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Disciplina: Direitos e Partidos Políticos Professor(a): França Data: 11/05/2015

CAPÍTULO IV os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até


seis meses antes do pleito.
DOS DIREITOS POLÍTICOS
§7º - São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o
cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio uni- grau ou por adoção, do Presidente da República, de Gov-
versal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para to- ernador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Pre-
dos, e, nos termos da lei, mediante: feito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses
I - plebiscito; anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e
II - referendo; candidato à reeleição.
III - iniciativa popular.
§8º - O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes
§ 1º - O alistamento eleitoral e o voto são: condições:
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos; I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se
II - facultativos para: da atividade;
a) os analfabetos; II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela
b) os maiores de setenta anos; autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente,
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. no ato da diplomação, para a inatividade.

§ 2º - Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, § 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegi-
durante o período do serviço militar obrigatório, os conscri- bilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a
tos. probidade administrativa, a moralidade para exercício de
mandato considerada vida pregressa do candidato, e a nor-
§ 3º - São condições de elegibilidade, na forma da lei: malidade e legitimidade das eleições contra a influência do
I - a nacionalidade brasileira; poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo
II - o pleno exercício dos direitos políticos; ou emprego na administração direta ou indireta. (Redação
III - o alistamento eleitoral; dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 4, de 1994)
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
V - a filiação partidária; Regulamento § 10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Jus-
VI - a idade mínima de: tiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplo-
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da mação, instruída a ação com provas de abuso do poder
República e Senador; econômico, corrupção ou fraude.
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado
e do Distrito Federal; § 11 - A ação de impugnação de mandato tramitará em seg-
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadu- redo de justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se
al ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; temerária ou de manifesta má-fé.
d) dezoito anos para Vereador.
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda
§4º - São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. ou suspensão só se dará nos casos de:
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em
§5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e julgado;
do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, II - incapacidade civil absoluta;
ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto
para um único período subseqüente.(Redação dada pela durarem seus efeitos;
Emenda Constitucional nº 16, de 1997) IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou
prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;
§6º - Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.
República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e

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Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor Conhecimento Doutrinário
na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que
ocorra até um ano da data de sua vigência. (Redação dada 1.Introdução
pela Emenda Constitucional nº 4, de 1993)
Na precisa definição do Professor José Afonso da Silva: os
direitos políticos positivos consistem no conjunto de norma
que asseguram o direito subjetivo de participação no proces-
CAPÍTULO V so político e nos órgãos governamentais. Eles garantem a
DOS PARTIDOS POLÍTICOS participação do povo no poder de dominação política por
meio das diversas modalidades de direito de sufrágio: direito
de voto nas eleições, direito de elegibilidade (direito de ser
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de votado), direito de voto nos plebiscitos e referendos, assim
partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o re- como por outros direitos de participação popular, como o
gime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamen- direito de- iniciativa popular, o direito de propor ação popu-
lar e o direito de organizar e participar de partidos políticos.
tais da pessoa humana e observados os seguintes pre-
ceitos: Regulamento 2.Direito ao sufrágio
I - caráter nacional;
II - proibição de recebimento de recursos financeiros de en- O direito ao sufrágio é materializado pela capacidade de
tidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes; votar e de servotado, representando, pois, a essência dos
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral; direitos políticos. O direito ao sufrágio deve ser visto sob dois
IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei. aspectos: capacidade eleitoral ativa e capacidade eleitoral
passiva.
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para A capacidade eleitoral ativa representa o direito de votar, o
definir sua estrutura interna, organização e funcionamento e direito de alistar-se como eleitor (alistabilidade).
para adotar os critérios de escolha e o regime de suas colig-
ações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as A capacidade eleitoral passiva consiste no direito de ser
candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou mu- votado, de eleger-se para um cargo político (elegibilidade).
nicipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disci- O direito ao sufrágio poderá ser: universal ou restrito.
plina e fidelidade partidária. (Redação dada pela Emenda
O sufrágio é universal quando assegurado o direito de votar a
Constitucional nº 52, de 2006)
todos os nacionais, independentemente da exigência de
quaisquer requisitos, tais como condições culturais ou
§ 2º - Os partidos políticos, após adquirirem personalidade
econômicas etc.
jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no
Tribunal Superior Eleitoral. O sufrágio será restrito quando o direito de votar for con-
cedido tão somente àqueles que cumprirem determinadas
§ 3º - Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo condições fixadas pelas leis do Estado. O sufrágio restrito, por
partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma sua vez, poderá ser censitário ou capacitário.
da lei.
O sufrágio censitário é aquele que somente outorga o direito
de voto àqueles que preencherem certas qualificações
§ 4º - É vedada a utilização pelos partidos políticos de organi-
econômicas. Seria o caso, por exemplo, de não se permitir o
zação paramilitar.
direito de voto àqueles que auferissem renda mensal inferior
a um salário mínimo.

