecer no site que você está procurando. Por exemplo, forma não ambígua. Para isso, foi criado o protocolo HTTPS, que
em vez de dizer minha cabeça dói, diga dor de cabeça, porque define o formato exato das mensagens trocadas entre o navega-
essa é a palavra que um site com informações médicas usaria. dor e o servidor.
Dica 4: não se preocupe com as pequenas coisas B) um dos protocolos mais antigos ainda em uso na Inter-
Ortografia. O corretor ortográfico do Google usa automati- net, o SSH foi criado para permitir que um computador cliente
camente a grafia mais comum de uma palavra, mesmo que você acesse um terminal virtual hospedado num servidor. Ou seja,
não tenha digitado corretamente. os comandos digitados no teclado e que aparecem na tela do
Letras maiúsculas. Uma pesquisa por New York Times é o cliente são processados num servidor distante. O SSH transmite
mesmo que uma pesquisa por new york times. dados de forma não segura e com fluxo em linha de texto, garan-
tindo uma comunicação básica.
Dica 5: encontre respostas rápidas C) VPN é um protocolo da camada de rede do modelo TCP/
Em muitas pesquisas, o Google mostra uma resposta à sua IP responsável por garantir conexões privadas entre computa-
pergunta nos resultados da pesquisa. Alguns recursos, como in- dores por meio de um meio público de comunica o, geralmente
formações sobre equipes esportivas, não estão disponíveis em a Internet.
todas as regiões. D) o protocolo POP é um dos protocolos que suportam o
Tempo: pesquise clima para ver a previsão do tempo do seu processo de envio de mensagens eletrônicas via Internet. Este
local ou adicione um nome de cidade, como clima Campinas, protocolo utiliza o TELNET para autenticação e, uma vez que o
para encontrar a previsão do tempo de um lugar específico. cliente seja autenticado, realiza uma sequência de comandos
Dicionário: coloque definição de na frente de qualquer pala- para o envio do correio eletrônico (e-mail) para o servidor.
vra para ver sua definição. E) considerando um servidor de correio eletrônico que su-
Cálculos: digite uma equação matemática como 3*9123 ou porta o protocolo IMAP, o usuário pode ter acesso às suas men-
resolva equações gráficas complexas. sagens e pastas que ficam armazenadas no servidor por meio
Conversões de unidades: digite qualquer conversão, como de qualquer computador conectado à Internet, tanto por um
3 dólares em euros. navegador de Internet como por um software cliente de correio
Esportes: procure o nome do seu time para ver a programa- eletrônico.
ção, os resultados de jogos e muito mais. GABARITO: LETRA E
Fatos rápidos: pesquise o nome de celebridades, locais, fil-
mes ou músicas para encontrar informações relacionadas. 02. (Câmara de Dois Córregos - SP - Diretor Contábil Legis-
lativo - VUNESP – 2018)
Referencias: Texto associado
http://www.copeltelecom.com/site/blog/o-que-e-internet/ Conforme o autor do texto, a internet possibilitou
https://brasilescola.uol.com.br/informatica/internet.htm A) a eliminação da ineficiência do trabalho no campo e na
https://br.ccm.net/faq/10056-o-que-e-a-internet indústria, mas teve menos sucesso nos resultados do setor de
https://www.educacao.cc/tecnologica/o-que-e-internet-e- serviços.
-as-redes-de-computadores/ B) ganhos econômicos com soluções tecnológicas que ga-
https://jeancarloscunha.wordpress.com/2010/02/15/o- rantiram maior eficiência na produção de bens de consumo
-que-e-internet-conceitos-de-internet-internet-e-suas-funcio- como automóveis.
nalidades-como-usar-internet-introducao-a-internet-funcoes- C) novas formas de produção, fornecendo soluções tecno-
-para-internet/ lógicas que tornaram os carros mais eficientes e os imóveis mais
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/in- confortáveis.
formatica/o-que-e-e-como-funciona-a-intranet/37552 D) novas maneiras de gerar riqueza a partir de bens impro-
https://www.programaria.org/internet-e-seus-conceitos- dutivos ou subutilizados, por meio dos aplicativos de comparti-
-basicos/ lhamento.
E) a abolição de vagas de trabalho e em áreas específicas
de prestação de serviços, arruinando a geração de riquezas e
comprometendo economias.
GABARITO: LETRA D

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INFORMÁTICA

03. (UEM - Técnico em Informática - UEM – 2018) com quantas linhas e coluna quiser e defina o tamanho de cada
Os navegadores de internet são ainda a principal porta de célula. É assim que se “monta” uma página WEB. Durante muito
entrada da internet para o usuário comum de computadores tempo, esses blocos de construção eram simples e estáticos:
desktop. linhas de texto, links e imagens que duraram bastante tempo.
Assinale a alternativa que contém somente navegadores de Hoje em dia, esperamos realizar diversas tarefas, como
internet. jogar on-line ou analisar um mapa de nossa região sem ter que
A) Opera, FTP, HTTPs e Firefox esperar que a página seja carregada a cada movimento de peças
B) Filezilla, Chrome, Internet Explorer e Edge ou mudança de mapa.
C) Chrome, Opera, Firefox e Safari A ideia dessas páginas dinâmicas teve início com a invenção
D) Edge, Netbeans, Opera e Firefox da linguagem de script JavaScript. O suporte a JavaScript pelos
E) Apache, Mysql, Edge e Chrome melhores navegadores significava que as páginas poderiam
GABARITO: LETRA C incorporar mais interações importantes em tempo real. Por
exemplo, se você preencheu um formulário on-line e pressionou
04. (CS-UFG - Assistente em Administração - CS-UFG – o botão “enviar”, a página poderá usar JavaScript para verificar
2018) suas inserções em tempo real e alertá-lo quase que instantanea-
Qual é o serviço na Internet que converte endereços IP em mente, caso você tenha preenchido algum campo do formulário
nomes? incorretamente. O JavaScript pode verificar se seu CPF está
A) DNS preenchido corretamente, se o CEP da sua rua confere e seu
B) SMTP número de telefone não está faltando algum número.
C) PROXY Entretanto, a web dinâmica, na forma como a conhecemos
D) DHCP hoje, ganhou vida quando XHR (XMLHttpRequest) foi introduzido
GABARITO: LETRA A em JavaScript e usado pela primeira vez em aplicativos da web,
05. (CS-UFG - Câmara de Goiânia - GO - Assistente Técnico como o Microsoft Outlook para a web, Gmail e Google Maps.
Legislativo - Agente Administrativo – 2018) O XHR permitiu que partes distintas de uma página, como um
Navegador de Internet diz respeito a programas que per- jogo, um mapa, um vídeo ou uma pesquisa, fossem alteradas
mitem que o usuário tenha acesso a documentos (por exemplo, sem a necessidade de carregar novamente toda a página. Como
documentos do tipo HTML) que estão hospedados em um ser-
resultado, os aplicativos da web são mais rápidos e mais ágeis.
vidor da rede. Assim, é um navegador de Internet de uso difun-
As páginas da web também se tornaram mais interessantes
dido:
e eficazes com a introdução de CSS (CascadingStyleSheets). A
A) Google Chrome.
tecnologia CSS garante aos Web Designers uma maneira fácil e
B) Google Translator.
C) Google Chromecast. eficiente de elaborar um layout e embelezar uma página com
D) Google Drive. elementos gráficos. A principal função do CSS é a possibilidade
GABARITO: LETRA A de replicar o layout da página para outras páginas do seu site
sem ter que reprogramar toda a página. Toda página contém
seu código que “chama” e carrega os modelos de títulos, textos,
formulários e página de fundo. Quando for necessário criar uma
nova página é só chamar novamente o layout de título, texto,
formulário e página de fundo.
Os navegadores realizam a comunicação entre seu compu-
tador e os servidores onde o site que você procura está hospe-
dado. Eles são capazes de interpretar as linguagens HTML, CSS,
Javascript, entre outros, estas linguagens e recursos permitem
Conceito: Navegadores são programas especializados em a estes programas interpretar corretamente os elementos que
visualizar páginas WEB, ou Internet, ou seja, são os programas formam uma página WEB.
que utilizamos para visitar sites de notícias, compras, blogs, A funcionalidade principal de um navegador é apresentar o
fotolog, redes sociais, e-mail, etc. recurso da web escolhido por você por meio de uma solicitação
Os navegadores também são conhecidos pelo seu termo ao servidor e exibição na janela do navegador. O recurso geral-
em inglês WEB Browser, ou simplesmente Browser (bastante mente é um documento HTML, mas também pode ser um PDF,
cobrado em provas). uma imagem ou outro tipo de arquivo como Download. O local
As páginas da web são escritas em basicamente em HTML, desses recursos é especificado pelo usuário por meio de um URI
a linguagem de marcação que informa aos navegadores como (Identificador Uniforme de Recursos – Barra de Endereço).
estruturar e apresentar conteúdo em uma página. Em outras Os programadores da web utilizam com frequência essa
palavras, HTML fornece os blocos básicos de construção de uma potente combinação de JavaScript, XHR, CSS e outras tecnolo-
página web, como se fossem painéis empilhados e posicionados gias da web, como AJAX (AssynchronousJavaScript e XML). O
lado-a-lado, e neste painéis são exibidos todo conteúdo de uma
HTML também continuou evoluindo, conforme mais recursos e
página. O título, o texto, figuras, filmes, etc... todo conteúdo
aperfeiçoamentos eram incorporados a novas versões do HTML
é inserido nestes painéis. Uma página WEB é bem parecida a
padrão.
uma tabela. Pegue uma folha A4 (sulfite) e desenhe uma tabela

36
INFORMÁTICA

A evolução da web se dá graças aos esforços contínuos de rigiria um carro antigo com pneus carecas, freios desgastados e
todos os profissionais de tecnologia, empresas que evoluíram e motor corroído por muitos anos. É uma péssima ideia arriscar-se
desenvolveram essas tecnologias e garantiram que elas fossem da mesma forma com o navegador que você usa para navegar
reconhecidas pelos principais navegadores do mercado. Essa por todas as páginas e todos os aplicativos na WEB.
interação entre tecnologias e navegadores transformou a web A atualização de um navegador moderno, como a versão
em uma plataforma de construção aberta e amigável para mais recente do Mozilla Firefox, do Apple Safari, do Microsoft
desenvolvedores, que deram à luz vários aplicativos úteis e Internet Explorer, do Opera ou do Google Chrome, é importante
divertidos que usamos diariamente. por três motivos:
Em primeiro lugar, os navegadores antigos são vulneráveis
HTML5 a ataques porque normalmente não são atualizados com as
A evolução da última versão do HTML, conhecido como últimas correções e os últimos recursos de segurança. As vulne-
HTML5, é um conjunto de recursos que permite aos WEB De- rabilidades de um navegador podem levar a senhas roubadas,
signers e aos desenvolvedores a capacidade de criar a próxima softwares maliciosos penetrando secretamente em seu compu-
geração de incríveis aplicativos on-line. tador ou pior. Um navegador atualizado ajuda a evitar ameaças
de segurança como phishing e malware.
No começo, os vídeos não faziam parte da web. Os usuários
Em segundo lugar, a web evolui rapidamente. Muitos dos
da Internet precisavam instalar softwares adicionais, chamados
recursos mais recentes em sites e aplicativos atuais não fun-
plug-ins, para assistir a vídeos em seus navegadores. Em pouco
cionarão em navegadores antigos. Somente navegadores atu-
tempo, ficou claro que o fácil acesso a vídeos era um recurso
alizados apresentam as melhorias de velocidade que permitem
muito desejado na WEB. A introdução da tag de <vídeo> em a execução de páginas e aplicativos rapidamente, em conjunto
HTML5 permite que vídeos sejam facilmente incorporados e com o suporte para tecnologias de ponta, como HTML5, CSS3 e
reproduzidos em páginas da web sem a utilização de softwares JavaScript veloz.
adicionais. Por último, os navegadores antigos atrasam a inovação da
Outros excelentes recursos de HTML5 incluem opções off-li- web. Se muitos usuários da Internet seguirem usando esses
ne que permitem aos usuários interagir com aplicativos da web navegadores antigos, os desenvolvedores serão forçados a criar
mesmo quando não tiverem conexão com a Internet, além de sites que funcionem com tecnologias antigas e atuais. Diante
recursos do tipo “arrastar e soltar”. No Gmail, por exemplo, os de tempo e recursos limitados, eles acabarão desenvolvendo
recursos de arrastar e soltar permitem que os usuários anexem tecnologias que sejam compatíveis com todos os navegadores e
com facilidade e rapidez um arquivo a uma mensagem de e-mail. não poderão construir a próxima geração de aplicativos úteis e
Basta arrastar o arquivo da área de trabalho do computador do inovadores. Imagine se os engenheiros de tráfego de hoje tives-
usuário para a janela do navegador esta foi uma melhoria que sem que elaborar autoestradas de alta velocidade que fossem
por muitas vezes não observamos. seguras para automóveis da década de 50. Por esse motivo,
Como toda a Internet, a tecnologia HTML5, está em cons- navegadores desatualizados são prejudiciais para os usuários
tante evolução, com base nas necessidades e imaginação dos em geral e para a inovação da web.
desenvolvedores. Sendo um padrão aberto, o HTML5 incorpora
alguns dos melhores aspectos da web: funciona em qualquer Plug-in
lugar e em qualquer dispositivo com um navegador moderno. No início da Internet, as primeiras versões de HTML não
Mas assim como você só pode assistir a transmissões em alta podiam fornecer conteúdo versátil como vídeos, apenas texto,
definição usando televisões compatíveis com alta definição, imagens e links eram possíveis.
você precisará usar um navegador atualizado e compatível com Os plug-ins foram inventados para compensar as limitações
HTML5 para poder desfrutar de sites e aplicativos que utilizam da tecnologia inicial de HTML e fornecer mais conteúdo interati-
os recursos do HTML5. Ainda bem que, como usuário da In- vo. Um plug-in é uma parte adicional de software, especializada
ternet, você dispõe de diversas opções de navegadores e, ao em processar tipos específicos de conteúdo. Por exemplo, os
usuários podem fazer download e instalar um plug-in, como o
contrário das TVs, os navegadores da web podem ser baixados
Adobe Flash Player, para visualizar uma página que contenha
gratuitamente.
um vídeo ou um jogo interativo.
O nível de interação entre um plug-in e um navegador
Atualize seu navegador
curiosamente é quase nenhum. O navegador define um espaço
Navegadores antigos e novos NÃO DEVEM continuar ins- específico na página para o plug-in e deixa-o trabalhar. O plug-in
talados: os navegadores modernos são mais rápidos, repletos é livre para operar naquele espaço, independentemente do
de recursos e mais seguros, os navegadores antigos são lentos navegador.
e, em último caso, um temido perigo pois em caso de ataques Essa independência significa que um plug-in em particular
maliciosos eles não conseguem eliminar. Eis um perigo para pode trabalhar em diversos navegadores. No entanto, essa oni-
quem continua usando o Windows XP, ele suporta até o Internet presença também torna os plug-ins alvos principais de ataques
Explorer 8. Se você usa o XP deve utilizar um outro navegador de segurança contra navegadores deixando-os vulneráveis. Seu
atualizado e nunca usar o IE. computador estará ainda mais vulnerável a ataques de segu-
A maioria das pessoas não percebe o quanto um navegador rança se você estiver executando plug-ins que não estiverem
antigo e desatualizado pode influenciar negativamente nossas atualizados, já que os plug-ins desatualizados não apresentam
vidas on-line, em especial nossa segurança on-line. Você não di- as correções de segurança.

