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ELEIÇÃO

1) Requisição de força federal (art. 23, XIV do CE):

Art. 23 - Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal Superior:


XIV - requisitar a força federal necessária ao cumprimento da lei, de suas próprias
decisões ou das decisões dos Tribunais Regionais que o solicitarem, e para garantir
a votação e a apuração;

§ Resolução TSE nº 21.843/2004 dispõe sobre a requisição.


§ Havendo risco à ordem ou segurança pública por ocasião do pleito, pode o TSE
requisitar o apoio de força federal para garantir a votação de determinado
município. Mas a requisição deve ser precedida de consulta ao Chefe do Pode
Executivo. (TSE - PA nº 63810/2012), salvo quando o pedido é formulado na
véspera do pleito.
§ Sobre presença de força pública no dia das eleições , outras duas normas
importantes no Código Eleitoral: arts. 141 e 238.
“Processo Administrativo. Eleições 2020. 1º Turno. Requisição de força federal. Res.–TSE
nº 21.843/2004. Tribunal Regional Eleitoral do Acre. Requisitos atendidos. Deferimento.
1. Pedido de requisição de força federal relativo às Eleições 2020 formulado pelo
Tribunal Regional Eleitoral do Acre (TRE/AC), para garantir o livre exercício do voto, bem
como a normalidade da votação e da apuração dos resultados do 1ª turno das eleições
nas localidades de Rio Branco (1ª e 9ª ZEs); Porto Acre (1ª ZE); Bujari (9ª ZE); Sena Madureira
(3ª ZE); Manoel Urbano (3ª ZE); Santa Rosa (3ª ZE); Cruzeiro do Sul (4ª ZE); Mâncio Lima (4ª
ZE); Rodrigues Alves (4ª ZE); Marechal Thaumaturgo (4ª ZE); Porto Walter (4ª ZE); Tarauacá
(5ª ZE); Jordão (5ª ZE); Brasiléia (6ª ZE); Epitaciolândia (6ª ZE); Assis Brasil (6ª ZE); Feijó (7ª
ZE); Senador Guiomard (8ª ZE) e Acrelândia (8ª ZE). 2. Ficou justificada a necessidade de
atuação das tropas federais ante a notícia de: (i) histórico de conflitos entres
organizações criminosas no estado; (ii) reduzido efetivo da Polícia Militar nas
localidades; (iii) necessidade de assegurar a integridade física e a segurança da sede do
cartório eleitoral e dos servidores; (iv) distância e acesso dificultoso entre as
localidades, que inviabiliza eventual atendimento de emergência durante a eleição; (v)
necessidade de garantir distanciamento social e evitar aglomerações nestas eleições
municipais, em razão da pandemia da COVID–19; e (vi) insegurança na região de fronteira
com a Bolívia e o Peru . 3. Consta dos autos consulta ao Chefe do Poder Executivo
estadual, que se manifestou favoravelmente à requisição das Forças Armadas para
atuarem nas referidas localidades. 4. Preenchidos os requisitos da Res.–TSE nº 21.843/2004,
defere–se o pedido de requisição de força federal, conforme solicitado pelo TRE/AC.”
(Ac. de 27.10.2020 no PA nº 060144075, rel. Min. Luís Roberto Barroso.)
Art. 141 do Código Eleitoral. A força armada conservar-se-á a cem metros
da seção eleitoral e não poderá aproximar-se do lugar da votação, ou dêle
penetrar, sem ordem do presidente da mesa.

Art. 238 do Código Eleitoral. É proibida, durante o ato eleitoral, a


presença de força pública no edifício em que funcionar mesa receptora, ou
nas imediações, observado o disposto no Art. 141.
2) Mesas Receptoras

Art. 119 do CE. A cada seção eleitoral corresponde uma mesa receptora de votos. (V.
art. 5º, §1º, Res. 23.669/2021)
Art. 120 do CE. Constituem a mesa receptora um presidente, um primeiro e um
segundo mesários, dois secretários e um suplente, nomeados pelo juiz eleitoral
sessenta dias antes da eleição, em audiência pública, anunciado pelo menos com
cinco dias de antecedência.
§ 1º Não podem ser nomeados presidentes e mesários:
I - os candidatos e seus parentes ainda que por afinidade, até o segundo grau,
inclusive, e bem assim o cônjuge;
II - os membros de diretórios de partidos desde que exerça função executiva;
III - as autoridades e agentes policiais, bem como os funcionários no desempenho de
cargos de confiança do Executivo;
IV - os que pertencerem ao serviço eleitoral.
§ 2º Os mesários serão nomeados, de preferência entre os eleitores da própria seção,
e, dentre estes, os diplomados em escola superior, os professores e os serventuários
da Justiça.
2) Mesas Receptoras

Resolução TSE nº. 23.669 de 14 de dezembro de 2021


Art. 5º. A cada seção eleitoral corresponde uma mesa receptora de votos, salvo
na hipótese de agregação.
§1º Os Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) poderão determinar a agregação de
seções eleitorais visando à racionalização dos trabalhos eleitorais, desde que
não importe prejuízo ao exercício do voto.
§ 2º O disposto no § 1º deste artigo deverá obedecer ao limite máximo de 20
(vinte) seções eleitorais.

