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DIREITO CONSTITUCIONAL II

Direitos Políticos – Art. 14, e seguintes, da Constituição Federal

Vídeo Apresentado em Sala (“Sem Fronteiras – Sistemas Parlamentares do Mundo” -


GloboNews):

Sistemas de Votação:

 Sistema Proporcional: é o sistema mais utilizado no mundo, ocorrendo tanto em


sistemas de governo presidencialista como em governos parlamentaristas; “Voto
Único Transferível”; quando vota em um candidato, você primeiro vota no
partido/lista, que recebe um determinado número de cadeiras, sendo eleitos os
candidatos mais votados dentro dos candidatos do partido.
 Sistema Majoritário:
 Sistema Distrital (EUA): se baseia na vitória do primeiro candidato a ganhar em
cada um dos distritos do país; os partidos indicam apenas um candidato, ao qual
os votos são direcionados e intransferíveis; a vitória do candidato ocorre em
primeiro turno, ainda que haja somente um voto de diferença; cada distrito
possui apenas um político atuante; já o partido que ganhar em mais distritos,
pode elevar um candidato a primeiro ministro. Há uma proximidade maior entre
os eleitores distritais e seus candidatos eleitos, pois cada distrito sabe exatamente
a qual candidato cobrar resultados.
Esse sistema favorece a formação de apenas dois partidos rivais, fazendo com
que os partidos pequenos não tenham representatividade no Congresso.
Outra desvantagem é que a votação distrital promove a existência de vários
atores independentes dentro do cenário político do pais.
 Sistema Distrital Misto (Alemanha): tenta manter a simplicidade do sistema em
que o candidato mais votado ganha tudo, mas complica ao aplicar o sistema
proporcional aos candidatos derrotados.
 Sistema Distrital em Dois Turnos (França): assemelha-se ao sistema distrital,
mas ocorre um segundo turno entre os dois candidatos mais votados.
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Doações de empresas para eleições são ilegais, servindo como meio para inibir a
corrupção e atuação do setor privado no público. Contudo doações de particulares e
autofinanciamentos são permitidos.

Cláusula de Barreira, ou de Desempenho  serve para determinar o tempo de televisão


e a verba disponível para as campanhas. Serve para limitar a quantidade de partidos
concorrendo à cargos, porém, acabou aumentando a quantidade de candidatos
(candidatos dos partidos menores se reorganizam nos partidos com mais
financiamento).

A dificuldade de se mudar um sistema eleitoral posto a vários anos é que as pessoas que
foram eleitas por esse sistema são as que possuem menos interesse em mudá-lo.

Discussões após o Vídeo:

O interesse nas eleições é do Estado.

A Cláusula de Barreira, ou de Desenvolvimento, buscou limitar o número de partidos


que concorrem para as eleições e a quantidade de recursos utilizados para as campanhas
eleitorais, porém não foi efetiva no início.

O Fundo de Financiamento Eleitoral é um meio que o Estado criou para buscar que os
candidatos tenham um limite de gastos em suas campanhas, sendo fornecido aos
candidatos os meios necessários para veicular suas campanhas eleitorais. Outrossim, o
Estado ainda garante ao candidatos e partidos determinado tempo para divulgação de
suas campanhas em televisão e rádio de forma gratuita.

Art. 14 da CF  A SOBERANIA POPULAR (vontade soberana do povo) pode ser


exercida de três formas:

 Plebiscito: é uma consulta à sociedade acerca de matéria não regulamentada por


lei.
 Referendo: é um modo de consulta à sociedade por meio dos eleitores acerca de
uma matéria regulamentada em lei (ex.: consulta sobre o código de
desarmamento - foi criada a lei e então o povo foi consultado posteriormente).
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“Referendar”:
 Iniciativa Popular: consiste na oportunidade que se dá à sociedade/eleitores de
apresentar projeto de lei ao Poder Legislativo.

O art. 14, §1º, da CF estabelece que o voto é obrigatório para os maiores de dezoito
anos.

O VOTO é o ato por meio do qual o eleitor apresenta sua vontade/escolha conforme o
sufrágio organizado pela justiça eleitoral. Contudo, o voto pode ocorrer de maneiras em
que ele não seja válido (voto nulo ou branco), assim sendo, estes não são considerados
votos. Portanto, o art. 14, §1º, estabelece, na realidade, que é obrigatório aos maiores de
18 anos que obedeça ao sufrágio, ou seja, que compareça às urnas durante o processo de
votação organizado pela justiça eleitoral.
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DIREITOS POLÍTICOS: ART. 14 A 17 DA CF/88

Classificação:

 Quanto aos Sujeitos:


a) Ativos: direitos políticos direcionados aos eleitores.
b) Passivos: direitos políticos direcionados aos candidatos, entendidos
como condições de elegibilidade.
 Quanto a Outorga:
a) Positivos: tratam de direitos que concedem poderes políticos.
b) Negativos: tratam de direitos que restringem poderes políticos.

As classificações dos direitos políticos podem ser cumulativas entres as suas


classificações:

1. Direitos Ativos Positivos: concedem direitos políticos aos eleitores (ex.:


art. 14, §1º, II, da CF – voto facultativo para os analfabetos, maiores de 70
anos e maiores de 16 e menores de 18 anos).
2. Direitos Ativos Negativos: restringem direitos políticos dos eleitores (ex.:
art. 14, §2º, da CF – não podem votar estrangeiros e os conscritos, durante
o serviço militar obrigatório).
3. Direitos Passivos Positivos: concedem direitos políticos aos candidatos
para as eleições (ex.: possibilidade de que todos os brasileiros, em pleno
exercício de seus direitos políticos, com alistamento eleitoral correto, com
domicílio eleitoral na circunscrição e com filiação partidária, possam se
candidatar a cargos políticos).
4. Direitos Passivos Negativos: restringem direitos políticos dos candidatos às
eleições (ex.: art. 14, §3º, da CF – requisitos de elegibilidade; art. 14, §4º,
da CF – são inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos).
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Art. 14, §5º  Os chefes do Executivo (Presidente, Governadores e Prefeitos)


somente podem se reeleger uma única vez para períodos subsequentes. Da mesma
forma, os substitutos que assumirem o cargo no curso do mandato, somente podem se
reeleger uma vez em períodos subsequentes.