37
INFORMÁTICA

Alguns fornecedores de navegadores e de plug-ins estão O Chrome também tem um reservatório de extensões bem
trabalhando em conjunto para proteger os usuários contra sucedido, e muito provavelmente há uma extensão do Chrome
riscos de segurança. Por exemplo, as equipes do Google Chrome para qualquer coisa que você quiser fazer. O Chrome coloca
e do Adobe Flash Player vêm unindo esforços para integrar o alguns limites nas suas extensões de navegador, fazendo com
Flash Player no navegador. O mecanismo de atualização auto- elas não sejam tão poderosas quanto às do Firefox, mas estes
mática do Chrome ajuda a garantir que o plug-in do Flash Player limites permitem que o Chrome mantenha o seu sistema de
nunca esteja desatualizado e sempre receba as correções e permissões e restrinja alguns detalhes para uma navegação
atualizações de segurança mais recentes, se você tem o Chrome mais segura.
atualizado, com certeza, tem o flash atualizado também. O Internet Explorer tem um reservatório de extensões bem
pequeno. Poucas estão disponíveis, e a maioria das atualmente
Extensões do navegador em uso no Internet Explorer são provavelmente as barras
As extensões para navegadores acrescentam recursos de ferramentas como Ask toolbar, que não é bem vista pelos
adicionais ao seu navegador web, modificando páginas e in- utilizadores e desenvolvedores de navegadores, e que teve sua
tegrando-o com outros serviços que você utilize. Isso significa utilização forçada aos usuários em conjunto com outros progra-
que você pode personalizar seu navegador com os recursos que mas. Se você quer os recursos extras das extensões utilize outro
são mais importantes para você. Considere as extensões como navegador além do Internet Explorer.
formas de adicionar superpoderes ao navegador. O Safari e o Opera também tem extensões disponíveis, mas
Se você quiser integrar o seu navegador a algum serviço ou seus recursos são bem menores que os do Firefox e do Chrome.
adicionar algum recurso extra, você pode fazer isso com uma As extensões, ou add-ons, não são a mesma coisa que os
extensão que já exista ou instalar uma nova. plug-ins para navegador. “Plug-ins” são complementos como o
Esses recursos extra podem ser simples ou complexos Adobe Flash, Oracle Java ou Microsoft Silverlight. Elas permitem
dependendo de suas necessidades. Por exemplo, você pode que as páginas incorporem e transmitam conteúdos como
instalar uma extensão de conversão de moeda que aparecerá filmes em Flash, PDFs, ou aplicativos em Java, por exemplo, que
como um novo botão ao lado da barra de endereços do nave- sem o plug-in não seriam mostrados no navegador. Os plug-ins
gador, um botão para fazer download de vídeo, bloqueio de são alvo comum de ataques porque páginas podem carregá-los
e explorar seus erros, enquanto extensões são diferentes. As
propagandas, etc. Cada navegador terá seus complementos que
páginas que você visita não podem fazer nada com as suas
foram desenvolvidos para ele.
extensões. Essencialmente, as extensões adicionam recursos a
As extensões dos navegadores também podem agir por
mais para você, enquanto os plug-ins adicionam recursos para
conta própria, fora das páginas da web. Uma extensão de notifi-
serem utilizadas pelas páginas que você visita.
cação de e-mails pode estar inserida na barra de ferramentas de Sincronizando o navegador
seu navegador, discretamente verificando a chegada de novas Você utiliza aplicativos da web para acessar e-mails, músi-
mensagens em sua conta de e-mail e informando você quando cas e outras atividades. Você salva documentos importantes,
houver um novo e-mail. Nesse caso, a extensão estará sempre fotos e arquivos on-line e os acessa de qualquer computador
trabalhando, independentemente da página que você estiver conectado à Internet, de qualquer lugar no mundo. Se houver
acessando. Além disso, você não precisará fazer login em seu algum acidente com seu computador ou se ele for roubado,
e-mail em outra janela para verificar se há novas mensagens. nem tudo estará perdido. Basta encontrar outro dispositivo
Você precisa ser muito cuidadoso com extensões. Elas conectado à Internet e voltar a trabalhar com todas as infor-
estão atuando no seu navegador, então uma extensão ruim mações vitais que você inteligentemente salvou on-line. Mas,
pode utilizar o seu acesso para visualizar o histórico da sua e o que acontece com as marcações de favoritos, as extensões
navegação, podendo capturar as suas informações bancárias. e preferências de navegadores que você usa diariamente? Eles
É aconselhável utilizar apenas extensões de desenvolvedores foram perdidos junto com seu computador?
conhecidos, bem avaliadas e com muitos usuários — é o mínimo A resposta costumava ser “sim”. Você precisaria procurar
a se pedir de uma extensão. novamente por suas extensões favoritas e reunir todos os sites
Para conhecer novas extensões, verifique a galeria de que havia marcado como favoritos com tanto esforço. Mas
extensões de seu navegador. Você verá muitas extensões que agora não! Muitos dos navegadores atuais, como o Firefox e o
podem ajudá-lo a navegar de forma mais eficiente, funcional ou Chrome, começaram a construir um recurso conhecido como
mais divertida. sincronização. A sincronização permite salvar suas configura-
Diferentes navegadores têm sistemas diferentes de exten- ções do navegador on-line, na nuvem, para que elas não sejam
sões. O Firefox possui o mais poderoso deles. Muitas pessoas perdidas mesmo que seu computador se perca definitivamente.
fazem uso do Firefox por causa disso — ele torna muitas ex- A funcionalidade da sincronização também simplifica sua
tensões avançadas possíveis, e que não seriam compatíveis com vida se você usar diversos computadores, como um laptop no
outros navegadores. Devido à sua história, muitas extensões trabalho e um computador desktop em casa. Não será neces-
que seriam impossíveis em outros navegadores podem estar sário recriar manualmente a marcação de sites favoritos ou re-
configurar as configurações do navegador em cada computador
disponíveis apenas no Firefox.
que você possuir. As mudanças que você fizer ao seu navegador
sincronizado em um computador aparecerão automaticamente
em todos os outros computadores sincronizados em questão de
segundos.

38
INFORMÁTICA

No Chrome, por exemplo, a sincronização salva todos seados em Flash que você acessa. Junto com o gerenciamento
os favoritos, as extensões, as preferências e os temas em sua de cookies dos navegadores, você também pode controlar
Conta do Google. Utilize outro computador conectado à Inter- facilmente as configurações de cookies Flash.
net, abra o Chrome e faça o login em sua Conta do Google por Cookies devem ser usados com cautela em computadores
meio do recurso de sincronização do navegador e todas as suas de uso compartilhado, como Lan House, principalmente caso
configurações favoritas do navegador estão prontas para serem contas de e-mails sejam acessadas. Uma pessoa que usar o PC
usadas no novo computador. Independentemente de quantos depois que você, poderá ter acesso aos seus e-mails simples-
computadores você precisa usar, desde que haja conexão à mente por entrar no mesmo site que você entrou. Logo, nesse
Internet e um navegador moderno que esteja sincronizado com tipo de máquina, é fortemente recomendado que os cookies
a nuvem, você está pronto. sejam apagados após o uso.

Cookies do navegador Navegadores e privacidade


Cookie em inglês significa “biscoito”, mas os cookies Segurança e privacidade estão intimamente ligadas, mas
desempenham uma função importante no fornecimento da não são idênticas.
funcionalidade que os usuários de Internet desejam de sites da Considere a segurança e a privacidade de sua casa: trancas
web: uma memória de visitas, já ocorridas ou em andamento. e alarmes ajudam a protegê-lo de ladrões, mas janelas e cor-
Basicamente, um Cookie é um arquivo de texto muito tinas mantêm sua intimidade privada de pessoas que passam
simples, cuja composição depende diretamente do conteúdo do perto de sua janela.
endereço Web visitado. Por exemplo, a maioria dos sites arma- Enquanto navega pela web, você gera um diário onde são
zenam informações básica, como endereços IP e preferências armazenados localmente em seu computador: um histórico de
sobre idiomas, cores, etc. Contudo, em portais como o Gmail e sites visitados, os cookies enviados ao navegador e os arquivos
o Hotmail, nomes de usuários e senhas de e-mail também fazem de download. Se você solicitou ao seu navegador para lembrar
parte dos Cookies. suas senhas ou dados de formulários, essas informações tam-
Se você visitar um site de filmes e indicar que você gosta de bém estarão armazenadas em seu computador.
comédias, por exemplo, os cookies enviados pelo site poderão Algumas pessoas podem não saber que é possível limpar
lembrar isso. Dessa forma, você poderá visualizar comédias no de nossos computadores todos esses dados dos navegadores
começo de seu próximo acesso ao site. a qualquer momento. É fácil de realizar essa tarefa acessando
Carrinhos de compras on-line também usam cookies. En- o menu “Opções” ou “Preferências” do navegador. Os nomes
quanto navega por DVDs nesse site de compras de filmes, você variam de navegador para navegador. De fato, as versões mais
observará que poderá adicioná-los ao carrinho sem precisar fa- recentes de quase todos os navegadores modernos oferecem
zer login toda vez que adicionar um novo produto. Seu carrinho um modo “privado” ou “anônimo” para navegar. Por exemplo,
no modo de navegação anônima do Chrome, as páginas visua-
de compras não “se esquece” dos DVDs, mesmo que você visite
lizadas não aparecerão no histórico de navegação. Além disso,
outras páginas do site, porque eles estarão preservados pelos
todos os novos cookies são excluídos depois que você fecha as
cookies do navegador. Os cookies também podem ser usados
janelas abertas no modo de navegação anônima. Esse modo é
em publicidade on-line, lembrando seus interesses e mostrando
especialmente útil se você compartilhar seu computador com
a você anúncios relacionados enquanto você navega pela web.
outras pessoas, ou se utilizar um computador público em uma
Algumas pessoas preferem não permitir cookies. Por isso,
biblioteca ou Lan House.
os navegadores mais modernos possibilitam o gerenciamento
Todos esses recursos de privacidade do navegador permi-
de cookies para se enquadrar às suas preferências. É possível
tem o controle sobre os dados de navegação localmente em seu
configurar regras de gerenciamento de cookies para cada site,
computador ou sobre dados específicos que são enviados pelo
permitindo um maior controle de sua própria privacidade. O que seu computador a sites. As configurações de privacidade de seu
isso significa é que você pode escolher em quais sites confia e navegador não controlam outros dados que esses sites possam
permitir cookies somente para esses sites, bloqueando cookies ter sobre você, como informações enviadas anteriormente no
de outras fontes. Como existem muitos tipos de cookies, incluin- site.
do “cookies de sessão única”, que funcionam apenas durante Existem maneiras de limitar algumas das informações que
a sessão de navegação, ou cookies permanentes, que existem os sites recebem quando você os visita. Muitos navegadores
durante diversas sessões, os navegadores modernos normal- permitem que você controle suas preferências de privacidade
mente oferecem controles de sintonia fina, para que você possa para cada site e faça suas próprias escolhas sobre dados
especificar suas preferências com relação a diferentes tipos de específicos, como cookies, JavaScript e plug-ins. Por exemplo,
cookies, como aceitar cookies permanentes como sendo de é possível configurar regras para permitir cookies somente de
sessão. uma lista específica de sites confiáveis e instruir o navegador a
No navegador Google Chrome, é possível observar algo bloquear cookies de outros sites.
extra nos menus de opções: um link direto para o gerenciador Sempre há um pouco de tensão entre privacidade e efici-
de configurações de armazenamento do Adobe Flash Player. ência. A coleta de dados agregados e de feedback de usuários
Esse link facilita o controle de dados locais armazenados pelo do mundo real pode ajudar a melhorar produtos e a experiência
Adobe Flash Player (também conhecidos como “cookies Flash”), dos usuários. O segredo é encontrar um bom equilíbrio entre os
que poderão conter informações sobre sites e aplicativos ba- dois e manter fortes padrões de privacidade.

