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DIREITO ELEITORAL | PONTO 2

Dos sistemas eleitorais

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CURSO MEGE

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Turma: Clube da Magistratura
Material: Ponto 2 (Direito Eleitoral)
Professor: Camila Penteado

MATERIAL DE APOIO 2
(Ponto 2)
SUMÁRIO

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA RODADA ...................................................................... 4

DIREITO ELEITORAL ........................................................................................................... 5

1. DOUTRINA (RESUMO)................................................................................................... 6

1.1. DO SISTEMA ELEITORAL............................................................................................. 6

2. JURISPRUDÊNCIA ........................................................................................................ 21

3. QUESTÕES ................................................................................................................... 24

4. GABARITO COMENTADO ............................................................................................ 27

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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA RODADA
(Conforme Edital Mege)

DIREITO ELEITORAL – Professora Camila Penteado


Dos sistemas eleitorais. (Ponto 2)

4
DIREITO ELEITORAL (conteúdo atualizado em 28-07-2023)

APRESENTAÇÃO

Neste ponto do Edital do Mege, discorreremos sobre sistemas eleitorais. A


parte de sistema proporcional possui uma relevância maior, dada a sua complexidade -
em especial, após as recentes modificações legislativas sobre o tema.
Apesar da cobrança do tema ser, em grande parte, referente à legislação,
alguns conceitos doutrinários a respeito dos tipos de sistemas (majoritário,
proporcional e misto), além das principais características, podem ser objeto de
questões de prova, razão pela qual serão abordados, ainda que de forma breve.
Bons estudos!
Camila Penteado.

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1. DOUTRINA (RESUMO)
1.1. DO SISTEMA ELEITORAL

Trata-se do conjunto de critérios utilizados para definir os vencedores em um


processo eleitoral (regras do jogo eleitoral). A legitimidade do regime político-
democrático reside na autoridade do povo e na consagração, não só dos direitos das
maiorias, mas também das minorias.
A representação do povo (legítimo detentor do poder) se concretiza em
decorrência de um dos fundamentos da República Federativa do Brasil, contida no art.
1º da Constituição Federal:

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união


indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal,
constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:
(...) V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce
por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos
termos desta Constituição.
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Existem três sistemas eleitorais: majoritário, proporcional e misto (este
último formado pela combinação dos outros dois). O ordenamento jurídico brasileiro
apenas adota os sistemas majoritário e proporcional.
Os principais aspectos do sistema misto – adotado em alguns países – serão
abordados ao final deste ponto.

1.1.1. SISTEMA MAJORITÁRIO

No sistema majoritário, é considerado eleito o candidato que obtenha a


maior soma de votos sobre os seus competidores, considerando-se tão somente os
votos válidos, isto é, despreza-se os votos em branco, os nulos e as abstenções (já
que não têm nenhum valor jurídico).

ATENÇÃO! NÃO É NULA a votação/eleição quando a maioria dos eleitores opta pelo
voto nulo. A previsão contida no art. 224 do Código Eleitoral trata da hipótese de
anulação dos votos quando comprovada fraude, coação ou falsidade, jamais quando
os votos nulos e brancos decorrerem de manifestação do eleitor.

Art. 224. Se a nulidade atingir a mais de metade dos votos do


país nas eleições presidenciais, do Estado nas eleições federais
e estaduais ou do município nas eleições municipais, julgar-se-
ão prejudicadas as demais votações e o Tribunal marcará dia
para nova eleição dentro do prazo de 20 (vinte) a 40
(quarenta) dias.
§ 1º Se o Tribunal Regional na área de sua competência, deixar
de cumprir o disposto neste artigo, o Procurador Regional
levará o fato ao conhecimento do Procurador Geral, que
providenciará junto ao Tribunal Superior para que seja marcada
imediatamente nova eleição.
§ 2º Ocorrendo qualquer dos casos previstos neste capítulo o
Ministério Público promoverá, imediatamente a punição dos
culpados.
§ 3º A decisão da Justiça Eleitoral que importe o
indeferimento do registro, a cassação do diploma ou a perda
do mandato de candidato eleito em pleito majoritário
acarreta, após o trânsito em julgado, a realização de novas
eleições, independentemente do número de votos anulados.
§ 4º A eleição a que se refere o § 3º correrá a expensas da
Justiça Eleitoral e será:
I - indireta, se a vacância do cargo ocorrer a menos de seis
meses do final do mandato;
II - direta, nos demais casos.
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OBSERVAÇÃO: ADI nº 5.525: confere interpretação conforme a Constituição para


afastar do âmbito de incidência deste artigo as situações de vacância nos cargos de
presidente, vice-presidente e senador da República.

Importante mencionar que, no sistema majoritário, vigora o princípio da


unicidade da chapa, isto é, elegendo o candidato “principal”, também se elege o
“secundário” (vices ou suplentes).
Nesse sentido, observe o disposto nos arts. 91 e 178 do Código Eleitoral:

Art. 91. O registro de candidatos a presidente e vice-


presidente, governador e vice-governador, ou prefeito e vice-
prefeito, far-se-á sempre em chapa única e indivisível, ainda
que resulte a indicação de aliança de partidos.
§ 1º O registro de candidatos a senador far-se-á com o do
suplente partidário.
§ 2º Nos Territórios far-se-á o registro do candidato a deputado
com o do suplente.
§ 3º É facultado aos partidos políticos celebrar coligações no
registro de candidatos às eleições majoritárias. (Incluído pela
Lei nº14.211, de 2021)
Art. 178. O voto dado ao candidato a Presidente da República
entender-se-á dado também ao candidato a vice-presidente,
assim como o dado aos candidatos a governador, senador,
deputado federal nos territórios, prefeito e juiz de paz
entender-se-á dado ao respectivo vice ou suplente.

ATENÇÃO! Por esse motivo, o § 4º do art. 36 da Lei das Eleições obriga que, nas
propagandas eleitorais dos candidatos ao cargo MAJORITÁRIO, constem, também, os
nomes dos candidatos a Vice (no caso dos cargos do Chefe do Executivo – Federal,
Estadual, Distrital ou Municipal) OU a suplentes de Senador, de modo claro e legível,
em tamanho não inferior a 30% (trinta por cento) do nome do titular.

Desta forma, por ser uma chapa única e indivisível, deve-se seguir, assim, até
o fim das eleições, sob pena de a candidatura de seus integrantes ser inviável.
O TSE excepciona o princípio da indivisibilidade da chapa majoritária mediante
as seguintes circunstâncias:

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a) indeferimento do registro de candidatura em segunda
instância;
b) chapa com registro deferido no prazo fatal para substituição
de candidatos;
c) rejeição do registro declarada às vésperas do certame;
d) registro indeferido versa sobre condição de elegibilidade do
vice; e
e) livre manifestação da vontade da comunidade por meio do
voto (Ac.-TSE, de 13.9.2022, no AgR-REspEl nº 060094104; de
13.6.2019, no AgR-REspe nº 9309 e, de 26.6.2018, nos ED-AgR-
REspe nº 8353).

