Você está na página 1de 59

INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO

DIREITO ADMINISTRATIVO

DIREITO
ADMINISTRATIVO

COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
DIREITO ADMINISTRATIVO

CONTEÚDO DO LIVRO

CONCEITO

Segundo um filósofo italiano, Francesco Carnelutti (2008), o direito nasce de


certas necessidades econômicas do homem, e que se não houvesse encontrada
solução para tais necessidades é provável que o homem não tivesse sobrevivido
ao desafio da evolução.
Para Miguel Reale (2005), seria a vinculação bilateral atributiva da conduta
humana para a realização ordenada dos valores de convivência. São tantos os
autores e filósofos sobre o assunto que uma definição completa é um pouco difícil
de ser formada.
A palavra Direito pode ser utilizada com significados diferentes. Fala-se: •
Em direito para indicar o conjunto de normas ou regras de conduta coativamente
impostas pelo poder estatal;
• Que o direito é formado a partir da cultura ou valores morais de um povo
mais primitivamente exposto por seus costumes. O direito serve-se daqueles
valores morais tidos na sociedade como mais relevantes e cerca-os de
obrigatoriedade, própria da norma ou regra. Como a vida e a propriedade.
• Que o Direito é uma ciência social, que se preocupa com o estudo das
normas que disciplinam a conduta do homem em sociedade, visando à harmonia
do convívio e ao bem comum.
• Que o direito se preocupa com o estudo das normas que disciplinam a
conduta do homem em sociedade, visando à harmonia do convívio e ao bem
comum.
• Que o direito é a ordenação da conduta humana em sociedade, por meio
de normas coercitivamente impostas pelo estado e garantidas por um sistema de
sanções peculiares.
• Que o direito é destinado a organizar a sociedade e disciplinar a conduta
humana na convivência social, ou seja, serve para manter harmonia na sociedade,
ou seja, o direito mantém o equilíbrio das relações humanas.
Assim, chegamos a uma importante conclusão de que não é tarefa simples
definir o que seja o direito, pois o vocábulo abrange uma série de significados.
O direito administrativo tem uma série de peculiaridades, que o diferenciam
dos outros ramos do direito. De entre todas elas, sobressai o fato de um dos sujeitos
que intervém nas relações jurídicas que constituem estas leis ser, precisamente, a
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
DIREITO ADMINISTRATIVO

Administração que, como parte das estruturas do poder, ocupa uma posição de
proeminência em relação aos particulares. Nas relações que regulam as leis
administrativas aparece invariavelmente um sujeito público. Por isso o direito
administrativo é uma parte do direito público. É ramo do Direito Público Interno uma
vez que disciplina as relações jurídicas em que predominam os interesses do
Estado e disciplina a Administração Pública. Sendo assim, tem por objeto a
administração pública.
É importante lembrar, que o direito público é o que se compõe
predominantemente de normas de ordem pública, que não podem ser modificadas
por acordo das partes, como o direito penal ou o próprio direito administrativo.
O direito administrativo no Brasil, originário do direito francês, tem como
objeto o estudo do estatuto dos órgãos públicos administrativos do Estado, bem
como de toda a estruturação de suas atividades e serviços públicos, e a análise dos
procedimentos tendentes ao cumprimento das tarefas do Poder Público, ou seja, o
direito administrativo além de cuidar da regulamentação dos serviços públicos, tem
como função a execução desses serviços, bem como a regulamentação das
relações existentes entre a Administração Pública e seus administrados.
Assim, podemos concluir que o direito administrativo pode ser definido como
direito público que concentra os princípios e normas jurídicas regentes dos órgãos,
agentes e pessoas jurídicas administrativas que integram a administração pública,
em todos os níveis, sendo a União, Estados, Distrito Federal e Municípios, bem
como regente das atividades públicas direcionadas a realizar os fins almejados pelo
Estado.

FONTES
• Conceito
• Classificação

Costuma-se classificar as fontes do direito em Materiais e Formais. As


Fontes Materiais são as responsáveis pela elaboração do direito. A palavra material
vem de matéria, substância, essência, razão pela qual é usada para indicar aquelas
fontes que verdadeiramente têm substância de fonte. Por isso, as fontes materiais
são também chamadas de fontes Substanciais ou de Produção. Assim, as fontes
materiais não são, portanto, o direito positivo, mas tão somente o conjunto de
valores e de circunstâncias sociais que, constituindo o antecedente natural do
direito, contribui para a formação do conteúdo das normas jurídicas, que, por isso,
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
DIREITO ADMINISTRATIVO

têm sempre a configuração determinada por esses fatores, que também encerram
potencialmente as soluções que devem ser adotadas na aplicação das normas
jurídicas.
As Fontes Formais são os meios de expressão do direito, as formas pelas
quais as normas jurídicas se exteriorizam, tornam-se conhecidas. Para que um
processo jurídico constitua fonte formal é necessário que tenha o poder de criar o
direito. Criar o direito significa introduzir no ordenamento jurídico novas normas
jurídicas. O elenco das fontes formais varia de acordo com os sistemas jurídicos e
também em razão das diferentes fases históricas.
As fontes foram divididas em imediata porque está mais próxima e mediata
porque está mais distante.
As fontes materiais imediatas são os Órgãos Legiferantes e a mediata é a
Sociedade.
A fonte material mediata ou remota é a sociedade, pois o direito emana do
grupo social.
Já as fontes formais imediatas são as Leis e as mediatas são a
Jurisprudência, costumes, dentre outros.

RELAÇÕES DO DIREITO ADMINISTRATIVO COM OUTROS RAMOS DO


DIREITO

• Direito constitucional

O Direito Constitucional faz a anatomia do Estado, cuidando de suas formas,


de sua estrutura, de sua substância, no aspecto estático, enquanto o Direito
Administrativo estuda-o na sua movimentação, na sua dinâmica.
O Direito Constitucional institui os órgãos essenciais, define os direitos e
garantias individuais, já o Direito Administrativo disciplina os serviços públicos e
regulamenta as relações entre a administração e os administrados. Mas é bom
lembrar que, sempre subordinado aos princípios constitucionais.
As Constituições do século XIX não comentavam sobre Administração
Pública. A Constituição do Brasil Imperial, de 1824, por exemplo, não tem
dispositivo específico sobre a Administração Pública ou sobre os servidores, e
apenas apresenta dispositivos isolados em matéria administrativa.
Já a nossa Constituição de 1988, que no Título III, denominado “Da
Organização do Estado”, traz o capítulo VII intitulado “Da Administração Pública”,
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
DIREITO ADMINISTRATIVO

com quatro seções, uma das quais dedicadas aos Servidores Públicos, gênero da
espécie funcionário público.
A Constituição mostra as bases do direito administrativo e a atuação da
Administração.

• Direito do Trabalho

Nesse caso, a relação ocorre especialmente com as instituições de


previdência e assistência ao assalariado. As relações neste campo são bem
detectáveis, porque tais organizações são instituídas, como autarquias
administrativas, já porque as relações entre empregadores e empregados, em boa
parte, passaram do âmbito do Direito Privado para o campo do Direito Público, com
o fim precípuo de mantê-las sob a regulamentação e fiscalização do Estado.

https://www.ltreditora.com.br/livros/direito-do-trabalho.html

As relações do Direito Administrativo restringem-se as atividades vinculadas


à imposição e arrecadação de tributos, à realização da receita e efetivação das
despesas públicas que são administrativas.

• Direito civil

As relações acontecem de forma intensíssima, principalmente no que se


refere aos contratos e obrigações do Poder Público com o particular. Nesse aspecto,
muitos institutos e regras do Direito Privado são adotados no campo administrativo,
chegando, mesmo, o Código Civil a enumerar entidades públicas, a conceituar os
bens públicos, a dispor sobre desapropriação, a prover sobre edificações urbanas,
além de outras disposições endereçadas diretamente à Administração Pública.

• Direito eleitoral
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
DIREITO ADMINISTRATIVO

A interpenetração se manifesta na requisição de bens como locais de


votação e serviços como mesários, institutos típicos de direito administrativo,
necessários à consecução das diversas etapas do processo eleitoral.

• Direito Processual Civil e Penal

Direito Administrativo mantém intercâmbio de princípios aplicáveis a ambas


as disciplinas, na regulamentação de suas respectivas jurisdições. Se, por um lado,
a Justiça Comum não dispensa algumas normas administrativas na movimentação
dos feitos, por outro, a jurisdição administrativa serve-se de princípios tipicamente
processuais para nortear o julgamento de seus recursos.

• Direito Penal

Em muitos casos, tais como nos crimes contra a Administração Pública,


previsto no Código Penal em seus artigos 312 a 327, a Lei Penal subordina a
definição do delito à conceituação de atos e fatos administrativos. Em outros casos,

chega, mesmo, a relegar à Administração prerrogativas do Direito Penal, como


ocorre na caracterização de infrações dependentes das chamadas normas penais
em branco.
Mas é importante lembrar, que o ilícito administrativo não se confunde com
o ilícito penal, assentando cada qual em fundamentos e normas diversas.

PRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO

O conjunto de princípios de acordo com o regime administrativo constitui-se


de uma gama de princípios além daqueles que estão consagrados no artigo 37 da
CF. Como veremos a seguir.

• Conceito de Princípio

Princípio é um conjunto de ideias gerais e abstratas que embasam um


sistema e lhe garantem a validade, conferindo-lhe identidade, tornando-o peculiar
a relação entre os demais ramos do Direito. São regras que fornecem critérios de
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
DIREITO ADMINISTRATIVO

interpretação para as normas jurídicas.

Princípios da Supremacia e Indisponibilidade dos Interesses Públicos

• O Princípio da Supremacia

Modernamente seu intento é limitar o exercício dos direitos individuais em


benefício do bem-estar coletivo na prestação dos serviços públicos, garantindo a
estabilidade e a ordem social. Nessa linha mestra do Direito Administrativo, os
interesses da coletividade se sobrepõem aos dos particulares, traduzindo-se em
inúmeros privilégios concedidos aos órgãos encarregados do bem comum, a fim de
assegurar a proteção destes interesses.
É bom se lembrar de que a superioridade, entretanto, não é ilimitada sendo
fundamental que sempre se estabeleça uma proporcionalidade dos meios aos fins.
Pois não pode impor à liberdade restrições que exceda ao que é necessário para
atender os fins públicos.

• Princípio da Indisponibilidade dos Interesses Públicos

Constitui-se em uma limitação das faculdades e poderes reconhecidos ao


administrador, que não possui liberdade para concretizar transações de qualquer
natureza, sem prévia e correspondente norma legal; os bens, direitos e interesses
públicos são confiados a ele apenas para a sua gestão, nunca para a sua
disposição. O poder de disposição, seja para aliená-los, renunciá-los dependerá de
autorização legal. Devendo toda atividade estatal se dirigir ao atendimento de um
interesse público qualificado, não podendo dispor sobre estes livremente, devendo
sempre respeito à lei. Fica por este princípio proibido a desapropriação de bens
para dá-lo a particulares ou como medida de vingança.
Assim, o primeiro proclama a superioridade do interesse coletivo sobre o
particular, com condição de segurança e até mesmo de sobrevivência deste.
Significa pressuposto de uma ordem social estável em que todas as pessoas se
sintam garantidas e resguardadas. Já o segundo, resulta de posição privilegiada do
órgão encarregado de zelar pelo interesse público e manifestando essa
preocupação junto aos particulares.

PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
DIREITO ADMINISTRATIVO

A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União,


dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
Assim, a CF proclama os princípios constitucionais essenciais para a
probidade e transparência na gestão da coisa pública.
Princípios esses, que são postulados fundamentais norteadores de toda a
administração pública, inspirando o seu modo de agir e condutas do Estado quando
no exercício de atividades administrativas. Assim, a administração pública deve
obedecer aos seguintes princípios:

• Legalidade

O princípio administrativo da legalidade consiste em que o administrador


deve se sujeitar aos mandamentos da lei em suas atividades funcionais e às
exigências do bem comum. Ou seja, significa que o administrador público está, em
toda a sua atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei, e às exigências do
bem-comum, e deles não se pode afastar ou desviar, sob pena de praticar ato
inválido e expor-se à responsabilidade disciplinar, civil e criminal. Na administração,
o agente só pode fazer o que a lei determina ou lhe autoriza.
É bom lembrar que as leis administrativas são normalmente de ordem
pública e seus preceitos não podem ser relegados pelo administrador, nem mesmo
por acordo de vontade. Cumprir a lei é um poder e dever do agente público.

• Moralidade

A moralidade administrativa constitui-se em um dos mais importantes


pressupostos relativos à validade do ato administrativo. Não quer dizer apenas a
moral comum, mas, principalmente, a que respeita a moral jurídica.
O instrumento para o controle da moralidade é a Ação Popular previsto no
art. 5º, LXXIII, CF, onde diz que,
Na Moralidade, não bastará ao administrador o estrito cumprimento da estrita
legalidade, devendo ele, no exercício de sua função pública, respeitar os princípios
éticos de razoabilidade e justiça, pois a moralidade constitui, a partir da Constituição
de 1988, pressuposto de validade de todo ato da administração pública. Ou seja, a
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
DIREITO ADMINISTRATIVO

atividade administrativa deve estar enquadrada em padrões morais. Não se trata


de moralidade pessoal do agente, mas de elementos morais paradigmáticos
(padrões) que formam a chamada “moralidade administrativa”.

• Impessoalidade ou finalidade

O agente público deve exercer seu cargo visando ao interesse público e não
ao interesse pessoal ou de outrem. Esse princípio direciona-se a todos os poderes
de Estado, inclusive ao Poder Judiciário. Ou seja, o administrador público só
devepraticar ato que a norma de direito indica como objetivo do ato. Finalidade de
atender ao interesse público e aos objetivos da lei.
Esse princípio tende a impedir práticas administrativas que beneficiem ou
atinjam interesses particulares como procedimento de baixeza ou vingança. Os
resultados que se buscam com a prática do ato administrativo tem como fim o
interesse geral.