39
INFORMÁTICA

Veja um exemplo do mundo real: cookies de navegadores. Em alguns casos, ele poderá danificar sua máquina. Assim que o
Por um lado, com cookies, um site visitado frequentemente malware estiver em seu computador, não só é difícil removê-lo,
pode lembrar os conteúdos de seu carrinho de compras, manter como ele também terá liberdade para acessar todos os dados
você conectado e fornecer uma experiência mais útil e persona- e arquivos que encontrar, enviar essas informações a qualquer
lizada com base em visitas anteriores. Por outro lado, permitir lugar e causar estragos ao seu computador.
cookies de navegadores significa que o site poderá coletar e Um navegador moderno e atualizado é a primeira linha de
lembrar informações sobre essas visitas anteriores. Se desejar, defesa contra ataques de phishing e malware. A maioria dos
você pode bloquear cookies a qualquer momento. Assim, na navegadores modernos, por exemplo, pode ajudar a analisar
próxima vez em que estiver curioso sobre a sintonia fina das páginas da web para buscar por sinais de malware oculto, aler-
configurações de privacidade de seu navegador, verifique as tando-o quando encontrarem algo.
configurações de privacidade no menu “Opções” ou “Preferên- Ao mesmo tempo, os ataques nem sempre usam técnicas
cias” de seu navegador. sofisticadas para invadir seu computador. Em vez disso, eles
poderão encontrar maneiras inteligentes de enganá-lo e fazer
Malware, phishing e riscos de segurança você tomar decisões equivocadas.
Quando você utiliza um caixa 24 h, deve olhar por cima
do ombro para certificar-se de que ninguém esteja em volta O uso dos endereços da web
para roubar sua senha ou seu dinheiro, verifica se tem alguém Um URL (UniformResourceLocator) trata-se de uma sequ-
estranho por perto. Na verdade, é provável que você verifique ência de caracteres utilizado para obter um recurso na Internet.
primeiramente se não se trata de um caixa falso. Quando você Este recurso está armazenado em algum servidor e o que digi-
navega pela web e realiza transações on-line, dois riscos de tamos na barra de endereço dos navegadores é a localização
segurança que devem ser observados: malware e phishing. exata deste armazenamento, ou seja, sua localização. É desta
Esses ataques são realizados por indivíduos ou organizações forma que acessamos um download, uma página WEB, uma
que buscam roubar suas informações pessoais ou invadir seu foto, um formulário, etc...
computador. Estes indivíduos são rotineiramente chamados de Ao digitar um endereço no URL, o site é buscado no servi-
Hacker, porém, a classificação correta de pessoas que possuem dor que o hospeda em algum ponto do mundo, transportado
um farto conhecimento de informática e telefonia e utilizam por milhares de quilômetros de cabos de fibra ótica até sua
estes conhecimentos na tentativa de roubar seus dados im- conexão de Internet local e finalmente exibido pelo navegador
portantes implantando arquivos em seu computador ou ainda em seu computador, agora nem parece que sua Internet é tão
desenvolvendo formas de ataque para este fim o chamamos lenta assim.
de “cracker”. Hacker é uma pessoa que possui grandes conhe- Antes de prosseguirmos, vamos definir e compreender o
cimentos mas não utiliza estes conhecimentos para efetuar que significa dos termos URI, URL e URN e seus objetivos ao
crimes, eles trabalham com o desenvolvimento de vacinas para serem criados.
antivírus, desenvolvem defesas contra ataques e testam a pro-
teção de empresas para que não sejam alvo de cracker. URI – UniformResourceIdentifier
Phishing ocorre quando alguém finge ser outra pessoa, Também conhecido como Identificador de Recursos Uni-
normalmente por meio de um site falso, para enganá-lo e fazer versal, foi criado para identificar os recursos disponíveis na
você compartilhar informações pessoais. Chama-se “phishing” Internet, através de um endereço ou um nome.
(semelhante à “pescaria”, em inglês) porque essas pessoas lan- Um recurso de Internet pode ser uma página WEB, um site,
çam iscas eletrônicas e esperam até que alguém morda. Em um um e-mail, uma imagem, arquivos, um programa de computador
ou um vídeo. Cada objeto disponível na Internet precisa de um
golpe de phishing típico, a pessoa envia um e-mail que parece
identificador único para não ser confundido com outros recur-
ser de um banco ou de um serviço da web que você conhece e
sos e sabermos exatamente em que lugar eles estão. Exemplos:
usa. A linha de assunto poderá dizer “Atualize suas informações
http://www.solucao.com.br/localizacao/URI/com/o/no-
bancárias”. O e-mail contém links de phishing que parecem dire-
me-do-recurso.html
cioná-lo ao site de seu banco, mas na verdade o apontará a um
ftp://solucao.com.br/de/URI/com/localizacao/e/nome-do-
site impostor. Uma vez no site, você será solicitado a fazer login,
-recurso.txt
revelando assim números de contas e de cartões de crédito,
Dessa forma, uma URI é composta pelo nome do recurso e
senhas ou outras informações confidenciais aos bandidos.
pela localização do mesmo na grande rede de computadores.
Malware, por outro lado, é um software malicioso instalado
URN – UniformResourceName
em seu computador, geralmente sem seu conhecimento. Você Também conhecido como Nomes de Recursos Universal,
pode ser solicitado a fazer download de um antivírus que, na ele serve para identificar recursos de Internet usando apenas
verdade, é o próprio vírus. Ou você pode visitar uma página que um nome. É comum associar a URN com os nomes de arquivos,
instala o software em seu computador sem nem mesmo solici- páginas e vídeos. Cada um desses recursos possui um nome que
tar, ou ainda, faz o download de um programa que instala outros é considerado uma URN.
softwares, alguns vêm listados nas janelas onde clicamos “Next” URL – UniformResourceLocator
ou “Próximo” sem ler e instalamos quatro ou cinco softwares de Conhecido como Localizador de Recursos Universal, e foi
uma única vez, cuidado. O software é desenvolvido para roubar criado com objetivo associar um endereço com qualquer nome
números de cartões de crédito ou senhas de seu computador. de recurso na internet.

40
INFORMÁTICA

A URL geralmente está relacionada com o endereço de Nome do servidor: Trata-se do nome de domínio do com-
Internet, seja o endereço de um site, um endereço de e-mail, o putador que armazena o recurso solicitado. É possível utilizar o
endereço de um vídeo ou imagem. Desta forma, conseguimos endereço IP do servidor ao invés do nome, porém, torna a URI
navegar na internet, fazer downloads e muito mais. menos legível.
Através das URLs conseguimos saber exatamente onde Número da porta: trata-se de um número associado a um
estão todos os recursos disponíveis na internet, de forma sim- serviço que permite ao servidor saber que tipo de recurso é pe-
plificada e sem confusão. Exemplo dido. A porta é associada por padrão ao protocolo, por exemplo,
http://www.solucao.com.br/apostila/ ao utilizar o protocolo http a porta padrão é a 80. Assim, quando
ftp://solucao.com.br/apostila/cursos/nacional/ o serviço Web do servidor é associado ao número de porta 80, o
Por ser um identificador generalista um URI pode conter o número de porta é facultativo, não é necessário digitá-lo. Pelas
endereço da localização de um recurso na Internet e um nome portas de comunicação é que entram e saem todas as infor-
para distingui-lo de todos os outros recursos. Sendo assim, toda mações do nosso computador. Por curiosidade existem 65.536
URI pode conter uma URN e/ou uma URL. portas, nem todas são utilizadas, e podem ser abertas por algum
aplicativo durante sua instalação e utilizada por ele para se
comunicar com seu servidor. Caso você instale um aplicativo de
fontes não seguras, este programa abre portas que podem ser
utilizadas por um cracker para invadir seu computador, ou este
aplicativo pode coletar informações pessoais como número da
sua conta corrente, senhas, etc. e enviada a um site utilizando
estas portas. As portas são monitoradas pelo Firewall.
O caminho de acesso ao recurso: Esta última parte permite
ao servidor conhecer o lugar onde o recurso está armazenado e
Toda URN e URL são uma URI, uma vez que ambos servem o nome do arquivo pedido.
para identificar um recurso na internet, seja por um nome (URN) Endereços seguros
ou por um endereço (URL), ou pelas duas coisas juntas. Olhando uma URI com atenção é possível identificar uma
Por causa de seu efeito prático, muitos ainda continuam possível fraude (phishing) digitando:
chamando os endereços de internet de URL, causando muita www.bancodobrasil.com.br é um modelo de endereçamen-
confusão na cabeça das pessoas. Contudo, como os endereços to que parece te direcionar para o site do Banco do Brasil. Este
de internet possuem tanto os nomes dos recursos (URN) quanto endereço está correto ficando desta forma http://www.bb.com.
a sua localização no mundo virtual (URL), o termo mais correto br/portalbb/home29,116,116,1,1,1,1.bbapós pressionarmos o
para eles é URI. ENTER ou clicar no botão de IR.
Para navegar para qualquer local (site em inglês) é neces- Podem ocorrer variações: http://www.bb.com.br/portal-
sário inserir o endereço deste local para que o navegador possa bb/home24,116,2067,1,1,1,1.bb?codigoMenu=9087
entrar em contato com o servidor e “pedir” o recurso que você Este último endereço te leva à página de cartões dentro do
deseja. Esta é a função da barra de endereço, permitir que você domínio Banco do Brasil (bb).
insira o local para onde quer ir, porém, uma URI é mais que um Desconfie de algo como: http://www.xyz.bb.com.br – neste
simples endereço, ela permite que você execute algumas tare- endereço o bb.com.br é uma página dentro do endereço www.
fas relacionadas com a troca de informações. Para cada tarefa xyz.com.br – ou ainda, www.xyz.com.br/bancodobrasil – tam-
é necessário utilizar um protocolo diferente. Eis os protocolos bém não é um endereço seguro, pois o “bancodobrasil” também
que podem ser utilizados em uma URI: http, ftp, telnet, mailto, é uma página dentro do site www.xyz.com.br. Tome bastante
wais e gopher. cuidado com estes endereços, principalmente se você os recebe
Através da URI também é possível o envio de parâmetros, por e-mail, é grandemente aconselhável digitar o endereço na
dados de um formulário ou senhas para os servidores. As senhas barra do navegador, depois deixa-lo como FAVORITO, e não
não devem ser enviadas através da URI pois podem ser captura- clicar em links para diminuir qualquer trabalho de digitação.
das e lidas por quem receber ou sequestrar esta informação. As Outra dica de segurança é observar o protocolo, quando
senhas devem ser transmitidas criptograficamente. for digitar dados cadastrais ou sigilosos, seja em instituições
Uma URI pode ser formada por cinco partes (NEM TODAS financeiras ou lojas online, qualquer página destinada a inserir
SÃO OBRIGATÓRIAS): login, número de conta, número de cartão e senha o protocolo
Protocolo: é o tipo de linguagem usada para se comunicar http:// deverá ser substituído pelo https:// – isto indica que
na rede. Para cada serviço da Internet utilizamos um protocolo toda comunicação entre seu computador e o servidor será feito
diferente, desta forma, o protocolo é indicado em primeiro lugar através de uma conexão segura.
na URL. O protocolo mais utilizado é o protocolo HTTP (Hyper-
TextTransferProtocol), este protocolo permite trocar páginas
Web em formato HTML. Contudo, outros protocolos podem ser
utilizados como já mencionamos (FTP, Mailto, Gopher,...)
Identificador e senha: permite especificar os parâmetros
de acesso a um servidor protegido. Esta opção é desaconse-
lhada numa rede não segura porque a senha é visível quando
transmitida via URI.

