MATERIAL DE APOIO

Disciplina: Direito Eleitoral

Professor: Celso Spitzcovsky
Aulas: 16 a 18| Data: 12/12/2016

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

CONVENÇÕES PARTIDÁRIAS

REGISTRO DE CANDIDATURA

CAMPANHA ELEITORAL

I. CONVENÇÕES PARTIDÁRIAS
1) Definição
Artigo 7º a 9º da Lei n° 9504/97 – Lei das eleições.
São órgãos de deliberação partidária.

2) Momento
Artigo 8º da Lei das eleições (com alteração da Lei n° 13.165/2015).
Período de 20/07 a 05/08.

3) Conteúdo das convenções

Artigo 8º, parágrafo 1º da lei das eleições. As convenções servem para:
a) Escolha do nome daqueles que representarão o partido nos pleitos majoritários e/ou proporcionais como
candidatos.
Candidaturas natas = filiados aos partidos já titulares de cargo eletivo (visando reeleição), em tese, nem precisariam
participar das convenções e ter seus nomes aprovados para a disputa do pleito, mas o dispositivo legal que prevê essa
“reserva de mercado” está suspenso desde 2002, de modo que não pode ser aplicada até o momento.
b) Decidir sobre realização de coligações = reunião entre 2 ou mais partidos em caráter temporário visando sua
participação na campanha eleitoral.
Artigo 17, parágrafo 1º da CF (alterada pela EC 52/2006) = as decisões em convenções a respeito de coligações
partidárias não vinculam os partidos em âmbitos estadual e municipal a repetirem as mesmas coligações (antiga
verticalização que engessava regionalmente os partidos antes da alteração constitucional) realizadas em âmbito
nacional.

4) Local de realização das convenções

Artigo 8º, parágrafo 2º da lei das eleições.
As convenções podem ser realizadas em bens públicos, tais como, escolas, casas legislativas, desde que a cessão
desses bens seja oferecida a todos os partidos de forma igualitária. É uma exceção à não cessão de bem público em
período de campanha eleitoral, conforme artigo 73, inciso I da Lei das Eleições (condutas vedadas aos agentes
públicos para evitar favorecimento a candidato a reeleição e uso indevido da máquina pública a seu favor em abuso de
poder econômico e de poder político).

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 5) Propaganda das convenções
Regra geral = artigo 36, caput da Lei das eleições. Propaganda só está autorizada apenas a partir do dia 15/08 do ano
das eleições (início da campanha eleitoral).
EXCEÇÃO = a propaganda eleitoral pode ser realizada antes de 15/08 quando se tratar de propaganda visando
convenção partidária desde preenchida as condições da lei:
a) Autorizada nos 15 dias anteriores da data marcada para realização das convenções (que pode
ser de 20/07 a 05/08).
b) Propaganda intrapartidária = a propaganda só pode ser direcionada aos integrantes do partido
com direito a voto no momento de realização da convenção partidária.

6) Ata de convenção eleitoral

As decisões tomadas nas convenções partidárias devem ser reduzidas a termo em ata de convenção eleitoral, inclusive
para comprovação de quórum.
O escolhido pelo partido na convenção partidária deve juntar a ata da convenção eleitoral ao seu pedido de registro
de candidatura perante a Justiça Eleitoral.

7) Reflexos da convenção
 Programas em meio de comunicação - artigo 45, parágrafo 1º da Lei das eleições = Aqueles que tiverem seus
nomes aprovados na convenção e tiverem programas em meio de comunicação (TV, rádio etc), devem se
afastar dele, sob pena de cancelamento do registro de sua candidatura e aplicação de multa eleitoral ao órgão
de comunicação que o veicular. Essa regra serve para garantir a igualdade entre candidatos.
 Direito de resposta - artigo 58 da Lei das Eleições. Realizada a convenção partidária, a partir da escolha do seu
nome, o futuro candidato (que ainda irá registrar sua candidatura perante a Justiça eleitoral) tem direito de
resposta quando atingido por calúnia, injúria ou difamação.

8) Prévias eleitorais
Artigo 36, parágrafo 1º, inciso III da Lei das Eleições autoriza a realização de prévias (logo, antecede a convenção
partidária). Havia consulta em tese sobre este assunto no TSE com o entendimento da possibilidade das prévias.

II. REGISTRO DE CANDIDATURA

1) Período de registro = 05/08 até as 19h00 de 15/08 (horário oficial de Brasília - artigo 11 da Lei das Eleições) .

2) competência para análise do pedido de registro

Artigo 11 da lei = competência da Justiça Eleitoral:
a) Registro de candidatura para presidente e vice-presidente da República = TSE (artigos 22, 23 e 89 do Código
Eleitoral).
b) Registro de candidaturas estaduais (governador, vice-governador, deputado estadual, deputado FEDERAL e
SENADOR = TRE (artigos 29 e 30 do Código Eleitoral).
c) Registro de candidaturas municipais = juízes eleitorais (artigo 35 do Código Eleitoral).

