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15/02/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.

DIREITOS POLÍTICOS

O direito de sufrágio está consagrado na constituição federal no capítulo constitucional dos direitos políticos (mais
especificamente no art. 14). O direito de sufrágio é o direito de escolha dos representantes que pertence à totalidade dos cidadãos
e que é exercido por meio do instrumento jurídico chamado voto.

Os direitos políticos consagram a possibilidade de o indivíduo intervir no governo do país. São normas que dão efetividade à
norma constitucional que consagra que o poder emana do Povo.

“Polis”, do grego, significa cidade, tendo a palavra evoluído para “politiké”, ainda em grego, e, depois, para “política”, em
Português, ou seja, interferência dos indivíduos nos negócios da cidade, na vida estatal. A política pode ser conceituada como
“afazeres do Estado”. O indivíduo participa das decisões estatais. E a interferência e participação na política cria os direitos
políticos. São direitos subjetivos, isto é, dos sujeitos.

Dispõe a art. 14: “A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para
todos, e, nos termos da lei, mediante: I - plebiscito; II - referendo; III - iniciativa popular”. Como antecipamos, o sufrágio é o
direito de manifestação, não se confundindo com o voto, que é instrumento. Sufrágio compreende o direito de eleger e ser eleito.

O plebiscito e o referendo (regulados pela Lei nº 9.709/98) são consultas à população para que delibere sobre matéria legislativa.
O plebiscito ocorre antes do projeto de lei ser publicado e transformar-se em lei, e o referendo ocorre quando a lei já foi
produzida. Quanto à iniciativa popular, seus requisitos vêm traçados na constituição, permitindo ao povo a apresentação de
projeto de lei. Estes temas serão melhor debatidos em módulo futuro.

Quanto ao voto, este apresenta as seguintes características: a) personalidade (é pessoal, não admitindo procuração); b)
obrigatoriedade (para os maiores de 18 anos e menores de 70, desde que alfabetizados); c) liberdade (o cidadão tem a liberdade
de anular o voto, escolher um ou mais candidatos ou votar em branco); d) sigilosidade (o voto é indevassável); e) direto (o voto é
dado diretamente no representante escolhido, e não para que este escolha um outro representante); f) periodicidade (o voto é
periódico no Brasil já que os mandatos também o são); g) igualdade (todos os votos têm o mesmo valor – é a regra do “one man
one vote”).

A capacidade eleitoral ativa é a possibilidade de votar, enquanto a capacidade eleitoral passiva é a possibilidade de receber votos
e, por consequência, poder ser eleito.

O voto é obrigatório para os maiores de 18 e menores de 70, desde que alfabetizados, e facultativo para os analfabetos, maiores
de 70 e jovens entre 16 e de 18 anos de idade. Os estrangeiros não podem votar. Não têm, portanto, capacidade eleitoral ativa.

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Ainda, é restringido o direito de voto aos militares durante o período de serviço militar obrigatório – conscritos (restringe-se
temporariamente a capacidade eleitoral ativa ).

Quanto ao estrangeiro é importante lembrar que o Naturalizado brasileiro é Brasileiro – é nacional. Assim, pode exercer
livremente o direito de voto. Estrangeiro é o não natural (não nascido) que também não é nacionalizado.

Já a capacidade eleitoral define-se pela chamada elegibilidade.

Elegibilidade é o direito subjetivo de ser candidato a determinado cargo eletivo. São as condições nas quais o pretenso deve
enquadrar-se, sejam estas positivas ou negativas, para que possa ser votado.

José Afonso da Silva nos ensina que a elegibilidade consiste[1] “no direito de postular a designação pelos eleitores a um
mandato político no legislativo ou executivo.”

Este direito político passivo, qual seja, ser votado, não é absoluto. Vale dizer, o candidato a candidato precisa enquadrar-se em
determinadas situações e não estar maculado por outras, a fim de que possa se habilitar para a candidatura.

Nesta esteira e com o brilhantismo habitual, ensina-nos o consagrado eleitoralista Adriano Soares da Costa[2]:

A elegibilidade é o direito de ser votado. Mas tal direito não é um estado jurídico constante no tempo,
ininterrupto, como uma qualidade personalista agregada à vida do nacional. De maneira alguma. O direito
de ser votado é sempre o direito de se candidatar a determinada eleição, (...)

As elegibilidades se dividem em duas vertentes, as positivas e as negativas, quanto à situação do candidato. Assim, é elegível o
indivíduo que preencher todas as condições de elegibilidade e ainda não incidir em nenhuma causa de inelegibilidade.

Condições de elegibilidade são requisitos essenciais para que se possa exercer a capacidade eleitoral passiva, ou seja, o direito à
candidatura. O art. 14 da C.F., em seu § 3º, traz um rol de condições.

“São condições de elegibilidade, na forma da lei:

I - a nacionalidade brasileira;

I - o pleno exercício dos direitos políticos;

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III - o alistamento eleitoral;

IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;

V - a filiação partidária;

VI - a idade mínima de:

a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;

b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;

c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;

d) dezoito anos para Vereador”.

