Você está na página 1de 176

DIREITO ELEITORAL

Edital esquematizado: 70% jurisprudência TSE (Informativos a partir de janeiro de 2017). Letra
de lei com crimes eleitorais, novidades de legislação e súmulas do TSE.
Temas mais importantes:
 Regramento Constitucional (LENZA – Direitos políticos, capacidade eleitoral ativa e
passiva, perda e suspensão dos direitos políticos. Princípio da anualidade).
 Justiça Eleitoral – composição e competência. Magistratura temporária. Regramento
especial do TST (Sempre julga em plenário e situações em que é necessário todos os
membros). Competência consultiva e administrativa da Corte. Juízes e junta.
 MPE – entender como funciona e qual membro atua em cada eleição.
 Alistamento e domicílio eleitoral. Revisão do eleitorado. Pluralidade e duplicidade de
títulos.
 Elegibilidade e inelegibilidade (LC 64). Incompatibilidades e desincompatibilização.
Inelegibilidades constitucionais e legais. Ficha Limpa e julgado do STF quanto ao tema.
 Sistemas eleitorais - Majoritário e proporcional. Entender o sistema proporcional.
Quociente eleitoral e coligações (mandato pertence a quem). Sistema de sobras.
Convenções e coligações. Candidatura nata e registro de candidatura. Substituição de
candidatos. Com as alterações da reforma eleitoral de 2017 e Emenda constitucional
que extinguiu as coligações para eleições proporcionais além de criar várias barreiras
para novos partidos (clausula de desempenho)
 Campanha eleitoral - arrecadação e gastos, doações, gastos com campanhas e
prestação de contas.
 Propaganda política - propaganda eleitoral e partidária. Acesso ao rádio e a TV
(distribuição das formas de acesso). Inserções e disponibilização em cadeia.
Propaganda irregular e antecipada. Consequências. Proibições. Atenção especial para
rádio e televisão mesmo.
 Partidos políticos - criação e apoiamento mínimo. Filiação partidária e fidelidade
partidária (perda do mandato). Acesso ao fundo partidário e à proporção. Alterações
promovidas no art. 17, da CRFB/1988 pela EC 97/2017.
 Ações eleitorais - tema mais importante. Saber procedimento, e qual lei é aplicada.
Cuidado especial para as hipóteses de cabimento, bem como as consequências da
procedência de cada uma das ações.
 Recursos eleitorais - atenção para as diferenças do procedimento comum.
Características e prazos. Efeitos e hipóteses restritas de cabimento.
 Muita atenção com os julgados paradigmas do STF (Ex: candidatura nata, infidelidade
partidária, proibição de doações de pessoas jurídicas, divisão do tempo no rádio e na
televisão, se o mandato pertence a coligação ou ao partido, prefeito itinerante, ADI
do Humor que trata da liberdade de expressão e sátiras a candidatos etc).
 Cuidado agora com a jurisprudência do TSE (janeiro/2017 até agora).

Leis indispensáveis:
1. Lei das Eleições
2. Lei dos Partidos Políticos
3. Lei das inelegibilidades

CF e súmulas do TSE
Novidades:
Alterações promovidas pela Lei 13.165/2015 - Minirreforma
Alterações do NCPC – Resolução 23.478/2016
Lei 13.488/2017 – alterações LE, LPP e CE e revogou algumas da Minirreforma
Lei 13.487/2017 – Fundo Especial de Financiamento de Campanha e extinguiu
propaganda partidária na rádio e televisão. (ANTES E DPS –
DIZER O DIREITO “Análise da reforma de 2017”)
João Heliofar. Vídeos no youtube. Jurisprudência.
Blog acachaçaeleitoral
Livro: José Jairo Gomes.

JURIS RECENTE
Não há responsabilidade solidária entre os diretórios partidários municipais, estaduais e
nacionais pelo inadimplemento de suas respectivas obrigações ou por dano causado, violação
de direito ou qualquer ato ilícito. (ADC 31/DF)
 Lei 9.096/1995: “Art. 15-A. A responsabilidade, inclusive civil e trabalhista, cabe
exclusivamente ao órgão partidário municipal, estadual ou nacional que tiver dado
causa ao não cumprimento da obrigação, à violação de direito, a dano a outrem ou a
qualquer ato ilícito, excluída a solidariedade de outros órgãos de direção partidária.”
Vedação à recondução em mesa não é norma de reprodução obrigatória, MAS
‘“(i) a eleição dos membros das mesas das assembleias legislativas estaduais deve observar o
limite de uma única reeleição ou recondução, limite cuja observância independe de os
mandatos consecutivos referirem-se à mesma legislatura; (ii) a vedação à reeleição ou
recondução aplica-se somente para o mesmo cargo da mesa diretora, não impedindo que
membro da mesa anterior se mantenha no órgão de direção, desde que em cargo distinto; e
(iii) o limite de uma única reeleição ou recondução, acima veiculado, deve orientar a
formação das mesas das assembleias legislativas que foram eleitas após a publicação do
acórdão da ADI 6.524, mantendo-se inalterados os atos anteriores.”
É vedada a fusão ou incorporação de partidos políticos que tenham obtido o registro
definitivo do TSE há menos de 5 anos
 lei nº 13.107/2015 acrescentou o § 9º ao art. 29 da Lei nº 9.096/95
ADI 6044/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 6/3/2021 (Info 1008).
O TSE decidiu por maioria que a desaprovação pode ensejar, além da sanção de devolução da
importância tida por irregular – acrescida de multa de até 20% (art. 36, II) –, a sanção de
suspensão do recebimento de cotas do Fundo Partidário Recurso Especial Eleitoral no
0600012-94, Florianópolis/SC, redator para o acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgado em
10.9.2020.

2.A DIREITOS POLÍTICOS. DIREITO AO SUFRÁGIO. VOTO DIRETO, SECRETO,


UNIVERSAL E PERÍODICO. PERDA E SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS.
DIREITOS POLÍTICOS
Política: plurissignificativa. Habilidade de relacionar-se; desenvolvimento de atividades.
Técnico-científica: poder. Grego: vida pública, definição de ações e influência no
comportamento individual.
 Aristóteles (Ética a Nicômaco): estabelecimento do que devemos fazer e abster de
fazer visando o bem comum, por isso identifica-se com ética e moral e conduz a ação e
a virtude.
 Aristóteles (Política): animal social (fala) que depende e vive melhor coletivamente.
Política é o estudo do Estado, governo, instituições sociais e Constituições, a
organização social.
Poder é justamente influenciar em outrem. É uma relação arraigada e pulverizada na
sociedade. Destaca-se: econômico (propriedade de bens economicamente apreciáveis
empregados para influir no comportamento de outros), político (imperativo de governo e
organização), econômico e ideológico (informações, doutrinas utilizados para influir no
comportamento de outros).
 Bobbio: o poder político se caracteriza pelo uso (efetivo ou potencial) da força,
coerção, com exclusividade em relação aos outros grupos (econômicos e ideológicos),
pois “apenas o emprego da força física consegue impedir a insubordinação e domar a
desobediência”. A guerra é o conflito entre dois poderes políticos pelo uso da força.
Política associa-se a governo (influencia na administração da res pública).
O Estado é totalidade da “sociedade politicamente organizada” visando ordem e bem comum.
 Estado: 1) Poder político, 2) povo e 3) território
 Governo: face dinâmica do Estado, conjunto de pessoas, instituições e órgãos que
direcionam a vontade política do Estado.

Direito político: princípios e normas que regulam a organização e o funcionamento do Estado


e do governo, disciplinando o exercício e o acesso ao poder estatal. (Dentro do D.
Constitucional que está dentro da Ciência Política).

Direitos políticos ou cívicos: prerrogativas e deveres inerentes à cidadania (participação) à luz


da soberania popular, a qual se concretiza pelo sufrágio universal, voto direto e secreto (igual
valor), plebiscito, referendo e iniciativa popular (art. 14 CF), concedidas ao povo (nacionais
com requisitos).
 Povo: termo vago (manipulações ideológicas). Integração ideológico-liberal não evita
divisão de classes e exclusão social, pois a ordem capitalista mantém a esfera político-
social separada da econômico-financeira.
 Povo (técnico-constitucional): conjunto de indivíduos a que se reconhece o direito de
participar na vontade estatal (discordo, está mais ligado à nacionalidade)
 Cidadão: pessoa detentora de direito políticos, votar (jus suffragii) e ser votado (jus
honorum)
 Cidadania: atributo do cidadão ou, em sentido amplo, conjunto de direitos e deveres

DHs e direitos políticos: jusnaturalismo = liberdade, inclusive de opressão. Alexy diz que os
direitos do homem são: universais, morais (independe de positivação); preferenciais;
fundamentais; abstratos (colisão gera ponderação). 1ª Geração (liberdade): direitos políticos
nas primeiras declarações:
 Declaração de Direitos do Bom Povo de Virgínia, 1776: votar e ser votado, e decisões
políticas sujeitas ao crivo dos representantes
 Declaração de Independência dos EUA, 1776: princípios democráticos (1ª)
 Declaração Francesa dos Direitos do Homem e do Cidadão, 1789: lei é vontade geral e
todos cidadãos concorrem, pessoalmente ou por mandatários, para sua formação
 DUDH, 1948: vontade do povo, acesso, liberdade, sufrágio universal, eleições
periódicas, voto secreto, processo equivalente
 PIDCP, 1966: participação; votar e eleito; sufrágio universal e igualitário; voto secreto;
acesso às funções públicas

DFs (Canotilho: jurídico-intitucionalmente garantidos e limitados espaço-temporalmente) e


direitos políticos: CF – direitos individuais e coletivos; direitos sociais; nacionalidade; direitos
políticos.
NACIONALIDADE E CIDADANIA
Cargos privativos de brasileiro nato
Estrangeiros não podem se candidatar a nada (art. 14, §3º - inelegibilidade). EXCEÇÃO:
Portugueses quase-nacionais. Poderão concorrer, salvo cargos privativos de nato.
Privativos de nato:
1. Presidente e Vice
2. Presidente da Câmara e do Senado
3. Ministro do STF
4. Carreira diplomaria
5. Oficial das forças Armadas
6. Ministro de Estado da Defesa
TSE – Sentença homologatória da opção pela nacionalidade brasileira tem efeitos ex tunc,
logo, mesmo que após o pedido de registro de candidatura, há de ser tida como desde o seu
nascimento (Precedente 1 – EDRESP 29.200). No precedente 2, STF exigiu ter feito opção até
o momento do pedido de registro, pois as condições de elegibilidade devem ser verificadas
no momento do pedido de registro (EDRESP 29.266).
TSE – português deve comprovar no momento do alistamento eleitoral, com a juntada da
portaria expedida pelo MJ.

DIREITO AO SUFRÁGIO
É o direito de manifestação de vontade. Ou seja, é um direito público subjetivo democrático de
participação do povo, de votar e ser votado.
a. Sufrágio Universal: atribuído ao maior número possível de nacionais.
Restrições são excepcionais e fundam-se em circunstâncias que naturalmente
impedem os indivíduos de participar.
b. Restrito: minoria participa
i. Censitário – Europa no séc. XIX e Brasil – CF Imperial de 1824 e
moderadamente pelas CF de 1891 e 1934
ii. Cultural ou capacitário – CF88 acolheu em parte (analfabetos são
inelegíveis, mas podem votar)
iii. Masculino
c. Igual: isonomia (one man, one vote)
i. Tem exceções na cidadania passiva: limites etários (Presidente e Vice
e Senador: 35; Governador e Vice: 30; Deputado, Prefeito e Vice: 21;
Vereador: 18)
d. Desigual: elitistas, oligárquicos, aristocráticos, com prevalência de classes ou
grupos sociais (voto familiar, voto plúrimo de um mesmo eleitor na mesma
circunscrição; voto múltiplo, em várias circunscrições)

VOTO DIRETO, SECRETO, UNIVERSAL E PERIÓDICO


CLÁUSULA PÉTREA.
Voto é um instrumento de exercício da soberania e sufrágio.
 TRF – Cabe dano moral ao cidadão impedido de votar por falha de Adm.
Características do voto no Brasil: personalidade (não pode por representante);
obrigatoriedade; liberdade, secreto, direto, periódico e universal.
VOTO OBRIGATÓRIO NÃO É CLÁUSULA PÉTREA.
O PcD pode requerer certidão de quitação eleitoral com prazo indeterminado.

A) DIRETO: sem intermediação.


o EXCEÇÃO: votação indireta no caso de VACÂNCIA de PR e Vice nos últimos 2
anos do período presidencial. Vacância ≠ Substituição. Na vaga o titular
deixou o cargo (morte, renúncia, impeachment) e o vice não pode assumir; na
substituição é precária e temporária (substituto fica até a volta).
ADI 5525: O LEGISLADOR ORDINÁRIO FEDERAL pode prever hipóteses de
vacância de cargos eletivos fora das situações expressamente contempladas
na Constituição, com vistas a assegurar a higidez do processo eleitoral e a
preservar o princípio majoritário. 2. Não pode, todavia, disciplinar o modo de
eleição para o cargo vago diferentemente do que estabelece a Constituição
Federal. Inconstitucionalidade do §4º do art. 224 do Código Eleitoral, na
redação dada pela Lei nº 13.165/2015, na parte em que incide sobre a eleição
para Presidente, Vice-Presidente e Senador da República, em caso de
vacância, por estar em contraste com os arts. 81, §1º e 56, §2º do texto
constitucional, respectivamente. 3. É constitucional, por outro lado, o
tratamento dado pela lei impugnada à hipótese de dupla vacância dos cargos
de Governador e Prefeito. É que, para esses casos, a Constituição não prevê
solução única. Assim, tratando-se de causas eleitorais de extinção do
mandato, a competência para legislar a respeito pertence à União, por força
do disposto no art. 22, I, da Constituição Federal, e não aos entes da
Federação, aos quais compete dispor sobre a solução de vacância por causas
não eleitorais de extinção de mandato, na linha da jurisprudência do STF.

 CF: Nos últimos 2 anos, eleição indireta para Presidente, Vice e


Senador
 Lei Federal: Entre os últimos 2 anos até 6 meses do final, eleição
indireta para Governador e Prefeito (nos últimos 6 meses, presidente
da AL) – causa eleitoral
 Lei Estadual: causas não eleitorais de extinção de mandato

ADI 5525: novas eleições podem ser realizadas quando a matéria for apreciada pelo TSE,
sendo inconstitucional aguardar-se o trânsito em julgado para tanto. Há julgamento no TSE
falando que basta encerramento das instâncias ordinárias, salvo medida cautelar do TSE.
São duas etapas do processo de cassação do Chefe do Executivo quando mais da metade dos votos
são anulados por fraude – 224 CE:
1) Afastamento do Governador (TSE: colegiado 2ª instância) e posse do próximo na linha
sucessória
2) Realização de novas eleições e posse do vencedor.
- Até 2015 – se o cassado tivesse tido +50% dos votos, havia nova eleição para alcançar de novo ou o 2º
era eleito
- Após 2015 (Minirreforma) – sempre novas eleições, mas após o trânsito em julgado do TSE
- ADI 5525: inconstitucionalidade do Trânsito em julgado, pois esvaziaria a eficácia da busca de
legitimidade por eleições

A dúvida que ficou: após o TSE ou após o TRE já basta?


- STF: decisão final da Justiça Eleitoral (TSE)  Melhor solução. Realmente, é inconstitucional aguarda
trânsito em julgado (parlamentarismo à brasileira). Mas aguardar a decisão final da Justiça Eleitoral é
aguardar o próprio tempo da jurisdição (não é parlamentarismo, até porque o TSE muitas vezes reverte
e o bastar do TRE traria muita instabilidade).
- TSE: basta colegiado no TRE, antes mesmos do julgamento dos embargos declaratórios (eleições
municipais)

B) SECRETO: não prevalece para PcD, que podem obter auxílio.


C) VALOR IGUAL
D) PERIÓDICO: sem isto, não há República.

*Escrutínio: processo de votação ou processo de apuração. Ex.: escrutínio secreto ou público;


escrutínio de lista.
PERDA E SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS
cassação foi expediente largamente utilizado no regime militar, atualmente é vedada. Não há
suspensão de quem ainda não tem direitos políticos, mas impedimento.
Art. 15, CF. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos
casos de:
Perda
I – cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;

Na CF 1967 era perda, mas José Jairo defende ser suspensão


IV – recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do
art. 5º, VIII;
Suspensão
II – incapacidade civil absoluta; (CUIDADO COM IMPEDIMENTO)
III – condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;
V – improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.
Consequências da perda/suspensão: cancelamento do alistamento; exclusão do corpo de
eleitores (não é automática – procedimento art. 77 CE); cancelamento ou suspensão da filiação
partidária; perda do cargo ou função pública (mandato – deputados federais e senadores,
precedida por ato da Mesa da Casa (com discricionariedade ou depende do tempo - STF), de
ofício ou provocação, com ampla defesa); impossibilidade de ajuizar ação popular, votar ou ser
votado, e exercer iniciativa popular.

A) CANCELAMENTO DA NATURALIZAÇÃO: quem concede é o Poder Executivo (MJ). O


ART. 12, § 4º, I, da CF, determina a perda da nacionalidade do NATURALIZADO em
virtude de atividade nociva ao interesse nacional, que somente se dá por decisão
judicial, na Justiça Federal. Há legitimidade do MP para “promover ação visando ao
cancelamento de naturalização, em virtude de atividade nociva ao interesse
nacional” (LC 75/90, art. 6º, IX).
Também perderá a nacionalidade o brasileiro NATO que adquirir outra nacionalidade (salvo
nacionalidade originária e imposição como condição para permanência ou para o exercício de
direitos civis). Perda da nacionalidade acarreta ipso facto a perda dos direitos políticos.
a. Outorga a brasileiro de igualdade em Portugal acarreta a suspensão no Brasil
(Decreto 3927/2007 e Res. TSE 21.538/2003)

B) INCAPACIDADE CIVIL ABSOLUTA: menores de 16 anos (Lei 13.146/2015 – Inclusão de


PcD – baseada na Convenção Internacional sobre PCD – 1º A RECEBER FORÇA DE EC).
Por isso é impróprio falar em perda ou suspensão. Usa-se impedimento.
a. PCDs: Plenamente capazes, independentemente de a deficiência ser grave ou
não, temporária ou permanente. Se não puder exprimir sua vontade será
relativamente incapaz. É plenamente capaz a pessoa que tiver autonomia e
independência (conceito relativo) para conduzir-se na vida social e política,
tomando decisões e assumindo responsabilidades. Política de INCLUSÃO da
CIDPD.
i. Interdição ou curatela (sentença produz efeitos desde logo) não
implicam automática e necessariamente na suspensão. Tais institutos
têm caráter excepcional e protetivo, especialmente pro âmbito
negocial.
ii. Somente a completa inaptidão para manifestação da vontade pode
ensejar a perda de direitos políticos. O juiz, quando da interdição,
verificando ser o caso, deverá comunicar à Justiça Eleitoral para
suspensão.
iii. Se nasceu inapta, não é suspensão, é impedimento.

C) CONDENAÇÃO CRIMINAL TRANSITADA EM JULGADO ou período de prova do sursis


(STF): norma autoaplicável (STF). Todavia, há parlamentares com coisa julgada
condenatória que continuam exercendo (Celso Jacob e Natan Donadan).
a. Perda automática de mandato eletivo?
i. DEPUTADO FEDERAL E SENADOR (ESTADUAL também). Existem três
correntes acerca da perda automática:
1. SIM: AP 470: Depende de ato declaratório – STF ( art. 15, III: é norma de
eficácia plena e art. 55, § 3º será declarada pela Mesa – aduzindo que a
decisão é da jurisdição e a perda é consequência da coisa julgada) – da Mesa
da Casa respectiva (afastada a incidência do art. 55, VI, § 2º - “decisão da
Casa”) por votação aberta (EC 76/2013). Casa irá decidir quando a decisão
condenatória não tenha decretado ou se proferida anteriormente à
expedição do diploma, com trânsito em julgado posterior. É efeito da
decisão.  ENTENDIMENTO REVOGADO.

2. (2º) NÃO: STF na AP nº 565/RO e AP 996: Cabe a Casa


Legislativa decidir (“intepretação tendencial”). Haveria
incidência da norma específica sobre a regra geral, já que o §
2º do art. 55 da CF remete-se ao inciso VI (Condenação) e fala
sobre decisão por maioria absoluta da Casa (Separação de
Poderes).  Posição da 2ª Turma

3. (1º) DEPENDE: + 120 DIAS EM REGIME FECHADO, perda do


cargo é consequência lógica (automática) do art. 55, III
(deixar de comparecer a terça parte das sessões) e § 3º. Mesa
apenas declara (§ 3º). Se for regime aberto ou semiaberto
Plenário da Casa irá deliberar.  Posição da 1ª Turma.
Há ADPF em trâmite.

ii. VEREADORES E EXECUTIVO: há silêncio eloquente da CF, interpretado


restritivamente por ser exceção, LOGO ACARRETA A PERDA DO
MANDATO AUTOMATICAMENTE, a partir da DECLARAÇÃO.
Pode votar: flagrante, temporária e preventiva. Res. 23554/2017 TSE: DEPENDE DE HAVER
INSTALADAS seções eleitorais em presídios e casas de internação de adolescentes.
Abrange qualquer condenação:
Abrange contravenção penal!
Não importa natureza da pena aplicada: pode ser restritiva de direitos, somente pecuniária,
pode ser sursis e também no livramento condicional; pode ser regime aberto. Também cabe
na sentença penal absolutória imprópria (medida de segurança ostenta natureza
condenatória).
Não abrange: Transação penal e SURSIS extinto.
Súmula nº 9 do TSE: “A suspensão de direitos políticos decorrente de condenação criminal
transitada em julgado cessa com o cumprimento ou a extinção da pena, independendo de
reabilitação ou prova de reparação de danos.”

Após a CF/88 art. 92, I, do CP não mais se aplica, cabendo suspensão somente com o trânsito
em julgado. Mas há atualização quanto a necessidade de trânsito em julgado:
Execução provisória de pena criminal (ADC 43 e 44) após condenação em segundo grau, não
havendo ofensa a presunção de inocência.
Execução provisória restringe-se ao efeito principal da condenação penal. A depender do
crime cometido pelo réu, poderá haver restrição da cidadania pela LC 64/90 “proferida por
órgão judicial colegiado”.

D) RECUSA DE CUMPRIR OBRIGAÇÃO A TODOS IMPOSTA:


a. função de jurado: se for com motivo religioso, filosófico ou político, deverá
cumprir obrigação alternativa, sem multa, que consiste em atividades de
caráter administrativo, assistencial filantrópico ou produtivo no Judiciário, DP
ou MP ou outro, fixados com razoabilidade e proporcionalidade.
b. prestação de serviço militar.
E) IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA (Justiça Federal ou Estadual, não Eleitoral)
7.C ALISTAMENTO: CONCEITO, ESPÉCIES E PROCEDIMENTOS. DOMICÍLIO
ELEITORAL. IMPOSSIBILIDADE E CANCELAMENTO DO ALISTAMENTO
ELEITORAL E REVISÃO DO ELEITORADO.

ALISTAMENTO ELEITORAL
Conceito: procedimento administrativo-eleitoral pelo qual se qualificam e se inscrevem os eleitores (organização
do eleitorado). Adquire-se somente capacidade eleitoral ativa (jus suffragii).

Domicílio eleitoral: onde pode alistar-se e candidatar-se (prazo de 6 meses p/ candidatar-se).


Diferente do domicílio civil (animo definitivo), no Direito Eleitoral, o conceito é ELÁSTICO: “o
domicílio eleitoral é o lugar de residência ou moradia (temporária) do requerente, e,
verificado ter o alistando mais de uma, considerar-se-á domicílio qualquer delas”  NÃO É
NECESSÁRIO ANIMUS.
E) TSE: tem de haver vínculo específico (familiar, econômico, social ou político).
F) Não pode pluralidade de inscrição.

Alistamento obrigatório:
Alistamento originário não exige tempo mínimo de residência no local.
Direito à falta abonada (2 dias) para alistamento.

Pessoas obrigadas: +18-70. Brasileiro nato tem de se alistar até 19 anos e naturalizado até um
ano após a aquisição da nacionalidade, sob pena de multa imposta pelo juiz eleitoral e cobrada
no ato da inscrição e privação de direitos políticos.
A) Analfabeto: alistamento facultativo. Após, alfabetização, 1 ano, sob pena de
multa.
B) Absolutamente incapazes (-16): impedidos
C) Relativamente incapazes (+16-18; ébrios; por causa transitória ou permanente
não puderem exprimir sua vontade; pródigos): devem alistar-se, salvo -18
(facultativo).
D) PcD: devem alistar-se, salvo impedimento de manifestação de vontade.
E) Brasileiro residente no exterior: devem alistar-se.
F) Indígena: integrado na sociedade, deve alistar-se, MAS não estão sujeitos à
multa por alistamento extemporâneo.
a. Alistamento deve ser facilitado. Fala-se em faculdade dos indígenas em
se alistar

TSE: “os indígenas têm assegurado o direito de se alistar como eleitores e de votar,
independentemente de categorização prevista em legislação especial infraconstitucional”
“Assegurou-os, em caráter facultativo, a todos os indígenas, independentemente da
categorização, observadas as exigências de natureza constitucional e eleitoral. Os índios que
venham a se alfabetizar, devem se inscrever como eleitores, não estando sujeitos ao
pagamento de multa pelo alistamento extemporâneo”.

RECURSOS: Decisão de defere o alistamento (10 DIAS, por delegado de Partido ou membro do
MP) ou indefere (5 DIAS) alistamento: recurso ao TRE (Res. TSE 21538/2003). Nesse caso, o
procedimento administrativo transforma-se em judicial. Cabe MS.

Sigilo do cadastro eleitoral: RES. TSE 21.528/2003 – permite às instituições públicas e privadas e às
pessoas físicas o acesso às informações nele contidas, mas não se fornecerão informações de caráter
pessoal (filiação, data de nascimento, profissão, estado civil, escolaridade, telefone e endereço), salvo
se a pedido:
a) do próprio eleitor;
b) por autoridade judicial;
c) por autoridade policial;
d) por MP (Lei de Organização Criminosa e Lei de Lavagem de Dinheiro – independentemente de
autorização judicial);
e) pelo órgão de direção nacional de partido político relativamente aos seus próprios filiados;
f)bentidades autorizadas pelo TSE, desde que exista reciprocidade de interesses.
h) TSE – Res. 22.059/2005: Já se atendeu a pedido do Ministério da Previdência Social para informação
sobre óbito.

ALISTAMENTO ELEITORAL FACULTATIVO:


Constituição:
a) Analfabetos
b) Maiores de 70 anos
c) 16-18 (completar 16 até a data do pleito)
Código Eleitoral: recepcionado?
a) Inválidos  recepção somente para absolutamente incapazes
b) Maiores de 70 anos  recepção pois igual CF
c) Os que se encontrem fora do país  NÃO RECEPCIONADO. VOTO OBRIGATÓRIO.

Inalistabilidade: não pode votar nem ser votado.


a) Estrangeiros
b) Conscritos, durante o serviço militar obrigatório.
a. TSE: Se já inscrito, a inscrição fica mantida, porém, impedido de votar.
b. Só alcança os conscritos. Demais militares (integrantes das Forças Armadas)
podem votar. Policiais militares e bombeiros também podem.

Transferência do domicílio eleitoral: CE+RES. TSE 21.538/2003.


Nomenclatura: Alteração no mesmo município: revisão ≠ Alteração de domicílio eleitoral:
transferência.
a) Recebimento do pedido no cartório eleitoral do novo domicílio no prazo estabelecido
pela legislação vigente (até 151/150 dias antes da eleição)
b) Transcurso de, pelo menos, um ano do alistamento ou da última transferência
c) Residência mínima de três meses no novo domicílio, declarada pelo próprio eleitor
(sob pena de falsidade ideológica e de inscrever-se fraudulentamente eleitor)
d) Prova de quitação com a Justiça Eleitoral (Só prevista na Resolução)
Recurso: = deferimento/indeferimento do alistamento.

Cancelamento = exclusão: art. 71 CE (atualmente nem todas são cancelamento, mas, com o
advento do sistema eletrônico, são apenas suspensão da eficácia).
a) Infração às regras relativas ao domicílio eleitoral
b) Suspensão ou perda de direitos políticos
c) Pluralidade de inscrição: 1º cancela-se a mais recente; 2º cancela-se a que não
corresponda ao domicílio eleitoral; 3º naquela cujo título não foi entregue; 4º não
votou na última eleição; a mais antiga.
d) Falecimento do eleitor
e) Deixar o eleitor de votar, injustificadamente, em três eleições consecutivas (conta
qualquer eleição, 1º e 2º turno. Só não conta eleição anulada). Salvo justificativa no
prazo de 60 dias ou 30 dias do retorno ao país.
b. Não se aplica à PcD ou doença que impossibilite voto
Processo de cancelamento pode iniciar-se ex officio pelo juiz eleitoral (Exceção ao princípio da
inércia de jurisdição). Pode pleitear: delegado de partido político, eleitor ou MP. É matéria de
ordem pública (inexiste preclusão).
Cabe recurso ao TRE. Durante o curso do processo, eleitor pode votar. Se houve decisão de
deferimento, e o TR ou TSE revisar, serão nulos os votos se o nº for suficiente para alterar
eleição.
FRAUDE NO ALISTAMENTO
Inscrição pode ser negada ou cancelada. Crime do Código Eleitoral (também se aplica para a
transferência fraudenta, usada para a formação de currais eleitorais). Induzir à inscrição
fraudulenta também é crime (eleitor é partícipe).

REVISÃO DO ELEITORADO
Verificação do domicílio. São chamados pessoalmente a comprovar domicílio e razões do
domicílio.
DENÚNCIA DE FRAUDE NO ALISTAMENTO  TRE
CE – Art. 71 § 4º Quando houver denúncia fundamentada de fraude no alistamento de uma
zona ou município, o Tribunal Regional poderá determinar a realização de correição e,
provada a fraude em proporção comprometedora, ordenará a revisão do eleitorado
obedecidas as Instruções do Tribunal Superior e as recomendações que, subsidiariamente,
baixar, com o cancelamento de ofício das inscrições correspondentes aos títulos que não
forem apresentados à revisão.
EX OFFCIO QDO HOUVER REQUISITOS  TSE
Lei das Eleições. Art. 92. O Tribunal Superior Eleitoral, ao conduzir o processamento dos
títulos eleitorais, determinará de ofício a revisão ou correição das Zonas Eleitorais sempre
que:
TSE - CUMULATIVOS
I - o total de transferências de eleitores ocorridas no ano em curso seja dez por cento
superior ao do ano anterior;
 TSE: Em se tratando de abuso de poder, examina-se a gravidade da conduta (vendeu imóveis
a preço de banana para pessoas se mudarem) e não sua potencialidade para interferir no
resultado da eleição

II - o eleitorado for superior ao dobro da população entre dez e quinze anos, somada à de
idade superior a setenta anos do território daquele Município;
III - o eleitorado for superior a sessenta e cinco por cento da população projetada para
aquele ano pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.

Res. 21490/2003 TSE: fala em eleitorado superior a 80% da população e condicionada a


dotação orçamentária. Se o percentual de eleitores estiver entre 65% e 80%  correição
anual ordinária.

Res. 21.538 TSE: Não pode em ano eleitoral, salvo autorização do TSE.
Res. 22.616 – Revisão de eleitorado. NÃO COMPETE AO TSE determinar a revisão de
eleitorado, sob o fundamento de irregularidades no alistamento eleitoral.
 Compete ao TRE!!

Juiz manda cancelar inscrições irregulares/não comparecido. Somente é efetivado após


homologação do TRE, ouvido o MP.

BIOMETRIA
150 dias antes do pleito, data final para o fechamento dos dados que constarão das urnas
eletrônicas. Corregedoria Geral Eleitoral decide os municípios que adotarão. Quem não se
cadastrou teve título cancelado. HÁ UMA ESPÉCIE DE REVISÃO DO ELEITORADO EM
DECORRÊNCIA DA EXIGÊNCIA DA IDENTIFICAÇÃO BIOMÉTRICA.
ADPF 541 – STF reputou constitucional -“O fato de alguém não comparecer à biometria não
resulta automaticamente na perda do título. O funcionamento da revisão e a possibilidade de
se cancelar o título baseiam-se em lei. Eventuais cancelamentos são objetos de sentença
eleitoral, comportam recurso e permitem regularização”.  Por isso é proporcional.

2.C VOTAÇÃO. VOTO ELETRÔNICO E MECANISMOS DE SEGURANÇA.


MESAS RECEPTORAS. FISCALIZAÇÃO. APURAÇÃO E TOTALIZAÇÃO.
PROCLAMAÇÃO DOS RESULTADOS.

VOTO ELETRÔNICO
1996 começou, 2002 implantou geral. Embora haja situações de mal funcionamento, elas se
submetem a testes públicos de segurança e não são conectadas à internet, sendo um
instrumento confiável e avançado para a colheita de votos.
ADI 5889 – Inconstitucionalidade do voto híbrido (impresso), pois permite a identificação de
quem votou (viola o voto secreto).  PGR autor da ADI: “contramão da proteção da garantia
do anonimato do voto e significa verdadeiro retrocesso”. Traz risco a confiabilidade do
sistema eleitoral. PcD (cegos) não conseguirão aferir sem auxílio de terceiros.
Mas já tem lei de 2017. TSE não aplicou em 2018 (STF suspendeu)
 Voto impresso criptografado (Scantegrity)

MESAS RECEPTORAS
Cada seção 1 mesa.
1 Presidente. 2 mesários. 2 secretários. 1 suplente. Nomeados pelo juiz eleitoral 60 dias antes
da eleição, em audiência pública ( partidos podem impugnar em 2 dias desta ou da publicação dos
nomes dos candidatos - da decisão do juiz eleitoral cabe recurso ao TRE em 3 dias ), anunciada com 5
dias de antecedência. Preferencialmente, eleitores da própria sessão, professores, diploma e
serventuários da Justiça. Pode pedir dispensa por motivos justos em 5 dias. Se não
comparecer, leva multa e se for servidor, suspensão de até 15 dias (dobro se a mesa deixar de
funcionar/se abandonar no dia).
Impedimento deve ser declarado: a) parente em até 2º grau de candidato; b) candidato; c)
função diretiva em diretório de partido político; d) cargo de confiança no poder executivo;
policial ou autoridade ou pertencer ao serviço eleitoral (não podem ser funcionários da Justiça
Eleitoral ou do Ministério Público Eleitoral).
Se todas mesas sumirem, TRE determinará outro dia (entre 15 e 30 dias) e instaurará inquérito.
Ac.-TSE, de 17.12.2019, no AgR-AI nº 4184, de 28.4.2009, no HC nº 638 e, de 10.11.1998, no
RHC nº 21: o não comparecimento de mesário no dia da votação não configura o crime
estabelecido no art. 344 do CE.

FISCALIZAÇÃO
Partidos e Ministério Público Eleitoral:
A) podem nomear dois delegados para cada zona eleitoral e dois fiscais para cada
seção eleitoral. Não podem pertencer às mesas nem serem menores de 18.
B) Podem constituir sistema próprio de fiscalização, apuração e totalização dos
resultados, inclusive com empresas de auditoria de sistemas, credenciadas junto à
Justiça Eleitoral, que receberão os programas e dados alimentadores do sistema
oficial.
Impugnação: colocada na Ata. Presidente que não a colocar responde por crime.

APURAÇÃO
Juntas: sua jurisdição (Vereador e prefeito).  10 dias. Partido: 3 fiscais que se revezem,
permitida a atuação de 1. Durante a apuração, fiscais, delegados e candidatos podem impugnar para a
Junta (cabe recurso imediato, verbal ou por escrito, fundamentado no prazo de 48h). Recontagem só
será deferida pelo TRE se houver impugnação imediata da urna. Junta manda em 24h para o TRE: ata
do que fez + infos da competência do TRE.
TRE: Governador, vice, senador, deputado federal e estadual.  30 dias.
TSE: Presidente e vice.  5 dias.

2.C ORGANIZAÇÃO DO ELEITORADO, SEÇÕES, ZONAS E CIRCUNSCRIÇÕES


ELEITORAIS.

CIRCUSCRIÇÕES, ZONAS E SEÇÕES ELEITORAIS


Circunscrições: nacional (Presidente e Vice  TSE), estadual (Geral - Dep, Sen, Gov, DF 
TRE) e municipal (pref. E vereador  juiz eleitoral*).*Pedido de registro e ações cíveis.
A) Domicílio na circunscrição: prazo de 6 meses antes das eleições.
B) Também identificam as funções de MPEeleitoral: PGEeleitoral nas eleições
nacionais; PReleitoral nas eleições gerais e Promotores de Justiça Eleitoral nas
eleições municipais.
Zona: jurisdição do juiz eleitoral (comarca).  TRE divide, TSE aprova (Res. 23422/2014 –
critério demográfico, conforme a densidade demográfica. Capitais e municípios com +200 mil,
uma zona a cada 100mil; no NORTE, se a densidade for igual ou inferior a 2hab/km² 
zona/12.000 eleitores; no Nordeste, Centro-Oeste e Sul, se o município tiver até 15 hab/km²
 zona/17.000). (Incidem outros critérios, como meios de comunicação, necessidades etc). A
zona não contemplará, a princípio, mais de 5 municípios.

Seções: distribuição dos eleitores para fins de votação.  Justiça Eleitoral. “TSE estabelecerá o
nº de eleitores das seções eleitorais em função do nº de cabinas nelas existentes. Cada seção
terá, no mínimo, duas cabinas”. (Res. 14250/1988 – 250 eleitor/cabina nas capitais e 200 no
interior). Presos provisórios e adolescentes submetidos à medida sócio-educativa de
internação: mínimo de 20 aptos.
1A. DIREITO À DEMOCRACIA. CONCEITO FORMAL E MATERIAL DE
DEMOCRACIA. ELEMENTOS ESSENCIAIS DA DEMOCRACIA.
DEMOCRACIA E DIREITOS HUMANOS.
DEMOCRACIA
a. Direta
b. Indireta
i. Partidos políticos (Inglaterra, impulsionados pelos socialistas, são capazes de captar,
assimilar, catalisar e organizar a opinião pública). Mandato pertence à agremiação
política, e não ao eleito (salvo majoritário).
ii. Modelo em crise: exponencializada pela internet. Desobrigação de manter propostas
e alinhamento com partido e campanha. Uma efetiva democracia representativa
permite o recall (risco de perda de mandato).
c. Semidireta: CF – plebiscito, referendo e iniciativa popular.
b) Estado democrático de direito
a. Kelsen: ordem jurídica coercitiva
b. De Direito: paute-se por critérios jurídicos, não pela força, prepotência ou arbítrio
c. Democrático: participam da elaboração e são os destinatários das normas

Fontes do Direito Eleitoral:


a) Materiais: fatores que influenciam o legislador na criação de normas jurídicas (da
vontade popular ao lobby)
b) Formais: “processos ou meios em virtude dos quais as regras jurídicas se positivam
com legítima força obrigatória, isto é, com vigência e eficácia no contexto de uma
estrutura normativa” (REALE).
a. Estatais: CF, Tratados, Código Eleitoral, Lei de Inelegibilidades, Lei dos
Partidos Políticos, Lei das Eleições; Resolução do TSE (ato normativo, com
natureza de ato-regra, tem força de lei, embora não possa contrariá-la, segundo
limites do art. 105 da LE, não podendo restringir direitos ou criar obrigações distintas;
devem ser publicadas até 5/março do ano do pleito ); Consulta ao tribunal (ato
normativo em tese, sem efeitos concretos, pois é geral); Precedentes da
Justiça Eleitoral, especialmente STF e TSE (sem generalidade).
i. São normas jus cogens sobre interesses indisponíveis: não pode abrir
mão, sendo inaplicáveis contratos, estatutos e até mesmo TACs para
limitar direitos e prerrogativas de lei eleitoral, mesmo que firmado
com MP e Juiz.
ii. Tipos:
1. Perfeitas: Preceito-sanção
2. Mais-que-perfeita: preceito, sanção e invalidação do ato
3. Imperfeitas: sem sanção
b. Não estatais: princípios não positivados e negócios jurídicos (estatuto de
partido)
.

PRINCÍPIOS DE DIREITO ELEITORAL


O positivismo (completude e coerência) reconhece a existência de princípios e até positiva-os, mas não confere
normatividade, sendo somente instrumentos de integração de lacunas.
O que é princípio? De modo geral, esse termo refere-se à razão, à essência ou ao motivo substancial de um
fenômeno. Significa, ainda, os preceitos inspiradores ou reitores que presidem e alicerçam um dado conhecimento
ou determinada decisão. Para Alexy, são mandados de otimização, com força normativa e grau de
discricionariedade.
Quanto às fontes, os princípios encontram-se radicados nos horizontes da experiência histórico-cultural da
comunidade, presentes explícita ou implicitamente no ordenamento. Conflito de regras: critério hierárquico,
cronológico e especialidade. Conflito de princípios: proporcionalidade. Não é divisão estanque.
Princípios tem função delimitativa do campo jurídico e de hermenêutica.
Não se confunde com valor, não normativo, com dimensão puramente ético-moral.

Princípios eleitorais constitucionais:


c) Soberania popular
d) Republicano
a. Forma de governo: estruturação do Estado com vistas ao exercício do poder
político. Pode ser monarquia (hereditariedade e vitaliciedade) ou república
(eletividade, temporalidade e alternância de pessoas). Nesta, o Legislativo e o
Executivo emanam do povo.
b. Também é um modo de governar: preponderância da impessoalidade,
publicidade e regularidade eleitoral.
e) Sufrágio universal – Sufrágio é o direito, voto é o exercício
f) Legitimidade das eleições (art. 14, § 9º)
a. Legitimidade é legalidade acrescida de sua valoração (Bonavides)
g) Moralidade (art. 14, § 9º)
a. conduta pode ser moral, por se encontrar de acordo com as tradições e os costumes em voga
(pluralismo), e não ser ética (ciência), por não se afinar com os princípios e os valores
reconhecidos. Com a positivação da moralidade, transfere-se para a esfera jurídica juízos e
normas que antes pertenciam exclusivamente ao domínio ético-moral. Só a transgressão
relevante pode ensejar inegibilidade.
h) Probidade administrativa
a. Honestidade. Ex.: contas rejeitadas por irregularidade insanável que configure ato doloso de
improbidade administrativa e por decisão irrecorrível.
i) Igualdade e isonomia
a. Mesmo valor do voto ao eleitor e paridade de armas aos elegíveis.
b. Partidos maiores tem maior horário de propaganda eleitoral (igualdade formal), a fim de
fortalece-los e conferir maior estabilidade ao sistema, em detrimento da igualdade material.
j) Pluralismo político
a. CF: Fundamento da RFB e EDD; pluripartidarismo; pluralismo econômico (ordem econômica
fundada na livre iniciativa e concorrência); pluralismo de ideias e concepções pedagógicas;
pluralismo cultural (incentiva a difusão das manifestações culturais, valoriza a diversidade
étnica e regional e incentiva a produção e o conhecimento de bens e valores culturais);
pluralismo de comunicação e expressão.
b. Democracia pluralista: respeito à diversidade; direito de participação; alteridade e inclusão
política, vedação à intolerância. Canotilho: inadmissibilidade da marginalização de quaisquer
forças partidárias. Reconhecimento do papel da oposição.
k) Liberdade de expressão e informação
l) Anualidade ou anterioridade: “A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor
na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data
de sua vigência”.

Observações finais retiradas de questões de cursos preparatórios


1) Há três princípios que são correlacionados à cítrica doutrinária à concepção de
democracia: São eles: I) princípio da ruptura ou separação, II) princípio da redução e III)
princípios da abstração e idealização. Dentro do princípio da redução encontram-se casos
significativos quando se pensa que a política e a democracia se circunscrevem à ação de
determinados indivíduos carismáticos e excepcionais; ou quando se reduz o político, a política
e a democracia a algumas instituições privilegiadas, como podem ser os partidos políticos ou a
figura das eleições. O exemplo mais grotesco de simplificação é aquele em que só representam
a democracia o voto e as eleições.
2) Os principais desafios que se põem à democracia, aos Direitos humanos e ao Estado de
Direito, segundo a AGONU e a antiga Comissão de Direitos Humanos, nomeadamente: (i)
Uma pobreza crescente; (ii) Ameaças à segurança humana; (iii) Desrespeito dos direitos
individuais e entraves ao exercício das liberdades fundamentais; (iv) Erosão do Estado de
direito no contexto da luta contra o terrorismo; (v) Ocupação ilegal acompanhada do uso da
força; (vi) Escalada dos conflitos armados; (vii) Acesso desigual à justiça por parte dos grupos
desfavorecidos e, (viii) Impunidade. O erro da alternativa está em afirmar que o acesso igual à
justiça por parte dos grupos desfavorecidos foi elencado como desafio à democracia, aos
direitos humanos e ao Estado de Direito pela ONU.
3) São elementos principais da democracia moderna: a igualdade, participação, governo da
maioria e direitos da minoria, primado do direito e do julgamento justo, compromisso com os
direitos humanos, pluralismo político, eleições livres e justas e divisão de poderes.
4) São garantias institucionais da democracia, dentre outras, as seguintes: I) Legislação
eleitoral ativa e passiva (universal, livre, igual e secreta); II) Liberdade de organização; III)
Liberdade de comunicação; IV) Governo efetivo; V) Respeito à legalidade; VI) Mecanismos
(políticos) de accountability.

8.A SISTEMAS ELEITORAIS. DEMOCRACIA INDIRETA E DIRETA. PLEBISCITO


E REFERENDO. INICIATIVA POPULAR.

SISTEMAS ELEITORAIS
São os critérios utilizados para a eleição dos representantes, variando em relação à
circunscrição eleitoral, aos métodos para formação das maiorias e para a proteção das
minorias políticas e, também, em relação ao papel dos partidos políticos.
a) SISTEMA MAJORITÁRIO: mera vantagem numérica (Executivo e Senado Federal)
a. Majoritário absoluto: depende da obtenção de mais da metade dos votos –
Presidente e Vice; Governadores e Prefeitos+200.
Art. 77 § 2º Será considerado eleitor Presidente o candidato que, registrado por partido
político, obtiver a maioria absoluta de votos (válidos), não computados os em branco e
nulos.
§ 3º Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na primeira votação, far-se-á nova
eleição em até 20 dias após a proclamação do resultado, concorrendo os dois candidatos mais
votados e considerando-se eleito aquele que obtiver a maioria dos votos válidos.

b. Majoritário relativo (simples): basta vantagem numérica – Prefeitos-200 e


Senado Federal.
b) SISTEMA PROPORCIONAL: visa dar espaço às minorias políticas, o que evita uma casa
exclusivamente alinhada a uma ideologia, permite fiscalização e evita lutas políticas
não institucionais, o que pode romper com a Democracia. As vagas são divididas de
acordo com a força que cada segmento político obteve. Centralidade dos partidos
políticos (votos na legenda + nominais), pelo quociente eleitoral (votos/vagas) e o
quociente partidário (quociente eleitoral/votos para legenda).
Sistema de Lista Aberta
Art. 106. Determina-se o quociente eleitoral dividindo-se o nº de votos válidos apurados pelo
de lugares a preencher em cada circunstância eleitoral, desprezada a fração se igual ou
inferior a meio, equivalente a um, se superior.
QE= Votos Válidos/Vagas
Art. 107. Determina-se para cada partido ou coligação o quociente partidário, dividindo-se
pelo quociente eleitoral o nº de votos válidos dados sob a mesma legenda ou coligação de
legendas, desprezada a fração.
QP = Votos Válidos para a legenda ou coligação/ QE
Art. 108. Estarão eleitos, entre os candidatos registrados por um partido ou coligação os que
tenham obtido votos em número igual ou superior a 10% do quociente eleitoral (DIMINUI
ESTRAGO DO CANDIDATO CHAMARIZ), tantos quantos o respectivo quociente partidário
indicar, na ordem da votação nominal que cada um tenha recebido.
§ Os lugares não preenchidos em razão da exigência de votação nominal mínima a que se
refere o caput serão distribuídos de acordo com as regras do 109.
Art. 109: MAIOR MÉDIA (Nº DE VOTOS DO PARTIDO / VAGAS QUE CONSEGUIU +1 ) – NÃO
PODE ESQUECER DA EXIGÊNCIA DOS 10% NOMINAL. SE ESTA VAGA RECAIR EM CANDIDATO
-10%, A VAGA VAI PARA O MENOR MÉDIA. REPETE-SE A OPERAÇÃO, AGORA INCLUINDO
ESSA VAGA JÁ DISTRIBUÍDA NO CÁLCULO DE NOVAS MÉDIAS.
I - dividir-se-á o número de votos válidos atribuídos a cada partido ou coligação pelo número
de lugares definido para o partido pelo cálculo do quociente partidário do art. 107, mais um,
cabendo ao partido ou coligação que apresentar a maior média um dos lugares a preencher,
desde que tenha candidato que atenda à exigência de votação nominal mínima;
II - repetir-se-á a operação para cada um dos lugares a preencher;
III - quando não houver mais partidos ou coligações com candidatos que atendam às duas
exigências do inciso I, as cadeiras serão distribuídas aos partidos que apresentem as
maiores médias.  ÚNICO CASO EM QUE CANDIDATO-10%QE ENTRA
§ 1o O preenchimento dos lugares com que cada partido ou coligação for contemplado far-
se-á segundo a ordem de votação recebida por seus candidatos.
§ 2o Poderão concorrer à distribuição dos lugares todos os partidos e coligações que
participaram do pleito (NÃO PRECISA TER ALCANÇADO O QUOCIENTE ELEITORAL, COMO
ERA ANTES DA REFORMA).
 Se nenhum partido atingir o quociente eleitoral, ganham os mais votados (sist.
majoritário)
 Infidelidade partidária: se no sistema proporcional, o voto é pro partido, não pode
abandonar. Essa era regra absoluta na CF69. Na CF88, o art. 17 exige que os partidos
tenham, em suas normas internas, previsão sobre infidelidade partidária, mas ela era
interpretada no sentido de que se houvesse fechamento de questão/voto uniforme, o
dissidente poderia ser excluído. Mas veio a Res. 22.610/2007 e falou que se o
parlamentar se filiar a outro partido, perde o cargo, que vai para o suplente mais
votado (do partido). Não é sanção, é só recomposição da bancada (o voto é do
partido), de modo que não tem interesse de agir partido que não possui suplente.

No sistema de Lista Fechada, o próprio partido indica a ordem. Os candidatos do mesmo


partido não concorrem entre si por votos (mais barato). O financiamento seria para os
Partidos, e não para candidatos. Problema: amigos, familiares e quem comprasse estaria no
topo.

c) SISTEMA DISTRITAL: divide-se a circunscrição em regiões (círculos ou distritos)


determinando que cada uma delas eleja um (distrito uninominal) ou mais de um
(distrito plurinominal) e dentro dos distritos o critério é majoritário. Vantagens:
aproxima o eleitor e diminui custos de campanha. Desvantagem: desperdício de votos
do sistema majoritário. Se o governo fosse eleito, não haveria controle; se a
oposição, tudo seria paralisado + risco de manipulação na divisão dos distritos
(Gerrymandering).

d) DISTRITÃO: aproveitar a circunscrição eleitoral e fazer sistema majoritário para


deputados. Dificulta oposição ou governabilidade. Deixa sem função partidos
políticos.
e) SISTEMA DISTRITAL MISTO: metade pelo sistema distrital e metade pelo proporcional.
É um sistema interessante, especialmente se conjugado com a lista fechada para o
sistema proporcional. No sistema alemão, adota-se, mas o sistema proporcional é
subsidiário, no caso de não preenchimento das vagas obtidas pelo partido; e o nº de
deputados é volátil.

ADI 4947: O Nº de deputados federais deve ser fixado por meio de lei complementar, não
podendo ser feito pelo TSE. A CF/88 previu que o nº total de deputados, bem como a
representação por Estado e pelo DF, deve ser estabelecido por LC, proporcionalmente à
população.
TSE: Os parlamentares licenciados devem ser substituídos por suplentes das coligações
partidárias, e não dos partidos políticos.

Brasil-problema: i) não há partidos ideológicos; ii) custo das campanhas eleitorais. O voto
distrital reduz custo (proximidade). Mas ao longo de todo Império e Rep. Velha, nosso voto
foi distrital: eleição só de oposição; prevalência do critério geográfico sobre o ideológico;
gerrymandering (manipulação eleitoral na formação dos distritos).
 LCSG defende sistema proporcional de lista fechada (aprimoramento da
representação popular e fortalecimento dos partidos, reduz custos). Mas deve haver
regras internas democráticas para os partidos, privilegiando filiados em detrimento
de lideranças autocráticas, assegurando diversidade de gênero; cor; minorias. Também
propõe um sistema proporcional de dois turnos: 1º lista fechada para quociente eleitoral, com
alternância de gênero; 2º partido lança o dobro de candidatos das vagas que obteve, para
eleitor escolher, entram os que receberem o QE, depois, pelos votos do partido, entram os de
maior votação nominal, em alternância de gênero.
Macaco Tião (RJ, 1988) e Rinoceronte Cacareco (SP, 1959). Voto escrito. Mais votados.
Protesto. Voto nulo em massa. Utilidade?

NÚMERO DE REPRESENTANTES
1. Deputados Federais: LC, proporcionalmente à população, não menos que 8 nem mais que
70. É norma constituinte originária, não cabe controle. LC previu que TSE manipularia vagas
de deputados federais conforme dados do IBGE. STF julgou inconstitucional, pois deveria ser
pré-fixado por LC e não variável (Medo de Estados de perderem cargos).

2. Deputados Estaduais: triplo da representação na CD, atingido o nº 36, será acrescido de


tantos quantos forem os Deputados Federais acima de 12. Se tiver 13 deputados federais, vai ter
37 deputados estaduais; 14, 38.

3. Vereadores: (ANTES) proporcionais à população. STF - Caso Mira Estrela (ACP do MP, uma
vez que havia grande desproporção na interpretação da CF). A partir desse caso, foram
formulados critérios matemáticos para assegurar proporção por meio de Resolução do TSE
(Considerada constitucional pelo STF). Grande controvérsia sobre a possibilidade do TSE fazer
isso. Em 2009, houve EC fixando 24 faixas, ampliando o que havia sido limitado pelo TSE
(gastos para os Municípios). A EC 58/2009 teve eficácia retroativa, que STF julgou
inconstitucional. A CF não fala mais em proporcionalidade à população, que escolhe segundo
limites das faixas, segundo sua Lei Orgânica Municipal (que não se sujeita ao princípio da
anualidade, devendo ocorrer até o termo final do período das convenções partidárias - TSE).
 LCSG discorda, é evidente que deveria se sujeitar à anualidade.

4. Candidatos lançáveis: Partidos podem lançar 150% candidatos X vaga em disputa.


DEMOCRACIA DIRETA E INDIRETA
O modelo “clássico” é a democracia direta. Brasil adota a semidireta/mista.
PLEBISCITO E REFERENDO
CF e Lei 9.709/98
São consultas formuladas ao povo para que delibere sobre matéria de acentuada relevância,
de natureza constitucional, legislativa ou administrativa.
Plebiscito: é convocado com anterioridade a ato legislativo ou administrativo, aprovação ou
denegação.  Incorporação, subdivisão, desmembramento de Estados e Municípios.
A) Pode também ser para uma opção (entre Parlamentarismo e Presidencialismo)

Referendo: posterioridade, ratificação ou denegação.  Prazo de 30 dias da promulgação.

AMBOS:
B) São convocados por DECRETO LEGISLATIVO, por proposta de, no mínimo 1/3 de
qualquer Casa.  SUSTA a tramitação de projetos de lei e medidas
administrativas
C) São decididos por MAIORIA SIMPLES do CN
D) Luiz Carlos  são vinculativos.
INICIATIVA POPULAR
Só um assunto  pode ser emendada por Parlamentar, desde que no assunto. Não poderá ser
rejeitado por vício de forma – cabendo a Câmara dos Deputados corrigir eventual
impropriedade técnica. Exemplos: homicídio qualificado crime hediondo; tipo cível da compra
de votos, Lei da Ficha Limpa.
E) FEDERAL: projeto de lei à Câmara dos Deputados, subscrito por, no mínimo, 1%
do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por 5 Estados, com não menos de
0,3% dos eleitores de cada um deles (busca incentivar medidas que interessem a
todo o país)
F) ESTADUAL: CF falou que “lei disporá”. Mas não há lei. Cabe as Constituições
Estaduais então.
G) MUNICIPAL: CF falou que “lei orgânica municipal” cuidará da iniciativa popular de
projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de bairros, por
meio de manifestação, de, no mínimo, 5% do eleitorado.

AÇÃO POPULAR
Art. 5º, LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular
ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe (U, DF, E,
autarquias, SEM, sociedades mútuas de seguro nas quais a União represente os segurados
ausentes, EP, Serviços sociais autônomos, instituições ou fundações para cuja criação ou
custeio o tesouro público haja concorrido ou concorra com mais de 50% do patrimônio ou da
receita ânua, de empresas incorporadas ao patrimônio da U,DF,E,M,e de quaisquer pessoas
jurídicas ou entidades subvencionadas pelos cofres públicos), à moralidade administrativa,
ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-
fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.
Lei 4.717/1965
H) Patrimônio público: bens e direitos de valor econômico, artístico, estético,
histórico ou turístico
I) Menos de 50%: as consequências patrimoniais da invalidez dos atos lesivos terão
por limite a repercussão deles sobre a contribuição dos cofres públicos.
J) Cidadania: título eleitoral
K) Pode pedir docs. Prazo de 15 dias para apresentarem. Só pode ser negada no caso
de sigilo e a ação poderá ser proposta desacompanhada.
5.A* CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE

“Para a Teoria do fato jurídico, do registro nasce a  elegibilidade; para a Teoria Clássica, com o registro nasce o
candidato".

