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1.1. do TSE
Súmula-TSE nº 2
Assinada e recebida a ficha de filiação partidária até o termo final do prazo fixado em lei, considera-se
satisfeita a correspondente condição de elegibilidade, ainda que não tenha fluído, até a mesma data, o
tríduo legal de impugnação.
Súmula-TSE nº 3
No processo de registro de candidatos, não tendo o juiz aberto prazo para o suprimento de defeito da
instrução do pedido, pode o documento, cuja falta houver motivado o indeferimento, ser juntado com
o recurso ordinário.
Súmula-TSE nº 4
Não havendo preferência entre candidatos que pretendam o registro da mesma variação nominal,
defere-se o do que primeiro o tenha requerido.
Súmula-TSE nº 5
Serventuário de cartório, celetista, não se inclui na exigência do art. 1º, II, l, da LC nº 64/90.
Súmula-TSE nº 10
No processo de registro de candidatos, quando a sentença for entregue em cartório antes de três dias
contados da conclusão ao juiz, o prazo para o recurso ordinário, salvo intimação pessoal anterior, só se
conta do termo final daquele tríduo.
Súmula-TSE nº 11
No processo de registro de candidatos, o partido que não o impugnou não tem legitimidade para recorrer
da sentença que o deferiu, salvo se se cuidar de matéria constitucional.
Súmula-TSE nº 15
O exercício de mandato eletivo não é circunstância capaz, por si só, de comprovar a condição de
alfabetizado do candidato.
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Súmula-TSE nº 20
A prova de filiação partidária daquele cujo nome não constou da lista de filiados de que trata o art. 19
da Lei nº 9.096/95, pode ser realizada por outros elementos de convicção, salvo quando se tratar de
documentos produzidos unilateralmente, destituídos de fé pública.
Súmula-TSE nº 38
Nas ações que visem à cassação de registro, diploma ou mandato, há listisconsórcio passivo necessário
entre o titular e o respectivo vice da chapa majoritária.
Súmula-TSE nº 39
Súmula-TSE nº 42
A decisão que julga não prestadas as contas de campanha impede o candidato de obter a certidão de
quitação eleitoral durante o curso do mandato ao qual concorreu, persistindo esses efeitos, após esse
período, até a efetiva apresentação das contas.
Súmula-TSE nº 43
As alterações fáticas ou jurídicas supervenientes ao registro que beneficiem o candidato, nos termos da
parte final do art. 11, § 10, da Lei n° 9.504/97, também devem ser admitidas para as condições de
elegibilidade. – ATENÇÃO À MINIRREFORMA DE 2019 (art. 262 e §§ do CE)
Súmula-TSE nº 45
Nos processos de registro de candidatura, o Juiz Eleitoral pode conhecer de ofício da existência de
causas de inelegibilidade ou da ausência de condição de elegibilidade, desde que resguardados o
contraditório e a ampla defesa.
Súmula-TSE nº 47
Súmula-TSE nº 49
O prazo de cinco dias, previsto no art. 3º da LC nº 64/90, para o Ministério Público impugnar o registro
inicia-se com a publicação do edital, caso em que é excepcionada a regra que determina a sua intimação
pessoal.
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Súmula-TSE nº 50
Súmula-TSE nº 51
O processo de registro de candidatura não é o meio adequado para se afastarem os eventuais vícios
apurados no processo de prestação de contas de campanha ou partidárias.
Súmula-TSE nº 52
Em registro de candidatura, não cabe examinar o acerto ou desacerto da decisão que examinou, em
processo específico, a filiação partidária do eleitor.
Súmula-TSE nº 53
O filiado a partido político, ainda que não seja candidato, possui legitimidade e interesse para impugnar
pedido de registro de coligação partidária da qual é integrante, em razão de eventuais irregularidades
havidas em convenção.
Súmula-TSE nº 54
A desincompatibilização de servidor público que possui cargo em comissão é de três meses antes do
pleito e pressupõe a exoneração do cargo comissionado, e não apenas seu afastamento de fato.