Ocorre que este rol não é taxativo, é, em fato, meramente exemplificativo.

Estas são as regras gerais da capacidade eleitoral passiva (elegibilidade). Mas esta capacidade sofre várias restrições. São
as inelegibilidades.

Inelegibilidade é a situação de quem, por qualquer motivo, perde o seu direito de ser votado. Por se tratar de uma intervenção
direta, oposta pelo poder público, a direito subjetivo, as inelegibilidades devem ser de natureza constitucional ou criadas por lei
complementar.

O constituinte permitiu que lei complementar criasse novas inelegibilidades, desde que elas sirvam para proteger a probidade
administrativa, a moralidade para o exercício do mandato, a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência de
abusos de poder e na consideração da vida pregressa do candidato

Inelegibilidades constitucionais são aquelas esculpidas no art. 14 parágrafos 4º, 6º e 7º da Constituição Federal:

§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.

§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos
devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.

§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou
por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os
haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.

As inelegibilidades Legais estão previstas na Lei Complementar 64/90. Está lei está em vigência com as alterações promovidas
pela Lei Complementar 135/2010, conhecida como Lei da Ficha Limpa.

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Ademais, o pleno gozo dos direitos políticos é essencial para a elegibilidade. Em verdade, não só para a elegibilidade mas para o
direito de sufrágio que implica também o direito de votar. Assim, aquele que perdeu os direitos políticos não pode ser eleito,
bem como o que os teve suspensos. Aliás, a única diferença entre estes dois é que o segundo não dispõe dos direitos a título
provisório, ao passo que o primeiro não os têm mais.

Têm os direitos políticos suspensos os que possuam contra si uma condenação criminal transitada em julgado (enquanto durarem
os efeitos da pena), aqueles que se recusaram a cumprir obrigação a todos imposta ou à prestação alternativa, (ex. quem recusa-se
ao alistamento militar obrigatório) e aqueles que forem condenados em decisão transitada em julgado por praticarem atos de
improbidade administrativa.

Cumpre-nos ressalvar que a condenação criminal, tão somente, à pena de multa suspende os direitos políticos até o pagamento
da mesma. Isto, pois uma vez paga a multa, o infrator cumpre plenamente sua pena e está desobrigado de qualquer restrição de
direitos, independentemente da natureza dos mesmos.

Por sua vez, perdem os direitos políticos os que tiverem o cancelamento de seu processo de naturalização decretada e os que
forem absolutamente incapazes civilmente ambos por sentença que tenha passado em julgado.

Segundo a professora Maria Helena Diniz[3] “A incapacidade é a restrição legal ao exercício dos atos da vida civil,
devendo sempre ser encarada estritamente, considerando-se o princípio de que a capacidade é a regra e a incapacidade a
exceção.”

É em decorrência do citado princípio que se exige o trânsito em julgado da sentença que declara a incapacidade, a fim de que
ninguém seja privado de direitos sem real motivo para tal.

[1] Curso de direito cons tucional posi vo

[2] Ins tuições de Direito Eleitoral – pág. 233

[3] Curso de Direito Civil Brasileiro 1º Volume .

Exercício 1:
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O voto é:

A)

obrigatório para os maiores de 16 anos e menores de 70 anos

B)

facultativo para os conscritos

C)

facultativo para os analfabetos

D)

obrigatório para os estrangeiros e brasileiros residentes no Brasil

E)

facultativo somente para os estrangeiros

Comentários:

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Exercício 2:

É condição de elegibilidade:

A)

ter no mínimo 16 anos de idade

B)

nacionalidade brasileira para todos os cargos públicos

C)

filiação partidária

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D)

perda dos direitos políticos

E)

idade superior a 30 anos

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Exercício 3:

O termo "política" pode ser conceituado como:

A)

falta de diálogo

B)

diálogo convincente

C)

direção do Estado

D)

participação nos afazeres do Estado

E)

acordos políticos

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Exercício 4:
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A perda dos direitos políticos:

A)

ocorre pela falta da idade mínima

B)

ocorre aos 70 anos de idade

C)

ocorre com a prisão do indivíduo

D)

ocorre com a condenação por improbidade administrativa

E)

ocorre com o cancelamento de naturalização, via judicial, hipótese em que o


indivíduo volta à condição de estrangeiro

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Exercício 5:

Assinale a alternativa verdadeira:

A)

a idade mínima para o cidadão brasileiro eleger-se deputado federal é 18 anos

B)

durante o período militar, o conscrito pode votar mas não pode ser eleito

C)

o senador deve ter, no mínimo, 21 anos de idade

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D)

o candidato a Presidente deve ter, no mínimo, 35 anos de idade

E)

o estrangeiro, candidato a Presidente, deve ter, no mínimo 30 anos de idade

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Exercício 6:

o direito subjetivo de ser candidato a determinado cargo eletivo é chamado de:

A)

Referendo

B)

habilitação

C)

elegibilidade

D)

capacidade

E)

iniciativa popular

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