CONDIÇÕES CONSTITUCIONAIS E LEGAIS DE ELEGIBILIDADE


(caráter positivo): posto pela CF ou LEI ORDINÁRIA (condições de registrabilidade):
Art. 14. São condições de elegibilidade, na forma da lei:
I – a nacionalidade brasileira (originária, derivada e portugueses – salvo cargos p/ natos)
II – o pleno exercício dos direitos políticos
III – o alistamento eleitoral
IV – domicílio eleitoral na circunscrição (moradia, trabalho ou vínculos afetivos – Domicílio
sentimental) (Lei – prazo de 6 meses; fusão, da filiação ao partido de origem)
V – a filiação partidária (Vedado candidaturas avulsas - § 14 e não ofende o Pacto de San Jose,
mas PGR impugnou dizendo que ofende) (Lei – prazo de 6 meses)
VI – idade mínima  DATA DA POSSE (Executivo – 1º de Janeiro; Legislativo – 1º de Fev.)
a) 35 para Presidente, Vice e Senador
b) 30 para Governador e Vice
c) 21 para Deputado Federal, Estadual, Prefeito, vice e juiz de paz
d) 18 para vereador  DATA DO REGISTRO (Lei 13.165/2015) (posse na data prevista na LOM)

Diferença que realmente importa:


 CF: Não será sanado se não alegado por ocasião do registro da candidatura
o Domicílio e filiação  exigência constitucional, logo, se não alegado no
registro, pode ser alegado por meio de RECURSO CONTRA A EXPEDIÇÃO DO
DIPLOMA
 Lei Ordinária: preclui se não alegado na ocasião do registro
o Prazo de 6 meses de domicílio e filiação  exigência legal, devendo ser
alegada no registro sob pena de preclusão  AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE
PEDIDO DE REGISTRO DE CANDIDATURA
 TSE: Pode haver complementação de documentos faltantes na defesa
nesta ação, ex.: declaração de bens –
 TSE: basta valor histórico não atualizado/omissão não é crime de
falsidade ideológica.
 TSE: Quitação eleitoral basta a prestação de contas, se esta for
reprovada, tudo bem (processo de registro de candidatura não é meio
para afastar vícios de prestação de contas de campanha ou
partidárias) (pagamento da multa eleitoral ou comprovação do seu
parcelamento após o pedido de registro, mas antes do julgamento
respectivo, afasta a ausência de quitação eleitoral).
 SUM 52: "Em registro de candidatura, não cabe examinar o acerto ou
desacerto da decisão que examinou, em processo específico, a filiação
partidária do eleitor".
 SUM 58: "Não compete à JE, em processo de registro de candidatura,
verificar a prescrição da pretensão punitiva ou executória do
candidato e declarar a extinção da pena imposta pela Justiça Comum".
PROCEDIMENTO:
Ausente condição: Juiz, TRE ou TSE pode negar registro de ofício.

A Ação de Impugnação do Pedido de Registro pode ser ajuizada por partidos, coligações,
candidatos e MPE, no prazo de 5 dias da publicação do Rol de candidatos pela JE - PRAZO
COMUM a todos legitimados, inclusive MP (Exceção à regra da intimação pessoal e não se
interrompe em FDS/feriado).
Indeferido o registro, cabe recurso com efeito suspensivo: candidato pode fazer tudo, ficando
a validade dos votos a ele atribuídos condicionada ao deferimento de seu registro por
instância superior (votos serão considerados nulos, implicando no recálculo do quociente eleitoral,
divisão dos votos válidos pelas vagas em disputa, e no quociente partidário ). Problemas de
instabilidade. Proporcionais que subiram com o voto do registro indeferido perdem cargo;
maioria absoluta (PR, GOV, PREF+200) exige nova eleição.

Superveniência de condição de elegibilidade: as condições são aferidas no REGISTRO, salvo


superveniente que afaste inelegibilidade (lei) ou apresente condição de elegibilidade (SUM
43), até a DIPLOMAÇÃO (termo final para aproveitamento jurídico do fato novo).
 INELEGIBILIDADES SUPERVENIENTES usa-se o Recurso Contra a Expedição do Diploma

FILIAÇÃO:
Prazo: L – 6 meses do pleito, SALVO:
A) Militares, PM e Bombeiros: NÃO É EXIGÍVEL. só escolha como candidato nas
convenções partidárias (20 de julho até 5 de agosto do ano eleitoral);
B) MP – antes de 1988: momento da desincompatibilização (6 meses antes do pleito)
sem exoneração;
C) Juízes e MP após 5/10/1988: no momento da desincompatibilização e demanda
exoneração.
Prazo de filiação no estatuto do partido pode ser maior. Só não pode ser majorado em ano de
eleição (diminuir pode, mas LCSG discorda). A Lei exige que os partidos enviem rol de filiados
2x por ano; na omissão, prevalece envio anterior E prevalecerá a filiação mais recente,
havendo coexistência.
Súmula 2 TSE: Assinada e recebida a ficha de filiação partidária até o termo final do prazo
fixado em lei, considera-se satisfeita a correspondente condição de elegibilidade, ainda que
não tenha fluído, até a mesma data, o tríduo legal de impugnação. 
Prejudicados poderão recorrer ao juiz - intimação do partido para que cumpra ou provar por
documentos a filiação:
Súmula 20 TSE: se não constou na lista de filiados, cabe prova de filiação por outros meios,
salvo quando se tratar de documentos produzidos unilateralmente, destituídos de fé pública.

ELEGIBILIDADE DOS MILITARES:


§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:
I – se contar menos de 10 anos de serviço, deverá afastar-se da atividade.
II – se contar mais de 10 anos de serviço, será agregado (licença, pode retornar) pela autoridade
superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato de diplomação, para a inatividade.
Art. 142, § 3º, V – o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos
políticos.
Res. 21787 TSE: A filiação partidária condita no art. 14, § 3º, V da CF não é exigível ao militar
da ativa que pretenda concorrer a cargo eletivo, bastando o pedido de registro de
candidatura após prévia escolha em convenção partidária.
5.B* INELEGIBILIDADES CONSTITUCIONAIS E SUAS ESPÉCIES
INELEGIBILIDADES CONSTITUCIONAIS

INELEGIBILIDADES (caráter negativo – impeditivo): "obstáculo posto pela CF ou LC ao exercício


da cidadania passiva, por certas pessoas, em razão de sua condição ou em face de certas
circunstâncias. É a negação do direito de ser representante do povo no Poder"
 Antes eram incompatibilidades: hoje, isso é a ocupação de certos cargos, que não permite,
sem afastamento, a candidatura a outros (por isso "desincompatibilização").
 Não é perda/suspensão (+ amplo): só obsta direito político passivo.
 Não é inabilitação para exercício de cargos públicos (Condenação por crime de
responsabilidade) (+amplo): veda acesso à qualquer cago, para TSE é apenas perda de
condição de elegibilidade
 STF: Não é sanção.

Espécies de inelegibilidade:
a) Absolutas (qualquer cargo): inalistáveis e analfabetos. 
b) Relativas: funcional (Executivo) e reflexa.

a) CF: inalistáveis, analfabetos, funcional, reflexa e militares - não precluem (alegadas em


qlqr fase do processo eleitoral e por meio de duas ações: i) impugnação ao pedido de
registro; ii) recurso contra a expedição do diploma)
b) LC: arguidas até o registro, sob pena de preclusão, salvo se supervenientes
a. TSE: O prazo de 8 anos de inelegibilidade por condenação aplica-se
retroativamente
b. TSE: O início do prazo de 8 anos é a data da eleição do ano da condenação por
abuso de poder, expirando no dia de igual número de início do oitavo ano
subsequente

Art. 14.
ABSOLUTAS
§ 4º São inelegíveis os inalistáveis (estrangeiros e conscritos) e os analfabetos
 Analfabetos: ler e escrever minimamente (analfabetismo funcional não é óbice).
Comprovação de conclusão do Ensino Fundamental é suficiente. CNH gera presunção
de escolaridade(sum 55) Titularidade de cargo eletivo anterior NÃO É SUFICIENTE
(sum 15). Prova no juiz eleitoral: discreta e não constrangedora. LUIZ CARLOS: não
aplicável aos indígenas nem aos surdos (libras), pois há autorização constitucional
(art. 210, § 2º)

Súmula-TSE nº 15
O exercício de mandato eletivo não é circunstância capaz, por si só, de comprovar a
condição de alfabetizado do candidato.

RELATIVAS
Inelegibilidade Funcional (REELEIÇÃO):
§ 5º O Presidente da República, os Governadores e os Prefeitos e quem os houver sucedido,
ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período
subsequente.
 1 PR + 2 PR = Não pode 3 Vice
 1 Vice + 2 Vice = Não pode 3 vice (ainda que com titulares diferentes)
 Não gera inelegibilidade a ocupação a título precário (substituição), salvo se 6 meses
antes do pleito (incidirá inelegibilidade por ausência de desincompatibilização, caso
em que SÓ PODERÁ CONCORRER à REELEIÇÃO PARA O CARGO QUE SUBSTITUIU! (Se
o Presidente da Câmara substituir o Presidente, só poderá se reeleger para
Presidente)
 TSE: se ocupou em sucessão por só três dias pode

DESINCOMPATIBILIZAÇÃO (OUTROS CARGOS)


§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de
Estado e do DF e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até 6 meses antes
do pleito.
 Não é licença, é renúncia (STF: se a disputa for para o mesmo cargo – GOV  GOV –
NÃO se exige desincompatibilização)
 AQUI NÃO TEM VICE!
 PREFEITO precisa se desincompatibilizar para concorrer para GOVERNADOR (para
qualquer coisa!)

INELEGIBILIDADE REFLEXA
§ 7º São inelegíveis, no território da jurisdição circunscrição do titular, o cônjuge e os
parentes consanguíneos ou afins, até o 2º grau ou por adoção, do Presidente da República,
Governador e Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos 6 meses anteriores ao
pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
 Vice não gera inelegibilidade reflexa
 Dissolução do vínculo conjugal não afasta inelegibilidade (SUM VIN 18 STF)
 Alcança parentes do cônjuge

 Morte e renúncia (afastamento) afastam inelegibilidade (TSE), mas no caso da


renúncia, o parente não poderá concorrer à reeleição.

Súmula-TSE nº 6
São inelegíveis para o cargo de Chefe do Executivo o cônjuge e os parentes, indicados no §
7º do art. 14 da Constituição Federal, do titular do mandato, SALVO SE ESTE, REELEGÍVEL,
tenha FALECIDO, RENUNCIADO ou SE AFASTADO DEFINITIVAMENTE do cargo ATÉ SEIS
MESES ANTES DO PLEITO.

Súmula-TSE nº 12
São inelegíveis, no município desmembrado, e ainda não instalado, o cônjuge e os
parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do prefeito do
município-mãe, ou de quem o tenha substituído, dentro dos seis meses anteriores ao
pleito, salvo se já titular de mandato eletivo.

As condições de elegibilidade e causas de inelegibilidade são aferidas a cada pleito, não


fazendo coisa julgada a que defere ou indefere.
O cônjuge e os parentes de prefeito em 2º mandato são elegíveis em outra circunscrição
eleitoral, ainda que em município vizinho, desde que este não resulte de desmembramento,
incorporação ou fusão realizada na legislatura imediatamente anterior ao pleito.
Simular desconstituir vínculo conjugal gera inelegibilidade por oito anos. A mera negativa de
fato (inexistência de união estável), em defesa apresentada em processo eleitoral, não implica
presumir-se ilícito para fim de inelegibilidade. Sendo incontroverso que não houve fraude, tá
liberado.

3.C* INELEGIBILIDADES INFRACONSTITUCIONAIS. LEI COMPLEMENTAR Nº


64/1990. LEI COMPLEMENTAR Nº 135/2010. DESINCOMPATIBILIZAÇÃO.

INELEGIBILIDADES INFRACONSTITUCIONAIS
LEI COMPLEMENTAR 135/2010 (LEI DA FICHA LIMPA – ALTEROU LC
64/90)
Art. 14, § 9º, da CF, autoriza LC no caso de: a) probidade administrativa; b) moralidade,
considerada a vida pregressa; c) normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do
poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na adm púb direta e
indireta. Mas não é autoaplicável (S13 TSE).

Constitucionalidade da Lei da Ficha Limpa (STF):


Inelegibilidade não é sanção, é adequação do indivíduo ao regime jurídico oferecendo
efeitos futuros a situações jurídicas já existentes (retrospectividade ou retroatividade
mínima), isto é, aferição das condições de elegibilidade e inelegibilidades no momento do
registro (sem revisar a qualificação jurídica de fatos já ocorridos), por isso não se aplica
anterioridade e irretroatividade penal, mas da forma geral da CF:
o Ato jurídico perfeito: não revê fatos pretéritos ou sua qualificação jurídica
o Coisa julgada: não se julgou, no passado, o registro de candidatura
o Direito adquirido: é aplicável a cada eleição a lei vigente, observada anterioridade
eleitoral

Por fim, não ofende o princípio da confiança, pois é norma prevista na CF desde 1994.
LCSG discorda: inelegibilidade pode (efeito de condenação por ilícito) ou não ter caráter
sancionatório. Melhor seria reservar a condenações colegiadas ocorridas após a vigência, ante
o grau de controvérsia gerado.

Convencionalidade da Lei da Ficha Limpa (CADH)


Importância material: a Lei da Ficha Limpa se preocupa com eleições autênticas e acesso
igualitário, sendo favorável a democracia. Sanções de improbidade são quase-penais e
sanções administrativas são sempre revistas pelo Judiciário. É norma interpretativa da CF, que
está acima da CADH. Oito anos é essencial para evitar próxima eleição. Necessidade de
celeridade do processo eleitoral (impossibilidade de condução coercitiva de testemunhas e
peritos para ampla defesa).
 ONU utiliza o “vetting” como instrumento contra condutas antidemocráticas
 Caso Lopez Mendoza vs. Venezuela (CORTE IDH): Interpretação sistemática e
evolutiva da CADH, no sentido de que o termo “exclusivamente” não acarrete a
fixação de uma lista taxativa das causas de inelegibilidade, assim como a expressão
“processo penal” não pode excluir processos cíveis
Há somente alguns excessos nos casos que deveriam ser controlados pelo voto não pelo
Estado e em alguns prazos de desincompatibilização que deveriam ser contados da escolha na
convenção partidária (5/ago).

Principais inovações:
 MAJORAÇÃO DO PRAZO COMUM de inelegibilidade: de 3 para 8 anos
subsequentes à eleição em que se verificou.
Início do prazo
 S 19 TSE: “O prazo de inelegibilidade decorrente de condenação por abuso de poder
econômico ou político tem início no dia da eleição em que este se verificou e finda
no dia de igual número do 8º ano seguinte”
 S 69 TSE: “Os prazos de inelegibilidade previstos nas alíneas j e h do I do art. 1º da LC
64/90 têm termo inicial no dia do primeiro turno da eleição e termo final no dia de
igual número do 8º ano seguinte”
 S 70 TSE: O encerramento do prazo de inelegibilidade antes do dia da eleição
constitui fato superveniente que afasta a inelegibilidade.

 S 60 TSE: O prazo da causa de inelegibilidade prevista no art. 1º, I, e, da LC 64/90 deve


ser contado a partir da data em que ocorrida a prescrição da pretensão executória e
não do momento da sua declaração judicial

 AMPLIAÇÃO DAS HIPÓTESES geradoras da restrição (Ênfase na condenação por


crimes da LIA);

 Possibilidade de que a inelegibilidade começasse a correr com a condenação por órgão


COLEGIADO, mesmo antes do trânsito em julgado
o STF: Garantia da presunção de inocência até o TJ não se aplica à restrição ao
direito de candidatura, pois inelegibilidade não é sanção, mas condição
negativa de registro. Não é juízo de culpabilidade, independente da sorte que,
noutras searas, esses fatos possam assumir.
 O art. 22, XIV, fala em sanção, mas para Fux foi uma atecnia do legislador
o Turma Recursal: NÃO (só decide crimes culposos e de menor potencial
ofensivo)
o Júri: SIM!
o EMBARGOS DE DECLARAÇÃO: Não suspende no cível (art. 1026 CPC), eleitoral
(art. 257 CE) e penal com fins eleitorais (pois inelegibilidade não é sanção).

SUSPENSÃO DA INELEGIBILIDADE: Pode ser ad quo (em decisões modificativas, como agravo
interno, mas não em decisões aclaratórias como ED e Embargos Infringentes ou de Nulidade
que verse somente sobre o quantum da pena) e ad quem (Lei  Colegiado; TSE  Relator)
Art. 26-C. O ÓRGÃO COLEGIADO DO TSE: Relator do tribunal ad quem pode
TRIBUNAL AO QUAL COUBER A APRECIAÇÃO suspender inelegibilidade – “não afasta o
DO RECURSO CONTRA AS DECISÕES poder geral de cautela concedido ao
COLEGIADAS a que se referem as alíneas de, magistrado pelo CPC”
e, h, j e n do incido I do art. 1º poderá, em  LCSG Discorda, apontando
caráter cautelar, suspender a inelegibilidade interpretação restritiva e como
sempre que existir plausibilidade da cláusula de reserva de plenário - Art.
pretensão recursal e desde que a providência 26-C da LC 64/90 (FICHA LIMPA)
tenha sido expressamente requerida sob
pena de preclusão, por ocasião da
interposição do recurso.
Mantida a decisão, serão desconstituídos o registro/diploma eventualmente concedidos; atos
protelatórios revogam o efeito suspensivo (art. 26-C LC 64/90)

RETROSPECTIVIDADE OU RETROATIVIDADE INAUTÊNTICA:


STF: Lei da Ficha Limpa pode abranger fatos pretéritos, aplicando-se a todos os processos de
registro de candidatura em trâmite, sem ofensa a irretroatividade, pois não é sanção.
Canotilho diferencia retroatividade autêntica (ex tunc, efeito sobre situções) e inautêntica ou
retrospectividade (“a norma jurídica atribui efeitos futuros a situações ou relações jurídicas já
existentes”), isto é, não há retroatividade máxima, mas retroatividade mínima:
MÁXIMA MÉDIA MÍNIMA RETROSPECTIVIDADE
Ou
RETROATIVIDADE
INAUTÊNTICA:
Lei atinge fatos passados, Lei atinge efeitos Lei atinge efeitos futuros Lei atribui novos
inclusive já consumados pendentes de fatos de fatos passados. Lei efeitos jurídicos, a
(direitos adquiridos, ato passados. altera consequências partir de sua edição, a
jurídico perfeito e coisa jurídicas de fatos fatos ocorridos
julgada) passados. anteriormente. Isto é,
limita o direito de
concorrer com base
em fatos já ocorridos.
Não há violação à coisa julgada, pois o prazo de inelegibilidade é relação jurídica continuativa,
para qual a coisa julgada opera sob a cláusula rebus sic stantibus.

As inelegibilidades da LC 64/90 são absolutas (qualquer cargo).


Podem ser reconhecidas de ofício, MP, partidos políticos, coligações e candidatos, por
ocasião do exame do pedido de registro, sob pena de PRECLUSÃO.
 O RCED – Recurso Contra a Expedição do Diploma é só para inelegibilidades
constitucionais ou supervenientes.

Classificação pelo fato que as gera:


1) a) Os inalistáveis e os analfabetos (constitucional e absoluta)

2) PERDA DE MANDATO LEGISLATIVO


Art. 1º São inelegíveis:
I – para qualquer cargo:

PARLAMENTARES: a) Os membros do CN, ALs, Câmara Legislativa e Câmaras Municipais, que


hajam perdido os respectivos mandatos por infringência do disposto nos I e II do art. 55 da
CF, dos dispositivos equivalentes sobre perda de mandato das CE e LO dos M/DF, para as
eleições que se realizarem durante o período remanescente do mandato para o qual foram
eleitos e nos oito anos subsequentes ao término da legislatura.

RES. 22.610 TSE e Ll 9096/95: A perda por infidelidade partidária não gera
inelegibilidade.
 Incidência: publicação da decisão de perda do mandato.
 Início da inelegibilidade: José Jairo defende que para Senadores e Deputados só inicia
o prazo de oito anos após o fim do mandato.
o Federal: maioria absoluta dos membros da Casa (votação aberta com ampla
defesa) por provocação da Mesa ou Partido com representação no CN. Não
surtirá efeito eventual renúncia.
 Casos (Art. 55, I e II):
 Quebra de decoro: abuso das prerrogativas; vantagens
indevidas e Regimento Interno
 Firmar ou manter contrato com PJ DPúb, EP,SEM,
Concessionária, salvo se o contrato obedecer cláusulas
uniformes.
 Aceitar cargo remunerado inclusive demissível ad nutum,
nestas entidades.
 Proprietário ou no controle de empresa com contrato com
PJDPU ou nela exercer função remunerada.
 Patrocinar causa em que seja interessada PJDPU.
 Mais de um cargo ou mandato público-eletivo

3) PERDA DE MANDATO EXECUTIVO


b) GOV, VICE E PREFEITO, VICE que perderem seus cargos por infringência a dispositivo da
CE, LODF ou LOM, para as eleições que se realizarem durante o período remanescente de e
nos 8 anos subsequentes ao término do mandato para o qual tenham sido eleitos.

Essa redação exclui de sua abrangência a perda de mandato por crime de responsabilidade,
pois, de acordo com a Súmula 722 do STF só podem ser previstos em Legislação da União
Federal:
S 722 STF: São da competência legislativa da União a definição dos crimes de
responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e
julgamento.
O Presidente não é mencionado. Se perder o cargo por crime de responsabilidade, ficará (se o
SF assim decidir) inabilitado para qualquer cargo público (eletivo ou não) por 8 anos (é mais
abrangente), mas no caso de Dilma, não houve inabilitação. Se perder por outro motivo, não
haverá inelegibilidade (tipo se ausentar por período superior a 15 dias)

O impeachment de GOV/PREF não implica em inelegibilidade, mas inabilitação para


qualquer cargo (5 anos, no caso de Governador) e no caso de Prefeito, somente a perda do
cargo (lei não prevê inabilitação).
4) ABUSO DO PODER ECONÔMICO E POLÍTICO
Regulamenta art. 14, § 9, da CF: “influência do poder” (pode ser lícito) – mais amplo de abuso
de poder (sempre ilícito).
d) os que tenham contra sua pessoa representação julgada procedente pela JE,
TJ/COLEGIADO, em processo de apuração de abuso do poder econômico ou político, para a
eleição na qual concorrem ou tenham sido diplomados, bem como para as que se realizarem
nos 8 anos seguintes.
Abuso de poder: ilícito eleitoral consubstanciado pelo mau uso ou o uso de má-fé ou com
desvio de finalidade de direito, situação ou posição jurídicas, que pode ter dimensão
econômica ou dimensão política (Estatal), ou ambas. Para configuração, deve haver abuso
com finalidade eleitoral.

Abrangência subjetiva: tanto ao candidato beneficiado quanto terceiros que contribuíram (a


“representação” é a prevista no art. 22 da LC 64/90, em face de ambos).
Art. 22. LC 64/90.
XIV – julgada procedente a representação, ainda que após a proclamação dos eleitos, o
Tribunal declarará a inelegibilidade do representado e de quantos hajam contribuído para a
prática do ato, cominando-lhes sanção de inelegibilidade para as eleições a se realizarem nos 8
(oito) anos subsequentes à eleição em que se verificou, além da cassação do registro ou
diploma do candidato diretamente beneficiado
Ações que geram inelegibilidade por abuso do poder econômico e político
“Representação” julgada procedente pela JUSTIÇA ELEITORAL:
Art. 19 – AIJE: Ação de Investigação Judicial Eleitoral – para apuração de abuso de poder,
cujo procedimento de representação é previsto no art. 22, segundo o qual haverá sanção de
inelegibilidade (AUTOMÁTICA). Nesta ação, há litisconsórcio passivo necessário entre
candidatos e contribuintes
Abrange “Ação Eleitoral” em geral? SIM. O abuso do poder (econômico) também é causa de
pedir para a AIME – Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (art. 14, § 10 da CF, ainda não
regulamentada). Neste caso, somente haverá inelegibilidade por abuso do poder econômico,
demandando AIPRC – Ação de Impugnação de Pedido de Registro da Candidatura para
inelegibilidade.
 Inelegibilidade não é sanção. Então, se na ação (AIME ou AIJE)
não foi declarada inelegibilidade, haverá inelegibilidade.

 TSE: Abuso do poder político também pode relevar dimensão


econômica

 Basta a publicação da decisão do colegiado, sendo que os


embargos declaratórios não afastam a inelegibilidade.
Termo inicial:
S 19 TSE: Início do dia da eleição em que este se verificou e finda no dia de igual número do
Oitavo ano seguinte
S 69 TSE Sempre do 1º turno
 Jurisprudência minoritária: inicia-se no 1º dia seguinte do ano eleitoral do abuso.

Observações:
 Não mencionou abuso no uso dos meios de comunicação social
 Não incidirá se o candidato foi cassado somente em razão da
unicidade/individualidade da chapa (TSE)
 Diferença para alínea h: esta só abrange agente público e condenação pode vir de
qualquer justiça, enquanto a “d” – agora estudada – abrange candidatos e
beneficiários; e condenação deve vir da Justiça Eleitoral.

5) CONDENAÇÃO CRIMINAL, VIDA PREGRESSA E PRESUNÇÃO DE


INOCÊNCIA
Art. 15, III, CF: condenação criminal TJ suspende direitos políticos (condição de elegibilidade),
que só cessa com o cumprimento ou extinção da pena aplicada (S 9 TSE). Mas o legislador foi
mais severo para alguns delitos, criando a inelegibilidade:

e) os que forem condenados, em decisão TJ/COLEGIADO, desde a condenação até o


transcurso de 8 anos após o cumprimento da pena, PELOS CRIMES:
1. contra a economia popular, a fé pública, a administração pública e o patrimônio público
2. contra o patrimônio privado, o sistema financeiro, o mercado de capitais e os previstos na
lei que regula a falência
3. contra o meio ambiente e saúde pública
4.eleitorais, para os quais a lei comine PPL
Não prevê PPL e não gera inelegibilidade:
 Dupla filiação
 Divulgação de fatos sabidamente inverídicos
 Difamação
 Injúria
 Desobediência

Lei Eleitoral prevê crimes que não gerarão inelegibilidade, como divulgação
de pesquisa fraudulenta e boca de urna,

5. de abuso de autoridade, nos casos em que houver condenação à perda do cargo ou à


inabilitação para o exercício de função pública
6. de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores
7. de tráfico de entorpecentes e drogas afins, racismo, tortura, terrorismo e hediondos
8. contra a vida e a dignidade sexual
10. praticados por organização criminosa, quadrilha ou bando  somente neste o legislador
escolheu o modo e não o bem jurídico.
LCGS: Defende a detração do período entre a condenação colegiada e o trânsito em julgado.
TESE RECHAÇADA PELO STF na ADI 4578 e por José Jairo Gomes: não há prazo definido entre
a condenação colegiada e o trânsito em julgado e a demora no julgamento do recurso
acarretaria ineficácia da inelegibilidade.
Mas, após o TJ, opera concomitantemente à suspensão dos direitos políticos no curso do
cumprimento da pena.
 Desde a publicação do Tribunal há inelegibilidade (embargos declaratórios não afetam
a imediata incidência, porém, a depender dos fundamentos, podem ser infringentes).
o Embargos infringentes e de nulidade contra decisão não unânime da turma e
desfavorável ao réu  afastam inelegibilidade (efeito suspensivo, pois a Lei é
omissa e a Regra Geral é o efeito suspensivo)

 Não importa a modalidade da pena fixada:


S 61 TSE – O prazo concernente à hipótese de inelegibilidade
prevista projeta-se por oito anos após o cumprimento da pena,
seja ela privativa de liberdade, restritiva de direito ou multa.
 Cumprimento da pena: abrange prescrição punitiva e descriminalização, mas não
abrange prescrição da pretensão executória:
S 59 TSE: O reconhecimento da prescrição da pretensão executória pela Justiça
Comum NÃO AFASTA INELEGIBILIDADE, porquanto NÃO extingue os efeitos
secundários da condenação.
≠ De prescrição da pretensão punitiva, que extingue efeitos secundários e extrapenais!

 E a partir daí será contada a inelegibilidade, independentemente de declaração


judicial da extinção da pretensão executória:
S 60 TSE: O prazo da causa de inelegibilidade deve ser contado a partir da data em que
ocorrida a prescrição da pretensão executória e não do momento da sua declaração
judicial.

 Não cabe à JE declarar nenhuma prescrição penal (S 58 TSE)

Anistia, Graça e Indulto


Anistia: Lei do CN; político; fatos pretéritos; total ou parcial; antes ou depois do TJ; exclui o
crime e todos os efeitos penais, principal e secundários. Se concedida após o TJ, não afasta
efeitos extrapenais secundários (dever de indenizar, perda dos instrumentos e produto do
crime). AFASTA INELEGIBILIDADE, pois a natureza da anistia é de questão política de ordem
pública relativa à paz social.

Graça (individual) e indulto (coletivo): PR (delegável aos Ministros, PGR e AGU); pessoas e
não fatos; sentença penal condenatória; total ou parcial. Só afetam pena, não abrange
efeitos secundários e extrapenais. NÃO AFASTAM INELEGIBILIDADE.
Abolitio Criminis
JJG: Abole inelegibilidade. Só mantém efeito extrapenal de indenização.
Reabilitação criminal
Não afasta inelegibilidade, pois o instituto visa apenas assegurar o sigilo dos registros
processuais e da condenação e atingir alguns efeitos secundários da condenação.

Abrangência material:
 TSE: abrange Licitações; Contra a ordem tributária; Desenvolvimento clandestino de
atividades de telecomunicação (Adm. Púb); violação do direito autoral (pat. Privado);
Tribunal do Júri.
 Crime de adulteração de combustível  Economia Popular
 Crime de exploração ilegal de atividade de telecomunicação  Adm. Pública
 LCSG: escravidão inclui o tipo análogo de frustrar, mediante fraude ou violência, direito
assegurado pela legislação do trabalho (crime contra a organização do trabalho), que
inclui escravidão por dívida e retenção de documentos pessoais ou contratuais (art.
203)
Considera-se organização criminosa a associação de 4 (QUATRO) ou mais pessoas
estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente,
com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a
prática de infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que
sejam de caráter transnacional.

 NÃO SE APLICA (§ 4º):


o Sequestro e tráfico de pessoas
o Violação de direito autoral (TSE)
o Art. 10 da ACP – Retardamento de dados para ACP
o Culposos
o Menor potencial ofensivo
o Ação penal privada
o Crimes militares
 Quanto ao particular coautor, há omissão legislativa. Quanto ao
militar, eles são declarados indignos do oficialato ou incompatíveis.

Presunção de Inocência
Para STF(2008), art. 14, § 9º, CF (vida pregressa), não é autoaplicável, demandando Lei
Complementar, de modo que na ausência de trânsito em julgado, não há inelegibilidade
(ADPF 144/DF).

Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral. Projeto de Lei de Iniciativa Popular. LC


135/2010 que previu a inelegibilidade por decisão colegiada (Tribunal do Júri ou Acórdão
confirmatório ou condenatório), sem haver suspensão da decisão.

6) INDIGNIDADE DO OFICIALATO
f) MILITARES: os que forem declarados indignos do oficialato, ou com ele incompatíveis,
pelo prazo de 8 anos.  NÃO FALA EM COLEGIADO, PORTANTO SÓ O TJ!
Art. 142, § 3º, CF: VI – O oficial só perderá o posto e a patente se for julgado
indigno do oficialato ou com ele incompatível, por decisão de tribunal militar de
caráter permanente, em tempo de paz, ou de tribunal especial, em tempo de
guerra.
VII – o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena privativa de
liberdade superior a 2 anos, por sentença TJ, será submetido ao julgamento
previsto no inciso anterior.
Só oficialato: tenente, capitão, major. Não atinge praças: soldado, cabo, sargento e
subtententes.

7) REJEIÇÃO DE CONTAS
g) os que tiverem as contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas *rejeitadas
por irregularidade insanável* que configure ato *doloso de improbidade administrativa*, e
por *decisão irrecorrível do órgão competente*, salvo se esta houver sido suspensa ou anulada pelo
Judiciário, para as eleições que se realizarem nos 8 anos seguintes, contados a partir da data da
decisão (de rejeição – portanto, se superveniente ao registro, não se aplica àquela eleição),
aplicando-se o disposto no 71, II da CF a todos os ordenadores de despesa, sem exclusão de
mandatários que houverem agidos nessa condição.

É um efeito secundário da decisão de rejeição de contas. A prestação de contas reporta-se ao


controle externo da Administração Pública: Poder Legislativo e Tribunal de Contas. No âmbito
do TC:
Lei 8443/92. Art. 16. As contas serão julgadas:
I – regulares, quando expressarem, de forma clara e objetiva, a exatidão dos demonstrativos
contáveis, a legalidade , a legitimidade e a economicidade dos atos de gestão do responsável;
II – regulares com ressalva, quando evidenciarem a impropriedade ou qualquer outra falta de
natura formal de que não resulte dano ao Erário
III – irregulares, quando comprovada:
a) omissão no dever de prestar contas
b) prática de ato de gestão ilegal, ilegítimo, antieconômico ou infração à norma legal
ou regulamentar de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional ou
patrimonial
c) dano ao Erário decorrente de ato de gestão ilegítimo ou antieconômico
d) desfalque ou desvio de dinheiros, bens ou valores públicos

Cláusula aberta insanável-dolo ao Crivo da Justiça Eleitoral


Insanabilidade: análise de competência da Justiça Eleitoral. Não acarreta inelegibilidade erros
formais e deficiências inexpressivas. Insanáveis decorrem de dolo ou má-fé, contrárias à lei ou
ao interesse público (LIA).
Dolo: basta o dolo genérico, análise autônoma (salvo no caso de condenação pela Justiça
Comum, que vincula) de competência da Justiça Eleitoral (Não demanda condenação judicial
prévia nem implica em condenação automática).
 Não demanda condenação judicial (alínea “I” que fala de LIA)

Insanáveis & Dolosos (TSE)


 Lei de Licitações (não é automática a conclusão sobre o dolo)
 Lei de Responsabilidade Fiscal
 Não pagamento de precatórios (quando há disponibilidade financeira)
 Efetivação de despesas não autorizadas por lei ou regulamento, operações financeiras
sem observância das normas
 Autorização ou realização de despesas acima do limite constitucional (art. 29-A)
 Pagamento intencional e consciente de verbas a vereadores, por mais de um ano, em
descumprimento à decisão judicial, o que acarretou ACP de lesão ao erário
 Pagamento indevido de verbas indenizatórias a vereadores a título de participação
em sessões extraordinárias
 Pagamento indevido de horas extras
 Não repassar a Previdência Social contribuições previdenciárias recolhidas de
servidores públicos
 Não cumprir o dever de prestar contas
 Abrir créditos suplementares sem a devida autorização legal
 Insuficiência de aplicação do percentual legal mínimo à educação
 Pagamento de subsídio em desconformidade à CF

Marco inicial: Publicação da Decisão irrecorrível (coisa julgada formal: não caiba mais recurso
modificativo) do órgão competente rejeitando as contas.
 TSE cancelou súmula que falava que bastava propor ação de desconstituição de decisão que rejeitou
contas para suspender inelegibilidade. Deve haver suspensão por antecipação de tutela ou sentença do
juiz (se suspender, também suspende o prazo de inelegibilidade que contaria da decisão de rejeição).
 Decreto-legislativo é ato jurídico perfeito (não pode ser revogado em nova
circunstância política - TSE) – só poderá ser revisto se houver ação anulatória do
Decreto-legislativo no Judiciário, abrindo espaço para uma nova deliberação do
Legislativo.

Órgão Competente.
1ª Hipótese: Político-jurídica  CN
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da
União, ao qual compete:
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio que deverá
ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento

Art. 49. É da competência exclusiva do CN:


IX – julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar relatorias sobre a execução
dos planos de governo.

Art. 51. Compete exclusivamente à CD: II – proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não
apresentadas ao CN dentro de 60 dias após a abertura da sessão legislativa.
Cabe ao Poder Legislativo pois são os representantes do povo que averiguam o cumprimento
da Lei. Ex.: Lei Orçamentária.
 TC exerce papel meramente técnico-auxiliar por meio de parecer prévio. Mesmo se
aprovadas pelo Legislativo, não liberta o ordenador das despesas tidas por irregular
de suas irresponsabilidades, prevalecendo o julgamento técnico:

2ª Hipótese: Técnico-jurídica ( ordenador de despesas)  TC


Art. 71, II, CF O controle externo, a cargo do CN, será exercido com o auxílio do TCU, ao qual
compete: julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e
valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades
instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a
perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público.
Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que couber, à organização, composição e
fiscalização dos TCE e DF, bem como TCM e Conselhos de Contas dos Municípios.
PU. As Constituições estaduais disporão sobre os TCs respectivos, que serão integrados por sete
conselheiros.
A decisão do TC que resulte imputação de débito ou multa tem eficácia de título executivo
(art. 71, § 3º, mesmo quando a competência para julgamento é do Legislativo) (É como a ação de
improbidade administrativa, que não se vincula à aprovação de contas pelo Legislativo).
Município
Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante
controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na
forma da lei.
§ 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos TCE ou TCM ou
Conselhos ou TCMs, onde houver.
§ 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobrea as contas do Prefeito deve
anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de 2/3 dos membros da Câmara
Municipal.
 Não há inelegibilidade de houver OMISSÃO da CM em rejeitar.
LCSG: Critica. Casas Legislativas fazem julgamentos políticos, dependendo da maioria e não das contas. É muito
comum que as Casas nem apreciem no prazo dado pelas Leis Orgânicas/Regimento Interno da CM. Na omissão, não
há inelegibilidade.
Prefeito Acumulador de Funções
Isso não ocorre no Estado/União
Executor do orçamento Ordenador de despesas
Todavia, para fins de inelegibilidade, há um antigo entendimento do TSE que é sempre a
Câmara Municipal. Acolhida pelo STF (RE 848826)
“A apreciação das contas dos prefeitos, tanto as de governo quanto as de gestão, será feita pelas câmaras
municipais com auxílio dos TCs competentes, cuja decisão somente deixará de prevalecer por decisão de 2/3 dos
vereadores.”
Então, para PR, GOV, PREF tem que ser pelo CN, AL ou CM.

JJG e LCSG: diferem “contas do governo” (orçamentárias) e “contas de gestão” (ordenadores


de despesas:
Julgado pela Câmara Municipal Julgado pelo TC
TSE-STF: Sempre, SALVO: i) se o parecer TC não é mero órgão auxiliar, mas uma
desfavorável do TC não for afastado por 2/3; relevante instituição vocacionada à
ii) convênio ou consórcio público com outros fiscalização contábil, financeira,
entes da federação orçamentária, operacional e patrimonial da
Adm. Pública. Seus membros gozam de iguais
prerrogativas às da Magistratura.
Como ordenador de despesas, o Prefeito
não atua como agente político (como atuam
o GOV/PR), mas como técnico, administrator
de despesas, não havendo razão para ser
julgado por critérios políticos da CM, mas
sim critérios técnicos do TC.
TSE-STF: NÃO PRECISA DE CM
CONVÊNIO ou CONSÓRCIO PÚBLICO DO
MUNICÍPIO COM OUTRO ENTE DA
FEDERAÇÃO
Para Prefeitos, as contas de gestão somente
vão gerar inelegibilidade (TC – art. 71, VI da
CP sobre o repasse) se a origem das verbas
for distinta da unidade federativa que
efetuou as despesas. Não faz sentido a
Câmara decidir sobre recursos alheios.
Para ordenadores não prefeitos (Presidente
do Poder Legislativo), basta decisão do TC.
8) ABUSO DO PODER ECONÔMICO OU POLÍTICO POR AGENTE
PÚBLICO
h) os detentores de cargo na administração pública direta, indireta ou fundacional, que
beneficiarem a si ou a terceiros, pelo abuso do poder econômico ou político, que forem
condenados em decisão TJ/COLEGIADO, para a eleição na qual concorrem ou tenham sido
diplomados, bem como para as que se realizarem nos 8 anos seguintes.
S 69 Os prazos de inelegibilidade previstos nas alíneas j e h do incido I do art. 1º da LC nº
64/90 têm termo inicial no dia do 1º turno da eleição e termo final no dia de igual número do
oitavo ano seguinte.
1) Abuso de poder econômico e político
2) Qualidade de agente público
3) Finalidade eleitoral do abuso
4) Existência de QUALQUER condenação judicial (TJ/Colegiado)  Comum (Ação civil
pública, improbidade ou popular) ou Eleitoral (qualquer, inclusive AIME – Ação de
Impugnação de Mandato Eletivo).

9) INELEGIBILIDADE POR LIQUIDAÇÃO JUDICIAL E EXTRAJUDICIAL


i) os que, em estabelecimento de crédito, financiamento ou seguro, que tenham sido ou
estejam sendo objeto de processo de liquidação judicial ou extrajudicial, hajam exercido, nos
12 (doze) meses anteriores à respectiva decretação, cargo ou função de direção,
administração ou representação, enquanto não forem exonerados de qualquer
responsabilidade.
 Pode ser decretada de ofício pelo BACEN ou a pedido dos administradores. Gera
indisponibilidade dos bens dos administradores e comunicação ao MPF para
apuração de irregularidades.
 O BACEN pode realizar inquérito que exime a responsabilidade do sócio.  NÃO HÁ
PRAZO CERTO NESTA HIPÓTESE, QUE PERMANECE ENQUANTO NÃO ISENTO DE
RESPONSABILIDADE (TSE julgou constitucional – LCSG acha excessiva)
 Caso não faça, a responsabilidade será verificada em ação própria, prosseguindo, até
seu final, a inelegibilidade. Se condenados somente administrativa, não há
inelegibilidade. Se condenados por crime contra o sistema financeiro, surge a
inelegibilidade por condenação criminal.

10) INELEGIBILIDADE POR REPRESENTAÇÕES ELEITORAIS: corrupção


eleitoral, captação ilícita de sufrágio, captação ou gasto ilícito de recurso em
campanha, conduta vedada
j) os que forem condenados, por decisão TJ/COLEGIADO da JE, por CORRUPÇÃO ELEITORAL
(única que é crime), por captação ilícita de sufrágio, por doação, captação ou gastos ilícitos
de recursos de campanha ou por conduta vedada aos agentes públicos em campanhas
eleitorais que impliquem CASSAÇÃO DO REGISTRO ou DIPLOMA, pelo prazo de 8 anos a
contar da eleição.
S 69 Os prazos de inelegibilidade previstos nas alíneas j e h do incido I do art. 1º da LC nº
64/90 têm termo inicial no dia do 1º turno da eleição e termo final no dia de igual número do
oitavo ano seguinte.
As condenações por estes crimes não podem incluir inelegibilidade (só cabe na AIJE), portanto,
esta só surge no caso de pedido de registro de candidatura.
 Só gera se houver cassação de registro ou diploma:
o Multinha não dá nada.
o Não alcança quem não for candidato (agente público corréu) e o réu não
eleito (nas ações do 30-A [Investigação Judicial], 41-A [cassação de registro e diploma
por captação/corrupção] e 73 da LE[agente público])
 Por isso, mesmo que o réu não ganhe, é bom pedir Procedência para cassação,
deixando-se de aplicar a sanção em virtude da não expedição, alcançando assim a
inelegibilidade do não eleito

Corrupção eleitoral pode ser cível/penal.


É basicamente como a corrupção genérica (passiva e ativa), só que com dolo eleitoral (especial fim de agir).
Não é crime de concurso necessário: eleitor não precisa aceitar vender o voto na corrupção ativa; e na passiva,
candidato não precisa comprar o voto oferecido pelo eleitor.

Em razão da demora da condenação por corrupção eleitoral, surgiu a tipificação cível. Veio de iniciativa popular
(Lei da Ficha Limpa) e deu início ao Movimento de Combate à Corrupção eleitoral (ONG).
 Candidato e quem ajudou
 Gera multa e cessação do registro ou diploma
 Desnecessário o pedido explícito, bastando dolo (especial fim de agir)
 Além da vantagem abarca ameaça
 Representação deve ser ajuizada até a data da diplomação
 Recurso das decisões no prazo de 3 dias

11) RENÚNCIA A MANDATO ELETIVO


K) TODOS (PR, GOV, PREF, Parlamentares) que renunciarem a seus mandatos desde o
oferecimento de representação capaz de autorizar a abertura de processo por infringência
a dispositivo da CF, CE, LODF, LOM, para as eleições que se realizarem durante o período
remanescente do mandato para o qual foram eleitos e nos 8 anos subsequente ao término
da legislatura.
 Alguns renunciavam pouco antes da instauração do procedimento no
conselho de ética. Terá inelegibilidade se comprovado o liame entre a
renúncia e o procedimento.

Art. 55, § 4º CF – A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou


possa levar à perda do mandato, nos termos deste artigo, terá seus efeitos
suspensos até as deliberações finais de que tratam os §§ 2º e 3º (sobre a perda
do mandato) – ECR 6/1994
 Não se aplica para desincompatibilização para candidatura (§ 5º)
 Aplica-se retroativamente (não é sanção)

12) IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA


I) Os que forem condenados à suspensão dos direitos políticos, em decisão transitada em
julgado ou proferida por órgão judicial COLEGIADO, por ato doloso de improbidade
administrativa, que importe lesão ao patrimônio público E enriquecimento ilícito, desde a
condenação ou o TJ até o transcurso do prazo de 8 anos APÓS O CUMPRIMENTO DA PENA.
 Deve ser Judicial (Administrativa do TC não vale)
 TSE: deve haver cumulação da condenação por lesão ao patrimônio e
enriquecimento ilícito (interpretação gramatical e restritiva). LSCG e JJG
(interpretação sistemática-constitucional): Inconstitucional, pois deixa de fora quem
recebe propina para realização, correta, de ato de ofício, por exemplo. Ou de quem,
sem proveito pessoal, causa lesão ao erário.
o TSE: Enriquecimento do agente ou terceiros;
o TSE: Análise do enriquecimento pode ser feita pela Justiça Eleitoral, com base
no exame da fundamentação do decisum, ainda que não tenha constado
expressamente no dispositivo;
TSE: “Ainda que não haja condenação de multa civil e ressarcimento
ao Erário, É POSSÍVEL EXTRAIR DA RATIO DECIDENDI a prática de
improbidade administrativa na modalidade dolosa, com dano ao
erário e enriquecimento ilícito”.

o S 41 TSE: NÃO CABE a Justiça Eleitoral decidir sobre o acerto ou desacerto das
decisões proferidas por outros Órgãos do Judiciário ou TCs que configurem
causa de inelegibilidade.
 TSE: PRINCÍPIOS (ART. 11) NÃO gera inelegibilidade.

 Portanto deve haver: a) Sanção de suspensão (não é automática); b) trânsito ou


colegiado; c) presença de dolo (aferível pela Justiça Eleitoral somente no Dano ao
Erário, podendo ser direto ou eventual); d) condenação por ato de improbidade adm
que importe, simultaneamente, lesão e enriquecimento (ou 10-A).

Início: 8 anos após o cumprimento da pena: após suspensão e pagamento das sanções
patrimoniais fixadas na condenação (tem início quando todas as sanções forem cumpridas).

13) EXCLUSÃO DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL


m) os que forem excluídos do exercício da profissão, por decisão sancionatória de órgão
profissional competente, em decorrência de INFRAÇÃO ÉTICO-PROFISSIONAL (OAB), pelo
prazo de 8 anos, salvo se o ato houver sido anulado ou suspenso pelo Poder Judiciário. 
TRANSITO EM JULGADO

14) SIMULAÇÃO DE DESFAZIMENTO DE VÍNCULO CONJUGAL


n) os que forem condenados, por decisão TJ/COLEGIADO, em razão de terem desfeito ou
simulado desfazer vínculo conjugal ou união estável para evitar a caracterização de
inelegibilidade, pelo prazo de 8 anos após a decisão que reconhecer a fraude.
Só se esqueceu que não há processo específico para imputar este ardil. É no máximo uma
questão incidental, no momento do registro.
Melhor a SV 18: “A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato,
não afasta a inelegibilidade prevista no § 7º do art. 14 da CF”

15) DEMISSÃO DO SERVIÇO PÚBLICO


o) os que foram DEMITIDOS do serviço público em decorrência de processo administrativo
ou judicial, pelo prazo de 8 anos, contado da decisão, salvo se o ato houver sido suspenso
ou anulado pelo Poder Judiciário.  TRANSITO EM JULGADO
 Demissão = Destituição (comissão) [penas] ≠ Exoneração (a pedido/conveniência)
 Vícios no PAD/efeitos da absolvição criminal devem ser debatidos na Justiça Comum.

16) DOAÇÃO ELEITORAL ILEGAL


p) a pessoa física e os dirigentes de PJ responsáveis por doações eleitorais tidas por ilegais
por decisão TJ/COLEGIADO da Justiça Eleitoral, pelo prazo de 8 anos após a decisão,
observando-se o procedimento do art. 22.
O que é doação ilegal?
1. Pessoa jurídica (qualquer)
2. Extrapolação dos valores permitidos (10% dos rendimentos do ano anterior ao
pleito)
3. Sem a emissão do recibo eleitoral e a adequada contabilização e inclusão na
prestação de contas (CAIXA 2)

Que tipo de doação ilegal?


A doação deve ser de larga monta: “representam quebra da isonomia, risco à normalidade e à
legitimidade do pleito ou abuso do poder econômico” – LSCG concorda, sob pena de
desproporcionalidade (o limite legal é 10% dos rendimentos brutos do ano anterior ao do
pleito)  em caso de violações menos graves, a multa é suficiente e não gera inelegibilidade
(só a cassação no caso de doação gera inelegibilidade - TSE)
 No caso de captação ilícita de sufrágio, mesmo se for só multa pode
gerar inelegibilidade (TSE)

Quem está sujeito?


 Candidato
 Pessoa Física doadora
 Dirigente de PJ doadora (não precisa ser citado ou participado do processo de
declaração de ilegalidade da doação, por ser risco por ele assumido ao doar): sua
defesa será somente se era ou não dirigente
o No processo de registro de candidatura poderá debater tudo, afinal, o
processo de doação ilegal sem contraditório não pode lhe prejudicar (se você
não foi parte, só pode beneficiar), salvo se tiver ingressado como assistente
simples da pessoa jurídica no processo de doação

17) APOSENTADORIA COMPULSÓRIA E PERDA DE CARGO DE


MAGISTRADO E MEMBRO DO MP
q) os MAGISTRADOS E MP que forem aposentados compulsoriamente por decisão
sancionatória, que tenham perdido o cargo por sentença ou que tenham pedido
exoneração ou aposentadoria voluntária na pendência de PAD, pelo prazo de 8 anos. 
TRANSITO EM JULGADO

EXIGÊNCIAS CONSTITUCIONAIS E LEGAIS DE DESINCOMPATIBILIZAÇÃO


Inelegibilidades legais relativas
Licença ou exoneração seis meses antes do pleito para se desincompatibilizar. A ausência de
desincompatibilização é causa de inelegibilidade (absoluta ou relativa // constitucional ou
legal).
 LEI: Preclui se não alegada em 5 dias da publicação do pedido de registro por meio de
Ação de Impugnação de Pedido de Registro da Candidatura
 CF (Poder Executivo para outros cargos): podem ser alegadas ulteriormente por meio
de Recurso contra a Expedição do Diploma

A desincompatibilização deve ser de fato e de direito (seguir todas as formalidades até a


publicação).
 Alegada por meio de Ação de Impugnação ao Pedido de Registro de Candidatura
 Juiz pode reconhecer de ofício
 O ônus de provar ausência de desincompatibilização de DIREITO é de quem alega. --.
 Se não comprovar de direito (formalidades) o candidato pode provar afastamento de
fato.
o Mas a posterior apresentação de prova de desincompatibilização, com o
recurso ordinário, não se enquadra na hipótese de alteração fática ou
jurídica superveniente ao pedido de registro que afaste inelegibilidade
o A mera comunicação à chefia de que foi escolhido na convenção, sem pedido
expresso de afastamento, não é suficiente

CF: PR, GOV e PREF, salvo se para o mesmo cargo (STF, TSE). LCSG: crítica, se o objetivo é não
usar a máquina administrativa, também não deveria poder para reeleição.

LC 64/90: confusa e não genérica. Prazos se baseiam em dois critérios:


a) Eleição pretendida
b) Cargo ocupado pelo futuro candidato

Prazo comum: 6 meses para se candidatar PR/GOV/DEP/SEN/VEREADOR (mesmo rol


incluindo tudo, incluindo os que exerceram cargos de nomeação do Executivo, sujeito à
aprovação do SF; juiz, MP, TC, Diretor da Polícia Federal.
 Entidades “mantidas pelo poder público” = verba pública é mais da metade da receita
Também é 6 meses para quem exerce cargo ou função de direção em PJ ou empresa que
mantenha contrato de execução de obras, prestação de serviços ou fornecimento de bens com
Poder Público (salvo cláusulas uniformes).
 TSE: Pregão não é cláusula uniforme (persiste a vedação)

4 meses para ocupante de cargo ou função de direção, administração ou representação em


entidades representativas de classe, mantidas, total ou parcialmente, por contribuições
impostas pelo poder Público ou com recursos da Previdência
 Se não receber dinheiro público, não precisa de descompatibilização
 Aplica-se ao dirigente de associação sindical de grau superior para disputar os cargos
de governador, senador e deputado

3 meses para Funcionários Públicos (estatuários ou não), fazendo jus aos vencimentos
 Se sair pra tirar férias, é crime de falsidade eleitoral e improbidade administrativa
 Inclui serventia extrajudicial (servidor público em sentido amplo)
i. SALVO: 6 meses se o FP tiver competência ou interesse, direta,
indireta ou eventual, no lançamento etc. de impostos, taxas e
contribuições de caráter obrigatório, inclusive parafiscais, ou para
aplicar multas relacionadas com essas atividades. Aqui não faz jus a
remuneração por todo período, só 3 meses de remuneração.
ii. S 54 TSE:
A desincompatibilização de servidor público que possui cargo em
comissionado é de 3 meses antes do pleito e pressupõe a
exoneração do cargo comissionado, e não apenas seu
afastamento de fato.

a) Prefeitos. 4 meses, inclusive, MP/DP estadual na comarca e autoridades policiais,


civis ou militares
b) Senado Federal e Câmara dos Deputados: com a ressalva de que a licença de
repartições públicas, associações ou empresas somente será exigida se elas operarem
no território do Estado
c) Câmara Municipal: volta pros 6 meses (prefeito é 4)

ANULAÇÃO DAS ELEIÇÕES: Prazos são mitigados (desconsiderados) em razão do art. 224
(nova eleição dentro do prazo de 20 a 40 dias)
 “o prazo de desincompatibilização do candidato que não participou do pleito
anulado é de 24 horas, contadas da escolha em convenção”

6 meses 4 meses 3 meses


Regra geral, inclusive Prefeitos Funcionários Públicos,
parlamentares municipais. inclusive em comissão
Cargo ou função de direção,
* Funcionário Público com administração ou
atribuição arrecadatória. representação em entidades
representativas de classe ($
público)
6.A* ATUAÇÃO DO PRÉ-CANDIDATO E SEU REGIME JURÍDICO.
CONVENÇÃO PARTIDÁRIA. VALIDADE. PRAZO DE REALIZAÇÃO E FORMA
DE DELIBERAÇÃO. COLIGAÇÕES.

O PRÉ-CANDIDATO.
Candidato: nasce com a escolha nas convenções partidárias (20 de julho a 5 de agosto).
Antes, é pré-candidato, que: 1) não pode realizar propaganda eleitoral (pedido explícito de
voto), vez que esta é permitida somente a partir do dia 15/agosto (após o pedido de registro);
2) não pode realizar gastos de campanha eleitoral.
 Reforma 2016: permitiu a divulgação dos programas de governo do futuro candidato,
exaltação de suas qualidades pessoais (inclusive com cobertura dos meios de
comunicação social) e a participação em reuniões, entrevistas e debates, desde que
não peça explicitamente voto
 Reforma 2017: permitiu a arrecadação de recursos por “vaquinha/crowdfunding” a
partir de 15/MAIO, desde que só gaste após o pedido de registro (outros
procedimentos só após o pedido e abertura da conta-corrente de campanha)

Se foi considerado inelegível/morre/renunciar/registro cancelado após o término do prazo do


registro partido ou coligação pode substituir até 10 dias do fato/decisão. Máximo de 20 dias
antes do pleito, salvo falecimento. Se for majoritária-coligação, partido tem preferência, mas
pode ser de qualquer da coligação (maioria absoluta).

CONVENÇÕES PARTIDÁRIAS
CANDIDATURA NATA

CONCEITO (TSE): É a faculdade atribuída aos detentores de mandato de deputado ou


vereador, e aos que tenham exercido esses cargos em qualquer período da legislatura que
estiver em curso, de terem assegurado o seu registro de candidatura para o mesmo cargo
pelo partido a que estejam filiados.

Ou seja, aquele que foi efeito na legislatura antecedente (eleição antecedente) teria o direito
de automaticamente concorrer ao pleito subsequente, independentemente do resultado da
convenção partidária. Ex: sou vereador eleito em 2016, tenho direito a automaticamente
concorrer em 2020.

A pergunta é: qual a posição do STF? A candidatura nata é constitucional?


A resposta é NÃO. A candidatura nata viola a autonomia partidária e o princípio da
isonomia. Veja-se o que disse a Ministra Ellen Gracie: “A pretexto de aperfeiçoamento do
regime, a lei introduz um odioso privilégio e retira parcela expressiva da autonomia
partidária”, disse a ministra.

Assim, não importa se o sujeito é vereador ou deputado, se quiser disputar novo pleito terá
de ser novamente escolhido pelo partido em convenção. Não há direito automático a
concorrer novamente.

Fases do processo eleitoral:


A) Pré-eleitoral: inicia-se com as convenções partidárias e escolha de candidaturas até a
propaganda eleitoral respectiva
a. No julgamento da Lei da Ficha Limpa, o STF ampliou o conceito de processo
eleitoral para alcançar movimentos políticos anteriores às convenções
partidárias, praticados no ano eleitoral (FUX, HC 104286)
B) Eleitoral: início, realização e encerramento da votação
C) Pós-eleitoral: apuração e contagem de votos e termina com a diplomação dos
candidatos e suplentes
Momentos do processo eleitoral: LEIS sujeitas ao princípio da anualidade e RESOLUÇÕES DO
TSE até 5/MARÇO (Art. 105 L9504):
a) Convenções partidárias
b) Registro dos candidatos  termo máximo para alegar inelegibilidade legais
preexistentes por meio de ação de Impugnação ao Pedido de Registro da Candidatura
c) Propaganda eleitoral
d) Preparação das eleições
e) Votação
f) Apuração
g) Diplomação
 Julgamento de ações eleitorais não é fase do processo eleitoral, mas
exaurimento das fases anteriores.

Convenções Partidárias
Finalidade: escolher candidatos e coligações, segundo as regras do estatuto (autonomia) e
limitações legais/constitucionais.
Data: 20/JULHO – 5/AGO, podendo usar prédios públicos (SÓ PRA ISSO!). A lei dos Partidos também
permite o uso de prédios públicos para reuniões, mas foi revogado pela Lei 9504, que só permite para convenções .
Propaganda intrapartidária:
36-A. Não configuram propaganda eleitoral antecipada, desde que não envolvam pedido explícito de
voto, a menção à pretensa candidatura, a exaltação das qualidades pessoais e os seguintes atos, que
poderão ter cobertura dos meios de comunicação social, inclusive via internet:
III – a realização de prévias partidárias e a respectiva distribuição de material informativo, a
divulgação dos nomes dos filiados que participarão da disputa e a realização de debates entre os
pré-candidatos.

