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CADERNO ELEITORAL

DISCIPLINAS COMPLEMENTARES
André Cunha
Direito Eleitoral
Aula 1

ROTEIRO DE AULA

TEMA: DIREITOS POLÍTICOS I

1- Definições:
o Definição real: Conjunto de normas que cuida da soberania popular (arts. 14 a 16, CF).

o Alexandre de Moraes lembra dois aspectos: objetivo e subjetivo.


▪ No primeiro, constitui as regras da atuação da soberania popular (art. 14, caput, da CF), confunde-se com o direito
eleitoral.
▪ No segundo, é o direito público subjetivo que investe o cidadão no status civitatis, permitindo-lhe participar do
governo. (Atributo da cidadania.)

o Definição etimológica:
▪ DIREITO: AQUILO QUE É RETO, QUE NÃO SE DESVIA, QUE DIRIGE, VEM DO LATIM DIRECTUM, DO VERBO DIRIGERE.
▪ POLÍTICA: DO GREGO POLITIKÓS, ADJETIVO DA PALAVRA PÓLIS, A CIDADE-ESTADO GREGA. DESIGNA O QUE SE
REFERE À CIDADE, INCLUSIVE O GOVERNO.

2- Soberania Popular (características):


o Princípio constitucional.

o Art. 1º, parágrafo único e art. 14, caput, ambos da CF.

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o Exercido pelo sufrágio universal (voto secreto, direto e igualitário), mas também pelo plebiscito, pelo referendo
e pela iniciativa popular.
▪ O sufrágio universal é o que indica a democracia
▪ Voto igualitário: cada cidadão terá direito a um voto de valor igual independentemente de qualquer característica
do eleitor (origem; condição financeira; etc.)
▪ Voto não é mais censitário: restrito à determinada profissão ou renda (exemplo: época do império)
▪ No Brasil o voto é direto (há democracias em que o voto é indireto: ex. EUA; no Brasil, o voto foi indireto na época
do regime militar e do império): vota-se diretamente nos candidatos
▪ O voto deve ser secreto para que o eleitor faça sua escolha sem temor ou interferências
▪ O voto secreto é característica de todas as democracias

o A soberania popular é restringida pela capacidade político-eleitoral.


▪ Sendo atributo da cidadania
▪ Cidadão como aquele que detém capacidade político eleitoral (pode se inscrever eleitor)
▪ Nem todo habitante do Estado possui cidadania
▪ Regra: aos 18 anos se atinge a capacidade política eleitoral (facultativo aos 16 anos)

o A Soberania é atributo da cidadania, pois nem todos são cidadãos e podem exercer a soberania.

o “O Plenário, por maioria, deferiu medida cautelar em ação direta de inconstitucionalidade para suspender, com
eficácia ex tunc, o art. 59-A da Lei 9.504/1997, incluído pela Lei 13.165/2015 (Lei da Minirreforma Eleitoral), o qual
determina que, na votação eletrônica, o registro de cada voto deverá ser impresso e depositado, de forma
automática e sem contato manual do eleitor, em local previamente lacrado. (...) O ministro Alexandre considerou
que o art. 59-A e o seu parágrafo único permitem a identificação de quem votou, ou seja, a quebra do sigilo, e,
consequentemente, a diminuição da liberdade do voto. Cabe ao legislador fazer a opção pelo voto impresso,
eletrônico ou híbrido, visto que a CF nada dispõe a esse respeito, observadas, entretanto, as características do voto
nela previstas.” [ADI 5.889, rel. p/ o ac. min. Alexandre de Moraes, j. 6-6-2018, P, Informativo 905.]

o “A segurança do procedimento de identificação dos eleitores brasileiros no ato de votação ainda apresenta
deficiências que não foram definitivamente solucionadas. A postergação do implemento de projetos como a
unificação das identidades civil e eleitoral num só documento propiciou, até os dias atuais, a ocorrência de inúmeras
fraudes ligadas ao exercício do voto. A apresentação do atual título de eleitor, por si só, já não oferece qualquer
garantia de lisura nesse momento crucial de revelação da vontade do eleitorado. Por outro lado, as experiências das
últimas eleições realizadas no Brasil demonstraram uma maior confiabilidade na identificação aferida com base em
documentos oficiais de identidade dotados de fotografia, a saber: as carteiras de identidade, de trabalho e de
motorista, o certificado de reservista e o passaporte. A norma contestada, surgida com a edição da Lei 12.034/2009,

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teve o propósito de alcançar maior segurança no processo de reconhecimento dos eleitores. Por isso, estabeleceu,
já para as eleições gerais de 2010, a obrigatoriedade da apresentação, no momento da votação, de documento oficial
de identificação com foto. Reconhecimento, em exame prefacial, de plausibilidade jurídica da alegação de ofensa ao
princípio constitucional da razoabilidade na interpretação dos dispositivos impugnados que impeça de votar o eleitor
que, embora apto a prestar identificação mediante a apresentação de documento oficial com fotografia, não esteja
portando seu título eleitoral. Medida cautelar deferida para dar às normas ora impugnadas interpretação conforme
à CF, no sentido de que apenas a ausência de documento oficial de identidade com fotografia impede o exercício
do direito de voto.” [ADI 4.467 MC, rel. min. Ellen Gracie, j. 30-9-2010, P, DJE de 1º-6-2011.]

o “A cláusula tutelar inscrita no art. 14, caput, da Constituição tem por destinatário específico e exclusivo o eleitor
comum, no exercício das prerrogativas inerentes ao status activae civitatis. Essa norma de garantia não se aplica,
contudo, ao membro do Poder Legislativo nos procedimentos de votação parlamentar, em cujo âmbito prevalece,
como regra, o postulado da deliberação ostensiva ou aberta. As deliberações parlamentares regem-se,
ordinariamente, pelo princípio da publicidade, que traduz dogma do regime constitucional democrático. A votação
pública e ostensiva nas Casas Legislativas constitui um dos instrumentos mais significativos de controle do poder
estatal pela sociedade civil.” [ADI 1.057 MC, rel. min. Celso de Mello, j. 20-4-1994, P, DJ de 6-4-2001.]
▪ Vide ADI 4.298 MC, rel. min. Cezar Peluso, j. 7-10-2009, P, DJE de 27-11-2009

o “O princípio do sufrágio universal vem conjugado, no art. 14 da Constituição, à exigência do sigilo do voto: não o
ofende, portanto, a decisão que entende nula a cédula assinalada de modo a poder identificar o eleitor.” [AI 133.468
AgR, rel. min. Sepúlveda Pertence, j. 15-2-1990, P, DJ de 9-3-1990.]

3- Capacidade Político-Eleitoral
o Restringe a soberania.

o Ativa (votar)
▪ Adquire-se facultativamente aos 16 anos e
▪ Obrigatoriamente aos 18 anos

o Passiva (ser votado)


▪ Ser eleito; se apresentar como candidato; submeter seu nome ao sufrágio
▪ Gradativa: somente existe plenamente aos 35 anos, pois apenas nessa idade que poderá ser candidato a todos os
cargos eletivos do Brasil
▪ 18 anos: vereador
▪ 21: deputado e prefeito
▪ 30: governador

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▪ 35: senador e presidente

4- Direito Político Positivo:


o Conjunto de normas que asseguram o direito subjetivo de participação no processo político e nos órgãos
governamentais.

5- Direito Político Negativo:


o Determinações constitucionais que, de uma forma ou de outra, importam em privar o cidadão do direito de
participação no processo político e nos órgãos governamentais.

o São negativos porque precisamente consistem no conjunto de regras que negam, ao cidadão, o direito de eleger,
ou de ser eleito, ou de exercer atividade político-partidária ou de exercer função pública, estabelecendo os
pressupostos ou condições de elegibilidade, as inelegibilidades, as incompatibilidades, a alistabilidade, a inabilitação,
a perda e a suspensão dos direitos políticos.

6- Condições de elegibilidade
o A doutrina, em sua maioria, considera condições de elegibilidade e pressupostos de elegibilidade expressões
equivalentes.

o Constituem os requisitos gerais que devem ser preenchidos para que o eleitor possa ser elegível.

o “As condições de elegibilidade (CF, art. 14, § 3º) e as hipóteses de inelegibilidade (CF, art. 14, § 4º a § 8º), inclusive
aquelas decorrentes de legislação complementar (CF, art. 14, § 9º), aplicam-se de pleno direito, independentemente
de sua expressa previsão na lei local, à eleição indireta para governador e vice-governador do Estado, realizada pela
assembleia legislativa em caso de dupla vacância desses cargos executivos no último biênio do período de governo.”
[ADI 1.057 MC, rel. min. Celso de Mello, j. 20-4-1994, P, DJ de 6-4-2001.] = ADI 4.298 MC, rel. min. Cezar Peluso, j. 7-
10-2009, P, DJE de 27-11-2009

o Estão previstas no § 3º, do art. 14, da CF.

o Adriano Soares da Costa entende que o legislador infraconstitucional pode criar outras, classificando-as, por um
critério topológico, em1:
▪ i) Condições de elegibilidade próprias (§ 3º, art. 14, CF)
- São chamadas de condições de elegibilidade pela própria CF/88

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obs. as inelegibilidades do §9º do art. 14 da CF, não podem ser criadas por lei ordinária, visto que a CF diz expressamente ser
necessária LC;

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▪ ii) Condições de elegibilidade impróprias:
- Constitucionais e
- Infraconstitucionais

o “A fixação por lei estadual de condições de elegibilidade em relação aos candidatos a juiz de paz, além das
constitucionalmente previstas no art. 14, § 3º, invade a competência da União para legislar sobre direito eleitoral,
definida no art. 22, I, da Constituição do Brasil.” [ADI 2.938, rel. min. Eros Grau, j. 9-6-2005, P, DJ de 9-12-2005.]
▪ obs. Somente a União pode legislar sobre matéria eleitoral

o Condições de elegibilidade impróprias constitucionais:


▪ i) Alfabetização (art. 14, § 4º, CF);
- Analfabetismo é causa de inelegibilidade constitucional
- Para postular a candidatura deve demonstrar que não é analfabeto total (semialfabetizado ou alfabetizado) –
analfabetismo se presume (todos são analfabetos quando nascem)

▪ ii) Regras especiais para militares (art. 14, § 8º, CF);


- “§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará
automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.”

▪ iii) Desincompatibilização (§§ 6º e 7º, art. 14, da CF): Evita-se a inelegibilidade ao se licenciar ou exonerar de
função ou cargo no prazo previsto na Lei2

o Condições de elegibilidade impróprias infraconstitucionais:


▪ i) Indicação em convenção partidária (inciso I, § 1º, art. 94, Código Eleitoral);
▪ ii) Tempo de filiação partidária que deve ser de pelo menos seis meses da data do pleito (art. 9º, da Lei
9.504/1997);
▪ iii) Desincompatibilização (Lei Complementar n. 64/90).

o Ac.-TSE, de 21.10.2014, nos ED-REspe nº 38875 e, de 15.9.2010, no REspe nº 190323: Certidão de quitação
eleitoral é uma das condições de elegibilidade (Lei nº 9.504/1997, art. 11, §1º).

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§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos
devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.

§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por
adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja
substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.

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o Ac.-TSE, de 28.9.2010, no REspe nº 442363: A apresentação das contas de campanha é suficiente para se obter
quitação eleitoral, sendo desnecessária sua aprovação.

o Condições de elegibilidade constitucionais (ou próprias)


▪ I - a nacionalidade brasileira;
▪ II - o pleno exercício dos direitos políticos;
▪ III - o alistamento eleitoral;
▪ IV - o domicílio eleitoral na circunscrição (6 meses – Lei 13.488/2017);
▪ V - a filiação partidária (6 meses – Lei 13.165/2015);
▪ VI - a idade mínima de (considerada a data da posse):
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
d) dezoito anos para Vereador (aqui, 18 anos até o dia 15/08/2016 – data limite para registro – Lei 13.165/2015 –
alterou o art. 11, § 2º, da Lei 9.504/1997).
▪ Obs. veja que os prazos da filiação e do domicílio são condições de elegibilidade impróprias e infraconstitucionais

o “O domicílio eleitoral na circunscrição e a filiação partidária, constituindo condições de elegibilidade (CF, art. 14,
§ 3º), revelam-se passíveis de válida disciplinação mediante simples lei ordinária. Os requisitos de elegibilidade não
se confundem, no plano jurídico-conceitual, com as hipóteses de inelegibilidade, cuja definição – além das situações
já previstas diretamente pelo próprio texto constitucional (CF, art. 14, § 5º a § 8º) – só pode derivar de norma inscrita
em lei complementar (CF, art. 14, § 9º).” [ADI 1.063 MC, rel. min. Celso de Mello, j. 18-5-1994, P, DJ de 27-4-2001.]
▪ obs. A regulamentação/normatização referentes às condições de elegibilidade próprias constitucionais podem
ser objeto de lei ordinária, pois não se equiparam às hipóteses de inelegibilidades

7- Inelegibilidades
o Constituem obstáculos ou impedimentos postos pela Constituição da República ou por lei complementar ao
exercício da cidadania passiva (capacidade eleitoral passiva), o que significa dizer limitações à capacidade de ser
representante dos cidadãos, em razão de certas condições ou certas circunstâncias.

o Segundo Niess, a palavra inelegibilidade tem no nosso direito um sentido amplíssimo, amplo e estrito.
▪ Amplíssimo: Abrange falta de condições de elegibilidade, as inelegibilidades propriamente ditas e as
incompatibilidades, sendo utilizada nesse sentido pela alínea j, do inciso I, do art. 22, do Código Eleitoral (ação
rescisória eleitoral em caso de inelegibilidade), e também, pelo art. 13, da Lei nº 9.504/1997 (substituição de
candidato pelo partido, considerado inelegível).

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▪ Amplo: São integradas pelas inelegibilidades propriamente ditas e ora pelas incompatibilidades, ora ainda pela
falta de condições de elegibilidade, conforme o caso, podendo-se recordar o inciso II, do art. 1º, da Lei Comp. n.
64/90 (incompatibilidade para a Presidência) e o recurso contra a expedição de diploma eleitoral previsto no inciso
I, do art. 262, do Código Eleitoral (revogado 2013).
▪ Sentido estrito: Não se confunde com as condições de elegibilidade, nem com as incompatibilidades,
caracterizando-se, então, como “embaraço incontornável à elegibilidade” (Niess), lembrando-se do § 7º, do art. 14,
da CF (inelegibilidade por parentesco).

o Fundamento e finalidade das inelegibilidades- § 9º, do art. 14, CF:


▪ Princípio da moralidade eleitoral: “Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de
sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para o exercício do mandato, considerada
a vida pregressa do candidato, e a normalidade e a legitimidade das eleições contra influência do poder econômico
ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta (Emenda de Revisão n.
4/94).
- Verifica-se a vida pregressa do candidato e a normalidade/legitimidade das eleições
- Fundamento é a moralidade eleitoral
- Finalidade é evitar a influência do abuso de poder econômico, do abuso de poder político e do abuso de
autoridade nas eleições

▪ Súmula 13, do TSE, considera que o dispositivo não é auto-aplicável.


- Requer lei complementar
- Somente se considera inelegível se a hipótese que ocorreu na vida da pessoa estiver tipificada em LC

o CLASSIFICAÇÃO das inelegibilidades


▪ i) Quanto à abrangência:
a) Amplas (gerais, totais ou absolutas – todos os cargos em disputa) e
b) Restritas (parciais, especiais ou relativas – referem-se a um cargo ou alguns dos cargos, com limitação apenas
territorial).

▪ ii) Quanto à duração:


a) Temporárias (ou transitórias – cuidam de uma situação de tempo ou à permanência de uma situação temporal
superável pelo desaparecimento do óbice à inelegibilidade) e
b) Duradouras (ou permanentes).
- Exemplos das primeiras: conscritos, condenação penal, etc.
- Exemplos das segundas: a perda dos direitos políticos.

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▪ iii) Quanto ao conteúdo:
a) Próprias (inelegibilidades em sentido estrito) e
b) Impróprias (condições de elegibilidade).

▪ iv) Quanto à origem normativa:


- obs. Constitucionais ou infraconstitucionais (legislação complementar, § 9º, art. 14, da CF).
- obs.2 As constitucionais não precluem, enquanto as infraconstitucionais sim.
a) Inata (ou original):
- É a comum a todos os nacionais, decorrente da ausência de elegibilidade.
- Não pressupõe nenhuma conduta da pessoa.
- Já nasce assim: analfabeto; não filiado a partido político.

b) Cominada:
- É a aplicada como sanção, após regular processo judicial, ao nacional para que ele fique impossibilitado de obter
a elegibilidade, ou se já a tiver, para que a perca, podendo ser
- cominada simples (vale para a eleição em que o fato ilícito aconteceu) e cominada futura ou
- potenciada (vale para as próximas eleições) (sempre no prazo de 8 anos)

▪ v) Quanto à produção:
a) Endógenas:
- Nasce no e do processo eleitoral.
- Decorrem do abuso do poder econômico ou político eleitoral, constituindo sanção.

b) Exógenas:
- Todas as demais hipóteses, pois nascem fora do processo eleitoral, mas repercutem na capacidade eleitoral
passiva do cidadão.
- Exemplo: condenação criminal em determinados crimes que geram a inelegibilidade por 8 anos; condenação por
improbidade administrativa (enriquecimento ilícito ou dano ao erário)

▪ vi)Quanto ao modo de incidir:


a) Diretas: Causa o impedimento do próprio envolvido no fato que a desencadeia;
b) Indiretas ou reflexas: Causa o impedimento de terceiros, como cônjuges e parentes.

8- Ficha Limpa – Teoria


o Início 2006 – Fundamento art. 14, § 9º, CF.
o Vedação Súmula 13 TSE (não é autoaplicável).

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o RECURSO ORDINÁRIO N.º 1069 – CLASSE 27ª – RIO DE JANEIRO (Rio de Janeiro). Relator: Ministro Marcelo
Ribeiro. Eleições 2006. Registro de candidato. Deputado Federal. Inelegibilidade. Idoneidade moral. Art. 14, § 9º, da
Constituição Federal. 1. O art. 14, §9º, da Constituição não é autoaplicável (Súmula n. º 13 do Tribunal Superior
Eleitoral). 2. Na ausência de lei complementar estabelecendo os casos em que a vida pregressa do candidato
implicará inelegibilidade, não pode o julgador, sem se substituir ao legislador, defini-los. Recurso provido para deferir
o registro. Acordam os Ministros do Tribunal Superior Eleitoral, por maioria, vencidos os Ministros Carlos Ayres Brito,
Cesar Asfor Rocha e José Delgado, em conhecer e prover o recurso.

9- Retroação da Lei Ficha Limpa


o ADC n.s 29 e 30; ADIN 4578, em 2012: Lei Ficha Limpa é constitucional e pode alcançar atos e fatos ocorridos
antes da sua vigência.

o Depois, STF, chegou a decidir que a Lei Ficha, nas hipóteses de inelegibilidades geradas por abuso de poder, não
alcançaria situações anteriores a 2010, contrariando o que ele próprio já decidira no passado (Cf. Rcl 24.224, Ação
Cautelar n. 4.079/RJ), pois se entendeu que naquele julgamento de 2012 não fora enfrentada a questão sob todos
os seus aspectos.

o STF, em 04.10.2017, decidiu, por 6 a 5, no RE 929.670, no qual fora reconhecida repercussão geral, gerando o
Tema de Repercussão Geral 860, que é possível a aplicação da alínea d), do inciso I, do art. 1º, da Lei de
Inelegibilidades, com a redação dada pela Lei Ficha Limpa, aos fatos anteriores à lei, suspendendo-se, no entanto, o
julgamento final para análise de proposta de modulação da decisão.

10- Lei de Inelegibilidades – Ficha Limpa


o Sistema:
▪ Prazo sempre de 8 anos para as inelegibilidades cominadas (decorrentes de condenações).
- Exceção ao prazo de 8 anos: i) os que, em estabelecimentos de crédito, financiamento ou seguro, que tenham
sido ou estejam sendo objeto de processo de liquidação judicial ou extrajudicial, hajam exercido, nos 12 (doze)
meses anteriores à respectiva decretação, cargo ou função de direção, administração ou representação, enquanto
não forem exonerados de qualquer responsabilidade.

▪ Todas as inelegibilidades dependentes de condenações judiciais incidem com o trânsito em julgado ou com
decisões proferidas por órgãos colegiados
- Atente-se que órgão colegiado não é apenas órgão de tribunal (segundo grau); exemplo tribunal do júri é órgão
colegiado e não é tribunal

▪ Art. 26-C. “O órgão colegiado do tribunal ao qual couber a apreciação do recurso contra as decisões colegiadas a
que se referem as alíneas d, e, h, j, l e n do inciso I do art. 1o poderá, em caráter cautelar, suspender a inelegibilidade

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sempre que existir plausibilidade da pretensão recursal e desde que a providência tenha sido expressamente
requerida, sob pena de preclusão, por ocasião da interposição do recurso.
§ 1o Conferido efeito suspensivo, o julgamento do recurso terá prioridade sobre todos os demais, à exceção dos
de mandado de segurança e de habeas corpus.
§ 2o Mantida a condenação de que derivou a inelegibilidade ou revogada a suspensão liminar mencionada
no caput, serão desconstituídos o registro ou o diploma eventualmente concedidos ao recorrente.
§ 3o A prática de atos manifestamente protelatórios por parte da defesa, ao longo da tramitação do recurso,
acarretará a revogação do efeito suspensivo.”

➢ Súmulas da temática:
o Súmula-TSE nº 33 “Somente é cabível ação rescisória de decisões do Tribunal Superior Eleitoral que versem sobre
a incidência de causa de inelegibilidade. “

o Súmula-TSE nº 36 “Cabe recurso ordinário de acórdão de Tribunal Regional Eleitoral que decida sobre
inelegibilidade, expedição ou anulação de diploma ou perda de mandato eletivo nas eleições federais ou estaduais
(art. 121, § 4º, incisos III e IV, da Constituição Federal).”

o Súmula-TSE nº 41 “Não cabe à Justiça Eleitoral decidir sobre o acerto ou desacerto das decisões proferidas por
outros Órgãos do Judiciário ou dos Tribunais de Contas que configurem causa de inelegibilidade. “

o Súmula-TSE nº 44 “O disposto no art. 26-C da LC nº 64/90 não afasta o poder geral de cautela conferido ao
magistrado pelo Código de Processo Civil. “

o Súmula-TSE nº 45 “Nos processos de registro de candidatura, o Juiz Eleitoral pode conhecer de ofício da existência
de causas de inelegibilidade ou da ausência de condição de elegibilidade, desde que resguardados o contraditório e
a ampla defesa. “

o Súmula-TSE nº 47 “A inelegibilidade superveniente que autoriza a interposição de recurso contra expedição de


diploma, fundado no art. 262 do Código Eleitoral, é aquela de índole constitucional ou, se infraconstitucional,
superveniente ao registro de candidatura, e que surge até a data do pleito.”

o Súmula-TSE nº 66 “A incidência do § 2º do art. 26-C da LC nº 64/90 não acarreta o imediato indeferimento do


registro ou o cancelamento do diploma, sendo necessário o exame da presença de todos os requisitos essenciais à
configuração da inelegibilidade, observados os princípios do contraditório e da ampla defesa.”

o Súmula-TSE nº 70 “O encerramento do prazo de inelegibilidade antes do dia da eleição constitui fato


superveniente que afasta a inelegibilidade, nos termos do art. 11, § 10, da Lei nº 9.504/97.”

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o Súmula-TSE nº 62 “Os limites do pedido são demarcados pelos fatos imputados na inicial, dos quais a parte se
defende, e não pela capitulação legal atribuída pelo autor.”
o obs.: Art. 11, § 10. As condições de elegibilidade e as causas de inelegibilidade devem ser aferidas no momento
da formalização do pedido de registro da candidatura, ressalvadas as alterações, fáticas ou jurídicas, supervenientes
ao registro que afastem a inelegibilidade.
▪ Súmula-TSE nº 43. “As alterações fáticas ou jurídicas supervenientes ao registro que beneficiem o candidato, nos
termos da parte final do art. 11, § 10, da Lei n° 9.504/97, também devem ser admitidas para as condições de
elegibilidade. Publicada no DJE de 24, 27 e 28.6.2016.”
▪ Portanto, tanto a situação de inelegibilidade quanto a condição de elegibilidade devem ser aferidas no registro
da candidatura. Contudo, com base nesse dispositivo e nas súmulas 43 e 70 do TST, toda vez que existir situação
superveniente que irá permitir a candidatura, que ocorram até a data antes das eleições, poderão ser considerados
para possibilitar essa candidatura.

11- INCOMPATIBILIDADES
o Niess: são situações decorrentes do exercício de certas funções que, permanecendo, poriam em risco o equilíbrio
das eleições. São superadas com o afastamento oportuno dos interessados das funções indicadas no texto
constitucional ou legal (desincompatibilização), por exemplo o § 6º, do art. 14, da CF.

o Walter Costa Porto: é o impedimento a que o representante acumule o mandato, com certos encargos que ele
detinha antes da eleição ou que ele assuma depois, ou os acumule durante a eleição, privilegiando-se. Não torna a
eleição nula, uma vez que haja desincompatibilização na época certa. Caso contrário, a pessoa é inelegível e pode ter
sua candidatura impugnada.

o É preciso distinguir duas espécies de incompatibilidades:


▪ i) Para o exercício do mandato – impede o mandato. É posterior à eleição. Não é da esfera do Direito Eleitoral. É
matéria constitucional (art. 54, CF, por exemplo)
▪ ii) Para concorrer ao mandato – impede a candidatura, mas é relativa, porque pode ser evitada, se houver a
desincompatibilização.

12- ALISTAMENTO:
o É o ato pelo qual as pessoas que não tiverem vedação legal, em caráter obrigatório ou facultativo, se inscrevem
no corpo eleitoral, adquirindo a condição de eleitor, mediante o recebimento da inscrição e do título eleitoral (Joel
Candido).

13- CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE (dissecando as espécies próprias)


o Estão previstas no § 3º, do art. 14, da CF.
o Relembrando:

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▪ Condições de elegibilidade próprias (§ 3º, art. 14, CF)
▪ Condições de elegibilidade impróprias: Constitucionais e Infraconstitucionais

o Constitucionais ou próprias
▪ I - a nacionalidade brasileira;
▪ II - o pleno exercício dos direitos políticos;
▪ III - o alistamento eleitoral;
▪ IV - o domicílio eleitoral na circunscrição (seis meses);
▪ V - a filiação partidária (seis meses);
▪ VI - a idade mínima de (considerada a data da posse):
▪ a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
▪ b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
▪ c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
▪ d) dezoito anos para Vereador (aqui, 18 anos até o dia 15/08/2016 – data limite para registro).

o Condição de elegibilidade própria: i) Nacionalidade Brasileira – art. 12, CF


▪ Brasileiro nato: Nascido no Brasil, salvo se filho de estrangeiros que estão a serviço do país de origem; ou aquele
nascido no exterior, mas tendo mãe ou pai brasileiros, desde que estejam a serviço do Brasil ou que a pessoa
nascida, vindo a residir no Brasil, opte pela nacionalidade brasileira

▪ Brasileiro naturalizado: É o estrangeiro que, cumpridas certas formalidades, previstas na Lei n. 13.445/2017) teve
sua naturalização deferida pela Justiça Federal.

▪ O naturalizado pode votar e ser votado, menos para os cargos privativos (art. 12, § 3º, CF).

▪ Se o naturalizado não se alistar em até um ano depois de adquirida a nacionalidade brasileira, incorrerá em multa
imposta pelo Juiz Eleitoral e cobrado no ato da inscrição, tal qual o brasileiro nato que não se alistar até os 19 anos
(TSE – Res. 21.538/2003, art. 15).

o Condição de elegibilidade própria: ii) Pleno Exercício dos Direitos Políticos


▪ Art. 15, da CF, trata das causas de perda e suspensão dos direitos políticos (capacidade eleitoral ou política ativa
e passiva, não vota, nem pode ser votado).
▪ NÃO há cassação de direitos políticos
▪ “Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;
II - incapacidade civil absoluta;
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;

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IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.”

▪ “O indeferimento de registro de candidato por deficiência de documentação exigida por lei não implica suspensão
de direitos políticos: a titularidade plena dos direitos políticos não o dispensava do registro de sua candidatura por
partido ou coligação e esse, da prova documentada dos pressupostos de elegibilidade, entre eles, o pleno exercício
dos mesmos direitos políticos (CF, art. 14, § 3º, II): negar o registro por falta de prova oportuna desse pressuposto
não equivale obviamente a negar-lhe a realidade, mas apenas a afirmá-la não comprovada.” [AI 231.917 AgR, rel.
min. Sepúlveda Pertence, j. 3-12-1998, P, DJ de 5-2-1999.]

▪ Ac.-TSE, de 30.11.2016, nos ED-REspe nº 13273 e, de 5.8.2010, no AgR-REspe nº 35830: A suspensão dos direitos
políticos decorrente de decisão transitada em julgado é apta para impedir a diplomação de candidato eleito.

▪ Ac.-TSE, de 30.11.2016, nos ED-REspe nº 13273: Possibilidade de determinação do cumprimento imediato da


decisão pelo órgão competente.

▪ obs. PERDA/SUSPENSÃO da nacionalidade: HIPÓTESES


1) Cancelamento da naturalização (naturalizado realiza atividade nociva ao interesse nacional).
- É hipótese de perda.
- O brasileiro nato que perder seu status nacional, também não mais pode alistar-se (art. 14, § 2º, CF – estrangeiro
não pode alistar-se) e, portanto, deixa de ter direitos políticos, por via reflexa.

2) Incapacidade civil absoluta: declarados incapazes, de forma absoluta, em ação de interdição.


- Hipóteses previstas no art. 3º, CC (menores de 16 anos, todos que por enfermidade mental ou deficiência mental
não possuírem discernimento para os atos da vida civil, os que não puderem exprimir sua vontade por causa
transitória).
- Questão: Lei n. 13.146/2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência). O Estatuto incentiva a participação da PCD
- Esse inciso do art. 15, diante da derrogação do art. 3º do CC, não tem mais aplicação
- A enfermidade ou a doença mental, pela letra da lei do Estatuto, que derrogou o art. 3º, do CC, não causam mais
a incapacidade absoluta.
- A causa transitória ou permanente que impede a manifestação da vontade causa incapacidade relativa (art. 4º,
CC).
- Art. 76, da Lei n. 13.146/2015, chega mesmo a garantir o direito do voto do deficiente, que pode ser mesmo
ajudado por terceiros.
- Não pode haver restrição ao direito ao voto (art. 85, § 1º, do Estatuto).
- Se não há mais incapazes absolutos, não se tem mais como aplicar o art. 15, inciso II, da CF.

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- “TSE, PROCESSO ADMINISTRATIVO N° 114-71.2016.6.00.0000 – CLASSE 26 – SALVADOR – BAHIA
Relatora: Ministra Maria Thereza de Assis Moura
Interessada: Corregedoria Regional Eleitoral da Bahia
PROCESSO ADMINISTRATIVO. QUESTIONAMENTOS. APLICABILIDADE. VIGÊNCIA. LEI N° 13.146, de 2015.
ALTERAÇÃO. ART. 30. CÓDIGO CIVIL. INCAPACIDADE CIVIL ABSOLUTA. SUSPENSÃO. DIREITOS POLÍTICOS. ART. 15,
II, DA CONSTITUIÇÃO. ANOTAÇÃO. CADASTRO ELEITORAL. ANTERIORIDADE.”

3) Condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos:


- Não precisa mencionar na sentença, pois é efeito automático;
- É caso de suspensão, só se restabelecendo os direitos políticos após cessar os efeitos da condenação, pelo
cumprimento ou extinção da pena, ou a extinção da punibilidade, inclusive pela prescrição;
- É desnecessária a reabilitação ou comprovação da reparação dos danos (Súmula n. 9. TSE), para restabelecer os
direitos políticos;
- TSE (Rext. 179.502/SP); TRE/SP (Rep. 9.447, Acórdão 112.985): é auto-aplicável;
- NO INÍCIO: TSE (Rext. 179.502/SP); TRE/SP (Rep. 9.447, Acórdão 112.985): Entendia que cuidava apenas dos
crimes dolosos, não abrangendo culposos nem contravenções penais;
- HOJE: Ac.-TSE nºs 13.027/96, 302/98, 15.338/99, e 252/2003: Para incidência deste dispositivo, é irrelevante a
espécie de crime, a natureza da pena, bem como a suspensão condicional desta.
- Res.-TSE nº 22.193/2006: aplicação deste dispositivo quando imposta medida de segurança.
- Ac.-TSE nº 13.293/96: incidência, ainda, sobre condenação por prática de contravenção penal.
- Não confundir esta hipótese, que causa suspensão dos direitos políticos, com a inelegibilidade do art. 1º, inciso
I, alínea “e”, da Lei Comp. 64/1990: “São inelegíveis os que forem condenados criminalmente, com sentença
transitada em julgado, pela prática de crimes contra a economia popular, a fé pública, a administração pública, o
patrimônio público, o mercado de capitais, o meio ambiente, pelo tráfico de drogas, por crimes eleitorais, etc.,
pelo prazo de 8 anos, após o cumprimento da pena.”
- Observe, portanto, que nem todo crime causará inelegibilidade, mas todo crime causará suspensão dos direitos
políticos

4) Recusa de cumprir obrigação a todos imposta (escusa de consciência):


- Para alguns é suspensão, para outros é perda;
- É causa de suspensão visto que se cumprir terá os direitos políticos retomados
- Só valerá se a pessoa também se recusar a cumprir obrigação alternativa, prevista em lei.
- Art. 143, CF (serviço militar obrigatório). Parágrafo primeiro – obrigação alternativa. Lei n. 8.239/1991. Portaria
n. 2.681, Ministério da Defesa.

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5) Improbidade Administrativa: art. 37, § 4º, da CF, e art. 12, da Lei nº 8.492/1992.
- É causa de suspensão dos direitos políticos, como sanção, dependendo o período da espécie de improbidade
(art. 12, incisos I, II e III).
- Não é efeito automático, como no caso da condenação penal
- No caso da improbidade administrativa, deve estar prevista expressamente como pena
- Não confundir com a hipótese de inelegibilidade por condenação por improbidade administrativa.
- Art. 1º, inciso I, alínea l), da Lei Complementar n. 64/1990, com a redação dada pela Lei n. 130/2010): “os que
forem condenados à suspensão dos direitos políticos, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão
judicial colegiado, por ato doloso de improbidade administrativa que importe lesão ao patrimônio público e
enriquecimento ilícito, desde a condenação ou o trânsito em julgado até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos
após o cumprimento da pena”

o Condição de elegibilidade própria: iii) Alistamento Eleitoral


▪ É o ato de integração do indivíduo, quando preenchidos os requisitos constitucionais, ao corpo de eleitores,
viabilizando o exercício efetivo da soberania popular, consagrando a cidadania.
▪ Comprova-se pelo título eleitoral ou por certidão da Justiça Eleitoral.
▪ O alistamento é obrigatório para os maiores de 18 anos de idade.
▪ O alistamento é facultativo para:
- Os analfabetos;
- Maiores de 16 e menores de 18 anos de idade; e,
- Para os maiores de 70 anos de idade.

▪ obs. Apesar do alistamento do analfabeto não ser obrigatório, tão logo se alfabetize, deve se inscrever eleitor.
- Contudo, não o fazendo, não fica sujeito à multa por alistamento tardio (TSE – Res. 21.538/2003, artigo 16,
parágrafo único).

▪ obs. alistamento dos Indígenas


- Proteção especial – art. 231, da CF.
- Não estão excluídos do alistamento – art. 14, § 2º, da CF.
- Estatuto do Índio – Lei 6.001/1973). Tutelados pela União. Tornam-se capaz, requerendo à Justiça Federal, nos
termos do art. 9º, quando:
a) Idade mínima de 21 anos (CC agora em 18 anos);
b) Conhecimento da língua portuguesa;
c) Razoável compreensão dos usos e costumes da comunhão nacional.

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- Pode haver emancipação por reconhecimento da Funai, desde que homologado judicialmente ou por decreto
presidencial.
- Se o indígena estiver integrado na sociedade brasileira, deve ser alistar. SE não, não é obrigado (TSE – Resolução
n. 7.919/66, B.O. 184, t. 1, p. 172).
- "Alistamento eleitoral. Exigências. São aplicáveis aos indígenas integrados, reconhecidos no pleno exercício dos
direitos civis, nos termos da legislação especial (Estatuto do Índio), as exigências impostas para o alistamento
eleitoral, inclusive de comprovação de quitação do serviço militar ou de cumprimento de prestação
alternativa." (Res. nº 20.806, de 15.5.2001, rel. Garcia Vieira.)
- “[...] Alistamento. Voto. Indígena. Categorização estabelecida em lei especial. 'Isolado'. 'Em vias de integração'.
Inexistência. Óbice legal. Caráter facultativo. Possibilidade. Exibição. Documento. Registro Civil de Nascimento ou
administrativo da FUNAI.1. A atual ordem constitucional, ao ampliar o direito à participação política dos cidadãos,
restringindo o alistamento somente aos estrangeiros e aos conscritos, enquanto no serviço militar obrigatório, e
o exercício do voto àqueles que tenham suspensos seus direitos políticos, assegurou-os, em caráter facultativo,
a todos os indígenas, independentemente da categorização estabelecida na legislação especial
infraconstitucional anterior, observadas as exigências de natureza constitucional e eleitoral pertinentes à
matéria, como a nacionalidade brasileira e a idade mínima. 2. Os índios que venham a se alfabetizar, devem se
inscrever como eleitores, não estando sujeitos ao pagamento de multa pelo alistamento extemporâneo, de
acordo com a orientação prevista no art. 16, parágrafo único, da Res.-TSE 21.538, de 2003. 3. Para o ato de
alistamento, faculta-se aos indígenas que não disponham do documento de registro civil de nascimento a
apresentação do congênere administrativo expedido pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI).” (Ac. de 6.12.2011
no PA nº 180681, rel. Min. Nancy Andrighi.)
- “Processo administrativo. Solicitação. Alteração. Normas de serviço. Exigência. Apresentação. Comprovante.
Quitação militar. Indígenas ‘integrados’. Garantia. Alistamento eleitoral. Desinfluência. Categorização.
Atendimento. Preceitos legais. Apresentação. Documentação comprobatória. 1. Os indígenas têm assegurado o
direito de se alistar como eleitores e de votar, independentemente de categorização prevista em legislação
especial infraconstitucional, a partir dos dezesseis anos, desde que atendidos os preceitos legais
regulamentadores da matéria, conforme orientação firmada por esta corte superior. 2. Todo cidadão do sexo
masculino, maior de dezoito anos, que comparece a unidade eleitoral - cartório, posto ou central de atendimento
- com a finalidade de se alistar eleitor, deve apresentar, entre outros documentos, comprovante de quitação das
obrigações militares, nos exatos termos do art. 44, II, do Código Eleitoral. 3. Tendo em conta a desinfluência da
classificação conferida ao indígena para esta justiça especializada e a garantia constitucional relativamente a sua
organização social, costumes, línguas, crenças e tradições (Constituição, art. 231), será solicitado, na hipótese de
requerer alistamento eleitoral, documento hábil obtido na unidade do serviço militar do qual se infira sua
regularidade com as obrigações correspondentes, seja pela prestação, dispensa, isenção ou quaisquer outros
motivos admitidos pela legislação de regência da matéria, em conjunto ou não com o do órgão competente de

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assistência que comprove a condição de indígena, ambos estranhos à órbita de atuação da justiça eleitoral”. (Ac.
de 10.2.2015 no PA nº 191930, rel. Min. João Otávio de Noronha.)

▪ Estão impedidos de se alistar:


a) Estrangeiros
- Portugueses, pela reciprocidade, podem alistar-se eleitores, desde que com residencial habitual no Brasil e o
requeira ao Ministério da Justiça – não é naturalização, mas garantia da reciprocidade.

b) Conscritos
- (os que estão prestando o serviço militar obrigatório, sem integrar as forças armadas profissionalmente).
- Res.-TSE nº 15850/1989: a palavra conscritos constante deste dispositivo alcança também aqueles matriculados
nos órgãos de formação de reserva, bem como médicos, dentistas, farmacêuticos e veterinários que prestam
serviço militar inicial obrigatório.
- "[...] 3. Alistamento. Voto. Serviço militar obrigatório. O eleitor inscrito, ao ser incorporado para prestação do
serviço militar obrigatório, deverá ter sua inscrição mantida, ficando impedido de votar, nos termos do art. 6 °,
II, c, do Código Eleitoral." (Res. nº 15.072, de 28.2.89, rel. Min. Sydney Sanches; no mesmo sentido a
Res. nº 15.099, de 9.3.89, Villas Boas.)

- “[...] 2. Alistamento. Policiais militares. CF, art. 14, § 2º. Os policiais militares, em qualquer nível de carreira são
alistáveis, tendo em vista a inexistência de vedação legal.” (Res. nº 15.099, de 9.3.89, rel. Min. Villas Boas.)

- “1. Eleitor. Serviço militar obrigatório. 2. Entendimento da expressão ‘conscrito' no art. 14, § 2º da CF. 3. Aluno
de órgão de formação da reserva. Integração no conceito de serviço militar obrigatório. Proibição de votação,
ainda que anteriormente alistado. 4. Situação especial prevista na Lei nº 5.292. Médicos, dentistas, farmacêuticos
e veterinários. Condição de serviço militar obrigatório. 5. Serviço militar em prorrogação ao tempo de soldado
engajado. Implicação do art. 14, § 2º da CF.” NE: “[...] Nessa situação, estão abrangidos pela proibição do art. 14,
§ 2º da CF, isto é, não podem se alistar. [...]”
(Res. nº 15.850, de 3.11.89, rel. Min. Roberto Rosas.)

o Condição de elegibilidade própria: iv) Domicílio Eleitoral na circunscrição:


▪ Regra introduzida pelo Cód. Eleitoral de 1950, impedindo as candidaturas simultâneas.

▪ Não admite, como no domicílio civil, pluralidade, devendo o eleitor escolher dentre os domicílios civis que tiver
em qual se inscreverá eleitor.

▪ Art. 9º, da Lei 9.504/1997 (candidato deve ter domicílio eleitoral por pelo menos 6 meses da data da eleição (Lei
13.488/2017).

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▪ Ac.-TSE, de 8.4.2014, no REspe nº 8551; de 5.2.2013, no AgR-AI nº 7286; e, de 16.11.2000, no AgRgREspe nº
18124: conceito de domicílio eleitoral em que basta a demonstração de vínculos políticos, sociais, afetivos,
patrimoniais ou de negócios.

▪ Transferência: desvinculação do domicílio eleitoral com os domicílios civis do eleitor, situação em que poderá ser
requerida à Justiça Eleitoral a transferência, que só será assim denominada quando for de um Município para outro.

▪ Revisão: a mesma desvinculação do domicílio eleitoral com os domicílios civis do eleitor, mas que ocorrerá dentro
do mesmo Município, modificando, contudo, a seção eleitoral, muitas vezes.

▪ “Inquérito. Conduta que configura, em tese, crime de falsa declaração de domicílio eleitoral (CE, art. 350).
Declaração falsa firmada pelo proprietário do imóvel visando a comprovar que o indiciado, candidato ao cargo de
prefeito municipal, tinha domicílio eleitoral na cidade de Santo André/SP.”[Inq 1.645, rel. min. Eros Grau, j. 5-6-
2008, P, DJE de 5-9-2008.]

o Condição de elegibilidade própria: v) Filiação Partidária:


▪ Não existem candidaturas avulsas, só por partidos políticos.

▪ “Introduziu-se no artigo 11, da Lei 9.504/1997, o parágrafo quatorze, vedando expressamente o registro de
candidatura avulsa, ainda que o requerente tenha filiação partidária, com o objetivo nítido de fixar posição
contrária a qualquer decisão do Supremo Tribunal Federal, que, um dia antes da publicação da Lei n. 13.488/2017,
decidira reconhecer repercussão geral no Recurso Extraordinário com Agravo n. 1054490 – RJ, no qual um cidadão
reclama do indeferimento de sua candidatura avulsa às eleições de 2016, considerando a interpretação que se dá
à norma constitucional do art. 14, parágrafo terceiro, inciso V, ofensiva ao Pacto de San José da Costa Rica, no seu
artigo 23, que trata dos Direitos Políticos.” Tema 974 Repercussão Geral.

▪ Ac.-TSE, de 29.9.2010, no AgR-REspe nº 224358: “ausência de previsão de candidaturas avulsas, desvinculadas de


partido, no sistema eleitoral vigente, sendo possível concorrer aos cargos eletivos somente os filiados que tiverem
sido escolhidos em convenção partidária.”

▪ “Eleições 2018. Requerimento de registro de candidatura (RRCI). Cargo de presidente da república. Candidatura
avulsa. Indeferimento. 1. A Lei nº 13.488/2017, ao introduzir o § 14 no artigo 11 da Lei 9.504/97, segundo o qual ‘é
vedado o registro de candidatura avulsa, ainda que o requerente tenha filiação partidária’, disciplinou
expressamente a questão da candidatura avulsa, vedando-a.[...]”(Ac de 6.9.2018 na PET nº 060092171, rel. Min. Og
Fernandes.)

▪ Para filiar-se deve estar no gozo dos direitos políticos (art. 16, da Lei n. 9096/1995).

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▪ Para concorrer à eleição, deve estar filiado há, pelo menos, 6 meses no partido, podendo o Partido fixar prazo
maior (art. 20, da Lei n. 9096/1995, art. 9º, da Lei n. 9.504/1997 – Lei n. 13.165/2015 e Lei n. 13.488/2017).

▪ Súmula-TSE nº 2.: Assinada e recebida a ficha de filiação partidária até o termo final do prazo fixado em lei,
considera-se satisfeita a correspondente condição de elegibilidade, ainda que não tenha fluído, até a mesma data,
o tríduo legal de impugnação.

▪ Súmula-TSE nº 20.: A prova de filiação partidária daquele cujo nome não constou da lista de filiados de que trata
o art. 19 da Lei nº 9.096/95, pode ser realizada por outros elementos de convicção, salvo quando se tratar de
documentos produzidos unilateralmente, destituídos de fé pública.
- Atenção: o art. 19 foi modificado pela Lei 13.877 – introduziu o sistema de cadastro direto de filiação partidária
na justiça eleitoral
- A súmula se aplica para situações pretéritas, visto que a situação prevista não ocorrerá mais

o Condição de elegibilidade própria: vi) Idade Mínima


▪ a ser aferida por ocasião da posse, salvo para Vereador, que deve ser aferida quando do prazo da data limite para
o registro da candidatura – art. 11, § 2º, da Lei n. 9.504/1997, redação da Lei n. 13.165/2015):

▪ Obtenção gradativa da capacidade eleitoral passiva plena (inciso IV, do § 3º, do art. 14, da CF):
- Vereador (18 anos);
- Deputados federal, estadual, distrital; prefeito; vice e juiz de paz (21 anos);
- Governador e vice (30 anos);
- Presidente, vice e Senador (35 anos).

14- CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE (dissecando as espécies impróprias)


o Condições de elegibilidade impróprias constitucionais:
▪ i) alfabetização (art.14,§ 4º,CF);
▪ ii) as regras especiais para militares (art. 14,§ 8º, CF);
▪ iii) desincompatibilização (§§ 6º e 7º, art. 14, da CF).

o Condições de elegibilidade impróprias infraconstitucionais:


▪ i) indicação em convenção partidária (inciso I, § 1º, art. 94, Código Eleitoral);
▪ ii) tempo de filiação partidária que deve ser de pelo menos seis meses da data do pleito (art. 9º, da Lei n.
9.504/1997);
▪ iii) desincompatibilização (Lei Complementar n. 64/90).

o Condição de elegibilidade imprópria constitucional: i) Alfabetismo

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▪ obs.: Atente-se que a lei aduz que o analfabetismo é hipótese de inelegibilidade

▪ Para Costa é condição de elegibilidade, fazendo leitura distinta do art. 14, § 4º, da CF, que impõe sua falta como
inelegibilidade.

▪ Súmula-TSE nº 15 O exercício de mandato eletivo não é circunstância capaz, por si só, de comprovar a condição
de alfabetizado do candidato.

▪ Súmula-TSE nº 55 A Carteira Nacional de Habilitação gera a presunção da escolaridade necessária ao deferimento


do registro de candidatura.

▪ A prova de alfabetização pode ser suprida por declaração de próprio punho preenchida pelo interessado, em
ambiente individual e reservado, na presença de servidor da Justiça Eleitoral (art. 28, IV, c/c § 3º, Resolução n.
23.548/2018).

▪ Ac.-TSE, de 27.9.2016, no REspe nº 8941: o exame da causa de inelegibilidade referida neste parágrafo deve
ocorrer em conjunto com os valores constitucionais da cidadania, da dignidade da pessoa humana e da isonomia,
levando a concluir que analfabetismo de natureza educacional não pode nem deve significar analfabetismo na vida
política.

▪ Ac.-TSE, de 21.8.2012, no AgR-REspe nº 424839: a inelegibilidade dos analfabetos é de legalidade estrita, vedada
a interpretação extensiva, devendo ser exigido apenas que o candidato saiba ler e escrever minimamente, de modo
que se possa evidenciar eventual incapacidade absoluta de compreensão e de expressão da língua.

o Condição de elegibilidade imprópria constitucional: ii) CONDIÇÕES ESPECIAIS PARA MILITARES- art. 14, § 8º, da
CF
▪ Se contar com menos de 10 anos de serviço, deverá se afastar da atividade para a disputa eleitoral;

▪ Se contar com mais de 10 anos, será agregado pela autoridade superior e, se eleito for, passará automaticamente,
no ato da diplomação, para a inatividade.
- obs. Agregação: permanece na corporação, mas sem ocupar vaga na escala hierárquica.

o Condição de elegibilidade imprópria constitucional: iii) Indicação em convenção partidária.


▪ Art. 8o A escolha dos candidatos pelos partidos e a deliberação sobre coligações deverão ser feitas no período de
20 de julho a 5 de agosto do ano em que se realizarem as eleições, lavrando-se a respectiva ata em livro aberto,
rubricado pela Justiça Eleitoral, publicada em vinte e quatro horas em qualquer meio de comunicação. (Redação
dada pela Lei nº 13.165, de 2015)

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§ 1º Aos detentores de mandato de Deputado Federal, Estadual ou Distrital, ou de Vereador, e aos que tenham
exercido esses cargos em qualquer período da legislatura que estiver em curso, é assegurado o registro de
candidatura para o mesmo cargo pelo partido a que estejam filiados. (Vide ADIN - 2.530-9)
§ 2º Para a realização das convenções de escolha de candidatos, os partidos políticos poderão usar gratuitamente
prédios públicos, responsabilizando-se por danos causados com a realização do evento.

▪ “Art. 11. Os partidos e coligações solicitarão à Justiça Eleitoral o registro de seus candidatos até as dezenove
horas do dia 15 de agosto do ano em que se realizarem as eleições. (Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015)
§ 1º O pedido de registro deve ser instruído com os seguintes documentos:
I - cópia da ata a que se refere o art. 8º;”

o Condição de elegibilidade imprópria infraconstitucional: i) Desincompatibilização


▪ Há quem as considere como condições de elegibilidade impróprias, já que o eleitor se afasta para poder concorrer,
mas a maioria considera como espécie diferenciada das condições e da inelegibilidade. Veremos na sexta semana
do curso.

o Condição de elegibilidade imprópria infraconstitucional: ii) Tempo de Filiação Partidária


▪ A filiação partidária é condição de elegibilidade constitucional, mas há quem considere que o tempo de filiação
partidária, que deve ser de pelo menos seis meses da data do pleito (Anteriormente disposto no art. 18, da Lei
Orgânica dos Partidos Políticos, revogado pela Lei n. 13.165/2015, que passou a tratar disso no art. 9º, da Lei n.
9.504/1997, com a redação dada pela Lei n. 13.488/2017), é também condição de elegibilidade.

o Condição de elegibilidade imprópria infraconstitucional: iii) Registro de Candidatura


▪ Arts. 87 do Cód. Eleitoral. Artigos 10 ao 16-b, da Lei n. 9.504/1997.
▪ Há quem a considere como condição de elegibilidade, pois sem o registro não se tem candidatura e os votos dados
serão nulos (art. 101, § 3º, do Código Eleitoral).

15- INELEGIBILIDADES CONSTITUCIONAIS


o ABSOLUTAS:
▪ Analfabetos e inalistáveis – art. 14, § 4º, da CF.

▪ Deve ser aquele que não saiba ler ou escrever minimamente (analfabeto absoluto é inavistável)

▪ CNH presume que o indivíduo seja alfabetizado

▪ Exercício anterior do mandato não presume

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▪ Se não tiver diploma, fará declaração de próprio punho perante a justiça eleitoral

o RELATIVAS:
▪ Art. 14, §§ 5º, 7º e 8º, CF.

▪ Reeleição para um único período subsequente;

▪ Se for eleição para outro cargo, conforme o § 6º, deve haver desincompatibilização (6 meses) - Apenas nos cargos
executivos

▪ Por força da reeleição, o vice pode disputar o mesmo cargo, sem desincompatibilização;

▪ O vice pode disputar outro cargo, se renunciar ao mandato 6 meses antes da eleição;

▪ O vice pode disputar outro cargo, sem renunciar, mas não pode vir a substituir o titular.

▪ Ac.-STF, de 1º.8.2012, no RE nº 637.485: a proibição da segunda reeleição é absoluta e torna inelegível para
determinado cargo de chefe do Poder Executivo o cidadão que já tenha exercido dois mandatos consecutivos e sido
reeleito uma única vez em cargo da mesma natureza, ainda que em ente da Federação diverso.

▪ Ac.-TSE, de 28.4.2011, no AgR-REspe nº 35880; de 27.5.2010, no AgR-REspe nº 4198006; e de 17.12.2008, nos


REspe nºs 32507 e 32539: a inelegibilidade de chefe do Poder Executivo para exercício de terceiro mandato
consecutivo para esse mesmo cargo estende-se a todos os níveis da Federação.

▪ Ac.-STF, de 1º.8.2012, no RE nº 637.485: a proibição da segunda reeleição é absoluta e torna inelegível para
determinado cargo de chefe do Poder Executivo o cidadão que já tenha exercido dois mandatos consecutivos e sido
reeleito uma única vez em cargo da mesma natureza, ainda que em ente da Federação diverso.

▪ Ac.-TSE, de 16.8.2011, no REspe nº 36038: Caracteriza violação a este parágrafo e ao § 7º deste artigo o mesmo
grupo familiar permanecer por quatro mandatos consecutivos à frente do Executivo Municipal.
- Obs. Cada grupo familiar ou cada pessoa desse grupo só pode exercer dois mandatos consecutivos, pela regra
da reeleição. Não dá para ir para o terceiro ou quarto mandato, conforme a decisão acima indicada.

▪ “Vice-governador eleito duas vezes para o cargo de vice-governador. No segundo mandato de vice, sucedeu o
titular. Certo que, no seu primeiro mandato de vice, teria substituído o governador. Possibilidade de reeleger-se ao
cargo de governador, porque o exercício da titularidade do cargo dá-se mediante eleição ou por sucessão. Somente
quando sucedeu o titular é que passou a exercer o seu primeiro mandato como titular do cargo. Inteligência do
disposto no § 5º do art. 14 da CF.”[RE 366.488, rel. min. Carlos Velloso, j. 4-10-2005, 2ª T, DJ de 28-10-2005.]= AI
782.434 AgR, rel. min. Cármen Lúcia, j. 8-2-2011, 1ª T, DJE de 24-3-2011

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▪ O cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Chefe do Executivo, ou de
quem os tenham substituído nos 6 meses antes da eleição, são inelegíveis, salvo se já titular de mandato e candidato
à reeleição, no território do mandato do titular e se na mesma esfera federativa. (cônjuge = companheira).

▪ Tema 678 STF:


- Súmula Vinculante.-STF nº 18/2009: "A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato,
não afasta a inelegibilidade prevista no § 7º do art. 14 da Constituição Federal".
- A Súmula Vinculante 18 do STF não se aplica aos casos de extinção do vínculo conjugal pela morte de um dos
cônjuges.

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DISCIPLINAS COMPLEMENTARES
André Cunha
Direito Eleitoral
Aula 2

ROTEIRO DE AULA

TEMA: DIREITOS POLÍTICOS II

➢ (CONTINUAÇÃO) Inelegibilidades
o Constituem obstáculos ou impedimentos postos pela Constituição da República ou por lei complementar ao
exercício da cidadania passiva (capacidade eleitoral passiva), o que significa dizer limitações à capacidade de ser
representante dos cidadãos, em razão de certas condições ou certas circunstâncias.

o Segundo Niess, a palavra inelegibilidade tem no nosso direito um sentido amplíssimo, amplo e estrito:
▪ Amplíssimo: abrange falta de condições de elegibilidade, as inelegibilidades propriamente ditas e as
incompatibilidades, sendo utilizada nesse sentido pela alínea j, do inciso I, do art. 22, do Código Eleitoral (ação
rescisória eleitoral em caso de inelegibilidade), e também, pelo art. 13, da Lei nº 9.504/1997 (substituição de
candidato pelo partido, considerado inelegível).

▪ Amplo: são integradas pelas inelegibilidades propriamente ditas e ora pelas incompatibilidades, ora ainda pela
falta de condições de elegibilidade, conforme o caso, podendo-se recordar o inciso II, do art. 1º, da Lei Comp. n.
64/90 (incompatibilidade para a Presidência) e o recurso contra a expedição de diploma eleitoral previsto no inciso
I, do art. 262, do Código Eleitoral (revogado 2013).

▪ Sentido estrito: não se confunde com as condições de elegibilidade, nem com as incompatibilidades,
caracterizando-se, então, como “embaraço incontornável à elegibilidade” (Niess), lembrando-se do § 7º, do art. 14,
da CF (inelegibilidade por parentesco).

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o Fundamento e finalidade - § 9º, do art. 14, CF:
▪ Princípio da moralidade eleitoral: “Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de
sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para o exercício do mandato, considerada
a vida pregressa do candidato, e a normalidade e a legitimidade das eleições contra influência do poder econômico
ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta (Emenda de Revisão n.
4/94).
- Verifica-se a vida pregressa do candidato
- Proteção da probidade administrativa e moralidade para o exercício do mandato
-Busca-se, também, a normalidade/legitimidade das eleições
- Afastando a influência causada por abuso de poder econômico ou político

▪ Portanto:
- O fundamento é a proteção da probidade administrativa e da moralidade para o exercício do mandato
- Finalidade é garantir a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do abuso de poder econômico
ou do abuso de poder de autoridade

▪ Súmula 13, do TSE1, considera que o dispositivo não é autoaplicável.


- Requer lei complementar
- Somente se considera inelegível se a hipótese que ocorreu na vida da pessoa estiver tipificada em LC
- Não é possível estabelecer inelegibilidade por construção jurisprudencial ou lei ordinária

o CLASSIFICAÇÃO
▪ i) Quanto à abrangência:
a) Amplas (gerais, totais ou absolutas – todos os cargos em disputa) e
b) Restritas (parciais, especiais ou relativas – referem-se a um cargo ou alguns dos cargos, com limitação apenas
territorial).

▪ ii) Quanto à duração:


a) Temporárias (ou transitórias – cuidam de uma situação de tempo ou à permanência de uma situação temporal
superável pelo desaparecimento do óbice à inelegibilidade) e
b) Duradouras (ou permanentes).
- Exemplos das primeiras: conscritos, condenação penal, etc.
- Exemplos das segundas: a perda dos direitos políticos.

1
Não é autoaplicável o § 9º do art. 14 da Constituição, com a redação da Emenda Constitucional de Revisão nº 4/1994.

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▪ iii) Quanto ao conteúdo:
a) Próprias (inelegibilidades em sentido estrito) e
b) Impróprias (condições de elegibilidade).

▪ iv) Quanto à origem normativa:


- Constitucionais ou infraconstitucionais (legislação complementar, § 9º, art. 14, da CF).
- As primeiras não precluem, enquanto as outras sim.
a) Inata (ou original):
- É a comum a todos os nacionais, decorrente da ausência de elegibilidade.
- Não pressupõe nenhuma conduta da pessoa.
- Já nasce assim: analfabeto; não filiado a partido político.

b) Cominada:
- É a aplicada como sanção, após regular processo judicial, ao nacional para que ele fique impossibilitado de obter
a elegibilidade, ou se já a tiver, para que a perca, podendo ser
- cominada simples (vale para a eleição em que o fato ilícito aconteceu) e cominada futura ou
- potenciada (vale para as próximas eleições) (sempre no prazo de 8 anos)

▪ v) Quanto à produção:
a) Endógenas:
- Nasce no e do processo eleitoral.
- Decorrem do abuso do poder econômico ou político eleitoral, constituindo sanção.

b) Exógenas:
- Todas as demais hipóteses, pois nascem fora do processo eleitoral, mas repercutem na capacidade eleitoral
passiva do cidadão.
- Exemplo: condenação criminal em determinados crimes que geram a inelegibilidade por 8 anos; condenação por
improbidade administrativa (enriquecimento ilícito ou dano ao erário)

▪ vi) Quanto ao modo de incidir:


a) Diretas: Causa o impedimento do próprio envolvido no fato que a desencadeia;
b) Indiretas ou reflexas: Causa o impedimento de terceiros, como cônjuges e parentes.

o INCOMPATIBILIDADES
▪ Niess: são situações decorrentes do exercício de certas funções que, permanecendo, poriam em risco o equilíbrio
das eleições.

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- São superadas com o afastamento oportuno dos interessados das funções indicadas no texto constitucional ou
legal (desincompatibilização), por exemplo o § 6º, do art. 14, da CF.

▪ É preciso distinguir duas espécies de incompatibilidades:


i) Para o exercício do mandato – impede o mandato.
- É posterior à eleição.
- Não é da esfera do Direito Eleitoral.
- É matéria constitucional (art. 54, CF, por exemplo)

ii) Para concorrer ao mandato – impede a candidatura, mas é relativa, porque pode ser evitada, se houver a
desincompatibilização.

o ALISTAMENTO: É o ato pelo qual as pessoas que não tiverem vedação legal, em caráter obrigatório ou facultativo,
se inscrevem no corpo eleitoral, adquirindo a condição de eleitor, mediante o recebimento da inscrição e do título
eleitoral (Joel Candido).

o INABILITAÇÃO: É a inaptidão para o exercício de cargos ou função público, que pode estar inserida no direito
eleitoral, ou não, pois a função pública pode originar-se de eleição ou de outra forma de provimento, podendo-se
lembrar que a inabilitação, absorvida pela suspensão dos direitos políticos, é resultado da prática de ato de
improbidade administrativa, podendo surgir, também, como resultado da prática de crime de responsabilidade,
ensejando implicações nos direitos políticos do cidadão. Decorre de sanção.

o Ficha Limpa – Teoria:


▪ Início 2006 – Fundamento art. 14, § 9º, CF.
▪ Vedação Súmula 13 TSE (não é auto-aplicável).
▪ RECURSO ORDINÁRIO N.º 1069 – CLASSE 27ª – RIO DE JANEIRO (Rio de Janeiro). Relator: Ministro Marcelo
Ribeiro. Eleições 2006. Registro de candidato. Deputado Federal. Inelegibilidade. Idoneidade moral. Art. 14, § 9º,
da Constituição Federal. 1. O art. 14, §9º, da Constituição não é auto-aplicável (Súmula n.º 13 do Tribunal Superior
Eleitoral). 2. Na ausência de lei complementar estabelecendo os casos em que a vida pregressa do candidato
implicará inelegibilidade, não pode o julgador, sem se substituir ao legislador, defini-los. Recurso provido para
deferir o registro. Acordam os Ministros do Tribunal Superior Eleitoral, por maioria, vencidos os Ministros Carlos
Ayres Brito, Cesar Asfor Rocha e José Delgado, em conhecer e prover o recurso.

▪ ADPF 144/DF — Vida pregressa. Causa de inelegibilidade. Preceito constitucional não autoaplicável. É
inconstitucional a imposição de causa de inelegibilidade fundada na vida pregressa de pretensos candidatos sem
previsão em legislação complementar de que trata o art. 14, § 9º, da Constituição Federal.

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o Retroação da Lei Ficha Limpa
▪ ADC n.s 29 e 30; ADIN 4578, em 2012:
- Lei Ficha Limpa é constitucional e pode alcançar atos e fatos ocorridos antes da sua vigência.
- ADC 29/DF, ADC 30/DF e ADI 4.578/DF — Lei Complementar 135/2010 (Lei da Ficha Limpa). Constitucionalidade.
A Lei Complementar 135/2010 (Lei da Ficha Limpa), que criou novas hipóteses de inelegibilidade, harmoniza-se
com a Constituição Federal, mas se sujeita à regra da anterioridade prevista no art. 16 desta.
- Obs. Não há sanção, mas apenas efeitos acessórios de sanções

▪ RE 633.703/MG — “Lei Complementar 135/2010, denominada “Lei da Ficha Limpa”. Inaplicabilidade às eleições
gerais de 2010. Princípio da anterioridade eleitoral (art. 16 da CF). O princípio da anterioridade eleitoral constitui
uma garantia fundamental também destinada a assegurar o próprio exercício do direito de minoria parlamentar
em situações nas quais, por razões de conveniência da maioria, o Poder Legislativo pretenda modificar, a qualquer
tempo, as regras e os critérios que regerão o processo eleitoral. Rel. Min. Gilmar Mendes.”
- Se aplica às situações pretéritas, mas deve respeitar o princípio da anterioridade eleitoral
- Princípio que é garantia da população e de suas minorias

▪ RE 129.392/DF — Lei Complementar 64/1990. Previsão expressa (art. 14, § 9º, da CF). Vacatio legis. Inexistência.
Não se aplica a vacatio legis do art. 16 da Constituição Federal à Lei Complementar 64/1990, por se tratar de
diploma expressamente previsto no art. 14, § 9º, da Constituição Federal. Rel. Min. Sepúlveda Pertence.

▪ Depois, STF, chegou a decidir que a Lei Ficha, nas hipóteses de inelegibilidades geradas por abuso de poder, não
alcançaria situações anteriores a 2010, contrariando o que ele próprio já decidira no passado (Cf. Rcl 24.224, Ação
Cautelar n. 4.079/RJ), pois se entendeu que naquele julgamento de 2012 não fora enfrentada a questão sob todos
os seus aspectos.

▪ STF, em 04.10.2017, decidiu, por 6 a 5, no RE 929.670, no qual fora reconhecida repercussão geral, gerando o
Tema de Repercussão Geral 860, que é possível a aplicação da alínea d), do inciso I, do art. 1º, da Lei de
Inelegibilidades, com a redação dada pela Lei Ficha Limpa, aos fatos anteriores à lei, suspendendo-se, no entanto,
o julgamento final para análise de proposta de modulação da decisão.

o Lei de Inelegibilidades – Ficha Limpa


▪ Sistema:
- Prazo sempre de 8 anos para as inelegibilidades cominadas (decorrentes de condenações).
- Exceção: i) os que, em estabelecimentos de crédito, financiamento ou seguro, que tenham sido ou estejam
sendo objeto de processo de liquidação judicial ou extrajudicial, hajam exercido, nos 12 (doze) meses anteriores
à respectiva decretação, cargo ou função de direção, administração ou representação, enquanto não forem
exonerados de qualquer responsabilidade.

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- Todas as inelegibilidades dependentes de condenações judiciais incidem com o trânsito em julgado ou com
decisões proferidas por órgãos colegiados.

- Art. 26-C. “O órgão colegiado do tribunal ao qual couber a apreciação do recurso contra as decisões colegiadas
a que se referem as alíneas d, e, h, j, l e n do inciso I do art. 1o poderá [alíneas que preveem que a condenação
transitada em julgado ou por órgão colegiado, nas hipóteses dessas alíneas, tornarão o indivíduo inelegível], em
caráter cautelar, suspender a inelegibilidade sempre que existir plausibilidade da pretensão recursal e desde que
a providência tenha sido expressamente requerida, sob pena de preclusão, por ocasião da interposição do
recurso.
§ 1o Conferido efeito suspensivo, o julgamento do recurso terá prioridade sobre todos os demais, à exceção dos
de mandado de segurança e de habeas corpus.
§ 2o Mantida a condenação de que derivou a inelegibilidade ou revogada a suspensão liminar mencionada
no caput, serão desconstituídos o registro ou o diploma eventualmente concedidos ao recorrente.
§ 3o A prática de atos manifestamente protelatórios por parte da defesa, ao longo da tramitação do recurso,
acarretará a revogação do efeito suspensivo.”

- Observe que o tribunal, que analisará esse pedido cautelar de suspensão da inelegibilidade que será formulado
juntamente com o recurso contra a decisão colegiada, será da justiça comum [veja que está sendo tratada a
suspensão em caráter cautelar]

o Súmulas
▪ Súmula-TSE nº 33 “Somente é cabível ação rescisória de decisões do Tribunal Superior Eleitoral que versem sobre
a incidência de causa de inelegibilidade. “

▪ Súmula-TSE nº 36 “Cabe recurso ordinário de acórdão de Tribunal Regional Eleitoral que decida sobre
inelegibilidade, expedição ou anulação de diploma ou perda de mandato eletivo nas eleições federais ou estaduais
(art. 121, § 4º, incisos III e IV, da Constituição Federal).”

▪ Súmula-TSE nº 41 “Não cabe à Justiça Eleitoral decidir sobre o acerto ou desacerto das decisões proferidas por
outros Órgãos do Judiciário ou dos Tribunais de Contas que configurem causa de inelegibilidade. “

▪ Súmula-TSE nº 44 “O disposto no art. 26-C da LC nº 64/90 não afasta o poder geral de cautela conferido ao
magistrado pelo Código de Processo Civil. “

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▪ Súmula-TSE nº 45 “Nos processos de registro de candidatura, o Juiz Eleitoral pode conhecer de ofício da existência
de causas de inelegibilidade ou da ausência de condição de elegibilidade, desde que resguardados o contraditório
e a ampla defesa. “
- A impugnação pode ocorrer pelos legitimados: MP, candidato (em registro), partidos políticos (se coligados, deve
ser a coligação)
-Eleitor somente pode atuar através da notícia de inelegibilidade

▪ Súmula-TSE nº 47 “A inelegibilidade superveniente que autoriza a interposição de recurso contra expedição de


diploma, fundado no art. 262 do Código Eleitoral, é aquela de índole constitucional ou, se infraconstitucional,
superveniente ao registro de candidatura, e que surge até a data do pleito.”

▪ Súmula-TSE nº 66 “A incidência do § 2º do art. 26-C da LC nº 64/90 não acarreta o imediato indeferimento do


registro ou o cancelamento do diploma, sendo necessário o exame da presença de todos os requisitos essenciais à
configuração da inelegibilidade, observados os princípios do contraditório e da ampla defesa.”

▪ Súmula-TSE nº 70 – “O encerramento do prazo de inelegibilidade antes do dia da eleição constitui fato


superveniente que afasta a inelegibilidade, nos termos do art. 11, § 10, da Lei nº 9.504/97.”

▪ Súmula-TSE nº 62 “Os limites do pedido são demarcados pelos fatos imputados na inicial, dos quais a parte se
defende, e não pela capitulação legal atribuída pelo autor.”

▪ Súmula-TSE nº 43 “As alterações fáticas ou jurídicas supervenientes ao registro que beneficiem o candidato, nos
termos da parte final do art. 11, § 10, da Lei n° 9.504/97, também devem ser admitidas para as condições de
elegibilidade. Publicada no DJE de 24, 27 e 28.6.2016.”

▪ art. 11, § 10. “As condições de elegibilidade e as causas de inelegibilidade devem ser aferidas no momento da
formalização do pedido de registro da candidatura, ressalvadas as alterações, fáticas ou jurídicas, supervenientes
ao registro que afastem a inelegibilidade. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)”
- Momento de aferição: registro da candidatura, ressalvadas as alterações, fáticas ou jurídicas, supervenientes ao
registro que afastem a inelegibilidade.

1- INELEGIBILIDADES INFRACONSTITUCIONAIS OU LEGAIS – ABSOLUTAS


▪ Inelegibilidade legal absoluta: i) Inalistáveis e Analfabetos
a) ANALFABETOS (art. 14, § 4º, CF, Art. 1º, I, alínea a), da Lei das Inelegibilidades):
- Deve ser totalmente analfabeto para ser considerado inelegível
- Súmula-TSE nº 15 “O exercício de mandato eletivo não é circunstância capaz, por si só, de comprovar a
condição de alfabetizado do candidato.”

