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§ Dentro do capitulo dedicado ao Poder Judiciário, a CF/88 tratou da Justiça

Eleitoral dispondo:

Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral:

I - o Tribunal Superior Eleitoral;

II - os Tribunais Regionais Eleitorais;

III - os Juízes Eleitorais;

IV - as Juntas Eleitorais.
TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL

Art. 119 CF/88: O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo,


de sete membros, escolhidos:
I - mediante eleição, pelo voto secreto:
a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal;
b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça;
II - por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis
advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo
Supremo Tribunal Federal.
Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu Presidente e o
Vice-Presidente dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal, e o
Corregedor Eleitoral dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça.
Art. 16 do Código Eleitoral

§ 1º - Não podem fazer parte do Tribunal Superior Eleitoral cidadãos que


tenham entre si parentesco, ainda que por afinidade, até o quarto grau, seja o
vínculo legítimo ou ilegítimo, excluindo-se neste caso o que tiver sido escolhido
por último. (Redação dada pela Lei nº 7.191, de 1984)

§ 2º - A nomeação de que trata o inciso II deste artigo não poderá recair em


cidadão que ocupe cargo público de que seja demissível ad nutum; que seja
diretor, proprietário ou sócio de empresa beneficiada com subvenção, privilegio,
isenção ou favor em virtude de contrato com a administração pública; ou que
exerça mandato de caráter político, federal, estadual ou
municipal. (Redação dada pela Lei nº 7.191, de 1984)
Art. 19 do Código Eleitoral. O Tribunal Superior delibera por maioria de votos, em
sessão pública, com a presença da maioria de seus membros.
Parágrafo único. As decisões do Tribunal Superior, assim na interpretação do
Código Eleitoral em face da Constituição e cassação de registro de partidos
políticos, como sobre quaisquer recursos que importem anulação geral de eleições
ou perda de diplomas, só poderão ser tomadas com a presença de todos os seus
membros. Se ocorrer impedimento de algum juiz, será convocado o substituto ou o
.
respectivo suplente.

§ art. 121, §1º da CF/88: garantias e inamovibilidade

§ Art. 121, §2º da CF/88: Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo
justificado, servirão por dois anos, no mínimo, e nunca por mais de dois biênios
consecutivos (...).

§ A competência do TSE está prevista nos arts. 22 e 23 do Código Eleitoral. E, de


acordo com o art. 21 do Código Eleitoral, os tribunais e juízos inferiores devem
dar imediato cumprimento das decisões, aos mandados, instruções e outros atos
emanados do TSE.
TRIBUNAIS REGIONAIS ELEITORAIS
O TRE representa a segunda instância da Justiça Eleitoral, mas também
possui competência originária para diversas matérias.

Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de cada Estado e no


Distrito Federal.
§ 1º - Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:
I - mediante eleição, pelo voto secreto:
a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça;
b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça;
II - de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no
Distrito Federal, ou, não havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso,
pelo Tribunal Regional Federal respectivo;
III - por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes dentre seis
advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal
de Justiça.
§ 2º - O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente-
dentre os desembargadores.
§ Assim como os membros do TSE, nos TRE’s, os juízes, chamados de
“Desembargadores”, são inamovíveis no exercício de suas funções, mas não
usufruem de vitaliciedade. Servem por no mínimo dois anos e nunca por mais de
dois biênios consecutivos (art. 121, §§1º e 2º da CF/88).

Art. 28 do CE: Os Tribunais Regionais deliberam por maioria de votos, em sessão


pública, com a presença da maioria de seus membros.

§ 4º: As decisões dos Tribunais Regionais sobre quaisquer ações que importem
cassação de registro, anulação geral de eleições ou perda de diplomas somente
poderão ser tomadas com a presença de todos os seus membros. (Incluído pela Lei nº
13.165, de 2015)

§ Arts. 29 e 30 do Código Eleitoral: competência dos TRE’s.


JUÍZES ELEITORAIS

§ Os juízes eleitorais são os juízes de direito que atuam na primeira instancia da


Justiça Eleitoral.

Art. 32 do CE: Cabe a jurisdição de cada uma das zonas eleitorais a um juiz de
direito em efetivo exercício e, na falta deste, ao seu substituto legal que goze das
prerrogativas do Art. 95 da Constituição.

§ Entendimento pacificado no TSE que o exercício da função eleitoral em primeiro


grau é realizado por juízes de direito estaduais .

§ TSE: Juiz de direito substituto pode exercer as funções de juiz eleitoral, mesmo
antes de adquirir vitaliciedade, por força do art. 22, § 2º da LOMAN.

