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IV
DIREITOS POLÍTICOS
Vamos assistir um
vídeo sobre direitos
políticos

#AGUEXPLICA

2
Conceito:
Clique para adicionar foto  São os direitos destinados a
assegurar a soberania
popular, dando ensejo a
possibilidade do cidadão
interferir nas decisões
políticas do Estado (direta ou
indiretamente).
 Art. 14 da CF – traz um rol
exemplificativo.
 Outro exemplo: é a Ação
Popular.
3
INSTRUMENTOS DE EXERCÍCIO
DA SOBERANIA POPULAR Art. 14 CF/88

CONSULTAS POPULARES
PLEBISCITO e REFERENDO
Através destes o povo é chamado a manifestar, diretamente, a sua vontade
política;
Decidindo, nos termos do art. 3.º Lei 9.709/98, sobre: (1) matérias de relevância
nacional, de competência do Poder Legislativo ou do Poder Executivo e (2) no
caso do §3.º do art. 18 da CF;
Art. 49, XV, CF - competência do Congresso Nacional
Art. 3.º da Lei 9.709/98: Serão convocados mediante Decreto Legislativo, por
proposta de um 1/3, no mínimo, dos membros que compõem qualquer das Casas
do Congresso Nacional.
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INSTRUMENTOS DE EXERCÍCIO CURIOSIDADE: Proposta de
Reccal - Referendo
DA SOBERANIA POPULAR revogatório de mandato

CONSULTAS POPULARES
REFERENDO
PLEBISCITO
Art. 14, II, da CF e art. 2º, § 2º da Lei
Art. 14, I, da CF e art. 2º, §1º da Lei 9.709/98.
9.709/98.
Consulta posterior ao eleitorado –
Consulta prévia ao eleitorado – DEPOIS QUE A LEI OU ATO NORMATIVO
ANTES DA CRIAÇÃO DA LEI OU ATO JÁ FOI EDITADO OU JÁ FOI TOMADA A
NORMATIVO OU DA TOMADA DE DECISÃO ADMINISTRATIVA.
DECISÃO ADMINISTRATIVA.
Ex.: Referendo de 2005 - consulta sobre
Ex.: Plebiscito de 1993 – consulta a proibição do comércio de armas de
sobre forma de governo (monarquia ou fogo no país (alteração do art. 35 do
república) e sistema de governo Estatuto do Desarmamento - Lei nº
(parlamentarismo ou presidencialismo). 10.826/ 2003)
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PLEBISCITO REFERENDO
“A Constituição Federal prevê que uma das formas de exercício da soberania
popular será a realização de consultas à população, por meio de plebiscito e
referendo (CF, art. 14), que deverão ser autorizados pelo Congresso Nacional
(CF, art. 49, XV). O plebiscito e referendo são consultas formuladas ao povo para
que delibere sobre matéria de acentuada relevância, de natureza
constitucional, legislativa ou administrativa. O plebiscito é convocado com
anterioridade a ato legislativo ou administrativo, cabendo ao povo, pelo voto,
aprovar ou denegar o que lhe tenha sido submetido. O referendo é convocado
com posterioridade a ato legislativo ou administrativo, cumprindo ao povo a
respectiva ratificação ou rejeição. A distinção entre os institutos é feita levando-
se em conta o momento da manifestação dos cidadãos: se a consulta à
população é prévia, temos o plebiscito; se a consulta à população sobre
determinada matéria é posterior à edição de um ato governamental, temos o
referendo.” (Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino)
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INSTRUMENTOS DE
EXERCÍCIO DA SOBERANIA
POPULAR AÇÃO POPULAR
INICIATIVA POPULAR
 Constituição Federal - art. 5.º, LXXIII
 Instrumento voltado a criação de
projetos de lei pelo povo brasileiro;
 Lei da Ação Popular (n.º 4.717/65)
 Âmbito federal - art. 14, III e art. 61, §2º,  Instrumento de questionamento
CF judicial, pelo cidadão, das decisões
tomadas pela Administração Pública;
 Apresentação de projeto de lei à Câmara
dos Deputados;  Qualquer cidadão pode ajuizar a ação
 Assinatura de, no mínimo, 1% do popular para evitar ou reparar lesão ao
eleitorado nacional; patrimônio público, ao meio ambiente,
à moralidade administrativa e ao
 Distribuídos em, pelo menos, 5 Estados patrimônio histórico e cultural.
da Federação e com no mínimo 0,3% do
eleitores de cada um deles.
7
DIREITO DE SUFRÁGIO –
art. 14 CF
 Direito do povo;
 Forma de exercício da soberania popular;
 Envolve 2 aspectos:
a) Alistabilidade – direito de votar (capacidade eleitoral
ativa);
b) Elegibilidade – direito de ser votado (capacidade
eleitoral passiva);