Pode ocorrer ainda de, no processo eleitoral, haver causa de inelegibilidade,


renúncia, falecimento ou registro indeferido ou cancelado de algum dos membros da
chapa.
Nesse caso, é possível a sua substituição pelo partido ou coligação, desde que
o requerimento seja registrado até 10 dias após o motivo que ocasionou dissolução da
chapa. Entretanto, o pedido deve ser feito à Justiça Eleitoral até 20 dias antes do
pleito, exceto em caso de falecimento de candidato, quando a substituição poderá ser
efetivada após esse prazo. Veja o que dispõe o art. 13 da Lei das Eleições:
Art. 13. É facultado ao partido ou coligação substituir candidato
que for considerado inelegível, renunciar ou falecer após o
termo final do prazo do registro ou, ainda, tiver seu registro
indeferido ou cancelado.
§ 1º A escolha do substituto far-se-á na forma estabelecida no
estatuto do partido a que pertencer o substituído, e o registro
deverá ser requerido até 10 (dez) dias contados do fato ou da
notificação do partido da decisão judicial que deu origem à
substituição. (Redação dada pela Lei nº 12.034, de 2009)
§ 2º Nas eleições majoritárias, se o candidato for de coligação,
a substituição deverá fazer-se por decisão da maioria absoluta
dos órgãos executivos de direção dos partidos coligados,
podendo o substituto ser filiado a qualquer partido dela
integrante, desde que o partido ao qual pertencia o
substituído renuncie ao direito de preferência.
§ 3º Tanto nas eleições majoritárias como nas proporcionais, a
substituição só se efetivará se o novo pedido for apresentado
até 20 (vinte) dias antes do pleito, exceto em caso de
falecimento de candidato, quando a substituição poderá ser
efetivada após esse prazo. (Redação dada pela Lei nº 12.891, de
2013)
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Com o intuito de sistematizar as disposições legais acima, confira o seguinte
esquema:

ATENÇÃO! No caso de renúncia do candidato, o prazo de dez dias para o registro do


pedido conta-se do pedido de renúncia, e não de qualquer homologação da JE, pois
o TSE já decidiu que “a renúncia à candidatura é ato unilateral e não depende de
homologação para produzir efeitos” (Ac.-TSE, de 11.12.2014, no REspe nº 61245 e, de
18.3.2010, no REspe nº 36150).
Impende destacar o disposto no art. 77, §§ 4º e 5º, da CF/88, que prevê a
situação de morte, desistência ou impedimento entre o primeiro e segundo turno.
Nessa hipótese, a norma possibilita a convocação do candidato de maior votação
dentre os remanescentes ou, em caso de empate, o mais idoso, in verbis:

Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da


República realizar-se-á, simultaneamente, no primeiro domingo
de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de
outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do
término do mandato presidencial vigente. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 16, de 1997)
§ 1º A eleição do Presidente da República importará a do Vice-
Presidente com ele registrado.
§ 2º Será considerado eleito Presidente o candidato que,
registrado por partido político, obtiver a maioria absoluta de
votos, não computados os em branco e os nulos.
§ 3º Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na
primeira votação, far-se-á nova eleição em até vinte dias após a
proclamação do resultado, concorrendo os dois candidatos
mais votados e considerando-se eleito aquele que obtiver a
maioria dos votos válidos.
§ 4º Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte,
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desistência ou impedimento legal de candidato, convocar-se-
á, dentre os remanescentes, o de maior votação.
§ 5º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer,
em segundo lugar, mais de um candidato com a mesma
votação, qualificar-se-á o mais idoso.

ATENÇÃO! Se o caso de morte, desistência ou impedimento, entre o primeiro e


segundo turno, for do candidato à Chefia do Executivo (Presidente, Governador ou
Prefeito), não há indicação da CF para que o Vice assuma o pleito da chapa. Portanto,
nesse caso, a chapa inteira deixará a disputa eleitoral.

Diante do princípio da simetria, bem como o disposto nos arts. 28; 32, § 2º;
29, II, todos da CF/88, também se aplicam os §§ 4º e 5º do art. 77 às eleições de
Governadores dos Estados e do DF e Prefeitos (nesse caso, cujas cidades tenham mais
de 200 mil eleitores).
Questão polêmica se refere às substituições dos candidatos a Vice nessa
hipótese de morte, desistência ou impedimento entre o primeiro e segundo turno. Isso
porque não há norma disciplinadora dessa situação.
Embora a doutrina divirja nesse ponto, o TSE já decidiu sobre a possibilidade
de substituição do Vice, aplicando-se, na hipótese, o disposto no art. 13, § 2º, da Lei
das Eleições, ou seja, permite-se a substituição desde que o substituto seja de partido
já integrante da coligação no primeiro turno (TSE – Ac. no 20.141, de 26-3-1998; TSE –
Ac. nº 14.340, de 12-5-1994).
Como exposto anteriormente, para que o candidato seja eleito pelo sistema
majoritário, faz-se necessário que obtenha a maioria dos votos válidos. Há de se
diferenciar, contudo, a que maioria está se referindo. A depender do cargo, pode ser
necessária a maioria simples ou absoluta dos votos.
No sistema majoritário por maioria simples, basta que o candidato compute
a maioria dos votos válidos, sem necessidade de haver uma diferença mínima entre
primeiro e segundo colocados. Exemplo: Candidato X = 34% dos votos válidos;
Candidato Y = 28% dos votos válidos; Candidato Z = 20% dos votos válidos. Perceba
que, nesse caso, o candidato X será considerado o vencedor do certame, pois obteve a
maioria relativa dos votos válidos.
Já, no sistema majoritário por maioria absoluta, o vencedor será aquele que,
além de conseguir a maioria dos votos válidos, tiver uma diferença mínima entre o
primeiro e o segundo colocado. Nesse sistema, é necessário que o candidato mais
votado tenha 50% dos votos válidos mais 1 (um) voto (ou, como preferem alguns
autores, deve haver a obtenção do primeiro número inteiro após a metade dos votos
válidos).
Exemplo: Em uma votação, houve 10.000 votos válidos. Candidato X = 50,01%
dos votos válidos (correspondente a um total de 5.001 votos); Candidato Y = 23% dos
votos válidos (correspondente a um total de 2.300 votos); Candidato Z = 21% dos votos 11
válidos (correspondente a um total de 2.100 votos).
Note que, no exemplo acima, o candidato X obteve a maioria absoluta dos
votos, porque computou 50% dos votos válidos (ou seja, 5.000 votos do total de
10.000) mais 1 (um) voto, totalizando 5.001 votos válidos recebidos.

ATENÇÃO! No sistema majoritário por maioria absoluta, não é preciso ter 51% dos
votos válidos, mas simplesmente 50% dos votos válidos mais 1 (um) voto (ou seja, o
candidato deve possuir mais votos que os dos seus adversários somados). Observem
que, no exemplo dado, o candidato que ganharia a eleição obteve 50,01% dos votos
válidos e, mesmo assim, atingiu a quantidade de votos necessários para se eleger.