Súmula-TSE nº 55
Súmula-TSE nº 57
A apresentação das contas de campanha é suficiente para a obtenção da quitação eleitoral, nos termos
da nova redação conferida ao art. 11, § 7º, da Lei nº 9.504/97, pela Lei nº 12.034/2009.
Súmula-TSE nº 58
(Consulta nº 060080531, Acórdão, Relator(a) Min. Edson Fachin, Publicação: DJE - Diário de
justiça eletrônico, Tomo 97, Data 19/05/2020)
(Consulta nº 060019041, Acórdão, Relator(a) Min. Tarcisio Vieira De Carvalho Neto, Publicação: DJE
- Diário de justiça eletrônico, Tomo 25, Data 05/02/2020)
Consulta. Senador da República. Candidatura a novo mandato após quatro anos. Impossibilidade. 1.
Consulta formulada por Senador da República indagando sobre a possibilidade de membro do Senado,
na metade de seu mandato, concorrer a novo cargo de Senador. 2. Nos termos dos §§ 1º, 2º e 3º do
art. 46 da CF/1988, cada Estado e Distrito Federal elegem três Senadores, com seus suplentes, para
mandatos de oito anos, renovando-se a sua representação, de forma alternada, a cada quatro anos. 3.
Os senadores e seus suplentes compõem um único grupo de representação dos Estados e Distrito
Federal. É certo, assim, que o voto dado ao senador também é atribuído aos seus suplentes. Isso, no
entanto, não afasta o fato de o eleitor confiar que o mandato será exercido pelo titular da chapa. 4.
Dessa forma, a tentativa de reeleição no curso da primeira metade do mandato conduziria a um cenário
em que os quatro anos finais do mandato passariam a ser exercidos, em regra, pelo suplente, em fraude
à vontade popular e ao sistema eleitoral. 5. Além disso, o art. 46, § 2º, da CF/1988, exige a renovação
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alternada da composição do Senado a cada quatro anos. A assunção de novo mandato por aquele que
foi eleito quatro anos antes impediria essa renovação. 6. Consulta respondida negativamente, nos
seguintes termos: “Não se admite a reeleição de senador ainda exercício da primeira metade de seu
mandato, tendo em vista que: (i) os quatro anos finais do mandato passariam a ser exercidos, em regra,
por suplente e não pelo senador eleito, em fraude à vontade popular e ao sistema eleitoral; e (ii) a
Constituição exige que, a cada quatro anos, haja a renovação da composição do Senado”.
(Consulta nº 060275291, Acórdão, Relator(a) Min. Luís Roberto Barroso, Publicação: DJE - Diário de
justiça eletrônico, Tomo 93, Data 11/05/2018)
(Consulta nº 060405458, Acórdão, Relator(a) Min. Tarcisio Vieira De Carvalho Neto, Publicação: DJE
- Diário de justiça eletrônico, Tomo 63, Data 03/04/2018)
3.DECISÕES STF
RE 1096029 RG
Órgão julgador: Tribunal Pleno
Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI
Julgamento: 04/03/2020
Publicação: 18/05/2020
Ementa
Novas eleições independentemente do número de votos anulados no caso de decisão da justiça eleitoral
que importe o indeferimento do registro do candidato. Código Eleitoral, art. 224, § 3º, incluído pela
Lei nº 13.165/2015. CF/88. Constitucional. 1. Aplica-se ao caso a tese fixada na ADI nº 5.525, na qual
se decidiu que “não se afigura inconstitucional a inclusão da hipótese de ‘indeferimento do registro’
como causa de realização de nova eleição, feita no art. 224, § 3º, do Código Eleitoral. A escolha das
causas eleitorais de extinção do mandato e a adoção de medidas para assegurar a legitimidade da
investidura de candidato em cargo eletivo são matérias de ponderação legislativa, só sendo passíveis
de controle judicial quando se mostrarem desproporcionais ou desvestidas de finalidade legítima”
(Relator Ministro Roberto Barroso, DJe 29/11/19). 2. Recurso extraordinário ao qual se nega
provimento, para se reafirmar o entendimento fixado por esta Corte na ADI nº 5.525 e se declarar a
constitucionalidade da expressão “indeferimento do registro” constante do § 3º do art. 224 do Código
Eleitoral, acrescido pela Lei nº 13.165/15.