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- Súmula-TSE nº 55 “A Carteira Nacional de Habilitação gera a presunção da escolaridade necessária ao
deferimento do registro de candidatura.”
- A prova de alfabetização pode ser suprida por declaração de próprio punho preenchida pelo interessado, em
ambiente individual e reservado, na presença de servidor da Justiça Eleitoral (art. 28, IV, c/c § 3º, Resolução n.
23.548/2018).
- Ac.-TSE nos 318/2004, 21707/2004 e 21920/2004, entre outros: nas hipóteses de dúvida fundada, a aferição
da alfabetização se fará individualmente, sem constrangimentos; o exame ou teste não pode ser realizado em
audiência pública por afrontar a dignidade humana.
- Ac.-TSE nº 24343/2004: ilegitimidade do teste de alfabetização quando, apesar de não ser coletivo, traz
constrangimento ao candidato.
- “Direito eleitoral e constitucional. Recurso ordinário. Eleições 2018. Inelegibilidade. Analfabetismo.
Deficiente visual. Art. 14, § 4º, da Constituição Federal. Interpretação restritiva. Direito fundamental à
elegibilidade. Provimento. [...] 4. As causas de inelegibilidade, dentre as quais se inclui o analfabetismo previsto
no art. 14, § 4º, da CF/1988, devem ser interpretadas restritivamente. [...] 6. A aferição da alfabetização deve
ser feita com o menor rigor possível. Sempre que o candidato possuir capacidade mínima de escrita e leitura,
ainda que de forma rudimentar, não poderá ser considerado analfabeto para fins de incidência da
inelegibilidade em questão. 7. Além disso, deve-se admitir a comprovação dessa capacidade por qualquer meio
hábil. O teste de alfabetização, contudo, somente pode ser aplicado: (i) sem qualquer constrangimento; e (ii)
de forma a beneficiar o candidato, suprindo a falta de documento comprobatório, vedada a sua utilização para
desconstituir as provas de alfabetização apresentadas. 8. No caso, o candidato, com deficiência visual
adquirida, comprovou sua alfabetização por meio de declaração de escolaridade de próprio punho, firmada na
presença de servidor da Justiça Eleitoral. Ficou demonstrado, portanto, que possui capacidade mínima de
leitura e escrita. 9. Não há que se exigir alfabetização em braille de candidato deficiente visual para fins de
participação no pleito. Para promover o acesso das pessoas com deficiência aos cargos eletivos, deve-se aceitar
e facilitar todos os meios, formas e formatos acessíveis de comunicação, à escolha das pessoas com
deficiência.[...]” (Ac de 18.9.2018, no RO 060247518, rel. Min. Luís Roberto Barroso)

b) ALISTAMENTO ELEITORAL (art. 14, § 4º, CF, Art. 1º, I, alínea a), da Lei das Inelegibilidades):
- É o ato de integração do indivíduo, quando preenchidos os requisitos constitucionais, ao corpo de eleitores,
viabilizando o exercício efetivo da soberania popular, consagrando a cidadania.
- Comprova-se pelo título eleitoral ou por certidão da Justiça Eleitoral.
- O alistamento é obrigatório para os maiores de 18 anos de idade.
- O alistamento é facultativo para:
❖ os analfabetos;
❖ maiores de 16 e menores de 18 anos de idade; e,
❖ para os maiores de 70 anos de idade.

8
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- Estão impedidos de se alistar:
❖ Estrangeiros (portugueses, pela reciprocidade, podem alistar-se eleitores).
❖ Conscritos (os que estão prestando o serviço militar obrigatório, sem integrar as forças armadas
profissionalmente).

▪ Inelegibilidade legal absoluta: ii) Inelegibilidade decorrente da perda de mandato legislativo (art. 1º, I, alínea
“b”, da Lei Comp. n. 64/1990):
- “ Art. 1º São inelegíveis: I - para qualquer cargo: b) os membros do Congresso Nacional, das Assembléias
Legislativas, da Câmara Legislativa e das Câmaras Municipais, que hajam perdido os respectivos mandatos por
infringência do disposto nos incisos I e II do art. 55 da Constituição Federal, dos dispositivos equivalentes sobre
perda de mandato das Constituições Estaduais e Leis Orgânicas dos Municípios e do Distrito Federal, para as
eleições que se realizarem durante o período remanescente do mandato para o qual foram eleitos e nos oito anos
subseqüentes ao término da legislatura; (Redação dada pela LCP 81, de 13/04/94)”
- Dura pelo tempo remanescente do mandato e mais oito anos, contados do término da legislatura.
- Abrange os parlamentares federais, estaduais e municipais
- No caso do senador o prazo será contado do término da legislatura do mandato de 8 anos
- Aplicável por infração aos artigos 55, incisos I e II, da CF (decoro parlamentar e art. 54, CF), a todos os
parlamentares (pelos artigos 27, § 1º, 32, § 3º e 29, inciso IX, CF).
- Originariamente era 3 anos, mas Lei Comp. 81/94 mudou (para 8 anos)
- Ac.-TSE nº 20349/2002: aplicabilidade do novo prazo também àqueles cujo mandato foi cassado anteriormente
à vigência da LC nº 81/1994.

▪ Inelegibilidade legal absoluta: iii) Inelegibilidade decorrente da perda de mandato executivo (art. 1º, I, alínea
“c”, da Lei Comp. n. 64/1990):
- “Art. 1º São inelegíveis: I - para qualquer cargo c) o Governador e o Vice-Governador de Estado e do Distrito
Federal e o Prefeito e o Vice-Prefeito que perderem seus cargos eletivos por infringência a dispositivo da
Constituição Estadual, da Lei Orgânica do Distrito Federal ou da Lei Orgânica do Município, para as eleições que
se realizarem durante o período remanescente e nos 8 (oito) anos subsequentes ao término do mandato para o
qual tenham sido eleitos; (Redação dada pela Lei Complementar nº 135, de 2010)”
- Aplicável aos Gov., Pref. e vices;
- Dura o período remanescente do mandato e mais 8 anos, contados do término do mandato (Lei Comp.
135/2010);
- art. 28, § 1º, art. 29, inciso XIV, CF, Lei 1079/1950, Lei 7.106/1983, Dec.-Lei 201/67.2

2
“Art. 28, § 1º Perderá o mandato o Governador que assumir outro cargo ou função na administração pública direta ou indireta,
ressalvada a posse em virtude de concurso público e observado o disposto no art. 38, I, IV e V. (Renumerado do parágrafo único, pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)”

9
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- Está fora do elenco a perda do mandato do Pres. (art. 85, da CF), que só sofre, portanto, perda do cargo e
inabilitação, por 8 anos (Art. 52, parágrafo único, da CF e Lei 1079/1950).

▪ Inelegibilidade legal absoluta: iv) Inelegibilidade dos que tenham contra si representação julgada procedente
pela Justiça Eleitoral, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado, cuja apuração seja
abuso do poder econômico ou político (art. 1º, I, alínea “d”, da Lei) (Lei Comp. 135/2010).
- “Art. 1º São inelegíveis: I - para qualquer cargo d) os que tenham contra sua pessoa representação julgada
procedente pela Justiça Eleitoral, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado, em
processo de apuração de abuso do poder econômico ou político, para a eleição na qual concorrem ou tenham
sido diplomados, bem como para as que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes; (Redação dada pela Lei
Complementar nº 135, de 2010)
- Sistema da ficha limpa exposto acima
- Incide sobre as eleições que sofreram o abuso e sobre as próximas no prazo de 8 anos (mista – simples e
cominada)
- Há quem ache que a representação é apenas a da investigação judicial eleitoral, que tenha apurado o abuso, e
quando se tratar de ação de impugnação de mandato eletivo ou recurso contra a diplomação, desde que tenham
por origem a investigação judicial eleitoral. (maioria da doutrina e boa parte da jurisprudência) – situações do art.
22 da LC 64/90
- Outros acreditam que só a da IJE.
- Há, ainda, os que consideram qualquer uma, desde que originada em abuso de poder.
- “A alínea d do art. 1º, I, da LC nº 64/90 refere-se apenas às "representações" julgadas procedentes pela Justiça
Eleitoral, não incluindo, portanto, o recurso contra expedição de diploma.” (Ac. de 16.11.2010 no RO nº 60283,
rel. Min. Aldir Passarinho Junior.)
- Ac.-TSE, de 17.12.2014, no REspe nº 15105 e, de 20.11.2012, no AgR-Respe nº 2361: o vocábulo “representação”
constante da redação desta alínea corresponde à própria ação de investigação judicial eleitoral, prevista pelo art.
22 desta lei.
- Ac.-TSE, de 8.2.2011, no AgR-RO nº 371450: não incidência da inelegibilidade desta alínea quando proferida em
sede de RCED ou AIME.
- Ac.-TSE, de 19.3.2013, no AgR-REspe nº 21204: a inelegibilidade prevista nesta alínea não incide sem a
ocorrência de condenação pela prática de abuso do poder econômico ou político em decisão transitada em
julgado ou proferida por órgão colegiado.
- Ac.-TSE, de 2.10.2014, no RO nº 97150: a condenação por abuso ou uso indevido dos veículos ou meios de
comunicação atrai a incidência da inelegibilidade prevista nesta alínea

“Art. 29, XIV - perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. 28, parágrafo único . (Renumerado do inciso XII, pela Emenda
Constitucional nº 1, de 1992)”

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- Súmula-TSE nº 19 “O prazo de inelegibilidade decorrente da condenação por abuso do poder econômico ou
político tem início no dia da eleição em que este se verificou e finda no dia de igual número no oitavo ano seguinte
(art. 22, XIV, da LC no 64/90).”
- Ac.-TSE, de 29.5.2014, na Cta nº 43344: o prazo de inelegibilidade desta alínea inicia-se na data da eleição do
ano da condenação e expira no dia de igual número de início do oitavo ano subsequente.
- Ac.-TSE, de 30.9.2010, no RO nº 86514: não incidência da lei nova (LC nº 135/2010) sobre os efeitos produzidos
pela lei anterior, principalmente quando exauridos ainda na vigência da norma antiga.
- Ac.-TSE, de 4.9.2012, no REspe nº 18984: incidência da norma prevista nesta alínea ainda que se trate de
condenação transitada em julgado referente a eleição anterior à vigência da LC nº 135/2010.

▪ Inelegibilidade legal absoluta: v) Inelegibilidade dos que foram condenados criminalmente, por sentença
transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado, pelos crimes (art. 1º, I, alínea “e”, da Lei Comp. 64/1990)
(Lei Comp. 135/2010):
- contra a economia popular, a fé pública, a administração pública (TSE já excluía desacato e resistência, agora
excluídos porque são infrações de menor potencial ofensivo);
- contra o sistema financeiro, o mercado de capitais e os falimentares (antes só mercado financeiro), bem como
os contra o patrimônio privado (criticava-se a ausência de tais delitos);
- contra o meio ambiente e a saúde pública;
- crimes eleitorais, para os quais a lei comine pena privativa de liberdade (a segunda parte é Ficha Limpa);
- crimes de abuso de autoridade, quando houver condenação à perda do cargo ou à inabilitação para a função
pública (Ficha Limpa);
- lavagem ou ocultação de bens, direitos ou valores (Ficha Limpa);
- tráfico de drogas;
- racismo, tortura, terrorismo e hediondos (Ficha Limpa);
- crimes de redução à condição análoga à de escravo (Ficha Limpa);
- contra a vida (Ficha Limpa);
- contra a dignidade sexual (Ficha Limpa);
- praticados por organização criminosa, quadrilha ou bando (Ficha Limpa);
- Inelegível desde a condenação até o transcurso do prazo de 8 anos após o cumprimento da pena.
- Nos casos acima, torna-se inelegível (não pode ser votado), mas continua com a capacidade eleitoral ativa
- Transitado em julgado: suspendem-se os direitos políticos suspensos
- Cumprida a pena: restabelecem-se os direitos políticos, mas nasce o prazo de 8 anos mencionado acima (de
inelegibilidade)
- Obs. Não se confunde com a suspensão dos d. políticos por condenação criminal.
❖ Esta é autoaplicável, visto estar prevista na CF/88
❖ Ocorre sempre que há condenação criminal (qualquer uma)

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❖ Até o cumprimento da pena ou até a pena ser extinta

- Não se aplica aos:


❖ crimes culposos (já foi assim por analogia com a suspensão dos direitos políticos por condenação criminal:
TSE (RExt. 179.502/SP); TRE/SP (Rep. 9.447, Acórdão 112.985);
❖ crimes de menor potencial ofensivo (chegou a não se aplicar às contravenções penais por analogia com a
suspensão dos direitos políticos por condenação criminal);
❖ de ação penal privada (§ 4º, do art. 1º, da Lei Comp. 64/1990).

- Ac.-TSE, de 14.2.2013, no AgR-REspe nº 36440: a conversão da pena privativa de liberdade em pena restritiva
de direitos não afasta a incidência da causa de inelegibilidade prevista nesta alínea.
- Ac.-TSE, de 17.12.2012, no AgR-REspe nº 29969: incompetência da Justiça Eleitoral para analisar o acerto ou
desacerto da decisão condenatória.
- "Eleições 2012. Registro de candidatura. [...] Inelegibilidade. Art. 1º, I, e, da LC nº 64/90. Condenação criminal
transitada em julgado. [...] 1. Para fins de incidência da exceção prevista no § 4º do artigo 1º da LC nº 64/90,
acrescido pela LC nº 135/2010, considera-se crime de menor potencial ofensivo aquele cujo quantum máximo da
pena privativa de liberdade abstratamente cominada não seja superior a dois anos, sendo indiferente a indicação
de multa alternativa nos casos acima desse patamar. Precedente do STJ. [...]" (Ac. de 4.10.2012 no AgR-REspe. nº
10045, rel. Min. Laurita Vaz.)
- “[...] Eleições 2014. Deputado federal. Registro de candidatura. Inelegibilidade. Art. 1º, I, e, 9, da LC 64/90.
Condenação criminal. Tribunal do júri. Órgão colegiado do poder judiciário. [...]1. A inelegibilidade do art. 1º, I, e,
9, da LC 64/90 incide nas hipóteses de condenação criminal emanada do Tribunal do Júri, o qual constitui órgão
colegiado soberano, integrante do Poder Judiciário. Precedentes: [...].” (Ac. de 11.11.2014 no RO nº 263449, rel.
Min. João Otávio de Noronha, red. designado Min. Maria Thereza Rocha de Assis Moura;no mesmo sentido oAc.
de 21.5.2013 no REspe nº 61103, rel. Min. Marco Aurélio e oAc. de 23.10.2012 no REspe nº 15804, rel. Min. Dias
Toffoli.)
❖ Observe que nem sempre órgão colegiado é órgão recursal

- Súmulas na temática da dos que foram condenados criminalmente, por sentença transitada em julgado ou
proferida por órgão colegiado, pelos crimes:
❖ Súmula-TSE nº 9 “A suspensão de direitos políticos decorrente de condenação criminal transitada em julgado
cessa com o cumprimento ou a extinção da pena, independendo de reabilitação ou de prova de reparação
dos danos.”

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❖ Súmula-TSE nº 58 “Não compete à Justiça Eleitoral, em processo de registro de candidatura, verificar a
prescrição da pretensão punitiva ou executória do candidato e declarar a extinção da pena imposta pela
Justiça Comum. “

❖ Súmula-TSE nº 59 “O reconhecimento da prescrição da pretensão executória pela Justiça Comum não afasta
a inelegibilidade prevista no art. 1º, I, e, da LC nº 64/90, porquanto não extingue os efeitos secundários da
condenação.”
Obs. A PPE atinge apenas a pena, mas não atinge os efeitos secundários da condenação, dentre os quais a
inelegibilidade
Obs. 2. A PPP afasta a inelegibilidade, visto que não houve a condenação e, consequentemente, não gerou
efeitos

❖ “Eleições 2014. [...]. Registro de candidatura. Alínea e, I, art. 1º, da LC n. 64/90. Condenação transitada em
julgado. Prescrição da pretensão executória. Reconhecimento. Justiça Comum. Inelegibilidade. Incidência.
Prescrição da pretensão punitiva. Decretação. Justiça Eleitoral. Incompetência. [...] 1. O reconhecimento da
prescrição da pretensão executória pela Justiça Comum não afasta a inelegibilidade prevista no art. 1º, I, e,
da LC nº 64/90, porquanto não extingue os efeitos secundários da condenação, na linha da orientação
jurisprudencial desta Corte. 2. A Justiça Eleitoral não detém competência para reconhecer a prescrição da
pretensão punitiva e declarar a extinção da pena imposta pela Justiça Comum, notadamente em sede de
processo de registro de candidatura. Precedentes. [...]” (Ac. de 22.10.2014 no ED-RO nº 96862, rel. Min.
Luciana Lóssio.)

❖ Súmula-TSE nº 60 “O prazo da causa de inelegibilidade prevista no art. 1º, I, e, da LC nº 64/90 deve ser
contado a partir da data em que ocorrida a prescrição da pretensão executória e não do momento da sua
declaração judicial.”

❖ Ac.-TSE, de 2.10.2014, no RO 58743: o prazo desta alínea deve ser contado a partir da data em que ocorrida
a prescrição da pretensão executória, e não do momento da sua declaração judicial.

❖ Súmula-TSE nº 61 “O prazo concernente à hipótese de inelegibilidade prevista no art. 1º, I, e, da LC nº 64/90


projeta-se por oito anos após o cumprimento da pena, seja ela privativa de liberdade, restritiva de direito ou
multa.”

❖ Ac.-TSE, de 23.4.2015, no PA nº 93631: o prazo de inelegibilidade projeta-se por oito anos após o
cumprimento da pena, seja ela privativa de liberdade, seja restritiva de direito ou multa.

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❖ Ac.-TSE, de 4.11.2014, no RMS nº 15090: o indulto presidencial não equivale à reabilitação para afastar a
inelegibilidade decorrente de condenação criminal, sendo mantidos os efeitos secundários da condenação.

▪ Inelegibilidade legal absoluta: vi) Inelegibilidade dos militares declarados indignos do oficialato ou com ele
incompatíveis (art. 1º, I, alínea “f”, da Lei).
- “Art. 1º São inelegíveis: I - para qualquer cargo f) os que forem declarados indignos do oficialato, ou com ele
incompatíveis, pelo prazo de 8 (oito) anos; (Redação dada pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
- Prazo de 8 anos, contados da decisão irrecorrível (Lei Comp. 135/2010);
- Indignidade ou incompatibilidade com o oficialato são penas acessórias na legislação militar (CPM, art. 98, II e
III) e pressupõem processo próprio, com trânsito em julgado, de competência da Justiça Militar.

▪ Inelegibilidade legal absoluta: vii) Inelegibilidade decorrente da rejeição de contas do Administrador Público
(art. 1º, I, alínea “g”, da Lei Comp. 64/1990) (Lei Comp. 135/2010):
- “Art. 1º São inelegíveis: I - para qualquer cargo g) os que tiverem suas contas relativas ao exercício de cargos ou
funções públicas rejeitadas por irregularidade insanável que configure ato doloso de improbidade administrativa,
e por decisão irrecorrível do órgão competente, salvo se esta houver sido suspensa ou anulada pelo Poder
Judiciário, para as eleições que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes, contados a partir da data da decisão,
aplicando-se o disposto no inciso II do art. 71 da Constituição Federal, a todos os ordenadores de despesa, sem
exclusão de mandatários que houverem agido nessa condição; (Redação dada pela Lei Complementar nº 135,
de 2010)
- A rejeição deve ser por irregularidade insanável, que configure ato doloso de improbidade administrativa;
- A decisão deve ser irrecorrível do órgão competente (Executivo = T. Contas + Legislativo – 2/3; Legislativo = T.
Contas; TCU – definitiva, quando for municipal e estadual).
- 8 anos a contar da data da decisão;
- Contas de Governo: TCU ou TCE + Legislativo (Art. 71, I, CF): Contabilidade geral
- Contas de gestão: só TCU ou TCE (art. 71, II, CF e § 3º)
❖ Contas específicas: auditorias específicas realizadas pelas cortes de contas sobre contratos, licitações e
convênios específicos
❖ Atos de execução de políticas públicas
❖ O Governador e o Presidente não realizam contas de gestão (realizam apenas atos de Governo) – nesses
órgãos são realizados pelos Secretários de Governo; Ministros de Estado; Chefes de Repartições
❖ O Prefeito tende a acumular atos de governo e de gestão

- Contas de verbas federais repassadas aos outros entes, auditadas pelo TCU: só TCU (art. 71, I, § 3º, CF).

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- Salvo se a questão houver sido suspensa ou anulada pelo Poder Judiciário, em ação que vise desconstituir a
decisão administrativa - (Súmula 1, TSE, cancelada, suspendia a inelegibilidade com o mero ajuizamento da ação,
mas por nova leitura da Corte, só suspende se houver sido concedida tutela antecipada na ação.)
- obs. Agora com a Lei Ficha Limpa, está claro que deve ter sido suspensa em liminar ou anulada a decisão;
- “o Tribunal de Contas da União é o órgão competente para julgar contas relativas à aplicação de recursos federais
recebidos por prefeituras municipais em razão de convênios” (RO n° 1172/AL, Rel. Min. Francisco Cesar Asfor
Rocha, DJ de 13.12.2006).
- STF, 10.08.2016. por maioria, 6 X 5 (Barroso, Fux, Zavascki, Rosa Weber, Toffoli), decidiu que as contas do
Executivo precisam ser avaliadas pelo Poder Legislativo, não bastando a decisão do Tribunal de Contas.
❖ RE 848.826 e RE 729.744 - Recursos Extraordinários (REs) 848826 e 729744, ambos com repercussão geral
reconhecida. Teses 157 e 835.
❖ Por maioria de votos, o Plenário decidiu, no RE 848826, que é exclusivamente da Câmara Municipal a
competência para julgar as contas de governo e as contas de gestão dos prefeitos, cabendo ao Tribunal de
Contas auxiliar o Poder Legislativo municipal, emitindo parecer prévio e opinativo, que somente poderá ser
derrubado por decisão de 2/3 dos vereadores.
❖ Tese 157: O parecer técnico elaborado pelo Tribunal de Contas tem natureza meramente opinativa,
competindo exclusivamente à Câmara de Vereadores o julgamento das contas anuais do Chefe do Poder
Executivo local, sendo incabível o julgamento ficto das contas por decurso de prazo.
❖ Tese 835: Para os fins do art. 1º, inciso I, alínea "g", da Lei Complementar 64, de 18 de maio de 1990, alterado
pela Lei Complementar 135, de 4 de junho de 2010, a apreciação das contas de prefeitos, tanto as de governo
quanto as de gestão, será exercida pelas Câmaras Municipais, com o auxílio dos Tribunais de Contas
competentes, cujo parecer prévio somente deixará de prevalecer por decisão de 2/3 dos vereadores.

- Súmula-TSE nº 1 (Cancelada) Proposta a ação para desconstituir a decisão que rejeitou as contas, anteriormente
à impugnação, fica suspensa a inelegibilidade (Lei Complementar nº 64/90, art. 1º, I, g).

▪ Inelegibilidade legal absoluta: viii) Inelegibilidade dos detentores de cargo na Administração Pública que
praticaram abuso de poder (art. 1º, I, alínea “h”, da Lei) (Lei n. 135/2010):
- “Art. 1º São inelegíveis: I - para qualquer cargo h) os detentores de cargo na administração pública direta, indireta
ou fundacional, que beneficiarem a si ou a terceiros, pelo abuso do poder econômico ou político, que forem
condenados em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, para a eleição na qual
concorrem ou tenham sido diplomados, bem como para as que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes;
(Redação dada pela Lei Complementar nº 135, de 2010)”
- Cargo na Administração direta e indireta (fundacional);
- Que beneficiaram a si ou a terceiros;

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- Condenados por abuso do poder, econômico ou político, apurado em processo, com sentença transitada em
julgado ou proferida por órgão colegiado;
- Para a eleição na qual concorreram ou tenham sido diplomados e para as que se realizarem nos 8 anos seguintes.
- Abuso em benefício próprio ou de terceiros;
- Se o abuso for durante o pleito eleitoral, configura a alínea “d”;
- Se o abuso constituir também improbidade administrativa, incide a LIA com a suspensão dos direitos políticos e
a nova alínea “l” se presente o enriquecimento ilícito e a lesão ao patrimônio público;
- Aqui, como na alínea “d”, precisa ter finalidade eleitoral ou partidária para incidir, mas aqui ocorre fora do micro-
processo eleitoral;
- Se se tratar de contas rejeitadas por vício insanável, aplica-se a alínea “g”, que pode ter ou não finalidade eleitoral
ou partidária;
- Aplica-se, segundo opinião majoritária, nas ações populares, desde que o ato atacado tenha finalidade eleitoral.
- “[...] 5. Para estar caracterizada a inelegibilidade do art. 1o, inciso I, alínea h, é imprescindível a finalidade
eleitoral. [...]” NE: Condenação em ação popular por malversação de dinheiro público. (Ac. de 22.9.2004 no REspe
no 23.347, rel. Min. Caputo Bastos.)
- “[...] Artigo 1º, I, h, da LC nº 64/90. Inaplicabilidade às hipóteses de condenação por propaganda eleitoral
antecipada (artigo 36, Lei nº 9.504/97). Desprovimento. 1. Não há falar na inelegibilidade do artigo 1º, inc. I,
alínea h, da LC nº 64/90 em razão de imposição de multa por propaganda eleitoral antecipada, reconhecida em
publicidade institucional (Lei nº 9.504/97, artigo 36 e Constituição Federal, artigo 37, § 1º) [...]" (Ac. de 1º.10.2010
no AgR-RO nº 303704, rel. Min. Hamilton Carvalhido.)
- “[...] Candidatura. Condenação. Ação popular. Ressarcimento. Erário. Vida pregressa. Inelegibilidade. Ausência.
Aplicação. Súmula-TSE no 13. Suspensão. Direitos políticos. Efeitos automáticos. Impossibilidade. Ação popular.
Ação de improbidade administrativa. Institutos diversos. Não-incidência. Art. 1o, inciso I, alínea h, da LC no 64/90.
Necessidade. Finalidade eleitoral. Art. 1o, inciso I, alínea g, da LC no 64/90. Não-caracterização. [...] 2. O objeto da
ação popular é a anulação ou a declaração de nulidade de atos lesivos ao patrimônio público, bem como a
condenação do responsável pelo ato ao pagamento de perdas e danos (arts. 1o e 11 da Lei no 4.717/65). Dessa
maneira, não se inclui, entre as finalidades da ação popular, a cominação de sanção de suspensão de direitos
políticos, por ato de improbidade administrativa. Por conseguinte, condenação a ressarcimento do Erário em ação
popular não conduz, por si só, à inelegibilidade. 3. A ação popular e a ação por improbidade administrativa são
institutos diversos. 4. A sanção de suspensão dos direitos políticos, por meio de ação de improbidade
administrativa, não possui natureza penal e depende de aplicação expressa e motivada por parte do juízo
competente, estando condicionada a sua efetividade ao trânsito em julgado da sentença condenatória, consoante
expressa previsão legal do art. 20 da Lei no 8.429/92. [...]” (Ac. de 22.9.2004 no REspe no 23.347, rel. Min. Caputo
Bastos.)
-“[...] Prefeito. Improbidade administrativa. Inelegibilidade. Art. 1o, inc. I, alínea h, da Lei Complementar no 64/90.
Não-configuração.1. A jurisprudência desta Corte firmou-se no sentido de que, para configuração da

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inelegibilidade prevista no art. 1o, inc. I, alínea h, da LC no 64/90, é imprescindível que o ato de improbidade
possua fins eleitorais. Precedentes. [...]” NE: Condenação de candidato por improbidade administrativa com base
no art. 11 da Lei no 8.429/92. (Ac. de 21.2.2002 no REspe no 19.533, rel. Min. Fernando Neves.)

▪ Inelegibilidade legal absoluta: ix) Inelegibilidade dos diretores, administradores ou representantes de


estabelecimentos de crédito, financiamento ou seguro objetos de liquidação judicial ou extrajudicial, terminado
ou em curso, que exerceram os cargos nos 12 meses anteriores à liquidação, enquanto não forem exonerados de
responsabilidade no procedimento de liquidação (art. 1º, I, alínea “i”, da Lei)
- O prazo é até a exoneração de responsabilidade pela quebra;
- Como não requer dolo, nem culpa, mas pune a pessoa por responsabilidade objetiva, pelo simples fato de ocupar
o cargo. Há quem o considere inconstitucional, enquanto outros considera válido porquanto teria um caráter
acautelatório.
- Ac.-TSE nº 22739/2004: este dispositivo não é inconstitucional ao condicionar a duração da inelegibilidade à
exoneração de responsabilidade, sem fixação de prazo.

▪ Inelegibilidade legal absoluta: x) Condenados em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão
colegiado da Justiça Eleitoral (art. 1º, inciso I, “j”, da Lei Comp. 64/1990), por:
- Corrupção eleitoral (art. 299, do Código Eleitoral): Trata-se de crime
- Captação ilícita de sufrágio (art. 41-A, da Lei n. 9504/1997),
❖ Natureza civil
❖ Não necessita haver o pedido de voto, basta que se conclua que há finalidade eleitoral na conduta
❖ Diferença: Atenção que para configurar o 299 do Código Eleitoral restar configurado, deve-se comprovar que
houve o pedido de voto
❖ “Constitui captação de sufrágio, vedada por esta Lei, o candidato doar, oferecer, prometer, ou entregar, ao
eleitor, com o fim de obter-lhe o voto, bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive emprego
ou função pública, desde o registro da candidatura até o dia da eleição, inclusive, sob pena de multa de mil
a cinqüenta mil Ufir, e cassação do registro ou do diploma, observado o procedimento previsto no art. 22 da
Lei Complementar no 64/90.
§ 1o Para a caracterização da conduta ilícita, é desnecessário o pedido explícito de votos, bastando a
evidência do dolo, consistente no especial fim de agir. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)
§ 2o As sanções previstas no caput aplicam-se contra quem praticar atos de violência ou grave ameaça a
pessoa, com o fim de obter-lhe o voto. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)
§ 4o O prazo de recurso contra decisões proferidas com base neste artigo será de 3 (três) dias, a contar da
data da publicação do julgamento no Diário Oficial. “

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- Corrupção eleitoral: “Art. 299. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro,
dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção, ainda que
a oferta não seja aceita:
Pena - reclusão até quatro anos e pagamento de cinco a quinze dias-multa.”
❖ Veja que aqui, se houver a prova de que houve o oferecimento, a promessa ou a solicitação (ainda que o
eleitor não aceite), haverá o crime
❖ Ademais, há condutas aplicáveis ao eleitor
❖ Ambas são questões que diferem da captação ilícita de sufrágio

- Por conduta vedada aos agentes públicos em campanhas eleitorais, que impliquem cassação do registro ou do
diploma (art. 73, caput e seus incisos e o § 10º, da Lei n. 9.504/1997),
❖ Pelo prazo de 8 anos a contar da eleição.

- Doação, captação ou gastos ilícitos de recursos de campanha (art. 30-A, da Lei n. 9.504/1997),
❖ Qualquer partido político ou coligação poderá representar à Justiça Eleitoral, no prazo de 15 (quinze) dias da
diplomação, relatando fatos e indicando provas, e pedir a abertura de investigação judicial para apurar
condutas em desacordo com as normas da Lei 9.504/1997, relativas à arrecadação e gastos de recursos.

▪ Inelegibilidade legal absoluta: xi) Inelegibilidade do Presidente da República, do Governador de Estado e do


Distrito Federal, do Prefeito, dos membros do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas, da Câmara
Legislativa, das Câmaras Municipais, que renunciarem a seus mandatos desde o oferecimento de representação
ou petição capaz de autorizar a abertura de processo por infringência a dispositivo da Constituição Federal, da
Constituição Estadual, da Lei Orgânica do Distrito Federal ou da Lei Orgânica do Município, para as eleições que
se realizarem durante o período remanescente do mandato para o qual foram eleitos e nos 8 (oito) anos
subsequentes ao término da legislatura (art. 1º, inciso I, “k”, da Lei Comp. 64/1990)
- Ac.-TSE, de 20.3.2013, no AgR-REspe nº 46017; e Ac.-TSE, de 1º.9.2010, no RO nº 64580: compete à Justiça
Eleitoral tão somente verificar se houve a renúncia nos termos deste dispositivo legal.

▪ Inelegibilidade legal absoluta: xii) Os que forem condenados à suspensão dos direitos políticos, em decisão
transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado, por ato doloso de improbidade administrativa, desde a
condenação ou o trânsito em julgado até o transcurso do prazo de 8 anos após o cumprimento da pena de
suspensão dos direitos políticos (art. 1º, inciso I, “l”, da Lei Comp. 64/1990).
- Só vale para os atos de improbidade que importarem em enriquecimento ilícito (art. 9º, da Lei n. 8429/1992) e
em lesão ao patrimônio público (art. 10, da Lei n. 8429/1992): deve haver as duas condutas presentes
- Período de suspensão dos direitos políticos (8 a 10 anos – art. 9º; 5 a 8 anos – art. 10 = art. 12, incisos I e II).
❖ Agora: mais 8 anos de inelegibilidades.

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- “Eleições 2014. [...]. Candidato a deputado estadual. Registro de candidatura deferido. Suposta incidência na
causa de inelegibilidade prevista no art. 1º, inciso I, alíneas j e l da LC nº 64/1990. Ausência de requisitos. [...] 1. A
causa de inelegibilidade referida no art. 1º, inciso I, alínea l, da LC nº 64/1990 exige a condenação cumulativa por
dano ao erário (art. 10) e por enriquecimento ilícito (art. 9º), sendo insuficiente a censura isolada a princípios da
administração pública (art. 11). 2. A causa de inelegibilidade referida no art. 1º, inciso I, alínea j, da LC nº 64/1990
decorrente da prática de conduta vedada a agente público exige seja o representado condenado à cassação do
registro ou do diploma, não se operando ante a sanção isolada em multa. Precedente. 3. As causas de
inelegibilidade devem ser interpretadas restritivamente. Precedente. [...]” (Ac. de 27.11.2014 no AgR-RO nº
292112, rel. Min. Gilmar Mendes.)
- Ac.-TSE, de 20.9.2012, no REspe nº 27558: “O ato doloso de improbidade administrativa pode implicar o
enriquecimento ilícito tanto do próprio agente, mediante proveito pessoal, quanto de terceiros por ele
beneficiados.”
- Ac.-TSE, de 22.10.2014, no RO nº 140804 e, de 11.9.2014, no RO nº 38023: indefere-se o registro de candidatura
se, a partir da análise das condenações, for possível constatar que a Justiça Comum reconheceu a presença
cumulativa de prejuízo ao Erário e de enriquecimento ilícito decorrente de ato doloso de improbidade
administrativa, ainda que não conste expressamente na parte dispositiva da decisão condenatória.
- Ac.-TSE, de 17.12.2014, no AgR-RO nº 22344: a análise do enriquecimento ilícito pode ser realizada pela Justiça
Eleitoral, a partir do exame da fundamentação do decisum, ainda que não tenha constado expressamente do
dispositivo.
- Ac.-TSE, de 1º.10.2014, no RO nº 180908 e, de 6.12.2012, no AgR-REspe nº 6710: as condenações por ato doloso
de improbidade administrativa fundadas apenas no art. 11 da Lei nº 8.429/1992 não são aptas à caracterização
da causa de inelegibilidade prevista nesta alínea.
- Súmula-TSE nº 69 Os prazos de inelegibilidade previstos nas alíneas j e h do inciso I do art. 1º da LC nº 64/90
têm termo inicial no dia do primeiro turno da eleição e termo final no dia de igual número no oitavo ano seguinte.

▪ Inelegibilidade legal absoluta: xiii) Todos aqueles que forem excluídos do exercício da profissão, por decisão
sancionatória do órgão profissional competente, em decorrência de infração ético-profissional, pelo prazo de 8
anos, salvo se o ato houver sido anulado ou suspenso pelo Poder Judiciário (art. 1º, inciso I, “m”, da Lei Comp.
64/1990).
- “Eleições 2012. Registro de candidatura. Recurso Especial. Alínea m do inciso I do art. 1º da Lei Complementar
nº 64/90. Incidência. - Eventuais vícios procedimentais que contaminem a decisão que culminou na exclusão do
candidato do exercício da profissão não são passíveis de análise pela Justiça Eleitoral no processo de registro de
candidatura, sem prejuízo de eles serem alegados em sede própria para que, a partir da obtenção de provimento
judicial do órgão competente, a inelegibilidade prevista na alínea m do inciso I do art. 1º da Lei Complementar nº
64/90 possa ser afastada [...]” (Ac. de 19.2.2013 no REspe nº 34430, rel. Min. Henrique Neves.)

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- Súmula-TSE nº 41 Não cabe à Justiça Eleitoral decidir sobre o acerto ou desacerto das decisões proferidas por
outros Órgãos do Judiciário ou dos Tribunais de Contas que configurem causa de inelegibilidade. Publicada no DJE
de 24, 27 e 28.6.2016.

▪ Inelegibilidade legal absoluta: xiv) Os que foram condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida
por órgão colegiado, em razão de terem desfeito ou simulado desfazer vínculo conjugal ou de união estável, para
evitar caracterização de inelegibilidade, pelo prazo de 8 anos, após a decisão que reconhecer a fraude (art. 1º,
inciso I, “n”, da Lei Comp. 64/1990)
- Ac.-TSE, de 21.8.2014, no REspe nº 39723: a incidência desse dispositivo pressupõe ação judicial que condene a
parte por fraude.

▪ Inelegibilidade legal absoluta: xv) Todos os que forem demitidos do serviço público em decorrência de processo
administrativo ou judicial, pelo prazo de 8 anos, contado da decisão, salvo se o ato houver sido suspenso ou
anulado pelo Poder Judiciário (art. 1º, inciso I, “o”, da Lei Comp. N. 64/1990).
-Ac.-TSE, de 12.9.2014, no RO nº 29340: a inelegibilidade prevista nesta alínea somente é afastada no caso de
absolvição criminal que negue a existência do fato ou da autoria

▪ Inelegibilidade legal absoluta: xvi) Todas as pessoas físicas e os dirigentes de pessoas jurídicas responsáveis por
doações eleitorais tidas por ilegais por decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado da Justiça
Eleitoral, pelo prazo de 8 anos após a decisão, com observância do procedimento de apuração de abuso de poder
por investigação judicial eleitoral (art. 1º, inciso I, “p”, da Lei Comp. 64/1990).
- Para o candidato, as contas ilícitas acarretarão a sanção do art. 30-A, da Lei n. 9504/1997 (negação ou cassação
do diploma).
- Para o Partido, a perda do direito ao recebimento da cota do Fundo Partidário.
- Para os terceiros doadores, com a Lei Ficha Limpa, a inelegibilidade.
- Ac.-TSE, de 16.9.2014, no RO nº 53430: as doações ilegais geradoras de inelegibilidade são as capazes de afetar
a normalidade e legitimidade das eleições, configurando abuso do poder econômico ou político.
- Ac.-TSE, de 27.9.2012, no REspe nº 26120: inelegibilidade de dirigente de pessoa jurídica condenada por doação
eleitoral tida por ilegal.
- Hoje não há mais doações por pessoas jurídicas.
- A Resolução n. 23547/2017, do TSE, prevê no seu artigo 23, que o rito para tratar da doação da pessoa física fora
do limite (art. 23, da Lei Eleitoral), é o da investigação judicial eleitoral (art. 22, da Lei Comp. 64/1990).

▪ Inelegibilidade legal absoluta: xvii) Os magistrados e membros do Ministério Público aposentados


compulsoriamente por decisão sancionatória, que tenham perdido o cargo por sentença ou que tenham pedido

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exoneração ou aposentadoria voluntária na pendência de processo administrativo disciplinar, são inelegíveis
pelo prazo de 8 anos (art. 1º, inciso I, “q”, da Lei Comp. N. 64/1990).

▪ Lembrete: Pontos Controvertidos Sobre a Lei Ficha Limpa. Associação Nacional dos Procuradores da República/
Del Rey.
Acessível em: http://www.mpf.mp.br/pge/ficha-
limpa/Pontos%20Controvertidos%20sobre%20a%20Lei%20da%20Ficha%20Limpa.pdf

2- INELEGIBILIDADE INFRACONSTITUCIONAIS- INELEGIBILIDADES LEGAIS RELATIVAS:


▪ São aquelas específicas para algum cargo ou cargos, ou nos limites de um território definido e só vão tolher a
elegibilidade do cidadão se ele não levantar a incompatibilidade existente entre a disputa eleitoral e o cargo ou
função exercida, cuidam, pois, de impedimentos contornáveis. São para algumas eleições e não todas.
▪ Para evitar a incidência, é preciso haver, por ora, o afastamento definitivo (renúncia, exoneração, dispensa,
aposentadoria), ou o afastamento temporário (desincompatibilização em sentido estrito – servidor público
concursado, mediante remuneração).
▪ Se não houver afastamento, incide a inelegibilidade relativa, que pode ser alegada da mesma forma que a
absoluta.
▪ Confundem-se com a desincompatibilização.
- DESINCOMPATIBILIZAÇÃO
- Temas Selecionados - TSE
- Tabelas de Desincompatibilização:
http://www.justicaeleitoral.jus.br/arquivos/tre-sp-tabela-de-desincompatibilizacao-eleicoes-2014-scj (TRE/SP)
http://www.justicaeleitoral.jus.br/arquivos/prazos-de-desincompatibilizacao (TSE)
http://www.tse.jus.br/jurisprudencia/prazo-de-desincompatibilizacao (TSE)
http://www.tre-sp.jus.br/jurisprudencia/prazos-de-desincompatibilizacao (TRE/SP)

- Geralmente, os prazos serão de seis meses: Exceto para Prefeito, que será de quatro meses.
- Alguns afastamentos devem ser definitivos (cargos em comissão) e outros apenas licenças (servidores efetivos)
- Súmula-TSE nº 54 A desincompatibilização de servidor público que possui cargo em comissão é de três meses
antes do pleito e pressupõe a exoneração do cargo comissionado, e não apenas seu afastamento de fato.
- Súmula-TSE nº 5 Serventuário de cartório, celetista, não se inclui na exigência do art. 1º, II, l, da LC nº 64/90.

▪ DESINCOMPATIBILIZAÇÃO
- Cargos ocupados – 6 meses para todos, e 4 meses para Prefeito e Vice.
- Presidente e Vice-Presidente da República:
❖ 1 - os Ministros de Estado;
❖ 2 - os Chefes dos órgãos de assessoramento direto, civil e militar, da Presidência da República;

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❖ 3 - o Chefe do órgão de assessoramento de informações da Presidência da República;
❖ 4 - o Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas;
❖ 5 - o Advogado-Geral da União e o Consultor-Geral da República;
❖ 6 - os Chefes do Estado-Maior da Marinha, do Exército e da Aeronáutica;
❖ 7 - os Comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica;
❖ 8 - os Magistrados;
❖ 9 - os Presidentes, Diretores e Superintendentes de Autarquias, Empresas Públicas, Sociedades de Economia
Mista e Fundações Públicas e as mantidas pelo Poder Público;
❖ 10 - os Governadores de Estado, do Distrito Federal e de Territórios;
❖ 11 - os Interventores Federais;
❖ 12 - os Secretários de Estado;
❖ 13 - os Prefeitos Municipais;
❖ 14 - os membros do Tribunal de Contas da União, dos Estados e do Distrito Federal;
❖ 15 - o Diretor-Geral do Departamento de Polícia Federal;
❖ 16 - os Secretários-Gerais, os Secretários-Executivos, os Secretários Nacionais, os Secretários Federais dos
Ministérios e as pessoas que ocupem cargos equivalentes;

- Ac.-TSE, de 7.10.2008, no REspe nº 30539 e Ac.-TSE, de 25.11.2010, no RO nº 442592: as entidades mantidas


pelo poder público são aquelas cuja soma das verbas públicas totaliza mais da metade de suas receitas.
- Não incidência da inelegibilidade deste item: Ac.-TSE, de 7.10.2008, no REspe nº 30539 (dirigente de entidade
privada sem fins lucrativos que receba recursos públicos) e Ac.-TSE, de 25.11.2010, no RO nº 442592 (presidente
de fundo social municipal).
- Res.-TSE nº 22793/2008: “O professor de carreira em instituição federal de ensino que exerça o cargo de reitor
e venha a se candidatar ao cargo de prefeito ou de vice-prefeito, deverá afastar-se definitivamente do cargo de
reitor quatro meses antes do pleito, bem como licenciar-se das funções de magistério até três meses antes do
pleito”
- Governadores e Vices - todos aqueles cargos, e mais:
❖ 1 - os Chefes dos Gabinetes Civil e Militar do Governador do Estado ou do Distrito Federal;
❖ 2 - os Comandantes do Distrito Naval, Região Militar e Zona Aérea;
❖ 3 - os Diretores de órgãos estaduais ou sociedades de assistência aos Municípios;
❖ 4 - os Secretários da Administração Municipal ou membros de órgãos congêneres.

- Prefeitos e Vices - todos os anteriores, e mais:


❖ os membros do Ministério Público e Defensoria Pública em exercício na comarca, nos 4 (quatro) meses
anteriores ao pleito, sem prejuízo dos vencimentos integrais;

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❖ as autoridades policiais, civis ou militares, com exercício no Município, nos 4 (quatro) meses anteriores ao
pleito.

- Senado Federal: as mesmas situações de Presidente e de Governador, nos mesmos prazos.


- Câmara Federal, Câmara Legislativa (DF) e Assembleias Estaduais: as mesmas situações do Senado.
- Câmara Municipal: as mesmas situações dos outros Legislativos – desincompatibilização 6 meses.
❖ As mesmas situações de Prefeito – 6 meses de desincompatibilização.

▪ Situações específicas – desincompatibilização


- Aplicação para Presidente, Vice, Governador, Vice, Prefeito, Vice, Senador, Deputados Federal, Estadual e
Distrital, e Vereadores, mas observando-se o território do Estado ou do Município – circunscrições eleitorais.
- A alínea b, do inciso II, traz a inelegibilidade para presidente e vice-presidente da República de todos que tenham
exercido, nos seis meses anteriores à eleição, nos Estados, no Distrito Federal, Territórios e em qualquer dos
Poderes da União, cargo ou função, de nomeação pelo Presidente da República, sujeito à aprovação prévia do
Senado Federal, pretendendo o legislador evitar a utilização indevida do cargo ou função, havendo situações que
se confundem e se enquadram neste dispositivo e no anterior há pouco analisado.

- “Inelegibilidade. Ministros da carreira diplomática em chefia de missão diplomática de caráter permanente.


Desde que não sejam candidatos a presidente ou vice-presidente da República, e porque não ocupam cargo ou
emprego em repartição pública, associação ou empresa que operam no estado em que se candidatarem, não se
lhes aplica a alínea b do inciso II, mas, sim, as alíneas a dos incisos III, V e VI, todas do art. 1° da LC n° 64/90.”(Res.
n° 14.349, de 19.5.94, rel. Min. Torquato Jardim.)

-A alínea c, do mesmo inciso foi vetada porque, segundo a Presidência da República, atenta contra o livre exercício
do trabalho(inciso XIII, do art. 5º, c/c. art. 6º, ambos da Constituição da República). Dispunha:
❖ Os que tenham exercido nos quatro meses anteriores ao pleito cargo ou função de direção, administração,
representação em empresas concessionárias ou permissionárias de serviço público, na área de comunicação
social, ou ainda participação ou apresentação habituais, com ou sem vínculo contratual, na programação de
ditas empresas, assim como em fundações mantidas pela União, Estado, Distrito Federal, Território ou
Município.
❖ Mesmo vetada, a idéia da norma, que é prevenir os abusos praticados por profissionais da área de
comunicação, já está tratada no § 1º, do art. 45, da Lei n. 9504/1997, que veda, a partir das convenções
partidárias, a transmissão de programa apresentado ou comentado por candidato escolhido na convenção.

- São também inelegíveis, conforme a alínea d, do mesmo inciso, todos aqueles que, até seis meses antes da
eleição, tiverem competência ou interesse, direta, indireta ou eventual, no lançamento, arrecadação ou

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fiscalização de impostos, taxas e contribuições de caráter obrigatório, inclusive parafiscais, ou para aplicar multas
relacionadas com essas atividades. Entende-se que a norma abrange apenas aqueles que efetivamente realizem
tais atos, pois por vezes o servidor trabalha no órgão, mas não realiza tais atos.
❖ “[...] Recurso especial. Eleições 2016. Vereador. Registro de candidatura. Art. 1º, II, d, da LC 64/90.
Desincompatibilização. Servidor público. Interesse direto, indireto ou eventual. Lançamento, arrecadação ou
fiscalização de tributos. Aplicação de multas quanto a tais atividades. Prazo. Seis meses. Desprovimento.1.
Autos recebidos no gabinete em 2.11.2016. 2. São inelegíveis os candidatos que ‘até 6 (seis) meses antes da
eleição tiverem competência ou interesse, direta, indireta ou eventual, no lançamento, arrecadação ou
fiscalização de impostos, taxas e contribuições de caráter obrigatório, inclusive para fiscais, ou para aplicar
multas relacionadas com essas atividades’ (art. 1º, II, d, da LC 64/90). 3. No caso, o candidato, ocupante do
cargo de agente de arrecadação, era responsável por atender o público externo no setor tributário da
secretaria municipal de finanças, conforme expressamente assentado pela corte a quo: ‘o próprio recorrido
[agravante] afirma que suas atividades atuais consistem em atender o público dentro do setor tributário’ (fl.
132). 4. Assim, desempenhava, no mínimo de modo indireto, atividade relacionada a lançamento,
arrecadação ou fiscalização de tributos, de forma que deveria ter se desincompatibilizado no prazo de seis
meses. 5. O afastamento é necessário ainda que o servidor exerça funções meramente administrativas.
Precedentes. 6. Para se acolher o argumento do agravante de que se limita a desempenhar atividades
relativas à fiscalização de obras e posturas municipais, seria necessário reexaminar fatos e provas,
providência inviável em sede extraordinária (súmula 24/TSE) [...]”.(Ac de 8.11.2016 no AgR-REspe nº 12060,
rel. Min. Herman Benjamin; no mesmo sentido Ac de 5.6.2012 no RHC nº 653, rel. Min. Fátima Nancy
Andrighi, dje de 16.8.2012.)

❖ “[...] Servidor público. Auditor fiscal de atividades urbanas. Desincompatibilização. Não comprovação da
realização de atividades meramente administrativas. Não provimento. 1. A inelegibilidade prevista no o art.
1º, II, d, da LC 64/90 não é dirigida apenas a quem executa o lançamento, arrecadação ou fiscalização de
impostos, taxas e contribuições de caráter obrigatório, mas também a quem tem competência ou interesse
direto, indireto ou eventual a fazê-lo. 2. Conforme a jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral, o simples
fato de ter o candidato, enquanto Auditor Fiscal, desempenhado apenas atividades meramente
administrativas não afasta a inelegibilidade [...].”(Ac. de 3.10.2014 no AgR-RO nº 97448, rel. Min. João Otávio
de Noronhae no mesmo sentido oAc de 9.9.98 no RO nº 108 , rel. Min. Néri da Silveira.)

- A alínea e, do mesmo inciso trata da inelegibilidade daqueles que, até seis meses antes da eleição, tenham
exercido cargo ou função de direção, administração ou representação nas empresas de que tratam os arts. 3º e
5º, da Lei n 4137/1962 (empresas detentoras de monopólio em alguma área), quando, pelo âmbito e natureza de
suas atividades, possam tais empresas influir na economia nacional, o que significa dizer que a empresa não

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possui concorrência, ou não está à altura de seu poder econômico, e tal característica pode interferir na igualdade
de oportunidades entre os candidatos.
❖ Cândido recorda que a Lei n. 4137/1962 foi revogada pela Lei n. 8884/1994, considerando, portanto,
inaplicável o dispositivo ora comentado, já que a nova lei não possui dispositivos equivalentes aos arts. 3º e
5º, da Lei de 1962.
❖ A lei 4.137/1962 foi revogada pelo art. 92 da Lei nº 8.884/1994, que foi revogado pelo art. 127 da Lei nº
12.529/2011.

- São inelegíveis, pela alínea “f”, os que, detendo o controle de empresas ou grupo de empresas que atuem no
Brasil, nas condições monopolísticas previstas no parágrafo único do art. 5º da Lei citada na alínea anterior, não
apresentarem à Justiça Eleitoral, até 6 (seis) meses antes do pleito, a prova de que fizeram cessar o abuso apurado,
do poder econômico, ou de que transferiram, por força regular, o controle de referidas empresas ou grupo de
empresas. A lei 4.137/1962 foi revogada pelo art. 92 da Lei nº 8.884/1994, que foi revogado pelo art. 127 da Lei
nº 12.529/2011.

- A alínea g, refere-se aos que tenham, dentro dos quatro meses anteriores ao pleito, ocupado cargo ou função de
direção, administração ou representação, mesmo que de fato, em entidades representativas de classe, mantidas,
total ou parcialmente, por contribuições impostas pelo Poder Público ou com recursos arrecadados e repassados
pela Previdência Social, sendo desnecessário perscrutar a finalidade do recurso, aplicável, portanto, apenas se a
entidade receber dinheiro público, total ou parcialmente, para sua manutenção, evitando-se que tal dinheiro possa
ser utilizado na realização de obras e atos que diferenciem o nome do candidato dos seus concorrentes, não se
sancionando com a inelegibilidade o candidato que ocupar cargo em entidade social, se ela não receber dinheiro
público, até porque é natural, e salutar, que tais pessoas, que já pensam na coletividade, interessem-se pela
política. Ex.: OAB, CREA, etc...
❖ Res.-TSE nº 23232/2010: desincompatibilização de dirigentes de serviços sociais e de formação profissional
autônomos.
❖ Ac.-TSE, de 20.5.2014, na Cta nº 11187: a OAB enquadra-se no rol das entidades representativas de classe a
que se refere esta alínea.

- A alínea h, trata da inelegibilidade daqueles que, até seis meses depois de afastados das funções, tenham
exercido cargo de presidente, diretor ou superintendente de sociedades com objetivos exclusivos de operações
financeiras e façam publicamente apelo à poupança e ao crédito, inclusive através de cooperativas e da empresa
ou estabelecimentos que gozem, sob qualquer forma, de vantagens asseguradas pelo Poder Público, salvo se
decorrentes de contratos que obedeçam a cláusulas uniformes.
❖ Ac.-TSE, de 11.10.2012, no REspe nº 23763: contrato firmado com o poder público decorrente de pregão
obedece, em geral, a cláusulas uniformes.

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- a alínea i, que trata de todos que, dentro de seis meses antes do pleito, hajam exercido cargo ou função de
direção, administração ou representação em pessoa jurídica ou em empresa que mantenha contrato de execução
de obras, de prestação de serviços ou de fornecimento de bens com órgão do Poder Público ou sob seu controle,
salvo no caso de contrato que obedeça às cláusulas uniformes
❖ Ac.-TSE, de 11.10.2012, no REspe nº 23763: contrato firmado com o poder público decorrente de pregão
obedece, em geral, a cláusulas uniformes.
❖ “[...] Registro de candidatura. Cancelamento. [...] Candidato a prefeito que não se desincompatibilizou no
prazo legal. Inelegibilidade prevista no inciso i, II, do art. 1° da LC no 64/90. Incidência. [...] Necessidade de
desincompatibilização do candidato que exerce cargo de direção em empresa subvencionada pelo poder
público. [...]” NE: Prazo de quatro meses antes das eleições; o dispositivo indicado é, na verdade, a alínea i do
inciso II do art. 1° da LC n° 64/90.(Ac. de 26.10.2006 no REspe no 25.586, rel. Min. Carlos Ayres Britto.)

❖ “[...] Desincompatibilização. Diretora. Creche mantida pelo município. Incidência da alínea i do inciso II do
art. 1° da LC no 64/90. Decisão regional que seguiu entendimento do TSE. [...]” NE: Candidatura a vereador;
prazo de seis meses antes das eleições. (Ac. de 8.9.2004 no AgRgREspe n° 22.288, rel. Min. Luiz Carlos
Madeira.)

- A alínea j, trata da inelegibilidade do membro do Ministério Público, quando possível disputar a eleição, exigindo
seu afastamento em até seis meses antes do pleito, em razão da influência que poderia exercer pelas atribuições
próprias do cargo, mormente após a Constituição de 1988, que lhe deferiu a titularidade exclusiva da ação penal
e a titularidade da defesa dos interesses metaindividuais, inclusive do patrimônio público, ensejando, o não
afastamento, a utilização política do cargo.

- são inelegíveis, conforme a alínea l, todos os servidores públicos, estatutários ou não, dos órgãos ou entidades
da Administração Direta ou Indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos Territórios,
inclusive das fundações mantidas pelo Poder Público, que não se afastarem até três meses anteriores ao pleito,
garantido o direito à percepção dos seus vencimentos integrais, evitando que influenciem com seus cargos e
funções o resultado do pleito. Tal dispositivo é “residual”, pois se o servidor não se enquadrar em nenhuma das
anteriores, aqui restará enquadrado.

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DISCIPLINAS COMPLEMENTARES
André Cunha
Direito Eleitoral
Aula 3

ROTEIRO DE AULA

TEMA: PROPAGANDA POLÍTICA.

1- PROPAGANDA ELEITORAL
o obs. Propaganda Antecipada
▪ É vedada
▪ É a realizada fora do período autorizado para ser divulgada a propaganda eleitoral
▪ É realizada antes do dia 16 de agosto

o obs. Propaganda Ilegal (tem sanção) – art. 36, caput, e § 3º, da Lei Eleitoral. Art. 39, § 8º, da Lei Eleitoral.
▪ Propaganda, na legislação eleitoral, que terá uma sanção (geralmente de multa)
▪ Situações vedadas na legislação eleitoral e que possuem uma sanção
▪ “Art. 36. A propaganda eleitoral somente é permitida após o dia 15 de agosto do ano da eleição.”
“§ 3o A violação do disposto neste artigo sujeitará o responsável pela divulgação da propaganda e, quando
comprovado o seu prévio conhecimento, o beneficiário à multa no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$
25.000,00 (vinte e cinco mil reais), ou ao equivalente ao custo da propaganda, se este for maior.”

▪ “art. 39, § 8º É vedada a propaganda eleitoral mediante outdoors, inclusive eletrônicos, sujeitando-se a empresa
responsável, os partidos, as coligações e os candidatos à imediata retirada da propaganda irregular e ao pagamento
de multa no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 15.000,00 (quinze mil reais). “

o 1.1- Propaganda Ilegal e Criminosa (é crime) – art. 40, art. 39, § 5º, da Lei Eleitoral.
▪ Além de ser ilegal, caracteriza crime

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▪ Art. 39, “§ 5º Constituem crimes, no dia da eleição, puníveis com detenção, de seis meses a um ano, com a
alternativa de prestação de serviços à comunidade pelo mesmo período, e multa no valor de cinco mil a quinze mil
UFIR:
I - o uso de alto-falantes e amplificadores de som ou a promoção de comício ou carreata;
II - a arregimentação de eleitor ou a propaganda de boca de urna;
III - a divulgação de qualquer espécie de propaganda de partidos políticos ou de seus candidatos. (Redação
dada pela Lei nº 12.034, de 2009)
IV - a publicação de novos conteúdos ou o impulsionamento de conteúdos nas aplicações de internet de que trata
o art. 57-B desta Lei, podendo ser mantidos em funcionamento as aplicações e os conteúdos publicados
anteriormente. (Incluído dada pela Lei nº 13.488, de 2017)”

▪ “Art. 40. O uso, na propaganda eleitoral, de símbolos, frases ou imagens, associadas ou semelhantes às
empregadas por órgão de governo, empresa pública ou sociedade de economia mista constitui crime, punível com
detenção, de seis meses a um ano, com a alternativa de prestação de serviços à comunidade pelo mesmo período,
e multa no valor de dez mil a vinte mil UFIR.”

o 1.2- Propaganda Irregular (não tem sanção) – art. 39, §§ 3º, 4º, 7º.
▪ Atente-se que não possui sanção
▪ Trata-se de propaganda vedada, mas não há indicação de sanção
▪ Difere da ilegal
▪ “§ 3º O funcionamento de alto-falantes ou amplificadores de som, ressalvada a hipótese contemplada no
parágrafo seguinte, somente é permitido entre as oito e as vinte e duas horas, sendo vedados a instalação e o uso
daqueles equipamentos em distância inferior a duzentos metros:
I - das sedes dos Poderes Executivo e Legislativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, das
sedes dos Tribunais Judiciais, e dos quartéis e outros estabelecimentos militares;
II - dos hospitais e casas de saúde;
III - das escolas, bibliotecas públicas, igrejas e teatros, quando em funcionamento.”
▪ “§ 4o A realização de comícios e a utilização de aparelhagens de sonorização fixas são permitidas no horário
compreendido entre as 8 (oito) e as 24 (vinte e quatro) horas, com exceção do comício de encerramento da
campanha, que poderá ser prorrogado por mais 2 (duas) horas.”
▪ “§ 7º É proibida a realização de showmício e de evento assemelhado para promoção de candidatos, bem como a
apresentação, remunerada ou não, de artistas com a finalidade de animar comício e reunião eleitoral. “

o 1.3- Observações gerais sobre propaganda eleitoral


▪ I) Apontamentos sobre as Leis 13.487 e 13.488:

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- Revogação da propaganda partidária gratuita (art. 5º da Lei n. 13.487/2017), a partir de janeiro de 2018, que
deixou de existir.
- A propaganda partidária difere da propaganda eleitoral, enquanto a segunda é tratada a partir do art. 36, da Lei
n. 9.504/1997, a primeira é tratada entre os artigos 45 e 49, da Lei n. 9.096/1995 (Lei Orgânica dos Partidos
Políticos), servindo para difundir e divulgar matérias afetas ao próprio partido, e não candidaturas específicas,
conforme dispõe de forma bem didática o art. 45, da Lei n. 9.096/1995.

▪ II) Antes da convenção, só pode propaganda interna para convencer os convencionais, 15 dias antes.
- Convenções são realizadas entre os dias 20/07 a 05/08
- A partir de 5 de julho pode fazer propaganda eleitoral interna: Apenas entre os filiados do partido
(convencionais)

▪ III) Depois do registro de candidatura, poderá propaganda a partir do dia 16 de agosto do ano eleitoral.

▪ IV) Pode usar qualquer local aberto ou fechado, menos prédio público, para realizar a propaganda, só tendo que
avisar a Polícia 24 horas antes para garantir a segurança e a prioridade do partido sobre o local.

o 1.4- Propaganda antecipada:


▪ Antes do período autorizado
▪ Sujeitará o responsável pela divulgação da propaganda e o beneficiário, quando comprovado o seu prévio
conhecimento, ao pagamento de multa no valor de R$5.000,00 (cinco mil reais) a R$25.000,00 (vinte e cinco mil
reais) ou equivalente ao custo da propaganda, se este for maior.
▪ Não configura propaganda eleitoral antecipada,
- i) (regra geral) desde que não envolva pedido explícito de voto, a menção à pretensa candidatura, a exaltação
das qualidades pessoais dos pré-candidatos e os atos do art. 36 – A, da Lei 9.504/1997).
- ii) A participação de filiados a partidos políticos ou de pré-candidatos em entrevistas, programas, encontros ou
debates no rádio, na televisão e na internet, inclusive com a exposição de plataformas e projetos políticos,
observado pelas emissoras de rádio e de televisão o dever de conferir tratamento isonômico.
- iii) A realização de encontros, seminários ou congressos, em ambiente fechado e a expensas dos partidos
políticos, para tratar da organização dos processos eleitorais, da discussão de políticas públicas, dos planos de
governo ou das alianças partidárias visando às eleições, podendo tais atividades ser divulgadas pelos instrumentos
de comunicação intrapartidária
-iv) A realização de prévias partidárias e a respectiva distribuição de material informativo, a divulgação dos nomes
dos filiados que participarão da disputa e a realização de debates entre os pré-candidatos.
❖ Atente-se que as prévias não são convenções.
❖ As prévias são sondagens, pesquisas, debates e outras formas internas para interação de pré-candidatos,
filiados e outros exemplos.

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❖ Não há a formalidade da convenção

- v)A divulgação de atos de parlamentares e de debates legislativos, desde que não se faça pedido de votos.

- vi) A divulgação de posicionamento pessoal sobre questões políticas, inclusive em redes sociais, blogues, sítios
eletrônicos pessoais e aplicativos (apps).

- vii) A realização, a expensas de partido político, de reuniões de iniciativa da sociedade civil, de veículo ou meio
de comunicação ou do próprio partido político, em qualquer localidade, para divulgar ideias, objetivos e propostas
partidárias.

- Atenção – mudança pela Lei n. 13.488/2017: vii) não é propaganda antecipada a divulgação de crowdfunding e
a sua arrecadação, admitida a partir de 15 de maio (campanha de arrecadação prévia de recursos na modalidade
prevista no inciso IV do § 4º do art. 23 da Lei nº 9.504/1997):
❖ Financiamento coletivo (“vaquinha virtual”)
❖ Leis 13.487 e 13.488
❖ A Lei introduziu e regulamentou o financiamento coletivo eleitoral, ou seja, admitiu no financiamento das
campanhas eleitorais a figura do crowdfunding.
❖ Empresas cadastradas na Justiça Eleitoral e com essa finalidade
❖ Doações já podem a partir de 15 de maio e não são propaganda antecipada. O dinheiro só é repassado, se a
candidatura for registrada.
❖ “Art. 23. Pessoas físicas poderão fazer doações em dinheiro ou estimáveis em dinheiro para campanhas
eleitorais, obedecido o disposto nesta Lei.
§ 4o As doações de recursos financeiros somente poderão ser efetuadas na conta mencionada no art. 22
desta Lei por meio de:
IV - instituições que promovam técnicas e serviços de financiamento coletivo por meio de sítios na internet,
aplicativos eletrônicos e outros recursos similares, que deverão atender aos seguintes requisitos:
(Incluído pela Lei nº 13.488, de 2017)
a) cadastro prévio na Justiça Eleitoral, que estabelecerá regulamentação para prestação de contas,
fiscalização instantânea das doações, contas intermediárias, se houver, e repasses aos candidatos;
(Incluído pela Lei nº 13.488, de 2017)
b) identificação obrigatória, com o nome completo e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas
(CPF) de cada um dos doadores e das quantias doadas; (Incluído pela Lei nº 13.488, de 2017)
c) disponibilização em sítio eletrônico de lista com identificação dos doadores e das respectivas quantias
doadas, a ser atualizada instantaneamente a cada nova doação; (Incluído pela Lei nº 13.488, de
2017)

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d) emissão obrigatória de recibo para o doador, relativo a cada doação realizada, sob a responsabilidade da
entidade arrecadadora, com envio imediato para a Justiça Eleitoral e para o candidato de todas as
informações relativas à doação; (Incluído pela Lei nº 13.488, de 2017)
e) ampla ciência a candidatos e eleitores acerca das taxas administrativas a serem cobradas pela realização
do serviço; (Incluído pela Lei nº 13.488, de 2017)
f) não incidência em quaisquer das hipóteses listadas no art. 24 desta Lei; (Incluído pela Lei nº
13.488, de 2017)
g) observância do calendário eleitoral, especialmente no que diz respeito ao início do período de arrecadação
financeira, nos termos dispostos no § 2o do art. 22-A desta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.488, de 2017)
h) observância dos dispositivos desta Lei relacionados à propaganda na internet; “

o 1.5- Vedações que podem ensejar a propaganda antecipada e situações em há permissão


▪ obs.1 É vedada a transmissão ao vivo por emissoras de rádio e de televisão das prévias partidárias, sem prejuízo
da cobertura dos meios de comunicação social.
▪ obs.2 São permitidos o pedido de apoio político e a divulgação da pré-candidatura, das ações políticas
desenvolvidas e das que se pretende desenvolver.
▪ obs.3 Será considerada propaganda eleitoral antecipada a convocação, por parte do Presidente da República,
dos Presidentes da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do Supremo Tribunal Federal, de redes de
radiodifusão para divulgação de atos que denotem propaganda política ou ataques a partidos políticos e seus
filiados ou instituições
- Nos casos permitidos de convocação das redes de radiodifusão, é vedada a utilização de símbolos ou imagens,
exceto a bandeira, o brasão (armas) e o selo nacionais.

▪ Jurisprudência com exemplos de permissões e vedações:


-“Eleições 2012. [...]. Propaganda eleitoral extemporânea. Caracterização ante as peculiaridades do caso. Prévio
conhecimento. Pagamento de multa. Art. 37, § 3º, da Lei nº 9.504/1997. [...] 1. O Tribunal Regional Eleitoral, ao
analisar o conjunto probatório, fez o correto enquadramento jurídico dos fatos e constatou a existência de
propaganda eleitoral antecipada consubstanciada em: a) participação de pré-candidato em festa no sítio de
propriedade de liderança política local, com nítido intuito propagandístico; b) distribuição de fitas vermelhas, cor
característica do seguimento político, durante o carnaval de 2010. 2. É firme a jurisprudência do TSE no sentido
de ser possível, ante as peculiaridades do caso, considerar caracterizada a propaganda eleitoral extemporânea,
ainda que ausentes o pedido de voto, a menção à candidatura e a ciência prévia pelo beneficiário da propaganda.
Precedentes. [...]” (Ac. de 19.8.2014 no AgR-REspe nº 569, rel. Min. Gilmar Mendes.)

-“Representação. Propaganda eleitoral antecipada. Entrevista em emissora de rádio. Não configuração. 1.


Conforme dispõe o art. 36-A, inciso I, da Lei nº 9.504/97, não será considerada propaganda eleitoral antecipada a

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participação de pré-candidato em entrevista no rádio, ‘inclusive com a exposição de plataformas e projetos
políticos’, sendo vedado apenas o pedido de votos, o que não ocorreu no caso dos autos. 2. A não observância do
tratamento igualitário por emissoras de rádio e televisão, estabelecido pelo citado art. 36-A, não pode ser
imputado ao candidato para fins de imposição da multa do art. 36, § 3º, da Lei das Eleições. 3. Eventuais abusos
por veículos de comunicação podem ensejar a configuração dos ilícitos previstos no art. 22 da Lei Complementar
nº 64/90, a atingir, eventualmente, o próprio candidato, dada sua condição de beneficiário da conduta. [...] (Ac.
de 1º.10.2013 no AgR-REspe nº 12061, rel. Min. Henrique Neves da Silva.)

-“Propaganda eleitoral antecipada. 1. O art. 36-A da Lei nº 9.504/97 estabelece que não será considerada
propaganda eleitoral antecipada a participação de pré-candidato em entrevistas ou programas, inclusive com a
exposição de plataformas e projetos políticos, desde que não haja pedido de votos. 2. Dado o contexto em que
realizada entrevista com governador, pré-candidato à reeleição, durante festival popular, e não evidenciado
excesso por parte do representado, afigura-se não caracterizada a propaganda eleitoral antecipada. [...] NE:
Trecho da reiterada decisão agravada: "anoto que o fato se referiu à entrevista feita por repórter, durante festival,
no qual o governador afirmou: 'eu espero ano que vem que a gente possa fazer uma belíssima reforma nesse
bumbódromo pra que a gente possa acolher melhor as pessoas que querem vir pra cá' [...] Tenho que o caso se
insere na exceção prevista no inciso I do art. 36-A da Lei nº 9.504/97.” (Ac. de 21.6.2011 no AgR-REspe nº 387512,
rel. Min. Arnaldo Versiani.)

-“[...]. Propaganda eleitoral. Caracterização. [...]. Propaganda eleitoral caracterizada nos moldes do entendimento
desta Corte. [...].” NE: Distribuição de informativo por parlamentar, em data anterior à permitida pela legislação
eleitoral, com os seguintes dizeres: “Vamos trabalhar muito, todos os dias, para mostrar à população da nossa
querida São Bernardo que o Vicentinho e o Tunico são os melhores candidatos”. “A jurisprudência desta Corte já
assentou que a propaganda eleitoral caracteriza-se por levar [...] ao conhecimento geral, ainda que de forma
dissimulada, a candidatura, mesmo que apenas postulada, a ação política que se pretende desenvolver ou razões
que induzam a concluir que o beneficiário é o mais apto ao exercício de função pública. [...].” (Ac. de 6.9.2005 no
AAG nº 4.892, rel. Min. Gilmar Mendes.)

-“Representação. Propaganda eleitoral antecipada. - A propaganda institucional que veicula discurso de pré-
candidatos sem que haja pedido de votos, nem mesmo de forma dissimulada, não configura propaganda eleitoral
antecipada, incidindo a exceção prevista no art. 36-A, I, da Lei nº 9.504/97. [...]” (Ac. de 16.10.2012 no AgR-REspe
nº 394274, rel. Min. Arnaldo Versiani.)

-“Representação. Conduta vedada. Publicidade institucional. Período vedado. Veiculação. Alegação. Programa
semanal ‘Café com o Presidente’. Inépcia da inicial. Não configuração. Órgão governamental. Supervisão. Titular.
Legitimidade passiva. Entrevista. Informação jornalística. Caracterização. Promoção pessoal. Circunstâncias

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eleitorais. Ausência. Indeferimento. Formato do programa. Descontinuidade da transmissão. Recomendação. [...].
Não configura propaganda institucional irregular entrevista que, no caso, inseriu-se dentro dos limites da
informação jornalística, apenas dando a conhecer ao público determinada atividade do governo, sem promoção
pessoal, nem menção a circunstâncias eleitorais. Descontinuidade da difusão que, entretanto, se recomenda,
durante o período eleitoral, em razão do formato do programa. Pedido julgado improcedente.” (Ac. de 7.10.2010
no Rp nº 234314, rel. Min. Joelson Dias.)