41
INFORMÁTICA

Verificar identificação É importante compartilhar informações delicadas com um


Outra funcionalidade de seu navegador é validar a identi- site somente se você confiar na empresa responsável pelo site.
dade na Internet. Quando estamos conversando com alguém é Portanto, na próxima vez em que você for realizar uma transação
mais fácil fazermos a identificação desta pessoa. Já na Internet delicada envolvendo dados como números de cartão ou conta e
isto é mais difícil, saber exatamente com quem estamos em senhas, observe por um momento e analise as informações de
contato é muito mais complicado. segurança do site.
Nesta função o seu navegador exerce um papel fundamen-
tal, existem ferramentas que nos ajudam a determinar se um O mecanismo de renderização
site é genuíno ou não. Alguns sites possuem um certificado de A responsabilidade do mecanismo de renderização, que
validação estendida que nos permite determinar o nome da significa, exibir os conteúdos solicitados é do navegador.
organização responsável pelo site. Por padrão, o mecanismo de renderização pode exibir
O certificado de validação estendida oferece as informações documentos e imagens HTML e XML. Ele pode exibir outros
necessárias para ajudar você a certificar-se de que não esteja formatos por meio de plug-ins (ou extensões do navegador). Por
confiando suas informações a um site falso. Veja um exemplo exemplo, é possível exibir um PDF por meio de um plug-in do
da validação estendida em ação no navegador. No site de um
navegador para visualização de PDF.
banco que foi verificado por meio da validação estendida, o
Protocolos de Internet que os navegadores utilizam para se
nome do banco é exibido em uma caixa verde entre o ícone de
comunicar:
cadeado e o endereço da web na barra de endereços:
IP/DNS
Estas cinco letras são a alma do mapeamento da Internet,
sem elas, seria impossível trocar informações entre dispositivos
e formam, juntamente com o protocolo TCP/IP, os mais impor-
tantes protocolos da Internet.
Em uma rede de computadores cada dispositivo necessita
ser identificado para que as comunicações possam ser realiza-
das. A identificação é feita por um número virtual atribuído ao
dispositivo pelo administrador da rede ou aleatoriamente por
um protocolo chamado DHCP. Não somente os dispositivos mas
também os sites são identificados pelo endereço IP. Não existe
nada em uma rede de computadores que não seja identificado
por um endereço, pois sem o endereço IP, este dispositivo ou
local ficaria inacessível.
Um endereço IP é formado por quatro conjuntos de núme-
ros, separados por pontos, que vão de 0 a 255 cada conjunto,
ficando algo parecido com 192.168.10.158 – esta sintaxe é a
versão 4 do protocolo IP, por isso o chamamos de IPV4, e possui
capacidade de endereçamento de 32bits. Este tamanho possi-
bilita um máximo de 4.294.967.296 (232) endereços distintos. A
época de seu desenvolvimento, esta quantidade era considera-
da suficiente para identificar todos os computadores na rede e
suportar o surgimento de novas sub-redes. No entanto, com o
rápido crescimento da Internet, surgiu o problema da escassez
dos endereços IPv4, motivando a criação de uma nova geração
do protocolo IP.
A versão 6, IPV6, tem uma representação dividindo o
A forma de exibir o certificado varia de acordo com o
endereço, que possui 128 bits, em oito grupos de 16 bits,
navegador. Esteja atento, as figuras cima são dos navegadores
OPERA e Firefox. separando-os por dois pontos “:”, escritos com dígitos hexa-
Para receber a certificação de validação estendida, o pro- decimais (0-F). Ficando com algo parecido com este exemplo:
prietário de um site precisa passar por uma série de verificações 2001:0DB8:AD1F:25E2:CADE:CAFE:F0CA:84C1 – com este tipo
confirmando sua identidade e autoridade legais. Nas figuras aci- de endereçamento é possível obter 340.282.366.920.938.46
ma, a validação estendida da instituição confirma que sim, o site 3.463.374.607.431.768.211.456 endereços (2128). Este valor
pertence a instituição e é verdadeiro. Pense nessa certificação representa aproximadamente 79 octilhões (7,9×1028) de vezes
como algo que associa o nome do domínio do endereço da web a quantidade de endereços IPv4 e representa, também, mais
a algum tipo de identidade no mundo real. de 56 octilhões (5,6×1028) de endereços por ser humano na
Terra, considerando-se a população estimada em 6 bilhões de
habitantes.

42
INFORMÁTICA

O protocolo IP foi desenvolvido para prover duas funções A propósito, o DNS permite que mais de um nome seja
básicas: a fragmentação, que permite o envio de pacotes associado a um mesmo endereço IP. Isto permite que você
maiores que o limite de tráfego estabelecido num enlace, divi- hospede mais de um site em um único servidor, por exemplo.
dindo-os em partes menores; e o endereçamento, que permite Quando você acessa um servidor que tem mais de um site hos-
identificar o destino e a origem dos pacotes a partir dos endere- pedado, seu navegador acessará ele através do seu endereço IP
ços armazenados no cabeçalho do protocolo. (descoberto através de uma requisição DNS, como explicamos),
Resumindo ao que é interessante para os concursos enquanto que o servidor verificará o nome que você está usan-
IPV4 – quatro números divididos em quatro blocos do em seu navegador para saber qual site fornecer para você.
(192.168.5.240). Cada número, ou bloco, é representado por 8 DHCP (Dinamic Host Configuration Protocol)
bits totalizando 32 bits. Este protocolo é uma das funções de um servidor de rede.
IPV6 – oito blocos com representação hexadecimal Um servidor é um computador especial com alto poder de
(2001:0DB8:AD1F:25E2:CADE:CAFE:F0CA:84C1). Cada bloco processamento e armazenamento médio, se comparado a uma
contém 16 bits totalizando 128 bits de endereçamento. rede de computadores.
É um dos protocolos mais importantes da Internet, porque Em qualquer rede de computadores, grande ou pequena,
permite a elaboração e o transporte dos datagramas IP (os todos os equipamentos, dispositivos, hosts e computadores são
pacotes de dados), sem contudo assegurar a “entrega”. Na localizados nesta rede através do endereço IP.
realidade, o protocolo IP trata os datagramas IP independen- Este endereço é atribuído à sua placa de rede, que o har-
temente uns dos outros, definindo a sua representação, o seu dware responsável pela comunicação do seu computador com
encaminhamento e a sua entrega. outros dispositivos via rede, de duas formas: fixo ou dinâmico.
Os dados circulam na Internet sob a forma de datagramas IP Fixo, como o nome já diz, é o que não se altera. Em
(fala-se também de pacotes). Os datagramas são dados encap- pequenas redes é atribuído manualmente nas configurações de
sulados, isto é, são dados aos quais se acrescentaram cabeçalhos conexão da placa de rede, pois não é uma tarefa difícil e não há
que correspondem a informações sobre o seu transporte (como a necessidade de um servidor para controlar estes endereços.
o endereço IP de destino). IP Dinâmico, este tipo de conexão é quando o endereço
Os dados contidos nos datagramas são analisados (e IP é atribuído ao nosso computador por outro computador, ou
eventualmente alterados) pelos Switches que permitem o seu seja, em uma rede média ou grande, existe APENAS UM equi-
trânsito dentro de uma rede. pamento na rede capaz de fornecer um endereço IP. Quando
seu computador é ligado sua placa de rede, que também possui
O pacote é roteado com base no endereço de destino que
uma identificação única no mundo (endereço MAC) manda uma
ele carrega no cabeçalho e pode atravessar várias redes distin-
mensagem na rede para as máquinas (Broadcast) perguntando
tas antes de atingir o destino final.
quem fornece endereço IP. Nesta hora o nosso servidor DHCP é
Como já vimos, em redes TCP/IP cada computador tem um
este computador que responde a esta mensagem informando
endereço virtual único, chamado endereço IP. No entanto, para
seu endereço IP (do servidor), sua máquina manda uma mensa-
nós, humanos, nomes são mais fáceis de serem memorizados
gem se identificando, endereço MAC, para o IP do servidor. De
do que números.
posse do endereço MAC o servidor DHCP confirma se a máquina
O DNS (Domain Name System, Sistema de Nome de Domí-
faz parte daquela rede, caso afirmativo, o servidor DHCP envia
nio) permite o uso de nomes para os endereços IP. Por exemplo, para sua máquina um pacote de configurações juntamente com
é mais fácil memorizar o nome de um site do que o endereço o endereço IP que ela utilizará por um tempo determinado pelo
IP dele: é muito mais fácil memorizar www.google.com.br do servidor.
que 173.194.42.175, tanto faz digitar o nome ou o endereço IP. O protocolo DHCP faz exatamente isto, por meio dele um
Lembrando que o número IP pode ser alterado conforme neces- servidor é capaz de distribuir automaticamente endereços de
sidades, mas o nome somente será alterado se houver alguma IP diferentes a todos os computadores à medida que eles fazem
mudança no nome da empresa ou do site. a solicitação de conexão com a rede. Essa distribuição dos IPs
Quando você digita em seu navegador www.umsitequal- é feita em um intervalo pré-definido configurado no servidor.
quer.com.br, o protocolo DNS entra em ação, procura um Sempre que uma das máquinas for desconectada o IP ficará livre
servidor DNS, que existe em todas as conexões com a Internet, e para o uso por outra máquina da rede.
pergunta qual endereço IP está associado ao nome www.umsi-
tequalquer.com.br. O servidor DNS responderá 173.194.42.175, Pesquisas
no caso do Google, e então o seu navegador saberá qual ende- • Utilize palavras simples como concurso publico
reço IP usar nesta conexão. Esta lista usada pelo servidor DNS • Para pesquisar uma palavra exata utilize “ “ aspas na
é atualizada constantemente e é a mesma no mundo inteiro, frase que procura: “seja belo enquanto dure”
por isso é possível acessar o site do Museu do Louvre em Paris • Para realizar pesquisas em um site específico digite a
(www.louvre.fr) daqui do Brasil. Então quando cair DNS na palavra site: , o endereço do site e a palavra ou frase da pesqui-
prova de qualquer concurso você já sabe que é o protocolo que sa. Fica assim site: folha.com.br formula 1
converte o nome digitado na barra de endereço do navegador Estou pesquisando fórmula 1 no site folha.com.br
pelo endereço IP. Como se fosse uma lista telefônica da WEB. • Quer um resultado com um tipo de arquivo específico
Isto é extremamente necessário pois todas as formas de rote- .PDF ou .PPTX? Após a palavra ou frase coloque filetype:pdf
amento de informações na Internet utilizam o endereço IP e Fica assim fotossíntese filetype:pptx – e os resultados
NUNCA o nome do site. serão arquivos do Power Point sobre fotossíntese.

43
INFORMÁTICA

Como funcionam os principais navegadores da WEB Você pode manter a barra de endereços e as guias encai-
xadas na parte inferior da tela para abrir sites e fazer pesquisas
Internet Explorer: rapidamente. Abra o botão Configurações, toque ou clique em
O Internet Explorer 11 é fornecido junto com a sua atualiza- Opções e, em Aparência, altere Sempre mostrar a barra de
ção do Windows 8.1 ou do Windows RT 8.1. O Internet Explorer endereços e as guias para Ativado.
facilita o acesso a sites e ajuda a ver com o máximo de qualidade Personalizando sua navegação
todo o conteúdo incrível que você pode encontrar. Depois de Depois de ter aprendido as noções básicas sobre o uso do
aprender alguns gestos e truques comuns, você poderá usar seu navegador, você poderá alterar suas home pages, adicionar
novo navegador com todo o conforto e aproveitar ao máximo sites favoritos e fixar sites à tela Inicial.
seus sites favoritos. Para escolher suas home pages: As home pages são os
Lembre-se que os programas no Windows 8 aparecem de sites que se abrem sempre que você inicia uma nova sessão
duas formas a versão Metro e versão Desktop. de navegação no Internet Explorer. Você pode escolher vários
Utilizando a barra de endereços sites, como seus sites de notícias ou blogs favoritos, a serem
A barra de endereços é o seu ponto de partida para navegar carregados na abertura do navegador. Dessa maneira, os sites
pela Internet. Ela combina barra de endereços e caixa de pesqui- que você visita com mais frequência estarão prontos e esperan-
sa para que você possa navegar, pesquisar ou receber sugestões do por você.
em um só local. Ela permanece fora do caminho quando não Passe o dedo da borda direita da tela e toque em Configu-
está em uso para dar mais espaço para os sites. Para que a barra rações. (Se você estiver usando um mouse, aponte para o canto
de endereços apareça, passe o dedo de baixo para cima na tela inferior direito da tela, mova o ponteiro do mouse para cima
ou clique na barra na parte inferior da tela se estiver usando um e clique em Configurações). Toque ou clique em Opções e, em
mouse. Há três maneiras de utilizá-la: Home pages, toque ou clique em Gerenciar.
Para navegar. Insira uma URL na barra de endereços para Insira a URL de um site que gostaria de definir como home
ir diretamente para um site. Ou toque, ou clique, na barra de page ou toque ou clique em Adicionar site atual se estiver em
endereços para ver os sites que mais visita (os sites mais fre- um site que gostaria de transformar em home page.
quentes). Para salvar seus sites favoritos
Para pesquisar. Insira um termo na barra de endereços e Salvar um site como favorito é uma forma simples de me-
toque ou clique em IrBotãoIr → para pesquisar a Internet com o morizar os sites de que você gosta e que deseja visitar sempre.
mecanismo de pesquisa padrão. (Se você tiver feito a atualização para o Windows 8.1 a partir do
Para obter sugestões. Não sabe para onde deseja ir? Digite Windows 8 e entrado usando sua conta da Microsoft, todos os
uma palavra na barra de endereços para ver sugestões de sites, favoritos já existentes terão sido importados automaticamente.)
aplicativos e pesquisa enquanto digita. Basta tocar ou clicar em
Vá até um site que deseja adicionar.
uma das sugestões acima da barra de endereços.
Passe o dedo de baixo para cima (ou clique) para exibir os
comandos de aplicativos. Em seguida, toque ou clique no botão
Multitarefas com guias e janelas
Favoritos para mostrar a barra de favoritos.
Com as guias, você pode ter muitos sites abertos em uma
Toque ou clique em Adicionar a favoritos e, em seguida,
só janela do navegador, para que seja mais fácil abrir, fechar
toque ou clique em Adicionar.
e alternar os sites. A barra de guias mostra todas as guias ou
Para fixar um site na tela Inicial
janelas que estão abertas no Internet Explorer. Para ver a barra
A fixação de um site cria um bloco na tela Inicial, o que
de guias, passe o dedo de baixo para cima (ou clique) na tela.
Abrindo e alternando as guias fornece acesso com touch ao site em questão. Alguns sites
Abra uma nova guia tocando ou clicando no botão Nova fixados mostrarão notificações quando houver novo conteúdo
guia Botão Nova guia . Em seguida, insira uma URL ou um disponível. Você pode fixar quantos sites quiser e organizá-los
termo de pesquisa ou selecione um de seus sites favoritos ou em grupos na tela Inicial.
mais visitados. Para exibir os comandos de aplicativos, passe o dedo de
Alterne várias guias abertas tocando ou clicando nelas na baixo para cima (ou clique).
barra de guias. Você pode ter até 100 guias abertas em uma Toque ou clique no botão Favoritos , toque ou clique no
só janela. Feche as guias tocando ou clicando em Fechar no botão Fixar site e, em seguida, toque ou clique em Fixar na
canto de cada guia. Tela Inicial.
Você pode alternar rapidamente os favoritos e as guias
Usando várias janelas de navegação tocando ou clicando no botão Favoritos ou no botão Guias
Também é possível abrir várias janelas no Internet Explorer nos comandos de aplicativos.
11 e exibir duas delas lado a lado. Para abrir uma nova janela, Lendo, salvando e compartilhando conteúdo da Internet
pressione e segure o bloco Internet Explorer (ou clique nele com Ao percorrer seus conteúdos online favoritos, procure pelo
o botão direito do mouse) na tela Inicial e, em seguida, toque ou ícone Modo de exibição de leitura na barra de endereços. O
clique em Abrir nova janela. Modo de exibição de leitura retira quaisquer itens desne-
Duas janelas podem ser exibidas lado a lado na tela. Abra cessários, como anúncios, para que as matérias sejam destaca-
uma janela e arraste-a de cima para baixo, para o lado direito das. Toque ou clique no ícone para abrir a página no modo de
ou esquerdo da tela. Em seguida, arraste a outra janela a partir exibição de leitura. Quando quiser retornar à navegação, basta
do lado esquerdo da tela. tocar ou clicar no ícone novamente.