Caso essa maioria absoluta não seja alcançada, haverá a votação em segundo
turno entre os dois candidatos mais votados. Nessa situação, será considerado eleito
em segundo turno aquele candidato que consiga a votação da maioria dos votos
válidos, tudo em conformidade com o art. 77, §§ 2º e 3º, da CF, in verbis:

Art. 77 (...)
§ 2º Será considerado eleito Presidente o candidato que,
registrado por partido político, obtiver a maioria absoluta de
votos, não computados os em branco e os nulos.
§ 3º Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na
primeira votação, far-se-á nova eleição em até vinte dias após
a proclamação do resultado, concorrendo os dois candidatos
mais votados e considerando-se eleito aquele que obtiver a
maioria dos votos válidos.

ATENÇÃO! Lembrem-se de que, no sistema majoritário por maioria simples, não há


possibilidade de realização de segundo turno.

O sistema majoritário por maioria simples é realizado para os cargos de


Senador, Prefeito e Vice-Prefeito (neste caso, para municípios de ATÉ 200.000
ELEITORES).
Já o sistema majoritário por maioria absoluta, aplica-se às eleições para:
Presidente e Vice-Presidente da República, Governador e Vice-Governador e Prefeito e
Vice-Prefeito (neste caso, para municípios com MAIS de 200.000 ELEITORES).

- Senador.
MAJORITÁRIO por MAIORIA
- Prefeito e Vice ATÉ 200.000 apenas 1 TURNO
RELATIVA
ELEITORES.
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- Presidente e Vice.
MAJORITÁRIO por MAIORIA - Governador e Vice.
1 ou 2 TURNOS
ABSOLUTA - Prefeito e Vice MAIS de
200.000 ELEITORES.

ATENÇÃO! O art. 224, § 3º, do CE, dispõe que: “§ 3º A decisão da Justiça Eleitoral que
importe o indeferimento do registro, a cassação do diploma ou a perda do mandato
de candidato eleito em pleito majoritário acarreta, após o trânsito em julgado, a
realização de novas eleições, independentemente do número de votos anulados”.
Há três destaques para esse dispositivo, em decorrência da decisão do STF nas ADIs
5525 e 5619:
1) O dispositivo se aplica ao sistema majoritário (maioria absoluta ou simples);
2) Não necessita aguardar o trânsito em julgado para se realizar as novas eleições,
bastando a decisão final pela Justiça Eleitoral (exemplo: não precisa aguardar eventual
recurso extraordinário, o qual não possui efeito suspensivo);
3) As novas eleições são realizadas independentemente do número de votos
anulados.

1.1.2. SISTEMA PROPORCIONAL


No sistema proporcional há uma repartição aritmética das vagas, objetivando
que a representação se distribua em proporção às correntes ideológicas ou de
interesse dos partidos concorrentes. Foi com a Revolução Francesa em 1789 que
surgiu esse ideal: “o Parlamento deveria expressar o mais fielmente possível o perfil
do eleitorado” - Mirabeau.
Com isso, busca-se a representação de diversos setores, classes sociais e
ideologias dentro do parlamento, razão pela qual nem sempre o candidato mais
votado será eleito.
Esse sistema, no Brasil, somente se aplica aos cargos eletivos do Poder
Legislativo, salvo o de Senador Federal, cujo sistema adotado é o majoritário por
maioria simples, como visto anteriormente.
Importante registrar também que, em razão da busca da diversidade de
representação (inclusive, ideológica) no parlamento, são computados como votos
válidos no sistema proporcional tanto o nominal (direcionado a um determinado
candidato) quanto o de legenda (aquele consignado a um determinado partido
político).

ATENÇÃO! Do mesmo modo que no sistema majoritário, NÃO SÃO COMPUTADOS os


votos brancos e nulos no sistema proporcional.
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Para se chegar a essa proporcionalidade, existem algumas técnicas de
utilização: ou o número de votos necessários para o preenchimento de uma vaga, em
cada circunscrição, é previamente estabelecido por lei (chamado de número
uniforme); são feitas várias operações aritméticas sucessivas para que haja a
representação proporcional (quociente eleitoral - QE, quociente partidário - QP,
distribuição de sobras – DS).
O Direito Eleitoral Brasileiro se utiliza dessas operações aritméticas
sucessivas para chegar à proporcionalidade representativa do parlamento, conforme
arts. 106 a 112 do CE, alterados recentemente pela lei nº 14.211/2021:

Art. 106. Determina-se o quociente eleitoral dividindo-se o


número de votos válidos apurados pelo de lugares a
preencher em cada circunscrição eleitoral, desprezada a
fração se igual ou inferior a meio, equivalente a um, se
superior.
Art. 107. Determina-se para cada partido o quociente
partidário dividindo-se pelo quociente eleitoral o número de
votos válidos dados sob a mesma legenda, desprezada a fração.
(Redação dada pela Lei nº14.211, de 2021)
Art. 108. Estarão eleitos, entre os candidatos registrados por
um partido que tenham obtido votos em número igual ou
superior a 10% (dez por cento) do quociente eleitoral, tantos
quantos o respectivo quociente partidário indicar, na ordem da
votação nominal que cada um tenha recebido. (Redação dada
pela Lei nº14.211, de 2021)
Parágrafo único. Os lugares não preenchidos em razão da
exigência de votação nominal mínima a que se refere o caput
serão distribuídos de acordo com as regras do art. 109.
(Incluído pela Lei nº 13.165, de 2015)
Art. 109. Os lugares não preenchidos com a aplicação dos
quocientes partidários e em razão da exigência de votação
nominal mínima a que se refere o art. 108 serão distribuídos de
acordo com as seguintes regras: (Redação dada pela Lei nº
13.165, de 2015)
I - dividir-se-á o número de votos válidos atribuídos a cada
partido pelo número de lugares por ele obtido mais 1 (um),
cabendo ao partido que apresentar a maior média um dos
lugares a preencher, desde que tenha candidato que atenda à
exigência de votação nominal mínima; (Redação dada pela Lei
nº 14.211, de 2021)
II - repetir-se-á a operação para cada um dos lugares a
preencher; (Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015)
III - quando não houver mais partidos com candidatos que 14
atendam às duas exigências do inciso I deste caput, as cadeiras
serão distribuídas aos partidos que apresentarem as maiores
médias. (Redação dada pela Lei nº14.211, de 2021)
§ 1º O preenchimento dos lugares com que cada partido for
contemplado far-se-á segundo a ordem de votação recebida
por seus candidatos. (Redação dada pela Lei nº14.211, de 2021)
§ 2º Poderão concorrer à distribuição dos lugares todos os
partidos que participaram do pleito, desde que tenham obtido
pelo menos 80% (oitenta por cento) do quociente eleitoral, e os
candidatos que tenham obtido votos em número igual ou
superior a 20% (vinte por cento) desse quociente. (Redação
dada pela Lei nº14.211, de 2021)
Art. 110. Em caso de empate, haver-se-á por eleito o candidato
mais idoso.
Art. 111. Se nenhum partido alcançar o quociente eleitoral,
considerar-se-ão eleitos, até serem preenchidos todos os
lugares, os candidatos mais votados. (Redação dada pela Lei
nº14.211, de 2021)
Art. 112. Considerar-se-ão suplentes da representação
partidária:
I - os mais votados sob a mesma legenda e não eleitos efetivos
das listas dos respectivos partidos;
II - em caso de empate na votação, na ordem decrescente da
idade.
Parágrafo único. Na definição dos suplentes da representação
partidária, não há exigência de votação nominal mínima
prevista pelo art. 108. (Incluído pela Lei nº 13.165, de 2015)