Art. 123 do CE. Os mesários substituirão o presidente, de modo que haja


sempre quem responda pessoalmente pela ordem e regularidade do processo
eleitoral, e assinarão a ata da eleição.
3) Votação

Art. 59 da Lei 9.504/97. A votação e a totalização dos votos serão feitas por sistema
eletrônico, podendo o Tribunal Superior Eleitoral autorizar, em caráter excepcional, a
aplicação das regras fixadas nos arts. 83 a 89.
§ 1º A votação eletrônica será feita no número do candidato ou da legenda
partidária, devendo o nome e fotografia do candidato e o nome do partido ou a
legenda partidária aparecer no painel da urna eletrônica, com a expressão
designadora do cargo disputado no masculino ou feminino, conforme o caso.
§ 2º Na votação para as eleições proporcionais, serão computados para a legenda
partidária os votos em que não seja possível a identificação do candidato, desde que
o número identificador do partido seja digitado de forma correta.

§ Após a emissão do relatório da Zerésima, que comprova a inexistência de


votos computados na urna, a ser assinado por mesários e fiscais, será
iniciada a votação. A votação terá início as 8 horas (art. 143 do CE).
3) Votação

§ Terminada a votação (17 horas – art. 144 do CE), o presidente da mesa


receptora finalizará a respectiva ata e, após, emitirá a impressão dos boletins
de urna.
§ Art. 153 do CE. Às 17 horas, o presidente fará entregar as senhas a todos os
eleitores presentes e, em seguida, os convidará, em voz alta, a entregar à
mesa seus títulos, para que sejam admitidos a votar.

4) Apuração

§ Os votos serão registrados individualmente pelo sistema de votação da urna, nas


seções eleitorais, resguardando-se o anonimato da eleitora ou do eleitor (art. 172,
caput, Res. TSE 23.669/21). A apuração consiste na contagem dos votos
destinados aos candidatos.
5) Proclamação dos eleitos

§ A proclamação dos resultados é o momento em que a Justiça Eleitoral (Juiz que


preside a Junta, Presidente do TRE e Presidente do TSE) reconhece os
candidatos que foram eleitos para cada cargo.

§ A condição jurídica de eleito, segundo Rodrigo Zilio, é obtida com a


proclamação dos resultados. Não há previsão de recurso específico para o ato
de proclamação dos eleitos, mas admite-se que ela pode ser alterada de
ofício por erro material ou resultado superveniente de julgamento.
Ø DIPLOMAÇÃO

§ A expedição do diploma habilita o eleito para a posse e o exercício do


mandato eletivo.
§ A diplomação produz efeitos mesmo em relação àqueles que
eventualmente não tenham comparecido à solenidade em que a Justiça
Eleitoral entrega o diploma.
§ Não existe uma data fixa para a diplomação dos eleitos. O TSE
estabelece, para cada eleição, a data limite para a solenidade. Mas a
atribuição para fixar a data da diplomação é do órgão da Justiça Eleitoral
da respectiva circunscrição, respeitando a data limite fixada pela Corte
Superior.
§ Competência: eleições municipais (Junta Eleitoral), eleições federais e
estaduais (TRE), eleições presidenciais (TSE).
Ø POSSE

§ Ato formal que habilita o eleito para o exercício do mandato. A partir da


posse, o eleito começa a exercer o mandato.

§ Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para


mandato de 4 (quatro) anos, realizar-se-á no primeiro domingo de
outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em
segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato de
seus antecessores, e a posse ocorrerá em 6 de janeiro do ano
subsequente, observado, quanto ao mais, o disposto no art. 77 desta
Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 111, de
2021)

§ "Art. 82. O mandato do Presidente da República é de 4 (quatro) anos e


terá início em 5 de janeiro do ano seguinte ao de sua eleição."
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 111, de 2021)
REGRAS GERAIS DO CONTENCIOSO CÍVEL ELEITORAL:
§ É possível a cumulação de demandas em um único processo, mas obrigatoriamente
haverá necessidade de prova distinta em relação a cada bem jurídico tutelado
pela ação.
§ Por outro lado, caso sejam propostas duas ou mais ações com o mesmo objeto,
deve ser aplicada a regra do art. 96-B da Lei 9.504/97.