44
INFORMÁTICA

Para personalizar as configurações do modo de exibição de O que são cookies?


leitura Cookies são pequenos arquivos que os sites colocam no
Passe o dedo da borda direita da tela e toque em Configu- seu computador para armazenar informações sobre você e suas
rações. preferências. Os cookies podem melhorar a sua experiência de
(Se você estiver usando um mouse, aponte para o canto navegação, permitindo que os sites se lembrem das suas prefe-
inferior direito da tela, mova o ponteiro do mouse para cima e rências ou evitando que você tenha de se conectar sempre que
clique em Configurações.) visitar determinados sites. No entanto, alguns cookies podem
Toque ou clique em Opções e, em Modo de exibição de colocar a sua privacidade em risco ao rastrear os sites que você
leitura, escolha um estilo de fonte e um tamanho de texto. visita.
Para salvar páginas na Lista de Leitura Para excluir cookies
Quando você tiver um artigo ou outro conteúdo que deseje Na tela inicial, toque ou clique em Internet Explorer para
ler mais tarde, basta compartilhá-lo com sua Lista de Leitura em abrir o Internet Explorer.
vez de enviá-lo por e-mail para você mesmo ou de deixar mais Passe o dedo da borda direita da tela e toque em Configu-
guias de navegação abertas. A Lista de Leitura é a sua biblioteca rações.
pessoal de conteúdo. Você pode adicionar artigos, vídeos ou ou- (Se você estiver usando um mouse, aponte para o canto
tros tipos de conteúdo a ela diretamente do Internet Explorer, inferior direito da tela, mova o ponteiro do mouse para cima e
sem sair da página em que você está. clique em Configurações.)
Passe o dedo desde a borda direita da tela e toque em Toque ou clique em Opções e, na seção Histórico, toque ou
Compartilhar. clique em Selecionar.
(Se usar um mouse, aponte para o canto superior direito Marque a caixa de seleção Cookies e toque ou clique em
da tela, mova o ponteiro do mouse para baixo e clique em Excluir.
Compartilhar.) Para excluir cookies na área de trabalho
Toque ou clique em Lista de Leitura e, em seguida, em Bloquear cookies e personalizar configurações de cookies
Adicionar. O link para o conteúdo será armazenado na Lista de Se não quiser que os sites armazenem cookies em seu com-
Leitura. putador, você pode bloquear os cookies. Também é possível
personalizar para quais sites os cookies devem ser bloqueados.
Protegendo sua privacidade Para bloquear cookies
Interagir em redes sociais, fazer compras, estudar, compar- Abra a área de trabalho e toque ou clique no ícone do
tilhar e trabalhar: você provavelmente faz tudo isso diariamente Internet Explorer na barra de tarefas.
na Internet, o que pode disponibilizar suas informações pesso-
Toque ou clique no botão Ferramentas Botão Ferramentas
ais para outras pessoas. O Internet Explorer ajuda você a se
e depois em Opções da Internet.
proteger melhor com uma segurança reforçada e mais controle
Toque ou clique na guia Privacidade; em seguida, em
sobre sua privacidade. Estas são algumas das maneiras pelas
Configurações, mova o controle deslizante até em cima para
quais você pode proteger melhor a sua privacidade durante a
bloquear todos os cookies e toque ou clique em OK.
navegação:
Para personalizar configurações de cookies
Use a Navegação InPrivate. Os navegadores armazenam
Abra a área de trabalho e toque ou clique no ícone do
informações como o seu histórico de pesquisa para ajudar a
Internet Explorer na barra de tarefas.
melhorar sua experiência. Quando você usa uma guia InPrivate,
pode navegar normalmente, mas os dados como senhas, o Toque ou clique no botão Ferramentas Ferramentas e
histórico de pesquisa e o histórico de páginas da Internet são depois em Opções da Internet.
excluídos quando o navegador é fechado. Para abrir uma nova Na guia Privacidade, siga um ou mais destes procedimentos:
guia InPrivate, passe o dedo de baixo para cima na tela (ou clique Para definir os tipos de cookies que serão bloqueados ou
nela com o botão direito do mouse) para mostrar os comandos permitidos, mova o controle deslizante.
de aplicativos ou toque ou clique no botão Ferramentas de guia Para bloquear ou permitir sites específicos, toque ou clique
Botão Ferramentas de guia e em Nova guia InPrivate. em Sites.
Use a Proteção contra Rastreamento e o recurso Do Not- Para importar um arquivo de preferências de privacidade,
Track para ajudar a proteger sua privacidade. O rastreamento toque ou clique em Importar.
refere-se à maneira como os sites, os provedores de conteúdo Para substituir as configurações de privacidade para deter-
terceiros, os anunciantes, etc. aprendem a forma como você minados tipos de cookies, toque ou clique em Avançado.
interage com eles. Isso pode incluir o rastreamento das páginas Para restaurar as configurações de privacidade originais,
que você visita, os links em que você clica e os produtos que toque ou clique em Padrão.
você adquire ou analisa. No Internet Explorer, você pode usar Quando terminar de fazer as alterações, toque ou clique em
a Proteção contra Rastreamento e o recurso Do NotTrack para OK.
ajudar a limitar as informações que podem ser coletadas por
terceiros sobre a sua navegação e para expressar suas preferên- Permitir cookies
cias de privacidade para os sites que visita. O bloqueio de cookies pode impedir que algumas páginas
sejam exibidas corretamente. Também pode aparecer uma
mensagem em um site avisando que é preciso permitir os
cookies para poder ver esse site.

45
INFORMÁTICA

Para permitir cookies (*) Funciona em links, favoritos, histórico, no menu dos
Abra a área de trabalho e toque ou clique no ícone do botões Voltar/Avançar e nas sugestões do campo de endereço.
Internet Explorer na barra de tarefas. Para abrir uma nova aba ao digitar no campo de endereço
Toque ou clique no botão Ferramentas Botão Ferramentas ou no campo de pesquisa: pressione Alt ao teclar Enter.
e depois em Opções da Internet. Comande as abas com o teclado
Toque ou clique na guia Privacidade; em seguida, em Confi- Abrindo/Fechando
gurações, mova o controle deslizante até embaixo para permitir Abrir uma aba: Ctrl+T
os cookies e toque ou clique em OK. Fechar a aba atual: Ctrl+W ou Ctrl+F4
Exibir e excluir seu histórico de navegação Reabrir a aba que foi fechada: Ctrl+Shift+T
Seu histórico de navegação é composto pelas informações Navegando
que o Internet Explorer lembra e armazena em um computador Ir para a aba da esquerda: Ctrl+Shift+Tab ou Ctrl+PgUp.
conforme você navega pela Web. Isso inclui dados digitados Ir para a aba da direita: Ctrl+Tab ou Ctrl+PgDn.
em formulários, senhas e sites visitados, e contribui para uma Exibir da primeira a oitava aba: Ctrl+1 até Ctrl+8.
melhor experiência de navegação. Se você estiver usando um Exibir a última aba: Ctrl+9.
computador compartilhado ou público, não é recomendável No Windows7 e 8 é possível fixar qualquer aba do Internet
que o Internet Explorer lembre seus dados de navegação. Explorer na barra de tarefas, basta clicar e arrastar sua aba até
Exibir seu histórico de navegação e excluir sites específicos barra. Seu site ficará disponível até que você queira removê-lo.
Ao exibir seu histórico de navegação, você pode optar por Pesquisa
excluir sites específicos ou pode retornar a uma página da Web No IE a pesquisa é realizada diretamente na barra de ende-
que já visitou. reços (URL).
No Internet Explorer para a área de trabalho, toque ou A escolha do site de busca é feita na janela “Opções da In-
clique no botão Favoritos Botão Favoritos. ternet” clicando no botão “configurações” no campo Pesquisa.
Clique na guia Histórico e escolha como deseja exibir o Gerenciador de Download
histórico selecionando um filtro no menu suspenso: O Gerenciador de Download mantém uma lista dos arqui-
Exibir por Data mostra as últimas três semanas do histórico vos baixados por você e o notifica quando um arquivo pode ser
em ordem cronológica. um malware (software mal-intencionado). Ele também permite
Exibir por Site mostra uma lista com os sites que você que você pause e reinicie um download, além de lhe mostrar
visitou nas últimas três semanas, mas não as datas das visitas. onde encontrar os arquivos baixados em seu computador.
Exibir por Mais Visitados mostra os sites mais visitados nas Vulnerabilidades
últimas três semanas. O Internet Explorer foi sendo ao longo dos anos apontado
Exibir pela Ordem de Visita Hoje mostra apenas os sites que como um software com numerosas falhas de segurança. Pro-
você visitou hoje. gramas maliciosos ou oportunistas exploravam brechas para
Para excluir sites específicos, pressione e segure (ou clique roubar informações pessoais. Softwares maliciosos – vírus
com o botão direito) um site de qualquer uma dessas listas e – worms – trojans –, exploravam falhas do navegador para
toque ou clique em Excluir. Ou retorne a uma página tocando controlar e/ou direcionar os usuários a determinadas páginas.
ou clicando em qualquer site da lista. Alguns especialistas apontam estes problemas como uma das
Excluir o histórico de navegação causas para a perda de mercado (número de usuários utilizando
Excluir regularmente o histórico de navegação ajuda a o navegador). A Microsoft argumenta que a quantidade de vul-
proteger sua privacidade, especialmente se você estiver usando nerabilidades encontradas está relacionada ao contingente de
um computador compartilhado ou público. usuários. Sendo este fator predominante para que pessoas mal-
Mostrar tudo -intencionadas explorassem erros com fins ilícitos. Entretanto,
Para excluir seu histórico de navegação no aplicativo Inter- problemas relacionados a vulnerabilidade de navegadores não
net Explorer restringem-se ao Internet Explorer. Outros navegadores popu-
Para excluir seu histórico de navegação na área de trabalho lares também já foram vítimas de pessoas mal-intencionadas,
Navegação por abas como exemplo: Firefox 14 15 – Google Chrome 16 17 – Opera. 18
Os navegadores, em sua versão atual, utilizam a navegação Assim sendo, torna-se óbvio que pessoas que projetam pragas
através de abas. digitais enfatizem software/navegadores/sistemas operacionais
Estas abas funcionam como janelas que são exibidas na populares. Depois que o Internet Explorer passou a perder mer-
mesma página do navegar. cado, falhas de segurança em outros navegadores começaram a
Basta clicar com o Scroll do mouse (rodinha) para que qual- ser divulgadas. Talvez o fato que leve o Internet Explorer a ser
quer link seja aberto em uma nova aba na janela ativa. alvo de tantas críticas está relacionado com o fato de o mesmo
Basta arrastar sua aba para o menu “favoritos” ou para a ser de código fechado. Desta forma, torna-se difícil identificar
“Barra dos favoritos” para armazena-la como página favorita e problemas antes que algum software mal-intencionado seja
estará disponível para retornar à ela quando quiser. descoberto.
Abrir links em nova aba O Internet Explorer já foi o navegador mais utilizado che-
Clique no link com o botão direito do mouse e escolha a gando a 99% dos usuários, mas teve uma grande queda nos
opção “Abrir em nova aba”. últimos anos, chegando a ficar em segundo lugar.
Clicar no link com o Scroll do mouse (*)
Clicar no link com o CTRL pressionado(*)