Antes de sistematizar o texto normativo supratranscrito, há de se explanar a


respeito dos institutos correspondentes.
O quociente eleitoral – QE – explicita quantos votos o partido precisa obter
para ter direito a pelo menos 1 (uma) vaga em determinada casa do parlamento.
O quociente partidário – QP – demonstra quantas vagas o partido tem direito
na casa legislativa.
Já a distribuição de sobras – DS – visa a repartir entre os partidos políticos as
vagas restantes, que não foram distribuídas com o quociente partidário.
Nesse contexto, observa-se que devem ser realizados cálculos sucessivos para
se chegar ao número final de lugares destinados a determinado partido ou coligação.
Passa-se, portanto, pelas seguintes etapas:
1ª ETAPA: determina-se o quociente eleitoral – QE - (art. 106, CE: divide-se o
número de votos válidos – distribuídos aos candidatos e às legendas – pelo de lugares
a preencher, desprezada a fração se igual ou inferior a 0,5, ou equivalente a um se
superior). 15
Se o resultado desse cálculo apresentar um número fracionado (Ex.: 3.000,40
ou 10.000,70), deve-se ou desprezar a fração ou subir para o próximo número inteiro,
a depender da fração. Se a fração for inferior a 0,5, como no exemplo de 3.000,40,
despreza-se a fração, obtendo-se o QE de 3.000. De outro modo, caso a fração seja
superior a 0,5, como no exemplo de 10.000,70, deve-se subir ao primeiro número
inteiro, ficando o QE de 10.001.
Calculando-se o QE, passa-se à próxima etapa.
2ª ETAPA: determina-se o quociente partidário – QP - divisão do número de
votos válidos dados sob a mesma legenda pelo quociente eleitoral, desprezada a
fração. Nessa etapa (QP), não há referência se inferior a 0,5 ou superior, conforme art.
107 do CE, razão pela qual SE DESPREZA QUALQUER FRAÇÃO.
Atente que, nesse cálculo, levam-se em conta os votos válidos obtidos pela
legenda, dividindo-se pelo QE anteriormente calculado, e, caso se chegue a um
número fracionário (Ex.: 5,7), só se considera o número inteiro (Ex.: 5).
Nesse exemplo, o partido terá direito a cinco vagas. Essas vagas serão
distribuídas entre os candidatos desse partido na ordem de maior votação nominal.
Todavia, esses candidatos precisam ter recebido a VOTAÇÃO NOMINAL
MÍNIMA, correspondente ao número igual ou superior a 10% (dez por cento) do
quociente eleitoral (art. 108 do CE). Se esse partido, por exemplo, só tiver três
candidatos que tenham atingido a votação nominal mínima, os dois lugares não
preenchidos entrarão para o cálculo da 3ª etapa da distribuição de sobras (art. 108,
parágrafo único, do CE).
ATENÇÃO! Com o advento da EC nº 97 de 04 de outubro de 2017, resta vedada a
celebração de coligações nas eleições proporcionais. Por força do art. 2º da EC, as
mudanças passaram a ser aplicadas a partir das eleições de 2020.
Atualmente, portanto, as coligações apenas são permitidas nas eleições majoritárias
(art. 17, § 1º, CF).
A fim de ajustar a redação das leis eleitorais (em especial a Lei das Eleições e o
Código Eleitoral) à vedação constitucional de coligações nas eleições proporcionais,
editou-se a Lei nº 14.211, de 1º de outubro de 2021. Sugerimos que o aluno faça
uma leitura atenta dos dispositivos, pois a lei promoveu mudanças relevantes a
respeito do assunto e que certamente serão cobradas nos próximos certames.

Passando à segunda etapa e não se distribuindo todas as vagas existentes, ou


seja, sobrando vagas a preencher (“sobras”), precisa-se realizar a terceira etapa
(divisão das sobras – DS).
Daí pergunta-se: por que há essas sobras? Por que não foram distribuídas
todas as vagas existentes quando do cálculo do quociente partidário (QP)?
Em primeiro lugar, porque algum partido pode ter candidatos que não
atingiram a votação nominal mínima e, por força do parágrafo único do art. 108 do CE,
esses lugares não preenchidos serão destinados à distribuição das sobras. 16
Em segundo lugar, porque quase sempre se terá um resultado do cálculo do
QP que não seja número inteiro. Daí, levando-se em conta o desprezo de todas as
frações dos cálculos de todos os partidos em disputa, notadamente não haverá o
preenchimento imediato de todas as vagas disponíveis, razão pela qual se perfaz
necessário entrar na 3ª etapa do cálculo, qual seja, a distribuição das sobras (DS).
3ª ETAPA: determina-se a divisão de sobras – DS – dividindo-se o número de
votos válidos dados para a mesma legenda pelo número de lugares por ela obtido no
quociente partidário somado a mais um.

ATENÇÃO! Com o advento da Lei nº 13.488 de 06 de outubro de 2017, que alterou a


redação do § 2º do art. 109 do CE, TODOS os PARTIDOS que participaram do pleito
poderão concorrer à distribuição dos lugares. Contudo, recente alteração trazida pela
Lei nº 14.211/21 traz uma condição: podem concorrer todos os partidos que
participaram do pleito, desde que tenham obtido pelo menos 80% (oitenta por
cento) do quociente eleitoral, e os candidatos que tenham obtido votos em número
igual ou superior a 20% (vinte por cento) desse quociente.

Primeiramente, nessa última etapa, faz-se uma média de cada partido para
cada vaga restante. Exemplo: caso haja três vagas restantes, faz-se todo o cálculo para
apenas uma dessas vagas. Após se determinar para qual partido essa vaga irá,
acrescenta-se tal vaga ao partido que a recebeu e, em seguida, realiza-se novo cálculo.
Tudo novamente para a segunda vaga restante e, assim, sucessivamente até acabarem
as vagas.
Importante mencionar que, levando em consideração essa média que se faz, o
partido que tiver a maior média recebe a vaga, desde que o candidato desse partido
tenha obtido o percentual do VOTO NOMINAL MÍNIMO. Esse voto nominal mínimo,
fruto da minirreforma de 2015 (Lei nº 13.165/2015), consiste em o candidato ter
obtido votos em número igual ou superior a 10% (dez por cento) do quociente
eleitoral. Isto é, o candidato tem que atingir o mínimo de 10% do QE (Exemplo: se o
QE calculado foi de 10.000, o candidato necessita ter recebido, no mínimo, 1.000 votos
válidos).
Por outro lado, na definição dos suplentes da representação partidária, não
há exigência da votação nominal mínima dos 10% do QE, conforme redação atual do
parágrafo único do art. 112 do Código Eleitoral.