Art. 14, §6º  “Desincompatibilização”: para que o Presidente, os Governadores e


Prefeitos possam concorrer a outros cargos devem renunciar a seus cargos antigos em
até seis meses antes do pleito.

Vídeo apresentado em sala: “Sem Fronteiras: Privilégios dos Parlamentares -


GloboNews”.

Parlamentares italianos são os que ganham mais.

Na Suécia, deputados são simples servidores públicos, ganhando o suficiente para


desempenharem suas funções. Gabinetes com 8 m². Sem direito a verba para
contratação de secretárias. Grupo de assessores do parlamento que prestam assistência
aos parlamentares do partido quando necessário. O próprio deputado faz todos os
trabalhos do gabinete (marcar reuniões, agendar viagens, jogar lixo fora, comprar café
com o próprio dinheiro, etc.). Apartamentos funcionais pequenos para os parlamentares,
sem luxo ou empregados. Os parlamentares recebem cartão para andarem de
trem/metro, não podendo fretar aviões. Taxi são permitidos excepcionalmente.

Na Suécia, quem decide reajuste de salário dos parlamentares é uma comissão própria,
presidida por um juiz aposentado e formada por representantes da população.

O Código de Ética Sueco estabelece que os apartamentos funcionais se direcionam para


parlamentares que possuam base eleitoral fora da capital.

Para evitar o excesso de poder, a Suécia criou um sistema em que todo cidadão pode
rastrear os gastos dos políticos, sendo necessário que os políticos gastem o dinheiro
público para o bem público.
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Os congressistas brasileiros podem gastar até 115 mil reais por mês, além da cota
parlamentar de 30 a 45 mil reais por mês. Recebem auxílio moradia, mudança, etc. Os
parlamentares recebem benefício de aposentadoria de cerca de 33 mil reais.

Atualmente os novos congressistas eleitos no Brasil visam mudar a realidade do sistema


de privilégios.

Na Itália, os gastos com privilégios saíram do controle, pois os parlamentares criaram


leis para aumentar seus próprios salários. O salário base é de 11 mil euros (47 mil reais),
sendo que metade fica retido como impostos, mas não pagam para viajar em rodovias,
aviões e barcos, além de outros benefícios (auxílio moradia, ajuda de custo para
cabelereiro). Há reembolso de despesas telefônicas. Há a figura do “vitalício”, que é um
salário pago aos políticos de forma vitalícia.

Discussões após o Vídeo:

As distinções entre os sistemas políticos se dão nos seguintes pontos:

 Quantidade de privilégios; quantidade de assessores e secretários.


 Na Suécia, os parlamentares são vistos como simples servidores públicos; já no
Brasil e na Itália, os parlamentares são agentes políticos
 A construção cultural da Suécia fez-se de forma que a pessoa apenas ingressa na
vida pública caso tenha aptidão para fazer o bem comum
 Na Suécia os salários dos parlamentares são definidos por comissão própria
formada por representantes do povo; já no Brasil e na Itália, são os próprios
parlamentares que definem seus salários.
 Os parlamentares suecos devem ser absolutamente transparentes com os gastos
públicos.

O grande atrativo do parlamentar brasileiro e italiano está no fato de que há


possibilidade de utilização do cargo político para benefício próprio, principalmente pela
falta de transparência com os gastos públicos, utilizando-se da corrupção e do sistema
de privilégios para enriquecimento pessoal.
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Partidos Políticos – Art. 17 da CF/88:

Partido Político é uma instituição que aplica uma ideologia política e é utilizada para
organizar as candidaturas, sufrágios e o funcionamento parlamentar.

Nos partidos políticos que são definidos quais serão os candidatos aos cargos eleitorais,
mediante eleições internas no próprio partido.

Outro papel importante do partido é a capacidade de questionar a inconstitucionalidade


de uma lei.

Algumas possibilidades dos paridos políticos são previstas no art. 17, quais sejam:

 Criação: consiste no nascimento do partido, devendo atender aos requisitos dos


incisos I a IV do art. 17. O partido recebe personalidade jurídica ao apresentar
seu estatuto.
 Fusão: consiste em dois ou mais partidos deixa de existir, sendo então criado
um novo partido, diverso dos anteriores, comportando todos aqueles que
deixaram de existir. A ideologia do novo partido pode ser uma aglutinação das
ideologias dos partidos que o deram origem ou pode ser uma nova ideologia,
diversa das anteriores.
 Incorporação: consiste no “deslocamento” de um partido para outro, deixando
de existir o primeiro, mas mantendo-se aquele que o incorporou. A ideologia do
partido que se incorporou deixa de existir, sendo mantida a ideologia do partido
que incorporou aquele.
 Extinção: consiste no fim de um partido, ou seja, o partido deixa de existir não
havendo qualquer preocupação com a situação dos candidatos que necessitarão
se incorporar a outros partidos.
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O art. 17, §1º, permite que o partido estabeleça sua organização.

O §3º do artigo 17 estabelece regras para que o partido tenha permissão para utilizar
horário gratuito em rádio e televisão, e ter direito para utilização do fundo de campanha
partidária. É permitido ao político mudar de partido caso o seu não possua direito a
tempo de televisão e rádio ou ao fundo partidário, desde que vá para partido que possua
os direitos.

ESTRUTURA DO ESTADO BRASILEIRO

Poderes Poder Poder Poder


Legislativo Executivo Judiciário
Ente Fed.