Decisão
Tese
Ementa
política admitir a manutenção de agentes políticos investidos no mandato por um pleito viciado na
origem por ultraje tanto aos bens jurídicos tutelados pela axiologia eleitoral (no caso de ilícitos) quanto
ao descumprimento das regras alusivas às hipóteses de inelegibilidade (no caso em que se deferem
pedidos de registro de candidatos manifestamente inaptos a concorrerem no prélio). 17. Por esse
conjunto de argumentos, rejeita-se a modulação. 18. Fixada a seguinte tese de repercussão geral no RE
nº 929.670/DF: “A condenação por abuso do poder econômico ou político em ação de investigação
judicial eleitoral transitada em julgado, ex vi do art. 22, XIV, da LC nº 64/90, em sua redação primitiva,
é apta a atrair a incidência da inelegibilidade do art. 1º, inciso I, alínea d, na redação dada pela LC nº
135/2010, aplicando-se a todos os processos de registro de candidatura em trâmite”. 19. Ex positis,
voto pelo DESPROVIMENTO do recurso extraordinário.
Decisão
da alínea d, no que toca ao seu caráter retroativo, apto a atingir a coisa julgada, ocorra apenas a partir
da análise dos requerimentos de registro de candidaturas às eleições de 2018, no que foi
acompanhado pelos Ministros Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Celso de Mello,
e após o voto
Tese
da inelegibilidade do art. 1º, inciso I, alínea d, na redação dada pela Lei Complementar n. 135/2010,
aplicando-se a todos os processos de registro de candidatura em trâmite.
RE 929670
Órgão julgador: Tribunal Pleno
Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI
Redator(a) do acórdão: Min. LUIZ FUX
Julgamento: 01/03/2018
Publicação: 12/04/2019
Ementa
legítima dos candidatos que estão exercendo seus respectivos mandatos de permanecerem no cargo.
15. A modulação acarretará o afastamento imediato dos agentes políticos que estejam ocupando
ilegitimamente os mandatos, ainda que isso implique o recálculo de coeficiente eleitoral. 16. No caso
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vertente, a) Os candidatos que se encontravam em situação análoga à do Recorrente deram causa à
renovação do pleito, na medida em que concorreram cientes de que a jurisprudência remansosa
assentava a sua inelegibilidade. b) Os aludidos candidatos estão no cargo por força de cautelares
concedidas, em sentido contrário à jurisprudência então pacífica do TSE (2012, 2014 e 2016), que foi
corroborada pela Suprema Corte nesse julgamento. c) Como corolário, não se pode admitir que uma
cautelar, deferida em sentido diametralmente oposto ao entendimento cristalizado no TSE, possa
consolidar situações jurídicas quando há centenas, senão milhares, de pronunciamentos Colegiados do
TSE e dos TREs, desde 2012, no sentido da jurisprudência que se consolidou nesta Corte. d) Os custos
econômicos de celebração do novo pleito não justificam a manutenção dos candidatos eleitos no
Decisão
aplicação da alínea d, no que toca ao seu caráter retroativo, apto a atingir a coisa julgada, ocorra apenas
a partir da análise dos requerimentos de registro de candidaturas às eleições de 2018, no que foi
acompanhado pelos Ministros Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Celso de Mello, e
após
Tese
incidência da inelegibilidade do art. 1º, inciso I, alínea d, na redação dada pela Lei Complementar n.
135/2010, aplicando-se a todos os processos de registro de candidatura em trâmite.