O sufrágio capacitário é aquele que só outorga o direito de


voto aos indivíduos dotados de certas características espe-
ciais, notadamente de natureza intelectual. Seria o caso, por
exemplo, de se exigir para o direito ao voto a apresentação
de diploma de conclusão do curso fundamental, ou médio ou
superior.

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A Constituição de 1988 consagra o sufrágio universal, não O referendo é convocado com posteríorídade a ato legislativo
exigindo para o exercício do direito de voto a satisfação de ou administrativo, cumprindo ao povo a respectiva ratificação
nenhuma condição econômica, profissional, intelectual etc. ou rejeição.
A vigente Carta Política impõe, ainda, que o voto direto seja A distinção entre os institutos é feita levando-se em conta o
periódico e secreto. Em respeito à determinação constituci- momento da manifestação dos cidadãos: se a consulta à
onal de que o voto seja secreto, o Supremo Tribunal Federal população é prévia, temos o plebiscito; se a consulta à popu-
considerou inconstitucional artigo de lei que estabelecia a lação sobre determinada matéria é posterior à edição de um
obrigatoriedade de impressão do voto nas eleições a partir de ato governamental, temos o referendo.
2014 (art. 5.° da Lei 12.034/2009).

Enfim, todo elegível é obrigatoriamente eleitor; porém, nem 4. Capacidade eleitoral passiva
todo eleitoré elegível. Em outras palavras: todo aquele que
possui a capacidade eleitoral passiva (elegibilidade) possui, Assim como a capacidade eleitoral ativa diz respeito ao
também, a capacidade eleitoral ativa (alistabilidade). Porém, direito de votar (alistabilidade), a capacidade eleitoral passiva
nem todo aquele que dispõe da capacidade eleitoral ativa é diz respeito ao direito de ser votado, de ser eleito (elegi-
detentor da capacidade eleitoral passiva. Por exemplo, o bilidade).
analfabeto e o menor entre dezesseis e dezoito anos pos-
Conforme vimos anteriormente, no Brasil a elegibilidade não
suem a capacidade eleitoral ativa (alistabilidade); porém, não
coincide com a alistabilidade (não basta ser eleitor para ser
dispõem da capacidade eleitoral passiva (elegibilidade). O
elegível; nem todo eleitor é elegível).
alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios parà os ma-
iores de dezoito anos e facultativos para os analfabetos, os É verdade que a condição de eleitor é indispensável para ser
maiores de setenta anos e os maiores de dezesseis e menores alcançada a condição de elegível (todo elegível é eleitor; não
de dezoito anos. A Constituição brasileira não permite o alis- há elegível que não seja, também, eleitor). Porém, não basta
tamento dos estrangeiros e, durante o serviço militar, dos ser eleitor para ser elegível, porquanto é exigido o cumpri-
conscritos. mento de outros requisitos para a elegibilidade. Assim, para
que alguém possa concorrer a um mandato eletivo nos Po-
Cabe destacar que, no nosso Estado democrático de Direito,
deres Executivo ou Legislativo (ser elegível), é necessário o
ainda existe uma hipótese de eleição indireta para goveman-
cumprimento de alguns requisitos gerais, denominados con-
te. Cuida-se do disposto no art. 81, § 2.0, da Constituição
dições de elegibilidade, e a não incidência em nenhuma das
Federal, segundo o qual, se houver vacância dos cargos de
inelegibilidades, que consistem em impedimentos à capaci-
Presidente e Vice-Presidente da República nos dois últimos
dade eleitoral passiva.
anos do mandato, haverá eleição para ambos os cargos, pelo
Congresso Nacional, em trinta dias depois da última vaga, na As condições de elegibilidade são as seguintes:
forma da lei. a) nacionalidade brasileira ou condição de equiparado a por-
tuguês, sendo que para Presidente e Vice-Presidente da
3. Plebiscito e referendo República exige-se a condição de brasileiro nato (CF, art. 12, §
A Constituição Federal prevê que uma das formas de exer- 3.°);
cício da soberania popular será a realização de consultas à b) pleno exercício dos direitos políticos (aquele que teve
população, por meio de plebiscito e referendo (CF, art. 14), suspensos ou perdeu seus direitos políticos não dispõe de
que deverão ser autorizados pelo Congresso Nacional (CF, capacidade eleitoral passiva);
art. 49, XV).
c) alistamento eleitoral (comprovado pela apresentação do
Plebiscito e referendo são consultas formuladas ao povo para título de eleitor, regularmente inscrito perante a Justiça
que delibere sobre matéria de acentuada relevância, de na- Eleitoral);
tureza constitucional, legislativa ou administrativa.
d) domicílio eleitoral na circunscrição (o eleitor deverá ser
O plebiscito é convocado com anterioridade a ato legislativo domiciliado no local pelo qual se candidata, pelo período
ou administrativo, cabendo ao povo, pelo voto, aprovar ou mínimo exigido pela legislação eleitoral subconstitucional);
denegar o que lhe tenha sido submetido.

