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Aula 04

Direito Constitucional p/ PC-CE (Delegado)

Felipo Livio Lemos Luz

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Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 04
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

DIREITO CONSTITUCIONAL

Sumário
Sumário .................................................................................................. 1
1 – Direitos Políticos.................................................................................. 2
1.1 - Direitos políticos positivos ............................................................. 2
1.2 - Capacidade eleitoral ativa ............................................................... 4
1.3 – Capacidade eleitoral passiva ........................................................... 6
2 – Direitos Políticos Negativos ................................................................... 8
2.1 - Privação dos direitos políticos ........................................................ 10
2.2- Inelegibilidades ............................................................................. 12
2.3 inelegibilidade por motivos funcionais ............................................... 13
3 – Inelegibilidade reflexa ........................................................................ 16
4 – Princípio da anterioridade eleitoral ....................................................... 21
5 – Partidos políticos ............................................................................... 21
6 – Direito de nacionalidade ..................................................................... 25
6.1 - Naturalização secundária............................................................... 29
6.2 - Portugueses equiparados .............................................................. 31
6.3 - Condição Jurídica do Naturalizado .................................................. 33
6.4- Perda da Nacionalidade .................................................................. 34
6.6 - Extradição ................................................................................... 37
6.7 – Expulsão..................................................................................... 41
6.8 – Deportação ................................................................................. 43
6.9 – Asilo e refúgio ............................................................................. 43
Resumo da aula ...................................................................................... 52
Questões comentadas ............................................................................. 56
Questões sem comentários ...................................................................... 87

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AULA 03 – DIREITOS POLÍTICOS


1 – Direitos Políticos

Na lição de José Afonso da Silva, “os direitos políticos positivos consistem


no conjunto de normas que asseguram o direito subjetivo de participação no
processo político e nos órgãos governamentais. Eles garantem a participação do
povo no poder de dominação política por meio das diversas modalidades de
direito de sufrágio: direito de voto nas eleições, direito de elegibilidade
(direito de ser votado), direito de voto nos plebiscitos e referendos, assim
como por outros direitos de participação popular, como o direito de iniciativa
popular, o direito de propor ação popular e o direito de organizar e participar de
partidos políticos”.
Segundo o art. 14 da CF, a soberania popular será exercida pelo sufrágio
universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos e, nos
termos da lei, mediante plebiscito, referendo e iniciativa popular. O exercício do
poder pelo povo (soberania popular) pode ocorrer de forma direta ou por meio
de representantes, situação que denota os diferentes tipos de regime em uma
democracia. Na democracia direta, de inspiração grega, o próprio povo, sem
intermediários, impõe os contornos do processo político em um Estado. Na
democracia representativa ou indireta, o povo elege representantes que,
em seu nome, decidem as questões de natureza política. Por último, temos a
democracia participativa ou semidireta, um sistema de natureza mista, que
comporta mecanismos de participação direta e indireta do povo no processo
político do Estado. Essa última forma é adotada no Brasil, que utiliza certos
institutos típicos da democracia direta, tais como o plebiscito, o referendo e a
iniciativa popular de leis, bem como elege representantes para o exercício de
outras decisões políticas.

1.1 - Direitos políticos positivos

Os direitos políticos positivos estão relacionados à participação ativa dos


indivíduos na vida política do Estado, estando relacionados ao exercício do
sufrágio. Por seu turno, direitos políticos negativos são as normas que
limitam o exercício da cidadania, que impedem a participação dos indivíduos
na vida política estatal, tais como inelegibilidades, perda e suspensão dos
direitos políticos.
Segundo aponta Marcelo Novelino,

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“o direito de sufrágio é a própria essência do direito político,


expressando-se pela capacidade de eleger, ser eleito e, de uma
forma geral, participar da vida política do Estado. Se o sufrágio é o
direito em si, o voto é o exercício desse direito e o escrutínio, o
modo como o exercício se realiza”.

Nesse contexto, o direito de sufrágio abarca a capacidade eleitoral ativa,


representada pelo direito de alistar-se como eleitor (alistabilidade) e o direito
de votar, bem como a capacidade eleitoral passiva, representada pelo
direito de ser votado e de se eleger para um cargo público (elegibilidade). Pra
efeito de concurso, você nunca deve esquecer que o direito de sufrágio é mais
amplo do que simplesmente uma parcela da capacidade eleitoral ativa (direito
de votar), muito embora algumas questões não sejam muito claras nessa
separação conceitual (o que demanda uma atenção redobrada por parte do
candidato).
De acordo com a doutrina, o sufrágio pode ser de dois tipos:
a) Universal: que é caracterizado pela possibilidade de todo cidadão votar e
ser votado, independentemente de avaliações discriminatórias quanto à classe
social ou econômica, quanto ao sexo ou quanto à capacidade intelectual. Esse é
o modelo adotado pela Constituição de 1988 (CF, art. 14).
b) Restrito (qualificativo): caracterizado pela concessão do direito de votar e
ser votado apenas a indivíduos que possuam determinada condição econômica
(censitário), capacidade intelectual (capacitário), ou, ainda, em razão do sexo.
Segundo Gilmar Mendes Ferreira, a Constituição do Império de 1824 estabelecia
que estavam excluídos de votar nas eleições para deputados e senadores do
Império aqueles que não alcançassem renda líquida anual de cem mil-réis.
A CF/88 estabelece ainda como cláusula pétrea o voto direto, secreto,
universal, periódico (art. 60, § 4º, CF); por sua vez, o mesmo texto assevera
que o voto é obrigatório para os maiores de dezoito anos e facultativo para
os analfabetos, maiores de setenta anos, bem como para os indivíduos maiores
de dezesseis e menores de dezoito anos. Dessa forma, seria possível a abolição
da obrigatoriedade de voto, já que essa característica não está revestida pelo
manto da inalterabilidade.
Como anteriormente afirmado, o art. 14 permite uma participação direta dos
cidadãos mediante plebiscito, referendo e iniciativa popular de leis. O
plebiscito consiste em uma consulta prévia feita ao cidadão para que se
manifeste em relação a um determinado assunto contido em um ato
administrativo ou legislativo. A população decidiu através de plebiscito, a forma
(república ou monarquia) e o sistema de governo (parlamentarismo ou
presidencialismo) consoante preconizado no art. 2º dos Atos das disposições
constitucionais provisórias (ADCT).

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Da mesma forma, a Constituição exige prévia consulta nos casos de


incorporação, subdivisão ou desmembramento de Estados (CF, art. 18, §
3.º) e criação, incorporação, fusão e desmembramento de Municípios
(CF, art. 18, § 4.º). Lado outro, o referendo é uma consulta popular realizada
posteriormente à edição do ato legislativo ou administrativo, que serve como
parâmetro de controle dessa atividade, na medida em que a população poderá
ratificá-lo ou não.
A autorização de referendo e a convocação de plebiscito são de competência
exclusiva do Congresso Nacional (CF, art. 49, XV). Já a iniciativa popular de
lei permite aos cidadãos apresentar projetos de lei à Câmara dos Deputados,
desde que subscritos por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional,
distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por
cento dos eleitores de cada um deles (CF, art. 61, § 2.º).

1.2 - Capacidade eleitoral ativa


De acordo com a CF/88, para o exercício da capacidade eleitoral ativa, o
indivíduo terá que preencher aos seguintes requisitos: 1) ter nacionalidade
brasileira; 2) contar com a idade mínima de 16 anos; 3) se alistar
mediante inscrição junto à Justiça Eleitoral, pois apenas com o alistamento
é que se adquire, efetivamente, a capacidade de votar.
Requisitos

Ter nacionalidade brasileira

Contar com a idade mínima de 16


anos

Se alistar mediante inscrição


junto à Justiça Eleitoral

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Destaque-se, todavia, que o alistamento eleitoral não é


suficiente para que o indivíduo possa gozar de
todos os direitos políticos. Alistabilidade e
elegibilidade são conceitos distintos, já que a
primeira diz respeito à capacidade eleitoral ativa, ao passo que a última está
circunscrita à capacidade eleitoral passiva, ou seja, à capacidade de ser eleito.
Assim, o pleno gozo dos direitos políticos ainda necessita do preenchimento de
outras condições, conforme será apontado mais adiante.
Reforçando o que já expusemos anteriormente, o alistamento eleitoral está
regulado pelo art. 14, CF/88:
Art. 14 (...)
§1º - O alistamento eleitoral e o voto são:
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
II - facultativos para:
a) os analfabetos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
§ 2º - Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e,
durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos.

A Constituição Federal afirma, portanto, que apenas os brasileiros (natos ou


naturalizados) são alistáveis; A inalistabilidade traz, como decorrência, a
inelegibilidade e, portanto, os estrangeiros não podem votar nem ser votados.
Por sua vez, os portugueses equiparados, por receberem tratamento
equivalente ao de brasileiro naturalizado, poderão se alistar como
eleitores.
O alistamento eleitoral também é vedado aos conscritos, durante o serviço
militar obrigatório. Conscrito, segundo Celso Ribeiro Bastos e Ives Gandra
Martins, é o recrutado para servir o Exército, não o integrando na condição de
profissional, mas sim na condição de cidadão em cumprimento com o ônus
constitucional de prestação de serviço militar pelo tempo devido.
Assim, conscrito será a pessoa incorporada às
Forças Armadas, enquanto durar essa situação.
Durante esse período, lhe serão vedados tanto o
alistamento eleitoral quanto o voto, e, como consequência
lógica, sua elegibilidade para qualquer cargo eletivo no País. Esse conceito
pode ser verificado de maneira geral, já que para o Tribunal Superior Eleitoral,

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por exemplo, os médicos, dentistas, farmacêuticos e veterinários em serviço


militar obrigatório também são considerados conscritos.

A resolução TSE 21.920/04 impõe a obrigatoriedade de voto às pessoas


portadoras de deficiência, conforme o texto constitucional. Entretanto, a
despeito disso, o parágrafo único do art. 1º da mesma norma exclui das
sanções típicas a pessoa portadora de deficiência que torne impossível ou
demasiadamente oneroso o cumprimento das obrigações eleitorais, relativas ao
alistamento e ao exercício do voto.
O índio não integrado não está obrigado a votar, e o índio integrado está
obrigado a votar, conforme jurisprudência do TSE:

Alistamento eleitoral. Exigências. São aplicáveis aos indígenas integrados,


reconhecidos no pleno exercício dos direitos civis, nos termos da legislação especial
(Estatuto do Índio), as exigências impostas para o alistamento eleitoral, inclusive de
comprovação de quitação do serviço militar ou de cumprimento de prestação
alternativa. (Res. nº 20.806, de 15.5.2001, Rel. Garcia Vieira).

1.3 – Capacidade eleitoral passiva

A capacidade eleitoral passiva está relacionada à elegibilidade, que vem a ser


o direito que o indivíduo tem de ser votado. Como leciona José Afonso da
Silva,
“tem elegibilidade, portanto, quem preencha as condições exigidas
para concorrer a um mandato eletivo. Consiste, pois, a
elegibilidade no direito de postular a designação pelos eleitores a
um mandato político no Legislativo ou no Executivo”.

O parágrafo 3º do art. 14 enuncia os requisitos cumulativos de elegibilidade, ou


seja, para a existência de capacidade eleitoral passiva é necessária a presença
concomitante de:
I - a nacionalidade brasileira;
II - o pleno exercício dos direitos políticos;
III - o alistamento eleitoral;
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; V - a filiação partidária;
VI - a idade mínima de:

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a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da


República e Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do
Distrito Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou
Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
d) dezoito anos para Vereador.

O inciso I exige como requisito para a elegibilidade a nacionalidade brasileira.


Assim, os brasileiros natos ou naturalizados poderão ser eleitos a mandatos
eletivos; os portugueses equiparados recebem tratamento equivalente
ao de brasileiro naturalizado, sendo, por isso, elegíveis. Cabe ressaltar, que
há restrições constitucionais ao exercício de certos cargos públicos/políticos,
porquanto são privativos de brasileiros natos (art. 12, § 3º, CF/88).
O inciso II menciona que o pleno exercício dos direitos políticos é condição de
elegibilidade. Os indivíduos que incorrerem em alguma hipótese de perda ou
suspensão de direitos políticos não serão elegíveis. Ressalte-se que o artigo 15
da Constituição assevera não ser possível a cassação de direitos políticos. A
suspensão de direitos políticos, por exemplo, é uma das penas
cominadas na condenação por improbidade administrativa, nos termos da Lei
8.429/92.
O inciso III afirma que o alistamento eleitoral é um condição necessária de
elegibilidade. Nesse contexto, os inalistáveis não serão elegíveis, pois, não
podem ser votados.
O inciso IV determina como mais uma condição de elegibilidade, o domicílio
eleitoral do candidato na circunscrição de sua futura atuação. Dessa
forma, aquele que pretenda se candidatar deve ter seu domicílio eleitoral no
local no qual irá concorrer às eleições. No entanto, é pacífico o entendimento de
que o domicílio eleitoral não precisa corresponder ao domicílio civil, ou seja, é
possível que alguém possua domicílio civil em Vitória-ES, mas se candidate e
vote (possua título de eleitor) em São Bernardo do Campo-SP (domicílio
eleitoral). Isso porque o conceito de domicílio eleitoral é muito mais abrangente
que o conceito de domicílio civil, bastando para a configuração daquele que o
eleitor tenha vínculo profissional, patrimonial ou comunitário com determinada
localidade (art. 65, caput, da Resolução TSE 21.538/03). Até mesmo o liame
familiar ou afetivo é apto a justificar a existência de domicílio eleitoral em
determinado local. Doutrina e precedentes do TSE (AgR-AI 7286/PB e RESPE
23721/RJ).
O inciso V trata da filiação partidária como condição de elegibilidade. No
Brasil, diversamente dos EUA, por exemplo, não se admite a candidatura

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avulsa, pois todos os candidatos devem estar vinculados a um partido


político. Sobre a questão da fidelidade partidária ou mudança de partido do
candidato eleito, a resolução 22610/07 do TSE estabelece que
“o partido político interessado pode pedir, perante a Justiça
Eleitoral, a decretação da perda de cargo eletivo em decorrência
de desfiliação partidária sem justa causa”.

