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EU

ESCOLHI
A
Enfermagem
Legislação em Saúde
Assistência Hospitalar
Equilíbrio Emocional
Trajetória

ENFERMEIRO
TÉCNICO DE ENFERMAGEM
AUXILIAR DE ENFERMAGEM
CONCURSEIROS
2020
Anii g.
1° EDIÇÃO
ONLINE

A Enfermagem não foi criada por homens,


foi pensada por Deus. 

2020
Minas Gerais
Dedico este ebook
a todos os profissionais e
estudantes de Enfermagem

2020
Minas Gerais
... ''Você desco br e que é forte,
quando a sua única opção
é ser forte.''

Enfermeira.
Classificador de Risco - Manchester 2°Edição.
Pós Graduando em Geriatria. (Ciências Médicas).
Tabela de Siglas

MS: Ministério da Saúde


OMS: Organização Mundial de Saúde
COFEN: Conselho Federal de Enfermagem
COREN: Conselho Regional de Enfermagem
ANVISA: Agência Nacional de Vigilância Sanitária
CF: Constituição Federal
SUS: Sistema Único de Saúde
AIS: Ações Integradas de Saúde
AHA: American Heart Associate
UAPS: Unidade de Atenção Primária à Saúde
PSF: Programa de Saúde da Família
UTI: Unidade de Terapia Intensiva
RAS: Rede de Atenção à Saúde
SBV: Suporte Básico à Vida
SAV: Suporte Avançado à Vida
SAMU: Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
APH: Atendimento Pré - Hospitalar
CCIH: Comissão de Controle de Infecção Hospitalar
INPS: Instituto Nacional de Previdência Social
INAMPS: Instituto Nacional de Assistência Médica da
Previdência Social
MESP: Ministério da Educação e Saúde Pública.
CAPS: Caixas de Aposentadorias e Pensões
CIB: Comissão Intergestora Bipartite
CIT: Comissão Intergestora Tripartite
DF: Distrito Federal
PNAB: Política Nacional da Atenção Básica
ESF: Equipes de Saúde da Família
QI: Quociente de Inteligência
Sumário

Capítulo 1 ENFERMAGEM ..........................................................................................7


CATEGORIAS PROFISSIONAIS...........................................................9
MERCADO DE TRABALHO.................................................................12

Capítulo 2 ÓRGÃOS FISCALIZADORES................................................................16


LEGISLAÇÃO DE ENFERMAGEM......................................................19
SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL..............................................................24

Capítulo 3 PACTO PELA SAÚDE..............................................................................42


REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE..........................................................46
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE......................................54

Capítulo 4 REDE DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS ..............................................56


POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS..............57
COMPONENTES DAS RAU's.................................................................58

Capítulo 5 TIPOS DE AMBULÂNCIA ......................................................................62


NOÇÕES DE ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR......................64
NORMATIVAS MINISTERIAIS DAS RUES.......................................75

Capítulo 6 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM........80


PROCEDIMENTOS E ATIVIDADES DE ENFERMAGEM..............82
JORNADA DE TRABALHO VS EQUILIBRIO EMOCIONAL........96
Capítulo 1

Escolhi ser parte da equipe


de Enfermagem!
#Cuidarporamor

- Olá meus amores!, aqui estou eu, fazendo o que mais gosto, isto
é, compartilhando o saber, pois o meu objetivo sempre foi esse, de
alcançar pessoas, ajuda-las em suas necessidades acadêmicas e
profissionais. Por isso agora, eu vou te provar, de que não há
satisfação maior, do que servir ao próximo, tomarei como base, o
exemplo de Florence Nightingale (1820-1910), uma enfermeira inglesa
de grande destaque social e principalmente para a saúde, com
expressivo conhecimento em ciências, matemática, literatura e artes,
além de filosofia, história, política e economia, dando-lhe um caráter
admiravél e diferenciado. Hoje ela é conhecida como a percussora da
enfermagem moderna, onde por meio de sua vocação e sabedoria,
arrebatou toda uma geração, para viver um novo tempo, uma nova
era entre princípios, regras e virtudes.
Trouxe átona à valorização das ações de enfermagem na
realização do cuidado, trouxe luz para a escuridão, não é atoa, que foi
chamada de ''a Dama da Lâmpada'', e por sua vez, recebeu grandes
méritos por sua atuação durante a guerra da Criméia, priorizando a
melhoria na qualidade da assistência, buscando por materiais
específicos, além de alimentos, leitos e material de higiene ambiental e
pessoal nos alojamentos assistenciais.

- Mulher virtuosa quem a achará?


O seu valor em muito ultrapassa, os das mais finas jóias!

Provérbios 31.10

7
Capítulo 1

De acordo com (Nightingale-1860):

’’A enfermagem é uma arte, e como arte


requer uma devoção tão exclusiva, um
preparo tão rigoroso, como a obra de
qualquer pintor ou escultor.
Mas o que é tratar da tela inerte ou do
frio mármore, se comparado ao tratar do
corpo vivo – o templo do espírito de Deus?
É uma das mais belas artes, eu quase
diria a mais bela de todas.’’
 

E portanto, essa é uma das mais louvavéis


expressões de amor ao próximo, já não existem
dúvidas quanto a este domínio. Pois enfermagem é
a ciência do cuidado, embasada na arte do saber,
é mistério, é teoria, é pratica, é conhecimento... é o
empoderamento do sujeito na realização de suas
ações.
E em meio a tantas outras personalidades que
fizeram história, no cenário de nossa saúde pública,
pela qual eu poderia citar e de grande renome em
nossa sociedade civil. Hoje com gratidão, a minha
atenção se volta para Florence.

Agora pense um pouco, e reflita !


Não é de hoje que a maioria das pessoas
sempre usam como exemplo a figura de alguém,
para assim embasar as suas ações, e/ou escolhas, e
na enfermagem não seria diferente!
...Agora eu te pergunto, o que te levou a escolher
a Enfermagem? -Você teve dúvidas?....

8
Capítulo 1

Conheça as diferenças entre Enfermeiro, Técnico


de enfermagem e Auxiliar de enfermagem

Trabalhar na área da saúde é o sonho de muita gente,


portanto o autoconhecimento se torna indispensável, uma vez que,
o individuo se identificou e despertou o seu interesse para
ingressar na área, a partir daí, ele se torna um agente social
privilegiado, que atua seguindo a sua vocação em um desejo
genuíno de ajudar as pessoas quando elas mais precisam.
De acordo com a lei 7.498/86, que dispõe sobre a
regulamentação do exercício da Enfermagem, portanto essa área,
se divide em três categorias distintas: enfermeiro, técnico e auxiliar
de enfermagem, cada um com suas competências e características
próprias.
Além de formações acadêmicas, ambas as categorias
profissionais possuem atuações distintas dentro de unidades de
saúde, sendo o enfermeiro o que tem competências mais
abrangentes, seguido pelo técnico. Já o auxiliar, realiza funções de
menor complexidade.
Sabe-se que existe uma hierarquia, mas isso não diminui o valor
e a importância de nehuma dessas categorias profissionais, e
para  aqueles que buscam ter  estabilidade, ganhos fixos, direitos
trabalhistas e um ambiente de trabalho estimulante, essa pode ser
a profissão certa, e se torna melhor ainda, quando o individuo
consegue associar rentabilidade e jornada de trabalho, ou seja não
é uma tarefa fácil, mas requer equilíbrio, vontade e também
ponderação.

9
Capítulo 1

A seguir, conheça quais as qualificações de cada um desses


profissionais:

ENFERMEIRO  - Para se tornar um enfermeiro, é necessário


curso superior, com duração de até 4 anos e meio, à 5 anos. Este
profissional é o mais qualificado e tem o campo de atuação
mais completo da profissão. Além de poder assistir a todos os
níveis de pacientes, ele é o responsável pelo planejamento da
assistência de enfermagem, a ele compete procedimentos de
média a alta complexidade, treinamento e capacitação,
liderança e supervisão de equipes de atendimento.

TÉCNICO DE ENFERMAGEM - A formação dura de 1 ano e 8


meses à 2 anos, e o profissional vai executar as ações
planejadas pelo enfermeiro. Ele está habilitado a lidar com
pacientes de média e alta complexidade, podendo atuar em
centros cirúrgicos e Unidades de Terapia Intensiva, além de
atender pacientes no pós-operatório.

AUXILIAR DE ENFERMAGEM - A duração do curso é de cerca


de 15 meses. O profissional tem competências mais simples e
pode atuar em setores ambulatoriais. Assim como o técnico, o
auxiliar pode administrar medicamentos, aplicar vacinas, fazer
curativos, realizar higiene de pacientes e até trabalhar com
esterilização de material. No entanto, todas as atividades serão
realizadas em setores e com pacientes sem complexidade.

10
Capítulo 1

Qual das três categorias


citadas acima
mais te interessa?

Sabe o que de verdade importa


1° Que você fez a escolha certa! 
2° Honre o seu Juramento!
3° Não se compare a ninguém, independente de cargo ou posição social.
4° Invista no seu auto-conhecimento: Leia mais!!
5° Você é parte da equipe de enfermagem e tem todo direito de se expressar.
6° Não ligue para o que os outros dizem.
7° Deposite mais confiança em suas ações.
8° Dê um passo de cada vez.
9° Tá difícil ? .... ore mais!
10° Se dedique mais!

...E LEMBRE-SE:

...O melhor troféu não foi


do primeiro que alcançou o topo!

...Mas daquele que conseguiu


escalar toda a montanha!

Anii g.

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alexsandra.anii.g
Capítulo 1
Como saber se estou
preparado para o
Mercado de Trabalho
A medida que vai se aproximando o término do curso, as nossas
expectativas tendem a se aumentar, e com elas vem a tensão e a
preocupação sobre o futuro. -Formei!, mas se não me aceitarem em
um emprego, como terei experiência?; -Será que estou preparado
para atuar na minha área?; -Como aumentar as minhas chances de
ser contratado?; são estas e outras perguntas, que de fato
fomentam a nossa incerteza e nos limitam frente a um leque de
possibilidades.
Sabe-se que, a grande charada em uma entrevista de emprego,
não se baseia apenas nas perspectivas do candidato em fazer uma
breve pesquisa acerca da empresa, pela qual se almeja, ou passar
horas treinando sobre o que dizer e como se expressar, uma vez
que, você está de frente ao entrevistador, suas expressões verbais e
não-verbais muito irão dizer, acerca de sua personalidade, isso irá
interferir no veredito final, é óbvio!; Portanto dessa forma, é
imprescindível que você passe segurança ao responder tais
perguntas como:
-Me fale sobre você e seu grau de experiência na área.
-Porque deveria te contratar?
-Quais são os seus pontos fracos?;
-Como você se vê daqui à 10 anos?; ...entre outras.
A questão não é você imaginar ou criar um personagem, a
grande charada está ''em você ser você'', e deixar transparecer a
sua real identidade, devemos sempre fazer uma auto-análise acerca
de nós mesmos, isso envolve observar a si próprio, maneira como
pensamos, nos comportamos, e nos colocamos frente ao outro e ao
novo. A maturidade vem com o tempo e você saberá que está
preparado para a contratação, a medida que utilizar as
ferramentas certas, investindo tempo, dedicação e qualidade em
suas ações.

Anii g.

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alexsandra.anii.g
Capítulo 1
QUAIS SÃO AS ÁREAS DE ATUAÇÃO
DENTRO DA ENFERMAGEM?
#PorCategorias

Vamos agora conhecer, quais são as áreas de atuação do


profissional enfermeiro dentro da enfermagem.
O Enfermeiro pode atuar nas seguintes áreas:
Assistencial, liderando equipes e supervisionando o atendimento
à pacientes no ambiente Intra-hospitalar.
Assessoria e consultoria, atuando na gestão em saúde.
Docência, ministrando aulas, conforme protocolo Institucional.
Enfermagem de resgate, participando de equipes de
salvamentos, no âmbito extra hospitalar; (SAMU).
Enfermeiro de Estratégia de Saúde da Família - atendendo a
domicílios.
Enfermagem do trabalho, com práticas integrativas de promoção
e prevenção à saúde do trabalhador.  
Geriatria - saúde do idoso, atendendo à pacientes: seja em
clínicas, hospitais, casas de repouso e domicílio;
Enfermagem pediátrica, acompanhando o crescimento e
desenvolvido da criança, bem como orientação aos pais.
Enfermagem psiquiátrica, auxiliando no tratamento de pacientes
com distúrbios psicológicos; 
Enfermagem de saúde pública, atua na promoção, prevenção e
recuperação da saúde e emite parecer sobre notificação de
doenças ou agravos á saúde.
Enfermeiro esteticista - cuidados especializados com a pele e
demais áreas corporais do paciente.
Oncologia, cuidando de pacientes diagnosticados com câncer,
acompanhando o tratamento e/ou cuidados paliativos.
Enfermeiro Obstetra: - atua na promoção da saúde da gestante,
parturiente, realizando consultas de pré-natal, orientações de
aleitamento materno e partos quando solicitado pelo médico,
entre outros cuidados..
Enfermeiro do CCIH - Realiza a fiscalização, controle e
prevenção de infecções hospitalares.

