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Nomes: Milena Cardozo e Thauane Vargas

Data: 18/05/2023
Componente Curricular: Direito Civil
Curso: Direito
Trabalho Direito Civil Parte Geral – Formativa 2

Da prescrição

Conceito ->  A prescrição ocorre quando uma pessoa, que teve um direito violado, deixa passar o tempo previsto na lei
para ajuizar uma ação para fazer valer esse seu direito, ou seja, ela tem um tempo limitado para acionar a justiça para
punir o suposto infrator. O indivíduo que teve seu direito violado, adquire uma pretensão que pode ser exercida em
juízo por meio de uma ação judicial. 
Constitui-se quando o Estado perde o direito de punir o autor de algum crime pelo seu ato, pois passou o prazo legal
da prática da ação judicial estabelecida pela lei, se a pessoa não exercer sua pretensão no prazo exigido na lei,
ocorrerá a prescrição e ela perderá o direito à pretensão. O Estado fica encarregado de investigar, processar, condenar
e executar uma punição para o infrator dentro de um período de tempo antecipadamente estabelecido. Caso esse
tempo acabe e o Estado não conclua o processo, sem justificar o motivo, se elimina o direito de punição ao infrator alvo
do processo. A prescrição é uma sanção adveniente para a pessoa que não exerce a sua pretensão no prazo fixado
em lei, o indivíduo não deve ser negligente e deixar passar o tempo de ajuizar a ação e exigir os seus direitos. Ela é
uma matéria de ordem pública e de interesse social, pois ela confere seguranças às relações jurídicas. 

A prescrição possui basicamente esses requisitos


• Violação do direito, já com o surgimento da pretensão. 
•Negligêncio do titular do Direito que, após a violação do direito, não exerceu a sua pretensão no tempo previsto em lei
•Observância do prazo determinado na lei para a prescrição. 

Artigos
Artigo. 205.
A prescrição ocorre em 10 anos, quando a lei não haja fixado prazo menor.

Artigo. 206. Prescreve: 


- 1º em um ano:
l - apresentação dos hospedeiros eu fornecedores de víveres destinados ao consumo no próprio estabelecimento, para
o pagamento da hospedagem dos alimentos. 
ll - A pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste contra aquele, contado o prazo.
a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da data em que é citado para responder à ação de
indenização proposta pelo terceiro predicado, ou da data que a este indeniza, com anuência do segurador.
b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato gerador da pretensão.
lll- A pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, serventuários judiciais, Árbitros e peritos, pela percepção de
emolumentos, custas e honorários.
lV- A pretensão contra os peritos, pela avaliação dos bens que entraram para a formação do capital de sociedade
anônima, contado da publicação da ata da assembleia que aprovar o laudo. 
V- A pretensão dos credores não pagos contra o sócios ou acionistas e os liquidantes, contado o prazo da publicação
da ata de encerramento da liquidação da sociedade. 
- 2º em dois anos, a pretensão para ver prestações alimentares, a partir da data em que se vencerem. 
- 3º em três anos:
l -A pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos
ll - A pretensão para receber prestações vencidas de rendas temporários ou vitalícias.
lll - A pretensão para ver o juros, dividendos ou quaisquer prestações acessórias, pagáveis, em períodos não maiores
de um ano, com capitalização ou sem ela. 
lV - A pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa.
V- A pretensão de reparação civil
Vl- A pretensão de restituição dos lucros ou dividendos recebidos de má-fé, correndo prazo da data em que foi
deliberada distribuição.
Vll- A pretensão contra as pessoas em seguida indicadas por violação da lei ou do estatuto, contado o prazo:
a) para os fundadores, da publicação dos atos constituídos da sociedade anônima.
b) para os administradores, ou fiscais, da apresentação, aos sócios, do balanço referente ao exercício em que a
violação tenha sido praticada, ou da reunião ou assembleia-geral que dela deve tomar conhecimento.
c) para os líquida antes, da primeira assembleia semestral posterior à violação.
Vlll- A pretensão para ver o pagamento de título de crédito, a contar do vencimento, ressalvadas as disposições de lei
especial. A
lX- A pretensão do beneficiário contra segurador, e a do terceiro prejudicado, no caso de seguro de responsabilidade
civil obrigatório. 
- 4ºEm quatro anos, a pretensão relativa à tutela, a contar da data da aprovação das contas.
- 5ºEm cinco anos: 
l- Apretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou particular. 
ll- A pretensão dos profissionais liberais em geral, procuradores judiciais, curadores e professores pelos seus
honorários, contado pras da conclusão do serviços, da sessão dos respectivos contratos ou mandato. 
lll- A pretensão do vencedor para haver do vencido o que despendeu em juízo. 
Art 226-A. A prescrição Inter corrente observará o mesmo prazo de prescrição da pretensão, observadas as causas de
impedimento, e suspensão e de interrupção da prescrição previstas nesse código e observando o disposto no art. 921
da Lei 13.105, de 16 de março de 2015.