STF; Tribunais
FEDERAÇÃ Congresso Presidente da
União Superiores;
O Nacional República
Justiça Federal

Estados Assembleia Governador do Tribunal de


Federados Legislativa Estado Justiça

Câmara dos
Municípios Prefeito -
Vereadores

Tribunal de
Distrito Câmara dos Governador
Justiça do D.F.
Federal Deputados Distrital
e Territórios

Obs.: Federação X União  A federação é uma qualidade do Estado que


expõe a repartição das atribuições básicas, essenciais, fundamentais e,
sobretudo, próprias do Estado, a saber: a função legislativa, a função
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executiva e a função judiciária por entidades federativas, e, por tal razão,


coordenadas à própria constituição. No Brasil temos a esfera da União, dos
Estados Federados e dos Municípios além do Distrito Federal, assim sendo,
a União é um ente que compõe a Federação.

O Distrito Federal acumula as funções legislativas dos Estados e Municípios (art. 32,
§1º, da CF/88), inclusive competências tributárias (ex.: IPVA, IPTU, ICMS, ISS, etc.).

O Congresso Nacional é o legislador da União, do mesmo modo que a Assembleia


Legislativa é o legislador dos Estados e a Câmara dos Vereados é o legislativo dos
Municípios.

A lei feita pelo Congresso Nacional pode vincular tanto a União como também os
Estados e Municípios (ex.: lei de licitações públicas), assim sendo, nesse caso, pode-se
dizer que essa lei que vincula todos os entes da federação é uma LEI FEDERAL.
Contudo, pode o Congresso legislar sobre matéria que apenas vincule a União (ex.:
Imposto de Renda), não sendo esta uma lei de natureza federal, haja vista que não
vincula todos os entes da federação.

QUESTÃO DE PROVA

Quais são as duas funções que o Congresso Nacional realiza? 


Legislar para a União e legislar para a Federação.

Obs.: Os Tribunais Superiores e o STF também possuem dupla função haja


vista que ora atuam para a união e ora para a federação, do mesmo modo
como o Congresso.

O Município não possui poder Judiciário, assim sendo, quando existem demandas
municipais, estas são julgadas pelo órgão do Estado, qual seja o Tribunal de Justiça.

Competência: significa um poder-dever, pois indica uma prerrogativa que deve ser
exercida da forma prevista em lei.

 Competência Ordinária (ex.: art. 21 da CF): o ente pode delegar as


suas competências ordinárias a outro ente.
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 Competência Privativa (ex.: art. 22 da CF): o ente não pode delegar as


suas competências privativas a outros entes, devendo exerce-la por conta
própria.
 Competência Comum (ex.: art. 23 da CF): competência que compete a
todos os entes federados simultaneamente.
 Competência Concorrente, ou Subsidiária (ex.: art. 24 da CF): esse
tipo de competência funciona de forma que concorre aos respectivos
entes federados atuar sobre os mesmos temas, contudo, a União deve
apresentar as “linhas gerais” que devem ser seguidas, cabendo a cada
Estado atuar de modo a estabelecer sua especificidade. Caso a União seja
omissa em sua função, cada Estado estabelecerá individualmente suas
linhas gerais e especificidades, valendo no território de cada Estado, até
que a União apresente efetivamente as linhas gerais que lhe competem,
fazendo deixar de valer as disposições sobre essa matéria feita pelos
Estados, porém, mantendo-se as disposições específicas de cada ente.

PODER LEGISLATIVO – Art. 44 e seguintes da CF/88

Congresso Nacional (art. 44 a 50):

O Congresso Nacional é formado pela união do Senado e pela Câmara dos Deputados,
havendo 3 esferas de competência, quais sejam: competências do Congresso (ex.:
analise e julgamento de veto presidencial; julgamento de contas do Presidente da
República), competências do Senado (ex.: julgar crimes do Presidente da República) e
competências da Câmara dos Deputados (ex.: analisar validade de Impeachment).

Congresso
Nacional

Câmara
Senado Povo
dos
Deputados (De 8 a 70 Deputados
por Estado)

Estados-federados Mandato – 4 anos

(3 Senadores por Estado) Eleição pelo Sistema


Proporcional
Mandato – 8 anos
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O presidente do Senado é também o presidente do Congresso Nacional.

A Câmara dos Deputados representa o povo (sendo eleitos em proporção em relação à


população, sendo o número máximo por Estado 70 deputados e o mínimo 8 deputados),
já o Senado representa os Estados-federados e o Distrito Federal (no número de 3 para
cada Estado).

Câmara dos Deputados (art. 51):

Senado (art. 52):

Deputados e Senadores (art. 53 a 56):

Prerrogativas dos Parlamentares (art. 53 da CF): Imunidade


Parlamentar, sendo material ou formal. O parlamentar não será punido civil
ou penalmente em decorrência da exposição de suas opiniões no exercício
do cargo.

1. Imunidade Material (art. 53, caput): os Deputados e Senadores


são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões,
palavras e votos.
2. Imunidade Formal (art. 53, §1º): foro privilegiado, enquanto o
parlamentar estiver no exercício do mandato político (ao encerrar o
mandato político, o processo passará a ser julgado nas instâncias
inferiores). Assim sendo, diz-se que essa imunidade alcança as
questões procedimentais.
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A imunidade não possui limitação de espaço, podendo ser aplicada mesmo


nos casos em que o congressista esteja viajando, pois a imunidade decorre
do cargo e não do local em que este está.

As imunidades materiais existem para garantir ao congressista a liberdade


de expressão e de defesa de suas ideias, durante o mandato político.

A imunidade formal existe porque entende-se que o STF seria o órgão mais
isento de valorações e desigualdades, sendo, portanto, o mais adequado para
o julgamento das demandas decorrentes dos congressistas. Alguns
congressistas debatem sobre por fim ao foro privilegiado em face de que,
por conta do privilégio, os parlamentares têm a sensação de que “perdem”
as instâncias recursais inferiores ao STF e os anos que poderiam durar o
processo.