• Publicidade

Assim, a Publicidade, faz-se pela inserção do ato no Diário oficial ou por


edital afixado no lugar próprio para divulgação de atos públicos ou outras formas
estabelecidas em lei, para conhecimento do público em geral e, consequentemente,
início da produção de seus efeitos, pois somente a publicidade evita os dissabores
existentes em processos arbitrariamente sigilosos, permitindo-se os componentes
recursos administrativos e as ações judiciais próprias. Ou seja, todos os atos da
Administração devem ser públicos, seja de forma interna, seja de forma externa,
publicando no diário oficial ou em jornais de grande circulação.
A publicidade dos atos administrativos sofre as seguintes exceções
previstas na Constituição Federal, dentre outras previstas na lei:
I) art. 5º, XXXIII, – garante o sigilo para segurança da sociedade e do
Estado;
II) art. 5º, X - direito à intimidade; e
III) art. 5º LX – ações que devem correr em segredo de justiça. Observar
que se a informação for do seu interesse cabe Mandado de Segurança, e se for
sobre você, e estiver inserida em um banco de dados de caráter público, cabe
Habeas Data.
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
DIREITO ADMINISTRATIVO

https://www.portal-administracao.com/2017/11/principios-da
administracao-publica.ht

• Hierarquia

Vínculo que coordena e subordina uns aos outros os órgãos do poder


executivo, graduando a autoridade de cada um. Do poder hierárquico decorrem
faculdades implícitas para o superior, tais como o de dar ordens, a de fiscalizar o
seu cumprimento, a de delegar e avocar atribuições, e a de rever os atos dos
inferiores.

• Fiscalização

A vigilância exercida sobre a atividade dos órgãos da administração, para


lhe assegurar a legitimidade e a conveniência.

• Eficiência

É o princípio que se impõe a todo agente público para que realize suas
atribuições com presteza, perfeição e rendimento funcional. A função administrativa
não deve ser desempenhada apenas com legalidade, pois precisa atingir resultados
positivos para o serviço público e prestar satisfatório atendimento das necessidades
da coletividade.

O princípio da eficiência compõe-se de algumas características básicas, tais


INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
DIREITO ADMINISTRATIVO

como: direcionamento da atividade e dos serviços públicos à efetividade do bem


comum, a imparcialidade, neutralidade, transparência, participação e aproximação
dos serviços públicos da população, eficácia, desburocratização e busca de
qualidade.
Assim, O princípio da eficiência vem reforçar a possibilidade de o Ministério
Público, com base em sua função constitucional, de zelar pelo efetivo respeito dos
poderes públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados
nesta Constituição, promover as medidas necessárias judicial e extrajudicialmente,
a sua garantia, previsto no artigo 129, II da CF.

OUTROS PRINCÍPIOS IMPORTANTES

• Princípio da Motivação

Esse princípio obriga o agente público expor as razões fáticas e jurídicas que
sustentam a adoção de qualquer providência, pois todos os atos administrativos
devem ser motivados para que o Judiciário possa controlar à sua legalidade. Na
atualidade, até os atos discricionários precisam da motivação, que pode ser prévia
ou concomitante, sem exigir formas específicas.

• Princípio da Razoabilidade

Razoabilidade significa coerência entre os meios que se utiliza o


administrador para que o ato atenda a sua finalidade pública específica. Os
poderes concedidos à Administração Pública devem ser exercidos na medida
necessária ao atendimento do interesse coletivo, sem exacerbações. Visa limitar
o poder discricionário.

• Princípio da Proporcionalidade

Sendo assim, o princípio da razoabilidade e da proporcionalidade, o


administrador deve escolher o meio adequado, ou seja, objeto razoável e
estritamente necessário, para atingir os fins que deseja, ou seja, a razoabilidade.
E mais, dentro do necessário, agir proporcionalmente entre a limitação ao direito
individual e o prejuízo a ser evitado, em que as vantagens superam as
desvantagens, sendo a proporcionalidade.
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
DIREITO ADMINISTRATIVO

• Princípio da autotutela

É o controle da Administração Direta e Indireta sobre a legalidade e eficiência


dos seus próprios atos, em relação ao mérito e a legalidade, anulados quando
ilegais, ou revogando-os por motivo de conveniência e oportunidade, sem
necessidade de recorrer ao Judiciário.
Conforme a Súmula 473 do STF: "a Administração pode anular seus próprios
atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam
direitos, ou revogá-los, por motivo de conveniência e oportunidade, respeitados os
direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial".

• Princípio da tutela ou controle

É a fiscalização que a Administração Direta realiza em relação às entidades


da Administração Indireta por ela criadas, com a finalidade de garantir a
observância das suas finalidades institucionais. A regra destas entidades é a
autonomia; o controle é exceção, e só pode ocorrer nos limites da lei.

• Princípio da presunção de legitimidade ou da veracidade


Para concretizar o interesse público, as decisões da Administração Pública
são dotadas do atributo da presunção de legitimidade e de legalidade, o que as
tornam presumivelmente verdadeiras quanto aos fatos, e adequadas quanto à
legalidade; tais atributos permitem a execução imediata, do conteúdo do ato ou
decisão administrativa, mesmo que criem obrigações para o particular. A presunção
é relativa, admite prova em contrário.

• Princípio da continuidade

Por serem indisponíveis os interesses públicos, é obrigatória a atividade


administrativa, em especial os serviços públicos essenciais ou necessários. Não
são admitidas paralisações, nem mesmo o exercício do direito de greve. Há
proibições e exceções a greve. Os militares estão proibidos de fazê-la (art.42, § 5º
CF); e, para os demais agentes públicos, tal exercício depende de regulamentação
legal (art. 37, VII CF). Também por força da não interrupção das atividades, não
pode o contrato administrativo ser descumprido pelo contratado, ainda que a AP
(contratante) tenha deixado de satisfazer suas obrigações, porque não se
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
DIREITO ADMINISTRATIVO

reconhece a "exceptio non adimpleti contractus" (exceção de contrato não


cumprido). Assim, pode ocorrer à encampação de concessão de serviço público, e
a possibilidade da AP utilizar equipamentos, instalações da empresa contratada,
para assegurar a continuidade do serviço público.

• Princípio da especialidade

As entidades estatais não podem alterar ou modificar os objetivos para os


quais foram constituídas; sempre atuarão vinculadas aos seus fins ou objeto social,
pois seus administradores não têm a livre disponibilidade dos interesses públicos.
A alteração do objeto só é admissível se observada à forma pela qual foi constituída
a entidade. As Autarquias assim não podem receber doações ou legados que
contrariem suas finalidades, como por exemplo, se uma autarquia rodoviária (DNIT)
recebesse doação para que nela se instalasse um hospital. Esse princípio também
é aplicável, em relação às demais pessoas jurídicas que integram a administração
indireta, sendo que como decorrência não podem os acionistas, em Assembleia
Geral, alterar seus objetivos institucionais.

• Princípio da segurança jurídica

Sendo assim, o administrador público está, em toda a sua atividade


funcional, sujeito aos mandamentos da lei, e às exigências do bem-comum, e deles
não se pode afastar ou desviar, sob pena de praticar ato inválido e expor-se à
responsabilidade disciplinar, civil e criminal. O administrador público só pode fazer
o que está previsto na lei. Também, faz-se necessário à validade da conduta do
administrador público. Pois a atividade do administrador público, além de traduzir a
vontade de obter o máximo de eficiência administrativa, terá ainda de corresponder
à vontade constante de viver honestamente, de não prejudicar outrem e de dar a
cada um, o que lhe pertence.
Concluindo, deve-se dizer, em termos de regime jurídico, que a tarefa do
administrador público subordina-se à lei que lhe impõe a exigência do bem-comum
que deve ser observada com probidade, honestidade e ética, evitando o desvio de
poder e abuso de autoridade.

CONCEITO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
DIREITO ADMINISTRATIVO

A Administração Pública pode ser definida objetivamente como a atividade


concreta e imediata que o Estado desenvolve para a consecução dos interesses
coletivos e subjetivamente como um conjunto de órgãos e de pessoas jurídicas em
que a lei atribui o exercício da função administrativa do Estado.
A Administração Pública representa as entidades e os órgãos que realizam
atividades com vista a concretizar as necessidades gerais e os fins almejados pelo
Estado.
Assim sendo, a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988,
consagrou a constitucionalização dos preceitos básicos do direito Administrativo,
ao prescrever que a Administração Pública direta e indireta de qualquer dos
poderes da União, dos estados, do Distrito federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, além
dos preceitos distribuídos nos 21 incisos e 10 parágrafos do artigo 37 e das demais
regras previstas nos artigos. 38 a 42.
Administração Pública em sentido subjetivo são as pessoas jurídicas,
órgãos e agentes públicos que exercem a função administrativa; em sentido
objetivo é a própria atividade administrativa exercida por aqueles órgãos, visando à
satisfação das necessidades coletivas ou interesse público. É o conjunto de órgãos,
pessoas jurídicas e agentes públicos da Administração Direta e Indireta ao qual a
lei atribui o exercício da função administrativa do Estado.

A Administração pública exerce a função administrativa por meio de atos e


contratos administrativos. Para exercê-los corretamente, ela tem poderes funcionais
e deve seguir os princípios administrativos.
Em resumo, Administração Pública, em direito administrativo, serve tanto
para designar as pessoas como os órgãos governamentais, como atividade
administrativa em si.

https://youtu.be/R619VfQcPDE

• ATIVIDADE ADMINISTRATIVA

Atividade administrativa, nada mais é do que à gestão de bens interesses e


serviços públicos, com o objetivo de se alcançar o bem comum, atendo-se sempre
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
DIREITO ADMINISTRATIVO

à lei e à moralidade administrativa.


Ela se instrumentaliza por meio de atos qualificados como atos de império,
de gestão e de expediente.
Atos do império em relação à atividade administrativa são aqueles em que a
administração pública decide ou emprega seu poder coercitivo em relação aos
administrados.
Atos de gestão são aqueles que ordenam a conduta interna da administração
e de seus servidores, ou que geram direitos e obrigações entre a administração e
os administrados.
Atos de expediente são os que tratam da movimentação e do preparo dos
procedimentos administrativos, encaminhando-os para a decisão da autoridade
competente.
Sendo assim, a função administrativa é a atividade concreta e imediata dos
atos concretos e executórios, exercida pela Administração Pública para a
consecução do interesse público.
As atribuições administrativas de cada ente decorrem das competências
distribuídas pela Constituição Federal. Cada um dos entes políticos que integram a
República Federativa brasileira é dotado de estrutura administrativa própria,
independente das demais.

BENS PÚBLICOS

• Conceito
As coisas abrangem tudo o que há na natureza, exceto a pessoa, mas, como
“bens” só se consideram as coisas existentes que proporcionam utilidade ao
homem sendo suscetíveis de apropriação, constituindo seu patrimônio, que podem
ser os bens corpóreos e os bens incorpóreos. Assim, o patrimônio é o complexo de
relações jurídicas de uma pessoa apreciável economicamente.
Segundo o Código Civil em seu artigo 99, são bens públicos,
I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e
praças;
II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço
ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal,
inclusive os de suas autarquias;
III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
DIREITO ADMINISTRATIVO

direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas
entidades.
Bens Públicos são aqueles que pertencem às pessoas jurídicas de direito
público interno, à administração direta ou indireta.
Enfim, são os que pertencem a uma entidade de direito público, como bens
pertencentes à União, ao Estado, aos Municípios.

https://www.facebook.com/MPFederal/photos/al%C3%A9m-disso batizar-
bens-p%C3%BAblicos-com-nomes-de-pessoas-vivas-vai-contra-os
princ%C3%AD/778786082268798/

• Classificação

Os bens públicos se classificam quanto à titularidade, quanto à destinação


e quanto à disponibilidade.
Quanto à titularidade, os bens podem ser federais, estaduais, distritais e
municipais.
• Federais, são aqueles pertencentes à união, enumerados no art. 20 e
incisos da CF, pois levam em conta a segurança nacional, a proteção à economia
do País, o interesse público nacional e a extensão do bem.
Os bens classificados como federais em razão da segurança nacional, são
as terras devolutas necessárias à defesa das fronteiras, das fortificações e
construções militares, os lagos e rios, as ilhas oceânicas, fluviais, o mar territorial e
os terrenos de marinha.
• Estaduais e Distritais são os bens pertencentes, respectivamente, aos
Estados membros e ao Distrito Federal, enumerados no art. 26 da CF (as águas
superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes ou em depósito, às áreas, nas
ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, às ilhas fluviais e
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
DIREITO ADMINISTRATIVO

lacustres, bem como as terras devolutas não pertencentes à União).


• Municipais, são os bens que pertencem aos municípios, porém não
estabelecidos na CF, como as ruas, praças, os jardins públicos e os edifícios
públicos.
Quanto à destinação, classificam em bens de uso comum ao povo, bens de uso
especial e bens dominicais. Previstos no artigo 99, incisos I, II, III do C.C. Podemos
concluir que todos os bens públicos podem ser utilizados pela pessoa jurídica de
direito público a que pertencem, e alguns podem ser utilizados por particulares,
livremente ou com observância de certos preceitos. O uso comum dos bens
públicos é a utilização do bem pela sociedade sem distinção entre os usuários, sem
onerosidade e nem anuência estatal específica para esse fim, por exemplo,
qualquer indivíduo pode andar pelas calçadas e praças públicas. Já o uso especial
dos bens públicos é a utilização do bem pelo usuário que se submete a regras
específicas e à anuência estatal (uso privativo), ou que se sujeita à onerosidade,
como por exemplo, uso da calçada pública para colocação de mesas de bar e
pagamento de pedágio nas estradas.

https://slideplayer.com.br/slide/12127660/

ÓRGÃO PÚBLICO

Bens de uso do povo são aqueles que se destinam à utilização geral pelos
membros da coletividade, ou seja, podem ser utilizados sem restrição, de modo
gratuito ou onerosamente, por todos, sem necessidade de qualquer permissão
especial, como ruas, praças, jardins, praias, estradas, etc.
Bens de uso especial são aqueles que visam à execução dos serviços
administrativos e públicos em geral, e que constituem o aparelhamento material da
administração, ou seja, são os utilizados pelo poder público, constituindo imóveis
aplicados ao serviço ou estabelecimentos públicos, destinados às instalações da
Administração e serviços públicos, como escolas públicas, hospitais os quartéis e
os veículos oficiais.
De acordo com o artigo 37 da CF, Órgão público é o centro de competências,
unidade de ação, instituído para o desempenho das funções estatais, por meio de
seus agentes que ocupam cargos públicos, cuja conduta é imputada à pessoa
jurídica de direito público interno a que pertencem.
Assim, órgão público é uma unidade de atuação, integrada por agentes
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
DIREITO ADMINISTRATIVO

públicos, que compõe a estrutura da administração para tornar efetiva a vontade do


Estado, como exemplos há o Ministério Público, Secretaria de Educação, Tribunal
de Justiça, Presidência da República, Ministério da Fazenda.
São, pois, unidades de ação com atribuições específicas na organização
estatal e que, como centro de competência governamental ou administrativo,
possuem funções, cargos e agentes.