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e) idade mínima, que deverá ser verificada tendo por 7. Inelegibilidade relativa
referência a data da posse!" (e não a data do alistamento ou
A inelegibilidade relativa, ao contrário da inelegibilidade
do registro), sendo as seguintes: trinta e cinco anos, para os
absoluta, não está relacionada com a condição pessoal
cargos de Presidente e Vice-Presidente da República e sena-
daquele que pretende candidatar-se.
dor da República; trinta anos, para os cargos de Governador e
Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal; vinte e um A inelegibilidade relativa consiste em restrições impostas à
anos, para os cargos de deputado federal, deputado estadual elegibilidade para alguns cargos eletivos, em razão de situ-
ou distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; dezoito anos, ações especiais em que se encontra o cidadão-candidato no
para vereador; momento da eleição.

f) filiação partidária (não se admite, no Brasil, a denominada A inelegibilidade relativa poderá decorrer: (1) de motivos
candidatura autônoma ou avulsa, sem filiação a partido polí- funcionais; (2) de motivos de casamento, parentesco ou af-
tico). inidade; (3) da condição de militar; (4) de previsões em lei
complementar.
5.Inelegibilidades
7.1 Inelegibilidade por motivos funcionais.
A inelegibilidade consiste na ausência de capacidade eleitoral Dispõe a Constituição Federal que o Presidente da República,
passiva, incidindo como impedimento à candidatura a man- os governadores de Estado e Distrito Federal, os Prefeitos e
dato eletivo nos Poderes Executivo e Legislativo. quem os houverem sucedido ou substituído no curso do
mandato poderão ser reeleitos para um único período subse-
A própria Constituição Federal estabelece certas hipóteses de
quente.
inelegibilidade (CF, art. 14, §§ 4.° ao 7.°). Porém, essas hipóteses
de inelegibilidade constitucionalmente previstas não são exaus- Dessa forma a Constituição Federal, impede um terceiro
tivas (numerus clausus), porque a Constituição expressamente mandato consecutivo, permitindo que haja a eleição e a con-
permite que lei complementar venha a estabelecer outras secutiva reeleição para mais um período subsequente. É
hipóteses de inelegibilidade (CF, art. 14, § 9.°). possível um terceiro mandato, desde que haja o intervalo de
um mandato, após a reeleição.
A doutrina distingue as hipóteses de inelegibilidade em ab-
soluta e relativa. A reeleição para esses cargos, não exige do ocupante do
cargo atual a denominada desincompatibilização do cargo,
isto é, que se afaste temporariamente para que possa con-
6. Inelegibilidade absoluta
correr a reeleição.
A inelegibilidade absoluta impede que o cidadão concorra em
A reeleição guarda relação com o postulado da continuidade
qualquer eleição, a qualquer mandato eletivo.
administrativa e o princípio constitucional republicano, que
São os seguintes os casos de inelegibilidade absoluta: impõe a temporariedade e alternância no exercício do poder.
a) os analfabetos, que, embora possam alistar-se e Assim visa impedir a perpetuação de uma pessoa ou grupo no
votar (capacidade eleitoral ativa), não dispõem de poder. Nesse caso o cidadão que exerce o mandato de
capacidade eleitoral passiva (não poderão ser elei-
reeleição, fica inelegível em qualquer município da feder-
tos);
b) os não alistáveis, uma vez que a elegibilidade tem ação.
por pressuposto a alistabilidade, isto é, para ser Se o vice exercer definitivamente a chefia do executivo em
elegível é imprescindível ser, antes, alistável; logo,
função de vacância definitiva, esse mandato será considerado
os estrangeiros e os conscritos, durante o período
do serviço militar obrigatório, são não alistáveis o primeiro, permitindo sua participação na candidatura a
(inavistáveis) e, como tais, inelegíveis. As hipóte- reeleição.
ses de inelegibilidade absoluta, em virtude de sua Torna-se inelegível para qualquer cargo político o candidato
natureza excepcionalíssima, somente podem ser
ocupante de cargos do poder executivo, que não renunciar
expressamente estabelecidas na Constituição Fe-
deral, sendo inconstitucionais quaisquer leis ten- aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.
dentes a ampliar esse rol.