ATENÇÃO! Caso haja empate entre as médias dos partidos, prevalece a vaga ao
partido que obteve maior votação [TSE – Res. nº 23.456/2015, art. 149, “§ 2º No caso
de empate de médias entre dois ou mais partidos políticos ou coligações, será
considerado aquele com maior votação (Res.-TSE n° 16.844/1990)”].

A legislação só permite que a vaga seja distribuída sem que se tenha atingido
essa votação mínima, caso não haja partido que atenda tal exigência. Esse, portanto, 17
é um segundo momento do cálculo das sobras. Nessa situação, será distribuída a vaga
para o partido que, simplesmente, tiver a maior média calculada pela DS.
Impende destacar que essas vagas oriundas do cálculo da DS serão
preenchidas pelos partidos pelos seus respectivos candidatos na ordem de maior
votação nominal. Exemplo: Partido X tem direito a 2 vagas das sobras e possui os
candidatos Y (recebeu 10.000 votos nominais); Z (recebeu 20.000 votos nominais) e W
(recebeu 3.000 votos nominais). Nesse caso, os candidatos que irão ocupar as duas
vagas são o Z e o Y, por possuírem maior votação que o candidato W.

ATENÇÃO! Diante do exposto, constata-se que o ordenamento jurídico brasileiro


adota o sistema proporcional de lista aberta, uma vez que cabe ao eleitor escolher os
candidatos que ocuparão as vagas dos respectivos partidos. O voto do eleitor, em
cada candidato, é determinante para se saber quais dos candidatos do partido irão
assumir as correspondentes cadeiras destinadas.
Se o sistema proporcional fosse de lista fechada, os partidos, previamente, antes das
eleições, definiriam a ordem dos candidatos que apareceriam na lista, ficando o
eleitor sujeito apenas a votar na legenda (partido). Caso essa legenda obtivesse
direito a três vagas, por exemplo, os três primeiros candidatos da legenda indicados
na lista assumiriam o cargo.
Percebe-se que, incialmente, o partido necessita atingir o QE para ter lugar na
casa legislativa correspondente. Caso contrário, sequer terá direito a lugar no
parlamento representado pelo sistema proporcional.
Todavia, há uma exceção no art. 111 do CE, que apresenta a hipótese de
NENHUM partido atingir o QE. Nesse caso, considerar-se-ão eleitos, até serem
preenchidos todos os lugares, os candidatos mais votados. Constata-se que, nessa
hipótese excepcional, observar-se-á o princípio majoritário.
Essas três etapas podem ser desenvolvidas a partir da aplicação da seguinte
sistematização:

18

ATENÇÃO! De acordo com o art. 175 do Código Eleitoral:


§ 3º Serão nulos, para todos os efeitos, os votos dados a candidatos inelegíveis ou não
registrados. : (Renumerado do § 4º pela Lei nº 4.961, de 4 5.66)
§ 4º O disposto no parágrafo anterior não se aplica quando a decisão de
inelegibilidade ou de cancelamento de registro for proferida após a realização da
eleição a que concorreu o candidato alcançado pela sentença, caso em que os votos
serão contados para o partido pelo qual tiver sido feito o seu registro. (Incluído pela Lei
nº 7.179, de 19.12.1983)
Recentemente, o TSE excepcionou a aplicação do contido no § 4º. Conforme o
Tribunal, a cassação de mandato ou diploma de candidato eleito pelo sistema
proporcional em ação autônoma pela prática dos ilícitos eleitorais enseja a anulação
dos votos recebidos e, consequentemente, o recálculo dos quocientes eleitoral e
partidário. Assim, será afastada a incidência do § 4º do art. 175 do Código Eleitoral
(CE), e os votos recebidos pelo candidato cassado não serão aproveitados pelo
partido pelo qual foi eleito (Recurso Ordinário nº 0603900-65, Salvador/BA, rel. Min.
Sérgio Banhos, julgado em 13.10.2020).
Ressalte-se, no entanto, que a discussão tem relevância, sobretudo, às condutas
praticadas no pleito de 2018, porquanto a Resolução TSE nº 23.611/2019 – que dispõe
sobre os atos gerais do processo eleitoral para as Eleições 2020, no art. 1981, II, b e §
5º – previu que serão computados como anulados os votos obtidos por candidato que,
após a eleição, venha a ser cassado em ação autônoma.
O aluno, portanto, deve ter muita atenção ao teor da questão de primeira fase. Se o
examinador expressamente cobrar o contido no Código Eleitoral, sem ressalvas,
sugerimos que a resposta seja de acordo com o art. 175, § 4º. Para todas as demais
hipóteses, tanto na objetiva quanto nas demais fases do concurso, orientamos que a
resposta seja dada no sentido do quanto decidido pelo TSE e, ainda, da Resolução
23.611.

1.1.3. SISTEMA MISTO

Esse sistema, não adotado no Brasil, faz uma mescla entre os sistemas
majoritário e proporcional.
Dentro do sistema misto, pode haver uma inclinação maior para as 19
características do sistema majoritário ou do sistema proporcional. Isso porque, como
se trata de um sistema que apresenta traços de ambos os sistemas, poderá haver
preponderância de um ou de outro.
A doutrina cita, como exemplo, o sistema misto na Alemanha. Nesse país,
prepondera a proporcionalidade, e a votação se divide em duas partes: uma parte dos
lugares são preenchidos pelo voto majoritário (maioria simples); e a outra parte pelo
sistema proporcional.
Se esse sistema alemão fosse utilizado no Brasil, cada estado da federação
seria dividido em distritos, tantos quantos fossem o número de lugares a serem
preenchidos.

OBSERVAÇÃO: Pelo sistema distrital puro, as circunscrições eleitorais (Estado, DF e