CLASSIFICAÇÃO DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS

Os órgãos públicos podem ser classificados quanto à posição estatal, quanto à sua
estrutura e quanto à atuação funcional. Sendo assim, os órgãos públicos quanto à
posição estatal podem ser: independentes, autônomos, superiores, subalternos.
Os órgãos independentes têm origem na Constituição Federal e representam um
dos três poderes do Estado, sem qualquer subordinação hierárquica ou funcional,
sujeitos tão somente aos controles constitucionais de um sobre o outro.
Os órgãos autônomos são os que se localizam na cúpula da Administração,
ou seja, localizados no alto da estrutura organizacional da administração pública,
abaixo dos órgãos independentes e a eles subordinados. Têm ampla autonomia,
administrativa, financeira e técnica, com função de planejamento, supervisão,
coordenação e controle de atividades, por exemplo, Ministérios, Secretarias
estaduais e municipais.
Os órgãos superiores são os que detêm poder de direção, controle e decisão
sobre assuntos de sua competência, atuando sob subordinação hierárquica, não
fluindo de autonomia financeira. Como exemplo, temos chefias de gabinetes e
inspetorias gerais.
Órgãos superiores são os que detêm poderes de direção, controle, decisão
e comando de assuntos de uma competência específica.
Os órgãos subalternos são todos os demais que se acham sob o comando
dos órgãos superiores ou mais elevados. Ou seja, sujeitos hierárquica e
funcionalmente aos órgãos superiores, tem como atribuição precípua a execução,
não tem autonomia técnica, nem financeira, não têm nenhum poder de decisão,
apenas cumprindo ordens, como exemplo, o almoxarifado da Secretaria do
Ministério da Fazenda, portarias dos prédios públicos; repartições que atendem a
coletividade.
Órgão público colegiado é o que decide e age pela manifestação de
vontade da maioria de seus membros, como o Conselho de defesa Nacional.
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
DIREITO ADMINISTRATIVO

AGENTE PÚBLICO

• Conceito

Portanto, agentes públicos são todos os agentes que, exercendo com caráter permanente uma
função pública em decorrência de relação de trabalho, integram o quadro funcional das pessoas
federativas, das autarquias e das fundações públicas de natureza autárquica. A atividade dos
agentes públicos envolve dois conceitos importantes: cargo público e função pública.
Existem três categorias de agentes públicos: Agentes Políticos, Servidores
Públicos (agentes administrativos) e Particulares em colaboração com o Poder
público.
Tais agentes têm plena liberdade funcional. Não são funcionários públicos
em sentido estrito, pois tem normas específicas para sua escolha e investidura.
Assim, os agentes políticos:

• Ocupam o ápice da estrutura administrativa exercendo cargo representativo


de poder do Estado, sem sujeição hierárquica e funcional a quem quer que seja,

• Possuem atribuições previstas na Constituição Federal (CF, art. 84)


Possuem regime jurídico próprio.
Os agentes administrativos são todos aqueles que se vinculam ao Estado ou
à suas Entidades autárquicas por relações profissionais, sujeitos à hierarquia
funcional e ao regime estatutário da pessoa jurídica de direito público a que servem.
São investidos a título de emprego, com remuneração estipulada em carreira e com
cargos e funções especificadas, tanto na administração direta ou indireta do órgão.
Denominam-se servidores públicos.
Os servidores públicos em sentido estrito são os que mantêm com o Poder
Público um vínculo de caráter profissional, apresentando subordinação hierárquica.
E a última das categorias, vale dizer, particulares em colaboração com o Poder
público, engloba todos os demais que desempenham uma função pública, sob
qualquer pretexto.
Podem ser particulares em colaboração:
• Por requisição do Poder público, caso dos jurados, os membros da mesa
apuradora em períodos de eleição;
• Gestores voluntários, aqueles que assumem por sua conta a Administração
Pública, em momentos de calamidade pública ou de emergência;
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
DIREITO ADMINISTRATIVO

• Por delegação do poder público, aqueles que desempenham, com a


anuência do Estado, um serviço público, como os concessionários e
permissionários, os que exercem serviços notariais e de registro.

• Cargo, emprego e função

Cargo significa a denominação mencionada a mais simples unidade de


poderes e deveres estatais a serem expressos por um agente. Cargo público
consiste em um lugar específico, que possui denominação própria, instituído na
organização do serviço público com um conjunto de deveres e atribuições
individuais, a ser provido e exercido por um titular. Ou seja, é o lugar dentro da
organização funcional da administração direta e de suas autarquias e fundações
públicas que, ocupado por servidor público tem funções específicas. Assim, cargo
público é o conjunto de atribuições e responsabilidades de um agente público.
Somente podem ser criados por lei e com denominação própria. A palavra
“emprego” público, passou a ser utilizada para denominar um vínculo de ligação
com o Estado diverso daquele existente no cargo público, embora se refira,
igualmente, a uma unidade de atribuições. Quem ocupa emprego público tem um
vínculo contratual regido pela CLT.
O exercício da função pública se tem quando:
• Tratar-se de servidor contratado temporariamente com base no art. 37, IX;
• Tratar-se de função correspondente às chefias, direção ou mesmo
assessoramento. É por isso que o artigo 37, II, não exige concurso público prévio
para essa modalidade. A função pública não titulariza cargo público.
“Função” são atribuições ou encargos destinados à realização de uma
determinada finalidade estatal.
É importante saber, que pode existir função pública não vinculada a cargo
público, mas nunca um cargo sem função pública. Como exemplo, havendo uma
função ligada a um agente temporário, como mesário de eleições, haverá uma
função, mas não um cargo público definitivo. Esse é o chamado cargo honorífico,
já que não há vinculação do agente.

SERVIÇOS PÚBLICOS

• Conceito
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
DIREITO ADMINISTRATIVO

Em sentido mais restrito, o serviço público engloba apenas a atividade da


Administração Pública, e não de todo Estado, excluem-se as atividades judiciais e
legislativas. Mas mesmo dentre as atividades desenvolvidas pela Administração
excluem-se aquelas de caráter tributário e as exercidas com base no poder de
polícia. Devem ser excluídas todas as atividades - meio da Administração como a
limpeza e a vigilância de repartições públicas. Segundo a CF em seu art. 175,
serviço público é todo aquele prestado pela Administração Pública ou por seus
delegados, sejam concessionárias ou permissionárias do serviço público, sob
normas e controles estatais, ou seja, regime jurídico público, para satisfazer
necessidades essenciais ou secundárias da coletividade ou simples conveniências
do Estado.
Assim, serviço público administrativo é toda atividade que o Estado exerce
para cumprir seus fins, ou seja, é todo aquele prestado pela Administração Pública
ou por seus delegados, sob normas e controles estatais, para satisfazer as
necessidades, essenciais ou secundárias, da coletividade ou simples
conveniências do Estado.

• Gratuidade e serviço essencial

Quanto à gratuidade, a Constituição prevê em seu art. 208, I § 1° e art. 230,


§ 2° da CF, gratuidade ao ensino fundamental (educação) e a transporte coletivo
para os maiores de 65 anos. Sabemos que a saúde e a educação são serviços
essenciais à coletividade, por isso é gratuito, mas existem outros serviços prestados
como a energia elétrica, de água e esgoto, que não inserem no rol de serviços a
serem prestados gratuitamente pelo Estado, seja direta ou indiretamente. Pois,
ainda que caracterizado essencial, não admite sua prestação gratuita. A gratuidade
obriga o poder Público a arcar com todos os custos e encargos financeiros da
prestação desse serviço. A gratuidade, que está presente em certos serviços
públicos não é a regra geral, não podendo ser considerada um princípio.
Com relação aos serviços públicos em espécie, é o Estado, por meio de suas
normas, que define os serviços que se consideram públicos.
Certo é que alguns serviços são pacificamente admitidos como tendo
natureza pública, como o saneamento, abastecimento de água, energia elétrica,
iluminação e limpeza das vias públicas, coleta de lixo.
O art. 22 do Código de Defesa do Consumidor dispõe que, “os órgãos
públicos, por si ou suas empresas, concessionárias, permissionárias ou sob
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
DIREITO ADMINISTRATIVO

qualquer outra forma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços


adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos”.
Os Tribunais entendem que se o serviço é essencial, a prestação deve ser
contínua, prevalecendo, então, o disposto no art. 22 do CDC.
O serviço deve ser também prestado diuturnamente sem interrupções; deve
ser regular, contínuo, eficaz, seguro, módico, atual e cortês. A prestação apenas
poderá ser interrompida em duas hipóteses:
• Em situação de emergência, com aviso prévio, por razões de ordem
técnica ou de segurança das instalações.
• Em caso de inadimplemento do usuário.

A prestação dos serviços públicos deve estar ao alcance de todos, não podendo
haver discriminação quanto aos usuários, devendo sempre, ser direcionado no
sentido de introduzir melhorias e técnicas novas, em proveito do usuário.

• Serviço público em espécie

Dos serviços públicos em espécie, verifica-se que alguns serviços públicos


resultam em prestação individualizada, como a iluminação pública. Os primeiros
são denominados serviços “uti singuli” ou individuais, e os segundos serviços “uti
universi” ou gerais. Como veremos a classificação a seguir:

Sendo assim, no Brasil, a Constituição indica os serviços que se consideram


públicos conforme os artigos 21, XI, XII e XXIII, e 25, § 2°.
O serviço público não pode ser confundido com a figura do monopólio. Pois
a criação de monopólio diz respeito a atividades econômicas que só podem ser
titularizadas e exploradas pelo Poder Público, ao contrário dos serviços públicos.
Os serviços públicos podem ser agrupados conforme o responsável por sua
prestação. Daí falar em serviço público federal, estadual e municipal. Nesse
contexto, alguns serviços são comuns, como os metropolitanos e outros de
competência concorrente.
Assim, incube:
• À União Federal prestar, em caráter público, os serviços postais, do correio
aéreo nacional, de telecomunicação, de radiodifusão, de difusão de sons e
imagens, de energia elétrica, de navegação aérea, aeroespacial, transportes
ferroviários, aquaviário nos casos específicos, de estatística, geografia, geologia e
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
DIREITO ADMINISTRATIVO

cartografia nacional, de exploração nuclear e outros.


• Aos Estados de acordo com artigo 25 § 2° da CF, cabe a exploração dos
serviços de gás canalizados local.
• Aos Municípios de acordo com o art. 30 da CF, compete organizar e prestar
o serviço de transporte coletivo, manter os programas de educação pré escolar e
de ensino fundamental, prestar os serviços de atendimento à saúde da população.
É bom lembrar, que o Estado tem ainda o dever de prestar o serviço público
de saúde, previsto no artigo 196, previdência social, previsto em seu artigo 201 e
assistência social, previsto no artigo 203. Esse tricotômico compõe consoante a
Constituição Federal, a seguridade social, conforme o art. 194.
Finalmente, O Estado tem a obrigação de prestar e garantir o ensino
fundamental gratuito, com a progressiva universalização do ensino médio também
gratuito, atendimento educacional especializado para os portadores de deficiência
e outros, conforme o artigo 208 da CF. Assim, a própria Constituição estabelece
que incumbe ao Poder Público, diretamente ou por delegação, a prestação de
serviços públicos.

• A importância do concurso público

Para alcançar qualquer cargo público efetivo e transformar-se em servidor


público, deverá submeter-se, previamente a um concurso público, conforme o artigo
37, II da CF.
Assim, a Constituição Federal é intransigente em relação à imposição à
efetividade do princípio constitucional do concurso público, como regra a todas as
admissões da administração pública, vedando expressamente tanto a ausência
deste postulado, quanto seu afastamento fraudulento, por meio de transferência de
servidores públicos para outros cargos diversos daquele para o qual foi
originariamente admitido. A exigência do concurso público é de observância
obrigatória em toda a Administração.
O concurso público terá validade de até 2 (dois) anos, podendo ser
prorrogado pelo mesmo período. A norma constitucional considera absolutamente
essencial o respeito à ordem classificatória para nomeação decorrente do concurso
público, cujo desrespeito acarretará a nulidade do ato. Assim, a regra do concurso
público, consiste em pressuposto de validez da admissão de pessoal não apenas
pela administração direta como pelos entes públicos da administração indireta.
Com relação aos direitos, o servidor público tem assegurado os mesmos
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
DIREITO ADMINISTRATIVO

direitos sociais indicados no art. 7°, consoante estipula o § 3° do art. 39 da CF.

PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

• CONCEITO

Os poderes administrativos são inerentes ao exercício da atividade


administrativa da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios, em
observância as suas competências constitucionais, e somente podem ser
exercícios nos limites da lei.
O poder administrativo é atribuído à autoridade para remover interesses
particulares que se opõem ao interesse público.
Os poderes administrativos representam instrumentos que, utilizados,
isolada ou conjuntamente, permitem à Administração cumprir suas finalidades,

sendo, por isso, entendidos como poderes instrumentais e nisso diferem dos
poderes políticos (Legislativo, Judiciário e Executivo) que são Poderes estruturais
hauridos diretamente da Constituição.
Sendo assim, O administrador só poderá usá-los para preservar os
interesses públicos. Se ultrapassar os limites haverá abuso de poder e desvio de
finalidade, que são espécies de ilegalidade.