Critérios para escolha de candidatos (em regra, permanentes): (não se confundem com
normas para formação de coligações, que são flexíveis)
REGRA: Autonomia partidária. Questão interna corporis ou política. Em regra, não
judicializável.
 Existem limites legais, como a 30/70% no máximo de cada um dos sexos, e
 limites jurisprudenciais, como o STF declarou inconstitucional a figura do candidato
nato (já tinha mandato parlamentar e pode concorrer sem participar das convenções).
EXCEÇÃO: Justiça Eleitoral (questão apta a interferir no processo eleitoral) é competente para
analisar requisitos formais e externos da convenção (são “autênticas normas jurídicas e, como
tais, dotadas de imperatividade e caráter vinculante”)
PRAZO: Deverão estar previstos no estatuto partidário, se não estiverem, a direção nacional
poderá dispor até 180 dias antes das eleições, publicando no DOU.
NACIONAL: A Direção Nacional (SÓ! Estadual não pode anular municipal) pode anular
convenções estaduais e municipais que não seguirem tais diretrizes:
Art. 7º, § 2º Se a convenção partidária de nível inferior se opuser, na deliberação sobre
coligações, às diretrizes legitimamente estabelecidas pelo órgão de direção nacional, nos
termos do respectivo estatuto, poderá esse órgão anular a deliberação e os atos dela
decorrentes.
 TSE: Deve haver o mínimo de direito de defesa para essa intervenção na comissão
municipal + se ocorrer anulação, Justiça Eleitoral deve ser notificada em 30 dias após
o prazo para registro dos candidatos (15/ago) ou 10 dias seguintes a anulação, se
decorrer a necessidade de escolha de novos candidatos.

LEGITIMIDADE PARA IMPUGNAÇÃO: LC 64/90 somente dá legitimidade ativa para impugnar


validade de Convenção Partidária ao candidato, partido, coligação e MP. Entretanto, a
jurisprudência do TSE admite a impugnação por MERO FILIADO A PARTIDO, não candidato!

COLIGAÇÕES
Resolvida na convenção partidária.
SOMENTE O ÓRGÃO NACIONAL PODE ANULAR COLIGAÇÕES ESTADUAIS E MUNICIPAIS.
ESTADUAL NÃO PODE. – TSE fala em “indesejável risco de regionalização” mesmo que
previsto no estatuto a possibilidade do órgão estadual o fazer => “É ilegítima a delegação
estabelecida pelo diretório nacional do PSDB ao órgão estadual, por descentralizar
competência expressamente prevista, com afronta, por conseguinte, ao caráter nacional da
grei”. Não macula autonomia partidária pois ofende a CF!
STJ (2019 - (REsp 1.484.422). Diretórios nacionais de partidos podem ajuizar ações
indenizatórias. deu prosseguimento a ação do PT contra o senador José Serra (PSDB-SP). A
decisão é da terça-feira (28/5).

Caráter temporário e restrita ao processo eleitoral.


Proibida nas eleições proporcionais (EC 97/2017), a partir de 2020.
Não é necessária a vinculação vertical (eleições nacionais, estaduais e municipais) de uma
mesma coligação (EC 52/2006).
Não há federalização, mas há estadualização.
Art. 6 Lei Eleitoral. É facultado aos partidos políticos, dentro da mesma circunscrição,
celebrar coligações para eleição majoritária, proporcional, ou para ambas, podendo, neste
último caso, formar-se mais de uma coligação para a eleição proporcional dentre os
partidos que integram a coligação para o pleito majoritário.
TSE: Na eleição majoritária é admissível formação de uma só coligação, para um ou mais
cargos.
TSE: Não é possível a formação de coligação majoritária para o cargo de senador distinta da
formada para o de governador, mesmo entre partidos que a integrem – possibilidade de
lançamento, isoladamente, de candidatos ao Senado.
TSE: Se o partido deliberou coligar para as eleições majoritárias de governador e senador
não é possível lançar candidatura própria ao Senado Federal.
TSE: Partido que não celebrou coligação para a eleição majoritária pode celebrar coligação
proporcional com partidos que, entre si, tenham formado coligação majoritária.
Propaganda: na majoritária, deve indicar todos partidos, na proporcional, “apenas sua legente,
sob o nome da coligação”.
Nº de candidatos: 150% das vagas para cada partido. Se sobrar vaga, pode indicar mais até 30
dias antes das eleições.
Objetivo da coligação: maior propaganda:
Art. 47 § 2º I – 90% distribuídos proporcionalmente ao número de representantes na
Câmara dos Deputados, considerados, no caso de coligação para eleições majoritárias, o
resultado da soma do nº de representantes dos seis maiores partidos que a integre e, nos casos
de coligações para eleições proporcionais, o resultado da soma do nº de representantes de todos os partidos
que a integrem.
II – 10% Distribuídos igualitariamente.
Coligações possuem legitimidade para ações eleitorais (Partidos isolados perdem até a
diplomação – salvo para discutir a própria coligação), mesmo depois das eleições, pois os
atos podem repercutir após a diplomação.
Art. 6º, § 4º O partido político coligado somente possui legitimidade para atuar de forma
isolada no processo eleitoral quando questionar a validade da própria coligação, durante o
período compreendido entre a data da convenção e o termo final do prazo para a
impugnação do registro de candidatos
 TSE: Após o pleito volta a ter legitimidade. LCSG discorda pq o processo eleitoral não
se encerra no pleito, a lei é expressa e as coligações formam verdadeiros partidos
políticos temporários.

Súmula-TSE nº 53
O filiado a partido político, ainda que não seja candidato, possui legitimidade e
interesse para impugnar pedido de registro de coligação partidária da qual é integrante, em
razão de eventuais irregularidades havidas em convenção.

9.B* REGISTRO DE CANDIDATURA. VAGAS E RESERVA POR SEXO.


REQUISITOS E DOCUMENTOS. DILIGÊNCIAS. CONTROLE DE OFÍCIO PELO
PODER JUDICIÁRIO ELEITORAL. SUBSTITUIÇÃO DE CANDIDATURAS.
REGISTRO
Art. 251 da Res. 23.554 TSE.
NÃO PODERÁ SER DIPLOMADO nas eleições majoritárias ou proporcionais o candidato que
estiver com o registro INDEFERIDO, AINDA QUE SUB JUDICE.

QUANTIDADE E O GÊNERO DOS CANDIDATOS.


Majoritário: igual ao nº de vagas (1 ou 2, para senador)
Proporcional: 150% das vagas em disputa. Nos Estados sem 12 deputados federais e
municípios com até 100 mil eleitores, 200%.
 Se nas Convenções não indicar o nº máximo, os órgãos de
direção dos partidos poderão preencher as vagas
remanescentes até 30 dias antes do pleito!
Cláusula de Gênero: mínimo de 30% e máximo de 70% para candidaturas de cada sexo (TSE:
sexo = gênero, então transexual mulher entra na candidatura feminina).
 O respeito aos percentuais de gênero é condição de validade para o DRAP –
Demonstrativo de Regularidade dos Atos Partidários, documento essencial ao
registro da chapa de candidatos proporcionais.
 Alegação de não consegui não cola mais. TSE permite que, dentro do prazo para o
pedido de registro, coloque mais mulheres (nas vagas remanescentes ou em
substituição) ou reduza o número de homens.
 Mulheres laranja: Apresentação formal de mulheres (que desistem logo em seguida,
não arrecadam, não fazem campanha ou obtém votação, ainda que mínima) é abuso
do poder político e fraude, autorizando a Ação de Investigação Judicial Eleitoral e
Ação de Impugnação de Mandato Eletivo
o Em AIME proposta pelo MPE o TRE-SP cassou toda chapa de vereadores
eleitos de um partido político!
Pedido de registro dos candidatos
Após a escolha nas convenções, o partido apresenta à Justiça Eleitoral da Circunscrição o
pedido de registro de seus candidatos:
 Juiz eleitoral: eleições municipais
 TRE: eleições gerais
 TSE: presidente e vide
Prazo: 15 de agosto, às 19h.
Art. 10, § 3º Caso entenda necessário, o juiz abrirá prazo de 72 horas para diligências.
S 3 TSE: No processo de registro de candidatos, não tendo o juiz aberto prazo para o
suprimento de defeito da instrução do pedido, pode o documento, cuja falta houver
motivado o indeferimento, ser juntado com o recurso ordinário.
Art. 10, § 4º Na hipótese de o partido ou coligação não requerer o registro de seus
candidatos, estes poderão fazê-lo perante a JE, observado o prazo máximo de 48 horas
seguintes à publicação da lista pela JE.

JE atuará em atividade ADMINISTRATIVA (não jurisdicional) – por essa razão pode examinar
requisitos de OFÍCIO (S 45 TSE) e NÃO HÁ AMPLA DEFESA, mas oportunidade de resposta aos
questionamentos judiciais e recurso (a ampla defesa tradicional surgirá se algum dos
legitimados ajuizar AIPRC).
É o momento de aferição das condições constitucionais e legais de elegibilidade (salvo idade
mínima na posse, com exceção do vereador, que é no registro)
Art. 11, § 10 da Lei das Eleições. As condições de elegibilidade e as causas de inelegibilidade
devem ser aferidas no momento da formalização do pedido de registro da candidatura,
ressalvadas alterações, fáticas ou jurídicas, supervenientes ao registro que AFASTEM
INELEGIBILIDADE.
 Legais: precluem se não arguidas por ocasião do pedido de registro. Arguição será por
meio de AIPRC (MPE legitimado, por meio de PARECER NOS AUTOS).
 CF: não precluem, podendo ser alegadas, em caso de vitória, por meio de Recurso
Contra a Expedição do Diploma (é uma AÇÃO de impugnação)
o O RECED pode ser manejado em face de inelegibilidades supervenientes ou
perda ulterior de condição de elegibilidade – restrição deve ter surgido após
o registro, não sendo suficiente o mero conhecimento posterior.
o É justamente porque cabe o RECED para prejudicar, que a lei permite que
eventos supervenientes favoráveis ao candidato também sejam alegados
S 43 TSE
As alterações fáticas ou jurídicas supervenientes ao registro que beneficiem o
candidato, nos termos da parte final do art. 11, § 10, da Lei n. 9.504/97,
também devem ser admitidas para as CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE.

DOCUMENTOS EXIGIDOS:
Art. 11, § 1º
I – cópia da ata a que se refere o art. 8º
Ata das deliberações da Convenção Partidária, devidamente rubricada pela Justiça Eleitoral
e publicada

II – autorização do candidato, por escrito

III – prova de filiação partidária


A falta de filiação é CF  RECED
O prazo de filiação é LEI  AIRC (Preclui)

IV – declaração de bens, assinada pelo candidato


Pode ser valor histórico (sem atualização ou valorização)
Isento em declarar pode oferecer relação autônoma de bens
Omissão de bem é crime de falsidade ideológica eleitoral (350, CE)

V – cópia do título eleitoral ou certidão, fornecida pelo cartório eleitoral, de que o candidato é
eleitor na circunscrição ou requereu sua inscrição ou transferência de domicílio no prazo
previsto no art. 9º
A falta de domicílio é CF  RECED
O prazo de 6 meses é LEI  AIRC (Preclui)

VI – certidão de quitação eleitoral


§ 7º A certidão de quitação eleitoral abrangerá exclusivamente a plenitude do gozo dos
direitos políticos, o regular exercício do voto, o atendimento a convocações da JE para auxiliar
os trabalhos relativos ao pleito, a inexistência de multas aplicadas, em caráter definitivo, pela
JE e não remitidas, e a apresentação de contas da campanha eleitoral.

§ 8º Para fins de expedição da certidão de que trata o § 7º, considerar-se-ão quites aqueles
que:
I – condenados ao pagamento de multa, tenham, até a data da formalização do seu pedido de
registro de candidatura, comprovado o pagamento ou parcelamento da dívida regularmente
cumprido
II – pagarem a multa que lhes couber individualmente, excluindo-se qualquer modalidade de
responsabilidade solidária, mesmo quando imposta concomitantemente com outros
candidatos e em razão do mesmo fato
III – o parcelamento das multas eleitorais é direito dos cidadãos e das PJ e pode ser feito em
até 60 meses, salvo quando o valor da parcela ultrapassar 5% da renda mensal, no caso de
cidadão, ou 2% do faturamento, no caso de pessoa jurídica, hipótese em que poderá
estender-se por prazo superior, de modo que as parcelas não ultrapassem os referidos
limites;
IV – o parcelamento das multas eleitorais e de outras multas e débitos de natureza não
eleitoral imputados pelo poder público é garantido também aos partidos políticos em até 60
meses, salvo se o valor da parcela ultrapassar o limite de 2% do repasse mensal do Fundo
Partidário, hipótese em que poderá estender-se por prazo superior, de modo que as parcela
snão ultrapassem o referido limite.

§ 9º JE deve enviar relação de devedores e multas ao partido até 5 de junho

 TSE: rejeição de contas não impede quitação


 TSE: omissão na apresentação das contas impede quitação (inclui
apresentação sem documentos essenciais, como extratos da conta-corrente
de campanha)

VII – certidões criminais fornecidas pelos órgãos de distribuição da Justiça Eleitoral, Federal e
Estadual
 Somente do domicílio do candidato (não precisa nacional, o que é
preocupante, pois pode haver inelegibilidade em outro M/E)

VIII – fotografia do candidato, nas dimensões estabelecidas em instrução da JE

IX – propostas defendidas pelo candidato a Prefeito, Governador e Presidente


§ 13 Fica dispensada a apresentação pelo partido, coligação ou candidato de documentos
produzidos a partir de informações detidas pela Justiça Eleitoral, entre eles: certidão de
quitação eleitoral, certidões criminais e rol dos filiados informado pelo partido.
 Não se exigem certidões cíveis (improbidade administrativa) que podem gerar
inelegibilidade

Rejeição de contas recebeu tratamento diverso:


§ 5º Até a data a que se refere este art. [15/AGO], os TRIBUNAIS DE CONTAS E CONSELHOS
DE CONTAS deverão tornar disponíveis à JE relação dos que tiveram suas contas relativas ao
exercício de cargos ou funções públicas rejeitadas por irregularidade insanável e por decisão
irrecorrível do órgão competente, ressalvados os casos em que a questão estiver sendo
submetida à apreciação do Judiciário, ou que haja sentença judicial favorável ao
interessado.

Nome dos candidatos: nome do registro ou apelido (não ridículo, irreverente ou atentatório
ao pudor). No caso de homonímia pode a JE pedir prova de que é conhecido pelo apelido e
terá preferência o que tiver concorrido antes com aquele nome (se não bastar, JE notifica
para acordo ou fará o registro no nome do primeiro que requereu).
 Apelido: pode usar nome social, sem necessidade de alteração do registro civil ou
exames médicos

CANCELAMENTO DO REGISTRO
Art. 14. Estão sujeitos ao cancelamento do registro os candidatos que, até a data da eleição,
forem expulsos do partido, em processo no qual seja assegurada ampla defesa e normas
estatutárias.
PU. O cancelamento do registro do candidato será decretado pela Justiça Eleitoral, após
solicitação do partido.

SUBSTITUIÇÃO DE CANDIDATOS
Art. 13. É facultado ao partido ou coligação substituir candidato que for considerado
inelegível, renunciar ou falecer após o termo final do prazo do registro ou, ainda, tiver seu
registro indeferido ou cancelado.
§ 1º A escolha do substituto far-se-á na forma estabelecida no estatuto do partido a que
pertencer o substituído, e o registro deverá ser requerido até 10 dias contados do fato ou da
notificação do partido da decisão judicial que deu origem à substituição.
§ 2º Nas eleições majoritárias, se o candidato for de coligação, a substituição deverá fazer-se
por decisão da maioria absoluta dos órgãos executivos de direção dos partidos coligados,
podendo o substituto ser filiado a qualquer partido dela integrante, desde que o partido ao
qual pertencia o substituído renuncie ao direito de preferência.
§ 3º Tanto nas eleições MAJORITÁRIAS COMO NAS PROPORCIONAIS, a substituição só se
efetivará se o novo pedido for apresentado ATÉ 20 DIAS ANTES DO PLEITO, exceto em caso
de falecimento de candidato, quando a substituição poderá ser efetivada após esse prazo.

Prazo para exame e julgamento dos pedidos de registro


Art. 16. Até 20 dias antes da data das eleições, os TRE enviarão ao TSE, para fins de
centralização e divulgação de dados, a relação dos candidatos às eleições majoritárias e
proporcionais, da qual constará obrigatoriamente a referência ao sexo e ao cargo a que
concorrem.
§ 1º Até a data prevista no caput, todos os pedidos de registro de candidatos, inclusive os
impugnados e os respectivos recursos de candidatos, devem estar julgados pelas instâncias
ORDINÁRIAS, e publicadas as decisões a eles relativas.
§ 2º Os processos de registro de candidaturas terão prioridade sobre quaisquer outros,
devendo a JE adotar as providências necessárias para o cumprimento do prazo, inclusive com
a realização de sessões extraordinárias e convocação de juízes suplentes pelos Tribunais,
sem prejuízo da eventual aplicação do disposto no art. 97 e de representação no CNJ.
 É muito curto e em 2015 ainda prorrogaram o prazo para apresentação do pedido de
registro para agosto. Deveria haver um “pré-registro” ou antecipar o pedido.
7.A* A AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DO REGISTRO DE CANDIDATURA.
LEGITIMIDADE. PROCESSAMENTO E SEUS EFEITOS. DEMONSTRATIVO DE
VALIDADE DE ATOS PARTIDÁRIOS.

*AIRC*
A AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO AO PEDIDO DE REGISTRO DA
CANDIDATURA
Prazo: 5 dias da publicação da lista. MPE não tem prazo distinto nem intimação pessoal.
 Municipais: no lugar de costume (fórum, onde publicam-se editais) e na imprensa oficial
 TRE: a publicação não é feita de uma vez, mas em dias seguido (Resolução)

Legitimados ativos da AIPRC: MPE, partidos políticos não coligados, coligações e os candidatos
(mesmo que pretendente a cargo diverso) (partido coligado só coligação)
 ELEITOR NÃO É PARTE LEGÍTIMA. Só pode apresentar à JE a “notícia de
inelegibilidade”.
 Juiz pode conhecer de OFÍCIO:
S 45 TSE
Nos processos de registro de candidatura, o JUIZ eleitoral PODE CONHECER DE OFÍCIO
da existência de causas de inelegibilidade ou da ausência de condição de
inelegibilidade, desde que resguardados o contraditório e ampla defesa.

 Ser o autor é requisito para legitimidade recursal, salvo matéria constitucional:


S 11 TSE No processo de registro de candidatos, o partido que não impugnou não tem
legibilidade para recorrer da sentença que o deferiu, salvo se se cuidar de matéria
constitucional.
 NÃO SE APLICA AO MPE, que pode apresentar TODAS ações e
interpor TODOS recursos, até como fiscal da ordem jurídica,
SALVO:
LC 64/90
Art. 11 § 2º Não poderá impugnar o registro de candidato o
representante do MPE que, nos 4 anos anteriores, tenha
disputado cargo eletivo, integrado diretório de partido ou
exercido atividade político partidária.

 É o caso daqueles que ingressaram antes de 5/10/1998 e


optaram pelo regime jurídico anterior, mantendo o jus
honorum

Polo passivo da AIPRC: candidato impugnado (NÃO há necessidade de litisconsórcio passivo):


 PARTIDO atua como ASSISTENTE SIMPLES
S 39 TSE Não há formação de litisconsórcio necessário em processos de registro de
candidatura.
 Mas o indeferimento de candidatura no Executivo alcança TODA a chapa: é a
UNICIDADE DA CHAPA.
 Mas não há necessidade de incluir o VICE no polo passivo
Ac.-TSE, de 13.6.2019, no AgR-REspe nº 9309 e, de 26.6.2018, nos ED-
AgR-REspe nº 8353: excepciona o princípio da indivisibilidade da
chapa majoritária mediante as seguintes circunstâncias: (a)
indeferimento do registro de candidatura em segunda instância; (b)
chapa com registro deferido no prazo fatal para substituição de
candidatos; (c) rejeição do registro declarada às vésperas do certame;
(d) registro indeferido versa sobre condição de elegibilidade do vice; e
(e) livre manifestação da vontade da comunidade por meio do voto.

Ac.-TSE, de 16.11.2016, nos ED-REspe nº 121: a cassação do diploma


do titular da chapa também recai sobre o vice, ainda que ele em nada
tenha contribuído para o fato.

Competência da AIPRC: juízo do requerimento


 Municipais – Juiz eleitoral – Promotor de Justiça Eleitoral
 Gerais – TRE – Procurador Regional Eleitoral
 Nacional – TSE – Procurador-Geral Eleitoral

Prazo: 5 dias da publicação da lista.


 JE funcionará sem intervalo (sábados, domingos e feriados) e o prazo pode
iniciar/terminar em fim de semana e não haverá prorrogação.
 PRAZO COMUM: MPE não faz jus a intimação pessoal
S 49 TSE O prazo de cinco dias, previsto no art. 3º da LC 64/90, para o MPE impugnar
no registro inicia-se com a publicação do edital, caso em que é excepcionada a regra
que determina a sua intimação pessoal.

Objeto da AIPRC: um ou mais candidatos // toda a chapa (apontando vícios no DRAP –


Documento de Regularidade dos Atos Partidários)
 RES. TSE: O Indeferimento do DRAP é suficiente para indeferir os pedidos de registro a
ele vinculados, que seguirão em análise até seu julgamento definitivo a
IMPUGNAÇÃO AO DRAP em AIPRC foi o meio para impedir chapas que não atendiam
QUOTA DE GÊNERO!
Falta de condições constitucionais e legais de elegibilidade e presença de inelegibilidade
constitucional ou legal. Preclusão da matéria legal.
Mas o espaço de cognição do juiz não se cinge à matéria alegada pelas partes:
Art. 7º PU O Juiz, ou Tribunal, formará sua convicção pela livre apreciação da prova,
atendendo aos fatos e às circunstâncias constantes dos autos, ainda que não alegados pelas
partes, mencionando, na decisão, os que motivaram seu convencimento.

Súmula-TSE nº 51
O processo de registro de candidatura não é o meio adequado para se afastarem os
eventuais vícios apurados no processo de prestação de contas de campanha ou partidárias.

Súmula-TSE nº 52
Em registro de candidatura, não cabe examinar o acerto ou desacerto da decisão que
examinou, em processo específico, a filiação partidária do eleitor.
Rito ordinário da AIPRC: admite produção de prova (docs e testemunhas, que deverão ser
levadas pelas partes, sob pena de preclusão).
Proposta, a defesa terá 7 dias para se manifestar.
Testemunhas deverão ser ouvidas em audiência única, no prazo de 4 dias após a defesa.
Juiz poderá dar prazo de 5 dias para diligências (ofício ou requerimento).
Prazo comum de 5 dias para alegações finais após instrução.
Autos vão conclusos para decisão.
Art. 8. Nos pedidos de registro de candidatos a eleições municipais, o Juiz Eleitoral
apresentará a sentença em cartório 3 dias após a conclusão dos autos, passando a correr
deste momento o prazo de 3 dias para a interposição de recurso ao TRE.
 Não importa se decidir antes. Se depois, 3 dias da publicação por Edital, em cartório.

*Tudo é nos próprios autos, sem incidentes. Duas impugnações a um candidato serão
apensadas.

Direito de complementação, mesmo em grau de recurso:


S 3 TSE
No processo de registro de candidatos, não tendo o juiz aberto prazo para o suprimento de
defeito da instrução do pedido, pode o documento, cuja falta houver motivado o
indeferimento, ser juntado com o RECURSO ORDINÁRIO.

Recursos da decisão na AIPRC:


 JUIZ: ED ou Recurso Inominado
 TRE: ED ou Recurso Ordinário

Embargos de Declaração
Art. 275. São admissíveis embargos de declaração nas hipóteses previstas no CPC.
§ 1º Os ED serão opostos no prazo de 3 dias, contados da data de publicação da decisão
embargada, em petição dirigida ao juiz ou relator, com indicação do ponto que lhes deu
causa.
§ 2º Os ED não estão sujeitos a preparo.
§ 3º O juiz julgará no prazo de 5 dias.

§ 4º Nos tribunais:
I – O relator apresentará os embargos em mesa na sessão subsequente, proferindo voto
II – não havendo julgamento na sessão referida no inciso I, será o recurso incluído em pauta
III – vencido o relator, outro será designado para lavrar o acórdão

§ 5º Os embargos de declaração INTERROMPEM o prazo para interposição de recurso.

§ 6º Quando manifestamente protelatórios os ED, o juiz ou tribunal, em decisão


fundamentada, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente a 2
salários-mínimos

§ 7º Na reiteração, até 10 SM.

No recurso inominado:
 JUIZ: Prazo de 3 dias contados do prazo de baixa dos autos conclusos (se o juiz decidir
antes, mantém-se esse prazo)
S 10 TSE No processo de registro de candidatos, quando a sentença for entregue em
cartório antes de três dias contados da conclusão ao juiz, o prazo para o recurso
ordinário, salvo intimação pessoal anterior, só se conta do termo final daquele
tríduo.
 Prazo dos embargos declaratórios TAMBÉM.
 Se recorrer para o TRE, da decisão do TRE caberá Recurso Especial (CF, lei e
jurisprudência)

No recurso especial/ordinário:
 TRE (deputados, senadores e gov): a decisão da ação é publicada em sessão e daí se
inicia o prazo para os dois recursos.
 Não há juízo de admissibilidade no recurso ao TSE

Em ambos:
o Cabe retratação
o Prazo de 3 dias para contrarrazões

Portanto, se o TRE julgou em 1ª instância, cabe RO ou RESP ao TSE, dispensado o juízo de


admissibilidade:
CF - Art. 121§ 4º: Das decisões dos TRE somente caberá recurso quando:

RECURSO ESPECIAL (TRE 1ª ou 2ª instância)


(DISPENSADO juízo de admissibilidade)
I – forem proferida contra disposição expressa desta CF ou de lei
II – ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais tribunais eleitorais

RECURSO ORDINÁRIO (TRE 1ª instância)


III – versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas eleições federais ou
estaduais
IV – anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos federais ou estaduais

RECURSO ORDINÁRIO
V – denegarem HC, MS, HD ou MI

Das decisões do TSE (qualquer) somente cabe embargos de declaração e recurso


extraordinário ao STF (este NÃO IMPEDE A FORMAÇÃO DE COISA JULGADA ELEITORAL, ADI
5525/STF). Assim, o candidato deixa de ser sub judice e a decisão do TSE produz todos os
efeitos (não inclusão na urna, impossibilidade de prosseguir campanha).
 Mesma situação para TRE julgando candidato municipal (RO). Só cabe ED e RESP.
Haverá necessidade de mostrar que o acórdão contrariou lei ou é distinto da
jurisprudência do TSE/TRE.
 O RE tem cognição restrita (não rediscute matéria fática/probatória).
 A única facilidade é que, em registro de candidatura, ele não se submete ao juízo de
admissibilidade:
Art. 12. Havendo recurso ao TSE, a partir da data em que for protocolizada a petição
passará a correr o prazo de 3 dias para contrarrazões, notificado por telegrama o
recorrido.
PU. Apresentadas as contrarrazões, serão os autos imediatamente remetidos ao TSE.

O candidato sub judice


Art. 251 da Res. 23.554 TSE.
NÃO PODERÁ SER DIPLOMADO nas eleições majoritárias ou proporcionais o candidato que
estiver com o registro INDEFERIDO, AINDA QUE SUB JUDICE.

É aquele que tem o registro negado em 1ª (juiz ou TRE) ou 2ª instância (provimento do recurso
do MPE)
Prazo final: somente RO tem efeito suspensivo no Código Eleitoral (art, 257, § 2º - o caput
diz, “os recursos eleitorais não terão efeito suspensivo, aplicando-se ao RE ao STF ou TSE).
 Eleições municipais – Decisão do TRE (1ª decisão de ED – o 2º ED, se declarado
protelatório, retroage para a 1ª decisão)
o “A partir dessa manutenção de procedência, restará ao interessado postular
a concessão de efeito suspensivo na via própria – liminar no TSE/STF”
 Eleições gerais – Decisão do TSE (independentemente de RE ou RO, pois não se
prestigia a via processual, mas o duplo grau de jurisdição) (Independentemente de
embargos de declaração)
Art. 16-A O candidato cujo registro esteja sub judice poderá efetuar todos os atos relativos à
campanha eleitoral, inclusive utilizar o horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão e
ter seu nome mantido na urna eletrônica enquanto estiver sob essa condição, ficando a
validade dos votos a ele atribuídos condicionada ao deferimento de seu registro por
instância superior.

PU. O cômputo, para o respectivo partido ou coligação, dos votos atribuídos ao candidato
cujo registro esteja sub judice no dia da eleição fica condicionado ao deferimento do registro
do candidato
Art. 16-B. O disposto no art. 16-A quanto ao direito de participar da campanha eleitoral,
inclusive utilizar o horário eleitoral gratuito, aplica-se igualmente ao candidato cujo pedido
de registro tenha sido protocolado no prazo legal e ainda não tenha sido apreciado pela JE.
 Crítica: induz a erro o eleitor; autorizar recursos sem lastro para depois transferir votos a outra pessoa
(por isso há a proibição de substituição no prazo de 20 dias para o pleito).
Prazo final da condição sub judice: pronunciamento do TSE (Não se exigindo coisa julgada –
embargos de declaração ou decisão no RE – STF, ADI 5525).
 Na ADI 5525, relativa ao art. 224 do CE 92015), que exige novas eleições se eleito no
Executivo candidato que viesse a perder registro/diploma condicionando as novas
eleições ao trânsito em julgado da decisão cassatória – STF entendeu que bastava
pronunciamento do TSE, INDEPENDENTE do julgamento dos ED!
TESE DA ADI 5525
Declarar a inconstitucionalidade da locução “após o trânsito em julgado” do art. 224,
§ 3º, CE, e para conferir interpretação conforme ao § 4º de modo a afastar do seu
âmbito de incidência as situações de vacância nos cargos de Presidente da República
(vacância nos últimos dois anos é eleição indireta), bem como de Senador da
República (chama o próximo mais votado)

ADI 5619
Mas julgou constitucional para governadores e prefeitos, até em municípios com
menos de 200 mil habitantes.
“é constitucional legislação federal que estabeleça novas eleições para os cargos
majoritários simples – isto é, Prefeitos de Municípios com menos de 200 mil eleitores e
Senadores da República (se não der pra chamar o suplente) – em caso de vacância por
causas eleitorais.”

 Logo, se as novas eleições forem realizadas por causas não eleitorais, por
exemplo, morte ou crime de responsabilidade, valerá o que constar nas
respectivas constituições e leis orgânicas.

TESE FIXADA PELO TSE em sede de RECURSO ORDINÁRIO

O CASO:
Thiago postulava o registro de sua candidatura a senador. Mas não se
desincompatibilizou de cargo de assessoramento (≠comissão simples, que é 4) no
prazo de 6 meses antes do pleito.
 Subsecretário de políticas públicas para juventude: “DIREÇÃO
GERAL/GERENCIAL E ASSESSORAMENTO. SUBSECRETARIA ESTADUAL.
POLÍTICAS PÚBLICAS. JUVENTUDE. PRAZO MÍNIMO. SEIS MESES.”. É de
natureza política, de nomeação direta pelo chefe do Executivo

V - para o Senado Federal:

a) os inelegíveis para os cargos de Presidente e Vice-Presidente da


República especificados na alínea a do inciso II deste artigo e, no tocante às
demais alíneas, quando se tratar de repartição pública, associação ou
empresa que opere no território do Estado, observados os mesmos prazos;

b) em cada Estado e no Distrito Federal, os inelegíveis para os cargos de


Governador e Vice-Governador, nas mesmas condições estabelecidas,
observados os mesmos prazos;

III - para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;

a) os inelegíveis para os cargos de Presidente e Vice-Presidente da


República especificados na alínea a do inciso II deste artigo e, no tocante às
demais alíneas, quando se tratar de repartição pública, associação ou
empresas que operem no território do Estado ou do Distrito Federal,
observados os mesmos prazos;

b) até 6 (seis) meses depois de afastados definitivamente de seus cargos ou


funções:

1. os chefes dos Gabinetes Civil e Militar do Governador do Estado ou


do Distrito Federal;

2. os comandantes do Distrito Naval, Região Militar e Zona Aérea;

3. os DIRETORES DE ÓRGÃOS ESTADUAIS ou sociedades de assistência


aos Municípios;

4. os secretários da administração municipal ou membros de órgãos


congêneres;

A TESE:
A condição de candidato sub judice, para fins de incidência do art. 16-A da Lei
9.504/97, nas eleições gerais, cessa (i) com o trânsito em julgado da decisão de
indeferimento do registro ou (ii) com a decisão de indeferimento do registro proferida
pelo TSE.

Como regra geral, a decisão de indeferimento de registro de candidatura deve ser


tomada pelo Plenário.

 Também afastou a possibilidade de tutela de evidência no rito célere e


escorreito do registro de candidatura

MPE entrou com ED


Em embargos declaratórios, o Parquet suscita omissão e obscuridade quanto à fixação
dessa tese por suposta (i) ausência de pronunciamento sobre a compatibilidade do
regramento contido no art. 15 da Lei Complementar n. 64/90, no sentido da suficiência
da deliberação colegiada de tribunal regional para, nas hipóteses de indeferimento,
afastar a condição sub judice do registro; e (ii) não explicitação da possibilidade –
sobremodo nos casos de manutenção de indeferimento – de cessação dos efeitos
decorrentes da incidência do art. 16–A da Lei n. 9.50497 por decisão monocrática
proferida por membro desta Corte Superior.

TSE
a) Compatibilidade do art. 15
b) Fixou-se regra geral, não taxativa, de submissão ao plenário

Aproveitamento dos Votos recebidos: DEPENDE DA SITUAÇÃO do REGISTRO NO DIA DA


ELEIÇÃO. Se negativo, os votos – no sistema proporcional – serão nulos (não podem
contabilizar QE e QP). Se positivo NO DIA da eleição, partido pode utilizar no QE!
Art. 175 § 3º CE – Serão nulos para todos os efeitos, os votos dados a candidatos inelegíveis
ou não registrados.
§ 4º O disposto no § anterior não se aplica quando a decisão de inelegibilidade ou
cancelamento do registro for proferida após a realização da eleição a que concorreu o
candidato alcançado pela sentença, caso em que os votos serão contados para o partido pelo
qual tiver sido feito o seu registro.
 Executivo: anula eleição, se vencedor
TSE
Impossibilidade de participação do candidato que deu causa à nulidade da
eleição ordinária nas eleições suplementares realizadas com fundamento no
art. 224, § 3º, do Código Eleitoral, nas hipóteses de decisões que importem o
indeferimento do registro, a cassação do diploma ou a perda do mandato de
candidato eleito em pleito majoritário.
 No caso, permitiu ao Prefeito por justa
expectativa, mas modulou os efeitos da tese.

 Proporcional: depende da situação no dia da eleição (“votos engavetados”)


Mas TSE CONFIRMOU VIGÊNCIA
Ac.-TSE, de 29.4.2014, no AgR-REspe nº 74918: a aplicação deste parágrafo não foi
afastada pelo art. 16-A da Lei nº 9.504/1997.
Res. 23.554/2018 também confirma vigência:
Art. 218. Serão contados para a legenda os votos dados a candidato:

I - cujo registro esteja deferido na data do pleito e tenha sido indeferido


posteriormente (Código Eleitoral, art. 175, § 4º; e Lei nº 9.504/1997, art. 16-A,
parágrafo único);

II - cujo registro esteja deferido na data do pleito, porém tenha sido posteriormente
cassado por decisão em ação autônoma, caso a decisão condenatória seja publicada
depois das eleições;

III - que concorreu sem apreciação do pedido de registro, cujo indeferimento tenha
sido publicado depois das eleições.

Art. 219. Serão nulos, para todos os efeitos, inclusive para a legenda, os votos dados:

I - a candidato inelegível na data do pleito (Código Eleitoral, art. 175, § 3º; e Lei nº
9.504/1997, art. 16-A);

II - a candidato que, na data do pleito, esteja com o registro indeferido, ainda que o
respectivo recurso esteja pendente de apreciação;

III - a partido político ou coligação, bem como a seus respectivos candidatos, cujo
Demonstrativo de Regularidade de Atos Partidários (DRAP) esteja indeferido, ainda
que haja recurso pendente de apreciação;

IV - a candidato que, na data do pleito, esteja com o registro deferido, porém


posteriormente cassado por decisão em ação autônoma, se a decisão condenatória
for publicada antes das eleições.

Parágrafo único. A validade dos votos descritos nos incisos II e III ficará condicionada
ao deferimento do registro, inclusive para o cômputo para o respectivo partido político
ou coligação (Lei nº 9.504/1997, art. 16-A, caput e parágrafo único).
7.B* PROPAGANDA ELEITORAL E SUAS MODALIDES. PODER DE POLÍCIA E
A PROPAGANDA ELEITORAL. PROPAGANDA ANTECIPADA, REGRAMENTO
DA PROPAGANDA ELEITORAL EM BENS PÚBLICOS, DE USO COMUM E
BENS PARTICULARES. MEIOS DE VEICULAÇÃO DE PROPAGANDA E
RESTRIÇÕES. (6.A)*

No âmbito da ADI 5122 (2018), o STF definiu julgou improcedente o pedido formulado em
ação direta ajuizada em face do art. 25, § 2º, da Resolução 23.404/2014 do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), que proíbe a realização de propaganda eleitoral via “telemarketing", em
qualquer horário.

6.C* PROPAGANDA INTRAPARTIDÁRIA. PROPAGANDA PARTIDÁRIA.


PROMOÇÃO E DIFUSÃO DA PARTICIPAÇÃO FEMININA PELA PROPAGANDA
PARTIDÁRIA. REPRESENTAÇÃO ELEITORAL POR DESVIRTUAMENTO DA
PROPAGANDA PARTIDÁRIA: COMPETÊNCIA, LEGITIMIDADE,
PROCESSAMENTO E SANÇÕES (8.B).

5.C* PROPAGANDA ELEITORAL NO RÁDIO E NA TELEVISÃO. DEBATES.


DIREITO DE RESPOSTA. PESQUISAS ELEITORAIS. PROPAGANDA ELEITORAL
NA IMPRENSA ESCRITA E INTERNET. COMÍCIOS. DISTRIBUIÇÃO DE
MATERIAL (5.B E 7.A).

PESQUISAS ELEITORAIS
Tem que evitar fraude. Código Eleitoral proíbe 15 dias antes do pleito, mas STF julgou
inconstitucional.

Registro obrigatório na JE (5 dias antes da divulgação), responsável assume os riscos da


divulgação:
 Registro das pesquisas NÃO SE SUBMETE a deferimento ou indeferimento da JE
 NÃO SE ADMITE censura prévia da JE
 MPE terá acesso neste prazo para impugnação dentro do prazo de 5 dias (C, PP, COL
também)

Lei 9504:
 PROIBIÇÃO de pesquisas informais, “ENQUETES”, no período eleitoral (15/AGO até
ELEIÇÃO) – gera multa (independentemente de constar que é informal)
o Pesquisas na net:
 COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL (Telegram, zap): O julgador deve
aferir se houve legítimo direito de expressão e comunicação ou se
houve aptidão para levar ao “conhecimento público” o resultado que
interfira ou desvirtue a legitimidade ou equilíbrio do pleito
 COMUNICAÇÃO NÃO INTERPESSOAL, mas DESTINADA À GRUPOS DE
PESSOAS: “FACEBOOK sem prévio registro insere-se na vedação”
 PESQUISA DE TERCEIRO: CANDIDATO É RESPONSÁVEL PELO
CONTEÚDO DE SUA PÁGINA, INCLUSIVE POR MATERIAL POSTADO POR
TECEIRO QUANDO DEMONSTRADAS A SUA CIÊNCIA PRÉVIA E
CONCORDÂNCIA COM A DIVULGAÇÃO
 Exigência de atendimento a requisitos técnicos para a coleta das informações (locais,
faixas etárias, níveis de renda, gênero, idade)
 Acesso, fiscalização e publicidade dos recursos empregados, dados obtidos e
metodologia
 Criminalização da obstrução do acesso a tais dados
 Sanção à divulgação de pesquisa sem registro na JE
 Criminalização da divulgação de pesquisa fraudulenta e de ato para dificultar a
fiscalização  Inclusive empresa
o Se não tiver registro, também há ilícito civil
 Registro deve identificar quem contratou, valor e origem dos recursos despendidos 
JE publicará na internet, à disposição de partidos e coligações com candidatos ao
pleito, para livre acesso pelo prazo de 30 dias
 Majoritária: todos os candidatos
 Boca de urna: só após encerramento da eleição

Sanção (aplicável ao candidato e empresa):


o Sem prévio registro: multa  REPRESENTAÇÃO POR PESQUISA NÃO
REGISTRADA, até a data das eleições (TSE) com legitimidade do MPE, PP, C e
COL.
o Fraudulenta: crime
o Sem publicização dos requisitos: multa e crime

PROPAGANDA ELEITORAL
Binômio dos custos
Economizo e facilito o controle Diminuo o direito de oposição e renovação
política, favorecendo quem já está no poder
ou pessoas conhecidas por atividade
anterior ao pleito (apresentadores de TV,
líderes religiosos)
Muitas restrições ocupam a pauta da JE

Propaganda pode ser positiva ou negativa (criticar).

Conceito: “ato que leva ao conhecimento geral, ainda que de forma dissimulada, a
candidatura, mesmo que apenas postulada, a ação política que se pretende desenvolver ou as
razões que induzam a concluir que o beneficiário é o mais apto ao exercício da função
pública”.
 SUPERADA, hoje se difere PROPAGANDA (após registro) de PROMOÇÃO PESSOAL
(qualquer tempo).

PROPAGANDA ANTECIPADA
TSE (2019 – NOVO ENTENDIMENTO - GUINADA) A INSTALAÇAÕ DE OUTDOORS EM APOIO A
PRÉ-CANDIDATO AINDA QUE SEM PEDIDO EXPRESSO DE VOTO, CONFIGURA PROPAGANDA
ELEITORAL ANTECIPADA.

Art. 35-A. NÃO CONFIGURAM PROPAGANDA eleitoral antecipada, desde que não
envolvam pedido explícito de voto (E o TSE exige que seja bem explícito)¸ a menção à
pretensa candidatura, a exaltação das qualidades pessoais dos pré-candidatos e os
seguintes atos, que poderão ter cobertura dos meios de comunicação social, inclusive
internet:

I – A participação de filiados a PP ou pré-candidatos em entrevistas, programas, encontros


ou debates no rádio, na televisão e na internet, inclusive com exposição de plataformas e
projetos políticos, observado pelas emissoras de rádio e TV o dever de conferir tratamento
isonômico

II – a realização de encontros, seminários e congressos em ambiente fechado e a expensas


dos PP, para tratar da organização dos processos eleitorais, discussão de políticas públicas,
planos de governo ou alianças partidárias visando às eleições, podendo tais atividades ser
divulgadas pelos instrumentos de comunicação intrapartidária

III – a realização de prévias partidárias e a respectiva distribuição de material informativo, a


divulgação dos nomes de filiados que participarão da disputa e a realização de debates
entre os pré-candidatos
§ 1º É vedada a transmissão ao vivo no rádio-TV de prévias
partidárias, sem prejuízo da cobertura dos outros meios de
comunicação social

IV – a divulgação de atos de parlamentares e debates legislativos, desde que sem pedido


expresso de voto

V – a divulgação de posicionamento pessoal sobre questões políticas, inclusive das redes


sociais

VI – a realização, a expensas do PP, de reuniões de iniciativa da sociedade civil, de veículo


ou meio de comunicação ou do próprio partido, em qualquer localidade, para divulgar
ideias, objetivos e propostas partidárias

VII – campanha de arrecadação prévia de recursos  SÓ neste caso NÃO pode pedir apoio
político e divulgar pré-candidatura, salvo se for profissional da comunicação social no
exercício da profissão.
É PROPAGANDA ANTECIPADA: já em cargo, convoca TV-rádio pra fazer propaganda ou falar
mal.
 MPE sempre se debateu na linha de que explícito é o que não enseja dúvidas, nem se
conforta em ambiguidades, sendo claramente percebido pelo eleitor como propaganda.

Prazo: 15AGO até dia anterior ao dia das eleições


 Antes: só propaganda intrapartidária, na quinzena anterior à escolha pelo partido
(vedado rádio, televisão e outdoor)
 Dia da eleição: restrições ainda mais graves. Só é permitida a manifestação
individual e silenciosa da preferência (broches)
o 48 HORAS ANTES – 24 horas depois: proibida qualquer
propaganda na internet, rádio ou TV, comícios.

LIMITAÇÕES À PROPAGANDA
 Bens públicos (incluído de uso comum, como igrejas e cinemas, e árvores) – só
pode bandeiras móveis nas vias e adesivo em automóveis e janelas (não pode
cavalete)
o Poder Legislativo: autorização da Mesa
o Notificação para retirada  Multa
 MULTA SÓ à pedido (MP, PP, C): MULTA NÃO
PODE DE OFÍCIO (S 18 TSE) (retirada pode de
ofício)
S 18 TSE: Conquanto investido de poder de polícia, não
tem legitimidade o juiz eleitoral de ofício, para instaurar
procedimento com a finalidade de impor multa pela
veiculação de propaganda eleitoral...

 Polo passivo: todos os beneficiados (C, PP e COL)


 TSE: Templos e derramamento de folhetos na
véspera: prescinde de notificação

STF: Nas Universidades, estudantes podem debater (autonomia universitária e livre debate de
ideias).

 Bens particulares: PROIBIDA (só adesivo, 0,5M²)


o Lei 13.488/17 revogou sanção. Mas ainda há Súmula 48
TSE:
S 48 TSE: A retirada da propaganda irregular, quando
realizada em bem particular, não é capaz de elidir a
multa.

 Outdoor (+4M²): PROIBIDO.


o TSE (2019 – NOVO ENTENDIMENTO - GUINADA) A
INSTALAÇAÕ DE OUTDOORS EM APOIO A PRÉ-
CANDIDATO AINDA QUE SEM PEDIDO EXPRESSO DE
VOTO, CONFIGURA PROPAGANDA ELEITORAL
ANTECIPADA.
o JUIZ PODE DETERMINAR DE OFÍCIO A RETIRADA, mas as
SANÇÕES dependem de representação própria
o Brindes: PROIBIDO.

Em regra, notifica para retirar. Mas o TSE mitiga a necessidade de prévia notificação em:
a) Propaganda em templos religiosos
b) Derramamento de folhetos na madrugada da eleição

TIPOS DE PROPAGANDA:
 Folhetos: prescinde de licença. Mas deve conter CNPJ/CPF de quem fez e quem
contratou pra fazer.
 Comícios: comunicação à autoridade policial com 24h. Pode ser das 8h à 00:00h,
salvo de encerramento, até as 2:00h. Somente nos comícios é permitido trio
elétrico.
o Proibido showmício. TSE: proibiu candidato cantor de
cantar em comício (pode continuar a fazer shows sem
aludir campanha)
 Excesso: abuso de poder econômico
 CARRO DE SOM somente em carreata ou evento coletivo.

Requisitos:
 Majoritário: nome do vice ou suplentes (Senador), legível
 Coligação-prefeito: legendas de todos os partidos sob coligação
 Coligação-vereador: legenda do partido sob coligação

Internet:
 O impulsionamento só foi permitido em 2017, desde que diretamente com o
provedor. Candidato deve informar à JE os endereços.
 O provedor só será responsabilizado após determinação judicial para retirada
descumprida.
 Pessoa apoiadora não pode impulsionar.
 Proibido:
o Contratar pessoas, boots e perfis falsos (tsc)
o Sites de pessoas jurídicas e da Adm. Pública, ainda que
gratuitamente (tsc!)
o Anonimato e fake News (tsc!)

Imprensa escrita:
 Pode, com limitação do tamanho (1/8 em jornais; ¼ em revista). Mas o que
acontece é a propagação velada pelo veículo.

Rádio e TV:
 Restringida ao horário gratuito, VEDADA PAGA.
 Libras + legenda.
 90% proporcional ao nº de deputados. 10% igualitariamente entre os que possuem
representação.
 No horário da proporcional, não pode falar da majoritária (salvo legenda ou no
fundo). Se houver invasão, será subtraído do tempo do majoritário.
 Não pode ridicularizar candidato. Pode gerar perda do dia de propaganda.
 Cidadão pode participar (desde que não filiado a outro PP ou mediante
remuneração)
 Perdedor no 1º turno não pode aparecer com outro no 2º turno
 Emissoras ficam com restrições nas suas programações, mas STF [sátiras]
“também podem fazê-lo no período eleitoral. Eleição não é estado de sítio”

Debates: obrigatoriedade de chamar partidos com 5 parlamentares, demais podem ser


convidados. Sorteio de ordem da fala e perguntas. Acordo dos partidos (2/3) e cientificação da
JE. Descumprimento: suspensão da programação por 24 horas.

NO DIA DA ELEIÇÃO
É CRIME:
a) Auto falante
b) Arregimentação de eleitor ou boca de urna
c) Qualquer espe´cie de propaganda
d) Publicação de novos conteúdos ou impulsionamento de antigos
SÓ PODE:
a) Manifestação individual e silenciosa (pode camiseta, boné, broche)

REPRESENTAÇÕES POR PROPAGANDA


 Antecipada
 Irregular
 Propaganda intrapartidária desvirtuada
 Para retirada após 30 dias das eleições

Representação por propaganda antecipada


15/AGO: multa.
Prazo da representação: até proclamação dos eleitos.
Rito: prova pré-constituída.
Promoção pessoal é aferida no caso concreto.
Representação por propaganda irregular
Deve ser instruída com prova de autoria ou do prévio conhecimento do beneficiário, que
será presumida se notificado-nãotirar ou se houver impossibilidade de não-ciência.
TSE: presume-se no caso de cartazes irregulares em local principal de uma cidade.

Direito de resposta
MPE NÃO POSSUI LEGITIMIDADE (direito individual disponível)
TSE: NÃO enseja: crítica genérica, inespecífica, despida de alusão clara; conteúdo passível
de dúvida, controvérsia ou discussão na esfera política; não perceptível de plano; crítica
política.

Só admitido após a escolha dos candidatos em convenção.


Tempo igual, nunca inferior a um minuto.
Veiculada da mesma forma que a ofensa (até no mesmo dia da semana e mesmo
impulsionamento!)
Pode requerer retirada da ofensa.

Não é precondição para outras ações eleitorais contra abuso.


Ofendido, se ofender na resposta, pode ser notificado para corrigir.

Legitimidade: TSE - Apenas PP, COL e C: não pode por terceiro prejudicado (Justiça Comum).
Prazo:
 Horário gratuito: 24 horas da veiculação da ofensa.
 Programação normal da rádio/TV: 48 horas.
 Imprensa escrita: 72 horas.
 Internet: a qualquer tempo ou 72h da retirada.

Documentos:
 Imprensa escrita: exemplar
 R-TV: notificada para apresentar fita em 24 h. Resposta
veiculada em 48 h.
 Net: Cópia da página + URL.  Resposta disponível por tempo
não inferior ao dobro em que disponível a ofensa.
Horário gratuito: não pode veicular propaganda, só resposta.

Prazo da decisão: 24 horas.

Obs.: propaganda feminina – só o TSE faz alertas de até 5 minutos diários sobre a participação
feminina, de jovens e negros, bem como sobre as regras e o funcionamento do sistema
eleitoral.
10.A. FIDELIDADE PARTIDÁRIA E SUA PROTEÇÃO. FINANCIAMENTO DOS
PARTIDOS POLÍTICOS. FINANCIAMENTO DAS CAMPANHAS ELEITORAIS,
DOAÇÕES ELEITORAIS E AÇÕES PERTINENTES. FUNDO PARTIDÁRIO E SUA
FISCALIZAÇÃO.
1.B PARTIDOS POLÍTICOS. ESTATUTO E LIMITES À AUTONOMIA DOS
PARTIDOS POLÍTICOS. MODO DE CRIAÇÃO, FUSÃO E DISSOLUÇÃO DOS
PARTIDOS POLÍTICOS. REGISTRO DOS PARTIDOS POLÍTICOS

PARTIDOS POLÍTICOS
REFORMAS DE 2015, 2017 E 2019
Reforma de 2015
Lei 13.165/2015 que altera LE, LPP e CE
Objetivo: reduzir custos das campanhas, simplificar a administração dos PPs e incentivar a
participação feminina.

Alterações na LE
1) Mudança na data da escolha dos candidatos dos partidos/coligações (convenções
partidárias): agora ocorrem de 20 de julho a 5 de agosto (antes era junho)

2) Prazo mínimo de filiação partidária: agora é de 6 meses (antes era 1 ano) (2017
domicílio tb é 6 meses).

3) Data-limite para que os partidos façam registro dos candidatos: 15 de agosto (antes
era 5 de julho)

4) Idades mínimas na data da posse, salvo vereador que deve ter 18 anos no registro.

5) Prazo do TRE enviar ao TSE relação de candidatos: 20 dias antes das eleições (antes era
45 dias), devendo, deste prazo, os pedidos estarem julgados pelas instâncias
ORDINÁRIAS (antes era julgados por todas as instâncias)

6) Contabilização dos gastos de campanha. Tirou pessoas jurídicas + novos arts.:


Art. 18-A. Serão contabilizadas nos limites de gastos de cada campanha as despesas efetuadas pelos
candidatos e as efetuadas pelos partidos que puderem ser individualizadas.
Art. 18-B. O descumprimento dos limites de gastos fixados para cada campanha acarretará o
pagamento de multa em valor equivalente a 100% da quantia que ultrapassar o limite estabelecido,
sem prejuízo da apuração da ocorrência de abuso do poder econômico.
7) Quem faz prestação de contas dos candidatos nas eleições majoritárias ou
proporcionais? Agora é o próprio candidato (extinguiu comitê financeiro)

8) Período de início da propaganda eleitoral (a partir de 15 de agosto, inicia dia 16)


(antes era 5 de julho)

9) Aumentou tamanho do nome do Vice e Suplentes de Senador de 10% para 30%

10) Pré-candidatura: não configura propaganda eleitoral antecipada fazer menção


expressa à pretensa candidatura e a exaltação das qualidades pessoais dos pré-
candidatos (só não pode “pedido explícito de votos”)
 Pode debate entre pré-candidatos nas prévias partidárias
 Pode posicionar-se redes sociais (já tinha)
 Pode, a expensas de partido político, realizar reuniões de iniciativa da sociedade civil, de
meio de comunicação ou do próprio partido, em qualquer localidade, para divulgar ideias,
objetos e propostas partidárias

 É vedada a transmissão ao vivo por emissoras de rádio/TV das prévias


partidárias, sem prejuízo da cobertura dos meios de comunicação social

11) Fim da propaganda com faixas, placas e pinturas afixadas em bens particulares –
somente pode ADESIVO ou PAPEL limitado a 0,2m²

12) Carros de som: agora também abrange veículos não motorizados (os merda usava
cavalo p/ burlar a lei). Carro de som tem potência de no máximo 10 mil watts; e está
limitado a 80 decibéis, vedado perto de hospital/igreja/escola + 22horas do dia
anterior às eleições.

13) Candidatos apresentadores de rádio e TV: antecipou afastamento para 30 de junho


(antes era só quando escolhidos)

14) Debates: ampliou liberdade das emissoras em chamar candidatos. Somente serão
obrigadas a chamar candidatos com representação superior a 9 deputados (10) ( antes
era 1). Em 2017, abaixou para 5 parlamentares no CN.

15) Horário político no rádio e TV foi reduzido para 35 dias ( antes era 40)

16) Tempo de propaganda eleitoral gratuita:


I – 90% distribuídos proporcionalmente ao número de representantes na CD,
considerados, no caso de coligação para eleições majoritárias, o resultado da soma
do número de representantes dos seis maiores partidos que a integrem e, nos
casos de coligações para eleições proporcionais, o resultado da soma de
representantes de todos os partidos que a integrem.

II – 10% distribuídos igualitariamente.

17) Restrições ao conteúdo dos programas eleitorais de rádio/TV.


Permitidos: caracteres com propostas, fotos, jingles, clipes com música ou vinhetas.
Veiculação de entrevistas com o candidato e cenas externas nas quais ele,
pessoalmente, exponha: realizações de governo; falhas administrativas; atos
parlamentares.
Proibidos: montagens, trucagens, computação gráfica, desenhos animados e efeitos
especiais, pessoas que não sejam o próprio candidato ou candidatos a outros cargos
pedindo voto para o candidato a cuja propaganda se refira.
18) Propaganda eleitoral na internet: 15 de agosto (antes era 5 de julho)

19) Inseriu prazo de direito de resposta quando ofensa divulgada na NET: a qualquer
tempo se ainda estiver ou 72 horas da remoção (72h também é o prazo da
publicação na imprensa escrita; 48h da programação normal de radio/TV e 24h do
horário eleitoral gratuito).

20) Condutas vedadas: gastos excessivos com publicidade de órgãos públicos no


primeiro semestre do ano de eleição (antes era ano de eleição)

21) Intimação de advogados em processos no TRE: site, contando o prazo do dia seguinte
ao da divulgação

22) Sanções aplicadas a candidato por descumprimento da Lei das Eleições não podem
ser estendidas ao partido político (mesmo na hipótese de esse ter se beneficiado da
conduta, salvo quando comprovada a sua participação).

23) CONEXÃO:
Art. 96-B. Serão reunidas para julgamento comum as ações eleitorais propostas por
partes diversas sobre o mesmo fato, sendo competente para apreciá-las o juiz ou
relator que tiver recebido a primeira.
§ 1º O ajuizamento de ação eleitoral por candidato ou PP não impede ação do MPE.

§ 2º Se proposta ação sobre o mesmo fato apreciado em outra cuja decisão ainda
não transitou em julgado, será ela apensada ao processo anterior na instância em
que ele se encontrar, figurando a parte como litisconsorte no feito principal.

§ 3º Se proposta ação sobre o mesmo fato apreciado em outra cuja decisão já tenha
transitado em julgado, ela não será conhecida pelo juiz, ressalvada a apresentação
de outras ou novas provas.

24) Contratação de pessoal para prestação de serviços nas campanhas eleitorais não
gera vínculo empregatício com o candidato ou partido contratantes (partidos não
podem ser equiparados a empresas para fins previdenciários), mas o período deve
ser considerado para fins previdenciários (como seguro obrigatório, na modalidade
contribuinte individual – pessoas que devem pagar);

25) Revogou exigência de discriminar nominalmente as pessoas contratadas para


trabalhar na campanha, indicando CPF.

Alterações na Lei dos Partidos Políticos


1) Exigência de que o apoiamento de eleitores para criação de partido seja coletado
durante um período de 2 anos

2) Tratou expressamente das hipóteses de infidelidade partidária (sobrepondo-se à

EXCLUIU AS HIPÓTESES DE
Resolução 22.610/2007 do TSE).