§ Os juízes de direito que exercem funções eleitorais são designados pelo TRE. Se
na comarca houver só um Juiz, ele acumulará as funções eleitorais. Havendo mais
de um, o Tribunal deverá designar aquele que exercerá a jurisdição daquela a
zona eleitoral, dentro de um sistema de rodízio (art. 121, §2º da CRFB/88).
JUÍZES ELEITORAIS

Art. 14, § 3º do CE: Da homologação da respectiva convenção partidária até a


diplomação e nos feitos decorrentes do processo eleitoral, não poderão servir como
juízes nos Tribunais Eleitorais, ou como juiz eleitoral, o cônjuge ou o parente
consanguíneo ou afim, até o segundo grau, de candidato a cargo eletivo registrado na
circunscrição. (Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015)

§ Trata-se de impedimento de natureza absoluta, quando houver coincidência de


circunscrição entre a atividade do magistrado e a candidatura do seu parente.

§ A competência dos Juízes eleitorais está prevista no art. 35 do Código Eleitoral.


JUNTAS ELEITORAIS

§ O art. 36 do Código Eleitoral estabelece a composição das Juntas Eleitorais, que


serão presididas por um magistrado, o Juiz eleitoral, e composta de dois ou
quatro cidadãos de notória idoneidade, nomeados pelo Presidente do TRE.
§ Juntas eleitorais tem caráter provisório, já que são constituídas apenas para as
eleições, e são extintas após o término dos trabalhos de apuração de votos,
exceto nas eleições municipais, em que permanece até a diplomação dos eleitos.

Art. 40 do CE. Compete à Junta Eleitoral:


I - apurar, no prazo de 10 (dez) dias, as eleições realizadas nas zonas
eleitorais sob a sua jurisdição.
II - resolver as impugnações e demais incidentes verificados durante os
trabalhos da contagem e da apuração;
III - expedir os boletins de apuração mencionados no Art. 178;
IV - expedir diploma aos eleitos para cargos municipais.
§ FUNÇÕES DA JUSTIÇA ELEITORAL :

1) Função administrativa: no âmbito administrativo, a Justiça Eleitoral cumpre


função fundamental, uma vez que prepara, organiza e administra todo o
processo eleitoral.
Exemplos: expedição de título eleitoral, transferência de domicílio eleitoral,
fixação de locais de funcionamento de zonas eleitorais, adoção de medidas para
fazer impedir ou cessar imediatamente propaganda eleitoral realizada
irregularmente (poder de polícia – art. 41, §§1º e 2º da Lei 9.504/97).

2) Função jurisdicional: Nesse aspecto, impera o princípio da demanda, em que


o Juiz só pode decidir dentro dos limites em que a tutela jurisdicional é
postulada.
Exemplos: decisões que impõem multa pela realização de programa eleitoral
ilícita, que decretem inelegibilidade na ação de investigação judicial eleitoral
(AIJE), que cassem o registro ou diploma das ações fundadas nos art.30-A, 41-A e
73 da lei 9504/97.
3) Função normativa: está prevista em duas normas do Código Eleitoral: art.1°,
parágrafo único, e do art.23, inciso IX.
- As instruções de caráter normativo do TSE são veiculadas em resoluções.
Art. 23-A do CE A competência normativa regulamentar prevista no parágrafo único
do art. 1º e no inciso IX do caput do art. 23 deste Código restringe-se a matérias
especificamente autorizadas em lei, sendo vedado ao Tribunal Superior Eleitoral
tratar de matéria relativa à organização dos partidos políticos. (Lei nº14.211, de
2021)

4) Função consultiva: tanto o TSE quanto os TRE's detêm atribuição para responder a
consultas, conforme dispõe os arts. 23 XII e 30, VIII do Código Eleitoral, que tem a
finalidade de esclarecer dúvidas e prevenir litígios. Juiz Eleitoral não tem
competência para responder consultas .
- Requisitos: legitimidade do consulente e ausência de conexão com situações
concretas.
XII - responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas em
tese por autoridade com jurisdição federal ou órgão nacional de partido
político;
DECRETO-LEI Nº 4.657, DE 4 DE SETEMBRO DE 1942.

Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro.

Art. 30. As autoridades públicas devem atuar para aumentar a segurança


jurídica na aplicação das normas, inclusive por meio de regulamentos,
súmulas administrativas e respostas a consultas. (Incluído pela
Lei nº 13.655, de 2018)

Parágrafo único. Os instrumentos previstos no caput deste artigo terão


caráter vinculante em relação ao órgão ou entidade a que se destinam, até
ulterior revisão. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
REspEl - Agravo Regimental no Recurso Especial Eleitoral nº 060029218 -
SÃO PEDRO DA ALDEIA - RJ
Acórdão de 07/12/2020
Relator(a) Min. Luis Felipe Salomão

1. No decisum monocrático, manteve–se aresto unânime do TRE/RJ em que se


deferiu o registro de candidatura do agravado, não eleito ao cargo de vereador
de São Pedro da Aldeia/RJ em 2020.

