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DIREITO ELEITORAL – RODRIGO SALES

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Aula 07
DIREITO ELEITORAL – PARTE PROCESSUAL
AÇÕES ELEITORAIS

I – Livre convicção na apreciação das provas, fatos públicos e notórios, indícios e presunções, bem como as
circunstâncias ou fatos ainda que não indicados pelas partes (art. 23 da LC n. 64/90).

II – Ausência de suspensão dos direitos políticos até o trânsito em julgado da ação eleitoral respectiva.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CONTRADIÇÃO. AUSÊNCIA. FATO SUPERVENIENTE. TRÂNSITO EM JULGADO. CONDENAÇÃO


POR IMPROBIDADE. SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS. EFEITOS INFRINGENTES. 1. Conforme ficou expresso no acórdão
embargado, "em se tratando de suspensão dos direitos políticos, eventual trânsito em julgado da decisão ou mesmo determinação de seu
cumprimento imediato pelo órgão competente poderão ser considerados para impedir a diplomação do candidato eleito". 2. Verificado o
reconhecimento judicial no sentido de que a condenação do embargado, por ato de improbidade administrativa, transitou em julgado em
2015, os seus direitos políticos ficaram automaticamente suspensos e o registro de candidatura deve ser negado. Precedentes... (TSE -
RESPE: 00001327320166210173 GRAVATAÍ - RS, Relator: Min. Henrique Neves Da Silva, Data de Julgamento: 30/11/2016, Data de
Publicação: PSESS - Publicado em Sessão, Data 30/11/2016)

III – Observância do princípio da celeridade e duração razoável do processo (art. 5º, LXXVIII, CF).

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IV – Os prazos processuais não são interrompidos ou suspensos, mesmo em feriados ou finais-de-semana,
não se aplicando o art. 219 do CPC (Resolução TSE nº 23.478/16); Fora do período eleitoral se aplica o
disposto no art. 224 do CPC (art. 7º Res/TSE nº 23.478/16).

V – Aplicação dos arts. 9º e 10 (contraditório) do CPC, gratuidade (art. 1º Lei nº 9.256/96), ausência de
regras de conciliação ou mediação, previstas nos arts. 165, 190 e 191 do CPC (art. 11 da Res/TSE nº
23.478/16).

Art. 219. Na contagem de prazos em dias, estabelecidos por lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente os dias úteis.
Art. 224. Salvo disposição em contrário, os prazos serão contados excluindo o dia do começo e incluindo o dia do vencimento.

§ 1º Os dias do começo e do vencimento do prazo serão protraídos para o primeiro dia útil seguinte, se coincidirem com dia em que o expediente forense
for encerrado antes ou iniciado depois da hora normal ou houver indisponibilidade da comunicação eletrônica.
§ 2º Considera-se como data de publicação o primeiro dia útil seguinte ao da disponibilização da informação no Diário da Justiça eletrônico.
§ 3º A contagem do prazo terá início no primeiro dia útil que seguir ao da publicação.

VI – O ajuizamento de ação eleitoral por candidato ou partido político não impede a ação do Ministério
Público no mesmo sentido, podendo ser reunidas para julgamento conjunto (art. 96-B da LE)

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Ação de impugnação de registro de candidatura (AIRC)

Finalidade: Objetivo de impedir que o impugnado obtenha o registro de sua candidatura, por falta de uma das
condições de elegibilidade

Competência: art. 2º da LC n. 64/90

TSE – candidatura presencial;


TRE – candidatura a Senador, Governador, Deputado Federal, Deputado Estadual e Deputado Distrital;
Juiz Eleitoral – candidatura a Prefeito e Vereador

Causas – Quaisquer das previstas no art. 14, § 9º, da CF ou na Lei de Inelegibilidades (LC n. 64/90)

(As causas que comumente resultam na impugnação são: falta de documentos quando do pedido de
registro, não suprida em tempo hábil e causas de inelegibilidade, como a condenação civil ou criminal
prevista na Lei da Ficha Limpa (LC n. 135/10).

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Legitimidade ativa: candidato, mesmo que na fase de pré-candidatura ou ainda que tenha seu registro
impugnado; partido político e coligação de forma não isolada (Resolução TSE 21.608/2004) e Ministério
Público Eleitoral.

Trecho do voto do relator: “[...] o candidato, mesmo sem registro deferido, detém legitimidade ativa para ações e recursos. [...] Na linha de
entendimento desta Corte, a pessoa indicada a candidato tem legitimidade e interesse para propor ações eleitorais contra outros
candidatos, ainda que o seu próprio registro de candidatura venha a ser indeferido.” (Ementa não transcrita por não reproduzir a decisão
quanto ao tema).
(Ac. de 16.3.2010 no AgR-AI nº 11889, rel. Min. Ricardo Lewandowski.)

Observações:

Súmula 11 TSE - No processo de registro de candidatos, o partido que não o impugnou não tem legitimidade
para recorrer da sentença que o deferiu, salvo se se cuidar de matéria constitucional.

Tem legitimidade para a ação candidato a cargo diverso do impugnado (ex.: candidato a cargo de Prefeito
apresenta impugnação do registro de candidato a vereador)? Nesse caso, há posições diversas, porém se o
próprio juízo pode reconhecer de ofício a causa de inelegibilidade, qualquer cidadão no gozo dos direitos
políticos pode trazer a notícia a respeito.

Legitimidade passiva: candidato, partido político ou coligação (art. 4º da LC n. 64/90).

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Observações: litisconsórcio passivo necessário entre o candidato e seu partido político; O vice não é atingido pela decisão,
pois os requisitos para a candidatura são individuais e específicos.