 Características do voto no Brasil:


1. Direto; 2. Secreto;
3. Universal 4. Periódico
5. Livre 6. Igualitário

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Alistamento Eleitoral

“O alistamento eleitoral, mais que


mero ato de integração do indivíduo
ao universo dos eleitores, é a
viabilização do exercício efetivo da
soberania popular, através do voto e,
portanto, a consagração da
cidadania.” (Joel José Cândido –
Direito Eleitoral Brasileiro)

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Alistabilidade – art. 14, CF

 Direito de votar (capacidade eleitoral ativa) nas eleições, nos


plebiscitos e referendos;
 Obrigatório: maiores de 18 e menores de 70 anos; (§1.º, inc. I)
 Facultativo: maiores de 16 e menores de 18 anos, maiores de 70
anos e analfabetos; (§1.º, inc. II)
 Proibido: menores de 16 anos, estrangeiros e conscritos; (§2.º)
 Exceção a proibição: português equiparado (só após a decisão do
Ministro da Justiça, mediante Portaria).

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Alistamento eleitoral
dos índios:
Art 4º, Estatuto do Índio (Lei n.º 6.001/1973): os índios são considerados
(I) isolados; (II) em vias de integração; e (III) integrados.
Como o voto no Brasil é obrigatório, os índios são obrigados a votar se
tiverem mais de 16 anos e se forem alfabetizados na Língua Portuguesa.
 Código Eleitoral (Lei nº 4.737/1965) veda o alistamento eleitoral daqueles
que não saibam se exprimir na língua nacional.
Portanto, para os índios: (1) integrados à sociedade e alfabetizados: o
alistamento eleitoral e o voto são OBRIGATÓRIOS.
(2) não integrados e não alfabetizados: o voto é FACULTATIVO
11
Alistamento eleitoral e
voto dos índios:
“Alistamento. Voto. Indígena. Categorização estabelecida em lei especial. 'Isolado'.
'Em vias de integração'. Inexistência. Óbice legal. Caráter facultativo. [...] 1. A atual
ordem constitucional, ao ampliar o direito à participação política dos cidadãos,
restringindo o alistamento somente aos estrangeiros e aos conscritos, enquanto no serviço
militar obrigatório, e o exercício do voto àqueles que tenham suspensos seus direitos
políticos, assegurou-os, em caráter facultativo, a todos os indígenas,
independentemente da categorização estabelecida na legislação especial
infraconstitucional anterior, observadas as exigências de natureza constitucional e
eleitoral pertinentes à matéria, como a nacionalidade brasileira e a idade mínima. 2. Os
índios que venham a se alfabetizar, devem se inscrever como eleitores, não estando
sujeitos ao pagamento de multa pelo alistamento extemporâneo, de acordo com a
orientação prevista no art. 16, parágrafo único, da Res.-TSE 21.538, de 2003. [...]”
(Ac. de 6.12.2011 no PA nº 180681, rel. Min. Nancy Andrighi.)