Em síntese, a regra afirma que o mandato eletivo pertence ao partido e


não ao candidato eleito, cabendo ao partido político solicitar a substituição do
mandato que lhe pertence por alguém mais alinhado às suas convicções de
ordem política, salvo se a mudança de agremiação foi ocasionada por justa
causa (e.g., criação de novo partido, mudança substancial ou desvio reiterado
do programa partidário ou por grave discriminação pessoal).
Recentemente, o STF, em sede de repercussão geral, afirmou que a regra da
perda do mandato pela mudança de partido não incide nos cargos
majoritários (prefeito, governador, senador e presidente da República).
Como afirmado pelo Tribunal:

“”a perda do mandato em razão da mudança de partido não se aplica aos candidatos
eleitos pelo sistema majoritário, sob pena de violação da soberania popular e das
escolhas feitas pelo eleitor”, além de declararem inconstitucionais as expressões “ou o
vice”, do artigo 10, “e, após 16 de outubro corrente, quanto a eleições pelo sistema
majoritário”, do artigo 13, e conferiram interpretação conforme a Constituição Federal
ao termo “suplente”, do artigo 10, todos da Resolução 22.610/2007 do Tribunal
Superior Eleitoral (TSE)..

O inciso VI trata do requisito de idade mínima, que deve ser considerada na


data da posse, com exceção do cargo de vereador, já que nesse caso, o
candidato precisará contar com 18 anos completos na data-limite para
registro de candidatura (art. 11 da lei 13165/15).

2 – Direitos Políticos Negativos

Para José Afonso da Silva, os direitos políticos negativos são

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“àquelas determinações constitucionais que, de uma forma ou de


outra, importem em privar o cidadão do direito de participação no
processo político e nos órgãos governamentais”.

Em suma, o reconhecimento, por parte do Estado, da existência de direitos


políticos negativos, priva o indivíduo (obliterando a sua cidadania!) do exercício
efetivo de seus direitos políticos e, por corolário, obsta sua capacidade de
eleger um candidato (capacidade eleitoral ativa) e de ser eleito como um
(capacidade eleitoral passiva).
Podemos dividir os direitos políticos negativos em duas espécies: a) hipóteses
de perda e suspensão dos direitos políticos; b) inelegibilidades.

Hipóteses de
perda e
Inelegibilidades
suspensão
direitos políticos

Direitos
políticos
negativos

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2.1 - Privação dos direitos políticos

No art. 15, a Constituição traz as hipóteses de privação dos direitos


políticos, que pode ser subdividida em perda ou suspensão de direitos
políticos. Doutrinariamente, o cidadão pode ser privado de forma definitiva
(perda) ou temporariamente (suspensão) de seus direitos políticos. A
Constituição veda a cassação de direitos políticos, sendo as hipóteses de sua
privação:
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em
julgado;
II - incapacidade civil absoluta;
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto
durarem seus efeitos;
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação
alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.

Embora a Constituição não afirme expressamente, são hipóteses de


suspensão os incisos II, III e V, sendo os outros casos situações de perda
dos direitos políticos (cancelamento da naturalização e recusa de cumprir
obrigação a todos imposta ou prestação alternativa).

PRIVAÇÃO DOS
DIREITOS
POLÍTICOS

Suspensão Perda

Inciso II Inciso III Inciso V Inciso I Inciso IV

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A suspensão pela incapacidade civil absoluta (inc. II) deverá ocorrer mediante
intervenção judicial (decretação de interdição).
No caso de condenação criminal transitada em julgado (inc. III), merece
atenção a controvérsia a respeito da situação do parlamentar, porquanto o STF,
no RE 179.502- SP, rel. Min. Moreira Alves, asseverou que a suspensão dos
direitos políticos é imediata, implicando também a imediata perda do mandato
eletivo. Na mesma assentada, firmou o STF tratar-se de norma autoaplicável,
que independe, para sua imediata incidência, de qualquer ato de intermediação
legislativa. Essa posição foi reafirmada na Ação Penal (AP) 470 (caso mensalão)
, onde a Corte decidiu que os parlamentares condenados criminalmente –
Valdemar Costa Neto (PR-SP), Pedro Henry (PP-MT) e João Paulo Cunha (PT-
SP) – deveriam perder seus mandatos com o trânsito em julgado do acórdão
(decisão colegiada) condenatório. Nesse caso, caberia à Mesa da Câmara
apenas declarar a perda do mandato.
Menos de um ano depois, todavia, na Ação Penal 565, em relevante mudança
de posição, o mesmo Tribunal decidiu que:

(...) essa relação natural entre suspensão dos direitos políticos e perda do cargo
público (...) não se estabelece como consequência natural. E a Constituição, no art.
55, parágrafo 2º, diz claramente que, nesses casos, a perda do mandato será decidida
pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal por (...) maioria absoluta,
mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no
Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.(AP 565, rel. min. Cármen Lúcia, voto
do min. Teori Zavascki, j. 8-8-2013).

Nesse caso, por determinação do art. 55, § 2º, da CF/88, ficou definido que
perda do mandato será decidida pela Casa a que pertencer o congressista,
por maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido
político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.
Mais recentemente, porém, na AP 694/ MT, Rel. Min. Rosa Weber, j. 2/5/2017,
numa posição intermediária, o STF afirmou que, como regra, é da
competência das Casas Legislativas decidir sobre a perda do mandato
do Congressista condenado criminalmente (artigo 55, VI e § 2º, da CF). No
entanto, essa regra deve ser excepcionada quando a condenação impõe o
cumprimento de pena em regime fechado, e não viável o trabalho externo

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diante da impossibilidade de cumprimento da fração mínima de 1/6 da pena


para a obtenção do benefício durante o mandato e antes de consumada a
ausência do Congressista a 1/3 das sessões ordinárias da Casa
Legislativa da qual faça parte. Nessa última hipótese (ausência do
congressista), teríamos a perda automática do mandato, cumprindo à Mesa da
Câmara dos Deputados declará-la, em conformidade com o artigo 55, III, § 3º,
da CF. Em termos práticos, pra efeito de concurso, se o Deputado ou Senador
for condenado a mais de 120 dias em regime fechado, ele deverá cumprir a
pena em penitenciária e não poderá sair para trabalho externo, e, em virtude
disso, deixará de comparecer a 1/3 das sessões ordinárias, o que faria incidir a
regra da perda do mandato contida no art. 55, III, da CF.
Por outro lado, na situação em que o Deputado ou Senador for condenado a
uma pena em regime aberto ou semiaberto, a condenação não gera a
perda automática do cargo, cabendo ao Plenário da respectiva casa decidir
sobre a perda ou não do mandato eletivo.

Perda do mandato parlamentar. É da competência das Casas Legislativas decidir sobre


a perda do mandato do congressista condenado criminalmente (art. 55, VI e § 2º, da
CF). Regra excepcionada – adoção, no ponto, da tese proposta pelo eminente revisor,
ministro Luís Roberto Barroso – quando a condenação impõe o cumprimento de pena
em regime fechado, e não viável o trabalho externo diante da impossibilidade de
cumprimento da fração mínima de 1/6 da pena para a obtenção do benefício durante o
mandato e antes de consumada a ausência do congressista a 1/3 das sessões
ordinárias da Casa Legislativa da qual faça parte. Hipótese de perda automática do
mandato, cumprindo à Mesa da Câmara dos Deputados declará-la, em conformidade
com o art. 55, III, § 3º, da CF. Precedente: MC no MS 32.326/DF, rel. min. Roberto
Barroso, 2-9-2013 (AP 694, rel. min. Rosa Weber, j. 2-5-2017, 1ª T, DJE de 31-8-
2017).

Por fim, segundo o art. 37, § 4º, os atos de improbidade administrativa


resultarão na perda do mandato e na suspensão dos direitos políticos.

2.2- Inelegibilidades

Enquanto as condições de elegibilidade são pressupostos positivos que


autorizam o exercício da capacidade política passiva, as causas de

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inelegibilidades, por seu turno, são condições ou pressupostos negativos,


de ordem que, se presentes, impedem o seu exercício.
Diferença também encontrada na CF diz respeito à legislação que poderá reger
os diferentes temas, já que as condições de elegibilidade, além da previsão
constitucional, podem encontrar regulação na forma da lei ordinária (art. 14, §
3º, da Constituição), enquanto que as causas de inelegibilidade além das
disposições do texto constitucional, só podem ser criadas ou reguladas
mediante lei complementar (art. 14, § 9º, da Constituição).
As inelegibilidades podem ser divididas em dois grupos:
a) inelegibilidades absolutas: São regras que impedem a candidatura e,
por decorrência, o exercício de qualquer cargo político. Estão relacionadas
a características pessoais e não podem ser afastadas por meio da
desincompatibilização. As inelegibilidades absolutas possuem assento
constitucional, de modo que não há possibilidade de criação de novas
inelegibilidades absolutas pela legislação infraconstitucional.
De acordo com o art. 14, §4º, são inelegíveis os inalistáveis e os
analfabetos. Percebemos de dispositivo que os analfabetos, apesar de
alistáveis (voto facultativo), não dispõem de elegibilidade. Os estrangeiros e os
conscritos, durante o período do serviço militar obrigatório, não podem ser
eleitos em virtude da regra da inalistabilidade.
b) inelegibilidades relativas: São regras que obstam a candidatura a
certos cargos políticos, em razão de cargo ou parentesco, estando relacionadas
à chefia do Poder Executivo. Importante frisar que esse tipo de inelegibilidade
pode ser afastada, em certos casos, mediante desincompatibilização (CF, art.
14, §§ 5.º a 7.º). As inelegibilidades relativas previstas na Constituição
podem ser definidas por: i) inelegibilidade relativa por motivos funcionais; ii)
inelegibilidade relativa por motivo de casamento, parentesco ou afinidade
(inelegibilidade reflexa); iii) inelegibilidade relativa à condição de militar.

2.3 inelegibilidade por motivos funcionais

A inelegibilidade por motivos funcionais está delineada no art. 14, §5º, que
afirma:
O Presidente da República, os Governadores de Estado e do
Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou
substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um
único período subsequente.

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A EC 16/1997 alterou o dispositivo que vedava eleições consecutivas para o


mesmo cargo do Poder Executivo, passando a admitir a reeleição para um
único período subsequente (CF, art. 14, § 5.º). Com base nessa premissa,
os Chefes do Poder Executivo (Presidente, Governador e Prefeito) somente
podem exercer dois mandatos consecutivos no mesmo cargo. Por outro lado, é
possível que, por exemplo, um prefeito exerça por três vezes essa função
eletiva desde que não seja de maneira consecutiva.
Para se candidatar a outro cargo, o Chefe do Executivo deverá renunciar ao
respectivo mandato (desincompatibilização) até seis meses antes do pleito,
consoante previsão do § 6.º do art. 14:
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República,
os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos
devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes
do pleito.