Quando o STF recebe uma denúncia de crime cometido por Parlamentar,


este tribunal superior deve dar ciência à respectiva Casa Legislativa. Caso a
Casa se manifeste, poderá sustar/parar o andamento processual; já se a Casa
se manter inerte, o processo segue seu trâmite legal até o julgamento.

Vedações aos Parlamentares (art. 54 da CF):

Diplomação: logo após a eleição, a Justiça Federal entrega ao candidato


eleito o diploma que demonstra que este concorreu às eleições e ganhou o
processo eleitoral.

Posse:

Hipóteses de Perda do Mandato Político (art. 55 da CF): os inciso de I a


VI do art. 55 estabelecem as hipóteses de perda do mandato político.
Contudo, em todos os casos a perda se procederá mediante decisão da
maioria absoluta da respectiva Casa ou pela Mesa respectiva da Casa,
conforme previsão dos §§ 2º e 3º do art. 55.
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Hipóteses em que Não Haverá Perda do Mandato (art. 56 da CF):

Das Reuniões (art. 57 da CF): O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na


Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro.

Sessão Legislativa: período de reunião do Congresso Nacional (de 02/02 a


17/07 e 01/08 a 22/12).

Legislatura: equivale ao mandato, ou seja, período de 4 anos. Uma


Legislatura equivale a 4 sessões legislativas.

Comissões (art. 57 da CF): as comissões são fragmentos/parcelas dos parlamentares, e


possuem sempre uma função/papel pré-determinado. As comissões podem ser
permanentes (existem a todo tempo) ou temporárias (existem durante um período de
tempo pré-definido), temáticas ou especiais. As comissões ainda podem ser
classificadas de acordo com seus integrantes, sendo puras (composta somente por
parlamentares de uma única Casa) ou mistas (composta por parlamentares de ambas as
Casas do Congresso Nacional).

Exemplo de Comissões: CPI (comissão parlamentar de inquérito); CPMI (comissão


parlamentar mista de inquérito);

As comissões servem para realizar uma análise mais profunda de determinados temas.

A comissão que analisa as medidas provisórias é sempre uma comissão mista.

ART. 59 – PROCESSO LEGISLATIVO

Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário elaboram normas.


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Exemplos de normas do poder executivo: medidas provisórias e decretos.

Exemplos de normas do poder judiciário: portarias, regulamentos, súmulas vinculantes,


decisões (sentenças e acórdãos).

Poder Executivo
Poder Legislativo Decretos
Executivos,
Art. 59 da CF Sistema
Portarias, Instruções
Normativo
Normativas,
Resoluções, Alvará
Poder Judiciário
Portarias, Instruções
normativas, Súmulas
Vinculantes,
Acórdãos e
Sentenças

O que é norma jurídica?  são enunciados que regulam a vida social, produzida por
um ente competente, e que necessita passar por um processo legislativo pelo qual esta
será inserida no mundo jurídico, possuindo efeito geral e sendo impostas à sociedade
por meio de sanções que visam a coercibilidade.

Vilmar H. Fuchs: “É um enunciado com efeito cogente, emanado


por um órgão competente, mediante um processo legislativo,
visando impor condutas.”
 Enunciado
 Regulação Social (sanção/coerção) – imposição e efeito geral
 Ente Competente
 Processo Legislativo

a. Regras:
b. Princípios:
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c. Postulados:

A prerrogativa de escolha acerca do voto (art. 14, II) para os analfabetos incumbe aos
eleitores, assim sendo, a partir do momento em que o eleitor analfabeto manifeste o
interesse de votar, não pode a Justiça Eleitoral negar-se a emitir o título de eleitor ou
impedir/dificultar que este cidadão participe do sufrágio.

Norma Intersubjetivas  afetam mais de uma pessoa ao mesmo tempo (ex.: contratos
vinculam o contratante e o contratado; a prerrogativa constitucional de voto facultativo
para os analfabetos vincula o cidadão analfabeto a escolher e a Justiça Eleitoral a aceitar
a escolha feita pelo eleitor).

PROCESSO LEGISLATIVO

Ritos:

a. Ordinário: lei ordinária ou lei complementar (art. 61, caput).


b. Sumário: art. 64, §1º, da CF – Urgência
c. Especial: emenda à Constituição (art. 61); Lei delegada (art. 68);
medida provisória (art. 62); decreto legislativo; resoluções.

Lei Ordinária
Ordinário
Lei Complementar

Ritos Sumário Art. 64, §1º, da


CF

- Emenda à Constituição (art. 61);


- Lei Delegada (art. 68);
Especial - Medida Provisória (art. 62);
- Decreto Legislativo e Resoluções
(regimento das Casas Legislativas)

Fases:
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DO RITO ORDINÁRIO

a. Introdutória: recepção do projeto de lei


b. Constitutiva: análise das comissões  deliberações (votações por
maioria simples ou absoluta)  Sanção Presidencial

Sanção  é o ato tácito ou expresso do Chefe do


Executivo ao projeto de lei concordando com a matéria.
Veto  rejeição da matéria de uma lei, no todo ou em
parte, devendo ser apresentada devidamente
fundamentada. O veto deve ocorrer no dispositivo inteiro
(artigo inteiro; inciso inteiro; parágrafo inteiro, etc.), não
sendo permitido que o veto ocorra contra determinado
trecho de um dispositivo. O veto é feito pelo chefe do
executivo (ex.: Presidente da República, Governador de
Estado, etc.), não podendo ser transferido, e nem ser feito
de forma tácita (deve ser expresso).
O veto pode ter 2 fundamentos: jurídico (quando se alega
uma inconstitucionalidade) ou político (quando o
fundamento aponta para ofensa aos interesses da
sociedade).
O veto deve ocorrer em até 15 dias úteis (prazo da
sanção), e caso não ocorra, tem-se a sanção tácita do
projeto de lei.
A lei vetada é devolvida ao Congresso, que deve analisar o
veto em sessão conjunta a ser convocada pelo Presidente
do Congresso/Senado, devendo ser o veto
“derrubado”/rejeitado por maioria absoluta (em relação
aos Senadores e Deputados). Caso ocorra a rejeição do
veto pela maioria absoluta, o projeto de lei segue então
para promulgação e publicação, como se o veto jamais
tivesse existido.

c. Complementar: Promulgação (art. 66, §§ 5º e 7º)  Publicação.