“[...] Impugnação a pedido de registro de candidatura. Vice-prefeito. Litisconsórcio passivo necessário. Ausência. Art. 91 CE.
Precedentes. [...] 1. Em processo de registro de candidatura não há falar em litisconsórcio passivo necessário entre candidatos
a prefeito e vice. Precedentes. [...]”. NE: Trecho do voto do relator: “Isso porque, embora haja a unicidade da chapa, (art. 91 do
Código Eleitoral) os registros de candidatura do titular e do vice são analisados separadamente. O cumprimento das condições
de elegibilidade e as hipóteses de inelegibilidade são verificados em relação a cada candidato, de forma distinta.”
(Ac. de 29.8.2013 no AgR-REspe nº 56716, rel. Min. Castro Meira.)

Candidatura avulsa: sem legitimação.

“[...] Cargos de presidente e vice. Candidatura avulsa. Impossibilidade. Ausência de previsão legal. [...] 3. Há tempos está
sedimentado neste Tribunal Superior o entendimento segundo o qual, no sistema eleitoral brasileiro vigente, não existe a
previsão de candidatura avulsa, de modo que somente os filiados que tiverem sido escolhidos em convenção partidária podem
concorrer a cargos eletivos. 4. ‘O Congresso Nacional, por meio da Lei nº 13.488/2017, reafirmou o princípio de vinculação das
candidaturas aos partidos políticos, ao acrescentar o § 14 ao art. 11 da Lei n° 9.504/1997, asseverando que ‘é vedado o
registro de candidatura avulsa, ainda que o requerente tenha filiação partidária’. [...] 8. A pendência de julgamento no STF do
ARE nº 1.054.490 QO/RJ, cuja matéria versa sobre a constitucionalidade da candidatura avulsa, com repercussão geral
reconhecida, não atrai, por si só, a aplicação do art. 16–A da Lei das Eleições, pois referida regra pressupõe que o registro de
candidatura esteja sub judice, e não que uma questão anterior ao próprio pedido de registro esteja em discussão. [...]”
(Ac. de 20.11.2018 no AgR-Pet nº 060061420, rel. Min. Tarcisio Vieira De Carvalho Neto.)

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Rito e prazos:
- propositura: deve se dar em até 5 (cinco) dias da publicação do edital no qual consta a relação dos
pedidos de registro;
- Contestação: 7 (sete) dias a partir do fim do prazo para a impugnação, após devida notificação;
- Inquirição de testemunhas: 4 (quatro) dias após o prazo da contestação;
- Diligências: 5 (cinco) dias após a inquirição das testemunhas;
- Alegações finais: 5 (cinco) dias;
- Julgamento: 3 (três) dias;
- Recurso: 3 (três) dias após a publicação do julgado.

Observações - Julgamento antecipado: plena possibilidade, inclusive sem a necessidade de alegações


finais.
“[...] Requerimento de Registro de Candidatura (RRC). [...] 6. Além disso, as provas requeridas por alguns dos impugnantes são
desnecessárias, razão pela qual devem ser indeferidas. Não havendo provas a serem produzidas, a jurisprudência do TSE afirma que não
constitui cerceamento de defesa a não abertura de oportunidade para apresentação de alegações finais, ainda quando o impugnado tenha
juntado documentos novos. Precedentes. [...]”. NE: Trecho do voto do relator: “Isso porque, neste caso, as alegações finais são facultativas
e a decretação da nulidade depende de demonstração de efetivo prejuízo à parte. Tal entendimento vigora de longa data e foi
recentemente reiterado.”
(Ac. de 1º.9.2018 no RCand nº 060090350, rel. Min. Luís Roberto Barroso.)

Efeitos da sentença – Cancelamento do registro ou declaração de nulidade da diplomação (art. 15 da LC n.


64/90)
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Conhecida também por
Ação de Investigação Representação por Abuso
Judicial Eleitoral (AIJE) de Poder Econômico e/ou
Político

Finalidade: Objetiva o
reconhecimento da
inelegibilidade e, segundo a
Súmula 19 do TSE “O prazo de
Tem por fundamento o art. inelegibilidade decorrente de
22 da LC n. 64/90, sendo condenação por abuso de
cabível após o pedido de poder econômico ou político
registro da candidatura. tem início no dia da eleição em
que este se verificou e finda no
dia de igual número no oitavo
ano seguinte (art. 22, XIV, da LC
n. 64/90)”

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Legitimados: os candidatos a qualquer cargo eletivo no pleito, os partidos políticos, as
coligações e o Ministério Público (art. 22, caput, da LC n. 64/90)

As observações da AIRC também se aplicam à AIJE (slide 5)

Competência: art. 24 da LC n. 64/90.

Juiz Eleitoral – eleições municipais;


Corregedor-Regional Eleitoral – eleições estaduais;
Corregedor-Geral do TSE – eleições presidenciais.

Causas: corrupção eleitoral, mapismo, gastos eleitorais não contabilizados; utilização de bens
públicos, utilização indevida de veículos ou meios de comunicação social; autorizar publicidade
institucional nos três meses anteriores ao pleito, realizar ou participar de shows, inaugurações,
captação ilícita de sufrágio, entre outros.

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O ato praticado deve ter nexo causal com o comprometimento da lisura do pleito, causando
desigualdade na disputa.

Prazo: deve ser proposta antes da diplomação dos candidatos eleitos, seguindo rito sumário previsto
no art. 22, da LC n. 64/90.

Efeitos da sentença:

Antes da eleição – inelegibilidade e cassação do registro;

Após as eleições – não eleito – prossegue para declarar inelegibilidade;


eleito – MP oferta Ação de Impugnação ao Mandato ou Recurso contra a
Diplomação.

Rito e prazos:

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Rito e prazos:
- propositura: antes da diplomação dos candidatos
- Contestação: 5 (cinco) dias a partir da notificação do ato impugnado;
- Inquirição de testemunhas: 5 (cinco) dias após o prazo da contestação;
- Diligências: 3 (três) dias após a inquirição das testemunhas (até no máximo 6 para cada);
- Alegações finais: 2 (dois) dias em prazo comum;
- Julgamento: 3 (três) dias;
- Recurso: 3 (três) dias após a publicação do julgado.