Anii g.

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alexsandra.anii.g
Capítulo 1

O Profissional Técnico de enfermagem, atua nos seguintes campos:

Hospitais, Clínicas, Redes Ambulatoriais, Unidades Básicas de


Saúde, Consultórios Médicos, Laboratórios de Análises Clínicas
em Unidades de Diagnóstico, Creches, Institutos de Assistência
Psicossocial, Abrigos, Casa de Repouso, Home Care, entre
outros.....

O Profissional Auxiliar de enfermagem, atua nos demais campos:

Postos de Saúde, Hospitais da Rede Pública e Privada, Home


Care, Creches, Asilos, Centros de recuperação e tratamento para
usuários de drogas/álcool, Laboratórios, Universidades, Clínicas
Particulares, entre outros.

Para ambas as categorias profissionais o ingresso como servidor


de prefeituras e secretarias estaduais de saúde se dá por meio
de processo seletivo e concursos públicos.

Anii g.

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alexsandra.anii.g
Anii g.
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Capítulo 2

OS CONSELHOS
DE ENFERMAGEM
No dia 12 de Julho de 1973, a Lei n° 5.905/73, cria os
Conselhos Federais e Regionais de enfermagem e dá outras
providências.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE ELES?


O Cofen é responsável por normatizar e fiscalizar o exercício da
profissão de enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem,
zelando pela qualidade dos serviços prestados e pelo cumprimento da
Lei do Exercício Profissional da Enfermagem.

Com base no Art. 8º da lei 5905/73 – Compete ao Conselho Federal:

I – aprovar seu regimento interno e os dos Conselhos Regionais;


II – instalar os Conselhos Regionais;
III – elaborar o Código de Deontologia de Enfermagem e alterá-lo,
quando necessário, ouvidos os Conselhos Regionais;
IV – baixar provimentos e expedir instruções, para uniformidade
de procedimento e bom funcionamento dos Conselhos Regionais;
V – elucidar/resolver as dúvidas suscitadas pelos Conselhos
Regionais;
VI – apreciar, em grau de recursos, as decisões dos Conselhos
Regionais;
VII – instituir o modelo das carteiras profissionais de identidade e
as insígnias da profissão;
VIII – homologar, suprir ou anular atos dos Conselhos Regionais;
IX – aprovar anualmente as contas e a proposta orçamentária da
autarquia, remetendo-as aos órgãos competentes;

Anii g.

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alexsandra.anii.g
Capítulo 2

X – promover estudos e campanhas para aperfeiçoamento


profissional;
XI – publicar relatórios anuais de seus trabalhos;
XII – convocar e realizar as eleições para sua diretoria;
XIII – exercer as demais atribuições que lhe forem conferidas
por lei.

O Conselho Federal de Enfermagem tem jurisdição em todo o


território nacional e sede no Distrito Federal; é constituído de
nove membros efetivos e igual número de suplentes, portadores
de diploma de curso de enfermagem de nível superior. A ele estão
subordinados os Conselhos Regionais; cabe-lhe, entre outras
prerrogativas, cassar o direito de exercer a enfermagem daqueles
profissionais que, por terem infringido determinações do Código
de Deontologia, estejam sujeitos a essa penalidade máxima.

O Conselho Regional de Enfermagem (Coren), é uma entidade


autônoma de interesse público, na esfera da fiscalização do
exercício profissional. O objetivo primordial do Conselho é zelar
pela qualidade dos serviços da Enfermagem, pelo respeito
ao  Código de Ética  e cumprimento da  Lei do Exercício
Profissional (BVS 2019).

De acordo com o Art. 15 da Lei 5905/73– Compete aos


Conselhos Regionais:
I- deliberar sobre inscrição no Conselho e seu cancelamento;
II – disciplinar e fiscalizar o exercício profissional, observadas
as diretrizes gerais do Conselho Federal;
III – fazer executar as instruções e provimentos do Conselho
Federal;
IV – manter o registro dos profissionais com exercício na
respectiva jurisdição;

Anii g.

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Capítulo 2

V – conhecer e decidir os assuntos atinentes à ética


profissional, impondo as penalidades cabíveis;
VI – elaborar a sua proposta orçamentária anual e o projeto
de seu regimento interno e submetê-los à aprovação do
Conselho Federal;
VII – expedir a carteira profissional indispensável ao exercício
da profissão, a qual terá fé pública em todo o território
nacional e servirá de documento de identidade;
VIII – zelar pelo bom conceito da profissão e dos que a
exerçam;
IX – publicar relatórios anuais de seus trabalhos e relação dos
profissionais registrados;
X – propor ao Conselho Federal medidas visando à melhoria
do exercício profissional;
XI – fixar o valor da anuidade;
XII – apresentar sua prestação de contas ao Conselho Federal,
até o dia 28 de fevereiro de cada ano;
XIII – eleger sua diretoria e seus delegados eleitores ao
Conselho Federal;
XIV – exercer as demais atribuições que lhes forem conferidas
por esta Lei ou pelo Conselho Federal.

Anii g.

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Capítulo 2

VOCÊ CONHECE A LEI 7498/86 ?


A lei n° 7.498/86, do dia 25 de Junho de 1986, dispõe sobre a
regulamentação do exercício profissional da enfermagem, e dá
outras providências;

Art. 1º – É livre o exercício da Enfermagem em todo o território


nacional, observadas as disposições desta Lei.
Art. 2º – A Enfermagem e suas atividades Auxiliares somente
podem ser exercidas por pessoas legalmente habilitadas e inscritas
no Conselho Regional de Enfermagem com jurisdição na área onde
ocorre o exercício.
Parágrafo único. A Enfermagem é exercida privativamente pelo
Enfermeiro, pelo Técnico de Enfermagem, pelo Auxiliar de
Enfermagem e pela Parteira, respeitados os respectivos graus de
habilitação...
(Continua...)

SÃO ATRIBUIÇÕES PRIVATIVAS DO ENFERMEIRO:


Art. 11. Paragráfo I:
a) direção do órgão de enfermagem integrante da estrutura básica
da instituição de saúde, pública e privada, e chefia de serviço e de
unidade de enfermagem;
b) organização e direção dos serviços de enfermagem e de suas
atividades técnicas e auxiliares nas empresas prestadoras desses
serviços;
c) planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação
dos serviços da assistência de enfermagem;
d) (VETADO);

Anii g.

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Capítulo 2

e) (VETADO);
f) (VETADO);
g) (VETADO);
h) consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria de
enfermagem;
i) consulta de enfermagem;
j) prescrição da assistência de enfermagem;
l) cuidados diretos de enfermagem a pacientes graves com risco de
vida;
m) cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica e que
exijam conhecimentos de base científica e capacidade de tomar
decisões imediatas;

Paragráfo II: Como integrante da equipe de saúde:

a) participação no planejamento, execução e avaliação da


programação de saúde;
b) participação na elaboração, execução e avaliação dos planos
assistenciais de saúde;
c) prescrição de medicamentos estabelecidos em programas de
saúde pública e em rotina aprovada pela instituição de saúde;
d) participação em projetos de construção ou reforma de unidades
de internação;
e) prevenção e controle sistemático da infecção hospitalar e de
doenças transmissíveis em geral;
f) prevenção e controle sistemático de danos que possam ser
causados à clientela durante a assistência de enfermagem;
g) assistência de enfermagem à gestante, parturiente e puérpera;
h) acompanhamento da evolução e do trabalho de parto;
i) execução do parto sem distocia;
j) educação visando à melhoria de saúde da população.

Anii g.

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alexsandra.anii.g
Capítulo 2

SÃO ATRIBUIÇÕES DO TÉCNICO DE ENFERMAGEM:

Art. 12 – O Técnico de Enfermagem exerce atividade de nível médio,


envolvendo orientação e acompanhamento do trabalho de
Enfermagem em grau auxiliar, e participação no planejamento da
assistência de Enfermagem, cabendo-lhe especialmente:

§ 1º Participar da programação da assistência de Enfermagem;

§ 2º Executar ações assistenciais de Enfermagem, exceto as


privativas do Enfermeiro, observado o disposto no Parágrafo único
do Art. 11 desta Lei;

§ 3º Participar da orientação e supervisão do trabalho de


Enfermagem em grau auxiliar;

§ 4º Participar da equipe de saúde.

SÃO ATRIBUIÇÕES DO AUXÍLIAR DE ENFERMAGEM:


Art. 13 – O Auxiliar de Enfermagem exerce atividades de nível
médio, de natureza repetitiva, envolvendo serviços auxiliares de
Enfermagem sob supervisão, bem como a participação em nível de
execução simples, em processos de tratamento, cabendo-lhe
especialmente:

§ 1º Observar, reconhecer e descrever sinais e sintomas;

§ 2º Executar ações de tratamento simples;

§ 3º Prestar cuidados de higiene e conforto ao paciente;

Anii g.

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Capítulo 2

§ 4º Participar da equipe de saúde.

Art. 14 – (vetado)

Art. 15 – As atividades referidas nos arts. 12 e 13 desta Lei, quando


exercidas em instituições de saúde, públicas e privadas, e em
programas de saúde, somente podem ser desempenhadas sob
orientação e supervisão de Enfermeiro.

(Continua...)

Código de Ética
da Enfermagem
Antiga Resolução 311/2007:
Dividida em 7 capítulos e em seções.
27 Artigos - Direitos.
47 Artigos - Deveres.
37 Artigos - Proibições.

Nova Resolução 564/2017:


Dividida em 5 capítulos e não possui seções.
23 Artigos - Direitos.
37 Artigos - Deveres.
42 Artigos - Proibições.

Art. 1º - O novo Código de Ética dos Profissionais de


Enfermagem, conforme o anexo desta Resolução, para
observância e respeito dos profissionais de Enfermagem.
(www.cofen.gov.br)

Anii g.

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Capítulo 2

Agora vamos interagir!


Perguntas!

1- Qual é a Lei que cria os Conselhos de Enfermagem?

2- De acordo com o Cofen, qual é a Lei que regulamenta o


exercício profissional da enfermagem?

3- Sabe-se que, o antigo código de ética de enfermagem foi


alterado, entrando em vigor uma nova resolução. Qual é essa
nova resolução? Explique-a.

Anii g.

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Capítulo 2

Saúde Pública no Brasil


Mapa Mental

Períodos Históricos:

1) Brasil Colônia: 1500 a 1822.


2) República Velha: 1889 a 1930.
3) Era Vargas: 1930 a 1964.
4) Autoritarismo: 1964 a 1985.
5) Nova República: 1985 a 1988.
6) Período Atual: 1988 a 2020.

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Anii g.

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Capítulo 2

Saúde Pública no Brasil

Mapa Mental
Principais Datas:
1808: Fuga da Família Real Portuguesa ao Brasil,
(modernizou o Brasil). Promoveu a criação da Escola
de Cirurgia do Rio de Janeiro, e do Colégio Médico
Cirúrgico no Real Hospital de Salvador.

1822 a 1889: Nessa época do Brasil Império, que ocorreu


em 7 de setembro de 1822, onde Dom Pedro I,
proclamou a Independência do Brasil. Entre os avanços
em saúde pública tivemos: A instauração da vacinação
contra a Varíola em todas as crianças. A criação do
Instituto Vacínico do Império. A Lei da Junta Central de
Higiene Pública, para controlar doenças como a
tuberculose, a malária e a febre amarela.

Início do século XX: Fase da república velha, liderada


pelo presidente Rodrigo Alves, este por sua vez, era
intensamente preocupado com a saúde pública, e
nomeou o médico sanitarista Oswaldo Cruz para o
Departamento Nacional de Saneamento e Saúde, com
isso, em seguida, se estabeleceu a Lei 1261/2004 - Lei
da Vacinação Obrigatória contra a Varíola. Mas
devido a falta de estratégia educacional por parte do
governo, criou-se: A Revolta da Vacina (em novembro
de 1904 - Rio de Janeiro).

Anii g.

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Capítulo 2

Mapa Mental

1923: Criação da Lei Eloi Chaves. Surgiu como sendo um


marco da Previdência Social no Brasil. Pois na década
de 20, instituiu-se os (CAPS) - Caixas de Aposentadorias
e Pensões, organizando o sistema de aposentadoria
dentro das empresas, onde por sua vez, quem financiava
seriam a União, as empregadoras e os empregados. Já
na década de 30, foram criados os IAPS (Institutos de
Aposentadorias e Pensões), por outro lado, desta vez
organizado pelo governo, a previdência social, passa a
ganhar espaço ''em cada categoria profissional'', ou seja
para cada profissão criava-se um IAPS. Porém nessa
época, só teriam acesso à saúde, os trabalhadores de
carteira assinada.
-Década de 20 - CAPS: Organizado pelas empresas.
-Década de 30 - IAPS: Organizado pelo Governo.