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Obs.: não existe promulgação tácita.

DO RITO SUMÁRIO

Caso o Presidente da República entenda necessário pode enviar pedido de urgência ao


Congresso Nacional para que determinado projeto de lei seja votado.

DO RITO ESPECIAL

Emenda à Constituição

O Congresso Nacional possui poder constituinte derivado decorrente da própria


Constituição, para estabelecer normas que irão revogar, alterar ou acrescentar matérias e
normas da CF.

As emendas possuem peso de normas constitucionais, fazendo parte do bloco


constitucional (fazem parte desse bloco: a CF, as Emendas, os Tratados/Convenções
Internacionais de Direitos Humanos aprovados segundo o art. 5º da CF, e o Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias - ADCT).

A proposta de Emenda a CF (PEC) deve ser aprovada com quórum de 3/5 dos votos ,
em 2 sessões, em cada Casa Legislativa.

Somente pode apresentar proposta de Emenda à Constituição aqueles especificados no


art. 60, I, II e III, da CF, sendo:

Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:

I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos


Deputados ou do Senado Federal;

II - do Presidente da República;

III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades


da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria
relativa de seus membros.
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Após a apresentação da PEC, esta será encaminhada para votação na Câmara dos
Deputados, e somente após, para o Senado.

Para as PECs, a fase constitutiva encerra-se na 4ª votação, sendo então direcionada para
a promulgação e publicação. Assim sendo, não cabe sanção (aprovação ou veto) do
Presidente da República.

Matérias que não podem ser objeto de deliberações em PECs (art. 60, §4º):

§4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a


abolir:

I - a forma federativa de Estado;

II - o voto direto, secreto, universal e periódico;

III - a separação dos Poderes;

IV - os direitos e garantias individuais.

Lei Delegada (art. 68)

As Leis Delegadas são destinadas aos casos em que o Presidente da República solicita
ao Congresso Nacional, a delegação para que ele elabore Leis sobre determinados
temas.

Após a delegação podem ocorrer duas situações:

1. O Congresso delegar ao Presidente os poderes para legislar, sem que seja


necessidade de qualquer revisão antes da publicação da Lei.
2. O congresso pode condicionar a delegação, de modo a ser necessário que, após a
conclusão do projeto de lei, a apreciação deste pelo Congresso para votação
única (sobrevindo aprovação ou revogação), sem que seja possível realizar
qualquer emenda/alteração no projeto.

Medida Provisória (art. 62)


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O Presidente da República pode apresentar a medida provisória, que consistem em uma


norma com força de lei, em casos de relevância e urgência. Assim sendo, pode-se dizer
que o Constituinte Originário conferiu ao Chefe do Executivo a capacidade deste
legislar em casos de relevância e urgência.

As matérias reservadas para leis complementares não podem ser objeto de medidas
provisórias, bem como:

Art. 62, §1º. É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:

I - relativa a:

a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e


direito eleitoral;

b) direito penal, processual penal e processual civil;

c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a


carreira e a garantia de seus membros;

d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos


adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º;

II - que vise a detenção ou seqüestro de bens, de poupança popular


ou qualquer outro ativo financeiro;

III - reservada a lei complementar;

IV - já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso


Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da República.

A medida provisória possui um duplo efeito:

1. Começa a valer com força de lei, ou seja, produz todos os efeitos jurídico-
normativos desde o momento de sua edição e publicação.
2. Ao ser publicada, inicia-se o processo legislativo para aprovação pelo Congresso
Nacional, que deve ser concluído em 60 dias (nas duas Casas Legislativas),
podendo ser prorrogada apenas uma vez.
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Caso a Medida Provisória não seja apreciada em até 45 dias, contados da sua
publicação, esta entrará em regime de urgência, trancando a pauta das Casas
Legislativas.

Decreto Legislativo

Interna (a própria Casa legislativa inicia o processo e vota), com efeitos também
externos.

Resolução

Interna (a própria Casa legislativa inicia o processo e vota), com efeitos apenas à
própria Casa. São normas que organizam o processamento e a rotina da Casa
Legislativa.

FISCALIZAÇÃO (ART. 70)

Possui a finalidade de averiguar os diversos aspectos dos gastos internos e externos dos
agentes dos 3 Poderes.

Aspectos da fiscalização:

 Contábil  contabilidade e o registro econômico de determinado ente, ou seja, a


fiscalização dos registros das atividades econômicas. A transparência é um dos
requisitos para que a contabilidade seja válida, por ser a forma de exteriorização
desta, bem como a prestação de contas. Ainda, outro requisito necessário é a
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finalidade, ou seja, a verificação de que o gasto tenha ocorrido de fato com


aquilo que foi registrado.
 Financeira  gestão dos recursos.
 Orçamentária (art. 165 em diante)  todo o recurso que o Estado recebe deve
estar previsto, e todo o gasto deve estar planilhado, ou seja, é a previsão de todos
os recebimentos em confronto com todos os desembolsos. Em tese, o valor da
despesa nunca poderia ser maior que a receita, contudo, nos últimos anos a
realidade tem sido diferente.
 Operacional  como realmente os procedimentos estão sendo realizados, ou
seja, o modo pelo qual o estado realiza a execução de seus propósitos.
 Patrimonial  todos os equipamentos, bens móveis e imóveis, devem ser
devidamente catalogados e ser a sua aplicação de domínio da administração.
Devem constar, a aquisição, a aplicação, o estado em que se encontra, se está
emprestado, etc.