Observações: possibilidade de indeferimento liminar quando manifestamente improcedente ou faltar


algum dos requisitos (art. 22, I, “c”, da LC n. 64/90).
Para a configuração do ato abusivo não será considerada a potencialidade de o fato alterar o
resultado da eleição, mas apenas a gravidade das circunstâncias que o caracteriza

[...] Ação de investigação judicial eleitoral. Uso indevido de meio de comunicação social. Imprensa escrita. [...] 5. Igualmente, é assente que ‘o
abuso do poder econômico não pode ser presumido, reclamando, para sua configuração, a comprovação da gravidade das circunstâncias do
caso concreto que caracterizam a prática abusiva, de forma a macular a lisura da disputa eleitoral, nos termos do art. 22, Vl, da LC nº 64/90
[...]” (Ac de 17.5.2016 no AgR-REspe 56729, rel. Min. Henrique Neves)

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Ação de Impugnação ao Mandato Eletivo (AIME)
Após o deferimento do registro, a votação e a proclamação dos eleitos, ocorre a diplomação, que é o
ato da justiça eleitoral que homologa o resultado da eleição, permitindo-se o seu desfazimento pelo
Recurso contra a Diplomação ou a AIME

Prevista no art. 14, §§ 10 e 11, da CF:

• § 10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da
diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude.
• § 11 - A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo o autor, na forma da lei,
se temerária ou de manifesta má-fé.

Legitimidade: os mesmos legitimados da AIRC e AIJE. No polo passivo o diplomado infrator e todos
aqueles que contribuíram para a prática do ato.
Observação: AIME contra Chefe do Poder Executivo. Corrente majoritária no sentido de que o vice
integre o polo passivo

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• [...] 4. AIME. Abuso de poder. Beneficiário. Legitimidade passiva. O abuso de poder pode ser
apurado tanto em relação ao beneficiário como em relação ao autor, porquanto o que se busca
preservar é a lisura do pleito. [...] (Ac. de 4.9.2008 no AgRgAg nº 7.191, rel. Min. Joaquim
Barbosa.)

Competência: repete AIRC e AIJE;

Hipóteses de cabimento:

a) Abuso de poder econômico: ocorre quando há desequilíbrio no pleito em favor de uma candidato
que usou recursos não contabilizados, por exemplo.
b) Corrupção: quando o candidato tenta ou obtém o voto do eleitor mediante a promessa ou entrega
de vantagem ou valores, caracterizando a captação de sufrágio.
c) Fraude: é o engano provocado por dolo, com a intenção deliberada de burlar a lei. Exemplo:
divulgação de número errado do candidato oponente.

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Procedimento: rito do AIRC, com propositura de até 15 dias da diplomação.

Os fatos que ensejam o AIME podem ser supervenientes à diplomação ou intercorrentes entre o
alistamento eleitoral e as eleições.

Pode ser proposto em concomitância com o AIJE, podendo ser reunidas por conexão para se evitar
julgamentos contraditórios.

Efeitos da sentença:

Procedente o pedido – diplomado deixará de exercer o mandato até o julgamento final, não se
aplicando a regra do art. 216 do CE. (Enquanto o Tribunal Superior não decidir o recurso interposto
contra a expedição do diploma, poderá o diplomado exercer o mandato em toda sua plenitude)

Improcedência do pedido – não impede a continuidade da ação penal ou civil respectiva.

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Recurso contra a Diplomação
• Embora receba o nome de recurso (art. 262 do CE), a doutrina tem divergido quanto à sua
natureza, com a defesa de que versa sobre ação autônoma de impugnação do diploma.

O recurso se dá após uma decisão prolatada num processo pré-existente e, no caso da diplomação não existe
nenhuma relação processual existente a partir da expedição do diploma. Portanto, o assim denominado
recurso contra a expedição de diploma é, na verdade, uma ação autônoma, cujo objeto é a impugnação da
diplomação.

DJALMA PINTO (Direito Eleitoral) e ADRIANO SOARES DA COSTA (Instituições de Direito Eleitoral)
trata-se de ação.
CARLOS MARIO VELLOSO (Elementos de Direito Eleitoral) entende ser recurso.

Legitimidade: Ativa para candidatos, partidos políticos, coligações e Ministério Público.


Passiva: candidato diplomado ou suplente.

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Competência: a mesma das ações anteriores.

ADPF 167. Compete ao TSE o julgamento dos recursos contra diplomação oriundos de eleições
estaduais. Não se aplica ao caso o duplo grau de jurisdição.

Resultou na edição da Súmula-TSE n. 37

Rito: previsto no art. 267 do CE, com prazo de 3 (três) dias para interposição, não comportando juízo
de retratação do órgão julgador de origem, destinado ao Tribunal respectivo.

Cabimento: nos casos de inelegibilidade superveniente ou de natureza constitucional e de falta de


condição de elegibilidade.

Efeitos da sentença: na procedência em eleições majoritárias, novas eleições se a nulidade atingir


mais de metade dos votos.
procedência eleições proporcionais, nulos os votos se o registro foi
indeferido ou atribuição de votos ao partido se o registro foi deferido, ainda que sub judice.

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Representação ou Reclamação
Possui caráter residual, sendo somente cabível nos casos de infração à Lei n. 9.504/97 e que não
exista disposição específica regulando a matéria.

Propaganda eleitoral com o direito de resposta - rito específico, previsto na Resolução TSE nº
23.608/19:

Competência: nas eleições municipais, o juiz que exerce as funções da jurisdição eleitoral. Nas
demais, os juízes auxiliares designados pelos Tribunais.

Legitimados: partido político, coligação ou candidato e Ministério Público.

