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CURSO PREPARATÓRIO

PROVA DISSERTATIVA - DIREITO ELEITORAL

PROFª – PATRÍCIA GASPARRO SEVILHA GRECO

AULA 01 – TEMA – REGISTRO DE CANDIDATURAS


CURSO PREPARATÓRIO
PROVA DISSERTATIVA - DIREITO ELEITORAL
1.SÚMULAS

1.1. do TSE

Súmula-TSE nº 2

Assinada e recebida a ficha de filiação partidária até o termo final do prazo fixado em lei, considera-se
satisfeita a correspondente condição de elegibilidade, ainda que não tenha fluído, até a mesma data, o
tríduo legal de impugnação.

Súmula-TSE nº 3

No processo de registro de candidatos, não tendo o juiz aberto prazo para o suprimento de defeito da
instrução do pedido, pode o documento, cuja falta houver motivado o indeferimento, ser juntado com
o recurso ordinário.

Súmula-TSE nº 4

Não havendo preferência entre candidatos que pretendam o registro da mesma variação nominal,
defere-se o do que primeiro o tenha requerido.

Súmula-TSE nº 5

Serventuário de cartório, celetista, não se inclui na exigência do art. 1º, II, l, da LC nº 64/90.

Súmula-TSE nº 10

No processo de registro de candidatos, quando a sentença for entregue em cartório antes de três dias
contados da conclusão ao juiz, o prazo para o recurso ordinário, salvo intimação pessoal anterior, só se
conta do termo final daquele tríduo.

Súmula-TSE nº 11

No processo de registro de candidatos, o partido que não o impugnou não tem legitimidade para recorrer
da sentença que o deferiu, salvo se se cuidar de matéria constitucional.

Súmula-TSE nº 15

O exercício de mandato eletivo não é circunstância capaz, por si só, de comprovar a condição de
alfabetizado do candidato.
1
Súmula-TSE nº 20

A prova de filiação partidária daquele cujo nome não constou da lista de filiados de que trata o art. 19
da Lei nº 9.096/95, pode ser realizada por outros elementos de convicção, salvo quando se tratar de
documentos produzidos unilateralmente, destituídos de fé pública.

Súmula-TSE nº 38

Nas ações que visem à cassação de registro, diploma ou mandato, há listisconsórcio passivo necessário
entre o titular e o respectivo vice da chapa majoritária.

Súmula-TSE nº 39

Não há formação de litisconsórcio necessário em processos de registro de candidatura.

Súmula-TSE nº 42

A decisão que julga não prestadas as contas de campanha impede o candidato de obter a certidão de
quitação eleitoral durante o curso do mandato ao qual concorreu, persistindo esses efeitos, após esse
período, até a efetiva apresentação das contas.

Súmula-TSE nº 43

As alterações fáticas ou jurídicas supervenientes ao registro que beneficiem o candidato, nos termos da
parte final do art. 11, § 10, da Lei n° 9.504/97, também devem ser admitidas para as condições de
elegibilidade. – ATENÇÃO À MINIRREFORMA DE 2019 (art. 262 e §§ do CE)

Súmula-TSE nº 45

Nos processos de registro de candidatura, o Juiz Eleitoral pode conhecer de ofício da existência de
causas de inelegibilidade ou da ausência de condição de elegibilidade, desde que resguardados o
contraditório e a ampla defesa.

Súmula-TSE nº 47

A inelegibilidade superveniente que autoriza a interposição de recurso contra a expedição de diploma,


fundado no art. 262 do Código Eleitoral, é aquela de índole constitucional ou, se infraconstitucional,
superveniente ao registro de candidatura, e que surge até a data do pleito.

Súmula-TSE nº 49

O prazo de cinco dias, previsto no art. 3º da LC nº 64/90, para o Ministério Público impugnar o registro
inicia-se com a publicação do edital, caso em que é excepcionada a regra que determina a sua intimação
pessoal.
2
Súmula-TSE nº 50

O pagamento da multa eleitoral pelo candidato ou a comprovação do cumprimento regular de seu


parcelamento após o pedido de registro, mas antes do julgamento respectivo, afasta a ausência de
quitação eleitoral.

Súmula-TSE nº 51

O processo de registro de candidatura não é o meio adequado para se afastarem os eventuais vícios
apurados no processo de prestação de contas de campanha ou partidárias.

Súmula-TSE nº 52

Em registro de candidatura, não cabe examinar o acerto ou desacerto da decisão que examinou, em
processo específico, a filiação partidária do eleitor.

Súmula-TSE nº 53

O filiado a partido político, ainda que não seja candidato, possui legitimidade e interesse para impugnar
pedido de registro de coligação partidária da qual é integrante, em razão de eventuais irregularidades
havidas em convenção.

Súmula-TSE nº 54

A desincompatibilização de servidor público que possui cargo em comissão é de três meses antes do
pleito e pressupõe a exoneração do cargo comissionado, e não apenas seu afastamento de fato.

Súmula-TSE nº 55

A Carteira Nacional de Habilitação gera a presunção da escolaridade necessária ao deferimento do


registro de candidatura.

Súmula-TSE nº 57

A apresentação das contas de campanha é suficiente para a obtenção da quitação eleitoral, nos termos
da nova redação conferida ao art. 11, § 7º, da Lei nº 9.504/97, pela Lei nº 12.034/2009.

Súmula-TSE nº 58

Não compete à Justiça Eleitoral, em processo de registro de candidatura, verificar a prescrição da


pretensão punitiva ou executória do candidato e declarar a extinção da pena imposta pela Justiça
Comum.
3
2.CONSULTAS TSE

CONSULTA. PARTIDO POLÍTICO. EXTINÇÃO DAS COLIGAÇÕES NAS ELEIÇÕES


PROPORCIONAIS. APLICAÇÃO DA EXCEÇÃO PREVISTA NO INCISO II DO ART. 10 DA LEI
Nº 9.504/97 AOS PARTIDOS POLÍTICOS. IMPOSSIBILIDADE. RESPOSTA NEGATIVA AO
QUESTIONAMENTO. O Diretório Nacional do partido político Avante questiona: “considerando o
teor do inciso II do art. 10 da Lei 9.504/97, nos Municípios de até cem mil eleitores, o partido político
poderá registrar candidatos no total de até 200% (duzentos por cento) do número de lugares a
preencher?"2."A Emenda Constitucional no 97 de 2017 alterou a redação do art. 17, § 1º, da
Constituição Federal, proibindo a formação de coligações nas eleições proporcionais a partir do pleito
de 2020. 3. A redação do art. 10 da Lei nº 9.504/97 não foi alterada, mantendo a exceção do inciso II
que previa a possibilidade de registro de maior número de candidatos pelas coligações nos municípios
de até cem mil eleitores. 4. O legislador fez distinção entre as regras aplicadas aos partidos políticos e
às coligações, de forma que a exceção prevista no inciso II deve ser interpretada de maneira restritiva.
5. A Resolução–TSE nº 23.609/2019, que dispõe sobre a escolha e o registro de candidatos para as
eleições, não fez nenhuma referência quanto à possibilidade de registrar mais candidatos nos
municípios com menos de cem mil eleitores. 6. Dessa forma, o inciso II do art. 10 da Lei no 9.504/97
não se aplica aos partidos políticos, de forma que nos municípios de até cem mil eleitores as
agremiações não poderão registrar candidatos no total de até 200% do número de lugares a preencher.
Consulta respondida de forma negativa.