ESPÉCIES DE PODERES ADMINISTRATIVOS

• Poder vinculado

Poder Vinculado é aquele em que o direito positivo, a lei, confere à


administração pública. Ou seja, quando o modo de se praticar o ato já vem descrito
na lei.
Assim, o denominado poder vinculado, em contraposição a poder
discricionário é aquele de que dispõe a Administração para a prática de atos
administrativos em que é mínima ou inexistente sua liberdade de atuação, ou seja,
é o poder de que se utiliza a Administração quando da prática de atos vinculados.
Poder vinculado é aquele em que o administrador se encontra inteiramente
preso ao enunciado da lei que estabelece previamente um único comportamento
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
DIREITO ADMINISTRATIVO

possível a ser adotado em situações concretas, não existindo um espaço para juízo
de conveniência e oportunidade.
Como exemplo, temos o servidor que ao completar 70 anos, o administrador
tem que aposentá-lo, pois a lei prevê.
Todos os atos administrativos são vinculados quanto aos requisitos
competência, finalidade e forma. Os atos ditos vinculados também o são quanto aos
requisitos motivo e objeto, ou seja, não cabe à Administração tecer considerações
de oportunidade e conveniência quanto a sua prática e nem escolher seu conteúdo.
O Poder vinculado apenas possibilita à Administração executar o ato vinculado nas
estritas hipóteses legais e observando o conteúdo rigidamente estabelecido na lei.
O ato que se desvie minimamente dos requisitos minuciosamente previstos na lei
será nulo e caberá à Administração ou ao Poder Judiciário declarar sua nulidade.

• Poder discricionário

Poder discricionário é o conferido à Administração para a prática de atos


dessa natureza, ou seja, é aquele em que a Administração dispõe de uma razoável
liberdade de atuação, podendo valorar a oportunidade e conveniência da prática do
ato discricionário, estabelecendo o motivo e escolhendo, dentro dos limites legais,
seu conteúdo.
Assim, o poder discricionário é aquele em que o administrador se encontra
preso, não inteiramente ao enunciado da lei que não estabelece previamente um
único comportamento possível a ser adotado em situações concretas, existindo um
espaço para juízo de conveniência e oportunidade.
É bom lembrar, que o poder discricionário não se confunde com poder
arbitrário, é o que concede à administração pública para a prática de atos
administrativos com liberdade na escolha de sua conveniência, oportunidade e
conteúdo. Ou seja, quando o administrador tem certa liberdade de escolher a
oportunidade ou a forma de se realizar o ato.
A principal distinção que se deve fazer é entre poder discricionário e
exercício arbitrário do poder. O ato discricionário implica liberdade de atuação
administrativa, conforme o poder discricionário, sempre dentro dos limites previstos
na lei. Se uma lei prevê, por exemplo, a suspensão punitiva de uma atividade por
um mínimo de trinta e o máximo de noventa dias, claro está, que uma suspensão
de 120 dias será puramente arbitrária, não sendo cabível aqui se falar em utilização
do poder discricionário e sim em desvio desse poder.
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
DIREITO ADMINISTRATIVO

O ato discricionário ilegal poderá, como qualquer ato ilegal, ser anulado tanto
pela administração quanto pelo Judiciário. O que não pode ser apreciado pelo
Judiciário (no exercício de sua função jurisdicional) é o mérito administrativo, que
consiste justamente na atividade valorativa de oportunidade e conveniência que
levou o administrador a praticar o ato, escolhendo seu objeto dentro dos limites
legais.
Da mesma forma, entendendo a Administração inoportuna ou inconveniente
o ato anteriormente praticado, poderá revogá-lo e, enfatize-se, somente pode
revogar um ato quem o haja praticado. Por isso, aliás, deve-se lembrar de que o
Poder Judiciário, e só ele, pode revogar os atos administrativos que ele próprio

tenha praticado o mesmo valendo para o Poder Legislativo, relativamente aos atos
de sua autoria.

• Poder hierárquico

Poder hierárquico é o que dispõe o Executivo para distribuir e escalonar as


funções de seus órgãos, ordenar e rever a atuação de seus agentes, estabelecendo
a relação de subordinação entre os servidores do seu quadro de pessoal;
Poder hierárquico é o poder conferido à Administração para se auto-
organizar, isto é, para distribuir as funções dos seus órgãos, estabelecer campos
de atuação e fiscalizar a atuação dos seus agentes. Por exemplo, quando um
determinado servidor ingressar na Administração, já saberá quem é o seu superior
hierárquico, de quem irá cumprir ordens e quem deve obedecer.
Sendo assim, poder hierárquico ou princípio da hierarquia é o poder de, na
forma da lei, distribuir e escalonar suas funções, competência para saber como
ordenar, coordenar, controlar e corrigir as atividades administrativas, dando ordens
e fiscalizando o seu cumprimento, delegando e avocando atribuições, revendo os
atos dos agentes inferiores ou princípio da autotutela. É típico da função executiva,
ou seja, administrativa, de todos os Poderes como o Executivo, Legislativo e
Judiciário.
A revisão hierárquica é a prerrogativa conferida ao superior para, de ofício
ou mediante provocação do interessado, apreciar todos os aspectos de um ato de
seu subordinado, no intuito de mantê-lo ou reformá-lo. A revisão hierárquica
somente é possível enquanto o ato não tenha se tornado definitivo para a
Administração, ou seja, enquanto não ocorrida à chamada coisa julgada
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
DIREITO ADMINISTRATIVO

administrativa ou ainda não tenha gerado direito adquirido para o administrado.


No âmbito da Administração federal, a delegação de competência está
regulamentada pelo Decreto 83.937/79, e a definição no art. 2º desse Decreto:

Finalizando, o poder hierárquico consiste no instrumento para garantia da


atuação coordenada da administração, havendo necessidade da existência de
hierarquia nas relações entre órgãos e nas relações funcionais entre os diversos
servidores.

• Poder Disciplinar

Poder disciplinar é o poder atribuído a Administração Pública para aplicar


sanções administrativas aos seus agentes pela prática de infrações de caráter
funcional.
O poder disciplinar está intimamente relacionado com o poder hierárquico e
traduz-se na faculdade, seria mais correto é falar-se em poder-dever, que possui a
Administração de punir internamente as infrações funcionais de seus servidores e
demais pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços da administração, por
exemplo, a punição do particular contratado por execução inadequada de contratos
administrativos.
O poder disciplinar abrange somente as sanções administrativas, como por
exemplo, a advertência, a multa, a suspensão e a demissão. Entretanto, não
podemos esquecer que existem sanções penais e civis que podem ser aplicadas
ao caso concreto, embora não façam parte do poder disciplinar.
Portanto, não se deve confundir o poder disciplinar da administração com o
poder punitivo do Estado. Este não é um poder de expressão interna, pelo contrário,
é realizado pelo Poder Judiciário e diz respeito à repressão de crimes e
contravenções tipificados nas leis penais.
A doutrina, até hoje, aponta o poder disciplinar como de exercício
caracteristicamente discricionário. Não podemos deixar de reconhecer certa
discricionariedade no exercício deste poder, como atesta, na esfera federal, o art.
128 da Lei 8.112/90: Na aplicação das penalidades serão consideradas a natureza
e a gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para o serviço
público, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes funcionais.
Finalizando, o poder disciplinar é o que cabe a administração pública para
apurar infrações e aplicar penalidades aos servidores públicos e demais pessoas
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
DIREITO ADMINISTRATIVO

sujeitas à disciplina administrativa, é o caso das que com ela contratam. O poder
disciplinar é atribuído a autoridades administrativas com o objetivo de apurar e punir
faltas funcionais, ou seja, condutas contrárias à realização de norma das atividades
do órgão e irregularidades de diversos tipos.
No uso do poder disciplinar, a Administração controla o desempenho das
funções executivas e a conduta interna de seus servidores, responsabilizando-os
pelas faltas cometidas.

• Poder Regulamentar

O poder regulamentar é a faculdade de que dispõem os chefes do executivo


de explicitar a lei, como exemplo, há a medida provisória.
Poder regulamentar ou poder normativo, poder de, na forma da lei, editar
atos normativos, como regulamentos, decretos, portarias, instruções, circulares,
ordens de serviço e resoluções, editais, etc. complementares à lei, para sua correta
execução, ou de expedir decretos autônomos sobre matéria de sua competência
não disciplinada na lei.
A Constituição de 1988, em seu art. 84, IV, assim trata o poder regulamentar
do Executivo Federal:
O exercício do poder regulamentar do executivo situa-se na principiologia
constitucional da Separação de Poderes previsto nos artigos 2°, 60, § 4°, III da CF,
pois salvo em situações de relevância e urgência (medidas provisórias), o
Presidente da República não pode estabelecer normas gerais criadoras de direitos
ou obrigações, por ser função do Poder legislativo. Assim, o regulamento não
poderá alterar disposição legal e nem tão pouco, criar obrigações diversas das
previstas em disposição legislativa.
Por último, o poder regulamentar somente será exercido quando alguns
aspectos da aplicabilidade da lei são conferidos ao Poder Executivo, que deverá
evidenciar e explicitar todas as previsões legais, decidindo a melhor forma de
executá-la e eventualmente, suprindo suas lacunas de ordem prática ou técnica.
Assim, são normas expedidas privativamente pelo Chefe do Executivo, cuja
finalidade é facilitar a execução das leis, removendo eventuais obstáculos práticos
que podem surgir em sua aplicação e se exteriorizam por meio de decreto, sendo
importante fonte do direito administrativo.
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
DIREITO ADMINISTRATIVO

• Poder de polícia

O poder de polícia pode se apresentar por atos gerais ou específicos, por


exemplo, Portaria proibindo venda de bebidas alcoólicas a menores; Decreto que
estabelece cor padronizada aos táxis; Embargo de uma obra por estar sendo
construída de forma irregular; Embargo por não haver recuo mínimo de calçada;
Interdição de restaurante por falta de higiene, e outros.
O poder de polícia da administração pública, incide nas áreas administrativa
e judiciária. A Polícia administrativa age quando ocorre um ilícito administrativo, de
forma preventiva ou repressiva, incidindo sobre bens, direitos ou atividades e
abrangendo vários órgãos de fiscalização. Já a polícia judiciária atua na ocorrência
de ilícitos penais, sempre repressivamente, incidindo sobre pessoas e abrangendo
corporações especializadas.
O poder de polícia tem competência de policiar a entidade que dispõe do
poder de regular a matéria. Deve ser exercido com cautela, para que não sejam
feridos direitos individuais assegurados pela Constituição Federal.
O poder de polícia encontra fundamento na supremacia do interesse público
sobre o particular. Assim, o condicionamento de direitos só será possível com base
à supremacia do interesse público.
O poder de polícia tem como atributos:
• A discricionariedade - é livre escolha pela administração quanto à
oportunidade e à conveniência da deflagração do poder de polícia, desde que
sustentado por lei;
• A coercibilidade - significa que a administração tem o poder de impor o ato
de polícia sobre os administrados;
• A auto executoriedade - é o fato de a administração poder executar suas
decisões por seus próprios meios, sem a necessidade de recorrer previamente ao
poder judiciário.
Por fim, O poder de polícia tem por finalidade promover o bem-estar geral,
regulando, para a obtenção desse fim, o exercício dos direitos individuais
reconhecidos, manifestando-se por meio de normas gerais, abstratas, impessoais
e objetivas. A atuação da Administração Pública no exercício do poder de polícia
deve ser pronta e imediata, porém, ficará restrita aos atos indispensáveis à eficácia
da fiscalização, voltada aos interesses da sociedade e respeitando-se as liberdades
públicas.
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
DIREITO ADMINISTRATIVO

Em suma, o poder de polícia é o conjunto de atribuições concedidas à


Administração para disciplinar e restringir, em favor dos interesses adequados,
direitos e liberdades individuais. Como vimos, o poder de polícia sofre as limitações
constitucionais, decorrentes dos direitos e garantias individuais, pois como toda a
ação da administração, está submetido ao princípio da legalidade e ao controle
jurisdicional.
O Poder de polícia só deve ser adotado para evitar ameaças reais ou
prováveis que perturbem ao interesse público;

O ADMINISTRADOR PÚBLICO

Todo administrador precisa ter o dever de eficiência, o dever de prestar


contas e o poder-dever de agir, pois o administrador público não pode deixar de
agir no exercício de suas funções.

OS PODERES E DEVERES DO ADMINISTRADOR PÚBLICO

São os expressos em lei, os impostos pela moral administrativa e os exigidos


pelo interesse da coletividade. O poder administrativo é atribuído à autoridade para
remover interesses particulares que se opõem ao interesse público.

• Poder-dever de agir

O poder tem para o agente público o significado de dever para com a


comunidade e para com os indivíduos, no sentido de quem o detém está sempre
na obrigação de exercitá-lo; esse poder é insuscetível de renúncia pelo seu titular.
Pode-se dizer que para o particular o poder de agir é uma faculdade, mas para o
administrador público é uma obrigação de atuar, desde que se apresente o ensejo
de exercitá-lo em benefício da comunidade. Daí por que a omissão da autoridade
ou o silêncio da Administração, quando deva agir ou manifestar-se, gera
responsabilidade para o agente omisso e autoriza a obtenção do ato omitido por via
judicial, notadamente por mandado de segurança, se lesivo de direito líquido e certo
do interessado.
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
DIREITO ADMINISTRATIVO

• Dever de eficiência

É o que se impõe a todo agente público de realizar com suas atribuições com
presteza, perfeição e rendimento funcional. A eficiência funcional é considerada, em
sentido amplo, abrangendo não só a produtividade como também a perfeição do
trabalho e sua adequação técnica aos fins visados pela Administração; a partir disso
que se avaliam os resultados, confrontando-se os desempenhos e aperfeiçoamento
do pessoal por meio de seleção e treinamento. Diz-se então que a verificação de
eficiência atinge os aspectos quantitativos e qualitativos do serviço.