Ressalte-se, no entanto, que o Chefe do Executivo não precisa se afastar de


suas funções antes do término do primeiro mandato, podendo se reeleger sem
a interrupção do mandato em curso. Do mesmo modo, o aluno deve estar
atento às questões sobre o tema, porquanto as regras aqui elencadas sobre
reeleição atingem apenas os membros do Poder Executivo, já que os
postulantes a cargos no Poder Legislativo podem se reeleger sem restrições.
O STF considerou a figura do “prefeito itinerante” (ou “prefeito profissional”)
incompatível com o princípio republicano. Essa situação é caracterizada pela
alteração de domicílio eleitoral com a finalidade única de burlar a regra que
permite apenas uma reeleição no município original:
O instituto da reeleição tem fundamento não somente no postulado da continuidade
administrativa, mas também no princípio republicano, que impede a perpetuação de
uma mesma pessoa ou grupo no poder. O princípio republicano condiciona a
interpretação e a aplicação do próprio comando da norma constitucional, de modo que
a reeleição é permitida por apenas uma única vez. Esse princípio impede a terceira
eleição não apenas no mesmo Município, mas em relação a qualquer outro Município da
federação. Entendimento contrário tornaria possível a figura do denominado "prefeito
itinerante" ou do "prefeito profissional", o que claramente é incompatível com esse
princípio, que também traduz um postulado de temporariedade/alternância do exercício
do poder. Portanto, ambos os princípios – continuidade administrativa e republicanismo
– condicionam a interpretação e a aplicação teleológicas do art. 14, § 5º, da
Constituição. O cidadão que exerce dois mandatos consecutivos como prefeito de
determinado Município fica inelegível para o cargo da mesma natureza em qualquer
outro Município da federação (RE 637.485, rel. min. Gilmar Mendes, j. 1º-8-2012,
P, DJE de 21-5-2013, tema 564).
No LIII concurso do MPMG (Promotor de Justiça) foi cobrado o conhecimento da
figura do prefeito itinerante. Senão vejamos:

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(MPMG – LIII concurso – Promotor – Discursiva – Grupo I) O cidadão


que exerceu dois mandatos como prefeito em determinado município pode
candidatar-se a cargo da mesma natureza em outro município? Fundamente.
Por outro lado, é admissível a candidatura de ex-prefeito que, no seu primeiro
mandato, renuncia seis meses antes da nova eleição e candidata-se a prefeito
de município desmembrado (município-filho) daquele por ele originariamente
governado (município-mãe). Observe que, nesse caso, a
desincompatibilização é necessária.
Com base na jurisprudência, podemos elencar entendimentos importantes
sobre a inelegibilidade por motivos funcionais:
1) O Chefe do Poder Executivo por dois mandatos consecutivos não poderá, na
eleição seguinte, se candidatar ao cargo de Vice.
2) Os Vices (Vice-Presidente da República, Vice-Governador e Vice-Prefeito) só
poderão se reeleger, para o mesmo cargo, por um único período subsequente.
Assim, o vice reeleito não poderá exercer um terceiro mandato no mesmo cargo
(vice):
Vice-governador eleito duas vezes para o cargo de vice-governador. No segundo
mandato de vice, sucedeu o titular. Certo que, no seu primeiro mandato de vice, teria
substituído o governador. Possibilidade de reeleger-se ao cargo de governador, porque
o exercício da titularidade do cargo dá-se mediante eleição ou por sucessão. Somente
quando sucedeu o titular é que passou a exercer o seu primeiro mandato como titular
do cargo. Inteligência do disposto no § 5º do art. 14 da CF (RE 366.488, rel. min.
Carlos Velloso, j. 4-10-2005, 2ª T, DJ de 28-10-2005).
3) Os Vices, reeleitos ou não, poderão se candidatar ao cargo do titular na
eleição seguinte, mesmo que o tenham substituído no curso do mandato (Res.
20889/01/TSE).
4) O Vice-Presidente, o Vice-Governador e o Vice-Prefeito poderão concorrer a
outros cargos, sem afastamento, desde que nos seis meses anteriores à eleição
não tenham sucedido ou substituído o titular.
Esse assunto foi cobrado na última prova da AGU:
(CESPE / AGU – 2015) Vice-governador de estado que não tenha sucedido ou
substituído o governador durante o mandato não precisará se
desincompatibilizar do cargo atual no período de seis meses antes do pleito
para concorrer a outro cargo eletivo.
Comentários: O Vice-Presidente, o Vice-Governador e o Vice-Prefeito poderão
concorrer normalmente a outros cargos, preservando seus mandatos, desde
que nos seis meses anteriores ao pleito não tenham sucedido ou substituído o
titular. Em outras palavras, se não tiverem sucedido ou substituído os titulares,

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os Vices não precisarão se desincompatibilizar para concorrerem a outro cargo.


Questão correta.

3 – Inelegibilidade reflexa

A inelegibilidade relativa reflexa (por motivo de casamento, parentesco ou


afinidade) está prevista no art. 14, § 7º, CF/88:
§ 7º - São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o
cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau
ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de
Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os
haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo
se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.

Uma característica da inelegibilidade reflexa é que somente são afetados por


essa hipótese de inelegibilidade o cônjuge, parentes e afins de titular de cargo
de Chefe do Poder Executivo. Assim, caso um indivíduo ocupe o cargo de
Deputado Federal, seu cônjuge, parentes e afins poderão se candidatar
normalmente, a qualquer cargo político. Outro ponto relevante da
inelegibilidade reflexa é que ela somente alcança o território de circunscrição do
titular do cargo do Poder Executivo. Nesse contexto, temos que:
a) O cônjuge, parentes e afins, até o segundo grau, ou por adoção de Prefeito
não poderão se candidatar a nenhum cargo dentro de seu Município (Vereador,
Prefeito e Vice-Prefeito).
b) O cônjuge, parentes e afins, até o segundo grau, ou por adoção de
Governador não poderão se candidatar a nenhum cargo dentro do Estado. Isso
inclui os cargos de Vereador, Prefeito e Vice-Prefeito (de qualquer dos
Municípios daquele estado), bem como os cargos de Deputado Federal,
Deputado Estadual e Senador, por aquele estado.
c) O cônjuge, parentes e afins, até o segundo grau, ou por adoção de
Presidente não poderão se candidatar a nenhum cargo eletivo no País.
É entendimento da súmula vinculante 18 do STF que a dissolução do
casamento, quando ocorrida no curso do mandato, não afasta a inelegibilidade
reflexa:
“A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não
afasta a inelegibilidade prevista no § 7º, do artigo 14 da Constituição Federal”.
No entanto, esse entendimento não deve ser aplicado, segundo o Tribunal, para
os casos em que a extinção do vínculo conjugal for decorrente da morte de um
dos cônjuges (RE 758.461, Rel. Min. Teori Zavascki, j. 22/05/2014). Como

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afirmado pela Corte, a edição da SV 18 teve como objetivo coibir a utilização de


separação e divórcio fraudulentos como forma de burlar a inelegibilidade
prevista no dispositivo constitucional, o que, não ocorreria nas situações em
que a sociedade conjugal foi desfeita em razão de evento alheio à vontade das
partes.
Em continuidade, para o mesmo tribunal, a inelegibilidade reflexa alcança
também aqueles que tenham constituído união estável com o Chefe do Poder
Executivo, não havendo diferença entre união hetero ou homoafetiva, em
observância ao princípio da igualdade.
Por seu turno, conforme o texto constitucional, a inelegibilidade reflexa não se
aplica nos casos em o cônjuge, parente ou afim já possua mandato eletivo,
ocorrendo, nessa hipótese, a possibilidade de reeleição, ainda que o cargo
pleiteado esteja na circunscrição do Chefe do Executivo.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entende também que se o Chefe do
Executivo renunciar, falecer ou se afastar definitivamente do cargo seis meses
antes da eleição, seu cônjuge, parentes ou afins até o segundo grau poderão
candidatar-se a todos os cargos eletivos da circunscrição, desde que ele próprio
pudesse concorrer à reeleição (Súmula 6 do TSE).
A inelegibilidade do militar está prevista no art. 14, §8º, CF/88:
§8º - O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes
condições:
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da
atividade;
II - se contar mais de dez anos de serviço será agregado pela
autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato
da diplomação, para a inatividade.

A constituição afirma que o militar alistável é elegível. No entanto, poder-se-


ia interpretar a partir da leitura do art. 143, §3º, V, da Constituição, que os
militares nunca poderiam se candidatar a cargos eletivos, pois esse dispositivo
obsta a filiação do militar a partido político. No entanto, o TSE sufragou o
entendimento de que a ausência de prévia filiação partidária (uma das
condições de elegibilidade) do militar será suprida pelo registro da candidatura
apresentada pelo partido político e autorizada pelo candidato. Nessa toada, o
§8º estabelece que o militar pode ser elegível, desde que cumpra certas
condições, variando estas de acordo com o seu tempo de serviço. Com efeito,
se o militar contar menos de 10 anos de serviço, ele deverá afastar-se
da atividade. Por sua vez, no caso do militar contar com mais de 10 anos
de serviço, ele será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará
automaticamente, no ato da diplomação para a inatividade:

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SERVIDOR PÚBLICO. Militar alistável. Elegibilidade. Policial da Brigada Militar do Rio


Grande do Sul, com menos de 10 (dez) anos de serviço. Candidatura a mandato
eletivo. Demissão oficial por conveniência do serviço. Necessidade de afastamento
definitivo, ou exclusão do serviço ativo. Pretensão de reintegração no posto de que foi
exonerado. Inadmissibilidade. Situação diversa daquela ostentada por militar com mais
de 10 (dez) anos de efetivo exercício. Mandado de segurança indeferido. Recurso
extraordinário provido para esse fim. Interpretação das disposições do art. 14, § 8º,
incs. I e II, da CF. Voto vencido. Diversamente do que sucede ao militar com mais de
dez anos de serviço, deve afastar-se definitivamente da atividade, o servidor militar
que, contando menos de dez anos de serviço, pretenda candidatar-se a cargo eletivo
(RE 279.469, Rel. p/o AC. Min. Cezar Peluso, j. 16/03/2011).

O estudante deve guardar bem essas regras específicas, em virtude de sua


reiterada ocorrência em certames.
De acordo com o art. 14, §9º, da CF, cabe à lei complementar estabelecer
outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, nos seguintes
termos:
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade
e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade
administrativa, a moralidade para exercício de mandato
considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e
legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico
ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na
administração direta ou indireta.

Dessa forma, o instrumento cabível para o estabelecimento de outros casos de


inelegibilidade é a lei complementar, tarefa realizada pela lei complementar
64/90 e alterações recentes efetuadas pela lei da ficha limpa (LC 135/10),
norma declarada constitucional pelo STF no julgamento conjunto das ADCs 29 e
30 e da ADI 4.578. Importante anotarmos que a LC n. 135/10, ao alterar a LC
64/90, atendendo à previsão constitucional, definiu de forma acurada o conceito
de vida pregressa do candidato, tornando inelegível não apenas os candidatos
condenados por sentença criminal transitada em julgado, mas também aqueles
condenados, por órgão judicial colegiado, pelos crimes previstos no art. 1º,
I, “e”, quais sejam:

1) contra a economia popular, a fé pública, a administração pública e o patrimônio


público;

2) contra o patrimônio privado, o sistema financeiro, o mercado de capitais e os


previstos na lei que regula a falência;

3) contra o meio ambiente e a saúde pública;

4) eleitorais, para os quais a lei comine pena privativa de liberdade;

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5) de abuso de autoridade, nos casos em que houver condenação à perda do cargo ou


à inabilitação para o exercício de função pública;

6) de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores;

7) de tráfico de entorpecentes e drogas afins, racismo, tortura, terrorismo e


hediondos;

8) de redução à condição análoga à de escravo;

9) contra a vida e a dignidade sexual; e

10) praticados por organização criminosa, quadrilha ou bando;

Assim, em caso de condenação nos crimes ora elencados, e.g, por Tribunal de
Justiça ou Tribunal Regional Federal, 1ainda que passível de recurso, ficaria o
virtual candidato inelegível para concorrer na disputa eleitoral desde a
condenação até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o cumprimento da
pena.
Ficam também de fora da disputa eleitoral os condenados por
decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado (Tribunal
Regional Eleitoral), em processo de apuração de abuso do poder econômico ou
político, para a eleição na qual concorrem ou tenham sido diplomados, bem
como para as que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes. Essa mesma
sanção é extensível aos que tiverem suas contas relativas ao exercício de
cargos ou funções públicas rejeitadas por irregularidade insanável que configure
ato doloso de improbidade administrativa, e por decisão irrecorrível do
órgão competente, salvo se esta houver sido suspensa ou anulada pelo Poder
Judiciário, para as eleições que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes,
contados a partir da data da decisão.
Nesse ponto, decidiu o STF, no RE 848826, que é exclusivamente da Câmara
Municipal a competência para julgar as contas de governo e as contas de gestão
dos prefeitos, cabendo ao Tribunal de Contas auxiliar o Poder Legislativo
municipal, emitindo parecer prévio e opinativo, que somente poderá ser
derrubado por decisão de 2/3 dos vereadores. Assim, o parecer emitido pelo
Tribunal de Contas não gera automaticamente a inelegibilidade prevista pela
Lei Complementar 64/1990, com as alterações promovidas pela lei da Ficha
Limpa.
Ainda sobre o tema, ficam também inelegíveis os que forem condenados à
suspensão dos direitos políticos, em decisão transitada em julgado ou
proferida por órgão judicial colegiado, por ato doloso de improbidade
administrativa que importe lesão ao patrimônio público e
enriquecimento ilícito, desde a condenação ou o trânsito em julgado até o

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transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o cumprimento da pena. Frise-se que


o TSE tem exigido a presença cumulativa das sanções dos arts. 9º e 10 da Lei
de Improbidade Administrativa, de modo que “nem toda condenação por
improbidade administrativa é capaz de fazer incidi-la [inelegibilidade], mas
somente as que preencham cumulativamente os requisitos elencados: i)
decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado do Poder
Judiciário; ii) condenação em improbidade administrativa na modalidade
dolosa; iii) conduta ímproba que acarrete dano ao erário e enriquecimento
ilícito; iv) condenação à suspensão dos direitos políticos; v) prazo de
inelegibilidade não exaurido” (RO 288045).
Também na jurisprudência do STF ficou consagrado o entendimento de que “as
sanções de cassação de registro ou do diploma previstas pelo art. 41-A da lei
9.504/97 não constituem novas hipóteses
0 de inelegibilidade” (ADI 3592).
No que tange à aplicação da lei no tempo, no RE 633.703, o Plenário do
Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a Lei da Ficha limpa não poderia
ser aplicada às eleições realizadas em 2010, por desrespeito ao artigo 16 da
Constituição Federal, dispositivo que trata da anterioridade da lei eleitoral.
Entrementes, em outubro de 2017, no RE 929670 (repercussão geral), a corte,
em apertadíssima votação (6x5), definiu que o prazo de inelegibilidade de
oito anos fixado pela lei da ficha limpa para políticos condenados por abuso
de poder político e econômico pode ser aplicado em casos ocorridos antes da
lei. Restou nesse julgamento fixada a tese da “possibilidade de aplicação do
prazo de 8 anos de inelegibilidade por abuso de poder previsto na Lei
Complementar 135/2010 às situações anteriores à referida lei em que, por
força de decisão transitada em julgado, o prazo de inelegibilidade de 3 anos
aplicado com base na redação original do art. 1º, I, d, da Lei Complementar
64/1990 houver sido integralmente cumprido”. Ressalte-se, inclusive, que
ontem (1/03/2018), o STF fixou, em sede de repercussão geral, o seguinte
entendimento:
“A condenação por abuso do poder econômico ou político em ação de
investigação judicial eleitoral, transitada em julgado, ex vi do artigo 22, inciso
XIV, da Lei Complementar 64/90, em sua redação primitiva, é apta a atrair a
incidência da inelegibilidade do artigo 1º, inciso I, alínea "d", na redação dada
pela Lei Complementar 135/2010, aplicando-se a todos os processos de
registros de candidatura em trâmite”.
Dificilmente esse tema não será cobrado nos próximos concursos.
Por fim, cabe elencar os últimos dispositivos do art. 16, que deveram ser
analisados em sua literalidade, já que é o que as bancas analisam,
efetivamente:

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§10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça


Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída
a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou
fraude.
§ 11 - A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo
de justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou
de manifesta má-fé.