(Consulta nº 060080531, Acórdão, Relator(a) Min. Edson Fachin, Publicação: DJE - Diário de
justiça eletrônico, Tomo 97, Data 19/05/2020)

CONSULTA. SERVIDOR PÚBLICO. DESINCOMPATIBILIZAÇÃO PARA FINS DE REGISTRO


DE CANDIDATURA. PRAZOS. LEI COMPLEMENTAR Nº 64/90. REGRAMENTO APLICÁVEL.
CONVENÇÕES PARTIDÁRIAS. PERÍODO. LEI Nº 13.165/2015. AFASTAMENTO. TERMO A
QUO. NÃO MODIFICAÇÃO. MATÉRIA ENFRENTADA EM CONSULTAS PRETÉRITAS.
QUESTIONAMENTO. RENOVAÇÃO. DESCABIMENTO. REMUNERAÇÃO INTEGRAL.
PERCEPÇÃO. DATA DE INÍCIO. ART. 86, § 2º, DA LEI Nº 8.112/90 (ESTATUTO DO SERVIDOR
PÚBLICO CIVIL DA UNIÃO). ART. 1º, II, L, DA LC Nº 64/90. POSTERIOR DESISTÊNCIA E/OU
NÃO EFETIVAÇÃO DO REGISTRO. ERÁRIO. RESTITUIÇÃO. NECESSIDADE.
EQUACIONAMENTO. JUSTIÇA COMUM. NÃO CONHECIMENTO.1. De início, por exercer o
cargo de senador da República, é de se reconhecer a legitimidade do consulente (art. 23, XII, do CE).I
– DO PRIMEIRO QUESTIONAMENTO2. O primeiro questionamento encontra–se formulado nos
seguintes termos: afastamento previsto na Lei Complementar nº 64/90, art. 1º, II, pode ocorrer após a
escolha em convenção, extrapolando o prazo estabelecido no artigo citado sem lhe causar
inelegibilidade do servidor público que queira ser candidato? 3. Idêntica indagação foi submetida na
Consulta nº 68–82/DF, relatora a Ministra Luciana Lóssio, DJe de 5.9.2016, examinada conjuntamente
com as Consultas nº 100–87/DF, 103–42/DF, 211–71/DF, 212–56/DF e 227–25/DF, ocasião em que
este Tribunal deliberou no sentido de que “a reforma eleitoral promovida pela Lei n. 13.165/2015 não
alterou os prazos de desincompatibilização para disputa de cargos eletivos constantes da LC n. 64/90".
4. Concluiu–se, assim, que a alteração do período de realização das convenções partidárias, promovida
4
pela minirreforma eleitoral, não autoriza o servidor público a postergar a sua desincompatibilização em
descompasso com a LC nº 64/90.5. Essa exegese foi encampada por esta Corte nas eleições de 2016
(AgR–REspe nº 201–32/BA, Rel. Min. Herman Benjamin, DJe de 3.11.2017) e de 2018 (AgR–RO nº
0600202–13/MA, Rel. Min. Tarcisio Vieira de Carvalho Neto, PSESS de 13.11.2018).6. Não se
conhece de consulta sobre matéria já apreciada pelo Tribunal Superior Eleitoral. Precedentes: Cta nº
0600197–67/DF, Rel. Min. Rosa Weber, de 17.4.2018; Cta nº 322–89/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes,
de 6.6.2016; Cta nº 67–97/DF, Rel. Min. Maria Thereza Rocha de Assis Moura, DJe de 9.5.2016.II –
DO SEGUNDO E TERCEIRO QUESTIONAMENTOS 7. O segundo questionamento está assim
redigido: mesmo sem ainda ter sido escolhido em convenção, o servidor público que será candidato
deverá se afastar das suas funções, nos termos do disposto na Lei n. 8.112, art. 86, com direito a
vencimentos nos termos do disposto no art. 86, 1º e 2º da mesma lei?</em>".8. Quanto ao terceiro
questionamento, eis o que se indaga: caso não seja possível a candidatura do servidor público, por
qualquer motivo, mesmo tendo ele se empenhado em atividades político–eleitorais no período de
afastamento, é permitido ao Poder Público exigir a devolução da remuneração recebida ao longo do
período que vai da data da desincompatibilização até a data da efetiva definição da candidatura pelo
partido?" 9. O cerne das questões suscitadas pelo consulente gravita em torno do direito remuneratório
do servidor público civil da União durante o período de desincompatibilização do cargo efetivo,
inclusive na hipótese de posterior desistência da candidatura.10. Nos termos do art. 23, XII, do Código
Eleitoral, compete ao Tribunal Superior Eleitoral responder consultas que versem matéria
exclusivamente eleitoral, o que não se verifica na espécie.11. As controvérsias estabelecidas entre a
União e seus servidores civis, inclusive sobre a percepção de vencimentos, independentemente da causa
de pedir, devem ser dirimidas pela Justiça Comum Federal, do art. 109, I, da CF.12. Considerada a
importância do tema para a tomada de decisão de pretensos candidatos ocupantes de cargo público
efetivo, revela–se oportuno – sem que isso implique afronta às regras de competência – oficiar à
Advocacia–Geral da União, na pessoa do ilustre Advogado–Geral, para que, reputando pertinente,
expeça orientação aos órgãos da Administração Pública Federal, a fim de conferir maior previsibilidade
aos partícipes do processo eleitoral. III – DA CONCLUSÃO13. Consulta não conhecida, com
determinação de comunicação à Advocacia–Geral da União, nos termos do voto do relator.

(Consulta nº 060019041, Acórdão, Relator(a) Min. Tarcisio Vieira De Carvalho Neto, Publicação: DJE
- Diário de justiça eletrônico, Tomo 25, Data 05/02/2020)

Consulta. Senador da República. Candidatura a novo mandato após quatro anos. Impossibilidade. 1.
Consulta formulada por Senador da República indagando sobre a possibilidade de membro do Senado,
na metade de seu mandato, concorrer a novo cargo de Senador. 2. Nos termos dos §§ 1º, 2º e 3º do
art. 46 da CF/1988, cada Estado e Distrito Federal elegem três Senadores, com seus suplentes, para
mandatos de oito anos, renovando-se a sua representação, de forma alternada, a cada quatro anos. 3.
Os senadores e seus suplentes compõem um único grupo de representação dos Estados e Distrito
Federal. É certo, assim, que o voto dado ao senador também é atribuído aos seus suplentes. Isso, no
entanto, não afasta o fato de o eleitor confiar que o mandato será exercido pelo titular da chapa. 4.
Dessa forma, a tentativa de reeleição no curso da primeira metade do mandato conduziria a um cenário
em que os quatro anos finais do mandato passariam a ser exercidos, em regra, pelo suplente, em fraude
à vontade popular e ao sistema eleitoral. 5. Além disso, o art. 46, § 2º, da CF/1988, exige a renovação
5
alternada da composição do Senado a cada quatro anos. A assunção de novo mandato por aquele que
foi eleito quatro anos antes impediria essa renovação. 6. Consulta respondida negativamente, nos
seguintes termos: “Não se admite a reeleição de senador ainda exercício da primeira metade de seu
mandato, tendo em vista que: (i) os quatro anos finais do mandato passariam a ser exercidos, em regra,
por suplente e não pelo senador eleito, em fraude à vontade popular e ao sistema eleitoral; e (ii) a
Constituição exige que, a cada quatro anos, haja a renovação da composição do Senado”.

