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Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).

Aluno Marco Aurélio de Oliveira Rocha


DIREITO ELEITORAL CPF - 06473444670
PROF. OMAR CHAMON

HIPÓTESES DE INELEGEBILIDADE. JUSTIÇA ELEITORAL – TSE.

De acordo com o art. 1º, I, “g”, da Lei Complementar 64/1990, os que tiverem suas
contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas rejeitadas por irregularidade
insanável que configure ato doloso de improbidade administrativa e por decisão
irrecorrível do órgão competente, salvo se esta houver sido suspensa ou anulada pelo
Poder Judiciário, para as eleições que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes, contados
a partir da data da decisão, aplicando-se o disposto no inciso II do art. 71 da Constituição
Federal, a todos os ordenadores de despesa, sem exclusão de mandatários que
houverem agido nessa condição. Todas as pessoas que trabalham com dinheiro público
devem prestar contas sobre o uso desse dinheiro.
Também são inelegíveis, de acordo com o art. 1º da LC 64/1990, os detentores de
cargo na administração pública direta, indireta ou fundacional, que beneficiarem a si ou a
terceiros, pelo abuso do poder econômico ou político, que forem condenados em decisão
transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, para a eleição na qual
concorrem ou tenham sido diplomados, bem como para as que se realizarem nos 8 (oito)
anos seguintes.
São inelegíveis os que, em estabelecimentos de crédito, financiamento ou seguro,
que tenham sido ou estejam sendo objeto de processo de liquidação judicial ou
extrajudicial, hajam exercido, nos 12 (doze) meses anteriores à respectiva decretação,
cargo ou função de direção, administração ou representação, enquanto não forem
exonerados de qualquer responsabilidade, conforme prescreve o art. 1º, I, “i”, da LC
64/1990.
De acordo com a súmula 63 do TSE, a execução fiscal de multa eleitoral só pode
atingir os sócios se preenchidos os requisitos para a desconsideração da personalidade
jurídica previstos no art. 50 do Código Civil, tendo em vista a natureza não tributária da
dívida, observados, ainda, o contraditório e a ampla defesa.
São inelegíveis, conforme prevê o art. 1º, I, “j”, da Lei Complementar 64/1990, os
que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão
colegiado da Justiça Eleitoral, por corrupção eleitoral, por captação ilícita de sufrágio, por
doação, captação ou gastos ilícitos de recursos de campanha ou por conduta vedada aos
agentes públicos em campanhas eleitorais que impliquem cassação do registro ou do
diploma, pelo prazo de 8 (oito) anos a contar da eleição.
Corrupção eleitoral é um tipo ilícito previsto no Código Eleitoral que se caracteriza
por compra e venda de votos. As condutas vedadas estão previstas na lei 9504/1997, em
capítulo específico.
De acordo com o art.1º, I, da LC 64/1990, os que forem condenados à suspensão
dos direitos políticos, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial
colegiado, por ato doloso de improbidade administrativa que importe lesão ao
patrimônio público e enriquecimento ilícito, desde a condenação ou o trânsito em
julgado até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o cumprimento da pena.
São inelegíveis, conforme o art.1º, I, “k”, da Lei Complementar 64/1990, o

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Presidente da República, o Governador de Estado e do Distrito Federal, o Prefeito, os