4 – Princípio da anterioridade eleitoral

No seu art. 16, a Constituição fundamenta o princípio da anterioridade eleitoral:


a
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na
data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até
um ano da data de sua vigência.

5 – Partidos políticos

Segundo Gilmar Ferreira Mendes,


“os partidos políticos são importantes instituições na formação da
vontade política. A ação política realiza-se de maneira formal e
organizada pela atuação dos partidos políticos. Eles exercem uma
função de mediação entre o povo e o Estado no processo de
formação da vontade política, especialmente no que concerne ao
processo eleitoral”.

A Constituição Federal de 1988 reserva o tratamento dos partidos políticos em


seu art. 17, ao afirmar:
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de
partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime
democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da
pessoa humana e observados os seguintes preceitos:
I - caráter nacional;
II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade
ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes;
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;
IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.

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Dessa forma, a liberdade partidária é fomentada pelo texto constitucional,


mormente pelo fato de que a República Federativa Brasileira adota o
pluralismo político como um de seus princípios fundamentais (Inciso V do art.
1º). Embora defenda a liberdade de agremiação política, a CF/88 não descura
também da observância de determinados valores que considera “caros”, uma
vez que essa liberdade não pode malferir a soberania nacional, o regime
democrático e os direitos fundamentais da pessoa humana.
Objetivando resguardar esses mesmos valores, a constituição prossegue
afirmando que os partidos políticos devem ter caráter nacional, não sendo
possível estabelecer agremiações políticas especificamente estaduais ou
municipais. Como corolário da soberania, aos partidos políticos é proibido
receber recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou
ainda ter qualquer tipo de subordinação
2 a estas mesmas organizações. A
moralidade administrativa é contemplada na exigência de prestação de contas à
justiça eleitoral, bem como na imposição de que o funcionamento dos partidos
deve seguir os ditames da lei específica que objetiva regulá-los, in casu, a lei
9096/95.
Assevera o §1º do art. 17, com a nova redação dada pela EC 97/17:
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir
sua estrutura interna e estabelecer regras sobre escolha, formação
e duração de seus órgãos permanentes e provisórios e sobre sua
organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha
e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, vedada a
sua celebração nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de
vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual,
distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas
de disciplina e fidelidade partidária.

A inovação trazida pela EC 97 conferiu alguma autonomia aos partidos naquilo


que se refere à sua organização, estrutura e funcionamento, estabelecendo,
também, a ausência de obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em
âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal (ausência de obrigatoriedade
de verticalização das coligações). No entanto, a emenda em epígrafe vedou as
coligações partidárias nas eleições proporcionais a partir das eleições de
2020 (medida que fortalece apenas os grandes partidos) e estabeleceu normas
mais rigorosas sobre acesso dos partidos políticos aos recursos do fundo
partidário e ao tempo de propaganda gratuito no rádio e na televisão (direito de
antena).
Expressão também dessa autonomia é refletida no final desse dispositivo,
porquanto para fortalecer as escolhas do eleitor em um sistema democrático, é

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assegurado aos partidos políticos estabelecer em seus estatutos normas de


disciplina e fidelidade partidária.
§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica,
na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal
Superior Eleitoral.

A aquisição de personalidade jurídica dos partidos políticos far-se-á nos


termos da lei civil, levando-se em conta sua natureza de pessoa jurídica de
direito privado. Após o Cartório de Registros aferir se os requisitos legais
foram respeitados, cabe efetuar o registro dos estatutos do partido político no
Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ato meramente administrativo segundo o
entendimento do STF:

O procedimento de registro partidário, embora formalmente instaurado perante órgão


do Poder Judiciário (TSE), reveste-se de natureza materialmente administrativa.
Destina-se a permitir ao TSE a verificação dos requisitos constitucionais e legais que,
atendidos pelo partido político, legitimarão a outorga de plena capacidade jurídico-
eleitoral à agremiação partidária interessada. A natureza jurídico-administrativa do
procedimento de registro partidário impede que este se qualifique como causa para
efeito de impugnação, pela via recursal extraordinária, da decisão nele proferida.
(RE 164.458 AgR, rel. min. Celso de Mello, j. 27-4-1995).

Após a sua constituição, os partidos políticos também terão direito a recursos


do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, consoante a
previsão do §3º, dispositivo que também teve seu alcance limitado pela nova
redação dada pela EC 97/17 (é recomendável que o estudante guarde bem essa
inovação legislativa):

§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao


rádio e à televisão, na forma da lei, os partidos políticos que alternativamente:

I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três


por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da
Federação, com um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada
uma delas; ou

II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em


pelo menos um terço das unidades da Federação.

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A propaganda partidária destina-se à difusão de princípios ideológicos,


atividades e programas dos partidos políticos, sendo o direito fundamental de
acesso gratuito aos meios de comunicação denominado de “direito de
antena”. Ressalte-se que essa limitação será implementada a partir das
eleições de 2030. No penúltimo concurso para o MPMG foi cobrado o
conhecimento do “direito de antena”:

(MPMG – LIV CONCURSO – PROMOTOR – DISCURSIVA – GRUPO I ) No âmbito


do Direito Eleitoral, considerando a doutrina e a jurisprudência dominantes do
Supremo Tribunal Federal: a) discorra sobre o direito de antena;
R: O direito de antena consiste no direito de acesso gratuito à mídia por
partidos políticos, especialmente ao rádio e à televisão, e possui previsão
5
constitucional no artigo 17, § 3º, da Constituição Federal. Em sede
infraconstitucional, encontra-se inserido em disposições como as do artigo 47
da Lei nº 9.504/97.

O § 4º afirma ser vedada a utilização pelos partidos políticos de organização


paramilitar, sendo essa norma corolário do art. 5º, XVII, CF/88, que dispõe
que “é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter
paramilitar”. Por fim, o novo §5º salienta que “ao eleito por partido que não
preencher os requisitos previstos no § 3º deste artigo é assegurado o
mandato e facultada a filiação, sem perda do mandato, a outro partido
que os tenha atingido, não sendo essa filiação considerada para fins de
distribuição dos recursos do fundo partidário e de acesso gratuito ao
tempo de rádio e de televisão”.

(PC/DF – 2015) Suponha-se que Maria tenha 18 anos de


idade completos e não saiba escrever o seu próprio nome,
sendo considerada como analfabeta. Nesse caso, o
alistamento eleitoral de Maria é obrigatório.
Comentários: Para os analfabetos, o alistamento
eleitoral é facultativo. Questão errada. (FUB – 2015) Os
direitos políticos são titularizados e livremente exercidos
por todos os brasileiros e garantem a participação na vida
política e a influência nas decisões públicas. Comentários:
Nem todos os brasileiros são titulares de direitos políticos.
Isso porque nem todos têm o direito de votar e de ser
votado. Questão errada.

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(PC/CE – 2015) O alistamento eleitoral e o voto são


obrigatórios para os maiores de dezoito anos e facultativos
para os analfabetos e os maiores de sessenta anos.
Comentários: O alistamento eleitoral e o voto são
facultativos para os maiores de 70 (setenta) anos. A
questão falou em “maiores de sessenta anos” e, por isso,
ficou errada.

6 – Direito de nacionalidade

A doutrina enumera as condições para a existência do Estado, afirmando, em


regra, que a soberania, o território e o povo são elementos comuns
indispensáveis a qualquer comunidade política. A relação de pertinência
entre o elemento subjetivo (povo) e o Estado é determinada pelo vínculo
denominado “nacionalidade”.
A nacionalidade é o vínculo jurídico-político entre o Estado soberano e o
indivíduo, estabelecendo uma conexão que permite distinguir estrangeiros e
nacionais. Na lição de Mazzuoli, a nacionalidade comporta duas dimensões: a
dimensão vertical (que liga o indivíduo ao Estado) e a dimensão horizontal
(que liga o indivíduo ao elemento povo). A dimensão vertical da nacionalidade
impõe obrigações ao indivíduo perante o Estado, próprias de uma relação de
subordinação. Já a dimensão horizontal, pressupõe uma relação sem grau
hierárquico, isto é, uma relação paritária do indivíduo com a comunidade à qual
pertence.
A nacionalidade pode ser adquirida de forma primária/originária ou
secundária. Quando a nacionalidade decorre do nascimento do indivíduo,
sem manifestação da sua vontade, denomina-se originária ou primária. Quando
existe a manifestação voluntária do indivíduo para sua obtenção, a
nacionalidade é denominada de secundária.
Segundo Gilmar Ferreira Mendes,
“os critérios de determinação da nacionalidade variam entre jus
soli, que considera nacional o indivíduo nascido em território
específico, seja qual for sua ascendência, e jus sanguinis, que
prioriza a filiação, os laços familiares. É possível, também, que
determinados indivíduos tenham mais que uma nacionalidade.
Essa hipótese é admitida pela legislação brasileira em duas
situações: quando o nacional brasileiro já adquire, naturalmente, a
segunda nacionalidade (com fundamento na jus sanguinis) e

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quando a naturalização faz-se condição de permanência do


brasileiro em território estrangeiro”.

Destarte, pelo critério do jus solis, terá nacionalidade de um país os nascidos


em seu território. Lado outro, pelo critério do jus sanguinis, será nacional de
um país aquele que tiver relação de consanguinidade (descendência) com os
nascidos desse mesmo Estado. Por seu turno, denomina-se polipátrida aquele
que possui mais de uma nacionalidade, enquanto o apátrida ou heimatlos não
é contemplado por vínculo jurídico estatal, sendo desprovido de nacionalidade.
Sendo a questão da nacionalidade matéria afeta à legislação de cada país, no
caso Brasileiro, a Constituição adotou a regra do “jus soli”, comportando
algumas exceções onde são contempladas as premissas do “jus sanguinis”.
Passando à análise do art. 12 da CF, temos:
Art. 12. São brasileiros:
I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais
estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira,
desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa
do Brasil;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe
brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira
competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil
e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade,
pela nacionalidade brasileira;

Nesse contexto, a Constituição (art. 12, I, a) considera brasileiros natos os


nascidos no Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que os últimos não
estejam a serviço de seu país. Trata-se de requisito que torna relevante o
aspecto territorial (jus soli) na atribuição da condição de Brasileiro e exclui
dessa categoria os filhos de estrangeiros nascidos no Brasil quando seus pais
estejam em uma relação específica (a serviço) com outro país.
Ao tratar de situações de natureza singular, Pontes de Miranda leciona que
“consideram-se brasileiros natos os nascidos a bordo de navio ou
aeronave de bandeira brasileira quando estiverem em espaço
neutro. Ao revés, se o nascimento ocorre em espaço submetido à
soberania de outro Estado, não há falar em nacionalidade
brasileira, ainda que se cuide de navio ou aeronave do Governo
brasileiro”.

Para que seja excluída a atribuição de nacionalidade pelo critério “jus soli”, é
necessário o cumprimento cumulativo de 2 dois requisitos:

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a) que ambos os pais sejam estrangeiros;


b) que ao menos um dos pais esteja a serviço de seu país.
Como exemplo, se um diplomata canadense está no
Brasil e contrai matrimônio com uma brasileira, os
filhos dessa relação nascidos no país são
considerados brasileiros natos, pois apenas uma das condições
(um dos pais a serviço de seu país) para a exclusão do critério “jus soli” foi
contemplada, uma vez que a mãe possui a nacionalidade brasileira. Hipótese
também interessante é o caso de indivíduo nascido no Brasil de mãe belga e pai
Croata, sendo que o este último presta serviços para a França. Nessa situação o
critério do jus soli ainda prevalece, pois nenhum dos pais está a serviço de seu
país de origem, possuindo o infante a nacionalidade brasileira.
Em seguida, o mesmo artigo institui que são também brasileiros natos os
nascidos no estrangeiro, de pai ou mãe brasileiros, desde que qualquer deles
esteja a serviço do Brasil (CF, art. 12, I, b). O dispositivo, portanto, institui uma
regra de jus sanguinis, porquanto leva em conta a nacionalidade brasileira
para definir o vínculo entre o Estado e os filhos de seus cidadãos nascidos no
estrangeiro.
Segundo Gilmar Mendes,
“a expressão a serviço do Brasil há de ser entendida não só como
a atividade diplomática afeta ao Poder Executivo, mas também
como qualquer função associada às atividades da União, dos
Estados ou dos Municípios ou de suas autarquias”.