A fiscalização pode ocorrer nos âmbitos interno e externo.

INTERNO  nesta, cada Poder possui o seu controle (ex.: a União possui uma
secretaria [Secretaria de Patrimônio da União – SPU] para saber quantos são os seus
patrimônios). O controle interno é uma obrigação de todos os 3 poderes.

EXTERNO  a União é fiscalizada pelo Congresso, que o faz mediante a atuação do


Tribunal de Contas da União. Nos Estados, a fiscalização é feita pelo Tribunal de
Contas de cada Estado. A nível municipal, a maioria é fiscalizada pelo Tribunal de
Contas Estadual, salvo os Estado do São Paulo e Rio de Janeiro, os quais mantém os
Tribunais de Contas Municipais. Todas as regras e normas do Tribunal de Contas da
União se aplicam aos demais Tribunais de Contas.

Art. 73 -

§1º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão nomeados


dentre brasileiros que satisfaçam os seguintes requisitos:

I - mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade;


22

II - idoneidade moral e reputação ilibada;

III - notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e


financeiros ou de administração pública;

IV - mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade


profissional que exija os conhecimentos mencionados no inciso
anterior.

§2º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão escolhidos:

I - um terço pelo Presidente da República, com aprovação do Senado


Federal, sendo dois alternadamente dentre auditores e membros do
Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista tríplice pelo
Tribunal, segundo os critérios de antiguidade e merecimento;

II - dois terços pelo Congresso Nacional.

Os poderes devem criar uma integração para que todo o controle possa fluir de modo
eficiente, devendo, portanto, o controle interno atuar em harmoniza com o controle
externo (art. 74 da CF).

Os agentes do controle interno que tomarem conhecimento de irregularidades ou


ilegalidades do Poder, deverá informar ao Tribunal de Contas, sob pena de incorrer nas
mesmas penas daquele que cometeu os desvios.

Art. 73, §3º - “Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão as mesmas garantias,
prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos Ministros do Superior
Tribunal de Justiça, aplicando-se-lhes, quanto à aposentadoria e pensão, as normas
constantes do art. 40.”

Obs.: aquele agente do controle interno que informar desvio ao Tribunal de Contas não
possui qualquer garantia relativa a seu cargo. De modo diverso aos Ministros do
Tribunal de Contas.
23

DO PODER EXECUTIVO (ART. 76 A 88 DA CF/88)

Conceito

No sistema presidencialista, o chefe do executivo (presidente da república) ocupa a


posição de chefe de governo e chefe de Estado.

É o Poder designado para implementar as necessidades da sociedade, incluindo a sua


estrutura. O Poder não é, de fato, dissociável, sendo certo dizer que o poder do Estado é
único e indissociável, contendo em seu interior as atribuições dadas a uma determinada
parcela deste poder (sendo diferenciado entre as atribuições executivas, judiciárias e
legislativas).

O poder executivo tem como seu ápice de comando o presidente da república.

Eleição

O art. 76 da CF deixa claro que o presidente é eleito por maioria de votos em dois
turnos.

Somente não haverá segundo turno nas eleições presidenciais quando um dos
candidatos conseguir a maioria absoluta dos votos válidos no primeiro turno.

Havendo segundo turno entre os dois candidatos mais votados no primeiro, caso um
destes venha a falecer durante o segundo turno, importará em substituição deste pelo
terceiro mais votado no primeiro turno, vindo este terceiro a disputar o segundo turno.
Caso um dos candidatos desista ou venha a falecer antes de ocorrido o primeiro turno
das eleições, incumbirá ao partido que proceda com a substituição do candidato para
disputar as eleições.

O vice-presidente não é votado nas eleições (art. 77, §1º, da CF).

Caso ocorra empate no segundo turno, vencerá o candidato mais velho.

A posse do presidente da república e do vice ocorrerá em sessão do Congresso


Nacional, prestando o compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição,
24

observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a


integridade e a independência do Brasil.

O presidente da república que não tomar posse no prazo de dez dias da data fixada para
a posse em sessão do Congresso Nacional sem justificativa, importará na vacância do
cargo. Nesse caso, o vice toma posse como se presidente fosse, não havendo mais vice-
presidente para aquele mandato.

Hipóteses de atuação do vice como presidente:

 Substituição  ocorre quando o vice ocupa o cargo de forma provisória.


 Sucessão  ocorre quando o cargo se torna vago em definitivo.

Caso ocorra a vacância do presidente, quando o cargo de vice também estiver vago,
serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o Presidente da Câmara dos
Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal, para exercerem o
cargo de modo provisório.

Ordem de preferência em caso de vacância do presidente e do vice:

1. Presidente da Câmara dos Deputas  ocorre em decorrência da


representatividade popular.
2. Presidente do Senado Federal.
3. Presidente do Supremo Tribunal Federal.

Caso os cargos de presidência e vice tornarem-se vagos definitivamente, aquele que


assumir deverá convocar nova eleição, sendo realizada da seguinte forma:

1. Se faltarem mais de 2 anos para o fim do mandato (VOTO PELO POVO) 


será feita a eleição em noventa dias após a vacância do último cargo, ou seja,
será feita no nonagésimo dia.
2. Se faltarem menos de 2 anos para o fim do mandato (VOTO PELO
CONGRESSO NACIONAL)  a eleição para ambos os cargos será feita trinta
dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, ou seja, realizada no
trigésimo dia.
Em qualquer dos casos acima, os eleitos deverão completar o período remanescente de
seus antecessores.
25

O Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão, sem licença do Congresso


Nacional, ausentar-se do País por período superior a quinze dias, sob pena de perda do
cargo.

Competência (art. 84)

O rol de atribuições do presidente pode ser classificado de duas formas quanto a


natureza das atribuições ou quanto a natureza do cargo, sendo estas:

1. Quando a natureza das atribuições:


a. Natureza Executiva:
b. Natureza Legiferante: atribuições que estão envolvidas no processo
legislativo/normatizador.