Observação: é incabível a cumulação de direito de resposta com pedido de aplicação de multa por
propagando irregular, ainda que sob os mesmos fatos.

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Prazo: a partir da escolha do candidato em convenção, é assegurado o direito de resposta ao
candidato, partido político ou coligação atingidos, ainda que de forma indireta, por conceito, imagem
ou afirmação caluniosa, difamatória ou sabidamente inverídica, difundidos por qualquer meio de
comunicação social art. 31 da Res.TSE 23.608/19:

Em até 3 (três) dias da veiculação da ofensa, em jornal;


Em até 2 (dois) dias se veiculado em rádio;
Em 1 (um) dia se veiculada em horário eleitoral gratuito.

Redes sociais: Enquanto estiver sendo veiculada ou até 3 (três dias da sua cessação).

Deferido o pedido, o usuário ofensor deverá divulgar sua reposta em até 2 (dois) dias. Recurso: 24
horas (art. 58, § 5º, da Lei nº 9.504/97).

Observações: quando não for possível identificar o ofensor? O provedor de internet é responsável
pela retirada do conteúdo, sob pena de multa, no valor compreendido entre R$ 5.320,50 e R$
15.961,50, podendo ser duplicado em caso de reiteração (art. 36 da Res. TSE n. 23.608/19).

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Procedimento: a petição inicial deve ser subscrita por um advogado na representação e se tratando
de mera reclamação, qualquer pessoa no gozo de seus direitos políticos.

Produção de provas – como regra a prova é documental, sendo inviável a inquirição de testemunhas
(AgReg Resp 19.611 - TSE), porém é possível a realização de outras provas (inclusive inspeção
judicial).

Recursos – contra decisão do juiz eleitoral prazo de 24 horas.

Propaganda eleitoral irregular - rito específico, previsto na Resolução TSE nº 23.608/19, art. 96.

• Art. 17. A petição inicial da representação relativa à propaganda irregular será instruída, sob pena de
não conhecimento:

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• I - com prova da autoria ou do prévio conhecimento do beneficiário, caso não seja alegada a presunção indicada
no parágrafo único do art. 40-B da Lei nº 9.504/1997;
• II - naquelas relativas à propaganda irregular no rádio e na televisão, com a informação de dia e horário em que
foi exibida e com a respectiva transcrição da propaganda ou trecho impugnado; e
• III - no caso de manifestação em ambiente de internet, com a identificação do endereço da postagem (URL ou,
caso inexistente esta, URI ou URN) e a prova de que a pessoa indicada para figurar como representado é o seu
autor.
• § 1º Desconhecida a autoria da propaganda, a petição inicial poderá ser endereçada genericamente contra o
responsável, desde que requerida liminarmente diligência para a identificação deste e fornecidos os elementos
indispensáveis para a obtenção dos dados, sob pena de indeferimento da petição inicial.
• § 2º A comprovação da postagem referida no inciso III deste artigo pode ser feita por qualquer meio de prova
admitido em Direito, não se limitando à ata notarial, cabendo ao órgão judicial competente aferir se ficou
demonstrada a efetiva disponibilização do conteúdo no momento em que acessada a página da internet.

Contestação – 2 (dois) dias. Da concessão ou denegação da tutela de urgência não cabe agravo de
instrumento.
Manifestação do MP – 1 (um) dia.
Sentença – 1 (um) dia.
Recurso – 1 (um) dia.

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AÇÃO RESCISÓRIA ELEITORAL

• Segundo o art. 22 do Código Eleitoral, compete ao TSE processar e julgar originariamente a ação
rescisória, no caso de inelegibilidade, desde que intentada dentro de 120 (cento e vinte) dias de
decisão irrecorrível.

Criada casuisticamente pela LC n. 86/96, tinha por objetivo contornar a inelegibilidade do um ex-
senador, sendo que seu texto fazia previsão para atingir decisões definitivas anteriores à lei.

Obs.: Decisão com força de coisa julgada e ação rescisória


EMENTA: DIREITO CONSTITUCIONAL E ELEITORAL. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. AÇÃO RESCISÓRIA ELEITORAL (LEI
COMPLEMENTAR No 86, DE 14.05.1996, QUE ACRESCENTOU A ALÍNEA “J” AO INC. I DO ART. 22 DO CÓDIGO ELEITORAL). SUSPENSÃO DA
EFICÁCIA DA COISA JULGADA SOBRE INELEGIBILIDADE. EFICÁCIA RETROATIVA DA LEI: INADMISSIBILIDADE. 1. Não ofende a Constituição Federal
a instituição de uma Ação Rescisória Eleitoral, como prevista na alínea “j” do inc. I do art. 22 do Código Eleitoral (Lei no 4.737, de 15.07.1965), acrescentada
pelo art. 1o da Lei Complementar no 86, de 14.05.1996. 2.São inconstitucionais, porém, as expressões “possibilitando-se o exercício do mandato eletivo até
seu trânsito em julgado”, contidas na mesma alínea “j”, pois implicariam suspensão, ao menos temporária, da eficácia da coisa julgada sobre inelegibilidade,
em afronta ao inciso XXXVI do art. 5o da Constituição Federal. 3. Igualmente inconstitucionais as expressões “aplicando-se, inclusive, às decisões havidas até
cento e vinte dias anteriores à sua vigência”, constante do art. 2o da mesma L.C. no 86/96, pois, essa eficácia retroativa afetaria direito adquirido daqueles que
foram beneficiados pela coisa julgada em matéria de inelegibilidade, quando ainda não havia possibilidade de sua impugnação por Ação Rescisória. 4. Ação
Direta julgada procedente, em parte, para declaração de tais inconstitucionalidades, tudo nos termos do voto do Relator. (ADI nº 1459, Min Sidney Sanches)

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• Cabimento – contra as decisões terminativas do próprio TSE e que verse sobre inelegibilidade;

Entretanto, a limitação ao âmbito de competência exclusiva do egrégio TSE para rescindir os seus
próprios julgados só se coaduna quando a própria Corte tenha efetivamente analisado o mérito da
causa de inelegibilidade. Todavia, quando o TSE não examina a questão fática e substancial,
transfere-se naturalmente aos TREs a competência para processar e julgar as ações rescisórias.