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Capacidade eleitoral passiva
Direito de ser votado.
 Condições cumulativas de elegibilidade (art. 14, §3.º
e §4.º, CF):
1. Nacionalidade brasileira: natos e naturalizados;
Exceção – português equiparado que esteja a mais de 3
anos no Brasil (cf. Portaria nº 623/2020 do Ministério da
Justiça);
2. Pleno exercício dos direitos políticos;
3. Alistamento eleitoral;
4. Domicilio eleitoral na circunscrição;
5. Filiação partidária;
6. Ser alfabetizado.
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Idade mínima para se candidatar a cargos
públicos:
Art. 14, §3.º, VI, CF/88
 35 anos - para Presidente e Vice-Presidente
da República e Senador;
 30 anos - para Governador e Vice-
Governador de Estado e do Distrito Federal;
 21 anos - para Deputado Federal, Deputado
Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e
Juiz de Paz;
 18 anos - para Vereador.
 OBS: A idade mínima será verificada no
momento da posse no cargo público e não
no momento do registro da candidatura.
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Alistabilidade vs.
Elegibilidade
“[...] a obtenção do título de eleitor não permite ao cidadão o
exercício de todos os direitos políticos. O gozo integral de tais
direitos depende do preenchimento de outras condições que só
gradativamente se incorporam ao cidadão. É o que acontece, por
exemplo, com o direito de ser votado (capacidade eleitoral passiva),
que não é adquirido com o mero alistamento eleitoral. [...] Em
outras palavras: todo aquele que possui a capacidade eleitoral
passiva (elegibilidade) possui, também, a capacidade eleitoral ativa
(alistabilidade). Porém, nem todo aquele que dispõe da capacidade
eleitoral ativa é detentor da capacidade eleitoral passiva. Por
exemplo, o analfabeto e o menor entre dezesseis e dezoito anos
possuem a capacidade eleitoral ativa (alistabilidade); porém, não
dispõem da capacidade eleitoral passiva (elegibilidade).” (Vicente
Paulo e Marcelo Alexandrino)

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CURIOSIDADE
Candidaturas coletivas
 Um grupo se une para “dividir” uma vaga no Legislativo. Em vez de
votar em apenas uma pessoa para o cargo, é possível votar no
coletivo.
 Os candidatos, em conjunto, participam das sessões e discussões
em plenário e integram Comissões das Casas Parlamentares, porém,
independentemente da quantidade de pessoas do coletivo eleito
(não há limite de pessoas para integrar a candidatura), o voto deles
contará somente como um dentro do Legislativo;
 Mesmo que as decisões e a vaga sejam compartilhadas com o grupo,
é preciso que a candidatura coletiva tenha um titular, responsável
pela vaga de maneira oficial, que assinará os relatórios, os projetos
de lei, votará em plenário e receberá o subsídio do cargo.
 Para o ministro do TSE Carlos Horbach, do ponto de vista jurídico, as
candidaturas coletivas “não existem”, porque sempre haverá um
“titular” da vaga representando o coletivo. 16
Candidaturas
coletivas:
 Em dezembro de 2021, o TSE autorizou que nas urnas apareça o nome do
coletivo ao lado do “titular” da candidatura.
 De acordo com as informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE),
houveram 213 coletivos de candidatura inscritos para as eleições de 2022.
 64% das candidaturas coletivas apresentadas foram para deputado
estadual ou distrital. Outras 34% foram para deputado federal. E 2% para o
Senado (algo inédito).
(Fonte: congressoemfoco.uol.com.br)

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Segundo Ministro
Luís Edson Fachin:
 “A chamada candidatura coletiva representa apenas
um formato de promoção da candidatura, que permite
à pessoa que se candidata destacar seu engajamento
em movimento social ou em coletivo. Esse engajamento
não é um elemento apto a confundir o eleitorado, mas,
sim, a esclarecer sobre o perfil da candidata ou do
candidato”.
 A permissão “concretiza diretriz de democratização da
participação política” e não colide com regras
eleitorais, pois a candidatura em si continua a ser
individualizada.
(Fonte: https
://www.poder360.com.br/justica/tse-permite-inclusao-de-nome-de-candidaturas-col
etivas-nas-urnas-em-2022
/).
18
INELEGIBILIDADE