Na alínea “c” do mesmo inciso, a Constituição estabelece que são brasileiros


natos
“os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira,
desde que sejam registrados em repartição brasileira competente
ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em
qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela
nacionalidade brasileira”.

Essa hipótese foi inserida pela EC 54/07 após modificação do texto original da
constituição pela Emenda de Revisão nº 3, dispositivo que aboliu a
possibilidade de aquisição originária de nacionalidade brasileira pelo registro na
repartição externa competente. Segundo a suscitada emenda de revisão,
seriam brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai ou mãe brasileiros,
desde que fixassem residência no Brasil e optassem, a qualquer tempo, pela
nacionalidade brasileira.
Embora essa previsão estimulasse um maior vínculo entre os filhos de pais
brasileiros e o Brasil, criava a incômoda situação de apatridia dos filhos de

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brasileiros residentes no estrangeiro, mormente se o critério lá adotado fosse o


de jus sanguinis. Isso decorria pela exigência de fixação de residência em solo
nacional, situação impraticável para os filhos de brasileiros com residência no
estrangeiro.
Como dito, essa situação foi modificada pela EC 54/07 que delineou duas
possibilidades de aquisição de nacionalidade quando o indivíduo nasce no
exterior, desde que algum de seus pais seja brasileiro:
1) Registro em repartição brasileira competente ou;
2) Fixação de residência no país e opção, a qualquer tempo, depois de atingida
a maioridade, pela nacionalidade brasileira.
Na primeira possibilidade, o registro do indivíduo perante repartição
competente é condição suficiente para que ele seja considerado brasileiro nato.
No segundo caso, o indivíduo precisa residir no Brasil e, ademais, manifestar
sua vontade. É o que a doutrina denomina nacionalidade potestativa. Como
previsto, a manifestação de vontade deverá ocorrer após a maioridade, em
processo judicial com tramitação na justiça federal.
Caso o filho de brasileiros que não estejam a serviço do Brasil tenha nascido no
exterior, não seja registrado na repartição competente e venha fixar residência
durante a menoridade no Brasil, sua nacionalidade também será brasileira.
Entretanto, a aquisição definitiva da nacionalidade brasileira dependerá de
manifestação após a maioridade, pois, a partir desse instante, fica suspensa a
condição de brasileiro nato enquanto não for efetivada a opção final pela
nacionalidade brasileira. A maioridade, nessa situação, passa a ser condição
suspensiva da nacionalidade brasileira até o momento da opção.
Essa peculiaridade foi cobrada na prova da Polícia Civil do DF:

(PC/DF – 2015) Suponha-se que Antônio tenha nascido


no estrangeiro, sendo filho de pai brasileiro e mãe
estrangeira. Nesse caso, Antônio poderá optar, em
qualquer tempo, depois de atingir dezoito anos de idade,
pela nacionalidade brasileira originária, desde que venha
residir no Brasil.
Comentários: A hipótese em tela se encaixa
perfeitamente às premissas da nacionalidade potestativa,
sendo, portanto, correta a assertiva.

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Os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda


que de pais estrangeiros, desde que estes não
estejam a serviço de seu país (critério “jus soli”).
Brasileiros natos

Os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe


brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço
da República Federativa do Brasil (critério “jus
sanguinis”).

Os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de


mãe brasileira, desde que sejam registrados em
repartição brasileira competente ou venham a residir
na República Federativa do Brasil e optem, em
qualquer tempo, depois de atingida a maioridade,
pela nacionalidade brasileira (nacionalidade
potestativa).

Os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade


Brasileiros naturalizados

brasileira, exigidas aos originários de países de


língua portuguesa apenas residência por um ano
ininterrupto e idoneidade moral (naturalização
ordinária – concessão ato discricionário do
Presidente da República).

Os estrangeiros de qualquer nacionalidade,


residentes na República Federativa do Brasil há mais
de quinze anos ininterruptos e sem condenação
penal, desde que requeiram a nacionalidade
brasileira (naturalização extraordinária –
concessão é direito subjetivo do interessado).

6.1 - Naturalização secundária

Em continuidade, apreciaremos às hipóteses de aquisição secundária da


nacionalidade brasileira, previstas no inciso II do mesmo artigo 12:
Art. 12. São brasileiros:
(...)

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II - naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira,
exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas
residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na
República Federativa do Brasil há mais de quinze anos
ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a
nacionalidade brasileira.

A alínea “a” enuncia a hipótese de naturalização ordinária, cujos requisitos


estão melhor delineados na lei 13.445/17, também denominada Lei de
migração, que revogou o Estatuto do Estrangeiro (lei 6815/80). Pelo art. 65 da
nova lei, são condições para a concessão de naturalização, cumulativamente:

I - ter capacidade civil, segundo a lei brasileira;

II - ter residência em território nacional, pelo prazo mínimo de 4 (quatro) anos;

III - comunicar-se em língua portuguesa, consideradas as condições do


naturalizando;

IV - não possuir condenação penal ou estiver reabilitado, nos termos da lei.

Nos termos do Art. 66, o prazo de residência fixado no inciso II do caput do art. 65
será reduzido para, no mínimo, 1 (um) ano se o naturalizando preencher quaisquer das
seguintes condições:

a) ter filho brasileiro;

b) ter cônjuge ou companheiro brasileiro e não estar dele separado legalmente ou


de fato no momento de concessão da naturalização;

c) haver prestado ou poder prestar serviço relevante ao Brasil; ou

d) recomendar-se por sua capacidade profissional, científica ou artística.

No caso de estrangeiros originários de países de língua portuguesa, a


própria constituição excepciona as regras ordinárias para assentar a
necessidade de cumprimento de apenas dois requisitos:
a) residência no Brasil por um ano ininterrupto;
b) idoneidade moral.
Entretanto, impõe ressaltar, que o preenchimento dos requisitos ora afirmados
não assegura ao estrangeiro – seja originário de país de língua portuguesa ou
não! - a concessão da nacionalidade brasileira. O deferimento da naturalização
ordinária é ato discricionário do Chefe do Poder Executivo, dependendo da
análise da conveniência e oportunidade dessa concessão.
A naturalização extraordinária está prevista na alínea “b”, devendo o
interessado ao requerer a nacionalidade brasileira demonstrar sua ininterrupta

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residência no Brasil por um período maior que quinze anos, bem como a
ausência de condenação penal. Diferentemente da ordinária, a naturalização
extraordinária não requer a análise da conveniência e oportunidade do ato
administrativo, entendendo a doutrina e jurisprudência de maneira pacífica que
o interessado tem direito subjetivo à nacionalidade brasileira, possuindo a
portaria que reconhece essa condição efeito meramente declaratório.
Portanto, trata-se de ato vinculado do Presidente da República, tendo afirmado
o STF que:

O requerimento de aquisição da nacionalidade brasileira, previsto na alínea b do


inciso II do art. 12 da Carta de Outubro, é suficiente para viabilizar a posse no cargo
triunfalmente disputado mediante concurso público. Isso quando a pessoa requerente
contar com quinze anos ininterruptos de residência fixa no Brasil, sem condenação
penal. A portaria de formal reconhecimento da naturalização, expedida pelo ministro
de Estado da Justiça, é de caráter meramente declaratório. Pelo que seus efeitos hão
de retroagir à data do requerimento do interessado. (RE 264.848, rel. min. Ayres
Britto, j. 29-6-2005).

A lei de Migração ainda prevê ainda duas espécies de naturalização: especial e


provisória. A naturalização especial poderá ser concedida ao estrangeiro
que se encontre em uma das seguintes situações (art. 68):

I - seja cônjuge ou companheiro, há mais de 5 (cinco) anos, de


integrante do Serviço Exterior Brasileiro em atividade ou de pessoa a serviço do
Estado brasileiro no exterior; ou

II - seja ou tenha sido empregado em missão diplomática ou em repartição


consular do Brasil por mais de 10 (dez) anos ininterruptos.

Por sua vez, a naturalização provisória é concedida ao migrante criança ou


adolescente que tenha fixado residência em território nacional antes de
completar 10 (dez) anos de idade e deverá ser requerida por intermédio de seu
representante legal (art. 70).

A prova discursiva do penúltimo concurso do TRF da 2ª Região (Magistratura


Federal) cobrou o conhecimento a respeito do tema nacionalidade:

(TRF2 – Juiz Federal – XV concurso – Discursiva) Karpov, nascido na


Rússia em 1992, é filho de pai ucraniano e mãe lituana. Todos eles se mudam

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para o Brasil em 1998. Em 2010, pai e mãe pedem e obtêm a mediante


naturalização regular. Todos vivem bem e felizes, no Brasil. Agora, Karpov
pretende optar pela nacionalidade brasileira. É viável a opção de nacionalidade,
de modo a se lhe conferir a condição de brasileiro nato?
Como parte da resposta do examinador, temos:
A regra geral para a aquisição da nacionalidade brasileira originária é o critério
ius soli, segundo o qual é brasileiro nato qualquer pessoa que nasça no Brasil,
independentemente da nacionalidade de seus pais (desde que, sendo estes
estrangeiros, não estejam a serviço de seu país), conforme alínea "a" do inciso
I do art. 12 da Constituição Federal.
As duas outras hipóteses de aquisição da nacionalidade brasileira originária,
previstas nas alíneas "b" e "c" do inciso I do art. 12 da CF/88, constituem
exceção à regra do ius soli, e adotam o critério do ius sanguinis. E essas alíneas
exigem que um dos pais seja brasileiro (daí a referência ao critério sanguíneo).
Tais hipóteses não podem ser ampliadas, de modo a ser criado novo critério,
que nem seria o ius soli e nem o critério do ius sanguinis. Tal ampliação seria a
criação do mero critério da vontade e seria apta a burlar, em tese, a lógica da
Lei Maior. Assim, o pai ou a mãe da pessoa nascida no estrangeiro, quando esta
queira optar pela nacionalidade brasileira, devem ser nacionais na data do seu
nascimento (nacionalidade nata ou derivada, por força do artigo 12, § 2º, da Lei
Maior), não sendo possível reconhecer a condição de brasileiro nato à vista de
naturalização dos pais ocorrida posteriormente ao nascimento do optante. Tal
naturalização não retroage para alcançar a situação do filho como apto a
adquirir a condição de nato.

6.2 - Portugueses equiparados

Diz o §1º do art. 12 que:


§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se
houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os
direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta
Constituição.

Assim, consoante o texto constitucional, os portugueses, sem adquirir a


nacionalidade brasileira, gozam dos mesmos direitos inerentes ao brasileiro
naturalizado, desde que satisfeitas determinadas condições (reciprocidade). A
aludida reciprocidade que condiciona a aplicação desse dispositivo é
disciplinada na “Convenção sobre Igualdade de Direitos e Deveres entre
Brasileiros e Portugueses”, em vigor desde 1972 (Decreto 70391). É
imperioso ressaltar que. de acordo com o dispositivo em comento, não há

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atribuição da nacionalidade brasileira aos portugueses, mas, sim, concessão de


equivalência de direitos aos nacionais desse Estado.

6.3 - Condição Jurídica do Naturalizado

Nos termos do art. 12, § 2º, CF/88,


“a lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e
naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.”

Dessa forma, os brasileiros natos e naturalizados devem ser tratados com


equidade pela lei, sendo a constituição, o único instrumento jurídico capaz de
estabelecer distinções entre cidadãos. Com efeito, conforme previsto no § 3º do
mesmo artigo, são privativos de brasileiro nato os cargos:
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas;
VII - de Ministro de Estado da Defesa.

Ressalte-se que esta discriminação é taxativa, não podendo a lei, como


afirmado anteriormente, estabelecer novas hipóteses de restrição de direitos de
brasileiros naturalizados. O estudante deve ficar atento a essas hipóteses, pois
são recorrentemente cobradas em exames. Impende destacar, que não é
privativo de brasileiro nato o exercício do cargo de deputado federal ou
senador, mas as funções de presidência dessas casas legislativas. Da mesma
forma, o único Ministro de Estado que deve ser brasileiro nato é o Ministro da
Defesa. Todos os outros Ministros podem ser brasileiros naturalizados.
Podemos anotar, ainda, outras distinções constitucionais entre brasileiros natos
e brasileiros naturalizados:
a) O art.89, inciso VII, da CF/88 estabelece que 06 (seis) vagas do Conselho de
República, órgão superior de consulta do Presidente da República, devem ser
reservadas a brasileiros natos.
b) O art. 5º, inciso LI, da CF/88 impõe que os brasileiros natos não serão, em
hipótese alguma, extraditados. No que tange aos naturalizados, a extradição
poderá ocorrer em caso de cometimento de crime comum antes da

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naturalização ou de comprovado envolvimento com tráfico ilícito de


entorpecentes e drogas afins, na forma da lei.
c) O art. 222 da CF/88 delineia restrições ao direito de propriedade de alguns
brasileiros naturalizados, ao afirmar que as empresas jornalísticas e de
radiodifusão sonora de sons e imagens só poderão ser adquiridas por brasileiros
natos ou naturalizados há mais de 10 anos. Da mesma forma, pelo menos 70%
do capital total e votante deverá pertencer a brasileiros natos ou naturalizados
há mais de 10 anos. Por fim, um brasileiro naturalizado há menos de 10 anos
também não poderá participar da gestão desse tipo de empresa.