1953: Criação do Ministério da Saúde. Antes conhecido


como MESP (Ministério da Educação e Saúde Pública),
''agora, após a 2° Conferência Nacional de Saúde, não
mais vinculado ao ministério da educação, passa a ser
nomeado de Ministério da Saúde''. No entanto, as
atividades que eram desenvolvidas em saúde, eram bem
limitdas, ou seja, tinham apenas um caráter preventivo,
voltado para imunizações/vacinações.

Anii g.

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Capítulo 2

Mapa Mental

1966 a 1967: Criação do Instituto de Previdência Social


(INPS). Surgiu com o objetivo de unificar todos os IAPS
em apenas um órgão. Por outro lado, nessa época o
Ministério da Saúde ficou mais forte, passou a ganhar
novas competências, como por exemplo: controle de
fronteiras e portos, controle de drogas. Mas, como já se
sabe, a saúde era ofertada apenas aos trabalhadores de
carteira assinada, já aos informais e autônomos que não
tinham condições financeiras de obter um convênio
médico, estes por sua vez, deveriam procurar ajuda nas
Santas Casas de Misericórdia, liderada pela autarquia
religiosa.

1977: Criação do Instituto Nacional de Assitência


Médica da Previdência Social (INAMPS), criado pela
Lei n° 6.439, que instituiu o Sistema Nacional de
Previdência e Assitência Social (Sinpas), definindo um
novo desenho institucional para o sistema previdenciário,
voltado para a especialização e integração de suas
diferentes atividades e instituições.

-INAMPS: Ofertar assistência médica aos segurados.

-IAPAS (Instituto de Administração da Previdência e


Asstência Social): Realizar Gestão Financeira.

-INPS: Concessão de Beneficios.

Anii g.

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Capítulo 2

Mapa Mental

1° Conferência Internacional sobre Atenção Primária à


Saúde em Alma-Ata (1977). Trouxe a debate o conceito
de saúde, como sendo o completo bem-estar físico,
mental e social, e não apenas a ausência de doenças ou
enfermidades. E teve como meta: -Saúde para todos no
ano de 2000. Esta conferência foi promovida pela
Organização Mundial de Saúde (OMS).

1983: Ações Integradas de Saúde (AIS). Algum tempo


depois da 1° conferência internacional, o governo
começou a seguir as recomendações da OMS, e
implementou as AIS, que é visto, como programa de
atenção médica para as áreas urbanas.

1986: - 8° Conferência Nacional de Saúde: que ocorreu


nos dias 17 a 21 de março de 1986, em Brasília, onde
para a presidência da VIII CNS foi designado o prof.
Antônio Sérgio da Silva Arouca, presidente da Fiocruz, e
vice-presidência com o dr. Francisco Xavier Beduschi,
superintendente da SUCAM, e por sua vez, os temas
propostos foram: ''Saúde como direito'', ''Reformulação
do Sistema Nacional de Saúde'', ''Financiamento do
Setor''. Um dos marcos importantes é que esta foi a
primeira CNS a ser aberta para participação da
sociedade, além disso, contribuiu na propagação do
movimento da reforma sanitária.

Anii g.
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Capítulo 2

8° Conferência Nacional de Saúde 1986, Brasília.

Resultados da 8° CNS:

Implantação do Sistema Unificado e Descentralizado de


Saúde (SUDS).
Convênio entre o INAMPS e os governos estaduais.
Mais importante: formou as bases para a seção ''Da
Saúde'' da Constituição Brasileira de 5 de outubro de
1988.

Anii g.
29
alexsandra.anii.g
Capítulo 2

''1987'': Criação e Implantação do SUDS (Sistema


Unificado e Descentralizado de Sáude). Até o ''mês de
julho'' desta data, a saúde era ofertada por meio do
INAMPS, mas após a implantação do SUDS, algumas
propostas foram introduzidas, visando implementar
reformas sanitárias. Promovendo a: ''Universalização'',
''Descentralização pela via da Estadualização'',
''Democratização das Instâncias Gestoras''.

Princípios do SUDS:

Universalização da Assistência.
Equidade no acesso aos serviços de saúde.
Integração e a regionalização dos serviços de saúde.
Integralidade dos cuidados assistenciais.
Descentralização das ações de saúde.
Implementação de distritos sanitários.
Constituição de Instâncias Colegiadas.

Retrospectiva: (AIS)1983 - (SUDS)1987 - (SUS)1988

Gestão Administrativa Democrática: seria representada


pelos gestores, profissionais da saúde e usuários.

Antes do SUDS: só teria acesso à saúde trabalhadores


de carteira assinada.

Apartir de 1988: Mudança de Paradigma, '' Saúde é um


direito de todos e dever do estado'' (Art. 196).

Anii g.
30
alexsandra.anii.g
Capítulo 2

1988: Constituição Federal. Teve como proposta:


''Saúde como direito de todos e dever do estado'',
''Ampliação do conceito de saúde'', ''Criação do SUS''.
E através da constituição surgiu a seguridade social.

A Seguridade Social engloba três esferas: Previdência


Social, Assistência Social e Saúde.

O SUS (Sistema Único de Saúde), foi instituído a


partir da Constituição Federal de 1988, sendo
estruturado e organizado pela Lei Orgânica da Saúde
- Lei 8.080/90.
1990: o INAMPS foi extinto, ou seja, incorporado ao
Ministério da Saúde.

LEGISLAÇÃO DO SUS
A lei 8.080 denominada Lei Orgânica da Saúde, de
19 de setembro de 1990, é a principal Lei do Sistema
Único de Saúde, pois disciplina toda a organização e
funcionamento dos serviços de saúde, bem como,
fornece condições para promoção, proteção e
recuperação da saúde. É importante também sabermos
que, o SUS não foi institucionalizado no Brasil, apenas
com a chegada da lei 8.080/90, ''mas pela própria
Constituição Federal''.

Anii g.
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alexsandra.anii.g
Capítulo 2

Esta Lei regula em todo o território nacional as ações e


serviços de saúde, executados isolada ou conjuntamente,
em caráter permanente, eventual, por pessoas naturais ou
jurídicas de direito público ou privado. No entanto, a lei
regula não apenas o atendimento nos hospitais públicos,
mas também aqueles promovidos na rede particular.

A Lei 8.080/90 instituiu o  Sistema Único de


Saúde,  constituído pelo conjunto de ações e serviços de
saúde, prestados por órgãos e instituições públicas
federais, estaduais e municipais, da administração direta e
indireta e das fundações mantidas pelo poder público. A
iniciativa privada participa do Sistema Único de Saúde
em caráter complementar.

A Lei 8.080/90 trata: 


da organização, da direção e da gestão do SUS.
das competências e atribuições das três esferas de
governo, e isso inclui: (União, Estados - DF,
Municípios)'';
do funcionamento e da participação complementar dos
serviços privados de assistência à saúde;
da política de recursos humanos;
dos recursos financeiros, da gestão financeira, do
planejamento e do orçamento.

Anii g.
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alexsandra.anii.g
Capítulo 2

A lei do SUS também define onde e como o sistema


atua. Execução de ações:
De vigilância sanitária;
De vigilância epidemiológica;
De saúde do trabalhador;
De assistência terapêutica integral, inclusive
farmacêutica.

A saúde, portanto, tem como fatores determinantes não


apenas para regular os serviços de saúde, mas para
integrar itens como alimentação, moradia, meio ambiente,
saneamento básico, condições de trabalho e renda, meios
de transporte e até o lazer, já que entende que a saúde
pública não se limita aos serviços providos por médicos e
enfermeiros, mas pela  promoção do bem-estar físico,
mental e social.

Na prática fica claro, que a Lei 8.080 do SUS, não


regula apenas o funcionamento de hospitais e postos de
saúde, mas que trabalha também com todos os itens
necessários para a prevenção de problemas de saúde e a
promoção de uma melhor qualidade de vida.

Em seguida a lei diz que é preciso formular políticas, ou


seja, criar condições, para que esses problemas sejam
resolvidos, além de executar  ações condizentes  com essas
políticas.

Anii g.
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alexsandra.anii.g
Capítulo 2

Decreto n° 7.508
de 28 de Junho de 2011

Regulamenta a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de


1990, para dispor sobre a organização do Sistema Único
de Saúde - (SUS). Em sua estrutura há 6 Capítulos e
seções.

Capitulo I: das disposições preliminares.


Capitulo II: da organização do SUS.
Capitulo III: do planejamento da Saúde.
Capitulo IV: da assistência à saúde.
Capitulo V: da articulação interfederativa.
Capitulo VI: das disposições finais.

Busca também concretizar  e aprofundar os princípios 


propostos  por essa lei, que são  a regionalização,
hierarquização, região de saúde e oficializa a Atenção
Básica como porta de entrada, ordenadora do cuidado e
acesso ao SUS. Além disso, reconhece a Comissão
Intergestora Bipartite (CIB) juntamente com a Comissão
Intergestora Tripartite (CIT) como essenciais para o
fortalecimento da governança do SUS.

Anii g.
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alexsandra.anii.g
Capítulo 2

Príncipios do SUS
De acordo com o Ministério da Saúde, o SUS, teve seus
princípios estabelecidos na Lei Orgânica de Saúde, em
1990, com base no artigo 198 da Constituição Federal de
1988.
Os princípios da universalidade, integralidade e da
equidade são às vezes chamados de  princípios
ideológicos  ou  doutrinários, e os princípios da
descentralização, da regionalização da hierarquização , e
da participação popular de princípios organizacionais.
Universalização:  a saúde é um direito de cidadania de
todas as pessoas e cabe ao Estado assegurar este
direito, sendo que o acesso às ações e serviços deve ser
garantido a todas as pessoas, independentemente de
sexo, raça, ocupação, ou outras características sociais
ou pessoais.
Equidade:  o objetivo desse princípio é diminuir
desigualdades. Apesar de todas as pessoas possuírem
direito aos serviços, as pessoas não são iguais e, por
isso, têm necessidades distintas. Em outras palavras,
equidade significa tratar desigualmente os desiguais,
investindo mais onde a carência é maior.
Integralidade: este princípio considera as pessoas como
um todo, atendendo a todas as suas necessidades. Para
isso, é importante a integração de ações, incluindo a
promoção da saúde, a prevenção de doenças, o
tratamento e a reabilitação. E pressupõe a articulação
da saúde com outras políticas públicas, para assegurar
uma atuação intersetorial entre as diferentes áreas.

Anii g.
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alexsandra.anii.g
Capítulo 2
Princípios Organizativos:

Regionalização e Hierarquização:  os serviços devem


ser organizados em níveis crescentes de complexidade,
circunscritos a uma determinada área geográfica,
planejados a partir de critérios epidemiológicos, e com
definição e conhecimento da população a ser atendida.
A regionalização é um processo de articulação entre os
serviços que já existem, visando o comando unificado
dos mesmos. Já a hierarquização deve proceder à
divisão de níveis de atenção e garantir formas de
acesso a serviços que façam parte da complexidade
requerida pelo caso, nos limites dos recursos
disponíveis numa dada região.
Descentralização e Comando Único:  descentralizar é
redistribuir poder e responsabilidade entre os três
níveis de governo. Com relação à saúde,
descentralização objetiva prestar serviços com maior
qualidade e garantir o controle e a fiscalização por
parte dos cidadãos. No SUS, a responsabilidade pela
saúde deve ser descentralizada até o município, ou
seja, devem ser fornecidas ao município condições
gerenciais, técnicas, administrativas e financeiras para
exercer esta função. Para que valha o princípio da
descentralização, existe a concepção constitucional do
mando único, onde cada esfera de governo é
autônoma e soberana nas suas decisões e atividades,
respeitando os princípios gerais e a participação da
sociedade.

Anii g.
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Capítulo 2

Participação Popular:  a sociedade deve participar no


dia-a-dia do sistema. Para isto, devem ser criados os
Conselhos e as Conferências de Saúde, que visam
formular estratégias, controlar e avaliar a execução da
política de saúde.

Constituição Federal/88
A Constituição Federal do Brasil de 1988, também
conhecida como a ''Constituição Cidadã'', foi a sétima
constituição do Brasil desde a Independência. Elaborada
por 558 constituintes durante 20 meses, ela foi
promulgada no dia 5 de outubro de 1988. Possui 245
artigos, dividida em nove títulos. Esta Constituição é
considerada a mais completa, principalmente, no sentido
de garantir os direitos a cidadania para o povo
brasileiro. A seguir serão descritos alguns artigos de
grande importância à saúde:

Art. 196: A saúde é um direito de todos e um dever do


Estado. Ações de promoção, proteção e recuperação
da saúde.
Art. 197: O Poder Público vai regulamentar, fiscalizar,
controlar e proporcionar meios de executar os serviços
e as ações de saúde.
Art. 198: Diretrizes das ações e dos serviços de saúde:
descentralização, atendimento integral e participação
da comunidade.

