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AULA 05

FONTES DO DIREITO
conflito entre normas
resolução do lacunas
DIREITO OBJETIVO E
SUBJETIVO
FONTES DO DIREITO

 As fontes do Direito podem ser definidas tanto como a origem das


manifestações do Direito quanto como a forma pela qual as normas se
concretizam.

 Miguel Reale as conceitua como sendo “processos ou meios em virtude dos


quais as regras jurídicas se positivam com legítima força obrigatória”. Em
outra análise, segundo a teoria kelseniana, é possível entender as fontes
como o fundamento de validade da ordem jurídica.
 Dessa forma, o estudo das fontes não deve se restringir às leis, costumes,
jurisprudência e doutrina. É necessário entender também a teoria que deu
origem às fontes e como elas alteram a própria concepção do que é o Direito.
Fontes Primárias

 Fontes Primárias: são aquelas que têm maior importância e força normativa,
pois são as normas jurídicas criadas diretamente pelos órgãos competentes,
tais como a Constituição, as leis, os decretos e as regulamentações
específicas. é o primeiro grau da informação.
 A Constituição é a principal fonte primária do direito, pois é a norma
fundamental de um país, que estabelece os princípios e valores que orientam
a organização do Estado e a garantia dos direitos e deveres fundamentais dos
cidadãos. As leis também são fontes primárias importantes, pois
regulamentam a conduta dos indivíduos e as relações sociais em diversos
âmbitos, tais como o direito civil, penal, trabalhista, entre outros.
Fontes Primárias

 Leis ordinárias: são as leis criadas pelo poder legislativo para regular questões
específicas, como o direito civil, penal, trabalhista, entre outros. As leis
ordinárias são aprovadas por maioria simples dos membros do legislativo e são
publicadas no Diário Oficial.
 Leis complementares: são leis que complementam ou regulamentam uma lei
ordinária ou a Constituição. As leis complementares são aprovadas por
maioria absoluta do legislativo e possuem hierarquia inferior à Constituição.
 Medidas provisórias: são leis criadas pelo poder executivo em situações de
urgência ou relevância. As medidas provisórias têm força de lei imediata, mas
precisam ser aprovadas pelo legislativo em até 120 dias para se tornarem leis
permanentes.
Fontes Primárias

 Decretos: são normas criadas pelo poder executivo para regulamentar leis já
existentes ou tratar de questões administrativas. Os decretos têm força de
lei, mas precisam estar em conformidade com as leis já existentes.
 Em resumo, a lei é uma fonte importante do direito, pois estabelece regras e
normas que regem o comportamento dos indivíduos e as relações sociais. As
leis são fundamentais para a organização da sociedade e do Estado, além de
serem essenciais para a proteção dos direitos fundamentais dos cidadãos.
Fontes Secundárias

 As fontes secundárias do direito são aquelas que não têm o mesmo valor
hierárquico que as fontes primárias, como a Constituição e as leis, mas ainda
assim possuem importância na formação e aplicação do direito.
 As fontes secundárias do direito, por outro lado, não criam normas jurídicas
diretamente, mas sim interpretam ou explicam as normas já existentes. As
fontes secundárias incluem a doutrina, a jurisprudência e os costumes.
 Sua previsão está no Art. 4º da Lei de Introdução às normas do Direito
Brasileiro: Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a
analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.
 A doutrina é formada pelas opiniões de juristas, professores e estudiosos do
direito sobre questões jurídicas. Embora não tenha força de lei, a doutrina é
uma fonte importante de interpretação do direito, pois pode influenciar a
forma como as normas são aplicadas pelos juízes e tribunais.
Fontes Secundárias

