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Hermenêutica Jurídica

Interpretar é o processo lógico pelo qual se determina o sentido da lei.


Interpretar é procurar o pensamento, o alcance do texto, a vontade da lei.

 Legislador  não consegue prever todos os possíveis casos que o juiz


será chamado a resolver.

 Juiz  ainda que a lei seja omissa, terá que decidir a questão que lhe é
submetida à julgamento.

 Deve o juiz suprir as lacunas da lei, recorrendo à várias normas. Essas


normas constituem o que se chama de hermenêutica jurídica, que é o
campo do Direito que estuda a interpretação das leis.
 A interpretação das leis pode ser examinada sob três aspectos diferentes,
representado no seguinte quadro:

Quanto às suas fontes: Judiciária, Doutrinária e autêntica

Interpretação Quanto ao processo: Gramatical ou literal

Quando ao resultado: Restritiva, extensiva e declarativa


 Quanto às fontes:

 Interpretação judiciária: é aquela que é feita pelo judiciário quando da


solução de um conflito de interesse que lhe é submetido.

Esta interpretação nos é transmitida através das sentenças, acórdãos,


súmulas, etc.

 Interpretação doutrinária: É a interpretação elaborada entre os estudiosos


do Direito (doutrinadores) sem qualquer preocupação de dar solução a um
conflito em particular.

Tomamos conhecimento dessa interpretação através dos livros editados


pelos doutrinadores, artigos em revistas especializadas, conferências etc.

 Interpretação autêntica: é a interpretação feita pelo próprio legislador. Essa


interpretação nos é transmitida pelo próprio texto legal.
Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a
vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas
dependências:

Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa.

§ 1º - Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar ermo, ou com o


emprego de violência ou de arma, ou por duas ou mais pessoas:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, além da pena


correspondente à violência.

§ 2º - Aumenta-se a pena de um terço, se o fato é cometido por funcionário


público, fora dos casos legais, ou com inobservância das formalidades
estabelecidas em lei, ou com abuso do poder.
§ 3º - Não constitui crime a entrada ou permanência em casa alheia ou em
suas dependências:

I - durante o dia, com observância das formalidades legais, para efetuar prisão
ou outra diligência;
II - a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está sendo ali
praticado ou na iminência de o ser.

§ 4º - A expressão "casa " compreende:

I - qualquer compartimento habitado;


II - aposento ocupado de habitação coletiva;
III - compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou
atividade.

§ 5º - Não se compreendem na expressão "casa":


I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto
aberta, salvo a restrição do n.º II do parágrafo anterior;
II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero.
 Quanto ao processo:

 Interpretação gramatical ou literal: é aquela em que o interprete analisa o


significado de cada uma das palavras de que é composto o texto
interpretado.

 Interpretação sistemática: é aquela em que o interprete compara o texto,


interpretado gramaticalmente, com outros textos da lei, a fim de
harmonizá-lo com o sistema jurídico.
 Quanto ao resultado:

 Interpretação restritiva: A interpretação restritiva é quando o intérprete


chega à conclusão que o legislador disse mais do que queria dizer, por
isso, deve-se restringir o alcance do texto interpretado.

 Interpretação extensiva: A interpretação extensiva é quando o intérprete


chega à conclusão que o legislador disse menos do que queria dizer,
desta forma deve-se alargar o alcance do texto interpretado.

 Interpretação declarativa: A interpretação declarativa é quando o


intérprete conclui que a letra da lei corresponde exatamente ao
pensamento do legislador.
Direito Público x Direito Privado

 O Direito Privado e Direito Público são duas grandes divisões de um mesmo


Direito. 

 Tratando-se de uma divisão tradicional do Direito não é contudo pacífica a


sua distinção, surgindo alguma polêmica no que respeita aos traços que
caracterizam cada uma destas divisões.

 Direito Público distingue-se do Direito Privado pelo fato de, no Direito


Público, serem reguladas relações entre dois sujeitos, em que um deles (a
entidade pública) está numa posição de supremacia perante o outro, em virtude
de se encontrar no exercício de poderes públicos (ius imperii). 

 De forma diferente ocorre no caso do Direito Privado, enquanto categoria do


Direito, e que disciplina um conjunto de relações entre sujeitos em igualdade de
posição, ou seja, enquanto simples particulares.
 Elucidativo desta diferença entre as duas categorias, podem referir-se os
casos do Direito Fiscal, enquanto ramo do Direito Público, ( a relação de
supremacia entre, por um lado, o ente público fiscalizador, no exercício de um
poder de autoridade público, e o cidadão contribuinte) e ainda o caso do Direito
da Família, como ramo do Direito Privado, (por exemplo, a relação igualitária
existente entre dois cônjuges ligados pelo matrimônio).