Anii g.
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alexsandra.anii.g
Capítulo 2

Financiamento do SUS: recursos da Seguridade Social,


da União, dos estados, dos municípios e do DF; Além de
outras fontes. Contratação de agentes comunitários de
saúde e agentes de combate as endemias.
Art. 199:  a assistência à saúde é livre a iniciativa
privada de forma complementar ao SUS. Por meio de
contrato público ou convênio. Preferência: entidades
filantrópicas e sem fins lucrativos.
Art. 200: Atribuições do SUS.

(Continua...).

Lei n° 8.142/90
Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão
do Sistema Único de Saúde (SUS} e sobre as
transferências intergovernamentais de recursos
financeiros na área da saúde e dá outras providências.

O SUS conta em cada esfera de governo com as


seguintes instâncias colegiadas:
Conferências de Saúde: acontece a cada 4 anos.
Já os Conselhos de Saúde: deverão acontecer
extraordinariamente. No entanto, a representação dos
usuários nos Conselhos de Saúde e Conferências será
paritária em relação ao conjunto dos demais
segmentos.

Anii g.
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alexsandra.anii.g
Capítulo 2

A  Lei 8.142/90 trata da alocação dos recursos do


Fundo Nacional de Saúde, do repasse de forma regular e
automática para os Municípios, Estados e Distrito
Federal. Para o recebimento destes recursos Municípios,
Estados e Distrito Federal devem contar com:
Fundo de Saúde;
Conselho de Saúde;
Plano de Saúde;
Relatório de Gestão;
Contrapartida de recursos para a saúde no respectivo
orçamento;
Comissão de elaboração do Plano de Carreira, Cargos
e Salários (PCCS).

Política Nacional de Humanização


A Política Nacional de Humanização (PNH) existe
desde 2003 para efetivar os princípios do SUS no
cotidiano das práticas de atenção e gestão, qualificando a
saúde pública no Brasil  e incentivando trocas solidárias
entre gestores, trabalhadores e usuários.
São Diretrizes do HumanizaSUS: ''O acolhimento'',
''Gestão Participativa e cogestão'', ''Ambiência'', ''Clínica
ampliada e compartilhada'', ''Valorização do
Trabalhador'', ''Defesa dos Direitos dos Usuários''.
São Princípios do HumanizaSUS: ''Transversalidade'',
''Indissociabilidade entre atenção e gestão'',
''Protagonismo, corresponsabilidade e autonomia dos
sujeitos e coletivos''.

Anii g.
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alexsandra.anii.g
Capítulo 2

Vamos Interagir ? !
Perguntas:

1) A participação da comunidade, na fiscalização e no


controle das ações de saúde, passa a ser ampliada a
partir:
a) da Lei 8.080/90.
b)da criação das Caixas de Aposentadorias e Pensões
(CAPS).
c) da Lei 8.142/90.
d) da criação das Ações Integradas de Saúde (AIS).

2) Qual é o novo decreto que regulamenta a Lei


8.080/90??

3) Qual a Lei que determina o controle social e o


financiamento do SUS?

BANCA IDECAN/14.

4) Antes da criação do Sistema Único de Saúde


(SUS), a saúde não era considerada um direito social.
O SUS foi institucionalizado no Brasil com a:
a) Lei n° 8.142/90
b)Declaração de Alma-Ata.
c) Constituição Federal de 67.
d) Constiuição Federal de 88.

Anii g.
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alexsandra.anii.g
Anii g.
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alexsandra.anii.g
Capítulo 3

Pacto pela Saúde


O Pacto pela Saúde é resultado de um esforço das
esferas municipal, estadual e federal para, em conjunto
com o Conselho Nacional de Saúde, rediscutir a
organização e o funcionamento do SUS.

Seu objetivo principal é avançar na implantação dos


princípios constitucionais referentes à saúde, envolvendo
gestores, trabalhares de saúde e usuários do SUS no
intuito de promover uma melhoria contínua do sistema
de saúde no Brasil, além de definir as responsabilidades
de gestão de cada ente federado.

Foram definidas três dimensões no Pacto em


saúde:  Pacto pela Vida, Pacto em defesa do SUS e
Pacto de Gestão. As diretrizes operacionais do Pacto em
Saúde são abordadas na portaria GM/MS nº 399,
publicada em 22 de fevereiro de 2006. As Diretrizes
Operacionais dos Pactos Pela Vida e de Gestão são
regulamentadas pela portaria GM/MS nº. 699,
publicada em 03 de abril de 2006.

O Pacto pela Saúde foi organizado com a finalidade


de responder aos desafios atuais da gestão e
organização do sistema, para promover ações que
correspondam às reais necessidades de saúde da
população brasileira.

Anii g.
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alexsandra.anii.g
Capítulo 3

Pacto pela Vida: de acordo com a PORTARIA Nº


399/GM12, o Pacto pela Vida é um conjunto de
compromissos sanitários resultantes da análise da
situação de saúde do País e das prioridades
definidas pelos governos federal, estaduais e
municipais. O Pacto pela Vida é permanente, sendo
que, no término do primeiro trimestre do um ano em
curso serão avaliados os resultados do ano anterior e
pactuadas novas metas e objetivos a serem atingidos
no ano atual.

Por meio da PORTARIA Nº 399/GM12, são definidas


as prioridades do pacto pela vida e seus objetivos:

Saúde do Idoso: implantar a Política Nacional de


Saúde da Pessoa Idosa, buscando a atenção de
forma integral.

Câncer de Colo de Útero e de Mama: redução da


mortalidade por câncer de colo do útero e de mama.

Mortalidade infantil e materna. Reduzir a


mortalidade materna, infantil neonatal, infantil por
doença diarreica e por pneumonias.

Doenças Emergentes e Endemias, com ênfase na


Dengue, Hanseníase, Tuberculose, Malária e
Influenza: aumentar a capacidade de resposta do
sistema de saúde às doenças emergentes e endemias.

Anii g.
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alexsandra.anii.g
Capítulo 3

Promoção da saúde: elaborar e implantar a Política


Nacional de Promoção da Saúde, com ênfase na
adoção de hábitos saudáveis.
Atenção básica à saúde: saúde da família como
modelo de atenção básica à saúde e como centro
ordenador das redes de atenção à saúde do SUS.

Pacto em Defesa do SUS: o Pacto em Defesa do SUS


tem como objetivos reforçar o Sistema Único de Saúde
como política de Estado e defender seus princípios
inscritos na Constituição Federal.

De acordo com a portaria 399/GM, o trabalho dos


atores envolvidos dentro deste pacto deve considerar as
seguintes diretrizes: -“Expressar os compromissos entre
os gestores do SUS com a consolidação da Reforma
Sanitária Brasileira, explicitada na defesa dos princípios
do Sistema Único de Saúde estabelecidos na
Constituição Federal”. -“Desenvolver e articular ações, no
seu âmbito de competência e em conjunto com os
demais gestores, que visem qualificar e assegurar o
Sistema Único de Saúde como política pública”.

O Pacto em Defesa do SUS se baseia em três


iniciativas:
-A repolitização da saúde, retomando a Reforma
Sanitária Brasileira e aproximando-a dos desafios do
SUS;

Anii g.
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alexsandra.anii.g
Capítulo 3

- A Promoção da Cidadania, ressaltando a questão da


saúde como um direito;
- Financiamento do sistema de saúde de acordo com as
necessidades do Sistema.

As ações do Pacto em Defesa do SUS devem


contemplar:
-A Promoção da Cidadania, ressaltando a questão da
saúde como um direito;
-Estabelecimento de diálogo com a sociedade;
-Fortalecimento das relações com os movimentos sociais,
-Elaboração e publicação da Carta dos Direitos dos
Usuários do SUS;
-Elaboração e publicação da Carta dos Direitos dos
Usuários do SUS;
-Regulamentação da EC nº 29 pelo Congresso Nacional;
-Aprovação do orçamento do SUS, composto pelos
orçamentos das três esferas de gestão, definindo o
compromisso de cada esfera em ações e serviços de
saúde de acordo com a Constituição Federal.

Pacto de Gestão: suas diretrizes, de maneira geral


abrangem temas como a Regionalização, o
Financiamento, o Planejamento, a Programação
Pactuada e Integrada da Atenção à Saúde (PPI), a
Regulação da Atenção à Saúde e da Assistência, a
Participação e Controle Social, a Gestão do Trabalho e a
Educação na Saúde.

Anii g.
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alexsandra.anii.g
Capítulo 3

REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE

Os sistemas de atenção à saúde são definidos pela


Organização Mundial da Saúde como o conjunto de
atividades cujo propósito primário é promover, restaurar e
manter a saúde de uma população para se atingirem os
seguintes objetivos: o alcance de um nível ótimo de saúde,
distribuído de forma equitativa; a garantia de uma
proteção adequada dos riscos para todos o cidadãos; o
acolhimento humanizado dos cidadãos; a provisão de
serviços seguros e efetivos; e a prestação de serviços
eficientes (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2000;
MENDES, 2002b).
Com base na Portaria n° 4.279/2010, o sistema público
brasileiro de atenção à saúde organiza-se, segundo suas
normativas, em atenção básica, atenção de média e de
alta complexidades.
Tal visão apresenta sérios problemas teóricos e
operacionais. Ela fundamenta-se num conceito de
complexidade equivocado, ao estabelecer que a atenção
primária à saúde é menos complexa do que a atenção nos
níveis secundário e terciário. Esse conceito distorcido de
complexidade leva, consciente ou inconscientemente, a
uma banalização da atenção primária à saúde e a uma
sobrevalorização, seja material, seja simbólica, das
práticas que exigem maior densidade tecnológica e que
são exercitadas nos níveis secundário e terciário de
atenção à saúde.

Anii g.
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alexsandra.anii.g
Capítulo 3

Os pontos de atenção à saúde são entendidos como


espaços onde se ofertam determinados serviços de saúde,
por meio de uma produção singular. São exemplos de
pontos de atenção à saúde: os domicílios, as unidades
básicas de saúde, as unidades ambulatoriais
especializadas, os serviços de hemoterapia e hematologia,
os centros de apoio psicossocial, as residências
terapêuticas, entre outros. Os hospitais também podem
abrigar distintos pontos de atenção à saúde: o
ambulatório de pronto atendimento, a unidade de
cirurgia ambulatorial, o centro cirúrgico, a maternidade, a
unidade de terapia intensiva, a unidade de hospital/dia,
entre outros.

Os objetivos de uma RAS são melhorar a qualidade da


atenção, a qualidade de vida das pessoas usuárias, os
resultados sanitários do sistema de atenção à saúde, a
eficiência na utilização dos recursos e a equidade em
saúde (ROSEN e HAM, 2008).

A partir da necessidade de superar o modelo


fragmentado das ações e serviços de atenção à saúde
voltado para as condições agudas, o Ministério da Saúde
normatizou a Portaria 4.279/2010, que institui as Redes de
Atenção à Saúde (RAS), caracterizadas como arranjos
organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes
densidades tecnológicas, que integradas por meio de
sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam
garantir a integralidade do cuidado (BRASIL, 2010).

Anii g.
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alexsandra.anii.g
Capítulo 3

Os Atributos e as Funções da
Atenção Primária à Saúde nas
Redes de Atenção
à Saúde
ATRIBUTOS : FUNÇÕES:

Primeiro Contato Resolubilidade


Longitudinalidade Comunicação
Integralidade Responsabilização
Coordenação
Focalização na família
Orientação comunitária
Competência cultural
Fontes: Mendes (2002a); Starfield (2002)

Só haverá APS de qualidade quando os seus sete


atributos estiverem sendo obedecidos, em sua
totalidade.

Política Nacional de Atenção Básica


A legislação referente a esta vertente está na
Portaria nº  2.436, de 21 de setembro de 2017, a qual
aprova e define diretrizes para a Política Nacional de
Atenção Básica, revogando a Portaria nº 2.488 de 21 de
outubro de 2011, estabelecendo a revisão de diretrizes
para a organização da Atenção Básica, no âmbito do
Sistema Único de Saúde (SUS).

Anii g.
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alexsandra.anii.g
Capítulo 3

A Atenção Básica é a principal porta de entrada


dos usuários  e centro de comunicação da  Rede de
Atenção à Saúde (primeiro contato), caracterizando-se
por um conjunto de ações no âmbito individual e
coletivo, que abrange a promoção e proteção da
saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento,
reabilitação, redução de danos, cuidados paliativos,
vigilância e a manutenção da saúde dentro do
contexto da integralidade.

É importante ressaltar que a estratégia principal


para a consolidação da Atenção Básica se dá por meio
da Saúde da Família, devendo o município programar
as ações a partir de sua base territorial de acordo com
as necessidades de saúde identificadas em sua
população.

