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Conceito de direito processual e suas fontes

Denomina-se direito processual a gama de normas e princípios que servem para


sistematizar o processo em si. Ou seja, o exercício e a prestação jurisdicional
pelo Estado–Juiz da ação pelo autor e da defesa pelo réu/demandado.

A título didático, é importante mencionar que o direito processual difere do


direito material, tendo em vista que aquele cuida das relações dos sujeitos do
processo, a forma como o litígio será conduzido, meios procedimentais e etc.

Logo, o direito processual é visto sob a ótica da prática jurídica. Por sua vez, o
direito material é o conjunto de normas que disciplinam as relações jurídicas,
como o direito civil, penal, entre outros.
Assim, as fontes do processo civil servem para preencher eventuais lacunas no
decorrer do processo, que podem ser conceituadas de modo geral como os
meios de produção, interpretação ou expressão da norma jurídica.

Segundo Diogo de Assumpção Rezende de Almeida em seu livro Teoria Geral


do Processo, são fontes do direito processual:

Constituição Federal
A Constituição estabelecerá, primeiramente, as principais disposições a respeito
de princípios e regras gerais que deverão ser seguidos na relação processual.
Extrai-se dessa fonte regramentos para reger o direito probatório, a previsão
dos princípios processuais, tutelas alternativas de direitos fundamentais,
assistência jurídica, entre outros.

Assim, analisando-se os dispositivos que versam sobre direito processual na


Constituição, percebe-se, além de outros fatores, que a grande maioria dos
princípios processuais encontra respaldo nela.
Tratado Internacional
Vários tratados internacionais, inclusive de direitos humanos, dispõem sobre
direito processual, por exemplo, em matérias de garantias fundamentais e suas
respectivas tutelas, procedimento em relação a sentenças estrangeiras e cartas
rogatórias.
Vale apontar também a tendência de solução dos conflitos entre normas
provindas das disposições em tratados internacionais e as normas de direito
interno, principalmente da Constituição Federal e do Novo Código de Processo
Civil.
Lei Complementar
Trata-se de uma espécie legislativa mais estável do que a lei ordinária por ser
aprovada pelo Congresso Nacional com quorum qualificado e com caráter
autônomo. Matérias aprovadas por Lei Complementar não podem ser objeto de
medida provisória, já que essas têm mesma hierarquia de Lei Ordinária.
Lei Ordinária
É a grande fonte formal de direito processual. Isso porque o próprio Código de
Processo Civil encaixa-se nessa espécie (Lei Ordinária n. 13.105 de 2015).
Leis de Organização Judiciária, Resoluções e Regimentos Internos dos
Tribunais
Nessa espécie de fonte de direito processual, o objeto principal é a
competência. A competência, conforme será estudado, refere-se ao conjunto
de regras que organiza a distribuição dos processos entre os diversos órgãos
jurisdicionais.
Equidade
Previsão no parágrafo único do art. 140 do Novo CPC. Somente é permitida a
decisão por equidade nos casos previstos em lei. Ela é o critério de decisão do juiz
fundado no sentimento de justiça que lhe revelam as circunstâncias do caso
concreto.
Precedentes
Precedente, de modo geral, é definido como a decisão judicial tomada em um
caso concreto que poderá servir de diretriz para julgamentos posteriores de
casos similares.

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