Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
7. DIREITOS POL(TICOS
7.1 . Noções
a) direito ao sufrágio;
b) direito ao voto nas eleições, plebiscitos e referendos;
c) direito à iniciativa popular de lei.
a) direito político subjetivo (que não pode ser abolido, sequer por emenda à
Constituição, por força do art. 60, § 4.0, l i , da CF);
b) personalidade (só pode ser exercido pessoalmente, não há possibilidade de
se outorgar procuração para votar);
c) obrigatoriedade formal do comparecimento (ressalvados os maiores de se
tenta anos e os menores de dezoito anos, é obrigatório o comparecimento
às eleições, sob pena do pagamento de multa);
d) liberdade (comparecendo ás eleições, o cidadão é livre para a escolha do
candidato, ou, se desejar, para anular o seu voto ou votar em branco);
e) sigi losidade (o voto não deve ser revelado nem por seu autor, tampouco
por terceiro fraudulentamente);
t) direto (os elei tores elegerão, no exercício do direito de sufrágio, por meio
do voto, por si, sem intennediários, seus representantes e governantes);
g) periodicidade (a Constituição, ao consagrar o voto como c láusula pétrea,
no seu art. 60, § 4.0, l i , garante a periodicidade de sua mani festação, as
segurando, com isso, a temporalidade dos mandatos no nosso Estado);
h) igualdade (o voto de cada cidadão tem o mesmo valor no processo eleitoral,
i ndependentemente de sexo, cor, credo, idade, posição intelectual, social ou
econômica - "um homem, um voto").
7.6. I nelegibilidades
d) não pode aquele que foi titular de dois mandatos sucessivos na chefia do
Executivo vir a candidatar-se, no período subsequente (terceiro período),
ao cargo de vice-chefia do Executivo;
e) não poderá aquele que foi titular de dois mandatos sucessivos na chefia
do Executivo candidatar-se, durante o período i mediatamente subsequente,
à eleição prevista no art. 8 1 da Constituição Federal, que determina que,
vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente, far-se-á nova eleição
direta, noventa dias após a abertura da última vaga, ou eleição indireta
pelo Congresso Nacional, trinta dias depois de aberta a última vaga, se
a vacância ocorrer nos últimos dois anos do mandato presidencial;
determinado município (Município "A") não pode transferir seu domicílio elei
toral e concorrer ao cargo de prefeito em município diverso (Município "B"), a
fim de exercer um terceiro mandato consecutivo. Para o STF, a inelegibilidade
prevista no art. 1 4, § 5 .º, da Constituição Federal impede essa hipótese - proíbe
o assim chamado p refeito i t i n e rante ou p refeito profissiona l. 143
vereador, desde que haj a renúncia do Governador ao seu mandato nos seis
meses anteriores ao pleito eleitoral.
Ademais, segundo orientação do Tribunal Superior Eleitoral, o cônjuge,
os parentes e afins são elegíveis até mesmo para o próprio cargo do titular
(chefe do Executivo), quando este tiver d i reito à reeleição e ho u v e r re
n u nciado a té seis meses a ntes do pleito eleitora l .
O raciocínio seguido pela corte eleitoral é que, se ao titular do cargo
seria permitido um mandato a mais, não se poderia vetar a possibilidade de
os parentes concorrerem a esse mesmo cargo, em caso de renúncia do titular
no tempo hábil.
Essa tese foi referendada pelo STF, com vistas a harmonizar o § 7.0 do
art. 1 4 com o novo sistema jurídico imposto pela EC 1 6/ 1 997, que passou
a permitir a reeleição do chefe do Executivo. 149
Assim, por exemplo, a esposa do Chefe do Executivo Estadual poderá
candi datar-se ao cargo de Governador do mesmo Estado quando o seu marido
tiver direito à reeleição (quando estiver cumprindo o primeiro mandato),
desde que haja renúncia deste até seis meses antes do pleito. Essa situação
ocorreu concretamente, nas eleições para Governador do Estado do Rio de
Janeiro em 2002. O então Governador ("Garotinho"), que tinha direito à
reeleição, afastou-se do cargo nos seis meses anteriores ao pleito eleitoral,
para assegurar a legitimidade da candidatura, para o período subsequente,
de sua esposa, que veio a ser eleita Governadora do Estado ("Rosinha").
aqueles que tenham sido condenados em decisão proferida por órgão judicia l
colegiado, independentemente do trânsito e m julgado) e o da i rretroatividade
da lei (por alcançar condutas praticadas em data anterior à sua vigência).
Entretanto, em julgamento histórico, o Supremo Tribunal Federal fi rmou en
tendimento de que a Lei da Ficha L impa é compa tível com a Const i t u ição
e pode ser aplicada a atos e fatos ocorridos a n teriormente ao i n k i o d e
sua vigência.150
julgado;
li - incapacidade civil absoluta;
III condenação criminal transitada em j u lgado, enquanto
-
'50 ADC 29/DF, rei. Min. Luiz Fux, 09. 1 1 .20 1 1 ; ADC 30/DF, rei. Min. Luiz Fux, 09. 1 1 .201 1 ; ADI
4.578/DF, rei. Min. Luiz Fux, 09. 1 1 .2 0 1 1 .
Cap. 3 • PRINCIPIOS, DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS 289
a) são hipóteses de perda dos direitos políticos os casos previstos nos incisos
1 e IV do art. 1 5 da CF (cancelamento da naturalização por sentença transi
tada em j ulgado; recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação
alternativa, nos termos do art. 5 .0, VIII);151
b) são hipóteses de suspensão dos direitos políticos os casos previstos nos
incisos I I , I l i e V do art. 1 5 da CF (incapacidade civil absoluta; condenação
criminal transitada em julgado, enq uanto durarem seus efeitos; improbidade
administrativa, nos termos do art. 37, § 4.0).
1 5' Ressaltamos, porém, que a Lei 8.239, de 04. 1 0 . 1 99 1 , ao regulamentar a prestaç� � !� W ; f.�
nativa ao serviço militar obrigatório, determina que a recusa ou cumprimento inG91DR!�!o
do serviço alternativo implicará hipótese de suspensão dos direitos pollticos (e não p�rda,
como entende a doutrina). ..;,:�i.í:fÁ:I. : ·.
"' ADI 3.685, rei. Min. Ellen Gracie, 22.03.2006. 1-.1:!if,.h$.S ·.·· •
290 DIREITO CONSTITUCIONAL DESCOMPLICADO • Vicente Paulo & Marcelo Alexandrino