46
INFORMÁTICA

De acordo com a Start Counter o Internet Explorer ficou com


(32,07%) ficando atrás do Chrome (32,44%) no mês de maio de
2012 e desde então não recuperou mais o primeiro lugar. Ape-
sar disso outras pesquisas como a Marketshare 20 aponta que
a queda não chegou a ser tão expressiva, apesar de ter chegado
em 54% e tem se mostrado em queda nos últimos anos. Até
Setembro de 2014 se mantém como o segundo navegador mais
usado do mundo, com 22,62% dos usuários mundiais, segundo
o StatCounter.
Privacidade de navegação
Você pode impedir que outras pessoas acessem suas infor-
mações de navegação usando dois recursos de privacidade no
Windows Internet Explorer:
• Proteção contra Rastreamento e Como funciona...
• Navegação InPrivate. Quando você inicia a Navegação InPrivate, o Internet Explo-
Proteção contra rastreamento rer abre uma nova janela do navegador. A proteção oferecida
Quando você visita um site, alguns conteúdos podem ser pela Navegação InPrivate tem efeito apenas durante o tempo
fornecidos por um site diferente. Esse conteúdo pode ser usado que você usar essa janela. Você pode abrir quantas guias dese-
para coletar informações sobre as páginas que você visita na jar nessa janela e todas elas estarão protegidas pela Navegação
Internet. InPrivate. Entretanto, se você abrir uma segunda janela do
A Proteção contra Rastreamento bloqueia esse conteúdo navegador, ela não estará protegida pela Navegação InPrivate.
de sites que estão em Listas de Proteção contra Rastreamento. Para finalizar a sessão de Navegação InPrivate, feche a janela do
Existe uma Lista de Proteção contra Rastreamento Personaliza- navegador. Atalho de teclado CTR+SHIFT+P
da incluída no Internet Explorer que é gerada automaticamente
com base nos sites visitados por você. Também é possível baixar
Listas de Proteção contra Rastreamento e, dessa maneira, o
Internet Explorer verificará periodicamente se há atualizações
para as listas.
Você pode ativar a Proteção contra Rastreamento no Win-
dows Internet Explorer 9 para ajudar a evitar que sites coletem
informações sobre sua navegação na Web. Você também pode
ativar a Filtragem ActiveX para ajudar a evitar que programas
acessem o seu computador sem o seu consentimento.
Depois de ativar qualquer um desses recursos, você pode
desativá-lo apenas para sites específicos.
Clique no botão Ferramentas, aponte para Segurança e
clique em Proteção contra Rastreamento.
Na caixa de diálogo Gerenciar Complemento, clique em uma
Lista de Proteção contra Rastreamento e clique em Habilitar.
Usar a Filtragem ActiveX para bloquear controles ActiveX
Controles ActiveX e complementos do navegador da Web
são pequenos programas que permitem que os sites forneçam
conteúdos como vídeos. Eles também podem ser usados para
coletar informações, danificar informações e instalar software Firefox: O Firefox é um Browser, programa navegador,
em seu computador sem o seu consentimento ou permitir que desenvolvido pela Mozilla Fundation (Fundação Mozilla). Este
outra pessoa controle o computador remotamente. navegador é de código aberto, por isso é alguns programadores
desenvolvem versões não oficiais que “rodam” em Sistemas
Navegação InPrivate Operacionais não listados pela Mozilla e multiplataforma, ou
A Navegação InPrivate impede que o Windows Internet seja, possível de ser instalado em vários Sistemas Operacionais
Explorer armazene dados de sua sessão de navegação, além de como Windows, Linux, Android, Mac OS X, etc.
ajudar a impedir que qualquer pessoa que utilize o seu compu- O navegador promete manter seus dados pessoais em sigilo
tador veja as páginas da Web que você visitou e o conteúdo que e possui boas ferramentas para diminuir o rastreamento feito
visualizou. pelos sites enquanto navega pela Internet.
O Firefox é dividido em três fases de desenvolvimento até
chegar na sua versão final:

47
INFORMÁTICA

Nightly: É aqui que as novidades aparecem. O Nightly nor- O gerenciador de aplicativos também possui alguns pontos
malmente é usado apenas por quem precisa (ou gosta de) acom- negativos:
panhar o desenvolvimento. É atualizado no mínimo diariamente • Pode não obter a última versão do Firefox.
e reflete o estado atual do código-fonte. Não são testados, ao • Pode obter uma versão sem a marca Firefox.
usar o Nightly você é quem estará fazendo os testes. Instalando o Firefox no Mac
Aurora: Após 6 semanas de desenvolvimento ativo, a Visite http://mozilla.org/firefox usando qualquer nave-
versão Nightly vira Aurora. Somente são feitos ajustes de gador (por exemplo, o Safari, Chrome, IE). Será detectado
compatibilidade e estabilidade. Em casos especiais pode haver automaticamente a plataforma e o idioma do seu computador e
a adição ou remoção de recursos. As traduções são atualizadas recomendado a versão do Firefox adequada para você.
durante este ciclo.
Firefox Beta: Depois de 6 semanas como Aurora, uma nova Clique no botão verde para realizar o download do Firefox
versão do Firefox está quase pronta. Poucas modificações serão Uma vez que o download for concluído, o arquivo (Firefox.
efetuadas nesta fase. dmg) deve abrir automaticamente. Após aberto, arraste o ícone
Versão final: Após as 6 semanas de teste como beta, o de- do Firefox para a pasta de Aplicativos, a fim de copiá-lo.
senvolvimento de um novo Firefox está concluído. A atualização
automática é liberada para todos os usuários. Não Me Rastreie
Possui uma versão portátil onde é possível carrega-lo em O Não Me Rastreie é um recurso do Firefox que te ajuda
um pendrive e executá-lo através deste dispositivo sem a neces- a controlar a maneira como seus dados online são coletados
sidade de insta-lo no sistema. e utilizados. Quanto ativado, o Não Me Rastreie comunica aos
O programa é bastante personalizável tendo à disposição sites que estão te rastreando que você não quer mais ter suas
uma lista de complementos, addons, que são acessados dire- informações utilizadas para fins de propaganda.
tamente no menu de configuração do programa. Estes comple-
Lightbeam
mentos agregam novas funcionalidades ao programa.
O Lightbeam, complemento para Firefox, permite que você
O Firefox tem um corretor ortográfico embutido, ao digitar
saiba quem são os sites que estão te rastreando enquanto você
um e-mail ou post em um blog ou rede social o corretor infor-
navega pela Web. Criado com uma interface dinâmica e de sim-
mará quando encontrar alguma palavra que ele não reconheça ples compreensão, feito para te colocar no controle da situação.
como correta, semelhante ao que acontece em um editor de
texto Office como o MS-Word ou LibreOffice Writer. Restauração da sessão
Instalação no Windows Agora quando a energia elétrica for interrompida ou mes-
Visite a página de download do Firefox de qualquer nave- mo se o Firefox travar, todas as janelas são reabertas assim que
gador (ex: Microsoft Internet Explorer). Automaticamente será você reiniciar. Para acelerar o início do Firefox, algumas abas só
detectado a melhor versão do Firefox para seu PC. serão carregadas ao serem selecionadas. Esse comportamento
Clique no link verde para baixar o instalador do Firefox. pode ser modificado pelas opções. Você também pode restau-
Dependendo da velocidade de sua conexão, poderá demorar rar abas já fechadas através do comando Ctrl+Shift+T ou pelo
alguns minutos. Inicie o processo clicando no botão Rodar ou menu Histórico.
executar.
Senhas
Depois basta seguir os passos. O Firefox pode memorizar suas senhas. Mas para deixá-las
Instalando o Firefox no Linux longe de curiosos você pode definir uma senha mestra para
Instalar o Firefox em seu computador é o primeiro passo criptografá-las. Só quem souber a senha mestra terá acesso a
para poder usá-lo. todas senhas memorizadas.
Muitas distribuições do Linux incluem o Firefox como nave- Salvando uma página web
gador padrão, e muitas têm um gerenciador de aplicativos que Clique no menu e depois em Salvar página para abrir
pode facilmente auxiliá-lo a instalar o Firefox. O gerenciador de a janela “Salvar como”. Altere o nome da página se desejar,
aplicativos irá: selecione um local e o “Tipo” do arquivo.
• Certificar que você possui todas as bibliotecas neces- • Página da web, completa: Salva a página juntamente
sárias para rodar o Firefox. com as imagens, permitindo que a página seja visualizada como
• Instalar o Firefox de um modo que funciona melhor é originalmente, mas pode não manter a estrutura HTML. Será
com sua distribuição do Linux. criada uma pasta para armazenar as imagens e outros arquivos
necessários para exibição completa da página.
• Criar atalhos para iniciar o Firefox.
• Página da web, somente HTML: Salva a página original
• Disponibilizar o Firefox para todos os usuários do seu
sem imagens, preservando a estrutura HTML.
computador.
• Arquivos de texto: Salva a página como um arquivo de
• Habilitar a remoção do Firefox como qualquer outro
texto sem preservar a estrutura HTML, mas poderá ser visuali-
aplicativo. zada em qualquer editor de texto.
• Todos os arquivos: É equivalente à “Página da web,
somente HTML” mas permite que especifique uma extensão
para o arquivo (como .htm ou .shtml).

48
INFORMÁTICA

• Clique em Salvar. Ctrl + Tab


Salvando partes de uma página web Próxima aba
Ctrl + Page Down
Para salvar uma imagem: Clique com o botão direito do
mouse na imagem, selecione Salvar imagem como... no menu – no campo de
Abrir endereço em
de contexto. Por fim, selecione o local onde a imagem será salva. Alt + Enter endereço ou no
uma nova aba
Para salvar outros elementos da página use o painel de campo de busca
mídia da janela de propriedades da página. Ctrl + Shift + Tab
Criando atalhos para um site Aba anterior
Ctrl + Page Up
Você pode usar o Firefox para criar atalhos na área de
trabalho para uma página que você visitou: Desfazer fechar aba Ctrl + Shift + T
1. Redimensione a janela do Firefox, para poder ver a janela
do Firefox e a área de trabalho na mesma tela. Desfazer fechar
Ctrl + Shift + N
2. Clique no ícone à esquerda da Barra de endereço (onde janela
a URL é exibida). Selecionar abas de
3. Enquanto você segura o botão do mouse, mova o pontei- Ctrl + 1to8
1a8
ro para sua área de trabalho, e então solte o botão do mouse. O
atalho será criado. Selecione a última
Ctrl + 9
aba
Visualizar Grupo de
Ctrl + Shift + E
abas
Fechar a Visual-
ização do Grupo de Esc
abas
– apenas para
Próximo Grupo de
Ctrl + ` alguns layouts de
abas
teclado
– apenas para
Grupo de abas
Você também pode segurar e soltar itens do seus favoritos Ctrl + Shift + ` alguns layouts de
anterior
e histórico para sua área de trabalho para criar os atalhos. teclado
Se você abrir o atalho que você criou, seu Navegador Pa-
drão será aberto exibindo a página do atalho. Além disso, pode Histórico
haver extensões do Firefox de terceiros que podem ajudá-lo. Comando Atalho
Painel Histórico Ctrl + H
Comando Atalho Janela Biblioteca (Histórico) Ctrl + Shift + H

– exceto para Apagar histórico recente Ctrl + Shift + Del


Ctrl + W
Fechar aba abas de aplica-
Ctrl + F4 Favoritos
tivos
Ctrl + Shift + W Comando Atalho
Fechar janela
Alt + F4 Adicionar todas as abas aos favoritos Ctrl + Shift + D
Move a aba em Ctrl + Shift + Page Adicionar esta página aos favoritos Ctrl + D
foco para Esquerda Up Ctrl + B
Move a aba em Ctrl + Shift + Page Painel Favoritos
Ctrl + I
foco para Direita Down
Janela Biblioteca (Favoritos) Ctrl + Shift + B
Move a aba em
Ctrl + Home
foco para o início Ferramentas
Move a aba em Comando Atalho
Ctrl + End
foco para o final
Downloads Ctrl + J
Nova aba Ctrl + T
Complementos Ctrl + Shift + A
Nova janela Ctrl + N
Nova Janela Alternar Ferramentas de desenvol- F12
Ctrl + Shift + P vimento
Privada Ctrl + Shift + I

49
INFORMÁTICA

Console da web Ctrl + Shift + K F6

Inspector Ctrl + Shift + C Selecionar a barra de endereço Alt + D


Ctrl + L
Debugger Ctrl + Shift + S

Editor de estilos Shift + F7 Atalhos de multimídia

Shift + F5 Comando Atalho


Profiler
Tocar/Pausar Barra de espaço
Network Ctrl + Shift + Q
Diminuir o volume ↓
Barra do desenvolvedor Shift + F2
Aumentar o volume ↑
Modo de design adaptável Ctrl + Shift + M
Desabilitar áudio Ctrl + ↓
Scratchpad Shift + F4
Abilitaraudio Ctrl + ↑
Código Fonte Ctrl + U
Voltar 15 segundos ←
Console do navegador Ctrl + Shift + J
Voltar 10 % Ctrl + ←
PDF Viewer Avançar 15 segundos →
Comando Atalho Avançar 10 % Ctrl + →
Próxima página N ou J ou → Ir para o início Home
Página anterior P ou K ou ← Ir para o fim End
Mais zoom Ctrl + +
Como buscar por textos e links no conteúdo de uma página
Menos Zoom Ctrl + – Enquanto você navega em um site usando o Firefox, você
Zoom normal Ctrl + 0 pode procurar palavras ou textos na página. O Firefox vai lhe
direcionar para onde o texto aparece pela primeira vez, e vai
Girar o documento no sentido horário R destacar todas as demais combinações da pesquisa.
Girar o documento no sentido Utilizando a Barra de Pesquisa
Shift + R Para fazer uma pesquisa por texto em uma página:
anti-horário
1. Abra a Barra de Pesquisa utilizando um dos seguintes
Alternar para o modo de apresenta- métodos:
Ctrl + Alt + P
ção • Use o atalho de teclado Ctrl+F.
Alternar Hand Tool H • Clique no botão menu e depois clique em Localizar.
2. Digite o texto a ser pesquisado no campo “Localizar” da
Foca o número de página na caixa de barra de pesquisa. O Firefox irá marcar ocorrências da frase à
Ctrl + Alt + G
entrada medida que você digitar.