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7.2. Inelegibilidade de motivos de casamento, parentesco enunciado da Súmula Vinculante não se aplica aos casos de
ou afinidade. extinção do vínculo por morte de um dos cônjuges.
Dispõe a Constituição Federal que (art. 14, § 7.°): Porém, por disposição expressa na Constituição Federal, a
São inelegíveis, no território de jurisdição do inelegibilidade reflexa não é aplicável, na hipótese de o
titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos cônjuge, parente ou afim já possuir mandato eletivo, caso em
ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do que poderá candidatar-se à reeleição, ou seja, candidatar-se
Presidente da República, de Governador de Es- ao mesmo cargo dentro da circunscrição de atuação do Chefe
tado ou Território, do Distrito Federal, de Pre- do Executivo. É o caso, por exemplo, de parente ou afim de
feito ou de quem os haja substituído dentro governador de estado, que poderá disputar a reeleição ao
dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já cargo de deputado ou senador por esse estado, se já titular
titular de mandato eletivo e candidato à desse mandato nessa mesma jurisdição.
reeleição. E por último, não se aplica a inelegibilidade reflexa, caso o
chefe do executivo renuncie até seis meses antes da eleição.
Essa hipótese é denominada inelegibilidade reflexa, porque Nesse caso, seu cônjuge, parentes até o segundo grau, po-
incide sobre terceiros. derão candidatar-se a todos os cargos eletivos na circun-
Observa-se que a inelegibilidade reflexa alcança, tão somen- scrição.
te, o território de jurisdição do titular. Assim, temos:
7.3. Inelegibilidade da condição de militar
a) o cônjuge, parentes e afins até segundo grau do
Prefeito não poderão candidatar-se a vereador ou O militar é alistável, podendo ser eleito (CF, art. 14, § 8.°).
Prefeito do mesmo Município; Porém, é vedado ao militar, enquanto estiver em serviço
b) o cônjuge, parentes e afins até segundo grau do ativo, estar filiado a partido político (CF, art. 142, § 3.°, V).
Governador não poderão candidatar-se a qualquer
cargo no Estado (vereador, deputado estadual, Assim, em face da vedação à filiação partidária do militar, o
deputa do federal e senador pelo próprio Estado e Tribunal Superior Eleitoral firmou entendimento de que,
Governador do mesmo Estado); nessa situação, suprirá a ausência da prévia filiação partidária
c) o cônjuge, parentes e afins até segundo grau do o registro da candidatura apresentada pelo partido político e
Presidente da República não poderão candidatar-
autorizada pelo candidato.
se a qualquer cargo eletivo no País.
Atendida essa formalidade, o militar alistável é elegível,
Cabe ressaltar que se aplicam as mesmas regras àqueles que atendidas as seguintes condições:
tenham substituído os Chefes do Executivo dentro dos seis
a) se contar menos de dez anos de serviço, deverá
meses anteriores ao pleito eleitoral. afastar-se da atividade;
Essa inelegibilidade não se aplica à viúva do Chefe do Execu- b) se contar mais de dez anos de serviço, será
agregado pela autoridade superior e, se eleito,
tivo, visto que, com a morte, dissolve-se a sociedade conju- passará automaticamente, no ato da diplomação,
gal, não mais se podendo considerar cônjuge a viúva. para a inatividade.
Porém, a inelegibilidade reflexa alcança a pessoa que vive
7.4 Inelegibilidade de previsões me lei complementar.
maritalmente com o Chefe do Poder Executivo, ou mesmo
com seu irmão (afim de segundo grau), pois a Constituição A Constituição Federal deixa expresso que as hipóteses de
Federal estende o conceito de entidade familiar (CF, art. 226, inelegibilidade relativa previstas no texto constitucional não
§ 3.°). são exaustivas, podendo ser riadas outras, desde que por
meio de lei complementar nacional, editada pelo Congresso
Essa inelegibilidade alcança, ainda, o casamento religioso,
Nacional.
uma vez que esse tem relevância na esfera da ordem jurídica,
justificando a incidência da inelegibilidade reflexa. 146 É o que dispõe o art. 14, § 9.°, verbis:

Importante, ainda, é anotar o entendimento do Supremo


§ 9.° Lei complementar estabelecerá outros
Tribunal Federal segundo o qual nem mesmo a dissolução da
casos de inelegibilidade e os prazos de sua ces-
relação conjugal, quando ocorrida no curso do mandato, tem
sação, a fim de proteger a probidade adminis-
o dom de afastar a inelegibilidade reflexa. Entretanto, esse

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trativa, a moralidade para exercício de manda- Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda
to considerada vida pregressa do candidato, e a ou suspensão só se dará nos casos de:
normalidade e legitimidade das eleições contra
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em
a influência do poder econômico ou o abuso do
julgado; (caso de perda)
exercício de função, cargo ou emprego na ad-
ministração direta ou indireta. II - incapacidade civil absoluta;

III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto


Com fundamento nesse dispositivo constitucional, a Lei Com- durarem seus efeitos;
plementar 64/1990 estabeleceu casos de inelegibilidade.
Posteriormente, novas hipóteses de inelegibilidade foram IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou
acrescentadas pela Lei Complementar 135/2010, norma que prestação alternativa, nos termos do art. 5.°, VIII; (caso de
restou nacionalmente conhecida como Lei da Ficha Limpa. perda)

Em síntese, a Lei da Ficha Limpa estabelece cinco grupos de V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4.°.
inelegibilidades, a saber: (1) condenações judiciais (eleitorais,
criminais ou por improbidade administrativa) proferidas por 9. Princípio da anterioridade eleitoral
órgão colegiado; (2) rejeição de contas relativas ao exercício
do cargo ou função pública; (3) perda de cargo (eletivo ou de Nos termos do art. 16 da Constituição, com a redação dada
provimento efetivo), incluindo-se as aposentadorias com- pela EC 4/1993, "a lei que alterar o processo eleitoral entrará
pulsórias de magistrados e membros do Ministério Público e, em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à
para os militares, a indignidade ou incompatibilidade com o eleição que ocorra até 1 (um) ano da data de sua vigência",
oficialato; (4) renúncia a cargo político eletivo diante da norma conhecida como "princípio da anterioridade eleitoral",
iminência da instauração de processo capaz de ocasionar a ou "princípio da anualidade" em matéria eleitoral.
perda do cargo; e (5) exclusão do exercício de profissão regu-
lamentada, por decisão do órgão profissional respectivo, por
violação de dever ético-profissional.

8. Privação dos direitos políticos

O cidadão pode, em situações excepcionais, ser privado,


definitivamente ou temporariamente, dos direitos políticos, o
que importará, como efeito imediato, na perda da cidadania
política.

A privação definitiva denomina-se perda dos direitos políti-


cos.

A privação temporária denomina-se suspensão dos direitos


políticos.

A Constituição Federal não permite, em nenhuma hipótese, a


cassação dos direitos políticos. A vedação expressa à cas-
sação de direitos políticos tem por fim evitar a supressão
arbitrária, normalmente motivada por perseguições ideológi-
cas, dos direitos políticos, prática presente em outros mo-
mentos, antidemocráticos, da vida política brasileira.

Essa matéria está disciplinada no art. 15 da Lei Maior, que


dispõe:

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