Princípios e Diretrizes
da Atenção Básica
Com base na legislação da PNAB, além
dos  princípios do SUS, temos ainda os seguintes
pontos a serem destacados:
Territorialização: unidade geográfica única, de
construção descentralizada na execução das ações
estratégicas.
População Adscrita: está presente no território da
UBS, de forma a estimular o desenvolvimento de
relações de vínculo e responsabilização entre as
equipes e a população.

Anii g.
49
alexsandra.anii.g
Capítulo 3

Cuidado centrado na pessoa: o  cuidado é


construído de forma singular com as pessoas, de
acordo com suas necessidades e potencialidades.
Longitudinalidade do cuidado:  continuidade da
relação de cuidado, com construção de vínculo
entre profissionais e usuários ao longo do tempo e
de modo permanente.
Coordenação do cuidado: confere a uma gestão
compartilhada da atenção integral.
Ordenação da rede: organizar as necessidades da
população em relação aos outros pontos de
atenção à saúde.
Regiões de Saúde:  recorte espacial estratégico
para fins de planejamento, organização e gestão
de redes de ações e serviços de saúde em
determinada localidade.

O documento também prevê que a população


adscrita por equipe de Atenção Básica e Saúde da
Família seja de 2.000 a 3.500 pessoas, podendo
existir outros arranjos de adscrição, podendo ser
maior ou menor do que o parâmetro recomendado,
de acordo com as especificidades territoriais
avaliadas pelos gestores e Conselhos.

Anii g.
50
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Capítulo 3

Tipos de Equipes previstas na


Política Nacional de Atenção Básica
Na Portaria acima citada, em seus anexos, há
diversas recomendações em relação ao
funcionamento das unidades básicas de saúde (UBS)
e os tipos de equipes existentes, a citar as principais:

Equipes de Saúde da Família (ESF): é considerada


como estratégia de expansão, qualificação e
consolidação da atenção básica, por proporcionar
uma reorientação do processo de trabalho com
maior potencial de resolutividade e impactar na
situação de saúde, além de propiciar uma
importante relação custo-efetividade.

De acordo com o Ministério da Saúde, a Estratégia


Saúde da Família (ESF) é composta por equipe
multiprofissional que possui, no mínimo, médico
generalista ou especialista em saúde da família ou
médico de família e comunidade, enfermeiro
generalista ou especialista em saúde da família,
auxiliar ou técnico de enfermagem e agentes
comunitários de saúde (ACS).

Também há equipe de Saúde Bucal, composta por


cirurgião-dentista generalista ou especialista em
saúde da família, auxiliar e/ou técnico em Saúde
Bucal.

Anii g.
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Capítulo 3

O número de ACS deve ser suficiente para cobrir


100% da população cadastrada, com um máximo de
750 pessoas por agente e de 12 ACS por equipe de
Saúde da Família, não ultrapassando o limite máximo
recomendado de pessoas por equipe. Cada equipe de
Saúde da Família deve ser responsável por, no
máximo, 4.000 pessoas de uma determinada área,
que passam a ter corresponsabilidade no cuidado
com a saúde.
Equipe de Atenção Básica (EAB): A gestão municipal
poderá compor estas equipes de acordo com
características e necessidades do município. Como
modelo prioritário é a ESF, as equipes de Atenção
Básica podem posteriormente se organizar tal qual o
modelo prioritário. As equipes deverão ser compostas
minimamente por médico e enfermeiro
(preferencialmente especialista em saúde da família),
auxiliares e/ou técnico de enfermagem, além de
outros profissionais como dentistas, auxiliares e/ou
técnicos de saúde bucal, agentes comunitários de
saúde e de combate à endemias.

Equipe de Saúde Bucal (ESB): Os profissionais de


Saúde Bucal (cirurgião dentista, técnico ou auxiliar de
saúde bucal) são vinculados a uma equipe de
Atenção Básica ou equipe de Saúde da Família,
devendo compartilhar a gestão e o processo de
trabalho da equipe.

Anii g.
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Capítulo 3

O Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção


Básica (Nasf- AB): Atualmente, regulamentados
pela  Portaria nº 2.488, de 21 de outubro de 2011, os
núcleos são compostos por equipes multiprofissionais
que atuam de forma integrada com as equipes de
Saúde da Família (eSF), as equipes de atenção
primária para populações específicas (consultórios
na rua, equipes ribeirinhas e fluviais) e com o
Programa Academia da Saúde. Os  Nasf-AB não se
constituem como serviços com unidades físicas
independentes, e não são de livre acesso para
atendimento individual ou coletivo (estes, quando
necessários, devem ser regulados pelas equipes que
atuam na Atenção Básica).

Esta atuação integrada permite realizar discussões


de casos clínicos, possibilita o atendimento
compartilhado entre profissionais, tanto na Unidade
de Saúde, como nas visitas domiciliares; permite a
construção conjunta de projetos terapêuticos de
forma que amplia e qualifica as intervenções no
território e na saúde de grupos populacionais. Essas
ações de saúde também podem ser intersetoriais, com
foco prioritário nas ações de prevenção e promoção
da saúde. Com a publicação da Portaria 3.124, de 28
de dezembro de 2012, o Ministério da Saúde criou
uma terceira modalidade de conformação de equipe:
o NASF 3, abrindo a possibilidade de qualquer
município do Brasil faça implantação de equipes
NASF, desde que tenha ao menos uma equipe de
Saúde da Família.

Anii g.
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Capítulo 3

Os Sistemas de
Informação em Saúde
Os sistemas de informação em saúde têm sido
considerados como ferramentas importantes para o
diagnóstico de situações de saúde com vistas à produção
de intervenções sobre as necessidades da população. Os
sistemas de informação em saúde constituem um esforço
integrado para coletar, processar, reportar e usar
informação e conhecimento para influenciar as políticas,
os programas e a pesquisa (ABOUZAHR e BOERMA,
2005).
No SUS há seis sistemas de base nacional principais: o
Sistema de informações de mortalidade (SIM), o Sistema
de informações sobre Nascidos Vivos (SINASC), o
Sistema de informações de agravos de notificação
(SINAN), o Sistema de informações ambulatoriais do SUS
(SIA SUS), o Sistema de Informações Hospitalares do SUS
(SIHSUS) e o Sistema de informação de atenção básica
(SIAB). Há, além desses, outros sistemas importantes
como o Cadastro de Estabelecimentos de Saúde (CNES),
a Autorização de procedimentos ambulatoriais de alta
complexidade/custo (APAC) e o Sistema de informações
sobre orçamentos públicos em saúde (SIOPS).

Anii g.
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Anii g.
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Capítulo 4

Rede de Atenção às
Urgências e Emergências
Conforme dados do Ministério da Saúde,  a Rede de
Atenção às Urgências e Emergências é pensada de forma
integrada e coloca à disposição da população serviços
mais próximos de sua residência, como as Centrais de
Regulação do SAMU 192, a atenção às urgências deve
fluir em todos os níveis do SUS, organizando a assistência
desde as Unidade Básicas, Equipes de Saúde da Família
até os cuidados pós-hospitalares na convalescença,
recuperação e reabilitação.
Quando uma ambulância do programa é enviada para
o atendimento, os profissionais de saúde já sabem para
onde levarão o paciente. Seguindo para a UPA, evita-se
que casos intermediários sejam encaminhados para as
unidades hospitalares. As UPAs funcionam 24 horas por
dia, sete dias por semana, e podem resolver grande parte
das urgências e emergências, como pressão e febre alta,
fraturas, cortes, infarto e derrame. As UPAs inovam ao
oferecer estrutura simplificada - com Raio X,
eletrocardiografia, pediatria, laboratório de exames e
leitos de observação. Nas localidades que contam com as
UPAs, 97% dos casos são solucionados na própria
unidade. Quando o paciente chega às unidades, os
médicos prestam socorro, controlam o problema e
detalham o diagnóstico. Eles analisam se é necessário
encaminhar o paciente a um hospital ou mantê-lo em
observação por 24h.

Anii g.
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alexsandra.anii.g
Capítulo 4

POLÍTICA NACIONAL
DE ATENÇÃO ÀS
URGÊNCIAS
A PORTARIA N.º 1863/GM, EM 29 DE SETEMBRO DE
2003, institui a Política Nacional de Atenção às
Urgências, a ser implantada em todas as unidades
federadas, respeitadas as competências das três esferas
de gestão.
Reformulada pela PORTARIA Nº 1.600, DE 7 DE
JULHO DE 2011, que por sua vez, institui a Rede de
Atenção às Urgências no Sistema Único de Saúde (SUS).

Com base em seu Art. 3°, enfatiza que a rede de


Atenção às Urgências deve ser implementada,
gradativamente, em todo território nacional, respeitando-
se critérios epidemiológicos e de densidade populacional.
O acolhimento com classificação de risco, a qualidade e a
resolutividade na atenção constituem a base do processo
e dos fluxos assistenciais de toda Rede de Atenção às
Urgências e devem ser requisitos de todos os pontos de
atenção.
Esta por sua vez, priorizará as linhas de cuidados
cardiovascular, cerebrovascular e traumatológica.

Anii g.
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alexsandra.anii.g
Capítulo 4
Componentes das RAU's
Com base em seu Art. 4° a Rede de Atenção às
Urgências é constituída pelos seguintes componentes:
I - Promoção, Prevenção e Vigilância à Saúde;
II -Atenção Básica em Saúde;
III - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
(SAMU 192) e suas Centrais de Regulação Médica das
Urgências;
IV - Sala de Estabilização;
V - Força Nacional de Saúde do SUS;
VI - Unidades de Pronto Atendimento (UPA 24h) e o
conjunto de serviços de urgência 24 horas;
VII - Hospitalar; e
VIII - Atenção Domiciliar.
Art. 5º O Componente Promoção, Prevenção e Vigilância
à Saúde tem por objetivo estimular e fomentar o
desenvolvimento de ações de saúde e educação
permanente voltadas para a vigilância e prevenção das
violências e acidentes, das lesões e mortes no trânsito e
das doenças crônicas não transmissíveis, além de ações
intersetoriais, de participação e mobilização da sociedade
visando a promoção da saúde, prevenção de agravos e
vigilância à saúde.
Art. 6º  O Componente Atenção Básica em Saúde tem
por objetivo a ampliação do acesso, fortalecimento do
vínculo e responsabilização e o primeiro cuidado às
urgências e emergências, em ambiente adequado, até a
transferência/encaminhamento a outros pontos de
atenção, quando necessário, com a implantação de
acolhimento com avaliação de riscos e vulnerabilidades.

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Anii g.

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Capítulo 4

Art. 7º O Componente Serviço de Atendimento Móvel de


Urgência (SAMU 192) e suas Centrais de Regulação
Médica das Urgências tem como objetivo chegar
precocemente à vítima após ter ocorrido um agravo à sua
saúde (de natureza clínica, cirúrgica, traumática,
obstétrica, pediátricas, psiquiátricas, entre outras) que
possa levar a sofrimento, sequelas ou mesmo à morte,
sendo necessário, garantir atendimento e/ou transporte
adequado para um serviço de saúde devidamente
hierarquizado e integrado ao SUS.
Art. 8º O Componente Sala de Estabilização deverá ser
ambiente para estabilização de pacientes críticos e/ou
graves, com condições de garantir a assistência 24 horas,
vinculado a um equipamento de saúde, articulado e
conectado aos outros níveis de atenção, para posterior
encaminhamento à rede de atenção a saúde pela central
de regulação das urgências.
Art. 9º O Componente Força Nacional de Saúde do SUS
objetiva aglutinar esforços para garantir a integralidade
na assistência em situações de risco ou emergenciais para
populações com vulnerabilidades específicas e/ou em
regiões de difícil acesso, pautando-se pela equidade na
atenção, considerando-se seus riscos.
Art. 10°. O Componente Unidades de Pronto Atendimento
(UPA 24h) e o conjunto de serviços de urgência 24 horas
está assim constituído:
I - a Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24 h) é o
estabelecimento de saúde de complexidade intermediária
entre as Unidades Básicas de Saúde/Saúde da Família e
a Rede Hospitalar, devendo com estas compor uma rede
organizada de atenção às urgências; e

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alexsandra.anii.g
Capítulo 4

II - as Unidades de Pronto Atendimento (UPA 24 h) e o


conjunto de Serviços de Urgência 24 Horas não
hospitalares devem prestar atendimento resolutivo e
qualificado aos pacientes acometidos por quadros
agudos ou agudizados de natureza clínica e prestar
primeiro atendimento aos casos de natureza cirúrgica
ou de trauma, estabilizando os pacientes e realizando
a investigação diagnóstica inicial, definindo, em todos
os casos, a necessidade ou não, de encaminhamento a
serviços hospitalares de maior complexidade.
Art. 11°. O Componente Hospitalar será constituído
pelas Portas Hospitalares de Urgência, pelas
enfermarias de retaguarda, pelos leitos de cuidados
intensivos, pelos serviços de diagnóstico por imagem e
de laboratório e pelas linhas de cuidados prioritárias.