 Ainda de acordo com o critério acima apontado, são também de Direito


Público aquelas regras ou normas que disciplinam a organização e atividade do
Estado e de outras entidades públicas, como por exemplo as autarquias, e
ainda as normas que regulam as relações desses entes públicos entre si, no
exercício dos poderes que lhes competem. 
 Para além destas normas, incluir-se-ão, na categoria do Direito Público,
todas as normas que regem as relações entre os entes públicos e os cidadãos,
sempre que os primeiros se encontrem revestidos de poderes de autoridade
conferidos pela lei.

 O Direito Público é, portanto, um direito composto por regras jurídicas que


vão disciplinar relações entre sujeitos em posições desiguais.

 Diferentemente se passa no Direito Privado, em que os ramos do Direito, e


as normas que estes dispõem, vão incidir sobre relações entre sujeitos que se
encontram numa posição de igualdade. 
DIREITO PÚBLICO:

O Direito Constitucional é o ramo do Direito Público que estuda os princípios e


normas que estruturam o Estado e garantem os direitos do homem, estando os
demais ramos do Direito a ele subordinados. A Constituição e suas leis
complementares consubstanciam os princípios e normas do Direito Constitucional,
formando o que se denomina direito constitucional objetivo. Bem se percebe que o
Direito Constitucional é de natureza "estrutural", e não "relacional", porque visa,
antes e acima de tudo, a estruturar o Estado e garantir os direitos dos súditos -
como acontece com os principais ramos do Direito Público.

Direito Financeiro - Um ideal de promover o bem estar, o desenvolvimento das


potencialidades e além da noção do que seja bem comum constituem a finalidade
do Estado.Entre as atividades que o Estado desenvolve, tutelando necessidades
públicas, algumas são essenciais (segurança pública, prestação jurídica, etc.)
outras complementares, protegendo outros itens (secundários), exercidas através
de concessionárias.
Direito administrativo - Conjunto Harmônico de princípios Jurídicos que regem os
órgãos, os agentes e as atividades públicas, tendendo a realizar concreta, direta,
e indiretamente os fins desejados pelo Estado.

Direito Penal - Conjunto de princípios e regras jurídicas que têm por objeto a
determinação das infrações de natureza penal e suas sanções. Finalidade do
Direito Penal: "Proteção dos bens jurídicos essenciais aos indivíduos e a
sociedade"(Luiz Regis Prado)

Direito Internacional Público - Deve-se conceituar o direito internacional público


como a disciplina jurídica que estuda o complexo normativo das relações de
direito público externo. As relações interestatais não constituem, contudo, o único
objeto do direito internacional público: além dos estados, cuja personalidade
jurídica internacional resulta do reconhecimento pelos demais estados, outras
entidades são modernamente admitidas como pessoas internacionais, ou seja,
como capazes de ter direitos e assumir obrigações na ordem internacional.
DIREITO PRIVADO

O direito civil é o principal ramo do direito privado. Trata-se do conjunto de


normas (regras e princípios) que regulam as relações entre os particulares que
se encontram em uma situação de equilíbrio de condições. As demais vertentes
do direito privado, como o direito do trabalho, o direito comercial e o direito do
consumidor encontram sua origem no direito civil, sendo dele separados com a
finalidade de buscar a proteção a uma das partes, seja por ser ela
concretamente mais fraca que a outra (como o trabalhador e o consumidor), ou
por ser ela merecedora de uma proteção em virtude de sua função sócio-
econômica (o comerciante/empresário).

O direito do consumidor é um ramo do direito que lida com conflitos de consumo


e com a defesa dos direitos dos consumidores, e que se encontra desenvolvido
na maior parte dos países com sociedades de consumo e sistemas legais
funcionais.
O direito comercial, antes definido como mero regulador dos comerciantes e dos
atos de comércio, passou a atender à atividade, sob a forma de empresa, que é
o atual centro do direito comercial. A empresa pressupõe uma organização que,
por meio de uma série coordenada de atos, destina-se a um fim determinado no
setor econômico. Pode-se considerá-la como um “sistema de normas jurídicas
que regulam as relações derivadas das atividades privadas de produção e
circulação de bens e serviços destinados ao mercado”.

Direito Internacional Privado - A despeito de sua designação, o direito


internacional privado não tem nenhuma correlação especial ou dependência em
relação ao direito internacional público. Na verdade, não existe um sistema
supranacional para regular as relações de direito privado entre indivíduos
sujeitos a diferentes ordenamentos nacionais. O que existe, como em geral se
admite, é um conjunto de princípios para a determinação da lei aplicável a
relações jurídicas que possam incidir na regulação de dois ou mais sistemas
legais conflitantes, de estados soberanos diversos ou de estados autônomos
federados. Tais conflitos de leis ocorrem com freqüência crescente, dada a
intensificação das relações entre pessoas de todo o mundo, quer na atividade
comercial, quer na vida familiar, em conseqüência da solução de problemas de
validade de atos jurídicos praticados sob o império de legislação diferente da do
lugar onde devem produzir efeito.

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