2. O término da contagem dos oito anos de inelegibilidade em momento


anterior à nova data das Eleições 2020 (15/11/2020) constitui fato
superveniente que autoriza deferir o registro de candidatura, ainda que, no
dia originário do pleito (4/10/2020), o prazo ainda estivesse em curso
(Consulta 0601143–68/DF, redator para o acórdão Min. Alexandre de Moraes,
DJE de 21/10/2020). Ressalva de entendimento deste Relator.

3. As Consultas respondidas por esta Corte possuem caráter vinculante, nos


termos do art. 30 da LINDB.
MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL

§ Cabe ao MPF, e, residualmente, aos Ministérios Públicos Estaduais, o exercício do


Ministério Público Eleitoral. Segundo dispõe o art. 72 da LC 75/93, o MPE, que integra o
MPF, atua “em todas as fases e instâncias do processo eleitoral”.

1) Procurador-Geral Eleitoral: é o Procurador-Geral da República. Em síntese, podemos


dizer que cabe ao PGE exercer as funções do Ministério Público nas causas de
competência do Tribunal Superior Eleitoral, além de coordenar as atividades do MPE em
todo o território nacional.

2) Procurador-Regional Eleitoral: juntamente com seu substituto, é designado pelo PGE


entre os Procuradores Regionais da República lotados no Estado e no DF, ou, onde não
houver, entre os Procuradores da República vitalícios (LC 75/93, art.76). Compete ao
Procurador Regional Eleitoral exercer as funções do Ministério Público nas causas de
competência do Tribunal Regional Eleitoral.

3) Promotor Eleitoral: desempenha suas funções na primeira instância da Justiça


Eleitoral, nos termos do art. 78 da LC 75/93. Nessa hipótese, o promotor eleitoral, apesar
de ser membro do MP Estadual, exerce funções do MPF, por delegação legal (Arts. 78 e 79
da LC 75/93)
§ O Ministério Público, através do promotor eleitoral, tem legitimidade para
oficiar em todos os processos e procedimentos eleitorais, podendo a
intervenção se dar como parte ou fiscal da lei.

§ Compete ao Procurador Regional Eleitoral designar o promotor que atuará


perante as juntas e zonas eleitorais. Nos termos do art. 1º, inciso I da
Resolução nº 30/2008 do CNMP, “a designação será feita por ato do
Procurador Regional Eleitoral, com base em indicação do Chefe do Ministério
Público local”

§ No julgamento da ADI 3802, o STF entendeu que a designação do promotor


eleitoral é ato de natureza complexa, resultado da conjugação de vontades do
Procurador-Geral de Justiça, que indicará um membro do Ministério Público
estadual para a função, e do Procurador Regional Eleitoral, a quem competirá
o ato formal de designação.
PARTIDOS POLÍTICOS

§ Conceito (Rodrigo Zilio): “Grupos sociais com formação ideológica definida e com
objetivo de conquista do poder estatal”.
§ Natureza: O partido político apresenta natureza de pessoa jurídica de direito
privado, devendo seu estatuto ser registrado no serviço de Registro Civil de Pessoa
Jurídica do local de sua sede (art. 8° da Lei 9.096/95 – alterado pela Lei
13.877/19).

Art. 8º O requerimento do registro de partido político, dirigido ao cartório competente


do Registro Civil das Pessoas Jurídicas do local de sua sede, deve ser subscrito pelos
seus fundadores, em número nunca inferior a 101 (cento e um), com domicílio eleitoral
em, no mínimo, 1/3 (um terço) dos Estados, e será acompanhado de:
§ 1º O requerimento indicará o nome e a função dos dirigentes provisórios e o endereço
da sede do partido no território nacional.

§ Art. 17, §2º da CF/88: Adquirida personalidade jurídica, na forma da lei civil, o
estatuto deve igualmente ser registrado no TSE. Art. 7º, caput e §1º da
Lei 9.096/95 (IMPORTANTE!).
Lei 9.096/95 (Lei dos Partidos Políticos)

Art. 7º: O partido político, após adquirir personalidade jurídica na forma da


lei civil, registra seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral.

§1º : Só é admitido o registro do estatuto de partido político que tenha


caráter nacional, considerando-se como tal aquele que comprove, no período
de dois anos, o apoiamento de eleitores não filiados a partido político,
correspondente a, pelo menos, 0,5% (cinco décimos por cento) dos votos
dados na última eleição geral para a Câmara dos Deputados, não computados
os votos em branco e os nulos, distribuídos por um terço, ou mais, dos
Estados, com um mínimo de 0,1% (um décimo por cento) do eleitorado que
haja votado em cada um deles. (Redação dada pela Lei nº
13.165, de 2015)
§ Com a obtenção do apoiamento mínimo, deverá ser realizado o registro do
estatuto do novo partido, através de requerimento ao TSE, na forma da
Resolução 23.571/2018.