Art. 12°. Art. 12. O Componente Atenção Domiciliar é


compreendido como o conjunto de ações integradas e
articuladas de promoção à saúde, prevenção e
tratamento de doenças e reabilitação, que ocorrem no
domicílio, constituindo-se nova modalidade de atenção à
saúde que acontece no território e reorganiza o
processo de trabalho das equipes, que realizam o
cuidado domiciliar na atenção primária, ambulatorial e
hospitalar.

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Anii g.
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Capítulo 5

Tipos de Ambulância
Definição e Classificação:

Ambulância:  veículo (terrestre, aéreo ou hidroviário)


que se destine exclusivamente ao transporte de
enfermos.
Tipo A  – ambulância de transporte: veículo destinado
ao transporte em decúbito horizontal de pacientes que
não apresentem risco de vida, para remoções simples e
de caráter eletivo.
Tipo B  – ambulância de suporte básico: veículo
destinado ao transporte inter-hospitalr de pacientes.
Tipo C  – ambulância de resgate: veículo de
atendimento de emergências pré-hospitalares de
pacientes vítimas de acidentes ou pacientes em locais
de difícil acesso, com equipamentos de salvamento
(terrestre, aquático e em alturas).
Tipo D  – ambulância de suporte avançado: veículo
destinado ao atendimento e transporte de pacientes de
alto risco em emergências pré-hospitalares e/ou de
transporte inter-hospitalar que necessitam de cuidados
médicos intensivos.

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Capítulo 5

Tipo E  – ambulância de transporte médico: aeronave


de asa fixa ou rotativa utilizada para transporte inter-
hospitalar de pacientes e aeronave de asa rotativa
para ações de resgate, dotada de equipamentos
médicos homologados pelo departamento de aviação
civil- dac.
Tipo F – nave de transporte médico: veículo motorizado
hidroviário destinado ao transporte de pacientes por
via marítima ou fluvial. Deve possuir os equipamentos
médicos necessários ao atendimento dos mesmos
conforme sua gravidade. Veículos de intervenção
rápida: também chamados de veículos leves, rápidos ou
de ligação médica são utilizados para transporte de
médicos com equipamentos que possibilitam oferecer
suporte avançado de vida nas ambulâncias do tipo a,
b, c e f.

Anii g.
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Capítulo 5

Atendimento Pré - Hospitalar no Trauma

Como se sabe, a enfermagem conta com a Resolução


Cofen 375/2011, que dispõe sobre a presença do
enfermeiro no Atendimento Pré-Hospitalar e Inter-
Hospitalar, em situações de risco conhecido ou
desconhecido. No Brasil, o APH envolve o Corpo de
Bombeiros, o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de
Urgência) e também as empresas particulares. A
enfermagem participa em todas essas vertentes e como
em qualquer outra área do cuidar, deve estar alicerçada
em conhecimento, capacitação técnica e humanização.
Temos também a Portaria 1864/GM que deu início à
implantação do Serviço de Atendimento Móvel de
Urgência (SAMU-192) nas modalidades suporte básico e
avançado de vida, atuação desenvolvida em todo o
território brasileiro pelos Estados em parceria com o
Ministério da Saúde e as Secretarias Municipais de
Saúde.

O APH consiste no atendimento à vítima antes da


mesma chegar ao hospital, podendo ser em locais
habitados normalmente (ruas, residências, comércios etc.),
locais de difícil acesso como buracos, galerias fluviais,
escombros e outros, além do atendimento aquático;
logicamente, para isso, a equipe requer treinamento.
Nestes locais iniciamos a prestação do serviço de saúde
básico ou avançado. Após estabilização, a vítima é
encaminhada para o hospital por meio do melhor recurso
disponível, entre eles ambulância, helicóptero ou lancha.

Anii g.
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Capítulo 5

O APH divide-se, ainda, basicamente em duas


modalidades de atendimento:
• Suporte Básico à vida (SBV): caracteriza-se por não
realizar manobras invasivas.
• Suporte Avançado à Vida (SAV): tem como
característica a realização de procedimentos invasivos de
suporte ventilatório e circulatório, como, por exemplo, a
intubação orotraqueal, acesso venoso e administração de
medicamentos. Geralmente, o suporte avançado é
prestado por equipe composta por médico e enfermeiro.

O atendimento pré-hospitalar, tem como objetivos


específicos preservar as condições vitais e transportar a
vítima sem causar traumas iatrogênicos durante sua
abordagem, como, por exemplo, danos ocorridos durante
manipulação e remoção inadequada (do interior de
ferragens, escombros, etc).

O socorrista deve ter como princípio básico evitar o


agravamento das lesões e procurar estabilizar as funções
ventilatórias e hemodinâmicas do paciente. No contexto
da enfermagem, define -se o trauma como um evento
nocivo que advém da liberação de formas específicas de
energia ou de barreiras físicas ao fluxo normal de
energia.

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Capítulo 5

VOCÊ CONHECE A
HISTÓRIA DO XABCDE
DO TRAUMA ?
Em 1976, ao sofrer um acidente com sua família, o
cirurgião ortopédico Jim Styner começou a perceber as
fragilidades dos cuidados em primeiros socorros de
vítimas de traumas. Depois dessa experiência, o médico
desenvolveu o protocolo ABCDE do trauma, que passou
a ser empregado em diversas regiões do mundo a partir
de 1978, sendo ministrado neste ano o primeiro curso
sobre o tema.

A importância do método desenvolvido por Jim Styner


não demorou a ser reconhecida pelas autoridades
médicas, uma vez que só com esses cuidados é possível
realmente estabilizar o paciente, deixando-o mais seguro
para o transporte e para quaisquer outras intervenções
que se façam necessárias.

O famoso mnemônico do trauma " abcde" ganhou na 9ª


edição do PHTLS 2018, no capítulo 6 , mais uma letra. O
"x' de hemorragia exsanguinante ou seja hemorragia
externa grave. Ainda não publicado oficialmente e não
traduzido, mas já nos atualizamos. O APH sofreu uma
substancial alteração, dando mais ênfase às grandes
hemorragias externas, antes mesmo do controle cervical
ou da abertura das vias aéreas.

Anii g.
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Capítulo 5

O XABCDE é um mnemônico que padroniza o


atendimento inicial ao paciente politraumatizado e define
prioridades na abordagem ao trauma, no sentido de
padronizar o atendimento. Ou seja, é uma forma rápida e
fácil de memorizar todos os passos que devem ser
seguidos com o paciente em politrauma.

Ele foi pensado para identificar lesões potencialmente


fatais ao indivíduo, e é aplicável a todos as vítimas com
quadro crítico, independentemente da idade. O protocolo
tem com o principal objetivo reduzir índices de
mortalidade e morbidade em vítimas de qualquer tipo de
trauma.

Antes de iniciar a abordagem XABCDE ao paciente


vítima de trauma é necessário atentar-se a itens
essenciais para viabilizar a integridade da equipe, como:
avaliação da segurança da cena, uso de EPI’s, sinalização
da cena (Ex. dispor cones de isolamento na pista).

Anii g.
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alexsandra.anii.g
Capítulo 5

SIGNIFICADO DAS LETRAS XABCDE

(X) – Exsanguinação: contenção de hemorragia externa


grave, a abordagem a esta, deve ser antes mesmo do
manejo das vias aérea uma vez que,
epidemiologicamente, apesar da obstrução de vias
aéreas ser responsável pelos óbitos em um curto
período de tempo, o que mais mata no trauma são as
hemorragias graves.

(A) – Vias aéreas e proteção da coluna vertebral: No


A, deve-se realizar a avaliação das vias aéreas. No
atendimento pré-hospitalar, 66-85% das mortes
evitáveis ocorrem por obstrução de vias aéreas. Para
manutenção das vias aéreas utiliza-se das técnicas:
“chin lift”: elevação do queixo, uso de aspirador de
ponta rígida, “jaw thrust”: anteriorização da mandíbula,
cânula orofaríngea (Guedel), no A também, realiza-se a
proteção da coluna cervical. Em vítimas conscientes, a
equipe de socorro deve se aproximar da vítima pela
frente, para evitar que mova a cabeça para os lados
durante o olhar, podendo causar lesões medulares.
A imobilização deve ser de toda a coluna, não se
limitando a coluna cervical. Para isso, uma prancha
rígida deve ser utilizada.

Anii g.
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alexsandra.anii.g
Capítulo 5

(B) – Boa Ventilação e Respiração: No B, o socorrista


deve analisar se a respiração está adequada. A
frequência respiratória, inspeção dos movimentos
torácicos, cianose, desvio de traqueia e observação da
musculatura acessória, são parâmetros analisados nessa
fase. Para tal, é necessário expor o tórax do paciente,
realizar inspeção, palpação, ausculta e percussão.
Verificar se a respiração é eficaz e se o paciente está
bem oxigenado.

(C) – Circulação com Controle de Hemorragias: No C,


a circulação e a pesquisa por hemorragia são os
principais parâmetros de análise. A maioria das
hemorragias é estancada pela compressão direta do
foco. A Hemorragia é a principal causa de morte no
trauma.
A diferença entre o “X” e o “C” é que o X se refere a
hemorragias externas, grandes hemorragias. Já o “C”
refere-se a hemorragias internas, onde deve-se
investigar perdas de volume sanguíneo não visível,
analisando os principais pontos de hemorragia interna
no trauma (pelve, abdome e membros inferiores),
avaliando sinais clínicos de hemorragia como tempo de
enchimento capilar lentificado, pele fria e pegajosa e
comprometimento do nível e qualidade de consciência.

(D) – Disfunção Neurológica: No D, a análise do nível


de consciência, tamanho e reatividade das pupilas,
presença de hérnia cerebral, sinais de lateralização e o
nível de lesão medular são medidas realizadas.

Anii g.
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alexsandra.anii.g
Capítulo 5

Nessa fase, o objetivo principal é minimizar as chances


de lesão secundária pela manutenção da perfusão
adequada do tecido cerebral. Importante aplicar a
escala de goma de Glasgow atualizada.

(E) – Exposição Total do Paciente: No E, a análise da


extensão das lesões e o controle do ambiente com
prevenção da hipotermia são as principais medidas
realizadas. O socorrista deve analisar sinais de trauma,
sangramento, manchas na pele etc. A parte do corpo
que não está exposta pode esconder a lesão mais grave
que acomete o paciente.

Urgência vs Emergência
Compreende-se por urgência toda situação clínica de
início súbito, seja grave ou não, com risco de falência
das funções vitais, enquanto que a emergência é toda
situação clínica de início súbito, em que existe
estabelecido ou iminente, o comprometimento de uma
ou mais funções vitais.
Normalmente, o termo  "emergência" é utilizado  nos
casos mais graves, quando a pessoa está em ''risco
imediato de perder a vida'' e, por isso, o tratamento
médico deve ser iniciado o mais rápido possível, mesmo
que ainda não exista um diagnóstico bem definido.

Anii g.
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alexsandra.anii.g
Capítulo 5

O tratamento destes casos é especialmente direcionado


para tentar controlar os sinais vitais e não para tratar a
causa do problema. Encaixam nesta  definição situações
como: Hemorragias graves, Suspeita de AVC, PCR,
Infarto, Aneurisma da aorta, Queimadura de 3º grau ou
muito extensas, Reação alérgica severa (anafilaxia),
Dificuldade respiratóra, Dor abdominal muito intensa
(perfuração do intestino, gravidez ectópica), Traumatismo
craniano grave, Traumas causados por acidentes ou
armas, como pistola ou faca, Demais tipos de choques
(cardiogênicos, neurológicos, distributivos), Eclâmpsia,
entre outros exemplos.
Já em casos de urgência, onde ocorre uma situação
que é grave, ''mas que não coloca a vida do individuo
em risco imediato'', embora possa evoluir ao longo do
tempo para uma emergência. Nesta classificação estão
incluídos casos como: Fraturas sem hemorragia grave,
Queimaduras de 1º e 2º grau, Apendicite, Febre
persistente, Diarreia constante, Tosse persistente, Dor
que não melhora, Presença de sangue no catarro, na
urina, no vômito, síncope ou confusão mental, Pequenos
cortes, Picadas ou mordidas de animais, entre outros. E
no entanto, existe mais tempo para se fazer vários
exames, identificar a causa e definir a melhor forma
de tratamento, que deve ser direcionada para resolver a
causa e não apenas para estabilizar os sinais vitais.