4.DECISÕES TSE
A legislação eleitoral não admite registro de candidatura avulsa. Esse foi o entendimento do Plenário
do TSE ao analisar pedido de registro de candidatura avulsa apresentado por cidadão que pretendia
disputar o cargo de presidente da República. Entende-se por candidatura avulsa, em síntese, a hipótese
de o cidadão se candidatar a cargo eletivo sem estar vinculado a partido político.
O Ministro Og Fernandes, relator, ressaltou que o § 14 do art. 11 da Lei nº 9.504/1997, acrescido pela
Lei nº 13.488/2017, veda expressamente o registro de candidatura avulsa, ainda que o requerente tenha
filiação partidária.
Lembrou que o tema foi objeto de recente análise por este Tribunal (RP nº 0600511/DF), que, na
oportunidade, assentou que o poder constituinte originário elegeu expressamente o regime
representativo, que consagra a democracia pelos partidos, elementos essenciais de ligação entre o povo
e as instituições de poder.
Convém destacar que o tema está afeto ao Supremo Tribunal Federal, na ARE nº 1054490, com
reconhecida repercussão geral, de relatoria do Ministro Luís Roberto Barroso.
Esse foi o entendimento do Plenário desta Corte ao analisar recurso ordinário contra acórdão regional
que indeferiu o pedido de registro de candidato deficiente visual por considerar ausente a comprovação
de alfabetização em Braille, embora tenha apresentado declaração de escolaridade de próprio punho.
O Ministro Luís Roberto Barroso, relator, asseverou que, para constatar a alfabetização de candidato,
deve-se empregar o menor rigor possível, admitindo-se a prova dessa capacidade por qualquer meio
hábil.
Ao se referir ao teste de alfabetização aplicado no âmbito desta Especializada, ressalvou que a avaliação
deve ser aplicada sem causar constrangimento e de forma a beneficiar o candidato, suprindo a falta de
documento comprobatório, vedada a sua utilização para desconstituir as provas de instrução
apresentadas.
Esclareceu que, no caso dos autos, o candidato com deficiência visual adquirida comprovou sua
alfabetização por meio de declaração de escolaridade de próprio punho, firmada na presença de servidor
da Justiça Eleitoral. No entanto, o Tribunal de origem exigiu comprovação de alfabetização em Braille,
obrigação, segundo o relator, não prevista em lei.
Recurso Ordinário nº 0602475-18, São Paulo/SP, rel. Min. Luís Roberto Barroso, julgado em
18.9.2018.
Nas eleições gerais, a condição sub judice prevista no art. 16-A da Lei nº 9.504/1997, que autoriza o
candidato com registro de candidatura indeferido a praticar atos relativos à campanha, cessa com o
trânsito em julgado da decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) que indeferiu o pedido de registro
ou com a decisão de indeferimento proferida em grau de recurso pelo Plenário deste Tribunal Superior.
Na hipótese, trata-se de recurso ordinário interposto por candidato ao cargo de senador da República
nas Eleições 2018 de acórdão do TRE que indeferiu seu registro de candidatura por ausência de
desincompatibilização do cargo em comissão no prazo de seis meses antes do pleito, nos termos do art.
1º, III, b, 3, c.c. o art. 1º, V, b, da Lei Complementar nº 64/1990.
O Ministro Tarcisio Vieira de Carvalho, relator, lembrou que o Supremo Tribunal Federal (STF), ao
julgar a ADI nº 5.525/DF, declarou inconstitucional a expressão “após o trânsito em julgado” prevista
no § 3º do art. 224 do Código Eleitoral, o que confere execução imediata à decisão que importe em
indeferimento do registro de candidatura proferida por este Tribunal. Do mesmo modo, o relator
entendeu pela eficácia imediata dos julgados desta Corte no que tange ao espectro de incidência do art.
16-A da Lei nº 9.504/1997, in verbis:
Art. 16-A. O candidato cujo registro esteja sub judice poderá efetuar todos os atos relativos à
campanha eleitoral, inclusive utilizar o horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão e ter seu nome
mantido na urna eletrônica enquanto estiver sob essa condição, ficando a validade dos votos a ele
atribuídos condicionada ao deferimento de seu registro por instância superior. (Incluído pela Lei nº
12.034, de 2009.)