Art. 7º, §2º da LPP: Só o partido que tenha registrado seu estatuto no Tribunal
Superior Eleitoral pode participar do processo eleitoral, receber recursos do Fundo
Partidário e ter acesso gratuito ao rádio e à televisão, nos termos fixados nesta Lei.

Art. 7º, §3º da LPP: Somente o registro do estatuto do partido no Tribunal


Superior Eleitoral assegura a exclusividade da sua denominação, sigla e símbolos,
vedada a utilização, por outros partidos, de variações que venham a induzir a erro
ou confusão.

Art. 4º da Lei 9.504/97: Poderá participar das eleições o partido que, até seis
meses antes do pleito, tenha registrado seu estatuto no Tribunal Superior
Eleitoral, conforme o disposto em lei, e tenha, até a data da convenção, órgão de
direção constituído na circunscrição, de acordo com o respectivo estatuto.
(Redação dada pela Lei nº 13.488/17)
Organizaçao e funcionamento dos partidos políticos: características

1) Liberdade de criação: art. 17, caput da CF/88 – “É livre a criação, fusão,


incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional
(...)”

2) Caráter nacional : art. 17, inciso I da CF/88.

3) Autonomia partidária: art. 17, §1º da CF/88

§1º: É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e
estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e
provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os critérios de
escolha e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, vedada a sua
celebração nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as
candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus
estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
§ A CFRB adotou o princípio da liberdade de organização ao assegurar ao partido
político autonomia para definir sua estrutura interna, organização e seu
funcionamento.

§ É através do estatuto partidário que a agremiação estabelecerá suas diretrizes


internas, objetivos e programa de atuação (arts. 14 e 15 da Lei 9.096/95).

Restrições à autonomia partidária (exemplos):

§ 1) Vedado aos partidos receber recursos financeiros de entidade ou governo


estrangeiros ou subordinar-se a eles (art. 17, II da CF/88).

§ 2) Utilização de organização paramilitar (art.17, §4° da CF/88).


Coligações: é o consórcio de partidos políticos formado com o propósito de
atuação conjunta e cooperativa na disputa eleitoral (José Jairo Gomes).

A coligação não possui personalidade jurídica própria, mas tão somente a


personalidade judiciária.

A vedação à celebração de coligações nas eleições proporcionais, prevista


no § 1º do art. 17 da Constituição Federal, aplicar-se-á a partir das
eleições de 2020 (art. 2º da EC nº 97/2017).
EMENDA CONSTITUCIONAL 97/2017: alterou art. 17 da CF/88

Art. 17, § 3º da CF/88: Somente terão direito a recursos do fundo partidário e


acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei, os partidos políticos que
alternativamente:
I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por
cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da
Federação, com um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma
delas; ou
II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo
menos um terço das unidades da Federação. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 97, de 2017)

§ Cláusula de barreira (ou de desempenho) prevendo que os partidos somente terão


acesso aos recursos do Fundo Partidário e ao tempo de propaganda gratuita no
rádio e na televisão se atingirem um patamar mínimo de candidatos eleitos.

§ Os requisitos acima, alternativos, são muito rigorosos e asfixiam partidos


pequenos. No caso do inciso II, a grande maioria dos partidos atualmente não
possui 15 Deputados Federais. Logo, em tese, eles terão que se valer do inciso I.
§ Vale ressaltar que essa restrição do novo §3º do art. 17 somente vai produzir todos os
seus efeitos a partir das eleições de 2030. Enquanto isso, a Emenda previu uma regra
de transição de forma que, a cada eleição, os requisitos vão se tornando mais
rigorosos até que atinja os critérios do § 3º do art. 17 em 2030.

§ Art. 17, §5º da CF/88: A EC 97/2017 trouxe, ainda, uma regra peculiar dizendo que
se um candidato for eleito por um partido que não preencher os requisitos para obter
o fundo partidário e o tempo de rádio e TV, este candidato tem o direito de mudar
de partido, sem perder o mandato por infidelidade partidária.

Art. 17 (...)
§ 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos previstos no § 3º deste
artigo é assegurado o mandato e facultada a filiação, sem perda do mandato, a
outro partido que os tenha atingido, não sendo essa filiação considerada para fins
de distribuição dos recursos do fundo partidário e de acesso gratuito ao tempo de
rádio e de televisão.
RESPONSABILIDADE PARTIDÁRIA

Os partidos políticos respondem civilmente por seus atos, na forma do art. 927
do Código Civil, por danos materiais, morais e à imagem.