B) 
As pretensões imprescritíveis não são atingidas pela prescrição, em prol da melhor manutenção da ordem e
seguranças jurídicas, não podem se afastar da possibilidade de serem reivindicados. A regra geral e de que as
pretensões são todas prescritíveis, sendo a imprescritibilidade a exceção. Nesse sentido, aponta a doutrina uma
classificação de quais pretensões não prescreveriam, permanecendo disponíveis perpetuamente.
Exemplos de pretensões imprescritíveis: 
 Os direitos a personalidade, como o nome, a própria imagem, as obras literárias, a vida e etc, não é possível
impor prazos para a sua aquisição ou defesa. 
 O estado da pessoa, como condição conjugal, cidadania, salvo os direitos patrimoniais dele decorrentes,
como reconhecimento da filiação para receber herança. Ex: é imprescritível a ação de investigação de
paternidade, mas não é a de petição de herança. (súmula 149 STF)
 Bens públicos de qualquer natureza. Ele atende um interesse muito maior que o apenas individual, como
interesse do estado e da população. 
 Direito de família no que relaciona-se à pensão alimentícia, à vida conjugal, ao regime de bens. Tem grande
relevância para a sociedade
 Direitos facultativos ou potestativos, em que não existe direito violado, como as destinadas a extinguir
condomínio e outras. 
 A exceção de nulidade. Sempre será possível pleitar sua invalidade por meio de excessão de nulidade. 
 Bens confiados a guarda de outrem. Não se pode alegar usucapião, a algo que não tenho posse.
 Referentes a propriedade pois estão em caráter perpetuo. 
 inscrição de nome empresarial. É imprescritível a ação que vise anular a inscrição de nome empresarial feita
com violação da lei ou de contrato. 
C) 
Preclusão - Envolve a perda de uma prerrogativa processual, quando o indivíduo é recebe uma intimação para sua
manifestação, ela vem com um prazo podendo ser legal, judicial ou subsidiário. Quando o indivíduo perde a data, ele
perde a prerrogativa de se manifestar nesse processo. 
Tipos de preclusão: 
 Espécie: perder a prerrogativa processual por conta de exceder o prazo determinado pela lei sobre um
processo. 
 Consumativa: Quando o indivíduo é intimado e se manifesta dentro do prazo e tenta se manifestar
novamente, mas o ato ja estava consumado e ainda que esteja dentro do prazo processual a segunda
tentativa fica preclusa. 
 Lógica: extinção da capacidade de praticar um determinado ato processual em virtude da não
compatibilidade de um ato com outro já realizado. 
 Sanção: Quando o indivíduo abandona um processo, ele sofre uma penalidade de não poder ir discutir
aquele assunto novamente, não poderá recorrer a embargos de declaração.

Perempção : É um mecanismo de extinção da relação processual, irá punir o autor que abandona uma ação por três
vezes, ficando impossível de ajuizá-lo novamente. É a perda do direito de ação por decorrência do tempo, ou seja a
demanda é julgada. A perempção pode ser arguida pelo réu em preliminar de contestação, antes mesmo de passar a
discutir o mérito da causa. Desse modo, é possível buscar a extinção do processo sem julgamento do mérito pelo fato
de ter ocorrido a perempção. 
 