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Parágrafo único. O cômputo, para o respectivo partido ou coligação, dos votos atribuídos ao
candidato cujo registro esteja sub judice no dia da eleição fica condicionado ao deferimento do registro
do candidato. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009.)
Asseverou a necessidade de se fixar tese que determine até que momento o candidato com registro
indeferido mantém a condição sub judice para efetuar todos os atos relativos à campanha eleitoral,
inclusive o de ter seu nome na urna eletrônica.
Assim, firmou-se a seguinte tese, a ser aplicada para as eleições gerais: a condição de candidato sub
judice, para fins de incidência do art. 16-A da Lei nº 9.504/1997, cessa com o trânsito em julgado da
decisão de indeferimento do registro ou com a decisão de indeferimento do registro proferida pelo
Tribunal Superior Eleitoral.
Foi aprovada também a tese suplementar de que, como regra geral, a decisão de indeferimento de
registro de candidatura deverá ser tomada pelo Plenário do TSE.
Recurso Ordinário nº 0600919-68, Campo Grande/MS, rel. Min. Tarcisio Vieira de Carvalho Neto,
julgado em 9.10.2018.
O princípio da indivisibilidade das chapas tem previsão nos arts. 28 e 77, § 1º, da Constituição Federal
e consiste na impossibilidade de candidaturas isoladas para os cargos de natureza dúplice, cuja eleição
do titular deve ocorrer conjuntamente com a do vice, como no caso de presidente e vice-presidente da
República.
Impetrou-se, então, mandado de segurança em que foi concedida a ordem para análise do registro de
candidatura da coligação, sem considerar a prejudicial de indeferimento do DRAP.
Na sequência, a Corte Regional Eleitoral considerou nulos os votos atribuídos aos candidatos da
coligação majoritária, o que ensejou pedido de tutela de urgência em recurso apresentado perante este
Tribunal, que concedeu deferimento para restabelecer a higidez dos votos anulados.
A coligação, por sua vez, requereu ao TRE pedido de substituição do candidato ao cargo de vice, o que
foi indeferido, sob o argumento de a solicitação não ter sido apresentada no prazo de 20 dias antes do
pleito, conforme preconiza o art. 13 da Lei nº 9.504/1997. Assim, foi mantida a nulidade dos votos, em
vista do princípio da indivisibilidade da chapa. Dessa decisão sobreveio recurso apresentado a este
Tribunal.
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O Ministro Og Fernandes, relator, rememorou que o TSE, no julgamento do REspe nº 83-53 (rel. Min.
Fux), excepcionou o princípio da indivisibilidade da chapa, levando em consideração os seguintes
parâmetros: a) a existência de um provimento favorável capaz de presumir a boa-fé de permanência no
pleito; b) o fato de a chapa majoritária estar com o registro deferido no prazo fatal para a substituição
de candidatos; c) ter sido o registro do vice rejeitado às vésperas do pleito, de sorte a inviabilizar sua
substituição; d) o registro indeferido tratar de condição de elegibilidade do vice; e) não haver notícia
de conspurcação à axiologia eleitoral, de forma a se verificar a compatibilidade entre a livre vontade
da comunidade envolvida e o resultado afirmado nas urnas.
No caso em apreço, considerou presente a boa-fé da coligação diante da permissão conferida pela
liminar, possibilitando o registro de candidatura, que foi mantido até a realização do pleito, e ressaltou
também a incidência do princípio da confiança, que consubstancia a segurança jurídica almejada.
Enfatizou, além disso, que o pedido de substituição não pôde ser apresentado no período legal em razão
de a liminar ter sido concedida antes do término do prazo e cassada dois dias antes do pleito.