(Consulta nº 060275291, Acórdão, Relator(a) Min. Luís Roberto Barroso, Publicação: DJE - Diário de
justiça eletrônico, Tomo 93, Data 11/05/2018)

CONSULTA. REQUISITOS. LEGITIMIDADE. SENADORA. EXAME. EXPRESSÃO "CADA


SEXO". REFERÊNCIA. TRANSGÊNEROS. OMISSÃO LEGISLATIVA. NOME SOCIAL.
CADASTRO ELEITORAL. PRINCÍPIOS DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA.
IGUALDADE. NÃO DISCRIMINAÇÃO. INTIMIDADE. DIREITO À FELICIDADE. BEM-ESTAR
OBJETIVO. VALORES DE JUSTIÇA. FINS SOCIAIS. EXIGÊNCIAS DO BEM COMUM. COTAS
FEMININA E MASCULINA. CONTABILIZAÇÃO. PERCENTUAIS. ART. 10, § 3º, DA LEI Nº
9.504/97. PEDIDO DE REGISTRO DE CANDIDATURA. NOME COMPLETO. ART. 12, CAPUT,
DA LEI DAS ELEIÇÕES. NOME CIVIL. DETERMINAÇÃO. NOME SOCIAL. URNAS
ELETRÔNICAS. POSSIBILIDADE. EXPRESSÃO "NÃO ESTABELEÇA DÚVIDA QUANTO A
SUA IDENTIDADE". CANDIDATURAS PROPORCIONAIS E MAJORITÁRIAS. IDÊNTICOS
REQUISITOS. ART. 11 DA LEI DAS ELEIÇÕES. I. Cabimento 1. É cabível consulta formulada em
tese, sobre matéria eleitoral (pertinência temática), por Senadora da República (autoridade com
jurisdição federal), estando preenchidos, portanto, os requisitos exigidos pelo art. 23, XII, do CE. II.
Premissas teóricas a) Malgrado inexista menção ao sexo feminino no art. 10, § 3º, da Lei nº 9.504/97,
é evidente tratar-se de ação afirmativa que visa à superação do democrático oriundo da sub-
representação das mulheres nas casas legislativas, o que não guarda nenhuma incompatibilidade com
o reconhecimento dos direitos dos(as) candidatos(as) a serem computados nas cotas feminina ou
masculina, de acordo com sua identidade de gênero b) O cerne das questões ora apresentadas denota a
lacuna do mencionado dispositivo legal, porquanto a expressão " cada sexo" não contempla a
diversidade de gênero com seus marcadores sociais singulares e diferenciados. Com efeito, a
construção do gênero representa fenômeno sociocultural que exige abordagem multidisciplinar a fim
de conformar uma realidade ainda impregnada por preconceitos e estereótipos - geralmente de caráter
moral e religioso - aos valores e às garantias constitucionais. É imperioso, pois, avançar e adotar
medidas que denotem respeito à diversidade, ao pluralismo, à subjetividade e à individualidade como
expressões do postulado supremo da dignidade da pessoa humana. Ademais, um dos objetivos
fundamentais da República Federativa do Brasil consiste em promover o bem de todos, sem
preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação", nos termos
do art. 3º, IV, da Carta Magna. c) O princípio da imutabilidade do nome vem sendo mitigado pela
jurisprudência do STF e do STJ, e pode implicar, inclusive, na possibilidade de alteração do registro
civil independentemente de prévia autorização judicial, conforme, aliás, vem sendo discutido no bojo
na ADI nº 4275. Cabe a esta Justiça especializada, nos limites de suas atribuições e competências,
adotar as providências necessárias para que o exercício do sufrágio seja consentâneo e sensível às
questões de gênero ora examinadas. III. Com base nesses fundamentos, adotam-se as seguintes
6
orientações para as questões veiculadas na presente Consulta 1. A expressão "cada sexo” mencionada
no art. 10, § 3º, da Lei nº 9.504/97 refere-se ao gênero, e não ao sexo biológico, de forma que tanto os
homens como as mulheres transexuais e travestis podem ser contabilizados nas respectivas cotas de
candidaturas masculina ou feminina. Para tanto, devem figurar como tal nos requerimentos de
alistamento eleitoral, nos termos estabelecidos pelo art. 91, caput, da Lei das Eleições, haja vista que a
verificação do gênero para o efeito de registro de candidatura deverá atender aos requisitos previstos
na Res.-TSE nº 21.538/2003 e demais normas de regência. 2. A expressão contida no art. 12, “caput”,
da Lei nº 9.504/97, de que o candidato deve indicar seu nome completo" no pedido de registro
candidatura, refere-se ao nome civil, constante do cadastro eleitoral, por ser imprescindível ao exame
das certidões negativas exigidas no pedido de registro de candidatura, o qual deverá ser restrito ao
âmbito interno da Justiça Eleitoral, enquanto o nome social deverá ser utilizado nas divulgações
públicas. 3. É possível o uso exclusivo do nome social nas urnas eletrônicas, observados os parâmetros
do art. 12 da Lei nº 9.504/97, que permite o registro do "prenome, sobrenome, cognome, nome
abreviado, apelido ou nome pelo qual é mais conhecido, desde que não se estabeleça dúvida quanto à
sua identidade, não atente contra o pudor e não seja ridículo ou irreverente". 4. A expressão não
estabeleça dúvida quanto à sua identidade, prevista no caput do art. 12 da Lei nº 9.504/97, refere-se à
identificação do(a) candidato(a) conforme seja conhecido(a), inclusive quanto à identidade de gênero.
5. O nome social poderá ser utilizado tanto nas candidaturas proporcionais como nas majoritárias, haja
vista que o art. 11 da Lei nº 9.504/97, ao estabelecer o rol de dados e documentos que devem instruir o
pedido de registro, não faz nenhuma distinção nesse sentido. 6. Acolhe-se a manifestação da Assessoria
Consultiva no sentido de que a autodeclaração de gênero deve ser manifestada por ocasião do
alistamento eleitoral ou da atualização dos dados do cadastro eleitoral, ou seja, até cento e cinquenta e
um dias antes da data das eleições, nos termos do art. 91, caput, da Lei nº 9.504/97, razão pela qual se
propõe a edição de regras específicas sobre o tema. 7. Consulta conhecida.

(Consulta nº 060405458, Acórdão, Relator(a) Min. Tarcisio Vieira De Carvalho Neto, Publicação: DJE
- Diário de justiça eletrônico, Tomo 63, Data 03/04/2018)

CONSULTA REALIZADA POR DEPUTADO FEDERAL. ELEGIBILIDADE DOS MILITARES.