-“Eleições 2012. [...]. Propaganda eleitoral extemporânea. Uso de outdoors para a divulgação de mensagem de
felicitação. Vereador. Ausência de configuração. Promoção pessoal. [...] 1. Não configura propaganda eleitoral
extemporânea a veiculação de mensagem de felicitação em outdoors, divulgada por vereador, quando não há
referência, ainda que subliminar, a eleições ou a planos de governo nem tentativa, indireta ou disfarçada, de obter
o apoio do eleitorado por intermédio do voto. Precedentes. [...]” (Ac. de 3.12.2013 no AgR-REspe nº 38886, rel.
Min. Laurita Vaz.)

-“[...]. Mensagem de felicitações veiculada em outdoor. Ausência de elementos que possam indicar a intenção do
pré-candidato em obter o apoio dos eleitores ou menção ao pleito vindouro. Propaganda eleitoral antecipada.
Não caracterização. [...] 1. A divulgação de mensagem de felicitações pelo aniversário do partido em outdoor
somente configura propaganda eleitoral antecipada se houver referências às eleições vindouras, plataforma
política ou outras circunstâncias que indiquem o propósito do pré-candidato de obter o apoio do eleitor por
intermédio do voto. Precedentes. [...]” (Ac. de 3.9.2013 no AgR-AI nº 6439, rel. Min. Luciana Lóssio.)

o 1.6- O que é permitido e vedado em tema de propaganda eleitoral:


▪ a) Propaganda deve ser em língua portuguesa.
- A CF diz que o idioma oficial do país é a língua portuguesa
- Princípios formadores dos partidos políticos: soberania nacional e caráter nacional dos partidos

▪ b) Toda propaganda deve mencionar a legenda partidária e a coligação, quando for o caso, indicando os partidos
que a compõem, quando da eleição majoritária. Na proporcional, o nome do partido e da coligação.

▪ c) Da propaganda, deverá constar o nome do Vice (Não enseja multa, mas pode ensejar irregularidade)

▪ d) utilização de aparelhagem de sons e de comício:


- Alto-falantes ou amplificadores de som, móveis, só podem entre às 8 e 22 horas, vedada a instalação a menos
de 200 metros das sedes do Executivo, do Legislativo, dos quartéis e estabelecimentos militares e sedes de
Tribunais; dos hospitais e casas de saúde; escolas, bibliotecas públicas, igrejas, teatros, quando em
funcionamento.

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- O comício e o uso de aparelhagem de som fixa podem ser realizados e usados entre às 8 e 24 horas. Comício
encerramento mais 2 horas.
- Não tem sanção. Anteriormente, era o crime do art. 322, do CE. Mas, a Lei 9.504/1997, revogou expressamente.
Manteve quase a mesma redação do art. 244, do CE, revogou o crime correspondente, mas não deixou sanção
nenhuma. Assim, entre outros igualmente sem sanção, o Juiz age pelo poder de polícia, mandando parar, corrigir,
ensejando desobediência à ordem judicial (art. 347, CE).
- “Propaganda eleitoral - Alto-falantes ou amplificadores de som - Parágrafo 3º do artigo 39 da Lei nº 9.504/1997
Sanção - Inexistência. A transgressão ao § 3º do artigo 39 da Lei nº 9.504/1997 gera providência administrativa
para fazer cessá-la, não havendo campo para a incidência de multa, ante ausência de previsão legal.” (Ac. de
21.8.2012 no REspe nº 35724, rel. Min. Marco Aurélio.)
- É vedada a utilização de trios elétricos em campanhas eleitorais, exceto para a sonorização de comícios.
- É permitida a circulação de carros de som e minitrios como meio de propaganda eleitoral, desde que observado
o limite de oitenta decibéis de nível de pressão sonora, medido a sete metros de distância do veículo, e
respeitadas as vedações previstas na lei, apenas em carreatas, caminhadas e passeatas ou durante reuniões e
comícios.
- Carro de som: qualquer veículo, motorizado ou não, ou ainda tracionado por animais, que use equipamento de
som com potência nominal de amplificação de, no máximo, dez mil watts e que transite divulgando jingles ou
mensagens de candidatos.
- Minitrio: veículo automotor que use equipamento de som com potência nominal de amplificação maior que dez
mil watts e até vinte mil watts.
- Trio elétrico: veículo automotor que use equipamento de som com potência nominal de amplificação maior que
vinte mil watts.

▪ e) material gráfico:
-Até as 22 horas do dia que antecede o da eleição, serão permitidos distribuição de material gráfico, caminhada,
carreata, passeata ou carro de som que transite pela cidade divulgando jingles ou mensagens de candidatos,
observados os limites impostos pela legislação comum.

▪ f) obs. sobre a prevalência da lei orgânica municipal no âmbito da propaganda eleitoral: "[...] Propaganda eleitoral
irregular. Prevalência da lei orgânica municipal no concernente às limitações impostas à veiculação de publicidade
eleitoral. [...] 4. O art. 243, inc. VIII, do Código Eleitoral, foi recepcionado pela Constituição da República,
especialmente porque homenageia a reserva constitucional do art. 30, o qual assegura aos Municípios legislar sobre
assuntos de interesse local. 5. A edição de lei não se pode presumir como de conotação política, com a clara
intenção de desequilibrar a igualdade de condições entre os candidatos; pelo contrário, pressupõe ampla discussão
pelo legislativo local, representa a vontade da maioria e aplica-se a todos, indistintamente. 6. A inobservância de
norma municipal regulamentar de veiculação de propaganda autoriza não só a supressão da publicidade irregular,

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mas igualmente a imposição de sanção pecuniária, dada a interpretação sistemática dos arts. 243, inc. VIII, do
Código Eleitoral e 37 da Lei n. 9.504/97. [...]" (Ac. de 19.8.2010 no AgR-REspe nº 35182, rel. Min. Cármen Lúcia).
- Art. 243, inciso VIII, Código Eleitoral – prevalência da legislação municipal sobre a eleitoral.
- Art. 30, inciso I, da Constituição Federal – legislar sobre interesse local.
- Resolução n. 22.718 (Eleições 2008), artigo 8º, inciso VIII aduzia o mesmo que o art. 243, VIII
- Art 41. A propaganda exercida nos termos da legislação eleitoral não poderá ser objeto de multa nem cerceada
sob alegação do exercício do poder de polícia. (Lei 9.504/1997).
- Art. 41. A propaganda exercida nos termos da legislação eleitoral não poderá ser objeto de multa nem cerceada
sob alegação do exercício do poder de polícia ou de violação de postura municipal. (Redação dada pela Lei nº
12.034, de 2009) - *Está em dissonância com o que aduz o art. 243, VIII
- Resolução n. 23.191 (eleições 2010), artigo 14, inciso VIII (fala apenas em prejuízo à higiene e à estética urbana
e não mais à postura municipal).
- MAS...: - Ac.-TSE, de 19.8.2010, no AgR-REspe nº 35182: decidiu que o inciso VIII, do art. 243, do CE, foi
recepcionado pela CF/88.
- ENTÃO:
❖ Ac.-TSE, de 12.5.2011, no AgR-REspe nº 34515; Ac.-TSE, de 17.2.2011, no AgR-REspe nº 35134; Ac.-TSE, de
14.3.2006, no REspe nº 24801: prevalência da lei de postura municipal sobre o art. 37 da Lei nº 9.504/1997
em hipótese de conflito.

❖ Ac.-TSE, de 29.10.2010, no RMS nº 268445: prevalência da Lei Eleitoral sobre as leis de posturas municipais,
desde que a propaganda seja exercida dentro dos limites legais.

❖ “Recurso eleitoral. Lei municipal a proibir a veiculação de propaganda eleitoral em bens particulares.
Inviabilidade. Competência legislativa conferida ao ente que não lhe permite contrariar legislação federal.
Decisão monocrática mantida. Recurso eleitoral desprovido.” (RECURSO n 418564, ACÓRDÃO de
22/09/2014, Relator(a) MARCELO COUTINHO GORDO, Publicação: PSESS - Publicado em Sessão, Data
22/9/2014 )

❖ “RECURSOS ELEITORAIS - PROPAGANDA ELEITORAL IRREGULAR - SENTENÇA DE PARCIAL PROCEDÊNCIA -


CAVALETES COLOCADOS EM VIA PÚBLICA SEM ATRAPALHAR O TRÂNSITO LOCAL - LEI DE POSTURA
MUNICIPAL QUE EXTRAPOLA SUA ATRIBUIÇÃO CONSTITUCIONAL - VIA INADEQUADA PARA APRECIAR
EVENTUAL ABUSIVIDADE DA RETIRADA DAS PEÇAS - RECURSOS DESPROVIDOS.” (RECURSO n 26353,
ACÓRDÃO de 27/11/2012, Relator(a) PAULO SÉRGIO BRANT DE CARVALHO GALIZIA, Publicação: DJESP -
Diário da Justiça Eletrônico do TRE-SP, Data 06/12/2012 )

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▪ g) É proibida a realização de showmício e de evento assemelhado para promoção de candidatos e a apresentação,
remunerada ou não, de artistas com a finalidade de animar comício e reunião eleitoral, respondendo o infrator pelo
emprego de processo de propaganda vedada e, se for o caso, pelo abuso do poder.
- A proibição não se estende aos candidatos que sejam profissionais da classe artística – cantores, atores e
apresentadores –, que poderão exercer as atividades normais de sua profissão durante o período eleitoral, exceto
em programas de rádio e de televisão, na animação de comício ou para divulgação, ainda que de forma
dissimulada, de sua candidatura ou de campanha eleitoral.
- “Consulta. Candidato. Cantor. Exercício da profissão em período eleitoral. 1. O candidato que exerce a profissão
de cantor pode permanecer exercendo-a em período eleitoral, desde que não tenha como finalidade a animação
de comício ou reunião eleitoral e que não haja nenhuma alusão à candidatura ou à campanha eleitoral, ainda que
em caráter subliminar. 2. Eventuais excessos podem ensejar a configuração de abuso do poder econômico,
punível na forma do art. 22 da Lei Complementar nº 64/90, ou mesmo outras sanções cabíveis. [...].” (Res. nº
23.251, de 15.4.2010, rel. Min. Arnaldo Versiani.)
- Consulta. Presença de artistas ou animadores, bem como utilização de camisas e outros materiais que possam
proporcionar vantagem ao eleitor, ‘em eventos fechados de propriedades privadas’ (sic). Impossibilidade.” (Res.
nº 22.274, de 29.6.2006, rel. Min. Carlos Ayres Britto.)

▪ h) São vedadas na campanha eleitoral confecção, utilização, distribuição por comitê, candidato, ou com a sua
autorização, de camisetas, chaveiros, bonés, canetas, brindes, cestas básicas ou quaisquer outros bens ou materiais
que possam proporcionar vantagem ao eleitor.
▪ Sanções: captação ilícita de sufrágio, emprego de processo de propaganda vedada e, se for o caso, pelo abuso do
poder:
- Atente-se que deve haver a comprovação do fato e
- o ajuizamento de uma representação pedindo a condenação por captação ilícita de sufrágio (art. 41-A da Lei
9.504/97), utilizando-se do procedimento da investigação eleitoral do art. 22 da LC 64/90
- Não há a aplicação automática de sanção
▪ Para representar pelo art. 41-A (rito procedimental do art. 22 da LC 64/90)
▪ Pode-se utilizar o processo de abuso de poder (também é uma investigação judicial eleitoral)
▪ Note que se trata do mesmo procedimento, por essa razão pode haver a acumulação dos pedidos (uma única
investigação judicial eleitoral – mesmo fato para duas consequências)

▪ i) Nos bens cujo uso dependa de cessão ou permissão do poder público, ou que a ele pertençam, e nos bens de
uso comum, inclusive postes de iluminação pública, sinalização de tráfego, viadutos, passarelas, pontes, paradas
de ônibus e outros equipamentos urbanos, é vedada a veiculação de propaganda de qualquer natureza, inclusive
pichação, inscrição a tinta e exposição de placas, estandartes, faixas, cavaletes, bonecos e assemelhados.

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- Bens de uso comum, para fins eleitorais, são os assim definidos pelo Código Civil e também aqueles a que a
população em geral tem acesso, tais como cinemas, clubes, lojas, centros comerciais, templos, ginásios, estádios,
ainda que de propriedade privada.
- Note que não apenas os bens definidos no Código Civil são tratados como comuns (para fins eleitorais), mas
também os bens acessíveis ao público, ainda que de propriedade privada

- “[...]. Outdoor. Pintura. Ônibus. No julgamento da Consulta nº 1.274, relator Ministro Carlos Ayres Britto, este
Tribunal apenas estabeleceu a limitação de 4m² para propaganda eleitoral realizada por meio de placas, razão
pela qual, no que diz respeito às eleições de 2006, não há como entender configurada a veiculação de outdoor no
caso de pintura fixada em ônibus, tendo em vista a ausência de regulamentação da matéria para aquele pleito.
[...].” NE: No caso, não se trata de ônibus na qualidade de transporte como exercício de concessão de serviço
público”. (Ac. de 4.8.2009 no AgR-REspe nº 27.688, rel. Min. Arnaldo Versiani;no mesmo sentido o Ac. de 8.5.2008
no AARESPE nº 27.690, rel. Min. Caputo Bastos.)

- “[...]. Propaganda eleitoral. Outbus. Conduta vedada. É vedada a veiculação de propaganda eleitoral em ônibus,
afixada interna ou externamente ao veículo.” (Res. nº 23.084, de 10.6.2009, rel. Min. Joaquim Barbosa.)

- “Eleições de 15.11.86. Consulta sobre a fixação de propaganda eleitoral em bens particulares (Res. nº 12.924,
art. 79): [...] 2. Em ônibus e táxis não pode ser afixada propaganda eleitoral, quer em sua parte interna, quer na
externa.” (Res. nº 13.062, de 10.9.86, rel. Min. Aldir Passarinho.)

- Táxi - “Recurso especial eleitoral. Representação. Propaganda eleitoral. Bem particular de uso comum. Art. 37,
caput, da Lei 9.504/97. Táxis. Carreata. Provimento. 1. Os táxis, ainda que bens particulares, são considerados de
uso comum, sendo vedada sua utilização para afixação de propaganda eleitoral. Precedente. 2. Contudo, a mera
participação de candidato em carreata de táxis sem que tenha sido afixada propaganda nos veículos não constitui
a propaganda eleitoral irregular de que trata o art. 37, caput, da Lei 9.504/97. 3. Recurso especial eleitoral
provido”.
(Ac. de 28.4.2015 no REspe nº 76996, rel. Min. João Otávio de Noronha.)

- obs. Nas árvores e nos jardins localizados em áreas públicas, bem como em muros, cercas e tapumes divisórios,
não é permitida a colocação de propaganda eleitoral de qualquer natureza, mesmo que não lhes cause dano.

- Os casos acima (de bens públicos) possuem a seguinte sanção:


❖ Sanção: notificação para remoção em 48 horas, restaurando o bem;
❖ Caso não o faça: multa de R$ 2.000,00 a R$ 8.000,00;

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▪ j) É permitida a colocação de mesas para distribuição de material de campanha e a utilização de bandeiras ao
longo das vias públicas, desde que móveis e que não dificultem o bom andamento do trânsito de pessoas e veículos.
- Mobilidade: colocação e retirada entre 6 e 22 horas.

▪ k) Em bens particulares, independe de obtenção de licença municipal e de autorização da Justiça Eleitoral a


veiculação de propaganda eleitoral, desde que seja feita em adesivo plástico e não exceda a meio metro quadrado
- Mesma sanção para os bens públicos.
- Não pode ser feita mediante inscrição ou pintura nas fachadas, muros ou paredes.
- A justaposição de adesivo ou de papel cuja dimensão exceda a meio metro quadrado caracteriza propaganda
irregular, em razão do efeito visual único, ainda que a publicidade, individualmente, tenha respeitado o limite.
- Súmula-TSE nº 48 A retirada da propaganda irregular, quando realizada em bem particular, não é capaz de elidir
a multa prevista no art. 37, § 1º, da Lei nº 9.504/97.

- “Eleições 2012. [...]. Representação. Propaganda eleitoral irregular. Pintura em muro. Repetição. Efeito visual
único. Acima do limite legal. Art. 37, § 2º, da Lei nº 9.504/1997. Súmula nº 279/STF. [...] 1. O TSE já sedimentou o
entendimento de que configura propaganda irregular a repetição de pinturas causando impacto visual único,
típico de outdoor, acima do limite legal, ainda que, isoladamente, respeitem o tamanho permitido em lei e
estejam intercaladas por espaçamento mínimo. [...]”
(Ac. de 5.2.2015 no AgR-REspe nº 131906, rel. Min. Gilmar Mendes.)

- “[...]. Propaganda eleitoral. Banner. Bem particular. Condomínio fechado. [...]. 1. A fixação de propaganda
eleitoral em condomínio residencial fechado não caracteriza ofensa ao art. 37 da Lei nº 9.504/97, pois as áreas
destinadas ao uso dos condôminos não se equiparam às que a população em geral tem acesso. [...]”
(Ac. de 11.2.2014 no AgR-REspe nº 85130, rel. Min. José de Castro Meira, red. designado Min. Dias Toffoli.)

- “[...]. Propaganda irregular. Metragem superior. Limite legal. Efeito visual. Outdoor. [...]. 1. A Corte Regional
entendeu cabível a aplicação da multa em face do respectivo impacto visual compatível com o de outdoor. [...].
2. A retirada de tal propaganda, por ser em bem particular, não afasta a aplicação da multa.[...]”
(Ac. de 1º.8.2013 no AgR-AI nº 12941, rel. Min. Luciana Lóssio.)

- A veiculação de propaganda eleitoral em bens particulares deve ser espontânea e gratuita, sendo vedado
qualquer tipo de pagamento em troca de espaço para essa finalidade.

▪ l) É proibido colar propaganda eleitoral em veículos, exceto adesivos microperfurados até a extensão total do
para-brisa traseiro e, em outras posições, adesivos até a dimensão máxima de meio metro quadrado.

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▪ m) É vedada a propaganda eleitoral por meio de outdoors, inclusive eletrônicos, sujeitando-se a empresa
responsável, os partidos, as coligações e os candidatos à imediata retirada da propaganda irregular e ao pagamento
de multa no valor de R$5.000,00 (cinco mil reais) a R$15.000,00 (quinze mil reais).

▪ n) Todo material impresso de campanha eleitoral deverá conter o número de inscrição no CNPJ ou o número de
inscrição no CPF do responsável pela confecção, bem como de quem a contratou, e a respectiva tiragem,
respondendo o infrator pelo emprego de processo de propaganda vedada e, se for o caso, pelo abuso do poder.
- Os adesivos poderão ter a dimensão máxima de cinquenta centímetros por quarenta centímetros.

o 1.6- Propaganda ilegal e crime:


▪ No dia da eleição e depois das 22 horas do dia anterior não pode, é crime (art. 39, § 5º, LE), usar alto-falantes e
amplificadores de som, promover comício, carreata, distribuir material de propaganda, inclusive volantes e outros
impressos, ou aliciar, coagir ou manifestar-se com tendência a influir na vontade do eleitor. Não pode arregimentar
eleitor ou fazer boca de urna, nem divulgar qualquer espécie de propaganda, mesmo com publicações, cartazes,
camisas, bonés, broches ou dísticos, salvo manifestações individuais.
▪ O derrame ou a anuência com o derrame de material de propaganda no local de votação ou nas vias próximas,
ainda que realizado na véspera da eleição, configura propaganda irregular, sujeitando-se o infrator à multa prevista
no § 1º do art. 37 da Lei nº 9.504/1997, sem prejuízo da apuração do crime previsto no inciso III do § 5º do art. 39
da Lei nº 9.504/1997.
▪ Ambos acima caracterizam o crime de boca de urna
▪ No dia da eleição, pode a manifestação individual e silenciosa da preferência do eleitor, revelada exclusivamente
por bandeiras, broches, dísticos e adesivos.
▪ Não pode a aglomeração de pessoas portando vestuário padronizado e os instrumentos de propaganda acima
indicados, com ou sem veículos, de modo a caracterizar manifestação coletiva.
▪ Não podem usar nada que indique propaganda, como vestimenta, os servidores da Justiça, mesários e
escrutinadores. Os fiscais de partido só podem usar crachás, vedada a padronização de vestuário.
▪ “[...]. Crime. Art. 39, § 5º, II e III, da Lei nº 9.504/97. Propaganda eleitoral. Dia da eleição. Entrevista. Prefeito.
Rádio. Declaração de voto. Improcedência da acusação. Atipicidade da Conduta. [...] 1. Nem toda manifestação
político-eleitoral, na data da eleição, é vedada pelo art. 39, § 5º, da Lei nº 9.504/97, o qual, por tratar de crime,
deve ser interpretado estritamente. 2. A simples declaração indireta de voto, desprovida de qualquer forma de
convencimento, de pressão ou de tentativa de persuasão, não constitui crime eleitoral. 3. Assegurado, in casu, o
bem jurídico tutelado pela norma, o livre exercício de voto, correta a conclusão de atipicidade da conduta. [...]” (Ac.
de 26.4.2012 no REspe nº 485993, rel. Min. Marcelo Ribeiro.)

▪ “[...]. Crime eleitoral. Art. 39, § 5º, inc. III, da Lei n. 9.504/97. Princípio da insignificância. Inaplicabilidade.
Reprovabilidade acentuada da conduta. Comportamento que afronta o direito dos cidadãos às eleições livres. [...].

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1. A aplicação do princípio da insignificância condiciona-se à coexistência da mínima ofensividade da conduta do
agente, da ausência de periculosidade social da ação, do reduzido grau de reprovabilidade do comportamento e da
inexpressiva lesão ao bem jurídico. [...]. 2. O crime tipificado no art. 39, § 5º, inc. III, da Lei n. 9.504/97 encerra
acentuada gravidade e inegável dano à sociedade, porque atenta contra a liberdade de escolha dos eleitores,
traduzindo bem jurídico de elevada expressão. [...].” (Ac. de 3.5.2011 no REspe nº 1188716, rel. Min. Cármen Lúcia.)

▪ “Habeas corpus. Ação penal. Art. 39, § 5º, III, da Lei nº 9.504/97. Trancamento. Atipicidade. Indícios.
Impossibilidade. [...] 4. Não constitui fato evidentemente atípico, para fins de apuração do delito previsto no art.
39, § 5º, III, da Lei das Eleições, o envio de mensagens de texto, em aparelhos telefônicos, via SMS, no dia da eleição.
[...]” (Ac. de 29.8.2013 no RHC nº 2797, rel. Min. Henrique Neves.)

o 1.7- É permitida a propaganda eleitoral na Internet a partir do dia 16 de agosto do ano da eleição.
▪ A livre manifestação do pensamento do eleitor identificado na Internet somente é passível de limitação quando
ocorrer ofensa à honra de terceiros ou divulgação de fatos sabidamente inverídicos. Ainda que tenha sido antes de
16.08.
▪ Internet – meios:
- em sítio do candidato, com endereço eletrônico comunicado à Justiça Eleitoral e hospedado, direta ou
indiretamente, em provedor de serviço de Internet estabelecido no país;
- em sítio do partido ou da coligação, com endereço eletrônico comunicado à Justiça Eleitoral e hospedado, direta
ou indiretamente, em provedor de serviço de Internet estabelecido no país;
- por meio de mensagem eletrônica para endereços cadastrados gratuitamente pelo candidato, pelo partido ou
pela coligação;
- por meio de blogs, redes sociais, sítios de mensagens instantâneas e assemelhados, cujo conteúdo seja gerado
ou editado por candidatos, partidos ou coligações ou de iniciativa de qualquer pessoa natural.
- Tratando-se de empresa estrangeira, responde solidariamente pelo pagamento das multas eleitorais sua filial,
sucursal, escritório ou estabelecimento situado no país.
- Na Internet é vedada a veiculação de qualquer tipo de propaganda eleitoral paga.
❖ Exceção: Leis 13.487 e 13.488 trouxeram: Impulsionamento de conteúdo.1

1 “REPRESENTAÇÃO (11541) Nº 0601861-36.2018.6.00.0000 (PJe) - BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL


ELEIÇÕES 2018. REPRESENTAÇÃO. CANDIDATO À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. IMPULSIONAMENTO DE PROPAGANDA ELEITORAL NA
INTERNET. CONTEÚDO NEGATIVO. INFRINGÊNCIA AO ART. 57-C, § 3°, DA LEI N° 9.504/97. INCIDÊNCIA DE MULTA PREVISTA NO § 2°
DO DISPOSITIVO LEGAL. INTERRUPÇÃO DO CONTRATO NO PRAZO DETERMINADO EM DECISÃO JUDICIAL. IMPROCEDÊNCIA DO
PEDIDO QUANTO AO PROVEDOR DE CONTEÚDO. PROCEDÊNCIA DO PEDIDO QUANTO AOS RESPONSÁVEIS PELA CONTRATAÇÃO DO
IMPULSIONAMENTO DE CONTEÚDO. Rel. Min. Edson Fachin”

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❖ houve nova regulamentação da propaganda eleitoral pela internet, admitindo-se o impulsionamento de
conteúdo, pago, que deve constar da prestação de contas do candidato, mas desde que contratados
diretamente com o provedor da aplicação de internet com sede e foro no país, e, também, desde que
identificado de forma inequívoca como tal, tendo que ser contratado exclusivamente por partidos,
coligações, candidatos e seus representantes, vedada a sua utilização em blogs, redes sociais e sítios de
mensagens instantâneas cujo material seja produzido por pessoa natural (art. 26, inciso XV, e seu § 2º, art.
57 – B, inciso IV, alínea b), bem como o art. 57 – C, todos da Lei n. 9.504/1997, com as modificações operadas
pela Lei n. 13.488/2017).
❖ O impulsionamento de conteúdo constitui uma ferramenta permitida em algumas plataformas de redes
sociais, paga, sempre paga, pela qual você patrocina suas publicações, permitindo que suas publicações
sejam vistas não só pelos que curtem a sua página, mas também pelos amigos daqueles que curtiram a sua
página, por pessoas que curtiram outra página, mas relacionado a sua página.
❖ Segundo a Resolução n. 23.551 do TSE, é: o mecanismo ou serviço que, mediante contratação com os
provedores de aplicação de internet, potencializem o alcance e a divulgação da informação para atingir
usuários que, normalmente, não teriam acesso ao seu conteúdo;
❖ Passa, então, o impulsionamento de conteúdo, agora admitido na propaganda eleitoral na internet, a ser a
única exceção à regra da gratuidade da propaganda eleitoral na internet.
❖ Todo impulsionamento deverá conter, de forma clara e legível, o número de inscrição no Cadastro Nacional
da Pessoa Jurídica (CNPJ) ou o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do responsável, além
da expressão “Propaganda Eleitoral”.

- É vedada, ainda que gratuitamente, a veiculação de propaganda eleitoral na Internet, em sítios de pessoas
jurídicas, com ou sem fins lucrativos; em sítios oficiais ou hospedados por órgãos ou por entidades da
administração pública direta ou indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Multa de
R$5.000,00 (cinco mil reais) a R$30.000,00 (trinta mil reais).
- É livre a manifestação do pensamento, vedado o anonimato durante a campanha eleitoral, por meio da rede
mundial de computadores – Internet, assegurado o direito de resposta, e por outros meios de comunicação
interpessoal mediante mensagem eletrônica. Violação: multa no valor de R$5.000,00 (cinco mil reais) a
R$30.000,00 (trinta mil reais).

“ELEIÇÕES 2018. PRESIDENTE DA REPÚBLICA. RECURSO INOMINADO EM REPRESENTAÇÃO. PROPAGANDA ELEITORAL NEGATIVA.
FACEBOOK. IMPULSIONAMENTO. VEDAÇÃO LEGAL. MULTA. INCIDÊNCIA. RECURSO DESPROVIDO. 1. É permitido o impulsionamento
de conteúdo na Internet, desde que identificado de forma inequívoca como tal e contratado exclusivamente por partidos, coligações,
candidatos e seus representantes com o fim de promover ou beneficiar candidatos ou suas agremiações. 2. No caso, a recorrente
contratou impulsionamento de conteúdo com a finalidade de criticar os candidatos da coligação opositora. 3. Recurso inominado
desprovido.” (Rp n° 060159634/DF, Rel. Min. Sérgio Banhos, PSESS de 27.11.2018).

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- As mensagens eletrônicas enviadas por candidato, partido ou coligação, por qualquer meio, deverão dispor de
mecanismo que permita seu descadastramento pelo destinatário, obrigado o remetente a providenciá-lo no prazo
de quarenta e oito horas.
- Mensagens eletrônicas enviadas após o término do prazo sujeitam os responsáveis ao pagamento de multa no
valor de R$100,00 (cem reais), por mensagem.
- As mensagens eletrônicas enviadas consensualmente por pessoa natural, de forma privada ou em grupos
restritos de participantes, não se submetem às normas sobre propaganda eleitoral.
- É vedada a realização de propaganda via telemarketing, em qualquer horário.
- Constituição Federal, art. 5º, incisos X e XI; Código Eleitoral, art. 243, inciso VI.
- Sem prejuízo das demais sanções legais cabíveis, será punido, com multa de R$5.000,00 (cinco mil reais) a
R$30.000,00 (trinta mil reais), quem realizar propaganda eleitoral na Internet, atribuindo indevidamente sua
autoria a terceiro, inclusive candidato, partido ou coligação.
- A requerimento do Ministério Público, de candidato, de partido ou de coligação, observado o rito previsto no
art. 96 da Lei nº 9.504/1997, a Justiça Eleitoral poderá determinar a suspensão, por até vinte e quatro horas, do
acesso a todo conteúdo informativo dos sítios da Internet que deixarem de cumprir as disposições da Lei nº
9.504/1997 . Tempo pode ser duplicado se houver reincidência até o limite máximo de 24 hs.
❖ Leis 13.487 e 13.488: Alterou-se a redação do art. 57-I, da Lei n. 9.504/1997, melhorando-a, dando maior
manobra ao Juiz Eleitoral na aplicação da lei, pois indica um parâmetro máximo de suspensão de atividades
do sítio eletrônico, página ou provedor que infringir a lei eleitoral, as mesmas vinte e quatro horas anteriores,
mas permite, no âmbito e nos limites técnicos de cada aplicação de internet, a suspensão do acesso a todo
conteúdo veiculado que deixar de cumprir as disposições da Lei, devendo o número de horas de suspensão
ser definida proporcionalmente à gravidade da infração cometida em cada caso, observado o limite máximo
já mencionado.

- A atuação da Justiça Eleitoral em relação a conteúdos divulgados na internet deve ser realizada com a menor
interferência possível no debate democrático (art. 57 – J, da Lei 9.504/1997).
- Com o intuito de assegurar a liberdade de expressão e impedir a censura, as ordens judiciais de remoção de
conteúdo divulgado na internet serão limitadas às hipóteses em que, mediante decisão fundamentada, sejam
constatadas violações às regras eleitorais ou ofensas a direitos de pessoas que participam do processo eleitoral.
- A ausência de identificação imediata do usuário responsável pela divulgação do conteúdo não constitui
circunstância suficiente para o deferimento do pedido de remoção de conteúdo da internet e somente será
considerada anônima caso não seja possível a identificação dos usuários após a adoção das providências previstas
nos arts. 10 e 22 da Lei 12.965/2014 (Marco Civil da Internet). Pedido Judicial. Ordem Judicial.

▪ Fake News
- Redes Sociais.

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- Ausência de tipo penal específico.
- Projetos de lei em trâmite no Congresso.
-Sem cunho eleitoral, pode configurar crime contra a honra do Código Penal.
- Com cunho eleitoral, pode configurar crime contra a honra do Código Eleitoral.
- Código Eleitoral – Crimes (Elemento normativo – “NA PROPAGANDA ELEITORAL”):
❖ Art. 323. Divulgar, na propaganda, fatos que sabe inveridicos, em relação a partidos ou candidatos e capazes
de exercerem influência perante o eleitorado:
Pena - detenção de dois meses a um ano, ou pagamento de 120 a 150 dias-multa.
Parágrafo único. A pena é agravada se o crime é cometido pela imprensa, rádio ou televisão.

❖ Art. 324. Caluniar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando fins de propaganda, imputando-lhe
falsamente fato definido como crime:
Pena - detenção de seis meses a dois anos, e pagamento de 10 a 40 dias-multa.
§ 1° Nas mesmas penas incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga.
§ 2º A prova da verdade do fato imputado exclui o crime, mas não é admitida:
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido, não foi condenado por sentença
irrecorrível;
II - se o fato é imputado ao Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro;
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível.

❖ Art. 325. Difamar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de propaganda, imputando-lhe fato
ofensivo à sua reputação:
Pena - detenção de três meses a um ano, e pagamento de 5 a 30 dias-multa.
Parágrafo único. A exceção da verdade somente se admite se ofendido é funcionário público e a ofensa é
relativa ao exercício de suas funções.

❖ Art. 326. Injuriar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de propaganda, ofendendo-lhe a
dignidade ou o decoro:
Pena - detenção até seis meses, ou pagamento de 30 a 60 dias-multa.

❖ Art. 326-A. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, de investigação
administrativa, de inquérito civil ou ação de improbidade administrativa, atribuindo a alguém a prática de
crime ou ato infracional de que o sabe inocente, com finalidade eleitoral: (Incluído pela Lei nº13.834,
de 2019)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº13.834, de 2019)

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§ 1º A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve do anonimato ou de nome suposto.
(Incluído pela Lei nº13.834, de 2019)
§ 2º A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de contravenção. (Incluído pela Lei
nº13.834, de 2019)
§ 3º Incorrerá nas mesmas penas deste artigo quem, comprovadamente ciente da inocência do denunciado
e com finalidade eleitoral, divulga ou propala, por qualquer meio ou forma, o ato ou fato que lhe foi
falsamente atribuído. (Incluído pela Lei nº13.834, de 2019)

- Lei Eleitoral (9.504/1997):


❖ Art. 57-H. Sem prejuízo das demais sanções legais cabíveis, será punido, com multa de R$ 5.000,00 (cinco
mil reais) a R$ 30.000,00 (trinta mil reais), quem realizar propaganda eleitoral na internet, atribuindo
indevidamente sua autoria a terceiro, inclusive a candidato, partido ou coligação. (Incluído pela Lei nº
12.034, de 2009)
§ 1o Constitui crime a contratação direta ou indireta de grupo de pessoas com a finalidade específica de
emitir mensagens ou comentários na internet para ofender a honra ou denegrir a imagem de candidato,
partido ou coligação, punível com detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa de R$ 15.000,00 (quinze mil
reais) a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais). (Incluído pela Lei nº 12.891, de 2013)
§ 2o Igualmente incorrem em crime, punível com detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, com alternativa
de prestação de serviços à comunidade pelo mesmo período, e multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$
30.000,00 (trinta mil reais), as pessoas contratadas na forma do § 1o. (Incluído pela Lei nº 12.891, de 2013)

- Problema dos crimes contra a honra: exigem o elemento normativo: na propaganda eleitoral.
- Problema do crime de divulgação ofensiva na internet: exige o elemento normativo: contratação (se for por conta
própria, não caracteriza, então, o delito).

o 1.8- Imprensa escrita e internet – anúncios de propaganda eleitoral:


▪ São permitidas, até a antevéspera das eleições, a divulgação paga, na imprensa escrita, e a reprodução na Internet
do jornal impresso, de até dez anúncios de propaganda eleitoral, por veículo, em datas diversas, para cada
candidato, no espaço máximo, por edição, de um oitavo de página de jornal padrão e de um quarto de página de
revista ou tablóide.
▪ Veja que, diferentemente do rádio e televisão que possuem propaganda gratuita (visto serem concessão do
Poder Pública), o jornal/imprensa escrita não é gratuito, já que é privada
▪ Jornal pode ter ideologia ou candidato preferido, desde que não haja abuso
▪ Deverá constar no anúncio, de forma visível, o valor pago pela inserção.
▪ Sanção: multa no valor de R$1.000,00 (mil reais) a R$10.000,00 (dez mil reais) ou equivalente ao da divulgação
da propaganda paga, se este for maior.

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▪ Não caracterizará propaganda eleitoral a divulgação de opinião favorável a candidato, a partido político ou a
coligação pela imprensa escrita, desde que não seja matéria paga, mas os abusos e os excessos, assim como as
demais formas de uso indevido do meio de comunicação, serão apurados e punidos nos termos do art. 22 da Lei
Complementar nº 64/1990.

o 1.9- Algumas outras vedações quanto à propaganda eleitoral:


▪ a) A partir de 30 de junho, é vedado às emissoras transmitir programa apresentado ou comentado por pré-
candidato, sob pena, no caso de sua escolha na convenção partidária, de imposição da multa de R$21.282,00 a R$
106.410,00 e de cancelamento do registro da candidatura do beneficiário.
- obs. A propaganda eleitoral no rádio e na televisão se restringirá ao horário gratuito, vedada a veiculação de
propaganda paga, respondendo o candidato, o partido político e a coligação pelo seu conteúdo.
- Primeiro turno: 31.08 até 04/10 (35 dias da antevéspera das eleições).
- Segundo turno: 12/10 até 26/10.

▪ b) É vedado aos partidos políticos e às coligações incluir no horário destinado aos candidatos às eleições
proporcionais propaganda das candidaturas a eleições majoritárias, ou vice-versa, ressalvada a utilização, durante
a exibição do programa, de legendas com referência aos candidatos majoritários, ou, ao fundo, de cartazes ou
fotografias desses candidatos, ficando autorizada a menção ao nome e ao número de qualquer candidato do
partido ou da coligação.

▪ obs. É facultada a inserção de depoimento de candidatos a eleições proporcionais no horário da propaganda das
candidaturas majoritárias e vice-versa, registrados sob o mesmo partido ou coligação, desde que o depoimento
consista exclusivamente em pedido de voto ao candidato que cedeu o tempo e não exceda vinte e cinco por cento
do tempo de cada programa ou inserção.

2- Direito de Resposta
o Dirigidos ao Juiz Eleitoral encarregado da propaganda eleitoral.

o Art. 58 da Lei n. 9.504/1997, e Resolução 23.547, TSE.

o A partir da escolha de candidatos em convenção, é assegurado o exercício do direito de resposta ao candidato,


ao partido político ou à coligação atingidos, ainda que de forma indireta, por conceito, imagem ou afirmação
caluniosa, difamatória, injuriosa ou sabidamente inverídica, difundidos por qualquer veículo de comunicação social.

o Notificação para defesa, em 24 horas.

o Parecer do Ministério Público – 24 horas (art. 12, da Resolução 23.457 - TSE.

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o Decisão = 72 horas da protocolização do pedido.

o 2.1- DIREITO DE RESPOSTA na imprensa escrita:


▪ Prazo de 72 horas a contar a contar da data constante da edição em que foi veiculada a ofensa;
▪ Deve o pedido ser instruído com cópia eletrônica da publicação e o texto da resposta;
▪ Deferido o pedido, a divulgação da resposta dar-se-á no mesmo veículo, espaço, local, página, tamanho,
caracteres e outros elementos de realce usados na ofensa, em até 48 horas após a decisão ou, tratando-se de
veículo com periodicidade de circulação maior do que 48 horas, na primeira vez em que circular;
▪ Por solicitação do ofendido, a divulgação da resposta será feita no mesmo dia da semana em que a ofensa for
divulgada, ainda que fora do prazo de 48 horas;
▪ Se a ofensa for produzida em dia e hora que inviabilizem sua reparação dentro dos prazos estabelecidos nas
alíneas anteriores, a Justiça Eleitoral determinará a imediata divulgação da resposta;
▪ O ofensor deverá comprovar nos autos o cumprimento da decisão, mediante dados sobre a regular distribuição
dos exemplares, a quantidade impressa e o raio de abrangência na distribuição.

o 2.2- DIREITO DE RESPOSTA na programação normal das emissoras de rádio e de televisão:


▪ O pedido, com transcrição do trecho considerado ofensivo ou inverídico, deverá ser feito no prazo de 48 horas,
contado a partir da veiculação da ofensa;
▪ A Justiça Eleitoral, à vista do pedido, deverá notificar a emissora, para que confirme data e horário e entregue,
em 24 horas, sob pena de desobediência, cópia da fita, que será devolvida ao final;
▪ Assim que notificada ou informada pelo representante, a emissora deverá preservar a gravação;
▪ Deferido o pedido, a resposta será dada em até 48 horas após a decisão, em tempo igual ao da ofensa, nunca
inferior a um minuto.

o 2.3- DIREITO DE RESPOSTA no horário eleitoral gratuito:


▪ O pedido deve ser feito no prazo de 24 horas, contado a partir da veiculação da ofensa;
▪ O pedido deverá especificar o trecho considerado ofensivo ou inverídico e ser instruído com a fita da gravação do
programa, acompanhada da respectiva degravação;
▪ Deferido o pedido, o ofendido usará, para a resposta, tempo igual ao da ofensa, porém nunca inferior a 1 minuto;
▪ A resposta será veiculada no horário destinado ao partido ou coligação responsável pela ofensa, devendo dirigir-
se aos fatos nele veiculados;
▪ Se o tempo reservado ao partido ou coligação responsável pela ofensa for inferior a 1 minuto o seu próprio tempo,
será levada ao ar quantas vezes necessário para cumprir 1 minuto;
▪ Deferido o pedido para resposta, a emissora geradora e o partido político ou a coligação atingidos deverão ser
notificados imediatamente da decisão, na qual deverão estar indicados o período, diurno ou noturno, para a

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veiculação da resposta, sempre no início do programa do partido ou coligação, bem como o bloco de audiência, se
for inserção
▪ A mídia com a resposta deverá ser entregue à emissora até 36 horas após a ciência da decisão, para veiculação
no programa seguinte;
▪ Se não usar a chance para responder, candidato ou partido/coligação terá o mesmo tempo subtraído do seu
programa. Se for terceiro, ficará sujeito à suspensão de tempo em futuros pedidos de resposta e multa;

o 2.4- DIREITO DE RESPOSTA na internet:


▪ o pedido poderá ser feito enquanto a ofensa estiver sendo veiculada, ou no prazo de setenta e duas horas,
contado da sua retirada;
▪ a inicial deverá ser instruída com cópia eletrônica da página em que foi divulgada a ofensa e com a perfeita
identificação de seu endereço na Internet (URL - uniform resource locator);
▪ Deferido o pedido, o usuário ofensor deverá divulgar a resposta do ofendido em até 48 (quarenta e oito) horas
após sua entrega em mídia física, empregando nessa divulgação o mesmo impulsionamento de conteúdo
eventualmente contratado e o mesmo veículo, espaço, local, horário, página eletrônica, tamanho, caracteres e
outros elementos de realce usados na ofensa.
▪ a resposta ficará disponível para acesso pelos usuários do serviço de Internet por tempo não inferior ao dobro em
que esteve disponível a mensagem considerada ofensiva;
▪ os custos de veiculação da resposta correrão por conta do responsável pela propaganda original .

o 2.5- Se não for viável a resposta nos prazos estabelecidos na lei, a Justiça Eleitoral pode autorizá-la em outro
horário, ainda que nas 48 horas anteriores à eleição (vedação do horário eleitoral), mas aprovado previamente seu
conteúdo, para evitar tréplica;
▪ Para ser inserido no bloco, tem que avisar a emissora com 1 hora de antecedência;

o 2.6- Podem deduzi-lo o candidato, o partido ou a coligação.


▪ Terceiro poderá deduzi-lo quando entender que foi atingido, devendo-se submeter à lei eleitoral.

o 2.7- Recurso em 24 horas para o Tribunal.


▪ Presidente, no mesmo dia, distribui ao relator.
▪ Ministério Público – parecer (facultado).
▪ Decisão em 24 horas (Sempre em 24 horas).
▪ Recurso Especial – TSE – 24 horas (dispensado o Juízo de admissibilidade).
▪ Contra-razões nos mesmos prazos de interposição, sempre.

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o 2.8- Jurisprudência sobre direito de resposta:
▪ Ac.-TSE, de 29.10.2010, na Rp nº 361895: cabimento de direito de resposta em razão de mensagem postada no
Twitter.

▪ Ac.-TSE, de 29.9.2010, no R-Rp 287840: a afirmação feita durante propaganda eleitoral gratuita, ainda que com
maior ênfase no tocante ao período de comparação entre governos, atribuindo a candidato responsabilidade pelo
reajuste de tarifa de energia, consubstancia mera crítica política, não se enquadrando nas hipóteses do direito de
resposta.

▪ Ac.-TSE, de 16.10.2014, na Rp nº 165865: nos programas eleitorais gratuitos, as campanhas devem ser
programáticas e propositivas, não se permitindo seu uso para a veiculação de ofensas ou de acusações a
adversários, decorrentes de manifestações de terceiros ou de matérias divulgadas pela imprensa.

▪ Ac.-TSE, de 1º.9.2010, na Rp nº 254151: não incidência do direito de resposta se a propaganda tiver foco em
matéria jornalística, apenas noticiando conhecido episódio.

▪ Res.-TSE nº 20675/2000: compete à Justiça Eleitoral examinar somente os pedidos de direito de resposta
formulados por terceiros em relação à ofensa no horário gratuito, aplicando-se o art. 58 da Lei nº 9.504/1997.

3- Representações Eleitorais
o Art. 96, da Lei n. 9.504/1997.
Art. 96. Salvo disposições específicas em contrário desta Lei, as reclamações ou representações relativas ao seu
descumprimento podem ser feitas por qualquer partido político, coligação ou candidato, e devem dirigir-se:
I - aos Juízes Eleitorais, nas eleições municipais;
II - aos Tribunais Regionais Eleitorais, nas eleições federais, estaduais e distritais;
III - ao Tribunal Superior Eleitoral, na eleição presidencial.
§ 1º As reclamações e representações devem relatar fatos, indicando provas, indícios e circunstâncias.
§ 2º Nas eleições municipais, quando a circunscrição abranger mais de uma Zona Eleitoral, o Tribunal Regional
designará um Juiz para apreciar as reclamações ou representações.
§ 3º Os Tribunais Eleitorais designarão três juízes auxiliares para a apreciação das reclamações ou representações
que lhes forem dirigidas.
§ 4º Os recursos contra as decisões dos juízes auxiliares serão julgados pelo Plenário do Tribunal.
§ 5º Recebida a reclamação ou representação, a Justiça Eleitoral notificará imediatamente o reclamado ou
representado para, querendo, apresentar defesa em quarenta e oito horas.
§ 6º Tratando-se de reclamação ou representação contra candidato, a notificação poderá ser feita ao partido ou
coligação a que pertença. (Revogado pela Lei nº 9.840, de 1999)

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§ 7º Transcorrido o prazo previsto no § 5º, apresentada ou não a defesa, o órgão competente da Justiça Eleitoral
decidirá e fará publicar a decisão em vinte e quatro horas.
§ 8º Quando cabível recurso contra a decisão, este deverá ser apresentado no prazo de vinte e quatro horas da
publicação da decisão em cartório ou sessão, assegurado ao recorrido o oferecimento de contra-razões, em igual
prazo, a contar da sua notificação.
§ 9º Os Tribunais julgarão o recurso no prazo de quarenta e oito horas.
§ 10. Não sendo o feito julgado nos prazos fixados, o pedido pode ser dirigido ao órgão superior, devendo a decisão
ocorrer de acordo com o rito definido neste artigo.
§ 11. As sanções aplicadas a candidato em razão do descumprimento de disposições desta Lei não se estendem ao
respectivo partido, mesmo na hipótese de esse ter se beneficiado da conduta, salvo quando comprovada a sua
participação. (Incluído pela Lei nº 13.165, de 2015)”

o Resolução n. 23.547 TSE – 2018.

o Art. 96, da Lei Eleitoral e artigos 1º ao 22, da Resolução n. 23.547 tratam da propaganda e do direito de resposta.

o obs. Representação por propaganda eleitoral pode ser proposta até a eleição.

o obs. 2. Prazo para propositura de representação, até a data das eleições, no caso de propaganda eleitoral
irregular:
▪ Ac.-TSE, de 19.6.2007, no REspe nº 27993; de 1º.3.2007, na Rp nº 1356 e, de 22.2.2007, na Rp nº 1357
(propaganda em outdoor);
▪ Ac.-TSE, de 10.4.2007, na Rp nº 1247 e, de 30.11.2006, na Rp nº 1346 (propaganda antecipada);
▪ Ac.-TSE, de 18.12.2007, no REspe nº 27288 (propaganda antecipada veiculada em programa partidário);
▪ Ac.-TSE, de 2.10.2007, no REspe nº 28372; de 18.9.2007, no REspe nº 28014; de 2.8.2007, no REspe nº 28227 e,
de 30.11.2006, na Rp nº 1341 (propaganda em bens públicos).
▪ Embora ofensas à Lei 9.504/1997, o TSE decidiu diferente sobre o rito...
- Art. 23, da Resolução n. 23.547: As representações que visarem à apuração das hipóteses previstas nos arts. 23,
30-A, 41-A, 45, inciso VI, 73, 74, 75 e 77 da Lei nº 9.504/1997 observarão o rito estabelecido pelo art. 22 da Lei
Complementar nº 64/1990.
- Investigação Judicial Eleitoral.
- Poderão ser ajuizadas até a data da diplomação, exceto as do art. 30-A (gastos irregulares) e 23 (doações) da Lei
nº 9.504/1997, que poderão ser propostas, respectivamente, no prazo de quinze dias e até 31 de dezembro do
ano seguinte ao da eleição.

o 3.1- Apontamentos IMPORTANTES sobre a representação eleitoral

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▪ A representação por propaganda irregular deve vir instruída com prova da autoria ou do prévio conhecimento do
beneficiário.
▪ Tal estará demonstrada se o candidato, intimado da existência da propaganda, não providenciar, em 48 horas,
sua retirada ou regularização, ou se as circunstâncias ou peculiaridades do caso específico revelarem a
impossibilidade do beneficiário não ter tido conhecimento da propaganda.
▪ A intimação poderá ser feita por candidato, partido, coligação ou MP, por meio de comunicação feita diretamente
ao responsável ou beneficiário da propaganda, com prova de recebimento, devendo dela constar a precisa
identificação da propaganda apontada como irregular.
▪ As representações relativas à propaganda irregular no rádio e na televisão deverão ser instruídas com a
informação de dia e horário em que foi exibida e com a respectiva degravação da propaganda ou trecho impugnado.
▪ Súmula-TSE nº 17 (Cancelada) Não é admissível a presunção de que o candidato, por ser beneficiário de
propaganda eleitoral irregular, tenha prévio conhecimento de sua veiculação (arts. 36 e 37 da Lei nº 9.504, de
30.9.97).
▪ “Art. 40-B. Lei 9.504/1997- A representação relativa à propaganda irregular deve ser instruída com prova da
autoria ou do prévio conhecimento do beneficiário, caso este não seja por ela responsável. (Incluído pela Lei nº
12.034, de 2009)
Parágrafo único. A responsabilidade do candidato estará demonstrada se este, intimado da existência da
propaganda irregular, não providenciar, no prazo de quarenta e oito horas, sua retirada ou regularização e, ainda,
se as circunstâncias e as peculiaridades do caso específico revelarem a impossibilidade de o beneficiário não ter
tido conhecimento da propaganda. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)”

o 3.2- Legitimação ativa da representação eleitoral:


▪ candidatos,
▪ partido,
▪ coligação e
▪ MP.

o 3.3- Legitimação passiva representação eleitoral:


▪ candidato,
▪ partido,
▪ coligação,
▪ terceiro que realizou o ato.

o 3.4- Juízes Eleitorais (em mais de uma zona, TRE indicará um para receber representações. Os Tribunais Eleitorais
designarão dentre os seus juízes substitutos três como juízes auxiliares para receber representações dirigidas ao
Tribunal por propaganda eleitoral).

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o 3.5- Os prazos relativos às reclamações, às representações e aos pedidos de resposta são contínuos e
peremptórios e não se suspendem aos sábados, domingos e feriados, entre 15 de agosto e 19 de dezembro (Início
da propaganda eleitoral e data máxima da diplomação).

o 3.6- As representações, subscritas por advogado ou por representante do Ministério Público, relatarão fatos,
indicando provas, indícios e circunstâncias (Lei nº 9.504/1997, art. 96, § 1º).
▪ Devem ser feitas pelo meio digital (Pje).
▪ Recebida a petição inicial, a Secretaria Judiciária providenciará a imediata citação do representado,
preferencialmente por meio eletrônico, para, querendo, apresentar defesa no prazo de 2 (dois) dias, exceto quando
se tratar de pedido de direito de resposta, cujo prazo será de 1 (um) dia.
▪ Se houver pedido de liminar, vai para o Juiz primeiro.

o 3.7- Com ou sem resposta, os autos irão ao MP, que dará parecer em 24 horas, findo o qual, com ou sem parecer,
o processo irá para o Juiz, que decidirá em 24 horas, publicando a decisão.

o 3.8- Publicação pela Diário Eletrônico ou imprensa oficial, mas entre 15 de agosto e a data limite para diplomação,
a publicação dos atos judiciais será realizada em mural eletrônico, disponível no sítio do respectivo tribunal, com o
registro do horário da publicação, e os acórdãos serão publicados em sessão de julgamento.

o 3.9- Recurso em 24 horas e contra-razões em igual prazo, contado da intimação em cartório.


▪ No Tribunal, recurso autuado e apresentado ao Presidente, no mesmo dia, que imediatamente distribuíra a um
relator, remetendo-o ao MP, para parecer em 24 horas.
▪ Findo o prazo ministerial, com ou sem parecer, os autos vão ao relator, que os apresentará para julgamento em
48 horas, em mesa, independente de pauta.
▪ Da decisão do TRE, caberá recurso especial ao TSE, em 3 dias, a contar da publicação do decisão em sessão (art.
276, § 1º, CE).
▪ Não admitido o recurso especial eleitoral, caberá agravo nos próprios autos para o Tribunal Superior Eleitoral, no
prazo de 3 (três) dias, contados da publicação em mural eletrônico.
▪ Do acórdão do Tribunal Superior Eleitoral caberá recurso extraordinário para o Supremo Tribunal Federal, quando
a decisão declarar a invalidade de lei ou contrariar a Constituição Federal, no prazo de 3 (três) dias, a contar da
publicação no Diário da Justiça Eletrônico.

o 3.10- Poder de Polícia


▪ Súmula-TSE nº 18 - Conquanto investido de poder de polícia, não tem legitimidade o juiz eleitoral para, de ofício,
instaurar procedimento com a finalidade de impor multa pela veiculação de propaganda eleitoral em desacordo
com a Lei nº 9.504/97.

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▪ A competência para o processamento e julgamento das representações por propaganda eleitoral não exclui o
poder de polícia sobre a propaganda eleitoral, que será exercido pelos juízes eleitorais, pelos membros dos tribunais
eleitorais e pelos juízes auxiliares designados.
▪ O poder de polícia sobre a propaganda eleitoral é restrito às providências necessárias para inibir ou fazer cessar
práticas ilegais, vedada a censura prévia sobre o teor dos programas e matérias jornalísticas ou de caráter
meramente informativo a serem exibidos na televisão, no rádio, na internet e na imprensa escrita.
▪ Qualquer pessoa, inclusive os órgãos da administração, funcionários, agentes públicos, até mesmo os da área de
segurança, que tiver ciência da prática de ilegalidade ou irregularidade relacionada com a eleição deverão
comunicar o fato ao Ministério Público, para a adoção das medidas que entender cabíveis.
▪ A providência mencionada, não impede que o juiz eleitoral, no exercício do poder de polícia, adote as medidas
administrativas necessárias e, em seguida, se for o caso, cientifique o Ministério Público para eventual
representação com vistas à aplicação das sanções pecuniárias, as quais não podem ser impostas de ofício pelo
magistrado.

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DISCIPLINAS COMPLEMENTARES
André Cunha
Direito Eleitoral
Aula 4

ROTEIRO DE AULA

TEMA: CONTENCIOSO ELEITORAL I

1- Requerimento de Registro de Candidaturas (RRC).


o 1.1- Requisitos:
▪ i) Ser escolhido candidato em convenção partidária;
- Não cabe candidatura avulsa

▪ ii) Possuir a nacionalidade brasileira;

▪ iii) Estar no pleno exercício dos direitos políticos;


- Não incidir nas hipóteses do art. 15 da CF/88

▪ iv) Estar alistado eleitor;


- Plenitude dos direitos políticos (faceta ativa e passiva)

▪ v) Ter domicílio eleitoral na circunscrição


- Há pelo menos seis meses – art. 9º, da Lei n. 9.504/1997

▪ vi) Estar filiado a partido político


- Pelo menos seis meses – art. 9º, da Lei n. 9.504/1997
- o Estatuto do partido político pode colocar prazo MAIOR (não poderá estabelecer prazo menor que o da lei)

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▪ vii) É vedado o registro de candidatura avulsa, ainda que o requerente tenha filiação partidária (Lei nº 9.504/1997,
art. 11, § 14). Lei 13.488/2017.

▪ viii) Não estar presente nenhuma situação de inelegibilidade ou incompatibilidade, que gere inelegibilidade
- Analfabetos, por exemplo
- Requisito negativo

▪ ix)Ter idade mínima de:


a) 35 (trinta e cinco) anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
b) 30 (trinta) anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
c) 21 (vinte e um) anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e Juiz de Paz.
d) 18 (dezoito anos) anos para Vereador.
- Obs. A idade mínima constitucionalmente estabelecida como condição de elegibilidade é verificada tendo por
referência a data da posse, salvo quando fixada em dezoito anos, hipótese em que será aferida na data-limite
para o pedido de registro. (Lei nº 9.504/1997, art. 11, § 2º).

o 1.2- Pedido de Registro de Candidato


▪ 1 candidato por cargo majoritário e cargos proporcionais em até 150% de vagas existentes. (Art. 10, da Lei n.
9.504/1997).
▪ Não pode ocorrer as sublegendas
▪ Se for município de até cem mil eleitores, a coligação pode até 200% (não o partido), nas eleições municipais
proporcionais.
-obs. Somente coligação pode fazer

▪ Nas eleições gerais, nos Estados nos quais o número de vagas não exceder a doze vagas na Câmara Federal, os
partidos ou coligações poderão apresentar até 200% das vagas de Deputados Federais e Estaduais a preencher.
- Veja que difere das eleições municipais
- Tanto partido quanto coligação pode apresentar

▪ Obs. existem eleições municipais (vereador e prefeito); eleições presidenciais; eleições gerais (todos os cargos de
governadores, senadores, deputados federais e estaduais); eleições suplementares; eleições para juízes de paz
- Competência do TSE para eleições presidenciais
- Competência dos juízes eleitorais para eleições municipais
- Competências dos TREs para eleições gerais

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▪ No cálculo do número de lugares previsto no caput deste artigo, será sempre desprezada a fração, se inferior a
0,5 (meio), e igualada a 1 (um), se igual ou superior (Lei nº 9.504/1997, art. 10, § 4º).

▪ Reserva de 30% para um sexo (cota eleitoral de gênero).


- Preencherá: trata-se de obrigação.
- No cálculo de vagas previsto no § 2º deste artigo, qualquer fração resultante será igualada a 1 (um) no cálculo do
percentual mínimo estabelecido para um dos sexos e desprezada no cálculo das vagas restantes para o outro sexo
(Ac.-TSE no REspe nº 22.764 – AP – MPE Eleitoral).

▪ Convém ainda observar que o cálculo dos percentuais (art. 10, §3º, da Lei 9.504/97) sobre a base de vagas que
poderão ser apresentadas em abstrato (art. 10, caput, da Lei 9.504/97) pode resultar em fração. Em regra, na
hipótese de resultado fracionário, o §4º do art. 10 da Lei das Eleições estipula que deve ser “desprezada a fração,
se inferior a meio, e igualada a um, se igual ou superior”. Todavia, no caso da cota eleitoral de gênero, aplica-se
essa orientação?
- José Jairo Gomes entende que não. Para o autor, desprezar a fração inferior a meio levaria à não observância do
percentual mínimo de 30%. A fim de evitar isso, o doutrinador conclui:
- “Resulta, pois, que na reserva percentual de sexo, qualquer fração resultante do cálculo percentual máximo (70%)
deverá ser desprezada, mas igualada a 1 no cálculo percentual mínimo (30%)”.
-Tese aceita pelo TSE (Ac.-TSE nº 22.764/2004) e prevista na Resolução que trata do registro de candidatos.

▪ Ac.-TSE, de 16.8.2016, no REspe nº 24342: “possibilidade de, em ação de investigação judicial eleitoral, verificar
se o partido está cumprindo efetivamente o dispositivo da cota de gênero.”

▪ Ac.-TSE, de 11.11.2014, no AgR-REspe nº 160892: “os percentuais de gênero devem ser observados no momento
do registro de candidatura, em eventual preenchimento de vagas remanescentes ou na substituição de
candidatos”.

o 1.3- Cota de gênero:


▪ STF Ação Direta de Inconstitucionalidade 5617: julgou inconstitucional o art. 9º, da Lei n. 13.165/2015
(minirreforma eleitoral de 2015), que estabelecia percentuais mínimo de 5% e máximo de 15% do Fundo Partidário
às mulheres, para as três eleições seguintes à vigência, por ofensa à igualdade.
▪ Decidiu-se, então, que a interpretação correta é que deve ser destinado 30% do Fundo Partidário, no mínimo, à
promoção das candidaturas femininas.
▪ Consulta n. 060025218.2018.6000000 (TSE):
- Os partidos políticos deverão reservar pelo menos 30% dos recursos do Fundo Especial de Financiamento de
Campanha, conhecido como Fundo Eleitoral, para financiar candidaturas femininas.

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- O mesmo percentual deve ser considerado em relação ao tempo destinado à propaganda eleitoral gratuita no
rádio e na TV.
- Na hipótese de percentual de candidaturas superior ao mínimo de 30%, o repasse dos recursos do Fundo e a
distribuição do tempo de propaganda devem ocorrer na mesma proporção.

o 1.4- Vagas remanescentes, não preenchimento na convenção, podem ser escolhidas pela direção do Partido, até
30 dias antes da eleição - 7 de setembro (art. 10, § 5º, da Lei n. 9.504/1997).

o 1.5- Registro até às 19 horas do dia 15 de agosto pelo partido (art. 11, da Lei n. 9.504/1997).
▪ Se este não o fizer, pelo próprio candidato em até 48 horas da publicação da lista de candidatos inscritos pelo Juiz
Eleitoral (art. 11, § 4º, da Lei n. 9.504/1997) 20 de agosto.
- Lembre-se que deve ser candidato escolhido em convenção

o 1.6- Convenções entre os dias 20.07.2016 e 05.08.2016 (art. 8º, da Lei n. 9.504/1997).

o 1.7- Apresentação dos formulários DRAP (Demonstrativo de Regularidade de Atos Partidários) e RRC
(Requerimento de Registro de Candidatura) ou RRCI (Individual). Sistema CANDex (Sistema de Candidaturas Módulo
Externo).
▪ Leitura dos documentos e registros pelo sistema informatizado.
▪ Publicação do edital contendo os postulantes às candidaturas, com início do prazo para impugnação.
- São dois editais (18 e 22 de agosto) – Art. 97, CE, art. 11, § 4º, da Lei n. 9.504/1997):
- Edital dos candidatos registrados pelo partido
- Edital dos candidatos não registrados

▪ Os pedidos serão obrigatoriamente elaborados no Módulo Externo do Sistema de Candidaturas – CANDex, e


gravados em mídia eletrônica, a ser entregue quando do registro da candidatura na Justiça Eleitoral (Lei nº
9.504/1997, art. 11, caput, e Lei nº 11.419/2006, art. 10, § 1º).
▪ Os pedidos de registro serão compostos pelos seguintes formulários gerados pelo CANDex:
I – Demonstrativo de Regularidade de Atos Partidários (DRAP);
II – Requerimento de Registro de Candidatura (RRC);
III – Requerimento de Registro de Candidatura Individual (RRCI).
Os formulários deverão ser impressos, assinados e mantidos pelos respectivos subscritores, e poderão ser
requeridos pela Justiça Eleitoral para conferência da sua veracidade.

▪ O formulário DRAP deve ser preenchido com as seguintes informações:


I – nome e sigla do partido político;

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II – nome da coligação, siglas dos partidos políticos que a compõem, nome, CPF e número do título eleitoral de seu
representante e de seus delegados (Lei nº 9.504/1997, art. 6º, § 3º, inciso IV);
III – datas das convenções;
IV – cargos pleiteados;
V – telefone móvel que disponha de aplicativo de mensagens instantâneas para comunicação com a Justiça
Eleitoral;
VI – endereço eletrônico para recebimento de comunicações;
VII – endereço completo para recebimento de comunicações;
VIII – telefone fixo (Lei nº 9.504/1997, art. 96-A);
IX – lista com o nome, número e cargo pleiteado pelos candidatos.
- Os formulários DRAP deverão ser impressos, assinados e mantidos pelos respectivos subscritores e poderão ser
requeridos pela Justiça Eleitoral para conferência da sua veracidade.

▪ O formulário RRC (ou RRCI) deve ser preenchido com as seguintes informações:
I – dados pessoais: título de eleitor, nome completo, data de nascimento, Unidade da Federação e Município de
nascimento, nacionalidade, sexo, cor ou raça, estado civil, ocupação, grau de instrução, indicação de ocupação de
cargo em comissão ou função comissionada na administração pública, número da carteira de identidade com o
órgão expedidor e a Unidade da Federação, número de registro no Cadastro de Pessoa Física (CPF);
II – dados para contato: telefone móvel que disponha de aplicativo de mensagens instantâneas para comunicação
com a Justiça Eleitoral, endereço eletrônico para recebimento de comunicações, endereço completo para
recebimento de comunicações, telefone fixo e endereço fiscal para atribuição de CNPJ;
III – dados do candidato: partido político, cargo pleiteado, número do candidato, nome para constar da urna
eletrônica, informação se é candidato à reeleição, qual cargo eletivo que ocupa e a quais eleições já concorreu;
IV – declaração de ciência do candidato de que deverá prestar contas à Justiça Eleitoral, ainda que haja renúncia,
desistência, substituição ou indeferimento, cassação ou cancelamento do registro;
V – autorização do candidato;
VI – o endereço eletrônico onde estão disponíveis as propostas defendidas pelos candidatos ao Executivo.

▪ Caso as propostas dos candidatos não estejam disponíveis em sítio na internet, o documento deve ser anexado
ao CANDex para entrega com o pedido de registro.

▪ Os formulários RRC devem ser impressos, assinados pelos candidatos e mantidos sob a guarda dos respectivos
subscritores e podem ser requeridos pela Justiça Eleitoral para conferência da sua veracidade.

▪ O formulário RRC pode ser subscrito por procurador constituído por instrumento particular, com poder específico
para o ato (Acórdão no REspe nº 2765-24.2014.6.26.0000).

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▪ O nome indicado, que será também utilizado na urna eletrônica, terá no máximo 30 (trinta) caracteres, incluindo-
se o espaço entre os nomes, podendo ser o prenome, sobrenome, cognome, nome abreviado, apelido ou nome
pelo qual o candidato é mais conhecido, desde que não se estabeleça dúvida quanto a sua identidade, não atente
contra o pudor e não seja ridículo ou irreverente.
- Não será permitido, na composição do nome a ser inserido na urna eletrônica, o uso de expressão ou de siglas
pertencentes a qualquer órgão da administração pública direta, indireta federal, estadual, distrital e municipal.
- Súmula n. 4, TSE: “Não havendo preferência entre candidatos que pretendam o registro da mesma variação
nominal, defere-se o do que primeiro o tenha requerido.”

▪ RRC e RRCI – documentos:


I - relação atual de bens, preenchida no Sistema CANDex e assinada pelo candidato (Lei nº 9.504/1997, art. 11, §
1º, inciso IV);
II - certidões criminais fornecidas (Lei nº 9.504/1997, art. 11, § 1º, inciso VII):
a) pela Justiça Federal de 1º e 2º graus da circunscrição na qual o candidato tenha o seu domicílio eleitoral;
b) pela Justiça Estadual de 1º e 2º graus da circunscrição na qual o candidato tenha o seu domicílio eleitoral;
c) pelos Tribunais competentes, quando os candidatos gozarem de foro especial.
III- Fotografia;
IV- prova de alfabetização;
V- prova de desincompatibilização, quando for o caso;
VI- cópia de documento oficial de identificação.
-Ac.-TSE, de 17.3.2015, no REspe nº 181: “a declaração de bens apresentada à Justiça Eleitoral não precisa
corresponder fielmente à declaração apresentada à Receita Federal; “

-Ac.-TSE, de 3.9.2002, no REspe nº 19974: “inexigibilidade de declaração de imposto de renda.”

- Os requisitos legais referentes à filiação partidária, domicílio e quitação eleitoral e à inexistência de crimes
eleitorais serão aferidos com base nas informações constantes dos bancos de dados da Justiça Eleitoral, sendo
dispensada a apresentação de documentos comprobatórios pelos requerentes (Lei nº 9.504/1997, art. 11, § 1º,
incisos III, V, VI e VII)

- Quitação Eleitoral: abrange exclusivamente a plenitude do gozo dos direitos políticos, o regular exercício do
voto, o atendimento a convocações da Justiça Eleitoral para auxiliar os trabalhos relativos ao pleito, a inexistência
de multas aplicadas, em caráter definitivo, pela Justiça Eleitoral e não remitidas, e a apresentação de contas de
campanha eleitoral. Art. 11, § 7º, da Lei 9.504/1997.

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- São considerados quites aqueles que:
I – condenados ao pagamento de multa, tenham, até a data do julgamento do seu pedido de registro de
candidatura, comprovado o pagamento ou o parcelamento da dívida regularmente cumprido;
II – pagarem a multa que lhes couber individualmente, excluindo-se qualquer modalidade de responsabilidade
solidária, mesmo quando imposta concomitantemente com outros candidatos e em razão do mesmo fato. (art.
11, § 8º).
III – o parcelamento das multas eleitorais é direito dos cidadãos e das pessoas jurídicas e pode ser feito em até
sessenta meses, salvo quando o valor da parcela ultrapassar 5% (cinco por cento) da renda mensal, no caso de
cidadão, ou 2% (dois por cento) do faturamento, no caso de pessoa jurídica, hipótese em que poderá estender-
se por prazo superior, de modo que as parcelas não ultrapassem os referidos limites; (Inciso III com redação dada
pelo art. 1º da Lei nº 13.488/2017.)
IV – o parcelamento de multas eleitorais e de outras multas e débitos de natureza não eleitoral imputados pelo
poder público é garantido também aos partidos políticos em até sessenta meses, salvo se o valor da parcela
ultrapassar o limite de 2% (dois por cento) do repasse mensal do Fundo Partidário, hipótese em que poderá
estender-se por prazo superior, de modo que as parcelas não ultrapassem o referido limite.
- Inciso IV acrescido pelo art. 1º da Lei nº 13.488/2017.

- Súmula 50 do TSE: “o pagamento da multa eleitoral pelo candidato ou a comprovação do cumprimento regular
de seu parcelamento após o pedido de registro, mas antes do julgamento respectivo, afasta a ausência de
quitação eleitoral.”

- Ac.-TSE, de 21.10.2014, nos ED-REspe nº 38875 e, de 15.9.2010, no REspe nº 190323: “quitação eleitoral também
é condição de elegibilidade.”

- Ac.-TSE, de 16.10.2012, no AgR-REspe nº 23211; Ac.-TSE, de 30.8.2012, no AgR-REspe nº 11197 e Ac.-TSE, de


28.9.2010, no REspe nº 442363: “a apresentação das contas de campanha é suficiente para a obtenção
de quitação eleitoral, sendo desnecessária sua aprovação.”

- Certidões Cíveis: podem ser exigidas?


Ac.-TSE, de 6.10.2010, na Rp nº 154808: "inexigibilidade de apresentação de certidões cíveis para o registro de
candidatura, por não constar do rol do parágrafo 1º, do art. 11, da Lei Eleitoral.
“Registro. Certidão cível. [...]. 2. O art. 27, II, da Res.-TSE nº 23.373 prevê apenas a apresentação pelos candidatos
de certidões criminais fornecidas pelos órgãos de distribuição da Justiça Federal e Estadual, não se exigindo
certidões cíveis. Precedentes. 3. Considerando que o candidato apresentou as certidões criminais negativas e
preencheu todos os requisitos legais, não há óbice ao deferimento do seu pedido de registro. [...]”(Ac. de

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30.10.2012 no AgR-REspe nº 17529, rel. Min. Arnaldo Versiani.) No mesmo sentido: TSE, RO 61655.2014.62.0000
(SP 26161.2014).