• Dever de probidade

Significa que a atuação do agente público deve ser leal, proba, justa e
honesta, sempre buscando o melhor para a administração.
Está constitucionalmente integrado na conduta do administrador público
como elemento necessário à legitimidade de seus atos; assim, o ato administrativo
praticado com lesão aos bens e interesses públicos também fica sujeito à
invalidação pela própria Administração ou pelo Poder Judiciário, por vício de
improbidade, que é uma ilegitimidade como as demais que nulificam a conduta do
administrador público.
Improbidade administrativa segundo a Lei 8429/92 são: atos desonestos,
imorais e ilegais - que importam enriquecimento ilícito (art. 9º), que causem prejuízo
ao erário (art. 10) e atentem contra os princípios da Administração Pública (art. 11)

• Dever de prestar contas

É decorrência natural da administração como encargo de gestão de bens e


interesses alheios; no caso do administrador público, a gestão se refere aos bens
e interesses da coletividade e assume o caráter de múnus público, isto é, de um
encargo para com a comunidade. Daí o dever indeclinável de todo administrador
público de prestar contas de sua gestão administrativa, e nesse sentido é a
orientação de nossos tribunais (STF, RF, 99/969; TJSP, RT, 237/253).
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
DIREITO ADMINISTRATIVO

• O uso e abuso de poder

O abuso de poder ocorre quando a autoridade, embora competente para


praticar o ato, ultrapassa os limites de suas atribuições ou se desvia das finalidades
administrativas.
O abuso do poder pode levar ao excesso de poder, incompetência, quando
a autoridade, por culpa ou dolo, atua fora dos limites da sua competência, fora do
que a lei lhe permite. Por exemplo, o Secretário de Educação faz ato normativo
sobre assunto privativo da Secretaria de Fazenda, ou ao desvio de poder, desvio
de finalidade, quando a autoridade, embora competente e atuando nos limites, da
sua competência, pratica o ato por motivos ou com fins diversos dos objetivados
pela lei ou exigidos pelo interesse público. Assim como, desapropriando terreno
para fazer escola pública, quando na verdade é para se vingar de inimigo político,
dono do terreno.
O abuso de poder ocorre quando a autoridade, embora competente para
praticar o ato, ultrapassa os limites de suas atribuições ou se desvia das finalidades
administrativas; o abuso de poder é sempre uma ilegalidade que invalida o ato que
contém; o abuso de poder pode tanto revestir a forma comissiva como a omissiva,
porque ambas são capazes de afrontar a lei e causar lesão a direito individual do
administrado.
Assim, o uso e abuso do poder é prerrogativa da autoridade, mas há que ser
usado normalmente, sem abuso. O abuso de poder ocorre quando a autoridade,
embora competente para praticar o ato, ultrapassa os limites de suas atribuições ou
se desvia das finalidades administrativas.

• Excesso de poder

É a ação do agente público fora dos limites de sua competência, invadindo


a competência de outros agentes ou praticando atividades que a lei não lhe
conferiu. Ou seja, ocorre quando a autoridade, embora competente para praticar o
ato, vai além do permitido e exorbita no uso de suas faculdades administrativas, o
excesso de poder torna o ato, arbitrário, ilícito e nulo. Essa conduta abusiva, tanto
se caracteriza pelo descumprimento frontal da lei, quando a autoridade age
claramente além de sua competência, como, também, quando ela contorna
dissimuladamente as limitações da lei, para se arrogar poderes que não lhe são
atribuídos legalmente.
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
DIREITO ADMINISTRATIVO

• Desvio de Finalidade

O desvio de finalidade é a ação do agente público, embora dentro de sua


competência, afastada do interesse público, praticando atos por motivos ou com fins
diversos daqueles estabelecidos na lei.

• Omissão da administração

Pode representar aprovação ou rejeição da pretensão do administrado, tudo


dependendo do que dispuser a norma pertinente; o silêncio não é ato
administrativo; é conduta omissiva da Administração que, quando ofende direito
individual ou coletivo dos administrados ou de seus servidores, sujeita-se a
correção judicial e a reparação decorrente de sua inércia, então a inércia da
Administração, retardando ato ou fato que deva praticar, é abuso de poder, que
enseja correção judicial e indenização ao prejudicado.

RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO

A responsabilidade civil, ou seja, o dever de indenizar um dano moral ou


material, também pode ser atribuído ao Estado quando houver dano causado por
algum de seus agentes.
Assim, a Responsabilidade do Estado é a obrigação atribuída ao Poder
Público para ressarcir os danos causados a terceiros pelos seus agentes, quando
no exercício de suas atribuições, como exemplo, o policial que não estava em
serviço, mas atira para impedir um assalto e acaba atingindo um terceiro, agiu na
qualidade de agente público.
A responsabilidade civil do Estado, ou seja, das pessoas jurídicas de direito
público e das de direito privado prestadoras de serviços públicos, é do tipo objetiva,
conforme interpretação do art. 37, § 6° da CF.
Assim, a responsabilidade civil baseia-se no risco administrativo, sendo
objetiva. Essa responsabilidade objetiva exige a ocorrência dos seguintes
requisitos:
• Ocorrência do dano;
• Ação ou omissão administrativa;
• Existência de nexo causal entre o dano e a ação ou omissão administrativa;
• Ausência de causa excludente da responsabilidade estatal.
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
DIREITO ADMINISTRATIVO

Podemos concluir em relação à responsabilidade civil do Estado, quando um


particular causa um dano, ele só será obrigado a indenizar se for comprovada a
culpa em sentido amplo com dolo ou culpa e em sentido estrito com imprudência,
negligência ou imperícia, essa é a responsabilidade subjetiva. Agora, quando o
dano é causado por um agente público no exercício de sua função pública, o dever
de indenizar do Estado nasce mesmo que o agente não tenha agido com culpa, ou
seja, independentemente de imprudência, negligência ou imperícia ou culpa em
sentido estrito ou dolo. Mas se o agente tenha agido com culpa, caberá ao Estado
ingressar com uma ação judicial denominada ação regressiva ou de regresso, na
qual o Estado pode cobrar do agente público gerador do dano o que efetivamente
pagou para a vítima, se provar a culpa deste.

CONCEITO DE ATOS ADMINISTRATIVOS

Para Hely Lopes Meirelles (2004, p.133), ato administrativo, é toda


manifestação unilateral de vontade da Administração Pública, que agindo nesta
qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir
e declarar direitos ou impor obrigações aos administrados ou a si mesma.
Para o surgimento do ato administrativo é preciso que a administração use
de sua supremacia de Poder Público, visto que algumas vezes nivela-se ao
particular e o ato perde a característica administrativa, igualando-se ao ato jurídico
privado.
Precisa, também, que contenha manifestação de vontade apta a produzir
efeitos jurídicos para os administrados, para própria Administração ou para seus
servidores, e que provenha de agente competente, com finalidade pública e
revestindo forma legal.
Além das autoridades públicas propriamente ditas, os dirigentes de
autarquias e das fundações, os administradores de empresas estatais e os
executores de serviços delegados podem praticar atos, que se equiparam aos atos
administrativos típicos, tornando-se passíveis de controle judicial por mandado de
segurança e ação popular, se produzirem lesões.
Sendo assim, podemos conceituar o ato administrativo com os mesmos
elementos fornecidos pela Teoria Geral do Direito, acrescentando-se apenas, a
finalidade pública que é própria da espécie e distinta do gênero ato jurídica.
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
DIREITO ADMINISTRATIVO

REQUISITOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

• Competência

Para que o ato administrativo seja válido é necessário que seja editado por
autoridade competente, ou seja, para a prática do ato administrativo a competência
é a condição primeira de sua validade. Pois nenhum ato discricionário ou vinculado
poderá ser realizado validamente sem que o agente disponha de poder legal para
praticá-lo.
Portanto, entende-se por competência administrativa o poder atribuído ao
agente da Administração para o desempenho específico de suas funções. A
competência resulta da lei e por ela é delimitada.
Assim, a competência administrativa, sendo um requisito de ordem pública,
é intransferível e improrrogável pela vontade dos interessados.

• Finalidade

Outro requisito necessário ao ato administrativo é a finalidade. A finalidade


visa sempre atingir um interesse público ou social, nunca a um interesse particular.
É assim, elemento vinculado de todo ato administrativo, discricionário ou regrado,
porque o direito positivo não admite ato administrativo sem finalidade pública ou
desviado de sua finalidade específica. Portanto, a finalidade do ato administrativo é
aquela que a lei indica explícita ou implicitamente. Não cabe ao administrador
escolher outra, ou substituir a indicada na norma administrativa. Assim, nada resta
para escolha do administrador, que fica vinculado integralmente a vontade
legislativa.

• Forma

O revestimento exteriorizador do ato administrativo constitui requisito


vinculado e imprescindível à sua perfeição. Assim, todo ato administrativo é, em
princípio, formal. A forma é escrita, embora atos existam consubstanciados em
ordem verbais e até mesmo em sinais convencionais, como ocorre com as
instruções momentâneas de superior a inferior hierárquico, com as determinações
de polícia em casos de urgência e com a sinalização do trânsito. O que convém
fixar é que só se admite o ato administrativo não escrito em casos de urgência, nas
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
DIREITO ADMINISTRATIVO

demais hipóteses é de rigor o ato escrito em forma legal, sem o quê se exporá à
invalidade.

• Motivo

O motivo ou causa é a situação de direito ou de fato que determina ou


autoriza a realização do ato administrativo. O motivo pode vir expresso em lei como
pode ser deixado ao critério do administrador. No primeiro caso será um elemento
vinculado, no segundo, quanto à sua existência e valoração.

• Objeto

Todo ato administrativo tem por objeto a criação, modificação ou


comprovação de situações jurídicas concernentes às pessoas, coisas ou atividades
sujeitas à ação do Poder Público. Assim, o objeto identifica-se com o conteúdo do
ato, por meio do qual a administração manifesta seu poder e sua vontade, ou atesta
simplesmente situações preexistentes.

ATRIBUTOS

Possui o ato administrativo alguns atributos, que o diferenciam dos atos


jurídicos privados, dando-lhes características próprias, tais como, a presunção de
legitimidade, a imperatividade e a autoexecutoriedade.

• Presunção de legitimidade

Todo o ato administrativo, qualquer que seja sua categoria ou espécie, nasce
com a presunção de legitimidade, independentemente da norma legal que a
estabeleça, em virtude do princípio da legalidade da Administração.
Por essa presunção juris tantum, a execução dos atos administrativos fica
imediatamente autorizada, mesmo havendo vício ou defeito que os levem à
invalidade. O ato administrativo pressupõe sempre um ato válido e, se acabado,
perfeito.
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
DIREITO ADMINISTRATIVO

Outra consequência da presunção de legitimidade é a transferência do ônus


da prova de invalidade do ato administrativo para quem a invoca. A prova do defeito
apontado contra o ato ficará sempre a cargo do impugnante e, até prova em
contrário, o ato terá plena eficácia. A eficácia é a idoneidade que se reconhece ao
ato administrativo para produzir seus efeitos específicos.

• Imperatividade

É o atributo do ato administrativo que impõe a coercibilidade para o seu


cumprimento ou execução, estando ele presente em todos os atos. Decorre da
própria existência do ato administrativo, sem depender da sua validade ou não,
visto que as manifestações de vontade do Poder Público trazem em si a presunção
de legitimidade.
Assim, o ato administrativo, dada sua imperatividade, deve ser sempre
cumprido, sob pena de sujeitar-se à execução forçada pela Administração ou pelo
Judiciário. Lembre-se, no entanto que, nem todos os atos administrativos possuem
tal característica, veja, por exemplo, os Atos Anunciativos.

• Autoexecutoriedade
Consiste na possibilidade presente que certos atos administrativos ensejam
de imediata e direta execução pela própria Administração, independentemente de
ordem judicial.
Assim, as prestações típicas como as decorrentes do poder de polícia, em
atos de fiscalização, por exemplo, podem ser exigidas e executadas imediata e
diretamente pela Administração, sem mandado judicial.
Contudo, o reconhecimento da autoexecutoriedade tomou-se mais restrito
em face do art. 5°, LV, da Constituição Federal de 1988 (CF/88), que assegura o
contraditório e ampla defesa inclusive contra os procedimentos administrativos.

CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

Inicialmente, podemos classificar os atos administrativos quanto aos


destinatários gerais e individuais:
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
DIREITO ADMINISTRATIVO

• Gerais

Atos administrativos gerais ou regulamentares são aqueles expedidos sem


destinatários determinados, com finalidade normativa, alcançando todos os sujeitos
que se encontrem na mesma situação de fato abrangida por seus preceitos. Ou
seja, se destinam a sujeitos indeterminados e todos aqueles que se veem
abrangidos pelos seus preceitos, temos como exemplos, o Edital; Regulamentos;
Instruções, circulares ordinárias de serviços.

• Individuais

A característica dos atos gerais é que eles prevalecem sobre os atos


individuais, ainda que provindos da mesma autoridade. Sendo assim, um decreto
individual não pode contrariar um decreto geral ou regulamentar em vigor.
Os atos individuais ou especiais são todos aqueles que se dirigem a
destinatários certos, criando-lhes situação jurídica particular. Destinam-se a uma
pessoa em particular ou a um grupo de pessoas determinadas. Temos como
exemplos, os decretos de desapropriação, de nomeação, de exoneração, Outorga
de Licença, permissão e autorização e outros.

• Atos internos e externos

Agora, iremos analisar os atos internos e externos.