QUESTIONAMENTO A RESPEITO DE QUAL MOMENTO O MILITAR QUE NÃO EXERCE
CARGO DE COMANDO DEVE SE AFASTAR DE SUAS ATIVIDADES PARA CONCORRER A
CARGO ELETIVO. RESPOSTA. AFASTAMENTO A SER VERIFICADO NO MOMENTO EM
QUE REQUERIDO O REGISTRO DE CANDIDATURA. 1. In casu, questiona-se qual o momento
em que o militar elegível que não exerce função de comando deverá estar afastado de suas atividades
para concorrer a cargo eletivo. 2. O prazo fixado pelo Estatuto dos Militares para a agregação do militar
em geral há de ser compreendido como o momento em que é requerido o Registro de Candidatura,
tendo em vista que, com a reforma da Lei Eleitoral em 2009, a condição de candidato é obtida com a
formalização do pedido de registro, e não após o seu deferimento pela Justiça Eleitoral, o que garantirá
ao candidato militar a realização de todos os atos de campanha, mesmo que seu registro esteja ainda
em discussão. 3. Consulta respondida na linha de que o militar elegível que não ocupe função de
comando deverá estar afastado do serviço ativo no momento em que for requerido o seu Registro de
Candidatura.
7
(Consulta nº 060106664, Acórdão, Relator(a) Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Publicação: DJE -
Diário de justiça eletrônico, Tomo 51, Data 14/03/2018)

3.DECISÕES STF

RE 1096029 RG
Órgão julgador: Tribunal Pleno
Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI
Julgamento: 04/03/2020
Publicação: 18/05/2020
Ementa

Novas eleições independentemente do número de votos anulados no caso de decisão da justiça eleitoral
que importe o indeferimento do registro do candidato. Código Eleitoral, art. 224, § 3º, incluído pela
Lei nº 13.165/2015. CF/88. Constitucional. 1. Aplica-se ao caso a tese fixada na ADI nº 5.525, na qual
se decidiu que “não se afigura inconstitucional a inclusão da hipótese de ‘indeferimento do registro’
como causa de realização de nova eleição, feita no art. 224, § 3º, do Código Eleitoral. A escolha das
causas eleitorais de extinção do mandato e a adoção de medidas para assegurar a legitimidade da
investidura de candidato em cargo eletivo são matérias de ponderação legislativa, só sendo passíveis
de controle judicial quando se mostrarem desproporcionais ou desvestidas de finalidade legítima”
(Relator Ministro Roberto Barroso, DJe 29/11/19). 2. Recurso extraordinário ao qual se nega
provimento, para se reafirmar o entendimento fixado por esta Corte na ADI nº 5.525 e se declarar a
constitucionalidade da expressão “indeferimento do registro” constante do § 3º do art. 224 do Código
Eleitoral, acrescido pela Lei nº 13.165/15.

Decisão

independentemente do número de votos anulados, sempre que o candidato eleito, em pleito


majoritário, for desclassificado, por indeferimento do registro de sua candidatura, ou em virtude de
cassação do diploma ou mandato”. Ausente, por motivo de licença médica, o Ministro Celso de
Mello. Plenário, 04.03.2020

Tese

independentemente do número de votos anulados, sempre que o candidato eleito, em pleito


majoritário, for desclassificado, por indeferimento do registro de sua candidatura, ou em virtude de
cassação do diploma ou mandato.
8
RE 929670
Órgão julgador: Tribunal Pleno
Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI
Redator(a) do acórdão: Min. LUIZ FUX
Julgamento: 01/03/2018
Publicação: 12/04/2019

Ementa

política admitir a manutenção de agentes políticos investidos no mandato por um pleito viciado na
origem por ultraje tanto aos bens jurídicos tutelados pela axiologia eleitoral (no caso de ilícitos) quanto
ao descumprimento das regras alusivas às hipóteses de inelegibilidade (no caso em que se deferem
pedidos de registro de candidatos manifestamente inaptos a concorrerem no prélio). 17. Por esse
conjunto de argumentos, rejeita-se a modulação. 18. Fixada a seguinte tese de repercussão geral no RE
nº 929.670/DF: “A condenação por abuso do poder econômico ou político em ação de investigação
judicial eleitoral transitada em julgado, ex vi do art. 22, XIV, da LC nº 64/90, em sua redação primitiva,
é apta a atrair a incidência da inelegibilidade do art. 1º, inciso I, alínea d, na redação dada pela LC nº
135/2010, aplicando-se a todos os processos de registro de candidatura em trâmite”. 19. Ex positis,
voto pelo DESPROVIMENTO do recurso extraordinário.

Decisão

da alínea d, no que toca ao seu caráter retroativo, apto a atingir a coisa julgada, ocorra apenas a partir
da análise dos requerimentos de registro de candidaturas às eleições de 2018, no que foi
acompanhado pelos Ministros Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Celso de Mello,
e após o voto

Tese

da inelegibilidade do art. 1º, inciso I, alínea d, na redação dada pela Lei Complementar n. 135/2010,
aplicando-se a todos os processos de registro de candidatura em trâmite.

RE 929670
Órgão julgador: Tribunal Pleno
Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI
Redator(a) do acórdão: Min. LUIZ FUX
Julgamento: 01/03/2018
Publicação: 12/04/2019

Ementa

legítima dos candidatos que estão exercendo seus respectivos mandatos de permanecerem no cargo.
15. A modulação acarretará o afastamento imediato dos agentes políticos que estejam ocupando
ilegitimamente os mandatos, ainda que isso implique o recálculo de coeficiente eleitoral. 16. No caso
9
vertente, a) Os candidatos que se encontravam em situação análoga à do Recorrente deram causa à
renovação do pleito, na medida em que concorreram cientes de que a jurisprudência remansosa
assentava a sua inelegibilidade. b) Os aludidos candidatos estão no cargo por força de cautelares
concedidas, em sentido contrário à jurisprudência então pacífica do TSE (2012, 2014 e 2016), que foi
corroborada pela Suprema Corte nesse julgamento. c) Como corolário, não se pode admitir que uma
cautelar, deferida em sentido diametralmente oposto ao entendimento cristalizado no TSE, possa
consolidar situações jurídicas quando há centenas, senão milhares, de pronunciamentos Colegiados do
TSE e dos TREs, desde 2012, no sentido da jurisprudência que se consolidou nesta Corte. d) Os custos
econômicos de celebração do novo pleito não justificam a manutenção dos candidatos eleitos no

Decisão

aplicação da alínea d, no que toca ao seu caráter retroativo, apto a atingir a coisa julgada, ocorra apenas
a partir da análise dos requerimentos de registro de candidaturas às eleições de 2018, no que foi
acompanhado pelos Ministros Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Celso de Mello, e
após

Tese

incidência da inelegibilidade do art. 1º, inciso I, alínea d, na redação dada pela Lei Complementar n.
135/2010, aplicando-se a todos os processos de registro de candidatura em trâmite.

4.DECISÕES TSE

Candidatura avulsa e vedação legal

A legislação eleitoral não admite registro de candidatura avulsa. Esse foi o entendimento do Plenário
do TSE ao analisar pedido de registro de candidatura avulsa apresentado por cidadão que pretendia
disputar o cargo de presidente da República. Entende-se por candidatura avulsa, em síntese, a hipótese
de o cidadão se candidatar a cargo eletivo sem estar vinculado a partido político.

O Ministro Og Fernandes, relator, ressaltou que o § 14 do art. 11 da Lei nº 9.504/1997, acrescido pela
Lei nº 13.488/2017, veda expressamente o registro de candidatura avulsa, ainda que o requerente tenha
filiação partidária.