§ O art.15-A da LPP estabelece a reponsabilidade partidária, inclusive civil e


trabalhista, limitando-se ao órgão partidário da circunscrição que tiver dado
causa ao dano ou não cumprimento da obrigação.

Art. 15-A. A responsabilidade, inclusive civil e trabalhista, cabe


exclusivamente ao órgão partidário municipal, estadual ou nacional que tiver
dado causa ao não cumprimento da obrigação, à violação de direito, a dano a
outrem ou a qualquer ato ilícito, excluída a solidariedade de outros órgãos de
direção partidária.
Parágrafo único. O órgão nacional do partido político, quando responsável,
somente poderá ser demandado judicialmente na circunscrição especial
judiciária da sua sede, inclusive nas ações de natureza cível ou trabalhista.
FINANCIAMENTO PARTIDÁRIO

Art. 31. É vedado ao partido receber, direta ou indiretamente, sob qualquer forma
ou pretexto, contribuição ou auxílio pecuniário ou estimável em dinheiro, inclusive
através de publicidade de qualquer espécie, procedente de:
I - entidade ou governo estrangeiros;
II - entes públicos e pessoas jurídicas de qualquer natureza, ressalvadas as
dotações referidas no art. 38 desta Lei e as proveniente do Fundo Especial de
Financiamento de Campanha;
IV - entidade de classe ou sindical.
V - pessoas físicas que exerçam função ou cargo público de livre nomeação e
exoneração, ou cargo ou emprego público temporário, ressalvados os filiados a
partido político.

§ Ressalvadas tais vedações, partidos recebem recursos públicos e privados para


suas atividades.
§ O financiamento partidário público vem do Fundo Partidário. O art. 38 da Lei
9.096/95, descreve como se constiui o fundo. Os recursos do Fundo Partidário são
administrados pelo TSE e distribuídos aos partidos políticos segundo as regras do
art. 41-A do mesmo diploma legal.
§ Toda a movimentação financeira das agremiações partidárias deve ser
submetida à fiscalização da Justiça Eleitoral.

Art. 32 da LPP. O partido está obrigado a enviar, anualmente, à Justiça


Eleitoral, o balanço contábil do exercício findo, até o dia 30 de junho do ano
seguinte. (Redação dada pela Lei nº 13.877, de 2019)
§ 1º O balanço contábil do órgão nacional será enviado ao Tribunal Superior
Eleitoral, o dos órgãos estaduais aos Tribunais Regionais Eleitorais e o dos órgãos
municipais aos Juízes Eleitorais.
(...)
§ 5º A desaprovação da prestação de contas do partido não ensejará sanção
alguma que o impeça de participar do pleito eleitoral.

§ A não apresentação das contas partidárias pela unidade correspondente acarreta


a suspensão das cotas do Fundo Partidário, enquanto perdurar a inadimplência
(art. 37-A da LPP).
§ A desaprovação das contas do partido implicará exclusivamente a sanção de
devolução da importância apontada como irregular, acrescida de multa de até
20% (art. 37 da LPP). Somente se aplica à esfera partidária responsável pela
irregularidade (§2º).

§ A desaprovação das contas por movimentação de recursos de origem não


identificada ou esclarecida ou de fontes vedadas do art. 31 acarreta nas
sanções do art. 36 da LPP:

Art. 36. Constatada a violação de normas legais ou estatutárias, ficará o partido


sujeito às seguintes sanções:
I - no caso de recursos de origem não mencionada ou esclarecida, fica suspenso o
recebimento das quotas do fundo partidário até que o esclarecimento seja aceito pela
Justiça Eleitoral;
II - no caso de recebimento de recursos mencionados no art. 31, fica suspensa a
participação no fundo partidário por um ano;
III – prejudicado em razão da revogação do art. 39, §4º da LPP.
Recurso Especial Eleitoral nº 0600012-94, Florianópolis/SC, redator para o acórdão
Min. Alexandre de Moraes, julgado em 10.9.2020.