2. Quando a natureza do cargo:


a. Chefe de Estado: assuntos de ordem externa do país.
b. Chefe de Governo: assuntos de ordem organizacional interna do país.

CLASSIFICAÇÃO QUANDO A NATUREZA DA ATRIBUIÇÃO

NATUREZA EXECUTIVA NATUREZA LEGIFERANTE

I - nomear e exonerar os Ministros de III - iniciar o processo legislativo, na


Estado; forma e nos casos previstos nesta
Constituição;
II - exercer, com o auxílio dos Ministros
de Estado, a direção superior da IV - sancionar, promulgar e fazer
administração federal; publicar as leis, bem como expedir
decretos e regulamentos para sua fiel
execução;
26

CLASSIFICAÇÃO QUANTO A NATUREZA DO CARGO

CHEFE DE ESTADO CHEFE DE GOVERNO

VII - manter relações com Estados I - nomear e exonerar os Ministros de


estrangeiros e acreditar seus Estado;
representantes diplomáticos;
II - exercer, com o auxílio dos Ministros
de Estado, a direção superior da
administração federal;

Responsabilidade (art. 85)

A responsabilidade do presidente indica uma atribuição em função do cargo público


ocupado.

O crime de responsabilidade significa que a pessoa deixou de executar/respeitas os


preceitos e normas que o cargo público exige.

O julgamento dos crimes do presidente procederá mediante admissão da acusação por


2/3 da Câmara dos Deputados. Após a admissão, será ele submetido a julgamento
perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado
Federal, nos crimes de responsabilidade.

Denúncia Câmara dos Natureza do


Deputados
Crime de Crime
Responsabilidade Crime Comum
Decisão sobre a
Admissibilidade

Julgamento Julgamento
pelo Senado pelo STF
27

Recebido o crime pelo Senado ou pelo STF, o presidente fica afastado de suas funções
pelo período de 180 dias afim de este tempo ser designado para defesa do presidente.

Ministros de Estado (art. 87 e 88)

Os ministros de Estado auxiliam o presidente no exercício de suas atribuições.

Os requisitos para ser Ministro de Estado são: ser brasileiro, maior de 21 anos e no
exercício dos direitos políticos.

O Presidente da República é a pessoa competente para nomear os Ministros, cabendo a


este a responsabilidade pela qualidade do ministro.

Compete ao Ministro de Estado, além de outras atribuições estabelecidas nesta


Constituição e na lei:

I. exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da


administração federal na área de sua competência e referendar os atos e decretos
assinados pelo Presidente da República;
II. expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos;
III. apresentar ao Presidente da República relatório anual de sua gestão no
Ministério;
IV. praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou delegadas
pelo Presidente da República.

Nomeação ad hoc  consiste em uma nomeação livre, ficando a cargo do presidente a


nomeação. É um cargo de confiança. Não há exigência de concurso para a nomeação.

Revogação ad nutum  consiste na revogação sem necessidade de qualquer


procedimento administrativo, ficando a cargo do presidente a destituição dos Ministros.

CONSELHO DA REPÚBLICA (ART. 89 E 90)

É um órgão de consulta. Logo, seus posicionamentos não vinculam o presidente da


república.
28

É um Conselho que busca auxiliar/aconselhar/prestar assistência ao presidente da


república.

O conselho é formado pelo Vice-Presidente da República, Presidente da Câmara dos


Deputados, Presidente do Senado, líderes da maioria e da minoria na Câmara dos
Deputados, os líderes da maioria e da minoria do Senado, Ministro da Justiça e seis
cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois
nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos
pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução.
Assim sendo, são ao todo 14 votantes que integram o conselho da república. O
presidente pode ainda convocar Ministros de Estado caso pauta da questão seja
relacionada com o respectivo Ministério.

Compete ao Conselho da República se pronunciar sobre intervenção federal, estado de


defesa e estado de sítio, e sobre questões relevantes para a estabilidade das instituições
democráticas, sob pena de nulidade dos atos praticados pelo Presidente caso este não
convoque o conselho antes de decretar qualquer ação em face destas questões.

CONSELHO DE DEFESA NACIONAL

O Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta do Presidente da República nos


assuntos relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado democrático, e
dele participam como membros natos:

I. o Vice-Presidente da República;
II. o Presidente da Câmara dos Deputados;
III. o Presidente do Senado Federal;
IV. o Ministro da Justiça;
V. o Ministro de Estado da Defesa;
VI. o Ministro das Relações Exteriores;
VII. o Ministro do Planejamento;
VIII. os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.

Compete ao Conselho de Defesa Nacional:


29

I. opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração da paz, nos


termos desta Constituição;
II. opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da
intervenção federal;
III. propor os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis à
segurança do território nacional e opinar sobre seu efetivo uso,
especialmente na faixa de fronteira e nas relacionadas com a preservação e a
exploração dos recursos naturais de qualquer tipo;
IV. estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de iniciativas necessárias a
garantir a independência nacional e a defesa do Estado democrático.

Além de ser competente para tratar de determinadas matérias internas, compete também
ao conselho de defesa nacional as matérias de Soberania do Estado.

Existem competências comuns aos Conselhos de Defesa Nacional e Conselho da


República, como por exemplo opinar sobre decretação do estado de defesa, estado de
sítio e da intervenção federal.

PODER JUDICIÁRIO (ART. 92 EM DIANTE)

Organização do Poder Judiciário (art. 92):

Supremo

Justiça Federal
STJ Especializada

TRM

Juízes
Militares

Justiça Estadual
Residual Turmas Turmas
Recursais Recursais
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Juizados Juizados
Especiais Especiais

Estadual – Federal –
Lei 9.099/95 Lei 10.259

Para dirimir conflito de competências entre Juízos, basta observar qual será o primeiro
órgão judiciários superior comum aos conflitantes, sendo este o competente para decidir
sobre a competência.