6.4- Perda da Nacionalidade

A perda da nacionalidade é a extinção do vínculo jurídico-político


anteriormente estabelecido entre um indivíduo e Estado. O § 4º do art. 12
afirma que será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em
virtude de atividade nociva ao interesse nacional;
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei
estrangeira;
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao
brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para
permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis;

Como previsto no dispositivo, o cancelamento de naturalização será


determinado por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao
interesse nacional, podendo o indivíduo readquirir a nacionalidade brasileira
apenas mediante o ajuizamento e procedência de ação rescisória, ou seja, é
vedado ao indivíduo intentar um novo processo de naturalização.
Conforme o inciso II, a perda da nacionalidade poderá atingir tanto o
brasileiro nato quanto o naturalizado, na hipótese de aquisição de outra
nacionalidade, em virtude de naturalização voluntária. Isso pode ocorrer, por
exemplo, quando o brasileiro optar pela nacionalidade do país estrangeiro no
qual resida.
Gilmar Mendes, citando Rezek, problematiza a questão da voluntariedade da
naturalização:
“Se, ao contrair matrimônio com um francês, uma brasileira é
informada de que se lhe concede a nacionalidade francesa em

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razão do matrimônio, a menos que, dentro de certo prazo,


compareça ela ante o juízo competente para, de modo expresso,
recusar o benefício, sua inércia não importa naturalização
voluntária. Não terá havido, de sua parte, conduta específica
visando à obtenção de outro vínculo pátrio, uma vez que o desejo
de contrair matrimônio é, por natureza, estranho à questão da
nacionalidade. Nem se poderá imputar procedimento ativo a quem
não mais fez que calar. Outra seria a situação se, consumado o
matrimônio, a autoridade estrangeira oferecesse, nos termos da
lei, à nubente brasileira a nacionalidade do marido, mediante
simples declaração de vontade, de pronto reduzida a termo. Aqui
teríamos autêntica naturalização voluntária, resultante do
procedimento específico – visto que o benefício não configurou
efeito automático do matrimônio –, e de conduta ativa, ainda que
consistente no pronunciar de uma palavra de aquiescência”.

Frise-se que a reaquisição de nacionalidade brasileira no caso de perda por


naturalização voluntária será obtida mediante decreto do Presidente da
República, contanto que o indivíduo esteja domiciliado no Brasil. Em
precedente antigo (Ext. 441), o STF decidiu que “a reaquisição da
nacionalidade, por brasileiro nato, implica manter esse status e não o de
brasileiro naturalizado”. A recente prova da DPU (2017) cobrou esse
entendimento:

(CESPE – DPU – DEFENSOR - 2017) Brasileiro nato que, tendo perdido a


nacionalidade brasileira em razão da aquisição de outra nacionalidade, readquiri-la
mediante o atendimento dos requisitos necessários terá o status de brasileiro
naturalizado. Item incorreto.

Por fim, a regra da perda da nacionalidade brasileira nos casos de aquisição


voluntária de nacionalidade diversa – também denominada de perda-mudança
comporta duas exceções constitucionais:
1) Reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira. Por
exemplo, a Itália utiliza o critério do jus sanguinis para o reconhecimento de
seus nacionais. Nesse caso, os brasileiros que possuam ascendência italiana
podem gozar das prerrogativas inerentes aos cidadãos italianos, sem prejuízo
dos direitos estabelecidos pela Constituição Brasileira. Seria esse um caso
clássico de polipatridia, pois um mesmo indivíduo possui mais de uma
nacionalidade reconhecida por ordenamentos constitucionais distintos.
2) Imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro
residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu

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território ou para o exercício de direitos civis. Suponha que a lei de um país


condicione o exercício de certas atividades à obrigatoriedade de que esses
profissionais tenham a nacionalidade desse mesmo Estado. Percebe-se, nessa
situação, que a naturalização está sendo imposta como uma condição para o
exercício de um direito. Logo, esse indivíduo, ao adquirir a nacionalidade
estrangeira, não perderá a nacionalidade brasileira. Seria mais um caso de
polipatridia.

6.5 - Cargos Privativos de Brasileiros natos

Como corolário do princípio da isonomia, a CF vedou que a lei pudesse fazer


==10a285==

distinção entre brasileiros natos e naturalizados. Dessa forma, apenas o texto


constitucional poderá efetuar essa diferenciação. Como exemplo, temos o art.
12, § 3º da CF, que enumera os cargos que poderão ser ocupados apenas por
brasileiros natos, tema que é bastante cobrados nas provas:

§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:

I - de Presidente e Vice-Presidente da República;

II - de Presidente da Câmara dos Deputados;

III - de Presidente do Senado Federal;

IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;

V - da carreira diplomática;

VI - de oficial das Forças Armadas.

VII - de Ministro de Estado da Defesa

Ademais, na composição do Conselho da República (art. 89 da CF), participam


seis cidadãos brasileiros natos, com mais de 35 anos, sendo 2 nomeados
pelo Presidente da República, 2 eleitos pelo Senado Federal e 2 eleitos
pela Câmara de Deputados, com mandato de 3 anos, vedada a sua
recondução. Em conclusão sobre o tema, o art. 222 assevera que “a
propriedade de empresa jornalística de radiodifusão sonora e de sons e imagens
é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos,
ou de pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede
no País”. No seu §1º, o mesmo artigo afirma que “em qualquer caso, pelo

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menos setenta por cento do capital total e do capital votante das empresas
jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens deverá pertencer,
direta ou indiretamente, a brasileiros natos ou naturalizados há mais de
dez anos, que exercerão obrigatoriamente a gestão das atividades e
estabelecerão o conteúdo da programação”.

6.6 - Extradição

Importante destacar que a nova lei de migração (13.445/17) revogou o vetusto


Estatuto do Estrangeiro, disciplinando de forma mais abrangente os institutos
da extradição, deportação, asilo, entre outros. O estudante deve sempre
verificar o edital do seu concurso com atenção, pois muitas vezes as questões
simplesmente reproduzem artigos de leis do edital, principalmente em caso de
normas recentes. Definindo o conceito de extradição, afirma o art. 81 da lei
13.455/17:
Art. 81. A extradição é a medida de cooperação internacional
entre o Estado brasileiro e outro Estado pela qual se concede ou
solicita a entrega de pessoa sobre quem recaia condenação
criminal definitiva ou para fins de instrução de processo
penal em curso. [grifo nosso]

Nesse contexto, a extradição é fenômeno que surge como decorrência da


soberania estatal, tendo em vista que a persecução penal por parte de um
Estado deve obediência aos seus limites territoriais, afigurando-se necessária,
portanto, a cooperação internacional - via extradição - como uma medida de
colaboração entre países soberanos.
Conforme previsão normativa, a extradição poderá ter caráter instrutório
(instrução de processo penal em curso) quanto executório, hipótese em que o
pedido de extradição baseia-se em sentença penal condenatória definitiva. A
extradição será requerida por via diplomática ou pelas autoridades centrais
designadas para esse fim, cabendo ao Poder Executivo a função de
coordenação ante as autoridades judiciárias e policiais competentes (§§ 1º e 2º
do mesmo artigo 81).
Existem duas espécies de extradição: ativa e passiva.
Na extradição ativa, o requerimento de entrega é feito pelo Brasil a outro
Estado soberano.

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Importante destacar que o STF não exerce o controle nesse tipo de


procedimento, sendo desnecessária a autorização da Corte para a atuação da
diplomacia ou autoridades centrais previstas em Tratados Internacionais para a
solicitação de extradição. Nesse sentido:

(...) O pedido ora formulado, tal como deduzido, consubstancia verdadeiro pleito de
extradição ativa, revelando-se estranho, por isso mesmo, à competência originária do
Supremo Tribunal Federal. Esta Corte é competente para julgar, unicamente, o
pedido de extradição passiva (...) (Ext 1011, Rel. Min. Eros Grau, DJ 25/10/2005).

Na extradição passiva, por decorrência lógica, um Estado soberano requer ao


Brasil a suscitada entrega.
Podemos também apontar duas fases administrativas e uma judicial para o
procedimento de extradição passiva.
Na 1ª fase administrativa, o pedido de extradição formulado por Estado
estrangeiro será recebido pelo órgão competente do Poder Executivo e, após
exame da presença dos pressupostos formais de admissibilidade exigidos nesta
Lei ou em tratado, encaminhado à autoridade judiciária competente (art.89).
Inaugurando a fase judicial, o art. 90 afirma que nenhuma extradição será
concedida sem prévio pronunciamento do Supremo Tribunal Federal sobre sua
legalidade e procedência, não cabendo recurso da decisão.
Desse modo, a autoridade judiciária competente, corroborando o previsto no
art. 102, I, “g”, da CF, é o Supremo Tribunal Federal. Calha ressaltar que o STF
apenas exerce, como regra, o controle da legalidade extrínseca do pedido
extradicional e não o seu mérito, naquilo que ficou convencionado como
sistema de contenciosidade limitada. Como assentado pela Corte, no sistema de
contenciosidade limitada não é permitida qualquer indagação probatória
pertinente ao ilícito criminal cuja persecução, no exterior, justificou o
ajuizamento da demanda extradicional perante o Supremo Tribunal Federal.
Excepcionalmente, no entanto, é possível a análise, pelo Supremo Tribunal
Federal, de aspectos concernentes ao próprio mérito da imputação penal,
sempre que tal exame se mostrar indispensável à solução de controvérsia
pertinente, como, por exemplo:
(i) a ocorrência de prescrição penal;

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(ii) a observância do princípio da dupla tipicidade (tipificação simultânea do


delito no Brasil e no Estado requerente);
(iii) a configuração eventualmente política tanto do delito atribuído ao
extraditando quanto das razões que levaram o Estado estrangeiro a requerer a
extradição de determinada pessoa ao Governo brasileiro.
Desse modo, no sistema de contenciosidade limitada, como regra, apenas os
aspectos formais do pedido de extradição são analisados pelo Supremo Tribunal
Federal, ficando a análise do mérito do pedido restrita a situações excepcionais,
conforme exposto.
Por último, na 2ª fase administrativa, julgada procedente a extradição e
autorizada a entrega pelo órgão competente do Poder Executivo, será o
ato comunicado por via diplomática ao Estado requerente, que, no prazo de 60
(sessenta) dias da comunicação, deverá retirar o extraditando do território
nacional (art. 92). Como deixa a entrever, a norma parece exigir uma nova
análise do Poder Executivo para a implementação da extradição, de modo
semelhante ao que já foi definido pelo STF no caso Cesare Battisti, julgado em
que o Plenário não conheceu (arquivou) a Reclamação (RCL 11243) em que o
governo da Itália apontou ilegalidade do ato do ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva que negou a extradição do ex-ativista Cesare Battisti, apesar da Corte
ter anteriormente autorizado sua extradição (Ext 1085). Para a maioria dos
ministros, um Estado estrangeiro não tem legitimidade de contestar no
Supremo um ato soberano do Estado brasileiro.

De acordo com a previsão contida no art. 82 da Lei 13.445/17, não se


concederá a extradição quando:

I - o indivíduo cuja extradição é solicitada ao Brasil for brasileiro


nato;

II - o fato que motivar o pedido não for considerado crime no


Brasil ou no Estado requerente (dupla tipicidade);

III - o Brasil for competente, segundo suas leis, para julgar o


crime imputado ao extraditando;

IV - a lei brasileira impuser ao crime pena de prisão inferior a 2


(dois) anos;

V - o extraditando estiver respondendo a processo ou já houver


sido condenado ou absolvido no Brasil pelo mesmo fato em que se
fundar o pedido;

VI - a punibilidade estiver extinta pela prescrição, segundo a lei


brasileira ou a do Estado requerente;

VII - o fato constituir crime político ou de opinião;

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VIII - o extraditando tiver de responder, no Estado requerente,


perante tribunal ou juízo de exceção; ou

IX - o extraditando for beneficiário de refúgio, nos termos


da Lei no 9.474, de 22 de julho de 1997, ou de asilo territorial.
[grifo nosso]

Alguns apontamentos sobre o tema são importantes para efeito de concurso


público:
1) Nunca deve ser esquecido que o brasileiro nato não poderá ser
extraditado, regra que não se aplica ao brasileiro naturalizado,
que, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de
comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins, na forma da lei, poderá ter sua extradição deferida (Art. 5º, LI, CF).
Recentemente, o STF entendeu possível a declaração de perda de
nacionalidade pelo Ministro da Justiça de brasileira nata que obteve a
nacionalidade norte-americana de forma livre e espontânea e,
posteriormente, foi acusada, nos Estados Unidos da América, da prática
de homicídio contra seu marido, nacional daquele país, abrindo caminho,
portanto, para sua posterior extradição. A corte entendeu que o ato do
ministro da Justiça de cassação da nacionalidade brasileira é legítimo,
pois a impetrante perdera a nacionalidade brasileira ao adquirir outra em
situação que não se enquadraria em qualquer das duas exceções
constitucionalmente previstas: (i) tratar-se de mero reconhecimento de
outra nacionalidade originária, considerada a natureza declaratória desse
reconhecimento (art. 12, § 4º, II, “a”); e (ii) ter sido a outra
nacionalidade imposta pelo Estado estrangeiro como condição de
permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis (art.
12, § 4º, II, “b”).