Conferiu destaque ainda ao fato de que a referida chapa logrou continuar nas eleições, concorrendo no
segundo turno, motivo por que se deveria entender pela regularidade do vice para que se apresentasse
apto a ocupar o cargo pleiteado.
Recurso Especial Eleitoral na Petição nº 0601619-93, Macapá/AP, rel. Min. Og Fernandes, julgado
em 16.10.2018.
A regra da indivisibilidade da chapa majoritária é extraída do art. 77, § 1º, da Constituição da República,
que preconiza a eleição do vice juntamente com a do presidente da República. Em consonância com a
Lei Maior, o art. 91 do Código Eleitoral estabelece que “o registro de candidatos a presidente e vice-
presidente, governador e vice-governador, ou prefeito e vice-prefeito, far-se-á sempre em chapa única
e indivisível, ainda que resulte a indicação de aliança de partidos”.
Nesse sentido, a jurisprudência deste Tribunal Superior firmou-se no sentido de que qualquer ato, lícito
ou ilícito, impulsionador da candidatura, afetará tanto o candidato ao cargo de titular quanto o candidato
ao cargo de vice.
O Plenário ressaltou que o deferimento do registro de candidatura pela primeira instância promove justa
expectativa de regularidade na formação da chapa e respalda a continuidade desta até a realização do
pleito, evidenciando a boa-fé dos candidatos.
Além disso, ressaltou que a conjunção dos fatores acima mencionados justifica o afastamento da regra,
consideradas as particularidades ostentadas na situação analisada.
Embargos de Declaração no Agravo Regimental no Recurso Especial Eleitoral nº 8353, São Luís de
Montes Belos/GO, redator para o acórdão Min. Luiz Fux, julgados em 26.6.2018.
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Ausência de prestação de contas partidárias e indeferimento de Drap
A ausência de prestação de contas anual dos partidos políticos enseja suspensão do registro ou da
anotação da agremiação e, por conseguinte, o indeferimento do Demonstrativo de Regularidade de Atos
Partidário (Drap), até que a inadimplência seja sanada.
Esse foi o entendimento desta Corte ao julgar recurso de partido político contra indeferimento de
registro do Drap, dentre outros motivos, por identificar que, na época da convenção partidária, o órgão
de direção partidária encontrava-se com sua anotação suspensa, em virtude da ausência da prestação
de contas referente ao exercício de 2015.
Sobre o tema, o art. 4° da Lei n° 9.504/1997 dispõe que, para participar das eleições, o partido deverá
ter registrado seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral, bem como ter, até a data da convenção, órgão
de direção constituído na circunscrição. Assim, para requerer registro de candidatos a cargo eletivo, o
partido político deverá comprovar a sua regularidade por meio do Drap.
Já o art. 32 da Lei n° 9.096/1995 (Lei dos Partidos Políticos) impõe às agremiações partidárias o dever
de prestar contas anualmente à Justiça Eleitoral. E, por sua vez, a Res.-TSE n° 23.432/2014, que
regulamentava a prestação de contas partidária à época, previa a penalidade de suspensão do registro
ou da anotação dos seus órgãos de direção diante da inércia em apresentar contas. Atualmente, a matéria
é regulamentada pela Res.-TSE n° 23.546/2017 (art. 48).
O Ministro Og Fernandes, relator, afirmou que a ausência de apresentação das contas referentes ao
exercício financeiro de 2015 pelo partido implicou a suspensão da anotação de seu órgão de direção,
nos termos do que dispõe o art. 47, § 2º, da Res.-TSE nº 23.432/2014, legislação vigente à época da
prestação de contas.
Salientou que, em que pese a Resolução admitir a possibilidade de o partido requerer a regularização
da situação de inadimplência, a própria norma era expressa em não atribuir efeito suspensivo a esse
pedido (art. 61 da Res.-TSE nº 23.432/2014), permanecendo suspenso o registro da agremiação até o
efetivo recolhimento dos valores devidos e o cumprimento das sanções impostas na decisão.