Anii g.
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Capítulo 5

Atendimento Pré - Hospitalar na PCR


Como já se sabe, o serviço pré-hospitalar é reconhecido
legalmente, de acordo com o decreto da presidência da
república, n° 5.050, de 27 de abril de 2004, garantindo
um elo entre os diferentes níveis de atenção do sistema.
Assim, este serviço atende, portanto, a inúmeras
ocorrências que vão desde pequenos traumas a casos
mais graves, dentre eles, a Parada Cardiorrespiratória
(PCR).
A PCR constitui-se numa condição de emergência, na
qual, o indivíduo apresenta interrupção súbita e
inesperada do pulso arterial e respiração, sendo estas
condições vitais ao ser humano; portanto, a
descontinuidade destas pode gerar sequelas ao paciente
e, até mesmo, a sua morte. Numa situação de PCR existe
um risco notável de mortalidade, pois esta acomete
pessoas que se encontram geralmente em vias públicas
ou na própria residência, sendo assim, se tornam
desprovidas de um atendimento rápido e eficaz.
Existe uma grande necessidade de treinamento em
saúde, de modo a incentivar a capacitação do pessoal de
enfermagem, que atuam no serviço pré-hospitalar.
Contudo, sabe-se que dependendo do serviço/unidade de
saúde a que esse profissional esteja vinculado, é possível
que a atuação dele seja mais restrita ou ampliada. Além
disso, a carência de conhecimentos teóricos e práticos
pode comprometer o sucesso da sua atuação,
repercutindo na possibilidade de sequelas ou óbito.

Anii g.
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alexsandra.anii.g
Capítulo 5

O atendimento às urgências e emergências requer um


conhecimento teórico e prático dos profissionais, uma vez
que a vítima se encontra em risco de sofrer sequelas ou,
até mesmo, de morrer.
Por outro lado, no atendimento a vítima de PCR fora
do hospital, de acordo com a AHA (American Heart
Association), os programas comunitários que colocam
DEAs em prédios municipais, grandes locais públicos,
aeroportos, cassinos e escolas representam um elo
importante na cadeia de sobrevivência entre o
reconhecimento e a ativação do sistema de resposta a
emergências. Mas como uma pessoa leiga deve
proceder?;  A seguir um passo a passo do elo da cadeia
de sobrevivência.
Cadeia de Sobrevivência ExtraHospitalar

1 2 3 4 5
1:Reconhecimento Imediato da PCR e acionamento do serviço de
emergência.
2:Reanimação Cardiopulmonar(RCP), com enfâse nas
compressões torácicas.
3:Rápida Desfibrilação.
4:Suporte Avançado de Vida eficaz.
5:Cuidados Pós PCR integrados.

Anii g.
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alexsandra.anii.g
Capítulo 5

Cadeia de Sobrevivência IntraHospitalar

1 2 3 4 5
1: Vigilância e prevenção.
2: Reconhecimento e acionamento do serviço médico de emergência.
3: RCP imediata de alta qualidade.
4: Rápida desfibrilação.
5: Suporte avançado de vida e cuidados pós-PCR.

Compressões Toracicas
Reanimação Cardiopulmonar (RCP).

Adulto: 1 ou 2 socorristas - 30:2.


Diâmetro: 2 - 2,4 polegadas / profundidade de 5 a 6 cm.
Frequência: 100 a 120 por min.
RCP com as duas mãos.

Crianças: 1 socorrista - 30:2.


Diamêtro: 2 polegadas / profundidade: 4 cm.
RCP com ''uma mão apenas''.

Bebê: 1 socorrista - 30:2 / 2 socorristas: 15:2.


Diamêtro: 1/3 polegadas / profundidade: 2 cm.
RCP com ''dois dedos''.

Anii g.
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alexsandra.anii.g
Capítulo 5

Normativas Ministeriais dos Serviços de Atendimento


às Urgências e Emergências

Desde 1995, o Ministério da Saúde tem investido


esforços para organizar os serviços de atendimentos
às urgências. Serão descritas a seguir tais normativas:

Portaria nº 1.692/1995: Institui o índice de


valorização hospitalar de emergência.

Portaria nº 2.923/1998: Institui o Programa de Apoio


à Implantação dos Sistemas Estaduais de
Referência Hospitalar em Atendimento de Urgência
e Emergência.

Portaria nº 479/1999: Revoga a portaria anterior, e


altera os mecanismos para a implantação dos
sistemas estaduais de referência hospitalar em
atendimento de urgência e emergência, os critérios
para classificação dos hospitais no sistema e a
remuneração adicional.

Portaria nº 824/1999: Cria as normas para o


atendimento pré-hospitalar.

Portaria nº 814/2001: Revoga a portaria anterior e


estabelece conceitos, princípios e diretrizes da
regulação médica das urgências e normaliza o
atendimento pré-hospitalar móvel de urgência.

Anii g.
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alexsandra.anii.g
Capítulo 5
Portaria nº 2048/2002: É aprovado o regulamento
técnico dos sistemas estaduais de urgência e
emergência.

Portaria nº 1863/2003: Institui a Política Nacional


de Atenção às Urgências. Estabelece que a referida
política será composta pelos sistemas de atenção
às urgências e emergências estaduais, regionais e
municipais organizadas e que deverá ser instituída
a partir dos componentes fundamentais
estabelecidos no regulamento técnico dos sistemas
estaduais de urgência e emergência.

Portaria nº 1864/2003: Institui o componente pré-


hospitalar móvel por intermédio da implantação de
Serviços de Atendimento Móvel de Urgência
(SAMU), suas centrais de regulação e seus núcleos
de educação em urgência.

Portaria nº 2072/2003: Institui o Comitê Gestor


Nacional de Atenção às Urgências.

Portaria nº 1828/2004: Institui o incentivo financeiro


para adequação da área física das Centrais de
Regulação Médica de Urgência em estados,
municípios e regiões de todo território nacional.

Portaria nº 2420/2004: Constitui Grupo Técnico


(GT), visando avaliar e recomendar estratégias de
intervenção do Sistema Único de Saúde para
abordagem dos episódios de morte súbita.

Anii g.
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alexsandra.anii.g
Capítulo 5

Portaria nº 2657/2004: Estabelece as atribuições


das centrais de regulação médica de urgências e o
dimensionamento técnico para a estruturação e
operacionalização das Centrais SAMU – 192.

Portaria nº 1600/2011: Reformula a Política


Nacional de Atenção às Urgências e institui a Rede
de Atenção às Urgências no Sistema Único de
Saúde.

Portaria nº 1601/2011: Estabelece diretrizes para


implantação do componente Unidades de Pronto
Atendimento (UPA 24h) e o conjunto dos serviços
de urgência 24 horas da Rede de Atenção às
Urgências, em conformidade com a Política
Nacional de Atenção às Urgências.

Portaria nº 2395/2011: Organiza o Componente


Hospitalar da RAU no âmbito do SUS.

Portaria nº 1.010, de 21 de maio de 2012: Redefine


as diretrizes para a implantação do Serviço de
Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) e sua
Central de Regulação das Urgências, componente
da Rede de Atenção às Urgências.
Portaria nº 1.663, de 6 de Agosto de 2012: Dispõe
sobre o Programa SOS Emergências no âmbito da
Rede de Atenção às Urgências e Emergências
(RUE).

77
alexsandra.anii.g
Capítulo 6
Capítulo 5

Serviços Oficiais de Resposta


às Emergências
Diante de uma situação de emergência a chamada
de auxílio deve ser feita de imediato. Também é
importante saber qual é a natureza de sua
emergência para saber qual o serviço deve ser
acionado, de acordo com o que foi passado no
capítulo anterior.

Os telefones de emergência dos principais órgãos


são:

Ao acionar um destes serviços pelo telefone, o


solicitante deve principalmente manter a calma,
para, desta forma, poder repassar as informações
necessárias ao atendente. Assim são empregados os
recursos de acordo com a natureza da ocorrência e
deslocados com precisão e rapidez ao local correto.
As informações básicas que devem ser repassadas
ao atendente de um serviço de emergência são: o
nome da pessoa que esta solicitando o auxílio; o
local exato da emergência com pontos de referência;
o tipo de emergência; quantas pessoas estão
envolvidas ou em risco; E principalmente evitar
trotes, tal atitude é crime.

78
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Capítulo 6

79
alexsandra.anii.g
Capítulo 6

Sistematização da Assistência
de Enfermagem (SAE)
A SAE –  é um instrumento que possibilita ao
Enfermeiro desenvolver o processo de enfermagem
com conhecimento científico, técnico e humano. Por
tratar-se de um processo que exige conhecimento
científico mais aprofundado, amparado no Decreto n
94.406/87 – Art. 8º, a realização da Sistematização da
Assistência de Enfermagem é uma atividade privativa
do enfermeiro. Compreende as seguintes etapas:

Investigação: se baseia na entrevista entre o


profissional com o paciente, por meio da coleta de
dados seje diretos ou indiretos, que possam dar
subsídios e influenciar na tomada de decisões, visto
como um processo contínuo e deliberado, associado
à evidencias, exame físico, exames laboratoriais,
para assim estabelecer parâmetros sobre o nível de
saúde/doença do cliente.

Diagnóstico: os diagnósticos de enfermagem são


julgamentos clínicos sobre as respostas do
individuo, da família ou da comunidade a
problemas de saúde reais ou potenciais e
proporcionam as bases para as seleções de
intervenções de enfermagem. (NANDA  2018).

Anii g.
80
alexsandra.anii.g
Capítulo 6

Planejamento: é a etapa onde é feita uma análise


dos problemas e estabelecimento de prioridades.
Definição das metas a serem alcançadas
(resultados esperados) para cada DE, prescrição
de cuidados de enfermagem.

Implementação: representa a ação, a execução em


si do plano de cuidados de enfermagem.

Avaliação: envolve análise e comparação, antes de


se emitir um julgamento, acerca dos resultados
alcançados.

Anii g.
81
alexsandra.anii.g
Capítulo 6

Atividades e Procedimentos de
Enfermagem
De acordo com o Decreto n° 94.406/87-Art. 8º, que
regulamenta a Lei do exercício profissional, são
atividades privativas do enfermeiro:

Sistematização da Assistência de Enfermagem


(SAE);
Aprazamento de Prescrição Médica;
Classificação de Risco;
Cateterismo Vesical de Demora e de Alívio;
Punção de Port-a-Cath;
Punção de Veia Jugular;
Passagem, cuidados e manutenção de PICC;
Cateterismo umbilical;
Coleta de Gasometria Arterial/ Punção Arterial;
Retirada de Introdutor Vascular;
Administração de Ganciclovir e Quimioterápicos;
Retirada de Drenos;
Terapia de Nutrição Parental;
Sondagem/ Cateterismo Nasoenteral.

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alexsandra.anii.g
Capítulo 6

Vamos agora, conhecer


cada um desses procedimentos

Aprazamento de prescrição médica

Trata-se do planejamento dos horários e intervalos


de administração dos medicamentos, de acordo com a
prescrição médica. Considerando o risco de ocorrência
de interações medicamentosas, as quais podem vir a
prejudicar o processo terapêutico instituído ao
paciente e o conhecimento mais aprofundado do
enfermeiro em farmacologia, o Parecer COREN-SP
036/2013, prevê que esta atividade compete
exclusivamente ao Enfermeiro.

Por outro lado, em decorrência da resposta técnica


do Coren SC 063/CT/2017 este por sua vez, diz que, o
aprazamento é competência da equipe de
enfermagem e recomenda que o Enfermeiro organize
educação permanente para que a equipe de
enfermagem apraze com segurança e conhecimento
científico, no entanto, esse fator muito irá depender
dos protocolos institucionais.

Anii g.
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Capítulo 6

Classificação de Risco
Segundo a Resolução Cofen 423/2012, somente o
enfermeiro tem respaldo legal para realizar esse
procedimento, sendo considerado um trabalho
complexo, que visa ordenar o fluxo de atendimento
com base em ''prioridades clínicas'', e isso nos serviços
de atendimento de Urgência/Emergência.

Emergência (Vermelho): 0 minutos


Muito Urgente (Laranja): 10 minutos.
Urgente (Amarelo): 60 minutos.
Pouco Urgente (Verde): 120 minutos.
Não Urgente (Azul): 240 minutos.

Nem  toda instituição de saúde segue o mesmo


modelo de classificação de risco, por isso faz-se
necessário que a mesma estabeleça protocolos,
normas e rotinas, fluxo de atendimento, partindo da
proposta multidisciplinar, promovendo, inclusive, a
capacitação e treinamento periódicos para a equipe
de enfermagem.

Anii g.
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Capítulo 6

Cateterismo Vesical
Segundo o parecer normativo, aprovado pela
Resolução COFEN nº 450/2013, a inserção de cateter
vesical é função privativa do Enfermeiro, por tratar-se
de um procedimento invasivo e que envolve riscos ao
paciente, como infecções do trato urinário e/ou a
trauma uretral ou vesical.

Ao  Técnico de Enfermagem, compete a realização


de atividades prescritas pelo Enfermeiro no
planejamento da assistência, como  monitoramento e
registro das queixas do paciente,  das condições do
sistema de drenagem, do débito urinário; manutenção
de técnica limpa durante o manuseio do sistema de
drenagem,  coleta de urina para exames;
monitoramento do balanço hídrico  –  ingestão e
eliminação de líquidos; sob supervisão e orientação do
Enfermeiro.