Súmula-TSE n° 33: “Somente é cabível ação rescisória de decisões do Tribunal Superior Eleitoral que
versem sobre a incidência de causa de inelegibilidade”.
O art. 966 do CPC se aplica de forma subsidiária.
• A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
• I - se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz;
• II - for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente;
• III - resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou, ainda, de simulação ou colusão entre as partes, a fim de
fraudar a lei;
• IV - ofender a coisa julgada;
• V - violar manifestamente norma jurídica;
• VI - for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha a ser demonstrada na própria ação rescisória;
• VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de
lhe assegurar pronunciamento favorável;
• VIII - for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos.

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• Legitimidade: ativa é do candidato declarado inelegível. A legitimidade passiva é do autor da
ação que ocasionou o resultado e o candidato que assume a vaga tem que figurar em
litisconsórcio passivo necessário.

Obs.: Não cabe ação rescisória:

1 – De Acórdão ou sentença que declarou o candidato elegível;


2 – Contra decisão que defere o registro do candidato;
3 – Contra decisão que julgou procedente representação por infração ao art. 41 da LE (captação de
sufrágio;
4 – Contra decisão que limita a negar seguimento a recurso especial intempestivo;

Procedimento – observado o prazo de 120 (cento e vinte) dias, deve seguir o procedimento do CPC,
com os requisitos da petição inicial (art. 319) e os arts. 967 a 969.

Recurso – Extraordinário ao STF, no prazo de 3 (três) dias.

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• CONSULTAS ELEITORAIS

São questionamentos formulados por órgãos partidários nacionais oi estaduais, feitas pelo presidente
ou delegado credenciado junto ao Tribunal Eleitoral respectivo ou, ainda, por autoridades federais
perante o TSE ou autoridades estaduais perante o TRE.

Obs.: Não cabe consulta proposta por autoridade municipal e não tem natureza jurídica de ação
propriamente dita, aproximando-se do conceito de jurisdição voluntária em razão da ausência de lide.

• TUTELAS PROVISÓRIAS

São admitidas na Justiça Eleitoral para conceder efeito suspensivo a algumas decisões judiciais, uma
vez que os recursos, em regra, não têm esse efeito.

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• Aplicam-se as regras do art. 294 e seguintes do CPC, que tratam sobre as tutelas de urgência e
evidência, sendo certo que se aplicam apenas de maneira excepcional, para não frustrar o
princípio da celeridade.

• MANDADO DE SEGURANÇA

Tratando-se de matéria eleitoral que fere direito líquido e certo do candidato, partido político ou
coligação, é admissível a impetração do “mandamus”, mormente porque a regra é a impossibilidade
recursal contra as decisões interlocutórias e ausência de efeito suspensivo nos recursos emanados
pela Justiça Eleitoral.

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Ação rescisória e revisão criminal

Na mesma linha de exposição, releva notar que a ação rescisória possui natureza jurídica simétrica
com a ação de revisão criminal (com expressa previsão no Código 43, Sigla RVC do Regimento
Interno do TRE do estado do Rio de Janeiro, Resolução no 561, de 28/4/2003, bem como do TSE,
Resolução no 4.510, de 29/9/1952), porque o Estado deve sempre se preocupar com a possibilidade
de revisão dos atos judiciais, quando comprovado o equívoco ou mesmo a injustiça da decisão.

A revisão criminal objetiva o desfazimento da coisa julgada material ou formal, por motivos de
invalidade ou injustiça da decisão. Trata-se de ação que visa permitir que a decisão condenatória
transitada em julgado possa ser novamente questionada, seja a partir de novas provas, seja em
virtude de uma nova interpretação do direito pelos tribunais, ou, ainda, na hipótese de não ter sido
prestada a melhor jurisdição.

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A revisão das decisões judiciais mantém-se na linha da preservação dos interesses da defesa, sendo
vedada a reformatio in pejus (art. 626, parágrafo único, do Código de Processo Penal). Sendo assim,
pode ser considerada como mais uma garantia à disposição do cidadão.

Impende observar que a competência para processo e julgamento da revisão criminal é do órgão
colegiado da jurisdição. Por se tratar de revisão, e não de recurso, cabe ao Tribunal prolator da
decisão (do mérito da questão) a competência para julgamento da ação. Caberá ao STJ e ao STF o
julgamento das ações de revisão relativas às condenações por estes proferidas. Nas condenações de
primeiro e segundo grau, a competência será dos Tribunais de Justiça e Tribunais Regionais
Federais, conforme art. 624, parágrafos 2o e 3o do Código de Processo Penal, incluindo-se os TREs.

É inegável que o TRE possui simetria com os Tribunais de Justiça e Tribunais Regionais Federais em
matéria de competência reservada na jurisdição eleitoral. Como exemplo, compete ao TRE processar
e julgar originariamente os Deputados Estaduais e Prefeitos, quando praticarem crimes eleitorais (art.
29, X, e art. 96, III, da Carta Magna), considerando a interpretação sistemática dos dispositivos
constitucionais e a resoluta jurisprudência do TSE.

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Súmulas, jurisprudência e questões

• Inelegibilidade e termo final para contagem do prazo, em caso de condenação criminal em uma
das hipóteses previstas na Lei Complementar nº 64/90.

A hipótese se refere a ADI 6.630, ajuizada pelo PDT.