Lembrou que o tema foi objeto de recente análise por este Tribunal (RP nº 0600511/DF), que, na
oportunidade, assentou que o poder constituinte originário elegeu expressamente o regime
representativo, que consagra a democracia pelos partidos, elementos essenciais de ligação entre o povo
e as instituições de poder.

Convém destacar que o tema está afeto ao Supremo Tribunal Federal, na ARE nº 1054490, com
reconhecida repercussão geral, de relatoria do Ministro Luís Roberto Barroso.

Petição nº 0600921-71, Brasília/DF, rel. Min. Og Fernandes, julgada em 6.9.2018.


10
Analfabetismo e causa de inelegibilidade
As causas de inelegibilidade, dentre as quais se inclui o analfabetismo previsto no art. 14, § 4º, da
CF/1988, são interpretadas restritivamente.

Esse foi o entendimento do Plenário desta Corte ao analisar recurso ordinário contra acórdão regional
que indeferiu o pedido de registro de candidato deficiente visual por considerar ausente a comprovação
de alfabetização em Braille, embora tenha apresentado declaração de escolaridade de próprio punho.

O Ministro Luís Roberto Barroso, relator, asseverou que, para constatar a alfabetização de candidato,
deve-se empregar o menor rigor possível, admitindo-se a prova dessa capacidade por qualquer meio
hábil.

Ao se referir ao teste de alfabetização aplicado no âmbito desta Especializada, ressalvou que a avaliação
deve ser aplicada sem causar constrangimento e de forma a beneficiar o candidato, suprindo a falta de
documento comprobatório, vedada a sua utilização para desconstituir as provas de instrução
apresentadas.

Esclareceu que, no caso dos autos, o candidato com deficiência visual adquirida comprovou sua
alfabetização por meio de declaração de escolaridade de próprio punho, firmada na presença de servidor
da Justiça Eleitoral. No entanto, o Tribunal de origem exigiu comprovação de alfabetização em Braille,
obrigação, segundo o relator, não prevista em lei.

Recurso Ordinário nº 0602475-18, São Paulo/SP, rel. Min. Luís Roberto Barroso, julgado em
18.9.2018.

Candidato sub judice e art. 16-A da Lei das Eleições

Nas eleições gerais, a condição sub judice prevista no art. 16-A da Lei nº 9.504/1997, que autoriza o
candidato com registro de candidatura indeferido a praticar atos relativos à campanha, cessa com o
trânsito em julgado da decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) que indeferiu o pedido de registro
ou com a decisão de indeferimento proferida em grau de recurso pelo Plenário deste Tribunal Superior.

Na hipótese, trata-se de recurso ordinário interposto por candidato ao cargo de senador da República
nas Eleições 2018 de acórdão do TRE que indeferiu seu registro de candidatura por ausência de
desincompatibilização do cargo em comissão no prazo de seis meses antes do pleito, nos termos do art.
1º, III, b, 3, c.c. o art. 1º, V, b, da Lei Complementar nº 64/1990.

O Ministro Tarcisio Vieira de Carvalho, relator, lembrou que o Supremo Tribunal Federal (STF), ao
julgar a ADI nº 5.525/DF, declarou inconstitucional a expressão “após o trânsito em julgado” prevista
no § 3º do art. 224 do Código Eleitoral, o que confere execução imediata à decisão que importe em
indeferimento do registro de candidatura proferida por este Tribunal. Do mesmo modo, o relator
entendeu pela eficácia imediata dos julgados desta Corte no que tange ao espectro de incidência do art.
16-A da Lei nº 9.504/1997, in verbis:

Art. 16-A. O candidato cujo registro esteja sub judice poderá efetuar todos os atos relativos à
campanha eleitoral, inclusive utilizar o horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão e ter seu nome
mantido na urna eletrônica enquanto estiver sob essa condição, ficando a validade dos votos a ele
atribuídos condicionada ao deferimento de seu registro por instância superior. (Incluído pela Lei nº
12.034, de 2009.)
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Parágrafo único. O cômputo, para o respectivo partido ou coligação, dos votos atribuídos ao
candidato cujo registro esteja sub judice no dia da eleição fica condicionado ao deferimento do registro
do candidato. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009.)

Asseverou a necessidade de se fixar tese que determine até que momento o candidato com registro
indeferido mantém a condição sub judice para efetuar todos os atos relativos à campanha eleitoral,
inclusive o de ter seu nome na urna eletrônica.

Assim, firmou-se a seguinte tese, a ser aplicada para as eleições gerais: a condição de candidato sub
judice, para fins de incidência do art. 16-A da Lei nº 9.504/1997, cessa com o trânsito em julgado da
decisão de indeferimento do registro ou com a decisão de indeferimento do registro proferida pelo
Tribunal Superior Eleitoral.

Foi aprovada também a tese suplementar de que, como regra geral, a decisão de indeferimento de
registro de candidatura deverá ser tomada pelo Plenário do TSE.

Recurso Ordinário nº 0600919-68, Campo Grande/MS, rel. Min. Tarcisio Vieira de Carvalho Neto,
julgado em 9.10.2018.

Derrogação excepcional do princípio da indivisibilidade da chapa

É possível afastar o princípio da indivisibilidade da chapa quando presentes circunstâncias que


avalizem a excepcionalidade.

O princípio da indivisibilidade das chapas tem previsão nos arts. 28 e 77, § 1º, da Constituição Federal
e consiste na impossibilidade de candidaturas isoladas para os cargos de natureza dúplice, cuja eleição
do titular deve ocorrer conjuntamente com a do vice, como no caso de presidente e vice-presidente da
República.

No caso em análise, a Corte Regional, ao apreciar o registro de candidatura, indeferiu parcialmente o


Demonstrativo de Regularidade de Atos Partidários (DRAP) da coligação majoritária por considerar
inapto o partido do candidato a vice, em decorrência da suspensão do registro do diretório regional por
contas julgadas como não prestadas em outro processo.

Impetrou-se, então, mandado de segurança em que foi concedida a ordem para análise do registro de
candidatura da coligação, sem considerar a prejudicial de indeferimento do DRAP.

Posteriormente, o Plenário deste Tribunal cassou a liminar, asseverando a licitude da suspensão do


registro do diretório local, em decorrência da sanção prevista no art. 47, § 2º, da Resolução-TSE nº
23.432/2014.

Na sequência, a Corte Regional Eleitoral considerou nulos os votos atribuídos aos candidatos da
coligação majoritária, o que ensejou pedido de tutela de urgência em recurso apresentado perante este
Tribunal, que concedeu deferimento para restabelecer a higidez dos votos anulados.