Outros • Se não forem encontradas ocorrências do texto na


Comando Atalho página que você está navegando, o campo “Localizar” ficará
vermelho e a mensagem Texto não encontrado aparecerá ao
Completar o endereço com .com Ctrl + Enter lado dela.
Completar o endereço com .net Shift + Enter Enquanto a Barra de Pesquisa está sendo exibida, você
pode usar os seguintes comandos:
Completar o endereço com .org Ctrl + Shift + Enter • X: Fecha a barra de pesquisa
Apagar a entrada de autocompleta- • Setas Próximo e Anterior: Navega pelas ocorrências
Del
ção selecionada do texto pesquisado.
• Realçar tudo: Realça cada ocorrência do texto pesqui-
Tela inteira F11 sado. Clique em Realçar tudo novamente para desativar.
Alternar a barra de menus (quando Alt • Diferenciar maiúsculas/minúsculas Torna a pesquisa
oculta) sensível a letras maiúsculas e minúsculas. Se você pesquisar
F10
por “texto” ocorrências de “Texto” na página também serão
Mostrar/Esconder a barra de encontradas. Se Diferenciar maiúsculas/minúsculas estiver
Ctrl + /
extensões selecionado, apenas ocorrências do texto exatamente como
Navegação com o cursor F7 digitado serão localizadas.

50
INFORMÁTICA

Pesquisa rápida Alternando entre os Grupos de Abas


A Barra de Pesquisa Rápida é útil para pesquisas rápidas e Alternar entre grupos é fácil. Visualize os Grupos de Abas,
normalmente desaparece depois de alguns segundos. Ela não usando o atalho de teclado, Ctrl + Shift + E em seguida, clique
contém os botões Próxima, Anterior e Realçar tudo. no grupo de abas que você deseja visualizar. A aba em que você
Pressione a tecla “/” (barra inclinada para a direita) para clicou será ativa e apenas as abas deste grupo serão visíveis.
abrir a Barra de Pesquisa Rápida e digite o que deseja localizar. • Você também pode usar o atalho de teclado Ctrl+`
Localizar em links permite que você avance para o próximo grupo, e Ctrl+Shift+`
Se você quiser encontrar textos em links da página que você permite que você volte para o grupo anterior.
está navegando: Grupos de Abas são ótimos para agrupar abas por tarefa.
1. Pressione ’ (aspas simples) para que a barra “Localizar em Por exemplo, você pode ter um grupo relacionado a um traba-
links” apareça. lho da faculdade, e um outro grupo para pagar as suas contas
2. Digite o texto no campo “Localizar em links”. O primeiro online. É possível criar grupos para coisas que você faz online
link que contém o texto pesquisado será selecionado. normalmente e usar os Grupos de Abas para alternar entre eles.
3. Aperte Ctrl + G para realçar o próximo link que contém o É um modo fácil de se manter organizado.
texto pelo qual você pesquisou.
Para fechar a barra “Localizar em links”, espere um segundo Procurando por uma aba
e aperte Esc, ou simplesmente clique em qualquer lugar fora da Ache rapidamente aquela aba.
barra “Localizar em links”. 1. Visualize os Grupos de Abas, usando o atalho de teclado,
Localizar enquanto digita em uma página Ctrl + Shift + E.
O Firefox pode pesquisar por textos que você digita sem ter 2. Clique no botão de busca no canto direito da janela e
que abrir a barra “Localizar”. Para ativar este recurso: então digite no campo de busca que aparecerá para buscar uma
1. Clique no botão , depois em Opções aba.
2. Selecione a opção Avançado. • Ou simplesmente comece a digitar e a busca irá acon-
3. Clique na aba Geral. tecer automaticamente.
4. Marque a opção Localizar texto ao começar a digitar. 3. À medida que você digita, as abas que correspondem a
5. Clique em OK para fechar a janela de Opções.
sua busca irão ser destacadas. Simplesmente clique em uma aba
Após você ativar este recurso:
para selecioná-la e voltar ao Firefox.
1. Digite um texto enquanto estiver visualizando um site.
• Se você tem mais de uma janela do Firefox aberta,
Enquanto você digita, a primeira combinação será realçada.
você pode ver abas de outras janelas que correspondem a sua
2. Pressione Ctrl+G ou F3 para realçar a próxima combina-
busca no inferior da janela. Clicar em uma destas abas irá focar
ção.
aquela janela, aba e grupo
Para fechar a Barra de Pesquisa Rápida, aguarde um
Organizando os Grupos de Abas
momento até ela desaparecer ou pressione Esc para fechá-la
Grupos de Abas podem ser facilmente redimensionados,
imediatamente. Você também pode clicar em qualquer lugar
no Firefox que não seja parte da barra de Pesquisa Rápida para reorganizados e nomeados. Quando você não precisa mais de
fechá-la. um grupo você pode fechá-lo e se livrar de todas as abas de
Trabalhando com abas uma vez.
Se você gosta de abas, e regularmente tem várias delas, que Visualize os Grupos de Abas, usando o atalho de teclado,
não cabem na barra de abas, Grupos de Abas foram feitos para Ctrl + Shift + E.
você. Eles também são ótimos para agrupar abas por tarefa e • Redimensionando Grupos de Abas – Clique e arraste
então trocar entre os grupos. o canto do grupo para aumentar ou diminuí-lo. À medida que
você redimensiona o grupo as abas ficarão maiores ou menores
Se você ainda não abriu várias abas, faça isso. para melhor se ajustarem.
1. Para visualizar os Grupos de Abas, use o atalho de tecla- Se você criar um grupo que é pequeno o suficiente, as abas
do, Ctrl + Shift + E. ficarão empilhadas umas sobre as outras. Abaixo desta pilha,
• Quando você está visualizando os Grupos de Abas pela um botão de pré-visualização aparecerá. Clique neste botão
primeira vez, você verá miniaturas de suas abas em um grupo. para ver quais abas estão na pilha sem mudar o tamanho do
Para criar um novo grupo, simplesmente arraste uma aba para grupo.
fora do grupo. • Reorganizando Grupos de Abas – Clique e arraste
• Você pode continuar adicionando abas para um novo em uma área vazia nas bordas ou embaixo de um grupo para
grupo, e você pode criar mais grupos. movê-lo pela tela.
2. Quando terminar, clique em uma aba para sair da visuali- • Nomeando Grupos de Abas – Clique ao lado do ícone
zação de grupos. Você voltará para o Firefox, a aba em que você da caneta no topo de um grupo e digite um nome para ele.
clicou será ativada e somente as abas daquele grupo estarão Então pressione Enter ou clique em algum lugar da janela.
visíveis. • Fechando Grupos de Abas – Cada grupo de abas tem
Dica: Você pode adicionar um botão Grupo de abas na sua um botão fechar no canto superior direito. Clicar nele irá fechar
barra de ferramentas para facilitar o acesso. Consulte Perso- aquele grupo e todas as suas abas.
nalize os controles, botões e barras de ferramentas do Firefox Se você fechou um grupo de abas acidentalmente, você
para obter instruções. pode clicar no botão Reabrir grupo para restaurá-lo.

51
INFORMÁTICA

Abas fixas em Grupos de Abas DOWNLOAD E INSTALAÇÃO


Quando você está usando Abas fixas com Grupos de Abas, Após fazer o download do arquivo instalador no Windows,
elas serão representadas pelo ícone do site no lado direito de clique em “executar” ou “salvar”. Depois disso, o usuário deve
cada grupo. clicar duas vezes no arquivo de instalação para que o processo
Importar favoritos do Google Chrome de instalação comece. Lembrando que você poderá instalar o
O Firefox permite que você importe facilmente seus favori- Google Chrome mesmo estando off-line.
tos e outros dados do Google Chrome. No Windows 7, Vista, ou até mesmo no XP, uma janela do
1. Clique no botão favoritos em seguida clique em Exibir browser se inicia automaticamente depois de realizar a configu-
todos os favoritos para abrir a janela da Biblioteca. ração. Já no Windows 8, uma caixa de diálogo de boas-vindas
2. Na barra de ferramentas na janela Biblioteca clique no aparece. Basta clicar em “avançar” para escolher o navegador
botão Importar e backup e selecione Importar dados de outro padrão. Caso o usuário escolha o Chrome, ele será iniciado
navegador.... como um aplicativo na tela inicial do Windows 8, por exemplo.
3. No Assistente de Importação que surge, selecione Chro- Fazer o download e instalar o software no Mac também
me e clique no botão Avançar. é muito simples. Depois de baixar o instalador, o usuário deve
4. O Firefox listará os tipos de configurações e informações abrir o arquivo “Google Chrome.dmg”. Em seguida, é necessário
que poderão ser importados. Selecione os itens que você deseja arrastar o ícone do navegador para a pasta “Application”, assim,
importar para o Firefox e clique em Avançar. ele será instalado em todos os usuários da máquina.
Cookies: Pequenas quantidades de informação armazena-
No Linux, o procedimento de instalação é semelhante. De-
das em seu computador por algumas páginas da web que os
pois de baixar o instalador, o usuário precisa clicar em “ok” para
utilizam para manter você autenticado, armazenar suas confi-
abrir o pacote. O próximo passo é selecionar “instalar pacote”
gurações e outras coisas.
para iniciar a instalação. Depois que tudo estiver devidamente
Histórico: Informações sobre páginas da web que você
visitou. configurado, uma janela do browser abrirá automaticamente.
Favoritos: Páginas da web que você salvou no Google Velocidade
Chrome. Equipado com o V8, um poderoso motor de JavaScript que
5. Clique no botão Concluir. Os itens selecionados serão permite executar aplicações Web complexas rapidamente, e
importados pelo Firefox. com o WebKit, o Chrome é um dos navegadores mais rápidos da
Como o padrão do Google Chrome é salvar seus favoritos atualidade. Para cada novo lançamento, ele continua a melho-
na barra de favoritos, você deve procurar os seus favoritos im- rar a sua velocidade.
portados em uma pasta chamada “Do Google Chrome” na Barra Há, então, a garantia de uma inicialização rápida, mesmo
dos favoritos do Firefox. em máquinas modestas. A velocidade também é sentida no
Atualização carregamento de páginas e na execução de apps e extensões.
Por Default, ou padrão, o navegador Mozilla Firefox está O software se destaca, também, pelo sistema de administração
programado para verificar automaticamente por atualizações por abas.
e instala-las automaticamente. Caso deseje alterar estas con- Omnibox: a barra única de endereços e busca
figurações, clique no botão , depois em Opções, clique no A versão nova traz novidades na Omnibox, a famosa barra
menu“Avançado” e finalmente na guia “atualizações”, nesta de pesquisa que é integrada à barra de URL, que baseia as
guia é possível alterar todas as configurações de como o nave- respostas pelos últimos sites visitados pelo usuário. O objetivo
gador irá procurar por atualizações. é tornar os resultados de busca mais satisfatórios. A Omnibox,
também chamada de barra de endereço, não tem somente a
Chrome: funcionalidade de caixa de pesquisa.
O Chrome é um navegador desenvolvido pela Google O browser do Google foi projetado para aproveitar ao
lançado em 2008 e compilado com base em código aberto máximo espaço da tela. Nele, só existe um local para digitar
com poderoso software de renderização WebKit, o mecanismo endereços e fazer pesquisas. Nesta barra, o usuário pode colo-
JavaScript V8.Em menos de dois anos após seu lançamento o car o endereço do site ou a palavra que quer encontrar, sem se
Google Chrome já era o terceiro navegador mais usado do preocupar com nada. A aplicação analisa e faz a pesquisa que
mundo, atrás apenas do Internet Explorer e Mozilla Firefox. Foi
deve ser feita.
um software que agradou muito a população mundial devido a
Com esta função, todos os resultados da sua busca apare-
sua navegação por abas e área de trabalho bem limpa deixando
cem enquanto o assunto pesquisado está sendo digitado. Assim,
a visualização das páginas WEB bem maiores e mais definidas,
o usuário visualiza as sugestões de pesquisa que são atualizadas
tornando-se tendência que foi seguida pelos outros softwares
navegadores. O Browser está disponível em mais de 51 idiomas automaticamente. Se o resultado desejado não for sugerido, no
para as plataformas Windows, Mac OS X, Android, Ubuntu, entanto, basta terminar de digitar o termo desejado e pressio-
Debian, Fedora e OpenSuSE. nar a tecla “ENTER”.
Possui um leitor de arquivos PDF integrado, é possível Por que acessar primeiro o YouTube.com para depois
visualizar, salvar e imprimir estes arquivos. procurar um vídeo? Basta digitar youtube.com na omnibox e
pressionar a tecla TAB para pesquisar diretamente no YouTube.
Você também pode configurar palavras-chave personalizadas
para seus sites favoritos.

52
INFORMÁTICA

A definição de qual provedor de pesquisa utilizar entre Destaque qualquer texto em uma página da Web com o
Google, Bing, Yahoo! Brasil ou o Ask é selecionado na tela de cursor e arraste-o para a barra de endereço. O Google Chrome
configuração do navegador. Outros provedores de busca pode- exibe automaticamente os resultados de pesquisa fornecidos
rão ser acrescentados e selecionados como padrão. pelo seu mecanismo de pesquisa padrão para o texto destacado.