membros do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas, da Câmara Legislativa, das
Câmaras Municipais, que renunciarem a seus mandatos desde o oferecimento de
representação ou petição capaz de autorizar a abertura de processo por infringência a
dispositivo da Constituição Federal, da Constituição Estadual, da Lei Orgânica do Distrito
Federal ou da Lei Orgânica do Município, para as eleições que se realizarem durante o
período remanescente do mandato para o qual foram eleitos e nos 8 (oito) anos
subsequentes ao término da legislatura.
Também são inelegíveis, conforme previsto no art.1º, I, “p”, da LC 64/1990, a
pessoa física e os dirigentes de pessoas jurídicas responsáveis por doações eleitorais tidas
por ilegais por decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado da Justiça
Eleitoral, pelo prazo de 8 (oito) anos após a decisão, observando-se o procedimento
previsto no art. 22 da Lei Complementar 64/1990.
O órgão colegiado do tribunal ao qual couber a apreciação do recurso contra as
decisões colegiadas a que se referem as alíneas d, e, h, j, l e n do inciso I do art. 1º da
Lei Complementar 64/1990 poderá, em caráter cautelar, suspender a inelegibilidade
sempre que existir plausibilidade da pretensão recursal, ou seja, chance real de ganho,
e desde que a providência tenha sido expressamente requerida, sob pena de preclusão,
por ocasião da interposição do recurso.
Conferido efeito suspensivo, o julgamento do recurso terá prioridade sobre todos
os demais, à exceção dos de mandado de segurança e de habeas corpus.
A prática de atos manifestamente protelatórios por parte da defesa, ao longo da
tramitação do recurso, acarretará a revogação do efeito suspensivo.
O Ministério Público e a Justiça Eleitoral darão prioridade, sobre quaisquer outros,
aos processos de desvio ou abuso do poder econômico ou do poder de autoridade até
que sejam julgados, ressalvados os de habeas corpus e mandado de segurança.
É defeso às autoridades mencionadas neste artigo deixar de cumprir qualquer prazo
previsto nesta lei complementar sob alegação de acúmulo de serviço no exercício das
funções regulares.
Além das polícias judiciárias, os órgãos da receita federal, estadual e municipal, os
tribunais e órgãos de contas, o Banco Central do Brasil e o Conselho de Controle de
Atividade Financeira auxiliarão a Justiça Eleitoral e o Ministério Público Eleitoral na
apuração dos delitos eleitorais, com prioridade sobre as suas atribuições regulares.
O Conselho Nacional de Justiça, o Conselho Nacional do Ministério Público e as
Corregedorias Eleitorais manterão acompanhamento dos relatórios mensais de
atividades fornecidos pelas unidades da Justiça Eleitoral a fim de verificar eventuais
descumprimentos injustificados de prazos, promovendo, quando for o caso, a devida
responsabilização.
Qualquer partido político, coligação, candidato ou Ministério Público Eleitoral
poderá representar à Justiça Eleitoral, diretamente ao Corregedor-Geral ou Regional,
relatando fatos e indicando provas, indícios e circunstâncias e pedir abertura de
investigação judicial para apurar uso indevido, desvio ou abuso do poder econômico ou
do poder de autoridade, ou utilização indevida de veículos ou meios de comunicação

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social, em benefício de candidato ou de partido político.

TRE. JUNTAS. JUÍZES. MP ELEITORAL. PARTIDOS POLÍTICOS PARTE - 1

De acordo com o art. 118 da CF, são órgãos da Justiça Eleitoral:


a) o Tribunal Superior Eleitoral;
b) os Tribunais Regionais Eleitorais;
c) os Juízes Eleitorais;
d) as Juntas Eleitorais.

Conforme estabelece o art. 120 da CF/1988, haverá um Tribunal Regional Eleitoral


na Capital de cada Estado e no Distrito Federal.
Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão mediante eleição, pelo voto secreto:
a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça, e, de dois
juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça;
b) de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no
Distrito Federal, ou, não havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo
Tribunal Regional Federal respectivo;
c) por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes dentre seis
advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de
Justiça.