Os atos internos são os destinados a produzir efeitos no recesso das
repartições administrativas. Os destinatários são os órgãos e agentes da
Administração Pública. Como exemplo, temos as circulares, portarias, etc.
Já os atos administrativos externos, alcançam os administrados de modo
geral, só entram em vigor depois de publicados, divulgados em órgão oficial. Como
exemplo, temos a admissão, licença.
A publicidade de tais atos é princípio de legitimidade e moralidade
administrativa que se impõe tanto à administração direta como à indireta, porque
ambas geram bens e dinheiros públicos cuja guarda e aplicação todos devem
conhecer e controlar.
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
DIREITO ADMINISTRATIVO

• Atos de império, gestão e de expediente

Temos também, os atos de império, de gestão e de expediente, conforme


analise abaixo.
Quanto ao ato de Império ou de autoridade são todos aqueles que a
administração pratica, usando de sua supremacia sobre o administrado ou servidor
e lhes impõe obrigatório atendimento. É o que ocorre nas desapropriações;
interdição, etc.
No ato de gestão, são atos praticados pela Administração Pública em
situação de igualdade com os particulares, sem usar sua supremacia. Como
exemplo, temos alienação, aquisição de bens.
Já os atos de expediente são atos praticados por agentes subalternos, de
rotina interna. Ou seja, são todos aqueles que se destinam a dar andamento aos
processos e papéis que tramitam pelas repartições públicas, preparando-os para a
decisão de mérito a ser proferida pela autoridade competente.

ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS

Podemos dividir os atos administrativos em cinco espécies, tais como,


normativos, ordinatórios, negociais, enunciativos, punitivos, conforme análise
abaixo.

• Atos normativos

Atos Normativos contêm comando geral do Executivo, visando à correta


aplicação da lei. A essa categoria pertencem os Decretos regulamentares e os
regimentos, bem como, as resoluções, deliberações e portarias. Assim, a
competência exclusiva dos Chefes do Executivo.
Resoluções são atos administrativos normativos expedidos pelas altas
autoridades do executivo. Mas não pelo chefe do Executivo, que só deve expedir
decretos. As resoluções normativas ou individuais são sempre atos inferiores ao
regulamento e ao regimento, não podendo inová-los ou contrariá-los.
Deliberações são atos administrativos normativos ou decisórios emanados
de órgãos colegiados. As deliberações devem sempre obediência ao regulamento
e ao regimento que houver para a organização do colegiado.
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
DIREITO ADMINISTRATIVO

• Atos ordinários

Atos Ordinatórios visam a disciplinar o funcionamento da Administração é a


conduta funcional dos seus agentes, tais atos emanam do poder hierárquico.
Podemos citar como atos ordinatórios, circulares, avisos, portarias, ordens de
serviços, os ofícios e os despachos.
Portaria é utilizada por Chefes de órgãos, repartições ou serviços, dirigidos
aos seus subordinados, com efeitos internos, transmitindo determinações,
designando servidores ou ainda, iniciando sindicâncias e processos
administrativos.
Avisos são atos emanados dos Ministros de estado a respeito de assuntos
afetos aos seus ministérios.
Ofício são as cartas oficiais ou o meio de comunicação formal entre os
agentes e órgãos administrativos. São comunicações escritas que as autoridades
fazem entre si, entre subalternos e superiores e entre Administração e particulares,
em caráter oficial.
Circular é ordem escrita, traz ordens concretas endereçadas a uma
determinada categoria de agentes.

• Atos negociais

Atos negociais produzem efeitos concretos e individuais para seu


destinatário e para a Administração que os expede, contém uma declaração de
vontade da Administração para concretizar negócios jurídicos com os particulares
ou a atribuição de certos direitos ou vantagens aos administrados. Nesse conceito,
temos atos administrativos de admissão, licença, permissão, autorização,
aprovação, homologação, renuncia, etc.

• Atos enunciativos

Atos Enunciativos são todos aqueles em que a administração se limita a


certificar ou atestar um fato, ou então a emitir uma opinião acerca de um
determinado assunto. Dentre os atos mais comuns desta espécie temos, as
certidões, os atestados e os pareceres administrativos.
Certidões administrativas são cópias ou fotocópias fiéis e autenticadas de
atos ou fatos constantes no processo, livro ou documento que se encontre nas
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
DIREITO ADMINISTRATIVO

repartições públicas. Poderão ser inteiras ou resumidas, desde que expressem


fielmente o que se contêm no original de onde foram extraídas.
Atestados administrativos são atos pelos quais a Administração comprova
um fato ou uma situação de que tenha conhecimento por seus órgãos competentes.
Pareceres administrativos são manifestações de órgão técnico sobre assuntos
submetidos à sua consideração, tem caráter meramente opinativo, não vinculado a
Administração ou os particulares à sua motivação ou conclusões, salvo se aprovado
por ato subsequente.

• Atos punitivos

Atos punitivos são os que contêm uma sanção àqueles que infringem
disposições legais, regulamentares ou ordinatórias dos bens e serviços públicos,
visam a punir e reprimir as infrações administrativas ou a conduta irregular dos
servidores ou dos particulares perante a Administração. Os atos administrativos
punitivos podem ser de atuação externa e interna. Internamente, cabe à
administração punir disciplinarmente seus servidores e corrigir os serviços
defeituosos por meio de sanções estatutárias. Externamente, incumbe-lhe de velar
pela correta observância das normas administrativas.
Dentre os atos administrativos punitivos de atuação externa temos a multa,
a interdição de atividades e a destruição.
Multa administrativa é imposição pecuniária a que sujeita o administrado a
título de compensação do dano presumido da infração, é de natureza objetiva e se
torna devida independentemente da ocorrência de culpa ou dolo do infrator.
Interdição administrativa de Atividade é o ato pelo qual a Administração veda
a alguém a prática de atos sujeitos ao seu controle ou que incidam sobre seus bens,
deve ser precedido de processo regular e do respectivo auto, que possibilite defesa
do interessado.
Destruição de coisas são o ato sumário da Administração pelo qual se
inutilizam alimentos, substâncias, objetos ou instrumentos imprestáveis ou nocivos
ao consumo ou de uso proibido por lei.

INVALIDAÇÃO, ANULAÇÃO E REVOGAÇÃO DOS ATOS


ADMINISTRATIVOS
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
DIREITO ADMINISTRATIVO

• Invalidação

A invalidação dos atos administrativos inconvenientes, inoportunos ou


ilegítimos, constitui tema de alto interesse tanto para a Administração como para o
Judiciário, uma vez que a ambos cabe, em determinadas circunstâncias, desfazer
os que se revelarem inadequados aos fins visados pelo Poder Público ou contrários
às normas legais que os regem. A faculdade de invalidação dos atos administrativos
pela própria Administração é bem mais ampla que a que se concede à Justiça
comum.

• Anulação

Anulação é a declaração de invalidação de um ato administrativo ilegítimo ou


ilegal, feita pela própria Administração ou pelo poder judiciário. Ou seja, é o
desfazimento do ato administrativo por razões de ilegalidade. Pode ser feita pela
administração pública, com base no seu poder de autotutela sobre os seus próprios
atos, assim como pelo Poder Judiciário, mediante provocação dos interessados.
Anulação pela própria Administração constitui a forma normal de invalidação
de atividade ilegítima do Poder Público. Essa faculdade assenta no poder de
autotutela do estado.
Anulação pelo Poder Judiciário, os atos administrativos nulos ficam sujeitos
à invalidação não só pela própria Administração como, também, pelo poder
Judiciário, desde que levados à sua apreciação pelos meios processuais cabíveis
que possibilitem o pronunciamento anulatório.
A anulação pode ser total, quando a declaração atinge todo o conteúdo do
ato. Pode ser parcial, quando é anulada somente uma parte dela. A anulação tem
natureza constitutiva, visto que inaugura uma nova situação jurídica.
A anulação retroage, ou seja, atinge o ato desde sua origem, restaurando a
situação vigente anterior ao ato inválido, respeitando somente os efeitos produzidos
que atingiram os terceiros de boa-fé.

• Revogação

Revogação é a supressão de um ato discricionário legítimo e eficaz,


realizada pela Administração. Ou seja, é o ato administrativo discricionário pelo qual
a administração extingue um ato válido, por razões de oportunidade e conveniência.
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
DIREITO ADMINISTRATIVO

A revogação funda-se no poder discricionário de que dispõe a Administração


para rever sua atividade interna e encaminhá-la adequadamente à realização de
seus fins específicos.
A revogação pode ser total (ab-rogação), quando todo ato é retirado do
ordenamento jurídico. Pode ser parcial (derrogação), quando somente um dos
direitos provenientes do ato é excluído. A revogação também pode ser expressa,
quando a administração declara revogado o ato ou pode ser tácita, quando a
administração edita novo ato incompatível com o primeiro.
A revogação não retroage, ou seja, produz efeitos a partir da própria
revogação, respeitando os efeitos já produzidos pelo ato.
A revogação produz efeitos ex nunc, porque a revogação atinge um ato que
foi editado em conformidade com a lei. Ele é legal, mas não é mais conveniente.
Assim, a diferença entre revogação e anulação do ato administrativo fica da
seguinte forma: o ato administrativo é revogado exclusivamente pela administração
quando se verifica que ele é inoportuno ou inconveniente, é anulado quando não
preenche os requisitos legais de forma ou conteúdo.

CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

• Conceito

Contrato é todo acordo de vontades, firmado livremente pelas partes, para


criar obrigações e direitos recíprocos.
Contrato administrativo é o ajuste que a administração, nessa qualidade,
celebra com pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, para a consecução
de fins públicos, regulando regime jurídico de direito público.
Os contratos da administração são regidos pelo direito privado, quando
nestes contratos a administração encontra-se em uma situação de equilíbrio
contratual. Temos como exemplo, a locação em que a administração é locatária. E
também são regidos pelo direito público ou simplesmente contratos administrativos
quando nestes contratos a administração tem privilégios que o contratado não tem,
sendo uma relação desequilibrada. A existência desses privilégios deve-se aos
interesses que o Poder Público representa.
Os contratos administrativos podem ser de colaboração e de atribuição.
Contrato de colaboração é todo aquele em que o particular se obriga a prestar ou
realizar algo para a Administração, como ocorre nos ajustes de obras, serviços ou
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
DIREITO ADMINISTRATIVO

fornecimento.
Contrato de atribuição é o que a Administração confere determinadas vantagens
ou certos direitos ao particular, tal como o uso especial de bem público. O primeiro
contrato é firmado no interesse da Administração, o segundo é realizado no do
particular, desde que não contrarie o interesse público. O contrato administrativo é
o contrato firmado entre a Administração e pessoa física ou jurídica, de direito
público ou privado, segundo normas de direito público (com características próprias,
que são as cláusulas exorbitantes, derrogatórias do direito privado), com o propósito
de suprir suas necessidades públicas. Como exemplo, temos o contrato de
fornecimento de merenda escolar. É contrato de adesão, bilateral, formal,
consensual, oneroso, comutativo e o intuitu personae, em certas situações,
personalíssimo.
O contrato administrativo exige licitação prévia, só dispensada, dispensável
ou inexigível nos casos expressamente previstos em lei.
A competência para legislar sobre contratos administrativos é exclusiva da
União nos termos da CF, art. 22, XXVII, que editará normas gerais, às normas
gerais, cabendo às demais entidades da federação a competência para editar
normas específicas.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS CONTRATOS


ADMINISTRATIVOS

O contrato administrativo é sempre consensual e, em regra, formal, oneroso,


cumulativo e realizado intuitu personae.

Assim, todo contrato administrativo tem como características o formalismo


exigido por lei, a consensualidade entre as partes, a bilateralidade, a posição de
supremacia da administração pública em relação ao contratado e o fato de que o
objeto do contrato deverá estar revestido de interesse público.

Em regra, os contratos administrativos devem ser formados por meio de um


termo que é Termo administrativo ou Termo de contrato. É formal porque se
expressa por escrito e com requisitos especiais.

ESPÉCIES DE CONTRATOS

Os principais contratos administrativos são: contrato de obra pública,


contrato de serviço.
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
DIREITO ADMINISTRATIVO

✓ Contrato de obra pública


É todo ajuste administrativo que tem por objeto uma construção, uma
reforma ou uma ampliação de imóvel destinado ao público ou ao serviço público.
Ou seja, contratos de obra pública são aqueles em que o objeto convencionado
consiste em construir, reformar, fabricar ou ampliar um determinado bem público,
como exemplo, temos a construção de uma ponte, reforma de uma escola,
ampliação de um hospital.
Assim, pode ser classificado em equipamento urbano (ruas, praças,
estádios, monumentos, calçamentos e canalizações); redes de energia elétrica e
de comunicação, viadutos túneis, metrôs, dentre outros melhoramentos para a
Cidade, equipamentos administrativo (instalações e aparelhamentos para o serviço
administrativo geral), empreendimentos de utilidade pública (ferrovias, rodovias,
pontes, portos, aeroportos, represas, usinas hidrelétricas e demais construções de
interesse coletivo), edifícios públicos (sedes de governo, escolas, repartições
públicas, presídios, hospitais, etc.).
✓ Contrato de serviços

Contrato de serviço é todo ajuste administrativo que tem por objeto uma
atividade prestada à Administração, para atendimento de suas necessidades ou de
seus administrados.
Os serviços podem ser comuns ou técnicos profissionais (generalizados ou
especializados):
Serviços comuns são todos aqueles que não exigem habilitação para a sua
execução, podendo ser realizado por qualquer pessoa, ou seja, independem de

habilitação específica, especial e não são privativos de categoria profissional,


devendo ser contratados sempre por licitação, salvo se dispensável em razão do
valor do contrato.
Serviços profissionais exigem habilitação especial que pode ser o registro do
profissional ou a conclusão de curso técnico ou universitário. Podem ser
generalizados ou especializados:
Os serviços técnicos profissionais generalizados são os que não demandam
maiores conhecimentos, teóricos ou práticos, que os normalmente exigidos do
profissional, exige licitação, porque há sempre a possibilidade de competição entre
os que os executam em igualdade de condições e em caráter profissional.
Existem outros contratos, tais como:
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
DIREITO ADMINISTRATIVO

✓ Contrato de gerenciamento
Para os grandes e complexos empreendimentos de Engenharia tem-se
adotado o contrato de gerenciamento, trata se do contrato pelo qual o Poder Público
transfere ao contratado a condução de um empreendimento (assessoria,
consultoria, fiscalização), conservando a Administração, porém, a capacidade
decisória (os serviços que deverão ser contratados, os custos, a imposição de
penalidades, etc.).
É atividade de mediação, representativo de serviço técnico profissional
especializado, comum nas grandes obras (como nas hidroelétricas, rodovias, etc.).
O contrato de gerenciamento não se confunde com a figura da "Administração
contratada" (que foi objeto de veto presidencial, foi proibida), em que não há
previsão do custo final e a ausência de controle pela Administração. ✓ Contrato de
fornecimento

Contratos de fornecimento são aqueles que se destinam à aquisição de bens


móveis essenciais à execução dos serviços administrativos, como por exemplo, a
compra de instrumentos cirúrgicos. São os ajustes administrativos pelos quais a
Administração adquiriu coisas móveis como materiais, produtos industrializados,
gêneros alimentícios. Ou ainda, são os contratos de compra que preveem a
aquisição de bens móveis pela Administração, tais como materiais ou produtos de
qualquer natureza. Identificam-se aos contratos de compra regidos pelo direito
privado.