Segundo o relator Ministro Kassio Marques, a ausência de previsão de detração tem o condão de
impor a possibilidade de inelegibilidade sem término, portanto suspendeu-se, por inconstitucional, a
expressão “após o cumprimento da pena”, contida na alínea “e” do inciso I, do art. 1º da Lei
Complementar n. 64/90, aplicando-se às ações eleitorais ainda pendentes de apreciação, inclusive no
âmbito do TSE e STF.

Dispõe o art. 1º - São inelegíveis... I – para qualquer cargo: e) os que forem condenados, em decisão
transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado, desde a condenação até o transcurso do
prazo de 08 (oito) anos após o cumprimento da pena, pelos crimes...

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• Segundo a tese sustentada, a Lei da Ficha Limpa cria uma espécie de inelegibilidade por prazo
indeterminado, porque o agente se torna inelegível com a condenação por órgão colegiado,
período que vai até o trânsito em julgado; depois segue sem direitos políticos enquanto cumpre a
pena, nos termos do art. 15, III, da Constituição Federal. Por fim, segue inelegível por 8 (oito)
anos depois do cumprimento da pena.

Crítica:

1) a alteração do dispositivo fixa termo inicial diverso do pretendido pelo legislador, sendo o termo
inicial a condenação colegiada ou o trânsito em julgado.
2) A aplicação do entendimento para os processos em andamento, inclusive em grau recursal,
alteram o panorama jurídico-eleitoral na mesma eleição, causando surpresa na disputa.

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Fato superveniente ao registro de candidatura e inelegibilidade

O Plenário do TSE, por unanimidade, afirmou que a data a ser fixada como termo final para a
consideração de fato superveniente apto a afastar a inelegibilidade do candidato, conforme previsto
no § 10 do art. 11 da Lei nº 9.504/97, deverá ser o último dia do prazo para a diplomação dos eleitos.

Segundo o Ministro Henrique Neves, as circunstâncias fáticas e jurídicas supervenientes ao registro


de candidatura aptas a afastar a inelegibilidade podem ser conhecidas em qualquer grau de
jurisdição, inclusive nas instâncias extraordinárias, até a data da diplomação, última fase do PE.

Embargos de declaração no Recurso Especial Eleitoral n 166/29, julgado em 07/03/2017

Dispôs o voto sobre o chamado direito fundamental à elegibilidade, que deve preponderar sobre a
inelegibilidade superveniente, após a data da dipliomação.

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Alteração fática que afasta a inelegibilidade pode ser conhecida na
instância ordinária, mesmo ocorrida após a diplomação.

No sentido contrário, a causa superveniente que afasta a inelegibilidade pode ser reconhecida pela
instância ordinária, ainda que tenha ocorrido a diplomação. A hipótese versava sobre a inelegibilidade
decorrente da desaprovação de contras pelo Tribunal de Contas do Estado do Ceará, sendo obtido a
revisão do julgado para a aprovação com ressalvas, de forma posterior à data da diplomação. Assim,
possível o reconhecimento da causa na ação de impugnação de mandato eletivo respectiva.

Ministro João Otávio Noronha, Recurso Especial Eleitoral 10-19, de 1º de março de 2016.

Invocação do direito à elegibilidade, com ferimento do direito à soberania popular caso o candidato
eleito fosse impedido de exercer seu mandato, mesmo com a ocorrência de fato superveniente que
afastou a condição de inelegível.

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Contagem dos prazos processuais do Código de Processo Civil.

O plenário do TSE, por unanimidade, assentou que a sistemática de contagem de prazo prevista no
art. 219 do Código de Processo Civil (contagem em dias úteis) não é aplicável aos processos
eleitorais.

Asseverou a Relatora Maria Thereza Assis Moura, no julgamento do Recurso Especial Eleitoral n.
533-80, de 02/06/2016, haver incompatibilidade entre os princípios informadores do direito processual
eleitora, como a celeridade, e a metodologia adotada pelo Código de Processo Civil.

Segundo as disposições da Resolução TSE n. 23.478/16, a aplicação do CPC tem caráter supletivo e
subsidiário, não se aplicando a contagem em dias úteis, não se suspendendo nos fins de semana ou
feriados. Fora do calendário eleitoral se aplica o disposto no art. 224 do CPC (termo inicial da
contagem do prazo com exclusão do começo, dias não úteis etc).

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Formação de litisconsórcio passivo necessário na AIJE

O Plenário do TSE, por unanimidade, entendeu pela possibilidade de formação de litisconsórcio


passivo necessário, em ação de investigação judicial por abuso de poder político, entre o agente
público autor da conduta e o candidato beneficiado.

Segundo o julgamento do Recurso Especial Eleitoral n. 843-56, de 21-06-2016, a inclusão de quem


contribuiu para a realização do abuso de poder no polo passivo da AIJE era necessária, mudando
entendimento jurisprudencial até então vigente.

• “Recursos especiais. Eleições 2012. Prefeito. Ação de investigação judicial eleitoral (aije). Abuso de poder
econômico. Art. 22 da LC 64/90. Preliminares. Rejeição. Gravação ambiental. Ambiente externo. Licitude. Tema
de fundo. Custeio. Evento. Entrada franca. Distribuição gratuita de bebida. Proximidade do pleito. Público
elevado. Ilicitude. Gravidade [...] Litisconsórcio passivo necessário 14. Os recorrentes aduzem que o proprietário
do local em que se realizou o evento deveria ter sido citado como litisconsorte passivo necessário. 15. Todavia,
essa exigência valerá apenas a partir de AIJES relativas às Eleições 2016. Precedentes: REspe 843-56/MG,
redator designado Min. Henrique Neves, DJe de 2.9.2016, e REspe 133-48/PI, de minha relatoria, DJe de
17.10.2016. [...]”(Ac. de 8.11.2016 no REspe nº 8547, rel. Herman Benjamin.)