A r t . 1 4 , § 4 º a 9 º , C F.
NOME DO
A P R E S ENTA D O R
E-MAIL
SITE

19
INELEGILIDADE:
 É a falta de capacidade para ser votado (ausência de capacidade eleitoral
passiva);
 Trata-se de impedimento à candidatura a mandato eletivo nos Poderes
Executivo e Legislativo;
 A própria CF elenca certas hipóteses (não taxativas) de inelegibiidade (art.
14, §4.° ao §7.°), no entanto outras podem ser previstas em Lei
Complementar (art. 14, §9.º);
 “A inelegibilidade importa no impedimento temporário da capacidade
eleitoral passiva do cidadão, que consiste na restrição de ser votado, não
atingindo, portanto, os demais direitos políticos, como, por exemplo, votar e
participar de partidos políticos”. (Fonte: tse.jus.br)

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INELEGILIDADE:
 No Brasil existem duas espécies de inelegibilidade:
a) inelegibilidade absoluta – incapacidade de ser votado para qualquer cargo
eletivo;
b) inelegibilidade relativa - incapacidade de ser votado para alguns cargos eletivos
específicos.
→ Casos de inelegibilidade absoluta: analfabetos e os não alistáveis (estrangeiros e
conscritos durante o período de serviço militar)
→ Casos de inelegibilidade relativa: por motivos funcionais admite-se apenas a
reeleição para um único período subsequente (art. 14, §5.º da CF); por motivos de
casamento, parentesco e afinidade (art. 14, §7.º da CF); nas hipóteses trazidas na Lei
das Inelegibilidades (LC 64/1990), alterada pela Lei da Ficha Limpa (LC 135/2010) - art.
14, §9.º da CF; e etc.
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TÍTULO DA APRESENTAÇÃO 22
INELEGIBILIDADE PELA REELEIÇÃO

 Art. 14, §5º da CF: O Presidente da República, os


Governadores de Estado e do Distrito Federal, os
Prefeitos e quem os houver sucedido, ou
substituído no curso dos mandatos poderão ser
reeleitos para um único período subsequente.

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IMPORTANTE:
 O limite de reeleição só é aplicado aos Chefes do Poder Executivo
(Presidente, Governador e Prefeito).
 Os membros do Poder Legislativo não são atingidos por essa
limitação, sendo possível a estes várias reeleições consecutivas.
 A reeleição não exige a descompatibilização, ou seja, é possível se
candidatar ao segundo mandato consecutivo no mesmo cargo,
sem a necessidade de afastamento.
 Essa inelegibilidade também se aplica àquele que assumiu o cargo
por suceder o anterior.

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Desincompatibiliza- Fonte: TSE
ção eleitoral
 trata-se da ação de ocupantes de cargos no serviço público que devem se afastar do seu posto,
emprego ou função na Administração Pública direta ou indireta para poder se candidatar a um
cargo eletivo.
 é a liberação legal para o cidadão se candidatar e concorrer em uma eleição, no entanto, para
isto, o pré-candidato deverá observar, caso a caso, os prazos constantes da Lei de Inelegibilidade
e da jurisprudência eleitoral.
 essa regra visa impedir que o servidor, no uso do cargo, função ou emprego público, utilize-se da
Administração Pública em benefício próprio, evitando-se, dessa forma, que haja abuso de poder
econômico ou político nas eleições por meio do uso da estrutura e recursos aos quais o servidor
tem acesso.
 vale para servidores públicos efetivos ou comissionados, dirigentes ou representantes de
autarquias, fundações, empresas, cooperativas, instituições de ensino que recebam verbas
públicas; e dirigentes ou representantes de órgãos de classe como sindicatos e conselhos de
classe.
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Perguntas e respostas Retirado do livro Curso de
Direito Constitucional - Flávio
sobre reeleição: Martins.