✓ Contrato de gestão
É o ajuste celebrado pelo Poder Público com órgão ou entidade da
administração direta, Indireta e entidades privadas qualificadas como ONG’s. ✓
Contrato de concessão
Contratos de concessão são contratos pelos quais a administração pública,
titular de um bem, transfere a outrem algumas faculdades inerentes a esse bem.
Ou seja, contrato de concessão é o contrato pelo qual a Administração transfere ao
particular a execução de uma obra pública, a fim de que seja executada por conta
e risco do contratado. A remuneração será paga pelos beneficiários da obra ou
usuários dos serviços dela decorrentes, como ocorre com as praças de pedágio.
Exige a realização de licitação, na modalidade de concorrência, e depende de lei
que o autorize.
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
DIREITO ADMINISTRATIVO

✓ Contrato de consórcio público


É o ajuste que entes federados celebram precedido de protocolo de
intenções e aprovação legislativa, no qual delegam a gestão associada de serviços
públicos e a realização de objetivos de interesses comuns, de conformidade com
as normas legais, as cláusulas do protocolo e as do próprio contrato.

FORMALIZAÇÃO, EXECUÇÃO E INEXECUÇÃO

• Formalização
✓ Instrumento do contrato administrativo.
É em regra, termo, em livro próprio da repartição contratante, ou escrituras
públicas, nos casos exigidos em lei.
As regras de formalização se aplicam a qualquer espécie de contrato,
independentemente de regime jurídico, por exemplo, concessão de direito real de
uso tem que ser celebrado por escritura pública.
Além do termo de contrato, obrigatório nos casos que exigem concorrência
e tomada de preços, os ajustes administrativos podem ser formalizados mediante
outros documentos hábeis, tais como, carta contrato, nota de empenho de despesa,
autorização de compra e ordem de serviço. São instrumentos de contrato
administrativo, expedidos pela administração e aceitos pela outra parte, expressa
ou tacitamente, para a formalização do ajuste.

✓ Conteúdo do contrato
É a vontade das partes expressa no momento de sua formalização. Daí a
necessidade de cláusulas que fixem com fidelidade o objeto do ajuste e definam
com precisão os direitos, obrigações, encargos e responsabilidades dos
contratantes, em conformidade com o edital e a proposta vencedora.

✓ Cláusulas essenciais
Todo contrato administrativo possui cláusulas essenciais ou necessárias e
cláusulas acessórias ou secundárias. Pois elas fixam o objeto do ajuste e
estabelecem as condições fundamentais para a sua execução, estas
complementam e esclarecem a vontade das partes.
Assim, são cláusulas necessárias em qualquer contrato administrativo as
que definam o objeto e seus elementos característicos, estabelecem o regime de
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
DIREITO ADMINISTRATIVO

execução da obra ou do serviço, fixam o preço e as condições de pagamento, os


critérios de reajustes e de atualização monetária, etc.

✓ Garantias para a execução do contrato.


As leis administrativas facultam à administração a exigência de garantia a
fim de assegurar a execução do contrato. As principais garantias usualmente
exigidas pela administração para assegurar o cumprimento de seus contratos são
caução, fiança bancária e seguro-garantia.
Caução é toda garantia em dinheiro ou em títulos da dívida pública. É uma
reserva de numerário ou de valores que a administração pode utilizar sempre que
o contrato faltar aos seus compromissos.
Fiança bancária é garantia fidejussória fornecida por um banco que se
responsabiliza perante a administração pelo cumprimento das obrigações do
contratado.
Seguro-garantia é a garantia oferecida por uma companhia seguradora para
assegurar a plena execução do contrato.

• Execução

Executar o contrato é cumprir suas cláusulas segundo a comum intenção


das partes no momento da sua celebração. Executar contrato é cumpri-lo no seu
objeto, nos seus prazos e nas suas condições, como veremos a seguir:
No que toca aos Direitos e Obrigações das partes, o contrato administrativo,
como qualquer contrato deve ser executado fielmente, exercendo cada parte seus
direitos e cumprindo suas obrigações.
O principal direito da administração, além do que consta nas cláusulas
contratuais e nos regulamentos próprios da espécie, é exercer suas prerrogativas
diretamente, isto é, sem a intervenção do judiciário, ao qual cabe ao contratado
recorrer sempre que não concordar com as pretensões da administração e não
lograr compor-se amigavelmente com ela.
O principal direito do contratado é o de receber o preço, nos contratos de
colaboração de execução de obras, serviços e fornecimento, na forma e no prazo
convencionado.
Os contratos administrativos preveem a possibilidade de controle e
fiscalização a ser exercido pela própria Administração. A fiscalização da execução
do contrato de trabalho abrange a verificação do material e do trabalho, admitindo
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
DIREITO ADMINISTRATIVO

testes, provas de carga, etc.

• Inexecução

A inexecução ou inadimplência culposa é a que resulta de ação ou omissão


da parte, decorrente de negligência, imprudência ou imperícia no atendimento das
cláusulas contratuais. Tanto pode se referir aos prazos contratuais (mora), como ao
modo de realização do objeto de ajuste, como a sua própria consecução. É previsto
para esse caso, multas e até a rescisão do contrato, com a cobrança de perdas e
danos e a suspensão provisória e a declaração de idoneidade para contratar com
a administração.
Já a inexecução sem culpa é a que decorre de atos ou fatos estranhos à
conduta da parte, retardando ou impedindo totalmente a execução do contrato.
Nesses casos, seria provinda de força maior, caso fortuito, etc.
Força maior e caso fortuito são eventos que, por sua imprevisibilidade e
inevitabilidade, criam para o contrato impossibilidade intransponível de normal
execução do contrato.

No caso de força maior, temos uma greve que paralise os transportes ou a


fabricação de um produto de que dependa a execução do contrato. No caso fortuito,
é o evento da natureza, como por exemplo, um tufão, inundação.

REVISÃO E RESCISÃO DO CONTRATO ADMINISTRATIVO

• Revisão

A revisão do contrato, ou seja, a modificação das condições de sua


execução pode ocorrer por interesse da própria administração ou pela
superveniência de fatos novos que tornem inexequível o ajuste inicial.
É o procedimento adotado pelas partes quando ocorre um fato
superveniente ao contrato, com o objetivo de restabelecer o seu equilíbrio
econômico financeiro. Isto é, ocorre quando o equilíbrio econômico-financeiro é
rompido por um fato superveniente à celebração do contrato, de natureza
imprevista e imprevisível e visa seu restabelecimento.
Os contratantes podem manter o equilíbrio econômico-financeiro por meio
das medidas de reajuste e revisão de preço.
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
DIREITO ADMINISTRATIVO

Assim, reajuste é o procedimento preventivo adotado pelas partes no


momento da celebração do contrato, com objetivo de preservá-las dos efeitos da
desvalorização da moeda, mantendo o equilíbrio econômico-financeiro e revisão de
preço é o procedimento adotado pelas partes quando ocorre um fato superveniente
ao contrato, com o objetivo de restabelecer o seu equilíbrio econômico-financeiro.

• Rescisão

Rescisão é o desfazimento do contrato durante sua execução por


inadimplência de uma das partes, ou seja, é o término do contrato durante a
execução por inadimplência de uma das partes, pela superveniência de eventos
que impeçam ou tornem inconveniente o prosseguimento do ajuste.

A rescisão pode efetivar-se por várias formas: por rescisão administrativa,


por acordo entre as partes, rescisão amigável e por rescisão judicial e por pleno
direito.

• Rescisão administrativa

É efetivada por ato próprio e unilateral da administração, por inadimplência


do contrato ou por interesse do serviço público.
✓ Rescisão amigável
É a que realiza por mútuo acordo entre as partes, para a extinção do contrato
e acerto dos direitos dos distratantes.
✓ Rescisão judicial
É decretada pelo Poder Judiciário em ação proposta pela parte que tiver
direito à extinção do contrato, ou seja, é determinada pelo Poder Judiciário, sendo
facultativa para a Administração, esta, se quiser, pode pleitear judicialmente a
rescisão. O contratado somente poderá pleitear a rescisão, judicialmente.
Assim, essa rescisão pode ser obtida pelo particular ou pela administração.
✓ Rescisão de pleno direito.
A rescisão de pleno direito pode dar-se com ou sem indenização, conforme
previsto em norma legal ou regulamento.

CLÁUSULAS DE PRIVILÉGIOS OU EXORBITANTES


INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
DIREITO ADMINISTRATIVO

O contrato administrativo possui certas peculiaridades, que constituem


genericamente, as chamadas cláusulas exorbitantes, explícitas ou implícitas em
todo contrato administrativo. Assim, as cláusulas exorbitantes nos contratos
administrativos são deferidas prerrogativas para a Administração que exorbitam do
direito privado, em posição de superioridade. Recebem o nome de "cláusulas
exorbitantes".
Assim, cláusulas exorbitantes são as que excedem do direito comum para
consignar uma vantagem ou uma restrição à administração ou ao contratado.
As principais cláusulas exorbitantes são as que se exteriorizam na
possibilidade de alteração, rescisão unilateral contratual, no equilíbrio econômico e
financeiro, na revisão de preços e tarifas, na inoponibilidade de exceção de contrato
não cumprido, no controle do contratado, na ocupação provisória e na aplicação de
penalidades contratuais pela Administração.
Assim, ao usar do seu direito de alterar unilateralmente as cláusulas
regulamentares do contrato administrativo, a administração não pode violar o direito
do contrato de ver mantida a equação financeira originariamente estabelecida,
cabendo-lhe operar os necessários reajustes econômicos para o restabelecimento
do equilíbrio financeiro.

LICITAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA


• Licitação
• Conceito, objeto e finalidade

Licitação é o procedimento administrativo mediante o qual a administração


pública seleciona a proposta mais vantajosa para o contrato de seu interesse. Ou
seja, à seleção da melhor proposta dentre as apresentadas por aqueles que
desejam contratar com a administração pública.
O objeto da licitação está previsto na Lei nº. 8.666/93 em seu art. 1º, que são
as obras, serviços, compras, alienações, locações, concessões e permissões. O
objeto da licitação será adjudicado ao apresentador da melhor proposta, dentro dos
critérios fixados. Após o julgamento de eventuais recursos, a adjudicação feita pela
Comissão de Licitação será homologada pela autoridade administrativa superior,
tornando-se então definitiva.
A Licitação está voltada a proporcionar à Administração a possibilidade de
realizar o negócio mais vantajoso, ou seja, o melhor negócio, como também o de
assegurar aos administrados a oportunidade de concorrerem, em igualdade de
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
DIREITO ADMINISTRATIVO

condições, à contratação pretendida pela Administração.


A licitação sem caracterização de seu objeto é nula, porque dificulta a
apresentação das propostas e compromete a lisura do julgamento e a execução do
contrato subsequente.
A licitação tem por objetivo a contratação e a seleção da melhor oferta.
Assim, trata-se de um procedimento administrativo vinculado, com fim
seletivo.
De tal modo, a finalidade da licitação será sempre a obtenção de seu objeto
nas melhores condições para a administração.

• Princípios da licitação

Os princípios que regem a licitação qualquer que seja a sua modalidade,


resumem-se nos seguintes casos;
• Procedimento formal - impõe a necessária obediência ao rito legal e as
fases estabelecidas pela legislação, constituindo direito público subjetivo a sua fiel
observância (Lei nº 8.666/93, art. 4º), Assim, o princípio do procedimento formal é
o que impõe a vinculação da licitação às prescrições legais que a regem em todos
os seus atos e fases.
• Publicidade de seus Atos – a publicidade dos atos da licitação é princípio
que abrange desde os avisos de sua abertura até o conhecimento do edital e seus
anexos, o exame da documentação e das propostas pelos interessados e o
fornecimento de certidões de quaisquer peças, pareceres ou decisões com ela
relacionadas. Portanto, é em razão desse princípio que se impõe a abertura dos
envelopes da documentação e proposta em público e a publicação oficial das
decisões dos órgãos julgadores.
Assim, o procedimento de licitação inicia-se na repartição interessada com a
abertura de processo em que a autoridade competente determina sua realização,
define seu objeto e indica os recursos hábeis para a despesa. Essa é a fase interna
da licitação, à qual se segue a fase externa, que se desenvolve pelos seguintes
atos, nesta sequência: audiência pública, edital ou convite de convocação dos
interessados, recebimento da documentação e propostas, habilitação dos licitantes,
julgamento das propostas, adjudicação e homologação. Ou seja, o procedimento
licitatório se inicia com a formalização, seguindo-se a publicidade do edital,
habilitação dos interessados (é a fase do procedimento licitatório na qual a
administração pública verifica a aptidão do interessado para a futura contratação),
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
DIREITO ADMINISTRATIVO

julgamento das propostas, classificação (é o ato por meio do qual a administração


pública ordena as propostas que obedeceram ao instrumento convocatório, sempre
da melhor para a pior), homologação e adjudicação.