- obs. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA e documentos para RRC/RRCI:


❖ Inelegibilidade
❖ Suspensão dos direitos políticos
❖ Não consta da relação de certidões.
❖ Suspensão – menos preocupante, porque com o trânsito em julgado, MP manda à Justiça Eleitoral, que
executa a suspensão (arts. 71/81, CE).
❖ Inelegibilidade – era mais preocupante. Não tem execução prévia e dependerá de fiscalização.
❖ - LC 135/10. art. 15 ”Transitada em julgado ou publicada a decisão proferida por órgão colegiado que declarar
a inelegibilidade do candidato, ser-lhe-á negado registro, ou cancelado, se já tiver sido feito, ou declarado
nulo o diploma, se já expedido.
Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput, independentemente da apresentação de recurso, deverá
ser comunicada, de imediato, ao Ministério Público Eleitoral e ao órgão da Justiça Eleitoral competente para
o registro de candidatura e expedição de diploma do réu.” (NR)”
❖ Manda-se a justiça (estadual ou federal), nas ações de improbidade, comunicar a justiça eleitoral quando
houver condenação que gerar inelegibilidade

- Comprovante de escolaridade;
❖ A ausência do comprovante de escolaridade poderá ser suprida por declaração de próprio punho preenchida
pelo interessado, em ambiente individual e reservado, na presença de servidor da Justiça Eleitoral.
❖ Súmula 15 TSE: “0 exercício de mandato eletivo não é circunstância capaz, por si só, de comprovar a condição
de alfabetizado do candidato.”
❖ Súmula 55 TSE: “A Carteira Nacional de Habilitação gera a presunção de escolaridade necessária ao
deferimento do registro de candidatura.”
❖ Ac-TSE, de 23.9.2014, no REspe nº 234956: no teste de alfabetização, basta que se verifique a capacidade de
leitura e de expressão do pensamento por escrito;
❖ Ac.-TSE nº 12767, de 13.11.2012: o comprovante de escolaridade pode ser suprido por declaração de próprio
punho, firmada na presença do juiz eleitoral ou de servidor do cartório eleitoral por ele designado;
❖ Ac.-TSE, de 27.9.2012, no AgR-REspe nº 2375: “A exigência de alfabetização do candidato pode ser aferida
por teste realizado perante o juízo eleitoral, de forma individual e reservada”;
❖ Ac.-TSE, de 7.6.2011, no AgR-RO nº 445925: a CNH gera presunção de escolaridade, necessária ao
deferimento do registro de candidatura.

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o 1.8- Os pedidos de registro de candidaturas recebidos pela Justiça Eleitoral são autuados e distribuídos
automaticamente no Sistema Processo Judicial Eletrônico (PJe), na classe Registro de Candidatura (RCand).
▪ Na autuação, adotam-se os seguintes procedimentos:
I – o DRAP e os documentos que o acompanham constituem o processo principal dos pedidos de registro de
candidatura;
II – cada RRC ou RRCI e os documentos que o acompanham constituem o processo de cada candidato, distribuído
por prevenção ao juiz do respectivo DRAP.

▪ Encerrado o prazo de impugnação ou, se for o caso, o de contestação, o Cartório informará, para apreciação do
Juiz:
I – no processo principal (DRAP):
a) a situação jurídica do partido político na circunscrição;
b) a realização da convenção;
c) a legitimidade do subscritor para representar o partido político ou a coligação;
d) o valor máximo de gastos de campanha;
e) a observância dos percentuais de máximo de candidatos proporcionais e da cota de gênero.

II – nos processos dos candidatos (RRC e RRCI):


a) a regularidade do preenchimento do pedido;
b) a verificação das condições de elegibilidade
c) a regularidade da documentação;
d) a validação do nome e do número com o qual concorre, do cargo, do partido político, do sexo e da qualidade
técnica da fotografia, na urna eletrônica.

▪ Constatada qualquer falha, omissão ou ausência de documentos necessários à instrução do pedido, o partido
político, a coligação ou o candidato será intimado, de ofício, pelo Cartório, para que o vício seja sanado no prazo
de 3 (três) dias ou 72 horas como fala a lei (Lei nº 9.504/1997, art. 11, § 3º).
- Ac.-TSE, de 27.3.2014, no REspe nº 9592: possibilidade de conversão do prazo do parágrafo em dias.
- Ac.-TSE, de 25.9.2014, no AgR-REspe nº 184028 e, de 4.9.2014, no REspe nº 38455: no julgamento dos registros
de candidaturas, o órgão jurisdicional deve considerar o documento juntado de forma tardia, enquanto não
esgotada a instância ordinária.
- Súmula n. 3, do TSE: No processo de registro de candidatos, não tendo o juiz aberto prazo para suprimento de
defeito da instrução do pedido, pode o documento, suja falta houver motivado o indeferimento, ser juntado com
o recurso ordinário.

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▪ O pedido de registro, com ou sem impugnação, deve ser julgado no prazo de 3 (três) dias após a conclusão dos
autos ao relator, quando se tratar de competência originária do Tribunal o registro de candidatura,
independentemente de publicação em pauta, ou em três dias da conclusão dos autos ao Juiz (Lei Complementar nº
64/1990, arts. 8º e 13).

▪ Candidato sub judice:


- “O candidato cujo registro esteja sub judice poderá efetuar todos os atos relativos à campanha eleitoral, inclusive
utilizar o horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão e ter seu nome mantido na urna eletrônica enquanto
estiver sob essa condição, ficando a validade dos votos a ele atribuídos condicionada ao deferimento de seu
registro por instância superior.” (Art. 16-A, da Lei 9.504/1997.)
- Ac.-TSE, de 25.9.2012, no AgR-MS nº 88673: “impossibilidade de cancelamento imediato da candidatura, com
proibição de realização de atos de propaganda eleitoral, em virtude de decisão por órgão colegiado no processo
de registro.”
- A regra já mencionada, aplica-se também ao candidato cujo pedido de registro tenha sido protocolado no prazo
legal e ainda não tenha sido apreciado pela Justiça Eleitoral.
- Art. 16-B, da Lei n. 9.504/1997.” O disposto no art. 16-A quanto ao direito de participar da campanha eleitoral,
inclusive utilizar o horário eleitoral gratuito, aplica-se igualmente ao candidato cujo pedido de registro tenha sido
protocolado no prazo legal e ainda não tenha sido apreciado pela Justiça Eleitoral. “

2- Impugnação de registro de candidatura (AIRC).


o 2.1- Compete à Justiça Eleitoral conhecer e decidir as arguições de inelegibilidade.
▪ A arguição de inelegibilidade será feita perante:
I – o Tribunal Superior Eleitoral, quando se tratar de candidato a presidente ou vice-presidente da República;
II – os tribunais regionais eleitorais, quando se tratar de candidato a senador, governador e vice-governador de
estado e do Distrito Federal, deputado federal, deputado estadual e deputado distrital;
III – os juízes eleitorais, quando se tratar de candidato a prefeito, vice-prefeito e vereador. (art. 2º, da Lei
Inelegibilidades).

o 2.2- Art. 3º ao 16, da LC n. 64/1990 - Também chamada impugnação ao registro de candidatura;

o 2.3- Legitimidade ativa da AIRC: MP, candidatos, partidos políticos e pelas coligações;
▪ Rec. Eleitoral n. 30777, Ac. 1666036, TRE/SP, Rel. Baptista Pereira, 18.12.2008 – entendeu que candidato não tem
legitimidade, mas só a coligação, se seu partido estiver coligado.
▪ Legitimação concorrente (existe para todos ao mesmo tempo) e disjuntiva (cada parte legítima pode exercê-la
independentemente);

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o 2.4- Prazo para impugnação: 5 dias, contados da publicação do edital relativo ao pedido de registro.
▪ Ac.-TSE, de 10.10.2013, no REspe nº 26418: “A impugnação ajuizada antes da publicação do edital alusivo ao
registro é tempestiva, quando evidenciada a ciência prévia da candidatura pelo impugnante”.

o 2.5- Legitimidade para impugnar registro de candidatura:


▪ Ac.-TSE, de 18.10.2012, no REspe nº 21978 (terceiro juridicamente interessado);
- seria um candidato a qualquer outro cargo que seja considerado juridicamente interessado naquela impugnação,
-inclusive alguém do próprio partido que também seja candidato
▪ Ac.-TSE, de 31.8.2010, no RO nº 161660 (qualquer candidato, independentemente do cargo por ele disputado).
▪ Partido, candidato, coligação (nesse caso, o partido não pode mais), MP
▪ Antes da Lei 64/1990, o eleitor tinha legitimidade, com fulcro no art. 97, par. 3. do CE, mas hoje não mais, só
podendo noticiar o fato impugnante ao Juiz Eleitoral, com base na Lei n. 9504/1997, mas não promoverá a ação,
nem terá legitimidade recursal. - Notícia de Inelegibilidade (Art. 42, da Resolução n. 23.548).
▪ Pode haver indeferimento do registro da candidatura de ofício pelo Juízo Eleitoral: Súmula 45 TSE “Nos processos
de registro de candidatura, o Juiz Eleitoral pode conhecer de ofício da existência de causas de inelegibilidade ou da
ausência de condição de elegibilidade, desde que resguardados o contraditório e a ampla defesa”

▪ Comunicação do Eleitor
- Qualquer cidadão no gozo de seus direitos políticos pode, no prazo de 5 (cinco) dias contados da publicação do
edital relativo ao pedido de registro, dar notícia de inelegibilidade ao tribunal eleitoral competente, mediante
petição fundamentada.
- A notícia de inelegibilidade pode ser apresentada diretamente no Pje.
- Se o noticiante não possuir representação processual, pode apresentar a notícia de inelegibilidade na Secretaria
Judiciária, caso em que deve ser providenciada a inserção no PJe.
- A Secretaria Judiciária deve comunicar imediatamente o recebimento da notícia de inelegibilidade ao Ministério
Público.
- Na instrução da notícia de inelegibilidade, deve ser adotado o procedimento previsto para as impugnações.

▪ Quando o partido estiver coligado, é a coligação que age, e não o partido;


▪ Quando a lei menciona candidato, pela fase em que se encontrarão todos no micro-processo eleitoral, quer
dizer pré-candidato;
▪ Diversidade de impugnações contra o mesmo candidato, deverão ser reunidas (conexão);

o 2.6- Ilegitimidades ativas:


▪ de partido político coligado isoladamente para impugnar registro de candidatura: Ac.-TSE, de 30.9.2016, no
REspe nº 18774 e, de 26.9.2013, no REspe nº 41662;

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▪ de diretório municipal, em eleições federal e estadual: Ac.-TSE, de 20.9.2006, no REspe nº 26861;
▪ de partido político ou coligação partidária em virtude de irregularidade em convenção de agremiação
adversária: Ac.-TSE, de 13.10.2008, no AgR-REspe nº 31162.

o 2.7- Cada candidato terá um processo, que correrá vinculado ao processo principal de cada partido ou coligação.
▪ No caso de impugnações, questões de homonímia e notícias de inelegibilidades, estas serão processadas nos
próprios autos dos processos individuais dos candidatos, mas que deverão ser julgadas em conjunto com a análise
do registro de todos.

o 2.8- Não pode impugnar o registro de candidato o representante do Ministério Público que, nos 4 ou 2 anos
anteriores, tenha disputado cargo eletivo, integrado diretório de partido político ou exercido atividade político-
partidária (Lei Complementar nº 64/1990, art. 3º, § 2º, e Lei Complementar nº 75/1993, art. 80).
▪ Lei Complementar 64/1990 fala em 4 anos para impugnar.
▪ A Lei Orgânica do Ministério Público da União impede o exercício da função eleitoral ao membro que exerceu
atividade político-partidária à menos de 2 anos.
▪ Entende-se que a Lei Orgânica é posterior e de mesma natureza: Prazo - 2 anos.

o 2.9- A impugnação, por parte do candidato, partido político ou coligação, não impede a ação do Ministério
Público no mesmo sentido (art. 3º, § 1º, da Lei Complementar 64/1990).
▪ Ministério Público pode agir como autor e como custos legis.
▪ Em caso de desistência pelo autor, pode o MP assumir o polo ativo (art. 9º, da Lei n. 4.717/65 (Ação Popular),
por analogia).

o 2.10- Há autores que sustentam que deve existir litisconsórcio passivo necessário entre o candidato e o partido
ou coligação, já que a decisão influirá na esfera jurídica das agremiações políticas;
▪ TSE já entende que basta a ciência à agremiação política, que poderá atuar como assistente, já que pode substituir
o candidato;
▪ Súmula 39, TSE: “Não há formação de litisconsórcio necessário em processos de registro de candidatura.”
▪ Por que?
- Art. 17. da Lei 9.504/97: É facultado ao partido político ou coligação que requerer o registro de candidato
considerado inelegível dar-lhe substituto, mesmo que a decisão passada em julgado tenha sido proferida após o
termo final do prazo de registro, caso em que a respectiva comissão executiva do partido fará a escolha do
candidato.
- Observe que se impugna individualmente/pessoalmente a candidatura (falta de condição de elegibilidade ou
presença de inelegibilidade)
- Partido atua como mero assistente

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o 2.11- Súmula 38, TSE: “Nas ações que visem à cassação de registro, diploma ou mandato, há litisconsórcio passivo
necessário entre o titular e o respectivo vice da chapa majoritária.”
▪ Mas não se aplica à impugnação do registro por inelegibilidade, pois é condição personalíssima.
▪ Ao se buscar a cassação da chapa (registro, diploma ou mandato), deve haver o litisconsórcio
▪ Art. 18. da Lei Comp. 64/1990 ou da Lei 9.504/97: A declaração de inelegibilidade do candidato à Presidência da
República, governador de estado e do Distrito Federal e prefeito municipal não atingirá o candidato a vice-
presidente, vice-governador ou vice-prefeito, assim como a destes não atingirá aqueles.
▪ Ac.-TSE, de 3.3.2016, no RO nº 29659: “as causas de inelegibilidade possuem caráter pessoal, afastando a
responsabilização objetiva do outro candidato que componha a chapa.”
▪ Ac-TSE, de 11.9.2014, no RO nº 90431: “o candidato ao cargo de vice-governador que não incida em
inelegibilidade e possua as condições de elegibilidade pode ter o seu registro deferido em chapa substituta, desde
que completa.”
▪ Ac.-TSE, de 26.10.2006, no REspe nº 25586: “A substituição do vice é facultada ao partido; entretanto, com
fundamento no princípio da indivisibilidade da chapa única majoritária, é inexequível se a cassação do registro ou
diploma do titular ocorrer após o pleito.”

o 2.12- Prazo para impugnação é de cinco dias (art. 3. da Lei Comp. 64/1990. Já apresentar rol de testemunhas e
provas.)
▪ Prazo contado da data da publicação do edital com os candidatos que requereram inscrição, a partir do dia
seguinte. 18/08 (último dia para a publicação do edital). 23/08 (último dia para impugnação). Requerimento
individual (22/08 e 25/08, prazo 48 horas).
▪ O prazo é peremptório e causa preclusão se não for proposta impugnação.
▪ Súmula n. 49, do TSE: “O prazo de cinco dias, previsto no art. 3º, da LC n. 64/90, para o Ministério Público
impugnar o registro inicia-se com a publicação do edital, caso em que é excepcionada a regra que determina a sua
intimação pessoal.”
▪ O prazo é decadencial.
▪ Uma vez preclusa a oportunidade, não mais poderá ser deduzida a inelegibilidade, nem no recurso contra o
diploma, salvo se for inelegibilidade constitucional (art. 259, CE) ou se for superveniente ao momento. Art. 262 CE–
Recurso contra o diploma.
▪ Do mesmo modo, se já julgadas, não podem ser objeto de recurso contra o diploma (coisa julgada).
▪ Súmula 47, TSE: “A inelegibilidade superveniente que autoriza a interposição de recurso contra a expedição de
diploma, fundado no art. 262 do Código Eleitoral, é aquela de índole constitucional ou, se infraconstitucional,
superveniente ao registro de candidatura, e que surge até a data do pleito.”

o 2.13- O impugnante especificará, desde logo, os meios de prova com que pretende demonstrar a veracidade do
alegado, arrolando testemunhas, se for o caso, no máximo de seis.

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▪ Ac.-TSE, de 4.10.2016, no REspe nº 253: apesar do disposto neste parágrafo, não se declara a nulidade, ante a
não demonstração do prejuízo;
▪ Ac.-TSE, de 5.9.2013, no RMS nº 71926: inadmissibilidade de apresentação, em AIME, do rol de testemunhas
em momento posterior à petição inicial.

o 2.14- A impugnação ao registro de candidatura exige representação processual e será peticionada diretamente
no Processo Judicial Eletrônico – Pje. Resolução 23.548 TSE.

o 2.15- Terminado o prazo para impugnação, o candidato, o partido político ou a coligação devem ser intimados,
preferencialmente, pelo mural eletrônico ou por outro meio eletrônico que garanta a entrega ao destinatário, para,
no prazo de 7 (sete) dias, contestá-la ou se manifestar sobre a notícia de inelegibilidade, juntar documentos, indicar
rol de testemunhas e requerer a produção de outras provas, inclusive documentais, que se encontrarem em poder
de terceiros, de repartições públicas ou em procedimentos judiciais ou administrativos, salvo os processos que
estiverem tramitando em segredo de justiça (Lei Complementar nº 64/1990, art. 4º).

o 2.16- A doutrina já entendia que se contava o início do prazo para defesa após o prazo de cinco dias para
impugnar, pois podem ter sido apresentadas várias impugnações.

o 2.17- Decorrido o prazo para contestação, caso não se trate apenas de matéria de direito e a prova protestada for
relevante, o relator deve designar os 4 (quatro) dias seguintes para inquirição das testemunhas do impugnante e do
impugnado, as quais comparecerão por iniciativa das partes que as tiverem arrolado, após notificação judicial
realizada pelos advogados (Lei Complementar nº 64/1990, art. 5º, caput).
▪ As testemunhas do impugnante e do impugnado devem ser ouvidas em uma só assentada (Lei Complementar nº
64/1990, art. 5º, § 1º). - Uma só audiência. (Audiência uma)
▪ Testemunhas em número de 6 (art. 3. par. 3, e art. 22, V, da Lei Comp. 64/1990).

o 2.18- Nos 5 (cinco) dias subsequentes, o Juiz deve proceder a todas as diligências que determinar, de ofício ou a
requerimento das partes (Lei Complementar nº 64/1990, art. 5º, § 2º).
▪ No mesmo prazo de cinco dias, o Juiz pode ouvir terceiros, referidos pelas partes ou testemunhas, como
conhecedores dos fatos e das circunstâncias que possam influir na decisão da causa (Lei Complementar nº 64/1990,
art. 5º, § 3º).
▪ Quando qualquer documento necessário à formação da prova se achar em poder de terceiro, o Juiz pode, ainda,
no mesmo prazo de 5 (cinco) dias, ordenar o respectivo depósito (Lei Completar nº 64/1990, art. 5º, § 4º).
▪ Se o terceiro, sem justa causa, não exibir o documento, ou não comparecer a juízo, pode o Juiz expedir
mandado de prisão e instaurar processo por crime de desobediência (Lei Complementar nº 64/1990, art. 5º, § 5º).
▪ Crime de Desobediência Eleitoral (art. 347, CE):
- Prisão: o crime é punido abstratamente com pena máxima de 1 ano de detenção.
- Para prisão provisória, aplicar-se-á os fundamentos e os requisitos do art. 312 e 313, do CPP.

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- Não existe prisão administrativa eleitoral.
- Assim, não haverá, na prática, a prisão.

o 2.19- Encerrado o prazo da dilação probatória, as partes poderão apresentar alegações, no Processo Judicial
eletrônico, no prazo comum de 5 (cinco) dias, sendo os autos conclusos ao Juiz no dia imediato, para julgamento pelo
tribunal (Lei Complementar nº 64/1990, arts. 6º e 7º, caput).
▪ Prazo comum para alegações finais, após instrução, em cinco dias. Critica-se o prazo demasiado longo.
▪ O prazo é comum e inclusive para o MP, segundo mesmo o TSE, que considera dispensável sua intimação
pessoal no Eleitoral.

o 2.20- Julgamento
▪ Primeiro: Juiz julga o DRAP (Demonstrativo de Regularidade dos Atos Partidários). Se indeferir, não prosseguem
os processos individuais de Registro de Candidatura (RRC – Requerimento Registro de Candidatura).
- Se deferir, certifica em cada processo individual de registro de candidatura.

▪ Segundo: O pedido de registro do candidato, a impugnação, a notícia de inelegibilidade e as questões relativas à


homonímia serão processados nos próprios autos dos processos dos candidatos e serão julgados em uma só
decisão.
- O pedido de registro, com ou sem impugnação, será julgado no prazo de três dias após a conclusão dos autos ao
Juiz Eleitoral.

▪ Sentença em 3 dias, a partir de quando conta o prazo para recurso, que também é de 3 dias. Contudo, se o Juiz
apresentar a sentença antes, segundo a súmula 10, do TSE, continua a contar o prazo recursal do fim do tríduo
legal, salvo se houver intimação pessoal das partes. Se apresentar depois do prazo, conta-se da publicação por
edital da sentença, cabendo Corregedoria apurar o atraso.
- Súmula 10 TSE: “No processo de registro de candidatos, quando a sentença for entregue em cartório antes de 3
dias contados da conclusão ao juiz, o prazo para o recurso ordinário, salvo intimação pessoal anterior, só se conta
do termo final daquele tríduo.”

▪ Tudo tem que estar julgado e decidido até 20 dias antes das eleições.
▪ Princípio da persuasão racional do Juiz na decisão (Art. 7. parágrafo único, da Lei).
- O juiz, ou o Tribunal, formará sua convicção pela livre apreciação da prova, atendendo aos fatos e às
circunstâncias constantes dos autos, ainda que não alegados pelas partes, mencionando, na decisão, os que
motivaram seu convencimento.
- Ac.-STF, de 22.5.2014, na ADI nº 1082: constitucionalidade da expressão ainda que não alegados pelas partes.

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▪ Julgada procedente, será negado ou cancelado o registro ou declarado nulo o diploma, se já expedido.
▪ Se houver exclusão, o candidato pode ser substituído, podendo os partidos e coligações fazê-lo até 20 dias antes
do pleito, salvo falecimento.
- Art. 13. É facultado ao partido ou coligação substituir candidato que for considerado inelegível, renunciar ou
falecer após o termo final do prazo do registro ou, ainda, tiver seu registro indeferido ou cancelado. Lei n.
9504/1997 – Lei Eleitoral
-Res.-TSE nº 22.855/2008 e Ac.-TSE nº 23.848/2004: o termo candidato neste artigo “diz respeito àquele que
postula a candidatura, e não ao candidato com o registro deferido”.
- § 1º A escolha do substituto far-se-á na forma estabelecida no estatuto do partido a que pertencer o
substituído, e o registro deverá ser requerido até 10 (dez) dias contados do fato ou da notificação do partido da
decisão judicial que deu origem à substituição.
- Tanto nas eleições majoritárias como nas proporcionais, a substituição só se efetivará se o novo pedido for
apresentado até vinte dias antes do pleito, exceto no caso de falecimento de candidato, quando a substituição
poderá ser efetivada após esse prazo (mudou em 2013, antes só proporcionais até 60 dias antes, majoritária a
qualquer tempo).

▪ Mantém-se os vices e suplentes, salvo má fé comprovada.

o 2.21- Recursos
▪ Observação inicial sobre recursos:
- Súmula 11 TSE: “no processo de registro de candidatos, o partido que não o impugnou não tem legitimidade para
recorrer da sentença que o deferiu, salvo se se cuidar de matéria constitucional.”
- obs. isso não se aplica ao MP, diante de seu papel como fiscal da ordem jurídica
- Tema 680 - Legitimidade do Ministério Público Eleitoral para recorrer de decisão que defere registro de
candidatura, ainda que não haja apresentado impugnação ao pedido inicial.
Descrição
Recurso extraordinário em que se discute, à luz do art. 127 da Constituição federal, se o entendimento firmado na
Súmula 11 do Tribunal Superior Eleitoral poderia ser estendido ao Ministério Público a fim de afastar sua
legitimidade para recorrer de decisão que defere registro de candidatura, quando não houver apresentado
impugnação ao pedido de registro, tendo em vista incumbir-lhe, especialmente, a defesa da ordem jurídica e do
regime democrático.
Tese
A partir das eleições de 2014, inclusive, o Ministério Público Eleitoral tem legitimidade para recorrer da decisão que
julga o pedido de registro de candidatura, ainda que não tenha apresentado impugnação.

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- Constitui crime eleitoral a arguição de inelegibilidade ou a impugnação de registro de candidato feita por
interferência do poder econômico, desvio ou abuso do poder de autoridade, deduzida de forma temerária ou de
manifesta má-fé, incorrendo os infratores na pena de detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa (Lei
Complementar nº 64/1990, art. 25).

▪ Recursos em Pleito Municipal:


- Da sentença em registro ou impugnação ao registro é cabível o Recurso Eleitoral para o TRE (CE art. 265).
- Do Julgamento do TRE, pode caber Recurso Especial Eleitoral para o TSE (art. 276, I, CE), conforme o caso.
- Por falta de previsão legal, não é cabível recurso ordinário, pois as hipóteses desse recurso estão expressamente
dispostas na legislação (art. 121, § 4º, incisos III, IV e V da Constituição da República e art. 276, inciso II, do Código
Eleitoral.

▪ Recursos em Eleições Federais e Estaduais:


- Cabem dois recursos:
❖ Recurso Especial Eleitoral, se a decisão versar sobre condições de elegibilidade (CE, art. 276, I);
❖ Recurso Ordinário, se a decisão versar sobre causa de inelegibilidade (art. 121, § 4º, inciso III, CF).

▪ Recursos em Eleições Presidenciais:


- Cabe Recurso Extraordinário ao STF (art. 121, § 3º, e art. 102, III, CF).

▪ Recurso Eleitoral para o TRE – prazo de 3 dias do fim do prazo para apresentação da sentença,
- Salvo intimação pessoal.
- Salvo, também, se prolatada depois, o prazo recursal só correrá depois de publicada por edital, em cartório (art.
9º, da Lei 64/1990).

▪ Contrarrazões – 3 dias a partir da apresentação do recurso


▪ Recebidos os autos na Secretaria do Tribunal Regional Eleitoral, estes serão autuados e apresentados no mesmo
dia ao presidente, que, também na mesma data, os distribuirá a um relator e mandará abrir vistas ao procurador
regional pelo prazo de 2 (dois) dias.
- Findo o prazo, com ou sem parecer, os autos serão enviados ao relator, que os apresentará em mesa para
julgamento em 3 (três) dias, independentemente de publicação em pauta.
- Na sessão do julgamento, que poderá se realizar em até 2 (duas) reuniões seguidas, feito o relatório, facultada
a palavra às partes e ouvido o procurador regional, proferirá o relator o seu voto e serão tomados os dos demais
juízes.
- Proclamado o resultado, o Tribunal se reunirá para lavratura do acórdão, no qual serão indicados o direito, os
fatos e as circunstâncias com base nos fundamentos do relator ou do voto vencedor.

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- Terminada a sessão, far-se-á a leitura e a publicação do acórdão, passando a correr dessa data o prazo de 3
(três) dias, para a interposição de recurso para o Tribunal Superior Eleitoral, em petição fundamentada.
- Ac.-TSE, de 6.11.2012, no AgR-RO 6075: o Ministério Público Eleitoral será pessoalmente intimado dos
acórdãos, em sessão de julgamento, quando nela publicados.

▪ Havendo recurso para o Tribunal Superior Eleitoral, a partir da data em que for protocolizada a petição passará
a correr o prazo de 3 (três) dias para a apresentação de contrarrazões, notificado por telegrama o recorrido.
- Apresentadas as contrarrazões, serão os autos imediatamente remetidos ao Tribunal Superior Eleitoral.
- Ac.-TSE, de 4.10.2012, no AgR-REspe nº 14204 e, de 29.9.2010, no AgR-REspe nº 57484: recurso especial em
processo de registro de candidatura não está sujeito a juízo de admissibilidade pelo presidente do TRE.

▪ Tratando-se de registro a ser julgado originariamente por Tribunal Regional Eleitoral, o pedido de registro, com
ou sem impugnação, será julgado em 3 (três) dias, independentemente de publicação em pauta.
- Proceder-se-á ao julgamento na forma estabelecida para o recurso, e, havendo recurso para o Tribunal
Superior Eleitoral, observar-se-á o mesmo procedimento já mencionado.

▪ No Tribunal Superior Eleitoral, os recursos sobre registro de candidatos serão processados e julgados na forma
já mencionada para o TRE.

o 2.22- Transitada em julgado ou publicada a decisão proferida por órgão colegiado que declarar a inelegibilidade
do candidato, ser-lhe-á negado registro, ou cancelado, se já tiver sido feito, ou declarado nulo o diploma, se já
expedido. Art. 15, da Lei de Inelegibilidades
▪ Ac.-TSE, de 18.8.2015, no RCED nº 135156: a regra deste artigo tem sua aplicação voltada à ação de impugnação
de registro de candidatura e às investigações judiciais eleitorais, sem aplicação aos recursos contra expedição de
diplomas.
▪ Ac.-TSE, de 25.9.2012, no AgR-MS nº 88673: impossibilidade de cancelamento imediato da candidatura, com
proibição de realização de atos de propaganda eleitoral, em virtude de decisão por órgão colegiado no processo
de registro.

3- Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE).


o obs. Primeiramente cabe fazer uma abordagem sobre o abuso de poder com suas espécies e as possíveis formas
de apuração
o 3.1- Abuso de Poder: Espécies
a) Abuso de Poder Econômico;

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- O abuso de poder econômico se configura quando ocorre doação de bens ou de vantagens a eleitores de forma
que essa ação possa desequilibrar a disputa eleitoral e influenciar no resultado das eleições, afetando a
legitimidade e normalidade das eleições.
- Para o TSE, o abuso do poder econômico é a utilização, em benefício eleitoral de candidato, de recursos
patrimoniais em excesso.
- Ac.-TSE, de 1º.8.2017, no AgR-RO nº 98090: “Configura abuso do poder econômico a utilização de recursos
patrimoniais em excesso, públicos ou privados, sob poder ou gestão do candidato, em seu benefício eleitoral”.
- Ac.-TSE, de 3.2.2015, no REspe nº 19847: “A oferta de valores a candidato, com intuito de comprar-lhe a
candidatura, configura a prática de abuso do poder econômico”.

b) Abuso de Poder Político ou de Autoridade;


- O abuso do poder político é o uso indevido de cargo ou função pública – eletivo ou não – com a finalidade de
obter votos para determinado candidato, prejudicando a normalidade e legitimidade das eleições.
- Os tipos de abuso mais comuns são: manipulação de receitas orçamentárias, utilização indevida de propaganda
institucional e de programas sociais.
-Ac.-TSE, de 23.6.2009, no RO nº 1413: "Para a incidência da inelegibilidade, por abuso de poder político [...] é
necessário que o candidato tenha praticado o ato na condição de detentor de cargo na administração pública".
-O abuso do poder político nas campanhas eleitorais tornou-se mais comum a partir da aprovação da possibilidade
de reeleição dos chefes do Poder Executivo (presidente, governador e prefeito), sem que eles precisem deixar os
cargos que exercem para se recandidatar (art. 14, § 5º, da Constituição Federal).

c) Uso indevido dos meios de comunicação.


- O uso indevido dos meios de comunicação social pode ser uma forma de abuso do poder econômico ou de abuso
de poder político. Considerando que os meios de comunicação social, representados por emissoras de rádio e
televisão, internet, jornais e similares, têm grande poder de influência sobre a opinião pública, eles sofrem
especiais restrições no âmbito do processo eleitoral.
- Lembre-se que rádio e TV são concessões do poder público – possuem menor liberdade nesse âmbito eleitoral-
, enquanto a imprensa (jornais e revistas por exemplo) não são concessões –possuem liberdade maior-
- Em nenhum caso pode existir abuso
- Exemplos disso são as emissoras de rádio e televisão, concessionárias de serviço público, que são proibidas de
manifestar opinião ou transmitir propaganda paga durante o período eleitoral (art. 44 da Lei nº 9.504/97). Quanto
aos outros meios de comunicação, é possível dizer que não sofrem tantas restrições, porém eventual conduta
abusiva pode configurar uso indevido de meio de comunicação social ou abuso de poder.
- Ac.-TSE, de 30.5.2017, no AgR-RO nº 75825: “veículos de comunicação impressos podem assumir posição
favorável a determinada candidatura, inclusive divulgando atos de campanha e atividades parlamentares.”

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- Ac.-TSE, de 17.12.2014, no REspe nº 63070; de 11.3.2014, no AgR-REspe nº 34915 e, de 10.5.2012, no REspe nº
470968: “o uso indevido dos meios de comunicação social caracteriza-se pela exposição desproporcional de um
candidato em detrimento de outros.”

d) Abuso de Poder Religioso:


- Ac.-TSE, de 7.3.2017, no RO nº 265308: “possibilidade de caracterização como abuso de poder da prática de
atos de propaganda por entidade religiosa; caracterização como uso indevido, previsto no caput deste artigo, da
utilização dos meios de comunicação social para a difusão dos atos de promoção de candidaturas. Abuso de Poder
Religioso”
- Trata-se de hipótese criada (fora da letra de lei) pelos MP Eleitoral
- Há vedação de propaganda dentro de templo religioso

▪ Súmula n. 19, do TSE: O prazo de inelegibilidade decorrente da condenação por abuso do poder econômico ou
político tem início no dia da eleição em que este se verificou e finda no dia de igual número no oitavo ano seguinte
(art. 22, XIV, da LC nº 64/90).

o 3.1.1- Abuso de poder: Formas de Apuração do abuso de poder


i) AIJE – Art. 1º, I, d e h, 19 e 22, XIV todos da LC nº 64/90;
- “Art. 1º São inelegíveis: I - para qualquer cargo:
d) os que tenham contra sua pessoa representação julgada procedente pela Justiça Eleitoral, em decisão transitada
em julgado ou proferida por órgão colegiado, em processo de apuração de abuso do poder econômico ou político,
para a eleição na qual concorrem ou tenham sido diplomados, bem como para as que se realizarem nos 8 (oito)
anos seguintes; (Redação dada pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
h) os detentores de cargo na administração pública direta, indireta ou fundacional, que beneficiarem a si ou a
terceiros, pelo abuso do poder econômico ou político, que forem condenados em decisão transitada em julgado ou
proferida por órgão judicial colegiado, para a eleição na qual concorrem ou tenham sido diplomados, bem como
para as que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes; (Redação dada pela Lei Complementar nº 135, de 2010)”

- “Art. 19. As transgressões pertinentes à origem de valores pecuniários, abuso do poder econômico ou político,
em detrimento da liberdade de voto, serão apuradas mediante investigações jurisdicionais realizadas pelo
Corregedor-Geral e Corregedores Regionais Eleitorais.
Parágrafo único. A apuração e a punição das transgressões mencionadas no caput deste artigo terão o objetivo de
proteger a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou do abuso do
exercício de função, cargo ou emprego na administração direta, indireta e fundacional da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios.”

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- “Art. 22. Qualquer partido político, coligação, candidato ou Ministério Público Eleitoral poderá representar à
Justiça Eleitoral, diretamente ao Corregedor-Geral ou Regional, relatando fatos e indicando provas, indícios e
circunstâncias e pedir abertura de investigação judicial para apurar uso indevido, desvio ou abuso do poder
econômico ou do poder de autoridade, ou utilização indevida de veículos ou meios de comunicação social, em
benefício de candidato ou de partido político, obedecido o seguinte rito: (Vide Lei nº 9.504, de 1997)
XIV – julgada procedente a representação, ainda que após a proclamação dos eleitos, o Tribunal declarará a
inelegibilidade do representado e de quantos hajam contribuído para a prática do ato, cominando-lhes sanção de
inelegibilidade para as eleições a se realizarem nos 8 (oito) anos subsequentes à eleição em que se verificou, além
da cassação do registro ou diploma do candidato diretamente beneficiado pela interferência do poder econômico
ou pelo desvio ou abuso do poder de autoridade ou dos meios de comunicação, determinando a remessa dos autos
ao Ministério Público Eleitoral, para instauração de processo disciplinar, se for o caso, e de ação penal, ordenando
quaisquer outras providências que a espécie comportar; (Redação dada pela Lei Complementar nº 135, de
2010)”

ii) AIME – art. 14, §§10 e 11 da CF;


- Rito dos art. 3 a 16 da LC 64/90
- “Art. 14 [...]
§ 10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da
diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude.
§ 11 - A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo o autor, na forma da lei,
se temerária ou de manifesta má-fé.”

iii) RCED – art. 262, IV, do CE (revogado pela Lei n. 12.891/2013 – veremos a seguir)

▪ obs. Mesmo ato pode configurar abuso de poder e outras infrações eleitorais, como captação ilícita de sufrágio
(art. 41-A, da Lei Eleitoral), conduta vedada (art. 73, 74, 75 e 77 da Lei Eleitoral), captação ou gastos ilícitos de
recursos (art. 30-A, da Lei Eleitoral).
- Por expressa disposição legal, utiliza-se o rito da AIJE
- Mesmo ato e mesma ação com pedidos de consequências e tipificações distintas

o obs. Superada essa abordagem sobre o abuso de poder, cabe a exposição principal do tópico sobre AIJE

o 3.2- AIJE com fulcro no art. 19, art. 22, caput e incisos até o XVI, bem como arts. 23 e 24, e art. 1., inciso I, alíneas
“d” e “h”, da Lei Complementar n. 64/1990.
▪ obs. lembre-se que se trata de forma de apuração do abuso de poder

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▪ Fundamento constitucional – art. 14, par. 9.CF.: “§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de
inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para
exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra
a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou
indireta. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 4, de 1994)”
▪ Tem por função apurar e julgar as condutas abusivas do poder econômico, do poder político e do poder de
autoridade, desde que relacionadas com o processo eleitoral.

o 3.3- Consequências jurídicas (0bjetivos) da AIJE:


▪ i) Decretação da inelegibilidade do candidato, direta ou indiretamente beneficiado, e das demais pessoas que
participaram do abuso.
▪ ii) Produção de provas para o recurso contra a diplomação1 ou para a ação de impugnação de mandato eletivo.
▪ iii) Cassação do registro da candidatura ou do diploma (Lei Ficha Limpa - esvazia AIME e RCD): um mesmo remédio
que também atinge o diploma
▪ iv) Origem na investigação do art. 237, par. 3., CE.

o 3.4- PRAZO PARA PROPOSITURA da AIJE:


▪ Em regra, até a data da diplomação
- Exceções: capitação ilícita de recursos (art. 30 –A) e art. 23

▪ “[...] Captação ilícita de sufrágio. Possibilidade de ajuizamento de ação de investigação judicial eleitoral até a data
da diplomação. [...]”
(Ac. de 19.8.2010 no AgR-REspe nº 35721, rel. Min. Cármen Lúcia)

▪ “[...]. 1. A representação ajuizada com fundamento na prática de captação ilícita de sufrágio pode ser proposta
até a diplomação. [...].”
(Ac. de 1º.6.2010 no AgR-REspe nº 35.932, rel. Min. Aldir Passarinho Junior; no mesmo sentido o Ac. de 6.8.2009 no
ARESPE nº 28.025, rel. Min. Ricardo Lewandowski.)

▪ Art. 23. da Resolução n. 23.547/2017, TSE:As representações que visarem à apuração das hipóteses previstas nos
arts. 23, 30-A, 41-A, 45, inciso VI, 73, 74, 75 e 77 da Lei nº 9.504/1997 observarão o rito estabelecido pelo art. 22
da Lei Complementar nº 64/1990.

1
(utiliza-se o recurso contra a diplomação apenas nas hipóteses de inelegibilidade, não para as de abuso de poder)

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▪ Propor até a diplomação: “§ 1º As representações de que trata o caput poderão ser ajuizadas até a data da
diplomação, exceto as do art. 30-A e 23 da Lei nº 9.504/1997, que poderão ser propostas, respectivamente, no
prazo de 15 (quinze) dias da diplomação e até 31 de dezembro do ano posterior à eleição. “

▪ Art. 73, § 12, da Lei 9.504/1997 (artigo das condutas vedadas).”§ 12. A representação contra a não observância
do disposto neste artigo observará o rito do art. 22 da Lei Complementar no 64, de 18 de maio de 1990, e poderá
ser ajuizada até a data da diplomação. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)”

▪ O rito da AIJE aplica-se às ações por doação acima do limite legal: Ac.-TSE, de 21.3.2017, no AgR-AI nº 2580; por
representação prevista no art. 30-A da Lei das Eleições: Ac.-TSE, de 1º.2.2011, no AgR-REspe nº 28315; por captação
ilícita de sufrágio: Ac.-TSE, de 4.4.2017, no AgR-AI nº 10339; por condutas vedadas: Ac.-TSE, de 14.5.2013, no REspe
nº 66230.

▪ Ac.-TSE, de 19.8.2010, no AgR-REspe nº 35721 e, de 25.3.2008, no REspe nº 28469: “a AIJE proposta com base no
art. 41-A da Lei nº 9.504/1997 pode ser ajuizada até a data da diplomação; “

▪ Ac.-TSE, de 17.4.2008, no RO nº 1530: “possibilidade de propositura de ação de investigação judicial eleitoral


antes de iniciado o período eleitoral; “

▪ Ac.-TSE, de 8.8.2006, no Ag nº 6821: “possibilidade de propositura de ação de investigação judicial eleitoral


fundada em abuso do poder político após a data do pleito, não incidindo, na espécie, o entendimento
consubstanciado em questão de ordem no REspe nº 25935/2006. “

o 3.5- Termo inicial para o ajuizamento da AIJE:


▪ Registro da candidatura

▪ Ac.-TSE, de 17.9.2015, no AgR-RO nº 10787: “o termo inicial para ajuizamento da AIJE é o registro de candidatura,
admitindo-se o exame de fatos ocorridos antes desse período.”

o 3.6- Momento do Abuso:


▪ Ac.-TSE, de 16.12.2014, no REspe nº 68254: “o abuso do poder político pode ocorrer mesmo antes do registro de
candidatura, competindo à Justiça Eleitoral verificar a conotação eleitoral da conduta.”

o 3.7- Legitimidade ativa: concorrente e disjuntiva:


▪ MP;
▪ Partido político e coligação;
▪ Candidato.

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o 3.8- Legitimidade passiva:
▪ Candidatos beneficiados pelo abuso do poder econômico ou político, ou pela utilização indevida dos meios de
comunicação e de transportes;
▪ Qualquer pessoa, candidato ou não, que beneficie ilicitamente algum candidato, ou mesmo aspirante a candidato,
pela prática dos atos vedados em lei, de modo a desequilibrar a disputa eleitoral
▪ Ac.-TSE, de 7.2.2017, no RO nº 138069: inexistência de impedimento para o julgamento da AIJE pelo fato de os
representados não terem sido eleitos.

o 3.9- Litisconsórcio:
▪ Necessário entre os candidatos e o agente público que beneficiou.
▪ Necessário entre o Cabeça de Chapa e o Vice, porque a decisão atingirá ambos.
▪ Inexistência de litisconsórcio necessário entre o candidato e o Partido Político.
▪ Súmula 38 TSE: “Nas ações que visem à cassação de registro, diploma ou mandato, há litisconsórcio passivo
necessário entre o titular e o respectivo vice da chapa majoritária.”
▪ Súmula 39, TSE: Não há formação de litisconsórcio necessário em processos de registro de candidatura.
▪ Súmula 40, TSE: O partido político não é litisconsorte passivo necessário em ações que visem à cassação de
diploma.

o 3.10- Se houver indeferimento da investigação ou retardamento, caberá uma espécie de reclamação, recurso ou
agravo, segundo Cândido, nos termos do art. 22, incisos II e III, da Lei 64/90.

o 3.11- É possível revelia?


▪ Há quem entenda que sim, por conta da natureza de ação.
▪ CONTUDO, sem a presunção da veracidade dos fatos alegados, pois demandará instrução.
▪ Ac.-TSE, de 9.9.2014, no AgR-REspe nº 80025 e, de 6.12.2005, no AAG nº 6241: impossibilidade de julgamento
antecipado da lide na representação por abuso de poder ou captação ilícita de sufrágio, na hipótese de necessária
dilação probatória, com oitiva de testemunhas.

o 3.12- PROCEDIMENTO:
▪ Inicial em duas vias, com documentos, testemunhas e indicações de onde obter as provas;
▪ Juiz despacha a inicial, ordenando:
i) Notificação do representado, com cópia da inicial e dos documentos, para defesa em 5 dias, apresentando rol de
testemunhas e documentos;
ii) Liminar (antecipação da tutela);
iii) Indeferirá quando não for o caso ou faltar algum requisito;

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▪ Se houver requerimento, o juiz poderá limitar o acesso aos autos apenas às partes, a seus representantes e ao
Ministério Público.
▪ SE indeferir ou retardar, aplica-se o recurso inominado, ou agravo, com prazo de 3 dias, para o Tribunal superior,
que decidirá em 24 horas;
▪ Prosseguindo, junta-se cópia da notificação efetuada;
▪ Findo o prazo da notificação, com ou sem defesa, abre-se prazo para instrução, em 5 dias, ouvindo-se, em uma
só assentada, até 6 testemunhas para cada parte, que comparecerão independentemente de intimação;
▪ Versando a representação sobre mais de um fato determinado, o Juiz poderá, mediante pedido justificado da
parte, admitir a oitiva de testemunhas acima do limite de 6, desde que não ultrapassado o número de 6 (seis)
testemunhas para cada fato. Art. 27, § 3º, da Resolução n. 23.547/2017, TSE.
▪ Nos 3 dias seguintes, Juiz procede todas as diligências, de ofício ou a requerimento das partes, podendo ouvir
terceiros (testemunhas referidas);
▪ Juiz pode mandar apresentar documento por terceiros, sob pena de desobediência e “prisão”;
▪ Ac.-TSE, de 18.9.2014, no AgR-AI nº 2272: a adoção de providências legais pelo magistrado não caracteriza
suspeição.
▪ Encerrada a instrução, as partes apresentarão alegações, no prazo comum, em 2 dias, inclusive para o MP;
▪ Nas ações em que não for parte o Ministério Público, apresentadas as alegações finais, ou decorrido o prazo sem
o seu oferecimento, os autos lhe serão remetidos para, querendo, se manifestar no prazo de 2 (dois) dias (art. 30,
par. Único, da Resolução 23.547).
▪ Terminado o prazo de alegações, conclusos irão os autos para o Juiz, no dia imediato, que julgará, em três dias
(art. 22, incisos XI e XII da Lei n. 64/1990 e art. 31, da Resolução n. 23.462/2015).
- Art. 31 da Resolução 23.547/2017: Findo o prazo para alegações finais ou para manifestação do Ministério Público,
os autos serão conclusos ao relator, no dia imediato, para elaboração de relatório conclusivo, no prazo de 3 (três)
dias (Lei Complementar nº 64/1990, art. 22, incisos XI e XII).
- Findo o prazo para alegações finais ou para manifestação do Ministério Público, os autos serão conclusos ao
relator, no dia imediato, para elaboração de relatório conclusivo, no prazo de 3 (três) dias (Lei Complementar nº
64/1990, art. 22, incisos XI e XII).
- Art. 32. da Resolução 23.547/2017: Apresentado o relatório, os autos da representação serão remetidos à
unidade competente, com pedido de inclusão incontinenti em pauta, que será publicada no Diário da Justiça
Eletrônico, para julgamento na primeira sessão subsequente (Lei Complementar nº 64/1990, art. 22, inciso XII).
Parágrafo único. Entre a data de publicação da pauta e a da sessão de julgamento decorrerá, pelo menos, o prazo
de 1 (um) dia.

▪ Quando for recursal a competência do Tribunal:


Art. 22, da Lei Comp. 64/1990:

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XI – terminado o prazo para alegações, os autos serão conclusos ao corregedor, no dia imediato, para apresentação
de relatório conclusivo sobre o que houver sido apurado;
XII – o relatório do corregedor, que será assentado em 3 (três) dias, e os autos da representação serão
encaminhados ao Tribunal competente, no dia imediato, com pedido de inclusão incontinenti do feito em pauta,
para julgamento na primeira sessão subseqüente;
XIII – no Tribunal, o procurador-geral ou regional eleitoral terá vista dos autos por 48 (quarenta e oito) horas, para
se pronunciar sobre as imputações e conclusões do relatório;

▪ Da sentença de procedência, caberá recurso, em três dias, para o Tribunal superior, sendo inominado tal recurso,
conforme os artigos 258, 265 e 267, CE.
▪ Da decisão do TRE, em recurso, caberá recurso ordinário ou especial para o TSE, do qual não caberá recurso, salvo
se afrontar a CF, caso em que caberá o RecExtraordinário para o STF.
▪ Recurso da decisão é no prazo de 3 dias (arts. 33, da Resolução n. 23.463/2015 e 34, da Resolução n. 23.547/2017.
Art. 258, do Código Eleitoral. A Lei não estabelece prazo. Prazo geral eleitoral recursal de 3 dias.

o 3.13- CONSEQUÊNCIAS DA PROCEDÊNCIA:


▪ Contra quem não se candidatou: inelegibilidade por oito anos a contar da data dos fatos;
▪ Contra quem pediu o registro: inelegibilidade por oito anos e prejudicialidade do registro, que não poderá ser
deferido;
▪ Contra quem teve o registro deferido: inelegibilidade por oito anos e cassação do registro deferido;
▪ Contra quem foi diplomado: inelegibilidade por oito anos e cassação do diploma.
▪ Cassado o diploma, não poderá exercer o mandato.

o 3.14- AS CONSEQUÊNCIAS VARIARÃO CONFORME O MOMENTO DA PROLAÇÃO DA SENTENÇA:


▪ Se a sentença for prolatada antes da eleição: decretação da inelegibilidade nessa eleição e por oito anos, além
do cancelamento do registro de candidato, com impossibilidade do representado/investigado concorrer ao pleito.
▪ Se a sentença for prolatada após a eleição e antes da diplomação: decretação da inelegibilidade nessa eleição e
por oito anos, além do cancelamento do registro de candidato, com impossibilidade do candidato eleito ser
diplomado.
▪ Se a sentença for prolatada após a diplomação: decretação de inelegibilidade nessa eleição e por mais oito anos,
com cassação do diploma, além do envio dos autos ao Ministério Público para ação disciplinar e ação penal, se for
o caso. Antes da Lei Ficha Limpa, enviava-se os autos para a propositura de recurso contra a diplomação ou de ação
de impugnação de mandato eletivo, com finalidade de mandar cessar a eficácia do diploma ex nunc. Agora, a
própria lei já dá por efeito a cassação do diploma e, portanto, poderá tornar inócua tal medida.

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o 3.15- IMPORTANTE:
▪ Se o julgamento da investigação judicial eleitoral não ocorrer até a diplomação, é preciso verificar que se ocorrer
até o terceiro dia da diplomação ensejará recurso contra a diplomação, enquanto se ocorrer até o décimo quinta
dia da diplomação ensejará a ação de impugnação de mandato eletivo, pois a IJE não se presta à cassação do
mandato. Nada impede conexão entre IJE e AIME.
▪ Com a Lei Ficha Limpa, talvez não seja necessária qualquer outra medida
▪ O então procurador-geral eleitoral, Rodrigo Janot, entrou com Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 5507)
no Supremo Tribunal Federal (STF) contra trecho do art. 2º da Lei 13.165/2015, conhecida como Minirreforma
Eleitoral. O dispositivo estabelece a reunião das ações eleitorais que, propostas por partes diversas, versem sobre
o mesmo fato. Segundo Janot, a exigência fere a garantia do juiz natural, da ampla defesa e ao direito de
produção de provas, além de invadir competência de Lei Complementar. Na mesma ação, o PGR pede que seja
concedida liminar, pela urgência e relevância do tema.
A Minirreforma Eleitoral acrescentou o artigo 96-B à Lei 9.504/1997 (Lei das Eleições), estabelecendo que todas
as ações eleitorais sobre o mesmo fato deverão ser reunidas para julgamento comum e distribuídas ao juiz ou
relator que estiver com a primeira delas, juntando todas em apenas uma.
Não foi concedida liminar, nem decidida a ação, por enquanto.

o 3.16- Princípio da potencialidade lesiva: só se julga procedente processo por abuso de poder, se tal abuso tiver
nexo de causalidade com o resultado das eleições e se houver prova de potencial desequilíbrio entre as forças
eleitorais pelo ato abusivo. Só procede, se o fato tiver influência sobre o resultado das eleições.
▪ Por expressa disposição da Lei, mudança da Lei Ficha Limpa, o inciso XVI acrescentado dispõe que: para a
configuração do ato abusivo, não será considerada a potencialidade de o fato alterar o resultado da eleição, mas
apenas a gravidade das circunstâncias que o caracterizam.

4- Ação de Impugnação de Mandato Eletivo.


o obs. Art. 14, § 10, da CF: o mandato eletivo poderá ser impugnado ante à Justiça Eleitoral no prazo de 15 dias
contados da diplomação, instruída a ação com provas de:
▪ Abuso do poder econômico,
▪ Corrupção;
▪ Fraude.

o 4.1- Hipóteses autorizadoras do recurso contra a expedição do diploma equivalentes às da AIME:


▪ art. 222, CE, que manda anular a votação quando viciada de:
a) falsidade,
b) fraude,
c) coação,

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d) interferência do poder econômico,
e) desvio ou abuso de poder (art. 237, CE),
f) emprego de processo de propaganda,
g) captação de sufrágio vedado por lei,
- art. 41 – A, da Lei n. 9504/1997.” A propaganda exercida nos termos da legislação eleitoral não poderá ser objeto
de multa nem cerceada sob alegação do exercício do poder de polícia ou de violação de postura municipal, casos
em que se deve proceder na forma prevista no art. 40. “

▪ Hipóteses (arts. 19 e 22, da Lei Comp. 64/1990):


i) Transgressões pertinentes à origem de valores pecuniários;
ii) Uso indevido, desvio ou abuso do poder econômico, em detrimento da liberdade do voto;
iii) Uso indevido, desvio ou abuso do poder político, em detrimento da liberdade do voto;
iv) Uso indevido, desvio ou abuso do poder de autoridade, em detrimento da liberdade do voto;
v) Utilização indevida de veículos ou meios de comunicação social, em benefício de candidato ou partido político.

o 4.2- Não há relação de prejudicialidade entre esta ação e a investigação judicial eleitoral, podendo-se propor
esta ação, sem a IJE. Se as duas forem propostas, poderão ser reunidas, mas já se entendeu inexistir conexão ou
litispendência.
▪ Preferível seria aguardar o fim da IJE, pois as provas poderão ser emprestadas.
▪ Entretanto, deve-se ficar atento ao prazo. Alguns entendem que o prazo ficaria suspenso, mas é decadencial e a
Justiça e já se entendeu que não suspende.

o 4.3- Prazo
▪ Ac.-TSE, de 4.10.2016, no REspe nº 253: o prazo para propositura de AIME submete-se à regra do art. 184, § 1º,
do CPC/1973 (art. 224 do CPC/2015), prorrogando-se para o primeiro dia útil seguinte se o termo final cair em
feriado ou dia em que não haja expediente normal no Tribunal.
▪ Suspensão do Prazo: Ac.-TSE, de 26.6.2008, no REspe nº 26276: "Estando a diplomação suspensa de fato e de
direito, por determinação judicial, suspende-se a fluência do prazo para o ajuizamento da AIME até que sejam
restabelecidos os efeitos daquela".

o 4.4- Não há Prejudicialidade entre as esferas penais e civis


▪ “[...] Recurso especial. Ação penal. Absolvição em ação de investigação judicial. Independência de instâncias.
Provas produzidas sob o crivo do contraditório judicial. Corpo probatório apto a formar a convicção da corte
regional. Desprovimento. 1. A improcedência da ação eleitoral não obsta a propositura da ação penal pelos mesmos
fatos, já que a instância criminal é independente da cível-eleitoral [...] 3. In casu, respeitada a independência de
instâncias, verifica-se que as provas produzidas em observância ao contraditório judicial são aptas a afastar o juízo

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de presunção e formar a convicção da Corte Regional [...]” (Ac. de 25.3.2014 no AgR-AI nº 268448, rel. Min. Luciana
Lóssio; no mesmo sentido o Ac de 26.8.2010 no HC nº 31828, Rel. Min. Cármen Lúcia.)

o 4.5- Fraude
▪ Conceito de fraude:
- Ac.-TSE, de 4.8.2015, no REspe nº 149: é aberto e pode englobar todas as situações em que a normalidade das
eleições e a legitimidade do mandato eletivo são afetadas por ações fraudulentas, inclusive nos casos de fraude
à lei;
- Ac.-TSE, de 12.5.2011, no REspe nº 36643: a fraude objeto de AIME diz respeito a ardil, manobra ou ato praticado
de má-fé por candidato, de modo a lesar ou ludibriar o eleitorado, viciando potencialmente a eleição;
- Ac.-TSE, de 18.10.2005, no ARO nº 888: "é aquele relativo à votação, tendente a comprometer a legitimidade
do pleito";
- Ac.-TSE, de 15.6.2004, no Ag nº 4661: não se restringe àquela sucedida no exato momento da votação ou da
apuração dos votos, podendo-se configurar, também, por qualquer artifício ou ardil que induza o eleitor a erro,
com possibilidade de influenciar sua vontade no momento do voto, favorecendo candidato ou prejudicando seu
adversário;
- Ac.-TSE, de 9.10.2001, no Ag nº 3009: "é aquela que tem reflexos na votação ou na apuração de votos".

o 4.6- Hipóteses de cabimento da AIME:


▪ Ac.-TSE, de 31.5.2016, no REspe nº 73646 e, de 10.3.2015, no REspe nº 138 (abuso do poder econômico
entrelaçado com abuso do poder político);
▪ Ac.-TSE, de 13.4.2010, no AgR-REspe nº 35725 e, de 22.4.2008, no REspe nº 28040 (abuso do poder político que
consista em "conduta configuradora de abuso de poder econômico ou corrupção", esta considerada no sentido
coloquial);
▪ Ac.-TSE, de 6.9.2005, no RO nº 893 (boca de urna e captação ilícita de sufrágio);
▪ Ac.-TSE, de 13.3.2007, no REspe nº 27697 e, de 17.6.2003, no AgRgMC nº 1276 (captação ilícita de sufrágio).

o 4.7- Descabimento da ação:


▪ Ac.-TSE, de 13.12.2011, no AgR-REspe nº 160421 (para argüir questões relativas a inelegibilidade);
▪ Ac.-TSE, de 12.5.2011, no REspe nº 36643 (inelegibilidade de prefeito itinerante);
▪ Ac.-TSE, de 8.2.2011, no AgR-AI nº 12221: nulidade na constituição de comissão provisória de diretório municipal;
▪ Ac.-TSE, de 12.2.2009, no REspe nº 28420 e, de 9.8.2007, no Ag nº 6522 (condutas vedadas a agentes públicos);
▪ Ac.-TSE, de 23.4.2009, no REspe nº 35378 (duplicidade de filiação partidária);
▪ Ac.-TSE, de 7.4.2009, no REspe nº 28226 e, de 31.10.2006, no AgRgAg nº 6869 (utilização indevida dos meios de
comunicação social);
▪ Ac.-TSE, de 25.3.2008, no REspe nº 28208 (abuso do poder político ou de autoridade stricto sensu);

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▪ Ac.-TSE, de 24.5.2005, no AgRgREspe nº 24806 (condição de elegibilidade);
▪ Ac.-TSE, de 19.8.2003, no REspe nº 21291 (pesquisa eleitoral);
▪ Ac.-TSE, de 5.10.1999, no REspe nº 16085 (corrupção administrativa).

o 4.7- No início, como a maioria da doutrina a considerava ação constitucional popular, entendia que a legitimidade
ativa incluía o eleitor.
▪ Atualmente, a minoria da doutrina ganhou, pois o TSE, editou Resolução n. 21.634/04, mandando aplicar o rito e
a legitimidade da Lei n. 64/1990, no artigo 3., que cuida da impugnação do registro de candidatura. O TSE já
entendia assim, antes.

o 4.8- O rito da ação é o da impugnação ao registro da candidatura, da Lei Comp. 64/1990, mas até a sentença.
▪ Recurso, aplica-se o art. 258, do Código Eleitoral – prazo de três dias.
▪ Rito: Res.-TSE nº 21634/2004 e Ac.-TSE, de 14.2.2006, no REspe nº 25443: o rito ordinário previsto na LC nº
64/1990 para registro de candidatura é aplicado até a sentença, observando-se subsidiariamente o CPC.

o 4.9- Legitimidade ativa:


▪ Assim, detém, atualmente, legitimidade apenas os partidos políticos, coligações, candidatos inscritos para o pleito
e Ministério Público.
▪ Legitimidade ativa: Ac.-TSE nºs 11835/1994, 1863/1999 e 21218/2003 (pessoas elencadas no art. 22 da LC nº
64/1990).
▪ Ilegitimidade ativa: Ac.-TSE nº 498/2001 (eleitor).

o 4.10- Legitimidade passiva:


▪ Aquele que foi diplomado, seja vencedor do pleito, seja suplente, sendo indiferente a posse, pois é o diploma que
torna a pessoa apta ao exercício do mandato.
▪ "[...] 4. AIME. Abuso de poder. Beneficiário. Legitimidade passiva. O abuso de poder pode ser apurado tanto em
relação ao beneficiário como em relação ao autor, porquanto o que se busca preservar é a lisura do pleito. [...]"
(Ac. de 4.9.2008 no AgRgAg nº 7.191, rel. Min. Joaquim Barbosa.)

o 4.11- Litisconsórcio
▪ Há divergência sobre necessidade do partido político do impugnado estar no pólo passivo, considerando alguns
que há litisconsórcio necessário passivo, enquanto outros entende incidente a figura da assistência, pois o partido
não seria o titular do mandato. Há quem entenda, entretanto, que o partido pode apresentar-se, mas não é
obrigado incluí-lo.
▪ Súmula-TSE nº 38: Nas ações que visem à cassação de registro, diploma ou mandato, há litisconsórcio passivo
necessário entre o titular e o respectivo vice da chapa majoritária.

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▪ Mesma divergência havia quanto aos vices e suplentes, nas eleições majoritárias (Executivo e Senadores): há
quem entenda que devam ser incluídos, pois se o mandato do titular foi obtido por ilicitude, também o foi o do
substituto legal, pois é caso de chapa. STF já entendeu assim e TSE já entendeu diferente, pois é preciso prova pré-
constituída que participaram da ilicitude. Hoje, entende-se que há litisconsórcio necessário unitário.

o 4.12- Parte da doutrina considera que não pode haver antecipação da tutela, continuando a exercer o mandato
enquanto não for decidida a AIME, pois não haveria reparo suficiente se a ação for julgada improcedente, com o
afastamento do candidato eleito (Távora Niess, por exemplo).
▪ Entretanto, desde que resguardados o contraditório e a ampla defesa, ouvindo-se previamente o impugnado,
tem-se entendido possível a tutela antecipada ou tutela de urgência e mesmo tutela de evidência (mais difícil na
situação concreta).

▪ “[...]. Ação cautelar. Liminar deferida. Concessão. Tutela antecipada. Ação de impugnação de mandato eletivo.
Garantia da ampla defesa e do contraditório. [...]. 1. A concessão de tutela antecipada em sede de AIME, antes da
apresentação de defesa, impossibilitando a posse do impugnado no cargo, não se coaduna com as garantias do
devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório. 2. O exame do fumus boni juris, consubstanciado na
plausibilidade do direito alegado, compreende um juízo superficial de valor, o que não se confunde com o
julgamento do recurso interposto. [...].” (Ac. de 20.5.2010 no AgR-AC nº 72534, rel. Min. Marcelo Ribeiro

▪ Rui e Leandro de Oliveira Stocco, em Legislação Eleitoral Interpretada, lembram que desde a Resolução n.
21.634/2004, que tratou do rito da ação, no seu artigo 90 vedou a aplicação do art. 216, do Código Eleitoral,
expressamente.
- Art. 216. Enquanto o Tribunal Superior não decidir o recurso interposto contra a expedição do diploma, poderá
o diplomado exercer o mandato em toda a sua plenitude.

▪ ENTÃO: Possíveis as tutelas cautelares e provisórias, em tese.


- Ac.-TSE, de 4.3.2008, no REspe nº 28391; de 28.6.2006, no AgRgMC nº 1833; e, de 19.2.2004, na MC nº 1320:
inaplicabilidade deste dispositivo à ação de impugnação de mandato eletivo.
- Ac.-TSE, de 18.6.2009, na AC nº 3237: "O recurso contra expedição de diploma não assegura o direito ao
exercício do mandato eletivo até seu julgamento final (art. 216 do CE) se a inviabilidade da candidatura estiver
confirmada em outro processo".

o 4.13- Compete à Justiça Eleitoral conhecer desta ação, o que constitui exceção à regra que com a diplomação
cessa a competência da Justiça Eleitoral.
▪ “[...] Na Aime a Justiça Eleitoral analisará se os fatos apontados configuram abuso de poder, corrupção ou fraude
e se possuem potencialidade para influir no resultado das eleições. A circunstância de os fatos, em tese,

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configurarem improbidade administrativa não afasta a competência da Justiça Eleitoral. [...]” NE: “[...] O ilícito
eleitoral não exclui o ato de improbidade (art. 73, § 7o, da Lei no 9.504/97) [...]”. (Ac. no 728, de 6.11.2003, rel. Min.
Luiz Carlos Madeira.)

o 4.14- Aplica-se a potencialidade, ou seja, só procede a ação, se se provar o nexo de causalidade entre o ato e a
eleição da pessoa.
▪ Com a mudança operada pela Lei Ficha limpa, acho questionável tal interpretação. Art. 22, inciso XVI, da Lei Comp.
64/1990.
▪ MAS:
- Ac.-TSE, de 29.4.2014, no AgR-REspe nº 43040 e, de 28.10.2010, no AgR-REspe nº 39974: necessidade de
verificar a potencialidade lesiva do ato ilícito, no caso de apuração da captação ilícita de sufrágio, em sede de
AIME.

- “Eleições de 2006. Recurso Ordinário (Código Eleitoral, art. 267, II, a). Ação de Impugnação de Mandato Eletivo.
Confecção e distribuição de camisetas. Abuso do poder econômico. Potencialidade lesiva. Influência. Pleito.
Conjunto probatório. Insuficiência. Inelegibilidade (Lei Complementar nº 64/90, art. 1º, I, g). Rejeição de contas.
Decisão. TCU. Inexistência. Vida pregressa. Incompatibilidade. Exercício. Cargo público. Inaplicabilidade.
Desprovimento. 1. Acaso existisse decisão do Tribunal de Contas da União rejeitando as contas de agente público
¿ o que não se verifica na hipótese - a matéria, por configurar causa de inelegibilidade infraconstitucional, deveria
ter sido arguida em sede de impugnação de registro de candidatura, sob pena de preclusão, e não em via de ação
de impugnação de mandato eletivo. 2. O mesmo sucede em relação à vida pregressa do candidato, cuja hipótese
de inelegibilidade não foi ainda definida por lei complementar, de que depende a aplicação do art. 14, § 9°, da
Constituição. 3. O abuso do poder econômico exige, para a procedência da ação, demonstração inequívoca da
existência de potencialidade lesiva da conduta, apta a influir no resultado do pleito. 4. In casu, não foi
especificado na inicial quantas camisetas supostamente seriam destinadas à campanha do recorrido. Além da
inexistência de provas quanto à destinação eleitoral do material, há nos autos apenas a notícia da apreensão de
um determinado quantitativo, mas, evidentemente, sem qualquer potencialidade de influir negativamente na
lisura do pleito eleitoral, pois sequer chegou a ser distribuído. 5. Recurso desprovido.” (TSE, Recurso Ordinário
n.º 503.304, de 27.4.2010, Rel. Min. Marcelo Henriques Ribeiro de Oliveira)

- "[...] Abuso de poder econômico entrelaçado com abuso de poder político. AIME. Possibilidade. Corrupção.
Potencialidade. Comprovação. [...] 3. O abuso de poder econômico entrelaçado com o abuso de poder político
pode ser objeto de Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (AIME), porquanto abusa do poder econômico o
candidato que despende recursos patrimoniais, públicos ou privados, dos quais detém o controle ou a gestão em
contexto revelador de desbordamento ou excesso no emprego desses recursos em seu favorecimento eleitoral.
Precedentes: REspe nº 28.581/MG, de minha relatoria, DJe de 23.9.2008; REspe nº 28.040/BA, Rel. Min. Ayres

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Britto, DJ de 1º.7.2008. 4. No caso, os agravantes utilizaram-se do trabalho de servidores públicos municipais e
de cabos eleitorais, que visitaram residências de famílias carentes, cadastrando-as e prometendo-lhes a doação
de quarenta reais mensais, caso os agravantes sagrassem-se vencedores no pleito de 2008. 5. A reiteração do
compromisso de doação de dinheiro, feita individualmente a diversos eleitores, não significa que a promessa seja
genérica. Pelo contrário, torna a conduta ainda mais grave, na medida em que não implica apenas desrespeito à
vontade do eleitor (captação ilícita de sufrágio), mas também tende a afetar a normalidade e a legitimidade das
eleições (abuso de poder econômico). [...]" (Ac. de 18.3.2010 no AgR-AI nº 11.708, rel. Min. Felix Fischer.)

- "[...] AIME. Propaganda eleitoral irregular. Demonstração de potencialidade para influir no resultado do pleito.
A propaganda eleitoral irregular pode ser objeto de representação prevista no art. 96 da Lei nº 9.504/97, mas
também pode constituir abuso de poder, desde que o excesso praticado possa influir no resultado do pleito. [...]"
(Ac. de 4.9.2008 no AgRgAg nº 7.191, rel. Min. Joaquim Barbosa.)

- O nexo de causalidade quanto à influência das condutas no pleito eleitoral é tão somente indiciário, sendo
desnecessário demonstrar, de plano, que os atos praticados foram determinantes do resultado da competição;
basta ressair, dos autos, a probabilidade de que os fatos se revestiram de desproporcionalidade de meios. (Ac. nº
1.362/PR, rel. designado Min. Carlos Ayres Brito, DJe de 6.4.2009). Recurso Ordinário nº 1.460, Acórdão de
22/09/2009, Relator(a) Min. MARCELO HENRIQUES RIBEIRO DE OLIVEIRA, Publicação: DJE - Diário da Justiça
Eletrônico, Volume -, Tomo 196/2009, Data 15/10/2009, Página 62-63.

o 4.15- A procedência da ação, com trânsito em julgado, acarretará a perda do mandato, que deverá ser
comunicado ao Legislativo.
▪ O Legislativo que declarará o cargo vago e dará posse ao substituto
▪ Ac.-TSE, de 21.6.2011, no REspe nº 778438: o retorno aos cargos do Executivo, devido à nulidade de sentença que
tenha cassado os mandatos dos seus titulares, prepondera sobre a conveniência de se evitar o revezamento na
ocupação dos mesmos cargos.
▪ Ac.-TSE, de 2.9.2008, no Ag nº 8055 e, de 18.12.2007, no MS nº 3649: incidência do art. 224 do CE/1965 em ação
de impugnação de mandato eletivo.
- Art. 224. Se a nulidade atingir mais de metade dos votos do país nas eleições presidenciais, do Estado nas
eleições federais e estaduais ou do município nas eleições municipais, julgar-se-ão prejudicadas as demais
votações e o Tribunal marcará dia para nova eleição dentro do prazo de 20 (vinte) a 40 (quarenta) dias.

o 4.16- Corre em segredo de justiça, conforme o art. 14, par. 11, da CF, mas a decisão (procedência), conforme
assentou o TSE, é pública.
▪ Observe que a ação trata de questões relativas à honra e fatores que, caso falsos, podem gerar prejuízos

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▪ Ac.-TSE nº 31/1998 e Res.-TSE nº 21283/2002: deve ser processada em segredo de justiça, mas seu julgamento é
público.

▪ “Consulta. Ministério Público Eleitoral. Ação de impugnação de mandato eletivo. Segredo de justiça. Art. 14, §11
e art. 93, IX da Constituição da República. 1. O trâmite da ação de impugnação de mandato eletivo deve ser realizado
em segredo de justiça, mas o seu julgamento deve ser público [...] 2. A nova redação do art. 93, IX, da CR/88, dada
pela EC 45/04, não determina que todos os processos tramitem publicamente, mas apenas que os julgamentos
sejam públicos. Embora a regra seja a publicidade dos processos judiciais, é possível que exceções sejam previstas,
mormente no próprio texto constitucional. Permanece em vigor o disposto no art. 14, § 11, da CR/88 que impõe o
segredo de justiça ao trâmite da ação de impugnação de mandato. 3. Consulta conhecida e respondida
positivamente, pela permanência da obrigatoriedade da decretação de segredo de justiça no processamento das
ações de impugnação de mandato eletivo.” (Res. nº. 23.210, de 11.2.2010, rel. Min. Felix Fischer.)