CRIAÇÃO, INCORPORAÇÃO OU FUSÃO DO


PARTIDO COMO EXCEÇÕES À INFIDELIDADE.
Art. 22-A.  Perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, sem justa
causa, do partido pelo qual foi eleito.
Parágrafo único.  Consideram-se justa causa para a desfiliação partidária somente as
seguintes hipóteses: 
I - mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário;
II - grave discriminação política pessoal; e
III – CRIOU JANELA: mudança de partido efetuada durante o período de trinta dias
que antecede o prazo de filiação exigido em lei para concorrer à eleição,
majoritária ou proporcional, ao término do mandato vigente.
 Não vale para majoritário (ADI 5081)
3) Sanção em caso de desaprovação das contas do partido: antes acarretada suspensão
de novas cotas do FP e sujeitava os responsáveis a sanções; agora acarreta apenas a
devolução do valor considerado irregular, acrescido de multa até 20%. A sanção será
aplicada exclusivamente à esfera partidária responsável pela irregularidade, não
suspendendo o registro ou a anotação de seus órgãos de direção partidária nem
tornando devedores ou inadimplentes os respectivos responsáveis partidários. O
desconto será feito no repasse do FP, mas é suspenso no 2º semestre do ano eleitoral.
§ 10. Passagens aéreas: duplicata informando beneficiários datas e itinerários,
vedada a exigência de apresentação de qualquer outro documento para esse fim.
§ 11. Os órgãos partidários poderão apresentar documentos hábeis para esclarecer
questionamentos da JE ou para sanear irregularidades a qualquer tempo,
enquanto não transitada em julgado a decisão que julgar a prestação de contas.
§ 12. Erros formais ou materiais que no conjunto da prestação de contas que não
comprometam o conhecimento da origem das receitas e a destinação das despesas
não acarretarão desaprovação de contas.
§ 13. A responsabilização pessoal civil e criminal dos dirigentes partidários
decorrente da desaprovação das contas partidárias e de atos ilícitos atribuídos ao
partido político somente ocorrerá se verificada irregularidade grave e insanável
resultante de conduta dolosa que importe enriquecimento ilícito e lesão ao
patrimônio do partido.
§ 14. O instituto ou fundação de pesquisa e de doutrinação e educação política não
será atingido pela sanção aplicada ao partido político em caso de desaprovação de
suas contas, exceto se tiver diretamente dado causa à reprovação.
§ 15. As responsabilidades civil e criminal são subjetivas e, assim como eventuais
dívidas já apuradas, recaem somente sobre o dirigente partidário responsável pelo
órgão partidário à época do fato e não impedem que o órgão partidário receba
recurso do fundo partidário.

4) A Falta de prestação de contas continua implicando a suspensão de novas cotas do


Fundo Partidário (tirou a desaprovação somente, que será punida com devolução +
multa de até 20%)

Alterações no Código Eleitoral


1) Falta de quitação eleitoral impede a obtenção de passaporte ou RG; mas não se aplica
ao eleitor no exterior que requeira novo passaporte para identificação e retorno ao
Brasil

2) Duração do impedimento de Juízes e TRT parentes até 2º grau de candidato registrado


na circunscrição: da Convenção até a Diplomação e nos feitos decorrentes do processo
eleitoral (antes era da apuração final)
3) PLENÁRIO: As decisões do TRE que envolvam cassação do registro; anulação geral das
eleições ou perda de diplomas somente poderão ser tomadas com a presença de
TODOS os seus membros. Se ocorrer impedimento, será convocado SUPLENTE da
mesma classe.
Polêmica sobre a aplicação desta previsão a fatos ocorridos antes de 2015, duas correntes:
a) Normas de natureza processual, tempus regit actum: aplicação imediata aos
processos em curso
b) Anualidade Eleitoral

4) MAJORITÁRIO: A decisão que acarrete cassação do registro; anulação geral das


eleições ou perda de diplomas acarreta, após o TJ, a realização de novas eleições,
independentemente do nº de votos anulados. Essa eleição será:
a) INDIRETA (parlamento): vacância a menos de 6 meses do final do mandato
b) DIRETA (voto universal): menos de 6 meses  ADI 5525 NÃO SE APLICA AO
PR, QUE É NOS 2 ÚLTIMOS ANOS INDIRETA e NEM A SENADOR, que
chama o próximo mais votado

5) Ampliação das possibilidades do “voto em trânsito”: eleitor deve requerer até 45 dias
da eleição. Antes só era permitido para Presidente, AGORA pode para PRESIDENTE,
GOVERNADOR, SENADOR, DEPU. FEDERAL, DEPU. ESTADUAL e DEPU. DISTRITAL.

6) Efeitos dos recursos eleitorais:


REGRA: Não possuem efeito suspensivo.
EXCEÇÕES: Recurso Ordinário contra decisão de juiz eleitoral ou TRE que resulte em
cassação do registro, afastamento do titular ou perda do mandato.
Tempus regit actum: aplicada imediatamente.

7) A PROVA TESTEMUNHAL SINGULAR, quando EXCLUSIVA, não será aceita nos


processos que possam levar à perda do mandato.

Limite de gastos nas próximas campanhas


Alterado pela L 13.488/2017 e ADIN 5617 (30% p/ mulher)

Suspensão da imunidade tributária dos partidos


Pela CF, os partidos gozam de imunidade tributária sobre impostos (art. 150, VI, c).
A Lei 9.436/96 previa que, após TJ de decisão do TSE que julgasse irregulares ou não prestadas
contas de partido, iniciava-se um procedimento tributário-fiscal com o objetivo de suspender a
imunidade tributária deste partido, MAS FOI REVOGADO em 2015.

Vetos de Dilmex
Doações de PJ por confrontar ADI 4650; impressão do voto (pelos custos) (mas o Veto foi
derrubado e o art. julgado inconstitucional pelo STF).
MINIRREFORMA ELEITORAL DE 2017
Leis 13.487 e 13.488
Alteraram a LE, LPP e CE.

Alterações da Lei das Eleições


1) Redução no tempo de anterioridade (existência) do partido político: 6 meses (era 1 ano)

2) Redução no tempo de domicílio eleitoral: 6 meses (era 1 ano)


3) Parcelamento das multas eleitorais: estas devem estar pagas ou parceladas até o dia
do registro. A lei criou a possibilidade do parcelamento para Pessoas Jurídicas (PF já
existia). Valor máximo da parcela: 5%, PF ou 2%, PJ ( faturamento bruto). Para os Partidos,
foi permitido o parcelamento de débitos públicos de “natureza não eleitoral”,
limitada a parcela a 2% do valor recebido do FP, para Partidos.

4) Vedação das candidaturas avulsas.

5) Criação do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC):


Art. 16-D. Os recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC),
para o primeiro turno das eleições, serão distribuídos entre os partidos políticos,
obedecidos os seguintes critérios:
I - 2% (dois por cento), divididos igualitariamente entre todos os partidos com
estatutos registrados no Tribunal Superior Eleitoral;
II - 35% (trinta e cinco por cento), divididos entre os partidos que tenham pelo
menos um representante na Câmara dos Deputados, na proporção do percentual
de votos por eles obtidos na última eleição geral para a Câmara dos Deputados;
III - 48% (quarenta e oito por cento), divididos entre os partidos, na proporção do
número de representantes na Câmara dos Deputados, consideradas as legendas dos
titulares;
IV - 15% (quinze por cento), divididos entre os partidos, na proporção do número de
representantes no Senado Federal, consideradas as legendas dos titulares.
§ 1º (VETADO).
§ 2º Para que o candidato tenha acesso aos recursos do Fundo a que se refere este
artigo, deverá fazer requerimento por escrito ao órgão partidário respectivo.

6) Limite de gastos com campanhas são definidos por lei. Antes era o TSE, mas agora a
este cabe somente divulgá-los. Se as doações superarem o limite, serão transferidas
ao partido.

7) Crowdfunding (com identificação dos doadores) e Comercialização de bens e serviços


(camisetas ou jantar com candidato).
 Crowdfunding poderá começar em 15 de maio do ano eleitoral, ficando
condicionada a liberação dos recursos ao registro.

8) Dispensou recibo eleitoral para doações efetuadas em conta bancária, exigindo


somente o documento bancário + CPF. Pode ser por cartão de crédito ou débito,
irrecusável pelas instituições financeiras.

9) Multa em caso de doação acima dos limites: reduziu p/ 100% do excesso. (Tem caráter
retroativo benéfico às multas ainda não pagas)

10) Despesas que serão consideradas gastos eleitorais para prestação de contas:
REGRA: Transporte e deslocamento de candidato e pessoal SÃO gastos.
EXCEÇÃO: NÃO são gastos:
a) Combustível e manutenção de veículo automotor usado pelo candidato na
campanha
b) Remuneração, alimentação e hospedagem do condutor do veículo
c) Alimentação e hospedagem própria
d) Uso de linhas telefônicas registradas em seu nome como pessoa física, até o
limite de 3 linhas

11) Permitiu o impulsionamento (em exceção à regra de que na internet é vedada a


veiculação de qualquer tipo de propaganda paga)
 Outros casos: multa de 5 mil a 30 mil reais ou equivalente ao dobro da quantia
despendida, se este cálculo superar o limite máximo da multa
 Só pode impulsionamento positivo (“apenas com o fim de promover o
beneficiar candidatos”), não pode para criticar adversários.
 São gastos eleitorais
 Há direito de resposta com o mesmo impulsionamento
 VEDADA A PUBLICAÇÃO NA INTERNET DE NOVOS CONTEÚDOS OU
IMPULSIONAMENTO (até de velhos)NO DIA DA ELEIÇÃO.
 Só candidato/partido/etc pode impulsionar. Pessoa natural (vedado o
anonimato) pode fazer propaganda, desde que não contrate o
impulsionamento.

12) JE pode determinar, a pedido, suspensão do conteúdo na internet (nº de horas da


suspensão definido proporcionalmente à gravidade da infração, no limite máximo de
24h)

13) TSE regulamentará propaganda eleitoral na internet

14) Permitiu propaganda com bandeiras (móveis) e adesivos em bens particulares (0,5m²)

15) CARROS DE SOM: somente em carreatas, caminhadas e passeadas ou durante


reuniões e comícios. NÃO PODE MAIS POR UMA ÚNICA PESSOA CONTRATADA, tem
de haver COLETIVIDADE.

16) Debate na TV: Reduziu de 10 para 5 parlamentares no Congresso Nacional a


obrigatoriedade de ser chamado.

17) Redução do tempo de propaganda eleitoral gratuita no segundo turno. A partir da


sexta-feira seguinte ao 1º turno. Dois blocos diários de dez minutos.

18) Redução do tempo das inserções diárias no segundo turno. 25 minutos por cada cargo
em disputa, em inserções de 30 a 60 segundos.

19) Fomento para participação de jovens e da comunidade negra na política (já tinha
feminina). TSE promoverá inserções de até 5 minutos diários.

Alterações na LPP
1) Vedações aos PP de recebimento de auxílio financeiro (PJ, entes públicos, Estados):
INCLUIU: Pessoas físicas que exerçam função ou cargo público de livre nomeação e
exoneração, ou cargo ou emprego público temporário, ressalvados os filiados a
partido político.

2) Fundações de pesquisa criadas por PP: criação de novas regras.


§ 1º O instituto poderá ser criado sob qualquer das formas admitidas pela lei civil.
§ 2º O patrimônio da fundação ou do instituto de direito privado a que se referem o inciso IV
do art. 44 desta Lei e o caput deste artigo será vertido ao ente que vier a sucedê-lo nos
casos de:
I - extinção da fundação ou do instituto, quando extinto, fundido ou incorporado o partido
político, assim como nas demais hipóteses previstas na legislação;
II - conversão ou transformação da fundação em instituto, assim como deste em fundação.
§ 3º Para fins do disposto no § 2º deste artigo, a versão do patrimônio implica a sucessão de
todos os direitos, os deveres e as obrigações da fundação ou do instituto extinto,
transformado ou convertido.
§ 4º A conversão, a transformação ou, quando for o caso, a extinção da fundação ou do
instituto ocorrerá por decisão do órgão de direção nacional do partido político.

3) FIM DA PROPAGANDA PARDITÁRIA GRATUITA NO RADIO E TV: Propaganda partidária


é “filie-se ao P...”.

Alterações no CE
1) Vagas não preenchidas com a aplicação dos quocientes partidários: NÃO PRECISA TER
OBTIDO QUOCIENTE ELEITORAL

2) NOVO CRIME DE APROPRIAÇÃO INDÉBITA ELEITORAL


Lei 13.831/2019
Altera a Lei dos Partidos Políticos
Órgãos Partidários: órgãos internos, como diretoria executiva nacional, diretoria executiva
estadual e municipal. Existem cargos dentro destes órgãos, de dirigentes dos partidos.
TSE fixou prazo de duração do mandato de dirigentes partidários: 4 anos.

Partidos queriam autonomia, então fizeram lei para assegurar autonomia partidária em
definir o prazo de duração dos mandatos dos membros dos órgãos partidários permanentes
ou provisórios.

Órgãos provisórios: prazo máximo de 8 anos (O TSE entendia que era de 180 dias). Exaurido o
prazo de vigência, é vedada a extinção automática do órgão e o cancelamento de sua
inscrição no CNPJ.

Dispensa de prestação de contas se não houve movimentação de recursos: o partido é


obrigado a enviar, anualmente, à JE, o balanço contábil do exercício findo, até 30 de abril do
ano seguinte. (Nacional ao TSE; Estadual ao TRE e Municipal ao Juiz). Também são obrigados a
fazer declaração à Receita Federal.
 NOVIDADE: Se o órgão MUNICIPAL não houver movimentado recurso, fica desobrigado de
prestar contas à JE e enviar declarações à Receita Federal. Enviará somente declaração de
ausência de movimentação. A certidão do órgão superior, regional ou municipal terá fé
pública como prova documentação, sem prejuízo da apuração de ilegalidade.
 Aos órgãos municipais que não enviaram antes da lei porque não tiveram movimentação,
a lei previu processo de regularização perante a RFB, mediante declaração simplificada de
que não houve movimentação financeira nem arrecadação de bens estimáveis em
dinheiro. Não há taxas, multas ou encargos para reativação.

Proibição de inscrição dos dirigentes partidários no CADIN: decisões da JE nos processos de


prestação de contas, ainda que desaprovadas, não podem ensejar a inscrição.

Regime de responsabilidade dos dirigentes partidários pela desaprovação de contas:


 Em caso de desaprovação das contas, ao se apurar a responsabilidade civil e
criminal dos dirigentes partidários, deve-se adotar o regime da responsabilidade
SUBJETIVA (dolo ou culpa)
 A responsabilidade deve recair sobre o dirigente que comandava o órgão partidário
à época do fato
 A existência de responsabilidade civil e criminal do dirigente não impede que o
órgão partidário recebe recursos do Fundo Partidário

Conta bancária para movimentação do FP e aplicação dos recursos nos programas de


participação da MULHER na política: o órgão de direção NACIONAL deve abrir conta
EXCLUSIVA para participação da MULHER (somente se existir movimentação financeira). Lei
fala em mínimo de 5% do total.
Sob o argumento de que os partidos tiveram “Pouco tempo para organizar as candidaturas
femininas”, a lei isentou de responsabilidade os partidos: se usaram recursos até 2018 não
poderão ter suas contas rejeitadas ou sofrer qualquer outra penalidade. Se o recurso ainda
tiver lá, poderão usar até 2020, como forma de compensação.
De todo modo, a não observância do financiamento-mulher até 2018 não ensejará a
desaprovação de contas.

Vigência: eficácia imediata nos processos de prestação de contas e de criação dos órgãos
partidários em andamento, a partir de sua publicação, ainda que julgados, mas não
transitados em julgado.

PARTIDOS POLÍTICOS.
Conceito: associações não-eventuais e estruturadas, reunindo pessoas com ideologias em
comum e que objetivam, por meio destas, ocupar espaços de poder por meio de eleições. São
Pessoas Jurídicas de Direito Privado, nascendo com o registro cartorial.
 CABE MS, pois a LEI DO MS EQUIPARA ÀS
AUTORIDADES OS REPRESENTANTES OU ÓRGÃOS DE
PARTIDOS POLÍTICOS.
Se obtiverem registro no TSE, gozarão de prerrogativas Constitucionais e Legais (exclusividade
no lançamento de candidaturas e recebimento de recursos públicos).
Lei 9096/95. LONPP.
Art. 1º O partido político, PJDPriv, destina-se a assegurar, no interesse do regime
democrático, a autenticidade do sistema representativo e defender os direitos
fundamentais definidos na CF.
PU. O partido político não se equipara às entidades paraestatais.
 Os dirigentes, representantes ou órgãos de partidos políticos não são
autoridade públicas. MAS é possível impetrar MS contra eles (art. 1º,§ 1º, da
Lei do MS)

Sistemas partidários: a doutrina elenca três sistemas partidários: monopartidarismo,


bipartidarismo e pluripartidarismo. 1) Monopartidarismo: admite apenas um partido. Está em
extinção no mundo. Ainda tem no oriente médio; 2) Bipartidarismo: admite a existência de
dois partidos. No período da ditadura militar o Brasil tinha apenas dois partidos, a Arena e o
MDB; 3) Pluripartidarismo: admite a presença de tantos partidos quanto forem as correntes
de opinião existentes. Adotado atualmente pelo Brasil.

Estatutos: Em atenção ao princípio da liberdade de organização previsto no art. 17 da CF, o art.


14 da LOPP determina que, observadas as disposições constitucionais e as desta lei, o partido é
livre para estabelecer, em seu estatuto, a sua estrutura interna, organização e funcionamento.
O art. 15 prevê um conteúdo mínimo obrigatório para os estatutos ( I - nome, denominação
abreviada e sede na Capital Federal; II - filiação e desligamento de seus membros; III - direitos e deveres
dos filiados; IV - modo de organização e administração; V - fidelidade e disciplina partidárias; VI -
condições e forma de escolha de seus candidatos a cargos e funções eletivas; VII - finanças e
contabilidade (anualmente, o partido envia o balanço contábil até 30 de abril. No ano eleitoral, é mensal
durante os 4 meses anteriores e 2 meses posteriores ao pleito); VIII - critérios de distribuição dos
recursos do Fundo Partidário entre os órgãos de nível municipal, estadual e nacional que compõem o
partido; IX - procedimento de reforma do programa e do estatuto .).

LIBERDADE DE CRIAÇÃO E ORGANIZAÇÃO: a) estrutura interna; b) organização; c)


funcionamento; d) liberdade para criação, fusão, incorporação e extinção.
 Limitações à autonomia: a) caráter nacional; b) proibição de recebimento de
recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação
a estes; c) prestação de contas à Justiça Eleitoral; d) funcionamento
parlamentar de acordo com a lei; e) vedada a organização paramilitar (LONPP
proíbe instrução militar ou uso de uniforme).
o DESCUMPRIMENTO GERA: O processo de cancelamento do registro e
do estatuto que resultará na dissolução compulsória do partido é
deflagrado no TSE, em decorrência de denúncia de qualquer eleitor,
representante de partido ou de representação do Procurador-Geral
Eleitoral (art. 28, §2º). O partido político, em nível nacional, não
sofrerá a suspensão das cotas do fundo partidário, nem qualquer
outra punição, como consequência de atos praticados por órgãos
regionais e municipais (art. 28, §3º).


LONPP: Não pode receber recursos de ente público,
entidade de classe/sindical ou funcionário
comissionado. Caso o partido político receba recursos
de origem não mencionada ou esclarecida, fica
suspenso o recebimento, pelo mesmo, das quotas do
Fundo Partidário, até que o esclarecimento seja aceito
pela Justiça Eleitoral. Caso o partido receba recursos
vedados, fica suspensa a participação do mesmo no
Fundo Partidário por um ano (art. 36, LOPP).
 TSE: A Justiça Eleitoral possui competência para apreciar as controvérsias
internas de partido político, sempre que delas advierem reflexos no processo
eleitoral.

ÓRGÃOS PROVISÓRIOS E PERMANENTES:


a) Diretórios permanentes: órgãos eleitos em convenção com um prazo determinado de
vigência. Dirigentes têm estabilidade.
b) Comissão Provisória: órgão formado por um número bem menor de participantes, designado
pela executiva do órgão partidário de instância superior, em regra, com prazo de validade por
ela determinado, embora haja comissões provisórias com validade indeterminada. Na ausência
dos diretórios definitivos, elas promovem as convenções para escolha dos candidatos . O TSE
dá prazo de 180 dias. Mas a Lei ... aumento para 8 anos.
Conflito entre Diretório Permanente Estadual x Comissão Provisória Municipal
(PROVA SUBJETIVA 28CPR) Para formação de coligações. Diretório destituiu a
Comissão provisória sem contraditório e constituiu uma nova, que aderiu a vontade do
Diretório. A justiça eleitoral pode intervir? Tema não pacificado.
 Disciplina constitucional:
art. 17. Autonomia partidária para organização e funcionamento.
EC 52/06 desobrigou vinculação vertical de candidaturas (verticalização).
EC 97/17 expressou autonomia para regras sobre escolha, formação e duração
de seus órgãos permanentes e provisórios. [essa EC vedou coligação nas eleições
proporcionais]

 ADI 5875 (2018, ainda não julgada) (PGR - Dodge) Pede liminar contra regra que
autoriza prazo indeterminado para diretórios provisórios, devendo-se limitar a
120 dias (RES/TSE 23.471/16), pois ofende cláusula pétrea, deturpa sistema de
DFs de ordem política, pois a escolha dos candidatos passa a ser controlada pela
direção nacional, limitando a renovação partidária.

 2018 - Nova Res. Do TSE ampliando o prazo para 180 dias, excepcionalmente
prorrogável.

 2019 – Lei 13.831/19: Confere autonomia aos partidos, com prazo de até 8 anos.
Exaurido, é vedada a extinção automática do órgão e o cancelamento do CNPJ.
Apesar de a CF dar autonomia, diante da ADI e da nova RES, o Legislativo tentou perpetuar o
controle dos órgãos inferiores.

Situação atual: ADI não perdeu o objeto. Situações de controle se renovam. É


inconstitucional o § 3º que confere 8 anos, porque não é provisório algo que dura duas
legislaturas da Câmara dos Deputados.

CRIAÇÃO E REGISTRO: os partidos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da


lei civil, registrarão seus estatutos no TSE (Existem exigências para o registro no TSE:
apoiamento de 0,5% dos votos válidos para CD nas últimas eleições, com assinaturas
vindas de 1/3 dos Estados e com 0,1% dos votantes de cada um deles  apoiamento não
é filiação, mas filiados não podem apoiar.
 REFORMA DE 2015: Exigência de que o apoiamento de eleitores para criação de
partido seja coletado durante um período de 2 anos
 Requisitos para que uma agremiação partidária participe de uma eleição: 1) que
tenha o estatuto registrado junto ao TSE até 06 meses antes
do pleito (Lei nº 13.488, de 2017); 2) que haja constituído e
anotado o órgão de direção nacional nas eleições presidenciais (perante o TSE), o
órgão de direção estadual (perante o TRE) ou o órgão de direção municipal (perante o
juiz eleitoral) até a data da convenção para a escolha de candidatos.

Não haverá infidelidade partidária de parlamentar que participa da criação da novo


partido, inclusive, será considerado sucessor do partido, de modo que para fins do
prazo mínimo de 6 meses de filiação partidária, será considerada a filiação ao partido
de origem; parlamentares levam sua cota de TV.
EC 97/2017 SOBRE CLÁUSULA DE BARREIRA: § 5º Ao eleito por partido que não
preencher os requisitos previstos no § 3º deste artigo é assegurado o mandato e
facultada a filiação, sem perda do mandato, a outro partido que os tenha atingido, não
sendo essa filiação considerada para fins de distribuição dos recursos do fundo
partidário e de acesso gratuito ao tempo de rádio e de televisão.

FILIAÇÃO: prazo de 6 meses (é facultado ao Partido estabelecer prazo superior, mas isso
não pode ser alterado em ano de eleição – LONPP). Coexistência de filiações: prevalece a mais
recente.

CLÁUSULA DE DESEMPENHO: fragmentação partidária no Brasil. A LONPP previa


cláusula de desempenho de 5% de votos nas eleições (STF Julgou inconstitucional). EC 97
REINTRODUZIU:
§ 4º Somente terão direito a recursos do Fundo Partidário e acesso gratuito ao rádio e À
televisão, na forma da lei, os partidos políticos que alternativamente:
3% dos votos válidos, distribuídos em
I – Obtiverem, nas eleições para a CF, no mínimo,
pelo menos 1/3 das unidades da Federação, com um mínimo de 2% em cada uma delas;
ou
II – tiverem elegido pelo menos quinze deputados federais distribuídos em pelo menos
um 1/3 das unidades da Federação.
 Há regras de transição: 2018, 1,5% e 9 deputados; 2022, 2% e 11 deputados; 2026,
2,5% e 13 deputados.
 É facultado ao eleito por partido que não superou a cláusula de desempenho a
mudança para outra agremiação, sem perda do mandato, não sendo essa filiação
considerada para fins de distribuição dos recurso do FP/acesso gratuito à tv.

FUSÃO E INCORPORAÇÃO: proibida para partidos com registro recente (5 anos) no TSE
(ADI 5311/DF – constitucional). Se ocorrer fusão e incorporação, quinhão de FP e tempo serão
somados os votos da última eleição geral para CD.
 § 7º Havendo fusão ou incorporação, devem ser somados exclusivamente os
votos dos partidos fundidos ou incorporados obtidos na última eleição geral
para a Câmara dos Deputados, para efeito da distribuição dos recursos do
Fundo Partidário e do acesso gratuito ao rádio e à televisão.

Autonomia: toda vez que o TSE interfere, eles fazem EC (Verticalização das eleições – EC 52 e
EC 97).
Art. 17, § 1º É assegurada aos PP autonomia para definir sua estrutura interna e estabelecer
regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e provisórios e sobre
sua organização e funcionamento e para adotar os critério de escolha e o regime de suas
coligações nas eleições majoritárias, vedada sua celebração das eleições proporcionais,

sem obrigatoriedade de vinculação entre candidaturas em âmbito nacional, estadual e


municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária.
 É competente a justiça comum ESTADUAL para tretas entre associados (PJDPriv),
salvo lançamento das chapas.

Exclusividade no lançamento dos candidatos: candidaturas avulsas – Pacto de San José não
menciona partidos políticos:
Art. 23. 2 A lei pode regular o exercício dos direitos e oportunidades a que se refere o inciso
anterior, exclusivamente por motivos de idade, nacionalidade, residência, idioma,
instrução, capacidade civil ou mental, ou condenação, por juiz competente em processo
penal.
Mas a CF e a LONPP exigem a filiação partidária. PGR DEU PARECER FAVORÁVEL PELA
DESNECESSIDADE DA FILIAÇÃO PARTIDÁRIA , citando Pacto, Cláusulas Pétreas (Partidos não o
são), “partidos abriram mão, validamente, da função de organizações intermédia exclusivas
entre governantes e governados, ao terem aprovado o Pacto de São José”.
 LCSG discorda. Partidos políticos não são critério discriminatório ou excludente, mas
instrumento democrático. A própria Corte IDH reconheceu o papel reservado aos
partidos, no caso Castañeda Gutman v. México, 2008: a) uma resposta a uma
realidade histórica, política e social; b) necessidade de organizar de forma eficaz um
processo eleitoral com milhões de eleitores; c) necessidade de financiamento
predominantemente público e sua fiscalização.

FIDELIDADE PARTIDÁRIA:
Pode ser “interna” (sanções do estatuto); ou infidelidade (mudança de partido: trânsfugas).
Num sistema proporcional, o voto é do partido. Resolução do TSE previu perda do mandato
(STF julgou constitucional, falando que a Resolução apenas detalhava a Lei Maior).
Posteriormente, numa ADI da PGR, julgou procedente para limitar a perda de mandato
apenas para eleições proporcionais - NÃO SE APLICA A MAJORITÁRIO (Súmula 67 do TSE).
Reforma de 2015:
Art. 22-A Perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, sem justa causa,
do partido pelo qual foi eleito.
§ Consideram-se justa causa para a desfiliação partidária somente as seguintes hipóteses:
I – mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário
II – grave discriminação política pessoal
III – (JANELA DE INFIDELIDADE) mudança de partido efetuada durante o período de 30 dias
que antecede o prazo de filiação (SEIS meses antes do pleito) exigido em lei para concorrer
À eleição, majoritária ou proporcional, ao término do mandato vigente. (Mês de março,
contado do dia da eleição).
 Criação/incorporação/fusão de novo partido NÃO é mais justa causa.
 Há a norma temporária esdrúxula da EC 91 (30 dias da promulgação da EC)
 Artigo fala pouco, então permanece Res. 22.610 do TSE (PGR e LCSG acham
inconstitucional por ser matéria de EC, STF acha constitucional):

Res. 22610/2007
Ação por perda de mandato por infidelidade partidária: 30 dias após desfiliação, pelo partido
prejudicado (legitimação se estende ao partido que recebeu, que deverá estar no polo passivo
como litisconsorte passivo necessário). Se o partido não propuser, surgirá legitimação do MPE
e de terceiro interessado (1º suplente), perante o TSE ou TRE. Cabe ação declaratória de justa
causa. Rito abreviado, até três testemunhas. Decisões interlocutórias são irrecorríveis. Prazo
de 60 dias para encerramento.
Art. 1º O PP interessado pode pedir, perante a Justiça Eleitoral, a decretação da perda de
cargo eletivo em decorrência de desfiliação partidária sem justa causa.
§ 2º Quando o PP não formular o pedido em 30 dias da desfiliação, pode fazê-lo, em nome
próprio, nos 30 dias subsequentes, quem tenha interesse jurídico (suplente) ou o MPE.
§ 3º O mandatário que se desfiliou ou pretenda desfiliar-se pode pedir a declaração da
existência de justa causa, fazendo citar o partido, na forma desta resolução.

Art. 2º O TSE é competente para processar e julgar o pedido relativo a mandato


federal; nos demais casos, TRE.
Art. 10. Julgando procedente o pedido, o tribunal decretará a perda do cargo, comunicando
a decisão ao presidente do órgão legislativo competente para que emposse, conforme o
caso, o suplente ou o vice, no prazo de 10 dias.

Art. 11. São irrecorríveis as decisões interlocutórias do relator, as quais poderão ser
revistas no julgamento final, de cujo acórdão cabe o recurso previsto no art. 121, § 4º da CF.
 Suplente do Partido ou da Coligação? STF: Coligação, pois é dela que se compõe o QO
e QP. TSE: Partido. Problema deixa de existir, pois EC 97 proibiu coligações
proporcionais, então será do PARTIDO.

Expulsão do partido e possibilidade de postular pelo cargo: “incabível a propositura de ação


de perda de cargo eletivo por desfiliação partidária se o partido expulsa o mandatário da
legenda, pois a questão alusiva à infidelidade partidária envolve o desligamento voluntário da
agremiação” (TSE – AgR-AI no 20556/RJ – DJe, t. 205, 23-10-2012, p. 3).
TSE: O partido para o qual tenha migrado parlamentar é LITISCONSORTE PASSIVO
NECESSÁRIO em ação de perda de mandato eletivo por suposta infidelidade partidária.
Novo partido que recebe parlamentar que, novamente, se transfere para outra legenda, não
possui interesse em ajuizar ação de perda de cargo eletivo por desfiliação partidária, em
razão da inexistência de suplentes em seus quadros aptos a assumirem o mandato.
Partido político que promove o desligamento de filiado não tem interesse de agir para a
propositura da ação prevista neste artigo.
NÃO CARACTERIZAÇÃO DE JUSTIÇA CAUSA POR EVENTUAL RESISTÊNCIA DO PARTIDO À
FUTURA PRETENSÃO DE O FILIADO CONCORRER a cargo eletivo ou pela intenção de
viabilizar essa candidatura por outra agremiação; necessidade de que haja prazo razoável
entre o fato e o pedido de reconhecimento da justa causa, para o reconhecimento das
hipóteses previstas nesta resolução.
Divergência entre filiados partidários no sentido de ser alcançada projeção política não
constitui justa causa para desfiliação.
Direitos políticos suspensos acarretam suspensão da filiação.
Pode desfiliar e voltar: matéria interna corporis. Divergências vão pra Justiça Comum.
Modificação de posição do partido em tema de grande relevância É JUSTA CAUSA.

INFORMATIZAÇÃO DO SISTEMA DE FILIAÇÃO & PRAZO PARA AÇÃO POR INFIDELIDADE


Lei 13.877/2019 (art. 19 da Lei dos Partidos)
Partidos tinham o dever de remeter relação com o nome de filiados aos juízes eleitorais em
determinado prazo. Agora, eles devem inserir a relação de filiados em sistema informatizado
próprio.
Mas no caso de mudança de partido de filiado eleito (Antes era obrigação do partido original), é DEVER
DA JUSTIÇA ELEITORAL intimar pessoalmente o Partido e dar ciência da saída de seu filiado. É
a partir dessa intimação que começa a correr o prazo para ação por infidelidade partidária.

FINANCIAMENTO DOS PARTIDOS POLÍTICOS:


ADI 4.650 proibiu doações de pessoas jurídicas. Lei 14.487/2017, em resposta à ADI, criou
Fundo Especial de Financiamento das Campanhas Eleitorais (FEFC) – 1,7 BI (2% é dividido
igualitariamente), que se somou ao Fundo Partidário – 900 MI (formado por multas – excluído o
multado, recursos destinados por lei, doações de PF e PJ, dotações orçamentarias da União).
PERMANECE MISTO: podem receber doações de pessoas físicas (que não exerçam função
pública, ressalvados os filiados) e comercializarem bens.
A distribuição do Fundo (95% + 5%) e do Horário (90% nº de representantes + 10%
igualitariamente) é extremamente desigual, conservador e adversário da renovação política.
 Os critérios desiguais geraram uma demanda dos parlamentares de levarem consigo uma quota
pessoal, se mudassem de partido. STF concordou $ no caso de novos partidos¸ dando
tratamento igual ao caso de fusão e incorporação (ADI 4.430 – é inconstitucional desprezar
mudanças de filiação). Mas já há novo dispositivo repetindo e EC.
 Todavia, com a EC 97, que estabeleceu cláusula de desempenho e faculta a mudança
de partido, sem perda de mandato, mas sem permitir a portabilidade do percentual
de recursos, a orientação do Legislativo vai prevalecer.

Aplicação das verbas do fundo partidário: I - na manutenção das sedes e serviços do partido,
permitido o pagamento de pessoal, II - na propaganda doutrinária e política; III - no
alistamento e campanhas eleitorais; IV - na criação e manutenção de instituto ou fundação de
pesquisa e de doutrinação e educação política, no mínimo, 20% do total recebido; V - na
criação e manutenção de programas de promoção e difusão da participação política das
mulheres, mínimo de 5% do total; VI - no pagamento de mensalidades, anuidades e
congêneres devidos a organismos partidários internacionais que se destinem ao apoio à
pesquisa, ao estudo e à doutrinação política, aos quais seja o partido político regularmente
filiado; VII - no pagamento de despesas com alimentação, incluindo restaurantes e
lanchonetes.
 ADI 5.617 (PGR) e Consulta TSE: não pode limitar fundo para mulheres. É no mínimo
30%. L 2019: “Quem não observar a aplicação de recursos para mulheres não poderá
ter suas contas rejeitadas ou sofrer qualquer outra penalidade” rsrsrs
V - na criação e manutenção de programas de promoção e difusão da participação política
das mulheres, criados e mantidos pela secretaria da mulher do respectivo partido político
ou, inexistindo a secretaria, pelo instituto ou fundação de pesquisa e de doutrinação e
educação política de que trata o inciso IV, conforme percentual que será fixado pelo órgão
nacional de direção partidária, observado o mínimo de 5% (cinco por cento) do total;
§ 5º O partido político que não cumprir o disposto no inciso V do caput deverá transferir o
saldo para conta específica, sendo vedada sua aplicação para finalidade diversa, de modo
que o saldo remanescente deverá ser aplicado dentro do exercício financeiro subsequente,
sob pena de acréscimo de 12,5% (doze inteiros e cinco décimos por cento) do valor previsto
no inciso V do caput, a ser aplicado na mesma finalidade.
 Em caso de descumprimento, Partido tem suas contas rejeitadas + multa de 20%
descontada dos próximos repasses.
...Mas veio a Lei 13.831/2019, criando uma anistia inconstitucional:
“Art. 55-A. Os partidos que não tenham observado a aplicação de recursos prevista no
inciso V do caput do art. 44 desta Lei nos exercícios anteriores a 2019, e que tenham
utilizado esses recursos no financiamento das candidaturas femininas até as eleições de
2018, não poderão ter suas contas rejeitadas ou sofrer qualquer outra penalidade .”

Art. 55-C. A não observância do disposto no inciso V do caput do art. 44 desta Lei até o
exercício de 2018 não ensejará a desaprovação das contas.”

LCSG:
O percentual de 5% dos recursos do Fundo Partidário, bem como a obrigação de lançar ao
menos 30% de candidatas aos cargos proporcionais, se inserem numa política de ação
afirmativa, tendente a minorar a histórica desigualdade de gênero na composição das casas
legislativas. O Brasil ocupa posição vexatória nos “rankings” de igualdade, na comparação
com outras nações. Menos do que 15% da Câmara dos Deputados é composta por
mulheres; nas assembleias legislativas e câmaras municipais, a situação ainda é pior. As
razões para isso são a misoginia das estruturas partidárias e, notadamente, de suas
direções. Deixadas à própria conta, essas instâncias lançam apenas candidatos homens; se
lançam mulheres, é em menor número; quando lançam, não financiam. Foi preciso uma
decisão do Supremo Tribunal Federal para obrigar os partidos a utilizar ao menos 30% dos
recursos (de novo, públicos) em prol de suas candidatas (ADI 5.617) e outra do TSE
(Consulta 0600252-18) para exigir que, do 1,7 bilhão de reais do Fundo Especial de
Financiamento de Campanhas Eleitorais, se respeitasse a quota-parte das mulheres.
Essas posições de vantagem, as quotas, não tem a vocação da perenidade. Devem ir se
atenuando na medida em que as condições materiais e sociais que traziam a desigualdade
forem, por igual, se atenuando. No caso da participação política feminina, tal atenuação
ainda não se apresenta. Os avanços têm sido discretos, ainda que constantes.
Uma atuação do poder público, inclusive normativa, que enfraquece uma ação de
combate à desigualdade, é equivalente a uma ação que a amplia. Deste modo, a Lei
13.831/2019 padece de inconstitucionalidade. Outro modo de apresentar essa eiva é fazer
referência à proibição do retrocesso. Uma política pública que buscava cumprir a
Constituição – e vinha obtendo êxito nesse caminho – não pode ser descontinuada, a não
ser que razões igualmente ponderáveis e constitucionais se apresentem. Não é o caso.
Trata-se da destinação de recursos públicos, dados a instituições privadas (os partidos
políticos), com vinculação muito moderada: 5%.
 Ainda que some, dá 35% x 65%. A Lei não distingue o emprego do dinheiro nas
candidaturas majoritárias, que nada tem a ver.
 A Lei ainda permitiu que diretórios fossem provisórios por oito anos, sendo que o TSE
definiu em 120 dias, prorrogável. Mas se a lei pode entrar nesse nível na autonomia
partidária, também pode entrar para exigir democracia, não é mexmo?

FISCALIZAÇÃO DO FUNDO PARTIDÁRIO: Art. 38, § 1º Na prestação de contas dos


órgãos de direção partidária de qualquer nível devem ser discriminadas as despesas realizadas
com recursos do Fundo Partidário, de modo a permitir o controle da Justiça Eleitoral sobre o
cumprimento do disposto nos incisos I e IV deste artigo. § 2º A Justiça Eleitoral pode, a
qualquer tempo, investigar sobre a aplicação de recursos oriundos do Fundo Partidário.

10.A. FIDELIDADE PARTIDÁRIA E SUA PROTEÇÃO. FINANCIAMENTO DOS


PARTIDOS POLÍTICOS. FINANCIAMENTO DAS CAMPANHAS ELEITORAIS,
DOAÇÕES ELEITORAIS E AÇÕES PERTINENTES. FUNDO PARTIDÁRIO E SUA
FISCALIZAÇÃO.
4.A. PRESTAÇÃO DE CONTAS DOS PARTIDOS POLÍTICOS. PRESTAÇÃO DE
CONTAS DE CAMPANHA. ARRECADAÇÃO DE RECURSOS E GASTOS NAS
CAMPANHAS ELEITORAIS. PROCEDIMENTO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS,
COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO E EFEITOS DA DECISÃO.

FINANCIAMENTO DAS CAMPANHAS ELEITORAIS E PRESTAÇÃO DE


CONTAS
MODELO:
financiamento misto de recursos – AUSENTE MODELO CONSTITUCIONAL CERRADO DE
FINANCIAMENTO, HÁ UMA CF-MOLDURA (STF):
 Públicos: Fundo Partidário; Fundo Especial de Financiamento das Campanhas ( criado
após a ADI 4650 das PJ) e Custeio do Horário Eleitoral Gratuito

 Doações privadas de pessoas físicas, que podem fazer vaquinhas que são doações de
particulares arrecadadas por empresas.
o PJ totalmente proibidas pela ADI 4650 se referiu à plutocratização do plélio
eleitoral (Exceto partidos políticos): liberdade de expressão, no aspecto
político, assume uma dimensão instrumental com fim de ampliação do
debate público. A doação por PJ, antes de refletir preferência política, denota
um agir estratégico (nos EUA pode).
 Isso torna desnecessário falar das fontes proibidas de doar, pois são
todas PJ! (governo estrangeiro, “órgão” da adm. Pública,
concessionário, PJ que recebe dinheiro público, entidade de classe ou
sindical, PJ sem fins lucrativos que recebe recursos do exterior,
entidades esportivas, ONGs com $ público, OSCIP)

HELIOFAR: O modo como o financiamento é feito é o ovo da serpente. Gera corrupção.

FONTES:
1. Recursos próprios dos candidatos
2. Doações recebidas de PF (inclusive outros candidatos)
3. Comercialização de bens ou serviços pelo partido ou candidato
4. Eventos de arrecadação realizados pelo partido ou candidato
5. Doações recebidas dos partidos políticos
6. Valores do Fundo Partidário
7. Fundo Especial de Financiamento das Campanhas
8. Custeio do horário eleitoral gratuito
 Não pode entregar $ em espécie: somente cheque cruzado ou nominal,
transferência ou depósito bancário identificado

1 - RECURSOS PRÓPRIOS DOS CANDIDATOS:


AUTOFINANCIAMENTO DE CAMPANHA – 10% CARGO
O candidato é Pessoa Física. Ele também está limitado a 10% dos rendimentos brutos? NÃO.
2015 - §1-A O candidato poderá usar recursos próprios em sua campanha até o limite de gastos para o cargo.
[revogado]

 ADI 5821: evitar o abuso por autofinanciamento dos ricos. Mas o Congresso revogou antes da ADI ser
julgada, perdendo o objeto. Deixaram lacuna e com lacuna não havia limite. Então o TSE RES
23.553/2017 retomou o artigo.
2019 - §2º-A O candidato poderá usar recursos próprios em sua campanha até o total de 10%
do limite do CARGO.

TSE: Se ultrapassar 10% há reponsabilidade objetiva (independentemente de dolo ou culpa)

2- DOAÇÕES RECEBIDAS DE PF (INCLUSIVE OUTROS CANDIDATOS) E REPRESENTAÇÃO POR


DOAÇÃO ACIMA DO LIMITE:
A) Dinheiro (10% dos rendimentos brutos do ano anterior, declarados à RF, e se isento,
10% da isenção. Casados com comunhão de bens podem somar rendimentos).
FINANCIAMENTO POR PF – 10% RENDIMENTO BRUTO
Art. 23. LE. As PF poderão...:
§ 1o As doações e contribuições de que trata este artigo ficam limitadas a 10% (dez por
cento) dos rendimentos brutos auferidos pelo doador no ano anterior à eleição.

§ 10. O pagamento efetuado por pessoas físicas, candidatos ou partidos em decorrência de


honorários de serviços advocatícios e de contabilidade, relacionados à prestação de serviços
em campanhas eleitorais e em favor destas, bem como em processo judicial decorrente de
defesa de interesses de candidato ou partido político, não será considerado para a aferição
do limite previsto no § 1º deste artigo e não constitui doação de bens e serviços estimáveis
em dinheiro. (Incluído pela Lei nº 13.877, de 2019)

i. Pena: multa de 100% do valor excedente (no máximo, valor proporcional)


(não é tributária, logo não há confisco)
ii. É lícito somar “os rendimentos percebidos como pessoa natural e empresário
individual, para fins de aferição do limite de doação de recursos para
campanha eleitoral” (TSE, REspe – no 48.781/MG –DJe t. 173, 16-8-2014, p.
128
REPRESENTAÇÃO POR DOAÇÕES ELEITORAIS ACIMA DO LIMITE
Obtenção de dados: TSE  Receita Federal  MPF  Juiz Eleitoral.
TSE envia à RF para cruzar com Declaração do IR que apurará indício de excesso – não envia
dados fiscais – ao MPE, até 30 de julho do ano subsequente ao das eleições, que tem até o
final do ano seguinte às eleições para promover REPRESENTAÇÃO POR DOAÇÃO EXCESSIVA.
Rito: AIJE (ampla defesa)
Competência: juiz eleitoral do domicílio do doador.
Prazo: final do exercício financeiro seguinte àquele da doação.
Legitimidade ativa: somente MPE.
Preliminar da ação MPE pede ao juiz levantamento do sigilo dos dados fiscais. Rito permite
produção de provas.
S 46 TSE É ILÍCITA a prova colhida por meio de quebra do sigilo fiscal sem
prévia e fundamentada autorização judicial, podendo o MPE acessar
diretamente apenas a relação dos doadores que excederam os limites
legais, para os fins da representação cabível, em que poderá requerer,
judicialmente e de forma individualizada, o acesso aos dados relativos aos
rendimentos do doador.
 A diferença dos valores é indício per si a justificar a quebra

Decisão: multa de até 100% do excesso. (TSE - Antes era 5x, mas multa benéfica não retroage)
Provada a CIÊNCIA DO CANDIDATO, pode:
1. Irregularidade de captação de recursos, sujeitando-se ao reexame de contas e Às
sanções do art. 30-A (cassação)
2. Se houver abuso do poder econômico, caberá AIJE ou AIME.
3. Somente quando quebrar autonomia dos candidatos, pondo em risco a normalidade
e legitimidade do pleito / abuso do poder econômico a condenação gerará a
inelegibilidade (“p”)
3.1 LCSG: Todavia, tanto na Representação por doação acima do limite como no
procedimento de registro, não há como sindicar o abuso de poder econômico,
portanto, somente se a doação for de pequena monta não haverá inelegibilidade.

B) Bens móveis ou imóveis estimáveis em dinheiro (limite de 40 mil reais por doador).
i. Bens estimáveis em dinheiro: devem integrar patrimônio em período anterior
ao registro.
ii. MPE não precisa quebrar sigilo.
iii. Partidos e candidatos podem doar ainda que não constituam produto de seus
próprios serviços ou de suas atividades
1. Salvo: aquisição de bens e serviços destinados à manutenção da
estrutura do partido durante a campanha eleitoral, hipótese em que
deverão ser devidamente contratados pela agremiação e registrados
na sua prestação de contas de campanha

Gastos de simpatizantes: eleitores podem usar até 1 mil UFIR para promover seu candidato
por fora, sem entregar ao candidato.

Pode emprestar de bancos, desde que:


a) Estejam caucionados por bem integrante do seu patrimônio no momento do registro
b) Não ultrapassem a capacidade de pagamento decorrente dos rendimentos de sua
atividade econômica
c) Candidato e partido devem comprovar à JE até a entrega da prestação de contas final:
a. A realização do empréstimo
b. Na hipótese de candidato, a sua integral quitação em relação aos recursos aplicados
em campanha

3 - COMERCIALIZAÇÃO DE BENS OU SERVIÇOS PELO PARTIDO OU CANDIDATO:


4 - EVENTOS DE ARRECADAÇÃO REALIZADOS PELO PARTIDO OU CANDIDATO:
Res 23.553/2017
I – comunicar sua realização, formalmente e com antecedência mínima de 5 dias úteis, à JE, que
poderá determinar sua fiscalização
II – manter à disposição da JE a documentação necessária à comprovação de sua realização e de seus
custos, despesas e receita obtida

§ 1º Os valores arrecadados constituem doação e estão sujeitos aos limites legais e à emissão de
recibos eleitorais
§ 2º O montante bruto dos recursos arrecadados deve, antes de sua utilização, ser depositado na
conta bancária específica
§ 3º Para a fiscalização de eventos prevista no I, a JE poderá nomear, entre seus servidores, fiscais ad
hoc, devidamente credenciados
§ 4º As despesas e custos devem ser comprovados por documentação e recibos eleitorais, mesmo
quando provenientes de doações de terceiros em espécie, bens ou serviços estimados em dinheiro.

5 - DOAÇÕES RECEBIDAS DOS PARTIDOS POLÍTICOS.


Únicas PJ que podem doar. PJ também não pode doar a partido para repasse a candidato
(“doações ocultas”).
RES. 23.553/2017. Art. 17.
V – recursos próprios dos partidos políticos, desde que identificada sua origem e que sejam
provenientes:
a) Do FP (que não usados pelos partidos: receio, PP usar gastos de PP – como
campanhas femininas [30% - ADI 13.165/2015] e fomento à pesquisa – para sobrar
mais recurso aos candidatos. Mas TSE confirmou possibilidade em consulta,
inclusive aqueles recebidos em exercícios anteriores, mas eventuais desvios podem
ser apurados).
b) Do FEFC (São recursos do Tesouro Nacional, repassados ao TSE até 1º de junho do
na do pleito e TSE redistribui após definição dos critérios pela maioria absoluta do
órgão de direção executiva nacional do partido – LEI é OMISSA sobre esses
CRITÉRIOS, salvo ADI de 30% do FEFC p/ mulher)
 30% se aplica pra FP, FECC e Tempo de PROPAGANDA (Eficácia
transcendente da ADI)

c) Doações de PF
d) Contribuições de filiados
e) Comercialização de bens, serviços e eventos
f) Rendimentos de locação de bens
g) Rendimentos de aplicações

§ 1º Rendimentos financeiros e recursos obtidos com a alienação de bens têm a mesma


natureza dos recursos investidos ou utilizados para sua aquisição e devem ser creditados na
conta bancária na qual os recursos financeiros foram aplicados ou utilizados para aquisição
do bem
§ 2º O PP não poderá transferir para o candidato ou utilizar, direta ou indiretamente, nas
campanhas eleitorais, recursos que tenham sido doados por PJ, AINDA QUE EM EXERCÍCIOS
ANTERIORES.
 Prazo prescricional de 5 anos para Justiça Eleitoral julgar contas dos
partidos. Dessa decisão, caberá Recurso aos TRE ou TSE.
 A decisão reprobatória não transita em julgado, podendo ser revista a
qualquer tempo para fins de aplicação proporcional da sanção ou por
fatos novos.
Regime de contabilização:
Res. 23.533/2017
31. § 2. Os valores transferidos pelos PP oriundos de doações serão registrados na prestação
de contas dos candidatos como transferência dos partidos e, na prestação de contas dos
partidos, como transferência aos candidatos.
 ADI 5.394: deve individualizar doadores (declarou inconstitucional desnecessidade
de individualização prevista em lei)

Forma de Registro das doações do partido a candidato ( como proteger o Bolsonaro que pegou os
200$ da JBS e devolveu para o partido e recebeu 200$ do partido ): desvinculando as doações e assim não
aparece na campanha quem doou.
Art. 28. A prestação de contas será feita:
§ 12. Os valores transferidos pelos partidos políticos oriundos de doações serão registrados na
prestação de contas dos candidatos como transferência dos partidos e, na prestação de
contas anual dos partidos, como transferência aos candidatos.

6 - VALORES DO FUNDO PARTIDÁRIO. Como são recursos públicos, exigem maior


transparência.
Art. 44. Os recursos oriundos do Fundo Partidário serão aplicados:
I - na manutenção das sedes e serviços do partido, permitido o pagamento de pessoal, a qualquer título,
observado, do total recebido, os seguintes limites:

a) 50% (cinquenta por cento) para o órgão nacional;


b) 60% (sessenta por cento) para cada órgão estadual e municipal;
§ 4o Não se incluem no cômputo do percentual previsto no
inciso I deste artigo encargos e tributos de qualquer natureza.
II - na propaganda doutrinária e política;
III - no alistamento e campanhas eleitorais;
IV - na criação e manutenção de instituto ou fundação de pesquisa e de doutrinação e educação política, sendo
esta aplicação de, no mínimo, vinte por cento do total recebido.
[2019] V - na criação e manutenção de programas de promoção e difusão da participação política das mulheres,
criados e executados pela Secretaria da Mulher ou, a critério da agremiação, por instituto com personalidade
jurídica própria presidido pela Secretária da Mulher, em nível nacional, conforme percentual que será fixado pelo
órgão nacional de direção partidária, observado o mínimo de 5% (cinco por cento) do total;
§ 5o O partido político que não cumprir o disposto no inciso V
do caput deverá transferir o saldo para conta específica, sendo
vedada sua aplicação para finalidade diversa, de modo que o
saldo remanescente deverá ser aplicado dentro do exercício
financeiro subsequente, sob pena de acréscimo de 12,5%
(doze inteiros e cinco décimos por cento) do valor previsto no
inciso V do caput, a ser aplicado na mesma finalidade.
VI - no pagamento de mensalidades, anuidades e congêneres devidos a organismos partidários internacionais que
se destinem ao apoio à pesquisa, ao estudo e à doutrinação política, aos quais seja o partido político regularmente
filiado;
VII - no pagamento de despesas com alimentação, incluindo restaurantes e lanchonetes.

[2019] VIII - na contratação de serviços de consultoria contábil e advocatícia e de serviços para


atuação jurisdicional em ações de controle de constitucionalidade e em demais processos judiciais e
administrativos de interesse partidário, bem como nos litígios que envolvam candidatos do partido,
eleitos ou não, relacionados exclusivamente ao processo eleitoral;
A grande questão aqui era a possibilidade de desvio,
dado o valor arbitrário dos honorários. E a lei não impôs
limites, salvo a relação com processo eleitoral.

[2019] X - na compra ou locação de bens móveis e imóveis, bem como na edificação ou construção de sedes e
afins, e na realização de reformas e outras adaptações nesses bens;

[2019] XI - no custeio de impulsionamento, para conteúdos contratados diretamente com provedor de aplicação
de internet com sede e foro no País, incluída a priorização paga de conteúdos resultantes de aplicações de busca
na internet, mediante o pagamento por meio de boleto bancário, de depósito identificado ou de transferência
eletrônica diretamente para conta do provedor, o qual deve manter conta bancária específica para receber
recursos dessa natureza, proibido nos 180 (cento e oitenta) dias anteriores à eleição.
Requisitos:
1 – Contratação direta com o provedor da internet
2 – Pagamento direto para a contar do provedor
3 – Conta bancária específica
4 – Vedação nos 180 anteriores a eleição.
Alteração veio no contexto da utilização de terceiros-
empresários para disseminar notícias para Bolsonaro. E
isso não estaria sido contabilizado. Por isso a contratação
tem que ser direta e rastreamento.

VETO PRESIDENCIAL MANTIDO. Não pode utilizar Fundo Partidário para pagamento de multas eleitorais,
juros, encargos e obrigações acessórias decorrentes de sanções por infração à legislação eleitoral ou partidária.
Ofende o interesse público, em que recursos públicos seriam utilizados para interesses privados, e não como
instrumento de efetivação do sistema democrática.
§ 1º Na prestação de contas dos órgãos de direção partidária de qualquer nível devem ser discriminadas as
despesas realizadas com recursos do Fundo Partidário, de modo a permitir o controle da Justiça Eleitoral sobre o
cumprimento do disposto nos incisos I e IV deste artigo.

§ 2º A Justiça Eleitoral pode, a qualquer tempo, investigar sobre a aplicação de recursos oriundos do Fundo
Partidário.

§ 3o Os recursos de que trata este artigo não estão sujeitos ao regime da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993,
tendo os partidos políticos autonomia para contratar e realizar despesas.

Art. 44-A. As atividades de direção exercidas nos órgãos partidários e em suas fundações e institutos, bem como
as de assessoramento e as de apoio político-partidário, assim definidas em normas internas de organização, não
geram vínculo de emprego, não sendo aplicável o regime jurídico previsto na Consolidação das Leis do Trabalho,
aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, quando remuneradas com valor mensal igual ou
superior a 2 (duas) vezes o limite máximo do benefício do Regime Geral de Previdência Social.

7 - FUNDO ESPECIAL DE FINANCIAMENTO DAS CAMPANHAS - FEFC: é um Fundo que só existe


em Ano Eleitoral, proveniente do orçamento da União, por essa razão, deve estar inserido no
Orçamento (LOA).
Art. 16-C. O Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) é constituído por dotações orçamentárias da
União em ano eleitoral, em valor ao menos equivalente:
I - ao definido pelo Tribunal Superior Eleitoral, a cada eleição, com base nos parâmetros definidos em lei;
II - ao percentual do montante total dos recursos da reserva específica a programações decorrentes de emendas
de bancada estadual impositiva, que será encaminhado no projeto de lei orçamentária anual

§ 11. Os recursos provenientes do Fundo Especial de Financiamento de Campanha que não forem utilizados nas
campanhas eleitorais deverão ser devolvidos ao Tesouro Nacional, integralmente, no momento da apresentação
da respectiva prestação de contas.
§ 15. O percentual dos recursos a que se refere o inciso II do caput deste artigo poderá ser reduzido mediante
compensação decorrente do remanejamento, se existirem, de dotações em excesso destinadas ao Poder
Legislativo.

Distribuição desigual entre partidos:


I – 2% igualmente entre partidos registrados no TSE
II – 35% entre partidos com 1 representante na CD, na proporção do percentual de votos por eles
obtidos na última eleição para a CF
III – 48% entre partidos na proporção de representantes na CD, consideradas as legendas dos
titulares
IV – 15% entre partidos na proporção de representantes no SF, consideradas as legendas dos titulares
§ 3º Para fins do disposto no inciso III do caput deste artigo, a distribuição dos recursos entre os partidos terá
por base o número de representantes eleitos para a Câmara dos Deputados na última eleição geral, ressalvados
os casos dos detentores de mandato que migraram em razão de o partido pelo qual foram eleitos não ter
cumprido os requisitos previstos no § 3º do art. 17 da Constituição Federal.
§ 4º Para fins do disposto no inciso IV do caput deste artigo, a distribuição dos recursos entre os partidos terá
por base o número de representantes eleitos para o Senado Federal na última eleição geral, bem como os
Senadores filiados ao partido que, na data da última eleição geral, encontravam-se no 1º (primeiro) quadriênio
de seus mandatos.

Alteração da Lei 13.877/2019 – art. 16-C, II da LE (Direito Financeiro): Na LOA pode haver
emendas parlamentares, cuja execução dependia do arbítrio do Executivo. Houve as ECs das
emendas parlamentares impositivas e das emendas impositivas de bancada (Estadual), que
vinculavam a União. Antes, havia um limite de no mínimo 30% dessa emenda de bancada
estadual para fins de FEFC. Agora, não há mais esse limite, podendo ser usada o montante
total.
 Foi objeto de Veto Presidencial rejeitado. O veto fundava-se que, ao retirar
o limite de 30%, a lei aumentou despesa pública sem o cancelamento
equivalente de outra despesa obrigatória ou estimativa de seu impacto
orçamentário e financeiro. O que viola o art. 113 do ADCT, art. 14 da LTF e
art. 114 da LDO-2019.