2) Como apontado pela norma, apenas nos casos em que as imputações


sejam consideradas crimes no Brasil e no Estado estrangeiro a extradição
poderá ser efetuada, não se admitindo processo extradicional em hipótese
de contravenção. No mesmo sentido a jurisprudência do STF já decidiu
“excluir a contravenção de porte de “arma branca” e condicionar a
extradição de cidadão italiano aos compromissos previstos no Estatuto do
Estrangeiro (Lei 6.815/80), entre eles a detração da pena relativa ao
período em que esteve preso no Brasil para fins de extradição (art. 96 da
nova Lei 13445/17)”. O ministro Edson Fachin (relator) avaliou que o
requisito da dupla incriminação está presente, exceto quanto ao porte de
arma branca, por se tratar de contravenção penal e não de crime,
segundo a lei brasileira. Nesse caso, ele lembrou que não se concede

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extradição quando o fato que motivar o pedido for mera


contravenção no Brasil (Ext. 1415, j. 14/06/2016).

3) A súmula 421 do STF afirma que “não impede a extradição a


circunstância de ser o extraditando casado com brasileira ou ter filho
brasileiro”, diferentemente da expulsão, onde essa condição (casamento
ou paternidade), como veremos adiante, obsta a deflagração do
procedimento de expulsão.

4) Para Portela, a proibição da extradição de nacional levanta a polêmica


acerca da possibilidade de que um brasileiro responda por atos ilícitos de
competência do Tribunal Penal Internacional (TPI), uma vez que o Brasil é
signatário do Estatuto de Roma e tendo em vista que a própria CF, no §4º
do art. 5º, afirma que “o Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal
Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão” (EC 45). Nessa
hipótese, a seu sentir, estaríamos diante do fenômeno da entrega e não
de extradição, sendo possível, portanto, a entrega de brasileiro nato ao
TPI para a garantia da primazia dos direitos humanos no cenário
internacional.

6.7 – Expulsão

Reza o art. 54 da lei 13.445/ 17 que a “expulsão consiste em medida


administrativa de retirada compulsória de migrante ou visitante do território
nacional, conjugada com o impedimento de reingresso por prazo determinado”.
Sob a égide da sistemática anterior - Estatuto do Estrangeiro (6815/80), a
doutrina definia a expulsão como a retirada forçada de estrangeiro do território
nacional em virtude da prática de atividades nocivas ao interesse
nacional, albergando as infrações contra a ordem e segurança públicas, ordem
política ou social, bem como a infringência à tranquilidade, moralidade ou
economia popular. Na sistemática da nova lei, poderá dar causa à expulsão a
condenação com sentença transitada em julgado relativa à prática de:

I - crime de genocídio, crime contra a humanidade, crime de guerra


ou crime de agressão, nos termos definidos pelo Estatuto de Roma do
Tribunal Penal Internacional, de 1998, promulgado pelo Decreto no4.388, de 25
de setembro de 2002; ou

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II - crime comum doloso passível de pena privativa de liberdade,


consideradas a gravidade e as possibilidades de ressocialização em território
nacional.

Como afirma Lenza, diferentemente da extradição passiva, que se funda na


prática de delito fora do território nacional, a hipótese de expulsão dar-se-á
quando o delito ou infração for cometido dentro do território nacional,
caracterizando-se como verdadeiro instrumento coativo de retirada do
estrangeiro do território pátrio, nas hipóteses descritas na lei (art. 22, XV, da
Constituição Federal.

Segundo o art. 55 da lei 13.455, fica vedada a expulsão quando:

I - a medida configurar extradição inadmitida pela legislação


brasileira (e.g., crime político);

II - o expulsando:

a) tiver filho brasileiro que esteja sob sua guarda ou


dependência econômica ou socioafetiva ou tiver pessoa brasileira
sob sua tutela;

b) tiver cônjuge ou companheiro residente no Brasil, sem


discriminação alguma, reconhecido judicial ou legalmente;

c) tiver ingressado no Brasil até os 12 (doze) anos de idade,


residindo desde então no País;

d) for pessoa com mais de 70 (setenta) anos que resida no País


há mais de 10 (dez) anos, considerados a gravidade e o
fundamento da expulsão.

Essa restrição normativa objetiva proteger a família, que conforme o texto


constitucional constitui a base da sociedade e merece uma proteção especial
por parte do Estado (art. 226, CF). Obviamente, esse entendimento deve ser
estendido, por equiparação, às relações estáveis e uniões homoafetivas, como
deixa claro o termo “sem discriminação alguma” da alínea b.
O conceito de expulsão foi cobrado recentemente na
prova de Juiz Federal da 5ª Região:
(CESPE – TRF5- JUIZ FEDERAL-2017) A retirada
compulsória de estrangeiro do território nacional, efetuada pelo
Estado brasileiro em razão de delito cometido no Brasil decorrente de conduta
nociva ou incompatível com os interesses nacionais, constitui
A) expulsão.
B) deportação.
C) asilo político.
D) banimento.

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E) extradição.
Correta, como vimos, a letra a.

6.8 – Deportação

A deportação é medida decorrente de procedimento administrativo que consiste


na retirada compulsória de pessoa que se encontre em situação migratória
irregular em território nacional (art. 50 da lei 13.445/17).
Segundo Portela,
parte da doutrina diferencia a deportação da não admissão,
afirmando que o mero ato por meio do qual o estrangeiro tem sua
entrada negada em outro Estado não configura deportação, visto
que o indivíduo, na realidade, não teria entrado no país antes de
passar pelo controle migratório.

De qualquer modo, ambos os casos são baseados na irregularidade da presença


do estrangeiro no território nacional.
A deportação será precedida de notificação pessoal ao deportando, da qual
constem, expressamente, as irregularidades verificadas e prazo para a
regularização não inferior a 60 (sessenta) dias, podendo ser prorrogado, por
igual período, por despacho fundamentado e mediante compromisso de a
pessoa manter atualizadas suas informações domiciliares (§1º, art. 50).
Por seu turno, não será permitida a deportação quando a
medida se configurar em deportação não admitida
pela legislação brasileira (art. 53), o que,
ocorreria, por exemplo, nas hipóteses em que o
estrangeiro é perseguido por crime político no Estado de retorno ou tenha a
imputação de crime não tipificado no ordenamento brasileiro na mesma
localidade (Estado de retorno).

6.9 – Asilo e refúgio

A concessão de asilo político é um dos princípios norteadores do Estado


brasileiro no âmbito de suas relações internacionais (Art. 5º, X, CF).
Segundo Hildebrando Accioly,

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a instituição do asilo tem as suas origens na antiguidade, dentre os


institutos internacionais legados da Grécia antiga, mas foram as
guerras religiosas e a revolução francesa que levaram à
consolidação do instituto.

Sob a perspectiva legal, o asilo político constitui ato


discricionário do Estado, poderá ser diplomático
ou territorial e será outorgado como instrumento
de proteção à pessoa (art. 27 da lei 13445/17).
Dessa forma, o asilo serve como medida de proteção ao indivíduo
ameaçado por conta de motivos políticos, perseguições religiosas,
ideológicas, etc. Segundo o art. XIV da Declaração Universal dos Direitos
Humanos, “todo homem, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de
gozar asilo em outros países”.
Por óbvio, essa situação não se enquadra nas hipóteses de “persecutio
criminis” legitimamente motivadas, ou seja, na hipótese de imputação
criminosa idoneamente fundamentada nas normas do direito pátrio.
Como afirma Rezek,
o asilo consiste no “acolhimento, pelo Estado, de estrangeiro
perseguido alhures – geralmente, mas não necessariamente, em
seu próprio país patrial – por causa de dissidência política, de
delitos de opinião, ou por crimes que, relacionados com a
segurança do Estado, não configuram quebra do direito penal
comum”.

Nesse diapasão, é a criminalidade política que fundamenta a concessão de


asilo.
Como previsto na lei de migração (embora não sem críticas da doutrina de
direito internacional!), o Estado Brasileiro tem o direito, e não o dever, de
conceder asilo, sendo esse, portanto, um ato discricionário do ente estatal.
Existem dois tipos de asilo: territorial e diplomático, sendo esse último
reconhecido como instituto de Direito Internacional somente nos países latino-
americanos.

O asilo territorial, também conhecido como externo ou internacional -


segundo leciona Portela, é o asilo em que o beneficiário é acolhido no território
de um Estado. É considerada a forma “perfeita e acabada” de asilo, visto que
implica na permanência do asilado em território estrangeiro.

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Por sua vez, o asilo diplomático, também conhecido como extraterritorial,


interno, internacional ou político, configura-se na acolhida do indivíduo em
missões diplomáticas, navios de guerra, aeronaves e acampamentos militares,
sendo, assim, uma etapa anterior de um provável asilo territorial, já que não
fica automaticamente assegurada a concessão desse último
(discricionariedade).
Como dito, na América latina é frequente a concessão do asilo
diplomático, tendo os Estados dessa região pactuado
documentos internacionais específicos que codificaram
esse costume, como são exemplo as Convenções de Havana,
Montevidéu e, mais propriamente, a Convenção de Caracas sobre asilo
diplomático de 1954.
O refúgio, por sua vez, é instituto bastante similar ao asilo, porquanto também
é concedido ao imigrante por fundado temor de perseguição por motivos de
raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas. É importante
ressaltar que, enquanto tramita um processo de refúgio, pedidos de expulsão
ou extradição ficam suspensos. O refúgio possui diretrizes reguladas pelo Alto
Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados. No Brasil, a matéria tem
previsão na Lei nº 9.474/97, que criou o Comitê Nacional para os Refugiados –
Conare, e pela Convenção das Nações Unidas sobre o Estatuto dos Refugiados.
Segundo a doutrina, a distinção entre asilo e refúgio é definida pelas seguintes
características:

a) a concessão de asilo é ato discricionário, ao passo que a concessão de


refúgio é obrigatória para o Estado, uma vez atendidos os requisitos
previstos nos tratados;

b) o controle da aplicação das normas sobre refúgio encontra-se a cargo de


órgãos internacionais, como o Alto Comissariado das Nações Unidas para
os Refugiados (ACNUR), enquanto que não existe foro internacional
dedicado exclusivamente à questão do asilo;

c) os motivos para a concessão do asilo são políticos, ao passo que a


concessão de refúgio pode se fundamentar em perseguições por motivo
de raça, grupo social, religião e penúria;

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d) as discussões sobre o caráter político ou comum dos atos que motivaram


o pedido de asilo são irrelevantes no caso dos refugiados.

A seguir, para uma melhor fixação do tema,


transcrevemos questão discursiva (com o espelho de
resposta) cobrada no último concurso da Defensoria
Pública da União, que é bastante elucidativa sobre os assuntos
estudados, além de explorar outros temas elencados na lei de Migração, o que
corrobora a nossa visão da importância do conhecimento de leis promulgadas
recentemente:

(CESPE - DPU- DEFENSOR/2017 – Discursiva) Diferencie refúgio, visto


humanitário e autorização de residência para fins humanitários, relacionando seus
conceitos às normas nacionais e aos instrumentos internacionais de proteção aos
direitos humanos.

Noção de refúgio: o refúgio é uma espécie de asilo, qualificado pela aplicação do


Estatuto dos Refugiados, ou seja, pelas normas de proteção ao refugiado, que tem por
base o fundado temor de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade,
grupo social e opinião política (conceito clássico) e casos de violação grave e
generalizada violação dos direitos humanos (conceito ampliado). Previsão normativa: o
conceito universal de refugiado tem previsão na Convenção de 1951 sobre o Estatuto
dos Refugiados, alterada pelo “Protocolo de 1967”, que retirou as limitações geográfica
e temporal. A Convenção de Adis-abeba, da União Africana, pioneiramente trouxe ao
cenário internacional o conceito ampliado de refugiado, seguida da Declaração de
Cartagena sobre os Refugiados (1984), na América Latina. Na América Latina, a
Declaração de Cartagena sobre os Refugiados (1984) ampliou o conceito de refugiado.
O conceito ampliado de refugiado para América Latina está descrito na terceira
conclusão da Declaração de Cartagena. No Brasil, o conceito interno de refugiado foi
estabelecido no art. 1.º da Lei n.º 9.747/1997. A definição brasileira de refugiado foi
extraída dos conceitos universal e latino-americano.