▪ Ac.-TSE, de 24.3.2011, no AgR-REspe nº 872384929: "a mera divulgação da propositura de AIME e de sua peça
inicial em sítios de notícias, por si só, não acarreta nulidade processual e nem ofensa a este dispositivo, se não
houver demonstração de prejuízo".

o 4.17- Desistência da Ação


▪ “Impugnação de mandato eletivo. Abuso de poder econômico e político. Veiculação de propaganda eleitoral
transmitida para todo estado. Comprovação. Procedência. [...] 3. Conjunto probatório examinado pelo Tribunal a
quo que configura a prática das irregularidades apontadas. [...]” NE: Não homologado o pedido de desistência ao
fundamento de que “a ação de impugnação de mandato eletivo destina-se à tutela do interesse público, uma vez
que tem a missão constitucional de impedir que atos de abuso do poder, corrupção ou fraude contaminem a
eleição, tornando ilegítimos os mandatos assim obtidos. [...] trata-se de matéria sobre a qual não se admite
desistência ou composição das partes”. (Ac. no 104, de 24.8.2000, rel. Min. Eduardo Alckmin, red. designado Min.
Maurício Corrêa.)

▪ “O Ministério Público, por incumbir-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais
e individuais indisponíveis (art. 127, CF), é parte legítima para, em face da desistência da ação de impugnação de
mandato eletivo pelo autor, assumir a sua titularidade e requerer o prosseguimento do feito” (TSE – RO 4/DF – Ac.
4 – Rel. Min. Maurício Corrêa – j. 17.03.98).

o 4.18- Litigância de má-fé


▪ Art. 14, § 11, última parte, da CF.
▪ “Ação de impugnação de mandato eletivo. Improcedência. Litigância temerária e de má-fé reconhecida pelo
acórdão. Circunstância em que se legitima a condenação do autor em perdas e danos, na forma prevista no art. 14,

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§ 11, da Constituição, c.c. art. 16 do CPC, apurado o valor da indenização por meio de arbitramento, na forma
prevista no art. 18, § 2o, do referido diploma legal. Recurso conhecido e provido.” (Ac. no 12.708, de 14.8.96, rel.
Min. Ilmar Galvão.)

▪ “Ação de impugnação de mandato. [...] Inicial instruída com elementos indiciantes suficientes para afastar, em
princípio, tenha havido, por parte do autor, temeridade ou má-fé, não se justificando a extinção do processo, sem
ensejar produção de outras provas.” (Ac. no 85, de 17.12.98, rel. Min. Eduardo Ribeiro.)

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DISCIPLINAS COMPLEMENTARES
André Cunha
Direito Eleitoral
Aula 5

ROTEIRO DE AULA

• CONTENCIOSO ELEITORAL II

➢ Representações e Reclamações em sentido estrito


o Representações: ataca ato de partido político, coligação, candidato ou terceiros, em infração à legislação eleitoral.
▪ Pedido de providências ou sancionamento
▪ Para correção da ilegalidade e o sancionamento da conduta ou sua cessação
▪ Geralmente voltadas para questões de propaganda eleitoral, pesquisas eleitorais e debates.

o Reclamação: ataca ato de servidor da Justiça Eleitoral.


▪ Administrativamente

o Art. 96, da Lei n. 9.504/1997 e Resolução n. 23.547.


o Não seguem o art. 96, da Lei 9.504/1997 as previsões abaixo.
o Art. 23 da Resolução 23.547:
▪ As representações que visarem à apuração das hipóteses previstas nos arts. 23 (doação pessoas físicas),
▪ 30-A (captação ilícita de recursos),
▪ 41-A (captação ilícita de sufrágio),
▪ 45, inciso VI (divulgação de programa com nome de candidato),
▪ 73, 74, 75 e 77 (condutas vedadas) da Lei nº 9.504/1997 observarão o rito estabelecido pelo art. 22 da Lei
Complementar nº 64/1990

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o As representações poderão ser ajuizadas até a data da diplomação,
▪ Exceto as do art. 30-A e 23 da Lei nº 9.504/1997, que poderão ser propostas, respectivamente, no prazo de 15
(quinze) dias da diplomação e até 31 de dezembro do ano posterior à eleição.
▪ “Art. 23. Pessoas físicas poderão fazer doações em dinheiro ou estimáveis em dinheiro para campanhas eleitorais,
obedecido o disposto nesta Lei”
▪ “Art. 30-A. Qualquer partido político ou coligação poderá representar à Justiça Eleitoral, no prazo de 15 (quinze)
dias da diplomação, relatando fatos e indicando provas, e pedir a abertura de investigação judicial para apurar
condutas em desacordo com as normas desta Lei, relativas à arrecadação e gastos de recursos. “

o Prazos para propositura de representação sob o rito do art. 22 da LC nº 64/1990, contidos em dispositivos
específicos desta lei:
▪ 15 dias da diplomação, no caso do art. 30-A (caput);
▪ Até a data da diplomação, no caso de captação ilícita de sufrágio (art. 41-A, § 3º) e de conduta vedada a agentes
públicos em campanha (art. 73, § 12);
▪ Ac.-TSE, de 24.3.2011, no Ag nº 8225: até a data das eleições, no caso de divulgação de pesquisa eleitoral sem o
prévio registro, sob pena de perda do interesse de agir.

o Representações: geralmente questões de propaganda eleitoral, pesquisas eleitorais e debates (casos do art. 96
supracitado)
▪ Prazo para propositura de representação, até a data das eleições, no caso de propaganda eleitoral irregular:
- Ac.-TSE, de 19.6.2007, no REspe nº 27993 e, de 1º.3.2007, na Rp nº 1356 (propaganda em outdoor);
- Ac.-TSE, de 10.4.2007, na Rp nº 1247 e, de 30.11.2006, na Rp nº 1346 (propaganda antecipada);
- Ac.-TSE, de 2.10.2007, no REspe nº 28372 e, de 18.9.2007, no REspe nº 28014 (propaganda em bens públicos)
- Ac.-TSE, de 15.5.2007, no AgRgAI nº 6204 e, de 5.9.2006, no AgRgRp nº 1037: prazo de 48 horas para
representação por invasão de horário da propaganda eleitoral de outro candidato e por veiculação de propaganda
irregular no horário normal das emissoras.

o Legitimação ativa:
▪ Candidatos,
▪ partido,
▪ coligação e
▪ MP.

o Legitimação passiva:
▪ Candidato,
▪ partido,

2
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▪ coligação,
▪ terceiro que realizou o ato e servidor da Justiça (reclamação).

o Conhecimento das representações:


▪ Juízes Eleitorais (em mais de uma zona, TRE indicará um para receber representações). Art. 96, § 2º, da Lei n.
9.504/1997.
▪ Em caso de eleições gerais: TRE
- O TRE pode designar três juízes auxiliares para receber representações ao tribunal dirigidas (art. 96, § 3º, da Lei n.
9.504/1997).
- Os recursos contra as decisões dos juízes auxiliares serão julgados pelo Plenário do Tribunal.
- Ac.-TSE, de 12.5.2011, no PA nº 59896: embora não haja óbice à nomeação de juízes federais para atuarem como
juízes auxiliares, o balizamento constitucional e legal sobre os critérios de designação não autoriza o TSE a definir
a classe de origem dos ocupantes dessas funções eleitorais.
- Ac.-TSE, de 29.8.2002, no REspe nº 19890: a competência dos juízes auxiliares na representação com base no art.
36, § 3º, desta lei é absoluta e não se prorroga perante a conexão.
- Ac.-TSE, de 25.3.2010, na Rp nº 20574: as decisões proferidas por juiz auxiliar devem ser atacadas pelo recurso
inominado, no prazo de 24 horas, admitida a sustentação oral, sendo descabida a interposição de agravo regimental
ou de agravo interno.

▪ Juízes eleitorais, nas eleições municipais;


▪ Tribunais Regionais Eleitorais, nas eleições federais, estaduais e distritais;
▪ Tribunal Superior Eleitoral, na eleição presidencial.
- Ac.-TSE, de 10.9.2002, no AgRgRp nº 434: foro especial ao candidato a presidente da República na condição de
autor ou de réu.

▪ Res.-TSE nº 21078/2002 e Ac.-TSE, de 18.11.2004, na Rp nº 678: legitimidade do titular de direito autoral para
representar à Justiça Eleitoral contra violação de seu direito em horário gratuito de propaganda partidária ou
eleitoral;
▪ Ac.-TSE, de 21.10.2002, na Rp nº 586: competência da Justiça Eleitoral para fazer cessar a irregularidade na
propaganda;
▪ Res.-TSE nº 21978/2005: competência da Justiça Comum para examinar dano ao direito autoral
▪ Ac.-TSE, de 21.10.2002, na Rp nº 586: competência da Justiça Eleitoral para vedar, no horário destinado à
propaganda eleitoral gratuita, a reprodução de imagens fruto de criação intelectual de terceiros; v., contudo, Res.-
TSE nº 21978/2005:
▪ Competência do juiz eleitoral para fazer cessar irregularidades na propaganda eleitoral; competência da Justiça
Comum para examinar dano ao direito autoral.

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o Legitimidade do Ministério Público para propor representação por excesso de doação:
▪ Ac.-TSE, de 21.2.2017, no AgR-REspe nº 2621;
▪ por propaganda eleitoral irregular: Ac.-TSE, de 14.10.2014, na R-Rp nº 144474;
▪ para impugnar pesquisa eleitoral: Ac.-TSE, de 17.6.2004, no Ag nº 4654.

o Ac.-TSE, de 13.10.2011, no AgR-REspe nº 3776232: legitimidade ativa da coligação, mesmo após a realização das
eleições.
o Ac.-TSE, de 25.11.2008, nos ED-RO nº 1537: legitimidade do candidato para ajuizar ações eleitorais desde que
pertença à circunscrição do réu, tenha sido registrado para o pleito e os fatos motivadores da pretensão se
relacionem à mesma eleição, sendo desnecessária a repercussão direta na sua esfera política;
o Ac.-TSE, de 6.3.2007, no AgRgREspe nº 25770: legitimidade de coligação que participa de eleição majoritária para
propor representação fundada nesta lei, ainda que a representação se refira a pleito proporcional.
o As reclamações e representações devem relatar fatos, indicando provas, indícios e circunstâncias.
▪ Ac.-TSE, de 23.9.2002, na Rp nº 490: o verbo indicar refere-se àquelas provas que, dada sua natureza, não se
compatibilizam com sua imediata apresentação; autor e réu devem produzir as provas com a petição inicial e a
contestação.
▪ Ac.-TSE, de 1º.12.2015, no AgR-REspe nº 93359: a realização de perícia é incompatível com a ritualística das
representações regidas por esta lei, cuja celeridade não comporta o deferimento da providência requerida.
▪ Ac.-TSE, de 8.5.2008, no REspe nº 27141: "A narração da ocorrência dos fatos reputados como ilegais, incluindo
a respectiva prova material do alegado são suficientes para afastar qualquer declaração de nulidade quanto ao
aspecto formal da respectiva peça vestibular".

o Os pedidos de direito de resposta e as representações por propaganda eleitoral irregular em rádio, televisão e
internet tramitarão preferencialmente em relação aos demais processos em curso na Justiça Eleitoral (Lei nº
9.504/1997, art. 58-A).
o Os prazos relativos às reclamações, às representações e aos pedidos de resposta são contínuos e peremptórios e
não se suspendem aos sábados, domingos e feriados, entre 15 de agosto e 19 de dezembro (Lei Complementar nº
64/1990, art. 16).
o As representações relativas à propaganda irregular serão instruídas com prova da autoria ou do prévio
conhecimento do beneficiário, caso este não seja por ela responsável, observando-se o disposto no art. 40-B da Lei
nº 9.504/1997.
o As representações relativas à propaganda irregular no rádio e na televisão deverão ser instruídas com a
informação de dia e horário em que foi exibida e com a respectiva degravação da propaganda ou trecho impugnado.
o No período compreendido entre 15 de agosto e a data-limite para a diplomação dos eleitos, a citação do
candidato, do partido político ou da coligação será encaminhada, preferencialmente, para um dos meios de

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comunicação eletrônica previamente cadastrados no pedido de registro de candidatura, iniciando-se o prazo na data
de entrega da citação.
▪ No instrumento de citação, deverá constar cópia da petição inicial, acompanhada da transcrição da mídia de áudio
ou vídeo, se houver, e a indicação do acesso ao inteiro teor dos autos digitais no endereço do sítio eletrônico do
Processo Judicial Eletrônico.
▪ Encaminhado o instrumento de citação para o meio de comunicação indicado, considerar-se-á citado o
representado, independentemente de registro eletrônico da ciência.
▪ Na impossibilidade de se realizar a citação por comunicação eletrônica, serão utilizados quaisquer meios previstos
pelo Código de Processo Civil ou determinados pelo Juiz.
▪ As emissoras de rádio e televisão e demais veículos de comunicação, inclusive provedores e servidores de
internet, deverão, independentemente de intimação, indicar expressamente aos tribunais eleitorais os respectivos
endereços, incluindo o eletrônico, ou um número de telefone móvel que disponha de aplicativo de mensagens
instantâneas, pelos quais receberão ofícios, intimações ou citações, e deverão, ainda, indicar o nome de
representante ou de procurador com poderes para representar a empresa e, em seu nome, receber citações
pessoais.

o No período compreendido entre 15 de agosto e a data-limite para a diplomação dos eleitos, a publicação dos atos
judiciais será realizada em mural eletrônico, disponível no sítio do respectivo tribunal, com o registro do horário da
publicação, e os acórdãos serão publicados em sessão de julgamento.
▪ A publicação dos atos judiciais fora do período mencionado, será realizada no Diário da Justiça Eletrônico ou, na
impossibilidade, em outro veículo da imprensa oficial.
▪ No período mencionado, o Ministério Público será intimado das decisões e despachos por meio eletrônico e, dos
acórdãos, em sessão de julgamento, quando nela forem publicados.
▪ Nas publicações realizadas em meio eletrônico, aplica-se o art. 272 do Novo Código de Processo Civil (imprensa
oficial).

➢ Representações e Reclamações em sentido estrito: RITO PROCEDIMENTAL


o Devem ser subscritas por advogado.
o Recebida a representação ou reclamação, o representado será notificado para apresentar defesa em 48 horas (2
dias),
▪ se for direito de resposta, o prazo é de 24 horas (1 dia).

o Se houver pedido de tutela provisória, vai para o Juiz, que os analisará imediatamente, procedendo-se em seguida
à citação do representado, com a intimação da decisão proferida.

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o Com ou sem resposta, os autos irão ao MP, intimado pessoalmente ou por meio eletrônico, que dará parecer em
24 horas (1 dia).
▪ Findo tal prazo, com ou sem parecer, o processo irá para o Juiz, que decidirá em 24 horas (1 dia), publicando a
decisão.
▪ Direito de Resposta: 3 dias (da protocolização do pedido)

o Recurso em 24 horas (1 dia) e contrarrazões em igual prazo, contado da intimação em cartório.


▪ No Tribunal, recurso autuado e apresentado ao Presidente, no mesmo dia, que imediatamente distribuíra a um
relator, remetendo-o ao MP, para parecer em 24 horas (1 dia).
▪ Findo o prazo ministerial, com ou sem parecer, os autos vão ao relator, que os apresentará para julgamento em
48 horas (2 dias), em mesa, independente de pauta.
- Direito de Resposta: 1 dia (Resolução 23.547).

▪ Da decisão do TRE, caberá recurso especial ao TSE, em 3 dias, a contar da publicação da decisão em sessão (art.
276, § 1º, CE).
- Se for direito de resposta: 1 dia (Resolução 23.547).

o Jurisprudência
▪ Ac.-TSE, de 3.3.2015, no R-Rp nº 18154: possibilidade de ser convertido em dia o prazo fixado em 24 horas;
▪ Ac.-TSE, de 27.11.2007, no REspe nº 26904; de 15.3.2007, no REspe nº 26214 e, de 18.10.2005, no AgRgEDclRp
nº 789: fixado o prazo em horas passível de transformar-se em dia ou dias, impõe-se o fenômeno. A regra somente
pode ser afastada quando expressamente a lei prevê termo inicial incompatível com a prática;
▪ Ac.-TSE, de 3.8.2010, no AgR-REspe nº 36694: “Considera-se encerrado o prazo na última hora do expediente do
dia útil seguinte”.
▪ PRAZO DE 24 HORAS RECURSO:
- Ac.-TSE, de 29.5.2014, no AgR-Rp nº 24347 (recurso inominado contra decisões proferidas pelos juízes auxiliares
da propaganda eleitoral);
- Ac.-TSE, de 20.11.2007, no REspe nº 26281 (embargos de declaração a acórdão de TRE em representação por
propaganda extemporânea);
- Ac.-TSE, de 19.6.2007, no REspe nº 28209 (embargos de declaração a acórdão de TRE em representação por
propaganda irregular);
- Ac.-TSE, de 20.3.2007, na Rp nº 1350 e, de 10.8.2006, na Rp nº 884 (agravo regimental contra decisão monocrática
de ministro do TSE em representação por propaganda extemporânea);
- Ac.-TSE, de 6.3.2007, no REspe nº 27839 (decisão de juiz auxiliar de TRE em pedido de direito de resposta);
- Ac.-TSE, de 10.2.2005, no AgRgREspe nº 24600 e, de 20.6.2002, no AgRgREspe nº 16425 (recurso eleitoral contra
decisão de juiz eleitoral em representação por propaganda irregular);

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- Ac.-TSE, de 21.9.1999, no Ag nº 2008 (decisão de juiz auxiliar de TRE em representação por prática de propaganda
extemporânea

o Direito de Resposta
▪ Dirigidos ao Juiz Eleitoral encarregado da propaganda eleitoral.
▪ Art. 58 da Lei n. 9.504/1997, e Resolução 23.547, TSE.
▪ Notificação para defesa, em 24 horas.
▪ Parecer do Ministério Público – 24 horas.
▪ Decisão = 72 horas da protocolização do pedido. Art. 58, § 2º, da Lei 9.504/1997.
▪ Podem deduzi-lo
- o candidato,
- o partido ou
- a coligação.
- Terceiro poderá deduzi-lo quando entender que foi atingido, devendo-se submeter à lei eleitoral. Se foi atingido
fora do horário eleitoral, submeter-se-á à Lei de Imprensa.

▪ Recurso em 24 horas para o Tribunal.


- Presidente, no mesmo dia, distribui ao relator.
- Ministério Público – parecer 24 horas.
- Decisão em 24 horas.
- Recurso Especial – TSE – 24 horas (dispensado o Juízo de admissibilidade).
- Contrarrazões nos mesmos prazos de interposição, sempre.

➢ Corrupção Eleitoral (trata-se de crime)


o “Art. 299 do Código Eleitoral: Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro,
dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção, ainda que a
oferta não seja aceita:
Pena - reclusão até quatro anos e pagamento de cinco a quinze dias-multa.”

o Condutas feitas por candidatos ou em benefício destes


o Solicitar ou receber: condutas do eleitor
o Crime de “mão dupla”
o Dolo específico: obter ou dar voto; ou obter ou prometer abstenção
o Ac.-TSE, de 18.10.2016, AgR-AI nº 3748: a promessa de cargo a correligionário em troca de voto não configura o
delito previsto neste artigo.

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o Ac.-TSE, de 5.2.2015, no AgR-AI nº 20903: o crime previsto neste artigo tutela o livre exercício do voto ou a
abstenção do eleitor.

➢ Captação Ilícita de Sufrágio.


o “Art. 41-A. Ressalvado o disposto no art. 26 e seus incisos (gastos eleitorais permitidos), constitui captação de
sufrágio, vedada por esta Lei, o candidato doar, oferecer, prometer, ou entregar, ao eleitor, com o fim de obter-lhe
o voto, bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive emprego ou função pública, desde o registro da
candidatura até o dia da eleição, inclusive, multa de mil Ufirs (R$1.064,10) a 50 mil Ufirs (R$53.205,00) e cassação do
registro ou do diploma, observado o procedimento previsto nos incisos I a XIII do art. 22 da Lei Complementar nº
64/1990 (Lei 9.840/99).
§ 1o Para a caracterização da conduta ilícita, é desnecessário o pedido explícito de votos, bastando a evidência do
dolo, consistente no especial fim de agir. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)
§ 2o As sanções previstas no caput aplicam-se contra quem praticar atos de violência ou grave ameaça a pessoa, com
o fim de obter-lhe o voto. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)
§ 3o A representação contra as condutas vedadas no caput poderá ser ajuizada até a data da diplomação. (Incluído
pela Lei nº 12.034, de 2009)
§ 4o O prazo de recurso contra decisões proferidas com base neste artigo será de 3 (três) dias, a contar da data da
publicação do julgamento no Diário Oficial. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)”

o Rito da investigação judicial eleitoral

o Lei 9504/97, “Art. 26. São considerados gastos eleitorais, sujeitos a registro e aos limites fixados nesta Lei:
(Redação dada pela Lei nº 11.300, de 2006)
I - confecção de material impresso de qualquer natureza e tamanho, observado o disposto no § 3 o do art. 38 desta
Lei; (Redação dada pela Lei nº 12.891, de 2013)1
II - propaganda e publicidade direta ou indireta, por qualquer meio de divulgação, destinada a conquistar votos;
III - aluguel de locais para a promoção de atos de campanha eleitoral;
IV - despesas com transporte ou deslocamento de candidato e de pessoal a serviço das candidaturas, observadas as
exceções previstas no § 3o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.488, de 2017)2

1
Art. 38, § 3o : Os adesivos de que trata o caput deste artigo poderão ter a dimensão máxima de 50 (cinquenta) centímetros por 40
(quarenta) centímetros. (Incluído pela Lei nº 12.891, de 2013)
2
§ 3o Não são consideradas gastos eleitorais nem se sujeitam a prestação de contas as seguintes despesas de natureza pessoal do
candidato: (Incluído dada pela Lei nº 13.488, de 2017)
a) combustível e manutenção de veículo automotor usado pelo candidato na campanha; (Incluído dada pela Lei nº 13.488, de 2017)
b) remuneração, alimentação e hospedagem do condutor do veículo a que se refere a alínea a deste parágrafo; (Incluído dada pela Lei
nº 13.488, de 2017)
c) alimentação e hospedagem própria; (Incluído dada pela Lei nº 13.488, de 2017)
d) uso de linhas telefônicas registradas em seu nome como pessoa física, até o limite de três linhas (Incluído dada pela Lei nº 13.488,
de 2017)

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V - correspondência e despesas postais;
VI - despesas de instalação, organização e funcionamento de Comitês e serviços necessários às eleições;
VII - remuneração ou gratificação de qualquer espécie a pessoal que preste serviços às candidaturas ou aos comitês
eleitorais;
VIII - montagem e operação de carros de som, de propaganda e assemelhados;
IX - produção ou patrocínio de espetáculos ou eventos promocionais de candidatura;
IX - a realização de comícios ou eventos destinados à promoção de candidatura; (Redação dada pela Lei nº
11.300, de 2006)
X - produção de programas de rádio, televisão ou vídeo, inclusive os destinados à propaganda gratuita;
XII - realização de pesquisas ou testes pré-eleitorais;
XIII - confecção, aquisição e distribuição de camisetas, chaveiros e outros brindes de campanha; (Revogado pela
Lei nº 11.300, de 2006)
XV - custos com a criação e inclusão de sítios na internet e com o impulsionamento de conteúdos contratados
diretamente com provedor da aplicação de internet com sede e foro no País; (Redação dada pela Lei nº 13.488, de
2017)
XVI - multas aplicadas aos partidos ou candidatos por infração do disposto na legislação eleitoral.
XVII - produção de jingles, vinhetas e slogans para propaganda eleitoral. (Incluído pela Lei nº 11.300, de 2006)
§ 1o São estabelecidos os seguintes limites com relação ao total do gasto da campanha: (Redação dada pela Lei nº
13.488, de 2017)
I - alimentação do pessoal que presta serviços às candidaturas ou aos comitês eleitorais: 10% (dez por
cento); (Incluído pela Lei nº 12.891, de 2013)
II - aluguel de veículos automotores: 20% (vinte por cento). (Incluído pela Lei nº 12.891, de 2013)
§ 2o Para os fins desta Lei, inclui-se entre as formas de impulsionamento de conteúdo a priorização paga de
conteúdos resultantes de aplicações de busca na internet. (Incluído dada pela Lei nº 13.488, de 2017)”

o IMPORTANTE!!!!
▪ Lei 13.877/2019...
▪ Art. 44, da Lei n. 9.096/1995: despesas que podem ser pagas com o Fundo Partidário. Incluídos:
▪ Consultoria contábil e serviços de advocacia;
▪ Compra, locação, edificação e construção de imóveis para sede, bem como reformas, e compra e locação de
móveis.
▪ Custeio de impulsionamento de conteúdos (já autorizada para a propaganda eleitoral).
▪ Além disso...
▪ “Art. 23. Pessoas físicas poderão fazer doações em dinheiro ou estimáveis em dinheiro para campanhas eleitorais,
obedecido o disposto nesta Lei. (Redação dada pela Lei nº 12.034, de 2009)

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§ 1o As doações e contribuições de que trata este artigo ficam limitadas a 10% (dez por cento) dos rendimentos
brutos auferidos pelo doador no ano anterior à eleição. (Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015)”
▪ PORÉM...
“§ 10. O pagamento efetuado por pessoas físicas, candidatos ou partidos em decorrência de honorários de serviços
advocatícios e de contabilidade, relacionados à prestação de serviços hem campanhas eleitorais e em favor destas,
bem como em processo judicial decorrente de defesa de interesses de candidato ou partido político, não será
considerado para a aferição do limite previsto no § 1º deste artigo e não constitui doação de bens e serviços
estimáveis em dinheiro. (Incluído pela Lei nº 13.877, de 2019)
§. 2º-A. O candidato poderá usar recursos próprios em sua campanha até o total de 10% (dez por cento) dos limites
previstos para gastos de campanha no cargo em que concorrer. (Incluído pela Lei nº 13.878, de 2019)” – Auto
financiamento eleitoral. Limite. Antes, podia autofinanciar a integralidade da campanha, agora, só 10% com
dinheiro próprio.
▪ Ainda falando das despesas com consultoria, assessoria e pagamento de honorários, de advogados e contadores,
a nova legislação introduziu três novos parágrafos ao artigo 26, que trata dos gastos eleitorais, sujeitos aos limites
da lei.
- “§ 4º As despesas com consultoria, assessoria e pagamento de honorários realizadas em decorrência da prestação
de serviços advocatícios e de contabilidade no curso das campanhas eleitorais serão consideradas gastos eleitorais,
mas serão excluídas do limite de gastos de campanha. (Incluído pela Lei nº 13.877, de 2019)”
- “§ 5º Para fins de pagamento das despesas de que trata este artigo, inclusive as do § 4º deste artigo, poderão ser
utilizados recursos da campanha, do candidato, do fundo partidário ou do FEFC. (Incluído pela Lei nº 13.877, de
2019)”
-“§ 6º Os recursos originados do fundo de que trata o art. 16-C desta Lei utilizados para pagamento das despesas
previstas no § 4º deste artigo serão informados em anexo à prestação de contas dos candidatos. (Incluído pela
Lei nº 13.877, de 2019)”

▪ “Art. 27. Qualquer eleitor poderá realizar gastos, em apoio a candidato de sua preferência, até a quantia
equivalente a um mil UFIR, não sujeitos a contabilização, desde que não reembolsados.
§ 1º Fica excluído do limite previsto no caput deste artigo o pagamento de honorários decorrentes da prestação
de serviços advocatícios e de contabilidade, relacionados às campanhas eleitorais e em favor destas. (Incluído
pela Lei nº 13.877, de 2019)
§ 2º Para fins do previsto no § 1º deste artigo, o pagamento efetuado por terceiro não compreende doação
eleitoral. (Incluído pela Lei nº 13.877, de 2019)”

o Jurisprudência:
▪ Ac.-TSE, de 1º.3.2007, no REspe nº 26118: incidência deste dispositivo também no caso de dádiva de dinheiro em
troca de abstenção, por analogia ao disposto no CE/1965, art. 299.

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▪ Ac.-TSE, de 4.5.2017, no RO nº 224661: “Possibilidade de utilização de indícios para a comprovação da
participação, direta ou indireta, do candidato ou do seu consentimento ou, ao menos, conhecimento da infração
eleitoral, vedada apenas a condenação baseada em presunções sem nenhum liame com os fatos narrados nos
autos”.
▪ Ac.-TSE, de 1º.7.2016, no AgR-REspe nº 38578 e, de 1º.4.2010, no REspe nº 34610: para caracterização da
captação ilícita, exige-se prova robusta dos atos que a configuraram, não bastando meras presunções.
▪ Ac.-TSE, de 6.9.2016, no REspe nº 35573: a doação indiscriminada de combustível a eleitores caracteriza captação
ilícita de sufrágio.
▪ Ac.-TSE, de 21.6.2016, no REspe nº 27008: a renúncia a mandato, durante o curso de investigação destinada à
apuração da conduta prevista neste artigo, não obsta o prosseguimento da demanda, em razão da possibilidade de
aplicação isolada da sanção de multa;
▪ Ac.-TSE, de 12.11.2013, no AgR-REspe nº 25579768 e, de 8.5.2012, no AgR-RCEd nº 707: cumulatividade das penas
e impossibilidade de prosseguimento do processo para cominar apenas multa quando encerrado o mandato e (Ac.-
TSE, de 24.2.2011, no AgR-REspe nº 36601) formalizada a representação apenas contra um dos candidatos da
chapa.
▪ Ac.-TSE, de 12.11.2015, no REspe nº 20289: para a incidência deste artigo não basta promessa genérica de
vantagem, mas oferta de benesse determinada, que consubstancie vantagem direta ao eleitor.

➢ Condutas vedadas ao agente público.


o Art. 73/78, da Lei n. 9.504/1997;
o Art. 77/80, da Resolução n. 23.551 TSE.
o (art. 73 ) São proibidas aos agentes públicos, servidores ou não, as seguintes condutas tendentes a afetar a
igualdade de oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais:
▪ a proibição é destinada aos agentes públicos, servidores ou não
▪ afetarão a igualdade de oportunidade entre os candidatos
▪ esses agentes estarão utilizando a estrutura do Estado para alcançar essa desigualdade de oportunidades (seja
para se beneficiar ou beneficiar alguém)

o Ac.-TSE, de 31.8.2017, no AgR-AI nº 53553: a utilização de cores do partido na pintura de vias públicas configura
a conduta vedada prevista neste dispositivo.
o Ac.-TSE, de 7.4.2016, no REspe nº 53067: as hipóteses de conduta vedada previstas neste artigo têm natureza
objetiva, cabendo ao julgador aplicar as sanções previstas nos §§ 4º e 5º de forma proporcional.
o Ac.-TSE, de 20.3.2014, no AgR-RO nº 488846; de 27.2.2014, no AgR-RO nº 505126 e, de 29.11.2011, no RO nº
169677: o agente público responsável pela prática da conduta vedada é litisconsorte passivo necessário em
representação proposta contra eventuais beneficiários.

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o Ac.-TSE, de 6.3.2007, no REspe nº 25770: o ressarcimento das despesas não descaracteriza as condutas vedadas
por este artigo; v., ainda, o art. 76 desta lei.

o (art. 73, Inciso I) ceder ou usar, em benefício de candidato, partido político ou coligação, bens móveis ou imóveis
pertencentes à administração direta ou indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos
Municípios, ressalvada a realização de convenção partidária, não se aplica ao uso de residência oficial para contatos
partidários, que não tenham caráter público.
▪ Ac.-TSE, de 28.11.2016, no AgR-RO nº 137994: a conduta vedada prevista nos incisos I e III configura a efetiva
utilização de bens públicos para promoção de candidatura política.
▪ Ac.-TSE, de 7.8.2014, na Rp nº 14562 e, de 17.12.2013, no REspe nº 98924: para incidência deste inciso, a conduta
deve ter sido praticada no período eleitoral, quando se pode falar de candidato.
▪ Ac.-TSE, de 1º.9.2011, no RO nº 481883: possibilidade de a utilização de informações de banco de dados de acesso
restrito da administração pública configurar, em tese, a conduta vedada deste inciso.
▪ Ac.-TSE, de 4.8.2011, no AgR-REspe nº 401727: o discurso de agente público que manifeste preferência por certa
candidatura, durante inauguração de obra pública, não caracteriza uso ou cessão do imóvel público em benefício
do candidato.
▪ Ac.-TSE, de 1º.8.2006, no REspe nº 25377 e, de 24.5.2005, no Ag nº 4246: a vedação não abrange bem público de
uso comum.

o (art. 73, inciso II) usar materiais ou serviços, custeados pelos Governos ou Casas Legislativas, que excedam as
prerrogativas consignadas nos regimentos e normas dos órgãos que integram;
▪ Ac.-TSE, de 1º.3.2016, na Rp nº 318846 e, de 6.9.2011, no AgR-REspe nº 35546: a incidência deste dispositivo e
do inciso III independe de as condutas terem ocorrido nos três meses antecedentes ao pleito.
▪ “Recurso. Representação por violação da Lei no 9.504/97. Conduta vedada a agente público. [...] Carta
encaminhada pelo ministro da Previdência Social, sem evidências que dela tivesse conhecimento o presidente da
República, candidato a reeleição, e a coligação que lhe dá apoio. O envio de dezessete milhões de cartas, em
período pré-eleitoral, defendendo postura política adotada pelo governo e contestada pela oposição, enseja a
aplicação da multa prevista no art. 73, § 4o, da Lei no 9.504/97, por infringência do inciso II do mesmo dispositivo.
Recurso provido, em parte.”
(Ac. no 68, de 25.8.98, rel. Min. Garcia Vieira, red. designado Min. Eduardo Alckmin.)

o (art. 73, inciso III) ceder servidor público ou empregado da administração direta ou indireta federal, estadual ou
municipal do Poder Executivo, ou usar de seus serviços, para comitês de campanha eleitoral de candidato, partido
político ou coligação, durante o horário de expediente normal, salvo se o servidor ou empregado estiver licenciado;
▪ Res.-TSE nº 21854/2004: ressalva estendida ao servidor público que esteja no gozo de férias remuneradas.

12
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▪ Ac.-TSE, de 28.11.2016, no AgR-RO nº 137994: a conduta vedada prevista nos incisos I e III configura a efetiva
utilização de bens públicos para promoção de candidatura política.
▪ Ac.-TSE, de 23.8.2016, no AgR-REspe nº 119653 e, de 1º.3.2016, no AgR-REspe nº 137472: a vedação a que refere
este inciso não se estende aos servidores dos demais poderes.
▪ Ac.-TSE, de 1º.8.2014, na Rp nº 59080 e, de 15.12.2005, no REspe nº 25220: para a caracterização da conduta
vedada prevista neste inciso, não se pode presumir a responsabilidade do agente público

▪ “[...] Para a caracterização da conduta vedada prevista no inciso III do art. 73 da Lei das Eleições, não se pode
presumir a responsabilidade do agente público. [...]” NE: Utilização de servidor público municipal, durante o horário
normal do expediente, em campanha eleitoral.
(Ac. de 15.12.2005 no REspe no 25.220, rel. Min. Humberto Gomes de Barros, red. designado Min. Cesar Asfor
Rocha.)

▪ “[...]. Eleições 2010. Deputado federal e prefeito. Representação. Conduta vedada. Art. 73, III, da Lei nº 9.504/97.
Não configuração. [...] 1. A distribuição de panfletos de propaganda eleitoral por prefeito em benefício da
candidatura de sua filha ao cargo de deputado estadual afigura-se atípica para os fins da conduta vedada de que
trata o art. 73, III, da Lei nº 9.504/97, pois inexistente, no caso dos autos, o núcleo referente à cessão de servidor
público para a campanha. [...]” NE: Trecho do voto do relator: “[...] não há falar na cessão de servidor para atos de
campanha, mas sim em atuação isolada do próprio prefeito, que se enquadra como agente político.”
(Ac. de 5.8.2014 no RO nº 15170, rel. Min. João Otávio de Noronha.)

▪ “Eleições 2012. [...]. Representação. Conduta vedada. Art. 73, III, da Lei nº 9.504/97. Não configuração. [...] 1. A
jurisprudência deste Tribunal opera no sentido de que normas restritivas de direitos devem ser interpretadas
estritamente. 2. A mera circunstância de os servidores portarem adesivos contendo propaganda eleitoral dentro
da repartição, durante o horário de expediente, conquanto eticamente reprovável, não se enquadra na descrição
típica contida no art. 73, III, da Lei nº 9.504/97, cuja proibição consiste na ‘cessão de servidor’ ou na ‘utilização de
seus serviços’, ‘para comitês de campanha eleitoral de candidato, partido político ou coligação’, circunstâncias que
não se verificaram no caso. [...]”
(Ac. de 3.6.2014 no AgR-REspe nº 151188, rel. Min. Luciana Lóssio.)

o (art. 73, inciso IV) fazer ou permitir uso promocional em favor de candidato, partido político ou coligação, de
distribuição gratuita de bens e serviços de caráter social custeados ou subvencionados pelo Poder Público;
▪ Ac.-TSE, de 20.10.2016, no AgR-RO nº 278378: o candidato que realiza comício e faz uso promocional de obra
urbana sem prova de lei autorizadora e de execução orçamentária anterior incide neste inciso.

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▪ Ac.-TSE, de 25.8.2015, no REspe nº 71923 e, de 13.3.2014, no REspe nº 36045: a configuração da conduta vedada
prevista neste inciso não está submetida a limite temporal fixo ou a existência de candidaturas registradas perante
a Justiça Eleitoral.
▪ Ac.-TSE, de 20.5.2014, no REspe nº 34994: a conduta vedada prevista neste inciso não incide quando há
contraprestação por parte do beneficiado.
▪ Ac.-TSE, de 26.10.2004, no REspe nº 24795: bem de natureza cultural posto à disposição de toda a coletividade
não se enquadra neste dispositivo.
▪ “[...]. 1. A utilização de veículos que se encontram a serviço da prefeitura do município para ostentar propaganda
eleitoral de candidato configura a conduta vedada pelo art. 73, inciso IV, da Lei nº 9.504/97. 2. A gravidade da
conduta vedada determina a aplicação da sanção. [...]”
(Ac. de 23.3.2010 no REspe nº 35702, rel. Min. Marcelo Ribeiro.)

▪ “Representação. Conduta vedada. - Para a configuração da conduta vedada prevista no citado inciso IV do art. 73
- distribuição gratuita de bens e serviços de caráter social custeados ou subvencionados pelo Poder Público -, é
necessário demonstrar o caráter eleitoreiro ou o uso promocional em favor de candidato, partido político ou
coligação. [...]”
(Ac. de 18.9.2012 no AgR-REspe nº 5427532, rel. Min. Arnaldo Versiani.)

▪ “[...] Conduta vedada. Art. 73, IV, da Lei no 9.504/97. Não-enquadramento no tipo. Para a incidência do inciso IV
do art. 73 da Lei das Eleições, supõe-se que o ato praticado se subsuma na hipótese de ‘distribuição gratuita de
bens e serviços de caráter social custeados ou subvencionados pelo poder público’. As hipóteses de condutas
vedadas são de legalidade estrita. [...]” NE: Remessa por vereadores, candidatos a prefeito e vereador, de ofício a
moradores de determinando conjunto habitacional, comunicando a realização de pavimentação asfáltica no prazo
de 15 dias, sem referência as eleições, candidaturas ou pedidos de voto.
(Ac. no 24.864, de 14.12.2004, rel. Min. Luiz Carlos Madeira.)

o (art. 73, inciso V) nomear, contratar ou de qualquer forma admitir, demitir sem justa causa, suprimir ou readaptar
vantagens ou por outros meios dificultar ou impedir o exercício funcional e, ainda, ex officio, remover, transferir ou
exonerar servidor público, na circunscrição do pleito, nos três meses que antecede a eleição e até a posse dos eleitos,
sob pena de nulidade de pleno direito, ressalvadas:...
▪ Ressalvados
a) a nomeação ou exoneração de cargos em comissão e designação ou dispensa de funções de confiança;
b) a nomeação para cargos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos Tribunais ou Conselhos de Contas e dos
órgãos da Presidência da República;
c) a nomeação dos aprovados em concursos públicos homologados até o início daquele prazo;

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d) a nomeação ou contratação necessária à instalação ou ao funcionamento inadiável de serviços públicos
essenciais, com prévia e expressa autorização do Chefe do Poder Executivo;
e) a transferência ou remoção ex officio de militares, policiais civis e de agentes penitenciários.

▪ Res.-TSE nº 21806/2004: não proíbe a realização de concurso público.


- Atente-se que pode, inclusive, ocorrer a nomeação desde que o concurso seja homologado dentro do prazo de 3
meses anteriores às eleições (antes do prazo vedado)

▪ Ac.-TSE, de 25.11.2010, no AgR-AI nº 31488: exame do requisito da potencialidade apenas quando se cogita da
cassação do registro ou do diploma.
▪ Ac.-TSE, de 20.5.2010, na Cta nº 69851: a Defensoria Pública não está compreendida nesta ressalva legal.
▪ Ac.-TSE, de 12.12.2006, no REspe nº 27563: a educação não se enquadra como serviço essencial para os efeitos
da ressalva desta alínea, porquanto sua descontinuidade não causa dano irreparável à sobrevivência, saúde ou
segurança da população.

o (art. 73, inciso VI) A partir de três meses antes da eleição e até a realização do pleito (considerando o cargo em
eleição):
a) realizar transferência voluntária de recursos da União aos Estados e Municípios, e dos Estados aos Municípios,
sob pena de nulidade de pleno direito, ressalvados os recursos destinados a cumprir obrigação formal preexistente
para execução de obra ou serviço em andamento e com cronograma prefixado, e os destinados a atender situações
de emergência e de calamidade pública;
b) com exceção da propaganda de produtos e serviços que tenham concorrência no mercado, autorizar publicidade
institucional dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos federais, estaduais ou
municipais, ou das respectivas entidades da administração indireta, salvo em caso de grave e urgente necessidade
pública, assim reconhecida pela Justiça Eleitoral;
c) fazer pronunciamento em cadeia de rádio e televisão, fora do horário eleitoral gratuito, salvo quando, a critério
da Justiça Eleitoral, tratar-se de matéria urgente, relevante e característica das funções de governo;

▪ Ac.-TSE, de 4.12.2012, no REspe nº 104015: a norma desta alínea trata do efetivo repasse de recursos, sendo
irrelevante que o convênio tenha sido assinado em data anterior ao período crítico previsto.
▪ Ac.-TSE, de 9.12.2004, no AgRgRcl nº 266 e, de 11.11.1999, no REspe nº 16040: inaplicabilidade deste dispositivo
à transferência de recursos para associações de direito privado.
▪ Ac.-TSE, de 1º.10.2014, na Rp nº 81770; de 15.9.2009, no REspe nº 35240 e, de 9.8.2005, no REspe nº 25096:
vedada a veiculação, independentemente da data da autorização.

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▪ Ac.-TSE, de 20.10.2016, no AgR-RO nº 113233: legitimidade passiva do chefe do Poder Executivo, à época dos
fatos, por publicidade institucional ilícita veiculada em sítio eletrônico do governo do estado; Ac.-TSE, de 28.4.2015,
no REspe nº 33459: desnecessidade de autorização do chefe do Poder Executivo para caracterização do ilícito.
▪ Ac.-TSE, de 11.9.2014, na Rp nº 82802 e, de 3.9.2014, na Rp nº 77873: caracteriza infração a esta alínea a
realização, em período crítico, de publicidade de produto não determinado, sem que se permita a clara
compreensão sobre sua concorrência em mercado.
▪ Ac.-TSE, de 7.12.2011, no AgR-REspe nº 149260 e, de 16.11.2006, nos REspe nºs 26875 e 26905: a divulgação de
feitos de deputado estadual em sítio da Internet de Assembleia Legislativa não caracteriza a conduta vedada nesta
alínea.
▪ Ac.-TSE, de 31.3.2011, no AgR-REspe nº 999897881: dispensabilidade da divulgação do nome e da imagem do
beneficiário na propaganda institucional para a configuração da conduta vedada.
▪ Ac.-TSE, de 7.10.2010, na Rp nº 234314: entrevista inserida dentro dos limites da informação jornalística não
configura propaganda institucional irregular.
▪ Ac.-TSE, de 1º.10.2010, no AgR-RO nº 303704: imposição de multa por propaganda eleitoral antecipada
reconhecida em publicidade institucional não implica a inelegibilidade prevista no art. 1º, I, h da LC nº 64/1990.
▪ Ac.-TSE, de 14.4.2009, no REspe nº 26448; de 9.11.2004, no REspe nº 24722 e, de 24.5.2001, no REspe nº 19323:
admissibilidade de permanência de placas de obras públicas, desde que não contenham expressões que possam
identificar autoridades, servidores ou administrações cujos dirigentes estejam em campanha eleitoral.
▪ Ac.-TSE, de 7.11.2006, no REspe nº 25748: "A publicação de atos oficiais, tais como leis e decretos, não caracteriza
publicidade institucional".
▪ Ac.-TSE, de 1º.8.2006, no REspe nº 25786: constitucionalidade deste dispositivo.
▪ “[...] 1. Para restar demonstrada a responsabilidade do agente público pelo cometimento do ilícito eleitoral
instituído pelo art. 73, inciso VI, letra b, da Lei no 9.504/97, é indispensável a comprovação de que o suposto autor
da infração tenha autorizado a veiculação de publicidade institucional nos três meses que antecedem o pleito, não
se podendo presumir a responsabilidade do agente público. [...]”
(Ac. no 25.120, de 21.6.2005, rel. Min. Caputo Bastos.)

▪ “[...] 1. Não é admissível a cassação de diploma pelo ilícito do art. 73, inciso VI, letra b, da Lei no 9.504/97, com
fundamento em presunção. [...]”
(Ac. no 5.565, de 21.6.2005, rel. Min. Caputo Bastos.)

▪ “[...] Conduta vedada. Prefeito. Publicidade institucional. Período proibido. Art. 73, inciso VI, alínea b, da Lei
no9.504/97. Desnecessidade. Verificação. Potencialidade. Desequilíbrio. Pleito. [...] 2. Não é preciso aferir se a
publicidade institucional teria potencial para afetar a igualdade de oportunidades entre candidatos nos pleitos
eleitorais, na medida em que as condutas descritas pelo legislador no art. 73 da Lei das Eleições necessariamente
tendem a refletir na isonomia entre os candidatos”.

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(Ac. no 21.536, de 15.6.2004, rel. Min. Fernando Neves.)

o (art. 73, inciso VII) realizar, no primeiro semestre do ano de eleição, despesas com publicidade dos órgãos
públicos federais, estaduais ou municipais, ou das respectivas entidades da administração indireta, que excedam a
média dos gastos nos primeiros semestres dos três últimos anos que antecedem o pleito;
▪ “Consulta. Secretaria de Estado de Comunicação de Governo da Presidência da República. Propaganda comercial
no exterior, em língua estrangeira, para promoção de produtos e serviços brasileiros internacionalmente. Ausência
de vedação. Propaganda não sujeita ao disposto no inciso VII do art. 73 da Lei no9.504/97.
(Res. no 21086, de 2.5.2002, rel. Min. Luiz Carlos Madeira.)

▪ “[...] A Justiça Eleitoral tem competência para requisitar ao presidente da República informações quanto aos
gastos com publicidade (inciso XVIII do art. 23 do Código Eleitoral e inciso VII do art. 73 da Lei n o 9.504/97); 2.
Partidos políticos, como protagonistas centrais do processo eleitoral, têm legitimidade para pleitear a requisição
de tais informações à Justiça Eleitoral; 3. O presidente da República, chefe do Poder Executivo e exercente da
direção superior da administração pública federal, é responsável pela prestação das informações do gênero. [...]”
(Decisão sem número na Pet no 1880, de 29.6.2006, rel. Min. Carlos Ayres Britto.)

o (art. 73, inciso VIII) fazer, na circunscrição do pleito, revisão geral da remuneração dos servidores públicos que
exceda a recomposição da perda de seu poder aquisitivo ao longo do ano da eleição, a partir de 180 dias antes da
eleição e até a posse dos eleitos;
▪ “Eleições 2012. [...]. Abuso de poder. Não configuração. Art. 73, § 10, da Lei nº 9.504/97. Caracterização. Multa.
[...] 2. Tanto para afastar as conclusões da Corte de origem em relação à caracterização da conduta vedada quanto
para agravar a sanção imposta, com vista à cassação do mandato, seria necessário o reexame dos fatos e das provas
considerados pelo acórdão regional, o que não é possível de ser realizado em sede de recurso de natureza
extraordinária, consoante reiteradamente decidido com apoio nas Súmulas 7 do STJ e 279 do STF. 3. Para modificar
as conclusões da Corte de origem de que, diante das circunstâncias específicas do caso, a concessão de aumento
aos servidores no ano da eleição não configurou abuso do poder político, também seria necessário o reexame do
conjunto fático-probatório. 4. A aprovação de projeto de revisão geral da remuneração de servidores públicos até
o dia 9 de abril do ano da eleição, desde que não exceda a recomposição da perda do poder aquisitivo, não
caracteriza a conduta vedada prevista no inciso VIII do art. 73 da Lei das Eleições. [...]”
(Ac. de 16.6.2014 no AgR-REspe nº 46179, rel. Min. Henrique Neves;no mesmo sentido aRes. nº 2129, de
12.11.2002, rel. Min. Fernando Neves.)

▪ “[...] Consoante dispõe o art. 73, inciso VIII, da Lei no 9.504/97, é lícita a revisão da remuneração considerada a
perda do poder aquisitivo da moeda no ano das eleições.”
(Res. no 22.317, de 1o.8.2006, rel. Min. Marco Aurélio.)

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▪ “Remuneração. Servidor público. Revisão. Período crítico. Vedação. Art. 73, inciso VIII, da Constituição Federal. A
interpretação – literal, sistemática e teleológica – das normas de regência conduz à conclusão de que a vedação
legal apanha o período de cento e oitenta dias que antecede às eleições até a posse dos eleitos.”
(Res. no 22.252, de 20.6.2006, rel. Min. Gerardo Grossi.)

o Potencialidade Lesiva
▪ "Representação. Prefeito e vice-prefeito. Pretensa ocorrência de conduta vedada a agente público. [...]. Educação.
Não caracterizada, para fins eleitorais, como serviço público essencial. [...]. Art. 73, inciso V, da Lei nº 9.504/97.
Contratação de servidores no período de três meses que antecede o pleito eleitoral. Configuração. Mera prática da
conduta. Desnecessário indagar a potencialidade lesiva. Fixação da reprimenda. Observância dos princípios da
razoabilidade e proporcionalidade. [...] 6. A configuração das condutas vedadas prescritas no art. 73 da Lei nº
9.504/97 se dá com a mera prática de atos, desde que esses se subsumam às hipóteses ali elencadas, porque tais
condutas, por presunção legal, são tendentes a afetar a igualdade de oportunidades entre os candidatos no pleito
eleitoral, sendo desnecessário comprovar-lhes a potencialidade lesiva. [...]"
(Ac. de 26.9.2013 no REspe nº 45060, rel. Min. Laurita Vaz.)

▪ “[...] Conduta vedada a agente público. [...] Propaganda política em imóvel público. Ocorrência. Potencialidade.
Inexigibilidade em razão de presunção legal. Proporcionalidade na sanção. Multa no valor mínimo. 1. Uso em
benefício de candidato de imóvel pertencente à administração indireta da União. 2. Inexigível a demonstração de
potencialidade lesiva da conduta vedada, em razão de presunção legal. 3. Juízo de proporcionalidade na aplicação
da sanção. 4. Recurso ordinário a que se dá provimento para aplicar multa no mínimo legal.
(Ac. de 28.10.2009 no RO nº 2.232, rel. Min. Ricardo Lewandowski.)

▪ “Ação de investigação judicial eleitoral. Conduta vedada. Abuso do poder político e de autoridade. - Não há como
se reconhecer a prática de abuso do poder político ou de autoridade pelo candidato, porquanto, ainda que se tenha
utilizado de bens, serviços e servidores da Administração Pública, o fato não teve repercussão suficiente a ponto
de desequilibrar a disputa eleitoral. [...]”
(Ac. de 14.6.2012 no AgR-RO nº 282772, rel. Min. Arnaldo Versiani.)

▪ “Representação. Conduta vedada. Art. 73, VI, b e § 10, da Lei nº 9.504/97. 1. Segundo a atual jurisprudência do
Tribunal Superior Eleitoral, quanto ao tema das condutas vedadas do art. 73 da Lei das Eleições, deve ser observado
o princípio da proporcionalidade e somente se exige a potencialidade do fato naqueles casos mais graves, em que
se cogita da cassação do registro ou do diploma. 2. Caso exigida potencialidade para configuração de qualquer
conduta vedada descrita na norma, poderiam ocorrer situações em que, diante de um fato de somenos
importância, não se poderia sequer aplicar multa, de modo a punir o ilícito. [...].”

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(Ac. de 19.8.2010 no AgR-AI nº 12165, rel. Min. Arnaldo Versiani.)

o Sanções para as condutas acima:


▪ suspensão imediata da conduta (liminar); multa no valor de 5.000 ufir (R$ 5.320,50) até 100.000 ufir (R$
106.410,00) (podendo ser duplicadas a cada reincidência); cassação do registro ou do diploma do candidato
beneficiado, agente público ou não.
▪ Multas duplicadas em caso de reincidência. Não precisa trânsito em julgado, basta ciência da decisão.

o No ano da eleição, fica proibida a distribuição de bens, valores ou benefícios por parte da administração Pública,
exceto nos casos de calamidade pública, de estado de emergência ou de programas sociais autorizados em lei e já
em execução orçamentária no exercício anterior, casos em que o MP poderá acompanhar a execução financeira e
administrativa. Os programas sociais não poderão ser executados por entidade nominalmente vinculada a candidato
ou por esse mantida.
▪ Sanção: cassação do registro ou do diploma do candidato beneficiado, agente público ou não (Não tem a multa).

o E, se for conduta vedada que implique cassação do registro ou do diploma, se condenado for, incidirá a
inelegibilidade do art. 1º, inciso I, alínea J, da Lei Comp. 64/1990, por 8 anos.
▪ “Ação de investigação judicial eleitoral. Candidatos a prefeito e vice-prefeito. Conduta vedada, captação ilícita de
sufrágio e abuso de poder. Decisão regional. Não configuração. Reexame impossibilidade. NE: ‘Ademais, quanto à
configuração da conduta vedada do art. 73, § 10, da Lei das Eleições, anoto que não procede a alegação de
configuração desse ilícito, porquanto, após a análise da prova efetuada pela Corte de origem, concluiu-se pela sua
improcedência, porque, conforme assinalou a Presidência do TRE/SE, houve ‘a constatação de que o programa
impugnado possuía previsão legal e execução orçamentária no ano anterior ao da eleição e de que havia um
cadastramento prévio regular para a distribuição dos benefícios, em conformidade com a ressalva prevista no §10,
do art. 73, da Lei das Eleições’.
(Ac. de 7.10.2014 no AgR-AI nº 21284, rel. Min. Henrique Neves.)

▪ “Conduta vedada - cafés e lanches em reuniões com eleitores - alcance do § 6º do artigo 39 da Lei n° 9.504/1997.
O preceito do § 6º do artigo 39 da Lei nº 9.504/1997 não alcança o fornecimento de pequeno lanche - café da
manhã e caldos - em reunião de cidadãos, visando a sensibilizá-los quanto a candidaturas.”
(Ac. de 28.10.2010 no RO nº 1859, rel. Min. Marco Aurélio.)

▪ “Representação. Conduta vedada. Art. 73, VI, b e § 10, da Lei nº 9.504/97. [...]. 3. Ainda que a distribuição de bens
não tenha caráter eleitoreiro, incide o § 10 do art. 73 da Lei das Eleições, visto que ficou provada a distribuição
gratuita de bens sem que se pudesse enquadrar tal entrega de benesses na exceção prevista no dispositivo legal.
[...].”

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(Ac. de 19.8.2010 no AgR-AI nº 12165, rel. Min. Arnaldo Versiani.)

o Todas as condutas ainda configuram por expressa disposição legal improbidade administrativa (improbidade
eleitoral), com base no art. 11, I, da LIA. Mas, tem que ajuizar a ação civil pública no Juízo Cível.
▪ Há quem critique, porque as condutas poderiam caracterizar improbidade mais grave. Entretanto, foi opção do
legislador.

o Promoção pessoal e Publicidade Institucional: art. 37, § 1º, CF, configura abuso de autoridade, se tiver finalidade
eleitoral, sujeitando o candidato, se for o responsável, ao cancelamento do registro de sua candidatura ou do
diploma. Art. 22, da Lei 64/1990.
▪ “Conduta vedada (Lei no 9.504/97, art. 73, VI, b): caracterização: publicidade institucional da Petrobras, sociedade
de economia mista, sem autorização do presidente do TSE, que, nos três meses antecedentes do pleito, dirige-se a
responder críticas de candidato a presidente da República a ato de sua administração; ainda quando não
caracterizado o propósito de beneficiar outro concorrente ao pleito: suspensão imediata de sua divulgação pela
mídia e condenação à multa de 50.000 Ufirs (L. cit., art. 73, § 4o).”
(Ac. no 484, de 25.9.2002, rel. Min. Humberto Gomes de Barros, red. designado Min. Sepúlveda Pertence.)

o A partir de três meses antes da eleição, na realização de inaugurações, é vedada a contratação de shows pagos
com recursos públicos, sujeitando-se à suspensão imediata da conduta, ficando o candidato beneficiado, agente
público ou não, sujeito à cassação do registro ou do diploma.
o Nenhum candidato poderá comparecer, a partir de três meses antes da eleição, em inaugurações de obras
públicas, sujeitando-o à cassação do registro ou do diploma.
▪ A realização de evento assemelhado ou que simule inauguração poderá ser apurada na forma do art. 22 da Lei
Complementar nº 64/1990 ou ser verificada na ação de impugnação de mandato eletivo.
▪ “[...] Inauguração de obra pública. Não-participação do candidato. Placas com nome de toda a administração
municipal de 2001/2004, tanto do Poder Executivo como do Poder Legislativo. Confecção orientada pelo cerimonial
do governador do estado. Responsabilidade do prefeito. Não-ocorrência. 1. A permanência do prefeito, candidato
à reeleição, em local próximo ao evento de inauguração, não caracteriza ofensa ao art. 77 da Lei no 9.504/97. 2. A
circulação do prefeito em companhia do governador do estado pela cidade, após as inaugurações, não configura
conduta ilícita, visto que o prefeito, embora candidato, permanece na chefia do Executivo Municipal e, assim,
exerce as atividades inerentes a seu cargo paralelamente à campanha eleitoral. 3. A violação ao art. 37, § 1o, c.c. o
art. 74 da Lei no 9.504/97, se de fato existente, não deve ser imputada ao recorrido, porquanto restou apurado que
a placa objeto da controvérsia foi confeccionada a mando do cerimonial do governo do estado. [...]”
(Ac. de 4.4.2006 no AgRgREspe no 25.093, rel. Min. Gilmar Mendes.)

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▪ “Representação. Conduta vedada. Inauguração de obra pública. Art. 77 da Lei nº 9.504/97. 1. A mera presença do
candidato na inauguração de obra pública, como qualquer pessoa do povo, sem destaque e sem fazer uso da
palavra ou dela ser destinatário, não configura o ilícito previsto no art. 77 da Lei nº 9.504/97. 2. Entendimento do
acórdão regional em consonância com a interpretação do TSE sobre o art. 77 da Lei nº 9.504/97, conforme
precedentes [...]”
(Ac. de 5.11.2013 no AgR-AI nº 178190, rel. Min. Henrique Neves;no mesmo sentido oAc. de 14.6.2012 no AgR-RO
nº 890235, rel. Min. Arnaldo Versiani, oAc. de 7.6.2011 no REspe nº 646984, rel. Min. Nancy Andrighi e oAc. de
15.9.2009 no AgR-AI nº 11173, rel. Min. Marcelo Ribeiro.)

▪ “Representação. Prefeito. Candidato à reeleição. Participação. Inauguração. Guarnição do Corpo de Bombeiros.


Art. 77 da Lei no 9.504/97. Conduta vedada. 1. A proibição de participação de candidatos a cargos do Poder
Executivo em inaugurações de obras públicas tem por fim impedir que eventos patrocinados pelos cofres públicos
sejam desvirtuados e utilizados em prol das campanhas eleitorais. 2. É irrelevante, para a caracterização da conduta,
se o candidato compareceu como mero espectador ou se teve posição de destaque na solenidade. Recurso
conhecido e provido.”
(Ac. no 19.404, de 18.9.2001, rel. Min. Fernando Neves.)

▪ “[...] Recurso especial eleitoral. [...] Omissão. Existência. Análise. Potencialidade. Conduta vedada. Embargos
providos. Ausência. Efeitos modificativos. [...] II - A participação da candidata em diversas inaugurações de obras
públicas, no período eleitoral, tem potencialidade para interferir no resultado das eleições. III - Não é necessária a
comprovação do nexo causal entre as condutas ilícitas e o resultado das eleições para ensejar a cassação do
mandato eletivo. [...]”
(Ac. de 18.6.2009 no ERESPE nº 28.534, rel. Min. Ricardo Lewandowski.)

➢ Recurso contra a expedição de diploma


o (Redação antiga) Art. 262, CE:
▪ Inelegibilidade ou incompatibilidade de candidato (inclui-se condições de elegibilidade);
▪ Errônea interpretação da lei quanto à aplicação do sistema de representação proporcional;
▪ Erro de direito ou de fato na apuração final quanto à determinação do quociente eleitoral ou partidário, contagem
de votos e classificação de candidato, ou a sua contemplação sob determinada legenda;
▪ Concessão ou denegação do diploma em manifesta contradição com a prova dos autos, nas hipóteses do art. 222,
CE, que manda anular a votação quando viciada de falsidade, fraude, coação, interferência do poder econômico e
desvio ou abuso de poder (art. 237, CE), e emprego de processo de propaganda ou captação de sufrágio vedado
por lei, e do art. 41 – A, da Lei n. 9504/1997. Aqui, dependerá da IJE.

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o RECURSO CONTRA EXPEDIÇÃO DE DIPLOMA Nº 8-84.2011.6.18.000 – PIAUÍ (Teresina) – setembro de 2013 - TSE
reconheceu que o inciso IV, do artigo 262, do RCD não foi recepcionado pela Constituição Federal, por 4 X 3 (depois
de mais de vinte anos aplicando-o).
▪ Em dezembro de 2013, a Lei n. 12.891/2013, alterou a redação do art. 262, do CE, revogando os quatro incisos.

o Atual redação:
▪ O recurso contra expedição de diploma caberá somente nos casos de inelegibilidade superveniente ou de
natureza constitucional e de falta de condição de elegibilidade.
▪ Não mais em caso de abuso de poder.

o Legitimidade ativa – art. 3º, da Lei Comp. 64/1990, derrogou o art. 97, § 3º, CE, portanto só o MP, candidato,
partido ou coligação, excluindo-se o eleitor.
▪ Entretanto, TSE considera que o eleitor pode noticiar o fato ao Juízo Eleitoral, que deverá tomar providências para
apurar a situação ilícita.

o Legitimidade passiva – há quem considere que existe litisconsórcio necessário entre o candidato e o partido
política ou coligação.
▪ Há quem considere que, por força do art. 175, § 4º, CE, como os votos serão aproveitados pelo partido, incidiria
a hipótese de mera assistência litisconsorcial entre candidato e partido, nos incisos I e IV, do art. 262, CE, e
litisconsórcio necessário nas demais.

o Se o titular da chapa for cassado, o vice também o será, pois a chapa é uma e indivisível.
o Só se poderá arguir inelegibilidade supervenientes ao registro e as de natureza constitucional, por conta da
preclusão ao não serem alegadas na impugnação ao registro.
o Prazo – 3 dias da sessão de diplomação, que obrigatoriamente deve ser realizada

➢ Ação Rescisória Eleitoral


o Art. 22, inciso I, alínea “j”, CE (introduzido pela Lei Comp. 86/96).
o Cabe apenas em caso de inelegibilidade.
o TSE apenas sobre seus julgados.
o Divergência: podem os TRE´s rescindir seus julgados e se o TSE pode rescindir julgados dos TRE´s. – SOMENTE o
TSE pode

➢ Súmula-TSE nº 22: Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial recorrível, salvo situações de teratologia
ou manifestamente ilegais.
➢ Súmula-TSE nº 23: Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial transitada em julgado.

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➢ Súmula-TSE nº 24: Não cabe recurso especial eleitoral para simples reexame do conjunto fático-probatório
➢ Súmula-TSE nº 25: É indispensável o esgotamento das instâncias ordinárias para a interposição de recurso especial
eleitoral.
➢ Súmula-TSE nº 26: É inadmissível o recurso que deixa de impugnar especificamente fundamento da decisão recorrida
que é, por si só, suficiente para a manutenção desta.
➢ Súmula-TSE nº 27: É inadmissível recurso cuja deficiência de fundamentação impossibilite a compreensão da
controvérsia.
➢ Súmula-TSE nº 28: A divergência jurisprudencial que fundamenta o recurso especial interposto com base na alínea b
do inciso I do art. 276 do Código Eleitoral somente estará demonstrada mediante a realização de cotejo analítico e a
existência de similitude fática entre os acórdãos paradigma e o aresto recorrido
➢ Súmula-TSE nº 29: A divergência entre julgados do mesmo Tribunal não se presta a configurar dissídio jurisprudencial
apto a fundamentar recurso especial eleitoral.
➢ Súmula-TSE nº 30: Não se conhece de recurso especial eleitoral por dissídio jurisprudencial, quando a decisão
recorrida estiver em conformidade com a jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral.
➢ Súmula-TSE nº 31: Não cabe recurso especial eleitoral contra acórdão que decide sobre pedido de medida liminar.
➢ Súmula-TSE nº 32: É inadmissível recurso especial eleitoral por violação à legislação municipal ou estadual, ao
Regimento Interno dos Tribunais Eleitorais ou às normas partidárias
➢ Súmula-TSE nº 33: Somente é cabível ação rescisória de decisões do Tribunal Superior Eleitoral que versem sobre a
incidência de causa de inelegibilidade.
➢ Súmula-TSE nº 34: Não compete ao Tribunal Superior Eleitoral processar e julgar mandado de segurança contra ato
de membro de Tribunal Regional Eleitoral.
o obs. compete ao STJ

➢ Súmula-TSE nº 35: Não é cabível reclamação para arguir o descumprimento de resposta a consulta ou de ato
normativo do Tribunal Superior Eleitoral.
➢ Súmula-TSE nº 36: Cabe recurso ordinário de acórdão de Tribunal Regional Eleitoral que decida sobre inelegibilidade,
expedição ou anulação de diploma ou perda de mandato eletivo nas eleições federais ou estaduais (art. 121, § 4º,
incisos III e IV, da Constituição Federal).
➢ Súmula-TSE nº 37: Compete originariamente ao Tribunal Superior Eleitoral processar e julgar recurso contra
expedição de diploma envolvendo eleições federais ou estaduais.
➢ Súmula-TSE nº 64: Contra acórdão que discute, simultaneamente, condições de elegibilidade e de inelegibilidade, é
cabível o recurso ordinário.
➢ Súmula-TSE nº 65: Considera-se tempestivo o recurso interposto antes da publicação da decisão recorrida.
➢ Súmula-TSE nº 71: Na hipótese de negativa de seguimento ao recurso especial e da consequente interposição de
agravo, a parte deverá apresentar contrarrazões tanto ao agravo quanto ao recurso especial, dentro do mesmo tríduo
legal.

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➢ Súmula-TSE nº 72: É inadmissível o recurso especial eleitoral quando a questão suscitada não foi debatida na decisão
recorrida e não foi objeto de embargos de declaração.

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DISCIPLINAS COMPLEMENTARES
André Cunha
Direito Eleitoral
Aula 6

ROTEIRO DE AULA

• Crimes Eleitorais e Processo Penal Eleitoral

➢ obs. para um crime ser considerado eleitoral, ele deve preencher dois requisitos:
o a) deve estar na legislação eleitoral
o b) deve ter finalidade eleitoral (fim especial de agir no sentido de produzir um resultado eleitoral – prejudicar,
participar, produzir resultado dentro do processo eleitoral)

➢ Apontamentos gerais
o Quando o CE não indicar o mínimo da pena, será de 15 dias para detenção e 1 ano para reclusão (art. 284).
o Os tipos penais mais recentes conterão pena mínima e máxima; mas os tipos penais originariamente redigidos
com o CE não possuem previsão de pena mínima
o Os crimes são todos de ação pública incondicionada (obs. crimes contra a honra no CP são de ação penal privada;
já os crimes contra a honra com finalidade eleitora serão, todos, de ação penal pública incondicionada).
o Os recursos vão para o TRE e do TRE para o TSE.
o Comportam a aplicação da transação penal e da suspensão condicional do processo.
o A pena de multa é fixada em dias-multa, no mínimo um e no máximo trezentos.

➢ Competência
o CONEXÃO
▪ Art. 35, inciso II, do Código Eleitoral. Compete aos Juízes Eleitorais:
Processar e julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhe forem conexos, ressalvada a competência originária do
Tribunal Superior e dos Tribunais Regionais.

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▪ Espécies de conexão -Art. 76, do Código de Processo Penal:
I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas,
ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras
(Intersubjetiva);
II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir
impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas (Objetiva);
III - quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir na prova de outra
infração (Instrumental).

▪ Portanto, havendo crime conexo com o crime eleitoral, a competência será da justiça eleitoral

▪ obs. não há tipificação específica para o “caixa dois eleitoral” (esconder verbas/recursos financeiros para as
eleições); aplica-se o tipo de falsidade ideológica eleitoral (Art. 350 do CE), sendo que os crimes comuns praticados
em conexão com este serão de competência da justiça eleitoral - A G .REG. NA PETIÇÃO 6.986 DISTRITO FEDERAL
– STF
Agravo regimental. Petição. Doações eleitorais por meio de caixa dois. Fatos que poderiam constituir crime
eleitoral de falsidade ideológica (art. 350 do Código Eleitoral). Competência da Justiça Eleitoral. Crimes conexos
de competência da Justiça Comum. Irrelevância. Pretendido reconhecimento da competência da Seção Judiciária
do Distrito Federal ou do Estado de São Paulo. Não cabimento. Prevalência da Justiça Especial (art. 35, II, do
Código Eleitoral e art. 78, IV, do Código de Processo Penal). Precedentes. Possível falsidade ideológica relativa a
pleito presidencial. Prestação de contas realizada perante o Tribunal Superior Eleitoral. Competência territorial do
Distrito Federal. Agravo regimental não provido. Competência absoluta. Matéria de ordem pública. Remessa, de
ofício, dos termos de colaboração premiada ao Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal. Determinação que
não firma, em definitivo, a competência do juízo indicado. Investigação em fase embrionária. Impossibilidade, em
sede de cognição sumária, de se verticalizar a análise de todos os aspectos concernentes à declinação de
competência.

▪ A G .REG. NO A G .REG. NA PETIÇÃO 6.694 DISTRITO FEDERAL


Agravo regimental. Petição. Doações eleitorais por meio de caixa dois. Fatos que poderiam constituir crime eleitoral
de falsidade ideológica (art. 350 do Código Eleitoral). Competência da Justiça Eleitoral. Crimes conexos de
competência da Justiça Comum. Irrelevância. Pretendido reconhecimento da competência da Seção Judiciária do
Estado do Paraná. Não cabimento. Prevalência da Justiça Especial (art. 35, II, do Código Eleitoral e art. 78, IV, do
Código de Processo Penal). Precedentes. Possível falsidade ideológica relativa a pleito presidencial. Prestação de
contas realizada perante o Tribunal Superior Eleitoral. Competência territorial do Distrito Federal. Agravo
regimental não provido. Competência absoluta. Matéria de ordem pública. Remessa, de ofício, dos termos de
colaboração premiada ao Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal. Determinação que não firma, em

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definitivo, a competência do juízo indicado. Investigação em fase embrionária. Impossibilidade, em sede de
cognição sumária, de se verticalizar a análise de todos os aspectos concernentes à declinação de competência.

▪ EMB .DECL. NO A G .REG. NA PETIÇÃO 6.820 DISTRITO FEDERAL


EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NA PETIÇÃO. COLABORAÇÃO PREMIADA NO BOJO DA
OPERAÇÃO “LAVA-JATO”. ODEBRECHT. ELEIÇÕES DE 2010. GOVERNO DE SP. PAGAMENTOS POR MEIO DE CAIXA
DOIS. CRIMES DE FALSIDADE IDEOLÓGICA E CONEXOS. CRIME ELEITORAL. CONFLITO DE COMPETÊNCIA ENTRE
JUSTIÇA COMUM E JUSTIÇA ELEITORAL. ENCAMINHAMENTO DOS AUTOS À JUSTIÇA ELEITORAL. PRECEDENTES.