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• “[...] AIJE. [...] Inexistência. Vice-prefeito. Citação dentro do prazo decadencial de ajuizamento da AIJE. Afronta
dos arts. 47, 245, 249 e 267 do CPC. Inexistência. Captação ilícita de sufrágio. [...] 2. Nas ações eleitorais que
possam implicar perda do registro ou diploma, há litisconsórcio passivo necessário entre titular e vice da chapa
majoritária. Na espécie, o vice-prefeito foi citado dentro do prazo decadencial de ajuizamento da AIJE. Desse
modo, não houve decadência do direito de ação nem violação dos arts. 47, 245, 249 e 267 do CPC. [...]”(Ac. de
14.6.2011 no REspe nº 481884, rel. Min. Nancy Andrighi.)

Como anteriormente destacado, quando a ação eleitoral resultar em perda do registro ou cassação do
diploma, há necessidade de formação de litisconsórcio passivo necessário entre os candidatos da
mesma chapa, sob pena de nulidade.

• Recurso especial. Investigação judicial. Prefeito. Eleição 2008. Vice-prefeito. Citação. Ausência. Decadência.
Extinção do feito sem resolução do mérito. Deixando o autor de, no prazo legal, promover a citação do vice para
integrar relação processual em ação de investigação judicial proposta contra o prefeito eleito, extingue-se o feito
sem resolução do mérito, em razão da decadência.” (Ac. de 20.5.2010 no AgR-REspe nº 35.829, rel. Min. Marcelo
Ribeiro.)

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FRAUDE NO REGISTRO DE CANDIDATURAS FEMININAS E
POSSIBILIDADE DE AJUIZAMENTO DE AIJE

O Plenário do TSE, por unanimidade, assentou que a ação de investigação judicial eleitoral é
instrumento processual hábil para apurar fraude em candidaturas femininas lançadas por partido
político tão somente para atender a regra prevista no art. 10, § 3º, da Lei das Eleições.

Recurso Especial Eleitoral 243-42, de 16-8-2016.

O abuso do poder político no caso teve por fundamento as candidaturas femininas fictícias, existentes
apenas para o cumprimento da cota legal.

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Inovação legislativa – Lei nª 14.208/21

• Art. 1º A Lei nº 9.096, de 19 de setembro de 1995 (Lei dos Partidos Políticos), passa a vigorar
acrescida do seguinte art. 11-A:

• "Art. 11-A. Dois ou mais partidos políticos poderão reunir-se em federação, a qual, após sua
constituição e respectivo registro perante o Tribunal Superior Eleitoral, atuará como se fosse uma
única agremiação partidária.

§ 1º Aplicam-se à federação de partidos todas as normas que regem o funcionamento parlamentar e a


fidelidade partidária.

§ 2º Assegura-se a preservação da identidade e da autonomia dos partidos integrantes de federação.

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Requisitos:

• I - a federação somente poderá ser integrada por partidos com registro definitivo no Tribunal
Superior Eleitoral;

• II - os partidos reunidos em federação deverão permanecer a ela filiados por, no mínimo, 4


(quatro) anos;

• III - a federação poderá ser constituída até a data final do período de realização das convenções
partidárias;

• IV - a federação terá abrangência nacional e seu registro será encaminhado ao Tribunal Superior
Eleitoral.

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• Descumprimento

4º O descumprimento do disposto no inciso II do § 3º deste artigo acarretará ao partido vedação de


ingressar em federação, de celebrar coligação nas 2 (duas) eleições seguintes e, até completar o
prazo mínimo remanescente, de utilizar o fundo partidário.
§ 5º Na hipótese de desligamento de 1 (um) ou mais partidos, a federação continuará em
funcionamento, até a eleição seguinte, desde que nela permaneçam 2 (dois) ou mais partidos.

• Observações:
§ 8º Aplicam-se à federação de partidos todas as normas que regem as atividades dos partidos
políticos no que diz respeito às eleições, inclusive no que se refere à escolha e registro de candidatos
para as eleições majoritárias e proporcionais, à arrecadação e aplicação de recursos em campanhas
eleitorais, à propaganda eleitoral, à contagem de votos, à obtenção de cadeiras, à prestação de
contas e à convocação de suplentes.
§ 9º Perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, sem justa causa, de partido que
integra federação."

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• Instrução 0600726-81

• O TSE apontou que, para evitar que as federações sirvam como meio para fraudes à lei eleitoral,
a minuta da resolução que trouxe ao Plenário prevê que a cota de gênero nas eleições
proporcionais seja atendida tanto pela lista da federação, globalmente, quanto individualmente
por cada partido, “evitando-se que as candidaturas femininas sejam concentradas nos partidos
que menos recebem recursos”. Ainda, o partido que transferir recursos públicos a outro da
mesma federação poderá ter as suas contas desaprovadas em razão da aplicação irregular
desses recursos.

• Para as Eleições Gerais de 2022, foi estabelecida uma regra transitória, aplicável aos pedidos de
formação de federação apresentados até 1º de março do ano que vem. Conforme essa regra, o
relator poderá antecipar o registro da federação logo após o fim do prazo para impugnações,
caso verifique o atendimento aos requisitos para deferimento do registro. Essa decisão individual
do relator deverá ser referendada pelo Plenário do TSE.

• Submetida ao voto dos demais ministros, a Instrução foi aprovada por unanimidade.

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• ADI 7.021

Ao analisar a ADI 7.021, apresentada pelo PTB, o ministro Barroso não viu
inconstitucionalidade na lei que permite que dois ou mais partidos se aglutinem, como se
fossem uma única agremiação. Pela norma, a união deve ser estável (duração de ao
menos quatro anos) e cumprir as regras do funcionamento parlamentar e partidário.

Barroso atendeu parcialmente o pedido, no entanto, para suspender trecho que permitia
às federações se constituírem até a data final do período de convenções partidárias,
cerca de dois meses antes das eleições. Para ele, deve haver isonomia entre partidos e
federações partidárias e, portanto, ambos devem observar o mesmo prazo de registro.