Município) são divididas em distritos (microrregiões), elegendo-se um parlamentar
para cada um desses, por meio do sistema majoritário (maioria simples ou absoluta).
Já no sistema distrital misto, essas circunscrições eleitorais têm parte das vagas
eleitas através dos distritos (sistema majoritário por maioria simples ou absoluta) e
parte das vagas (geralmente a metade) destinadas à eleição pelo sistema
proporcional de listas partidárias (abertas ou fechadas).
Se o estado tem direito a 13 vagas de Deputados Federais no Congresso
Nacional, sete ou seis vagas seriam destinadas à votação majoritária e sete ou seis
vagas destinadas ao sistema proporcional.
Assim, esse estado teria uma divisão de sete ou seis distritos para o voto
majoritário (em cada distrito seria eleito o candidato com maior votação) e cada
partido teria como inscrever um candidato para cada distrito. Ao mesmo tempo, cada
partido apresentaria uma lista partidária para todo o estado (para saber quantos
candidatos o partido elegeu dessa lista, ter-se-á que realizar um cálculo da proporção
de votos obtido pela legenda).
Destarte, o eleitor realizaria dois votos: um para o candidato do seu distrito
(voto majoritário) e outro para a lista partidária (legenda) de sua escolha (voto
proporcional).
Outro exemplo de país que utiliza o sistema misto é o México. Aqui, há uma
predominância do sistema majoritário. Isso porque o número de lugares a serem
preenchidos na Câmara dos Deputados é maior para o sistema majoritário (300
deputados), enquanto o número de cadeiras destinadas ao sistema proporcional é de
200.
A votação é realizada, no majoritário, por meio de de distritos, distribuídos
em 31 estados e o DF, não podendo, cada estado ou o DF ter menos de dois distritos.
Cada distrito elege um deputado (sistema majoritário – maior votação).
Já o proporcional é realizado pelo sistema de listas partidárias, contudo,
envolvendo apenas cinco circunscrições para todo país. Segue-se a mesma sistemática 20
do cálculo proporcional para se atribuir o número de deputados por cada lista
partidária (legenda).
Ante o explanado, vislumbra-se que, no sistema misto, independentemente
da preponderância de cada país que o adota como sistema eleitoral, terá uma parte da
votação pelo sistema majoritário – seja por maioria simples, seja por maioria absoluta
– e outra parcela da votação pelo sistema proporcional, por meio de lista aberta ou
lista fechada.
2. JURISPRUDÊNCIA

SÚMULAS DO TSE

Súmula 38. Nas ações que visem à cassação de registro, diploma ou mandato, há
litisconsórcio passivo necessário entre o titular e o respectivo vice da chapa
majoritária.
Súmula 67. A perda do mandato em razão da desfiliação partidária não se aplica aos
candidatos eleitos pelo sistema majoritário.

JULGADOS DO STF

- É constitucional legislação federal que estabeleça novas eleições para os cargos


majoritários simples – isto é, Prefeitos de Municípios com menos de duzentos mil
eleitores e Senadores da República – em casos de vacância por causas eleitorais. (ADI
5.690, rel. min. Roberto Barroso, j. 8-3-2018, Informativo 893)

- A perda do mandato em razão de mudança de partido não se aplica aos candidatos


eleitos pelo sistema majoritário, sob pena de violação da soberania popular e das
escolhas feitas pelo eleitor (Informativo 787/STF/2015). 21
- O número de Deputados Federais deve ser fixado por meio de Lei Complementar,
não podendo ser feito pelo TSE. A CF/88 previu que o número total de Deputados,
bem como a representação por Estado e pelo Distrito Federal, deve ser estabelecido
por lei complementar, proporcionalmente à população (§ 1º do art. 45). (STF, Plenário,
ADI 4947, 5020, 5028, 5130, 4963, 4965 e ADC 33/DF, Rel. p. Acórdão Min. Rosa
Weber, julgados em 18/6/2014, Informativo 751).

- STF mantém distribuição de vagas remanescentes entre todos os partidos que


disputam eleição.
Por unanimidade, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), na sessão
extraordinária da manhã desta quarta-feira (4), julgou improcedente a Ação Direta de
Inconstitucionalidade (ADI) 5947, ajuizada pelo Democratas (DEM) contra dispositivo
da Lei 13.488/2017 que modificou regras para a partilha dos lugares não preenchidos
com a aplicação dos quocientes partidários, as chamadas sobras eleitorais.
O artigo 3º da norma, que alterou o parágrafo 2º do artigo 109 do Código Eleitoral,
afastou a necessidade de que os partidos e as coligações obtenham quociente eleitoral
para participar da distribuição dos lugares não preenchidos com a aplicação dos
quocientes partidários e em razão da votação nominal mínima de 10%.
De acordo com o relator, ministro Marco Aurélio, a modificação permite que partidos
menores, geralmente vinculados à defesa de demandas de grupos socialmente
minoritários, tenham representação parlamentar. Segundo ele, há casos em que
candidatos dessas siglas foram bem votados, mas, pelas regras anteriores, não
poderiam assumir o mandato, pois a sigla não alcançou o quociente eleitoral.
O ministro apontou que a Constituição Federal (CF) não impõe um modelo único para
a definição dos detalhes das regras eleitorais e que há diversos métodos para a
distribuição das sobras eleitorais. No caso, o Legislativo optou por reforçar a efetiva
participação das minorias no Parlamento.
Segundo o relator, como não há ofensa à Constituição Federal, a atuação do STF seria
uma ingerência indevida nas atividades regulares do Congresso Nacional. “É
eminentemente política a decisão aprovada nas duas Casas em relação à norma em
questão”, concluiu.

JULGADOS DO TSE

- “Consulta. Candidatos a governador e vice vinculados a partidos políticos distintos.


Coligação. Morte do titular. Sucessão. Hipóteses possíveis. Respostas correspondentes.
[...] c) Na hipótese de falecimento após a realização do segundo turno e antes da
diplomação dos eleitos, por aplicação da jurisprudência do TSE, será diplomado
como titular o vice-governador eleito, visto que ‘os efeitos da diplomação do
candidato pela Justiça Eleitoral são meramente declaratórios, já que os constitutivos
evidenciam-se com o resultado favorável das urnas;’ d) Em ocorrendo o evento
morte entre a diplomação e a posse dos eleitos, nenhuma providência competirá à
22
Justiça Eleitoral, pois incidirão, por aplicação do princípio da simetria, as regras
constantes dos arts. 80 e 81 da Constituição Federal.” (Res. no 22.236, de 8.6.2006,
rel. Min. Cezar Peluso.)

- “Mandado de segurança. Partido. Lista de suplentes da coligação. 1. No julgamento


dos Mandados de Segurança nº 30.260 e nº 30.272, o Supremo Tribunal Federal
decidiu que o quociente partidário para o preenchimento de cargos vagos é definido
em função da coligação, contemplando seus candidatos mais votados,
independentemente dos partidos aos quais são filiados. Regra que deve ser mantida
para a convocação dos suplentes, pois eles, como os eleitos, formam lista única de
votações nominais que, em ordem decrescente, representa a vontade do eleitorado.
2. Em face desse entendimento, os parlamentares licenciados devem ser substituídos
por suplentes das coligações partidárias, e não dos partidos políticos. [...]” (Ac. de
18.9.2012 no AgR-RMS nº 145948, rel. Min. Arnaldo Versiani.)

- “No caso de empate nas médias de dois ou mais partidos ou coligações, a vaga será
atribuída àquele com maior votação” (TSE – Res. nº 16.844/90; Acórdãos nº
11.778/94 e nº 2.895/2001).
- Res.-TSE n. 16.844/1990 e Ac.-TSE nº 11.778/1994 e nº 2.895/2001: no caso de
empate na média entre dois ou mais partidos ou coligações, considerar-se-á o partido
ou coligação com maior votação, não se aplicando o art. 110 do CE.