Anii g.
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Capítulo 6

Punção de Port-a-Cath
Segundo o Parecer nº 030/09, do COREN-DF, a
punção de cateter tipo Port-a-Cath deve ser
realizada  exclusivamente pelo Enfermeiro
devidamente treinado e capacitado, com domínio da
técnica e obedecendo aos rigores absolutos de
assepsia, avaliação do sítio de punção, bem como das
condições clínicas do paciente.

Esse procedimento é privativo do enfermeiro devido


a necessidade de conhecimentos técnico-científicos
aprofundados para que os benefícios ultrapassem os
riscos inerentes aos procedimentos invasivos e
garantam a segurança do paciente. É necessário que
este profissional tenha um conhecimento integral da
anatomia vascular e das estruturas subjacentes;
indicações e escolhas precisas do tipo de agulha e das
técnicas de inserção vascular, sempre baseadas nas
necessidades clínicas e na experiência do executor; e
cumpra com uma obediência rigorosa de antissepsia,
assepsia e preceitos técnicos, além do conhecimento
de potenciais complicações.

Anii g.
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Capítulo 6

Punção de Veia Jugular


No parecer nº 10/09, o Conselho Regional de
Enfermagem do DF afirma que a punção de veia
jugular externa pode ser realizada pelo Enfermeiro
desde que esteja treinado e habilitado para o
procedimento, sendo capaz de desempenhar o
procedimento com segurança para si e para o
paciente, além de ser necessário o registro dos
procedimentos através de protocolos institucionais.

Em parecer técnico nº 31/06, emitido pela Câmara


Técnica Assistencial e Gerencial do COREN-MG,
prevê que a punção de veia jugular pode oferecer
riscos, como sangramento, lesão nervosa, disfonia por
lesão do nervo laríngeo, hematomas, dentre outras
complicações. Portanto sua execução exije
conhecimento e destreza para maior respaldo
profissional.

Anii g.
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Capítulo 6

Passagem, cuidados e manutenção de PICC


A passagem e  manutenção  do Cateter Venoso
Central de Inserção Periférica – PICC – é uma função
privativa do profissional Enfermeiro, segundo Art 1º
da Resolução COFEN nº 258/2001. E no Art 2º da
mesma Resolução, completa que para desempenhar
tal atividade, deverá submeter-se à qualificação e ou
capacitação específica,  por uma instituição
credenciada junto ao Conselho Regional de
Enfermagem e Conselho Federal de Enfermagem. Por
outro lado, cabe ao Técnico e ao Auxiliar de
Enfermagem, a manutenção do posicionamento
adequado do paciente, o fornecimento de materiais e
equipamentos para a intervenção.

Anii g.
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Capítulo 6

Cateterismo Umbilical

Frente a complexidade do procedimento, o Art 1º da


Resolução COFEN n° 388/11, normatiza que apenas o
profissional Enfermeiro poderá realizar este
procedimento, desde que seja dotado de
conhecimentos, competências e habilidades que
garantam rigor técnico-científico ao procedimento.

O cateterismo umbilical tem por finalidade


estabelecer uma linha de acesso à circulação
sanguínea do recém-nascido, podendo ser o acesso
venoso ou arterial. Trata-se de um procedimento
invasivo utilizado para a infusão de 4 líquidos,
monitorização de pressão arterial invasiva, coleta de
gasometria arterial, intervenção cardíaca, infusão de
drogas e trocas sanguíneas.

Anii g.
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alexsandra.anii.g
Capítulo 6

Coleta de Gasometria Arterial


Segundo Parecer COREN-SP CAT Nº21/2009 e
Resolução COFEN nº 390/2011, por tratar-se de um
procedimento mais complexo, com maiores riscos, que
exige avaliação e conduta imediata em caso de
possíveis complicações, cabe ao profissional
Enfermeiro (dentre os profissionais de Enfermagem),
de forma exclusiva, a punção arterial, tanto para fins
de gasometria como para monitorização da pressão
arterial invasiva.

O exame de gasometria arterial é realizado pela


coleta de sangue arterial, através da inserção de uma
agulha na artéria do indivíduo (punção arterial). Este
procedimento requer uma série de cuidados prévios
que vão desde a escolha do melhor local, até a
avaliação clínica do paciente e verificação de
medicamentos de uso habitual da pessoa, os quais
possam vir a causar sangramentos. Tais cuidados
acabam sendo essenciais para que não ocorram uma
série de complicações.

Anii g.
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alexsandra.anii.g
Capítulo 6

Retirada de Introdutor Vascular


Segundo Parecer COREN-SP 007/2012 – CT, a
retirada de introdutor vascular em unidade de terapia
intensiva e em serviços de hemodinâmica, após
avaliação de diversos estudos e dos riscos inerentes,
concluiu-se que deve ser realizado exclusivamente
pelo enfermeiro, devidamente treinado, capacitado e
seguro para sua execução. Além disso, recomenda-se
a existência de protocolo institucional que contenha o
procedimento e os devidos cuidados preconizados.

Administração de Ganciclovir e Quimioterápicos


Este procedimento apresenta normas técnicas
rigorosas de biossegurança determinadas pela NR-32.
Ante o exposto, conclui-se que os procedimentos
de preparo e administração (instalação) do Ganciclovir
ou de quimioterápicos é de competência exclusiva do
Enfermeiro devidamente treinado, respeitando-se as
normas de biossegurança vigentes.

Retirada de Drenos
Segundo Parecer COREN-SP 053 /2013 – CT, a
retirada dos drenos pleural, mediastinal, sucção e
tubular competem exclusivamente ao Enfermeiro,
desde que prescritos pelo médico. Cabe aos auxiliares
e técnicos de enfermagem, os cuidados com estes
drenos, de acordo com as prescrições de enfermagem
realizadas pelo enfermeiro na SAE.

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Capítulo 6

Terapia de Nutrição Parenteral

Segundo a Norma Técnica que dispõe sobre a


Atuação da Equipe de Enfermagem em Terapia
Nutricional, aprovada pela Resolução Cofen nº
453/2014, é atividade exclusiva do enfermeiro:
Instalar a solução parenteral, garantindo os  13
certos na administração segura de medicamentos;
Garantir a via de administração correta,
lembrando que a grande maioria é de
administração exclusiva central, por meio de PICC
ou cateter venoso central.
Receber a solução parenteral da farmácia,
assegurar sua conservação até completa
administração;
Proceder à inspeção visual da solução parenteral
antes de sua infusão.
Assegurar a manutenção e permeabilidade da via
de administração da Nutrição Parenteral.
Assegurar que qualquer outra droga, solução ou
nutrientes prescritos, não sejam infundidos na
mesma via de administração da solução
parenteral, sem a autorização formal da Equipe
Multiprofissional de Nutrição Parenteral (EMNP).

Cabe ao técnico de enfermagem promover cuidados


gerais aos pacientes em TNP conforme a prescrição
de enfermagem ou protocolo pré-estabelecido;

Anii g.
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Capítulo 6

Vias Parenterais Perifericas

45° 25°
90° 10° - 15°

Vale salientar que, a administração de drogas pelas


vias parenterais citadas acima e de menor
complexidade, podem ser realizadas tanto pelo técnico
de enfermagem, como também pelo auxiliar de
enfermagem, desde que supervisionados pelo
enfermeiro e conforme protocolos institucionais.

Anii g.
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alexsandra.anii.g
Capítulo 6

Sondagem/ Cateterismo Nasoenteral


Segundo a Norma Técnica para Atuação da Equipe
de Enfermagem em Terapia Nutricional,  aprovada
pela Resolução Cofen nº 0453/2014, é competência
exclusiva do Enfermeiro:
Realizar a passagem da sonda nasoenteral;
Garantir a realização do exame radiológico (Raio-
X) visando a confirmação da localização da sonda;
Prescrever os cuidados de enfermagem;
Registrar em prontuário todas as ocorrências e
dados referentes ao paciente e à TNE;  
Garantir que a troca da NE, sondas e equipo seja
realizada em consonância com o préestabelecido
pela EMTN, em conjunto com a CCIH;

Por ser considerada uma terapia de alta


complexidade, é proibido a execução de ações
relacionadas à TN pelos Auxiliares de Enfermagem.

Anii g.
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alexsandra.anii.g
Capítulo 6

Os 13 certos na Administração
de Medicamentos
Prescrição correta;
Paciente certo;
Medicamento certo;
Validade certa;
Forma / apresentação certa;
Dose certa;
Compatibilidade certa;
Orientação ao paciente;
Via de administração certa;
Horário certo;
Tempo de administração certo;
Ação certa;
Registro certo;

Anii g.
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Capítulo 6

Jornada de Trabalho vs Equilibrio Emocional


O projeto de lei (PL) inscrito sob número 2295,
desenvolvido no ano de 1999 e apresentado em
11/01/2000 pelo então senador da república Lúcio
Alcântara do PSDB/CE, dispõe sobre a  jornada de
trabalho dos enfermeiros, técnicos e auxiliares de
enfermagem, alterando a lei nº 7.498 de 1986, fixando
a jornada de trabalho em seis horas diárias e trinta
horas semanais. Esta lei está sujeita a apreciação do
plenário por 20 anos e é uma das principais
reivindicações dos profissionais de enfermagem.

O objetivo é estabelecer um limite máximo na


jornada de trabalho, dentro de uma localidade
institucional. Na lei do exercício profissional não há
fixação de carga horária e por isso, existe abusos
institucionais e dados que nos mostram que o excesso
de trabalho vem gerando inúmeros problemas para a
classe desses trabalhadores.

Com base em dados da OMS, o próprio processo de


trabalho desses profissionais já apresenta a
necessidade do estabelecimento de uma carga
horária máxima. Indubitavelmente o convívio com a
doença, morte, o tempo de exposição excessivo a
patógenos fatais, além das emoções negativas levam
esses profissionais a sérias implicações psíquicas e
físicas. É uma profissão especial e por isso deve possui
condições para o seu exercício.

Anii g.
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alexsandra.anii.g
Capítulo 6

Desta forma, deve ser compreendido por toda a


sociedade a importância da apreciação desse projeto
de lei que apresenta o estabelecimento de carga
horária de 30 horas para a enfermagem como
período máximo de atividade dentro de uma
instituição. Lembrando que todos nós estamos sujeitos
a encontrar profissionais que sofrem de descaso
social, em momento de fragilidade de nossas vidas.
Essas pessoas precisam estar bem, inclusive para
cuidar das pessoas que as esquecem como pessoas.

Especialistas em Direito Trabalhista, conforme o


projeto de lei em questão e outros relacionados (PL
6787/2016 e Lei nº 13.429/2017), afirmam que a
adoção máxima de 30 horas semanais resultará em
redução proporcional da remuneração, além de gerar
a possibilidade de serem contratados via
terceirização.

De um lado, nota-se preocupação em manter a


saúde mental devido à sobrecarga de trabalho, e do
outro, avalia-se a redução do valor salarial para os
profissionais que mantêm dois empregos. Por isso, é
essencial que as discussões permaneçam a fim de
buscar um denominador comum que seja vantajoso
para as ambas as partes envolvidas. No entanto o
que deve valer é a preferência desses profissionais.

Anii g.
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alexsandra.anii.g
Capítulo 6
O sucesso individual é algo almejado por todos, no
entanto, muito se questiona estas atribuições quando
acontece de pessoas com alto QI de inteligência não
se saírem bem na carreira, enquanto que pessoas sem
essa classificação alcançam o auge. Através da
experiência ou do aprendizado não existe muita
possibilidade de se altera-lo, enquanto que as
aptidões emocionais podem ser aprendidas e
aprimoradas ao longo do desenvolvimento do
indivíduo.

Em qualquer profissão existem desafios a serem


enfrentados, e o profissional inteligente é aquele que
não tem medo de superá-los. Na Enfermagem, o
desafio maior é conseguir o reconhecimento da
sociedade, mas para isso o enfermeiro deve primeiro
reconhecer-se como pessoa, capaz e competente, e
que deve ter equilíbrio emocional para trabalhar com
uma equipe. Uma vez que, vivemos no mundo da
auto-suficiência, achando muitas vezes que podemos
resolver tudo sozinhos. No entanto, as melhores ações
são aquelas feitas em conjunto.

Escolher bem a profissão que vamos seguir carreira


cabe a cada um de nós. Entretanto, às vezes. alguns
valores nos colocam diante de escolhas não favoráveis
às nossas aptidões e o resultado é a formação de um
profissional frustado que não consegue crescer dentro
do seu trabalho. Então, vive melhor emocionalmente
aqueles que fazem o que gostam e, assim, conseguem
crescer profissionalmente.

Anii g. 98
alexsandra.anii.g
REFERÊNCIAS
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