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Alexandre Dall’ Alba, Douglas Carvalho, André Morais e Gabriel Nunes.

Princípio do ‘’ Ne Bis In Idem’’.


 Material - AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL 2016/0098341-2
 Formal - Apelação Criminal: ACR 3762 PB 2004.82.00.003027-5
a) Qual é o conteúdo do princípio estudado?
R: Este princípio vem do direito romano, e faz parte da tradição democrática do direito penal,
ele tem um ideal de justiça que é o principal objetivo do direito, tal principio proíbe que uma
pessoa seja processada, julgada e condenada mais de uma vez pela mesma conduta, esse
princípio tem a ver com a valoração da pessoa humana, visando preservar suas garantias.
b) Onde se encontra seu fundamento legal?
R: Está prescrito no artigo 8º e artigo 42º do código penal. E no princípio da legalidade contido no
artigo 5º da CF.

Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime,
quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.

Eficácia de sentença estrangeira.

Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de prisão


provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em qualquer dos
estabelecimentos referidos no artigo anterior.
c) Analise e faça uma exposição de caso de aplicação do principio.
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL 2016/0098341-2
Ementa: PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. ATENTADO
VIOLENTO AO PUDOR. (ANTIGA REDAÇÃO DO ART. 214 DO CP). DELITO
PRATICADO PELA GENITORA DA VÍTIMA. OMISSÃO PENALMENTE RELEVANTE.
DEVER DE IMPEDIR O RESULTADO. TIPICIDADE. ART.13, § 2º, DO CÓDIGO PENAL.
CAUSA DE AUMENTO DE PENA. ART. 226, INCISO II, DO CÓDIGO PENAL. AGENTE
ASCENDENTE DA VÍTIMA. INADMISSIBILIDADE. BIS IN IDEM.

I - A jurisprudência desta Corte Superior é uníssona no sentido de que fere o princípio do ne bis in idem
a aplicação de causa de aumento levando-se em conta circunstância que constitui elementar do tipo
penal. Precedentes.

II - In casu, a condição de ascendente da vítima foi considerada elementar do tipo penal, com
fundamento na norma de extensão prevista no art. 13, § 2º, do Código Penal. Dessa forma, a
consideração da mesma circunstância para determinar a majoração da pena como causa de aumento (art.
226, II, do CP) configura bis in idem. Agravo regimental desprovido.

Acórdão: Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam
os Ministros da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, negar provimento
ao agravo regimental. Os Srs. Ministros Jorge Mussi, Reynaldo Soares da Fonseca, Ribeiro Dantas
e Joel Ilan Paciornik votaram com o Sr. Ministro Relator.

Explicação: Ao analisar o processo, entende-se que a genitora da vítima no ato de omitir-se já está
sendo abarcada pelo Art. 13, § 2º, do código penal e o agravante presente no art. 226, II, do CP fere
o princípio ‘’ne bis in idem’’, e, portanto, estaria sendo julgada e punida duas vezes pelo mesmo
motivo.

Processo: AgRg no REsp 1592877 / RJ AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL


2016/0098341-2. Ministro Felix Fischer. T5 – Quinta Turma. Data de julgamento: 27/02/2018. Data
de publicação: DJe 05/03/2018
Alexandre Dall’ Alba, Douglas Carvalho, André Morais e Gabriel Nunes.
APELAÇÃO CRIMINAL: ACR 3762 PB 2004.82.00.003027-5
Ementa: PENAL. PROCESSO PENAL. RECONHECIMENTO FOTOGRÁFICO. FASE
INQUISITORIAL. TESTEMUNHAS. PROVA. CONFIRMAÇÃO EM JUÍZO. CONDENAÇÃO
CONCURSO DE ROUBO COM FORMAÇÃO DE QUADRILHA. ART. 157, PARÁGRAFO 2º,
I, CP. ART. 288, PARÁGRAFO ÚNICO, CP. CONDENAÇÃO ANTERIOR DO CRIME DE
BANDO. COMPROVAÇÃO. CERTIDÃO DE TRÂNSITO EM JULGADO. PRINCÍPIO COISA
JULGADA E NO BIS IN IDEM. FERIMENTO. ABSOLVIÇÃO.

1.- O reconhecimento fotográfico é admitido como meio de prova, desde que a condenação se faça
acompanhar de outros elementos aptos a caracterizar a autoria do delito. Precedente.

2.- As testemunhas ouvidas na fase do inquérito policial com depoimento prestado em juízo
confirmando o reconhecimento fotográfico, juntamente com outros elementos de provas, formaram
um conjunto probatório harmônico a justificar a condenação imposta na sentença.

3.- Na hipótese do crime de formação de quadrilha, já tendo sido o réu julgado, com trânsito em
julgado, pelo mesmo crime em outra ação penal, no sentido de evitar-se o bis in idem e o ferimento
da coisa julgada, cabe a absolvição com relação a este crime.

4.- Confirma-se a sentença em relação ao crime de roubo, inclusive, mantendo-se a sua apenação.

5- Apelação provida, em parte.

Processo: ACR 3762 PB 2004.82.00.003027-5. Quarta Turma. Publicação: Fonte: Diário da Justiça
- Data: 19/06/2006 - Página: 513 - Nº: 115 - Ano: 2006. Julgamento: 30/05/2006. Desembargadora
Federal Margarida Cantarelli.
Alexandre Dall’ Alba, Douglas Carvalho, André Morais e Gabriel Nunes.

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