Alteração da Lei 13.877/2019 - Vedação à redistribuição dos recursos após renúncia – art. 16-
C, § 16, LE: Os partidos podem comunicar ao TSE até o 1º dia útil do mês de junho a renúncia
ao FEFC, vedada a redistribuição desses recursos aos demais partidos.
 Ou seja, em uma coligação, o partido não pode redistribuir recursos do
FEFC para outro.

8 - CUSTEIO DO HORÁRIO ELEITORAL GRATUITO:


37 dias antes até a antevéspera.
Gratuito aos partidos. Custeado pela sociedade às emissoras (compensação fiscal a preços de
mercado, portanto, verbas públicas).
I – 90% proporcional ao nº de Deputados, considerados, no caso de coligação para eleições
majoritárias, o resultado da soma do nº de representantes dos 6 maiores partidos que a integrem e,
no caso de coligações para eleições proporcionais, o resultado da soma do nº de representantes de
todos os partidos que a integrem.

II – 10% igualitariamente

EXIGÊNCIAS PARA A ARRECADAÇÃO DE RECURSOS JUNTO ÀS FONTES PERMITIDAS:


Prazo inicial? Após obter CNPJ-candidato (JE) e abrir Conta-Corrente de campanha  Pedido
de registro.
o Exceção: Vaquinha/CROWFUNDING/financiamento coletivo: 15 de maio. Mas só
repassa depois de CNPJ-CC, e alguns outros requisitos
Prazo final? Dia da eleição. Depois, só para quitação de despesas contraídas até a entrega da
prestação de contas.

Requisitos?
a) Pedido de registro (salvo vaquinha)
b) CNPJ
c) Conta-Campanha
d) Recibos eleitorais  SIMULADO FALA QUE PRESTAÇÃO SEM RECIBOS = NÃO
PRESTADAS.
CAIXA 2
Se o dinheiro não circular na conta-campanha ou sem recibo, É CAIXA 2.
Gera rejeição de contas.
Pode gerar, se houver abuso do poder econômico, cancelamento do registro ou cassação
do diploma.
Gera inelegibilidade:
 Condenado por captação ilícita de recursos de campanha
 Pessoa física ou dirigente de PJ responsável por doação tida como ilegal por decisão
da Justiça Eleitoral (não existe essa ação para pessoas proibidas de doar)

Modo?
 $: cheques cruzados ou nominais; transferência eletrônica de depósitos; depósitos
identificados, mecanismos disponíveis na página do candidato e vaquinha
o $ acima de R$ 1.064,10 só por transferência bancária entre doador  CC-
cand, INCLUSIVE DOAÇÕES SUCESSIVAS NO MESMO DIA
o Deve tramitar da CC-campanha, salvo:
 Circunscrição sem agencia bancária ou posto de atendimento
bancário
 Cujo candidato renunciou ao registro antes do fim do prazo de 10 dias
a contar da emissão do CNPJ-campanha, desde que não haja indícios
de arrecadação de recursos e realização de gastos eleitorais
Lei 13.877/19. Art. 39 § 3º II LPP.
Novos instrumentos para doações, a partir de mecanismos disponíveis em site
do Partido Político:

a) Emissão online de boleto bancário (perigo!)


b) Convênios para débito em conta
c) Outras modalidades (perigo, criptomoedas!)
Já era possível: cartão de crédito e débito.
Obs.: sempre com identificação do doador e emissão de recibo eleitoral
(tentativa de diminuir o risco).
Problema: cartão era fácil de rastrear. Agora liberou geral.

 Bens – PRECISA DE RECIBO ELEITORAL, salvo:


o Móveis: Limitada a R$ 4 mil por cedente.
o Partidos, decorrentes do uso comum de sedes/materiais de propaganda,
deverá ser registrada na prestação de contas do responsável pelo pagamento
da despesa
o Automóvel do candidato, cônjuge e seus parentes até 3º grau para seu uso
pessoal durante campanha
Prazo de divulgação do recurso recebido:
 72H do recebimento, na página da JE.
 Em 15/set deve-se divulgar na mesma página um relatório discriminado das
transferências do FP, os recursos em $/bens e gastos.
 Ao final, tudo nas prestações de contas do PP, Coligação e Candidato

Vedação de doação em dinheiro, troféus, prêmios, ajudas de qualquer espécie do candidato


para pessoas físicas ou jurídicas. Anote-se, ainda, que no período compreendido entre o
pedido de registro e a eleição, não poderá o candidato realizar “quaisquer doações em
dinheiro, bem como de troféus, prêmios, ajudas de qualquer espécie”, a pessoas físicas ou
jurídicas (LE, art. 23, § 5o).

FONTES VEDADAS
Art. 24. É vedado, a partido e candidato, receber direta ou indiretamente doação em dinheiro
ou estimável em dinheiro, inclusive por meio de publicidade de qualquer espécie, procedente
de:
TUDO PERSONA JURÍDICA
I - entidade ou governo estrangeiro;
II - órgão da administração pública direta e indireta ou fundação mantida com recursos
provenientes do Poder Público;
III - concessionário ou permissionário de serviço público;
IV - entidade de direito privado que receba, na condição de beneficiária, contribuição
compulsória em virtude de disposição legal;
V - entidade de utilidade pública;
VI - entidade de classe ou sindical;
VII - pessoa jurídica sem fins lucrativos que receba recursos do exterior.
VIII - entidades beneficentes e religiosas
IX - entidades esportivas que recebam recursos públicos
IX - entidades esportivas
X - organizações não-governamentais que recebam recursos públicos;
XI - organizações da sociedade civil de interesse público.

O QUE É GASTO ELEITORAL?


I – confecção de material impresso de qualquer natureza e tamanho (obs § 3º, 38)
II – propaganda e publicidade direta ou indireta, por qualquer meio, destinada a conquistar
votos
III – aluguel de locais para promoção de atos de campanha eleitoral

IV – despesas com transporte e deslocamento de candidato e pessoal a serviço das


candidaturas (obs § 3º)
REFORMA DE 2017:
§ 3º NÃO É:
a) combustível e manutenção de veículo automotor usado pelo
candidato na campanha
b) remuneração, alimentação e hospedagem do condutor de veículo
c) alimentação e hospedagem própria
d) uso de linhas telefônicas registradas em seu nome como PF, até o
limite de três linhas

V – correspondência e despesas postais


VI – despesas de instalação, organização e funcionamento de comitês e serviços necessários
às eleições
VII – remuneração ou gratificação de qualquer espécie a pessoal que preste serviços às
candidaturas ou comitês
MÁX de 10% para alimentação de pessoal
VIII – montagem e operação de carros de som, de propaganda e assemelhados
IX – a realização de comícios
X – produção de programas de rádio, televisão ou vídeo, inclusive os destinados à
propaganda gratuita
XV – sites e impulsionamento
XVI – multas aplicadas aos partidos ou candidatos por infração do disposto na legislação
eleitoral
XVII – jingles, vinhetas e slogans
Proibido o aluguel de bens particulares.
TSE – NÃO É: ADVOGADO JURÍDICO-CONTENCIOSO.
TSE – É: ADVOGADO CONSULTIVO.
Art. 26. Lei das Eleições.
§ 4º As despesas com consultoria, assessoria e pagamento de honorários realizadas em
decorrência da prestação de serviços advocatícios e de contabilidade no curso das
campanhas eleitorais serão consideradas gastos eleitorais, mas serão excluídas do limite
de gastos de campanha. (Incluído pela Lei nº 13.877, de 2019)

§ 5º Para fins de pagamento das despesas de que trata este artigo, inclusive as do § 4º
deste artigo, poderão ser utilizados recursos da campanha, do candidato, do fundo
partidário ou do FEFC. (Incluído pela Lei nº 13.877, de 2019)

§ 6º Os recursos originados do fundo de que trata o art. 16-C desta Lei utilizados para
pagamento das despesas previstas no § 4º deste artigo serão informados em anexo à
prestação de contas dos candidatos.
A conta é do candidato. Mas partido pode assumir dívida de campanha, com autorização do
órgão nacional ao diretório da circunscrição. Haverá responsabilidade solidária e a existência
de dívida quando da entrega das contas não dará ensejo à reprovação.

LIMITES DE GASTOS:
Antes, o próprio partido definia. Depois TSE. AGORA É POR LEI e TSE só divulga, conforme
cargo.
 Sanções: art. 18-B da LE. O excesso de gastos acarreta: (i) sanção de
multa em valor equivalente a 100% da quantia que ultrapassar o
limite estabelecido; (ii) apuração da ocorrência de abuso do poder
econômico, o que pode ocorrer tanto no âmbito da AIJE do artigo 22
da LC nº 64/90, como da ação por captação ou gastos ilícitos de
recursos prevista no artigo 30-A da LE.

Ausência de Limite para gastos com serviços advocatícios e de contabilidade


Legislador estava preocupado em isso não ter limite!
Lei 13.877/2019
Art. 18-A LE. Serão contabilizadas nos limites de gatos de cada campanha as despesas
efetuadas pelos candidatos e as efetuadas pelos partidos que puderem ser individualizadas.
P. único: gastos advocatícios e de contabilidade não estão sujeitos a limite de gastos ou
limites que possam impor dificuldade ao exercício da ampla defesa.

Art. 26, § 4º As despesas com consultoria, assessoria e pagamento de honorários realizadas


em decorrência da prestação de serviços advocatícios e de contabilidade no curso das
campanhas eleitorais serão consideradas gastos eleitorais, mas serão excluídas do limite de
gastos de campanha. § 5º Para fins de pagamento das despesas de que trata este artigo,
inclusive as do § 4º deste artigo, poderão ser utilizados recursos da campanha, do candidato,
do fundo partidário ou do FEFC.

Uma outra abordagem que mostra essa falta de limite: doação de Pessoa Física
Art. 23 § 10. O pagamento efetuado (...) em decorrência de honorários de serviços
advocatícios e de contabilidade não será considerado para aferição do limite previsto no § 1º
(10% do rendimento bruto) e não constitui doação de bens e serviços estimáveis em dinheiro
(advogado militante não precisa estimar o serviço prestado e contar como doação... o pedreiro não ).

E mais uma:
Art. 27. Qualquer eleitor poderá realizar gastos, em apoio a candidato de sua preferência,
até a quantia equivalente a 1 mil UFIR, não sujeitos a contabilização, desde que não
reembolsados.
§ 1º Fica excluído do limite previsto no caput o pagamento de honorários decorrentes da
prestação de serviços advocatícios e de contabilidade, relacionados às campanhas eleitorais e
em favor destas.

Ou seja, grande possibilidade de fraude.

SOBRAS DE CAMPANHA:
$ que sobra e bens adquiridos/recebidos. Devem ser transferidas ao órgão partidário da
circunscrição do pleito, no mesmo prazo da prestação de contas.
Art. 31. Se, ao final da campanha, ocorrer sobra de recursos financeiros, esta deve ser
declarada na prestação de contas e, após julgados todos os recursos, TRANSFERIDA AO
PARTIDO.
 SALVO FEFC, que volta ao TESOURO NACIONAL
 Se não devolver, Banco pode fazer a transferência

PRESTAÇÃO DE CONTAS
É judicial (2009!), cabendo Recurso Especial ao TSE.

Lei 13.877/2019. Art. 37, § 10 da LPP. Comprovação de gastos com passagens aéreas para
congressos: independem de filiação partidária (quem viaja não precisa ser filiado), segundo
critérios interna corporis. Deve ser feita por apresentação de fatura ou duplicata, vedada a
exigência de qualquer outro documento.
 Originalmente foi vetada, pois reduz transparência o gasto de um valor proveniente de Fundo
Público.

Prazo: 30 dias após o pleito e 20 dias após segundo turno, para os que nele concorrerem.
Pena: não apresentação ou apresentação sem documentos necessários  impede
diplomação e, sem quitação, não consegue registro.
Art. 29. LE.
§ 2º A inobservância do prazo para encaminhamento das prestações de contas impede a
diplomação dos eleitos, enquanto perdurar.

 A rejeição das contas somente acarreta: devolução do valor irregular + até 20%  não
impede diplomação
S 42 TSE: A decisão que julga não prestadas as contas de campanha impede o candidato de
obter certidão de quitação eleitoral durante o curso do mandato ao qual concorreu,
persistindo esses efeitos, após esse período, até a efetiva apresentação de contas.
 Guardar recibos: 180 dias, salvo se pendente processo judicial.

HELIOFAR: “Direito, economia e comportamento humano, 2016”.


Tese sobre a PRESTAÇÃO DE CONTAS DE CAMPANHA: desaprovação das contas de
campanha, por si só, não acarreta maiores consequências, apesar de existirem algumas
poucas repercussões financeiras, indiretas. Ex.: na hipótese de desobediência ao limite de
gastos, há multa de 100% do excesso. Isso é grave, pois não inibe a conduta.

Uma consequência viável seria a negativa de certidão de quitação eleitoral. No entanto, no


art. 11, § 7º da Lei das Eleições (incluído em 2009, quando havia discussão sobre a desaprovação
impedir quitação), dispõe-se que a certidão de quitação eleitoral abrangerá exclusivamente a
apresentação de contas (entre outros). E a Súmula 57 TSE: “A apresentação das contas de
campanha é suficiente para obtenção da quitação eleitoral, nos termos...”.

PRESTAÇÃO DE CONTAS DOS PARTIDOS POLÍTICOS. É uma prestação periódica. Lei


13.831/2019 alterou a Lei dos Partidos Políticos trazendo proteção aos dirigentes partidários
separando a responsabilidade do dirigente e do órgão. Dispõe no art. 32, § 8º que “As
decisões da JE nos processos de prestação de contas não ensejam, ainda que desaprovadas
as contas, a inscrição dos dirigentes partidários no CADIN” e art. 37, § 15 que “A
responsabilidade civil e criminal são subjetivas e, assim, como eventuais dívidas já apuradas,
recaem sobre o dirigente partidário responsável pelo órgão partidário à época do fato e não
impedem que o órgão partidário receba recurso do fundo partidário”.

Lei 13.831/2019 também limitou o desconto para multa pela desaprovação de contas do
PARTIDO: “Art. 37. A desaprovação das contas do partido implicará exclusivamente a sanção
de devolução da importância apontada como irregular, acrescida de multa de 20%” [já tinha
essa sanção desde 2015]. § 3º “A sanção do caput deverá ser aplicada de forma proporcional e
razoável, pelo período de 1 a 12 meses, e o pagamento deverá ser feito por meio de desconto
dos futuros repasses de cotas do fundo partidário [ essa regra já tinha] a, no máximo 50% do
valor mensal, desde que a prestação de contas seja julgada, pelo juízo ou tribunal
competente, em até 5 anos de sua apresentação, vedada a acumulação de sanções.”.
 Se há duas desaprovações de contas, não pode somar para ultrapassar 50%.

ANISTIA POR NÃO APLICAÇÃO DE RECURSOS EM COTA DE GÊNERO.


Art. 44. V. Prevê aplicação de no mínimo 5% dos recursos do Fundo Partidário para promoção
e difusão da participação política das mulheres.
Mas
Art. 55-A. Quem não observou nos exercícios anteriores a 2019 (eleições 2018) não poderá
ter sua conta rejeitada ou sofrer qualquer outra penalidade.
Art. 55-C. A não observância não ensejará desaprovação de contas.
Quem? Candidato, inclusive em caso renúncia da candidatura, indeferimento do registro e
nada ter arrecadado.
 Não existe mais Comitê Financeiro
 Exige Contador (regras de contadoria) e Advogado (é judicial)
o Mas a responsabilidade é do candidato:
§ O candidato é solidariamente responsável com a pessoa indicada no § 1º e com o profissional de
contabilidade do § 4º deste artigo pela veracidade das informações financeiras e contáveis de sua
campanha.

Sistema simplificado: 20 mil (2015 – INPC), obrigatória p/ prefeito e vereador com -50mil
eleitores.
At. 28. § 10. O sistema simplificado deverá conter, pelo menos:
I – identificação das doações recebidas, com nomes, CPF ou CNPJ, com valores
II – identificação das despesas realizadas, CPF ou CNPJ dos fornecedores/prestadores
III – registros das eventuais sobras ou dívidas de campanha

§ 11. Nas eleições para prefeito e vereador de municípios com menos de 50 mil eleitores,
sempre é simplificada.
 Municipal não é obrigado se não movimentar recursos ou não tiver arrecadado bens
estimáveis em dinheiro

Qual é o objetivo da prestação de contas?


Art. 68. Res.
I – recebimento direto ou indireto de fontes vedadas
II – recebimento de recursos de origem não identificada
III – extrapolação de limite de gastos
IV – omissão de receitas e gastos eleitorais
V – não identificação de doadores originários, nas doações recebidas de outros
prestadores de contas

Onde apresenta a prestação de contas? Circunscrição por meio eletrônico (juiz, TRE ou TSE).

Quando? Até 30 de abril do ano subsequente do recebimento ( 2015 – revogou 4 meses antes e 3
depois).

Procedimento:
“Impera a regra da preclusão”, dada oportunidade de apresentação de documentos, não
pode suprir depois do julgamento). Outros partidos e MPE podem impugnar. Nacional não
paga por Estadual e Municipal.
 Juiz pode requerer informações adicionais, requisitar diligências e saneamento de falhas,
que deverão ser cumpridas em 3 dias, sob pena de preclusão.
 Na fase do exame técnico, pode promover circularizações (contato com 3ºs), com prazo
de 3 dias para cumprimento.
 Sempre há contraditório sobre falha, impropriedade ou irregularidade. Mas só poderá
juntar doc relativo à falha que abriu o contraditório.
 Dado o parecer técnico-conclusivo, prazo de 3 dias para manifestação e vista ao MPE em
2 dias para manifestação.
 Após, ao juiz para decisão  FINAL DEVE SER PUBLICADA EM SESSÃO ATÉ 3 DIAS ANTES
DA DIPLOMAÇÃO (É condição para diplomação):
o Pela aprovação
o Pela aprovação com ressalvas, quando verificadas falhas que não comprometam a
regularidade
o Pela desaprovação, quando a falha compromete regularidade
 Erros formais corrigidos ou insignificantes NÃO autorizam
rejeição/sanções
 Ausência de extratos bancários é rejeição (e não apresentação rs)
o Pela não prestação, quando não apresentadas as contas após a notificação da JE,
na qual constará a obrigação expressa de prestar as suas contas, no prazo de 72
horas.  IMPEDE QUITAÇÃO

Recursos:
§ 5o Da decisão que julgar as contas prestadas pelos candidatos caberá recurso ao órgão
superior da Justiça Eleitoral, no prazo de 3 (três) dias, a contar da publicação no Diário
Oficial. (Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015)

§ 6o No mesmo prazo previsto no § 5o, caberá recurso especial para o Tribunal Superior
Eleitoral, nas hipóteses previstas nos incisos I e II do § 4o do art. 121 da Constituição
Federal. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)

Natureza:
 Decisão de contas NÃO tem caráter SANCIONATÓRIO.
 Decisão pela REPROVAÇÃO NÃO impede QUITAÇÃO: o que impede é a NÃO
PRESTAÇÃO (permanece inerte após ser notificado para apresenta-las em 72h)
S 57 TSE: A apresentação das contas de campanha é suficiente para a obtenção da quitação
eleitoral, nos termos da nova redação conferida ao art. 11, § 7º, da Lei 9504 pela Lei
12.034/2009.

Origem não mencionada Repasses do FP ficarão suspensos até esclarecimentos


Receber de fontes Suspende repasses do FP por 1 ano.
vedadas Não pode dar $: estrangeiro; ente público; entidade de classe
ou sindical; pessoas físicas que exerçam função ou cargo
público de livre nomeação e exoneração ou cargo ou emprego
público temporário, ressalvados os filiados.

24 § 4o O PARTIDO ou CANDIDATO que receber recursos


provenientes de fontes vedadas ou de origem não
identificada deverá proceder à devolução dos valores
recebidos ou, não sendo possível a identificação da fonte,
transferi-los para a conta única do Tesouro Nacional.

Desaprovação do Exclusivamente sanção de devolução + 20% de multa


PARTIDO (fundamento?)
 NÃO OBSTA PARTICIPAÇÃO NAS ELEIÇÕES e NÃO INSCREVE
NO CADIN (deve ser proporcional )
 CABE REVISÃO ATÉ DPS DO TRÂNSITO! e pagamento é por
desconto em futuros repasses kkk que será suspenso no
semestre de eleições KKKKK, desde que a prestação seja julgada
pelo juízo ou tribunal competente, em até 5 anos de sua
apresentação - PRESCRIÇÃO, cabe recurso com efeito
suspensivo).
 2015: NÃO MAIS SUSPENDE COTAS DO FP

Não prestação do Suspende novas cotas + suspende registro + perda do registro


PARTIDO (reiteração).
Poderão responder por crime contra a administração pública.
LCSG vê como inconstitucional imunidade dos dirigentes
partidários

Art 25. O PARTIDO que descumprir as normas referentes à


arrecadação e aplicação de recursos fixadas nesta Lei perderá
o direito ao recebimento da quota do Fundo Partidário do
ano seguinte, sem prejuízo de responderem os candidatos
beneficiados por abuso do poder econômico.

Parágrafo único. A sanção de suspensão do repasse de novas


quotas do Fundo Partidário, por desaprovação total ou
parcial da prestação de contas do candidato, deverá ser
aplicada de forma proporcional e razoável, pelo período de 1
(um) mês a 12 (doze) meses, ou por meio do desconto, do
valor a ser repassado, na importância apontada como
irregular, não podendo ser aplicada a sanção de suspensão,
caso a prestação de contas não seja julgada, pelo juízo ou
tribunal competente, após 5 (cinco) anos de sua
apresentação.

 Cassações e sanções: serão objeto da Representação do art. 30-A, na qual poderá haver
cassação do mandato em caso de captação ou gastos ilícitos para fins eleitorais.

o Se foi por erro do registro, e puder identificar (ainda que a destempo), candidato
pode devolver ao doador, para evitar enriquecimento ilícito da União
o Aprovação com ressalvas não obsta essa devolução

Portanto, o objetivo do exame de contas é verificar a regularidade da contabilidade de


campanha, podendo auxiliar outros processos judiciais. NÃO é seu escopo investigar ilícitos
eleitorais como abuso de poder, par aos quais há instrumento próprio com ampla dilação
probatória, contraditório e ampla defesa (TSE).

A prestação e o exame de contas são importantes para verificar: abuso de poder econômico;
obtenção de recursos de fonte ilícitas ou gastos irregulares.
Ensejará:
1. Ação de Investigação Judicial Eleitoral
2. Representação do art. 30-A: hábil para a cassação do registrou ou diploma

Gastos de campanha acima do limite do cargo


Antes era do Partido. Passou pro TSE. Agora Lei previu que só Lei pode determinar. Estão
vigentes disposições transitórias.
Desrespeito acarreta multa, 100% do excesso, aplicada no procedimento de prestação de
contas (TSE). LCSG aduz que a multa é sanção, devendo ser aplicada em ação autônoma,
movida pelo MPE, especialmente em razão do caráter jurisdicional da prestação de contas,
com recurso especial ao TRE.

9A. A REPRESENTAÇÃO ELEITORAL POR CAPTAÇÃO E GASTOS


ILÍCITOS.

REPRESENTAÇÃO POR CAPTAÇÃO OU GASTOS ILÍCITOS DE


RECURSOS
30-A
Arbor ex fructu cognoscitur
(pelo fruto se conhece a árvore)
Essa sim tem caráter sancionatório
Art. 30-A. Qualquer partido político ou coligação poderá representar à JE, no prazo de 15
dias da diplomação, relatando fatos e indicando provas, e pedir a abertura de investigação
judicial para apurar condutas em desacordo com as normas desta lei, relativas à
arrecadação e gastos de recursos.
§ 1º Na apuração de que trata este artigo, aplicar-se o procedimento do art. 22 da LC64
(AIJE).
§ 2º Comprovados captação ou gastos ilícitos de recursos, para fins eleitorais, será NEGADO
DIPLOMA AO CANDIDATO ou CASSADO, se já outorgado.
§ 3º O prazo de recurso contra decisões proferidas em representações propostas será de 3
dias da publicação do DO.
 MPE também é legitimado (TSE: decorre da defesa do regime democrático) (Lei própria do
MP)  TSE: MPE possui LEGITIMAÇÃO UNIVERSAL
 Candidatos NÃO são legitimados. JJ fala sim.

O que é gasto ilícito para a Ação do 30-A? Não precisa ser de fonte ilícita, basta não seguir as
regras (prazo inicial após o registro, salvo vaquinha; limites máximos de PF; PJ; fora da conta-
campanha; proveniente de crime; ultrapassar os limites da vaga).

Bem jurídico tutelado: MORALIDADE ELEITORAL (NÃO é o abuso de poder econômico)


 TSE: NÃO se exige potencialidade lesiva , mas deve haver proporcionalidade entre ilícito e
sanção grave como negação ou cassação do diploma
 Deve:
o Comprovar que a arrecadação ou dispêndio de recursos se deu em desacordo com
as normas legais aplicáveis
o Gravidade da conduta reputada ilegal, que pode ser aferida tanto pela relevância
jurídica da irregularidade quanto pela ilegalidade qualificada marcada pela má-fé
do candidato

AUTONOMIA em relação à decisão sobre prestação de contas: mesmo se esta por aprovada,
a JE pode julgar procedente a representação. Mera reprovação não é suficiente para
procedência da representação (TSE).
o O exame de contas serve à colheita de provas.
o Não precisa esperar julgamento das contas

Prazo: 15 dias após diplomação. Em relação aos suplentes, que o julgamento das contas é
muito depois, 15 dias a partir do julgamento das contas

Competência: circunscrição (Juiz, TRE ou TSE - colegiado)


Rito: AIJE – Ação de Investigação Judicial Eleitoral, que permite produção de prova.
o Não atrai a distribuição da ação ao Corregedor nem a possibilidade de imposição direta
da sanção de inelegibilidade (Que poderá ser pedida em ação própria)

Polo ativo: partidos/coligações e MPE (candidatos não).

Polo passivo: candidato. Nas majoritárias, o vice e no Senado, o suplente (Litisconsórcio


passivo necessário). Na eleição proporcional, se diplomado o suplente deverá compor.
S 38 TSE: Nas ações que visem à cassação de registro, diploma ou mandato, há
litisconsórcio passivo NECESSÁRIO entre o titular e o respectivo vice na chapa
majoritária.

 Como a sanção é de cassação, não precisa incluir terceiros. A ação


não pode ser proposta em face de não eleitos.

 EXCEÇÃO À S 28 -TSE: nas AÇÕES DE IMPUGNAÇÃO AO REGISTRO


DE CANDIDATURA NÃO HÁ litisconsórcio necessário entre
candidato e vice/partido. Serão meros assistentes simples.

Tutela antecipada para suspensão da expedição do diploma: SIM.

Única sanção: negativa ou cassação do diploma (AÇÃO SÓ PODE SER


PROPOSTA EM FACE DE CANDIDATOS DIPLOMADOS  FALHA LEGISLATIVA, quem burlou e
não levou, não responde)
 Somente após encerrado o mandato há perda de interesse processual
 Implica em ANULAÇÃO dos votos dados ao réu
 Inelegibilidade é sanção indireta  LC 64 (Ficha limpa).

Recurso: 3 dias do DOU! (Não é prazo em cartório)

Inconstitucionalidade do pequeno prazo de impugnação (15 d após diplomação): Na prática,


vence 7 de janeiro porque é recesso forense (prorrogação ao 1º dia útil). O prazo é curto
porque os dados de campanha só são públicos 30 dias após o pleito, restando prazo curto para
acesso da dados fiscais e bancários.
o Mas em razão do interesse público pela estabilização das eleições, LSCG defende
que este prazo seja decadencial e sem interrupções/suspensões.

Procedência: negativa ou cassação do diploma. Recurso ao TRE ou TSE terá efeito suspensivo
(qualquer recurso que resulte na cassação, afastamento ou perda de mandato terá).
 Cassado mandato do PR/GOV/PREF haverá novas eleições. Não
demanda trânsito em julgado (ADI).
 Cassado mandato de SENADOR, entra o próximo mais votado.
 Cassado mandato de DEPUTADO, anulará votos e proceder-se-á
ao recálculo dos QO-QE.

Fiscalização Concomitante dos Recursos e Gastos de Campanha


Res. 23.553/2017.
Pode ser instaurada de ofício, desde que com autorização judicial e registro no Sistema de
Prestação de Contas Eleitorais, devendo o juiz designar fiscais ad hoc entre servidores.
Identificados indícios de ilegalidade: juiz notifica MPE que poderá (após comunica a autoridade
judicial):
a) Requisitar à autoridade policial a instauração de inquérito
b) Requisitar informações a candidatos, partidos, doadores, fornecedores e terceiros,
bem como outras diligências
c) Requerer a quebra dos sigilos fiscal e bancário do candidato, partido, doardor ou
fornecedor
2B. ABUSO DO PODER ECONÔMICO. PODER POLÍTICO E USO INDEVIDO
DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO. A AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL
ELEITORAL.

ABUSO DE PODER ECONÔMICO, POLÍTICO E DOS MEIOS


DE COMUNICAÇÃO

AÇÕES ELEITORAIS (Rito da AIJE)

REGRAS PROCESSUAIS
Impedimento
Entre juízes
Entre si: No Tribunal o Impedimento é até 4º grau; na Junta, até 2º grau.
Juiz - Candidato
Da homologação da respectiva convenção partidária até a diplomação e nos feitos
decorrentes do processo eleitoral, não poderão servir como juízes nos Tribunais Eleitorais, ou
como juiz eleitoral, o cônjuge ou o parente consanguíneo ou afim, até o segundo grau, de
candidato a cargo eletivo registrado na circunscrição.

REGRAS ELEITORAIS ESPECIAIS

Durante o período eleitoral os prazos são contínuos e peremptórios, correm em cartório ou


secretaria, não se suspendendo aos sábados, domingos e feriados (Art. 16 LC 64 e Res,
23.478/16 TSE)

 Durante o período eleitoral, não há suspensão de prazos eleitorais (mas há


suspensão de 20 de dezembro a 20 de janeiro) – ENTÃO fica aberto de 15 de agosto a
19 de dezembro, aos sábados etc feriados.
Contagem: exclui o do começo e incluindo o do vencimento (=CPC)
Decisões interlocutórias não são recorríveis de imediato

Cabe tutelas provisórias (Res. 23.478), a juris anterior não aceitava mto

Recursos Repetitivos NÃO se aplica: inelegibilidade, registro, diplomação e anulação de


eleições

Prazos Inaplicáveis ao Processo Eleitoral

 Prazo em dobro para MP, AP, DP e litisconsortes de diferentes procuradores


 Prazo de 30 dias para intervenção do MP como fiscal da Lei
 Prazos recursais em geral: 3 dias (em alguns casos, 24 horas – art. 96, § 8º, L9504)
Prazo inaplicável durante o período eleitoral

 Art, 234, § 2º, do CPC: três dias para advogado devolver autos. Juiz pode determinar
imediata busca e apreensão.
INTIMAÇÃO

Feitos que não versarem sobre cassação de registro ou diploma, as intimações poderão
ocorrer por edital na Internet (mural eletrônico). A contagem inicia-se no dia seguinte ao da
divulgação.

 MPE tem direito à intimação pessoal (EXCEÇÃO – AIRC E REPRESENTAÇÕES


PUBLICADAS EM CARTÓRIO – 23, 30A, 41A, 73, 74, 75, 77)
PETIÇÃO INICIAL
Não há ônus sucumbenciais, logo não demanda valor da causa.

Indeferimento da PI desafia o Recurso Inominado (258, CE) ou Agravo Interno (1021, CPC)

A legitimidade ativa é ampla.


Com exceção da Representação por doação acima do limite: SÓ MP.
Partidos coligados perdem legitimidade ativa isolada:

O art. 6º, § 4º, da L9504 fala até o pleito



O TSE , em 2007, falou até diplomação

O TSE, em 2009, falou até o pleito

LCSG fala que abrange todo processo eleitoral (diplomação), de modo que
neste período o partido só tem legitimidade para impugnar coligação
O procedimento sumaríssimo não é aplicado (caiu em desuso porque não tem sanção), sendo
utilizada a AIJE.

QUADRO COMPARATIVO
Ação
FUNDAMENTO
AIRC+ RCED+++ AIJE++ AIME++++
LEGAL 3º LC 64/90 262 CE 22 LC 64/90 14 § 10 CF
OBJETIVO Indeferimento do registro da CASSAÇÃO Tutela da normalidade e legitimidade Tutela a normalidade e legitimidade
candidatura. É uma ação (procedência), não um recurso das eleições (art. 14, § 9º, da CF). da eleição bem como o interesse
CASSAÇÃO (provimento), porque a diplomação é um ato Para procedência, é necessária a prova público da lisura eleitoral.
administrativo. da gravidade das circunstâncias do ato Para procedência, é necessária a
abusivo (art. 22, XVI, LC 64) prova da gravidade das
CASSAÇÃO circunstâncias do ato abusivo (art.
ÚNICA CAPAZ DE GERAR 22, XVI, LC 64)
DIRETAMENTE, como objeto da CASSAÇÃO
condenação, A INELEGIBILIDADE

CABIMENTO 1. Ausência de condição de 1. Inelegibilidade superveniente ABERTURA: Provas de abuso do poder


elegibilidade (CF – art. 14, § 3º) Se infraconstitucional deve ter surgido até Abuso de poder econômico. econômico, corrupção ou fraude
e não ser analfabeto (art. 14, § o pleito (S 47 TSE) Abuso de poder político. durante o processo eleitoral.
4º) 2. Inelegibilidade de natureza constitucional Utilização indevida de veículos ou
2. Incidência de hipótese de (sempre na CF e não Preclui) meios de comunicação social. TSE: o conceito de fraude é ABERTO
inelegibilidade – CF (Art. 14) e LC 3. Falta de condição de elegibilidade  Esta ANTES OU DEPOIS DO PROCESSO e pode englobar todas as situações
64/90 (1º) pode impedir de ofício a diplomação ELEITORAL em que anormalidade das eleições e
3. Não preenchimento das oAbertura permite incluir: violação ao a legitimidade do mandato eletivo
condições de registrabilidade percentual de candidaturas femininas e são afetadas por ações fraudulentas,
abuso do poder religioso inclusive nos casos de fraude à lei.
oNão precisa atribuir ao candidato a conduta
 NÃO é possível apurar a ilegal (responsabilidade, participação,
TSE: cabível AIME se o abuso de
ocorrência de abuso em AIRC anuência, CONHECIMENTO), basta que poder político consistir em conduta
seja beneficiado e que se demonstre a configuradora de abuso de poder
PRECLUSÃO: Matéria gravidade da conduta! O benefício é econômico e corrupção (sentido
infraconstitucional. Constitucional aferido objetivamente/presumidamente. coloquial, e não penal)
pode ser atacada por RCED. oAbertura permite incluir: violação ao
percentual de candidaturas femininas e
NÃO ABRANGE CONDIÇÕES DE abuso do poder religioso
ELEGIBILIDADE NEM
INELEGIBILIDADE, QUE SÃO
CAUSAS DA AIRC ou RCED NÃO ABRANGE CONDIÇÕES DE
ELEGIBILIDADE NEM
INELEGIBILIDADE, QUE SÃO
CAUSAS DA AIRC ou RCED
COMPETÊNCIA Art. 2º, PU, LC 64/90 Nas eleições municipais, é interposto perante Circunscrição. Distribuída ao Circunscrição
Circunscrição. o Juiz Eleitoral e julgado pelo TRE. CORREGEDOR (não é de livre
É apresentado a quem diplomou. distribuição nos tribunais).
TRE: Municipais
TSE: Estaduais e Presidente.
PRAZO Art. 3º, LC 64/90 Res. 23.456/15 TSE TSE. Até 15 dias após a diplomação.
5 dias da Publicação do edital/lista Do registro.
de registrados. 3 dias da diplomação. Até a diplomação. Decadencial, mas, com há
Os fatos podem ter ocorrido antes do prorrogação para o primeiro dia útil
 NÃO há intimação pessoal do  Decadencial, mas, com a superveniência início do processo eleitoral. seguinte se o termo final cair em
MP – ÚNICA!! de recesso forense, o TSE admite feriado ou dia sem expediente
 Impugnação por partido etc prorrogação de seu termo final para o dia normal (TSE)
não impede do MP (§ 1º) subsequente.
SANÇÃO CASSAÇÃO CASSAÇÃO CASSAÇÃO + INELEGIBILIDADE CASSAÇÃO
NÃO há multa NÃO há multa NÃO há multa NÃO há multa
A inelegibilidade é pessoal.
A cassação alcança vice.

RITO Art. 3º ao 16 da LC 64/90 =AIRC (AIME) Rito Sumário – há produção de provas. =AIRC (RCED)
ORDINÁRIO Razões do autor e contrarrazões do legitimado Rito Ordinário da LC 64 (art. 3º ao
Não há litispendência com AIME e passivo, após, remetidos a Superior Instância NÃO HÁ LITISPENDÊNCIA ENTRE 16), e não do CPC, subsidiário.
AIJE. para julgamento. AIME, AIJE E RCED (TSE) –mas reúne SEGREDO DE JUSTIÇA
Autor especifica provas.
Até 6 testemunhas. NÃO HÁ LITISPENDÊNCIA ENTRE AIME, AIJE E Rito do art. 22. NÃO HÁ LITISPENDÊNCIA ENTRE
Contestação em 7 dias. RCED (TSE) –mas reúne Contestação em 5 dias. AIME, AIJE E RCED (TSE) –mas reúne
Corregedor designa provas.
Prazo comum para alegações finais.
Não há livre distribuição, mas
direcionamento ao CORREGEDOR
eleitoral.
Todavia, quando o rito é adotado na
captação ilícita de sufrágio ou gastos,
há livre distribuição.

LEG. ATIVA Art. 3º, caput, da LC nº Os candidatos, partidos políticos, coligações Candidato, partido político, coligação Ministério Público Eleitoral, os
64/90 partidárias e o Ministério Público Eleitoral. partidária ou ao Ministério Público partidos políticos, as coligações
Ministério Público, dos partidos  NÃO: ELEITOR Eleitoral. partidárias e os candidatos (eleitos
políticos ou coligações e dos  NÃO: ELEITOR ou não).
candidatos.  NÃO: ELEITOR
 NÃO: ELEITOR

LITIS.  NÃO há litis passivo necessário  HÁ litis necessário e unitário com o vice  HÁ LITIS PASSIVO NECESSÁRIO COM Candidato diplomado, ainda que
PASSIVO. entre majoritário e vice. Pode na eleição majoritária. AGENTE PÚBLICO ENVOLVIDO NO suplente.
assistência simples Exceção à S  NÃO há litis passivo necessário entre ABUSO DE PODER POLÍTICO. NÃO  HÁ litis necessário com o vice na
38 TSE. candidato proporcional e partido. Pode deve chamar mero subordinado, eleição majoritária.
 NÃO há litis passivo necessário assistência simples pois só causa tulmuto. NÃO há litis passivo necessário
entre candidato proporcional e entre candidato proporcional e
partido. Pode assistência Não cabe contra Pessoa Jurídica, partido. Pode assistência simples
simples. pois não há sanção aplicável (TSE),
chamam-se os responsáveis. NÃO chama o terceiro envolvido, pois só
 HÁ litis necessário com o vice na há sanção de cassação.
eleição majoritária e SUPLENTE na
proporcional. SE HOUVER PEDIDO
DE CASSAÇÃO.
 NÃO há litis passivo necessário
entre candidato proporcional e
partido. Pode assistência simples
 TERCEIRO NÃO é litis necessário no
abuso de poder econômico. Mas é
no abuso de poder político.
CAPACIDADE DESNECESSIDADE. ADVOGADO
POSTULATÓ Advogado somente na fase
RIA recursal.
RECURSO Art. 258 do CE. Art. 258 do CE. Art. 258 do CE.
3 dias. 3 dias. 3 dias.
Enquanto sub judice (até decisão Efeito suspensivo automático do A decisão proferida na ação de
sem trânsito do TSE), candidato recurso contra sentença (art. 257, § 2º, impugnação de mandato eletivo tem
pode efetuar todos atos de CE). eficácia imediata a partir da
campanha (art. 216 do CE). publicação do respectivo acórdão
lavrado em grau de recurso
ordinário, não se lhe aplicando a
regra do art. 216 do Código Eleitoral
(art. 173, § 2º, da Res.-TSE nº
23.456/2015).
OBS.: Juiz pode indeferir registro de Enquanto o TSE não decidir o recurso A procedência da AIJE importa na
ofício. interposto contra a expedição do diploma, INELEGIBILIDADE do representado e
poderá o diplomado exercer o mandato em de quantos hajam contribuído, 8
Conforme a Súm.-TSE nº 11, “no toda a sua plenitude (art. 216 do Código (oito) anos subsequentes à eleição em
processo de registro de candidatos, Eleitoral). que se verificou o abuso (Súm.-TSE nº
o partido que não o impugnou não 19), além da cassação do registro ou
tem legitimidade para recorrer da diploma do candidato beneficiado.
sentença que o deferiu, salvo se se Ac.-TSE, de
cuidar de matéria constitucional”; o Se julgada após as eleições, a AIJE deve
teor da Súmula nº 11 do TSE não é
aplicável ao Ministério Público
21.2.2019, no AgR- ser enviada ao MP para propositura de
RCED ou AIME.
Eleitoral (STF).
AI nº 70447: “A Lei veda, mas segundo TSE, MP
As condições de elegibilidade e as
causas de inelegibilidade devem ser condenação tem o dever de usar todos seus
instrumentos, de modo que pode
aferidas no momento da
formalização do pedido de registro
de candidatura, ressalvadas as
criminal transitada usar o PPE – procedimento
administrativo eleitoral e o
alterações, fáticas ou jurídicas,
supervenientes ao registro que
em julgado após o Inquérito Civil, com a condição
de não ser utilizado
afastem a inelegibilidade.
pleito e antes da exclusivamente
eleitorais
para
(exportação
fins
de
Os prazos são peremptórios e
contínuos e correm em secretaria diplomação pode informação colhida, inclusive de
inquérito policial, como elemento
ou cartório e, a partir da data do
encerramento do prazo para
registro de candidatos (15.8.2016)
embasar recurso de informação – pois sem
contraditório).
até a 16 e
dezembro de 2016, não se contra expedição de
suspendem aos sábados, domingos
e feriados. diploma [...]”.

Representações: É toda denúncia de irregularidade que chega ao conhecimento da Justiça Eleitoral. As mais comuns são as representações por propaganda eleitoral irregular
previstas pela Lei 9.504/97. JJ: AÇÃO E REPRESENTAÇÃO É A MESMA COISA.

Captação ilícita de 41-A LE SOMENTE CANDIDADOS


sufrágio Vantagem, eleitor, finalidade de voto e período eleitoral (registro à eleição). Tutela a vontade do eleitor (TSE: e não o resultado da eleição).
 Desnecessário pedido explícito
 Desnecessária potencialidade lesiva
 Sanções também se aplicam para quem usar de violência com tal fim.
Competência: circunscrição.
Prazo: até a diplomação.
Procedimento: 22 LC 64/90 – AIJE - MAS com distribuição livre nos tribunais
Legitimidade ativa: MPE, partidos/coligações e candidatos. Eleitor NÃO.
Legitimidade passiva: Apenas o candidato (ELEITOR NÃO é LITIS NECESS!). VICE é litis necessário. Partido assistente simples.
Sanções: multa + cassação.
 >>>INELEGIBILIDADE INDIRETA<<<
Recurso: 3 dias (41-A, § 4º, LE) – há efeito suspensivo automático do recurso contra sentença.
Condutas vedadas aos 73, 74, 75, Tutela a igualdade de oportunidades entre candidatos.
agentes públicos em 77 LE Hipóteses taxativas:
campanhas eleitorais 73: ceder bens; usar materiais ou serviços; ceder servidor a qualquer tempo; uso promocional de bens e serviços de caráter social (no ano
eleitoral, só calamidade/orçamento e sem entidade nominalmente vinculada a candidato); mexer com servidor (nomear, demitir, exonerar)
nos três meses antes do pleito até posse. Transferência voluntária de recurso público, publicidade institucional (salvo produtos/serviços
com concorrência) e pronunciamento em cadeia nos três meses antes do pleito; no primeiro semestre do ano de eleição, publicidade de
órgãos públicos; reajuste de salário da convenção até a posse.  CASSAÇÃO + MULTA + SUSPENSÃO DA CONDUTA + EXCLUSÃO DOS
PARTIDOS DO FUNDO PARTID (PROPORCIONALIDADE).
74: publicidade com o nome (CF, 37, § 1)  CASSAÇÃO (POTENCIALIDADE LESIVA)
75: Três meses antes do pleito: shows nas inaugurações.  CASSAÇÃO (POTENCIALIDADE LESIVA)
77: Três meses antes do pleito: comparecer a inaugurações de obras.  CASSAÇÃO (POTENCIALIDADE LESIVA)
 >>>INELEGIBILIDADE INDIRETA<<<

Prazo: até a diplomação.


Procedimento: 22 LC 64/90 - AIJE
Leg. Ativa: MP, PP-COL, candidatos. Eleitor NÃO.
Leg. Passiva: agentes públicos + PP-COL-CAND beneficiado (TSE: LITIS NECESSÁRIO). VICE é litis necessário. Partido assistente simples.
 TSE: “não requerida a citação de litisconsorte passivo necessário até a data da diplomação - data final para a propositura de
representação por conduta vedada -, deve o processo ser julgado extinto, em virtude da decadência”

Recurso: 3 dias (73, § 13, LE) - há efeito suspensivo automático do recurso contra sentença.
Captação e gastos ilícitos 30-A Captação e gastos ilícitos com finalidade eleitoral (basta não seguir as regras). Tutela a normalidade das eleições.
de recursos eleitorais LE TSE: “é necessária prova da proporcionalidade (relevância jurídica) do ilícito praticado pelo candidato, e não da potencialidade do dano
[...] A sanção – negativa do diploma ou cassação – deve ser proporcional à gravidade da conduta e à lesão perpetrada ao bem jurídico
tutelado”.
 Tem autonomia em relação à decisão sobre prestação de contas, que serve apenas à colheita provas (não precisa aguardar
julgamento das contas)
Prazo: 15 dias da diplomação
Procedimento: 22 LC 64/90 – AIJE  permite produção de prova MAS com distribuição livre nos tribunais
Leg. Ativa: MP, PP-COL. Eleitor e CANDIDATOS NÃO.
Leg. Passiva: Candidato, inclusive o suplente. VICE é litis necessário. Partido assistente simples.
Sanção: cassação.  SOMENTE, então não precisa incluir terceiros e não pode ser proposta contra não-eleitos/ perde interesse com o fim
do mandato.
 >>>INELEGIBILIDADE INDIRETA<<<
Recurso: 3 dias do DOU (30-A) - há efeito suspensivo automático do recurso contra sentença.
Propaganda eleitoral Representação por propaganda eleitoral antecipada (realizada antes do prazo legal), em bens privados acima do limite de 0,5m², em bens
irregular públicos que não se enquadre nas exceções legais, através de outdoors, showmícios, etc.

Prazo: até as eleições, sob falta de interesse de agir.


 Subtração do tempo de horário gratuito: 48 horas da veiculação, com o fito de evitar o armazenamento tático
Procedimento: 96 LE.  rapidex (defesa em 48h e o resto tudo em 24h, salvo acordao em 48h) prova pronta
Sanção: em regra, pecuniária. Se o caso, determinação para retirada.

Pesquisa eleitoral 33 § 3 Não observância dos requisitos para registro e divulgação.


irregular LE
+ Prazo: até as eleições, sob falta de interesse de agir.
15 Procedimento: 96 LE.  rapidex (defesa em 48h e o resto tudo em 24h, salvo acordao em 48h) prova pronta
Res. Sanção: multa para quem de qualquer modo divulgar.
23.453/2015  Pesquisa fraudulenta: crime (art. 33, § 4º, LE)
Doação acima do limite Em caso de doação de pessoa física, acima do limite de 10% (dez por cento) do rendimento bruto auferido no ano anterior da eleição (Lei
legal nº 9.504/97, art. 23, § 1º, I), excluídas desse limite as doações estimáveis em dinheiro relativas à utilização de bens móveis ou imóveis de
propriedade do doador, desde que o valor da doação não ultrapasse R$ 80.000,00 (Lei nº 9.504/97, art. 23, § 7º).

Prazo: até o final do exercício financeiro do ano seguinte ao da eleição em que ocorreu a doação em excesso.
Leg. ATIVA: SÓ MP
Leg. Passiva: doador.
Procedimento: 22 LC 64/90 - AIJE
Sanção: multa.
Competência: juízo a que se vincula o doador.

Direito de resposta 58 Incidência: a partir da escolha de candidato em convenção.


LE Cabimento: candidato, partido ou coligação atingidos, ainda que de forma indireta, por conceito, imagem ou afirmação caluniosa,
difamatória, injuriosa ou sabidamente inverídica, difundidos por qualquer veículo de comunicação social.
Procedimento: 58, § 3º, LE. Peculiar ao meio divulgado.
Prazo: contado da veiculação da ofensa:
• 24 horas, quando se tratar de horário eleitoral gratuito;
• 48 horas, quando se tratar de programação normal nas emissoras de rádio e televisão;
• 72 horas, quando se tratar da imprensa escrita;
• a qualquer tempo, quando se tratar de conteúdo que esteja sendo divulgado na internet, ou em 72 horas, após sua retirada.

Impugnações em geral
Contestação de atos administrativos ou judiciais praticados por autoridades durante o processo eleitoral.
(Impugnação do pedido de 2ª via de título em 5 dias; Impugnação do pedido de transferência de domicílio eleitoral – 10 dias; impugnação por violação de urna – antes de sua abertura )

JUIZ NÃO JULGA PERDA DE MANDATO.


RES. 22.610/07:
TSE JULG APERDA DE MANDATO FEDERAL, NOS DEMAIS CASOS, TRE.

AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL POR ABUSO DE


PODER
*AIJE*
Art. 22
Vai de AIJE? Adotam o rito da AIJE:
1. 30-A Ação por captação ou gasto ilícito de recursos para fins
eleitorais (15 DIAS após diplomação)
2. 41-A - Ação por captação ilícita de sufrágio (até diplo = AIJE)
3. 73 ss - Ação por conduta vedada (até diplo = AIJE)
Ação e representação é a mesma coisa.
Reclamação é administrativa, é a notícia de irregularidade da JE (correcional).
Reclamação também pode ser o Recurso Constitucional de preservação da competência.

Fundamento constitucional da AIJE:


CF, 14, § 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua
cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para o exercício do
mandato, considerada a vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das
eleições contra a influência do poder econômico e ou do abuso do exercício de função,
cargo ou emprego na administração direta ou indireta.
Fundamento legal da AIJE:
Art. 22 LC 64: Qualquer PP, COL, C ou MPE poderá representar À JE, diretamente ao
corregedor-geral ou regional, relatando fatos e indicando provas, indícios e circunstâncias e
pedir a abertura de investigação judicial para apurar o uso indevido, desvio ou abuso do
poder econômico ou do poder de autoridade, ou utilização indevida de veículos ou meios
de comunicação social, em benefício de C ou PP, obedecido o seguinte rito:
I - o Corregedor, que terá as mesmas atribuições do Relator em processos judiciais, ao
despachar a inicial, adotará as seguintes providências:

a) ordenará que se notifique o representado do conteúdo da petição, entregando-se-lhe


a segunda via apresentada pelo representante com as cópias dos documentos, a fim de que,
no prazo de 5 (cinco) dias, ofereça ampla defesa, juntada de documentos e rol de
testemunhas, se cabível;

b) determinará que se suspenda o ato que deu motivo à representação, quando for
relevante o fundamento e do ato impugnado puder resultar a ineficiência da medida, caso
seja julgada procedente;

c) indeferirá desde logo a inicial, quando não for caso de representação ou lhe faltar
algum requisito desta lei complementar;

Exceção à irrecorribilidade das decisões interlocutórias


II - no caso do Corregedor indeferir a reclamação ou representação, ou retardar-lhe a
solução, poderá o interessado renová-la perante o Tribunal, que resolverá dentro de 24
(vinte e quatro) horas;

III - o interessado, quando for atendido ou ocorrer demora, poderá levar o fato ao
conhecimento do Tribunal Superior Eleitoral, a fim de que sejam tomadas as providências
necessárias;

IV - feita a notificação, a Secretaria do Tribunal juntará aos autos cópia autêntica do


ofício endereçado ao representado, bem como a prova da entrega ou da sua recusa em
aceitá-la ou dar recibo;

V - findo o prazo da notificação, com ou sem defesa, abrir-se-á prazo de 5 (cinco) dias
para inquirição, em uma só assentada, de testemunhas arroladas pelo representante e pelo
representado, até o máximo de 6 (seis) para cada um, as quais comparecerão
independentemente de intimação;

VI - nos 3 (três) dias subseqüentes, o Corregedor procederá a todas as diligências que


determinar, ex officio ou a requerimento das partes;

VII - no prazo da alínea anterior, o Corregedor poderá ouvir terceiros, referidos pelas
partes, ou testemunhas, como conhecedores dos fatos e circunstâncias que possam influir
na decisão do feito;

VIII - quando qualquer documento necessário à formação da prova se achar em poder


de terceiro, inclusive estabelecimento de crédito, oficial ou privado, o Corregedor poderá,
ainda, no mesmo prazo, ordenar o respectivo depósito ou requisitar cópias;

IX - se o terceiro, sem justa causa, não exibir o documento, ou não comparecer a juízo, o
Juiz poderá expedir contra ele mandado de prisão e instaurar processo s por crime de
desobediência;

X - encerrado o prazo da dilação probatória, as partes, inclusive o Ministério Público,


poderão apresentar alegações no prazo comum de 2 (dois) dias;

XI - terminado o prazo para alegações, os autos serão conclusos ao Corregedor, no dia


imediato, para apresentação de relatório conclusivo sobre o que houver sido apurado;

XII - o relatório do Corregedor, que será assentado em 3 (três) dias, e os autos da


representação serão encaminhados ao Tribunal competente, no dia imediato, com pedido
de inclusão incontinenti do feito em pauta, para julgamento na primeira sessão
subseqüente;

XIII - no Tribunal, o Procurador-Geral ou Regional Eleitoral terá vista dos autos por 48
(quarenta e oito) horas, para se pronunciar sobre as imputações e conclusões do Relatório;

XIV – julgada procedente a representação, ainda que após a proclamação dos eleitos,
o Tribunal declarará a INELEGIBILIDADE do representado e de quantos hajam contribuído
para a prática do ato, cominando-lhes sanção de inelegibilidade para as eleições a se
realizarem nos 8 (oito) anos subsequentes à eleição em que se verificou, além da CASSAÇÃO
do registro ou diploma do candidato diretamente beneficiado pela interferência do poder
econômico ou pelo desvio ou abuso do poder de autoridade ou dos meios de comunicação,
determinando a remessa dos autos ao Ministério Público Eleitoral, para instauração de
processo disciplinar, se for o caso, e de ação penal, ordenando quaisquer outras
providências que a espécie comportar; (Redação dada pela Lei Complementar nº 135, de
2010)

XVI – para a configuração do ato abusivo, NÃO SERÁ CONSIDERADA A


POTENCIALIDADE DE O FATO ALTERAR O RESULTADO DA ELEIÇÃO, mas apenas a
GRAVIDADE DAS CIRCUNSTÂNCIAS QUE O CARACTERIZAM. (Incluído pela Lei
Complementar nº 135, de 2010)

Parágrafo único. O recurso contra a diplomação, interposto pelo representante, não


impede a atuação do Ministério Público no mesmo sentido.
Aspectos da AIJE:
 é a única capaz de gerar, diretamente como objeto da condenação, a
INELEGIBILIDADE:
o Não precisa atribuir ao candidato a conduta ilegal (responsabilidade, participação,
anuência, CONHECIMENTO), basta que seja beneficiado e que se demonstre a
gravidade da conduta! O benefício é aferido objetivamente/presumidamente.
“O candidato que assiste passivamente ao desenrolar de fatos nocivos ao processo
eleitoral – mas que são benéficos a sua campanha – com eles se torna conivente”
 Tem a parada do Corregedor. É porque a ideia era ser meio de
ofício-inquisitiva-poder de polícia. Mas não vingou. Só sobrou a
distribuição direta pra ele (e não livre)

O que é abuso?
o Econômico, político e dos meios de comunicação.
 Igrejas e líderes partidários podem ser incluídos no poder político:
(autoridades) ou econômico (recursos financeiros de fonte vedada)
o Não precisa ter potencial de alterar eleições (aritmético), mas ser grave/provável
o A abertura permite incluir situações novas, como o lançamento de candidaturas
femininas e o abuso do poder religioso  TSE CABE AIJE
o Fatos podem ter ocorrido antes ou depois do início do processo eleitoral (o que
não cabe é o ajuizamento antes)
 Intersecção dos abusos: Prefeito que ameaça tirar programa social.
 Existem representações autônomas para alguns casos (agentes públicos,
na L 9504; captação ilícita de sufrágio, CE) sendo a representação por
abuso do poder político e econômico SUBSIDIÁRIA às condutas vedadas,
capaz de compreender um conjunto de atos (reiteração) que,
individualmente, podem consistir em irregularidades diversas.
 TSE: distribuição de jornal gratuito; uso do horário eleitoral de outra agremiação;
assistencialismo.

Objeto da AIJE:
Procedência: inelegibilidade (única ação que produz diretamente) + cassação.
 Inelegibilidade: PESSOAL – depende de atuação pessoal, podendo ou não abarcar
vice. (pressupõe anuência ou concorrência do candidato - subjetiva)
o Não atinge o pleito em que ocorreu.

 Cassação: Alcança candidato e vice, ainda que apenas beneficiados pela conduta de
terceiros. (protege-se a lisura e normalidade do pleito - objetiva)

PEDIDO NA AIJE:
a) ANTES DO PLEITO:
a. Inelegibilidade para as eleições nos oito anos subsequentes contado do dia do
1º turno até o dia de igual nº  se ISOLADAMENTE IMPOSTA, não impede
mandato
b. Cassação do registro
c. Remessa ao MP para eventuais providências no campo disciplinar, de
improbidade administrativa ou criminal
b) DEPOIS DO PLEITO
a. Inelegibilidade
b. Cassação do diploma e do mandato
c. Invalidação da votação
i. Nas majoritárias, realização de novo certame
d. Remessa ao MP para eventuais providências no campo disciplinar, de
improbidade administrativa ou criminal

Efeitos da sentença (que é constitutiva, positiva-inelegibilidade ou negativa-cassação):


dependem do duplo grau, salvo no TSE (recurso inominado e recurso ordinário possuem efeito
suspensivo), mas não do trânsito em julgado.
Art. 23. O Tribunal formará sua convicção pela livre apreciação dos fatos públicos e
notórios, dos indícios e presunções e prova produzida, atentando para circunstâncias ou
fatos, ainda que não indicados ou alegados pelas partes, mas que preservem o interesse
público de lisura eleitoral.
o ADI 1082: Alargamento da cognição judicial é Constitucional
o LCSG: dá-se uma interpretação conforme – juiz dará efeitos jurídicos aos novos
fatos surgidos ao longo do processo, desde que relacionados-pertinentes ao
pedido (não pode converter uma ação de abuso de poder econômico em
comunicação social). Segundo o autor, a abertura é estritamente probatória.