PERGUNTA RESPOSTA
Membro do Poder Legislativo pode se reeleger? SIM, não havendo limitação para mandatos
consecutivos
Chefe do Poder Executivo pode se reeleger para SIM, art. 14, § 5º da CF
um segundo mandato consecutivo?
Chefe do Poder Executivo pode se reeleger para SIM, não há vedação constitucional
um terceiro mandato NÃO consecutivo?
Chefe do Poder Executivo pode se candidatar SIM, desde que renuncie o mandato seis meses
para um segundo mandato para vice? antes do pleito

Chefe do Poder Executivo reeleito para um NÃO, por conta da probabilidade de assumir a
segundo mandato consecutivo pode se titularidade, ainda que seja como substituto.
candidatar a vice para um terceiro mandato?
TÍTULO DA APRESENTAÇÃO 26
Perguntas e respostas Retirado do livro Curso de
Direito Constitucional Flávio
sobre reeleição: Martins.

PERGUNTA RESPOSTA
Vice pode se candidatar para um segundo SIM, art. 14, § 5º da CF
mandato consecutivo?

Vice pode se candidatar para um terceiro NÃO, por conta da vedação constitucional (art.
mandato consecutivo? 14, § 5º da CF)
Vice reeleito para um segundo mandato SIM, desde que não tenha substituído o titular
consecutivo pode se candidatar ao cargo de nos últimos seis meses do mandato
titular?
Vice que sucedeu o titular durante o seu mandato SIM, ao suceder assume o cargo de titular. Por
poderá se reeleger? isso poderá se reeleger para um segundo
mandato consecutivo.
TÍTULO DA APRESENTAÇÃO 27
INELEGIBILIDADE PARA
OUTROS CARGOS:
 Art. 14, §6º, CF: Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da
República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos
devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do
pleito.
 Aplica-se aos Chefes do Executivo que queiram se candidatar a outro
cargo público eletivo. Ex: Prefeito quer se candidatar a Governador;
Governador quer se candidatar a Senador.
 Os interessados deverão renunciar de seus mandatos até seis meses
antes das eleições.

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IMPORTANTE:
 Esta inelegilidade também se aplica àqueles que ocuparam a
titularidade do Poder Executivo, ainda que de forma temporária, no
prazo de seis meses antes do pleito.
 Decisão do STF: “Presidente da Câmara Municipal que substitui ou sucede
o Prefeito nos seis meses anteriores ao pleito é inelegível para o cargo de
vereador, CF, art. 14, § 6º da CF”. (RE 345.822)
 Vice que se tornou titular e quer ser candidato a vice: decisão do TSE –
“Se o vice que se tornou titular desejar ser eleito para o cargo de vice,
deverá renunciar ao mandato de titular que ocupa até seis meses antes
do pleito, para afastar a inelegibilidade.” (Res. 22.763/2008)

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IMPORTANTE:
 Art. 1º, §2º da Lei 64/90 - o vice poderá se candidatar a outros cargos
eletivos, sem a necessidade de renunciar, desde que não tenham
substituído ou sucedido o titular nos 6 últimos meses do mandato.
 Não se aplica essa regra aos ocupantes de cargos no Poder Legislativo.
Somente àqueles que ocuparam a cadeira de Chefe do Executivo.
 Desta forma, poderá o Senador se candidatar a Presidente, sem que
tenha que renunciar ao atual mandato, assim como também pode o
Deputado se candidatar a Prefeito sem ter que renunciar.