 A analogia é uma técnica de interpretação utilizada no mundo jurídico para resolver


casos em que não há norma específica que regule a situação em questão. Nesse
sentido, a analogia pode ser considerada uma fonte secundária do direito, uma vez
que é utilizada para preencher lacunas e solucionar casos que não são previstos
expressamente pela lei.
 A analogia consiste em estabelecer uma comparação entre a situação em questão e
uma norma já existente, buscando aplicar os mesmos princípios e fundamentos que
embasam a norma a ser utilizada por analogia. Em outras palavras, quando uma
situação não é expressamente regulada por uma norma específica, busca-se aplicar
uma norma que regulamenta uma situação semelhante.
 Além disso, é importante ressaltar que a analogia não pode ser utilizada para criar
novas normas ou para modificar as normas já existentes. A aplicação da analogia deve
se limitar a casos específicos em que não há norma específica para regulamentar a
situação em questão, e sempre respeitando os princípios e valores já consagrados pelo
sistema jurídico.
Fontes Secundárias

 A jurisprudência, por sua vez, é a interpretação que os tribunais fazem das leis e da
Constituição. Quando um tribunal decide um caso, ele estabelece um precedente que
deve ser seguido por outros tribunais em situações semelhantes. A jurisprudência é uma
fonte secundária importante, pois ajuda a interpretar as normas existentes e a
uniformizar a aplicação do direito.
 Por fim, os costumes são práticas sociais que se consolidam ao longo do tempo e que
acabam se tornando uma fonte de direito. Embora não sejam criados diretamente pelo
Estado, os costumes podem influenciar a interpretação e a aplicação das normas
jurídicas.
 Os costumes podem ser utilizados como um elemento interpretativo para esclarecer o
sentido das expressões utilizadas nas negociações jurídicas. Em algumas situações, as
partes podem utilizar termos técnicos ou expressões que não são amplamente
conhecidas ou que têm um significado específico dentro de uma determinada
comunidade ou setor econômico. Nesses casos, os costumes podem ser utilizados para
interpretar o sentido dessas expressões e determinar o verdadeiro alcance do contrato.
Fontes Secundárias

 Além disso, os costumes podem ser utilizados para preencher lacunas ou


resolver ambiguidades nos contratos. Quando os termos do contrato não são
claros ou não abrangem todas as situações possíveis, os costumes podem ser
utilizados para determinar como as partes costumam agir em situações
semelhantes. Isso pode ajudar a preencher as lacunas e determinar o
verdadeiro alcance do contrato.
 Em resumo, os costumes têm grande importância na interpretação dos
negócios jurídicos, pois podem ser utilizados para esclarecer o significado das
expressões, preencher lacunas e determinar o comportamento esperado das
partes. Por isso, é importante que os advogados e juízes levem em
consideração os costumes locais e as práticas comerciais comuns na
interpretação dos contratos e acordos.
FONTES MATERIAIS

 As fontes materiais do direito são os fatores ou circunstâncias que influenciam na


criação, modificação e extinção das normas jurídicas. Essas fontes materiais
podem ser de diversas naturezas, tais como econômicas, sociais, políticas,
culturais, religiosas, entre outras.
 Em termos sociais, as fontes materiais do direito podem ser influenciadas pelos
valores e costumes da sociedade em questão. O direito de família, por exemplo,
é altamente influenciado pelos valores sociais e culturais, uma vez que regula as
relações entre os membros da família e as formas de organização familiar.
 Em termos econômicos, por exemplo, as fontes materiais do direito podem ser
influenciadas pela conjuntura econômica do país, pela atividade empresarial,
pela oferta e demanda de bens e serviços, entre outros fatores. O direito
comercial, por exemplo, é altamente influenciado pelos fatores econômicos,
uma vez que regula a atividade empresarial e as relações comerciais entre as
empresas.
Fontes Formais

 As fontes formais do direito são os instrumentos utilizados para a criação,


modificação e extinção das normas jurídicas. Ou seja, são os meios pelos
quais as normas são formalmente estabelecidas e incorporadas ao
ordenamento jurídico.
 A rigor, a fonte jurídica formal é o processo legislativo, que compreende a
elaboração de leis, ou melhor, de todas as categorias normativas referidas no
art. 59 da nova Carta.
 O processo legislativo vem a ser um conjunto de fases constitucionalmente
estabelecidas, pelas quais há de passar o projeto de lei, até sua
transformação em lei vigente.
 Em regra, os trâmites constitucionalmente previstos são: iniciativa, discussão,
deliberação, sanção, promulgação e publicação.
Fonte negocial