PROCEDIMENTO DA AIJE:
É uma ação judicial normal. O nome de investigação é porque permite a produção de provas
(esse rito é usualmente indicado para outras ações eleitorais).
AIJE AIRC
Sumário. Ordinário.
Aplicado à maioria das ações eleitorais típicas. Pode visar a declaração de inelegibilidade.
Visa a constituição da inelegibilidade. Prazo de 5 dias após publicação do registro
Prazo mais amplo
Litispendência
 SIM! AIJE – AIME
 NÃO! AIJE – RCED (Diversa causa de
pedir)

Competência: Juízo da circunscrição, distribuída perante o Corregedor (não é de livre


distribuição nos tribunais), que poderá adotar cautelar.
 Não há foro por prerrogativa de função para quem já exerce cargo (salvo matéria
criminal)

Prazo inicial da AIJE: registro (fatos anteriores podem nela ser indicados)
Prazo final da AIJE: diplomação

Legitimados ativos: MPE, P, COL e C (sem pertinência temática, mas respeita hierarquia de
circunscrição).
Cidadão pode dar notícia de fato ao MP, Juiz ou Corregedor Eleitoral.
Partido integrante de coligação não tem legitimidade sozinho.
Demanda advogado.
Legitimados passivos: candidato beneficiado e agentes do abuso (facultativo no abuso de
poder econômico e NECESSÁRIO NO ABUSO DE PODER POLÍTICO – TSE 2016 ambos SIMPLES
– mudou pesquisar, acho que agora é facultativo em ambos!!!!!!!). Só pode sanar vício de não
inclusão no prazo da AIJE (até a diplomação).
o NÃO: PJ. Seus responsáveis é quem são chamados.
o NÃO: Partido-Coligação, pois não é alcançado pelo punição (assim como PJ).
 Pode ingressar como assistente simples (TSE: não pode arrolar
testemunha)
o CHAPAS MAJORITÁRIAS: VICE É LITIS PASSIVO NECESSÁRIO UNITÁRIO (S 38
TSE), claro, se houver pedido de cassação (se só versar sobre inelegibilidade e
multa é personalíssima)
 Inicial deve ser distribuída corretamente. Se o juiz mandar emendar, o
decurso do prazo corre em desfavor do autor, que deve respeitar o
prazo decadencial como se fosse nova P.I. Isso não significa exigir a
citação dentro do prazo, mas a emenda (S 106 STJ).

Tutela provisória na AIJE: somente para cassação do diploma, por colegiado e com provas
robustas, com fundamento no direito difuso, pois não há risco de irreversibilidade uma vez que
pode receber posteriormente o diploma; e para tutela inibitória do abuso.
 Incabível tutela de evidência, pois os objetos da AIJE demandam devido processo legal.

Citação: ausência gera nulidade se houver prejuízo (pas de nullité sans grief)

Informações colhidas em procedimentos instaurados pelo MP: Inquérito Civil e Procedimento


Administrativo. Mas o art. 105-A da LE: “Em matéria eleitoral, não são aplicáveis os
procedimentos previstos na Lei da ACP” (TSE: “Houve evidente abuso do exercício do poder de
legislar ao se afastar, em matéria eleitoral, os procedimentos da Lei ACP, sob justificativa de
que estes poderiam a vir prejudicar a campanha eleitoral e a atuação política de candidatos”) ,
que trata do IC. Embora afirme a constitucionalidade do dispositivo, a jurisprudência o lê à luz
do art. 127 CF: MP tem o dever de usar todos seus instrumentos, de modo que pode usar o
PPE – procedimento administrativo eleitoral e o Inquérito Civil, com a condição de não ser
utilizado exclusivamente para fins eleitorais (exportação de informação colhida, inclusive de
inquérito policial, como elemento de informação – pois sem contraditório).

Sigilo:
a) Gravação ambiental: por um dos interlocutores, sem ciência do outro – pacífica
jurisprudência do STJ e STJ, mas TSE só aceita quando em local público, acesso
público ou com autorização judicial 
b) Escuta ambiental: por terceiro, com ciência de um dos interlocutores
c) Interceptação ambiental: por terceiro, sem ciência de nenhum dos interlocutores –
clandestina
d) Sigilo bancário e fiscal: pode abrir na AIJE, desde que com autorização judicial
a. Art. 6º LC 105/2001 permite às autoridades fazendárias, sem autorização judicial, quando
houver PA ou P fiscal em curso, e o exame dos dados bancários for indispensável aos fins fiscais.
Mas o art. 198 do CTN veda a divulgação da informação, salvo por autorização judicial ou
autoridade administrativa com PA.
e) Prova indiciária: sim
f) Depoimento pessoal e confissão: não tem “relevo/validade no processo eleitoral”, porque as
matérias são de ordem pública e indisponíveis (art. 392 CPC)

Desistência na AIJE? Intima-se MP para prosseguimento (tal qual Ação Popular).

Prova: desde que requerida na inicial ou defesa.

Rito na AIJE:
4. Inicial: indica provas, inclusive oitiva de até 6 testemunhas por parte (3 p/ mesmo fato).
a. Existe um recurso INOMINADO contra o
indeferimento liminar ou Mora do Corregedor, no
prazo de 3 dias (comum, não previsto), para que o
Tribunal decida em 24 h (art. 22, II)
5. Defesa: 5 dias, indica provas e rol, sob pena de preclusão.
a. Não há efeitos da revelia
b. Cabe reconvenção antes da diplomação.
c. Prazo da arguição de suspensão será sempre igual o da defesa (5
dias na AIJE; 7 na AIRC; 1 dia na representação por direito de
resposta; 2 nas representações da L9504 – propaganda – contado
a partir do conhecimento) e não há prazo para impedimento.
6. Cabe providência cautelar do Corregedor para suspender ato
7. Audiência única: 6 testemunhas independentemente de intimação (INCLUSIVE
DO MP, em contrariedade ao CPC) – Não há saneamento
8. Diligências: decididas em 3 dias.
9. Alegações finais: 2 dias.
10. Parecer do MP: 2 horas.  sempre depois as AF
11. Decisão (quórum completo do Tribunal)
12. Recursos:
Após alegações finais:
Municipais Estaduais e Federais Presidente

Vista ao MP (2) Relatório do Corregedor (3) Relatório do Corregedor-Geral (3)


Sentença (3) Vista ao PRE (2 dias) Vista ao PGE (2)
↓ Pauta Pauta
Recurso Inominado ao TRE Julgamento pelo TRE Julgamento pelo TSE
(Corregedor) (3), interposto ao juiz que ↓ (Não cabe Embargos de Divergência porque
não faz juízo de admissibilidade não é divido em turmas)
Recurso Ordinário ao TSE (interposto
↓ ao Presidente do TRE, que não faz juízo ↓
Recurso Especial ao TSE (3), de admissibilidade) (3), pois em jogo Recurso Extraordinário ao STF (3)
interposto ao Presidente do TRE, que faz inelegibilidade, expedição ou anulação de (Presidente do TSE, que faz juízo de
juízo de admissibilidade, e cabível diploma ou perda de mandato eletivo nas admissibilidade e cabível AgRE)
AgRESP ao TSE eleições federais ou estaduais (S 36 TSE e art. ↓
121, § 4º, III e IV da CF
↓ Embargos de Divergência (quando a
↓ decisão do RE “divergir do julgamento de
Recurso Extraordinário ao STF (3)
Recurso Extraordinário ao STF (3) qualquer outro órgão” do tribunal)
(Presidente do TSE, que faz juízo de
(Presidente do TSE, que faz juízo de
admissibilidade e cabível AgRE)
admissibilidade e cabível AgRE)

No âmbito do Tribunal (TRE, TSE ou STF), após autuação e distribuição ao relator, há vista ao MP para parecer, e o
relator poderá:

a) Não conhecer ou recurso ou negar-lhe seguimento, se inadmissível, prejudicado ou não impugnado


especificamente os fundamentos da decisão recorrida, concedendo prazo para sanar vício  Agravo
Interno
b) Negar provimento ao recurso contrário à súmula do próprio TRE, TSE, STF e STJ  Agravo Interno
c) Facultada contrarrazões, prover o pedido recurso se a decisão recorrida por contrária à súmula do
próprio TRE, TSE, STF e STJ  Agravo Interno
d) Intimar para manifestação sobre fato superveniente ou questão aferível de ofício
e) Apresentar o recurso para julgamento
Prazo de 3 dias para todos os recursos.

A regra geral é que os recursos eleitorais não tem efeito suspensivo (art. 257).
Ressalva: recurso ordinário contra decisão do juiz eleitoral ou por TRE que resulte em
cassação de registro, afastamento ou perda de mandato. (art. 257, § 2º)
Para outras suspensões, só com cautelar no juízo ad quem.

* Decisões interlocutórias são irrecorríveis (não precluem, mas JJ critica e fala de aplicar CPC),
mas cabe MS (Obs. S 22 TSE: Não cabe MS contra decisão judicial recorrível, salvo situações de teratologia ou
manifestamente ilegais + Lei do MS, que não cabe quando houver recurso com efeito suspensivo).

TRE: Recurso Especial (se presentes os requisitos do art. 121, § 4º, I e II) em 3 dias.
§ 4º - Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente caberá recurso quando:

I - forem proferidas contra disposição expressa desta Constituição ou de lei;


II - ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais tribunais
eleitorais; (...)

TRE: Recurso Ordinário ao TSE (pois pode cassar diploma) (art. 121, § 4º, III)
§ 4º - Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente caberá recurso quando:
III - versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas eleições federais
ou estaduais;
IV - anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos federais ou
estaduais;

S 36 TSE: Cabe recurso ordinário de acórdão de TRE que decida sobre inelegibilidade,
expedição ou anulação de diploma ou perda de mandato eletivo nas eleições federais
ou estaduais.

8C. CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO: REGRAS MATERIAIS E PROCESSUAIS.

REPRESENTAÇÃO POR CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO E


CORRUPÇÃO ELEITORAL
*RCIS*
Compra de votos = Corrupção eleitoral.
41-A

ANTES DO REGISTRO DE CANDIDATURA = APENAS CRIME


 NÃO ERA CANDIDATO
APÓS O REGISTRO ATÉ A ELEIÇÃO = CRIME + CAPTAÇÃO ILÍTICA DE SUFRÁGIO

Ilícito Cível – Ficha Limpa


Não exige litis passivo necessário
SOMENTE CANDIDATOS (APÓS O REGISTRO!!!) RESPONDEM!!!
Art. 41-A. Lei 9504.
Ressalvado o disposto no art. 26 e seus incisos, constitui captação de sufrágio, vedada por
esta lei, o candidato doar, oferecer, promoter, ou entregar, ao eleitor, com fim de obter-
lhe o voto, bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive emprego ou função
pública, desde o registro da candidatura até o dia da eleição, inclusive, sob pena de MULTA
e CASSAÇÃO do registro/diploma, observado o procedimento do 22, LC64.

§ 1º Para a caracterização da conduta ilícita, é desnecessário o pedido explícito de votos,


bastando a evidência do dolo, consistente no especial fim de agir.
§ 2º As sanções previstas no caput aplicam-se contra quem praticar atos de violência ou
grave ameaça a pessoa, com o fim de obter-lhe o voto.
§ 3º A representação contra as condutas vedadas no caput PODERÁ SER AJUIZADA ATÉ A
DATA DA DIPLOMAÇÃO.
§ 4º O prazo de recurso contra decisões será de 3 dias, a contar da publicação.
Crime de corrupção eleitoral
Crime formal: não exige entrega do voto
Não exige condutas convergentes necessárias (passivo,ativo)
PODE SER ANTES DO REGISTRO
Art. 299. CE.
Dar, oferecer, promoter, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva, ou
qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção,
ainda que a oferta não seja aceita. Reclusão de até 4 anos e multa.
Crime de violência
Art. 301. Usar de violência ou grave ameaça para coagir alguém a votar, ou não votar, em
determinado candidato ou partido, ainda que os fins visados não sejam conseguidos.
Reclusão de 4 anos e multa.
Bem jurídico tutelado: livre vontade do eleitor.
 Se der vantagem para outro fim, não enquadra ( como para colar adesivos, combustível e
camisetas para participar de carreata, comida em evento )
 Compra de apoio político de concorrente: não (é abuso de poder econômico)
 Deve ocorrer no curso do processo eleitoral (candidato é após o
registro; não pune o pré-candidato já escolhido em convenção –
LCSG critica)
 Não se exige potencialidade lesiva para influir nas eleições (compra
de um só voto é suficiente). Só precisa da prática + finalidade eleitoral
+ participação ou ciência do candidato.
 Não se exige ato diretamente praticado pelo candidato, pode ser
indireta com explícita anuência, que pode ser tácita, desde que
evidente (basta o conhecimento) – o mínimo de culpa (afinidade
política ou correligionária não bastam)
 NÃO PUNE ELEITOR
 Iniciativa do eleitor não é punida, salvo se candidato aceder
 Vantagem para conseguir abstenção também é punida

Promessa: diferença entre promessa lícita (genérica – “asfaltar as ruas”) e ilícita (item de
fruição pessoal, feita a pessoa identificável – “asfaltar sua calçada”). Dar: não tem essa
questão, não pode.
o A exigência de pessoas determinadas não é cada uma delas: não precisa
identificar eleitor

Procedimentos
Cível:
Rito: AIJE (≠ de distribuição livre nos Tribunais) e com quórum completo (pois pode acarretar
cassação – art. 28, § 4º do CE: todas)
 Objeto: cassação e multa.
o Inclui anulação dos votos
o Não inclui inelegibilidade (indireta, somente em caso de cassação – LCSG
critica, alegando bastar multa, sob pena de não ser inelegível o que não
conseguiu se eleger e não tem nada pra cassar)
LC 64. São inelegíveis pelo prazo de 8 anos a contar da eleição.

 Causa de pedir: liberdade do eleitor


Competência: circunscrição.
Prazo: do registro até diplomação

Legitimidade ativa: MPE, C, PP e COL.


Legitimidade passiva: SOMENTE CANDIDATO - não há litisconsórcio passivo necessário entre
candidato e eleitor.
 Candidato a Prefeito, Gov ou PR  VICE deve ser incluído

Tutela: só para cassação do diploma, nunca do registro.


Prova:
Art. 368-A. 2015.
A prova testemunhal singular, quando exclusiva, não será aceita nos processos que possam
levar à perda do mandato.

Desistência: intima MPE.

Recursos: contagem a partir da publicação no DOU (não em cartório)


 Na de Captação  juízes auxiliares
 Na AIJE  Corregedor
Penal:
Competência: sempre ao juiz eleitoral, exceto se houver foro por prerrogativa de função;
Prazo: até prescrição.
Legitimidade ativa: MPE (ação pública incondicionada).
 Cada voto comprado é um crime (concurso formal ou material).
Recurso:
 ED
 Recurso Inominado ao TRE: 10 dias
 Recurso especial do TSE: 3 dias.

Concomitância com a Representação por condutas vedadas: dar cesta básica é distribuir bem
(conduta vedada) e comprar voto (captação de sufrágio). Pode distribuir ambas, mas o mais
comum é usar a AIJE, quando o ato tem potencialidade de influir no resultado do pleito ou na
igualdade dos candidatos.
Concomitância com o abuso de poder econômico: Enseja AIJE ou AIME quando indicativos de
pujança econômica utilizada de modo reprovável (cuidado se não caracterizar isso).

8B. CONDUTAS VEDADAS AOS AGENTES PÚBLICOS NAS CAMPANHAS


ELEITORAIS: REGRAS MATERIAIS E PROCESSUAIS.

*AÇÃO POR CONDUTA VEDADA A AGENTES PÚBLICOS*


73 a 78 LE
É o abuso de poder político, sendo algumas situações acentuadas expressamente (números
clausus – taxativo) para agentes públicos, servidores ou não, que podem afetar a igualdade
de oportunidades entre candidatos.
 É desnecessária a demonstração de dano às eleições “aptidão ou potencialidade para
desequilibrar o pleito, feri-lo ou alterar seu resultado” (só a prática gera presunção
objetiva de desigualdade). Deve haver proporcionalidade: afetar igualdade + gravidade
que fira a normalidade do pleito.
 JJG fala em “tipicidade formal” e “tipicidade material” (lesiva à igualdade), ligada esta a
proporcionalidade
O prazo de vedação da conduta varia (3 meses, ano eleitoral), sendo que algumas não tem
prazo e o TSE já entendeu que é “nunca pode” e “só no período eleitoral”.

Improbidade Administrativa
A maioria gera responsabilização autônoma por improbidade administrativa (PRINCÍPIOS):
79 § 7º As condutas enumeradas no caput caracterizam, ainda, atos de improbidade administrativa, a
que se refere o art. 11, I, da LIA, e sujeitam-se às disposições daquele diploma legal, em especial as
comunicações do art. 12, III.
Art. 78. A aplicação das sanções cominadas no art. 73, §§ 4º e 5º, dar-se-á sem prejuízo de outras de
caráter constitucional, administrativo ou disciplinar fixadas pelas demais leis vigentes.

Agente público: definição geral e ampla


§ 1º Reputa-se agente público, para os efeitos deste artigo, quem exerce, ainda que transitoriamente
ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de
investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nos órgãos ou entidades da administração
pública direta, indireta, ou fundacional.

Ação por conduta vedada a agentes públicos


Ação autônoma.
RITO: Não se confunde com a AIJE, mas empresta seu rito (provas), com mesmo prazo.
§ 12. A representação contra a não observância do disposto neste artigo observará o rito do
art. 22 da Lei Complementar no 64, de 18 de maio de 1990, e poderá ser ajuizada até a
data da DIPLOMAÇÃO.
 Já se entendeu não ser essencial pedido (pode só narrar fato), mas deve indicar provas

Causa de pedir: abuso tipificado de poder.

Objeto/Sanção: cassação e imposição de multa, suspensão da conduta vedada,


indiretamente, inelegibilidade (se houver cassação).
 Havendo cassação, anulação dos votos.
 Só multa, não acarreta inelegibilidade

Litisconsórcio passivo: qualquer pessoa.


 Majoritário: litis necessário e unitário com o vice.
 TSE: Também há litisconsórcio passivo NECESSÁRIO SIMPLES entre agente público
que atua INDEPENDENTEMENTE e candidato beneficiado (se não constituir antes da
diplomação, gera DECADÊNCIA) (se agir como mandatário/sem independência –
“Servidores que se limitaram a cumprir determinações”, não precisa)
o JJG discorda veementemente por não haver previsão legal nem desaparecerem os
abusos, dizendo ser conveniente, mas não necessário).
 PODE incluir PARTIDO se quiser, que poderá sofrer sanção de MULTA e exclusão do FP.

Prazo: registro até diplomação.


Recurso: 3 dias contado da publicação no DO (não da publicação em secretaria ou cartório).

Conduta Vedada vs Abuso de Poder


Reiteração da conduta vedada pode caracterizar abuso de poder, dando causa à AIJE +
REPRESENTAÇÃO POR CONDUTA VEDADA. Quando há abuso de poder sem nenhuma das
condutas tipificadas ou praticadas fora do período previsto em lei, caberá AIJE.
 A AIJE protege a normalidade do feito. Portanto, a conduta deve atingir o bem jurídico
da igualdade de oportunidades + a normalidade do pleito para ensejá-la.

CÚMULO DE AÇÕES
Pode cumular vários pedidos das diversas ações na ELEIÇÃO MUNICIPAL (“mesmo juízo
competente”), porque nas presidenciais, federais e estaduais, há divisão de competência entre o
Corregedor Eleitoral (AIJE -22) e os juízes auxiliares (30-a, 41-a E 73 ss).

Reunião de ações conexas: havendo conexão, reunidos para decisão conjunta.

Flexibilidade do princípio da congruência, havendo fungibilidade entre pedidos e causas de pedir ao


critério do juiz (pra mais e pra menos), desde que seja competente.
 Na RPCVedada (JUÍZES AUXILIARES): apreciação objetiva do tipo, sem verificar
potencialidade lesiva. Presente a hipótese fática, há sanção proporcional
(proporcionalidade é para fixar grau da pena: cassação ou multa) ou seja, a gravidade
leva à cassação.
o Fato tipificado de menor gravidade  procedência, com sanção baixa
 Na AIJE (CORREGEDOR), verifica-se a gravidade do ato (proporcionalidade é condição
para procedência), pois a única pena é de cassação+inelegibilidade.
o Abuso não grave  improcedência
o OBS: Proporcionalidade não é potencialidade lesiva (quantitativa), mas
qualitativa da reprovação do ato.

TIPOS DE CONDUTAS VEDADAS

GERA: CASSAÇÃO + MULTA - 73


C+M: Qualquer tempo

Se refere expressamente a candidato, por isso o TSE falou que só ocorre a partir da Escolha
em Convenção. Mas JJG e LCSG, E O PRÓPRIO TSE, em outras vezes, já defenderam a aplicação
a qualquer tempo (“antes mesmo do pedido de registro”
Cessão ou uso de bens públicos:
sem prazo (Majoritária: qualquer tempo)
 Móveis e imóveis
 Não abrange serviços (abrangido no II)
 TSE: Não abrange bens de uso comum do povo, salvo a destinação e normalidade do
uso, e que a área seja franqueada a todos os candidatos
 Não abrange veículo oficial do Presida (após, deve haver ressarcimento de despesas a cargo
do partido, sua falta enseja representação pelo MPE na JE) e residência oficial do
Executivo (§ 2º 73)

 PRESIDENTE: VEÍCULO E RESIDENCIA  DEVE RESSARCIR GASTOS


COM VEÍCULO (ART. 76), SOB PELA DE DENÚNCIA AO MPE!
 GOV E PREF: SÓ RESIDENCIA
TSE: é:
 Aproveitar viagem solene pra ir em reunião do partido
 Xerox do município
 Vídeo institucional
 Desvirtuamento de festividade tradicional privada, patrocinada pela Prefeitura
 Carreata de ambulâncias
 Audiências públicas por vereadores para xingar então prefeito
 Pintar postes da cor do partido

PODE CEDER ESPAÇO PÚBLICO PARA CONVENÇÃO PARTIDÁRIA

Qualquer tempo:
Uso de materiais ou serviços públicos:
 Pode levar servidor de segurança, só não pode fazer campanha
 Pode contratar empresa que tenha contrato com o Poder Público

 A CASA LEGISLATIVA decide o que pode, pois nem sempre é


possível dissociar atividade política.
Interpretou-se como regular a realização de trabalhos gráficos
pela Câmara de Deputados, em ano eleitoral, “desde que
relativos à atividade parlamentar e com obediência às normas
estabelecidas em ato da Mesa, vedada sempre qualquer
mensagem que tenha conotação de propaganda eleitoral” (TSE –
Ac. nº 20.217, de 2-6-1998 – JURISTSE 13:55). A finalidade aí
consiste na divulgação do trabalho do parlamentar, ou, em
outros termos, a realização de prestação de contas das
atividades desenvolvidas.

Uso promocional de bens ou serviços SOCIAIS


DISTRIBUIÇÃO GRATUITA EM PROL DE CANDIDATO
TSE: prazo indeterminado, pois também atinge partidos
IV - fazer ou permitir uso promocional em favor de candidato, partido político ou coligação,
de distribuição gratuita de bens e serviços de CARÁTER SOCIAL custeados ou
subvencionados pelo Poder Público;

 Mera participação em campanha de utilidade pública: não


 TSE: se houver contrapartida do beneficiário, não (LCSG discorda)
 Oferecer cirurgia; vinculação de benefício social (redução da água) à imagem; uso de
programa social para fins de promoção

DISTRIBUIÇÃO MESMO SEM CARÁTER ELEITORAL:


§ 10. No ano em que se realizar eleição, fica proibida a distribuição gratuita de bens,
valores ou benefícios por parte DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, exceto nos casos de
calamidade pública, de estado de emergência ou de programas sociais autorizados em lei
e já em execução orçamentária no exercício anterior, casos em que o Ministério Público
poderá promover o acompanhamento de sua execução financeira e administrativa.
 Doação de manilhas; empréstimo de animais; programa social
mediante decreto.
 Não pode também por entidade mantida por candidato (TSE: se
for do Parente, Pode)
 Não abarca assinatura de convênios e repasse de recursos financeiros a entidades
privadas para realização de projetos de cultura, esporte e turismo  há
contraprestação, portanto, não é gratuita.

C+M: PERÍODO ELEITORAL (LCSG fala em qlqr período)


Cessão ou uso de servidor público para comitê de campanha eleitoral:

 Servidor pode ser eleitor moderado, só não em horário de serviço/repartição


(mesmo em horário e na repartição, pode usar adesivinho)
 Alcança comissionados
 Férias devem ser publicadas antes da participação, e não depois,
como “Justificativa marota”
 TSE: VEDAÇÃO EXCLUSIVA AO EXECUTIVO
Há entendimento jurisprudencial no sentido de que a vedação
em exame não se aplica à “presença moderada, discreta ou
acidental”, durante o horário de expediente normal, “de
Ministros de Estado [por extensão, também de secretários de
Estado ou de Município] em atos de campanha”, pois, embora
sejam agentes políticos, não são “sujeitos a regime inflexível de
horário de trabalho”
TRE paulista entendeu configurada a vedação do inciso III
relativamente à conduta de secretários municipais que
“exerciam, simultaneamente, a função de representantes da
coligação” por participarem de “reunião do plano de mídia das
eleições municipais de 2012 durante o horário de expediente”

C+M: Três meses antes do pleito até posse


Nomeação, admissão, transferência ou dispensa de servidor público:
V - nomear, contratar ou de qualquer forma admitir, demitir sem justa causa, suprimir ou
readaptar vantagens ou por outros meios dificultar ou impedir o exercício funcional e,
ainda, ex officio, remover, transferir ou exonerar servidor público, na circunscrição do
pleito, nos três meses que o antecedem e até a posse dos eleitos, sob pena de nulidade de
pleno direito, ressalvados:

a) a nomeação ou exoneração de cargos em comissão e designação ou dispensa de funções


de confiança;
 Nomeação desenfreada pode caracterizar ABUSO DE PODER (AIJE/AIME)

b) a nomeação para cargos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos Tribunais ou


Conselhos de Contas ??!!!!e dos órgãos da Presidência da República??!!!!;

c) a nomeação dos aprovados em concursos públicos HOMOLOGADOS ATÉ O INÍCIO


DAQUELE PRAZO;
 Pode autorizar concursos durante os três meses e, nos homologados, nomear

d) a nomeação ou contratação necessária à instalação ou ao funcionamento inadiável de


serviços públicos essenciais, com prévia e expressa autorização do Chefe do Poder
Executivo;
 TSE: Só em circunstâncias excepcionais. Alguns serviços são essenciais (saúde e
educação) mas não pode fazer nesse período.

e) a transferência ou remoção ex officio de militares, policiais civis e de agentes


penitenciários;

 TSE: MESMO EM CIRCUNSCRIÇÃO DIVERSA, demonstrada conexão com o processo


eleitoral
 Estagiário: controverso, com entendimento nos dois sentidos.
 Basta a mera interposição de dificuldades e impedimentos ao exercício funcional
 Pode demissão com justa causa

C+M: TRÊS MESES ATÉ O PLEITO


Transferência voluntária de recursos:
Lei de Responsabilidade Fiscal
Art. 25. Para efeito desta LC, entende-se por transferência voluntária a entrega de
recursos correntes ou de capital a outro ente da federação, a título de cooperação,
auxílio, ou assistência financeira, que NÃO DECORRA DE DETERMINAÇÃO
CONSTITUCIONAL OU OS DESTINADOS AO SUS.
 REPASSES TRIBUTÁRIOS CONSTITUCIONAIS: Não se obstaculizam transferências
regulares do FPE e FPM, ou destinador a cumprir obrigação formal preexistente para
execução de obra ou serviço em andamento (se não for por isso, a transferência,
ainda que resultante de convenio ou outra obrigação, é ilícita) ou atender situações
de emergência

 Não alcança transferência a PJ de direito privado (comunidades carentes)

A transferência ilícita é NULA.


“À União e aos estados é vedada a transferência voluntária de recursos até que
ocorram as eleições municipais, ainda que resultantes de convênio ou outra
obrigação preexistente, quando não se destinem à execução de obras ou serviços
JÁ INICIADOS FISICAMENTE [...]”

Pronunciamento em cadeia (suspensão de todas as programações) de rádio e televisão:

 Diferente de inserção (intercalações feitas na programação normal, sem


simultaneidade), mas essa também é proibida (é propaganda institucional)
 Circunscrição da disputa
 SALVO QUANDO A CRITÉRIO DA JUSTIÇA ELEITORAL FOR URGENTE (TEM QUE PEDIR
DEFERIMENTO)
Propaganda institucional em período eleitoral:
(veiculação neste período)
Aumenta a restrição da impessoalidade da publicidade institucional, para proibir a
VEICULAÇÃO NESTE PERÍODO, AINDA QUE IMPESSOAL. Se ofender também a
impessoalidade será a conduta do art. 74  abuso de autoridade.

 Salvo urgência, com autorização da Justiça Eleitoral


 Não inclui produtos e serviços que tenham concorrência no mercado
 Circunscrição da disputa
 Publicação no DOU, propaganda no Exterior, Solenidade com placa inaugural com o
nome do Prefeito – não
 Placas de obras sem nome
 Não precisa excluir matérias antigas, mas não pode dar destaque.

 Mesmo sem caráter eleitoreiro


 É irrelevante o veículo em que a publicidade é divulgada
 Não precisa comprovar dolo, basta culpa in elegendo e in vigilando do dirigente

C+M: da CONVENÇÃO até a POSSE (TSE – 180 dias ANTES DAS ELEIÇÕES)
Revisão geral de remuneração de servidores:
AUMENTO REAL
 Eleição na circunscrição
 Não abrange reestruturação de carreira/mera recomposição

CONSULTA 782 TSE


A Revisão geral de remuneração deve ser entendida como sendo o aumento
concedido em razão do poder aquisitivo da moeda e que não tem por objetivo
corrigir situações de injustiça ou de necessidade de revalorização profissional de
carreiras específicas.

 Art. 37, X, CF: DEPENDE DE LEI - Quem votou a favor da lei deve ser incluído no polo
passivo
 Em outros casos, o aumento pode vir do Executivo. É proibido p/ todos.

C+M: 1º semestre do ano de eleição


Despesas acima da média com propaganda institucional

 Despesas liquidadas (não é empenho nem pagamento – que são mera contratação)
 Antes de 2015 era o dobro, mudou para média inda bem

GERA: CASSAÇÃO (Dependem da potencialidade lesiva)


74: publicidade com o nome (CF, 37, § 1)
Art. 74. Configura abuso de autoridade, para os fins do disposto no art. 22 da Lei
Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990, a infringência do disposto no § 1º do art. 37 da
Constituição Federal, ficando o responsável, se candidato, sujeito ao cancelamento do
registro ou do diploma.
Três meses antes do pleito

75: shows nas inaugurações.


 Eleição na circunscrição
 Não abrange reestruturação de carreira

77: comparecer a inaugurações de obras.


 Mera presença (MAS TSE já falou que presença discreta pode – LCSG CRITICA)
 Executivo ou legislativo
 Sorteio de casas populares não é obra; nem descerramento de placa com nome de
praça já existente
3.B DIPLOMAÇÃO DOS ELEITOS. SUPLENTES. NULIDADES E NOVAS
ELEIÇÕES. PRERROGATIVAS E VEDAÇÕES AOS ELEITOS APÓS A
DIPLOMAÇÃO

DIPLOMAÇÃO
É ato administrativo de caráter declaratório que habilita o candidato eleito a tomar posse. Nas
eleições proporcionais, o diploma também é concedido aos suplentes. Será concedido pelo Juiz
Presidente da Junta ou Juiz Presidente Do Tribunal.
Enquanto não apresentarem prestação de contas, não podem ser diplomados (rejeição não
impede). Juízes devem analisar até 3 dias antes da diplomação.

JE não pode negar de ofício do diploma por inelegibilidade superveniente. Caberá RCED.
Somente por perda superveniente de condição de elegibilidade poderá, de ofício, impedir
diplomação (suspensão dos direitos políticos com o trânsito em julgado de sentença criminal
condenatória; falta de filiação ou expulsão do partido; transito em julgado de sentença da JF que
decreta perda de nacionalidade brasileira), ainda sim cabível RCED.

AÇÕES ELEITORAIS:
 Marco final: 41-A (representação por captação ilícita de sufrágio)
 Marco final: 73 (representação por conduta vedada).
 Marco final: art. 22 (AIJE)

Marco inicial: prazo de 3 dias para RCED (Recurso contra a Expedição do Diploma)
Marco inicial: prazo de 15 dias da AIME (Ação de Impugnação de Mandato Eletivo)
Marco inicial: prazo de 15 dias da Representação por captação ou gastos ilícitos de
recursos (30-A)
MARCOS:
 Marco inicial para Deputados (Federais e Estaduais) e Senadores:
o Garantias, como foro por prerrogativa de função; imunidade formal: prisão
só em flagrante de crime inafiançável (desde a expedição do diploma);
suspensão processual criminal por decisão da casa (crime após a diplomação).
o Restrições: firmar ou manter contrato; aceitar cargo, função ou emprego,
inclusive comissão.

 Marco: passagem do militar à reserva.

Candidato sub judice:


a) No dia do pleito com registro deferido: é diplomado com condição resolutiva. Se
decisão for revertida, diploma é nulo. Se o pleito for majoritário (Executivo), novas
eleições.
b) TSE - No dia do pleito com registro indeferido: não é diplomado, pois há condição
suspensiva, pois somente se proclama eleito o candidato registrado (inclusive, efeito
suspensivo deferido no recurso não gera registro).
a. Chefia do Executivo fica com Presidente do Órgão Legislativo
b. Nas proporcionais, votos não serão computados e são mantidos separados:
se deferido o registro, computar-se-ão para todos os efeitos. Se mantiver
indeferimento, serão nulos (art. 175. § 3º CE e art. 16-A LE), não servem nem
para o partido que assumiu o risco jurídico.
 Antes do pleito, inelegibilidade de Presidente não atinge vice e versa rs, assim, para
afastar o risco jurídico, partido pode substituir. Se confirmada após o pleito, atinge
toda a chapa.
SÍNTESE
Novas eleições serão convocadas se cassar Executivo. Se Senador, chama o seguinte mais
votado. Se proporcional, virá o próximo da lista de suplência. Os votos dados a deputados e
vereadores cassados serão computados para o partido ou coligação se o registro estava
deferido no dia da eleição. Se já vigia o indeferimento, serão nulos, recalculando-se o QE e
QP.

1C. RECURSO CONTRA A EXPEDIÇÃO DE DIPLOMA. AÇÃO DE


IMPUGNAÇÃO DE MANDATO ELETIVO. AÇÃO RESCISÓRIA
ELEITORAL.

RECURSO CONTRA A EXPEDIÇÃO DO DIPLOMA


*RCED*
A diplomação é ato administrativo.
Portanto, sua impugnação judicial não é propriamente um recurso, mas uma ação (por isso é
PROCEDÊNCIA e não PROVIMENTO)

Competência: é apresentado a quem diplomou (juiz presidente da Junta), com a juntada das
contrarrazões, sobe (sem admissibilidade) - (não dá vista ao MP ad quo, mas ao MP ad quem
– PRE):
 TRE: Eleições municipais
 TSE: Estaduais, Federais (gerais) e PR.
S 37 TSE: Compete originariamente ao TSE processar e julgar RCED envolvendo eleições
federais ou estaduais.

O recurso é interposto - ou proposto -, e processado no juízo a quo, que é o da diplomação, e julgado no juízo ad quem. Por isso
que nas eleições municipais o RCED é proposto perante o Juiz Eleitoral, porém é julgado pelo TRE[4], e nas eleições federais e estaduais
é proposto e processado pelo TRE e julgado pelo TSE[5].
Nas eleições para Presidente da República não há consenso na doutrina e tampouco existe qualquer precedente na jurisprudência.
ZILIO[6] postula que seria adequado que nessa hipótese o julgamento se dê pelo Pleno do TSE, entendimento que parece ser o mais
sensato

Art. 262. O recurso contra expedição de diploma caberá somente nos casos de
inelegibilidade superveniente ou de natureza constitucional e de falta de condição de
elegibilidade. (2013)
§ 1º A inelegibilidade superveniente que atrai restrição à candidatura, se formulada no
âmbito do processo de registro, não poderá ser deduzida no recurso contra expedição de
diploma. (2019)
§ 2º A inelegibilidade superveniente apta a viabilizar o recurso contra a expedição de diploma,
decorrente de alterações fáticas ou jurídicas, deverá ocorrer até a data fixada para que os
partidos políticos e as coligações apresentem os seus requerimentos de registros de
candidatos. (2019)
§ 3º O recurso de que trata este artigo deverá ser interposto no prazo de 3 (três) dias após o
último dia limite fixado para a diplomação e será suspenso no período compreendido entre
os dias 20 de dezembro e 20 de janeiro, a partir do qual retomará seu cômputo. (2019)

Cabimento:
Art. 262. CE. O RCED caberá somente nos casos de inelegibilidade superveniente ou de
natureza constitucional e de falta de condição de elegibilidade (sempre CF e não preclui).
 Se infraconstitucional e não-superveniente, já precluiu.
S 47 TSE: A inelegibilidade superveniente que autoriza a interposição de RCED, fundado no
art. 262 CE, é aquela de índole constitucional ou, se infraconstitucional, superveniente ao
registro de candidatura, e que surge ATÉ A DATA DO PLEITO.

o LCSG: crítica porque deveria ser até a data da diplomação, como funciona para as
alterações fáticas que beneficiem o candidato.
o Não é superveniente se perfez no dia das eleições

São matérias importantes, porque o candidato já foi eleito: Constitucional ou Superveniente.


INELEGIBILIDADE LC 64/90: fato gerador após o registro (condenação
SUPERVENIENTE criminal/improbidade, que pela superveniência, não poderia
ser objeto de AIRC).
Não caracteriza: aquela que só se tornou conhecida após o
pedido de registro.

INELEGIBILIDADE Inalistáveis e analfabetos


CONSTITUCIONAL Terceiro mandato consecutivo no Executivo
Ausência de desincompatibilização do Executivo para outros
Inelegibilidade reflexa do cônjuge e parentes
(RCED é a última oportunidade)

CONDIÇÃO DE ELEGIBILIDADE Precisam ser constitucionais ou supervenientes.(Por lógica


ao regimento preclusão)
Constitucionais: Art. 14, § 3º CF (Nacionalidade, direitos
políticos, alistamento, domicílio, filiação, idade)
Supervenientes: anulação da Convenção partidária em que
foi escolhido, cancelamento da quitação eleitoral ou
inabilitação para o exercício de cargo por força de
condenação por crime do D 201/67 (Crimes de
responsabilidade do Prefeito e Vereador).

Inelegibilidade superveniente – linha do tempo:


a) Antes do registro: Impugnação ao Registro.
b) Depois do registro até o pleito (S 47 TSE): RCED
c) Depois do pleito: só pode atrapalhar na próxima eleição.

IMPORTANTE!!
A reforma eleitoral de 2019, Lei 13.877, de 27 de dezembro de 2019:
Matéria polêmica, objeto de veto derrubado. O veto fundava-se em ser matéria reservada à
Lei Complementar. Art. 14 § 9º CF. LC estabelecerá os casos de inelegibilidade e prazos de sua
cessação. Para o prof., efetivamente, não falou de casos e cessação, sem razão o veto por
essa perspectiva jurídica formal.

1) Preclusão da inelegibilidade superveniente se apurada por ocasião do registro de


candidatura: hipótese em que alguém se antecipou no argumento rs.
“§ 1º A inelegibilidade superveniente que atrai restrição à candidatura, se formulada no âmbito do processo de
registro, não poderá ser deduzida no recurso contra expedição de diploma.”

2) Virtual extinção da inelegibilidade superveniente: fixou a data máxima para


inelegibilidade superveniente a data do registro. Mas a inelegibilidade superveniente ocorre a
partir do registro até o pleito. kkk
§ 2º A inelegibilidade superveniente apta a viabilizar o recurso contra a expedição de diploma, decorrente de
alterações fáticas ou jurídicas, deverá ocorrer até a data fixada para que os partidos políticos e as coligações
apresentem os seus requerimentos de registros de candidatos.

3) Suspensão do prazo do RCED durante o recesso judiciário: Sempre se entendeu que o


prazo de 3 dias era decadencial, que não se suspende nem interrompe. Criava-se um
imbróglio na prática, pois o prazo acabava no recesso. Por isso o TSE já havia entendido pela
prorrogação até o próximo dia útil.
§ 3º O recurso de que trata este artigo deverá ser interposto no prazo de 3 (três) dias após o último dia limite
fixado para a diplomação e será suspenso no período compreendido entre os dias 20 de dezembro e 20 de janeiro,
a partir do qual retomará seu cômputo.

ADI 6297: Extinção Virtual da Inelegibilidade Superveniente


CONTRÁRIA À SÚMULA 47 DO TSE. MAS O LEGISLADOR PREVIU UMA INELEGIBILIDADE
“SUPERVENIENTE” QUE SURGE ANTES DAS ELEIÇÕES” O ARTIGO É INCONSTITUCIONAL E
PREVALECE A SÚMULA!

 Assim, pessoas condenadas por crimes ou atos de improbidade administrativa ao


longo da campanha ficarão imunizadas contra os efeitos da Lei da Ficha Limpa. A
ofensa ao artigo 14, § 9º da Constituição – que fala do papel das inelegibilidades
para assegurar eleições lisas e justas e coarctar o abuso do poder econômico e de
autoridade – não poderia ser mais clara.

Prazo: 3 dias da diplomação (art. 258 CE). Defesa: 3 dias.


(RECESSO FORENSE) TSE - O prazo para propositura do RCED tem natureza decadencial, mas
a superveniência do recesso forense autoriza a prorrogação de seu termo final para o
primeiro dia subsequente.
o LCSG, com base no NCPC, defende que começa após a diplomação e a JE tem que
funcionar (vedadas férias coletivas – isto é, protocola no plantão) – fundamenta na
estabilização. Pelo NCPC, não existe a regra acima do TSE, portanto, ou protocola
no plantão ou o prazo inicia no 1º dia útil após 20 de janeiro.

Rito: não previsto na lei. Utiliza-se a AIRC (que também é utilizado na AIME  NÃO É O RITO
DA AIJE), com prazo de três dias para interposição e defesa. HÁ FASE PROBATÓRIA (MAS
provas devem ser indicadas na inicial).

Pedido: cassação do diploma.


 Não há litispendência com as outras ações
 Não há multa
 TSE vem exigindo potencialidade de alteração do resultado quando fundado no
abuso de poder (econômico, político e comunicação), mas LCSG defende a utilização
do moderno regramento da LC 64, que só exige a gravidade do ato. Para as demais
hipóteses, o próprio TSE: gravidade.
Legitimidade ativa: MPE, PP (TSE: ganham legitimidade isolada após as eleições ), COL (extingue após
diplomação, mas TSE vem reconhecendo legitimidade) e C.
o Não: diretório municipal em relação à eleição estadual
o Cidadão ou pré-candidato com registro indeferido ou quem perdeu ou teve
suspensos os direitos políticos
o Na proporcional, suplente assume.
Legitimidade passiva: candidato diplomado e, se do Executivo, vice (S 38 TSE) em litis
necessário unitário, pois atinge toda a chapa.

Efeitos: não automático (recurso tem efeito suspensivo). Lei demanda Trânsito em Julgado,
mas STF julgou inconstitucional a partir da confirmação ou prolação pelo TSE (ADI 5525).

AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE MANDATO ELETIVO


*AIME*
Art. 14, § 10, CF:
O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a JE no prazo de 15 dias contados da
diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou
fraude.

§ 11. A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo o


autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.
Abrangência: normalidade e legitimidade - ECONÔMICO (=AIJE), CORRUPÇÃO (=41-A, 299 CE,
317 e 333 CPENAL – em sentido amplo) e FRAUDE (ampla, inclusive quota feminina).
 TSE/JJ fala em aptidão ou potencialidade lesiva (não
necessariamente quantitativa de alterar resultado, mas
qualitativa)
o Mesma crítica: deve adotar o moderno conceito da LC 64,
que só exige gravidade do ato (22, XVI).
 PODE investigar abuso do poder POLÍTICO desde que com
repercussão econômica (TSE)
 PODE para captação ilícita de sufrágio DESDE que com
potencialidade de “influenciar no resultado do pleito”, pois a
AIME não tutela a vontade do eleitor, mas a eleição (TSE 2010)
 PODE investigar abuso de COMUNICAÇÃO se houver componente
econômico.
 Fraude não se restringe ao voto, apuração e contagem (não
precisa ser diretamente na eleição).
 Fraude pode ter ocorrido ao longo de todo processo eleitoral,
inclusive no momento do pedido de registro (GÊNERO). Nesse
caso, todos os parlamentares eleitos pelo partido/coligação vão
pro polo passivo.
 NÃO abrange falta de condição de elegibilidade NEM
inelegibilidade, que devem ser arguidos na AIRC ou RCED.
Rito: Sem regulamentação legal, a jurisprudência fixou o rito ordinário dos art. 3º a 16 da LC
64 (=RCED e =AIRC, LC 64  NÃO É O RITO DA AIJE). CABE INSTRUÇÃO, a exigência de provas
na inicial é só para haver JUSTA CAUSA.
o Defesa em 7 dias. 5 testemunhas.
o CF EXIGE SEGREDO DE JUSTIÇA, que não se aplica à decisão (publicidade).
 LCSG fala em segredo arcaico, pois as outras ações não têm...

Objeto/pedido: cassação do mandato.


Pode gerar inelegibilidade indireta sim, pois não se pode depender do veículo jurídico-
processual (= ação eleitoral) para determinar o que pode gerar inelegibilidade ou não, mas a
conduta (Monocrática da Nancy, mas TSE reverteu, falando que “tem de ser AIJE”)
 Não precisa atribuir valor da causa, pois não há sucumbência.
 NÃO HÁ MULTA

Litispendência com AIJE ou RCED: NÃO. Ações devem ser reunidas.


 Não há preclusão da AIME se os fatos pudessem ter sido objeto de
AIJE, mas não o foram.

Competência: juízo que conceder o diploma (circunscrição).

Legitimidade ativa: MPE, PP, C ou COL (Coligação termina na diplomação, mas sua
legitimidade se protrai para estes fins, mas os PP podem ingressar sozinhos após diplomação
(TSE fala em a partir da eleição)).
 TSE: candidato proporcional não pode impugnar majoritário e
vice-versa

Legitimidade passiva: LITIS NECESSÁRIO GERAL - candidato e, se executivo, vice (S 38 TSE).


Senador, Suplente.
o TSE: todos os candidatos proporcionais eleitos, ainda que na condição de
suplentes. LCSG critica, pois na AIJE (que gera inelegibilidade) só precisa de
beneficiador-candidato.
o Partido não (pode ingressar como assistente simples, podendo produzir provas e
recorrer)
o Concorrentes para o ato: só visa cassação, então não deve incluir

Prazo: 15 DIAS APÓS DIPLOMAÇÃO.


 Mesma coisa que a AIJE sobre a Suspensão de Prazos (20dez-
20jan): prorroga para o 1º dia útil seguinte. LCSG critica (vedado
férias coletivas: protocola no plantão).

Defesa: 7 dias.

CASSAÇÃO DE REGISTRO, DIPLOMA OU MANDATO e NOVAS ELEIÇÕES


Novas eleições – Executivo: Julgadas procedentes a AIJE, AIME, 41-A ou RECED em face de
vitoriosos no Executivo, haverá novas eleições, independentemente de trânsito em julgado
(ADI 5525), bastando o duplo grau (2ª instância do TRE ou 2ª instância/originária do TSE).
o Enquanto não ocorrerem, ocupa o poder o Presidente do Poder Legislativo
respectivo.

Deputado ou vereador: próximo diplomado, na lista de suplência.


Senador: próximo mais bem votado.

AÇÃO RESCISÓRIA ELEITORAL


Competência exclusiva do TSE:
S 33 TSE
Somente é cabível ação rescisória de decisões do TSE que versem sobre a incidência de causa
de inelegibilidade.
 Tem que implicar diretamente (declaração de inelegibilidade).
Indiretamente não admite rescisão.
 AIJE (declara inelegibilidade)
 AIRC ou RCED (falam de inelegibilidade no registro)
 Decisão rescindenda tem que analisar o mérito da inelegibilidade
 Mudanças jurisprudenciais NÃO, exceto se se referirem ao mesmo
pleito.
Art. 22. CE.
Compete ao TS:
j) a ação rescisória, nos casos de inelegibilidade, desde que intentada dentro do prazo de
120 dias de decisões irrecorrível, possibilitando-se o exercício do mandato eletivo até o
seu trânsito em julgado. (ADI 1459/1999)
 NÃO CABE rescisória de decisão de juiz eleitoral e TRE, exceto se não se
tratar de matéria eleitoral, nos termos do CPC.
Legitimidade: Parte, 3º interessado, litisconsorte necessário ou MPE, caso não ouvido no
processo em que lhe era obrigatória a intervenção; quando a decisão rescindenda é o efeito de
simulação ou de colusão das partes, a fim de fraudar a lei; em outros casos em que se imponha
sua autuação (967, CPC).
4B. RECURSOS ELEITORAIS CÍVEIS. LEGITIMIDADE RECURSAL.
PRAZOS. ESPÉCIES E CABIMENTO. PROCESSAMENTO DOS RECURSOS.
SUSTENTAÇÃO ORAL NOS TRIBUNAIS

RECURSOS ELEITORAIS
ASPECTOS GERAIS

1. Nem tudo que é chamado de recurso, é recurso (RCED é ação): precisa haver uma
decisão jurisdicional em um processo judicial gerando sucumbência.

2. não cabe Recurso Extraordinário ao STF contra decisão de TRE. É cabível Recurso
Especial, dirigido ao TSE, de decisão proferida por TRE contra disposição expressa da
Constituição.

3. Tempus regit actum: cabem os recursos previstos no momento da prolação da decisão


recorrida. Alterações posteriores não permitem o manejo de recursos novos (TSE), ante
a anualidade do processo eleitoral (art. 16, CF) – cada eleição tem suas regras.

4. Prazo comum dos recursos: 3 dias (ART. 258, CE).


a. Lei 9504/97:
i. Prazo de 24 horas – contado em cartório ou sessão (Não do DOU)
1. Juízes auxiliares nos tribunais – art. 96, § 8º
2. Propaganda Eleitoral
3. Direito de resposta (art. 58, § 5º)

ii. 3 dias da publicação no DOU.


1. 30-A: Captação ou gastos ilícitos
2. 41-A: Captação ilícita de sufrágio
3. 73: Condutas vedadas

5. Contagem do prazo: contínua, sem prazo em dobro.


LC 64 - Art. 16. Os prazos a que se referem o art. 3º e seguintes desta LC são
peremptórios e contínuos e correm em Secretaria ou cartório e, a partir da data do
encerramento do prazo para registro de candidatos, não se suspendem aos sábados,
domingos e feriados.

6. Início do prazo pode variar. Quando há previsão específica, não há intimação pessoa
do MP.
a. Eleições de 2018: Resolução 23.547/2017  sem intimação pessoal do MP
Art. 14. No período compreendido entre 15 de agosto e a data-limite para a
diplomação dos eleitos, a publicação dos atos judiciais será realizada em mural
eletrônico, disponível no sítio do respectivo tribunal, com o registro do horário
da publicação, e os acórdãos serão publicados em sessão de julgamento.

b. LC 64 – TER  TSE.  sem intimação pessoal do MP


Art. 11. § 2° Terminada a sessão, far-se-á a leitura e a publicação do acórdão,
passando a correr dessa data o prazo de 3 (três) dias, para a interposição de
recurso para o Tribunal Superior Eleitoral, em petição fundamentada.
7. Resolução 23.476 indica quais trechos do NCPC são aplicáveis (normas eleitorais são
indisponíveis e de D. Público).
i. Mas Resolução pode infirmar a Lei? Se do TSE, sim.
Art. 4º. Os feitos eleitorais são gratuitos, não incidindo custas, preparo ou honorários.
Art. 5º. Não se aplica aos feitos eleitorais o instituto do amicus curiae de que trata o art.
138 do CPC.
Art. 6º. Não se aplicam aos feitos eleitorais as regras relativas à conciliação ou
mediação do NCPC.
Art. 10.  A suspensão dos prazos processuais entre os dias 20 de dezembro e 20 de
janeiro de que trata o art. 220 do Novo Código de Processo Civil aplica-se no âmbito dos
cartórios eleitorais e dos tribunais regionais eleitorais. 
Art. 11. Na Justiça Eleitoral não é admitida a autocomposição, não sendo aplicáveis as
regras do 190 e 191 do NCPC.
Art. 20. A sistemática dos recursos repetitivos previstas nos arts. 1036 a 1042 do NCPC
não se aplica aos feitos que versem ou possam ter reflexo sobre inelegibilidade,
registro de candidatura, diplomação e resultado ou anulação das eleições.
CPC – Juntar prova depois, só se for nova ou inacessível.

Art. 11, LE, § 10. As condições de elegibilidade e as causas de inelegibilidade devem ser
aferidas no momento da formalização do pedido de registro da candidatura,
ressalvadas as alterações, fáticas ou jurídicas, supervenientes ao registro que afastem
a inelegibilidade.

Súmula 3 TSE: No processo de registro de candidatos, não tendo o juiz aberto prazo
para o suprimento de defeito de instrução do pedido, pode o documento, cuja falta
houver motivado o indeferimento, ser juntado com o RECURSO ORDINÁRIO.

TSE: Em Recurso ESPECIAL  NÃO, NUNCA.


TSE: Fora estas hipóteses: NÃO (documentos sabidamente
preexistentes e acessíveis + intimado para sanar), ainda que os
arts. 266, 268 e 270 do CE permitam a juntada de novos
documentos, devem ser lidos à luz da CF e da necessidade de
estabilização de cada uma das fases do processo.

8. Não há recursos eleitorais ex officio.


a. Exceção: De ofício só HC (CP, art. 574, I) e MS
(12.016/09).

9. Recursos eleitorais são típicos.


a. Não há RESE ou Agravo Retido.
b. Tutelas de urgência e evidência, embora não
categoricamente incabíveis, são raras.

10. No processo penal eleitoral: 10 dias para recorrer da sentença.


Art. 362. Das decisões finais de condenação ou absolvição cabe recurso para o TRE, a ser
interposto no prazo de 10 dias.

11. Os recursos eleitorais não terão efeito suspensivo.


a. EXCEÇÃO 1: registro/diploma/mandato.
b. EXCEÇÃO 2: recursos criminais (depende do colegiado – STF)
12. Não há necessidade de trânsito em julgado para realização de novas eleições/anulação
de votos. Basta decisão final do TSE (ADI 5252 – interpretação conforme ao art. 224, §
3º, CE)

13. Decisões interlocutórias que julgam incidentes (ex: pedido de produção de provas) não
são recorríveis de imediato. Não precluem e são objeto de preliminar de recurso à
decisão de mérito.
Art. 19. Res. 23.478.
As decisões interlocutórias ou sem caráter definitivo proferidas nos feitos eleitorais
são irrecorríveis de imediato por não estarem sujeitas à preclusão, ficando os
eventuais inconformismos para posterior manifestação em recurso contra a decisão
definitiva de mérito.
 O único agravo é o de instrumento contra a não admissão de
Recurso Especial

14. NÃO CABE AO TSE JULGAR MS CONTRA JUIZ OU MEMBRO DO TRE


Súmula-TSE nº 34
Não compete ao Tribunal Superior Eleitoral processar e julgar mandado de segurança
contra ato de membro de Tribunal Regional Eleitoral.
“[...]. 1. A jurisprudência desta Corte é firme no sentido de que compete ao TRE o
julgamento de mandado de segurança contra atos de seus membros [...].”

15. Preclusão:
Art. 259. São preclusivos os prazos para interposição de recurso, salvo quando neste se discutir
matéria constitucional.
Parágrafo único. O recurso em que se discutir matéria constitucional não poderá ser interposto
fora do prazo. Perdido o prazo numa fase própria, só em outra que se apresentar poderá ser
interposto.

16. Especificidades:
Arr. 149. Não será admitido recurso contra a votação, se não houver havido
impugnação perante a mesa receptora, no ato da votação, contra as nulidades
arguidas.
Súmula 11 TSE: No processo de registro de candidatos, o partido que não o impugnou
não tem legitimidade para recorrer da sentença que o deferiu, salvo se se cuidar de
matéria constitucional.
 SÓ NÃO SE APLICA AO MP

RECURSOS DAS DECISÕES DAS JUNTAS ELEITORAIS


Ao TRE
A) Recurso parcial: urnas, cédulas e votos (somente quando houver impugnação de
imediato constada em ata– art. 171, CE – com prazo de 48 horas para arrazoá-lo)
Art. 169. À medida que os votos forem sendo apurados, poderão os fiscais e
delegados de partido, assim como os candidatos, apresentar impugnações que serão
decididas de plano pela Junta.
§ 1º As Juntas decidirão por maioria de votos as impugnações.
§ 2º De suas decisões cabe recurso imediato, interposto verbalmente ou por escrito,
que deverá ser fundamentado no prazo de 48 (quarenta e oito) horas para que tenha
seguimento.

B) Recurso inominado: RESIDUAL. é o recurso comum (art. 265 do CE) e, em face das
Juntas, tem cabimento residual, para as hipóteses não contempladas no art. 169
(urnas, cédulas e votos).

RECURSOS DAS DECISÕES DO JUIZ ELEITORAL


A) Embargos de declaração
a. Regra geral: 3 dias. SALVO: ED de propaganda eleitoral e direito de resposta,
em 24 horas.
Art. 275.  São admissíveis embargos de declaração nas hipóteses previstas no Código
de Processo Civil.   
§ 1o Os embargos de declaração serão opostos no prazo de 3 (três) dias, contado da
data de publicação da decisão embargada, em petição dirigida ao juiz ou relator, com
a indicação do ponto que lhes deu causa.
§ 3o O juiz julgará os embargos em 5 (cinco) dias.

§ 4o Nos tribunais:  
I - o relator apresentará os embargos em mesa na sessão subsequente, proferindo voto;
II - não havendo julgamento na sessão referida no inciso I, será o recurso incluído em pauta;
III - vencido o relator, outro será designado para lavrar o acórdão. 

§ 5o Os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição de recurso. 


§ 6o Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o juiz ou o tribunal, em
decisão fundamentada, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente a
2 (dois) salários-mínimos.
§ 7o Na reiteração de embargos de declaração manifestamente protelatórios, a multa será
elevada a até 10 (dez) salários-mínimos. 