Em razão da relevância do tema, a título de complementação, convém destacar que tramita, no Supremo
Tribunal Federal, a ADI n° 6032, que questiona a constitucionalidade do art. 47, § 2º, da Res.-TSE nº
23.432/2014; do art. 48, caput e § 2°, da Res.-TSE n° 23.546/2017; e do art. 42 da Res.-TSE n°
23.571/2018.
Suplente de Senador que esteja substituindo o titular da cadeira no Senado Federal pode se candidatar
ao cargo de Senador da República, como titular da chapa, sem se afastar da suplência. O Tribunal
Regional Eleitoral de Roraima indeferiu registro de candidato por considerar não ser possível a
reeleição de Senador ainda no exercício da primeira metade do mandato, invocando os fundamentos
adotados por este Tribunal Superior na Consulta nº 0602752-91/DF.
O Ministro Jorge Mussi, relator, lembrou que o Plenário desta Corte, ao responder à referida Consulta,
assentou que a candidatura de Senador à reeleição, ainda na metade do mandato de oito anos, enseja
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fraude à vontade popular e ao sistema eleitoral, ao permitir que os quatro anos restantes sejam exercidos
por um dos suplentes e, por conseguinte, que o Senador eleito anteriormente por uma cadeira venha a
ocupar outra.
No entanto, ressaltou que as balizas fixadas na Consulta não são aplicáveis ao caso, porquanto o
candidato é segundo suplente de parlamentar eleito nas eleições de 2014 e encontra-se desempenhando
o mandado interinamente, não havendo que se falar em sucessão.
Afirmou que o recorrente pretende concorrer, nas eleições de 2018, à titularidade do mandato eletivo,
cargo diverso do que exerce atualmente. Nessa toada, concluiu que não se pode exigir
desincompatibilização de suplente de Senador para concorrer ao cargo como titular por ausência de
previsão legal, seja na Lei de Inelegibilidade, seja na Constituição Federal.
Recurso Especial Eleitoral nº 060064246, Boa Vista/RR, rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 5.10.2018.
Esse foi o entendimento adotado pelo Plenário do TSE ao julgar o recurso ordinário interposto da
decisão do Tribunal Regional do Tocantins que julgou procedente impugnação a registro de candidato
ao cargo de governador em eleição suplementar em razão do descumprimento do prazo de
desincompatibilização previsto no referido § 6º.
O Ministro Tarcisio Vieira de Carvalho Neto, relator, afirmou que os prazos e as formalidades devem
ser adaptados ao contexto da eleição suplementar em razão do caráter excepcional de sua ocorrência,
que conduz à imprevisibilidade quanto ao momento da realização do pleito, impedindo que os
candidatos observem os prazos legais para desincompatibilização, filiação partidária e domicílio
eleitoral.
Recurso Ordinário nº 0600086-33, Palmas/TO, rel. Tarcisio Vieira de Carvalho Neto, julgado em
29.5.2018.
Nas eleições suplementares realizadas com fundamento no art. 224, § 3º, do Código Eleitoral, não
poderá participar o candidato que deu causa à anulação do pleito em razão do indeferimento de seu
registro de candidatura, da cassação do diploma concedido ou da perda do mandato.
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Essa tese, com efeitos prospectivos, foi firmada pelo Plenário desta Corte ao julgar recurso especial
eleitoral interposto de indeferimento de registro de candidatura ao cargo de prefeito, em eleições
suplementares.
No caso, o recorrente deu azo à nulidade do pleito de 2016 em razão de não ter comprovado o prazo de
seis meses de filiação ao partido político pelo qual concorreu ao cargo de prefeito.
O Ministro Luís Roberto Barroso, ao proferir o voto vista, afirmou que o candidato que deu causa à
anulação do pleito não pode concorrer nas eleições suplementares, seja em razão do cometimento de
ilícito eleitoral, seja em razão do indeferimento do registro de candidatura.
Acrescentou que essa conclusão se alinha ao disposto no art. 219, parágrafo único, do Código Eleitoral.