▪ “DIREITO CONSTITUCIONAL, PENAL E PROCESSUAL PENAL. JURISDIÇÃO. COMPETÊNCIA. CONFLITO. JUSTIÇA


ELEITORAL. JUSTIÇA FEDERAL. CRIME ELEITORAL E CRIMES CONEXOS. 4. Em se verificando, porém, que há processo
penal, em andamento na Justiça Federal, por crimes eleitorais e crimes comuns conexos, é de se conceder ’Habeas
Corpus’, de ofício, para sua anulação, a partir da denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal, e
encaminhamento dos autos respectivos à Justiça Eleitoral de 1ª instância, a fim de que o Ministério Público,
oficiando perante esta, requeira o que lhe parecer de direito. (…).” (CC 7.033/SP, Rel. Min. SYDNEY SANCHES, Pleno,
julg. em 02/10/1996).

▪ “DESOBEDIÊNCIA – Denúncia posteriormente aditada para atribuir ao réu, também, a prática de crime eleitoral
em conexão com o primeiro – Competência que passa a ser da Justiça especial – Conhecimento de ‘habeas corpus’
por esta, e não pela Justiça comum – Conflito negativo de jurisdição procedente – Inteligência dos arts. 330 do CP,
35, II, e 347 do Código Eleitoral e 78, IV, do CPP.” (RT 587/411, Rel. Min. FRANCISCO REZEK, Pleno).

▪ TRIBUNAL. COMPETENCIA ORIGINARIA. CONEXAO.


HIPOTESE EM QUE PRATICADO O CRIME PARA ASSEGURAR O PROVEITO DE OUTRO DE QUE AUTOR PREFEITO
MUNICIPAL. COMPETENCIA DO TRIBUNAL PARA O PROCESSO E JULGAMENTO DO CRIME CONEXO (C.P.P. ARTS. 76,
II E 78, III).
INFORMACOES FALSAS PRESTADAS COM O USO DE DOCUMENTO FALSO. INEXISTENCIA DE CONCURSO MATERIAL.
PRINCIPIO DA CONSUNCAO.
(Recurso Especial Eleitoral nº 15207, Acórdão de , Relator(a) Min. Eduardo Andrade Ribeiro De Oliveira, Publicação:
DJ - Diário de justiça, Data 14/05/1999, Página 131).

▪ RECURSO CRIMINAL. INSERÇÃO DE DADOS FALSOS EM DOCUMENTO PÚBLICO. ARTIGOS 289 DO CÓDIGO
ELEITORAL E 299 DO CÓDIGO PENAL. AUTORIA E MATERIALIDADE SUFICIENTEMENTE DEMONSTRADAS. REJEITADA
A MATÉRIA PRELIMINAR DE INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ELEITORAL. RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.
(RECURSO CRIMINAL n 1934, ACÓRDÃO n 159041 de 30/10/2007, Relator(a) FLÁVIO LUIZ YARSHELL, Publicação:
DOE - Diário Oficial do Estado, Data 08/11/2007, Página 03 )

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▪ RECURSO CRIMINAL. SENTENÇA CONDENATÓRIA. CRIME ELEITORAL NÃO CONFIGURADO. NÃO SE VERIFICA NA
DECLARAÇÃO DE BENS CONSTANTE DO REGISTRO DE CANDIDATURA FORÇA PARA PROVAR, POR SI SÓ, A
AFIRMAÇÃO NELE CONSTANTE, OU PREJUÍZO DECORRENTE DA INCLUSÃO DE INFORMAÇÃO INVERÍDICA.
INEXISTÊNCIA DE CONEXÃO ENTRE OS CRIMES COMUNS E ELEITORAL ATRIBUÍDOS AOS RÉUS. O CRITÉRIO QUE
DEFINE A COMPETÊNCIA PARA O JULGAMENTO DA AÇÃO PENAL PELA JUSTIÇA ELEITORAL É A NATUREZA DA
INFRAÇÃO (MATÉRIA). INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ELEITORAL PARA JULGAR CRIMES NÃO CONEXOS COM A
JURISDIÇÃO ELEITORAL. RECONHECIDA A ATIPICIDADE DO CRIME ELEITORAL E A AUSÊNCIA DE CONEXÃO DO
SUPOSTO CRIME ELEITORAL COM OS DEMAIS DELITOS IMPUTADOS AOS RÉUS, DECLARA-SE A INCOMPETÊNCIA
ABSOLUTA DA JUSTIÇA ELEITORAL PARA JULGAR A CAUSA. DADA A POSSIBILIDADE DE CONVALIDAÇÃO DE ATOS
PELO JUÍZO COMPETENTE DECLARA-SE APENAS A NULIDADE DA SENTENÇA E SE DETERMINA A REMESSA DOS
AUTOS AO JUÍZO DE PRIMEIRO GRAU PARA NOVO JULGAMENTO PELA JUSTIÇA COMUM.
(RECURSO CRIMINAL n 20944, ACÓRDÃO de 01/12/2014, Relator(a) SILMAR FERNANDES, Publicação: DJESP - Diário
da Justiça Eletrônico do TRE-SP, Data 9/12/2014)

▪ RECURSOS CRIMINAIS - DECISÃO QUE RECONHECEU A INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ELEITORAL - PRELIMINAR DE


INTEMPESTIVIDADE AFASTADA - CRIME COMUM - PECULATO - INEXISTÊNCIA DE CRIME ELEITORAL CONEXO,
NECESSÁRIO PARA ATRAIR A COMPETÊNCIA DESTA JUSTIÇA ESPECIALIZADA - RECURSOS DESPROVIDOS.
(RECURSO n 2758856, ACÓRDÃO de 11/02/2014, Relator(a) MÁRIO DEVIENNE FERRAZ, Publicação: DJESP - Diário
da Justiça Eletrônico do TRE-SP, Data 20/02/2014 )

o Caso Caixa Dois


▪ Art. 350, Código Eleitoral (na falta de tipo penal próprio).
Art. 350. Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer
inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, para fins eleitorais:
Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa, se o documento é público, e reclusão até três
anos e pagamento de 3 a 10 dias-multa se o documento é particular.
Parágrafo único. Se o agente da falsidade documental é funcionário público e comete o crime prevalecendo-se do
cargo ou se a falsificação ou alteração é de assentamentos de registro civil, a pena é agravada.

▪ Inquérito n. 4435 – STF:


O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou jurisprudência no sentido da competência da Justiça
Eleitoral para processar e julgar crimes comuns que apresentam conexão com crimes eleitorais. A Corte observou
ainda que cabe à Justiça especializada analisar, caso a caso, a existência de conexão de delitos comuns aos delitos
eleitorais e, em não havendo, remeter os casos à Justiça competente.
Maioria: Ministros Marco Aurélio (relator), Alexandre de Moraes, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Celso de
Mello e Dias Toffoli.

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Vencidos: Ministros Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Luiz Fux e Cármen Lúcia, que votaram pela
cisão de parte da apuração entre a Justiça Eleitoral e a Justiça Federal.

o Crimes Eleitorais:
▪ CE artigo 22 não recepcionado. Aplica-se, portanto, a CF/88
▪ Ministros do TSE – STF (art. 102, inciso I, alínea c), da CF).
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
I - processar e julgar, originariamente:
c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os Comandantes da
Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores,
os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 23, de 1999)

▪ Juízes do TRE – STJ (art. 105, inciso I, alínea a), da CF).


art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
I - processar e julgar, originariamente:
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os
desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas
dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do
Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União
que oficiem perante tribunais;

▪ Juízes Eleitorais – TRE - CE art. 29, inciso I, alínea d), combinado com o art. 96, III, da Constituição.
Art. 29. Compete aos Tribunais Regionais:
I - processar e julgar originariamente:
d) os crimes eleitorais cometidos pelos juizes eleitorais;

▪ Presidente da República, Vice-Presidente, Deputados Federais e Senadores – STF (art. 102, inciso I, b), da
Constituição da República).
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
I - processar e julgar, originariamente:
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional,
seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República;

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- HABEAS CORPUS. INQUÉRITO POLICIAL INSTAURADO PARA APURAR SUPOSTA INFRAÇÃO AO ARTIGO 243 DO
CÓDIGO ELEITORAL. DISPOSITIVO QUE NÃO VEICULA TIPO PENAL. CONDUTA QUE, NÃO OBSTANTE, PODE SE
ADEQUAR A OUTROS TIPOS PENAIS. DEPUTADO FEDERAL.
COMPETÊNCIA DO STF PARA SUPERVISÃO DO INQUÉRITO. ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO.
O artigo 243 do Código Eleitoral não veicula nenhum tipo penal. Não obstante, a qualificação legal equivocada do
fato não é obstáculo ao prosseguimento das investigações, se a conduta apurada constitui, em tese, uma infração
penal.
2. Suposta utilização de dinheiro público no abastecimento de veículos para participarem de passeata. Conduta
que, dada a ausência de aprofundamento das investigações, pode caracterizar, teoricamente, os crimes dos artigos
312 do Código Penal ou 299 do Código Eleitoral.
3. Havendo Deputado Federal entre os investigados, a competência para a supervisão do inquérito policial, tanto
em caso de crime eleitoral como na hipótese de crime comum, recai sobre o Supremo Tribunal Federal.
4. Ordem concedida de ofício, para determinar a remessa dos autos do inquérito policial ao Supremo Tribunal
Federal.
(Habeas Corpus nº 8046, Acórdão, Relator(a) Min. Maria Thereza Rocha De Assis Moura, Publicação: DJE - Diário
de justiça eletrônico, Tomo 51, Data 16/03/2015, Página 26/27)
Art. 243, CE – Propaganda Vedada (não é crime).

▪ Deputado Federal Nomeado Secretário de Estado - Subsistência da Prerrogativa de Foro Perante o STF –
Deputado Estadual - Crime Eleitoral - Prerrogativa de Foro – TRE. Inq. 3.357/PR. Rel. Min. Celso de Melo.
Informativo 758 – STF.

▪ Deputados Estaduais – TRE – Art. 96, inciso III, da Constituição da República. Art. 29, inciso I, do Código Eleitoral.
Todas as autoridades que tenham foro por prerrogativa de função no TJ, quando praticam crimes eleitorais, por
similitude, são julgadas no TRE.
HABEAS-CORPUS. AÇÃO PENAL ORIGINÁRIA. COMPETÊNCIA. DUPLO INDICIAMENTO. CONSTRANGIMENTO ILEGAL.
INOBSERVÂNCIA DO PRAZO PARA OFERECIMENTO DA DENÚNCIA. MERA IRREGULARIDADE. CRÍTICAS AO CHEFE DO
EXECUTIVO MUNICIPAL FEITAS DURANTE CAMPANHA ELEITORAL. NÃO-INCIDÊNCIA DA IMUNIDADE
PARLAMENTAR MATERIAL. SEGREDO DE JUSTIÇA. INDEFERIMENTO.
1. A competência para processamento e julgamento do feito em que se apura crime praticado por deputado
estadual contra chefe do Executivo municipal é originária do TRE (Código Eleitoral, art. 29, I, e).
Concessão parcial da ordem.
(Habeas Corpus nº 434, Acórdão de , Relator(a) Min. Ellen Gracie Northfleet, Publicação: DJ - Diário de justiça,
Volume 1, Data 13/09/2002, Página 177).

▪ Governadores – STJ – Art. 105, inciso I, alínea a), da Constituição da República.


Governador de Estado. Crime eleitoral.

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A jurisprudência se pacificou no sentido de que a competência para processar e julgar, originariamente, os feitos
relativos a crimes eleitorais praticados por governador de Estado é do Superior Tribunal de Justiça.
(Recurso Especial Eleitoral nº 15584, Acórdão de , Relator(a) Min. Jacy Garcia Vieira, Publicação: DJ - Diário de
justiça, Volume 1, Data 30/06/2000, Página 159)

- Vice-Governador – Não está incluído no art. 105, inciso I, alínea a), da Constituição.
Assim, se houver previsão nas Constituições Estaduais, de foro por prerrogativa no TJ nos crimes comuns, será
julgado pelo TRE.
Se não, será julgado pelo Juiz Eleitoral.

▪ Prefeitos – TRE (Princípio da Simetria com o Tribunal de Justiça no foro por prerrogativa de função). Não se aplica
a regra do art. 29, inciso I, alínea d), do Código Eleitoral, interpretando-se sistemicamente com base nos artigos 29,
X, 96, III, e 121, da Constituição da República.
“Habeas corpus. Art. 350 do Código Eleitoral. Prefeito municipal. Inquérito policial instaurado por requisição do
Ministério Público Eleitoral sem supervisão do TRE. Procuradoria-Geral Eleitoral opina pela concessão da ordem.
Ordem concedida. 1. Compete ao Tribunal Superior Eleitoral processar e julgar habeas corpus contra ato
supostamente ilegal praticado por procurador regional eleitoral. Precedentes do TSE. 2. A instauração do inquérito
policial para apurar suposto crime praticado por prefeito depende de supervisão do Tribunal Regional Eleitoral
competente para processar e julgar o titular do Poder Executivo municipal nos crimes eleitorais. Precedentes do
TSE e do STF. 3. A prerrogativa de foro é uma garantia voltada não exatamente para a defesa de interesses de
titulares de cargos relevantes, mas para a própria regularidade das instituições. Se a interpretação das normas
constitucionais leva à conclusão de que o chefe do Executivo municipal responde por crime eleitoral perante o
respectivo TRE, não há razão plausível para que as atividades diretamente relacionadas à supervisão judicial
(abertura de procedimento investigatório) sejam retiradas do controle judicial daquele órgão. 4. Ordem
concedida”.
(Ac. de 8.4.2014 no HC nº 42907, rel. Min. Gilmar Mendes.

“Habeas corpus. Prerrogativa de foro. Chefe do executivo. Nulidade. Atos do juiz competente. Inexistência. [...] 1.
A assunção ao cargo de prefeito, no curso do processo contra ele instaurado, desloca a competência para o Tribunal
Regional Eleitoral, porém não invalida os atos praticados pelo juiz de primeiro grau ao tempo em que era
competente. [...]
(Ac. de 2.5.2012 no HC nº 5003, rel. Min. Gilson Dipp.)

- Vice-Prefeito – Juiz Eleitoral. Falta de previsão legal de foro por prerrogativa de função.

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▪ Vereador – Juiz Eleitoral. Falta de previsão legal de foro por prerrogativa de função, na Constituição da República,
não se aceitando mesmo que haja na Constituição do Estado.
Agravo regimental. Habeas corpus. Vereador. Crime eleitoral. Competência. Juiz eleitoral. Foro privilegiado.
Constituição Federal. Previsão. Ausência. 1. A despeito da competência do Tribunal de Justiça para o julgamento
de vereador nos crimes comuns e de responsabilidade, tal como previsto na Constituição Estadual do Rio de Janeiro,
não há na Constituição Federal previsão de foro privilegiado para vereador. Não há, pois, como aplicar o princípio
do paralelismo constitucional, como pretende o impetrante, para se concluir pela competência originária do
Tribunal Regional Eleitoral para o julgamento de vereador nos crimes eleitorais. [...].”
(Ac. de 5.4.2011 no AgR-HC nº 31624, rel. Min. Marcelo Ribeiro.)

- ENTRETANTO: No Recurso Extraordinário n. 464935/RJ, o STF reconheceu a possibilidade da Constituição do


Estado do Rio de Janeiro em prever o foro por prerrogativa de função para os crimes cometidos por Vereador,
deferindo ao TJ/RJ a competência para julgá-lo por crime comum.
EMENTA: COMPETÊNCIA CRIMINAL. Originária. Ação penal. Crime comum. Réu então vereador. Feito da
competência do Tribunal de Justiça. Art. 161, IV, "d", nº 3, da Constituição do Estado do Rio de Janeiro. Foro especial
por prerrogativa de função. Constitucionalidade reconhecida. Precedentes do Supremo. Processo anulado. Recurso
extraordinário improvido. Réu que perdeu o cargo de vereador. Retorno dos autos ao juízo de primeiro grau.
Prejuízo do recurso neste ponto. Inteligência dos arts. 22, I, e 125, § 1º, do art. 22, I, da CF. Não afronta a
Constituição da República, a norma de Constituição estadual que, disciplinando competência originária do Tribunal
de Justiça, lha atribui para processar e julgar vereador.
(RE 464935, Relator(a): Min. CEZAR PELUSO, Segunda Turma, julgado em 03/06/2008, DJe-117 DIVULG 26-06-2008
PUBLIC 27-06-2008 EMENT VOL-02325-06 PP-0105 RTJ VOL-00206-01 PP-00421 RT v. 97, n. 876, 2008, p. 541-545)

- Verifica-se, portanto, que, mesmo que a constituição do estado preveja, o vereador não tem foro de prerrogativa
de função (princípio da simetria, já que a CF/88 não prevê): é julgado pelo juiz eleitoral (salvo a exceção prevista
para a constituição do estado do RJ)

o Competência Execução Penal Eleitoral


▪ Súmula -STJ nº 192/1997: "Compete ao Juízo das Execuções Penais do Estado a execução das penas impostas a
sentenciados pela Justiça Federal, Militar ou Eleitoral, quando recolhidos a estabelecimentos sujeitos a
administração estadual".

➢ Polícia Judiciária Eleitoral


o Justiça Eleitoral – Justiça Federal – Interesse de União.

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o Polícia Judiciária Eleitoral – Polícia Federal é a Polícia Judiciária da União (art. 144, § 1º, incisos I e IV, da
Constituição da República).
▪ Exclusão expressa da atividade de polícia judiciária da União das Polícias Civis Estaduais (art. 144, § 4º, da
Constituição da República).
▪ há maior capilaridade da justiça eleitoral, em regra, do que da justiça ou polícia federal
▪ Resolução TSE n. 23.396/2013.
Capítulo I
O Departamento de Polícia Federal ficará à disposição da Justiça Eleitoral sempre que houver eleições, gerais ou
parciais, em qualquer parte do Território Nacional.
A Polícia Federal exercerá, com prioridade sobre suas atribuições regulares, a função de polícia judiciária em
matéria eleitoral, limitada às instruções e requisições dos Tribunais e Juízes Eleitorais.
Quando no local da infração não existirem órgãos da Polícia Federal, a Polícia do respectivo Estado terá atuação
supletiva.

▪ Nota-se a atuação supletiva das polícias civis estaduais quando não houver órgãos da polícia federal (a polícia
judiciária da União é a polícia federal; polícia judiciária eleitoral é a polícia federal = regra de atuação)

▪ “Documento falso - Artigo 350 do Código Eleitoral - Crime - Espécie. O crime do artigo 350 do Código Eleitoral é
de natureza formal, descabendo potencializar, para definir-se a atribuição de autoridade policial, o fato de haver
sido o documento utilizado em certa localidade. Prevalece a definição decorrente do artigo 72 do Código de
Processo Penal. Inquérito - Crime eleitoral. Não havendo, no domicílio do réu, unidade da Polícia Federal, o
inquérito corre na Polícia Civil.”
(Ac. de 8.9.2011 no RHC nº 19088, rel. Min. Marco Aurélio.)

▪ Ac.-TSE, de 28.6.2006, no HC nº 537: "O fato de a Polícia Civil haver feito o auto de prisão, em vez da Polícia
Federal, não constitui ilicitude".

o Investigação dos Crimes Eleitorais


▪ Pelo Código Eleitoral todo crime deve ser previamente comunicado ao Juiz (arts. 356, 357, § 5º), mesmo o boletim
de ocorrência, as Autoridades Policiais mandam ao Juiz Eleitoral.
- Resolução n. 23.396. Art. 8º. O inquérito policial eleitoral somente será instaurado mediante determinação da
Justiça Eleitoral, salvo a hipótese de prisão em flagrante.
- O inquérito policial eleitoral somente será instaurado mediante requisição do Ministério Público Eleitoral ou
determinação da Justiça Eleitoral, salvo a hipótese de prisão em flagrante. (Resolução nº 23.424/2014)
- Repristinação do artigo 8º da Resolução-TSE nº 23.363/2011.

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- Art. 8º O inquérito policial eleitoral somente será instaurado mediante requisição do Ministério Público Eleitoral
ou determinação da Justiça Eleitoral, salvo a hipótese de prisão em flagrante.
- Por que ?
o art. 8º estava conforme a CF; poderia ser instaurado por ordem do juiz eleitoral ou requisição do MP
Houve a retirada do MP na Resolução 23.396
Ocasionou a ADI abaixo que ainda não foi julgada
Houve a emissão de uma nova resolução para a repristinação

- Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 5.104, proposta pela PGR, na qual foi deferida liminar para suspender a
vigência do art. 8º, na redação dada pela Resolução n. 23.396. Min. Barroso. Ainda não julgada no mérito.

- Portanto, hoje, seja pela decisão do STF (que trouxe a redação da Resolução de 2011), seja pela Resolução que
está vigente (de 2014) haverá a instauração do inquérito policial eleitoral por determinação da justiça eleitoral ou
por requisição do MP eleitoral

- “[...] 1. É possível a instauração de inquérito policial por requisição do Ministério Público com fundamento em
delação anônima apresentada ao Parquet, sobretudo quando ela traz narrativa detalhada que lhe confere
verossimilhança. Precedentes do c. STF e do c. STJ. 2. Na espécie, além de a delação anônima ter apresentado
informações pormenorizadas acerca da suposta infração penal, os pacientes foram denunciados com fundamento
nos fatos apurados no curso do inquérito policial, e não na mencionada delação anônima. Por essa razão, não há
falar em ausência de justa causa para a ação penal [...]”.
(Ac. de 2.5.2012 no RHC nº 103379, rel. Min. Nancy Andrighi.)

- “Agravo regimental. Instauração de inquérito policial. Requisição judicial. Ministério Público. Usurpação de suas
funções. Inocorrência. A mera requisição de instauração de inquérito na fase pré-processual não implica o exercício
indevido das funções ministeriais asseguradas pela Carta Magna na fase processual, que se inaugura com o
oferecimento da denúncia. Agravo regimental desprovido.”
(Ac. de 23.2.2006 no AgRgREspe nº 24.740, rel. Min. Gilmar Mendes.)

▪ Prazo para conclusão do inquérito:


- 10 dias se o investigado estiver preso (CPP, art. 10, Resolução n. 23.396, art. 9º).
- 30 dias se o investigado estiver solto (CPP, art. 10, Resolução n. 23.396, art. 9º, § 1º).
- No mais, funciona como no inquérito policial de crime comum. (atente-se para a mudança trazida pelo pacote
anticrime, cujo prazo de IP de réu preso pode ser prorrogado por mais 15 dias)

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▪ Notícia crime eleitoral
- Código Eleitoral (Art. 356):
Todo cidadão que tiver conhecimento de infração penal deste Código deverá comunicá-la ao juiz eleitoral da zona
onde a mesma se verificou.
Quando a comunicação for verbal, mandará a autoridade judicial reduzi-la a termo, assinado pelo apresentante e
por duas testemunhas, e a remeterá ao órgão do Ministério Público local, que tomará as providências.
Se o Ministério Público julgar necessários maiores esclarecimentos e documentos complementares ou outros
elementos de convicção, deverá requisitá-los diretamente de quaisquer autoridades ou funcionários que possam
fornecê-los. Inclusive requisitar o inquérito policial.

- Resolução n. 23.396/2013:
Qualquer pessoa que tiver conhecimento da existência de infração penal eleitoral deverá, verbalmente ou por
escrito, comunica-Ia ao Juiz Eleitoral.
Verificada a sua incompetência, o Juízo Eleitoral determinará a remessa dos autos ao Juízo competente (CPP, art.
69).
Quando tiver conhecimento da prática da infração penal eleitoral, a autoridade policial deverá informá-la
imediatamente ao Juízo Eleitoral competente, a quem poderá requerer as medidas que entender cabíveis,
observadas as regras relativas a foro por prerrogativa de função.
Recebida a notícia-crime, o Juiz Eleitoral a encaminhará ao Ministério Público Eleitoral ou, quando necessário, à
polícia, com requisição para instauração de inquérito policial

- atente-se para o juiz de garantia: o professor André entende que se deve aplicar o instituto no processo penal
eleitoral (antes, esses atos eram realizados apenas por um juiz; agora deverá ser feito pelo juiz de garantias eleitoral
– portanto, deverão existir pelo menos dois juízes eleitorais) – a lei não faz nenhuma ressalva quanto à presença
do instituto na justiça eleitoral

o A ação penal eleitoral observará os procedimentos previstos no Código Eleitoral, com a aplicação obrigatória dos
artigos 395, 396, 396-A, 397 e 400 do Código de Processo Penal
▪ Art. 13. Resolução 23.396/2013. A ação penal eleitoral observará os procedimentos previstos no Código Eleitoral,
com a aplicação obrigatória dos artigos 395, 396, 396-A, 397 e 400 do Código de Processo Penal, com redação dada
pela Lei nº 11.971, de 2008. Após esta fase, aplicar-se-ão os artigos 359 e seguintes do Código Eleitoral.
- Art. 13. Resolução 23.396/2013 – introdução da rejeição liminar da denúncia, da defesa prévia, da absolvição
sumária e do interrogatório do acusado ao final da instrução, no processo penal eleitoral, aplicando-se o CPP.

▪ CPP – Lei 11.719/2008


Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando:

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I - for manifestamente inepta;
II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou
III - faltar justa causa para o exercício da ação penal.

- Não se aplica o art. 358, do CE, mas o CPP.

- Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar
liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10
(dez) dias.
Parágrafo único. No caso de citação por edital, o prazo para a defesa começará a fluir a partir do comparecimento
pessoal do acusado ou do defensor constituído.

- Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá argüir preliminares e alegar tudo o que interesse à sua defesa, oferecer
documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo
sua intimação, quando necessário.
§ 1o A exceção será processada em apartado, nos termos dos arts. 95 a 112 deste Código.
§ 2o Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado, não constituir defensor, o juiz nomeará
defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos por 10 (dez) dias.

- Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver
sumariamente o acusado quando verificar:
I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato;
II - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade;
III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou
IV - extinta a punibilidade do agente.

- observe que há duas situações de não conhecimento da causa


1) Logo que se oferece a denúncia ou queixa, o juiz eleitoral verifica se não há hipótese de rejeição liminar (não
sendo hipótese de rejeição liminar, há o recebimento e a determinação da citação para que, em 10 dias, seja
oferecida a resposta)
2) Verifica-se se não é hipótese de absolvição sumária do 397

- Art. 400. Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, proceder-
se-á à tomada de declarações do ofendido, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa,
nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às
acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado.

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§ 1o As provas serão produzidas numa só audiência, podendo o juiz indeferir as consideradas irrelevantes,
impertinentes ou protelatórias.
§ 2o Os esclarecimentos dos peritos dependerão de prévio requerimento das partes.

- Ac.-TSE, de 16.5.2013, no HC nº 84946: a sistemática que a Lei nº 11.719/2008 introduziu no CPP deve ser aplicada
a este código por ser mais benéfica ao réu, uma vez que fixa dois momentos para a análise do recebimento da
denúncia – um antes e outro após a resposta preliminar à acusação – e torna o interrogatório do acusado o último
ato da instrução processual.

- RECURSO ORDINÁRIO. HABEAS CORPUS. AÇÃO PENAL. INOVAÇÕES. CPP. APLICAÇÃO. PROCESSO PENAL
ELEITORAL. IMPOSSIBILIDADE. 1 – As inovações do CPP introduzidas pela Lei 11.719/2008 não incidem no
procedimento dos crimes eleitorais, pois o Código Eleitoral disciplina especificamente a matéria e consiste em lei
especial, não podendo ser afastada por lei posterior de caráter geral. Precedente. 2 – Recurso desprovido (TSE, RHC
429-94.2012, rel. min. Nancy Andrighi, julgado em 19.3.2013).

- EMENTA: CRIME ELEITORAL. PROCEDIMENTO PENAL DEFINIDO PELO PRÓPRIO CÓDIGO ELEITORAL (“LEX
SPECIALIS”). PRETENDIDA OBSERVÂNCIA DO NOVO “ITER” PROCEDIMENTAL ESTABELECIDO PELA REFORMA
PROCESSUAL PENAL DE 2008, QUE INTRODUZIU ALTERAÇÕES NO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL (“LEX GENERALIS”).
ANTINOMIA MERAMENTE APARENTE, PORQUE SUPERÁVEL MEDIANTE APLICAÇÃO DO CRITÉRIO DA
ESPECIALIDADE (“LEX SPECIALIS DEROGAT LEGI GENERALI”). CONCEPÇÃO ORTODOXA QUE PREVALECE,
ORDINARIAMENTE, NA SOLUÇÃO DOS CONFLITOS ANTINÔMICOS QUE OPÕEM LEIS DE CARÁTER GERAL ÀQUELAS
DE CONTEÚDO ESPECIAL. PRETENDIDA UTILIZAÇÃO DE FATOR DIVERSO DE SUPERAÇÃO DESSA ESPECÍFICA
ANTINOMIA DE PRIMEIRO GRAU, MEDIANTE OPÇÃO HERMENÊUTICA QUE SE MOSTRA MAIS COMPATÍVEL COM OS
POSTULADOS QUE INFORMAM O ESTATUTO CONSTITUCIONAL DO DIREITO DE DEFESA. VALIOSO PRECEDENTE DO
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (AP 528-AgR/DF, REL. MIN. RICARDO LEWANDOWSKI). NOVA ORDEM RITUAL QUE,
POR REVELAR-SE MAIS FAVORÁVEL AO ACUSADO (CPP, ARTS. 396 E 396-A, NA REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº
11.719/2008), DEVERIA REGER O PROCEDIMENTO PENAL, NÃO OBSTANTE DISCIPLINADO EM LEGISLAÇÃO
ESPECIAL, NOS CASOS DE CRIME ELEITORAL. PLAUSIBILIDADE JURÍDICA DESSA POSTULAÇÃO. OCORRÊNCIA DE
“PERICULUM IN MORA”. MEDIDA CAUTELAR DEFERIDA.
(HC 107795 MC, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, julgado em 28/10/2011, publicado em PROCESSO ELETRÔNICO
DJe-211 DIVULG 04/11/2011 PUBLIC 07/11/2011 RTJ VOL-00224-01 PP-00693)

➢ Crime Eleitoral (art. 355/364, CE) – Passos do processo penal eleitoral


o MP oferece a denúncia (tem dez dias – art. 357, CE):
“Art. 357. Verificada a infração penal, o Ministério Público oferecerá a denúncia dentro do prazo de 10 (dez) dias.
§ 1º Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento da comunicação,
o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa da comunicação ao Procurador

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Regional, e êste oferecerá a denúncia, designará outro Promotor para oferecê-la, ou insistirá no pedido de
arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.
§ 2º A denúncia conterá a exposição do fato criminoso com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado
ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das
testemunhas.
§ 3º Se o órgão do Ministério Público não oferecer a denúncia no prazo legal representará contra êle a autoridade
judiciária, sem prejuízo da apuração da responsabilidade penal.
§ 4º Ocorrendo a hipótese prevista no parágrafo anterior o juiz solicitará ao Procurador Regional a designação de
outro promotor, que, no mesmo prazo, oferecerá a denúncia.
§ 5º Qualquer eleitor poderá provocar a representação contra o órgão do Ministério Público se o juiz, no prazo de
10 (dez) dias, não agir de ofício.

▪ Mantém-se inerte, representação contra o PJ na Procuradoria Regional Eleitoral (art. 357, §§ 3º, 4º e 5º, CE);
- designado outro promotor eleitora para tomar as providências quanto ao crime que deveria ser denunciado
- também são tomadas providências contra o promotor inerte

▪ Pedido de arquivamento (processa-se, conforme o art. 357, § 1º, CE, nos moldes do CPP – art. 28, só que vai para
o PRE) Será?;
- lembre-se que se trata de justiça federal
- portanto, o MP eleitoral segue os dispositivos da LOMP da União
- remete-se à Câmara de Revisão do MPF
- hoje há outra situação à ser considerada: a atual redação do art. 28 do CPP diz que não remete mais para o juiz,
dizendo que será analisado dentro do âmbito do próprio MP (trata-se de promoção de arquivamento e não pedido)

▪ Denúncia:
- Rejeitada: recurso em sentido estrito ou apelação criminal eleitoral (sentença terminativa de mérito);
- Aceita, prossegue a ação (aqui, considerações a seguir):
não há recurso cabível
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO PENAL. DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. DECISÃO DE
NATUREZA NÃO TERMINATIVA. IRRECORRIBILIDADE IMEDIATA. ART. 581 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. ROL
TAXATIVO. APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA OU SUPLETIVA.
DECISÃO MANTIDA. DESPROVIMENTO.
O recebimento de denúncia não desafia a interposição de qualquer tipo de recurso, à luz da sistemática jurídico-
processual penal, máxime porque não se encontra ao abrigo das hipóteses excepcionais de cabimento de recurso
em sentido estrito plasmadas no art. 581 do Código de Processo Penal.

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O pronunciamento judicial de recebimento da denúncia tem natureza não terminativa (ou interlocutória simples),
apanágio que afasta eventual preclusão pro iudicato, razão pela qual aludida decisão pode ser revista em qualquer
fase do processo, inclusive pelo órgão que a proferiu.
A interposição de recurso em face de pronunciamento de recebimento de denúncia reclama uma análise sistêmica,
e não isolada, de maneira que, se o processo penal, em geral, não prevê, em sua dinâmica, a recorribilidade de
decisões não terminativas, como é o caso daquela que recebe denúncia, a fortiori essa mesma racionalidade deve
ser aplicada ao processo penal eleitoral.
O Código Eleitoral, ao disciplinar matéria penal eleitoral, admite a aplicação subsidiária ou supletiva do Código de
Processo Penal (art. 364 da Lei nº 4.737/1965).
In casu, a decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul que assentou a sua competência para o
processamento e julgamento do feito, em razão de o denunciado exercer o cargo de prefeito, e afastou as
preliminares de conexão e litispendência não possui natureza terminativa, além de não se amoldar às hipóteses
excepcionais do art. 581 do CPP, motivos pelos quais o aresto não pode ser de imediato impugnado.
Agravo regimental desprovido.
(Agravo de Instrumento nº 134789, Acórdão, Relator(a) Min. Luiz Fux, Publicação: DJE - Diário de justiça eletrônico,
Tomo 25, Data 03/02/2017, Página 123-124)

▪ Recurso Em Sentido Estrito


- Recurso em sentido estrito (art. 364, CE, e artigos 581/592 e 609/618, CPP):
“Art. 364. No processo e julgamento dos crimes eleitorais e dos comuns que lhes forem conexos, assim como nos
recursos e na execução, que lhes digam respeito, aplicar-se-á, como lei subsidiária ou supletiva, o Código de
Processo Penal.”

- Prazo: para Joel Cândido é de 5 dias (CPP), para Da Ponte é de 3 dias (art. 258, CE). [na dúvida é sempre bom
utilizar o prazo menor, já que não há pacificação do tema]
CE nada fala se pode apresentar razões depois, portanto, não se aplica o CPP, devendo-as apresentar com a petição
de interposição.

- RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. REJEIÇÃO DA DENÚNCIA. CRIME PREVISTO NO ARTIGO 326 DO CÓDIGO
ELEITORAL. CONJUNTO PROBATÓRIO INSUFICIENTE. RECURSO DESPROVIDO.
(RECURSO CRIMINAL n 2061, ACÓRDÃO n 167768 de 23/06/2009, Relator(a) FLÁVIO LUIZ YARSHELL, Publicação:
DOE - Diário Oficial do Estado, Data 14/07/2009, Página 2 )

- “Recurso. Eleições 2010. Sentença que rejeitou a denúncia pela prática de crime previsto no art. 39, § 5º, inc. II,
da Lei n. 9.504/97 (propaganda de boca de urna).

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Assentamento jurisprudencial deste Regional acerca do cabimento do recurso previsto no art. 362 do Código
Eleitoral contra rejeição da prefacial acusatória, frente ao caráter terminativo do decisum.
Aplicação do princípio da fungibilidade para o recebimento do recurso, porquanto observado o lapso temporal
estabelecido no art. 362 do Código Eleitoral.
No mérito, não comprovado o vínculo subjetivo entre o candidato e o autor do fato. Ausência de elementos
suficientes para o prosseguimento da ação penal.
Desprovimento.
(Recurso Criminal n 5103, ACÓRDÃO de 10/05/2012, Relator(a) DR. JORGE ALBERTO ZUGNO, Publicação: DEJERS -
Diário de Justiça Eletrônico do TRE-RS, Tomo 82, Data 16/5/2012, Página 06 )”

- “Art. 362. Das decisões finais de condenação ou absolvição cabe recurso para o Tribunal Regional, a ser interposto
no prazo de 10 (dez) dias.”

▪ Arquivamento do Inquérito Policial:


- Art. 357, § 1º, do Código Eleitoral – PRE.
“ § 1º Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento da
comunicação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa da comunicação ao
Procurador Regional, e êste oferecerá a denúncia, designará outro Promotor para oferecê-la, ou insistirá no pedido
de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.”

- Enunciado n. 29, da 2ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal :


“Compete à 2ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal manifestar-se nas hipóteses em
que o Juiz Eleitoral considerar improcedentes as razões invocadas pelo Promotor Eleitoral ao requerer o
arquivamento de inquérito policial ou de peças de informação, derrogado o art. 357,§ 1º do Código Eleitoral pelo
art. 62, inc. IV da Lei Complementar nº 75/93.
Aprovado na Sessão 468ª, de 09/06/2009.”

- Ac.-TSE, de 10.4.2007, no REspe nº 25030: compete às Câmaras de Coordenação e Revisão manifestar-se sobre o
arquivamento de inquérito policial (LC nº 75/1993, art. 62, IV), objeto de pedido do procurador regional eleitoral e
rejeitado pelo Tribunal Regional.

- Repito: o promotor eleitoral não pede mais o arquivamento ao juiz, mantendo-se parcialmente o enunciado 29
mencionado, notificando a vítima e remetendo, com ou sem recurso, à Câmara de Revisão

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▪ Denúncia – prazo
- [...] tratando-se de indiciado preso, o prazo para o oferecimento da denúncia não pode ser o ordinário, de 10
(dez) dias, previsto no Código Eleitoral, mas aquele definido no Estatuto Processual Penal, que é o diploma que
deve ser aplicado no silêncio do primeiro, ou seja, 5 (cinco) dias (Ponte, 2010). Tourinho. Suzana de Camargo
Gomes.
- Marcos Ramayana: “A opção legiferante engloba o réu preso ou solto, sendo que as hipóteses de réu preso são
raras, até porque a maioria dos crimes eleitorais é de menor potencial ofensivo...”
- Prazo de 10 dias (TRE/SP – RC 117.340 – Rel. Juiz Oscar Feltrin – j. 27.05.93). Legislação Eleitoral Interpretada (RT),
Rui Stoco e Leandro de Oliveira Stoco.

▪ [No processo penal eleitoral há a mitigação do princípio da indivisibilidade da ação penal em alguns crimes, como
no caso do art. 299]
Ac.-TSE, de 18.8.2011, no HC nº 78048: possibilidade de o Ministério Público, titular da ação penal pública, deixar
de acionar certos envolvidos, como ocorre no tipo corrupção do art. 299 do CE quanto ao eleitor, geralmente de
baixa escolaridade e menos afortunados, que tenham recebido benefício para votar em determinado candidato.

▪ Ação Penal Privada subsidiária apenas nas hipóteses de inércia do MP (já que em regra a ação penal é pública
incondicionada):
- Ac.-TSE, de 24.2.2011, nos ED-AI nº 181917: a queixa-crime em ação penal privada subsidiária somente pode ser
aceita caso o representante do Ministério Público não tenha oferecido denúncia, requerido diligências ou solicitado
o arquivamento de inquérito policial no prazo legal;
- Ac.-TSE, de 14.8.2003, no REspe nº 21295: cabimento de ação penal privada subsidiária no âmbito da Justiça
Eleitoral.

▪ Aplicação dos benefícios das Leis ns. 9.099/1995 e 10.259/2001 – transação penal e suspensão condicional do
processo.
- STJ – 3ª Seção – Conflito de Competência n. 37.595-0 – Rel. Min. Gilson Dipp – DJ 23.06.2003.
- TSE – HC 332/RJ, Classe 9ª - Rel. Min. Néri da Silveira, j. 18.08.98 – DJU 05.02.99, p. 105.
- TRE/SP – HC 2.093, Classe 1ª - AC. 143.929 – Rel. Juiz Pacheco Di Francesco – j. 10.09.2002.

▪ Ac.-TSE, de 28.6.2012, no REspe nº 29803: no processo-crime eleitoral a recusa à proposta de transação afasta o
rito previsto na Lei nº 9.099/1995, cumprindo observar o previsto no CE.
"Processo-crime eleitoral - Transação - recusa. Uma vez verificada a recusa quanto à proposta de transação, cumpre
observar o rito previsto no Código Eleitoral, afastando-se o da Lei nº 9.099/1995."
(Ac. de 28.6.2012 no REspe. nº 29803, rel. Min. Marco Aurélio.)

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▪ Aplica-se o Código Eleitoral (arts. 355/364), mas com a incidência expressa dos artigos 395, 396, 396-A, 397 e 400,
do Código de Processo Penal.

▪ Oferecida a Denúncia, porque não era caso de transação penal, ou realizada a audiência preliminar, a proposta
não foi aceita, segue-se com a aplicação do art. 89, da Lei n. 9.099/1995, se for hipótese de suspensão condicional
do processo, designando-se audiência para tal e o Juiz procede nos termos do art. 395, do Código de Processo Penal
– Rejeição Liminar da Denúncia. Se for o caso.

▪ Se não for caso de Rejeição Liminar, o Juiz procede nos termos do art. 396, do CPP. Recebe a denúncia e determina
a Citação do acusado, para responder a acusação (defesa prévia ou alegação preliminar), em 10 dias.

o Apelação Criminal Eleitoral


▪ Apelação criminal eleitoral (CE fala em “recurso” apenas):
▪ Art. 362, CE – previsto para as sentenças criminais, em matéria eleitoral (Tito Costa lembra que corresponde à
apelação do CPP, com o que concordam Fávila Ribeiro, Antonio Carlos da Ponte, Joel Cândido, etc., denominando
este último apelação criminal eleitoral).
▪ Prazo: 10 dias (art. 362, CE).
▪ Aplicação analógica das regras do art. 593 e segs. do CPP, pela similitude com a apelação penal comum.
▪ Diferentemente, entretanto, do CPP, como a lei nada fala, as razões devem ser ofertadas com a petição de
interposição.
▪ Efeito devolutivo total e absoluto, devolvendo ao Tribunal as quaestio juris e as quaestio facti.
▪ Em regra, por aplicação do art. 597, do Código de Processo Penal, será recebida no efeito suspensivo. Entretanto,
há quem entenda que deve ser expressamente disposto pelo Juiz ou conferido tal efeito pelo Tribunal Regional
Eleitoral.

o Testemunhas: CPP, art. 394, § 1º, art. 401, art. 532: 8 testemunhas ou 5 testemunhas ?
▪ I - ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou superior a 4 (quatro) anos
de pena privativa de liberdade; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
▪ II - sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja inferior a 4 (quatro) anos de pena
privativa de liberdade; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
▪ III - sumaríssimo, para as infrações penais de menor potencial ofensivo, na forma da lei.

o Recursos e outras medidas (generalidades):


▪ Em regra, os recursos não têm efeitos suspensivos (art. 257, CE)
▪ Mas, o art. 216, do CE, confere efeito suspensivo ao recurso contra o diploma, autorizando o candidato a ser
mantido no cargo, enquanto não for julgado o recurso. Então, tem-se aplicado a outros recursos o efeito
suspensivo, quando tiver por objeto a perda do mandato, até mesmo na esfera penal.

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▪ Arts. 584 (fiança) e 597 (medida de segurança e sursis, por exemplo), CPP, aqui se aplica e confere efeito
suspensivo ao recurso eleitoral penal.

➢ CRIMES ELEITORAIS
o Todos os crimes eleitorais são de ação penal pública incondicionada.
o O CE não prevê pena mínima e, portanto, deve-se considerar o que dispõe o art. 284, ou seja, quando for
detenção o mínimo é de 15 dias, quando for reclusão é de um ano (quase todos, portanto, estão sujeitos à suspensão
condicional do processo e à transação penal).
o Para ser crime eleitoral:
▪ estar na lei eleitoral, e
▪ ter finalidade eleitoral.
▪ “CONFLITO DE COMPETÊNCIA. DESTRUIÇÃO DE TÍTULO ELEITORAL. DOCUMENTO UTILIZADO APENAS PARA
IDENTIFICAÇÃO PESSOAL, SEM CONTEÚDO ELEITORAL.
DESVINCULAÇÃO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL.
1. A simples existência, no Código Eleitoral, de descrição formal de conduta típica não se traduz, incontinenti, em
crime eleitoral, sendo necessário, também, que se configure o conteúdo material de tal crime.
2. Sob o aspecto material, deve a conduta atentar contra a liberdade de exercício dos direitos políticos, vulnerando
a regularidade do processo eleitoral e a legitimidade da vontade popular. Ou seja, a par da existência do tipo penal
eleitoral específico, faz-se necessária, para sua configuração, a existência de violação do bem jurídico que a norma
visa tutelar, intrinsecamente ligado aos valores referentes à liberdade do exercício do voto, a regularidade do
processo eleitoral e à preservação do modelo democrático.
3. A destruição de título eleitoral da vítima, despida de qualquer vinculação com pleitos eleitorais e com o intuito,
tão somente, de impedir a identificação pessoal, não atrai a competência da Justiça Eleitoral.
4. Conflito conhecido para declarar a competência do Juízo Federal da Vara de Execuções Fiscais e Criminal de
Caxias do Sul - SJ/RS, ora suscitante.
(CC 127.101/RS, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 11/02/2015, DJe 20/02/2015)

▪ Assim, mesmo com finalidade eleitoral, mas sem previsão na legislação eleitoral, o crime é comum, pois apenas
previsto na legislação penal ordinária.
▪ Por exemplo: a denunciação caluniosa anteriormente – art. 339, do CP. Mas, agora, há tipo penal próprio. Art.
326-A, CE (Lei n. 13.834/2019). Veremos logo mais...
▪ antes da mudança de 2019:
“PENAL. CONFLITO DE COMPETÊNCIA. CRIME COMUM PRATICADO CONTRA JUIZ ELEITORAL. INTERESSE DA UNIÃO.
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL.
1. A competência criminal da Justiça Eleitoral se restringe ao processo e julgamento dos crimes tipicamente
eleitorais.

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2. O crime praticado contra Juiz Eleitoral, ou seja, contra órgão jurisdicional de cunho federal, evidencia o interesse
da União em preservar a própria administração.
3. Conflito conhecido para declarar a competência do Juízo Federal do Juizado Especial Cível e Criminal da Seção
Judiciária do Estado de Rondônia, ora suscitado.
(CC 45.552/RO, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 08/11/2006, DJ 27/11/2006,
p. 246)”
“Ação penal. Justiça Eleitoral. Incompetência. Denunciação caluniosa. 1. Considerando que o art. 339 do Código
Penal não tem equivalente na legislação eleitoral, a Corte de origem assentou a incompetência da Justiça Eleitoral
para exame do fato narrado na denúncia - levando-se em conta que a hipótese dos autos caracteriza, em tese,
ofensa à administração desta Justiça Especializada -, anulou a sentença e determinou a remessa dos autos à Justiça
Federal. 2. É de se manter o entendimento do Tribunal a quo, visto que a denunciação caluniosa decorrente de
imputação de crime eleitoral atrai a competência da Justiça Federal, visto que tal delito é praticado contra a
administração da Justiça Eleitoral, órgão jurisdicional que integra a esfera federal, o que evidencia o interesse da
União, nos termos do art. 109, inciso IV, da Constituição Federal. Agravo regimental não provido.”
(TSE, Ac. de 17.2.2011 no AgR-AI nº 26717, rel. Min. Arnaldo Versiani.)”

o Funcionário Público – Código Eleitoral


▪ “Art. 283. Para os efeitos penais são considerados membros e funcionários da Justiça Eleitoral:
I - os magistrados que, mesmo não exercendo funções eleitorais, estejam presidindo Juntas Apuradoras ou se
encontrem no exercício de outra função por designação de Tribunal Eleitoral;
II - Os cidadãos que temporariamente integram órgãos da Justiça Eleitoral;
III - Os cidadãos que hajam sido nomeados para as mesas receptoras ou Juntas Apuradoras;
IV - Os funcionários requisitados pela Justiça Eleitoral.
§ 1º Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, além dos indicados no presente artigo, quem, embora
transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
§ 2º Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal ou em
sociedade de economia mista.”

▪ Crime eleitoral praticado por médicos credenciados pelo Detran – servidores públicos por equiparação (TRE/RO
– RC 004 – j. 11.06.91, Rel. Juiz João B. Vendramini Fleury)

o Garantias Penais-Eleitorais
▪ Prisão (arts. 236 e 298, CE, art. 5º, LXI, CF):
- nenhum eleitor (se não for eleitor pode) poderá ser preso ou detido no período de 5 dias antes e 48 horas depois
das eleições, salvo em flagrante delito ou por sentença condenatória por crime inafiançável. Não se prenderá ou
deterá no mesmo prazo e durante o exercício de suas funções os mesários e os fiscais de partido, salvo em flagrante

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delito (não há ressalva da sentença condenatória). Mesma garantia gozam os candidatos desde 15 dias antes e 48
horas depois das eleições (como está no mesmo parágrafo dos mesários, entende-se que só podem ser presos
em flagrante delito, e não pela sentença condenatória). É crime se prender (art. 298, do CE)

▪ Ocorrendo prisão, dever-se-á levar o preso até a presença do Juiz competente (Eleitoral se for crime eleitoral.
Criminal comum se for crime comum. Se não funcionar o fórum, até o Juiz Criminal de plantão na sede da
circunscrição ou região de circunscrições judiciais. SE for crime federal, até o Juiz Federal), que verificará a
legalidade da prisão. Estão proibidas todas as prisões ilegais, irregulares, preventivas, temporárias, administrativas,
por dívida nos casos permitidos na CF (alimentos e depositário infiel) no período eleitoral. Mesmo preso, o Juiz
deve garantir o exercício do voto, pois apenas o preso condenado definitivamente está com os direitos políticos
(votar e ser votado) suspensos pelo período que durar a pena – art. 15, III, CF.

o Art. 298, CE Abuso de Autoridade Eleitoral: Art. 298. Prender ou deter eleitor, membro de mesa receptora, fiscal,
delegado de partido ou candidato, com violação do disposto no Art. 236:
Pena - Reclusão até quatro anos. [pena mínima de um ano]
▪ Objetividade Jurídica: o sigilo e o exercício do voto.
▪ Sujeito ativo: só autoridade. Se não o for, pratica o crime do art. 301, do CE.
▪ Sujeito passivo: o Estado e o preso.
▪ Elemento Subjetivo: dolo genérico.
▪ Crime material. Admite tentativa.

o Classificação (Joel Candido – D. Penal Eleitoral):


▪ Crimes contra a organização administrativa da Justiça Eleitoral: Arts. 305, 306, 310, 311, 318 e 340, do CE;
▪ Crimes contra os serviços da Justiça Eleitoral: arts. 289, 290, 291, 292, 293, 296, 303, 304, 341, 342, 343, 344,
345, 346, 347, do CE; art. 11, incisos I, II, III, IV, V, da Lei n. 6.091/1974; art. 72, inciso III, da Lei n. 9.504/1997.
▪ Crimes contra a fé pública eleitoral: arts. 313, 314, 315, 316, 348, 349, 350, 352, 354, do CE; art. 68, § 2º, 72,
inciso I, 72, inciso II, 87, caput, 87, § 2º, da Lei n. 9.504/1997;
▪ Crimes contra a propaganda eleitoral: arts. 323, 324, caput, 324, § 1º, 325, 326, caput, 326, § 2º, 331, 332, 334,
335, 337, caput, 337, parágrafo único; arts. 33, § 4º, e 40, da Lei n. 9.504/1997);
▪ Crimes contra o sigilo ou o exercício do voto: art. 295, 297, 298, 299, 300, 301, 302, 307, 308, 309, 312, 317, 339,
do Código Eleitoral; art. 5º, da Lei n. 7.021/1982; arts. 39, § 5º, I, 39, § 5º, II, 39, § 5º, III, 91, parágrafo único, da Lei
n. 9.504/1997;
▪ Crimes contra os partidos políticos: arts. 319, 320, 321, 338, do Código Eleitoral; art. 25, da Lei Complementar n.
64/1990; arts 34, § 2º, e 34, § 3º, da Lei n. 9.504/1997.

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o Art. 354 – A, do Código Eleitoral – introduzido pela Lei n. 14.488/2017 – apropriação indébita do Fundo Especial
de Financiamento de Campanha (FEFC) – pode ser crime contra o partido político ou crime contra a organização
administrativa da Justiça Eleitoral. NOVIDADE.
“Art. 354-A. Apropriar-se o candidato, o administrador financeiro da campanha, ou quem de fato exerça essa função,
de bens, recursos ou valores destinados ao financiamento eleitoral, em proveito próprio ou alheio: (Incluído
pela Lei nº 13.488, de 2017)
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 13.488, de 2017)
▪ Espécie de crime de caixa dois.
▪ fundo especial criado para financiar as campanhas eleitorais
▪ somente existe durante o ano eleitoral
▪ oriundo de verba pública
▪ se não for utilizado todo na campanha, deve ser devolvido para a União

o Revogados
▪ Arts. 294, 322 (boca de urna – art. 39, § 5º, da Lei 9.504/1997), 328 e 333 (passaram a ser infração civil eleitoral
– art. 37, da Lei n. 9.504/1997).

o Não recepcionado
▪ “Art. 337. Participar, o estrangeiro ou brasileiro que não estiver no gozo dos seus direitos políticos, de atividades
partidárias, inclusive comícios e atos de propaganda em recintos fechados ou abertos:
Pena – detenção até seis meses e pagamento de 90 a 120 dias-multa.
Parágrafo único. Na mesma pena incorrerá o responsável pelas emissoras de rádio ou televisão que autorizar
transmissões de que participem os mencionados neste artigo, bem como o diretor de jornal que lhes divulgar os
pronunciamentos.”
▪ Ac.-TSE, de 14.10.2014, no REspe nº 36173: não recepção do art. 337 deste código pela Constituição Federal de
1988.
▪ Não foi recepcionado visto que a CF/88 não prevê que a pessoa tolhida de seus direitos políticos não possa
participar, sob o aspecto da cidadania, das atividades sociais ou políticas (essas atividades não estão limitadas àqueles
que detenham direitos políticos – o conceito de cidadania é mais amplo)

o Art. 299, CE Corrupção Eleitoral: “Art. 299. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem,
dinheiro, dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção, ainda
que a oferta não seja aceita:
Pena - reclusão até quatro anos e pagamento de cinco a quinze dias-multa.”

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▪ obs. lembre-se que há exceções para a indivisibilidade da ação penal: como no caso do eleitor mais simples (outro
exemplo vide Ac.-TSE, de 18.8.2011, no HC nº 78048 abaixo)
▪ Objetividade Jurídica: Crime contra o sigilo e o exercício do voto.
▪ Sujeito Ativo: crime comum. Qualquer pessoa.
▪ Sujeito Passivo: o Estado.
▪ Tipo objetivo: Verbos: dar, oferecer, prometer (quem corrompe), solicitar ou receber (quem é corrompido).
▪ Dinheiro, dádiva, qualquer vantagem.
▪ Especial finalidade: para obter o voto ou conseguir, ou prometer, abstenção.
▪ Ainda que a oferta não seja aceita (juízo valorativo). É crime formal.
▪ Elemento Subjetivo: dolo específico. Para obter o voto.
▪ Deve haver a prova especifica de que houve o pedido de voto ou de abstenção
▪ Ac.-TSE, de 18.10.2016, AgR-AI nº 3748: a promessa de cargo a correligionário em troca de voto não configura o
delito previsto neste artigo.
▪ Ac.-TSE, de 5.2.2015, no AgR-AI nº 20903: o crime previsto neste artigo tutela o livre exercício do voto ou a
abstenção do eleitor.
▪ Ac.-TSE, de 26.2.2013, no RHC nº 45224: na acusação da prática de corrupção eleitoral, a peça acusatória deve
indicar qual ou quais eleitores teriam sido beneficiados ou aliciados, sem o que o direito de defesa fica
comprometido.
▪ Ac.-TSE, de 25.8.2011, no AgR-AI nº 58648: a configuração do crime de corrupção eleitoral não se confunde com
a realização de promessas de campanha; Ac.-TSE, de 1º.10.2015, no HC nº 8992: promessas genéricas de campanha
não representam compra de votos.
▪ Ac.-TSE, de 18.8.2011, no HC nº 78048: o corréu (corruptor passivo), enquanto não denunciado nos crimes de
corrupção, pode ser tomado como testemunha, uma vez que o Ministério Público não é obrigado a ajuizar a ação
contra todos os envolvidos.
▪ Ac.-TSE, de 2.3.2011, nos ED-REspe nº 58245: a configuração do delito previsto neste artigo não exige pedido
expresso de voto, mas sim a comprovação da finalidade de obter ou dar voto ou prometer abstenção.
▪ Ac.-TSE, de 28.10.2010, no AgR-AI nº 10672: inaplicabilidade do princípio da insignificância.
▪ Ac.-TSE, de 23.2.2010, HC nº 672: "Exige-se para a configuração do ilícito penal que o corruptor eleitoral passivo
seja pessoa apta a votar".
▪ Ac.-TSE, de 27.11.2007, no Ag nº 8905: "O crime de corrupção eleitoral, por ser crime formal, não admite a forma
tentada, sendo o resultado mero exaurimento da conduta criminosa".
▪ Ac.-TSE, de 15.3.2007, no Ag nº 6014 e, de 8.3.2007, no REspe nº 25388: necessidade do dolo específico para a
configuração deste crime.
▪ Ac.-TSE, de 3.5.2005, no RHC nº 81: a disciplina deste artigo não foi alterada pelo art. 41-A da Lei nº 9.504/1997;
Ac.-TSE, de 27.11.2007, no AgRgAg nº 6553: a absolvição na representação por captação ilícita de sufrágio, ainda que
acobertada pela coisa julgada, não obsta a persecutio criminis pela prática do tipo penal aqui descrito.

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obs. portanto, pode haver a condenação na captação ilícita de sufrágio e a condenação na corrupção eleitoral (um
não interfere no outro)

o Caixa 2 Eleitoral
▪ Caixa 2: constitui a contabilidade não declarada, não transparente.
- A contabilidade clandestina.
- É a contabilidade paralela. Movimentação financeira sem registro de escrituração contábil.

▪ Definições legais e típicas de crimes de caixa dois:


- Crimes contra o Sistema Financeiro (Lei n. 7.492/1986):
Art. 11: Manter ou movimentar recurso ou valor paralelamente à contabilidade exigida pela legislação:
Pena - Reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.

- Lei 8.137/1990 (crimes tributários):


Art. 2º Constitui crime da mesma natureza (tributária):
V - utilizar ou divulgar programa de processamento de dados que permita ao sujeito passivo da obrigação tributária
possuir informação contábil diversa daquela que é, por lei, fornecida à Fazenda Pública.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

▪ Caixa dois é enquadrado perfeitamente como infração eleitoral do art. 30-A, da Lei n. 9.504/1997 (infração civil,
cujo rito procedimental será o da investigação judicial eleitoral [atente-se que não é crime nesse caso]).
“[...] 1. Na representação instituída pelo art. 30-A da Lei nº 9.504/97, deve-se comprovar a existência de ilícitos que
possuam relevância jurídica para comprometer a moralidade da eleição. 2. No caso dos autos, as omissões relativas
a determinados gastos de campanha não possuem gravidade suficiente para ensejar a cassação do diploma do
recorrente, na medida em que não ficou comprovada a utilização de recursos de fontes vedadas ou a prática de
caixa dois.
3. Recurso ordinário provido.
(Ac. de 1.8.2014 no RO nº 39322, rel. Min. Dias Toffoli.)

▪ Na medida que o Caixa 2 desequilibra o jogo eleitoral e igualdade entre concorrentes, é possível também
enquadrá-lo como abuso de poder econômico (art. 22 LC 64/90 – também infração civil).
[...] Ação de impugnação de mandato eletivo. Abuso de poder econômico. Caixa dois. Configuração. [...] 1. A
utilização de 'caixa dois' configura abuso de poder econômico, com a força de influenciar ilicitamente o resultado
do pleito. 2. O abuso de poder econômico implica desequilíbrio nos meios conducentes à obtenção da preferência
do eleitorado, bem como conspurca a legitimidade e normalidade do pleito. 3. A aprovação das contas de

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campanha não obsta o ajuizamento de ação que visa a apurar eventual abuso de poder econômico. Precedentes.
[...]”
(Ac. de 19.12.2007 no REspe nº 28.387, rel. Min. Carlos Ayres Britto.)

▪ Se houver solicitação de vantagem por agente público para si ou para outrem, pode caracterizar o crime comum
de corrupção passiva.
- (Ação Penal 470 STF – Mensalão).
- “Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes
de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou
deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional.
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo
a pedido ou influência de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.”

▪ Caixa dois eleitoral é crime eleitoral?


- obs. não há tipo penal específico
- Sim, configurando o Art. 350, do Código Eleitoral.
- STF – Inquérito 3.676 - DF
- “Art. 350. Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer
inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, para fins eleitorais:
Pena – reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa, se o documento é público, e reclusão até três
anos e pagamento de 3 a 10 dias-multa, se o documento é particular.”
- “RECURSO ESPECIAL ELEITORAL. ELEIÇÕES 2008. PREFEITO E VEREADOR. "CAIXA DOIS". OMISSÃO DE VALORES
UTILIZADOS DURANTE A CAMPANHA NA PRESTAÇÃO DE CONTAS. CRIME DE FALSIDADE IDEOLÓGICA ELEITORAL
(ART. 350 DO CÓDIGO ELEITORAL). REJEIÇÃO PREMATURA DA DENÚNCIA. ACOLHIMENTO DA TESE DA ATIPICIDADE
DA CONDUTA PELA AUSÊNCIA DOS ELEMENTOS SUBJETIVOS DO TIPO. NECESSIDADE DE INSTRUÇÃO.
PRECEDENTES. ANULAÇÃO DO ACÓRDÃO A QUO.
(Recurso Especial Eleitoral nº 202702, Acórdão, Relator(a) Min. João Otávio De Noronha, Publicação: DJE - Diário
de justiça eletrônico, Tomo 95, Data 21/05/2015, Página 65)
3. O tipo do art. 350 do Código Eleitoral crime de falsidade ideológica eleitoral requer dolo específico. A conduta
de omitir em documento, público ou particular, informação juridicamente relevante, que dele deveria constar
(modalidade omissiva) ou de nele inserir ou fazer inserir informação inverídica (modalidade comissiva) deve ser
animada não só de forma livre e com a potencial consciência da ilicitude, como também com um "especial fim de
agir". E essa especial finalidade, que qualifica o dolo como específico, é a eleitoral.

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4. Contrariamente ao assentado no acórdão recorrido, é equivocada a afirmação de que nenhuma omissão de
informações ou inserção de informações inverídicas em prestação de contas tem aptidão para configurar o delito
em análise, por ser cronologicamente posterior às eleições.
5. O argumento de que esta Corte Superior assentou, em duas oportunidades, essa impossibilidade, não autoriza o
juízo de atipicidade prematuro (pela ausência de dolo específico). Há precedentes recentes do STJ e do TSE em
sentido oposto.
6. Se é certo, de um lado, que a inserção inverídica de informações na prestação de contas ou a omissão de
informações (que nela deveriam constar) não configura necessariamente o crime do art. 350 do Código Eleitoral;
também é certo, de outro, que não se pode, antes do recebimento da denúncia e da consequente instrução, afirmar
ser atípica a conduta, pela falta do elemento subjetivo do tipo dolo específico , unicamente sob o argumento da
ausência de finalidade eleitoral na conduta, porque realizada em procedimento posterior às eleições (na prestação
de contas).”
- Ac.-TSE, de 4.8.2015, no REspe nº 41861: é equivocada a afirmação de que nenhuma omissão de informações ou
inserção de informações inverídicas em prestação de contas tem aptidão para configurar o delito em análise, por
ser cronologicamente posterior às eleições.
- Ac.-TSE, de 6.11.2014, no REspe nº 3845587: a prática consubstanciada na falsidade de documento no âmbito de
prestação de contas possui finalidade eleitoral e relevância jurídica, pois tem o condão de atingir o bem jurídico
tutelado pela norma, que é a fé pública eleitoral.
- Ac.-TSE, de 7.12.2011, no HC nº 154094: o tipo previsto neste artigo é crime formal, sendo irrelevante a existência
de resultado naturalístico, bastando que o documento falso tenha potencialidade lesiva. (Ou, então, que a omissão
tenha potencialidade lesiva.)
- Ac.-TSE, de 18.8.2011, no REspe nº 23310: o tipo previsto neste artigo não é meio necessário nem fase normal de
preparação para a prática do delito tipificado no art. 290 deste código; são crimes autônomos que podem ser
praticados sem que um dependa do outro.

▪ Projeto de Tipificação Específica


- XIV) Medida para melhor criminalizar o uso de caixa dois em eleições:
- Mudança no Código Eleitoral (Lei nº 4.737/1965):
- “Art. 350-A. Arrecadar, receber, manter, movimentar ou utilizar qualquer recurso, valor, bens ou serviços
estimáveis em dinheiro, paralelamente à contabilidade exigida pela legislação eleitoral.
Pena - reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, se o fato não constitui crime mais grave.
§ 1º Incorre nas mesmas penas quem doar, contribuir ou fornecer recursos, valores, bens ou serviços nas
circunstâncias estabelecidas no caput.
§ 2º Incorrem nas mesmas penas os candidatos e os integrantes dos órgãos dos partidos políticos e das coligações
quando concorrerem, de qualquer modo, para a prática criminosa.

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§ 3º A pena será aumentada em 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), no caso de algum agente público concorrer, de
qualquer modo, para a prática criminosa.” (NR)

o Lei n. 13.488/2017
▪ Crime novo: impusionamento de conteúdo no dia da eleição
▪ O impulsionamento de conteúdo constitui uma ferramenta permitida em algumas plataformas de redes sociais,
paga, sempre paga, pela qual você patrocina suas publicações, permitindo que suas publicações sejam vistas não
só pelos que curtem a sua página, mas também pelos amigos daqueles que curtiram a sua página, por pessoas que
curtiram outra página, mas relacionado a sua página.
▪ É crime no dia da eleição (art. 39, § 5º, da Lei n. 9.504/1997) a conduta de publicar novos conteúdos ou o
impulsionamento de conteúdos nas aplicações de internet de que trata o art. 57 – B da Lei n. 9.504/1997, trazendo
no próprio tipo penal uma excludente de antijuridicidade que é a manutenção em funcionamento das aplicações e
dos conteúdos publicados anteriormente.
▪ Crime: Art. 354 – A, no Código Eleitoral, criando a apropriação indébita de recursos de financiamento de
campanha eleitoral, necessário em razão da criação do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), que
é dinheiro público, optando o legislador em criar uma figura especial de apropriação indébita eleitoral, com pena
de reclusão, de dois a seis, e multa, com a seguinte redação:
“Apropriar-se o candidato, o administrador financeiro da campanha, ou quem de fato exerça essa função, de bens,
recursos ou valores destinados ao financiamento eleitoral, em proveito próprio ou alheio”.

▪ Crime Novo (Denunciação Caluniosa Qualificada ou Denunciação Caluniosa com finalidade eleitoral): “Art. 326-
A. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, de investigação administrativa, de
inquérito civil ou ação de improbidade administrativa, atribuindo a alguém a prática de crime ou ato infracional de
que o sabe inocente, com finalidade eleitoral:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa.
§ 1º A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve do anonimato ou de nome suposto.
§ 2º A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de contravenção.
§ 3º (VETADO) - Veto Derrubado pelo Congresso. (Republicação da Lei em 11.11.2019.
§ 3º Incorrerá nas mesmas penas deste artigo quem, comprovadamente ciente da inocência do denunciado e com
finalidade eleitoral, divulga ou propala, por qualquer meio ou forma, o ato ou fato que lhe foi falsamente
atribuído.” Vetado. Veto derrubado. Republicada em 11.11.2019.” [espécie de fake News]
- obs. atente-se para a novidade do ato infracional, que não constava do art. 339 do CE (no art. 339 deve imputar a
prática de crime –apenas-)
- obs.2 conclui-se, no §3º, pela necessidade de uma denunciação caluniosa antecedente
- Razões do veto no §3º: “A propositura legislativa ao acrescer o art. 326-A, caput, ao Código Eleitoral, tipifica como
crime a conduta de denunciação caluniosa com finalidade eleitoral. Ocorre que o crime previsto no § 3º do referido

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art. 326-A da propositura, de propalação ou divulgação do crime ou ato infracional objeto de denunciação caluniosa
eleitoral, estabelece pena de reclusão, de dois a oito anos, e multa, em patamar muito superior à pena de conduta
semelhante já tipificada no § 1º do art. 324 do Código Eleitoral, que é de propalar ou divulgar calúnia eleitoral, cuja
pena prevista é de detenção, de seis meses a dois anos, e multa. Logo, o supracitado § 3º viola o princípio da
proporcionalidade entre o tipo penal descrito e a pena cominada.”

▪ Fake News Eleitoral – Finalidade Eleitoral.


- trabalha-se a fake News eleitoral verificando os dispositivos, que existem de aplicação da legislação eleitoral, à
situação de divulgar uma informação falsa
- pode ser difundida por vários mecanismos

▪ Código Eleitoral: “Art. 324. Caluniar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando fins de propaganda, imputando-
lhe falsamente fato definido como crime:
Pena - detenção de seis meses a dois anos, e pagamento de 10 a 40 dias-multa.
§ 1° Nas mesmas penas incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga.”
- Para que haja a tipificação desse tipo, deve cometer na propaganda eleitoral ou visando fins de propaganda
- Objetividade Jurídica: a Administração da Justiça, primariamente, e, secundariamente, a honra da pessoa atingida.
- Sujeito ativo: qualquer pessoa. Crime comum.
- Sujeito passivo: O Estado-Juiz e a pessoa a quem se atribui falsamente a infração.
- Elemento Subjetivo: Dolo direto, dar causa ao procedimento, sabendo-o inocente. Não se pune o dolo eventual,
nem a culpa. Exige elemento subjetivo especial – dolo específico – finalidade eleitoral.
- Consumação: quando a Autoridade dá início ao procedimento.
- Tentativa: admissível? Teria que narrar o fato, com finalidade eleitoral, que sabe o atingido inocente, e a
Autoridade considerar que tal fato não merece apuração, por atestar de plano a falsidade.
- Não há conflito com o crime de calúnia eleitoral – art. 324, CE, porque neste caso requer que o fato seja divulgado
na propaganda ou com a finalidade de propaganda eleitoral. (neste caso está apenas imputando fato falso, que seja
definido como crime ou ato infracional, dando ensejo ao procedimento –ação judicial, IC, OP)

▪ Caluniar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando fins de propaganda, imputando-lhe falsamente fato
definido como crime:
Pena. detenção de seis meses a dois anos, e pagamento de 10 a 40 dias-multa.
- Ação: dar causa.
- Ocorrendo a instauração de: investigação policial, processo judicial, investigação administrativa, inquérito civil ou
ação de improbidade administrativa.
- Atribuindo a prática de crime ou ato infracional.
- Sabendo inocente.

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- Com finalidade eleitoral.

▪ Art. 339, do Código Penal: “Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, instauração de
investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa (2000) contra alguém,
imputando-lhe crime de que o sabe inocente:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
§ 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anonimato ou de nome suposto.
§ 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de contravenção.”
- Veja as semelhanças com a denunciação caluniosa:
i) Penas iguais
ii) Tipos penais parcialmente iguais (ato infracional é novidade).

- Diferença: estar agora tipificado especificamente como crime eleitoral, deslocando a competência para a Justiça
Eleitoral.
- com o tipo penal específico na legislação eleitoral (para a denunciação caluniosa), sempre que ocorrer sua prática
com finalidade eleitoral, será de competência da justiça eleitoral
- para os processos ainda em trâmite, também serão deslocados para a justiça eleitoral em razão do princípio da
Princípio da continuidade normativo-típica:
i) Conduta continua criminosa, mas houve alteração topográfica do tipo penal, quando tiver finalidade eleitoral, já
que passou a haver previsão na legislação eleitoral.
ii) Consequência: processos não findos, devem ser transferidos à Justiça Eleitoral.

▪ Fake News
- Redes Sociais.
- Ausência de tipo penal específico.
- Projetos de lei em trâmite no Congresso.
- Sem cunho eleitoral, pode configurar crime contra a honra do Código Penal.
- Com cunho eleitoral, pode configurar crime contra a honra do Código Eleitoral.
- obs. todos os tipos abaixo podem ser utilizados para caracterizar as fake News
- Código Eleitoral – Crimes (Elemento normativo – “NA PROPAGANDA ELEITORAL”): “Art. 323. Divulgar, na
propaganda, fatos que sabe inveridicos, em relação a partidos ou candidatos e capazes de exercerem influência
perante o eleitorado:
Pena - detenção de dois meses a um ano, ou pagamento de 120 a 150 dias-multa.
Parágrafo único. A pena é agravada se o crime é cometido pela imprensa, rádio ou televisão.”