B) Recurso inominado (cível) – art. 265. Prazo é de 3 dias, salvo propaganda/direito de


resposta (24h)
a. Há efeito regressivo: possibilidade de reconsideração.
b. Na AIRC é 3 dias da conclusão
c. Nas demais é da publicação em cartório/sessão
  Art. 266. O recurso independerá de têrmo e será interposto por petição devidamente
fundamentada, dirigida ao juiz eleitoral e acompanhada, se o entender o recorrente,
de novos documentos (só se juiz não tiver dado prazo).
Art. 267. § 6º Findos os prazos a que se referem os parágrafos anteriores, o juiz
eleitoral fará, dentro de 48 (quarenta e oito) horas, subir os autos ao Tribunal
Regional com a sua resposta e os documentos em que se fundar, sujeito à multa de
dez por cento do salário-mínimo regional por dia de retardamento, salvo se entender
de reformar a sua decisão.  
 § 7º Se o juiz reformar a decisão recorrida, poderá o recorrido, dentro de 3 (três) dias,
requerer suba o recurso como se por êle interposto.
 Não há juízo de admissibilidade pelo juiz, mas pelo Tribunal (ad quem)

C) Recurso inominado (penal): 10 dias – art. 362.


a. Se o juiz rejeitar a denúncia ou se declarar incompetente  NÃO HÁ RESE,
mas Recurso do art. 257 (3 dias).
b. Se proferir absolvição sumária, cabe Recurso Inominado do 362 (10 dias).
Os recursos em face das decisões do juiz eleitoral são de envio forçado, independentemente
de mérito ou vício. Em caso de recusa, caberá correição parcial (L 5010/66 – Justiça Federal) e
mandado de segurança (decisão teratológica).

D) Recurso Ordinário na AIRC (Pedido de registro) tem regra específica:


S 10 TSE: No processo de registro de candidatos, quando a sentença for entregue em
cartório antes de três dias contados da conclusão ao juiz, o prazo para o recurso
ordinário, salvo intimação pessoal anterior, só se conta do termo final daquele tríduo.

RECURSOS DAS DECISÕES DOS TREs


TREs não têm turmas. Então é possível recorrer:
a) Decisões de juízes auxiliares: 24 horas
a. Também é de 24 horas em direito de resposta
b. Também é de 24 horas os ED de juízes auxiliares
b) Decisões monocráticas do relator
c) Decisões do plenário
d) Decisões do Presidente da Corte, no exame de admissibilidade do Recurso Especial

A) Recursos das decisões dos juízes auxiliares: ED ou Recurso Inominado, 24H.


a. NÃO CABE AGRAVO REGIMENTAL (3D)
Art. 96, LE,
§ 3º: Os tribunais eleitorais designarão três juízes auxiliares para a apreciação das
reclamações ou representações que lhes forem dirigidas.
§ 4º Os recursos contra as decisões dos juízes auxiliares serão julgados pelo Plenário do
Tribunal.
b. No julgamento dos recursos, o juiz auxiliar será o relator, inclusive com
direito a voto.

B) Recursos da decisão monocrática do relator. No caso das AIJEs, o relator será o


CORREGEDOR-REGIONAL (LC 64/90).
a. Agravo regimental (=Agravo Interno), no prazo de 3 dias (salvo
propaganda/resposta, em 24 horas).
b. Reposta em 3 dias tbm

C) Recursos da decisão do plenário


a. ED – não possuem efeito suspensivo, mas interrompem prazo para recurso.
Cabe para fins de prequestionamento, mesmo que inadmitidos ou rejeitados
(CPC).
b. Recurso Ordinário
c. Recurso Especial

A CF limita a subida pros Tribunais Superiores:


§ 4º Das decisões dos TREs somente caberá recurso quando:
ESPECIAL (Adequar à jurisprudência e à CF)
I – forem proferidas contra disposição expressa desta Constituição ou de Lei;
II – ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais tribunais eleitorais;

ORDINÁRIO (Devolutivo)(TRE 1ª Instância)


III – versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas eleições federais ou
estaduais;
IV – anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos federais ou estaduais
V – denegarem HC, MS, HD ou MI.

E o CE dá nome aos recursos, restringindo as hipóteses da CF:


Art. 276. As decisões dos TREs são terminativas, salvo nos casos seguintes em que cabe
recurso ao TSE:
I – ESPECIAL:
a) Quando forem proferidas contra expressa disposição de lei;
b) Quando ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais TREs

II – ORDINÁRIO:
a) Quando versarem sobre expedição de diplomas nas eleições federais e estaduais
b) Quando denegarem HC ou MS  LSCG defende ser RESP

Ambos demandam o esgotamento dos recursos internos no TER (agravo interno ou recurso
inominado de decisão de juiz auxiliar).

Súmulas que se aplicam a ambos:


26 – É inadmissível o recurso que deixa de impugnar especificamente fundamento da
decisão recorrida que é, por si só, suficiente para a manutenção desta.
27 – É inadmissível recurso cuja deficiência de fundamentação impossibilite a compreensão
da controvérsia.

RECURSO
RECURSO RECURSO ESPECIAL
SENTENÇA
SENTENÇA DO
DO JUIZ
JUIZ
AIJE MUNICIPAL ELEITORAL
ORDINÁRIO/INOMINADO
ORDINÁRIO/INOMINADO
ELEITORAL AO TRE
AO TRE
AO TSE

RECURSO
AIJE ESTADUAL/FEDERAL
ACORDÃ ORDINÁRIO
O DO TRE AO TSE SEM
JUIZO DE
ADMISSIBILIDADE

RECURSO ORDINÁRIO
Acórdão de TRE.
Não há requisitos especiais de admissibilidade.
NÃO HÁ EXAME DE ADMISSIBILIDADE PELO TRIBUNAL A QUO
Art. 277 CE
Interposto recurso ORDINÁRIO contra decisão do TRE, o presente poderá, na própria petição,
mandar abrir vista ao recorrido para que, no mesmo prazo, ofereça suas razões.
PU. JUNTADAS AS RAZÕES DO RECORRIDO, SERÃO OS AUTOS REMETIDOS AO TSE.
Prazo: 3 DIAS.
Efeitos: nas decisões cassatórias, tem efeito suspensivo até pronunciamento do TSE
(independentemente de trânsito em julgado – ADI 5.525)
Hipóteses: É SÓ VERSAR, não precisa ter declarado! Então cabe mesmo se julgada
improcedente pelo TRE...
 III – versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas eleições
federais ou estaduais;
 IV – anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos federais ou
estaduais  O registro deles é requerido ao TRE, responsável pelo julgamento
originário de todas as ações relativas ao registro.
o Se for PREFEITO ou VEREADOR, o julgamento do TRE será em grau de
revisão e não se admitirá Recurso Ordinário.
S 36 TSE.
Cabe recurso ordinário de acórdão de TRE que decida sobre inelegibilidade,
expedição ou anulação de diploma ou perda de mandato eletivo nas eleições
federais ou estaduais.

Súmula-TSE nº 37
Compete originariamente ao Tribunal Superior Eleitoral processar e julgar
recurso contra expedição de diploma envolvendo eleições federais ou
estaduais.
NÃO CABE RO DE CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE
No caso de RCED sobre condições de elegibilidade, será RECURSO ESPECIAL.
 V – denegarem HC, MS, HD ou MI.  LSCG defende que: julgamento originário cabe
RO; julgamento em 2ª instância cabe RESP.

Não é necessário que tenha ocorrido a cassação do registro/diploma, basta que estas sanções
estejam previstas em caso de procedência da ação (AIRC, AIJE, AIME, 30ª, 41A etc).

RECURSO ESPECIAL
TSE: O recurso cabível nas situações que envolvam condições de elegibilidade é o
especial, não o ordinário.
TSE: admissível se fundado em contrariedade às Resoluções emanadas do TSE

Natureza extraordinária, de cabimento e devolutividade restrita – não é 3ª Instância, mas


Guarda da CF e Lei Eleitoral.

Similar ao STJ:
 Exigência de prequestionamento: objeto de debate no acórdão, não sendo suficiente
que venha no voto vencido. Mas ED supre, desde que o debate tenha sido realizado.
o A alegação tardia de matéria constitucional só suscitada em ED não supre
o Mesmo temas de ordem pública demandam prequestionamento
S 320 STJ A questão federal somente ventilada no vot vencido não atende ao
requisito do prequestionamento.
S 72 TSE ´´E inadmissível RESP quando a questão suscitada não foi debatida na
decisão recorrida e não foi objeto de ED.

 Impossibilidade de mero reexame de fatos provas (TRE é instância final neste aspecto)
o Admite-se valoração da prova se ofendeu cânones normativos ou exigiu grau
de suficiência probante distinto daquele que outras cortes têm exigido.

Diferente do STJ:
 Pode abranger alegações de inconstitucionalidade
o Por isso, não cabe Recurso Extraordinário das decisões do TSE.
 Não cabe recurso das decisões interlocutórias (Ex.: acórdão anulou provas e
determinou remessa para juiz – não cabe recurso algum)

Hipóteses:
I – forem proferidas contra disposição expressa desta Constituição ou de Lei;
II – ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais tribunais eleitorais;
 Recorrente deve fazer “cotejo analítico” para demonstrar a
divergência entre acórdão recorrido e acórdão paradigma. A mera
menção leva à inadmissão.

Prazo: 3 dias (salvo resposta, 24h)  Art. 21 da Res. 23.547/2017 do TSE.


Dirigido ao Presidente do TRE, que fará juízo de admissibilidade.
Ao fazê-lo, age como Ministro do TSE, podendo antecipar questões relativas ao mérito
recursal, se forem relevantes ao exame de seu cabimento.
 NÃO HÁ EXAME DE ADMISSIBILIDADE NA AIRC – LC 64: “Apresentadas as
contrarrazões, serão os autos imediatamente remetidos ao TSE)
 NÃO HÁ EXAME DE ADMISSIBILIDADE NO DIREITO DE RESPOSTA – Res. 23.547,
art. 21, § 2º.
 Da decisão de inadmissão do RESP pelo Presida do TRE cabe AGRAVO DE
INSTRUMENTO, em 3 dias.
o Só cabe AI da decisão de inadmissão do RESP pelo Presida do TRE e da
inadmissão do RE pelo Presida do TSE. No AI não há juízo de admissibilidade a
quo. O agravo subirá nos próprios autos (não há instrumento, salvo se for
recurso de decisão interlocutória – inadmissão de RESP contra decisão
interlocutória  é porque descabe, então evita, apartando, pra não ser
procastinatório em razão do curso forçado do agravo – sem admissibilidade a
quo)
o Provido o AI, o TSE já analisa do RESP.

Súmulas:
24: Não cabe recurso especial eleitoral para simples reexame do conjunto fático-probatório.
 Reexame é diferente de revaloração: basta demonstrar que outro
TRE aplicou sanção aos mesmos fatos
25: É indispensável o esgotamento das instâncias ordinárias para a interposição de recurso
especial eleitoral.
28: A divergência jurisprudencial que fundamenta o recurso especial interposto com base na
línea b do inciso I do art. 276 do CE somente estará demonstrada mediante a realização de
cotejo analítico e a existência de similitude fática entre os acórdãos paradigma e o aresto
recorrido.
29: A divergência entre julgados do mesmo Tribunal não se presta a configurar dissídio
jurisprudencial apto a fundamentar recurso especial.
30: Não se conhece RESP por dissídio jurisprudencial, quando a decisão recorrida estiver
em conformidade com jurisprudência do TSE.
31: Não cabe RESP contra acórdão que decide sobre pedido de medida liminar.
32: É inadmissível RESP por violação à legislação municipal ou estadual, ao
Regimento Interno dos TREs ou às normas partidárias.
72: É inadmissível o RESP quando a questão suscitada não foi debatida na decisão recorrida
e não foi objeto de embargos de declaração.

DUPLICIDADE DE FUNDAMENTOS
Em regra, não há fungibilidade entre RESP e RO. No máximo, aceita-se como RO um RESP
indevidamente interposto, pois o RESP tem requisitos. Mas já aceitou como RESP RO com
requisitos.
Mas, se houver fundamentos para os dois o TSE aceita o que tem cognição mais ampla:
S 64 TSE: Contra acórdão que discute, simultaneamente, condições de
elegibilidade e de inelegibilidade, é cabível RECURSO ORDINÁRIO.

RESUMO – PORTAL POISES – RESP E RO

1) Cabe RESP e RO apenas após o exaurimento das instâncias recursais originárias. Se cabe um
recurso interno (agravo) no TRE, primeiro deve-se exauri-lo
2) Não cabe RESP e RO das decisões dos órgãos fracionários dos TRE. Apenas das decisões do
colegiado.
3) Não cabe RESP e RO de decisão interlocutória. São irrecorríveis. Inconformismo não preclui,
devendo ser apresentando com o recurso contra decisão final. Ex.: (a) decisão de TRE que
recebe denúncia criminal; (b) TRE reconhece nulidade em processo que tramitava perante juiz
eleitoral (cerceamento de defesa) e retorna autos.
4) Não cabe RESP e RO de decisão não jurisdicional (administrativa).
5) Não cabe RE para o STF contra decisão do TRE. (Primeiro, deve chegar ao TSE por RESP ou
RO).

6) Prazos.
* Prazo geral: 3 dias.
* Prazo em dias corridos.
* Contagem durante calendário eleitoral: peremptórios e contínuos; inicia-se com a
publicação da própria sessão de julgamento; MP não será intimado pessoalmente, mas na
própria sessão.
* Contagem fora do calendário eleitoral: exclui 1º dia útil e inclui o dia do vencimento; se
cair em dia não útil, protai-se para o 1º dia útil seguinte; inicia-se com a publicação no DJe; MP
será intimado pessoalmente.

7) Embargos de declaração. Interrompem prazo dos demais recursos (TSE afastou art. 275 § 4º
CE que fala em suspensão). Mas os protelatórios não suspendem nem interrompem.

RESP
1) Cabimento (CF): contrariar expressamente a CF ou a Lei OU dissídio jurisprudencial de TER.
2) Prazo: 3 dias. Exceção: direito de resposta em 24h.
3) Condições: (a) legitimidade; (b) interesse; (c) possibilidade jurídica; (d) tempestividade; (e)
prequestionamento.
4) Intempestividade reflexa: perda de prazo de recursos internos para exaurir instâncias (é
necessário exauri-las/prazo de embargos de declaração e agravo regimental é de 24 h).
5) Superação da intempestividade por apresentação do recurso antes do prazo: NCPC –
Tempestiva. Só precisa ratificar se embargos declaratórios forem acolhidos com efeito
modificativo.
6) Prequestionamento: cabe embargos declaratórios para este fim, que não podem inaugurar
a discussão.
7) Vedação ao reexame de provas.
8) Permissão de revaloração de provas.
9) RESP adesivo: não tem previsão específica, mas é admitido.
10) Legitimidade ativa: Partido (que já oficiou no processo); Coligação (retira legitimidade
isolada de partido); MP (“esquizofrenia ministerial”: manifestações diferentes dos parquets de
instâncias distintas)
11) Vedação ao amicus curiae.
12) RESP não tem efeito suspensivo.
13) Procedimento:
- Pedidos cautelares ao Presidente do TRE, após ao TSE
- Interpõe perante o TRE para juízo de admissibilidade a quo, que age como longa manus
do TSE (despacho de admissibilidade não comporta recurso ao próprio TRE) (se a decisão de
admissibilidade for parcial, não cabe agravo pois todas as matérias subirão ao TSE)
Exceção: registro de candidatura (sobe direto ao TSE)
- Contrarrazões antes do juízo de admissibilidade (CE)
- RESP não admitido: agravo ao TSE, no prazo de 3 dias, que sobe nos próprios autos (não
é de instrumento). Só vai tratar da admissibilidade.

RO
1) RO é similar a uma apelação: não demanda prequestionamento e pode reexame de provas.
2) Cabimento:
(a) Inelegibilidade ou expedição de diplomas federais ou estaduais (ou seja, só cabe RO em
decisão de TRE como instância originária, evitando-se uma 3ª instância municipal).
(b) Não cabe no caso de ausência de condição de elegibilidade (salvo se simultânea à
inelegibilidade)
3) Não há exame de admissibilidade no TRE.
4) Fungibilidade entre RESP  RO. Mas não entre RO  RESP (requisitos mais restritivos).

RECURSO ADESIVO e CONTRARRAZÕES


TSE aceita aplicação do art. 997 CPC (não há previsão específica). Deve apresentar
com as contrarrazões (não pode apartar!).
A jurisprudência do TSE admite (RO 50406-MT) que, em
contrarrazões, se apresente a ele matéria de sucumbência
parcial.
AGRAVO DE INSTRUMENTO
Cabimento: Presidente do TRE inadmite RESP.
Prazo: 3 dias.
Obs.: hoje em dia não mais sobe em autos apartados. Os autos seguem para o TSE, sendo
excepcional a formação do instrumento, feita somente para permitir pronta sequência do
processo ou execução do julgado:
Res. 23.478 TSE. Art. 19.
§ 2º. O agravo contra decisão que inadmitir o recurso especial interposto contra decisão
interlocutória será processado em autos suplementares, prosseguindo o curso da demanda
nos autos principais.

Curso forçado: leva o tema ao TSE ainda que intempestivo ou descabido.


Contrarrazões: em 3 dias, e devem se referir ao agravo e ao RESP. (TSE já examina ambos).
S 71 TSE: Na hipótese de negativa de seguimento ao RESP e da consequente interposição de
agravo, a parte deverá apresentar contrarrazões tanto ao agravo quanto ao RESP, dentro do
mesmo tríduo legal.
RECURSOS PERANTE O TSE
a) ED em face das decisões dos juízes auxiliares e relatores no TSE
b) Agravo interno em face das decisões dos juízes auxiliares e relatores no TSE
c) ED em face das decisões do plenário do TSE
d) RECURSO ORDINÁRIO em face da denegação de remédios constitucionais no TSE, em
decisão originária
e) RECURSO EXTRAORDINÁRIO em face da decisão do plenário que afrontem CF
f) Agravo de Instrumento em caso de inadmissão, pelo Presidente do TSE, do RExt
interposto

ED e AI é prazo de 3 dias, salvo propaganda/resposta em 24h.

RECURSO ORDINÁRIO PERANTE O TSE ao STF:

Art. 121, § 3º, CF.


São irrecorríveis as decisões do TSE, SALVO as que contrariarem esta Constituição e das
denegatórias de HC ou MS.
o Prevalece o art. 102, II, que incluiu todos os remédios:
Art. 102: compete ao STF:
II – julgar, em recurso ORDINÁRIO:
a) O HC, MS, HD e MI decididos em única instância pelos TS, se denegatória a
decisão
b) O crime político  CRIMES ELEITORAIS NÃO SÃO CRIMES POLÍTICOS!

RECURSO EXTRAORDINÁRIO PERANTE O TSE ao STF:


Não cabe perante TRE (Diferente da Justiça Comum, que pode RE e RESP do TRF/TJ)
Requisito: esgotabilidade dos recursos internos. Prequestionamento. Não discute fatos e
provas. Repercussão Geral.
Art. 102. Compete ao STF:
III – julgar, mediante RECURSO EXTRAORDINÁRIO, as causas decididas em única ou última
instância, quando a decisão recorrida:
a) Contrariar dispositivo da CF
b) Declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal
c) Julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição
d) Julgar válida lei local contestada em face de lei federal
§ 3º No recurso EXTRAORDINÁRIO o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das
questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal
examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de 2/3 de
seus membros.
Prazo: 3 dias.
Para quem: Presidente do TSE, que fará juízo de admissibilidade. Cabe agravo (3 dias), seguido
de contrarrazões (Agravo e Rext).
 Se a decisão recorrida tiver em consonância com entendimento do STF, o recurso não
será admitido

SUSTENTAÇÃO ORAL NOS TRIBUNAIS ELEITORAIS


CPC
Art. 937. Na sessão de julgamento, depois da exposição da causa pelo relator, o presidente
dará a palavra, sucessivamente, ao recorrente, ao recorrido e, nos casos de sua intervenção,
ao membro do Ministério Público, pelo prazo improrrogável de 15 (quinze) minutos para cada
um, a fim de sustentarem suas razões, nas seguintes hipóteses, nos termos da parte final do
caput do art. 1.021 :

I - no recurso de APELAÇÃO;
II - no recurso ORDINÁRIO;
III - no recurso ESPECIAL;
IV - no recurso EXTRAORDINÁRIO;
V - nos EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA;
VI - na ação RESCISÓRIA, no MANDADO DE SEGURANÇA e na RECLAMAÇÃO;

VIII - no agravo de instrumento interposto contra decisões interlocutórias que versem sobre
tutelas provisórias de urgência ou da evidência;

IX - em outras hipóteses previstas em lei ou no regimento interno do tribunal.

§ 1º A sustentação oral no incidente de resolução de demandas repetitivas observará o


disposto no art. 984 , no que couber.
§ 2º O procurador que desejar proferir sustentação oral poderá requerer, até o início da
sessão, que o processo seja julgado em primeiro lugar, sem prejuízo das preferências legais.
§ 3º Nos processos de competência originária previstos no inciso VI (RESCISÓRIA), caberá
sustentação oral no agravo interno interposto contra decisão de relator que o extinga.

§ 4º É permitido ao advogado com domicílio profissional em cidade diversa daquela onde está
sediado o tribunal realizar sustentação oral por meio de videoconferência ou outro recurso
tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, desde que o requeira até o dia
anterior ao da sessão.
Res. 23.476/2016
Art. 16. Nos tribunais eleitorais, o prazo para sustentação oral dos advogados e do MP será
de:
I – 15 minutos nos feitos originários (=CPC)
II – 10 minutos nos recursos eleitorais (art. 272 do CE)
III – 20 minutos do RCED (art. 272, pu, CE)
Lei do processo nos tribunais
Lei 8.038/90
QUEIXA
Art. 6º A seguir, o relator pedirá dia para que o Tribunal delibere sobre o recebimento, a
rejeição da denúncia ou da queixa, ou a improcedência da acusação, se a decisão não
depender de outras provas.
§ 1º no julgamento de que trata este artigo, será facultada sustentação oral pelo prazo de 15
minutos, primeiro à acusação, depois à defesa.

PROCESSO CRIME
Art. 12. Finda a instrução, o Tribunal procederá ao julgamento, na forma determinada pelo
regimento interno, observando-se o seguinte
I – a acusação e a defesa terão, sucessivamente, nessa ordem, prazo de UMA HORApara
sustentação oral, assegurado ao assistente ¼ do tempo da acusação.
REGIMENTO DO TSE
Art. 23. Feito o relatório, cada uma das partes poderá, no prazo improrrogável de 10 minutos,
salvo o disposto nos arts. 40, 64, 70, § 7º, e 80, sustentar oralmente as suas conclusões. Nos
embargos de declaração não é permitida sustentação oral.
ED-AgR-AI nº 11019 TSE
Descabe sustentação em agravo regimental

O momento de pronunciamento do MP depende se é parte (1º) ou custus legis (após). Mas


sempre antes do Relator começar a proferir seu voto. Iniciada a deliberação, somente com o
requerimento “pela ordem”, pode o Procurador se manifestar.
Art. 24 CE
Compete ao PROCURADOR GERAL, como Chefe do MPE:
I – assistir às sessões do TSE e tomar parte nas discussões.
Art. 27 CE – EXTENSÃO AOS PROCURADORES REGIONAIS:
§ 3º Compete aos Procuradores Regionais exercer, perante os Tribunais junto aos quais
servirem, as atribuições do Procurador Geral.
3.A JUSTIÇA ELEITORAL. JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA. COMPOSIÇÃO.
JUNTAS, JUÍZES E TER. TSE. ATUAÇÃO CONTENCIOSA, NORMATIVA E
CONSULTIVA.
JUSTIÇA ELEITORAL
Histórico: na República Velha tinha “eleição bico de pena” (fala seu voto) e “voto de cabresto”.
Havia o “sistema de verificação de poderes” no qual o Legislativo resolvia quem tinha sido
eleito (“Degola” de candidatos eleitos, mas não diplomados).
A JE surgiu após a “Revolução de 1930”, como alternativa à organização pelo PExecutivo e
PLegislativo, prevista no Código Eleitoral de 1932 e na CF 1934. Somente não funcionou no
Estado Novo (1937/1945).
 No mundo, prevalece o sistema administrativo, com comissões eleitorais ligadas ao
Executivo
 Judiciário especializado só no México e um pouco na Argentina,
 Mas a do Brasil vai além: registra, documenta, organiza, colhe voto, registra partidos e
candidatos, diploma. Julga, consulta, requisita tropas.
STJ 368 Compete à justiça comum estadual processar e julgar os pedidos de retificação de
dados cadastrais da Justiça Eleitoral

Possui PODER NORMATIVO por meio das consultas, o que não há na justiça comum.
NÃO PREVISTA NA CF.
Apesar de a Constituição não prever essa função, ela consta do artigo 1º, parágrafo único, e
do artigo 23, IX, ambos do Código Eleitoral. “Art. 1º Este Código contém normas destinadas a
assegurar a organização e o exercício de direitos políticos, precipuamente os de votar e ser
votado. Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral expedirá Instruções para sua fiel
execução. [...] Art. 23. Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal Superior: [...] IX – expedir
as instruções que julgar convenientes à execução deste Código;”
Por igual, dispõe o artigo 105, caput, da Lei nº 9.504/97: “Art. 105. Até o dia 5 de março do
ano da eleição, o Tribunal Superior Eleitoral, atendendo ao caráter regulamentar e sem
restringir direitos ou estabelecer sanções distintas das previstas nesta Lei, poderá expedir
todas as instruções necessárias para sua fiel execução, ouvidos, previamente, em audiência
pública, os delegados ou representantes dos partidos políticos.”
 O art. 105 da Lei das Eleições limita o papel das instruções do TSE ao caráter
regulamentar, sem restrições de direitos ou estabelecimento de sanções. Mas quem
averigua é a própria JE (salvo recurso ao STF)
Súmula-TSE nº 35
Não é cabível reclamação para arguir o descumprimento de resposta a
consulta ou de ato normativo do Tribunal Superior Eleitoral

Funções ADMINISTRATIVAS (permite ao juiz atuar de ofício) e jurisdicionais (proposta AIRC


ou RCED, fica caracterizada a jurisdição).
 A S 18 TSE proibiu o juiz de aplicar multas de ofício (é jurisdicional), mas permite o
poder de polícia (retirada é administrativa)

Caráter contramajoritário da JE e a autocontenção: o cálculo aritmético-majoritário dos votos


pode velar abuso, daí o papel da JE. Os mandatos curtos colaboram para imparcialidade.
A inexistência de vitaliciedade é característica própria: juízes e ministros têm mandatos
temporários – 2 anos como titular, admitida uma recondução. Isso prejudica segurança
jurídica, mas limita poder.

ESTRUTURAÇÃO – ÓRGÃOS DA JE: TSE, TRE, JUÍZES E JUNTAS (118 CF).


Art. 118. São órgãos da JE:
I – TSE
3 Ministros do STF (escolhidos pelo STF) – Um será o Presidente, outro Vice.
 S 72 STF: Não estarão impedidos, no STF, de julgar RExt do TSE.

2 Ministros do STJ – Um será o Corregedor Nacional da JE.

2 Advogados (nomeados pelo PR em lista sêxtupla do STF) (OAB NÃO PARTICIPA)


 podem advogar, exceto eleitoral. Não podem ser parentes (4º grau), exercer função
de confiança ou ser diretor/sócio de empresa com favores do poder público. Nem
ter mandato político. 10 anos de atividade.
 NÃO HÁ QUINTO CONSTITUCIONAL: MPE não têm assento, mesmo quando
aposentados (juiz aposentado também não pode).

Na época de eleições, Lei 9504 permite que o TSE nomeie 3 juízes auxiliares (juízes da
propaganda, embora cuidem de outros temas) para julgar representações da lei das eleições. De
suas decisões, cabe recurso ao próprio TSE.

 Pode aumentar nº por EC + Alteração do CE.

Competências (art. 23 CE):


 CONSULTAS em tese feitas por autoridade com jurisdição federal ou órgão
nacional de partido político  ABSTRATAS e FORA DO PERÍODO ELEITORAL.
 PGE também tem legitimidade (art. 127 CF, defender a
democracia)
V. art. 30 do DL nº 4.657/1942 (lindb), regulamentado pelo
Decreto nº 9.830/2019: caráter vinculante das respostas às
consultas.

 Expedir as instruções (RESOLUÇÕES) convenientes à execução do CE


 Normas secundárias e regulamentares, mas que resolvem
questão de primeira ordem. Por isso o legislador limita:
Art. 105. LE. ATÉ O DIA 5 DE MARÇO do ano da eleição, o
TSE, atendendo ao caráter regulamentar e sem restringir
direitos ou estabelecer sanções distintas das previstas nesta
Lei, poderá expedir todas as instruções necessárias a sua fiel
execução, ouvidos, previamente, em audiência pública, os
delegados ou representantes dos partidos políticos.
 Ouve-se partidos, MPE e cidadãos. Incorpora-se a
jurisprudência. Regulamentam-se as reformas
eleitorais constantes (ano ímpar, em setembro).

 REQUISITAR força federal necessária ao cumprimento da lei, de suas próprias


decisões ou das decisões dos TREs que o solicitarem, e para garantir a votação e a
apuração.
 TSE: o envio de Forças aos Estados supõe que o Chefe do Poder
Executivo local (Governador) entenda no sentido da
insuficiência das forças estaduais. Gov é ouvido, salvo se não
houver tempo, por ser véspera de eleição.

Decisões por maioria relativa, SALVO EXIGÊNCIA DE PLENO (todos os juízes


presentes, podendo convocar substitutos):
a) Interpretação do CE
b) Cassação de registro de partidos
c) Anulação de eleições
d) Perda de diploma

Mas decisão monocrática de Ministro é autorizada mesmo que implique anulação


da eleição ou perda de diploma (RESPE + Regimento Interno)

Essa exigência de MAIORIA ABSOLUTA foi estendida aos TREs.

II – TREs
2 Desembargadores do TJ (Presidente + Vice, este geralmente indicado para ser o
Corregedor-Regional Eleitoral)
2 juízes de direito indicados pelo TJ

1 Desembargador federal (onde tem TRF) ou juiz federal (se não tiver TRF)
2 Advogados (Nomeados pelo Presidente da República, indicados pelo TJ em lista sêxtupla)
 podem advogar, exceto eleitoral. Não podem ser parentes (4º grau), exercer função
de confiança ou ser diretor/sócio de empresa com favores do poder público. Nem
ter mandato político. 10 anos de atividade.
 NÃO HÁ QUINTO CONSTITUCIONAL: MPE não têm assento, mesmo quando
aposentados (juiz aposentado também não pode).
Ac.-TSE, de 11.6.2019, na LT nº 060001632: interpretação conforme a
Constituição para assentar que a posse no cargo de juiz membro do TRE, na
classe dos advogados, estará condicionada à comprovação, pelo candidato
nomeado, da exoneração de cargo público demissível ad nutum.

 Há um domínio do TJ, embora a União pague a conta.


 É comum que ingressem como substitutos (2+2) e depois titulares (2+2) = 8 anos.
Na época de eleições, Lei 9504 permite que o TRE nomeie 3 juízes auxiliares (juízes da
propaganda, embora cuidem de outros temas) para julgar representações da lei das eleições. De
suas decisões, cabe recurso ao próprio TRE.

O art. 23 do CE dispõe ser da competência do TSE: propor ao Legislativo o aumento do nº


de juízes de qualquer TRE, indicando a forma desse aumento. Mas esse dispositivo não foi
recepcionado pela CF.

COMPETÊNCIA
Competência CRIMINAL ORIGINÁRIA: PREFEITOS, DEPUTADOS ESTADUAIS, JUÍZES
ELEITORAIS e PROMOTORES DE JUSTIÇA ESTADUAL.
 Também responde consultas

RECURSOS
Das suas decisões somente cabe RESP ou RORDINÁRIO ao TSE. Não cabe RE ao STF.

III – JUÍZES ELEITORAIS


Indicado pelo TRE para exercer funções por 2 anos + uma recondução. Juiz de Direito da
zona eleitoral (pode ou não coincidir com a comarca).
Embora o CE diga que somente juízes vitaliciados, o TSE entende em sentido diverso.
Pela cumulação de funções, há uma gratificação de 16% dos vencimentos de um juiz
federal.

IV – JUNTAS ELEITORAIS
Com as urnas eletrônicas, perderam boa parte de suas funções, que era contar voto.
Juiz eleitoral + 2-4 cidadãos de notória idoneidade, escolhidos pelo juiz, com aprovação do
TRE, 60 dias antes da eleição. Sua função é apurar as eleições (perdendo a razão ante a
urna eletrônica). Não podem ser candidatos ou parentes, integrar diretórios de partidos,
policiais, funcionários de confiança do Poder Executivo ou funcionários da Justiça eleitoral.

Código Eleitoral, quando dispõe sobre esta estruturação/competência, foi recebido como LC:
CF. 121.
LEI COMPLEMENTAR disporá sobre organização e competência dos tribunais, juízes e juntas
eleitorais.

Atuação de ofício da Justiça Eleitoral: somente em matéria ADMINISTRATIVA (PODER DE


POLÍCIA). Em assuntos jurisdicionais, há “inércia da jurisdição”.
CE. 242.
PU. Sem prejuízo do processo e das penas cominadas, a Justiça Eleitoral adotará medidas para
fazer impedir ou cessar imediatamente a propaganda realizada com infração do disposto
neste artigo.
S 18 TSE.
Conquanto investido de poder de polícia, não tem legitimidade o juiz eleitoral para, de
ofício, instaurar procedimento com finalidade de impor MULTA pela veiculação de
propaganda eleitoral em desacordo com a LE 9504.

Competência: na matéria cível e administrativa, segue a circunscrição.


Na matéria PENAL, é o juiz eleitoral do local dos fatos, salvo foro por prerrogativa de função
(TRE ou STF/STJ). O art. 22, d, do CF (TSE julgar crimes eleitorais e comuns conexos cometidos
por seus juízes e juízes do TRE) NÃO FOI RECEPCIONADO PELA CF: competência para julgar
ministros do TSE É DO STF, juízes dos TREs, do STJ.
Art. 102. Compete ao STF:
I – processar e julgar, originariamente:
c) Nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de
Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aéronáutica, ressalvado o art.
52, I, os membros dos TRIBUNAIS SUPERIORES, os do TCU e os chefes de missão
diplomática de caráter permanente.

Art. 105. Compete ao STJ:


I–
a) Nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e DF, e, nestes e nos de
responsabilidade, os desembargadores dos TJ e DF, os membros de TCE e DF, os dos
TRF e TRELEITORAIS e TRTs, os membros dos Conselhos ou TCM e os MPU que oficiem
perante tribunais.

Legitimados ativos: Cidadão não têm legitimidade, somente para a “notícia de inelegibilidade”
à época do registro. Os legitimados tradicionais são PARTIDOS, COLIGAÇÕES, CANDIDATOS e
MPE.

Ações eleitorais são gratuitas: sem preparo, custas ou honorários por sucumbência.

4.C A FUNÇÃO ELEITORAL DO MPF. PROCURADORIA-GERAL ELEITORAL.


PROCURADORIA REGIONAL ELEITORAL. MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL.

MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL


LC 75/93.
Art. 37. O Ministério Público Federal exercerá as suas funções:
I - nas causas de competência do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça,
dos Tribunais Regionais Federais e dos Juízes Federais, e dos Tribunais e Juízes Eleitorais;
É quem representa a coletividade.
CF. Art. 127.
O MP é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a
defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais
indisponíveis.
 Nas ações que não propôs, é custus legis.
Mas há distinções:
 Em período eleitoral, a publicação das decisões dá em sessão ou mural eletrônico, não
valendo a prerrogativa da intimação pessoal do órgão ministerial
 AIRC: o prazo de impugnação e de alegações finais é comum para todos os legitimados
 AIJE: MP é responsável por levar próprias testemunhas, não sendo possível intimação
judicial para comparecimento.

Demais competências:
 Ações
 Assento e palavra nas sessões
 Parecer
 Ouvir e articular com a sociedade civil, na tarefa de representar os interesses
indisponíveis dos eleitores.

A CF não criou o MPE. Ele é regulamentado pelo Código Eleitoral e LC 75/93.

1ª) membro do MP que fica impedido de atuar nas funções eleitorais: se tiver sido


filiado antes de ingressar na instituição: por 02 anos
                                             ######
 2ª) membro do MP que não pode impugnar registro de candidato (propor
AIRC), desde que tenha disputado eleição, integrado diretório de partido político
ou exercício atividade político -partidária nos 04 anos anteriores
[!!conferir]
1-Membros do MP que ingressaram antes da CF/88:
Podem exercer cargo eletivo sem a necessidade de afastamento do MP.

2-Ingressaram pós CF/88 e antes da EC 45:


Podem exercer cargo eletivo, porém devem pedir afastamento do MP.

3-Ingressaram pós EC 45:


Membros do MP estão impedidos de exercer atividade política.(equiparados a Juízes). O
membro do MP que ingressou após a CF/88 deverá. caso queira candidatar-se a cargo eletivo,
ABANDONAR DEFINITIVAMENTE o cargo (quem se arriscar...kkkkk!)
COMPETÊNCIA PARA JULGAR PROCURADORES
STF - 2017 (Info 871).
Atenção: mudança recente de entendimento jurisprudencial
O entendimento até então adotado pelas cortes superiores era o de que o membro
do MP responde por crimes eleitorais perante o TRE ao qual ele está vinculado (do
local onde ele exerce suas funções) independentemente do local da infração. Esse
posicionamento mudou, vide abaixo:
"João é Procurador da República lotado na Procuradoria de Guarulhos (SP), área de
jurisdição do  TRF-3. Ocorre que João estava no exercício transitório de função no MPF
em  Brasília.  João pratica um crime neste período. De quem será a competência para
julgar João: do TRF3 ou do TRF1?  Do TRF1. 

A 2ª Turma, ao apreciar uma situação semelhante a essa, decidiu que a competência seria
do TRF1, Tribunal ao qual o Procurador da República está vinculado no momento da
prática do crime, ainda que esse vínculo seja temporário .

PROCURADOR GERAL ELEITORAL


É o PGR, automaticamente (não há vedação de seguidas reconduções).
Mandato: único que não se limita a dois anos com uma recondução.

Atribuições:
Art. 73. PU.
O PGEleitoral designará, dentre os SUBPROCURADORES-GERAIS da República, o VICE-
PROCURADOR-GERAL Eleitoral, que o substituirá em seus impedimentos e exercerá o cargo
em caso de vacância, até o provimento definitivo.
o Na prática, é o VICE-PGE que coordena a função eleitoral. Se destituírem o PGR,
ele também vaza, prosseguindo em sua função até escolher novo PGR.
ADI 3802DF
Detém o PGR, de acordo com o art. 128, § 5º, CF, a prerrogativa, ao lado daquela já atribuída
ao chefe do Poder Executivo (art. 61, § 1º, II, d, CF), de iniciativa dos projetos legislativos que
versem sobre a organização e as atribuições do Ministério Público Eleitoral, do qual é chefe,
atuando como seu procurador-geral. Tratando-se de atribuição do MPF (arts. 72 e 78), nada
mais natural que as regras de designação dos membros do MP para desempenhar as funções
junto à Justiça Eleitoral sejam disciplinadas na legislação que dispõe, exatamente, sobre a
organização, as atribuições e o estatuto do MPU, no caso, a LC 75/93.
O fato de o promotor eleitoral (MP estadual) ser designado pelo PRR (MPF) não viola a
autonomia administrativa do MP. Apresar de haver participação do MP estadual na
composição do MP Eleitoral – cumulando o membro da instituição as duas funções -, ambas
não se confundem, haja vista possuírem conjuntos diversos de atribuições, cada qual na
esfera delimitada pela CF e demais atos normativos de regerência...

Portaria 206/2013 do PGR criou o GENAFE –


Grupo Executivo Nacional da Função Eleitoral, para buscar linhas comuns para a atuação dos PREs.

Composição:
 1 coordenador Nacional
 6 coordenadores regionais, indicados independentemente de terem mandatos como
PREleitorais, não excluídas outras atribuições específicas de coordenação da função
eleitoral.

Coordenador Nacional:
 Propor, em conjunto com os Coordenadores Regionais, a ordem de prioridade das metas e o
cronograma de atividades do Plano de Ação da Função Eleitoral ao PGE
 Definir, em conjunto com os Coordenadores Regionais e mediante anuência do Vice-
Procurador-Geral Eleitoral, as tarefas
 Acompanhar a execução e tomar medidas corretivas
 Solicitar informações e providencias necessárias à execução aos demais membros do MPE 
A critério do Coordenador, esta prerrogativa estende-se aos Coord. Regionais.
Sempre que entender pertinente, o Coord. Nacional poderá delegar a coordenação nacional de
projetos a Coord. Regionais.

Coord. Regionais:
 Auxiliar o Coord. Nacional.
 Identificar as oportunidades e dificuldades na execução de metas e tarefas
 Comunicar ao Coord. Nacional o nível de alcance das metas em cada região

O PGE designará os membros do GENAFE, ouvidos o Vice-PGE e os PREleitorais.


PROCURADOR REGIONAL ELEITORAL
Atua perante os TREs.
Quem? MPF. É um Procurador Regional da República (SP, RJ, PE e DF).
 Se não houver PRR (demais estados), será um Procurador da
República, com vitaliciedade.
Escolha: Procurador Geral Eleitoral (é comum haver eleições, mas o PGEleitoral tem
liberdade).
Mandato: dois anos + uma recondução. (Também há o PREleitoral substituto, igual prazo).
 Pode haver destituição do PRE antes do término: iniciativa do PGE
+ anuência da maioria absoluta do CSMPF.
Atribuições: “dirigir atividades do setor” (art. 77, LC 75). Fiscaliza Promotor Eleitoral e Juízes
eleitorais.
L 9504.
Art. 77. § 1º. É obrigatório, para os membros dos TREs e do MPE,
fiscalizar o cumprimento desta Lei pelos juízes e promotores
eleitorais das instâncias inferiores, determinando, quando for o
caso, a abertura de procedimento disciplinar para apuração de
eventuais irregularidades que se verificarem.
o Isso não é papel correicional: ele representa à
Corregedoria do respectivo MP Estadual.

Procuradores da Propaganda: por simetria aos juízes auxiliares da JE, na época das eleições
estaduais e nacional, três membros do MPF serão designados para atuarem no TSE e nos TREs.
Podem atuar em todas as reclamações e representações. Acompanham e recorrem das
decisões dos juízes da propaganda.

PROMOTOR ELEITORAL
Tem todas garantias, EXCETO vitaliciedade.
Quem? MP LOCAL.

Na inexistência de Promotor que oficie perante a Zona Eleitoral,
ou havendo impedimento ou recusa justificada, o Chefe do
Ministério Público local indicará ao Procurador Regional Eleitoral
o substituto a ser designado
Lc 75: quem atua parente o Juiz Eleitoral é o Promotor Eleitoral (MP Estadual), indicado pelo
Procurador Geral de Justiça e nomeados pelo Procurador Regional Eleitoral. É ATO
COMPLEXO: quem indica não nomeia, quem nomeia aguarda indicação. Dois anos + uma
prorrogação.
Art. 79. O Promotor Eleitoral será membro do MP local que oficie junto ao Juízo
incumbido do serviço eleitoral de cada Zona.
PU. Na inexistência de Promotor que oficie perante a Zona Eleitoral, ou havendo impedimento ou recusa
justificada, o Chefe do MP local indicará ao Procurador Regional Eleitoral o substituto a ser designado.
 Houve uma ADI, mas o dispositivo foi julgado constitucional em 2016:
“A subordinação hierárquico-administrativa – não funcional – do
promotor eleitoral é estabelecida em relação ao procurador regional
eleitoral, e não em relação ao procurador-geral de justiça. Ante tal fato,
nada mais lógico que o ato formal de “designação” do promotor eleitoral
seja feito pelo superior na função eleitoral, e não pelo superior nas
funções comuns”
o SÃO NULOS OS ATOS DE PROMOTOR NÃO DESIGNADO
PELO PRE!
o Quem destitui também é o Procurador Regional Eleitoral
(MPF)
o O promotor eleitoral também ganha o adicional de 16%
dos vencimentos do juiz federal
o PODERES CORREICIONAIS SOBRE O PROMOTOR
ELEITORAL (quando o juiz não concorda com
arquivamento): há dúvida, mas LCSG diz que é da
CÂMARA DE COORDENAÇÃO E REVISÃO DO MPF , a luz
dos princípios da unidade e indivisibilidade do MP.
Vedações:
Art. 80. A filiação a partido político impede o exercício de funções eleitorais por
membro do MP até dois anos do seu cancelamento.
LC 64.
Art. 3º. § 2º. Não poderá impugnar o registro de candidato o representante do MP
que, nos 4 anos anteriores, tenha disputado cargo eletivo, integrado diretório de
partido ou exercido atividade político-partidária.

Resolução 30 do CNMP
Parâmetros para a indicação e designação de membros do MP para exercer a função eleitoral
em 1º grau
“A designação para o exercício da função eleitoral por membro do MP em 1º grau compete
ao PREleitoral, a quem cabe, em cada Estado, dirigir as atividades do setor, nos termos do art.
77 da LC 75.”

Art. 1º.
I – A designação será feita por ato do PREleitoral, com base em indicação do Chefe do MP
local.
II – A indicação feita pelo PGJ recairá sobre o membro lotado em localidade integrante de
zona eleitoral que por último houver exercido a função eleitoral.
III – nas indicações e designações subsequentes, obedecer-se-á, para efeito de titularidade ou
substituição, À ordem decrescente de antiguidade na titularidade da função eleitoral,
prevalecendo, em caso de empate, a antiguidade na zona eleitoral.
IV – a designação será feita pelo prazo ininterrupto de dois anos, nele incluídos os períodos
de férias, licenças e afastamentos, admitindo-se a recondução apenas quando houver um
membro na circunscrição da zona eleitoral.

§ 1º NÃO PODERÁ SER INDICADO:


I – lotado em localidade não abrangida pela zona eleitoral perante a
qual este deverá oficial, salvo em caso de ausência, impedimento ou
recusa justificada, e quando não ali existir outro membro desimpedido.

II – que se encontrar afastado do exercício do ofício do qual é titular,


inclusive quando estiver exercendo cargo ou função de confiança na
administração superior da Instituição.

III – que tenha sido punido ou que responde PAD ou judicial, nos 3 anos
subsequentes, em razão da prática de ilícito que atente contra:
a) A celeridade da atuação ministerial
b) A isenção das intervenções do processo eleitoral
c) A dignidade da função e a probidade administrativa

§ 2º Em caso de ausência, impedimento ou recusa injustificada, terá preferência, para efeito


de indicação e designação, o membro do MP que, sucessivamente, exercer suas funções:
I – na sede da respectiva zona eleitoral
II – em município que integra a respectiva zona eleitoral
III – em comarca contígua à sede da zona eleitoral

§ 3º os casos omissão serão resolvidos pelo PREleitoral.

Art. 2º Não será permitida, em qualquer hipótese, a percepção cumulativa de gratificação


eleitoral.

Art. 3º. É vedado o recebimento de gratificação eleitoral por quem não houver sido
regularmente designado para o exercício de função eleitoral

Art. 4º. A filiação a partido político impede o exercício de funções eleitorais por membros do
MP pelo período de dois anos, a contar de seu cancelamento.

Art. 5º. As investiduras em função eleitoral não ocorrerão em prazo inferior a 90 dias do
pleito e não cessarão em prazo inferior a 90 dias após o pleito¸ devendo ser providenciadas
pelo PREleitoral as prorrogações eventualmente necessárias.
§ 1º Para cumprimento do caput, vai poder estender/reduzir os 2 anos de mandato
(PREleitoral editará, no prazo de 60 dias, os atos prorrogando a investidura dos atuais
membros do MPE de 1º grau indicados e designados para exercer a função eleitoral por prazo
inferior a 2 anos, observado o art. 5º).

§ 2º Vedada a fruição de férias ou licença voluntária promotor eleitoral no período de 90


dias antes do pleito até 15 dias após a diplomação, salvo em situações excepcionais
autorizadas pelo Chefe do MP respectivo. (comprovar necessidade; indicação do promotor
substituto e anuência expressa do PREleitoral).

Segundo a CF, é dever do MP promover IC e ACP na proteção do patrimônio público e social,


do MA e de interesses difusos e coletivos. O interesse eleitoral é nitidamente difuso. Mas o CE
prevê a inaplicabilidade dos procedimentos da Lei da ACP (LCSG diz ser INCONSTITUCIONAL):
Art. 105-A. Em matéria eleitoral, não são aplicáveis os procedimentos previstos na L 7347/85.
 TACs e Recomendações eleitorais realmente não podem (Os promotores se reuniam
com os partidos, objetivando fazer acordos sobre a propaganda eleitoral na cidade
para evitar danos. Quando havia descumprimento, ajuizavam ação. A Lei foi uma
reação)
 Mas PODE INQUÉRITO CIVIL PÚBLICO, porque previsto na CF: art. 129, III.
o Para evitar que não o fizessem o PGR fez portaria - As investigações
ministeriais são regidas pela Portaria nº 692, da PGE. Preveem a instauração
do PPE – Procedimento Preparatório Eleitoral , com prazo
de 60 dias, permitidas prorrogações. A instauração deve ser objeto de
publicidade. Seu arquivamento é submetido ao controle da PGE (instaurado
por PRE) ou PRE (Promotor Eleitoral).
o Lei veda, mas segundo TSE, MP tem o dever de usar todos seus instrumentos, de modo que
pode usar o PPE – procedimento administrativo eleitoral e o Inquérito Civil, com a condição de
não ser utilizado exclusivamente para fins eleitorais (exportação de informação colhida,
inclusive de inquérito policial, como elemento de informação – pois sem contraditório).

Portaria 692/2016
PPE – Procedimento Preparatório Eleitoral
Art. 2º O PPE, de natureza facultativa, administrativa e unilateral, será instaurado para
coletar subsídios necessários à atuação do MPE perante a JE, visando à propositura de
medidas cabíveis em relação aos ilícitos eleitorais de natureza não criminal.
§ 1º O PPE não é condição de procedibilidade para o ajuizamento.
§ 2º O PPE poderá ser instaurado diretamente ou com base em notícia de fato.
§ 3º O arquivamento das notícias de fato que não forem convertidas em PPE deverá ser
promovido perante os órgãos competentes, na forma do art. 8º.

Art. 3º. §. A instauração do PPE dar-se-á por meio de portaria fundamentada, devidamente
registrada e autuada, que mencionará, de forma resumida, o fato que o MPE pretende
elucidar.

Art. 4º. A instauração do PPE deverá ser comunicada por escrito à PREleitoral respectiva ou à
PGEleitoral, sem prejuízo da publicidade.

Art. 5º. Aplica-se ao PPE o princípio da publicidade dos atos, excepcionando-se os casos em
que haja sigilo legal ou em que a publicidade possa acarretar prejuízo às investigações,
casos em que a decretação do sigilo deverá ser motivada.
I – publicação da portaria de instauração do PPE na imprensa oficial.
II – na expedição de certidão, a pedido do investigado, seu advogado, procurador ou
representante legal, do Poder Judiciário, de outro ramo do MP ou de terceiro diretamente
interessado.
III – na concessão de vista aos autos, mediante requerimento fundamentado e por
deferimento do órgão encarregado do PPE, ressalvadas as hipóteses de sigilo legal ou
judicialmente decretado.
IV – na extração de cópias, mediamente requerimento fundamentado + deferimento, às
expensas do requerente e somente Às pessoas do II, ressalvado o sigilo.

§ 2º É prerrogativa do membro do MPE responsável pela condução do PPE, quando o caso


exigir e mediante decisão fundamentada, decretar o sigilo, garantindo ao investigado a
obtenção, por cópia autenticada, de depoimento que tenha prestado e dos atos de que
tenha, pessoalmente, participado.

DA INSTRUÇÃO
Art. 6º O PPE terá prazo de duração de 60 dias, permitidas, por igual período, prorrogações
sucessivas, devidamente fundamentadas, quando houver necessidade de continuidade.
§ As prorrogações deverão ser comunicadas À PRE ou PGE.

Art. 7º Poderá o membro do MPE:


I – notificar testemunhas e requisitar sua condução coercitiva, nos casos de ausência
injustificada.
II – requisitar informações, exames, perícias e documentos de autoridades da adm. Pública.
III – requisitar informações e documentos a entidades privadas.
IV – realizar inspeções e diligências investigatórias
V – Expedir notificações e intimações.
§ 1º O prazo para resposta é 10 dias.
§ 2º Comparecimento, antecedência mínima de 48 h.
§ 3º Fato e faculdade de advogado
§ 4º Sempre que possível, o autor do fato será convidado a apresentar as informações que
considerar adequadas, oportunidade em que poderá requerer diligências, cabendo ao MPE
apreciar, em despacho fundamentado, a conveniência e oportunidade da sua realização.

ENCERRAMENTO
Art. 8º Não comprovado ou inexistente o fato/não constituir infração eleitoral/investigado
não concorreu, deverá arquivar o PPE, encaminhando-o para homologação a ser feita:
I – pelo PGE, nos casos em que o arquivamento tenha sido promovido pelo PRE, por seu
substituto ou auxiliar
II – pelo PRE do respectivo estado, nos casos de Promotor Eleitoral.
 Na linha da LC 75, é do MPF este poder e não do PGJ (embora em alguns estado haja
regulamentação para o PGJ analisar arquivamento)

§ 1º No caso de não acolhimento das razões de arquivamento, a autoridade revisora


designará membro distinto para a realização da atuação cabível.
§ 2º Nos casos em que a abertura do PPE se der por representação, o interessado será
cientificado formalmente da promoção de arquivamento e da faculdade de apresentar
razões e documentos que serão juntados aos autos para nova apreciação do órgão superior
do MPE.

Art. 9. O desarquivamento do PPE, diante de novas provas ou para investigar fato novo
relevante, poderá ocorrer no prazo máximo de 6 meses após o arquivamento. Transcorrido,
novo PPE.

Art. 10. O encaminhamento do PPE a outro ÓRGÃO do MPE para continuidade das
investigações dispensa prévia homologação.
§ Nas hipóteses de declínio de atribuição a outro RAMO do MP, deverá o membro do MPE
submeter sua decisão à revisão do órgão superior.

Art. 11. Os casos omissos serão resolvidos pelo PGE.


Art. 12. Os órgãos do MPE deverão promover a adequação dos procedimentos em curso aos
termos da presente portaria no prazo de 30 dias.

MPELEITORAL não atua:


 Ação de improbidade
 Ação direta de inconstitucionalidade/representação interventiva

Mitigação das prerrogativas ministeriais:


 Não tem intimação pessoal da publicação da lista na AIRC
 Prazo comum para alegações finais da AIJE, sem retirada dos autos em cartório
 Não tem prazo em dobro
10.B. CRIMES ELEITORAIS. NATUREZA E TIPICIDADE DOS CRIMES
ELEITORAIS. AS PENAS. OS CRIMES PREVISTOS NO CÓDIGO ELEITORAL. OS
CRIMES ELEITORAIS PREVISTOS NA LEGISLAÇÃO ESPARSA.

10.C. PROCEDIMENTO DAS AÇÕES PENAIS ELEITORAIS PERANTE O TRE E


SEUS RECURSOS. HABEAS CORPUS E REVISÃO CRIMINAL NA JUSTIÇA
ELEITORAL. RECURSOS DAS DECISÕES DO TSE.

6.B. PROCESSO PENAL ELEITORAL. A POLÍCIA JUDICIÁRIA ELEITORAL.


CRIMES ELEITORAIS PRÓPRIOS, CONEXOS E COMPETÊNCIA.
PRERROGATIVA DE FORO. APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA DO PROCESSO PENAL
COMUM. RECURSOS ELEITORAIS CRIMINAIS. O PROCEDIMENTO
PREPARATÓRIO ELEITORAL.
PENAL E PROCESSO PENAL ELEITORAL
Crítica inicial: Existe um problema de ineficácia penal eleitoral: penas brandas, indicativas de
transação penal, regime aberto ou pena substitutiva. Os agentes temem mais as sanções cíveis
de perda de registro, diploma ou mandato. A Lei da Ficha Limpa alterou um pouco este
contexto, ao prever inelegibilidade por condenação por crime eleitoral, no colegiado.

Bem jurídico: lisura e legitimidade das eleições. Há um exagero de figuras típicas (escassa
lesividade e insuficiente descrição da conduta) e confusão com ilícitos administrativos, sem a
mínima dignidade penal.

Tipicidade subjetiva: todos são dolosos (não há culpa/preterdolo).


Vítima: direta é a sociedade (difusamente), portanto, são de ação penal pública
INCONDICIONADA. Nos casos em que há vítima direta específica, especialmente nos crimes de honra eleitorais,
não há, mas deveria haver condicionamento à representação, sob pena de o Promotor Eleitoral tornar-se juiz da
subjetividade alheia, que pode ou não ter se sentido ofendida com uma imputação.

Não são crimes próprios e não exigem do sujeito ativo nenhuma qualidade, função ou
condição. São crimes comuns.
 Salvo raras exceções, como crime de juiz alistar indevidamente ou servidor usar
autoridade para coagir voto
Não são crimes políticos (competência da J. Federal com recurso ordinário para o STF).

Classificação:
 Próprios – previstos na legislação eleitoral.  Justiça Eleitoral
o Comprova de voto – art. 299 CE
 Impróprios - previstos na legislação penal comum, mas aptos a afetar interesses da
União Federal em matéria relacionada às eleições.  Justiça Comum, salvo se conexo
à crime eleitoral
o Corrupção passiva – art. 317 CP
Pena: PPL acanhada. Apenas estes têm pena superior a 4 anos, condição necessária para
aplicação dos dispositivos da Lei das Organizações Criminosas, que possibilitam a ação
controlada, a infiltração de agentes e a delação premiada:
Art. 1º § 1º da LOC:
Considera-se organização criminosa a associação de 4 ou mais pessoas estruturalmente ordenada e
caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou
indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas
máximas sejam superiores a 4 anos, ou que sejam de caráter transnacional.

CRIMES NOVOS!! LEI 13.834/2019


DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA COM FINALIDADE ELEITORAL
Art. 326-A. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, de
investigação administrativa (COMO UM PPE), de inquérito civil ou ação de improbidade
administrativa, atribuindo a alguém a prática de crime ou ato infracional (DIFERENTE DO CP,
adolescente) de que o sabe inocente, com finalidade eleitoral:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa.

[Causas de aumento e diminuição idênticas ao CP]


§ 1º A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve do anonimato ou de nome
suposto.
§ 2º A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de contravenção.

§ 3º Incorrerá nas mesmas penas deste artigo quem, comprovadamente ciente (DOLO) da
inocência do denunciado e com finalidade eleitoral, divulga ou propala, por qualquer meio ou
forma, o ato ou o fato que lhe foi falsamente atribuído. [veto derrubado]
 Foi vetada pela desproporcionalidade. Já existe uma conduta similar tipificada
(divulgar calúnia eleitoral - art. 324, § 1º) cuja pena é de detenção de 6 meses a 2
anos. Ademais, são bens jurídicos diferentes. Quem dá causa, fere a Administração da
Justiça. Quem propala, fere a honra.