23
3. QUESTÕES

1. (FCC/TJSC/JUIZ DE DIREITO/2017) Nos termos da Constituição Federal, a Câmara


dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo sistema
proporcional. Tal sistema eleitoral:
a) determina, segundo o Código Eleitoral, que as vagas não preenchidas segundo o
quociente partidário serão distribuídas aos partidos com o maior número de votos
remanescentes, ou seja, aqueles que restaram em face do cálculo do quociente
partidário.
b) determina, segundo o Código Eleitoral, a eleição dos candidatos que tenham obtido
votos em número igual ou superior a 10% (dez por cento) do quociente eleitoral,
tantos quantos o respectivo quociente partidário indicar, na ordem da votação
nominal que cada um tenha recebido.
c) impede, segundo a legislação eleitoral, que o voto conferido a candidato de
determinado partido seja considerado para a eleição de candidato de partido diverso,
ainda que coligado.
d) determina, segundo o Código Eleitoral, a eleição dos candidatos que tenham obtido
votos em número igual ou superior ao quociente eleitoral, na ordem da votação
nominal que cada um tenha recebido.
e) descabe ser aplicado à eleição de Vereadores, em virtude de a Constituição Federal
atualmente estabelecer limite máximo de Vereadores para cada Município em função 24
do número de habitantes, afastando a proporcionalidade da representação que
originalmente vigorava.

2. (VUNESP/TJMT/JUIZ DE DIREITO/2018) As eleições para Presidente da República,


para Governadores e para Prefeitos de municípios com mais de 200 mil eleitores
obedecerão:
a) ao sistema majoritário absoluto.
b) aos sistemas majoritário, majoritário e da representação proporcional,
respectivamente.
c) aos sistemas majoritário, da representação proporcional e da representação
proporcional, respectivamente.
d) aos sistemas da representação proporcional, da representação proporcional e
majoritário, respectivamente.
e) ao sistema da representação proporcional.

3. (TJMS/2015/JUIZ DE DIREITO/VUNESP) O direito brasileiro adota o sistema


eleitoral proporcional, sendo correto afirmar que determina-se o quociente eleitoral
dividindo-se o número de:
a) votos válidos dados sob a mesma legenda ou coligação de legendas e os brancos
pelo de lugares a preencher em cada circunscrição eleitoral, desprezada a fração se
igual ou inferior a um quinto, equivalente a um, se superior.
b) votos, incluindo os brancos e nulos, apurados pelo de lugares a preencher em cada
circunscrição eleitoral, desprezada a fração se igual ou inferior a um quarto,
equivalente a um, se superior.
c) votos válidos dados sob a mesma legenda ou coligação de legendas e pelo de
lugares a preencher em cada circunscrição eleitoral, desprezada a fração se igual ou
inferior a um quarto, equivalente a um, se superior.
d) votos válidos dados sob a mesma legenda ou coligação de legendas pelo de lugares
a preencher em cada circunscrição eleitoral, desprezada a fração.
e) votos válidos apurados pelo de lugares a preencher em cada circunscrição eleitoral,
desprezada a fração se igual ou inferior a meio, equivalente a um, se superior.

4. (FCC/TJSC/JUIZ DE DIREITO/2015) Conforme o regime legal que dispõe sobre o


sistema de representação proporcional, as cadeiras não preenchidas com a aplicação
dos quocientes partidários serão distribuídas mediante a observância do sistema de
maiores médias. Nesse caso:
a) divide-se o número de votos válidos atribuídos a cada partido ou coligação pelo
número de vagas por ele obtido, mais um, cabendo ao partido ou coligação que
apresentar a maior média as demais cadeiras a preencher. 25
b) as cadeiras não preenchidas são atribuídas aos partidos ou coligações com o maior
número de votos residuais, considerados aqueles não utilizados para a definição das
vagas mediante a aplicação dos quocientes partidários.
c) havendo empate nas médias, prevalece o partido ou coligação com maior votação.
d) havendo empate nas médias, prevalece o candidato mais idoso.
e) divide-se o número de votos válidos atribuídos a cada partido ou coligação pelo
número de vagas por ele obtido, cabendo ao partido ou coligação que apresentar a
maior média mais uma das cadeiras a preencher.

5. (VUNESP/TJSP/JUIZ DE DIREITO/2018) Sobre a eleição para Presidente da


República ou para Governador, é INCORRETO afirmar que:
a) quando for caso de 2 (dois) turnos, se ocorrer morte, desistência ou impedimento
legal de candidato, será convocado, dentre os remanescentes, o de maior votação.
b) será considerado eleito o que obtiver maioria absoluta de votos, excluídos somente
os nulos.
c) será considerado eleito o que obtiver a maioria absoluta de votos, excluídos os
brancos e nulos.
d) quando for caso de 2 (dois) turnos, se ocorrer morte, desistência ou impedimento
legal de candidato, não poderá o partido promover a respectiva substituição.
6. (FGV/TJMG/JUIZ DE DIREITO/2022) Analise as afirmativas a seguir e assinale (V)
para a verdadeira ou (F) para a falsa.
( ) Conforme a Constituição Federal de 1988, serão eleitos pelo sistema majoritário os
prefeitos e vices, governadores e vices, senadores e o presidente da República e vice.
( ) Para efeito de apuração das eleições no sistema proporcional, a Lei nº 9.504/1997
(Lei das Eleições) considera votos válidos apenas os votos dados aos candidatos
regularmente inscritos e às legendas partidárias.
( ) Para efeito de apuração das eleições no sistema proporcional, o Código Eleitoral
dispõe que a determinação do quociente partidário, para cada partido, resulta da
divisão do número de votos válidos dados sob a mesma legenda, pelo número de
partidos ou coligações concorrentes, desprezada a fração.
( ) O Art. 10, § 3º, da Lei nº 9.504/1997 (Lei das Eleições) estabelece que, no registro
das candidaturas para a disputa das eleições pelo sistema proporcional, “cada partido
ou coligação preencherá o mínimo de 30% (trinta por cento) e o máximo de 70%
(setenta por cento) para candidaturas de cada sexo”. O Tribunal Superior Eleitoral
decidiu que, na impossibilidade de registro de candidaturas femininas no percentual
mínimo de 30%, o partido ou a coligação deve reduzir o número de candidatos do sexo
masculino para adequar-se os respectivos percentuais; ressalva, porém as eleições
para vereador nos municípios com menos dez mil eleitores, nos quais, conforme dados
atualizados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE, a população
masculina seja igual ou superior a 70% da população total do município.
As afirmativas são, na ordem apresentada, respectivamente: 26
a) V – F – V – F.
b) V – V – F – F.
c) F – V – F – V.
d) V – V – V – F.
4. GABARITO COMENTADO