Obs.: quando o conflito de competências for entre a justiça comum e


os juizados especiais, caberá ao STJ dirimir o conflito em decorrência
de Súmula.

Princípios da Magistratura (art. 93):

O poder judiciário recebeu autonomia para estabelecer o estatuto da magistratura (lei


complementar). Essa lei deve obedecer aos princípios/incisos do art. 93 da CF/88.

O ingresso dos Magistrados ocorrerá por meio de concurso público de provas e títulos.
A OAB deverá acompanhar todas as fases do concurso para que este tenha validade.

Há necessidade que o candidato seja bacharel em Direito e ter, no mínimo, 3 anos de


atividade jurídica.

“Entrâncias” são classificações dos Tribunais com relação ao tamanho das comarcas –
1ª, 2ª, 3ª e entrância especial - (a classificação é feita pelos critérios de cada Tribunal).

A carreira dos magistrados inicia-se como juiz substituto, alcançando a vitaliciedade


após 2 anos de exercício.

A promoção dos magistrados ocorrerá segundo os critérios de antiguidade (tempo de


exercício do cargo) e merecimento (qualificação do magistrado, atribuindo-se
pontuações para os critérios de merecimento estabelecidos na comarca), havendo
necessária alternância entre estes critérios.
31

Não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além do
prazo legal, não podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despacho ou decisão.

O magistrado deve, obrigatoriamente, participar dos cursos de capacitação oficiais,


sendo esta etapa um requisito para o processo de vitaliciamente.

Os ministros dos Tribunais Superiores somente podem receber remuneração


correspondente a 95% daquela determinada para os ministros do STF.

A remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado, por interesse público,


fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do
Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa.

Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas


todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em
determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos
nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique
o interesse público à informação.

Quinto Constitucional (art. 94):

1/5 dos magistrados dos Tribunais de Justiça Federais e dos Tribunais Estaduais será
composto por membros do MP e por Advogados de notório saber jurídico e reputação
ilibada.

Os candidatos ao quinto devem ser indicados em lista de seis nomes indicados pelos
órgãos de representação das respectivas classes, quais sejam, MP e OAB.

Recebida a lista sêxtupla pelo Tribunal, será formada lista tríplice a ser enviada ao
Poder Executivo, o qual escolherá um destes indicados para a nomeação.

Garantias (art. 95):

As garantias são: vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade.


32

As garantias servem para permitir ao magistrado a segurança para que proceda com as
sentenças, impedindo a imposição de pressões externas que interfiram no julgamento.

Competências dos Tribunais (art. 96):

Reserva de Plenário (art. 97):

Todas as questões que forem levadas ao tribunal, em sede de recurso, que suscitem
inconstitucionalidade, serão julgadas pelo Pleno (maioria absoluta de seus membros).

Juizados e Juiz de Paz (art. 98):

Juizados Especiais  os juizados especiais estaduais são regidos pela lei 9.099/95, e os
juizados especiais federais são regidos pela lei 10.259/01. Naquilo que a lei 9099 for
omissa, deve esta ser complementada subsidiariamente pelo CPC (ex.: a lei 9099 não
estabelece como será procedido a fase executória do processo, sendo então aplicada a
forma prevista no CPC).

Juiz de Paz  são os juízes que celebram os casamentos, verificam o processo de


habilitação e exercer atribuições conciliatórias. Estes juízes devem ser eleitos por voto
direto, universal e secreto. Neste caso, falta lei complementar para que este instituto seja
aplicado.

Autonomia (art. 99):

Os tribunais possuem autonomia administrativa e financeira. Compete aos tribunais


encaminhar os projetos de lei com intuito de organização interna do tribunal, bem como
o projeto orçamentário interno do tribunal, devendo ambos serem aprovados pelo Poder
Executivo.
33

Precatórios (art. 100):

Precatório é uma ordem de pagamento em razão de trânsito em julgado de sentença


condenatória em face do Estado. O precatório existe para que o Estado possa computar
o pagamento dentro de seu plano orçamentário, consistindo em uma promessa/garantia
de pagamento.

O Estado realizará o pagamento dos precatórios na medida e na ordem cronológica em


que estes forem apresentados.

Os precatórios apresentados até o dia 1º de julho serão incluídos no orçamento do ano


seguinte, para que sejam pagos, já os apresentados a partir do dia 2 de julho serão
incluídos no orçamento do ano segundo ano próximo. Os precatórios que não forem
pagos até o final do ano em que foram inclusos no orçamento, serão atualizados para
serem pagos no próximo ano.

Existem verbas que são prioritários em face das demais, sendo estas pagas primeiro
ainda que apresentadas em momento posterior. São estas:

 PRIOIRIDADE DAS PRIORIDAADES  Débitos de natureza alimentícia


cujos titulares, originários ou por sucessão hereditária, tenham 60 (sessenta)
anos de idade, ou sejam portadores de doença grave, ou pessoas com deficiência,
assim definidos na forma da lei.
Estes receberam em ordem preferencial somente até o limite do triplo do valor
fixado para o RPV (requisição de pequeno valor). Ficando então com o saldo
restante a receber no segundo critério de preferência.
 PRIORIDADES  Débitos de natureza alimentícia decorrentes de salários,
vencimentos, proventos, pensões e suas complementações, benefícios
previdenciários e indenizações por morte ou por invalidez, fundadas em
responsabilidade civil, em virtude de sentença judicial transitada em julgado

No momento de emitir o precatório a Fazenda deve informar se a pessoa que possui o


precatório possui algum débito, sendo compensados os débitos líquidos e certos. As
compensações somente podem ocorrer dentro da mesma Fazenda, não se confundindo
as Fazendas Públicas dos diversos entes federativos.
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O credor do precatório pode comprar imóveis leiloados com o crédito de precatório,


desde que este já esteja incluído no orçamento da Fazenda.

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