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INELEGIBILIDADE REFLEXA
(por parentesco):
Art. 14, §7º da CF: “São inelegíveis, no território de jurisdição* do titular, o
cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou
por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou
Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído
dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato
eletivo e candidato à reeleição”.
→ Assim, alguns parentes do Chefe do Poder Executivo não podem se
candidatar a cargos públicos na mesma circunscrição*.
→ Essa inelegibilidade também não se aplica aos membros do Poder
Legislativo.
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INELEGIBILIDADE REFLEXA
“Resumindo o conteúdo do artigo 14, §7°, da Constituição, alguns parentes
do Prefeito não podem se candidatar no mesmo município, bem como
alguns parentes do Governador não podem se candidatar no mesmo
Estado e, por fim, parentes do Presidente não poderão se candidatar em
todo o país. Quanto a esse último caso, o filho do ex-presidente Lula tentou
se candidatar a vereador enquanto o pai era Presidente da República.
Evidentemente não conseguiu: ‘O art. 14, §7°, CR, abarca hipótese de
candidatura ao cargo de Vereador, quando o candidato é parente (cônjuge
e parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção) do
Presidente da República’ (TSE, Ac. de 18.9.2008 no REsp n. 29.730, rel. Min.
Felix Fischer).” (Flávio Martins Alves Nunes Júnior)

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QUAIS PARENTES SÃO
INELEGÍVEIS?
1. Cônjuge (marido ou mulher);
2. Companheiro ou companheira vivendo em união estável, inclusive os
companheiros de uniões homoafetivas, uma vez que a matéria já foi
decidida pelo TSE;
3. Parentes consanguíneos (vínculo de sangue) ou por adoção ou afins
(vínculo de casamento) até o segundo grau;

Súmula Vinculante n.º 18: “A dissolução da sociedade ou do vínculo


conjugal, no curso do mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no §7°
do art. 14 da Constituição Federal".

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Súmula Vinculante n.º
18:

“O que orientou a edição da Súmula Vinculante 18 e os recentes precedentes do


STF foi a preocupação de inibir que a dissolução fraudulenta ou simulada de
sociedade conjugal seja utilizada como mecanismo de burla à norma da
inelegibilidade reflexa prevista no $ 7° do art. 14 da Constituição. Portanto, não
atrai a aplicação do entendimento constante da referida súmula a extinção do
vínculo conjugal pela morte de um dos cônjuges“. (RE 758.461, rel. Min. Teori
Zavascki).

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E os parentes do vice também são inelegíveis?

Segundo TSE, os parentes do vice somente serão inelegíveis:


1) se este substituiu o titular nos últimos seis meses do
mandato; ou
2) se este sucedeu o titular a qualquer momento do
mandato. (Res. 22.245, de 08.06.2006, Rel. Min. José Delgado)

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36
IMPORTANTE:
 Parentes que NÃO OCUPAM cargos eletivos podem se candidatar
simultaneamente a quaisquer cargos públicos. (Ex: enquanto o marido
se candidata a Governador, a esposa se candidata a Presidente da
República).
 Em outra circunscrição os parentes poderão se candidatar. (Ex: a esposa
do governador poderá se candidatar em outro Estado, bem como o
filho do Prefeito poderá se candidatar na cidade vizinha)
 Se o titular renunciar ao mandato seis meses antes do pleito, seus
parentes poderão se candidatar a outros cargos eletivos.

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IMPORTANTE:
Mas e para o mesmo cargo público do titular?
A renúncia do titular 6 meses antes do pleito permite que o parente se
candidate ao mesmo cargo?
R: Não.
Súmula 6 do TSE – “São inelegíveis para o cargo de chefe do Executivo o
cônjuge e os parentes, indicados no §7º do art. 14 da Constituição Federal, do
titular do mandato, salvo se este, reelegível, tenha falecido, renunciado ou se
afastado definitivamente do cargo até seis meses antes do pleito”.