1. B
Letra A – ERRADA
Os lugares não preenchidos com a aplicação dos quocientes partidários serão
distribuídos conforme o sistema de médias, na forma do art. 109 do CE.
Código Eleitoral (Lei nº 4.737): Art. 109. Os lugares não preenchidos com a aplicação
dos quocientes partidários e em razão da exigência de votação nominal mínima a que
se refere o art. 108 serão distribuídos de acordo com as seguintes regras:
I - dividir-se-á o número de votos válidos atribuídos a cada partido pelo número de
lugares por ele obtido mais 1 (um), cabendo ao partido que apresentar a maior média
um dos lugares a preencher, desde que tenha candidato que atenda à exigência de
votação nominal mínima;
II - repetir-se-á a operação para cada um dos lugares a preencher;
III - quando não houver mais partidos com candidatos que atendam às duas exigências
do inciso I deste caput, as cadeiras serão distribuídas aos partidos que apresentarem
as maiores médias.
Letra B – CORRETA
Código Eleitoral (Lei nº 4.737): Art. 108. Estarão eleitos, entre os candidatos
registrados por um partido que tenham obtido votos em número igual ou superior a 27
10% (dez por cento) do quociente eleitoral, tantos quantos o respectivo quociente
partidário indicar, na ordem da votação nominal que cada um tenha recebido.
Letra C – ERRADA
O voto conferido a candidato de determinado partido, no sistema proporcional, será
considerado para a eleição de candidato de partido diverso, desde que haja coligação
entre esses partidos. No sistema proporcional, são computados como votos válidos
tanto o nominal (direcionado a um determinado candidato) quanto o de legenda
(aquele consignado a um determinado partido político). Em ambos os casos, os votos
são computados à coligação.
Letra D – ERRADA
Há de se verificar, inicialmente, quantas vagas o partido ou coligação terá direito. De
modo que, em determinadas situações, candidatos mais votados podem até nem ser
eleitos. De todo modo, cada candidato tem que obter o voto nominal mínimo, que
corresponde ao número igual ou maior que 10% do QE.
CE. Art. 108. Estarão eleitos, entre os candidatos registrados por um partido que
tenham obtido votos em número igual ou superior a 10% (dez por cento) do
quociente eleitoral, tantos quantos o respectivo quociente partidário indicar, na
ordem da votação nominal que cada um tenha recebido.
Letra E – ERRADA
O sistema proporcional é aplicado às eleições para vereador, deputado estadual,
deputado distrital e deputado federal. Desse modo, todos os cargos do legislativo
obedecem ao sistema proporcional, salvo os de Senador.

2. A
No sistema majoritário por maioria simples, basta que o candidato compute a maioria
dos votos válidos, sem necessidade de se ter uma diferença mínima entre primeiro e
segundo colocados.
Já, no sistema majoritário por maioria absoluta, o vencedor será aquele que, além de
conseguir a maioria dos votos válidos, tiver uma diferença mínima entre o primeiro e o
segundo colocado. Nesse sistema, necessário que o candidato mais votado tenha 50%
dos votos válidos mais 1 (um) voto (ou, como preferem alguns autores, deve haver a
obtenção do primeiro número inteiro após a metade dos votos válidos).
Caso essa maioria absoluta não seja alcançada, haverá a votação em segundo turno
entre os dois candidatos mais votados. Nessa situação, será considerado eleito em
segundo turno aquele candidato que consiga a votação da maioria dos votos válidos.
CF/88
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o
interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara
Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição,
na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos: 28
II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro domingo de outubro do
ano anterior ao término do mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do
art. 77, no caso de Municípios com mais de duzentos mil eleitores; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997)
Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-se-á,
simultaneamente, no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último
domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do
mandato presidencial vigente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de
1997)
§ 2º Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido
político, obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos.
§ 3º Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na primeira votação, far-se-á
nova eleição em até vinte dias após a proclamação do resultado, concorrendo os dois
candidatos mais votados e considerando-se eleito aquele que obtiver a maioria dos
votos válidos.

3. E
Código Eleitoral
Art. 106. Determina-se o quociente eleitoral dividindo-se o número de votos válidos
apurados pelo de lugares a preencher em cada circunscrição eleitoral, desprezada a
fração se igual ou inferior a meio, equivalente a um, se superior.
4. C
LETRA A – ERRADA
Art. 109, I, Código Eleitoral: dividir-se-á o número de votos válidos atribuídos a cada
partido pelo número de lugares por ele obtido mais 1 (um), cabendo ao partido que
apresentar a maior média um dos lugares a preencher, desde que tenha candidato
que atenda à exigência de votação nominal mínima;
LETRA B – ERRADA
Art. 109, III, Código Eleitoral: quando não houver mais partidos com candidatos que
atendam às duas exigências do inciso I, as cadeiras serão distribuídas aos partidos que
apresentem as maiores médias.
“No caso de empate nas médias de dois ou mais partidos ou coligações, a vaga será
atribuída àquele com maior votação” (TSE – Res. no 16.844/90; Acórdãos nos
11.778/94 e 2.895/2001).
LETRA C – CERTA
Res.-TSE n. 16.844/1990 e Ac.-TSE nos 11.778/1994 e 2.895/2001: no caso de empate
na média entre dois ou mais partidos ou coligações, considerar-se-á o partido ou
coligação com maior votação, não se aplicando o art. 110 do CE.
LETRA D – ERRADA
Res.-TSE n. 16.844/1990 e Ac.-TSE nos 11.778/1994 e 2.895/2001: no caso de empate 29
na média entre dois ou mais partidos ou coligações, considerar-se-á o partido ou
coligação com maior votação, não se aplicando o art. 110 do CE.
LETRA E – ERRADA
Art. 109, I, Código Eleitoral: dividir-se-á o número de votos válidos atribuídos a cada
partido pelo número de lugares por ele obtido mais 1 (um), cabendo ao partido que
apresentar a maior média um dos lugares a preencher, desde que tenha candidato
que atenda à exigência de votação nominal mínima;

5. B
LETRAS A e D - CORRETAS
CF
Art. 77.
§ 4º Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou
impedimento legal de candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior
votação.
LETRA B - INCORRETA
CF
Art. 77
§ 2º Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido
político, obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos.
LETRA C - CORRETA
CF
Art. 77
§ 2º Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido
político, obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos.

6. B
I – CORRETA.
De acordo com os arts. 46, caput, e 77, § 2º, ambos da Constituição Federal, o sistema
majoritário é utilizado tanto para escolha dos membros do Senado Federal quanto
para eleição de membros do Poder Executivo, como presidente da República,
governadores de estado e prefeitos de municípios, todos com os seus respectivos
vices.
II – INCORRETA.
Lei das Eleições
Art. 5º Nas eleições proporcionais, contam-se como válidos apenas os votos dados a
candidatos regularmente inscritos e às legendas partidárias.
III – INCORRETA.
Código Eleitoral
30
Art. 107. Determina-se para cada partido o quociente partidário dividindo-se pelo
quociente eleitoral o número de votos válidos dados sob a mesma legenda,
desprezada a fração. (Redação dada pela Lei nº14.211, de 2021)
IV – INCORRETA.
De acordo com o TSE, “sendo eventualmente impossível o registro de candidaturas
femininas com o percentual mínimo de 30%, a única alternativa que o partido ou a
coligação dispõe é a de reduzir o número de candidatos masculinos para adequar os
respectivos percentuais, cuja providência, caso não atendida, ensejará o indeferimento
do demonstrativo de regularidade dos atos partidários (DRAP). [...]” (Ac. de 6.11.2012
no REspe nº 2939, rel. Min. Arnaldo Versiani).
A parte final da assertiva está incorreta.

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