A coligação, por sua vez, requereu ao TRE pedido de substituição do candidato ao cargo de vice, o que
foi indeferido, sob o argumento de a solicitação não ter sido apresentada no prazo de 20 dias antes do
pleito, conforme preconiza o art. 13 da Lei nº 9.504/1997. Assim, foi mantida a nulidade dos votos, em
vista do princípio da indivisibilidade da chapa. Dessa decisão sobreveio recurso apresentado a este
Tribunal.
12
O Ministro Og Fernandes, relator, rememorou que o TSE, no julgamento do REspe nº 83-53 (rel. Min.
Fux), excepcionou o princípio da indivisibilidade da chapa, levando em consideração os seguintes
parâmetros: a) a existência de um provimento favorável capaz de presumir a boa-fé de permanência no
pleito; b) o fato de a chapa majoritária estar com o registro deferido no prazo fatal para a substituição
de candidatos; c) ter sido o registro do vice rejeitado às vésperas do pleito, de sorte a inviabilizar sua
substituição; d) o registro indeferido tratar de condição de elegibilidade do vice; e) não haver notícia
de conspurcação à axiologia eleitoral, de forma a se verificar a compatibilidade entre a livre vontade
da comunidade envolvida e o resultado afirmado nas urnas.

No caso em apreço, considerou presente a boa-fé da coligação diante da permissão conferida pela
liminar, possibilitando o registro de candidatura, que foi mantido até a realização do pleito, e ressaltou
também a incidência do princípio da confiança, que consubstancia a segurança jurídica almejada.

Enfatizou, além disso, que o pedido de substituição não pôde ser apresentado no período legal em razão
de a liminar ter sido concedida antes do término do prazo e cassada dois dias antes do pleito.

Conferiu destaque ainda ao fato de que a referida chapa logrou continuar nas eleições, concorrendo no
segundo turno, motivo por que se deveria entender pela regularidade do vice para que se apresentasse
apto a ocupar o cargo pleiteado.

Recurso Especial Eleitoral na Petição nº 0601619-93, Macapá/AP, rel. Min. Og Fernandes, julgado
em 16.10.2018.

No mesmo sentido da decisão acima:

Inelegibilidade de candidato a vice e afastamento da indivisibilidade da chapa

É admissível a relativização da regra da indivisibilidade da chapa quando a inelegibilidade incidir sobre


o vice-prefeito; for declarada por instância recursal que reforme decisão de deferimento do registro de
candidatura prolatada pelo juízo de primeiro grau; for proferida fora do prazo que permite a substituição
da candidatura antes das eleições; e inexistirem indícios de escolha de candidato sabidamente inelegível
para viabilizar a vitória da chapa.

A regra da indivisibilidade da chapa majoritária é extraída do art. 77, § 1º, da Constituição da República,
que preconiza a eleição do vice juntamente com a do presidente da República. Em consonância com a
Lei Maior, o art. 91 do Código Eleitoral estabelece que “o registro de candidatos a presidente e vice-
presidente, governador e vice-governador, ou prefeito e vice-prefeito, far-se-á sempre em chapa única
e indivisível, ainda que resulte a indicação de aliança de partidos”.

Nesse sentido, a jurisprudência deste Tribunal Superior firmou-se no sentido de que qualquer ato, lícito
ou ilícito, impulsionador da candidatura, afetará tanto o candidato ao cargo de titular quanto o candidato
ao cargo de vice.

O Plenário ressaltou que o deferimento do registro de candidatura pela primeira instância promove justa
expectativa de regularidade na formação da chapa e respalda a continuidade desta até a realização do
pleito, evidenciando a boa-fé dos candidatos.

Além disso, ressaltou que a conjunção dos fatores acima mencionados justifica o afastamento da regra,
consideradas as particularidades ostentadas na situação analisada.

Embargos de Declaração no Agravo Regimental no Recurso Especial Eleitoral nº 8353, São Luís de
Montes Belos/GO, redator para o acórdão Min. Luiz Fux, julgados em 26.6.2018.
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Ausência de prestação de contas partidárias e indeferimento de Drap

A ausência de prestação de contas anual dos partidos políticos enseja suspensão do registro ou da
anotação da agremiação e, por conseguinte, o indeferimento do Demonstrativo de Regularidade de Atos
Partidário (Drap), até que a inadimplência seja sanada.

Esse foi o entendimento desta Corte ao julgar recurso de partido político contra indeferimento de
registro do Drap, dentre outros motivos, por identificar que, na época da convenção partidária, o órgão
de direção partidária encontrava-se com sua anotação suspensa, em virtude da ausência da prestação
de contas referente ao exercício de 2015.

Sobre o tema, o art. 4° da Lei n° 9.504/1997 dispõe que, para participar das eleições, o partido deverá
ter registrado seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral, bem como ter, até a data da convenção, órgão
de direção constituído na circunscrição. Assim, para requerer registro de candidatos a cargo eletivo, o
partido político deverá comprovar a sua regularidade por meio do Drap.

Já o art. 32 da Lei n° 9.096/1995 (Lei dos Partidos Políticos) impõe às agremiações partidárias o dever
de prestar contas anualmente à Justiça Eleitoral. E, por sua vez, a Res.-TSE n° 23.432/2014, que
regulamentava a prestação de contas partidária à época, previa a penalidade de suspensão do registro
ou da anotação dos seus órgãos de direção diante da inércia em apresentar contas. Atualmente, a matéria
é regulamentada pela Res.-TSE n° 23.546/2017 (art. 48).

O Ministro Og Fernandes, relator, afirmou que a ausência de apresentação das contas referentes ao
exercício financeiro de 2015 pelo partido implicou a suspensão da anotação de seu órgão de direção,
nos termos do que dispõe o art. 47, § 2º, da Res.-TSE nº 23.432/2014, legislação vigente à época da
prestação de contas.

Salientou que, em que pese a Resolução admitir a possibilidade de o partido requerer a regularização
da situação de inadimplência, a própria norma era expressa em não atribuir efeito suspensivo a esse
pedido (art. 61 da Res.-TSE nº 23.432/2014), permanecendo suspenso o registro da agremiação até o
efetivo recolhimento dos valores devidos e o cumprimento das sanções impostas na decisão.

Em razão da relevância do tema, a título de complementação, convém destacar que tramita, no Supremo
Tribunal Federal, a ADI n° 6032, que questiona a constitucionalidade do art. 47, § 2º, da Res.-TSE nº
23.432/2014; do art. 48, caput e § 2°, da Res.-TSE n° 23.546/2017; e do art. 42 da Res.-TSE n°
23.571/2018.

Recurso Especial Eleitoral nº 0601402-39, Brasília/DF, rel. Min. Og Fernandes, julgado em


22.11.2018.

Suplente de Senador da República pode concorrer ao cargo como titular

Suplente de Senador que esteja substituindo o titular da cadeira no Senado Federal pode se candidatar
ao cargo de Senador da República, como titular da chapa, sem se afastar da suplência. O Tribunal
Regional Eleitoral de Roraima indeferiu registro de candidato por considerar não ser possível a
reeleição de Senador ainda no exercício da primeira metade do mandato, invocando os fundamentos
adotados por este Tribunal Superior na Consulta nº 0602752-91/DF.

O Ministro Jorge Mussi, relator, lembrou que o Plenário desta Corte, ao responder à referida Consulta,
assentou que a candidatura de Senador à reeleição, ainda na metade do mandato de oito anos, enseja
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fraude à vontade popular e ao sistema eleitoral, ao permitir que os quatro anos restantes sejam exercidos
por um dos suplentes e, por conseguinte, que o Senador eleito anteriormente por uma cadeira venha a
ocupar outra.