38
IMPORTANTE:
Por fim, há uma exceção, prevista na parte final do art. 14, §7º, CF
(“...salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição”):
→ Assim se o parente do Chefe do Poder Executivo já ocupava anteriormente
um cargo público eletivo, poderá candidatar-se à reeleição.
Ex.: se a esposa de um vereador é eleita Prefeita, Governadora ou
Presidente, o vereador poderá se candidatar à reeleição, por várias vezes
seguidas.
→ Isso porque entende-se que sua primeira eleição não se deu por influência
do parente que é chefe do Executivo (ele já ocupava o cargo público eletivo
anteriormente).

39
Inelegibilidade
do militar:
Art. 14, §8º, CF: O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes
condições:
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da
atividade;
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela
autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato
da diplomação, para a inatividade.
→ aplicável ao militar alistável, ou seja aquele que pode votar.
40
Inelegibilidade do
militar:
A CF/88 deu tratamento diferente aos militares:
1) com menos de 10 anos de atividade → para se candidatarem deverão se
afastar da atividade militar, tornando-se inativos.
2) com mais de 10 anos de atividade → poderão se candidatar, todavia
deverão se afastar temporariamente (serão agregados) e, caso sejam eleitos,
passam automaticamente para a inatividade.
Nesse sentido, decidiu o STF: “...diversamente do que sucede ao militar com
mais de dez anos de serviço, deve afastar-se definitivamente da atividade o
servidor militar que, contando menos de dez anos de serviço, pretenda
candidatar-se a cargo eletivo." (RE 279.469,Min, Cezar Peluso)

41
Inelegibilidade do militar:
Antinomia entre o art. 14, §3°, V, CF (filiação partidária como condição de
elegibilidade) e o art. 142, §3°, V, CF (que coloca que "o militar, enquanto em
serviço ativo, não pode estar filiado a partidos políticos").
O TSE resolveu que o militar poderá se candidatar sem filiação partidária,
devendo apenas ser indicado pelo partido político. Se eleito filiar-se-á
imediatamente ao partido.
Resolução do TSE n.º 21.608/2004: “A filiação partidária contida no art. 14, §3°,
V, Constituição Federal não é exigível ao militar da ativa que pretenda concorrer
a cargo eletivo, bastando o pedido de registro de candidatura após prévia
escolha em convenção partidária”.

42
Memorizando:

43
Inelegilidade prevista em
Lei Complementar
 Art. 14, §9º, CF: “Lei complementar estabelecerá outros casos de
inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a
probidade administrativa, a moralidade para o exercício de
mandato, considerada a vida pregressa do candidato, e a
normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do
poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou
emprego na administração direta ou indireta.”
 Lei Complementar: n.º 64/1990 (Lei de inelegibilidades) alterada
pela Lei n.º 135/2010 (Lei da ficha limpa).

44
Lei das
Inelegibilidades (LC 64/1990)
→ Por meio da Lei Complementar que regulamenta o art. 14, §9.º da CF/88 estabeleceu-se 5
grupos de inelegibilidades:
(1) condenações judiciais eleitorais, criminais ou por improbidade administrativa,
proferidas por Órgão colegiado;
(2) rejeição de contas relativas ao exercício do cargo ou função pública;
(3) perda de cargo (eletivo ou de provimento efetivo), incluindo-se as aposentadorias
compulsórias de magistrados e membros do Ministério Público e, para os militares, a
indignidade ou incompatibilidade com o oficialato;
(4) renúncia a cargo político eletivo diante da iminência da instauração de processo capaz
de ocasionar a perda do cargo; e
(5) exclusão do exercício de profissão regulamentada, por decisão do órgão profissional
respectivo, por violação de dever ético-profissional.
45
Ação de Impugnação
de Mandato Eletivo
Art. 14, §10, CF: “O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no
prazo de 15 dias contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do
poder econômico, corrupção ou fraude”.
Art. 14, §11, CF: “A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça,
respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé”.
A AIME é uma ação eleitoral que tramita perante a Justiça Eleitoral e que tem por
objeto impugnar o mandato eletivo alcançado com abuso de poder econômico,
corrupção ou fraude.
O procedimento da AIME [...] previsto nos artigos 3° a 16, da Lei Complementar 64/90
(conforme Resolução n. 23.372/2011 do TSE, art. 170).