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- se não for apenas um fato falso, tendo um objetivo caluniar alguém (imputar fato criminoso falso): “Art. 324.
Caluniar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando fins de propaganda, imputando-lhe falsamente fato definido
como crime:
Pena - detenção de seis meses a dois anos, e pagamento de 10 a 40 dias-multa.
§ 1° Nas mesmas penas incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga.
§ 2º A prova da verdade do fato imputado exclui o crime, mas não é admitida:
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido, não foi condenado por sentença
irrecorrível;
II - se o fato é imputado ao Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro;
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível.”

- se o objetivo for difamar alguém (imputar fato ofensivo à reputação): “Art. 325. Difamar alguém, na propaganda
eleitoral, ou visando a fins de propaganda, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:
Pena - detenção de três meses a um ano, e pagamento de 5 a 30 dias-multa.
Parágrafo único. A exceção da verdade somente se admite se ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa
ao exercício de suas funções.”

- se o objetivo for injuriar alguém (ofendendo a dignidade ou decoro): “Art. 326. Injuriar alguém, na propaganda
eleitoral, ou visando a fins de propaganda, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
Pena - detenção até seis meses, ou pagamento de 30 a 60 dias-multa.”

- Lei Eleitoral (9.504/1997): crime para quem contrata e para quem é contratado para emitir mensagem ou
comentário na internet para ofender a honra ou imagem de candidato
Art. 57-H. Sem prejuízo das demais sanções legais cabíveis, será punido, com multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais)
a R$ 30.000,00 (trinta mil reais), quem realizar propaganda eleitoral na internet, atribuindo indevidamente sua
autoria a terceiro, inclusive a candidato, partido ou coligação. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)
§ 1o Constitui crime a contratação direta ou indireta de grupo de pessoas com a finalidade específica de emitir
mensagens ou comentários na internet para ofender a honra ou denegrir a imagem de candidato, partido ou
coligação, punível com detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa de R$ 15.000,00 (quinze mil reais) a R$
50.000,00 (cinquenta mil reais). (Incluído pela Lei nº 12.891, de 2013)
§ 2o Igualmente incorrem em crime, punível com detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, com alternativa de
prestação de serviços à comunidade pelo mesmo período, e multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 30.000,00
(trinta mil reais), as pessoas contratadas na forma do § 1o. (Incluído pela Lei nº 12.891, de 2013)

- Problema dos crimes contra a honra, exigem o elemento normativo: na propaganda eleitoral.

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- Problema do crime de divulgação ofensiva na internet: exige o elemento normativo: contratação (se for por conta
própria/espontânea, não caracteriza, então, o delito).

- aspecto Civil das Fake News: Art. 243, inciso IX, combinado com o § 1º, CE:
“Art. 243. Não será tolerada propaganda: IX - que caluniar, difamar ou injuriar quaisquer pessoas, bem como órgãos
ou entidades que exerçam autoridade pública.
§ 1º O ofendido por calúnia, difamação ou injúria, sem prejuízo e independentemente da ação penal competente,
poderá demandar, no Juízo Civil a reparação do dano moral respondendo por este o ofensor e, solidariamente, o
partido político deste, quando responsável por ação ou omissão a quem for favorecido pelo crime, ou que haja de
qualquer modo contribuído para ele. (Incluído pela Lei nº 4.961, de 4.5.1966).”

- obs. nesses casos, utiliza-se o Processo de propaganda vedada – art. 17, da Resolução n. 23.551/2017 – busca que
a justiça eleitoral mande cessar a prática
- obs.2 também pode haver ação de indenização
- Resolução 23.551/2017: Art. 33. A atuação da Justiça Eleitoral em relação a conteúdos divulgados na internet deve
ser realizada com a menor interferência possível no debate democrático (Lei nº 9.504/1997, art. 57-J).

- Art. 326 – A, C.E. – Lei 13.834/2019- Crime Novo (Denunciação Caluniosa Qualificada ou Denunciação Caluniosa
com finalidade eleitoral):
“Art. 326-A. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, de investigação administrativa,
de inquérito civil ou ação de improbidade administrativa, atribuindo a alguém a prática de crime ou ato infracional
de que o sabe inocente, com finalidade eleitoral:
[...]
§ 3º Incorrerá nas mesmas penas deste artigo quem, comprovadamente ciente da inocência do denunciado e com
finalidade eleitoral, divulga ou propala, por qualquer meio ou forma, o ato ou fato que lhe foi falsamente
atribuído.” Vetado. Veto derrubado. Republicada em 11.11.2019.”

- Problema...: “Art. 324, CE: Detenção de 6 meses a 2 anos.


§ 1° Nas mesmas penas incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga.”

- Considerações:
o art. 324, §1º trata da propalação da calúnia eleitoral
Já o §3º do 326-A necessita da difusão ou propalação do fato ou ato que foi falsamente atribuído (esse fato somente
existe se houver a conduta do caput)

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Ou seja, se simplesmente propalar fato falso que configurou calúnia eleitoral, há o art. 324 §1º. Se, entretanto,
propalar ou difundir o fato ou ato indevidamente atribuído à alguém (se, antecedentemente houver uma conduta
de denunciação caluniosa eleitoral) haverá o 326-A §3º

-Por fim, nota-se, portanto, que o fenômeno das” Fakes News” pode ser tipificado por várias condutas criminais
eleitorais, não existindo conduta específica

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DISCIPLINAS COMPLEMENTARES
André Cunha
Direito Eleitoral
Aula 7

ROTEIRO DE AULA

• PARTIDOS POLÍTICOS

➢ Conceito
o Pinto Ferreira, Comentários à Constituição Brasileira, 1989, citado por José Jairo Gomes, D. Eleitoral, 3. ed., Del
Rey:
▪ “associação voluntária de pessoas, com determinada ideologia e programa, com a intenção de conquistar total
ou parcialmente o poder, possivelmente mediante meios constitucionais, e satisfazer os interesses dos seus
membros”

o José Jairo Gomes:


▪ “Compreende-se por partido político a entidade formada pela livre associação de pessoas, cujas finalidades são
assegurar, no interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema representativo, e defender os direitos
humanos fundamentais”

o Associação de pessoas interessadas em participar do governo do país (para implementar suas ideologias e outros
interesses)

➢ Objetivos e Finalidades
o “Art. 1º, da Lei n. 9.096/1995: O partido político destina-se a assegurar, no interesse do regime democrático, a
autenticidade do sistema representativo e a defender os direitos fundamentais definidos na Constituição Federal.”
o Objetivos políticos:
▪ Divulgação de ideias e ideologias;

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▪ Convencimento dos eleitores do acerto de suas propostas administrativas e políticas públicas;
▪ Conquista do Poder Político (necessidade que surge na alternância de poder);
▪ Quando na Situação –quando é Governo- (dar sustentação política ao governo e implantar seus ideais na
administração);
▪ Quando na Oposição (conquistar o Poder, fiscalizar os atos do governo, formular alternativas administrativas –ao
dizer que está errado, apontar o correto).

➢ Pequeníssima História
o Introdução
▪ Inglaterra: Século VII; “Tories” (conservadores) e Whigs (liberais). Depois, Labour Party (trade Unions).
▪ França: Revolução 1789.
- Girondinos (Conservadores, sentavam-se à direita);
- Jacobinos (Revolucionários, sentavam-se à esquerda);
- Planície ou Pântano (la plaine) (sentavam-se no centro, neutros);
- Republicanos (cordeliers, clube dos) (extrema esquerda, incorporados aos Jacobinos);
- Monarquistas (feuillants, clube dos) (defendiam o rei, extintos com a fase do terror da revolução).

▪ EUA
- George Washington (não tinha partido).
- Partido Federalista (Hamilton) e Partido Democrata-Republicano (Jefferson e Maddison).
- Whig e Democrata.
- Republicano e Democrata.

▪ Brasil:
- Império: Conservadores e Liberais. Depois Partidos Republicanos (estaduais).
- Não havia registro legal dos partidos até o CE 1932. Estaduais e inclusive associações de classes legalmente
constituídas.
- Partidos Nacionais eleição 1945. Decreto 7.586/1945 previu exigência de filiação partidária.

➢ Princípios Constitucionais de Base ou de Fundamento


o Arts. 1º e 17, caput, da Constituição da República c/c. art. 2º, da Lei n. 9.096/1995.
▪ CF/88: Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania
nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os
seguintes preceitos:

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▪ Lei 9.096/95 - Art. 2º É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos cujos programas
respeitem a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa
humana

o A) Soberania Nacional;
▪ Não pode sofrer qualquer tipo de interferência de órgão estrangeiro

o B) Regime Democrático;
▪ Deve existir proteção e previsão de que respeitará o regime democrático
▪ Não se permite o totalitarismo

o C) Pluripartidarismo;
▪ Deve estar previsto no programa e estatutos o respeito à existência de outras forças políticas na cena nacional
▪ Não pode existir o objetivo de força unipartidária

o D) Direitos Fundamentais da Pessoa Humana.


▪ Devem respeitar os princípios bases da pessoa humana

o Os programas partidários devem respeitar tais princípios.


o Caso PCB
▪ Em março de 1946, o Deputado Barreto Pinto, do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), encaminha denúncia ao
Tribunal Superior Eleitoral contra o PCB, alegando o caráter ditatorial e internacionalista da agremiação e pedindo
a cassação de seu registro.
▪ Além disso, acusava-se a agremiação política de estar a serviço da União Soviética e que, em caso de guerra, seus
militantes lutariam contra o Brasil. O parecer do procurador geral foi pelo arquivamento do processo, mas o
Tribunal optou por não aceitá-lo e deu prosseguimento à apuração.
▪ Outra denúncia apontava ações do Partido Comunista Brasileiro na promoção de greves e da luta de classes,
vinculação com o comunismo soviético e violação dos princípios democráticos e direitos fundamentais do homem.
Isso contrariava o estabelecido pelos Decretos-Leis nºs 7.586/45 e 9.258/46 e pela Resolução nº 830, de 25 de
junho de 1946, expedida pelo Tribunal Superior Eleitoral.
▪ Em maio de 1947, outro parecer da Procuradoria da República argumentou que havia irregularidades no estatuto
do partido e seu caráter político era realmente internacionalista. No Plenário do Tribunal Superior, decidiu-se por
três votos a dois o cancelamento do registro do PCB - Resolução nº 1.841, de 7.5.1947 (formato PDF).
▪ Os votos vencedores concluíram pela procedência das acusações, com base na violação ao art. 141, § 13, da
Constituição Federal de 1946 , c.c. o art. 26, alíneas a e b, do Decreto-Lei nº 9.258/46. Esse dispositivo constitucional
vedava a organização, o registro ou o funcionamento de qualquer partido político ou associação cujo programa ou

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ação contrariasse o regime democrático. O preceito estava baseado na pluralidade dos partidos e na garantia dos
direitos fundamentais do homem.
▪ A tese vencida ressaltou a ausência de provas das alegações e defendeu a democracia calcada na pluralidade
partidária, independentemente do caráter antidemocrático das agremiações, razão pela qual entendeu manter o
registro do partido. Dias depois, o Ministério da Justiça iniciava o fechamento das instalações do PCB.

➢ Princípios Constitucionais de Criação


o Art. 17, incisos I, II, III e IV, § 4º, da Constituição da República.
o A) caráter nacional;
▪ Decorre da soberania nacional
▪ Visa evitar ideias que buscam a segregação do território e atentem contra a soberania
▪ Não pode ser regionalizado (forças estaduais, regionais ou municipais não podem criar partidos)
▪ Caráter de união nacional (união de todos os brasileiros, sem privilegiar determinado seguimento ou território)
▪ Federação de Estados. União. Não pode partido representativo de uma só região ou de um só Estado da
Federação.
▪ Art. 5º (Lei 9.096/1995): A ação do partido tem caráter nacional e é exercida de acordo com seu estatuto e
programa, sem subordinação a entidades ou governos estrangeiros.
▪ “A CR assegura a livre criação, fusão e incorporação de partidos políticos. Liberdade não é absoluta,
condicionando-se aos princípios do sistema democrático-representativo e do pulipartidarismo. São constitucionais
as normas que fortalecem o controle quantitativo e qualitativo dos partidos, sem afronta ao princípio da igualdade
ou qualquer ingerência em seu funcionamento interno. O requisito constitucional do caráter nacional dos partidos
políticos objetiva impedir a proliferação de agremiações sem expressão política, que podem atuar como "legendas
de aluguel", fraudando a representação, base do regime democrático.”
[ADI 5.311 MC, rel. min. Cármen Lúcia, j. 30-9-2015, P, DJE de 4-2-2016.]

▪ O conteúdo do art. 45, § 6º, da Lei 9.504/1997 não afronta a exigência de observância do caráter nacional pelos
partidos políticos, reforçando, ao contrário, as diretrizes de tal exigência constitucional, ao possibilitar ao partido
político que se utilize, na propaganda eleitoral em âmbito regional, da imagem e da voz de candidato ou militante
de partido político que integre a sua coligação em âmbito nacional. Cabe à Justiça Eleitoral ponderar sobre
eventuais abusos e excessos na participação de figuras nacionais nas propagandas locais. A história dos partidos
políticos no Brasil e a adoção do sistema proporcional de listas abertas demonstram, mais uma vez, a importância
do permanente debate entre "elites locais" e "elites nacionais" no desenvolvimento de nossas instituições. O
sistema eleitoral brasileiro de representação proporcional de lista aberta surgiu, exatamente, desse embate,
resultado que foi da conjugação de nossa ausência de tradição partidária com a força das nossas bases eleitorais
regionais.
[ADI 4.430, rel. min. Dias Toffoli, j. 29-6-2012, P, DJE de 19-9-2013.]

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o B) proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a
estes;
▪ Evitar influência de organismos públicos ou privados estrangeiros na política nacional, pois os partidos são peças
fundamentais na defesa da soberania nacional.
▪ Art. 5º (Lei 9.096/1995): A ação do partido tem caráter nacional e é exercida de acordo com seu estatuto e
programa, sem subordinação a entidades ou governos estrangeiros.
▪ Receber esse tipo de ajuda ou recurso é causa de extinção do partido

o C) prestação de contas à Justiça Eleitoral;


▪ Diante do fato de receberem dinheiro do fundo partidário (dinheiro público e doações)
▪ Além do dinheiro de doações de pessoas físicas ou filiados (servem para o partido executar seus objetivos, dentre
os quais, há o exercício/busca pelo governo)
▪ Controle da justiça eleitoral e da população
▪ Art. 28, § 12, da Lei federal 9.504/1997 (Lei das Eleições). Prestação de contas. Doações de partidos para
candidatos. Dispensa da identificação dos particulares responsáveis pela doação ao partido. Medida antagônica à
política pública de transparência. Aparente afronta ao bloco de princípios de sustentação do sistema democrático
de representação popular. (...) Os dados relativos aos doadores de campanha interessam não apenas às instâncias
estatais de controle da regularidade do processo eleitoral, mas à sociedade como um todo, e sua divulgação é
indispensável para habilitar o eleitor a fazer uma prognose mais realista da confiabilidade das promessas de
campanha de candidatos e partidos. O esclarecimento público da realidade do financiamento de campanhas (a)
qualifica o exercício da cidadania, permitindo uma decisão de voto melhor informada; (b) capacita a sociedade civil,
inclusive os partidos e candidatos que concorrem entre si, a cooperar com as instâncias estatais na verificação da
legitimidade do processo eleitoral, fortalecendo o controle social sobre a atividade político-partidária; e (c) propicia
o aperfeiçoamento da própria política legislativa de combate à corrupção eleitoral, ajudando a denunciar as
fragilidades do modelo e a inspirar propostas de correção futuras. Sem as informações necessárias, dentre elas a
identificação dos particulares que contribuíram originariamente para legendas e candidatos, o processo de
prestação de contas perde sua capacidade de documentar “a real movimentação financeira, os dispêndios e
recursos aplicados nas campanhas eleitorais” (art. 34, caput, da Lei 9.096/1995), obstruindo o cumprimento, pela
Justiça Eleitoral, da relevantíssima competência estabelecida no art. 17, III, da CF. Medida cautelar deferida para
suspender, até o julgamento final desta ação, com eficácia ex tunc, a expressão “sem individualização dos
doadores”, constante da parte final do § 12 do art. 28 da Lei federal 9.504/1997, acrescentado pela Lei 13.165/2015.
[ADI 5.394 MC, rel. min. Teori Zavascki, j. 12-11-2015, P, DJE de 10-11-2016.]

o D) funcionamento parlamentar de acordo com a lei;


▪ Busca-se evitar a perturbação dos trabalhos parlamentares durante o exercício do mandato
▪ Sua relação com os parlamentares e destes com as casas legislativas devem respeitar a lei

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▪ Partido político. Funcionamento parlamentar. Propaganda partidária gratuita. Fundo partidário. Surge conflitante
com a CF lei que, em face da gradação de votos obtidos por partido político, afasta o funcionamento parlamentar
e reduz, substancialmente, o tempo de propaganda partidária gratuita e a participação no rateio do Fundo
Partidário. Normatização. Inconstitucionalidade. Vácuo. Ante a declaração de inconstitucionalidade de leis,
incumbe atentar para a inconveniência do vácuo normativo, projetando-se, no tempo, a vigência de preceito
transitório, isso visando a aguardar nova atuação das Casas do Congresso Nacional.
[ADI 1.354 e ADI 1.351, rel. min. Marco Aurélio, j. 7-12-2006, P, DJ de 30-3-2007.]

o E) proibição de utilização de organização paramilitar.


▪ Ex. exército e milícias
▪ Paramilitar é uma organização fardada, uniformizada, com disciplina, hierarquia rígida, etc. (ou seja, se equiparam
ao regramento das forças armadas ou milícias)
▪ Art. 6º (Lei n. 9.096/1995): É vedado ao partido político ministrar instrução militar ou paramilitar, utilizar-se de
organização da mesma natureza e adotar uniforme para seus membros.

➢ Personalidade Jurídica
o Art. 17, § 2º, da Constituição da República.
▪ “Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no
Tribunal Superior Eleitoral.”
▪ Não são pessoas jurídicas de direito público

o Art. 44, inciso V, do Código Civil.


▪ “São pessoas jurídicas de direito privado:
V – os partidos políticos (incluído pela Lei n. 10.825/2003).
§ 3º Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto em lei específica. ( Lei nº 10.825,
de 22.12.2003)”

o Lei 9.096/1995 – art. 1º. Pessoa Jurídica de Direito Privado.

o Mandado de Segurança
▪ Embora sejam PJ de direito privado, por expressa previsão legal, os atos de seus dirigentes estão equiparados aos
de uma autoridade coatora para efeitos de MS
▪ Lei n. 12.016/2009 - autoridade coatora por equiparação:
“Art. 1o Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas
corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer
violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem
as funções que exerça.

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§ 1o Equiparam-se às autoridades, para os efeitos desta Lei, os representantes ou órgãos de partidos políticos e os
administradores de entidades autárquicas, bem como os dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no
exercício de atribuições do poder público, somente no que disser respeito a essas atribuições.”

o Modificação em 2017 à Lei Orgânica dos Partidos Políticos


▪ Inclusão do parágrafo único ao artigo 1º, da Lei Orgânica dos Partidos Políticos (n. 9.096/1995), pela Lei
13.488/2017, apenas para deixar claro que os Partidos Políticos não são entidades paraestatais, tampouco,
objetivando a autora da emenda evitar confusões judiciárias que acabam por punir dirigentes partidários como se
fossem dirigentes de entes paraestatais (Cf.
http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=1604928&filename=EMP+45/2017+
%3D%3E+PL+8612/2017).

o Já foram pessoas jurídicas de direito público interno:


▪ Primeira vez mencionados na Constituição de 1946.
▪ Lei 4.740/1965, art. 2º.
▪ Lei 5.682/1971, art. 2º.

o O Partido Político passa a ter existência jurídica com o registro do seu Estatuto no Cartório de Registro Civil de
Pessoas Jurídicas da Capital Federal (arts. 7º e 8º, da Lei n. 9.096/1995).
o Contudo, só poderá participar do jogo eleitoral, se registrar o seu Estatuto no Tribunal Superior Eleitoral.
o Diminuiu-se o período para um novo partido concorrer às eleições, de um ano para seis meses, conforme a nova
redação do art. 4º, da Lei n. 9.504/1997 (alterado pela Lei n. 13.488/2017), “poderá participar das eleições o partido
que, até seis meses antes do pleito, tenha registrado seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral, conforme o disposto
em lei, e tenha, até a data da convenção, órgão de direção constituído na circunscrição, de acordo com o respectivo
estatuto”.
▪ Portanto são dois requisitos para o partido disputar a eleição:
▪ I) 6 meses de registro no TSE antes do pleito
▪ II) Até a data da convenção, deve estar com o órgão de direção constituído conforme o estatuto

o Questões interna corporis: Justiça Comum Estadual.


▪ Questões que são do próprio partido, sendo tratadas pela justiça comum estadual
▪ Se houver interferência direta no processo eleitoral: a questão será eleitoral (competência da justiça eleitoral)
▪ Se a questão for meramente administrativa; associativa; não gerando interferência no processo eleitoral: será
interna corporis (interna do partido)

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▪ “Agravo regimental. Recurso especial. Decisão agravada alinhada no sentido da jurisprudência do TSE.
Desprovimento. 1. É questão interna corporis o retorno de eleitor aos quadros de partido político. 2. Decisão
agravada que se mantém pelos seus próprios fundamentos. 3. Agravo regimental a que se nega provimento.”
(Ac. de 18.12.2008 no AgR-REspe nº 29.616, rel. Min. Eros Grau.)

▪ “Consulta. Rejeição de contas pelo TCU. Inelegibilidade. [...]. O questionamento sobre a possibilidade de haver
filiação partidária quando as decisões do TCU não foram contestadas em juízo constitui matéria interna corporis;
[...].”
(Res. nº 21.563, de 18.11.2003, rel. Min. Ellen Gracie.)

▪ TRE-RJ - MANDADO DE SEGURANCA MS 937 RJ (TRE-RJ)


Data de publicação: 06/03/2014
Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA. COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL. AUSÊNCIA DO DIREITO
LÍQUIDO E CERTO. MATÉRIA JÁ DECIDIDA PELO PLENÁRIO DO TRE/RJ. INCONFORMISMO DO IMPETRANTE.
INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ELEITORAL PARA DECIDIR QUESTÃO INTERNACORPORIS DE PARTIDO POLÍTICO.
DENEGAÇÃO DA SEGURANÇA. 1. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) é órgão competente para julgar mandado de
segurança impetrado contra praticado por seus membros. Preliminar de incompetência rejeitada. 2. A objetivo do
mandamus é impedir a produção de efeitos de decisão proferida pelo plenário desta Corte Eleitoral, em recurso
eleitoral. 3. A Justiça Eleitoral é incompetente para apreciar e julgar o mérito de requerimento de anulação de
convenção partidária de Diretório Regional por iniciativa de órgão de direção nacional, por se tratar de
matéria interna corporis. Trata-se de litígio a ser dirimido, nos termos da jurisprudência do e. Tribunal Superior
Eleitoral, pela Justiça Estadual Comum. 4. O mandado de segurança não se presta ao reexame de questões já
decididas em recurso eleitoral, com resultado desfavorável ao impetrante. Ausência do direito líquido e certo. 5.
Denegação da segurança.

▪ TRE-GO - RECURSO ELEITORAL RE 6020 GO (TRE-GO)


Data de publicação: 12/04/2010
Ementa: ELEIÇÕES 2008. RECURSO ELEITORAL. LEGITIMIDADE DA COLIGAÇÃO PARA PROPOR AÇÃO SEM
AUTORIZAÇÃO DOS PARTIDOSCOLIGADOS. INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ELEITORAL PARA
RESOLVER QUESTÕES INTERNA CORPORIS DOS PARTIDOS.
1. Uma vez coligados, os partidos políticos devem funcionar como um só partido no relacionamento com a Justiça
Eleitoral e no trato dos interesses interpartidários. 2. O representante escolhido para representar a coligação possui
atribuições de presidente de partido político e apenas ele detém capacidade processual para demandar com a
Justiça Eleitoral. 3. Para demandar com a Justiça Eleitoral o representante da coligação não precisa de autorização
dos partidos que a compõem, pois não há dispositivo legal ou entendimento jurisprudencial que assim determine.
4. A declaração de um dos partidos coligados, não concordando com a propositura da ação, não impede a coligação

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legalmente formada em convenção partidária de propô-la, nem desautoriza seu representante legal. 5. A Justiça
Eleitoral não possui competência para interferir no processo de organização e funcionamento
dos partidos políticos, eventual desacordo entre um partido coligado e a coligação deve ser ajuizada na Justiça
Comum Estadual. 6. Recurso provido. Sentença anulada, com retorno dos autos à origem, feito novo julgamento
com exame do meritum.

▪ Ac.-TSE, de 12.11.2008, no REspe nº 31913: possibilidade de a Justiça Eleitoral examinar ilegalidades e nulidades
na hipótese de conflito de interesses entre os diretórios regional e municipal de partido político com reflexos no
pleito.

▪ "[...] 1. Os partidos políticos, mercê da proeminência dispensada em nosso arquétipo constitucional, não gozam
de imunidade para, a seu talante, praticarem barbáries e arbítrios entre seus Diretórios, máxime porque referidas
entidades gozam de elevada envergadura institucional, posto essenciais que são para a tomada de decisões e na
própria conformação do regime democrático. 2. A autonomia partidária, postulado fundamental insculpido no art.
17, § 1º, da Lei Fundamental de 1988, manto normativo protetor contra ingerências estatais canhestras em
domínios específicos dessas entidades (e.g., estrutura, organização e funcionamento interno), [...] 5. O órgão
nacional da grei partidária ostenta a prerrogativa exclusiva de anular as deliberações e atos decorrentes de
convenções realizadas pelas instâncias de nível inferior, sempre que se verificar ultraje às diretrizes da direção
nacional, ex vi do art. 7º, § 2º, da Lei das Eleições, desde que indigitadas orientações não desbordem dos
balizamentos erigidos pelos imperativos constitucionais. 6. A jurisdição mais incisiva se justifica nas hipóteses em
que a disposição estatutária, supostamente transgredida, densificar/concretizar diretamente um comando
constitucional. [...]"
(Ac. de 4.10.2016 no REspe nº 11228, rel. Min. Luiz Fux.)

▪ STF: RMS 23.244/RO — Conflito entre órgãos do mesmo partido político. Incompetência da Justiça Eleitoral.
Conflito entre órgãos do mesmo partido político não constitui matéria eleitoral para caracterizar a competência da
Justiça especializada, a menos que possa configurar hipótese em que ele tenha ingerência direta no processo
eleitoral. (RMS 23.244/RO, rel. min. Moreira Alves, 1ª T, j. 6-4-1999, DJ de 28-5-1999.)

➢ Sistemas Partidários
o Pluripartidarismo.
▪ Arts. 1º, V, e 17, da Constituição da República.
▪ Possibilidade de mais de dois partidos no país
▪ Desde que respeitados os princípios de base e de criação

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o Bipartidarismo.
▪ Brasil (Ato Institucional 2/1965 e Ato Complementar 04/1965)
▪ Um país, por lei, impõe a existência de apenas duas forças políticas
▪ Lembre-se que a Inglaterra e os EUA não são bipartidários, já que, embora tenham dois partidos proeminentes,
admitem outros partidos

o Unipartidarismo.
▪ Países Comunistas. Alemanha Nazista. Itália Fascista.
▪ Passa a ideia de que a sociedade já atingiu a plenitude ideológica e de mecanismos de atuação, sendo que o
partido existente é perfeito

➢ Criação, Registro e Funcionamento.


o Quatro Etapas:
▪ Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas do local da sede, no território nacional (caráter nacional). (Capital
Federal anteriormente).

▪ Tribunal Superior Eleitoral


- (Comprovação de apoio mínimo de eleitores).

▪ Registro dos órgãos partidários nos Tribunais Regionais Eleitorais.


- Órgãos de direção regionais dos partidos

▪ Registro do estatuto e do órgão de direção nacional do Tribunal Superior Eleitoral.

▪ obs. A partir da quarta etapa o partido pode participar da eleição


▪ O partido está criado (detém personalidade jurídica como associação) por ocasião do registro no cartório
▪ Artigos 7º/11, da Lei n. 9.096/1995.
▪ Resolução n. 23.465/2015, revogada.
▪ Resolução vigente é a 23.571/2018.
▪ Art. 7º O partido político, após adquirir personalidade jurídica na forma da lei civil, registra seu estatuto no
Tribunal Superior Eleitoral.
§ 1o Só é admitido o registro do estatuto de partido político que tenha caráter nacional, considerando-se como tal
aquele que comprove, no período de dois anos, o apoiamento de eleitores não filiados a partido político,
correspondente a, pelo menos, 0,5% (cinco décimos por cento) dos votos dados na última eleição geral para a
Câmara dos Deputados, não computados os votos em branco e os nulos, distribuídos por um terço, ou mais, dos
Estados, com um mínimo de 0,1% (um décimo por cento) do eleitorado que haja votado em cada um
deles. (Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015)

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§ 2º Só o partido que tenha registrado seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral pode participar do processo
eleitoral, receber recursos do Fundo Partidário e ter acesso gratuito ao rádio e à televisão, nos termos fixados nesta
Lei.
§ 3º Somente o registro do estatuto do partido no Tribunal Superior Eleitoral assegura a exclusividade da sua
denominação, sigla e símbolos, vedada a utilização, por outros partidos, de variações que venham a induzir a erro
ou confusão.

▪ Art. 8º O requerimento do registro de partido político, dirigido ao cartório competente do Registro Civil das
Pessoas Jurídicas do local de sua sede, deve ser subscrito pelos seus fundadores, em número nunca inferior a 101
(cento e um), com domicílio eleitoral em, no mínimo, 1/3 (um terço) dos Estados, e será acompanhado
de: (Redação dada pela Lei nº 13.877, de 2019)
I - cópia autêntica da ata da reunião de fundação do partido;
II - exemplares do Diário Oficial que publicou, no seu inteiro teor, o programa e o estatuto;
III - relação de todos os fundadores com o nome completo, naturalidade, número do título eleitoral com a Zona,
Seção, Município e Estado, profissão e endereço da residência.
§ 1º O requerimento indicará o nome e a função dos dirigentes provisórios e o endereço da sede do partido no
território nacional. (Redação dada pela Lei nº 13.877, de 2019)
§ 2º Satisfeitas as exigências deste artigo, o Oficial do Registro Civil efetua o registro no livro correspondente,
expedindo certidão de inteiro teor.
§ 3º Adquirida a personalidade jurídica na forma deste artigo, o partido promove a obtenção do apoiamento
mínimo de eleitores a que se refere o § 1º do art. 7º e realiza os atos necessários para a constituição definitiva de
seus órgãos e designação dos dirigentes, na forma do seu estatuto.

▪ Art. 9º Feita a constituição e designação, referidas no § 3º do artigo anterior, os dirigentes nacionais promoverão
o registro do estatuto do partido junto ao Tribunal Superior Eleitoral, através de requerimento acompanhado de:
I - exemplar autenticado do inteiro teor do programa e do estatuto partidários, inscritos no Registro Civil;
II - certidão do registro civil da pessoa jurídica, a que se refere o § 2º do artigo anterior;
III - certidões dos cartórios eleitorais que comprovem ter o partido obtido o apoiamento mínimo de eleitores a que
se refere o § 1º do art. 7º.
§ 1º A prova do apoiamento mínimo de eleitores é feita por meio de suas assinaturas, com menção ao número do
respectivo título eleitoral, em listas organizadas para cada Zona, sendo a veracidade das respectivas assinaturas e
o número dos títulos atestados pelo Escrivão Eleitoral.
§ 2º O Escrivão Eleitoral dá imediato recibo de cada lista que lhe for apresentada e, no prazo de quinze dias, lavra
o seu atestado, devolvendo-a ao interessado.

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§ 3º Protocolado o pedido de registro no Tribunal Superior Eleitoral, o processo respectivo, no prazo de quarenta
e oito horas, é distribuído a um Relator, que, ouvida a Procuradoria-Geral, em dez dias, determina, em igual prazo,
diligências para sanar eventuais falhas do processo.
§ 4º Se não houver diligências a determinar, ou após o seu atendimento, o Tribunal Superior Eleitoral registra o
estatuto do partido, no prazo de trinta dias.

▪ Art. 10. As alterações programáticas ou estatutárias, após registradas no Ofício Civil competente, devem ser
encaminhadas, para o mesmo fim, ao Tribunal Superior Eleitoral.
§ 1º. O Partido comunica à Justiça Eleitoral a constituição de seus órgãos de direção e os nomes dos respectivos
integrantes, bem como as alterações que forem promovidas, para anotação: (Incluído pela Lei nº 9.259, de
1996) (Renumerado pela Lei nº 13.877, de 2019)
I - no Tribunal Superior Eleitoral, dos integrantes dos órgãos de âmbito nacional; (Incluído pela Lei nº 9.259,
de 1996) (Renumerado pela Lei nº 13.877, de 2019)
II - nos Tribunais Regionais Eleitorais, dos integrantes dos órgãos de âmbito estadual, municipal ou
zonal. (Incluído pela Lei nº 9.259, de 1996) (Renumerado pela Lei nº 13.877, de 2019)
§ 2º Os registros de atas e demais documentos de órgãos de direção nacional, estadual, distrital e municipal devem
ser realizados no cartório do Registro Civil de Pessoas Jurídicas da circunscrição do respectivo diretório
partidário. (Incluído pela Lei nº 13.877, de 2019)

▪ Art. 11. O partido com registro no Tribunal Superior Eleitoral pode credenciar, respectivamente:
I - delegados perante o Juiz Eleitoral;
II - delegados perante o Tribunal Regional Eleitoral;
III - delegados perante o Tribunal Superior Eleitoral.
Parágrafo único. Os delegados credenciados pelo órgão de direção nacional representam o partido perante
quaisquer Tribunais ou Juízes Eleitorais; os credenciados pelos órgãos estaduais, somente perante o Tribunal
Regional Eleitoral e os Juízes Eleitorais do respectivo Estado, do Distrito Federal ou Território Federal; e os
credenciados pelo órgão municipal, perante o Juiz Eleitoral da respectiva jurisdição.

o Fundação:
▪ Pelo menos 101 eleitores, com domicílio eleitoral em, no mínimo,
▪ Um terço dos Estados. (Busca-se privilegiar a soberania nacional e o princípio de criação de existência nacional)
▪ Elaboração do Programa e do Estatuto do Partido.
▪ Eleição, na forma do Estatuto, dos dirigentes nacionais provisórios.

o O requerimento do registro de partido político, dirigido ao cartório competente do Registro Civil das Pessoas
Jurídicas da sede do partido, no território nacional, subscrito pelos seus fundadores.

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o O partido político em formação, no prazo de até 100 (cem) dias, contados da obtenção do seu registro civil, deve
informar ao Tribunal Superior Eleitoral a sua criação.
▪ O Partido passa a ser denominado Partido Político em formação.
▪ Criado juridicamente, mas não registrado no TSE
▪ Ac.-TSE, de 20.5.2014, no RPP nº 69591: impossibilidade de registro provisório de partido político.

o Apoiamento de Eleitores (art. 7º, § 1º, da Lei n. 9.096/1995).


▪ O partido político em formação, acompanhado de certidão do registro civil das pessoas jurídicas da capital federal,
deve informar aos tribunais regionais eleitorais o nome das pessoas responsáveis pela apresentação das listas ou
dos formulários de assinaturas e solicitação de certidão de apoiamento perante os cartórios eleitorais. (veja que
não é mais ao TSE)
▪ Até 2015, o apoiamento poderia ser por eleitores filiados a partidos políticos, alterando-se, inicialmente pela Lei
n. 13.107/2015, que autoriza apenas eleitores não filiados, com a proibição mantida pela Lei n. 13.165/2015, a qual
foi atacada na Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 5.311/DF, na qual o STF a considerou, em decisão cautelar,
constitucional
▪ Portanto, para prestar o apoaimento não pode estar filiado a outro partido político; deve ser eleitor livre
▪ Prazo para obtenção do apoiamento: 2 anos.
▪ Listas ou formulários conforme modelos disponibilizados pela Justiça Eleitoral.
▪ Repito: Eleitores não filiados.
▪ O apoiamento não constitui filiação (deve vir expresso tal aviso) (Res.-TSE nº 21.853/2004).
▪ Objetivo do apoiamento: atingir o número correspondente a, pelo menos, 0,5% (cinco décimos por cento) dos
votos dados na última eleição geral para a Câmara dos Deputados, não computados os votos em branco e os nulos,
distribuídos por um terço, ou mais, dos Estados, com um mínimo de 0,1% (um décimo por cento) do eleitorado que
haja votado em cada um deles.
▪ Res.-TSE nº 22553/2007: inadmissibilidade de encaminhamento de ficha de apoiamento de eleitores pela
Internet, tendo em vista a exigência contida no art. 9º, § 1º, da Lei nº 9.096/1995;
▪ Res.-TSE nº 22510/2007: impossibilidade de utilização da cédula de identidade em lugar do título eleitoral;
▪ Res.-TSE nº 21966/2004: "Partido político em processo de registro na Justiça Eleitoral tem direito de obter lista
de eleitores, com os respectivos números do título e zona eleitoral";
▪ Não serão aceitos no momento do pré-cadastramento:
- I - nomes de eleitores que constem nos registros da Justiça Eleitoral como filiados a partido político e
- II - ou que já tenham sido previamente cadastrados como apoiadores da respectiva agremiação.

▪ O eleitor não filiado pode manifestar apoio à criação de mais de uma agremiação.
▪ Não devem ser atestadas como válidas as assinaturas que:
- I – divirjam dos padrões constantes dos registros da Justiça Eleitoral;

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- II – não possuam registros suficientes para a comparação; ou
- III – tenham sido obtidas antes do registro civil do partido em formação ou após o transcurso do prazo de dois
anos a partir da data da aquisição da personalidade jurídica.

▪ Os dados constantes nas listas ou nos formulários devem ser publicados em cartório e no sítio do Tribunal Superior
Eleitoral (DJE) no prazo de 3 (três) dias contados do seu recebimento e podem ser impugnados por qualquer
interessado, em petição fundamentada, no prazo de 5 (cinco) dias contados da publicação.
- A impugnação deve ser apresentada diretamente ao juízo eleitoral competente, relatando fatos devidamente
comprovados.
- Conhecida a impugnação, o juiz determinará a notificação do responsável indicado pelo partido político em
formação e, se for o caso, de quem mais estiver indicado na impugnação para que, no prazo de 5 (cinco) dias,
apresente(m) defesa, com as provas que entender(em) cabíveis.
- Apresentada ou não defesa, o juiz eleitoral, após ouvir o Ministério Público Eleitoral, decidirá o incidente em até
3 (três) dias.
- Julgada procedente a impugnação, o juiz determinará a exclusão do nome do eleitor da respectiva lista de
apoiamento.
- Havendo indícios da prática de crime na documentação apresentada para apoiamento, será remetida cópia desta
ao Ministério Público Eleitoral para as providências cabíveis, independentemente do oferecimento de impugnação.

o Feita a constituição definitiva e a designação dos órgãos de direção regional e municipais, o presidente regional
do partido político em formação deve solicitar o registro no respectivo Tribunal Regional Eleitoral, por meio de
requerimento.
▪ Registrados os órgãos de direção regional em, pelo menos, 1/3 (um terço) dos estados, o presidente do partido
político em formação deve solicitar o registro do estatuto e do respectivo órgão de direção nacional no Tribunal
Superior Eleitoral, por meio de requerimento.
▪ O partido político em formação deve indicar, no pedido de registro, o nome, a sigla e o número da legenda
pretendidos, sendo vedada a utilização do número da agremiação juntamente com a sigla partidária.
▪ O número da legenda deverá ser escolhido entre o 10 (dez) e o 90 (noventa) e a preferência para a utilização de
determinado número pelo partido em formação será verificada pela ordem cronológica dos pedidos de registro de
partidos políticos protocolizados perante o Tribunal Superior Eleitoral.
▪ Protocolizado o pedido de registro, será ele autuado e distribuído a um relator no prazo de 48 (quarenta e oito)
horas, devendo a secretaria do tribunal publicar, imediatamente, no Diário da Justiça Eletrônico, edital para ciência
dos interessados, cabendo a qualquer interessado impugnar, no prazo de 5 (cinco) dias contados da publicação do
edital, em petição fundamentada, o pedido de registro.
- A impugnação deve ser formulada em petição fundamentada dirigida ao relator, com a clara identificação dos
fatos e dos fundamentos jurídicos do pedido.

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- Na impugnação, o impugnante deve juntar desde logo a prova documental pertinente e, se for o caso, requerer,
justificadamente, outras provas, inclusive requisição de documentos em poder de terceiros ou de repartições
públicas.
- Oferecida impugnação, o relator determina a intimação do requerente do registro para apresentação de defesa,
no prazo de 7 (sete) dias.
- Na defesa, o partido em formação deve juntar desde logo a prova documental pertinente e, se for o caso, requerer,
justificadamente, outras provas, inclusive documentos em poder de terceiros ou de repartições públicas.
- Oferecida a resposta ou findo o respectivo prazo, o relator decidirá sobre a pertinência das provas requeridas
pelas partes, determinado a realização daquelas que contribuírem para a decisão da causa e indeferindo as inúteis
ou meramente protelatórias.
- Da juntada de qualquer documento, deve ser dada vista a outra parte para manifestação no prazo de 3 (três) dias.
- Não havendo impugnação ou finda a instrução do feito, o relator deve ouvir o Ministério Público Eleitoral no prazo
de 10 (dez) dias e determinar, em igual prazo, as diligências para sanar eventuais falhas do processo.
- Ouvido o Ministério Público, os autos são conclusos ao relator, que os apresentará para julgamento perante o
Plenário do Tribunal no prazo de até 30 (trinta) dias.
- Na sessão de julgamento, após o relatório, as partes, inclusive o Procurador-Geral Eleitoral, podem sustentar
oralmente suas razões, no prazo improrrogável de 20 (vinte) minutos cada um.
- Deferido ou não o registro do estatuto e do órgão de direção nacional, o tribunal deve fazer imediata comunicação
do resultado aos tribunais regionais eleitorais, e estes, da mesma forma, aos juízos eleitorais.
- Indeferido o pedido de registro pelo Tribunal Superior Eleitoral, os interessados podem requerer o
desentranhamento dos documentos juntados nos autos para posterior utilização, se for o caso, em novo pedido.

o Consequências do deferimento do registro


▪ Disputar eleições;
▪ Receber recursos do Fundo Partidário;
▪ Ter acesso gratuito ao rádio e à televisão (direito de antena);
▪ Uso exclusivo da sua denominação, sigla e símbolos, vedada a utilização, por outros partidos, de variações que
venham a induzir a erro ou confusão.

➢ Estatutos
o Observadas as disposições constitucionais e legais, o partido é livre para fixar, em seu programa, seus objetivos
políticos e para estabelecer, em seu estatuto, a sua estrutura interna, organização e funcionamento (CF, art.
17, caput; Lei nº 9.096/1995, art. 14).
o O estatuto do partido político deve prever, entre outras, normas sobre (Lei nº 9.096/1995, art. 15, I a IX):
▪ I – nome, denominação abreviada e estabelecimento da sede na capital federal;
▪ II – filiação e desligamento de seus membros;

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▪ III – direitos e deveres dos filiados;
▪ IV – formas de organização e administração, com a definição de sua estrutura geral e identificação, composição e
competência dos órgãos partidários nos níveis municipal, estadual e nacional, duração dos mandatos e processo
de eleição dos seus membros;
▪ V – fidelidade e disciplina partidárias, processo para apuração das infrações e aplicação das penalidades,
assegurado amplo direito de defesa;
▪ VI – condições e forma de escolha de seus candidatos a cargos e funções eletivas;
▪ VII – finanças e contabilidade, estabelecendo, inclusive, normas que os habilitem a apurar as quantias que os seus
candidatos possam despender com a própria eleição, que fixem os limites das contribuições dos filiados e definam
as diversas fontes de receita do partido político, além daquelas previstas nesta resolução;
▪ VIII – critérios de distribuição dos recursos do Fundo Partidário entre os órgãos de nível municipal, estadual e
nacional que compõem o partido político;
▪ IX – procedimento de reforma do programa e do estatuto partidários.

o Os estatutos dos partidos políticos não podem conter disposições que afrontem a legislação vigente, os direitos e
garantias fundamentais previstos na Constituição da República ou que atentem contra a soberania nacional, o regime
democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana, e devem observar os seguintes
preceitos (CF, art. 17):
▪ I – caráter nacional;
▪ II – proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a
estes;
▪ III – prestação de contas à Justiça Eleitoral; e
▪ IV – funcionamento parlamentar de acordo com a lei.

➢ Extinção
o Fica cancelado, junto ao ofício civil e ao Tribunal Superior Eleitoral, o registro do partido político que, na forma de
seu estatuto, se dissolva (Lei nº 9.096/1995, art. 27).
o O Tribunal Superior Eleitoral, após o trânsito em julgado da decisão, determina o cancelamento do registro civil e
do estatuto do partido político contra o qual fique provado (Lei nº 9.096/1995, art. 28, I a IV):
▪ I – ter recebido ou estar recebendo recursos financeiros de procedência estrangeira;
▪ II – estar subordinado a entidade ou governo estrangeiros;
▪ III – não ter prestado, nos termos da legislação em vigor, as devidas contas à Justiça Eleitoral; ou
▪ IV – manter organização paramilitar.

o Res.-TSE nº 20679/2000: a não prestação de contas pelos órgãos partidários regionais ou municipais não implica
o cancelamento destes.

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o A decisão judicial de extinção deve ser precedida de processo regular, que assegure ampla defesa (Lei nº
9.096/1995, art. 28, § 1º).
o O processo de cancelamento é iniciado pelo Tribunal à vista de denúncia de qualquer eleitor, de representante
de partido político, ou de representação do procurador-geral eleitoral (Lei nº 9.096/1995, art. 28, § 2º).
o Apresentada a denúncia, o feito deve ser autuado e distribuído livremente a um relator, que, verificando as
condições de conhecimento, determina a citação do partido político para oferecer defesa no prazo de 15 (quinze)
dias.
o O processo que visa à extinção do partido político segue o rito e os prazos previstos nos arts. 3º e seguintes da Lei
Complementar nº 64/1990. (procedimento da ação de impugnação do pedido do registro de candidatura)

➢ Fusão
o Por decisão de seus órgãos nacionais de deliberação, dois ou mais partidos políticos podem fundir-se num só.
▪ Todos os partidos envolvidos deixam de existir para forma um novo

o § 9º do art. 29 da Lei nº 9.096/1995: “Somente será admitida a fusão ou incorporação de partidos políticos que
hajam obtido o registro definitivo do Tribunal Superior Eleitoral há, pelo menos, 5 (cinco) anos”.
o Prazo pra fusão e incorporação dos Partidos – 5 anos,
▪ introduzido em 2015, pela Lei n. 13.107/2015, que acresceu o § 9º, ao artigo 29, da Lei Orgânica dos Partidos
Políticos. Constitucional conforme a Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 5.311/DF, 30.09.2015, inexistindo
contrariedade com o art. 17, caput, da CF.

o Os órgãos de direção dos partidos políticos elaboram projetos comuns de estatuto e programa;
o Os órgãos nacionais de deliberação dos partidos políticos em processo de fusão votam em reunião conjunta, por
maioria absoluta, os projetos e elegem o órgão de direção nacional que promoverá o registro do novo partido
político;
o Deferido o registro do novo partido político, devem ser cancelados, de ofício, os registros dos órgãos de direção
regionais e municipais dos partidos políticos extintos.

➢ Incorporação
o Por decisão de seus órgãos nacionais de deliberação, um partido pode incorporar-se a outro (Lei nº 9.096/1995,
art. 29, caput).
▪ Somente um partido deixará de existir

o § 9º do art. 29 da Lei nº 9.096/1995: “Somente será admitida a fusão ou incorporação de partidos políticos que
hajam obtido o registro definitivo do Tribunal Superior Eleitoral há, pelo menos, 5 (cinco) anos”.

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o Prazo para fusão e incorporação dos Partidos – 5 anos, introduzido em 2015, pela Lei n. 13.107/2015, que
acresceu o § 9º, ao artigo 29, da Lei Orgânica dos Partidos Políticos. Constitucional conforme a Ação Direta de
Inconstitucionalidade n. 5.311/DF, 30.09.2015, inexistindo contrariedade com o art. 17, caput, da CF.
o No caso de incorporação, observada a lei civil, cabe ao partido político incorporando deliberar, por maioria
absoluta de votos, em seu órgão de direção nacional, sobre a adoção do estatuto e do programa de outra agremiação
partidária (Lei nº 9.096/1995, art. 29, § 2º).
o Adotados o estatuto e o programa do partido político incorporador, realiza-se, em reunião conjunta dos órgãos
nacionais de deliberação, a eleição do novo órgão de direção nacional (Lei nº 9.096/1995, art. 29, § 3º).
o O novo órgão de direção nacional providencia a realização de reuniões municipais e regionais conjuntas, que
constituirão os novos órgãos municipais e regionais.
o Nos estados e municípios em que apenas um dos partidos políticos possuía órgão regional ou municipal, o novo
órgão nacional ou regional pode requerer ao Tribunal Regional Eleitoral que seja anotada a alteração decorrente da
incorporação.

➢ Funcionamento Parlamentar
o O partido político funciona, nas Casas Legislativas, por intermédio de uma bancada, que deve constituir suas
lideranças de acordo com o estatuto do partido, as disposições regimentais das respectivas Casas e as normas desta
Lei.
o Art. 13, da Lei n. 9.096/1995: Tem direito a funcionamento parlamentar, em todas as Casas Legislativas para as
quais tenha elegido representante, o partido que, em cada eleição para a Câmara dos Deputados obtenha o apoio
de, no mínimo, cinco por cento dos votos apurados, não computados os brancos e os nulos, distribuídos em, pelo
menos, um terço dos Estados, com um mínimo de dois por cento do total de cada um deles. (Vide Adins nºs
1.351-3 e 1.354-8)
▪ PARTIDO POLÍTICO - FUNCIONAMENTO PARLAMENTAR - PROPAGANDA PARTIDÁRIA GRATUITA - FUNDO
PARTIDÁRIO. Surge conflitante com a Constituição Federal lei que, em face da gradação de votos obtidos por partido
político, afasta o funcionamento parlamentar e reduz, substancialmente, o tempo de propaganda partidária
gratuita e a participação no rateio do Fundo Partidário. NORMATIZAÇÃO - INCONSTITUCIONALIDADE - VÁCUO. Ante
a declaração de inconstitucionalidade de leis, incumbe atentar para a inconveniência do vácuo normativo,
projetando-se, no tempo, a vigência de preceito transitório, isso visando a aguardar nova atuação das Casas do
Congresso Nacional.
ADIns ns. 1351-3 e 1354-8

➢ Finanças Partidárias
o O partido político, através de seus órgãos nacionais, regionais e municipais, deve manter escrituração contábil,
de forma a permitir o conhecimento da origem de suas receitas e a destinação de suas despesas.
▪ Resolução n. 23.464/2015. Vigente 23.571/2018.

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o Art. 31. da Lei n. 9.096/1995: É vedado ao partido receber, direta ou indiretamente, sob qualquer forma ou
pretexto, contribuição ou auxílio pecuniário ou estimável em dinheiro, inclusive através de publicidade de qualquer
espécie, procedente de:
▪ entidade ou governo estrangeiros;
▪ autoridade ou órgãos públicos, ressalvado o Fundo Partidário;
▪ entes públicos e pessoas jurídicas de qualquer natureza, ressalvado o Fundo Partidário e o Fundo Especial de
Financiamento de Campanha; (Lei nº 13.488, de 2017 unificou dois incisos em um só e tratou da inclusão da pessoa
jurídica).
▪ entidade de classe ou sindical.
▪ pessoas físicas que exerçam função ou cargo público de livre nomeação e exoneração, ou cargo ou emprego
público temporário, ressalvados os filiados a partido político. (Lei nº 13.488, de 2017)

➢ Fundo Partidário
o O Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos, denominado Fundo Partidário, é constituído por
dotações orçamentárias da União, multas, penalidades, doações e outros recursos financeiros que lhes forem
atribuídos por lei.
o A liberação ocorre mensalmente por meio de duodécimo – obtido com a divisão, em 12 partes iguais, da dotação
orçamentária destinada ao Fundo Partidário – e de recursos oriundos de multas previstas no Código Eleitoral e em
leis conexas, conforme a arrecadação do mês anterior.
o Conforme o art. 41-A da dos Partidos, 5% são entregues, em partes iguais, a todos os partidos, e 95% são
distribuídos na proporção dos votos obtidos na última eleição geral para a Câmara dos Deputados.
o Art. 44, da Lei dos Partidos Políticos, indica a destinação:
▪ Manutenção da sede do partido;
▪ Investimento na propaganda doutrinária e política;
▪ Investimento no alistamento e nas campanhas eleitorais;
▪ Criação de institutos ou fundações educacionais de doutrinação política, limitado a 20% do total.
▪ na criação e manutenção de programas de promoção e difusão da participação política das mulheres, criados e
executados pela Secretaria da Mulher ou, a critério da agremiação, por instituto com personalidade jurídica própria
presidido pela Secretária da Mulher, em nível nacional, conforme percentual que será fixado pelo órgão nacional
de direção partidária, observado o mínimo de 5% (cinco por cento) do total; (Redação dada pela Lei nº
13.877, de 2019); (Alterou redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015)
▪ No pagamento de mensalidades, anuidades e congêneres devidos a organismos partidários internacionais que se
destinem ao apoio à pesquisa, ao estudo e à doutrinação política, aos quais seja o partido político regularmente
filiado; (Lei nº 13.165, de 2015)

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- obs. partido não pode receber dinheiro ou apoio de organismos internacionais, mas pode, por questões
ideológicas, filiar-se à organismos apartidários ideológicos internacionais (ex. institutos de pesquisas
internacionais): busca o intercâmbio de ideias e aprimoramento de ideologia com concepções iguais

▪ No pagamento de despesas com alimentação, incluindo restaurantes e lanchonetes. (Lei nº 13.165, de 2015)

o Lei n. 13.877/2019
▪ Art. 44, da Lei n. 9.096/1995: despesas que podem ser pagas com o Fundo Partidário. Incluídos:
- Consultoria contábil e serviços de advocacia;
- Compra, locação, edificação e construção de imóveis para sede, bem como reformas, e compra e locação de
móveis.
- Custeio de impulsionamento de conteúdos (já autorizada para a propaganda eleitoral).

▪ Art. 44, da Lei n. 9.096/1995: despesas que podem ser pagas com o Fundo Partidário. Incluído, mas vetado:
- Inciso IX: “no pagamento de juros, multas, débitos eleitorais e demais sanções aplicadas por infração à legislação
eleitoral ou partidária, incluídos os respectivos encargos e obrigações acessórias.”
- Razão do veto: “A propositura legislativa ofende o interesse público por utilizar o fundo eleitoral, que possui
recursos de origem pública, para a defesa de interesses privados dos partidos políticos e de seus filiados,
desvirtuando a utilização dos recursos destinados ao atendimento das finalidades essenciais da agremiação política,
como instrumento de efetivação do sistema democrático.”

o Leis 13.487 e 13.488


▪ Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), criado para angariar recursos para o financiamento das
campanhas eleitorais, mais escassos depois dos julgamentos do Mensalão, do Petrolão (Lava-Jato), bem como
depois da decisão do STF, em 2015, na Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 4650, que declarou a
inconstitucionalidade dos dispositivos da Lei Eleitoral (9.504/1997) e da Lei Orgânica dos Partidos Políticos (n.
9.096/1995), que autorizavam as contribuições de pessoas jurídicas às campanhas eleitorais.
▪ Fundo Partidário ≠ FEFC
- O Fundo Partidário custeia as despesas ordinárias do próprio Partido, e, também, eventualmente, pode ser usado
nas campanhas eleitorais, mas deve constar especificamente na prestação de contas do candidato e entrar na sua
conta bancária de campanha.
- O Fundo Especial de Financiamento de Campanha, o FEFC, é para ser usado na campanha eleitoral e constituirá
uma importante fonte de renda dos partidos políticos, formando-se por dotações orçamentárias da União, no ano
eleitoral, em valor equivalente ao definido pelo Tribunal Superior Eleitoral, para cada eleição, com base nos
parâmetros definidos em lei.

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▪ Lei n. 13.877/2019- Art. 16-C, inclusão do parágrafo 16, na Lei n. 9.504/1997: Permissão de renúncia ao Fundo
Especial de Financiamento de Campanha – até o primeiro dia útil de junho, vedada a redistribuição dos recursos
aos demais partidos.

o Lei n. 13.877/2019
▪ Art. 32, da Lei n. 9.096/1995: Balanço contábil anual do exercício findo deve ser enviado à Justiça Eleitoral até 30
de junho do ano seguinte (antes era 30 de abril).
▪ Art. 34, da Lei n. 9.096/1995, §§ 5º e 6º: a área técnica que analisa as prestações de contas não podem opinar
sobre as sanções, o que deve ser analisado pelos Juízes, limitando-se a emitir parecer com base na lei e nas regras
de contabilidade, não se podendo exigir quaisquer documentos de outros órgãos que já os enviariam à Justiça
Eleitoral.
▪ Art. 39, § 3º, inciso III, da Lei n. 9.096/1995: Doações para o Partido pelo sítio do partido na internet por cartão
de crédito, cartão de débito, emissão on line de boleto (novidade) e convênios de débitos em conta (novidade),
entre outras modalidades (novidade), desde que identifique o doador e permita a emissão de recibo para cada
doação.
▪ Art. 39, §§ 6º, 7º e 8º, da Lei n. 9.096/1995 (incluídos): Os bancos estão obrigados a ofertar os serviços de abertura
de contas e pagamentos e compensações, inclusive on line, sem cobrança de valores superiores aos valores de
mercado no pacote de serviços e não considerarão as movimentações e serviços aos Partidos como de pessoas
politicamente expostas (PEP) – Resolução n. 29/2017 – COAF.
▪ Art. 44-A, da Lei n. 9.096/1995 (inclusão) e art. 7º, alínea f), da C.L.T. (inclusão): Exclusão expressa da CLT e regras
trabalhistas ao exercício de atividades de direção nos órgãos partidários e em suas fundações e institutos, bem
como no assessoramento e nas atividades de apoio político-partidário, definidas em normas internas do Partido,
que poderá ressarci-las, registrando-as na contabilidade, que não estarão inseridas nas despesas com pessoal (art.
44, I, da Lei n. 9.096/1995).
▪ Continua a haver limite de gastos.
- Art. 18-A. Lei 9.504/1997: Serão contabilizadas nos limites de gastos de cada campanha as despesas efetuadas
pelos candidatos e as efetuadas pelos partidos que puderem ser individualizadas. (Incluído pela Lei nº
13.165, de 2015)
- ENTRETANTO, houve a introdução...
Parágrafo único. Para fins do disposto no caput deste artigo, os gastos advocatícios e de contabilidade referentes
a consultoria, assessoria e honorários, relacionados à prestação de serviços em campanhas eleitorais e em favor
destas, bem como em processo judicial decorrente de defesa de interesses de candidato ou partido político, não
estão sujeitos a limites de gastos ou a limites que possam impor dificuldade ao exercício da ampla
defesa. (Incluído pela Lei nº 13.877, de 2019)
- Art. 18-C. O limite de gastos nas campanhas dos candidatos às eleições para prefeito e vereador, na respectiva
circunscrição, será equivalente ao limite para os respectivos cargos nas eleições de 2016, atualizado pelo Índice

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Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), aferido pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), ou por índice que o substituir. (Incluído pela Lei nº 13.878, de 2019)
Parágrafo único. Nas campanhas para segundo turno das eleições para prefeito, onde houver, o limite de gastos
de cada candidato será de 40% (quarenta por cento) do limite previsto no caput deste artigo. (Incluído pela
Lei nº 13.878, de 2019)
- Além disso...
Art. 23. Lei 9.504/1997. Pessoas físicas poderão fazer doações em dinheiro ou estimáveis em dinheiro para
campanhas eleitorais, obedecido o disposto nesta Lei. (Redação dada pela Lei nº 12.034, de 2009)
§ 1o As doações e contribuições de que trata este artigo ficam limitadas a 10% (dez por cento) dos rendimentos
brutos auferidos pelo doador no ano anterior à eleição. (Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015)
- PORÉM...
§ 10. O pagamento efetuado por pessoas físicas, candidatos ou partidos em decorrência de honorários de serviços
advocatícios e de contabilidade, relacionados à prestação de serviços hem campanhas eleitorais e em favor destas,
bem como em processo judicial decorrente de defesa de interesses de candidato ou partido político, não será
considerado para a aferição do limite previsto no § 1º deste artigo e não constitui doação de bens e serviços
estimáveis em dinheiro. (Incluído pela Lei nº 13.877, de 2019)

- Art. 23, §. 2º-A, da Lei 9.504/1997. O candidato poderá usar recursos próprios em sua campanha até o total de
10% (dez por cento) dos limites previstos para gastos de campanha no cargo em que concorrer. (Incluído pela
Lei nº 13.878, de 2019) – Auto financiamento eleitoral. Limite. Antes, podia autofinanciar a integralidade da
campanha, agora, só 10% com dinheiro próprio.

▪ Ainda falando das despesas com consultoria, assessoria e pagamento de honorários, de advogados e contadores,
a nova legislação introduziu três novos parágrafos ao artigo 26, da Lei n. 9.504/1997, que trata dos gastos eleitorais,
sujeitos aos limites da lei.
- § 4º As despesas com consultoria, assessoria e pagamento de honorários realizadas em decorrência da prestação
de serviços advocatícios e de contabilidade no curso das campanhas eleitorais serão consideradas gastos eleitorais,
mas serão excluídas do limite de gastos de campanha. (Incluído pela Lei nº 13.877, de 2019)
- § 5º Para fins de pagamento das despesas de que trata este artigo, inclusive as do § 4º deste artigo, poderão ser
utilizados recursos da campanha, do candidato, do fundo partidário ou do FEFC. (Incluído pela Lei nº 13.877, de
2019)
- § 6º Os recursos originados do fundo de que trata o art. 16-C desta Lei utilizados para pagamento das despesas
previstas no § 4º deste artigo serão informados em anexo à prestação de contas dos candidatos. (Incluído pela
Lei nº 13.877, de 2019)

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▪ Art. 27. Qualquer eleitor poderá realizar gastos, em apoio a candidato de sua preferência, até a quantia
equivalente a um mil UFIR, não sujeitos a contabilização, desde que não reembolsados.
§ 1º Fica excluído do limite previsto no caput deste artigo o pagamento de honorários decorrentes da prestação
de serviços advocatícios e de contabilidade, relacionados às campanhas eleitorais e em favor destas. (Incluído
pela Lei nº 13.877, de 2019)
§ 2º Para fins do previsto no § 1º deste artigo, o pagamento efetuado por terceiro não compreende doação
eleitoral. (Incluído pela Lei nº 13.877, de 2019)

▪ Órgãos partidários municipais estão dispensados de prestar contas à Justiça Eleitoral (Lei n. Lei 13.165/2015),
mas agora, também, e além disso, de enviar declarações de isenção, declarações de débitos e créditos tributários
federais e demonstrativos contábeis à Receita Federal. Art. 32, § 4º, da Lei n. 9.096/1995).

➢ Direito de Antena
o Acesso dos Partidos Políticos gratuito à televisão e ao rádio.
o Art. 17, § 3º, CF. Assegura Cláusula de Desempenho, de forma alternativa e progressiva quanto à vigência.
o Leis 13.487 e 13.488
▪ Revogação da propaganda partidária gratuita (art. 5º da Lei n. 13.487/2017), a partir de janeiro de 2018, que
deixará de existir, pois revogou os artigos 45/49, da Lei dos Partidos Políticos.
▪ A propaganda partidária difere da propaganda eleitoral, enquanto a segunda é tratada a partir do art. 36, da Lei
n. 9.504/1997, a primeira é tratada entre os artigos 45 e 49, da Lei n. 9.096/1995 (Lei Orgânica dos Partidos
Políticos), servindo para difundir e divulgar matérias afetas ao próprio partido, e não candidaturas específicas,
conforme dispõe de forma bem didática o art. 45, da Lei n. 9.096/1995.

➢ Cláusula de Barreira
o Emenda Constitucional 97/2017.
o Art. 17, § 3º, da Constituição da República.
o Cláusula de barreira ou cláusula de desempenho somente quanto ao acesso aos recursos do fundo partidário e à
propaganda gratuita no rádio e na televisão (direito de antena), de forma alternativa e transitória-progressiva (2030).
▪ Alternativa: pois terá dois requisitos a serem observados (ora o número de deputados ora o número de votos)
▪ Progressiva: visto que a cada eleição serão aumentadas as exigências até sua concretização total em 2030

o Clausula de barreira ou de desempenho.


o No passado, já houve cláusula de barreira, considerada inconstitucional pelo STF (Adin 1351 e 1354), por ofensa
ao art. 17, da CF.
o Agora, denomina-se cláusula de desempenho e alterou, por emenda, o próprio art. 17, da CF.

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o A cláusula é parcial, porque não atinge o funcionamento dos partidos políticos, mas apenas interfere no
recebimento de dinheiro do Fundo Partidário e no acesso gratuito ao rádio e à televisão (direito de antena), não
impedindo, portanto, como a anterior, o funcionamento da legenda política e sua participação nas eleições. Ou seja,
a barreira, que ora se denomina desempenho, foi mitigada.
o A cláusula tem requisitos alternativos para a sua aplicação e efetividade, conforme será visto, porque exige que o
Partido
▪ Tenha obtido uma determinada votação para a Câmara dos Deputados ou
▪ Tenha eleito um determinado número de Deputados Federais.

o A cláusula tem regras transitórias ou de aplicação progressiva, ou seja, para o atingimento da regra final prevista
no art. 17, § 3º, da Constituição da República, já vigente, indica-se a data das eleições de 2030, criando-se regras
transitórias progressivas para cada uma das eleições a se realizar a partir deste ano até 2030, alterando-se a
quantidade de votos e o número de Deputados Federais para cada uma das legislaturas seguintes a essas eleições
(2018, 2022, 2026).
▪ A regra final e que se tornará permanente a partir de 2030, é a seguinte:
- “Somente terão direito a recursos do Fundo Partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, os partidos políticos
que alternativamente(grifo meu):
1º) obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por cento) dos votos válidos,
distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos
válidos em cada uma delas;
OU (alternativo)
2º) tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um terço das unidades da
Federação”.

- As regras a serem preenchidas por cada Partido Político, progressivas e transitórias, para o acesso aos recursos do
Fundo Partidário e à propaganda gratuita no rádio e na televisão serão:
“Na legislatura seguinte às eleições de 2018:
a) obter, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 1,5% (um e meio por cento) dos votos válidos,
distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 1% (um por cento) dos votos
válidos em cada uma delas;
OU
b) ter elegido pelo menos nove Deputados Federais distribuídos em pelo menos um terço das unidades da
Federação;

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- “Na legislatura seguinte às eleições de 2022:
a) obter, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 2% (dois por cento) dos votos válidos, distribuídos
em pelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 1% (um por cento) dos votos válidos em
cada uma delas;
OU
b) ter elegido pelo menos onze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um terço das unidades da
Federação

- “Na legislatura seguinte às eleições de 2026:


a) obter, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 2,5% (dois e meio por cento) dos votos válidos,
distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 1,5% (um e meio por cento)
dos votos válidos em cada uma delas;
OU
b) ter elegido pelo menos treze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um terço das unidades da
Federação”.

o § 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos previstos no § 3º deste artigo é assegurado o mandato
e facultada a filiação, sem perda do mandato, a outro partido que os tenha atingido, não sendo essa filiação
considerada para fins de distribuição dos recursos do fundo partidário e de acesso gratuito ao tempo de rádio e de
televisão."(NR)

➢ Autonomia Partidária
o Art. 17, § 1º, CF: É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e estabelecer
regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e provisórios e sobre sua organização e
funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, vedada
a sua celebração nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito
nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade
partidária. (Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
o ADI 1.407 MC/DF — Restrições legislativas à formação de coligações partidárias. Alegação de afronta à autonomia
partidária. Inexistência. Os partidos políticos estão sujeitos, no que se refere à regência normativa de todas as fases
do processo eleitoral, ao ordenamento jurídico positivado pelo Poder Público em sede legislativa. Temas associados
à disciplinação das coligações partidárias subsumem-se à noção de processo eleitoral, submetendo-se, em
consequência, ao princípio da reserva constitucional de competência legislativa do Congresso Nacional.

o "[...] 1. Os partidos políticos, mercê da proeminência dispensada em nosso arquétipo constitucional, não gozam
de imunidade para, a seu talante, praticarem barbáries e arbítrios entre seus Diretórios, máxime porque referidas

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entidades gozam de elevada envergadura institucional, posto essenciais que são para a tomada de decisões e na
própria conformação do regime democrático. 2. A autonomia partidária, postulado fundamental insculpido no art.
17, § 1º, da Lei Fundamental de 1988, manto normativo protetor contra ingerências estatais canhestras em domínios
específicos dessas entidades (e.g., estrutura, organização e funcionamento interno), [...] 5. O órgão nacional da grei
partidária ostenta a prerrogativa exclusiva de anular as deliberações e atos decorrentes de convenções realizadas
pelas instâncias de nível inferior, sempre que se verificar ultraje às diretrizes da direção nacional, ex vi do art. 7º, §
2º, da Lei das Eleições, desde que indigitadas orientações não desbordem dos balizamentos erigidos pelos
imperativos constitucionais. 6. A jurisdição mais incisiva se justifica nas hipóteses em que a disposição estatutária,
supostamente transgredida, densificar/concretizar diretamente um comando constitucional. [...]"
(Ac. de 4.10.2016 no REspe nº 11228, rel. Min. Luiz Fux.)

o A Constituição da República assegura a livre criação, fusão e incorporação de partidos políticos. Liberdade não é
absoluta, condicionando-se aos princípios do sistema democrático-representativo e do pulipartidarismo. São
constitucionais as normas que fortalecem o controle quantitativo e qualitativo dos partidos, sem afronta ao princípio
da igualdade ou qualquer ingerência em seu funcionamento interno. O requisito constitucional do caráter nacional
dos partidos políticos objetiva impedir a proliferação de agremiações sem expressão política, que podem atuar como
"legendas de aluguel", fraudando a representação, base do regime democrático.
[ADI 5.311 MC, rel. min. Cármen Lúcia, j. 30-9-2015, P, DJE de 4-2-2016.]

o Ação Direta de Inconstitucionalidade 5875/2018, da Procuradoria Geral da República, contra a parte da emenda
que autoriza aos Partidos Políticos estabelecer livremente o tempo de duração de seus diretórios provisórios.
▪ A procuradora-geral alega que, ao garantir a livre regulação da vigência dos órgãos provisórios, a regra afronta
cláusulas pétreas impostas pelo constituinte originário, promovendo a concentração de poder nos diretórios
nacionais dos partidos, uma vez que os dirigentes locais dos diretórios provisórios são comumente nomeados por
dirigentes nacionais. A emenda, segundo ela, deturpa o sistema de direitos fundamentais de ordem política,
propiciando entraves injustificáveis ao direito de filiados participar de eleições. Entre outros, a procuradora aponta
que a escolha de candidatos passa a ser controlada pela direção nacional, limitando a renovação partidária e
frustrando que o partido apresente ao eleitor nomes surgidos nas próprias bases, sustentando que a norma deva
ser interpretada no sentido de que a autonomia dos partidos nesse ponto não é plena, devendo-se respeitar as
diretrizes estabelecidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na Resolução 23.471/2016, segundo a qual, não
havendo disposição no estatuto do partido, a validade máxima do diretório provisório é de 120 dias.
▪ Resolução TSE n. 23.465/2015, previa no seu artigo 39, o prazo máximo de vigência dos órgãos provisórios de 120
dias.
▪ Alterado pela Resolução TSE n. 23.471/2016, que passou, mantendo o mesmo prazo, a admitir que o Estatuto
estabelecesse prazo diferente razoável.