No entanto, ressaltou que as balizas fixadas na Consulta não são aplicáveis ao caso, porquanto o
candidato é segundo suplente de parlamentar eleito nas eleições de 2014 e encontra-se desempenhando
o mandado interinamente, não havendo que se falar em sucessão.

Afirmou que o recorrente pretende concorrer, nas eleições de 2018, à titularidade do mandato eletivo,
cargo diverso do que exerce atualmente. Nessa toada, concluiu que não se pode exigir
desincompatibilização de suplente de Senador para concorrer ao cargo como titular por ausência de
previsão legal, seja na Lei de Inelegibilidade, seja na Constituição Federal.

Recurso Especial Eleitoral nº 060064246, Boa Vista/RR, rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 5.10.2018.

Eleição suplementar e prazo para desincompatibilização, filiação partidária e domicílio eleitoral

Deve ser flexibilizado, nas eleições suplementares, o prazo de desincompatibilização previsto no § 6º


do art. 14 da Constituição Federal, bem como os prazos mínimos de filiação partidária e de domicílio
eleitoral.

Esse foi o entendimento adotado pelo Plenário do TSE ao julgar o recurso ordinário interposto da
decisão do Tribunal Regional do Tocantins que julgou procedente impugnação a registro de candidato
ao cargo de governador em eleição suplementar em razão do descumprimento do prazo de
desincompatibilização previsto no referido § 6º.

O Ministro Tarcisio Vieira de Carvalho Neto, relator, afirmou que os prazos e as formalidades devem
ser adaptados ao contexto da eleição suplementar em razão do caráter excepcional de sua ocorrência,
que conduz à imprevisibilidade quanto ao momento da realização do pleito, impedindo que os
candidatos observem os prazos legais para desincompatibilização, filiação partidária e domicílio
eleitoral.

Na oportunidade, ressaltou que, conforme decidido pelo STF no RE nº 843.455/DF, é aplicável à


eleição suplementar a inelegibilidade reflexa, prevista no § 7º do art. 14 da Carta Magna, que
impossibilita a eleição de cônjuge e parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção,
do presidente da República, de governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de prefeito ou
de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato
eletivo e candidato a reeleição.

Recurso Ordinário nº 0600086-33, Palmas/TO, rel. Tarcisio Vieira de Carvalho Neto, julgado em
29.5.2018.

Eleição suplementar e participação de candidato que motivou a anulação do pleito ordinário

Nas eleições suplementares realizadas com fundamento no art. 224, § 3º, do Código Eleitoral, não
poderá participar o candidato que deu causa à anulação do pleito em razão do indeferimento de seu
registro de candidatura, da cassação do diploma concedido ou da perda do mandato.
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Essa tese, com efeitos prospectivos, foi firmada pelo Plenário desta Corte ao julgar recurso especial
eleitoral interposto de indeferimento de registro de candidatura ao cargo de prefeito, em eleições
suplementares.

No caso, o recorrente deu azo à nulidade do pleito de 2016 em razão de não ter comprovado o prazo de
seis meses de filiação ao partido político pelo qual concorreu ao cargo de prefeito.

O Ministro Luís Roberto Barroso, ao proferir o voto vista, afirmou que o candidato que deu causa à
anulação do pleito não pode concorrer nas eleições suplementares, seja em razão do cometimento de
ilícito eleitoral, seja em razão do indeferimento do registro de candidatura.

Acrescentou que essa conclusão se alinha ao disposto no art. 219, parágrafo único, do Código Eleitoral.

Vencido o Ministro Admar Gonzaga Neto quanto aos efeitos prospectivos da tese firmada.

REspe nº 42-97, Petrolina de Goiás/GO, rel. originário Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em
11.12.2018.

Prova de filiação partidária e aplicativo de mensagem


É admitida a prova de filiação partidária por meio de conversa em aplicativo de mensagens instantânea.

Esse foi o entendimento deste Tribunal ao julgar recurso especial interposto de acórdão do Regional
que indeferiu a inclusão do recorrente na lista de filiados de determinado partido político.

O recorrente juntou aos autos, no intuito de provar sua filiação ao partido em data anterior ao prazo
legal de seis meses, ficha de filiação e cópia de mensagens escritas em aplicativo de conversa
instantânea, contemporâneas ao requerimento de filiação.

O Ministro Jorge Mussi, relator, lembrou o teor da Súmula-TSE nº 20, que possibilita prova de filiação
partidária daquele cujo nome não constou da lista de filiados de que trata o art. 19 da Lei nº 9.096/1995
por outros elementos de convicção, salvo quando se tratar de documentos produzidos unilateralmente,
destituídos de fé pública.

Nesse contexto, considerou válida prova produzida por meio de aplicativo de mensagens, que reproduz
conversa cujo teor confirma a filiação do requerente à época.

Ressaltou que, tanto na origem como na forma de produção do conteúdo, os dados objetos de registro
eletrônico surgem da interação entre duas ou mais pessoas, daí advindo a natureza bilateral desse meio
de prova.

Agravo Regimental no REspe n° 6-75, rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 12.2.2019.

Alteração de número de vereadores

O prazo para o Poder Legislativo municipal alterar o número de vereadores, por meio de emenda à Lei
Orgânica e para aplicação no próximo pleito, coincide com o termo final das convenções partidárias.

Trata-se de recurso em mandado de segurança impetrado em face de ato do juízo eleitoral que não
acolheu pedido formulado pela Câmara Municipal de alteração dos números de vagas de vereador.
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Os recorrentes alegam que a Lei Orgânica local foi alterada por emenda publicada em 6.7.2016, a qual
majorou a composição da Casa Legislativa de 15 para 17 vereadores. Nesse ponto, defendem a
aplicação da alteração nas eleições de 2016, porquanto editada antes do prazo final das convenções
partidárias, que se deu em 5.8.2016.

Sustentam que, apesar de a estimativa populacional ter sido publicada no Diário Oficial da União
apenas em 31.8.2016, os dados estatísticos já estavam disponíveis no sítio eletrônico do IBGE em
1º.7.2016.

O Ministro Og Fernandes, relator, afirmou que o prazo para o Poder Legislativo municipal alterar o
número de parlamentares, por meio de emenda à Lei Orgânica, para o próximo pleito, adequando-o à
população atual do município, coincide com o termo final das convenções partidárias, visto ser a última
etapa para o início do processo eleitoral propriamente dito (Res.-TSE nº 22.556/2007).

Ressaltou, ainda, que disponibilização antecipada de dados estatísticos no sítio eletrônico do órgão
governamental não substitui sua publicação no diário oficial, uma vez que somente a publicação no
veículo oficial garante a autenticidade e a integridade da informação, necessárias para dar eficácia ao
princípio da publicidade, previsto constitucionalmente (art. 37 da CF).