Desaprovação de contas e possibilidade de cumulação das sanções dos arts. 36,


II, e 37, da Lei nº 9.096/1995. A desaprovação de contas partidárias pode
ensejar, além da sanção de devolução da importância tida por irregular –
acrescida de multa de até 20% (art. 36, II) –, a sanção de suspensão do
recebimento de cotas do Fundo Partidário.
O Plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por maioria, negou provimento
ao recurso especial eleitoral e manteve a decisão do TRE, nos termos do voto
do Ministro Alexandre de Moraes – designado redator para o acórdão –, o qual
afirmou que, apesar da utilização do termo “exclusivamente”, a norma do art. 37 é
de caráter geral. Assim, a qualquer tipo de desaprovação de contas, em regra, aplica-
se a sanção de devolução da importância apontada como irregular, acrescida de multa
de até 20%. Na linha do acórdão do TRE, o Ministro asseverou que o art. 36
é uma norma específica que acresce a essa sanção geral a possibilidade de
suspensão do recebimento de recursos das cotas do Fundo Partidário no caso de
comprovada arrecadação de recursos ilícitos. Segundo o Ministro, a desaprovação
continua possibilitando as duas sanções, uma vez que não se trata de lei editada
posteriormente e desvinculada do texto original, em que se aplicaria o brocardo “lei
posterior revoga a lei anterior”, havendo, na verdade, uma minirreforma política.
INFIDELIDADE PARTIDÁRIA
§ Desde 2007, o TSE vem entendendo que “uma arbitrária desfiliação partidária
implica renúncia tácita do mandato, a legitimar, portanto, a reivindicação da
vaga pelos partidos” (Cta 1398/07)

§ Em 2015, o STF decidiu pelo descabimento da perda do mandato em caso de


infidelidade partidária no sistema majoritário (ADI 5081 / DF ; Relator Min.
ROBERTO BARROSO)

O sistema majoritário, adotado para a eleição de presidente, governador, prefeito


e senador, tem lógica e dinâmica diversas da do sistema proporcional. As
características do sistema majoritário, com sua ênfase na figura do candidato,
fazem com que a perda do mandato, no caso de mudança de partido, frustre a
vontade do eleitor e vulnere a soberania popular (...)”

§ Súmula TSE nº 67: A perda do mandato em razão da desfiliação partidária não


se aplica aos candidatos eleitos pelo sistema majoritário.
Ø CABERÁ AO JUDICIÁRIO DECIDIR SE HOUVE OU NÃO JUSTA CAUSAPARA O
DESLIGAMENTO.

Art. 22-A da Lei 9.096/95. Perderá o mandato o detentor de cargo


eletivo que se desfiliar, sem justa causa, do partido pelo qual foi
eleito.
Parágrafo único. Consideram-se justa causa para a desfiliação partidária
somente as seguintes hipóteses:
I - mudança substancial ou desvio reiterado do programa
partidário;
II - grave discriminação política pessoal; e
III - mudança de partido efetuada durante o período de trinta dias que
antecede o prazo de filiação exigido em lei para concorrer à eleição,
majoritária ou proporcional, ao término do mandato vigente.
Art. 17, §6º: Os Deputados Federais, os Deputados Estaduais, os Deputados
Distritais e os Vereadores que se desligarem do partido pelo qual tenham sido
eleitos perderão o mandato, salvo nos casos de anuência do partido ou de
outras hipóteses de justa causa estabelecidas em lei, não computada, em
qualquer caso, a migração de partido para fins de distribuição de recursos do
fundo partidário ou de outros fundos públicos e de acesso gratuito ao rádio e
à televisão."

§ A EC 111/2021 acrescentou o §6º ao art. 17 da Constituição Federal,


confirmando o entendimento já sedimentado de que a infidelidade partidária
somente se aplica aos eleitos para cargos proporcionais e acrescentando uma
quarta hipótese de justa causa: a anuência do partido.

§ Mesmo antes da alteração, o TSE já possuía firme jurisprudência no sentido de


que a anuência do partido autoriza a desfiliação sem perda de mandato.
Lei 14.208/2021: Federações de partidos políticos

Art. 11-A da Lei 9.096/95: Dois ou mais partidos políticos poderão reunir-se em
federação, a qual, após sua constituição e respectivo registro perante o Tribunal
Superior Eleitoral, atuará como se fosse uma única agremiação partidária.
§ 1º Aplicam-se à federação de partidos todas as normas que regem o
funcionamento parlamentar e a fidelidade partidária.

§ É a reunião de dois ou mais partidos políticos que possuam afinidade ideológica


ou programática e que, depois de constituída e registrada no TSE, atuará como
se fosse uma única agremiação partidária.

§ A Federação somente poderá ser composta por partidos com registro definitivo
no TSE, sendo certo que os partidos reunidos deverão permanecer a ela filiados
por, no mínimo, 4 anos.

§ Art. 12, P. único, inciso I da Resolução TSE nº 23.670/2021: na eleição


proporcional, o percentual mínimo de candidaturas por gênero deverá ser
atendido tanto globalmente, na lista da federação, quanto por cada partido,
nas indicações que fizer para compor a lista;
ALISTAMENTO ELEITORAL
§ Procedimento de inscrição de indivíduos no corpo eleitoral, objetivando habilitá-
los ao exercício dos direitos políticos.

§ Deferido o requerimento de alistamento, o indivíduo passa a integrar o corpo de


eleitores da circunscrição e adquire a capacidade eleitoral ativa. Para ser
votado, depende do preenchimento de outros requisitos.