Pesquisa por voz


É possível usar sua voz no Google app ou no Google Chrome
para algumas ações como pesquisar, ver rotas e criar lembretes.
Por exemplo, diga “Ok Google, precisarei de guarda-chuva
amanhã?” para saber se choverá, de acordo com a previsão do
tempo.
Para iniciar uma pesquisa por voz digite www.google.com.
Como pesquisar no Google Chrome br no navegador Google Chrome. No canto superior direito da
página, clique no botão azul Fazer login.Diga “Ok Google” ou
Use a barra de endereço para pesquisar na Web, nos seus clique no ícone do microfone, ao lado direito da caixa de pes-
favoritos e no seu histórico de navegação. Digite seu termo de quisa .
pesquisa na barra e pressione Enter para ver os resultados do
seu mecanismo de pesquisa padrão.Existem outras formas de
O que você pode pedir para o Google fazer por você na
pesquisa no Google Chrome. Estas dicas se aplicam ao Google
pesquisa por voz
Chrome nos sistemas operacionais Windows, Mac e Linux .
Você pode dizer a maioria desses exemplos em inglês,
francês, alemão, italiano, japonês, coreano, russo, espanhol
Pesquisar sites específicos (tecla Tab para pesquisar)
Comece digitando na barra de endereço o endereço do e português (Brasil). No entanto, alguns exemplos não estão
site que você deseja pesquisar. Se o Google Chrome tiver um disponíveis em todos os idiomas.
registro do site, ele oferecerá automaticamente a opção para Encontrar um filme: “Quais filmes estão em exibição hoje à
pesquisar nesse site. Caso você se lembre da palavra-chave do noite?” ou “Onde está passando Jogos vorazes?”.
mecanismo de pesquisa, também pode digitar a palavra-chave Encontrar lugares próximos: “Onde fica a farmácia mais
na barra de endereço. Pressione Tab para escolher em qual local próxima?”.
deseja navegar e pressione Enter. Saber as horas: “Que horas são em São Paulo?”.
Responder a perguntas gerais: “Onde Albert Einstein nas-
Pesquisar uma página ceu?” ou “Quantos anos tem Beyoncé?”.
Use a barra de localização para encontrar palavras ou Calcular a gorjeta: “Qual é a gorjeta para 42 reais?”.
termos específicos na página que você está vendo. Pressione os Traduzir palavras ou frases: “Qual é a tradução de biscoito
atalhos do teclado Ctrl + F (Windows, Linux e Chrome OS) e F em inglês?”.
(Mac) para exibir a barra de localização na página. Esta barra Definir uma palavra: “O que significa gula?”.
fica oculta e serve para procurar palavras na página que você Converter unidades: “Quanto é 16 gramas em quilos?”.
está visitando. Resolver um problema de matemática: “Raiz quadrada de
Pesquisar seu histórico de navegação, downloads e favori- 2.209”.
tos Quando você começa a digitar na barra de endereço, os
Você também pode usar as caixas de pesquisa na parte seguintes ícones podem aparecer ao lado das suas sugestões de
superior da página “Histórico” (CTRL+H), da página “Downlo- pesquisa:
ads” (CTRL + J) e do gerenciador de favoritos para pesquisar seu Seus sites favoritos
histórico de navegação, o histórico de download e os favoritos, Pesquisas populares (previsões) que contêm as palavras
respectivamente. Esses recursos estão disponíveis no menu que você está digitando
do Google Chrome Chrome , na barra de ferramentas do
navegador. Sites do seu histórico de navegação
Integração com serviços do Google
Pesquisa com o botão direito do mouse
Ao navegar na internet, é sempre bom contar com alterna-
Use o cursor para destacar qualquer texto ou imagem em
tivas. Se a opção possuir integração com os principais serviços
uma página da Web. Clique com o botão direito do mouse e
web, melhor ainda. Este é o caso do Chrome, que é um navega-
selecione a opção para realizar uma pesquisa sobre a imagem
ou o texto em destaque. dor integrado à plataforma de serviços do Google para dar aos
Colar e pesquisar usuários acesso completo aos seus serviços. Para isto funcionar,
Destaque qualquer texto em uma página da Web com seu basta fazer login em sua conta Google e pronto.
cursor e o copie. Quando estiver pronto para pesquisar, clique Ao iniciar uma seção, o usuário tem acesso aos seus mar-
com o botão direito do mouse na barra de endereço e selecione cadores, aplicações, histórico e outras definições em todos os
Colar e pesquisar. seus dispositivos. Qualquer item modificado em um gadget é
Pesquisa com destacar e arrastar(somente para Windows atualizado instantaneamente nos outros, assim que acessarem
e Linux) a Internet.

53
INFORMÁTICA

Dessa forma, seus itens estão seguros caso haja algum pro- Comande as abas com o teclado
blema com o computador, smartphone ou tablet. É a ideia de Abrindo/Fechando
computação em nuvem, de qualquer computador todas as suas Abrir uma aba: Ctrl + T
configurações e personalização do software ficam registrados Fechar a aba atual: Ctrl + W ou Ctrl + F4
no provedor, sempre que fizer login em qualquer dispositivo o Reabrir a aba que foi fechada: Ctrl + Shift + T
layout, tema, plugin, e qualquer outra funcionalidade que você
tenha dados ao aplicativo estará disponível na hora. Navegando entre abas
Ir para a aba da esquerda: Ctrl + Shift + Tab ou Ctrl + PgUp.
Loja de aplicativos Ir para a aba da direita: Ctrl + Tab ou Ctrl + PgDn.
Além dos serviços do Google, com a loja Chrome Web Exibir da primeira a oitava aba: Ctrl + 1 até Ctrl + 8.
Store é possível instalar aplicativos e extensões para tornar o Exibir a última aba: Ctrl + 9.
uso do navegador mais completo. As extensões complementam
as funcionalidades do programa, enquanto os aplicativos dis- Ícones indicativos em abas
ponibilizam novas funcionalidades a ele. Conheça as melhores Ao abrir diversas abas, são frequentes as situações em que
extensões do Chrome para o uso de redes sociais. começam a sair som de mais de um site. Para não perder tempo
ao procurar de onde vem a música, o Chrome agora exibe um
ícone indicativo na aba. Com isso, o usuário pode rapidamente
descobrir em qual aba o som ou o vídeo está sendo reproduzido
e, então, fechá-la.

Novo modo Windows 8


No Windows 8, há a disponibilidade de usar o Chrome na
área de trabalho tradicional ou utilizá-lo em uma interface estilo
“Metro”. O design deste recurso torna mais nativo e adequado
ao visual baseado em tiles do novo sistema da Microsoft. Para
isso, basta clicar no menu do programa e escolher a opção que
permite alternar entre os dois ambientes.
O diferencial do modo “Metro” é que, quando o software
está nessa interface, é possível gerenciar diversas janelas e
acessar seus Chrome Apps usando um lançador de aplicativos
integrado. É como se fosse a sua “área de trabalho” do browser.
Tudo isso sem precisar sair do browser e com uma grande O lançador existe no modo tradicional, mas não é tão integrado
diversidade de opções. Na loja, o usuário pode instalar temas como no modo “Metro”.
e personalizar a aparência do software. Confira e baixe alguns
temas do Chrome e o customize suas funcionalidades.
Abas
Quem navega muito sabe que, às vezes, é difícil fechar as
abas, pois é normal esquecer depois do endereço acessado. Com
o browser, é possível abrir mais de 100 abas ao mesmo tempo,
se o computador aguentar pois consome muita memória RAM.
Sendo assim, o usuário continua navegando enquanto guarda
outras abas para ver depois ou alternar entre elas.
É comum que plugins de terceiros, como o Java ou o Flash,
sobrecarreguem o sistema, resultando no travamento. A dife-
rença é que, com este programa, o usuário não perde todo o
conteúdo aberto, basta fechar a aba travada para continuar
navegando normalmente. Essa característica é muito útil para
quem precisa ter muitas abas abertas ao mesmo tempo.
É possível ainda “Fixar Aba” clicando com o botão secun-
dário do mouse sobre a aba e escolher este comando, isto
fará com que a aba escolhida seja deslocada para a esquerda
ficando antes de qualquer aba na barra de abas e fique com uma Visão “Metro” do Chrome, muito parecido com a visuali-
largura bem inferior se comparado com as demais abas. Esta zação da Área de Trabalho, a mudança fica na parte inferior da
aba, com o referido site, ficará disponível mesmo após fechar janela onde o aplicativo apresenta, no canto esquerdo, atalhos
o navegador, é possível fixar quantas abas quiser, porém, isto para os principais aplicativos integrados Google exibidos em
afeta diretamente na velocidade do carregamento do programa primeiro plano na Barra de Status e o Google Drive e Web Store
na sua inicialização. acessados através do botão de Aplicativos destacado em azul e
sua janela.

54
INFORMÁTICA

Safe Browsing: Bloqueio de malware


Preocupado com a segurança dos seus usuários, o Google
adicionou um novo sistema de navegação segura. Agora, ele
emite alertas automaticamente quando o usuário acessa um
site ou arquivo malicioso. Com este recurso, o internauta fica
mais protegido de malwares e de phishing – página WEB falsa.
O Safe Browsing exibe um alerta no canto inferior da tela
para avisar a presença de arquivos maliciosos. Além disso, ele
exige que os usuários façam mais procedimentos para seguir em
frente ao acessar o download de um arquivo ou uma página sus-
peita. Com isso, a segurança da navegação é muito otimizada. Modo de navegação anônima
Para aumentar ainda mais a proteção, o programa utiliza Quando não quiser que suas visitas a websites ou downlo-
isolamento de processos. Isso adiciona uma camada de proteção ads sejam gravados em seus históricos de navegação e down-
contra páginas da web malignas que tentam instalar softwares load, você poderá navegar no modo de navegação anônima.
no seu PC, monitorizar as suas atividades na Web ou roubar Além disso, todos os cookies criados durante a navegação no
informações privadas do disco rígido. modo de navegação anônima são excluídos depois que todas as
Na loja Chrome Web Store é possível instalar uma extensão janelas anônimas abertas são fechadas.
chamada WOT. O WOT é um serviço de análise e reputação de Quando você estiver navegando no modo de navegação
sites que ajuda você a tomar decisões inteligentes sobre se deve anônima, poderá ver o ícone do modo de navegação anônima
confiar em um site ou não, quando você faz pesquisas, compras no canto da página. A navegação em modo anônimo é útil
ou navega on-line. principalmente quando você precisa navegar na web de forma
O WOT simplesmente exibe a reputação dos sites de acordo privada, sem a necessidade de alterar suas configurações de
com as luzes do semáforo ao lado dos resultados da pesquisa privacidade novamente entre as sessões de navegação. Por
quando você usa o Google, Yahoo!, Bing ou qualquer outro exemplo, você pode ter uma sessão normal e uma sessão em
mecanismo de busca. Os ícones também são visíveis ao lado modo anônimo em janelas separadas ao mesmo tempo.
dos links nos sites de redes sociais como Facebook e Twitter e
serviços de e-mail como Gmail e Yahoo! Mail, bem como em
outros sites conhecidos como a Wikipédia. Ao clicar no ícone
de semáforo, você pode encontrar mais informações sobre a
reputação do site e opiniões de outros usuários. O sinal verde
significa que os usuários avaliaram o site como confiável e
seguro, o vermelho alerta sobre possíveis ameaças e o amarelo
indica que você precisa ser cauteloso ao usar o site.
As avaliações e análises do WOT são fornecidas por uma co-
munidade global de milhões de usuários que classificam os sites
com base em suas experiências pessoais. Além disso, fontes de
terceiros são usadas para alertá-lo sobre software malicioso e Preferências de privacidade
outras ameaças técnicas que você pode encontrar. Você pode controlar todas as suas preferências de privaci-
Você pode compartilhar suas experiências avaliando você dade no menu do Google Chrome. Basta selecionar “Configura-
mesmo os sites, ajudando a tornar a Internet um lugar mais ções”, clicar em “Mostrar configurações avançadas” e ajustar a
seguro para todos. seção “Privacidade”.
A tecnologia de validação de autenticidade ajuda a impedir
que um malware se instale em seu computador ou use aquilo Limpar os dados de navegação
que acontece em uma guia do navegador para afetar o que Se o usuário desejar apagar as informações da navegação
acontece na outra. O processo de validação de autenticidade que já fez, há a possibilidade de limpar os dados em qualquer
adiciona uma camada complementar de segurança contra momento. Isso inclui históricos de navegação e transferência,
páginas da web maliciosas que tentam instalar programas em cookies, senha e dados de formulários salvos. Estas informações
seu computador, monitorar suas atividades na web ou roubar são muito importantes para quem invade seu computador.
informações confidenciais de seu disco rígido. Através destas informações é possível traçar um perfil de sua
Com a tecnologia Navegação segura ativada no Google atividade na Internet procurando a principal informação que é
Chrome, caso encontre um site suspeito de conter phishing ou se você faz compras online ou realiza transações bancárias via
malware durante sua navegação na web você receberá uma Internet.
página de aviso.
Controle de pais
Outra grande novidade é a função de controle dos pais, no
qual é possível determinar, por exemplo, quais sites um usuário
pode ter acesso. Essa ferramenta é bastante útil para pais que
desejam manter os filhos em segurança ou para quem quer
limitar o uso do navegador por terceiros.

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INFORMÁTICA

Para gerenciar os usuários supervisionados, basta acessar ————————————————————————


as configurações em “Usuários”, clicar no botão “Adicionar novo
usuário…”. Na criação do usuário, marque o item “Este é um ————————————————————————
usuário supervisionado gerenciado por”. ————————————————————————
O navegador é grátis e possui versões para Windows, Mac
OS, Linux, Android e iOS. Por isso, se você procura um browser ————————————————————————
rápido, multiplataforma e integrado aos principais serviços da
web, faça download do Google Chrome! ————————————————————————
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ANOTAÇÃO
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