Recurso em Mandado de Segurança nº 576-87, Luís Eduardo Magalhães/BA, rel. Min. Og Fernandes,
julgado em 16.5.2019

DECISÃO SELECIONADA

Recurso Especial Eleitoral nº 141-42/CE


Relator originário: Ministro Herman Benjamin
Redator para o acórdão: Ministro Luiz Fux
Ementa: ELEIÇÕES 2016. RECURSO ESPECIAL. REGISTRO DE CANDIDATURA. VEREADOR.
DESINCOMPATIBILIZAÇÃO. ART. 1º, II, d, DA LEI COMPLEMENTAR Nº 64/90. SERVIDOR
PÚBLICO. PRESIDENTE DE JUNTA ADMINISTRATIVA DE RECURSOS DE INFRAÇÃO.
PRAZO DE SEIS MESES. INTERESSE INDIRETO OU EVENTUAL EM ARRECADAÇÃO OU
FISCALIZAÇÃO DE TRIBUTOS. DESPROVIMENTO DO RECURSO ESPECIAL ELEITORAL.
1. A desincompatibilização objetiva a coibir a interferência do exercício de cargos e funções na
Administração Pública em prol da campanha política de determinado candidato, com vistas a preservar
a igualdade de oportunidade entre os players do processo eleitoral, a lisura do pleito, a legitimidade e
a normalidade da representação política.
2. A desincompatibilização consiste na faculdade outorgada ao cidadão para que proceda à sua
desvinculação, fática ou jurídica, de cargo, emprego ou função, públicas ou privadas, de que seja titular,
nos prazos definidos pela legislação constitucional ou infraconstitucional, de maneira a habilitá-lo para
eventual candidatura aos cargos político-eletivos (FUX, Luiz; FRAZÃO, Carlos Eduardo. Novos
Paradigmas do Direito Eleitoral. Belo Horizonte: Fórum, 2016, p. 142-143).
3. A ratio essendi do art. 1º, II, d, da Lei Complementar nº 64/90 consiste na proteção do processo
eleitoral contra a ingerência eleitoreira de agentes públicos que desempenham atividades de constrição
pecuniária dos indivíduos em favor do Estado, como sói ocorrer com aqueles que têm competência ou
interesse no lançamento, arrecadação e fiscalização de impostos, taxas e contribuições de caráter
obrigatório, inclusive parafiscais, ainda que de forma indireta e eventual.
4. A estrutura normativa da disposição sub análise franqueia amplo espaço de discricionariedade ao
magistrado eleitoral para apurar in concrecto o atendimento da exigência de desincompatibilização,
dadas a vagueza, a abstração e a abertura semântica de expressões como “interesse”, “indireta” e
“eventual” nela contidas, impondo-se, como contrapartida, a estrita convergência com o telos
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subjacente ao instituto e a vedação de elastérios hermenêuticos, em homenagem à parêmia que
restrições a direitos fundamentais devem ser interpretadas restritivamente.
5. In casu, as funções exercidas pelos membros de Junta Administrativa de Recursos de Infrações –
JARI, atinentes a julgamentos das penalidades de trânsito, podem ter relação, ainda que indireta e
eventual, com a fiscalização de débitos tributários, bem como aplicar multas relacionadas a essas
atividades, exatamente como descrito no art. 1º, II, d, da Lei Complementar nº 64/90.
6. Vislumbram-se, ao menos, duas situações em que essa atividade indireta de fiscalização e
arrecadação ocorre.
6.1 Na primeira delas, quando da apresentação de defesas e da interposição de recursos, hipótese em
que:
a) o procedimento previsto na legislação de trânsito para a interposição de recursos e defesas em face
de autuações de infrações exige dos interessados a apresentação, entre outros documentos, da cópia do
Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo (CRLV), consoante plasmado no art. 5º da
Resolução nº 299/2008 do CONTRAN.
b) para a expedição do Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo, faz-se necessária a
apresentação de alguns documentos, tais quais: comprovante do licenciamento do ano anterior,
comprovante de pagamento de IPVA do ano anterior e do ano vigente, comprovante de pagamento do
seguro obrigatório (DPVAT) e de multas relacionadas ao automóvel.
c) somente é possível a expedição de Certificado de Registro do Veículo, e sua renovação, bem como
a emissão de Certificado de Licenciamento do Veículo, anualmente exigida, quando o automóvel não
estiver onerado por débitos fiscais nem por multas de trânsito e ambientais, consoante a Lei nº 9.503/97:
d) destarte, faz-se mister que, entre outras obrigações, os débitos fiscais estejam quitados para o
julgamento dos recursos interpostos perante a JARI da análise dos documentos a eles acostados pelos
interessados, e, especificamente em relação ao CRLV.
6.2 Na segunda delas, quando do julgamento de recurso manejado contra a imposição de penalidade de
trânsito decorrente do descumprimento da regra: aqui, obriga-se o motorista a portar o Certificado de
Licenciamento Anual, considerando que o porte do CRLV é obrigatório e que a inobservância a essa
regra configura infração de trânsito passível de penalidade de multa. Daí por que, se, numa situação
hipotética, o condutor de veículo automotor transitar sem o porte desse documento (devido à ausência
de quitação dos débitos fiscais, por exemplo) e for abordado e autuado por agente de trânsito, somente
poderá recorrer caso comprove a inexistência de aludidos débitos e, consequentemente, a regularidade
do Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo.
7. Em ambas as hipóteses, caso (i) não juntados os documentos obrigatórios para recorrer ou (ii) não
comprovada a regularidade fiscal relativa a veículo automotor, poderão os membros da JARI rejeitar
os apelos ofertados, resultando em imposição de multa às partes insurgentes, subsumindo-se à parte
final do dispositivo eleitoral em comento (“... ou para aplicar multas relacionadas com essas
atividades”).
8. Diante dessas situações, forçoso concluir que os membros da Junta Administrativa de Recursos de
Infrações ostentam interesse, ainda que indireto, na fiscalização e arrecadação de impostos (v.g. IPVA),
outrossim na imposição de multa decorrente dessas atividades, de maneira que a aplicação do prazo de
6 (seis) meses de desincompatibilização, previsto no art. 1º, II, d, da Lei Complementar nº 64/90, é a
regra que se impõe na hipótese ora descrita.
9. No caso sub examine, o TRE/CE assentou que, em razão de as funções exercidas pelo Recorrente se
enquadrarem na descrição normativa do art. 1º, II, d, da Lei Complementar nº 64/90, o prazo legal de
afastamento não foi cumprido, visto que o então candidato se desincompatibilizou em 1º.6.2016,
quando deveria tê-lo feito em, pelo menos, 6 (seis) meses antes do pleito.
10. Recurso especial desprovido.

DJE de 23.5.2018.
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5.INOVAÇÕES LEGAIS

Lei 13.877 de 27 de setembro de 2019:

“Art. 4º O art. 262 da Lei nº 4.737, de 15 de julho de 1965 (Código Eleitoral), passa a vigorar acrescido
dos seguintes §§ 1º, 2º e 3º:

‘Art. 262. ......................................................................................................................

§ 1º A inelegibilidade superveniente que atrai restrição à candidatura, se formulada no âmbito do processo de


registro, não poderá ser deduzida no recurso contra expedição de diploma.

§ 2º A inelegibilidade superveniente apta a viabilizar o recurso contra a expedição de diploma,


decorrente de alterações fáticas ou jurídicas, deverá ocorrer até a data fixada para que os partidos
políticos e as coligações apresentem os seus requerimentos de registros de candidatos.

§ 3º O recurso de que trata este artigo deverá ser interposto no prazo de 3 (três) dias após o último dia limite
fixado para a diplomação e será suspenso no período compreendido entre os dias 20 de dezembro e 20 de
janeiro, a partir do qual retomará seu cômputo.’” (NR).

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