 Estão presentes quando duas pessoas firmam um contrato que estabelece


obrigações, mesmo que não estejam descritas nos ordenamentos jurídicos. Os
juízes, então, devem considerar o contrato como parâmetro, valorizando a
autonomia da vontade, que é a liberdade que as partes têm de autorregular
seus próprios interesses. Vale lembrar que as normas e os princípios
regulamentadores das relações contratuais devem ser igualmente respeitados.
CONFLITO ENTRE NORMAS Jurídicas

 Os conflitos entre normas jurídicas são situações em que há divergência entre


duas ou mais normas jurídicas aplicáveis a uma mesma questão ou situação.
Esses conflitos podem gerar dúvidas e incertezas na aplicação do direito,
afetando a segurança jurídica e a efetividade das decisões judiciais.
 Para resolver esses conflitos, existem diversos métodos e técnicas de
interpretação e aplicação do direito. O primeiro passo é identificar qual
norma deve prevalecer sobre as demais. Para isso, é necessário observar a
hierarquia das normas e os princípios fundamentais do ordenamento jurídico.
 O princípio da hierarquia das normas estabelece que normas de hierarquia
superior prevalecem sobre as normas de hierarquia inferior. Por exemplo, a
Constituição Federal é a norma de maior hierarquia no ordenamento jurídico
brasileiro, portanto, em caso de conflito entre uma norma constitucional e
uma norma infraconstitucional, a norma constitucional deve prevalecer.
CONFLITO ENTRE NORMAS Jurídicas

 O critério cronológico tem por fundamentado o artigo 2º, § 1º, da Lei de


Introdução às Normas do Direito Brasileiro, que regula que norma posterior
revoga a anterior: “A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o
declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a
matéria de que tratava a lei anterior”.
 O terceiro e último critério é o da especialidade o qual prescreve que a
norma especial prevalece sobre a geral. Este critério também encontra-se no
artigo 2º, § 2o da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro. “A lei
nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes,
não revoga nem modifica a lei anterior”
DIREITO OBJETIVO e SUBJETIVO

 O direito objetivo é o conjunto de normas, princípios e instituições que regem


as relações sociais e garantem a ordem jurídica. Em outras palavras, é o
conjunto de regras que estabelecem o que é permitido ou proibido em
determinada sociedade ou Estado. O direito objetivo é, portanto, uma criação
da sociedade para regular a convivência entre os seus membros.
 Por sua vez, o direito subjetivo é a faculdade ou poder conferido a uma
pessoa ou grupo de pessoas para exigir ou fazer valer um direito reconhecido
pelo ordenamento jurídico. Em outras palavras, é a possibilidade de uma
pessoa agir de acordo com o que o direito lhe assegura, buscando fazer valer
seus interesses.
DIREITO OBJETIVO e SUBJETIVO

 Uma das principais diferenças entre o direito objetivo e o direito subjetivo é


que o primeiro se refere às normas e instituições que regem a sociedade,
enquanto o segundo se refere às faculdades e poderes conferidos a cada
indivíduo em relação ao direito.
 Outra diferença importante é que o direito objetivo é geral e abstrato,
aplicando-se a todas as pessoas em determinada situação ou contexto,
enquanto o direito subjetivo é particular e concreto, relacionando-se
diretamente com as necessidades e interesses de cada indivíduo.
 É importante ressaltar que o direito objetivo é a base para o reconhecimento
dos direitos subjetivos. Sem a existência de normas que garantam
determinados direitos, não haveria possibilidade de exigir o seu cumprimento.
Por outro lado, sem a existência de direitos subjetivos, as normas seriam
vazias de significado, uma vez que não haveria quem as fizesse valer.
DIREITO OBJETIVO e SUBJETIVO

 Em síntese, o direito objetivo e o direito subjetivo são conceitos


complementares que se referem a diferentes aspectos do ordenamento
jurídico. Enquanto o primeiro se relaciona com as normas e instituições que
regem a sociedade, o segundo se relaciona com as faculdades e poderes que
cada indivíduo possui em relação a essas normas e instituições. Ambos são
fundamentais para garantir a justiça e a harmonia nas relações sociais.

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