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-A possibilidade de constituição tardia das federações, no momento das convenções,
as colocaria em posição privilegiada em relação aos partidos, alterando a dinâmica da
eleição e as estratégias de campanha. A isonomia é princípio constitucional de ampla
incidência sobre o processo eleitoral, âmbito no qual se associa ao ideal republicano de
igualdade de chances”, destacou o ministro.

• “Trata-se de uma desequiparação que não se justifica e que pode dar à federação
indevida vantagem competitiva”, completou. A medida cautelar será submetida a
referendo no plenário virtual da Corte.

• Coligações x federações

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As federações foram criadas em norma de setembro de 2021, que alterou a Lei dos
Partidos Políticos (Lei 9096/1995). Pelo texto, as legendas podem se unir para
apresentação de candidatos majoritários (presidente, prefeito, governador ou senador)
ou candidatos proporcionais (deputado estadual, deputado federal ou vereador).

• Na ADI, o PTB argumentou que permitir federações para eleições proporcionais seria
inconstitucional porque restabeleceria a figura da coligação partidária, que antes
permitia a união de partidos com a finalidade única de lançar candidatos e acabou
vedada pelo Parlamento em 2017.

• Para o ministro Barroso, as coligações permitiam que partidos sem qualquer


afinidade e com programas opostos se unissem apenas para potencializar as
candidaturas.

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• “Os votos dos eleitores, embora destinados a candidatos filiados a um partido ou a
um candidato específico, eram compartilhados por toda a coligação, servindo para
eleger candidatos de outros partidos. (…) Tal fato permitia, por exemplo, que o voto
do eleitor dado a um partido que defendia a estatização de empresas ajudasse a
eleger o candidato de um partido ultraliberal. Ou vice-versa. A fraude à vontade do
eleitor era evidente.”

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Súmulas
• TSE - 18. Conquanto investido de poder de polícia, não tem legitimidade o juiz eleitoral para, de
ofício, instaurar procedimento com a finalidade de impor multa pela veiculação de propaganda
eleitoral em desacordo com a Lei n. 9.504/97.

• TSE – 33. Somente é cabível ação rescisória de decisões do Tribunal Superior Eleitoral que
versem sobre a incidência de causa de inelegibilidade.

• TSE – 38. Nas ações que visem a cassação de registro, diploma ou mandato, há litisconsórcio
necessário entre o titular e o respectivo vice da chapa majoritária.

• TSE – 39. Não há formação de litisconsórcio necessário em processo de registro de candidatura.

• TSE – 40. O partido político não é litisconsorte passivo necessário em ações que visem a
cassação de diploma

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• TSE – 41. Não cabe à Justiça Eleitoral decidir sobre o acerto ou desacerto das decisões
proferidas por outros órgãos do judiciário ou dos Tribunais de Contas que configurem causa de
inelegibilidade.

• TSE – 49. O prazo de cinco dias, previsto no art. 3º da LC n. 64/90, para o Ministério Público
impugnar o registro inicia-se com a publicação do edital, caso em que é excepcionada a regra
que determina a sua intimação pessoal.

• TSE – 58. Não compete à Justiça Eleitoral, em processo de registro de candidatura, verificar a
prescrição da pretensão punitiva ou executória do candidato e declarar a extinção da pena
imposta pela Justiça Comum.

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QUESTÕES
Em matéria eleitoral, é correto afirmar que a ação rescisória é cabível:

a) apenas no Tribunal Superior Eleitoral, contra suas próprias decisões, no prazo de dois anos a
contar do trânsito em julgado, podendo versar exclusivamente sobre inelegibilidade.

b) no Tribunal Superior Eleitoral, contra suas próprias decisões, no prazo de cento e vinte dias a
contar do trânsito em julgado, e tem cognição restrita às hipóteses de inelegibilidade.

c) nos Tribunais Regionais Eleitorais, contra decisões de primeiro grau, desde que a matéria tenha
sido conhecida pelo Tribunal em grau de recurso, e a ação seja proposta no prazo de dois anos a
contar do trânsito em julgado.

d) em qualquer Tribunal Eleitoral, contra suas próprias decisões, no prazo de cento e vinte dias a
contar do trânsito em julgado.

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• Ajuizado pedido de direito de resposta pelo candidato X contra o candidato Y, ambos disputando
o cargo de Prefeito, em razão de ofensa veiculada em propaganda eleitoral, foi concedida liminar
para a publicação imediata de resposta. Apresentada defesa, foi proferida sentença de
procedência do pedido. Considerando a jurisprudência do TSE, nesse caso:

a) contra decisão que concedeu a medida liminar caberá agravo de instrumento, que deverá ser
reiterado quando da interposição do recurso contra a sentença;
b) contra sentença de procedência caberá recurso eleitoral, interposto no prazo de 24 horas, a ser
julgado pelo TRE;
c) a decisão interlocutória concessiva de liminar poderá, via de regra, ser impugnada a partir da
impetração de mandado de segurança;
d) Interposto o recurso pelo candidato Y, será exercido o juízo de admissibilidade e, se houver o
recebimento pelo juiz, será aberto prazo de contrarrazões ao candidato X;
e) O recurso eleitoral será recebido sempre no efeito suspensivo.

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• No processo de impugnação de registro de candidatura,

a) o prazo para impugnação é de cinco dias, contados da publicação do pedido de registro do


candidato.
b) a impugnação poderá ser feito por qualquer eleitor, desde que esteja em dia com a Justiça
Eleitoral.
c) o fato em que se funda a impugnação deverá ser provado de plano, através de documentos,
sendo vedada a coleta de prova testemunhal.
d) O prazo para impugnação será de quinze dias, quando o impugnante for o Ministério Público.
e) O prazo para impugnação será contado em dobro quando o impugnante for coligação.

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B, B, A.

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