• Obrigatoriedade, dispensa e inexigibilidade da licitação

A Obrigatoriedade da licitação tem duplo sentido, significando não só a


compulsoriedade da licitação em geral, como, a modalidade prevista em lei para a
espécie, pois atenta contra os princípios da moralidade e eficiência da
administração.
A Emenda Constitucional n° 19/98, expressou mais claramente quais as
entidades abrangidas pela obrigatoriedade licitatória, ao se referir às
administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados
Distrito Federal e Municípios, nos termos do art. 37, XXI, e para as empresas
públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III.
A norma do art. 37, XXI, fixa, a obrigatoriedade, em princípio, da licitação,
para obras, serviços, compras e alienações, que o Poder Público e os entes que
dele emanam pretendem contratar. É certo que não deixa pairar dúvida que esse
princípio alcança toda a administração pública indireta.
A Dispensa de Licitação é a circunstância em que o legislador decidiu que o
procedimento licitatório não será obrigatório em determinados casos, devido ao fato
de que nessas hipóteses, excepcionais e enumeradas em lei, não há
compatibilidade com a licitação, ou seja, é toda aquela que a administração pode
dispensar se assim lhe convier. .
Para haver dispensa da licitação, dois são os fundamentos exigidos pela CF,
como procurar saber se o fato se ajusta à previsão taxativa da legislação ordinária
ou se, presente a urgência e, uma vez existente a citada adequação, há
conveniência e oportunidade da administração para o afastamento do
procedimento licitatório.
A Inexigibilidade de Licitação diferentemente da dispensa da licitação,
ocorrerão às hipóteses de inexigibilidade quando houver impossibilidade jurídica de
competição entre diversos contratantes. É a circunstância em que o legislador
decidiu que o procedimento licitatório não pode ser realizado em determinados
casos, devido ao fato de ser inviável.
Ocorre quando há impossibilidade jurídica de competição entre contratantes,
quer pela natureza específica do negócio, quer pelos objetivos sociais visados pela
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
DIREITO ADMINISTRATIVO

administração. Conforme o art. 25 da lei 8.666/93, a licitação é inexigível nos casos


de fornecedor exclusivo, serviços técnicos especializados e atividades artísticas.

• Anulação e revogação da licitação

A anulação da licitação, por se basear em ilegalidade no seu procedimento,


pode ser feita em qualquer fase e a qualquer tempo, antes da assinatura do
contrato, desde que a administração ou o judiciário verifique e aponte a infringência
à lei ou ao edital. É essencial que seja claramente demonstrada a ilegalidade.
Revogação é o desfazimento dos efeitos de uma licitação já concluída, por
motivos administrativos ou por razão de interesse público decorrente de fato
superveniente, devidamente comprovado. Assim, a revogação da licitação, assenta
em motivos de oportunidade e conveniência administrativa. Por essa razão, ao
contrário da anulação, que pode ser decretada pelo judiciário, a revogação é
privativa da administração.
O licitante vencedor não pode impedir a revogação, mas pode exigir a
indicação dos motivos pela administração. Não havendo os motivos, poderá obter
judicialmente a anulação do ato revocatório.

ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA

Há duas formas de atuação da Administração, direta ou indiretamente. A


Administração Pública direta é a estrutura que representa atuação direta do Estado
por suas unidades federadas, como a União, Estados, Municípios e Distrito Federal,
ou seja, é o conjunto de órgãos integrados na Estrutura Central de cada poder das
pessoas política. É a gestão de serviço público pelas próprias pessoas políticas,
aos quais foi atribuída à competência para o exercício, de forma centralizada, das
atividades administrativas do Estado.
Portanto, a administração pública direta está dentro das entidades
federativas, sendo entidades estatais, pessoas políticas, como a União, os Estados
Federados, os Municípios e Distrito Federal e seus órgãos.
A administração pública indireta é composta de pessoas jurídicas,
separadas, com personalidade jurídica própria, que são chamadas de entidades
administrativas, como as autarquias, as empresas públicas, as sociedades de
economia mista, as fundações públicas e o consórcio público.
Conforme o art. 37, inciso XIX, da CF, as entidades da administração
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
DIREITO ADMINISTRATIVO

indireta, somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada à
instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação,
cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de atuação.
Assim, a administração indireta corresponde ao conjunto de pessoas
jurídicas de direito público e privado, cuja finalidade é auxiliar a administração direta
na realização de determinadas atividades.

PESSOAS JURÍDICAS QUE COMPÕEM A ADMINISTRAÇÃO

INDIRETA • Autarquias

Autarquias é uma entidade de direito público, com personalidade jurídica e


patrimônios próprios, destinada à execução de atividades destacada da
administração direta, ou seja,
As Autarquias só podem ser criadas e extintas por meio de lei específica.
Assim, para cada Autarquia deve existir uma lei.
Como a Autarquia tem personalidade jurídica de direito público e presta
serviço público, terá os mesmos privilégios da Administração direta. Assim, as
autarquias brasileiras nascem com os privilégios administrativos da entidade estatal
que as institui, auferindo também as vantagens tributárias e as prerrogativas
processuais da Fazenda Pública, além dos que lhes forem outorgados por lei
especial, como necessário ao bom desempenho das atribuições da instituição.
Assim, autarquia não age por delegação e sim por direito próprio e com
autoridade pública.
O controle autárquico é a vigilância, orientação e correção que a entidade
estatal exerce sobre os atos e a conduta dos dirigentes de suas autarquias. Esse
controle é restrito aos atos da administração superior e limitado aos termos da lei
que o estabelece, para não suprimir a autonomia administrativa dessas entidades.
Portanto, as próprias Autarquias respondem por obrigações, compromissos
e prejuízos que causarem a terceiros, por consequência lógica da sua autonomia.
Vários são os exemplos de autarquias como federais, estaduais ou municipais.
Podemos citar INCRA, IBAMA, UFRJ, INSS, ANATEL, ANVISA, etc.

• Autarquias de regime especial


INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
DIREITO ADMINISTRATIVO

Autarquia de regime especial é toda aquela a que a lei instituidora conferir


privilégios específicos e aumentar sua autonomia comparativamente com as
autarquias comuns, sem infringir os preceitos constitucionais pertinentes a essas
entidades de personalidade pública.
Sob a forma de autarquias de regime especial, o Estado criou as agências
reguladoras no sentido de tentar fiscalizar as atividades das iniciativas privadas.
São criadas por meio de Leis e tem natureza de autarquia com regime jurídico
especial, ou seja, é aquela que a Lei instituidora confere privilégios específicos e
uma maior autonomia em comparação com autarquias comuns, sem de forma
alguma infringir preceitos constitucionais.

• Fundação

Fundação é o patrimônio, total ou parcialmente público, dotado de


personalidade jurídica, de direito público ou privado, e destinado por lei, ao
desempenho de atividades do Estado na ordem social, com capacidade de
autoadministração e mediante controle da administração pública, nos limites da lei.
A finalidade das fundações é que ao instituí-las, o Estado tem como objetivo
atingir um determinado interesse público, por meio da descentralização de uma
atividade que lhe compete.
A instituição de uma fundação de direito público se dá ao verificar o interesse
público, o Estado, por meio de lei específica, cria a fundação, conferindo-lhe a
execução de uma atividade não lucrativa e de interesse dos administrados. Assim,
a fundação entra em funcionamento após a expedição de seu estatuto e a sua
inscrição junto aos órgãos federais, estaduais e municipais.
Já a instituição de uma fundação de direito privado, o Estado, também com
vistas ao interesse público, cria a fundação por meio de lei específica e com base
nos artigos 24 a 30 do C.C, e essa espécie de fundação entra em funcionamento
após a escritura e registro no órgão competente, ou seja, o Registro Civil das
pessoas jurídicas.
As fundações prestam-se, principalmente, à realização de atividades não
lucrativas e atípicas do Poder Público, mas de interesse coletivo, como a educação,
cultura, pesquisa, sempre merecedoras do amparo estatal, sua instituição, é claro,
depende de autorização de lei específica.

• Empresas públicas e sociedades de economia mista


INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
DIREITO ADMINISTRATIVO

Empresas públicas e sociedades de economia mista são entidades estatais.


Têm autonomia administrativa e financeira, sendo apenas supervisionadas pelo
Ministério Público a que estiverem vinculadas (não subordinadas).
O aspecto mais relevante sobre estas entidades é que ambas denotam
pessoas jurídicas de direito privado.
Sendo assim, empresa pública é entidade dotada de personalidade jurídica
de direito privado, instituídas pelo Poder Público, mediante autorização de lei
específica, com capital exclusivamente público, para a prestação de serviço público
ou atividade econômica de relevante interesse coletivo, nos moldes da iniciativa
particular, podendo revestir qualquer forma e organização empresarial. É uma
empresa, mas uma empresa estatal por excelência, constituída, organizada e
controlada pelo Poder Público.
Sociedades de economia mista é entidade dotada de personalidade jurídica
de direito privado, na forma de sociedade anônima com controle acionário do
Estado, constituída mediante autorização legal, destinada a realizar atividades
gerais de caráter econômico ou serviços públicos. Ou seja, será toda aquela que
contar com a participação ativa do Estado e do particular no seu capital ou na sua
direção. O que visa com essa organização mista é utilizar-se da agilidade dos
instrumentos de técnica jurídica elaborados pelo direito privado.
O objetivo dessa descentralização administrativa é o de utilizar o modelo
empresarial privado, seja para melhor atendimento dos usuários do serviço público,
ou para maior rendimento na exploração da atividade econômica. Além disso, a
sociedade de economia mista permite a captação de capitais privados, assim como
a colaboração desse setor na direção da empresa.

Consórcio público

Os consórcios públicos substituíram os chamados consórcios


administrativos.
Criado por lei (nº 11.107/2005), o consórcio público são pessoas de direito
público, quando associação pública, ou de direito privado, decorrente de contratos
firmados entre entes federados, após autorização legislativa de cada um, para a
gestão associada de serviços públicos e de objetivos de interesse comum dos
consorciados, por meio de delegação e sem fins econômicos.
Assim, o consórcio público é uma parceria formada entre entidades estatais
para exercer alguma atividade de interesse da coletividade, geralmente
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
DIREITO ADMINISTRATIVO

relacionados ao meio ambiente, saúde e desenvolvimento regional,


desenvolvimento de recursos hídricos e saneamento básico.
A lei referente aos consórcios dispõe de normas gerais para a União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios contratarem consórcios públicos para a
realização de objetivos de interesse comum.
A constituição do consórcio público será por contrato cuja celebração
dependerá da prévia subscrição de protocolo de intenções, devidamente publicado
na imprensa oficial e ratificado, mediante lei de cada um dos entes contratantes.
Sem a ratificação, que equivale à autorização, é nula a participação do ente
federado. Esse protocolo de intenções deve definir o número de votos que cada
ente da federação consorciado possui na assembleia geral. Assim, os entes
consorciados somente entregarão recursos ao consórcio público mediante contrato
de rateio.

REFERÊNCIAS

ALVARENGA, José Eduardo. Parcerias Público-Privadas. São Paulo: Litteris, 2005.


BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Imprenta,
2002
CARNELUTTI, Francesco. Como nasce o Direito. São Paulo: Líder, 2008.
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 11. ed. Rio
de Janeiro: Lumen Juris, 2004.
______. Manual de Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2005.
CARVALHO, Gláucia. Código Civil. Rio de Janeiro: Forense, 2003. CRETELLA
JÚNIOR, José. Curso de Direito Administrativo. 19. ed. Rio de Janeiro: Forense,
2004.
DALLARI, Adilson Abreu. Administração Pública no Estado de Direito. Revista de
Direito Público, São Paulo: Malheiros, 1994.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 17. ed. São Paulo: Atlas,
2004.
______. Direito Administrativo. 21. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
FAGUNDES, M. Seabra. O controle dos atos administrativos pelo Poder
Judiciário. 5. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1979.
FRANCO SOBRINHO, Manoel de Oliveira. Atos Administrativos. São Paulo:
Saraiva, 1980.
______. Contratos Administrativos. São Paulo: Saraiva, 1981. JUSTEN FILHO,
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
DIREITO ADMINISTRATIVO

Marçal. Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, 2005. MEDAUAR,


Odete. Direito Administrativo em Evolução. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2007.
______. Direito Administrativo em Evolução. 2. ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2006.
______. Direito Administrativo. 5. ed. São Paulo: Revista do Tribunais, 2001.
MEIRELLES, Helly Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 29. ed. São Paulo:
Malheiros, 2004.
______. Direito Administrativo Brasileiro. 35. ed. São Paulo: Malheiros, 2009.
______. Direito Administrativo. 33. ed. São Paulo: Malheiros, 2007. ______.
Licitação e Contrato Administrativo. 15. ed. São Paulo: Malheiros, 2010.

______. Direito Administrativo Brasileiro. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2000.
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 13. ed. São
Paulo: Malheiros, 2001.
______. Curso de Direito Administrativo. 14. ed. São Paulo: Malheiros, 2004.
MORAES, Alexandre de. Constituição do Brasil interpretada, ampliada e atualizada
com a EC nº 55/07. São Paulo: Atlas, 2007.
MOREIRA NETO, Diogo de Figueiredo. Curso de direito administrativo. 13. ed. Rio
de Janeiro: Forense, 2003.
NADER, Paulo. Introdução ao Estudo do Direito. 28. ed. São Paulo: Forense, 2007.
OLIVEIRA, Juarez de. Comentários ao Código de Proteção do Consumidor. São
Paulo: Saraiva, 1991.
REALE, Miguel. Introdução ao Estudo do Direito. Rio de Janeiro: Forense, 2005.
RODRIGUES, Geraldo Luís Steele. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Rio,
2004.
SILVA, de Plácido e. Vocabulário Jurídico. Rio de Janeiro: Forense, 15. ed., 1995.
SIMAS, Henrique de Carvalho. Curso elementar de Direito Administrativo. Rio de
Janeiro, Lumen Juris, 1992.
SUNDFELD, Carlos Ari. Ato Administrativo inválido. São Paulo: RT, 1990. VON
IHERING, Rudolf. A luta pelo direito. 21. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2002.

Você também pode gostar