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▪ Alterado pela Resolução n. 23.571/2018, que disciplina atualmente a criação, fusão, incorporação e extinção dos
Partidos, tratando da questão no artigo 39, dispondo o prazo máximo de 180 dias, salvo o Estatuto prever prazo
menor, podendo ser autorizada a continuidade do funcionamento pelo Presidente do Tribunal Eleitoral, por motivo
justo.
▪ Lei 13.831/2019:
- Lei 9.096/1995, artigo 3º, introdução de novas regras quanto à autonomia partidária...
- § 1º. É assegurada aos candidatos, partidos políticos e coligações autonomia para definir o cronograma das
atividades eleitorais de campanha e executá-lo em qualquer dia e horário, observados os limites estabelecidos em
lei. (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 13.831, de 2019)
- § 2º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir o prazo de duração dos mandatos dos membros
dos seus órgãos partidários permanentes ou provisórios. (Incluído pela Lei nº 13.831, de 2019)
- § 3º O prazo de vigência dos órgãos provisórios dos partidos políticos poderá ser de até 8 (oito)
anos. (Incluído pela Lei nº 13.831, de 2019)
- § 4º Exaurido o prazo de vigência de um órgão partidário, ficam vedados a extinção automática do órgão e o
cancelamento de sua inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ). (Incluído pela Lei nº
13.831, de 2019)

▪ Portanto, tem prevalecido esse prazo de 8 anos apresentado pela Lei, já que é diploma superior às resoluções. A
ADI em comento não foi julgada ainda (posição do professor André)

o Fim das coligações nas eleições proporcionais a partir de 2020.


▪ A partir de 2020, está vedada qualquer coligação partidária nas eleições proporcionais (que são as eleições para
Vereadores, Deputados Estaduais e Deputados Federais), mantendo as coligações nas eleições majoritárias (que
são as eleições para Prefeitos, Governadores, Senadores e Presidente da República).

➢ Fidelidade Partidária
o Significa cumprir o programa do partido
o Por mudança de partido político, com sanção de perda do mandato, disciplinada nas Resoluções TSE n.
22610/2007 e 22733/2008, e no artigo 22-A, da Lei dos Partidos (Lei 13.165/2015);
o Por violação a algum preceito normativo constante do Estatuto do partido, disciplinada nos artigos 23/25, da Lei
dos Partidos Políticos.
o Por violação aos Estatutos não gera perda do mandato, mas sanções que devem estar previstas no Estatuto, como
advertência, entre outras.
o A responsabilidade por violação dos deveres partidários deve ser apurada e punida pelo competente órgão, na
conformidade do que disponha o estatuto de cada partido. (interna corporis)

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o Filiado algum pode sofrer medida disciplinar ou punição por conduta que não esteja tipificada no estatuto do
partido político.
o Ao acusado é assegurado amplo direito de defesa.
o Na Casa Legislativa, o integrante da bancada de partido deve subordinar sua ação parlamentar aos princípios
doutrinários e programáticos e às diretrizes estabelecidas pelos órgãos de direção partidários, na forma do estatuto.
o O estatuto do partido poderá estabelecer, além das medidas disciplinares básicas de caráter partidário, normas
sobre penalidades, inclusive com desligamento temporário da bancada, suspensão do direito de voto nas reuniões
internas ou perda de todas as prerrogativas, cargos e funções que exerça em decorrência da representação e da
proporção partidária, na respectiva Casa Legislativa, ao parlamentar que se opuser, pela atitude ou pelo voto, às
diretrizes legitimamente estabelecidas pelos órgãos partidários.
o Perde automaticamente a função ou cargo que exerça, na respectiva Casa Legislativa, em virtude da proporção
partidária, o parlamentar que deixar o partido sob cuja legenda tenha sido eleito.

o Fidelidade partidária. Ação direta de inconstitucionalidade ajuizada contra as Resoluções 22.610/2007 e


22.733/2008, que disciplinam a perda do cargo eletivo e o processo de justificação da desfiliação partidária. (...) O
STF, por ocasião do julgamento dos MS 26.602, MS 26.603 e MS 26.604, reconheceu a existência do dever
constitucional de observância do princípio da fidelidade partidária. (...) Não faria sentido a Corte reconhecer a
existência de um direito constitucional sem prever um instrumento para assegurá-lo. As resoluções impugnadas
surgem em contexto excepcional e transitório, tão somente como mecanismos para salvaguardar a observância da
fidelidade partidária enquanto o Poder Legislativo, órgão legitimado para resolver as tensões típicas da matéria, não
se pronunciar. São constitucionais as Resoluções 22.610/2007 e 22.733/2008 do TSE.
[ADI 3.999 e ADI 4.086, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 12-11-2008, P, DJE de 17-4-2009.]

o Art. 22 – A, da Lei Orgânica dos Partidos Políticos: Perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar,
sem justa causa, do partido pelo qual foi eleito.
▪ Justa causa para a desfiliação partidária são as seguintes:
- I - mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário;
- II - grave discriminação política pessoal;
- III - mudança de partido efetuada durante o período de trinta dias que antecede o prazo de filiação exigido em lei
para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional, ao término do mandato vigente (seis meses antes da eleição
– Art. 9º, da Lei n. 9.504/1997).
- obs. o inciso III trata da Janela Eleitoral (Lei 13.165/2015):
EC nº 91/2016, art. 1º: facultou, no prazo de 30 dias subsequentes à sua promulgação, ocorrida em 18.2.2016, ao
detentor de mandato eletivo desligar-se do partido pelo qual tenha sido eleito.

- Emenda Constitucional 97/2017 - Art. 17, § 5º, da CF: § 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos
previstos no § 3º deste artigo é assegurado o mandato e facultada a filiação, sem perda do mandato, a outro partido

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que os tenha atingido, não sendo essa filiação considerada para fins de distribuição dos recursos do fundo partidário
e de acesso gratuito ao tempo de rádio e de televisão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)

o Súmula 67, do TSE: A perda do mandato em razão da desfiliação partidária não se aplica aos candidatos eleitos
pelo sistema majoritário.
▪ (Somente se aplica no sistema proporcional
▪ STF – Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 5.081, Ministro Luis Roberto Barroso, confirmou tal entendimento,
que não se aplica ao mandato majoritário, mas só proporcional.

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DISCIPLINAS COMPLEMENTARES
André Cunha
Direito Eleitoral
Aula 8

ROTEIRO DE AULA

TEMA: PROCESSO ELEITORAL

➢ Observe que será abordado o processo eleitoral propriamente dito (não o judicial)

1- PRINCÍPIO DA ANUALIDADE DA LEI ELEITORAL


o 1.1- A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição
que ocorra até um ano da data de sua vigência. Art. 16, CF.
▪ Não pode ofender a isonomia, o equilíbrio político-eleitoral, por casuísmo.
▪ STF fixou a interpretação, entendendo-o como uma garantia constitucional (1) do devido processo legal
eleitoral, (2) da igualdade de chances e (3) das minorias (RE 633.703).
▪ Veja que trata da aplicabilidade da lei (ainda que vigente)
▪ Evita-se o desequilíbrio do jogo eleitoral; para não prejudicar as minorias (garantia das minorias para evitar o
casuísmo, favorecendo um grupo em detrimento do outro)
▪ “Eleições. Debates eleitorais. (...) Alteração do art. 46, caput, da Lei 9.405/1997. (...) Ausência de óbice formal à
aplicação do novo regime jurídico da Lei 9.504/1997, com as alterações introduzidas pela Lei 13.165/2015, nos
termos do art. 16 da CF.” [ADI 5.577, rel. min. Rosa Weber, j. 25-8-2016, P, DJE de 19-12-2017.]

▪ “EC 58/2009. Alteração na composição dos limites máximos das câmaras municipais. Inciso IV do art. 29 da CR.
(...) Posse de novos vereadores: impossibilidade. Alteração do resultado de processo eleitoral encerrado:
inconstitucionalidade. Contrariedade ao art. 16 da CR. (...) Norma que determina a retroação dos efeitos de regras
constitucionais de composição das câmaras municipais em pleito ocorrido e encerrado: afronta à garantia do
exercício da cidadania popular (arts. 1º, parágrafo único, e 14 da Constituição) e a segurança jurídica. Os eleitos

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foram diplomados pela Justiça Eleitoral até 18-12-2009 e tomaram posse em 2009. Posse de suplentes para
legislatura em curso, em relação a eleição finda e acabada, descumpre o princípio democrático da soberania
popular. Impossibilidade de compatibilizar a posse do suplente: não eleito pelo sufrágio secreto e universal. Voto:
instrumento da democracia construída pelo cidadão; impossibilidade de afronta a essa liberdade de manifestação.
A aplicação da regra questionada significaria vereadores com mandatos diferentes: afronta ao processo político
juridicamente perfeito.” [ADI 4.307, rel. min. Cármen Lúcia, j. 11-4-2013, P, DJE de 1º-10-2013.]

▪ “Lei 11.300/2006 (minirreforma eleitoral). Alegada ofensa ao princípio da anterioridade da lei eleitoral (CF, art.
16). Inocorrência. Mero aperfeiçoamento dos procedimentos eleitorais. Inexistência de alteração do processo
eleitoral. Proibição de divulgação de pesquisas eleitorais quinze dias antes do pleito. Inconstitucionalidade.
Garantia da liberdade de expressão e do direito à informação livre e plural no Estado Democrático de Direito.” [ADI
3.741, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 6-9-2006, P, DJ de 23-2-2007.]

▪ “A inovação trazida pela EC 52/2006 conferiu status constitucional à matéria até então integralmente
regulamentada por legislação ordinária federal, provocando, assim, a perda da validade de qualquer restrição à
plena autonomia das coligações partidárias no plano federal, estadual, distrital e municipal. Todavia, a utilização da
nova regra às eleições gerais que se realizarão a menos de sete meses colide com o princípio da anterioridade
eleitoral, disposto no art. 16 da CF, que busca evitar a utilização abusiva ou casuística do processo legislativo como
instrumento de manipulação e de deformação do processo eleitoral (ADI 354, rel. min. Octavio Gallotti, DJ de 12-
2-1993). Enquanto o art. 150, III, b, da CF encerra garantia individual do contribuinte (ADI 939, rel. min. Sydney
Sanches, DJ de 18-3-1994), o art. 16 representa garantia individual do cidadão-eleitor, detentor originário do poder
exercido pelos representantes eleitos e "a quem assiste o direito de receber, do Estado, o necessário grau de
segurança e de certeza jurídicas contra alterações abruptas das regras inerentes à disputa eleitoral" (ADI 3.345, rel.
min. Celso de Mello). Além de o referido princípio conter, em si mesmo, elementos que o caracterizam como uma
garantia fundamental oponível até mesmo à atividade do legislador constituinte derivado, nos termos dos arts. 5º,
§ 2º, e 60, § 4º, IV, a burla ao que contido no art. 16 ainda afronta os direitos individuais da segurança jurídica (CF,
art. 5º, caput) e do devido processo legal (CF, art. 5º, LIV). A modificação no texto do art. 16 pela EC 4/1993 em
nada alterou seu conteúdo principiológico fundamental. Tratou-se de mero aperfeiçoamento técnico levado a
efeito para facilitar a regulamentação do processo eleitoral. Pedido que se julga procedente para dar interpretação
conforme no sentido de que a inovação trazida no art. 1º da EC 52/2006 somente seja aplicada após decorrido um
ano da data de sua vigência. “[ADI 3.685, rel. min. Ellen Gracie, j. 22-3-2006, P, DJ de 10-8-2006.]

o 1.2- O art. 16 menciona “lei”, mas o princípio é aplicável para alteração de entendimento jurisprudencial
consolidado do TSE (jurisprudência diz isso; atente-se para questão de prova que pede redação literal da lei)
▪ “Mudanças radicais na interpretação da Constituição devem ser acompanhadas da devida e cuidadosa reflexão
sobre suas consequências, tendo em vista o postulado da segurança jurídica. Não só a Corte Constitucional, mas

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também o Tribunal que exerce o papel de órgão de cúpula da Justiça Eleitoral devem adotar tais cautelas por
ocasião das chamadas viragens jurisprudenciais na interpretação dos preceitos constitucionais que dizem respeito
aos direitos políticos e ao processo eleitoral. Não se pode deixar de considerar o peculiar caráter normativo dos
atos judiciais emanados do TSE, que regem todo o processo eleitoral. Mudanças na jurisprudência eleitoral,
portanto, têm efeitos normativos diretos sobre os pleitos eleitorais, com sérias repercussões sobre os direitos
fundamentais dos cidadãos (eleitores e candidatos) e partidos políticos. No âmbito eleitoral, a segurança jurídica
assume a sua face de princípio da confiança para proteger a estabilização das expectativas de todos aqueles que
de alguma forma participam dos prélios eleitorais. A importância fundamental do princípio da segurança jurídica
para o regular transcurso dos processos eleitorais está plasmada no princípio da anterioridade eleitoral positivado
no art. 16 da Constituição. O STF fixou a interpretação desse art. 16, entendendo-o como uma garantia
constitucional (1) do devido processo legal eleitoral, (2) da igualdade de chances e (3) das minorias (RE 633.703).
Em razão do caráter especialmente peculiar dos atos judiciais emanados do TSE, os quais regem normativamente
todo o processo eleitoral, é razoável concluir que a Constituição também alberga uma norma, ainda que implícita,
que traduz o postulado da segurança jurídica como princípio da anterioridade ou anualidade em relação à
alteração da jurisprudência do TSE. Assim, as decisões do TSE que, no curso do pleito eleitoral (ou logo após o
seu encerramento), impliquem mudança de jurisprudência (e dessa forma repercutam sobre a segurança
jurídica), não têm aplicabilidade imediata ao caso concreto e somente terão eficácia sobre outros casos no pleito
eleitoral posterior.” [RE 637.485, rel. min. Gilmar Mendes, j. 1º-8-2012, P, DJE de 21-5-2013, tema 564.]

▪ “RE 633.703/MG — Lei Complementar 135/2010, denominada “Lei da Ficha Limpa”. Inaplicabilidade às eleições
gerais de 2010. Princípio da anterioridade eleitoral (art. 16 da CF). O princípio da anterioridade eleitoral constitui
uma garantia fundamental também destinada a assegurar o próprio exercício do direito de minoria parlamentar
em situações nas quais, por razões de conveniência da maioria, o Poder Legislativo pretenda modificar, a qualquer
tempo, as regras e os critérios que regerão o processo eleitoral. Rel. Min. Gilmar Mendes.”

▪ “RE 129.392/DF — Lei Complementar 64/1990. Previsão expressa (art. 14, § 9º, da CF). Vacatio legis. Inexistência.
Não se aplica a vacatio legis do art. 16 da Constituição Federal à Lei Complementar 64/1990, por se tratar de
diploma expressamente previsto no art. 14, § 9º, da Constituição Federal. Rel. Min. Sepúlveda Pertence.”

2- Organização da Justiça Eleitoral (funcionamento e estrutura)


o 2.1- É Justiça Especializada Federal.

o 2.2- É formada por juízes federais e estaduais, que judicam de forma rotativa ou por rodízio (a cada 2 anos) –
quando há apenas um juiz na comarca, não haverá rodízio

o 2.3- Pode haver mais de uma zona eleitoral em uma comarca; bem como podem existir várias comarcas que
pertencem a uma zona eleitoral (não há necessidade de as comarcas serem iguais às zonas eleitorais)

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o 2.4- Não tem quinto constitucional nos Tribunais, mas apenas a presença de dois juristas, que necessariamente
são advogados.
▪ Não tem juiz oriundo do MP nos Tribunais.
▪ obs. os advogados não estão impedidos de advogar (salvo na jurisdição e no que tange à matéria eleitoral)

o 2.5- Corpo reduzido de funcionários (empréstimos): tendência a aumentar diante da quantidade de concursos;
está criando um corpo de funcionários próprio

o 2.6- Funções:
▪ Cabe apontar que as funções da justiça eleitoral terão implicações para o público externo, tanto para os usuários
quanto para toda população que irá participar das eleições
▪ 2.6.1 Administrativa;
- não vigora o princípio da inércia do Judiciário ou o princípio da demanda, pois, nessa função, o nemo judex sine
actore, ne procedat judex ex officio, não tem lugar.
- ex. propaganda vedada; se o juiz perceber a ocorrência da propaganda vedada pode atuar de ofício para que
cesse, através do poder de polícia
- Constitui a própria administração da eleição, ou seja, a preparação, a organização, a administração, a
estruturação e o cuidado com a logística da eleição.
- Expede resoluções e instruções.
- Cuida do cadastro eleitoral.
- Designa locais de votação.
- Poder de Polícia Eleitoral.

▪ 2.6.2 Jurisdicional;
- Atividade típica da Justiça Eleitoral.
- Toda matéria jurisdicional referente aos direitos políticos, aos partidos políticos (quando relacionada às eleições;
lembre-se que se for questão interna corporis, sem interferência no processo eleitoral, será decidida pela justiça
estadual) e às eleições são conhecidas e decididas pela Justiça Eleitoral.
- Em regra, a jurisdição da justiça eleitoral se encerra com a diplomação (último ato do processo eleitoral);
exceção: ação de impugnação ao mandato eletivo
- Conflito de interesses de natureza eleitoral.

▪ 2.6.3 Normativa;
- Distinção da Justiça Eleitoral em relação às demais Justiças, pois o Código Eleitoral, no art. 1º, parágrafo único,
e no art. 23, inciso IX, prevê expressamente que a Justiça Eleitoral pode expedir instruções para a execução fiel

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do Código Eleitoral. Ou seja, pode complementar a Legislação Eleitoral, explicando-a, delimitando-a,
normatizando-a.
- Repito: essa função abarca tanto o âmbito interno quanto o externo
- Somente o TSE pode expedir resoluções nessa função normativa
- Toda deliberação do TSE ou dos TREs são realizadas pelo pleno (não há câmaras ou turmas)
- Ac.-TSE, de 9.9.2014, no REspe nº 64770: a competência para regulamentar disposições da legislação eleitoral é
exclusiva do Tribunal Superior Eleitoral.
- STF: ADI 2.243/DF — “Resolução do TSE. Ato regulamentador da lei eleitoral. Distribuição de horários de
propaganda eleitoral. Ação direta de inconstitucionalidade. Não cabimento. Não cabe ação direta de
inconstitucionalidade para impugnar-se ato regulamentador, como é a Resolução 20.562 do TSE, de 2 de março
de 2000, sobre a distribuição dos horários de propaganda eleitoral, versada na Lei 9.504/1997.
EMENTA: CONTROLE CONCENTRADO DE CONSTITUCIONALIDADE. PARÂMETROS.
O controle concentrado de constitucionalidade pressupõe descompasso de certa norma com o Texto
Fundamental, mostrando-se inadequado para impugnar-se ato regulamentador, como é a Resolução/TSE 20.562,
de 2 de março de 2000, sobre a distribuição dos horários de propaganda eleitoral, versada na Lei 9.504/1997.”
(ADI 2.243/DF, rel. min. Marco Aurélio, P, j. 16-8-2000, DJ de 6-6-2003.)
- STF: ADI 4.018/GO — “Resoluções do TRE/GO. Eleição direta suplementar. Ato normativo. Cabimento de ação
direta de inconstitucionalidade. É cabível ação direta de inconstitucionalidade contra resolução de TRE que
regulamente o procedimento para a realização de eleições diretas suplementares. “(ADI 4.018/GO, rel. min.
Joaquim Barbosa, P, j. 13-2-2008, DJE 88, divulgado em 15-5-2008.)

▪ 2.6.4 Consultiva.
- Outra atuação peculiar.
- O Poder Judiciário não é órgão consultivo.
- Art. 36, inciso III, da Lei Orgânica da Magistratura, veda ao Juiz manifestar-se, por qualquer meio de
comunicação, opinião sobre processo pendente de julgamento, seu ou de outrem, ou juízo depreciativo sobre
despachos, votos ou sentenças, de órgãos judiciais, ressalvada a crítica nos autos e em obras técnicas ou no
exercício do magistério.
- No entanto, a Justiça Eleitoral, pelo TSE e pelos TREs, conforme os artigos 23, XII, e 30, VIII, do Código Eleitoral,
podem responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe foram formuladas sobre teses, nunca caso
concreto, por autoridades ali especificadas.
- CONSULTAS
❖ Medida de fundo pedagógico e caráter preventivo, existente apenas nos Tribunais, tendo por objetivo
analisar uma situação hipotética, manifestando o entendimento a e interpretação da Corte sobre uma
determinada regra ou dispositivo da lei eleitoral.
❖ Nunca pode ser sobre situação concreta (não pode prejulgar). A dúvida deve ser procedente e razoável.

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❖ Pode ser deduzida por membro do Executivo Federal ou do Legislativo Federal, ou dirigente de órgão público
federal, bem como direção nacional de Partido Político, junto ao TSE. Junto aos TRE´s pode ser deduzida por
autoridade público ou partido político (arts. 23, XII, e 30, VIII, CE).
❖ Não é ato jurisdicional, não vincula, nem cabe recurso. É ato administrativo.
❖ Res.-TSE nºs 23126/2009 e 22314/2006: consultas recebidas/conhecidas devido à relevância da matéria de
cunho administrativo.
❖ Res.-TSE nºs 22828/2008 e 22515/2007: exigência de autorização específica ou documento que comprove
estar o consulente habilitado a formular consultas em nome do partido político a que pertence.
❖ Legitimidade para formular consulta ao TSE:
Res.-TSE nº 22228/2006 (senador);
Res.-TSE nº 22247/2006 (deputado federal);
Res.-TSE nº 22229/2006 (secretário-geral de comissão executiva nacional de partido político, como
representante de órgão de direção nacional);
Res.-TSE nº 22342/2006 (Defensoria Pública da União).

❖ Descabimento de consulta:
Ac.-TSE, de 20.5.2014, na Cta nº 96433 e, de 20.3.2012, na Cta nº 148580 e Res.-TSE nº 23135, de 15.9.2009
(questionamento inespecífico);
Ac.-TSE, de 16.9.2014, na Cta nº 103683 e, de 26.8.2014, na Cta nº 1694 (após iniciado o processo eleitoral);
Ac.-TSE, de 30.8.2012, na Cta nº 140315 e Res.-TSE nº 22391/2006 (matéria processual);
Res.-TSE nºs 22213/2006 e 22666/2007 (matéria interna corporis de partido político).

❖ Natureza jurídica da resposta dada a consulta:


Ac.-TSE, de 27.11.2012, no REspe nº 20680 e, de 20.5.2008, no AgR-MS nº 3710: a resposta dada a consulta
em matéria eleitoral não tem natureza jurisdicional, sendo ato normativo em tese, sem efeitos concretos e
sem força executiva com referência a situação jurídica de qualquer pessoa em particular.
STF: RMS 21.185/DF — Consulta ao TRE. Resposta. Natureza jurisdicional inexistente. Ato normativo em tese
sem efeitos concretos. Mandado de segurança. Não cabimento. Súmula 266. (RMS 21.185/DF, rel. min.
Moreira Alves, P, j. 14-12-1990, DJ de 22-2-1991.)

❖ Desnecessidade de mandato com poderes específicos ao partido:


Ac.-TSE, de 20.9.2011, na Cta nº 182354: o partido não precisa de instrumento de mandato com poderes
específicos para o ajuizamento de consulta.

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o 2.7- Tribunal Superior Eleitoral
▪ TSE (3 juízes do STF; 2 juízes do STJ; 2 juízes nomeados pelo Presidente da República, dentre seis advogados
notável saber jurídico e idoneidade, indicados pelo STF). = 7 juízes
▪ Também atuam em sistema rotativo
▪ funções cumulativas no STF (atuam no TSE sem prejuízo de sua atuação no STF)
▪ O STF escolhe os seus juízes e os advogados.
▪ O STJ escolhe os seus juízes.
▪ Dos juízes do STF é escolhido o Presidente e o Vice-Presidente, enquanto dos juízes do STJ é escolhido o
Corregedor Geral Eleitoral.
▪ Na CF não está previsto que o advogado tenha 10 anos de efetivo profissional; mas o TSE possui resolução no
sentido de ser exigido esse tempo para a escolha dos advogados para a classe dos juristas
▪ Lembre-se que a vaga de advogado é exclusiva dessa classe (não cabe MP, nem juiz aposentado, dentre outros
exemplos)
▪ Para cada vaga de jurista a OAB realiza uma lista sêxtupla e envia para o STF, que elabora uma lista tríplice para
que o Presidente da República escolha um nome para cada vaga de jurista (são duas vagas, devendo ser realizado
duas vezes esse procedimento)
▪ Res.-TSE nºs 20958/2001, art. 12, parágrafo único, VI, e 21461/2003, art. 1º: exigência de 10 anos de prática
profissional; art. 5º, desta última: dispensa da comprovação se já foi juiz de TRE.
▪ Ac.-STF, de 31.5.2005, no RMS nº 24.334 e, de 29.11.2005, no RMS nº 24.232: a regra geral prevista no art. 94 da
Constituição – dez anos de efetiva atividade profissional – se aplica de forma complementar à regra do art. 120 da
Constituição Federal.
▪ STF: MS 21.073/PR — TRE. Vaga reservada à classe de advogados. Participação da OAB na indicação.
Impossibilidade. Não existe direito da OAB de participar da formação da lista tríplice produzida pelo Tribunal de
Justiça estadual para fins de nomeação de integrante de TRE na vaga destinada aos advogados. Ementa: TRIBUNAL
REGIONAL ELEITORAL. COMPOSIÇÃO. VAGA RESERVADA À CLASSE DOS ADVOGADOS. Participação da OAB no
processo de indicação. Direito inexistente. Indicação, em lista tríplice, pelo Tribunal de Justiça. Art. 120, § 1º, III, CF.
(MS 21.073/PR, rel. min. Paulo Brossard, P, j. 29-11-1990, DJ de 20-9-1991.)
▪ STF: RMS 23.123/PB — TRE. Vaga de advogado. Magistrado aposentado. Exclusão de lista tríplice pelo TSE.
Magistrado aposentado não pode integrar lista tríplice destinada a preencher a vaga de advogado em TRE. (RMS
23.123/PB, rel. p/ o ac. min. Nelson Jobim, P, j. 15-12-1999, DJ de 12-3-2004)
▪ STF: ADI 2.993/MG — TRE. Resolução TRE/MG. Vedação de recondução para dois biênios consecutivos.
Inconstitucionalidade. É inconstitucional resolução do TRE/MG que estabelece que nenhum juiz poderá voltar a
integrar o Tribunal na mesma classe ou em classe diversa, por dois biênios consecutivos, possibilidade prevista na
Constituição Federal. (ADI 2.993/MG, rel. min. Carlos Velloso, P, j. 10-12-2003, DJ de 12-3-2004.)

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▪ 2.7.1- Competência do TSE
- Não cabe ao TSE julgar mandado de segurança, em matéria eleitoral, contra atos do Presidente da República, do
TCU e do Procurador Geral da República. Art. 102, inciso I, alínea d), da Constituição da República.
❖ Competência do STF

- STF: AO 772 QO/SP — Ação popular contra presidente de TRE. Pretensão de anulação da totalidade da apuração
eleitoral. Incompetência do STF. Competência da Justiça Eleitoral. É competente a Justiça Eleitoral para processar
e julgar ação popular que tenha por objeto a anulação da totalidade da apuração de uma eleição no Estado. (AO
772 QO/SP, rel. min. Moreira Alves, P, j. 19-12-2000, DJ de 18-10-2002.)
❖ Competência do TSE

- STF: AO 58 QO/DF — Arguição de suspeição de todos os integrantes do TRE. Competência originária do STF. É
da competência originária do STF, à vista do impedimento da totalidade dos componentes do TRE, arguição de
suspeição de todos os integrantes de TRE para todo o processo eleitoral. ementa: Supremo Tribunal: competência
originária: arguição de suspeição de todos os integrantes de Tribunal Regional Eleitoral, para todo o processo
eleitoral: deslocamento da competência originária para o STF, à vista do impedimento da totalidade dos
componentes do Tribunal Regional competente (CF, art. 102, I, n); votos vencidos, incluído o do relator, pela
competência do Tribunal Superior Eleitoral. (AO 58 QO/DF, rel. min. Sepúlveda Pertence, P, j. 5-12-1990, DJ de 8-
5-1992.)
❖ “Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
I - processar e julgar, originariamente:
n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente interessados, e aquela
em que mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta ou
indiretamente interessados;”

- STF: AI 164.491 AgR/MG — Recurso extraordinário contra acórdão de TRE. Inadmissibilidade. Contra acórdão
de TRE somente cabe recurso para o TSE, mesmo que nele se discuta matéria constitucional. É o que se extrai do
disposto no art. 121, caput, e seu § 4º, I, da Constituição Federal de 1988, e nos arts. 22, II, e 276, I e II, do Código
Eleitoral (Lei 4.737, de 15-7-1965). No âmbito da Justiça Eleitoral, somente os acórdãos do TSE podem ser
impugnados, perante o STF, em recurso extraordinário (arts. 121, § 3º, e 102, III, a, b e c, da CF).
❖ Não cabe nenhum recurso do TRE para o STF, ainda que de matéria constitucional

- “Recurso extraordinário contra acórdão de Tribunal Regional Eleitoral. Inadmissibilidade. Interpretação dos arts.
121, caput, §§ 3º e 4º, I; e 102, III, da CF de 1988. Arts. 22, I, e 276, I e II, do Código Eleitoral.
1. Contra acórdão de Tribunal Regional Eleitoral somente cabe recurso para o Tribunal Superior Eleitoral, mesmo
que nele se discuta matéria constitucional.

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2. É o que se extrai do disposto no art. 121, caput, e seu § 4º, I, da Constituição Federal de 1988, e nos arts. 22, II,
e 276, I e II, do Código Eleitoral (Lei 4.737, de 15-7-1965).
3. No âmbito da Justiça Eleitoral, somente os acórdãos do Tribunal Superior Eleitoral é que podem ser
impugnados, perante o STF, em recurso extraordinário (arts. 121, § 3º, e 102, III, a, b e c, da CF).
4. Recurso extraordinário inadmitido. Precedentes.
5. Agravo improvido”.
(AI 164.491 AgR/MG, rel. min. Sydney Sanches, 1ª T, j. 18-12-1995, DJ de 22-3-1996)

o 2.8- Tribunal Regional Eleitoral –


▪ TRE: 7 juízes (4 magistrados estaduais escolhidos pelo TJ; 1 juiz federal; 2 advogados)
▪ 2 juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça;
▪ 2 juízes dentre os juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça;
▪ 1 juiz do Tribunal Regional Federal, com sede na capital do Estado ou no Distrito Federal, ou, não havendo, de um
juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal respectivo;
▪ 2 juízes dentre seis advogados (lista sêxtupla da OAB), de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados
pelo Tribunal de Justiça e nomeados pelo Presidente da República. (lembre-se que o TSE exige 10 anos de exercício
profissional, tal qual a regra para o quinto constitucional)

o 2.9- Juízes Eleitorais:


▪ São magistrados da Justiça Estadual, designados pelo TRE para presidir as Zonas Eleitorais, menor fração territorial
com jurisdição dentro de uma circunscrição judiciária eleitoral.
▪ Assim, o TSE tem jurisdição sobre todo o território nacional.
▪ O TRE tem nos respectivos Estados e Distrito Federal.
▪ Os juízes de Direito, com designação eleitoral, têm a jurisdição das zonas eleitorais.
▪ As Zonas Eleitorais devem corresponder às comarcas da Justiça comum e, estas aos municípios. Por diversas
razões, porém, isso nem sempre ocorre, havendo zonas com jurisdição em mais de um município e municípios com
mais de uma zona.
▪ Os Juízes Eleitorais servem à Justiça Eleitoral cumulativamente com as suas funções ordinárias, dando-se
preferência, na época das eleições, ao expediente eleitoral.

o 2.10- Juntas Eleitorais:


▪ São órgãos colegiados de primeira instância da Justiça Eleitoral, gozando seus membros, no exercício de suas
funções, de plenas garantias da magistratura de carreira, inclusive inamovibilidade.
▪ São compostas de 2 ou 4 membros, mais o Presidente, que é sempre o Juiz de Direito (juiz eleitoral). Forma, pois,
um colegiado de 3 ou 5 membros.
▪ Cada membro corresponderá a uma turma apuradora, que trabalhará na apuração dos votos.

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▪ Tirando o juiz eleitoral, que é seu presidente, os demais membros da Junta podem ser leigos, ou mesmo nomear
apenas os demais juízes de direito da Comarca, se houver.

3- Ministério Público Eleitoral


o Observações sobre os órgãos do MP na atuação eleitoral:
▪ Procurador Geral Eleitoral = Procurador Geral da República;
▪ Procurador Regional Eleitoral = Procurador Regional da República (há o titular e o adjunto/suplente)
▪ Promotor Eleitoral = Promotor de Justiça Estadual que atua por delegação do Ministério Público Federal
▪ Resolução n. 30/2008 – CNMP, cuida dos parâmetros para a indicação e designação de membro do MP Eleitoral
para o primeiro grau.
- Designados pelo Procurador Regional Eleitoral, por indicação do Procurador Geral de Justiça.

o 3.1- Conflito de atribuições:


▪ 3.1.1- Entre membros do mesmo MP estadual = Procurador Geral de Justiça (art. 10, X, da Lei n. 8.625/93).
- “Art. 10. Compete ao Procurador-Geral de Justiça: X - dirimir conflitos de atribuições entre membros do
Ministério Público, designando quem deva oficiar no feito;”

▪ 3.1.2- Entre órgãos do MP Federal = Câmaras de Coordenação e Revisão, com possibilidade de recurso para o
Procurador-Geral da República (Lei Complementar n. 75/1993, arts. 62, VII, e 49, VIII).
- “Art. 49. São atribuições do Procurador-Geral da República, como Chefe do Ministério Público Federal: VIII -
decidir, em grau de recurso, os conflitos de atribuições entre órgãos do Ministério Público Federal;”
- “Art. 62. Compete às Câmaras de Coordenação e Revisão: VII - decidir os conflitos de atribuições entre os órgãos
do Ministério Público Federal.”

▪ 3.1.3- Entre membros de ramos diferentes do Ministério Público da União: Procurador Geral da República. (chefe
do MPU)
- LC 75/93, “Art. 26. São atribuições do Procurador-Geral da República, como Chefe do Ministério Público da União:
VII - dirimir conflitos de atribuição entre integrantes de ramos diferentes do Ministério Público da União;”

▪ 3.1.4- MP Eleitoral é MP Federal. Arts. 72/80, da Lei Orgânica do Ministério Público da União.
- PGE. Art. 75, inciso III, da Lei Orgânica do Ministério Público da União.
- “Art. 75. Incumbe ao Procurador-Geral Eleitoral: III - dirimir conflitos de atribuições;”

▪ 3.1.5- Entre membros do MP de Estados diferentes ou entre membro do MP Estadual e do MP da União: até 2016,
STF (Art. 102, I, "f", da CF/88).

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- Em 19/05/2016, o STF alterou sua jurisprudência e passou a decidir que a competência para dirimir estes
conflitos de atribuição é do Procurador-Geral da República (ACO 924/MG, Rel. Min. Luiz Fux).
- O argumento utilizado pelos Ministros foi no sentido de que a questão não é jurisdicional, e sim administrativa,
e, por isso, a controvérsia deverá ser remetida ao Procurador-Geral da República.

▪ Assim:
- Em Estados diversos:
i) Conflito entre PRE X PRE: PGE;
ii) Entre PRE X Promotor: PGE;
iii) Entre Promotor X Promotor: PGE.

- Mesmo Estado: Promotor X Promotor: PRE, por analogia com a atribuição igual dos chefes estaduais. (são
promotores eleitorais subordinados ao mesmo procurador regional eleitoral)

o 3.2- Resolução n. 30/2008, com a redação da Resolução n. 182/2017, veda a indicação para Promotor Eleitoral
nas situações seguintes:
▪ I - lotado em localidade não abrangida pela zona eleitoral perante a qual este deverá oficiar, salvo em caso de
ausência, impedimento ou recusa justificada, e quando ali não existir outro membro desimpedido;
▪ II - que se encontrar afastado do exercício do ofício do qual é titular, inclusive quando estiver exercendo cargo ou
função de confiança na administração superior da Instituição, [promotores podem ser afastar da carreira; aqueles
anteriores à CF podem se afastar da carreira para ocupar cargos em comissão no Executivo ou Legislativo; podem
se afastar da carreira para exercer cargo na administração interna do próprio MP]
▪ III - que tenha sido punido ou que responda a processo administrativo ou judicial, nos 3 (três) anos subsequentes,
em razão da prática de ilícito que atente contra:
a) a celeridade da atuação ministerial;
b) a isenção das intervenções no processo eleitoral;
c) a dignidade da função e a probidade administrativa.

4- Fase Pré-Eleitoral
o 4.1- Alistamento Eleitoral:
▪ Art. 14, § 1º, da Constituição da República.
▪ Resolução 23.554 TSE.
▪ Obrigatório para os maiores de 18 anos.
▪ 4.1.1- Facultativo para:
- os analfabetos;
- os maiores de setenta anos;

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- os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.

▪ 4.1.2- Até 9 de maio, os eleitores devem ser inscrever ou transferir os títulos (art. 91, da Lei n. 9.504/1997).
- “Art. 91. Nenhum requerimento de inscrição eleitoral ou de transferência será recebido dentro dos cento e
cinquenta dias anteriores à data da eleição. “
- Ac.-TSE, de 26.8.2010, no AgR-MS nº 180970: observância do prazo para o fechamento do cadastro eleitoral
previsto neste artigo, no caso de realização de novas eleições, tomando como base a data do novo pleito.
- Ac.-TSE, de 10.2.2015, no PA nº 191930 e, de 6.12.2011, no PA nº 180681: alistamento facultativo dos indígenas,
independente da categorização prevista em legislação infraconstitucional, observadas as exigências de natureza
constitucional e eleitoral pertinentes à matéria.
- “[...] Alistamento. Voto. Indígena. Categorização estabelecida em lei especial. 'Isolado'. 'Em vias de integração'.
Inexistência. Óbice legal. Caráter facultativo. Possibilidade. Exibição. Documento. Registro Civil de Nascimento ou
administrativo da FUNAI.1. A atual ordem constitucional, ao ampliar o direito à participação política dos cidadãos,
restringindo o alistamento somente aos estrangeiros e aos conscritos, enquanto no serviço militar obrigatório, e
o exercício do voto àqueles que tenham suspensos seus direitos políticos, assegurou-os, em caráter facultativo, a
todos os indígenas, independentemente da categorização estabelecida na legislação especial infraconstitucional
anterior, observadas as exigências de natureza constitucional e eleitoral pertinentes à matéria, como a
nacionalidade brasileira e a idade mínima. 2. Os índios que venham a se alfabetizar, devem se inscrever como
eleitores, não estando sujeitos ao pagamento de multa pelo alistamento extemporâneo, de acordo com a
orientação prevista no art. 16, parágrafo único, da Res.-TSE 21.538, de 2003. 3. Para o ato de alistamento, faculta-
se aos indígenas que não disponham do documento de registro civil de nascimento a apresentação do congênere
administrativo expedido pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI).” (Ac. de 6.12.2011 no PA nº 180681, rel. Min.
Nancy Andrighi.)

▪ 4.1.3- Não podem se alistar (art. 14, § 2º, da CF):


- Conscritos durante o período do serviço militar obrigatório e os estrangeiros.
- Portugueses pela reciprocidade podem alistar-se eleitores.
- "[...] 3. Alistamento. Voto. Serviço militar obrigatório. O eleitor inscrito, ao ser incorporado para prestação do
serviço militar obrigatório, deverá ter sua inscrição mantida, ficando impedido de votar, nos termos do art. 6 °,
II, c, do Código Eleitoral." (Res. nº 15.072, de 28.2.89, rel. Min. Sydney Sanches; no mesmo sentido a
Res. nº 15.099, de 9.3.89, Villas Boas.)
- “[...] 2. Alistamento. Policiais militares. CF, art. 14, § 2º. Os policiais militares, em qualquer nível de carreira são
alistáveis, tendo em vista a inexistência de vedação legal.” (Res. nº 15.099, de 9.3.89, rel. Min. Villas Boas.)
- “1. Eleitor. Serviço militar obrigatório. 2. Entendimento da expressão ‘conscrito' no art. 14, § 2º da CF. 3. Aluno
de órgão de formação da reserva. Integração no conceito de serviço militar obrigatório. Proibição de votação,
ainda que anteriormente alistado. 4. Situação especial prevista na Lei nº 5.292. Médicos, dentistas, farmacêuticos

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e veterinários. Condição de serviço militar obrigatório. 5. Serviço militar em prorrogação ao tempo de soldado
engajado. Implicação do art. 14, § 2º da CF.” NE: “[...] Nessa situação, estão abrangidos pela proibição do art. 14,
§ 2º da CF, isto é, não podem se alistar. [...]” (Res. nº 15.850, de 3.11.89, rel. Min. Roberto Rosas.)

▪ obs. Res.-TSE nº 21920/2004: "Dispõe sobre o alistamento eleitoral e o voto dos cidadãos portadores de
deficiência, cuja natureza e situação impossibilitem ou tornem extremamente oneroso o exercício de suas
obrigações eleitorais".

▪ 4.1.4- A consideração – Estatuto do Deficiente e o alistamento elitoral...


- 2) Incapacidade civil absoluta: declarados incapazes, de forma absoluta, em ação de interdição.
- Hipóteses previstas no art. 3º, CC (menores de 16 anos, todos que por enfermidade mental ou deficiência mental
não possuírem discernimento para os atos da vida civil, os que não puderem exprimir sua vontade por causa
transitória). Problema: Lei n. 13.146/2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência).
- Não pode haver restrição ao direito ao voto (art. 85, § 1º, do Estatuto).
- Art. 76 garante os direitos políticos plenos ao deficiente, mesmo em situação de curatela.
- Se não há mais incapazes absolutos, não se tem mais como aplicar o art. 15, inciso II, da CF.
- TSE, PROCESSO ADMINISTRATIVO N° 114-71.2016.6.00.0000 – CLASSE 26 – SALVADOR – BAHIA
Relatora: Ministra Maria Thereza de Assis Moura
Interessada: Corregedoria Regional Eleitoral da Bahia
PROCESSO ADMINISTRATIVO. QUESTIONAMENTOS. APLICABILIDADE. VIGÊNCIA. LEI N° 13.146, de 2015.
ALTERAÇÃO. ART. 30. CÓDIGO CIVIL. INCAPACIDADE CIVIL ABSOLUTA. SUSPENSÃO. DIREITOS POLÍTICOS. ART. 15,
II, DA CONSTITUIÇÃO. ANOTAÇÃO. CADASTRO ELEITORAL. ANTERIORIDADE.

▪ 4.1.5- Cancelamento e exclusão da inscrição eleitoral: Art. 71, c/c. art. 5º e art. 42, todos do Código Eleitoral:
- Incisos I e II, do art. 5º, CE não recepcionados (analfabeto e não saber se exprimir em português); Ac.-TSE nº
23291/2004; Res.-TSE nº 23274/2010;
- a) Suspensão e perda dos direitos políticos (art. 15, da CF);(se for perda será o cancelamento da inscrição
eleitoral; se for suspensão será apenas suspensão da inscrição eleitoral )

- b) Domicílio Eleitoral diverso do da inscrição:


❖ Art. 42. Parágrafo único. Para o efeito da inscrição, é domicílio eleitoral o lugar de residência ou moradia do
requerente, e, verificado ter o alistando mais de uma, considerar-se-á domicílio qualquer delas.
❖ Ac.-TSE, de 8.4.2014, no REspe nº 8551; de 5.2.2013, no AgR-AI nº 7286; e, de 16.11.2000, no AgRgREspe nº
18124: conceito de domicílio eleitoral em que basta a demonstração de vínculos políticos, sociais, afetivos,
patrimoniais ou de negócios.

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-c) Pluralidade de inscrições:
❖ Art. 40. Resolução 21.538/2003: Identificada situação em que um mesmo eleitor possua duas ou mais
inscrições liberadas ou regulares, agrupadas ou não pelo batimento, o cancelamento de uma ou mais delas
deverá, preferencialmente, recair:
I – na inscrição mais recente, efetuada contrariamente às instruções em vigor;
II – na inscrição que não corresponda ao domicílio eleitoral do eleitor;
III – naquela cujo título não haja sido entregue ao eleitor;
IV – naquela cujo título não haja sido utilizado para o exercício do voto na última eleição;
V – na mais antiga.

- d) Falecimento;
❖ Res.-TSE nº 22166/2006: "Estabelece providências a serem adotadas em relação a inscrições identificadas
como de pessoas falecidas, mediante cruzamento entre dados do cadastro eleitoral e registros de óbitos
fornecidos pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS)".

- e) Abstenção reiterada;
❖ Deixar de votar em 3 (três) eleições consecutivas (Lei nº 7.663/1988 modificou) + não pagando a multa ou
não justificando a ausência
❖ Art. 7º, do Código Eleitoral. § 3º “Realizado o alistamento eleitoral pelo processo eletrônico de dados, será
cancelada a inscrição do eleitor que não votar em 3 (três) eleições consecutivas, não pagar a multa ou não
se justificar no prazo de 6 (seis) meses, a contar da data da última eleição a que deveria ter comparecido.”

-f) Revisão do Eleitorado (art. 71, § 4º, CE):


❖ Quando houver denúncia fundamentada de fraude no alistamento de uma zona ou município, o Tribunal
Regional poderá determinar a realização de correção e, provada a fraude em proporção comprometedora,
ordenará a revisão do eleitorado, obedecidas as instruções do Tribunal Superior e as recomendações que,
subsidiariamente, baixar, com o cancelamento de ofício das inscrições correspondentes aos títulos que não
forem apresentados à revisão.

o 4.2- Convenções Partidárias (art. 17, §1º, da CF, arts. 7º, 8º e 11, § 1º, inciso I, todos da Lei n. 9.504/1997, art.
15, VI, e art. 51, ambos da Lei n. 9.096/1995 e Estatutos do Partido ): “é a reunião ou assembleia formada pelos
filiados a um partido político, denominados convencionais, cuja finalidade é eleger os que concorrerão ao pleito. Em
outros termos, é o meio pelo qual os partidos escolhem os candidatos que disputarão as eleições” – José Jairo Gomes.
▪ Período: 20 de julho a 5 de agosto (art. 8º, da Lei Eleitoral).
▪ 4.2.1- Espécies de convenções partidárias:
i) Convenções Municipais (escolha de candidatos aos cargos de Prefeito, Vice e Vereadores);

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ii) Convenções Regionais (escolha de candidatos aos cargos de Deputados, Federais e Estaduais, Senadores,
Governador e Vice); (atente-se que a eleição é geral: elege-se candidatos para o Executivo e parlamento estadual
e parlamento federal)
iii) Convenções Nacionais (escolha de candidatos aos cargos de Presidente e Vice).

▪ 4.2.2- Local: Art. 8º, § 2º, e art. 73, inciso I, da Lei n. 9.504/1997, e art. 51, da Lei n. 9.096/1995: prédios públicos,
como escolas, ginásios desportivos, casas legislativas, desde que as atividades ordinárias desses locais não fiquem
prejudicadas, assumindo o Partido a obrigação de reparação de eventuais danos cometidos.
i) Convenção Nacional: qualquer Estado da Federação;
ii) Convenção Regional: qualquer Município do Estado;
iii) Convenção Municipal: apenas no Município respectivo.

▪ 4.2.3- Composição: em regra, os Estatutos cuidarão disso. Mas, normalmente:


- Convenção Municipal: dirigentes partidários locais (Diretório Municipal ou Comissão Diretora Municipal
Provisória), parlamentares do Partido eleitores no Município.
- As convenções para escolha de Diretório e de delegados à convenção regional, tem a presença de filiados.
- Convenções Regionais: dirigentes do partido em nível regional (Diretório Regional, Delegados à Convenção
Nacional e Comissão Diretora Regional Provisória), delegados dos diretórios municipais e os parlamentares
estaduais e federais filiados ao partido e eleitores do Estado.
- Convenções Nacionais: dirigentes nacionais (Diretório Nacional ou Comissão Diretora Nacional Provisória),
delegados dos diretórios regionais à Convenção Nacional, e parlamentares federais (Senadores e Deputados
Federais).
- obs. note que os parlamentares federais podem participar das 3 convenções

▪ 4.2.4- Prévias Partidárias:


- Não caracterização de propaganda antecipada (art. 36 A – inciso III, da Lei n. 9.504/1997).
- Não são a convenção, são consultas realizadas aos filiados pelo Partido para antecipar o resultado das
convenções. Pesquisas anteriores às convenções realizadas com eleitores filiados para prever as tendências das
candidaturas.

▪ 4.2.5- Documentos da Convenção:


- Lista de presença dos convencionais e ata da convenção.
- Ata lavrada da convenção deve ser em livro aberto, rubricado pela Justiça Eleitoral, publicada em 24 horas em
qualquer meio de comunicação (art. 8º, da Lei n. 9.504/1997).

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▪ 4.2.6- Convocação:
- edital ou notificação pessoal. Em prazo razoável. Antigo art. 34, I, da Lei 5.682/1971 (antiga LOPP) falava em 8
dias. Agora, dependerá do Estatuto ou, no silêncio, da situação concreta.
- O edital deve ser publicado na imprensa local ou, se não houver, afixado no Cartório Eleitoral.

▪ 4.2.7- Normas da Convenção para escolha de candidatos e estabelecimento de coligações devem ser tratadas no
Estatuto (Art. 7º, da Lei n. 9.504/1997).
- Em caso de omissão do estatuto, caberá ao órgão de direção nacional do partido estabelecer as normas,
publicando-as no Diário Oficial da União até cento e oitenta dias antes das eleições

▪ 4.2.8- Propaganda interna, intrapartidária ou convencional:


- Art. 36. § 1º, da Lei n. 9.504/1997: Ao postulante a candidatura a cargo eletivo é permitida a realização, na
quinzena anterior à escolha pelo partido, de propaganda intrapartidária com vista à indicação de seu nome,
vedado o uso de rádio, televisão e outdoor
- Ac.-TSE, de 4.2.2014, no AI nº 3815: outdoor fixado em caminhão, em via pública, em frente ao local de
convenção partidária, de forma ostensiva e com potencial para atingir eleitores ultrapassa os limites da
propaganda intrapartidária.
- Ac.-TSE, de 3.5.2011, no REspe nº 43736: propaganda intrapartidária veiculada em período anterior ao
legalmente permitido e dirigida a toda a comunidade, e não apenas a seus filiados, configura propaganda eleitoral
extemporânea e acarreta a aplicação de multa.
- Ac.-TSE, de 26.9.2002, no REspe nº 19955: as normas para escolha e substituição de candidatos e para formação
de coligação não se confundem com as diretrizes estabelecidas pela convenção nacional sobre
coligações – enquanto aquelas possuem, ao menos em tese, natureza permanente, as diretrizes variam de acordo
com o cenário político formado para cada pleito.

o 4.3- Candidaturas Natas:


▪ Art. 8º, § 1º, da Lei n. 9.504/1997: Aos detentores de mandato de deputado federal, estadual ou distrital, ou de
vereador, e aos que tenham exercido esses cargos em qualquer período da legislatura que estiver em curso, é
assegurado o registro de candidatura para o mesmo cargo pelo partido a que estejam filiados.
▪ Ac.-STF, de 24.4.2002, na ADI-MC nº 2.530: suspensa, até decisão final da ação, a eficácia deste § 1º.

o 4.4- Coligações:
▪ é o consórcio de partidos políticos formado com o propósito de atuação conjunta e cooperativa na disputa
eleitoral (José Jairo Gomes).
▪ Art. 17, § 1º, da Constituição da República. Art. 6º, da Lei n. 9.504/1997.
▪ 4.4.1- eleições majoritárias, proporcionais e ambas - Evolução:

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- § 1º, art. 17, da CF: É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna, organização
e funcionamento, devendo seus estatutos estabelecer normas de fidelidade e disciplina partidárias (redação
original).
- Resolução n. 22.156, TSE, eleições 2006: verticalização das coligações.
❖ Os partidos políticos que lançarem, isoladamente ou em coligação, candidato à eleição de presidente da
República não poderão formar coligações para eleição de governador de estado ou do Distrito Federal,
senador, deputado federal e deputado estadual ou distrital com partido político que tenha, isoladamente ou
em aliança diversa, lançado candidato à eleição presidencial (Lei no 9.504/97, art. 6o ; Res.-TSE no 21.002,
Consulta no 715, de 26.2.2002).

- § 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna, organização e
funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade
de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos
estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
52, de 2006) – Adin 3.685-8.
❖ “A inovação trazida pela EC 52/2006 conferiu status constitucional à matéria até então integralmente
regulamentada por legislação ordinária federal, provocando, assim, a perda da validade de qualquer restrição
à plena autonomia das coligações partidárias no plano federal, estadual, distrital e municipal. Todavia, a
utilização da nova regra às eleições gerais que se realizarão a menos de sete meses colide com o princípio da
anterioridade eleitoral, disposto no art. 16 da CF, que busca evitar a utilização abusiva ou casuística do
processo legislativo como instrumento de manipulação e de deformação do processo eleitoral (ADI 354, rel.
min. Octavio Gallotti, DJ de 12-2-1993). Enquanto o art. 150, III, b, da CF encerra garantia individual do
contribuinte (ADI 939, rel. min. Sydney Sanches, DJ de 18-3-1994), o art. 16 representa garantia individual do
cidadão-eleitor, detentor originário do poder exercido pelos representantes eleitos e "a quem assiste o
direito de receber, do Estado, o necessário grau de segurança e de certeza jurídicas contra alterações
abruptas das regras inerentes à disputa eleitoral" (ADI 3.345, rel. min. Celso de Mello). Além de o referido
princípio conter, em si mesmo, elementos que o caracterizam como uma garantia fundamental oponível até
mesmo à atividade do legislador constituinte derivado, nos termos dos arts. 5º, § 2º, e 60, § 4º, IV, a burla ao
que contido no art. 16 ainda afronta os direitos individuais da segurança jurídica (CF, art. 5º, caput) e do
devido processo legal (CF, art. 5º, LIV). A modificação no texto do art. 16 pela EC 4/1993 em nada alterou seu
conteúdo principiológico fundamental. Tratou-se de mero aperfeiçoamento técnico levado a efeito para
facilitar a regulamentação do processo eleitoral. Pedido que se julga procedente para dar interpretação
conforme no sentido de que a inovação trazida no art. 1º da EC 52/2006 somente seja aplicada após
decorrido um ano da data de sua vigência. “[ADI 3.685, rel. min. Ellen Gracie, j. 22-3-2006, P, DJ de 10-8-
2006.]

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- § 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e estabelecer regras sobre
escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e provisórios e sobre sua organização e funcionamento
e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, vedada a sua
celebração nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito
nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade
partidária. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
❖ Art. 2º, da Emenda Constitucional n. 97/2017: A vedação à celebração de coligações nas eleições
proporcionais, prevista no § 1º do art. 17 da Constituição Federal, aplicar-se-á a partir das eleições de 2020.

o 4.5- Seção Eleitoral: menor fração de divisão da Zona Eleitoral (Joel Cândido).
▪ 4.5.1- Circunscrições eleitorais – os Estados e o Distrito Federal.

▪ 4.5.2- Zonas Eleitorais – divisão das circunscrições, nem sempre coincidem com os Municípios.
- Zonas Eleitorais se dividem em seções.

▪ 4.5.3- Seção corresponde a uma mesa receptora de votos com sua respectiva urna (art. 119, CE).
- O número mínimo e máximo por seção: art. 117, do Código Eleitoral. Hoje, art. 11, da Lei n. 6.996/1982.
- Lei nº 6.996/1982, art. 11, caput: fixação, pelo TSE, do número de eleitores por seção eleitoral de acordo com o
número de cabinas; parágrafo único do art. 11:
- “Cada seção eleitoral terá, no mínimo, duas cabinas”; Res.-TSE nº 14250/1988: “[...]
- Fixação do número de 250 eleitores por cabina, nas seções das capitais, e de 200 nas seções do interior, de
acordo com o art. 11 da Lei nº 6.996/1982”;
- v. Lei nº 9.504/1997, art. 84, parágrafo único: fixação pela Justiça Eleitoral

▪ 4.5.4- Mesa Receptora: é o local onde se recebe o voto. A cada seção, no dia da eleição, corresponderá uma mesa
receptora. Tem o nome de mesa, porque, em regra, os eleitores designados para cuidar da recepção dos votos,
sentam-se à mesa.
- Ele se compõe dos materiais do art. 133, do CE, mais a mesa e a urna eletrônica, envolta na cabina de votação.
- “[...]. 1. Em que pesem os custos envolvidos na confecção das cabinas de votação, não é recomendável que elas
sejam fornecidas por empresa interessada em divulgar sua marca. 2. Esse entendimento evita quaisquer
especulações sobre a questão, primando pela completa isenção da Justiça Eleitoral no que tange à organização
do pleito que se avizinha. Pedido indeferido.” (Res. nº 22.812, de 27.5.2008, rel. Min. Caputo Bastos.)
- Há as mesas receptoras de votos e as mesas receptoras de justificativas ou o TRE decide que as justificações
poderão ser feitas nas mesas receptoras de votos.
- Composição das mesas: nomeados até cinco dias antes da eleição (art. 120, CE). Mas, hoje, a Resolução n. 23.554,
artigo 20, fala na nomeação entre 06/07 e 08/08.

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- Estabelecimentos prisionais, unidades de internação de adolescentes e mesas para votos em trânsito são
nomeados os mesários até 28.08.
- Mesários: Presidente, 1º Mesário, 2º Mesário, 1º Secretário, 2º Secretário e Suplente. Um substitui o outro,
nessa ordem, no caso de falta ou impedimento involuntário (art. 123, § 2º, CE). Se faltar, o Presidente ou o mais
graduado, pode nomear um mesário ad hoc dentre os eleitores.
- obs. Os componentes das mesas receptoras de votos serão nomeados, de preferência, entre os eleitores da
própria seção eleitoral, com prioridade para os voluntários, os diplomados em escola superior e os serventuários
da Justiça e, caso não haja número suficiente, os professores (Código Eleitoral, art. 120, § 2º)
- Res.-TSE nº 22987/2008: a informação da ocupação exercida pelo eleitor nas operações de alistamento, revisão
e transferência visa auxiliar a escolha e nomeação de mesários, nos termos da preferência definida neste
dispositivo, e prescinde de prova.
- Res.-TSE nº 22098/2005: possibilidade de convocação de eleitor de zona eleitoral diversa em caráter excepcional
e com prévia autorização do juízo da inscrição, ainda que se trate de mesário voluntário.
- Não podem ser nomeados como mesários (Código Eleitoral, art. 120, § 1º, incisos I a IV; e Lei nº 9.504/1997,
art. 63, § 2º):
I – os candidatos e seus parentes, ainda que por afinidade, até o segundo grau, inclusive, e o cônjuge;
II – os membros de diretórios de partido político que exerçam função executiva;
III – as autoridades e os agentes policiais, bem como os funcionários no desempenho de cargos de confiança do
Poder Executivo;
IV – os que pertencem ao serviço eleitoral (estes podem para mesas de justificação);
V – os eleitores menores de 18 (dezoito) anos;
- Inclui-se, como impedidos, a atuação como mesários das mesas receptoras instaladas nos estabelecimentos
penais e unidades de internação de adolescentes, dos agentes policiais de quaisquer das carreiras civis e militares,
dos agentes penitenciários e de escolta e dos integrantes das guardas municipais.
- Na mesma mesa receptora de votos, é vedada a participação de parentes em qualquer grau ou de servidores
da mesma repartição pública ou empresa privada (Lei nº 9.504/1997, art. 64).
- Da composição da mesa receptora de votos ou de justificativas e da nomeação dos eleitores para o apoio
logístico, qualquer partido político ou coligação poderá reclamar ao juiz eleitoral, no prazo de 5 (cinco) dias da
publicação, devendo a decisão ser proferida em 2 (dois) dias (Lei nº 9.504/1997, art. 63).
❖ Da decisão do juiz eleitoral, caberá recurso para o tribunal regional eleitoral, interposto dentro de 3 (três)
dias, devendo, em igual prazo, ser resolvido (Código Eleitoral, art. 121, § 1º).

- Os locais designados para o funcionamento das mesas receptoras de votos e de justificativas, inclusive os locais
destinados à votação em trânsito, serão publicados até 8 de agosto, no Diário da Justiça Eletrônico, nas capitais,
e mediante afixação no átrio do cartório eleitoral, nas demais localidades, sem prejuízo de outros meios oficiais
(Código Eleitoral, art. 135).

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❖ Da designação dos locais de votação, qualquer partido político ou coligação poderá reclamar ao juiz eleitoral,
dentro de 3 (três) dias a contar da publicação, devendo a decisão ser proferida dentro de 2 (dois) dias (Código
Eleitoral, art. 135, § 7º).
❖ Da decisão do juiz eleitoral, caberá recurso ao tribunal regional eleitoral, interposto dentro de 3 (três) dias,
devendo, no mesmo prazo, ser resolvido (Código Eleitoral, art. 135, § 8º).
❖ Os juízes eleitorais deverão comunicar aos chefes das repartições públicas e aos proprietários, arrendatários
ou administradores das propriedades particulares a resolução de que deverão ser os respectivos edifícios, ou
parte deles, utilizados para a votação (Código Eleitoral, art. 137).

- Será dada preferência aos edifícios públicos, recorrendo-se aos particulares se faltarem aqueles em número e
condições adequadas (Código Eleitoral, art. 135, § 2º).
❖ É expressamente vedado o uso de propriedade pertencente a candidato, membro de diretório de partido
político, delegado de partido político ou de coligação, autoridade policial, bem como dos respectivos
cônjuges e parentes, consanguíneos ou afins, até o segundo grau, inclusive (Código Eleitoral, art. 135, § 4º).
❖ Não poderão ser localizadas seções eleitorais em fazenda, sítio ou qualquer propriedade rural privada,
mesmo existindo prédio público no local (Código Eleitoral, art. 135, § 5º).
❖ A propriedade particular deverá ser obrigatória e gratuitamente cedida para esse fim, ficando à disposição
nos dias e horários requeridos pela Justiça Eleitoral, não podendo ser negado acesso às suas dependências
(Código Eleitoral, art. 135, § 3º), cabendo indenização em caso de dano.

o 4.6- PCD e votação:


▪ Dec. nº 5.296/2004, art. 21, parágrafo único: “No caso do exercício do direito de voto, as urnas das seções
eleitorais devem ser adequadas ao uso com autonomia pelas pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade
reduzida e estarem instaladas em local de votação plenamente acessível e com estacionamento próximo”;
▪ Lei nº 10.098/2000: “Estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas
portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências”, regulamentada pelo decreto
citado e pelo Dec. nº 5.626/2005.

o 4.7- A oficialização do Sistema de Gerenciamento nos tribunais e nas zonas eleitorais será realizada pelos
técnicos designados pela Justiça Eleitoral, por meio de senha específica para esse fim, após as 12h (doze horas) do
dia anterior à eleição, observado o horário local.
▪ Os representantes do Ministério Público, da Ordem dos Advogados do Brasil e os fiscais e delegados dos partidos
políticos e das coligações serão convocados com 2 (dois) dias de antecedência por edital publicado no Diário da
Justiça Eletrônico, nas capitais, ou no átrio do cartório eleitoral, nas demais localidades, para acompanhar a
oficialização.

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▪ Após a oficialização do Sistema de Gerenciamento, será emitido o relatório Espelho da Oficialização, que mostrará
a situação dos candidatos na urna e deverá compor a Ata da Junta Eleitoral, nas juntas eleitorais, e a Ata Geral da
Eleição.
▪ Ato contínuo à emissão do Espelho de Oficialização, o tribunal eleitoral emitirá o relatório Zerésima, com a
finalidade de comprovar a inexistência de votos computados no sistema.

5- Fase Eleitoral
o 5.1- Votação.
▪ 5.1.1- Procedimentos iniciais:
- Mesários devem chegar até às 7:00.
- Se o Presidente não puder comparecer, deve comunicar o Juiz Eleitoral até 24 horas antes.
- Se o Presidente não chegar até às 7:30, assume o primeiro secretário a Presidência.
- Início da votação: 8 horas.
- Encerramento: 17 horas (cinco minutos antes, havendo fila, distribui-se senhas, numeradas e rubricadas).
- Os mesários votam depois dos eleitores que já estavam na seção no momento do início da votação, ou no
encerramento da votação.
- Podem ser escolhidos até dois fiscais por partido e por mesa receptora, mas apenas um pode ficar no local.
Podem ser escolhidos dois delegados por Município (art. 131, CE).

▪ 5.1.2- Preferências para votar:


- os candidatos, os juízes eleitorais, seus auxiliares, os servidores da Justiça Eleitoral, os promotores eleitorais, os
policiais militares em serviço, os eleitores maiores de 60 (sessenta) anos, os enfermos, os eleitores com deficiência
ou com mobilidade reduzida, as mulheres grávidas, as lactantes, aqueles acompanhados de criança de colo e
obesos (Código Eleitoral, art. 143, § 2º; Lei nº 10.048/2000, art. 1º; e Res.-TSE nº 23.381/2012, art. 5º, § 1º).
- A preferência ordinária deve observar a preferência dos idosos com mais de 80 (oitenta) anos, que terão
preferência sobre os demais eleitores independentemente do momento de sua chegada à seção eleitoral (Lei nº
10.471/2003, art. 3º, § 2º).

▪ 5.1.3- Só serão admitidos a votar os eleitores cujos nomes estiverem cadastrados na seção eleitoral.
- Poderá votar o eleitor cujo nome não figure no Caderno de Votação, desde que os seus dados constem do
cadastro de eleitores da urna.

▪ 5.1.4- Para votar, o eleitor deverá apresentar documento oficial com foto que comprove sua identidade, podendo
ser:
I – via digital do título de eleitor (e-Título);

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II – carteira de identidade, passaporte ou outro documento oficial com foto de valor legal equivalente, inclusive
carteira de categoria profissional reconhecida por lei;
III – certificado de reservista;
IV – carteira de trabalho;
V – carteira nacional de habilitação.
- Os documentos serão aceitos ainda que expirada a data de validade, desde que seja possível comprovar a
identidade do eleitor.
- Não será admitida certidão de nascimento ou de casamento como prova de identidade do eleitor no momento
da votação.

▪ 5.1.5- Na cabina de votação, é vedado ao eleitor portar aparelho de telefonia celular, máquinas fotográficas,
filmadoras, equipamento de radiocomunicação ou qualquer instrumento que possa comprometer o sigilo do voto
(Lei nº 9.504/1997, art. 91-A, parágrafo único).
- Para que o eleitor possa se dirigir à cabina de votação, os aparelhos mencionados no caput poderão ficar sob a
guarda da mesa receptora ou deverão ser mantidos em outro local de escolha do eleitor.
- Será permitido o uso de instrumentos que auxiliem o eleitor analfabeto a votar, os quais serão submetidos à
decisão do presidente da mesa receptora, não sendo a Justiça Eleitoral obrigada a fornecê-los (Lei nº 9.504/1997,
art. 89).
- O eleitor com deficiência ou mobilidade reduzida, ao votar, poderá ser auxiliado por pessoa de sua confiança,
ainda que não o tenha requerido antecipadamente ao juiz eleitoral, a qual não poderá estar a serviço da Justiça
Eleitoral, de partido político ou de coligação (Lei nº 13.146/2015, art. 76, § 1º, inciso IV).

o 5.2- Contingência na Votação:


▪ Na hipótese de falha na urna, em qualquer momento da votação, o presidente da mesa receptora de votos, à
vista dos fiscais presentes, deverá desligar e religar a urna, digitando o código de reinício da votação.
▪ Persistindo a falha, o presidente da mesa receptora de votos solicitará a presença de equipe designada pelo juiz
eleitoral.
▪ O que faz a equipe:
- reposiciona a mídia de votação;
- utiliza uma urna de contingência, remetendo a urna com defeito ao local designado pela Justiça Eleitoral;
- utiliza a mídia de contingência na urna de votação, acondicionando a mídia de votação danificada em envelope
específico e remetendo-a ao local designado pela Justiça Eleitoral
- Não havendo êxito nos procedimentos de contingência, a votação se dará por cédulas até seu encerramento.

o 5.3- Ao encerrar a votação, finaliza-se a ata da mesa receptora.

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6- Fase Pós-Eleitoral
o 6.1- Apuração:
▪ Junta Eleitoral.
▪ Ao final da votação, os votos serão apurados eletronicamente e o boletim de urna, o registro digital do voto e os
demais arquivos serão gerados e assinados digitalmente, com aplicação do registro de horário em arquivo log, de
forma a garantir a segurança.
▪ A apuração dos votos das seções eleitorais em que houver votação por cédulas será processada com a utilização
do Sistema de Apuração, imediatamente após o seu recebimento pela junta eleitoral.
▪ As juntas eleitorais procederão da seguinte forma:
I – receberão as mídias com os arquivos oriundos das urnas e providenciarão imediatamente a sua transmissão;
II – receberão os documentos da votação, examinando sua idoneidade e regularidade, inclusive quanto ao
funcionamento normal da seção;
III – destinarão as vias do boletim recebidas, da seguinte forma:
a) uma via acompanhará a mídia de gravação dos arquivos, para posterior arquivamento no cartório eleitoral;
b) uma via será afixada no local de funcionamento da junta eleitoral;
IV – resolverão todas as impugnações e incidentes verificados durante os trabalhos de apuração;
V – providenciarão a recuperação dos dados constantes da urna, em caso de necessidade.

▪ Aos candidatos, aos partidos políticos, às coligações, à Ordem dos Advogados do Brasil e ao Ministério Público
é garantido amplo direito de fiscalização dos trabalhos de transmissão e totalização de dados, sendo vedado o
ingresso simultâneo de mais de um representante de cada partido político ou coligação, ou da Ordem dos
Advogados do Brasil, os quais não poderão se dirigir diretamente aos responsáveis pelos trabalhos.
▪ Para a divulgação dos resultados parciais ou totais das eleições pelos tribunais eleitorais, deverá ser utilizado
exclusivamente sistemas desenvolvidos ou homologados pelo Tribunal Superior Eleitoral.
▪ Nas eleições majoritárias, a Justiça Eleitoral deve proclamar eleito o candidato que obtiver a maioria dos votos
válidos, não computados os votos em branco e os votos nulos, devendo, no entanto, aguardar enquanto houver
candidatos nas seguintes situações:
I – com registro indeferido e recurso pendente de julgamento no dia da eleição cuja votação nominal tenha sido
a maior;
II – com registro indeferido e recurso pendente de julgamento no dia da eleição cuja soma das votações nominais
tenha sido superior a 50% (cinquenta por cento) da votação válida.

▪ Impugnações durante a apuração:


- Arts. 169, CE:

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❖ À medida que os votos forem sendo apurados, poderão os fiscais e delegados de partido, assim como os
candidatos, e o Ministério Público apresentar impugnações, verbalmente, que serão decididas de plano pela
junta.
❖ As juntas decidirão por maioria de votos as impugnações.
❖ De suas decisões cabe recurso imediato, interposto verbalmente ou por escrito, que deverá ser
fundamentado no prazo de 48 (quarenta e oito) horas para que tenha seguimento.
❖ O recurso, quando ocorrerem eleições simultâneas, indicará expressamente a eleição a que se refere.
❖ Os recursos serão instruídos de ofício, com certidão da decisão recorrida; se interpostos verbalmente,
constará também da certidão o trecho correspondente do boletim.

-Art. 69. da Lei 9.504/1997: “A impugnação não recebida pela junta eleitoral pode ser apresentada diretamente
ao Tribunal Regional Eleitoral, em quarenta e oito horas, acompanhada de declaração de duas testemunhas.
Parágrafo único. O Tribunal decidirá sobre o recebimento em quarenta e oito horas, publicando o acórdão na
própria sessão de julgamento e transmitindo imediatamente à junta, via telex, fax ou qualquer outro meio
eletrônico, o inteiro teor da decisão e da impugnação.”

o 6.2- DIPLOMAÇÃO. José Jairo Gomes:


▪ Constitui a derradeira fase do processo eleitoral.
▪ Nela são sacramentados os resultados das eleições.
▪ Trata-se de ato formal, pelo qual os eleitos são oficialmente credenciados e habilitados a se investirem nos
mandatos político-eletivos para os quais foram escolhidos.
▪ A posse e o exercício nos cargos se dão posteriormente, fugindo da alçada da Justiça Eleitoral.
▪ Importância da Diplomação:
- Emissão do documento que possibilita a posse.
- Termo inicial ou final para as ações eleitorais.
- Art. 23. Resolução 23.547: “As representações que visarem à apuração das hipóteses previstas nos arts. 23, 30-
A, 41-A, 45, inciso VI, 73, 74, 75 e 77 da Lei nº 9.504/1997 observarão o rito estabelecido pelo art. 22 da Lei
Complementar nº 64/1990.
§ 1º As representações de que trata o caput poderão ser ajuizadas até a data da diplomação, exceto as do art. 30-
A e 23 da Lei nº 9.504/1997, que poderão ser propostas, respectivamente, no prazo de 15 (quinze) dias da
diplomação e até 31 de dezembro do ano posterior à eleição.”
- Ação de Impugnação ao mandato eletivo e recurso contra a diplomação.

▪ IMPORTANTE: só podem ser diplomados os candidatos que tenham prestado contas e depois do julgamento
das contas prestadas.
- Encaminhar as contas até o trigésimo dia depois da eleição. Segundo turno: até o vigésimo dia seguinte à eleição.

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- Tem que julgar até 3 dias antes da diplomação.

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