§ O alistamento deve ser formalizado no domicílio eleitoral do indivíduo. O


conceito de domicílio eleitoral é bem mais flexível do que de domicílio civil.

Art. 42 do CE. O alistamento se faz mediante a qualificação e inscrição do eleitor.


Parágrafo único. Para o efeito da inscrição, é domicílio eleitoral o lugar de
residência ou moradia do requerente, e, verificado ter o alistando mais de uma,
considerar-se-á domicílio qualquer delas.

§ Para o TSE, o domicílio eleitoral poderá ser qualquer localidade que o eleitor
tenha vínculos. Residencial, afetivo, familiar, profissional, comunitário ou de
outra natureza que justifique a escolha do município. (art. 23 da
Res.23.659/2021)
§ Quando o eleitor muda de endereço, ainda que para outro município, não está
obrigado a realizar a transferência do domicílio eleitoral.

Art. 38 da Res. TSE 23.659/2021. A transferência só será admitida se satisfeitas as seguintes


exigências:
I - apresentação do requerimento perante a unidade de atendimento da Justiça Eleitoral do
novo domicílio no prazo estabelecido pela legislação vigente; (151 dias ou mais, antes da data
marcada para a eleição – art. 91 da LE)
II - transcurso de, pelo menos, um ano do alistamento ou da última transferência;
III - tempo mínimo de três meses de vínculo com o município, dentre aqueles aptos a
configurar o domicílio eleitoral, nos termos do art. 23 desta Resolução, pelo tempo mínimo de
três meses, declarado, sob as penas da lei, pela própria pessoa (Lei nº 6.996/1982, art. 8º);
IV - regular cumprimento das obrigações de comparecimento às urnas e de atendimento a
convocações para auxiliar nos trabalhos eleitorais.
§ 1º Os prazos previstos nos incisos II e III deste artigo não se aplicam à transferência eleitoral
de:
a) servidora ou servidor público civil e militar ou de membro de sua família, por motivo de
remoção, transferência ou posse (Lei nº 6.996/1982, art. 8º, parágrafo único); e
b) indígenas, quilombolas, pessoas com deficiência, trabalhadoras e trabalhadores rurais
safristas e pessoas que tenham sido forçadas, em razão de tragédia ambiental, a mudar sua
residência.
ALISTAMENTO ELEITORAL OBRIGATÓRIO

§ O art. 14, §1º, I e II, alínea b, da CF/88 determinam que o alistamento eleitoral e
o voto são obrigatórios para os maiores de 18 anos e menores de 70 anos.

Art. 8º do CE. O brasileiro nato que não se alistar até os 19 anos ou o naturalizado
que não se alistar até um ano depois de adquirida a nacionalidade brasileira,
incorrerá na multa de 3 (três) a 10 (dez) por cento sobre o valor do salário-mínimo da
região, imposta pelo juiz e cobrada no ato da inscrição eleitoral através de selo
federal inutilizado no próprio requerimento.

Art. 33 (Resolução TSE 23.659/21)


§ 1º Não se aplicará a sanção prevista no caput deste artigo:
a) à pessoa brasileira nata que requerer sua inscrição eleitoral até o 151º dia anterior à
eleição subsequente à data em que completar 19 anos, na hipótese do inciso I deste artigo,
ou à data em que se completar um ano de sua opção pela nacionalidade brasileira, na
hipótese do inciso II deste artigo
ALISTAMENTO ELEITORAL FACULTATIVO

CF/88. Art. 14, § 1º O alistamento eleitoral e o voto são:


(...)
II - facultativos para:
a) os analfabetos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.

§ Analfabeto é quem não sabe ler nem escrever. Mas, apesar de o alistamento do
analfabeto ser facultativo, ocorrendo a alfabetização, surge o dever de inscrever-se
o eleitor. Mas se não o fizer, o eleitor não fica sujeito a multa (art. 33, §1º, alínea
b da Res. TSE 23.659/2021)

§ Art. 30 da Resolução TSE nº 23.659/2021: A partir da data em que a pessoa


completar 15 anos, é facultado o seu alistamento eleitoral. O título somente surtirá
efeito com o implemento da idade de 16 anos.
INALISTABILIDADE

CF/88. Art. 14, § 2º. Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e,
durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos.

§ O inalistável não pode votar e nem ser votado.

§ Estrangeiros são aqueles que não tem nacionalidade brasileira, nata ou por
naturalização, aí se incluindo os apátridas (sem pátria, sem vinculação a
qualquer país).

§ A Constituição também prevê como inalistáveis os conscritos, ou seja, aqueles


que prestam serviço militar obrigatório. Membros das Forças Armadas (militares
de carreira) devem se alistar normalmente.