3) Condições de elegibilidade
O pedido de registro de candidatura deve ser instruído com documentos comprobatórios do preenchimento dos
requisitos legais para ser candidato, conforme exigido no artigo 14, parágrafo 3º da CF e artigo 11 da Lei das Eleições.
Na CF
 Ser brasileiro (seja nato ou naturalizado, observando os cargos privativos a brasileiros natos = presidente,
vice-presidente, presidente da Câmara dos Deputados, do Senado, ministros do STF, chefe das Forças
Armadas, Ministro da Defesa);
 Estar no pleno exercício dos direitos políticos = capacidade para votar e ser votado;

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  Comprovar alistamento eleitoral = modo pelo qual a pessoa se qualifica perante a Justiça Eleitoral;
obrigatório para quem tem de 18 a 70 anos;
 Comprovar domicílio eleitoral na circunscrição para o qual a pessoa pretende se candidatar (comprovação 1
anos antes das eleições – conforme CE);
 Filiação partidária = 6 meses antes das eleições (artigo 9º da lei das eleições);
 Comprovação da idade mínima para o exercício do mandato = a idade pode ser comprovada até o momento
da posse
o Presidente, governador ou prefeito em 01/jan do ano seguinte das eleições;
o deputado estadual, deputado federal e senador em 01/fev do ano seguinte das eleições;
o artigo 11, parágrafo 2º da lei das eleições = VEREADOR, idade mínima de 18 anos deve ser provada NO
MOMENTO DO PEDIDO DE REGISTRO DA CANDIDATURA).

Artigo 11 da Lei das Eleições

 ata da convenção partidária com a escolha do nome do futuro candidato;
 prova de filiação partidária = exceção a candidatos militares (artigo 9º da lei e artigo 142, p. 3º, V da CF);
 apresentação de declaração de bens;
 comprovação do alistamento eleitoral com apresentação do título eleitoral.
 Comprovação do domicílio eleitoral = 1 anos antes das eleições - também comprovado com a apresentação do
título de eleitor
 Certidão de quitação eleitoral = artigo 11, p 7º da lei. Comprovação da plenitude de direitos políticos,
atendimento a todas as convocações da Justiça Eleitoral, inexistência de pendência financeira com a Justiça
Eleitoral.
o Súmula 42 do TSE = candidato que não apresentou contas à Justiça Eleitoral não faz jus a certidão de
quitação eleitoral.
o Súmula 57 do TSE = candidato que apresentou contas à Justiça Eleitoral, ainda que rejeitadas, faz jus à
certidão de quitação eleitoral.
o Súmula 50 = o pagamento da multa pelo candidato ou o cumprimento regular do seu parcelamento
após o registro da candidatura, mas antes do julgado, afasta a ausência de quitação eleitoral.
 Apresentação de certidões criminais = a LC n° 64 foi alterada pela Lei da Ficha Limpa e, assim, não pode ser
candidato quem tenha condenação com trânsito em julgado.
 Foto atualizada para a urna eletrônica.
 Apresentação das propostas a serem defendidas na campanha (plataforma de governo) para prefeito,
governador ou presidente da República.

 Súmula 55 do TSE = pode apresentar CNH para comprovar ser alfabetizado.

 Súmula 4 do TSE = variação nominal do candidato não ofensiva pode ser usada pelo candidato
que fizer o pedido primeiro.

4) IMPUGNAÇÃO de registro de candidatura

O juiz eleitoral pode conhecer de condições de inelegibilidade de ofício, conforme Súmula 45 do TSE, observando a
ampla defesa (direito fundamental).

Prazo
 5 dias (artigo 3º da LC 64/90) contados da intimação.
 MP = Súmula 49 do TSE = MP tem prazo de 5 dias para impugnação a partir da publicação do edital.

Legitimidade para impugnar registro de candidatura

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  Qualquer candidato,
 Partido,
 Coligação ou
 MP (artigo 3º da LC 64/90).
Súmula 11 do TSE = se o partido político não impugnar o registro da candidatura, também não poderá recorrer da
decisão proferida pelo juiz eleitoral, SALVO se a questão envolver matéria eleitoral.

=>Ler o artigo 16-A da Lei das Eleições = registro de candidatura sub judice
=> Todos os recursos na Justiça Eleitoral devem estar devidamente julgados 20 dias antes da data marcada para
realização das eleições para evitar que pessoa com registro indeferido concorra às eleições impactando, inclusive, no
quociente eleitoral.

5) Substituição de candidatos
Artigo 13 da Lei das Eleições.
O partido ou coligação por substituir candidato por
a) Inelegibilidade;
b) Renúncia;
c) Morte;
d) Indeferimento de registro de candidatura;
e) Cancelamento de registro de candidatura.

A substituição pode ser realizada por partido ou coligação ao qual o candidato substituído pertencia.

III. CAMPANHA ELEITORAL

 PRÉVIAS
 CONVENÇÃO PARTIDÁRIA = 20/07 A 05/08;
 REGISTRO DE CANDIDATURAS = 05/08 a 15/08;
 IMPUGNAÇÃO = 5 dias após o pedido de registro;
 CAMPANHA ELEITORAL.

Artigos 17 a 28 da Lei das Eleições.

Requisitos para arrecadação e gastos:
 Comprovação de candidatura ou comprovação de candidatura sub judicie (artigo 16-A da lei);
 Registro do Comitê financeiro = responsável pela movimentação financeira da campanha.
o Prazo de constituição = até 10 dias uteis após a realização da Convenção partidária.
o Ler artigo 19 da lei.
o Deve ser registrado até 5 dias após sua constituição.
 Abertura de conta bancária eleitoral = instituição financeira não pode se negar a abrir conta bancária ao
candidato (artigo 22, p 1º da lei);
 Confecção de talonário eleitoral para registro das operações financeiras mediante recibo.

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