O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente, dentre os


desembargadores. Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, servirão por
dois anos, no mínimo, e nunca por mais de dois biênios consecutivos, sendo os
substitutos escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para
cada categoria.
A competência do TRE é julgar, originariamente, o registro e a impugnação do
registro; processar e julgar originariamente o registro e o cancelamento do registro dos
diretórios estaduais e municipais de partidos políticos, bem como de candidatos a
governador, vice-governadores e membro do Congresso Nacional e das assembleias
legislativas; julgar mandado de segurança originários ou em grau de recurso quando
apreciado pelos juízes eleitorais; julgar recursos interpostos contra atos e decisões
proferidas pelos juízes e juntas eleitorais; representação que tem por objeto infringência
alguns dos dispositivos da lei 9504/1997 (lei das eleições); processar e julgar
originariamente impugnação ao mandato eletivo nas eleições gerais; julgamento de
crimes eleitorais em foro privilegiado de forma originária; e, diplomação dos eleitos e dos
seus suplentes nas eleições gerais, constituir as juntas eleitorais e designar a respectiva
sede e jurisdição e requisitar a força necessária ao cumprimento de suas decisões e

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solicitar ao Tribunal Superior a requisição de força federal.


Zona eleitoral é a menor unidade da justiça eleitoral. É composta por, no mínimo,
um juiz de direito e um cartório que terá um escrivão eleitoral e servidores. Uma zona
eleitoral compõe-se de várias sessões eleitorais. Quem escolhe o juiz da zona eleitoral
será o Tribunal Regional Eleitoral.
O juiz da zona eleitoral julga as ações por captação ilícita de votos; julga também
todos os crimes eleitorais que não tenham prerrogativa de função; além disso o
alistamento eleitoral é de competência do juiz eleitoral.
A análise de cancelamento e de transferência de títulos também é de competência
do juiz eleitoral, assim como a organização das eleições.
Junta eleitoral fazia o julgamento das impugnações dos votos. Trata-se de uma
unidade jurisdicional de um órgão colegiado de julgamento composto pelo juiz togado e
dois a quatro juízes leigos. Hoje, normalmente, é um órgão composto geralmente por
três membros ainda. Na prática a junta eleitoral serve apenas para a diplomação dos
candidatos eleitos.
O Ministério Público Eleitoral é o único ramo do Ministério Público que não tem
menção na Constituição Federal de 1988. Entre as atribuições institucionais do Ministério
Público está a defesa da democracia.
A função do Ministério Público Eleitoral é zelar pela normalidade e legitimidade das
eleições; evitar qualquer tipo de fraude, corrupção e abusos.
Existem três esferas do Ministério Público Eleitoral:
a) o Procurador Geral Eleitoral, que nada mais é que o Procurador Geral da
República que tem como função atuar como fiscal do ordenamento jurídico ou atuar
como autor das ações eleitorais e escolher o membro do Ministério Público que atuará
perante os TRE, que será o Procurador Regional Eleitoral;
b) na primeira instancia, temos o Promotor Eleitoral que é oriundo do Ministério
Público Estadual. Não se admite que o Ministério Público quebre o sigilo fiscal de um
doador de campanha.

De acordo com o art. 1º da lei 9.096/1995, o partido político, pessoa jurídica de


direito privado, destina-se a assegurar, no interesse do regime democrático, a
autenticidade do sistema representativo e a defender os direitos fundamentais definidos
na Constituição Federal.
É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados
a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos
fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos: caráter nacional;
proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros
ou de subordinação a estes; prestação de contas à Justiça Eleitoral; funcionamento

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parlamentar de acordo com a lei.


É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e
estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e
provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os critérios de
escolha e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, vedada a sua celebração
nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em
âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer
normas de disciplina e fidelidade partidária.
Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil,
registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral. O partido político não se
equipara às entidades paraestatais.
O requerimento do registro de partido político, dirigido ao cartório competente do
Registro Civil das Pessoas Jurídicas do local de sua sede, deve ser subscrito pelos seus
fundadores, em número nunca inferior a 101 (cento e um), com domicílio eleitoral em, no
mínimo, 1/3 (um terço) dos Estados, e será acompanhado de: cópia autêntica da ata da
reunião de fundação do partido; exemplares do Diário Oficial que publicou, no seu inteiro
teor, o programa e o estatuto; relação de todos os fundadores com o nome completo,
naturalidade, número do título eleitoral com a Zona, Seção, Município e Estado, profissão
e endereço da residência.

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