§ Segundo TSE, se o conscrito já tiver se alistado quando for incorporado ao


serviço militar, sua inscrição eleitoral deve ser mantida, mas ele fica impedido
de votar.
CANCELAMENTO E EXCLUSÃO DO ALISTAMENTO

CE/Art. 71. São causas de cancelamento:


I - a infração dos artigos. 5º e 42;
II - a suspensão ou perda dos direitos políticos;
III - a pluralidade de inscrição;
IV - o falecimento do eleitor;
V - deixar de votar em 3 (três) eleições consecutivas.
§ 1º A ocorrência de qualquer das causas enumeradas neste artigo acarretará a
exclusão do eleitor, que poderá ser promovida ex officio, a requerimento de delegado
de partido ou de qualquer eleitor.

§ Quanto ao inciso I, somente é viável o cancelamento da inscrição no caso do art. 5º ,


III do CE (III - os que estejam privados, temporária ou definitivamente dos direitos
políticos). As restrições do voto aos analfabetos e aos que não saibam exprimir-se
em língua nacional não mais subsistem, diante do teor do nosso texto constitucional.
Também é causa de cancelamento aquela prevista no art. 42 do CE (alistamento fora
do domicilio eleitoral).
§ Quanto à suspensão dos direitos políticos prevista no inciso II, apesar do texto legal,
não se trata de cancelamento de inscrição, mas sim suspensão, com a
impossibilidade temporária do exercício dos direitos políticos.
CANCELAMENTO E EXCLUSÃO DO ALISTAMENTO

§ Quanto ao inciso III, a pluralidade de inscrições deve ser solucionada através


do cruzamento das informações cadastrais (procedimento de batimento),
sendo realizado o cancelamento na forma do art. 87 da Resolução TSE
23.659/2021.
Art. 77. O batimento consiste em procedimento que compara dados mantidos
nos cadastros do Tribunal Superior Eleitoral, com a finalidade de aferir se cada
pessoa mantém apenas uma única inscrição eleitoral.
§ O inciso V pune com o cancelamento da inscrição aquele que, além de não
comparecer no dia da votação, não justificar e não efetuar o pagamento da
multa (art. 130 da Resolução TSE 23.659/2021).
§ O procedimento para o cancelamento e a exclusão do eleitor do cadastro está
previsto no art. 77 do Código Eleitoral. Durante o processo e até a exclusão
pode o eleitor votar validamente (art.72 do CE).
REVISÃO DO ELEITORADO

§ É o procedimento administrativo em que se verifica se o eleitores de determinada zona


eleitoral ou município se encontram efetivamente neles domiciliados.

Art. 105 da Res. TSE 23.659/2021. O Tribunal Superior Eleitoral poderá, de ofício,
determinar a revisão do eleitorado do município, observada a conveniência e a
disponibilidade de recursos, quando:
I - o total de transferências ocorridas no ano em curso seja 10% superior ao do ano anterior;
II - o eleitorado for superior ao dobro da população entre dez e quinze anos, somada à de
idade superior a setenta anos do território daquele município; e
III - o eleitorado for superior a 80% da população projetada para aquele ano pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Art. 71, § 4º do CE: Quando houver denúncia fundamentada de fraude no alistamento de uma
zona ou município, o Tribunal Regional poderá determinar a realização de correição e, provada
a fraude em proporção comprometedora, ordenará a revisão do eleitorado obedecidas as
Instruções do Tribunal Superior e as recomendações que, subsidiariamente, baixar, com o
cancelamento de ofício das inscrições correspondentes aos títulos que não forem apresentados
à revisão.
§ Embora seja determinada pelo TRE, quando houver prévia comprovação da fraude
(art. 71, §4º do CE) ou pelo TSE, nas hipóteses do art. 105 da Res. TSE 23.659/2021, a
revisão é presidida pelo juiz eleitoral da zona em que será realizada (art. 109 da
Res. TSE 23.659/21).

§ A Resolução TSE 23.659/21 disciplina o procedimento para a revisão do eleitorado e,


em seu art. 107 prevê que “Não será realizada revisão de eleitorado (i) em ano
eleitoral, salvo se iniciado o procedimento revisional no ano anterior ou se,
verificada situação excepcional, o Tribunal Superior Eleitoral autorizar que a ele se
dê início; e (II) que abranja apenas parcialmente o território do município, ainda
que seja este dividido em mais de uma zona eleitoral.”

§ Após a convocação dos eleitores por edital, estes comparecem ao cartório da zona
eleitoral para confirmarem o domicílio. Após, ouvido o Ministério Público Eleitoral,
o Juiz decidirá sobre o cancelamento das inscrições irregulares e daquelas cujos
eleitores não tenham comparecido (art. 122 da Res. TSE 23.659/21).

§ O cancelamento das inscrições somente deverá ser efetivado no sistema após a


homologação da revisão pelo TRE. (art. 122, §2º da Res. TSE 23.659/21)

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