Vencido o Ministro Admar Gonzaga Neto quanto aos efeitos prospectivos da tese firmada.
REspe nº 42-97, Petrolina de Goiás/GO, rel. originário Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em
11.12.2018.
Esse foi o entendimento deste Tribunal ao julgar recurso especial interposto de acórdão do Regional
que indeferiu a inclusão do recorrente na lista de filiados de determinado partido político.
O recorrente juntou aos autos, no intuito de provar sua filiação ao partido em data anterior ao prazo
legal de seis meses, ficha de filiação e cópia de mensagens escritas em aplicativo de conversa
instantânea, contemporâneas ao requerimento de filiação.
O Ministro Jorge Mussi, relator, lembrou o teor da Súmula-TSE nº 20, que possibilita prova de filiação
partidária daquele cujo nome não constou da lista de filiados de que trata o art. 19 da Lei nº 9.096/1995
por outros elementos de convicção, salvo quando se tratar de documentos produzidos unilateralmente,
destituídos de fé pública.
Nesse contexto, considerou válida prova produzida por meio de aplicativo de mensagens, que reproduz
conversa cujo teor confirma a filiação do requerente à época.
Ressaltou que, tanto na origem como na forma de produção do conteúdo, os dados objetos de registro
eletrônico surgem da interação entre duas ou mais pessoas, daí advindo a natureza bilateral desse meio
de prova.
Agravo Regimental no REspe n° 6-75, rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 12.2.2019.
O prazo para o Poder Legislativo municipal alterar o número de vereadores, por meio de emenda à Lei
Orgânica e para aplicação no próximo pleito, coincide com o termo final das convenções partidárias.
Trata-se de recurso em mandado de segurança impetrado em face de ato do juízo eleitoral que não
acolheu pedido formulado pela Câmara Municipal de alteração dos números de vagas de vereador.
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Os recorrentes alegam que a Lei Orgânica local foi alterada por emenda publicada em 6.7.2016, a qual
majorou a composição da Casa Legislativa de 15 para 17 vereadores. Nesse ponto, defendem a
aplicação da alteração nas eleições de 2016, porquanto editada antes do prazo final das convenções
partidárias, que se deu em 5.8.2016.
Sustentam que, apesar de a estimativa populacional ter sido publicada no Diário Oficial da União
apenas em 31.8.2016, os dados estatísticos já estavam disponíveis no sítio eletrônico do IBGE em
1º.7.2016.
O Ministro Og Fernandes, relator, afirmou que o prazo para o Poder Legislativo municipal alterar o
número de parlamentares, por meio de emenda à Lei Orgânica, para o próximo pleito, adequando-o à
população atual do município, coincide com o termo final das convenções partidárias, visto ser a última
etapa para o início do processo eleitoral propriamente dito (Res.-TSE nº 22.556/2007).
Ressaltou, ainda, que disponibilização antecipada de dados estatísticos no sítio eletrônico do órgão
governamental não substitui sua publicação no diário oficial, uma vez que somente a publicação no
veículo oficial garante a autenticidade e a integridade da informação, necessárias para dar eficácia ao
princípio da publicidade, previsto constitucionalmente (art. 37 da CF).
Recurso em Mandado de Segurança nº 576-87, Luís Eduardo Magalhães/BA, rel. Min. Og Fernandes,
julgado em 16.5.2019
DECISÃO SELECIONADA
DJE de 23.5.2018.
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5.INOVAÇÕES LEGAIS
“Art. 4º O art. 262 da Lei nº 4.737, de 15 de julho de 1965 (Código Eleitoral), passa a vigorar acrescido
dos seguintes §§ 1º, 2º e 3º:
§ 3º O recurso de que trata este artigo deverá ser interposto no prazo de 3 (três) dias após o último dia limite
fixado para a diplomação e será suspenso no período compreendido entre os dias 20 de dezembro e 20 de
janeiro, a partir do qual retomará seu cômputo.’” (NR).
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