46
Emenda Constitucional
nº 111, de 2021

Art. 14, §12, CF: “Serão realizadas concomitantemente às eleições municipais


as consultas populares sobre questões locais aprovadas pelas Câmaras
Municipais e encaminhadas à Justiça Eleitoral até 90 (noventa) dias antes da
data das eleições, observados os limites operacionais relativos ao número de
quesitos”
Art. 14, §13, CF: “As manifestações favoráveis e contrárias às questões
submetidas às consultas populares nos termos do §12 ocorrerão durante as
campanhas eleitorais, sem a utilização de propaganda gratuita no rádio e na
televisão.”

47
PERDA E SUSPENSÃO DOS DIREITOS
POLÍTICOS:
 A CF em seu art. 15 traz expressamente que é “vedada a
cassação de direitos políticos”, ou seja, a sua retirada arbitrária.

Admite-se, por outro lado, a:

PERDA SUSPENSÃO

ou
prazo indeterminado prazo determinado

48
Memorizando: Quadro retirado do livro Curso de
Direito Constitucional – Flávio
Martins

alterada pela Lei 14.230/2021


01/02/20XX
IV - “recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou
prestação alternativa, nos termos do art. 5°, VIII”
A chamada “escusa de consciência” é um direito fundamental, previsto no artigo 5°, VIII, CF.
Diante de uma obrigação a todos imposta, a pessoa poderá alegar escusa de consciência (razões
filosóficas, religiosas ou políticas) para não cumpri-la.
Todavia, terá que cumprir uma prestação social alternativa, sob pena de ter suspensos os seus
direitos políticos.
Exs: (1.º) art. 4°, §2° da Lei 8.239/91 (que dispõe sobre o serviço alternativo ao serviço militar
obrigatório) prevê: “suspensão dos direitos políticos do inadimplente, que poderá, a qualquer
tempo, regularizar sua situação mediante cumprimento das obrigações devidas".
(2.º) O CPP, ao tratar da dispensa do jurado pela escusa de consciência, prevê que "a recusa ao
serviço do júri fundada em convicção religiosa, filosófica ou política importará no dever de prestar
serviço alternativo, sob pena de suspensão dos direitos políticos, enquanto não prestar o serviço
imposto" (art. 438).

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PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE ELEITORAL –
ART. 16, CF

Uma lei que modifica o processo eleitoral, embora entre em vigor


imediatamente, só poderá se aplicada nas eleições que ocorrerem
pelo menos um ano depois.

Trata-se de uma regra constitucional destinada a proteger os


eleitores de surpresas legislativas às vésperas da eleição.

O STF considerou esse dispositivo cláusula pétrea, por se tratar de


direito individual do eleitor.

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PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE ELEITORAL –
ART. 16, CF

Segundo o STF:

“[...] o art.16 representa garantia individual do cidadão-eleitor,


detentor originário do poder exercido pelos representantes eleitos
e a quem assiste o direito de receber, do Estado; o necessário
grau de segurança e de certeza jurídicas contra alterações
abruptas das regras inerentes à disputa eleitoral.” (ADI 3.345, rel.
Min. Celso de Mello).

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PARTIDOS POLÍTICOS – ART. 17, CF

Os partidos políticos são importantes instrumentos na concretização da


soberania popular e da democracia.
A CF/88 prevê que: "É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de
partidos políticos..." (art. 17, "caput", 1.ª parte, CF).
Todavia a criação de novos partidos deverá atender os requisitos
colocados pela legislação infraconstitucional (Lei 9.096/95 – “Lei dos
Partidos Políticos”).
Lei 9.096/95, art. 7.º: exige-se a assinatura de pessoas de pelo menos
nove Estados (pelo menos 1/3 dos Estados da Federação) para registro
do Estatuto do Partido Político
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