Causas que impedem ou suspendem a prescrição


  
Art. 197. Não ocorre a prescrição:
l - entre os cônjuges, na constância da sociedade conjungal; 
ll - entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar;
lll - entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou curatela. 

Art. 198. Também não ocorre a prescrição:


l - contra os incapazer de que trata o art. 3 o;
ll - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos Municípios;
lll- contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra.

Art. 199. Não ocorre igualmente a prescrição:

l - dependendo condição suspensiva;


ll - não estando vencido o prazo;
lll- pendendo ação de evicção 

Casos que interrompem a prescrição:

Art. 200. Quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal, não correrá a prescrição antes da
respectiva sentença definitiva.

Art. 201. suspensa a prescrição em favor de um dos credores solidários, só aproveitam os outros se a obrigação for
indivisível. 

Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á

l - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado promover no prazo e na forma
da lei processual;
ll - por protesto, nas condições no inciso antecedente; 

Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á:

I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a promover no prazo e na
forma da lei processual;

II - por protesto, nas condições do inciso antecedente;

III - por protesto cambial;

IV - pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em concurso de credores;

V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;

VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor.

Parágrafo único - A prescrição interrompida recomeça a correr da data do ato que a interrompeu, ou do último ato do
processo para a interromper.

Art. 203. A prescrição pode ser interrompida por qualquer interessado.

Art. 204. A interrupção da prescrição por um credor não aproveita aos outros; semelhantemente, a interrupção operada
contra o codevedor, ou seu herdeiro, não prejudica aos demais coobrigados.

§ 1º - A interrupção por um dos credores solidários aproveita aos outros; assim como a interrupção efetuada contra o
devedor solidário envolve os demais e seus herdeiros.

§ 2º - A interrupção operada contra um dos herdeiros do devedor solidário não prejudica os outros herdeiros ou
devedores, senão quando se trate de obrigações e direitos indivisíveis.

§ 3º - A interrupção produzida contra o principal devedor prejudica o fiador.

A)Decadência

Conceito - É a extinção do direito potestativo, pela falta de seu exercício no prazo previsto em contrato ou em lei."
Seguindo o critério científico proposto por Agnelo Amorim Filho, a decadência está ligada, portanto, aos direitos
potestativos e com ações que tenham por objeto a constituição ou desconstituição de relações jurídicas (ex.:ações
anulatórias).
Direitos potestativos: nada mais é do que um direito de sujeição. Ao exercer um direito potestativo, o seu titular,
simplesmente, interfere na esfera jurídica alheia, sem que esta pessoa nada possa fazer (Stolze e Pamplona).
Características - A decadência está associada a direitos potestativos e às ações constitutivas, sejam elas positivas ou
negativas, como por exemplo, as ações anulatórias de atos e negócios jurídicos; Ocorre quando há a perda do direito
pelo titular, pois não exerceu o prazo fixado na lei ou no negócio jurídico. Ou seja, é uma penalidade para a pessoa
que não exerceu o prazo previsto.

B) Espécies de decadência:

1. Decadência legal: prazos previstos em lei. Os prazos de decadência previstos em lei não podem ser alterados.
Exemplo: os prazos de anulação do negócio jurídico (com defeito) viciado com erro, dolo, coação, etc. Não é admitida
a renúncia à decadência legal, sob pena de nulidade, por se tratar de matéria de ordem pública, conforme art. 209 do
CC.
2. Decadência convencional: prazo previsto livremente pelas partes em contrato. Por exemplo, o prazo de desistência
de um contrato; ou, prazo de garantia dado pelo vendedor de um produto. Somente é admitida a renúncia da
decadência convencional
(pois, se as partes podem estabelecer, também poderão abrir mão dele!), devendo, por analogia, seguir as regras do
art. 191 do CC, ou seja, somente poderá ser feita após a consumação do prazo, não sendo aceita a renúncia prévia da
decadência convencional.

C) Artigos da Decadência
Art. 207. Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam à decadência as normas que impedem, suspendem ou
interrompem a prescrição.
Art. 208. Aplica-se à decadência o disposto nos arts. 195 e 198, inciso l.
Art. 209. É nula a renúncia à decadência fixada em lei.
Art. 210. Deve o juiz, de ofício, conhecer da decadência, quando estabelecida por lei.
Art. 211. Se a decadência for convencional, a parte a quem aproveita pode alegá-la em qualquer grau de jurisdição,
mas o juiz não pode suprir a alegação.