CODIGO ELEITORAL
Art. 289. Inscrever-se fraudulentamente eleitoral. R 5 anos + multa.
Art. 291. Efetuar o juiz, fraudulentamente, a inscrição de alistando. R 5 anos + multa.
Art. 302. Promover, no dia da eleição, com o fim de impedir, embaraçar ou fraudar o
exercício do voto a concentração de eleitores, sob qualquer forma, inclusive o fornecimento
gratuito de alimento e transporte coletivo. R 4 a 6 anos + multa.
Art. 307. Fornecer ao eleitor cédula oficial já assinalada ou por qualquer forma marcada. R
5 + multa.
Art. 208. Rubricar e fornecer cédula oficial em outra oportunidade que não a de entrega da
mesma ao eleitor. R 5 + M.
Art. 315. Alterar nos mapas ou nos boletins de apuração a votação obtida por qualquer
candidato ou lançar nestes documentos votação que não corresponde às cédulas apuradas.
R 5 + M.
Art. 316. Não receber ou não mencionar nas atas de eleição ou da apuração os protestos
devidamente formulados ou deixar de remetê-los à instancia superior. R 5 + M.
Art. 317. Violar ou tentar violar sigilo da urna ou dos invólucros. R 3 a 5.
Art. 399. Destruir, suprimir ou ocultar urna contendo votos ou documentos relativos à
eleição. R 2 a 6 + M.
Art. 348. Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público
verdadeiro, para fins eleitorais. R 2 a 6 + M.
§ 1º FP, agravante.
§ 2º Equipara-se a documento público o emanado de entidade paraestatal, inclusive
fundação do Estado.
Art. 349. Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento
particular verdadeiro, para fins eleitorais. R 5 + M.
Art. 350. Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar,
ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, para fins
eleitorais. R 5 + M, se o doc é público. R 3 + M, se particular.
PU. FP, agravante.
Art. 352. Reconhecer, como verdadeira, no exercício da função pública, firma ou letra que
não o seja, para fins eleitorais. R 5 + M, se pública. R 3 + M, se particular.
Art. 354-A. Apropriar-se o candidato, o administrador financeiro da campanha ou quem de
fato exerça essa função, de bens, recursos ou valores destinados ao financiamento eleitoral,
em proveito próprio ou alheio. R 2 a 6 anos + M.

LEI DAS ELEIÇÕES


Art. 72. R 5 a 10 anos:
I – obter acesso a sistema de tratamento automático de dados usado pelo serviço eleitoral,
a fim de alterar a apuração ou a contagem de votos
II – desenvolver ou introduzir comando, instrução, ou programa de computador capaz de
destruir, apagar, eliminar, alterar, gravar ou transmitir dado, instrução ou programa ou
provocar qualquer outro resultado diverso do esperado em sistema de tratamento
automático de dados usado pelo serviço eleitoral.
III – causar, propositadamente, dano físico ao equipamento usado na votação ou na
totalização de votos ou a suas partes.

LEI 6091/74
Art. 11. Constitui crime eleitoral:
III – descumprir a proibição dos art. 5º, 8º e 10. R 4 A 6 + M.

....Crimes eleitorais só com pena de multa:


292 Negar ou retardar a autoridade judiciária, sem fundamento legal, a inscrição requerida
303 Majorar os preços de utilidades e serviços necessários à realização de eleições, tais
como transporte e alimentação de eleitores, impressão, publicidade e divulgação de matéria
eleitoral.
304 Ocultar, sonegar açambarcar ou recusar no dia da eleição o fornecimento,
normalmente a todos, de utilidades, alimentação e meios de transporte, ou conceder
exclusividade dos mesmos a determinado partido ou candidato
306 Não observar a ordem em que os eleitores devem ser chamados a votar:
313 Deixar o juiz e os membros da Junta de expedir o boletim de apuração imediatamente
após a apuração de cada urna e antes de passar à subseqüente, sob qualquer pretexto e
ainda que dispensada a expedição pelos fiscais, delegados ou candidatos presentes:
338 Não assegurar o funcionário postal a prioridade prevista no Art. 239:
Art. 239. Aos partidos políticos é assegurada a prioridade postal durante os 60 (sessenta) dias anteriores à
realização das eleições, para remessa de material de propaganda de seus candidatos registrados.
345 Não cumprir a autoridade judiciária, ou qualquer funcionário dos órgãos da Justiça
Eleitoral, nos prazos legais, os deveres impostos por êste Código, se a infração não estiver
sujeita a outra penalidade:

Sistema DIA-MULTA: Culpabilidade do agente + capacidade econômica. Este sistema foi


inaugurado no direito brasileiro pelo Código Eleitoral.
Art. 286. A pena de multa consiste no pagamento ao Tesouro Nacional, de uma soma de
dinheiro, que é fixada em dias-multa. Seu montante é, no mínimo, 1 (um) dia-multa e, no
máximo, 300 (trezentos) dias-multa.

§ 1º O montante do dia-multa é fixado segundo o prudente arbítrio do juiz, devendo


êste ter em conta as condições pessoais e econômicas do condenado, mas não pode ser
inferior ao salário-mínimo diário da região, nem superior ao valor de um salário-mínimo
mensal.

§ 2º A multa pode ser aumentada até o triplo, embora não possa exceder o máximo
genérico caput, se o juiz considerar que, em virtude da situação econômica do condenado,
é ineficaz a cominada, ainda que no máximo, ao crime de que se trate.

....Há um grande rol de delitos com penas brandas de detenção (para todos este scrimes, a
pena não supera 2 anos de privação de liberdade, portanto a pena é exclusivamente de multa
ou prestação de serviços, aplicáveis as regras da 9099/95 – não há Juizado Especial Eleitoral,
mas as medidas despenalizadoras e descarceirizados da referida lei – como transação penal e
suspensão condicional do processo – podem ser aplicadas pelo próprio juízo eleitoral:

CODIGO ELEITORAL
293 Perturbar ou impedir de qualquer forma o alistamento:
296 Promover desordem que prejudique os trabalhos eleitorais;
297  Impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio:
300 Valer-se o servidor público da sua autoridade para coagir alguém a votar ou não votar
em determinado candidato ou partido:
305 Intervir autoridade estranha à mesa receptora, salvo o juiz eleitoral, no seu
funcionamento sob qualquer pretexto
310 Praticar, ou permitir membro da mesa receptora que seja praticada, qualquer
irregularidade que determine a anulação de votação, salvo no caso do Art. 311:
311 Votar em seção eleitoral em que não está inscrito, salvo nos casos expressamente
previstos, e permitir, o presidente da mesa receptora, que o voto seja admitido:
312 Violar ou tentar violar o sigilo do voto:
314 Deixar o juiz e os membros da Junta de recolher as cédulas apuradas na respectiva urna,
fechá-la e lacrá-la, assim que terminar a apuração de cada seção e antes de passar à
subseqüente, sob qualquer pretexto e ainda que dispensada a providencia pelos fiscais,
delegados ou candidatos presentes:
318 Efetuar a mesa receptora a contagem dos votos da urna quando qualquer eleitor
houver votado sob impugnação
319 Subscrever o eleitor mais de uma ficha de registro de um ou mais partidos:
321 Colher a assinatura do eleitor em mais de uma ficha de registro de partido:
323 Divulgar, na propaganda, fatos que sabe inveridicos, em relação a partidos ou
candidatos e capazes de exercerem influência perante o eleitorado:
324 Caluniar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando fins de propaganda, imputando-
lhe falsamente fato definido como crime:
§ 1° Nas mesmas penas incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga.
        § 2º A prova da verdade do fato imputado exclui o crime, mas não é admitida:
        I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido, não foi
condenado por sentença irrecorrível;
        II - se o fato é imputado ao Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro;
        III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por
sentença irrecorrível.

325 Difamar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de propaganda,


imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:
331 Inutilizar, alterar ou perturbar meio de propaganda devidamente empregado:
332 Impedir o exercício de propaganda
334 Utilizar organização comercial de vendas, distribuição de mercadorias, prêmios e
sorteios para propaganda ou aliciamento de eleitores:
335 Fazer propaganda, qualquer que seja a sua forma, em língua estrangeira:
341 Retardar a publicação ou não publicar, o diretor ou qualquer outro funcionário de órgão
oficial federal, estadual, ou municipal, as decisões, citações ou intimações da Justiça
Eleitoral:
342 Não apresentar o órgão do Ministério Público, no prazo legal, denúncia ou deixar de
promover a execução de sentença condenatória:
343 Não cumprir o juiz o disposto no § 3º do Art. 357:
346 Violar o disposto no Art. 377:
Art. 377. O serviço de qualquer repartição, federal, estadual, municipal, autarquia, fundação do Estado,
sociedade de economia mista, entidade mantida ou subvencionada pelo poder público, ou que realiza contrato
com êste, inclusive o respectivo prédio e suas dependências não poderá ser utilizado para beneficiar partido ou
organização de caráter político.
347 Recusar alguém cumprimento ou obediência a diligências, ordens ou instruções da
Justiça Eleitoral ou opor embaraços à sua execução:

L 9504
33§4 § 4º A divulgação de pesquisa fraudulenta constitui crime, punível com detenção de
seis meses a um ano e multa no valor de cinqüenta mil a cem mil UFIR.
34§2 § 2º O não-cumprimento do disposto neste artigo (ACESSO DOS PARTIDOS aos dados
de pesquisa) ou qualquer ato que vise a retardar, impedir ou dificultar a ação fiscalizadora
dos partidos constitui crime, punível com detenção, de seis meses a um ano, com a
alternativa de prestação de serviços à comunidade pelo mesmo prazo, e multa no valor de
dez mil a vinte mil UFIR.
39§5
§ 5º Constituem crimes, no dia da eleição, puníveis com detenção, de seis meses a um ano,
com a alternativa de prestação de serviços à comunidade pelo mesmo período, e multa no
valor de cinco mil a quinze mil UFIR:
I - o uso de alto-falantes e amplificadores de som ou a promoção de comício ou carreata;
II - a arregimentação de eleitor ou a propaganda de boca de urna;
III - a divulgação de qualquer espécie de propaganda de partidos políticos ou de seus
candidatos. 
IV - a publicação de novos conteúdos ou o impulsionamento de conteúdos nas aplicações
de internet de que trata o art. 57-B desta Lei, podendo ser mantidos em funcionamento as
aplicações e os conteúdos publicados anteriormente.
Art. 40. O uso, na propaganda eleitoral, de símbolos, frases ou imagens, associadas ou
semelhantes às empregadas por órgão de governo, empresa pública ou sociedade de
economia mista constitui crime, punível com detenção, de seis meses a um ano, com a
alternativa de prestação de serviços à comunidade pelo mesmo período, e multa no valor de
dez mil a vinte mil UFIR.

Peculiar técnica legislativa para definição de pena mínima:


Art. 284. Sempre que este código NÃO INDICAR O GRAU MÍNIMO, entende-se que será ele
de 15 dias para pena de DETENÇÃO e de UM ANO PARA A DE RECLUSÃO.
Art. 385 Quando a lei determina a agravação ou atenuação da pena sem mencionar o
quantum, deve o juiz fixa-la entre 1/5 e 1/3, guardados os limites da pena cominada ao
crime.

Responsabilidade penal de pessoa jurídica (DIRETÓRIO LOCAL DO PARTIDO):


 Art. 336. Na sentença que julgar ação penal pela infração de qualquer dos artigos. 322, 323,
324, 325, 326,328, 329, 331, 332, 333, 334 e 335 (FAKE NEWS e PROPAGANDA IRREGULAR),
deve o juiz verificar, de acôrdo com o seu livre convencionamento, se DIRETÓRIO LOCAL DO
PARTIDO, POR QUALQUER DOS SEUS MEMBROS, concorreu para a prática de delito, ou
dela se beneficiou conscientemente.

o Jamais aplicada

TSE: Art. 337 NÃO FOI RECEBIDO PELA CF:


Art. 337. Participar, o estrangeiro ou brasileiro que não estiver no gôzo dos seus direitos políticos,
de atividades partidárias inclusive comícios e atos de propaganda em recintos fechados ou abertos:
        Pena - detenção até seis meses e pagamento de 90 a 120 dias-multa.

E vários outros não deveriam ter sido recebidos (LCSG):


  Art. 292. Negar ou retardar a autoridade Confunde infração administrativa com penal,
judiciária, sem fundamento legal, a inscrição criando uma subjetividade inadmissível,
requerida: censura interpretação judicial.
É o caso de recurso, não de denúncia.
 Art. 293. Perturbar ou impedir de qualquer Não descreve a conduta.
forma o alistamento:
 Art. 296. Promover desordem que Não descreve a conduta.
prejudique os trabalhos eleitorais;
 Art. 297. Impedir ou embaraçar o exercício Não descreve a conduta.
do sufrágio:
Art. 298. Prender ou deter eleitor, membro Segundo as garantias eleitorais (art. 236),
de mesa receptora, fiscal, delegado de não pode prisão, salvo em flagrante, de
partido ou candidato, com violação do eleitor 5 dias antes e 2 dias depois das
disposto no Art. 236: eleições; e mesários/fiscais, 15 dias antes
das eleições.
Já não vivemos o mesmo tempo que 1965 e
a prisão tem mais garantias fora do flagrante
(decisão judicial fundamentada).
Não é mais garantia, mas privilégio
inaceitável.
 Art. 303. Majorar os preços de utilidades e Ofende a ordem econômica da CF 1988.
serviços necessários à realização de eleições,
tais como transporte e alimentação de
eleitores, impressão, publicidade e
divulgação de matéria eleitoral.
  Art. 304. Ocultar, sonegar açambarcar ou Ofende a ordem econômica da CF 1988.
recusar no dia da eleição o fornecimento,
normalmente a todos, de utilidades,
alimentação e meios de transporte, ou
conceder exclusividade dos mesmos a
determinado partido ou candidato:
    Art. 306. Não observar a ordem em que os Claramente administrativo (subsidiariedade
eleitores devem ser chamados a votar: e última ratio penal)
   Art. 310. Praticar, ou permitir membro da Não descreve a conduta.
mesa receptora que seja praticada, qualquer
irregularidade que determine a anulação de
votação, salvo no caso do Art. 311:
  Art. 335. Fazer propaganda, qualquer que Xenófobo.
seja a sua forma, em língua estrangeira:
Art. 338. Não assegurar o funcionário postal Claramente administrativo (subsidiariedade
a prioridade prevista no Art. 239: e última ratio penal)
 Art. 342. Não apresentar o órgão do Não cabe denunciar o MP, mas entrar com
Ministério Público, no prazo legal, denúncia ação subsidiária da pública e acionar o
ou deixar de promover a execução de membro na Corregedoria.
sentença condenatória:
 Art. 343. Não cumprir o juiz o disposto no § Idem, incompatível com o perfil
3º do Art. 357: constitucional da magistratura.
(representar contra o MP que não denuncia)
 Art. 345. Não cumprir a autoridade Idem, incompatível com o perfil
judiciária, ou qualquer funcionário dos constitucional da magistratura.
órgãos da Justiça Eleitoral, nos prazos legais,
os deveres impostos por •ste Código, se a
infração não estiver sujeita a outra
penalidade:

PROCESSO PENAL ELEITORAL


Aplicação subsidiária e supletiva do CPP:
Art. 364. No processo e julgamento dos crimes eleitorais e dos comuns que lhes forem
conexos, assim como nos recursos e na execução, que lhes digam respeito, aplicar-se-á,
como lei subsidiária ou supletiva, o Código de Processo Penal.

Regras processuais específicas:


A) Todos os crimes são de ação penal pública INCONDICIONADA (art. 355 CE)
B) Sistema forte de obrigatoriedade da ação penal, chegando a criminalizar o membro do
MP desidioso e o juiz leniente (juiz deveria oficiar ao Procurador Regional, para este se
manifestar sobre o arquivamento).
Estes dispositivos foram revogados pela LC 75/93:
Art. 62. Compete às Câmaras de Coordenação e Revisão:
 IV - manifestar-se sobre o arquivamento de inquérito policial, inquérito parlamentar
ou peças de informação, exceto nos casos de competência originária do Procurador-
Geral;
V - resolver sobre a distribuição especial de feitos que, por sua contínua reiteração,
devam receber tratamento uniforme;
 NÃO SE APLICA AO PROCESSO PENAL ELEITORAL o art. 28 do CPP (juiz
mandar pro chefe do MP), a 2ª CCR (Câmara de Coordenação e Revisão
do MPF) é que deverá ser acionada caso o Judiciário Eleitoral discorde do
arquivamento de inquérito policial ou peças de informação.
PACOTE ANTICRIME FORMALIZOU ISSO NO CPP
Alterou a redação do artigo 28 “pode denunciar” do Código de Processo
Penal para excluir a participação do juiz criminal do controle da decisão de
arquivamento de inquéritos policiais.
1) MP DECIDE PELO ARQUIVAMENTO
2) MP DÁ CIÊNCIA À VÍTIMA, INVESTIGADO E AUTORIDADE POLICIAL
3) ABRE-SE PRAZO DE 30 DIAS PARA RECURSO DA VÍTIMA
4) SUBEM PARA EXAME PELA
 PGJ (Estadual, DF e Militar)
 CCR (MPU)

Para evitar abarrotamento, há orientação conjunta das 2ª, 5ª e 7ª CCRs de


arquivamento, independentemente de homologação, quando do seu
conteúdo não se vislumbre, sequer em tese, a ocorrência de crime ou
improbidade administrativa”. E no MPF-criminal, conforme posição
institucional ou absoluta falta de justa causa.
Autoriza arquivamento expressamente (foca no que é possível)
a Orientação 26 da 2ª CCR/MPF diz que “a antiguidade do fato
investigado, o esgotamento das diligências investigatórias razoavelmente
exigíveis ou a inexistência de linha investigatória potencialmente idônea,
adequadamente sopesados no caso concreto, justificam o arquivamento
da investigação, sem prejuízo do disposto no artigo 18 do CPP.”
Já o Enunciado 36 determina que, quando o arquivamento da notícia de
fato, do procedimento investigatório criminal ou do inquérito policial for
promovido com fundamento nas hipóteses previstas na Resolução CNMP
174/2017, ou tiver por base entendimento já expresso em enunciado ou
orientação da 2ª Câmara, os autos não deverão ser remetidos à 2ª CCR,
“salvo nos casos de recurso ou quando o membro oficiante julgar
necessário, registrando-se apenas no Sistema Único e cientificando-se o
interessado por correio eletrônico.”.

C) Ação penal privada subsidiária (art. 5º, LIX, CF).


1. Se não for identificada a vítima secundária, qualquer eleitor
seria legitimado a promover a ação penal (similar a uma ação
popular penal).
2. Não cabe quando há pedido de arquivamento/solicitação de
diligências.

D) A POLÍCIA NÃO pode INSTAURAR INQUÉRITOS de OFÍCIO, salvo flagrante.


Art. 356. Todo cidadão que tiver conhecimento de infração penal dêste Código deverá
comunicá-la ao juiz eleitoral da zona onde a mesma se verificou.

§ 1º Quando a comunicação fôr verbal, mandará a autoridade judicial reduzi-la a


têrmo, assinado pelo apresentante e por duas testemunhas, e a remeterá ao órgão do
Ministério Público local, que procederá na forma dêste Código.

§ 2º Se o Ministério Público julgar necessários maiores esclarecimentos e documentos


complementares ou outros elementos de convicção, deverá requisitá-los diretamente
de quaisquer autoridades ou funcionários que possam fornecê-los.
 O TSE havia entendido que até o MPE não podia requisitar inquérito
policial por não estar escrito (SÓ o juiz poderia). Mas o STF (ADI 5104)
afirmou que o poder de requisição de inquérito policial pelo MP é CF:
Art. 129. São funções institucionais do MP:
VIII – requisitar diligencias e a instauração de inquérito policial, indicados
os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais.
Art. 8º Res. TSE:
O inquérito policial eleitoral somente será instaurado mediante requisição
do MPE ou determinação da Justiça Eleitoral, salvo a hipótese de prisão
em flagrante.
 Essa ação ainda não foi julgada definitivamente. Também há pedido
de: autoridade policial requisitar inquérito penal eleitoral; e que,
pelo princípio acusatório, juiz não possa requisitar. Sem o
julgamento, policia não pode instaurar inquérito penal eleitoral
fora do flagrante e juiz pode requisitar sua instauração.

E) Polícia judiciária eleitoral. Eleições são um bem jurídico de alcance federal,


justificando a atuação da polícia federal como polícia judiciária eleitoral. A
colaboração da Polícia Civil estadual é imprescindível (não há PF no Brasil todo).
Res. 23.396. Art. 2
A Policia Federal exercerá, com prioridade sobre suas atribuições regulares, a
função de polícia judiciária em matéria eleitoral, limitada Às instruções e
requisições dos tribunais e juízes eleitorais.
PU. Quando no local da infração não existirem órgãos da PF, a Polícia do
respectivo Estado terá atuação supletiva.
F) Prazos.
INQUÉRITO POLICIAL (Variável)
Res. 23.396. Art. 9
Se o indiciado tiver sido preso em flagrante ou preventivamente, o IP Eleitoral será
concluído em até 10 dias, contado do dia em que se executar a ordem de prisão.
§ 1º Se o indiciado estiver solto, o IP eleitoral será concluído em até 30 dias,
mediante fiança ou sem ela.

DENÚNCIA (NÃO varia)


 Art. 357. Verificada a infração penal, o Ministério Público oferecerá a denúncia
dentro do prazo de 10 (dez) dias.

G) Investigação pelo MP.


Na esteira da autorização pelo STF para IP eleitoral do MP, foi editada a Resolução
181. Há críticas sobre a possibilidade de “acordo de não persecução penal” e a
legitimidade da Resolução para prevê-lo.

H) Rito.
Res. 23.396. Art. 13.
A ação penal eleitoral observará os procedimentos previstos no CE, com aplicação
obrigatória dos arts.
Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando:
I – for manifestamente inepta
II – faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal
III – faltar justa causa para o exercício da ação penal
Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou
queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebe-la-á e ordenará a citação
do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 dias.
PU. No caso de citação por edital, o prazo para a defesa começará a fluir a
partir do comparecimento pessoal do acusado ou do defensor constituído.
Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá arguir preliminares e alegar tudo o
que interesse À sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as
provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua
intimação, quando necessário.
§ 1º A exceção será processada em apartado.
§ 2º Não apresentada resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado, não
constituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferece-la, concedendo-lhe
vista dos autos por 10 dias.
Art. 397. Após o cumprimento do 396-A, o juiz deverá ABSOLVER
SUMARIAMENTE o acusado quando verificar:
I – a existência de manifesta causa excludente de ilicitude do fato
II – a existência manifesta de causa excludente de culpabilidade, salvo
inimputabilidade
III – que o fato narrado evidentemente não constitui crime
IV – extinta a punibilidade do agente
Art. 400.  Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo
máximo de 60 (sessenta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do
ofendido, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa,
nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem como aos
esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e
coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado.    
§ 1o  As provas serão produzidas numa só audiência, podendo o juiz indeferir
as consideradas irrelevantes, impertinentes ou protelatórias.      
§ 2o  Os esclarecimentos dos peritos dependerão de prévio requerimento das
partes.         

Do CPP. Após esta fase, aplicar-se-ão os arts. 359 e seguintes do CE.


 Art. 359. Recebida a denúncia, o juiz designará dia e hora para o depoimento
pessoal do acusado, ordenando a citação deste e a notificação do Ministério
Público.       

Parágrafo único. O réu ou seu defensor terá o prazo de 10 (dez) dias para oferecer
alegações escritas e arrolar testemunhas. 
 Nº DE TESTEMUNHAS: 8 (= CPP, art. 401)
abrir-se-á o prazo de 5 (cinco) dias a cada uma das partes - acusação e defesa - para
alegações finais.

Art. 361. Decorrido esse prazo, e conclusos os autos ao juiz dentro de quarenta e
oito horas, terá o mesmo 10 (dez) dias para proferir a sentença.
Art. 362. Das decisões finais de condenação ou absolvição cabe recurso para o
Tribunal Regional, a ser interposto no prazo de 10 (dez) dias.

E) Diferenças importantes:
a. As decisões interlocutórias são irrecorríveis de imediato, podendo ser objeto
de impugnação no recurso contra a decisão de mérito

b. O recurso contra o não recebimento da denúncia, por parte do juiz eleitoral,


É O RECURSO ORDINÁRIO (art. 265 CE), e não RESE (NÃO HÁ RESE NO CE!)
Existem decisões equivocadas do TSE aceitando RESE no prazo do RO e
admitindo Embargos Infringentes como Pedido de Reconsideração pro reo.

c. Se o não recebimento se der no TRE, em ação originária, caberá RECURSO


ESPECIAL (art. 276, I, CE), no prazo de 3 dias.

d. Da decisão de mérito, condenando ou absolvendo o réu, cabe recurso


ORDINÁRIO, no prazo de 10 dias.

e. Não se aplica ao PPEleitoral a faculdade de oferecer razões na instância


superior (art. 600 do CPP), pois há norma própria do CE dizendo que o recurso
deve ser apresentado com suas razões

f. Não há embargos infringentes no PPEleitoral, pois os tribunais funcionam


com base em seu plenário, não se dividindo em turmas ou sessões.

F) Competência. Local dos fatos, com exceção do foro por prerrogativa de função. Mas a
AP 937-QO (STF) diminui drasticamente sua extensão:
a) O foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes cometidos
durante o exercício do cargo e relacionados às funções desempenhadas

b) Após o final da instrução processual, com a publicação do despacho de


intimação para apresentar alegações finais, a competência para processar e
julgar ações penais não será mais afetada em razão de o agente vir a ocupar
outro cargo ou deixar o cargo que ocupava, qualquer que seja o motivo.

a) Foro por prerrogativa de função:


a. TRE: Prefeitos, deputados estaduais, promotores e juízes
b. STJ: Governadores, MP Federal que oficiem perante tribunais, membros
dos TREs.
c. STF: deputados federais, senadores, Presidente
O TSE NÃO TEM COMPETÊNCIA CRIMINAL ORIGINÁRIA, PREVALECE
A CF.

b) Crimes eleitorais impróprios ou inespecíficos serão julgados pela Justiça Federal


c) Mas (KOMPETENZ-KOMPETENZ): crimes contra a administração pública, de
lavagem de dinheiro e outros FOREM CONEXOS COM CRIMES ELEITORAIS, a
competência será da JUSTIÇA ELEITORAL! Essa foi a interpretação do STF em um
caso de falsidade ideológica eleitoral (CAIXA 2: Utilização de recursos não
declarados nas campanhas eleitorais)
Art. 35. CE. Compete aos juízes:
II – processar e julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhe forem conexos,
ressalvada a competência originária do TS e TREs.
Art. 76.  CPP. A competência será determinada pela conexão:
I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo
tempo, por várias pessoas reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora
diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras;
II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as
outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas;
III - quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias
elementares influir na prova de outra infração.

Art. 80.  Será facultativa a separação dos processos quando as infrações tiverem


sido praticadas em circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes, ou, quando
pelo excessivo número de acusados e para não Ihes prolongar a prisão provisória,
ou por outro motivo relevante, o juiz reputar conveniente a separação.

G) Provas.
CPP, com uma exceção: a presunção legal absoluta de que uma testemunha sozinha
não serve:
Art. 368-A.  A prova testemunhal SINGULAR, quando exclusiva, não será aceita nos
processos que possam levar à perda do mandato.

Por força do art. 92 do CP, as condenações criminais podem levar à perda do mandato
(não automático, depende de decisão fundamentada):
Art. 92 - São também efeitos da condenação:  
 I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: 
a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a
um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para
com a Administração Pública;  
b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4
(quatro) anos nos demais casos.

Gravações ambientais por um dos interlocutores:


a) TSE discordava do STF, demandando autorização judicial
b) STF dizia que um interlocutor poderia gravar sem conhecimento do outro
sem autorização judicial
c) Em 2016, houve uma guinada no TSE para seguir STF
(INDEPENDENTEMENTE DE AUTORIZAÇÃO JUDICIAL)

H) Prisão. Mesmas regras. A Lei 7960/89 não inclui entre os crimes eleitorais aqueles que
autorizam prisão provisória.
I) HC. Das decisões dos TREs (denegatórias+originárias) caberá RO ao TSE. Das decisões
do TSE (denegatórias+originárias) caberá RO ao STF.
J) Revisão criminal. CPP. Nunca juiz (1ª instância).
Art. 621. CPP.
A revisão dos processos findos será admitida:
I – quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei penal ou à
evidência dos autos.
II – quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos, exames ou
documentos comprovadamente falsos.
III – quando, após a sentença, se descobrirem provas novas de inocência do
condenado ou de circunstância que determine ou autorize diminuição especial da
pena.
Art. 624. As revisões criminais serão processadas e julgadas:
I – Pelo STF, quanto às condenações por ele proferidas
II – Pelo Tribunal Federal de Recursos, Tribunais de Justiça ou de Alçada nos demais
casos (AINDA QUE A DECISÃO SEJA DE 1ª INSTÂNCIA)

K) Recursos.
TRE:
a. ED
b. Recurso Especial das decisões de não recebimento de denúncias ofertadas
diretamente à Corte
c. Recurso Especial das decisões de mérito dos TREs, em matéria criminal, tanto
se originárias ou de recurso
d. Recurso ORDINÁRIO SÓ SE DENEGATÓRIA DE HC.
TSE:
a. ED
b. Recurso Extraordinário ao STF, das decisões de mérito (absolutórias e
condenatórias) – se houver repercussão geral e demais requisitos.

Resolução 181 CNMP


Procedimento Investigatório Criminal a cargo do MP

CONCEITO: O procedimento investigatório criminal é instrumento sumário e


desburocratizado de natureza administrativa e investigatória, instaurado e presidido pelo
membro do MP com atribuição criminal, e terá como finalidade apurar a ocorrência de
infrações penais de iniciativa pública, servindo como preparação e embasamento para o juízo
de propositura, ou não, da respectiva ação penal.
 Não é condição de procedibilidade ou pressuposto processual para o ajuizamento,
não exclui a possibilidade de formalização de investigação por outros órgãos
legitimados da Administração pública
 Não se aplica às autoridades do art. 33, PU, da LC 35/79 (magistrado, autoridade
policial, civil ou militar)
 Pode ser instaurado de ofício se o membro tomar conhecimento de infração penal de
iniciativa pública, POR QUALQUER MEIO, AINDA QUE INFORMAL OU MEDIANTE
PROVOCAÇÃO.
 No caso da instauração de ofício, o procedimento investigatório criminal
será DISTRIBUÍDO LIVREMENTE entre os membros da instituição que tenham
atribuições para apreciá-lo, INCLUINDO AQUELE QUE DETERMINOU A SUA
INSTAURAÇÃO, observados os critérios fixados pelos órgãos especializados de
cada MP e respeitadas as regras de competência temporária em razão da
matéria, a exemplo de grupos específicos criados para apoio e
assessoramento e de forças-tarefas devidamente designadas pelo
Procurador-Geral competente, e as relativas às conexão e continência.

POSSIBILIDADES DO MP (“Em poder de quaisquer peças de informação, o membro do MP


poderá:”)
1. Promover a ação penal cabível
2. Instauração o procedimento investigatório criminal
3. Encaminhar peças ao Juizado Especial Criminal, caso IMPO
4. Promover fundamentadamente o respectivo arquivamento
5. Requisitar a instauração de inquérito policial, indicando, sempre que possível as
diligências

ANDAMENTO: O membro do MP deverá dar andamento, no prazo de 30 dias a contar do seu


recebimento, às representações, requerimentos, petições e peças de informação que lhe
sejam encaminhadas, podendo este prazo ser prorrogado, fundamentadamente, por até 90
dias, nos casos em que sejam necessárias diligências preliminares.

INSTAURAÇÃO: O PIC será instaurado por PORTARIA fundamentada devidamente registrada


e autuada, com a indicação dos fatos a serem investigados e deverá conter, sempre que
possível, o nome e qualificação do autor da representação e a determinação das diligências
iniciais.
 ADITAMENTO: Se, durante a instrução do PIC, for constatada a necessidade de
investigação de outros fatos, o membro do MP poderá aditar a portaria inicial ou
determinar a extração de peças para instauração de outro procedimento.
 COMUNICAÇÃO: Da instauração do PIC far-se-á comunicação imediata e,
preferencialmente, eletrônica ao Órgão Superior competente, sendo dispensada tal
comunicação em caso de registro em sistema eletrônico.

INVESTIGAÇÕES CONJUNTAS: O PIC poderá ser instaurado de forma conjunta, por meio de
força tarefa ou por grupo de atuação especial composto por membros do MP, cabendo sua
presidência àquele que o ato de instauração designar.
 Pode entre Estados, União e outros países; mas o arquivamento será objeto de
controle e eventual revisão EM CADA MP, cuja apreciação se limitará ao âmbito de
atribuição do respectivo MP.
ATRIBUIÇÕES (Observada a reserva de jurisdição e outras inerentes a sua atribuição
funcional):
1. Fazer ou determinar vistoriais, inspeções e quaisquer outras diligências, inclusive em
organizações militares
2. Requisitar informações, exames, perícias e documentos de autoridades, órgãos e
entidades da Adm. Pública (toda)
3. Requisitar informações e documentos de entidades privadas, inclusive de natureza
cadastral
4. Notificar testemunhas e vítimas e requisitar sua condução coercitiva, nos casos de
ausência injustificada, ressalvadas as prerrogativas legais
5. Acompanhar buscar e apreensões deferidas pela autoridade judiciária
6. Expedir notificações e intimações necessárias
7. Realizar oitivas para colheita de informações e esclarecimentos
8. Ter acesso incondicional a qualquer banco de danos de caráter público ou relativo a
serviço de relevância pública
9. Requisitar auxílio de força policial
 Nenhuma autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de função
pública poderá opor ao MP, sob qualquer pretexto, a exceção de sigilo, sem prejuízo
da subsistência do caráter sigiloso da informação, do registro, do dado ou da
documentação que lhe seja fornecido, ressalvadas as hipóteses de reserva
constitucional de jurisdição
 Prazo razoável de até 10 dias para atendimento, prorrogável mediante solicitação
justificada
 Ressalvada urgência, notificações para comparecimento em 48 horas
 A notificação deverá mencionar o fato investigado, salvo na hipótese de decretação
de sigilo, e a faculdade do notificado de se fazer acompanhar por defensor
 Notificação para PR, Vice-PE, CN, STF, Ministro de Estado, Ministro de TS ou TCU ou
chefe de missão diplomática em caráter permanente serão encaminhadas e levadas a
efeito pelo PGE ou outro órgão do MP a quem essa atribuição seja delegada
 Se para Gov, AL e Desembargadores, pelo PGJ ou outro MP com atribuição delegada.

COLHEITA: Oral e vídeo. Somente excepcionalmente e imprescindivelmente será transcrita.


Pode requisitar a outros funcionários públicos que o façam, e estes farão relatório com o teor
do depoimento (de preferência, o MP fornecerá formulário para o servidor preencher).

INVESTIGADO:
 O defensor poderá examinar, mesmo sem procuração, os autos de PIC, findos ou em
andamento, AINDA QUE CONCLUSOS ao presidente, podendo copiar e tomar
apontamentos, em meio físico ou digital.
 Se decretado sigilo (total ou parcial), deverá apresentar procuração
 O órgão de execução que presidir a investigação velará para que o defensor
constituído nos autos assista o investigado durante a apuração de infrações, de
forma a evitar a alegação de nulidade do interrogatório e, subsequentemente, de
todos os elementos probatórios dele decorrentes e derivados
 O presidente do PIC poderá delimitar o acesso do defensor aos elementos de prova
relacionados a diligências em andamento e ainda não documentados nos autos,
quando houver risco de comprometimento da eficiência, da eficácia ou da finalidade
das diligências.

INQUIRIÇÕES FORA DOS LIMITES TERRITORIAIS DA UNIDADE: videoconferência, mas o


membro do MP poderá optar por realizar diretamente a inquirição, com prévia ciência do
MP local, que deverá tomar as providências necessárias para viabilizar a diligência e
colaborar. Esta deprecação poderá ser feita por qualquer meio hábil de comunicação.
 Não obsta requisição de informações, documentos, vistorias, perícias a órgãos ou
organizações militares sediados em localidade diversa daquela em que lotado o
membro do MP

PRAZO: O PIC deverá ser concluído no prazo de 90 dias, permitidas, por igual período,
prorrogações sucessivas¸ por decisão fundamentada do membro do MP responsável por sua
condução.

CONTROLE: Cada unidade do MP manterá, para conhecimento dos órgãos superiores,


controle atualizado, preferencialmente por meio eletrônico, do andamento de seus
procedimentos investigatórios criminais, observado sigilo e confidencialidade que a
investigação exigir.
 Poderá ter nível de acesso restrito ao PGR, PGJ, PGJM e ao respectivo Corregedor-
Geral, mediante justificada lançada nos autos.

PERSECUÇÃO PATRIMONIAL: Voltada à localização de qualquer benefício derivado ou


obtido, direta ou indiretamente, da infração penal, ou de bens ou valores lícitos
equivalentes, com vista à propositura de medidas cautelares reais, confisco definitivo e
identificação do beneficiário econômico final da conduta, será realizada em ANEXO
AUTÔNOMO AO PIC.
 Proposta a Ação Penal, a instrução do procedimento (PIC-Anexo Autônomo) poderá
prosseguir até que ultimadas as diligências de persecução patrimonial
 Caso a investigação sobre a materialidade e autoria da infração penal já esteja
concluída, sem que tenha sido iniciada a investigação tratada neste capítulo, o PIC-
Específico poderá ser instaurado com o objetivo principal de realizar a persecução
patrimonial.

PUBLICIDADE: os atos e peças do PIC são públicos, salvo disposição legal em contrário ou por
razões de interesse público ou conveniência da investigação.
1. Expedição de certidão, mediante requerimento do investigado, da vítima ou seu
representante legal, do Judiciário, do MP ou de 3º interessado
 Em caso de pedido de certidão a respeito da existência da PICs, é VEDADO
fazer constar qualquer referência ou anotação sobre investigação sigilosa
2. No deferimento de pedidos de extração de cópias (independentemente de
fundamentação) (salvo sigiloso a defensor sem procurador ou não comprove atuar na
defesa do investigado)
3. Deferimento de pedidos de vista, realizados de forma fundamentada, pelo prazo de 5
dias ou outro que assinalar fundamentadamente o presidente do PIC, com restrição
a diligências com sigilo
4. Prestação de informações ao público em geral, a critério do presidente do PIC,
observados o princípio da presunção de inocência e o sigilo

DIREITOS DAS VÍTIMAS: O membro presidente do PIC esclarecerá a vítima sobre seus direitos
materiais e processuais, devendo tomar todas as medidas necessárias para a preservação
dos seus direitos, a reparação dos eventuais danos por ela sofridos e a preservação da
intimidade, vida privada, honra e imagem.
 Velará pela segurança de vítimas e testemunhas que sofrerem ameaça ou que, de
modo concreto, estejam suscetíveis a sofrer intimidação arte de acusados, parentes
ou pessoas, podendo, inclusive, requisitar proteção policial
 O presidente do PIC, no curso e até após o ajuizamento, deverá providenciar o
encaminhamento de vítimas e testemunhas ao Programa de Proteção de Assistência
a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas ou em Programa de Proteção a Crianças e
Adolescentes Ameaçados.
 Em caso de medidas de proteção ao investigado, vítimas e testemunhas, o membro
do MP observará tramitação prioritária do feito, bem como providenciará, se o caso,
a oitiva antecipada dessas pessoas ou pedirá a antecipação em juízo
 Encaminhamento para rede de assistência, para atendimento multidisciplinar,
especialmente nas áreas psisossocial, assistência jurídica e de saúde, a expensas do
ofensor ou do Estado

ACORDO DE NÃO-PERSECUÇÃO PENAL.


Não sendo o caso de arquivamento, o MP poderá propor ao investigado acordo de não
persecução penal quando, cominada PENA MÍNIMA INFERIOR A 4 ANOS e o CRIME NÃO
FOR COMETIDO COM VIOLÊNCIA ou GRAVE AMEAÇA a pessoa, o investigado tiver
CONFESSADO FORMAL E CIRCUNSTANCIADAMENTE a sua prática, mediante as
seguintes condições, ajustadas CUMULATIVA ou ALTERNATIVAMENTE:
 Para aferição de pena mínima, serão consideradas as causas de aumento e
diminuição aplicáveis ao CASO CONCRETO.
1. Reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, salvo impossibilidade de fazê-lo
2. Renunciar voluntariamente a bens e direitos, indicados pelo MP como instrumentos,
produto ou proveito do crime
3. Prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente à
pena mínima cominada ao delito, diminuída de um a dois terços, em local a ser
indicado pelo MP
4. Pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art. 45 do CP, devendo a
prestação ser destinada preferencialmente àquelas entidades que tenham como
função proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes ao aparentemente lesados pelo
delito
5. Cumprir outra condição estipulada pelo MP, desde que proporcional e compatível
com a infração penal aparentemente praticada

NÃO SE ADMITIRÁ A PROPOSTA: NÃO SE APLICAM AOS DELITOS COMETIDOS POR


MILITARES QUE AFETEM A HIERARQUIA E A DISCIPLINA .
A) For cabível a TRANSAÇÃO PENAL, nos termos da lei
B) O dano causado for superior a 20 SM ou parâmetro econômico diverso definido pelo
respectivo órgão de revisão, nos termos da regulamentação local
C) O investigado concorra em alguma das hipóteses previstas no art. 76, § 2º da 9099
(limitações da transação penal: já condenado à PPL por sentença definitiva; ter se
beneficiado no prazo de 5 anos de PRD ou multa por transação penal; não indicarem
os antecedentes etc)
D) O aguardo para o cumprimento do acordo possa acarretar PRESCRIÇÃO da pretensão
punitiva estatal
E) O delito for hediondo ou reequipado e nos casos da Lei 11.340 (MARIA DA PENHA)
F) A celebração do acordo não atender ao que seja necessário e suficiente para
reprovação e prevenção do rime

APRECIAÇÃO JUDICIAL: Realizado o acordo, comunicar-se-á a vítima e os autos serão


submetidos à apreciação judicial. Se o juiz considerar o acordo cabível e suficiente, devolverá
ao MP para implementação. Se o juiz considerar incabível, fará remessa ao PROCURADOR-
GERAL ou ÓRGÃO SUPERIOR interno responsável, que poderá:
1. Oferecer denúncia ou designar outro membro para oferece-la
2. Complementar as investigações ou designar outro membro
3. Reformular a proposta de acordo de não persecução, para apreciação do investigado
4. MANTER o acordo de não persecução, que vinculará toda a instituição.

DESCUMPRIMENTO: Poderá ser utilizado pelo membro do MP como justificativa para o


eventual não oferecimento de suspensão condicional do processo.

CUMPRIDO: O MP promoverá o arquivamento da investigação.

Obs.:
 O Acordo de Não Persecução poderá ser celebrado na mesma oportunidade da
audiência de custódia
 É dever do investigado comunicar o MP mudança e endereço e comprovar
mensalmente o cumprimento das condições, independentemente de notificação ou
aviso prévio, fundamentando justificativa pelo descumprimento

CONCLUSÃO E ARQUIVAMENTO DO PIC


Quando: MP se convence da inexistência de fundamento para a propositura, fazendo-o
fundamentadamente. Se houver novos elementos, pode desarquivar.
 Será apresentada ao JUÍZO COMPETENTE, nos moldes do art. 28 do CPP, OU AO
ÓRGÃO SUPERIOR INTERNO responsável por sua apreciação.
 Mas se for arquivamento por Acordo de Não Persecução Penal, a promoção do
arquivamento será NECESSARIAMENTE apresentada ao Juízo Competente

9C. INCLUSÃO ELEITORAL DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA. REGRAS DE


ESTÍMULO À PARTICIPAÇÃO POLÍTICA FEMININA. REGRAMENTO DO
VOTO DO PRESO PROVISÓRIO.

I. INCLUSÃO ELEITORAL DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA


Nos termos do art. 2º da Lei Brasileira de Inclusão, considera-se pessoa com deficiência
aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou
sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação
plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.

Visando à superação das referidas barreiras, observa-se ser dever do poder público
garantir à pessoa com deficiência todos os direitos políticos e a oportunidade de exercê-los em
igualdade de condições com as demais pessoas, devendo ser assegurado o direito de votar e
de ser votada, inclusive por meio das seguintes ações (art. 76, §1º, LBI):
 garantia de que os procedimentos, as instalações, os materiais e os equipamentos
para votação sejam apropriados, acessíveis a todas as pessoas e de fácil
compreensão e uso, sendo vedada a instalação de seções eleitorais exclusivas para
a pessoa com deficiência;
 incentivo à pessoa com deficiência a candidatar-se e a desempenhar quaisquer
funções públicas em todos os níveis de governo, inclusive por meio do uso de
novas tecnologias assistivas, quando apropriado;
 garantia de que os pronunciamentos oficiais, a propaganda eleitoral obrigatória e
os debates transmitidos pelas emissoras de televisão possuam, pelo menos, os
recursos elencados no art. 67 da LBI (subtitulação por meio de legenda oculta;
janela com intérprete da Libras; audiodescrição) ;
 garantia do livre exercício do direito ao voto e, para tanto, sempre que necessário
e a seu pedido, permissão para que a pessoa com deficiência seja auxiliada na
votação por pessoa de sua escolha.

É certo que, ao longo das últimas décadas, conquistas inclusivas para os eleitores com
deficiência foram sendo aprovadas pela legislação eleitoral, por meio das Resoluções do
Tribunal Superior Eleitoral – TSE que consagraram direitos como: locais de votação com fácil
acesso, estacionamento próximo e instalações acessíveis; função áudio ativada nas urnas
eletrônicas para permitir a confirmação do voto ao eleitor com deficiência visual; sistema
braile nos cadernos de votação e marca de identificação na tecla de número 5 da urna; auxílio
de pessoa da confiança do eleitor com deficiência na cabine de votação; e isenção do voto
para o eleitor cuja deficiência ou dificuldade de locomoção torne impossível ou extremamente
oneroso o exercício do direito de votar.

Não obstante, segundo aponta Fábia Damia, a par dessas conquistas, interpretações
jurídicas e legislativas equivocadas criaram entraves para a acessibilidade do eleitor, como no
caso da propaganda eleitoral gratuita e dos debates televisivos entre os candidatos. Diversos
foram os entendimentos segundo os quais bastava a janela com intérprete da Língua Brasileira
de Sinais – LIBRAS ou a legenda oculta para que a acessibilidade para os eleitores com
deficiência auditiva fosse assegurada. Nesse sentido, é de se notar que o próprio art. 44, §1º,
da Lei 9.504/97 estabelece o uso alternativo, e não cumulativo, desses recursos. No entanto,
neste caso, deixava-se de atentar para a realidade da comunidade surda, que se divide entre
surdos de nascença e os que adquiriram a surdez ao longo da vida. Para os primeiros, a janela
com intérprete de Libras é essencial; para os demais, que têm a Língua Portuguesa como
primeira língua, a legenda oculta é indispensável.

Só com o advento da Lei Brasileira de Inclusão, contudo, foi que o TSE passou a
contemplar tais mecanismos, concomitantemente e não de forma alternativa (Eleições 2016 –
Resolução 23.457/2015, art. 36, § 4º). Tal exigência cumulativa foi reconhecida pelo Tribunal
Regional Eleitoral do Estado São Paulo, nas Eleições de 2016, em representações por
propaganda eleitoral irregular (horário eleitoral gratuito televisivo), que fizeram uso apenas da
legenda, sem disponibilizar janela de LIBRAS. Nessas representações, o Tribunal Eleitoral
paulista acatou os pareceres da Procuradoria Regional Eleitoral de São Paulo – PRE/SP e
assentou que interpretação diversa estaria “em desacordo com os esforços normativos,
nacionais e internacionais, para conferir acessibilidade plena do eleitor com deficiência ao
processo eleitoral”.

Outra grande modificação trazida pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência diz
respeito à capacidade civil eleitoral. Ao dispor sobre o tema, a Lei 13.146/2015 (art. 114)
revogou os incisos do art. 3º do Código Civil. Com a modificação dada pela Lei Brasileira de
Inclusão, apenas os menores de 16 anos são absolutamente incapazes. Quanto à curatela,
observa-se que também passou a ser medida excepcional, a alcançar apenas atos patrimoniais
e negociais, não alcançando, portanto, o direito de voto, conforme art. 85, §1º, da LBI, de
maneira que é possível que uma pessoa interditada, ainda que possua deficiência mental
grave, exerça seus direitos políticos, mesmo que para tanto precise contar com auxílio de
pessoa de sua confiança na hora do voto, consoante dispõe o art. 76, IV, da LBI, sendo
desnecessária requisição antecipada ao Juiz Eleitoral. Sobre esta norma, vale ressaltar, por
oportuno, a existência de preocupações quanto a seu conflito com o art. 60, §4º, II, da CF, que
estabelece o voto secreto como cláusula pétrea. Nesse sentido, propõe Jaime Barreiros Neto
que seja avaliada, no caso concreto, a real necessidade do auxílio pelo presidente da mesa
receptora de votos. Ressalta ainda o autor que deve ser observada a manifestação inequívoca
da pessoa com deficiência no sentido da solicitação de auxílio.

Assim, à luz da Convenção Internacional sobre o Direito das Pessoas com Deficiência
e da Lei 13.146/2015, tais pessoas são detentoras de plena capacidade moral e política.
Conforme destaca José Jairo Gomes, incapacidade (e ainda assim relativa – CC, art. 4º, III)
haverá apenas se de nenhum modo puderem formar ou manifestar suas vontades, caso em
que – excepcionalmente – deve ser dispensado o alistamento eleitoral.

LCSG: PCD é obrigado a votar, salvo se o juiz o dispense motivado por impossibilidade
ou onerosidade excessiva.

II. REGRAS DE ESTÍMULO À PARTICIPAÇÃO FEMININA


Só em 1932 tiveram direito de votar. 15% das representantes.
Regras de estímulo à participação feminina no processo eleitoral podem ser
observadas na instituição de cotas de gênero para registro de candidatos, em normas sobre
propaganda institucional do TSE e em determinações atinentes ao financiamento de partidos.

Por cota eleitoral de gênero compreende-se a ação afirmativa que visa garantir espaço
mínimo de participação de homens e mulheres na vida política. Seu fundamento encontra-se
nos valores atinentes à cidadania, dignidade da pessoa humana e pluralismo político que
fundamentam o Estado Democrático brasileiro (CF, art. 1º, II, III e V).

Dessa forma, nas eleições proporcionais, cada partido preencherá o mínimo de 30% e
o máximo de 70% “para candidaturas de cada sexo” (LE, art. 10, §3º). De sorte que, à vista da
quantidade de candidatos que a agremiação poderá registrar, no mínimo 30% do total deverá
ser ocupado por um dos sexos. Quanto ao transgênero, que tem o direito de registrar
candidatura com o nome social, entrará na cota adequada ao gênero com o qual se identifica.

Ainda sobre o tema do estímulo à participação feminina, verifica-se que o art. 93-A da
LE (com redação da Lei nº 13.488/2017) autoriza o TSE, no período compreendido entre 1º de
abril e 30 de julho do ano eleitoral (antes e durante as convenções dos partidos), a promover a
propaganda institucional “destinada a incentivar a participação feminina na política”; para
tanto, poderá requisitar das emissoras de rádio e televisão, até cinco minutos diários,
contínuos ou não.

O art. 45 da Lei 9.096 previa regras de difusão da participação política feminina na


propaganda das agremiações políticas. A previsão, todavia, foi revogada pela última reforma
eleitoral (Lei 13.487/2017), que extinguiu a propaganda partidária.
No tocante à reserva de recursos do fundo partidário, o art. 44, V, da Lei Orgânica dos
Partidos Políticos prevê que parte dos recursos deve ser aplicada na criação e manutenção de
programas de promoção e difusão da participação política das mulheres, criados e mantidos
pela secretaria da mulher do respectivo partido político ou, inexistindo a secretaria, pelo
instituto ou fundação de pesquisa e de doutrinação e educação política, conforme percentual
que será fixado pelo órgão nacional de direção partidária, observado o mínimo de 5% (cinco
por cento) do total. Por sua vez, o art. 5º-A, incluído pela Lei 13.165/2015 (e declarado
inconstitucional pelo STF), previa que, a critério das agremiações partidárias, os recursos a que
se refere o inciso V do art. 44 poderiam ser acumulados em diferentes exercícios financeiros,
mantidos em contas bancárias específicas, para utilização futura em campanhas eleitorais de
candidatas do partido.

O art. 9º da citada Lei 13.165 determinava ainda a reserva mínima de 5% e máxima de


15% dos recursos do fundo partidário para aplicação nas campanhas das candidatas do sexo
feminino. Reserva esta que perduraria até as eleições de 2020. Todavia, a imposição de limite
máximo para reserva de recursos do Fundo Partidário acaba por inverter a lógica da criação da
ação afirmativa. Na ADI 5617, a PGR sustentou que, ao impor limite máximo para a reserva de
recursos do Fundo Partidário para financiar as campanhas das candidatas, no caso 15%, a lei
eleitoral acaba por autorizar que os partidos reservem 85% dos recursos do Fundo Partidário
para financiar campanhas de candidatos. Deste modo, “Em vez de estabelecer discriminação
positiva, criou-se evidente distorção, a qual destoa do próprio objetivo original da inovação
legislativa”. No julgamento da ADI, o STF acolheu tais argumentos e declarou a
inconstitucionalidade dos limites previstos no art. 9º, determinando que os recursos
destinados à campanha eleitoral devem ser distribuídos na exata proporção das
candidaturas de ambos os sexos (ex.: se houver 40% de mulheres candidatas, 40% dos
recursos devem ser destinados a elas), cabendo ressaltar que esse percentual deve ser, no
mínimo, de 30%, considerando que esse é o percentual mínimo de mulheres candidatas em
cada partido.

O Tribunal declarou também a inconstitucionalidade da expressão “três”, contida no


art. 9º da Lei 13.165/2015. Assim, essa previsão mínima de 30% dos recursos para as
campanhas de mulheres deverá perdurar enquanto existir a regra do art. 10, §3º, da Lei 9.504
(cota de gênero). Pelos mesmos fundamentos, o STF declarou a inconstitucionalidade, por
arrastamento, do §5º-A e do §7º do art. 44 da Lei 9.096.

CABE AIJE (abuso) e AIME (fraude) pela normalidade das eleições.

III. REGRAMENTO DO VOTO DO PRESO PROVISÓRIO


Em tese, conforme dispõe o art. 38 do Código Penal, “o preso conserva todos os
direitos não atingidos pela perda da liberdade, impondo-se a todas as autoridades o respeito à
sua integridade física e moral”, sendo certo que o art. 3º da Lei nº 7.210/84 estabelece que “ao
condenado e ao internado serão assegurados todos os direitos não atingidos pela sentença ou
pela lei”. Dentre os direitos do preso arrolados no art. 41 da Lei nº 7.210/84, não se insere o
direito ao voto, o que poderia levar, numa análise mais apressada, à conclusão de que os
presos não teriam direito de votar e serem votados, já que as disposições da referida Lei de
Execução Penal são aplicáveis tanto aos condenados quanto aos presos provisórios (art. 2º,
parágrafo único).

A Constituição Federal, entretanto, no art. 15, III, determina a suspensão dos direitos
políticos dos condenados, com trânsito em julgado, não lhes sendo permitido votar e nem ser
votados, enquanto durarem os efeitos da condenação. Assim, estando o condenado
cumprindo pena em qualquer dos regimes prisionais (fechado, semiaberto ou aberto), ou
mesmo em gozo de “sursis” ou livramento condicional, terá suspensos os seus direitos
políticos, não podendo votar e nem ser votado.

Quanto ao preso provisório, conforme dispõe o caput do art. 136 do Código Eleitoral,
deverão ser instaladas seções nos estabelecimentos de internação coletiva (aí inseridos
aqueles que abrigam presos provisórios). No mesmo sentido a Resolução n. 20.105/98 do
Tribunal Superior Eleitoral.

Atualmente, a Resolução n. 23.461/15 do Tribunal Superior Eleitoral dispõe sobre a


instalação de seções eleitorais especiais em estabelecimentos prisionais e em unidades de
internação de adolescentes, determinando que os Juízes Eleitorais, sob a coordenação dos
Tribunais Regionais Eleitorais, criem seções eleitorais especiais em estabelecimentos prisionais
e em unidades de internação de adolescentes, a fim de que os presos provisórios e os
adolescentes internados tenham assegurado o direito de voto ou de justificação.

As seções eleitorais devem ser instaladas nos estabelecimentos prisionais e nas


unidades de internação com, no mínimo, vinte eleitores aptos a votar (CE fala em 50 eleitores
– art. 136). Quando o número de eleitores não atingir esse número mínimo, os eleitores
habilitados serão informados da impossibilidade de votar na seção especial, podendo, nesse
caso, justificar a ausência.

Entretanto, para poder votar, o preso provisório deverá ter se alistado ou transferido o
seu local de votação para a seção eleitoral do estabelecimento penal onde se encontrar
recolhido. Os serviços eleitorais de alistamento, revisão e transferência relativos a presos
provisórios devem ser realizados nos estabelecimentos em que se encontram, por meio de
procedimentos operacionais e de segurança adequados à realidade de cada local, definidos em
comum acordo entre o Juiz Eleitoral e os administradores dos referidos estabelecimentos.

A resolução determina, ainda, que os administradores dos estabelecimentos prisionais


e das unidades de internação devem encaminhar aos Cartórios Eleitorais relação atualizada
dos eleitores que manifestarem interesse na transferência, acompanhada dos respectivos
formulários e de cópia de documento de identificação com foto. O eleitor habilitado a votar na
seção especial estará impedido de votar na sua seção de origem.

Encerrada a eleição, as inscrições eleitorais dos que se transferiram para as seções


especiais a que se refere a mencionada resolução deverão ser automaticamente revertidas às
seções eleitorais de origem.

Preso provisório que queira ser candidato pode. Só não se houver condenação
colegiada, LC 64, até a data do pleito.

IV – INDÍGENAS
CF + Estatuto do Indío. CE não fala nada (no máximo restringe do alistamento que não
fala português). Mas aos indígenas é assegurado o direito de educação na língua materna
(CF). Portanto, o CE não foi recepcionado nesta exigência de língua portuguesa para
alistamento.
Para alistar-se, deve atender às exigências comuns, inclusive quitação militar ou
alternativa. TSE admite o uso de documento emitido pela FUNAI se não tiver RG. TSE isentou
de multa índio se alfabetizou e se inscreveu como eleitor.
Portanto, alistamento e voto não são obrigações, mas faculdades da comunidade
indígena (são “analfabetos”).
Candidatura: o óbice seria a alfabetização em língua portuguesa. Mas deve ser
interpretada com outros artigos da CF (educar-se em língua materna). Para comunidades sem
língua escrita, é discriminatório exigir escrever. É a mesma interpretação para surdos
alfabetizados na Língua Brasileira de Sinais. A campanha poderá ser feita na própria língua
indígena (não recepção do crime de propaganda em língua estrangeira, e, pior, língua indígena
não é estrangeira, é brasileira! O Português é o idioma oficial e não corre qualquer risco).
Deve haver zonas e seções eleitorais em locais acessíveis (Mas TSE vem reduzindo).

Você também pode gostar