Art. 96-B. Serão reunidas para julgamento comum as ações eleitorais propostas por
partes diversas sobre o mesmo fato, sendo competente para apreciá-las o juiz ou
relator que tiver recebido a primeira.
§ 1o O ajuizamento de ação eleitoral por candidato ou partido político não impede
ação do Ministério Público no mesmo sentido.

§ O art. 15 do Código de Processo Civil somente pode ser aplicado quando for
compatível com os bens jurídicos tutelados na Justiça Eleitoral.

Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou


administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e
subsidiariamente.
§ TSE editou a Resolução 23.478/2016 que estabelece diretrizes para a aplicação
do CPC no âmbito da Justiça Eleitoral.
§ Normas específicas de direito eleitoral (provenientes de lei ou resoluções do
TSE) prevalecem em relação a aplicação subsidiária do CPC.

Art. 2º Em razão da especialidade da matéria, as ações, os procedimentos e os


recursos eleitorais permanecem regidos pelas normas específicas previstas na
legislação eleitoral e nas instruções do Tribunal Superior Eleitoral.
Parágrafo único. A aplicação das regras do Novo Código de Processo Civil tem
caráter supletivo e subsidiário em relação aos feitos que tramitam na Justiça
Eleitoral, desde que haja compatibilidade sistêmica.
(...)
Art. 4º Os feitos eleitorais são gratuitos, não incidindo custas, preparo ou
honorários (Lei nº 9.265/1996, art. 1º).
RECURSOS ELEITORAIS (Art. 257 a art. 282 do CE):

§ REGRA: Art. 258 do CE– prazo de 3 dias, sempre que a lei não fixar prazo especial.

§ Efeitos dos recursos eleitorais:

Art. 257. Os recursos eleitorais não terão efeito suspensivo.


§ 2o O recurso ordinário interposto contra decisão proferida por juiz eleitoral
ou por Tribunal Regional Eleitoral que resulte em cassação de registro,
afastamento do titular ou perda de mandato eletivo será recebido pelo
Tribunal competente com efeito suspensivo. (Incluído pela Lei nº 13.165, de
2015)
Embargos de Declaração no Recurso Ordinário Eleitoral nº 0608809-63, Rio de
Janeiro/RJ, rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgados em 10.11.2020.
O efeito suspensivo automático previsto no art. 257, § 2º, do Código Eleitoral
(CE) se limita à cassação de registro, ao afastamento do titular ou à perda de
mandato eletivo, não alcançando a inelegibilidade. Trata-se de embargos de
declaração, com pedido de efeitos modificativos, recebidos como agravo interno,
opostos de decisão monocrática que indeferiu pedido de concessão de efeito
suspensivo a recurso ordinário formulado com a finalidade específica de
suspender a inelegibilidade do embargante. O Plenário do TSE, por maioria,
vencido o Ministro Sérgio Banhos, fixou orientação em que o efeito
suspensivo automático referido no art. 257, § 2º, do Código Eleitoral limita-se à
cassação de registro, ao afastamento do titular ou à perda de mandato eletivo, não
alcançando, portanto, a inelegibilidade, nos termos propostos pelo Presidente,
Ministro Luís Roberto Barroso. Em seu voto, o Ministro Mauro Campbell Marques,
relator, afirmou que o efeito suspensivo do recurso ordinário eleitoral – nos casos
de cassação de registro, afastamento do titular ou perda de mandato eletivo – é ope
legis, ou seja, decorre automaticamente da previsão legislativa contida no § 2º do art.
257 do CE, não se estendendo a outras hipóteses, tal como inelegibilidade decorrente
da condenação. Ao acompanhar o relator, o Ministro Luís Roberto Barroso
destacou que, interposto recurso ordinário de acórdão condenatório de Tribunal
Regional Eleitoral, não decorre do § 2º do art. 257 do CE a automática suspensão
da inelegibilidade, devendo o interessado demonstrar a plausibilidade do direito, nos
termos do art. 26-C da Lei Complementar nº 64/1990 e, bem assim, da Súmula-TSE nº
AÇÕES DE ARGUIÇÃO
DE INELEGIBILIDADE

AÇÕES ELEITORAIS

AÇÕES DE COMBATE AOS


ILÍCITOS ELEITORAIS

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