- EMENTA POR DECADÊNCIA

Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO. SUSEPE. EDITAL N° 01/2017. CARGO DE AGENTE
PENITENCIÁRIO ADMINISTRATIVO. LONGO LAPSO TEMPORAL ENTRE O ENCERRAMENTO DO CERTAME E A
NOMEAÇÃO DO CANDIDATO. CONVOCAÇÃO APENAS POR PUBLICAÇÃO NO DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO.
OFENSA AO PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE. 1. Prejudicial de decadência afastada. O termo inicial do prazo
decadencial para a impetração do mandado de segurança é a data da ciência do ato coator pelo impetrante. 2. O
entendimento sufragado pelo Superior Tribunal de Justiça é de que a nomeação sem a notificação pessoal do
candidato, quando decorrido longo período a contar da homologação do resultado final, viola os princípios da
publicidade e da razoabilidade. 3. Caso em que decorridos mais de um ano e quatro meses entre o encerramento do
certame e a convocação do impetrante, a evidenciar a necessidade de notificação pessoal. AFASTARAM A
PREJUDICIAL E CONCEDERAM A SEGURANÇA
. (Mandado de Segurança Civel, N° 70085667574, Tribunal Pleno, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Matilde Chabar
Maia, Julgado em: 17-02-2023)
Data de Julgamento: 17-02-2023
Publicação: 13-03-2023

- EMENTA POR PRESCRIÇÃO

Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃO


INTERCORRENTE NÃO CONSUMADA À LUZ DE PRECEDENTE DO E. STJ SOBRE A MATÉRIA (RESP N°
1.340.553/RS). 1. Segundo entendimento firmado pelo Egrégio STJ quando do julgamento do Recurso Especial n°
1.340.553/RS, uma vez intimada a Fazenda Pública da não localização do devedor ou da inexistência de bens
penhoráveis, suspende-se automaticamente a execução e o prazo prescricional pelo período de um ano. Findo este
período, inicia-se, também de forma automática, o prazo quinquenal da prescrição intercorrente. Por isso, os
requerimentos feitos pelo exequente dentro do prazo máximo (de 1 ano de suspensão mais 5 anos de prescrição)
devem ser processados, pois citados os devedores e penhorados os bens, a qualquer tempo, interrompe-se a
prescrição intercorrente, retroativamente, na data do protocolo da petição que requereu a providência frutífera. 2. No
caso em análise, a execução fiscal foi ajuizada em 16/12/2014 e, em 02/2015, o Município de Santa Cruz do Sul foi
intimado acerca do retorno negativo da carta AR de citação, estando ai o primeiro marco interruptivo do prazo
prescricional. No mesmo momento, passou a fluir automaticamente o prazo de 1 ano de suspensão do prazo
prescricional, o qual retomou seu curso no ano seguinte, em 03/2016.
Posteriormente, em 16/10/2017, o exequente foi intimado acerca do encerramento das atividades da executada em seu
domicílio fiscal. quando reiniciado o decurso do prazo prescricional por aplicação da teoria da "actio nata", conforme
Tema n° 444 do e. STJ. Menos de cinco anos depois, houve a citação por edital da executada, em 01/2021, penúltimo
marco interruptivo da fluência da prescrição intercorrente. Por fim, no corrente ano de 2023, foi citado o sócio
administrador da executada, último marco interruptivo da prescrição, o qual atingiu todos os responsáveis tributários,
forte no artigo 125, III, do CTN. Considerados os marcos interruptivos citados, bem como o redirecionamento da
demanda contra o sócio, não se consumou o prazo da prescrição intercorrente, havendo de prosseguir a execução
fiscal regularmente na origem
. RECURSO DESPROVIDO. DECISÃO MONOCRÁTICA. (Agravo de Instrumento, N° 50797999420238217000,
Primeira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do
RS, Relator: Denise Oliveira Cezar, Julgado em: 30-03-2023)
Data de Julgamento: 30-03-2023
Publicação: 30-03-2023

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