VISTO HUMANITÁRIO

Noção de visto humanitário: o visto humanitário é uma espécie de visto especial e


temporário destinado a atender às necessidades dos fluxos migratórios mistos, visando
a proteção de pessoas ou grupo de pessoas que caso retornem ao seu país de origem
estarão sujeitos a situações de grave crise humanitária oriunda de catástrofes
ambientais, desastres naturais, conflitos armados, situações de violência generalizada
e(ou) períodos de grave instabilidade institucional e econômica — quase sempre os
três fatores estão presentes (meio ambiente, guerra e fome). Previsão normativa:
dentre outros diplomas, a Lei de Migração (Lei n.º 13.445/2017) prevê o visto
humanitário em seu art. 14. A Declaração de Cartagena e seus Planos de Ação
preveem o visto humanitário, como, por exemplo, o Plano de Ação do Brasil.

AUTORIZAÇÃO DE RESIDÊNCIA PARA FINS HUMANITÁRIOS

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Noção de autorização de residência para fins humanitários: a autorização de residência


para fins humanitários é um regime complementar de proteção destinado a atender às
necessidades dos fluxos migratórios mistos, aplicável em casos de grave crise
humanitária, variando a gradiente de proteção de país para país. No Brasil, a Lei de
Migração prevê a autorização de residência temporária para: (i) causa genérica de
acolhida humanitária; (ii) crianças desacompanhadas; (iii) vítimas do tráfico de
pessoas; (iv) vítima de trabalho escravo; e (v) pessoas que tenham sua condição
migratória agravada por violações de direitos (ex. migrante trabalhador irregular ou
extraditando sujeito à tortura no país que solicita a extradição). Previsão normativa:
dentre outros diplomas, a Lei de Migração (Lei n.º 13.445/2017) prevê a autorização
de residência para fins humanitários em seu art. 30. A Declaração de Cartagena e seus
Planos de Ação preveem o visto humanitário, como, por exemplo, o Plano de Ação do
Brasil. O refúgio possui um amplo sistema de proteção consolidado no direito
internacional dos refugiados. O direito internacional dos refugiados é um dos feixes de
proteção do direito internacional dos direitos humanos. São protegidos pelo refúgio os
que têm fundado temor ou são perseguidos por motivos étnico-raciais, religiosos,
nacionalidade, grupo social ou por opinião política, quase sempre envolvendo uma
minoria oprimida ou estigmatizada. Além disso, o conceito ampliado abarca a chamada
“migração por sobrevivência” (migration survival), nos casos de grave e generalizada
violação aos direitos humanos. Enquanto isso, o visto humanitário vem se consolidando
como um regime complementar ao refúgio, basicamente destinado a situações de
grave crise humanitária, abarcando os chamados “refugiados ambientais” e “refugiados
econômicos”. Além do visto humanitário, a autorização de residência para fins
humanitários constitui um regime complementar de proteção ao refúgio. Ambos não
estão consolidados na ordem internacional, apesar de esforços dignos de nota na
América Latina, e foram consagrados recentemente na Lei de Migração, mas vêm
encontrando aplicação como forma de garantir o dever de proteção aos seres humanos
nos casos de migração mista. De qualquer forma, ambos os institutos podem ser
extraídos do direito internacional dos direitos humanos. A diferença entre o visto
temporário e a autorização de residência para fins humanitários varia conforme a
regulamentação adotada, mas basicamente se diferenciam pela questão documental
(ex. aposição de visto em passaporte) e pelo fato da autorização de residência ser
indicada para casos em que o migrante se origina de país limítrofe ou situações
envolvendo pessoas específicas, como, por ex., apátridas, crianças separadas ou
desacompanhadas, vítimas de tráfico de pessoas etc. Por outro lado, o visto
humanitário tem por regra a aplicação direcionada a nacionais de países assolados por
crise humanitária. Quanto à natureza jurídica dos institutos, pode ser citada a posição
do STF no Caso Cesare Battisti, que atribuiu natureza jurídica de ato vinculado ao
refúgio. Enquanto isso, boa parte da doutrina compreende o visto e a autorização de
residência como atos de natureza discricionária. Ressalta-se, que o princípio da não-
devolução não pode ser considerado na diferenciação entre os institutos, pois aplica-se
indistintamente ao refúgio, ao visto humanitário e à autorização de residência para fins
humanitários.

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Tipificação Conceito

Medida de cooperação internacional entre o


Estado brasileiro e outro Estado pela qual
se concede ou solicita a entrega de pessoa
Extradição Art. 81 da lei 13.455/17
sobre quem recaia condenação criminal
definitiva ou para fins de instrução de
processo penal em curso.

Consiste em medida administrativa de


retirada compulsória de migrante ou
Expulsão Art. 54 da lei 13.445/17 visitante do território nacional, conjugada
com o impedimento de reingresso por
prazo determinado.

Medida decorrente de procedimento


administrativo que consiste na retirada
Deportação Art. 50 da lei 13.445/17 compulsória de pessoa que se encontre em
situação migratória irregular em território
nacional

“Acolhimento, pelo Estado, de estrangeiro


perseguido alhures – geralmente, mas não
necessariamente, em seu próprio país
patrial – por causa de dissidência política,
Asilo Art. 5º, X, CF
de delitos de opinião, ou por crimes que,
relacionados com a segurança do Estado,
não configuram quebra do direito penal
comum”.

Refugiado é todo indivíduo que: devido a


fundados temores de perseguição por
motivos de raça, religião, nacionalidade,
grupo social ou opiniões políticas encontre -
Art. 1º, da Lei n. se fora de seu país de nacionalidade e não
Refúgio possa ou não queira acolher -se à proteção
9.474/97
de tal país; não tendo nacionalidade e
estando fora do país onde antes teve sua
residência habitual, não possa ou não
queira regressar a ele, em função das
circunstâncias descritas no inciso anterior;

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devido a grave e generalizada violação de


direitos humanos, é obrigado a deixar seu
país de nacionalidade para buscar refúgio
em outro país.

MS e perda de nacionalidade brasileira


A Primeira Turma, por maioria, denegou mandado de segurança em que se
questionava ato do ministro da Justiça que declarara a perda da nacionalidade
brasileira da impetrante (CF, art. 12, § 4º, II), por ter adquirido outra nacionalidade
(Lei 818/1949, art.23). No caso, a impetrante, brasileira nata, obtivera a
nacionalidade norte-americana de forma livre e espontânea e, posteriormente, fora
acusada, nos Estados Unidos da América, da prática de homicídio contra seu marido,
nacional daquele país. Diante disso, o governo norte-americano indiciara a impetrante
e requerera às autoridades brasileiras a prisão para fins de extradição. O Colegiado
entendeu que o ato do ministro da Justiça de cassação da nacionalidade brasileira é
legítimo, pois a impetrante perdera a nacionalidade brasileira ao adquirir outra em
situação que não se enquadraria em qualquer das duas exceções constitucionalmente
previstas: (i) tratar-se de mero reconhecimento de outra nacionalidade originária,
considerada a natureza declaratória desse reconhecimento (art. 12, § 4º, II, “a”); e
(ii) ter sido a outra nacionalidade imposta pelo Estado estrangeiro como condição de
permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis (art. 12, § 4º, II,
“b”). Por fim, a Turma revogou a liminar deferida pelo Superior Tribunal de Justiça,
que suspendera provisoriamente a eficácia da portaria ministerial de cassação da
nacionalidade. Vencidos os Ministros Edson Fachin e Marco Aurélio, que concediam a
segurança. O Ministro Edson Fachin assentava que o brasileiro nato não poderia ser
extraditado pelo Brasil a pedido de governo estrangeiro, porque se cuidaria de
garantia fundamental que não comporta exceção. Salientava ainda que se a extradição
não for concedida, legitimar-se-á ao Estado Brasileiro, mediante a aplicação
extraterritorial de sua própria lei penal, fazer instaurar a persecução criminal. O
Ministro Marco Aurélio reputava que, em se tratando de mandado de segurança contra
ato de ministro da Justiça, o órgão competente para julgamento é o Superior Tribunal
de Justiça. Além disso, concluía que o direito à condição de brasileiro nato seria
indisponível. MS 33864/DF, rel. Min. Roberto Barroso, 19/04/2016. (MS-
33864).

Inaplicabilidade da regra de perda do mandato por infidelidade partidária ao sistema


eleitoral majoritário. (...) As decisões no MS 26.602, no MS 26.603 e no MS 26.604

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tiveram como pano de fundo o sistema proporcional, que é adotado para a eleição de
deputados federais, estaduais e vereadores. As características do sistema
proporcional, com sua ênfase nos votos obtidos pelos partidos, tornam a fidelidade
partidária importante para garantir que as opções políticas feitas pelo eleitor no
momento da eleição sejam minimamente preservadas. Daí a legitimidade de se
decretar a perda do mandato do candidato que abandona a legenda pela qual se
elegeu. O sistema majoritário, adotado para a eleição de presidente, governador,
prefeito e senador, tem lógica e dinâmica diversas da do sistema proporcional.
As características do sistema majoritário, com sua ênfase na figura do candidato,
fazem com que a perda do mandato, no caso de mudança de partido, frustre a
vontade do eleitor e vulnere a soberania popular (CF, art. 1º, parágrafo único; e
art. 14, caput). (ADI 5.081, rel. min. Roberto Barroso, j. 27/05/2015).

Súmula Vinculante 18 - A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no


curso do mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no § 7º do art. 14 da
CF.

O que orientou a edição da Súmula Vinculante 18 e os recentes precedentes do STF foi


a preocupação de inibir que a dissolução fraudulenta ou simulada de sociedade
conjugal seja utilizada como mecanismo de burla à norma da inelegibilidade reflexa
prevista no § 7º do art. 14 da Constituição. Portanto, não atrai a aplicação do
entendimento constante da referida súmula a extinção do vínculo conjugal pela morte
de um dos cônjuges. (RE 758.461, rel. min. Teori Zavascki, j. 22/05/2014).

Militar da ativa (sargento) com mais de dez anos de serviço. Elegibilidade. Filiação
partidária. (...) Se o militar da ativa é alistável, é ele elegível (CF, art. 14, § 8º).
Porque não pode ele filiar-se a partido político (CF, art 42, § 6º), a filiação partidária
não lhe é exigível como condição de elegibilidade, certo que somente a partir do
registro da candidatura é que será agregado (CF, art. 14, § 8º, II; Código Eleitoral,
art. 5º, parágrafo único; Lei 6.880, de 1980, art. 82, XIV, § 4º). (AI 135.452, rel. min.
Carlos Velloso, j. 20/09/1990).

A elegibilidade é a adequação do indivíduo ao regime jurídico – constitucional e legal


complementar – do processo eleitoral, razão pela qual a aplicação da LC 135/2010
com a consideração de fatos anteriores não pode ser capitulada na retroatividade

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vedada pelo art. 5º, XXXV, da Constituição, mercê de incabível a invocação de direito
adquirido ou de autoridade da coisa julgada (que opera sob o pálio da cláusula rebus
sic stantibus) anteriormente ao pleito em oposição ao diploma legal retromencionado;
subjaz a mera adequação ao sistema normativo pretérito (expectativa de direito).
A razoabilidade da expectativa de um indivíduo de concorrer a cargo público eletivo, à
luz da exigência constitucional de moralidade para o exercício do mandato (art. 14,
§ 9º), resta afastada em face da condenação prolatada em segunda instância ou por
um colegiado no exercício da competência de foro por prerrogativa de função, da
rejeição de contas públicas, da perda de cargo público ou do impedimento do exercício
de profissão por violação de dever ético-profissional. A presunção de inocência
consagrada no art. 5º, LVII, da CF deve ser reconhecida como uma regra e
interpretada com o recurso da metodologia análoga a uma redução teleológica, que
reaproxime o enunciado normativo da sua própria literalidade, de modo a reconduzi-la
aos efeitos próprios da condenação criminal (que podem incluir a perda ou a
suspensão de direitos políticos, mas não a inelegibilidade), sob pena de frustrar o
propósito moralizante do art. 14, § 9º, da CF. Não é violado pela LC 135/2010 o
princípio constitucional da vedação de retrocesso, posto não vislumbrado o
pressuposto de sua aplicabilidade concernente na existência de consenso básico, que
tenha inserido na consciência jurídica geral a extensão da presunção de inocência para
o âmbito eleitoral. O direito político passivo (ius honorum) é possível de ser restringido
pela lei, nas hipóteses que, in casu, não podem ser consideradas arbitrárias,
porquanto se adéquam à exigência constitucional da razoabilidade, revelando
elevadíssima carga de reprovabilidade social, sob os enfoques da violação à
moralidade ou denotativos de improbidade, de abuso de poder econômico ou de poder
político. O princípio da proporcionalidade resta prestigiado pela LC 135/2010, na
medida em que: (i) atende aos fins moralizadores a que se destina; (ii) estabelece
requisitos qualificados de inelegibilidade e (iii) impõe sacrifício à liberdade individual
de candidatar-se a cargo público eletivo que não supera os benefícios socialmente
desejados em termos de moralidade e probidade para o exercício de referido munus
publico. O exercício do ius honorum (direito de concorrer a cargos eletivos), em um
juízo de ponderação no caso das inelegibilidades previstas na LC 135/2010, opõe-se à
própria democracia, que pressupõe a fidelidade política da atuação dos representantes
populares. A LC 135/2010 também não fere o núcleo essencial dos direitos políticos,
na medida em que estabelece restrições temporárias aos direitos políticos passivos,
sem prejuízo das situações políticas ativas. O cognominado desacordo moral razoável
impõe o prestígio da manifestação legítima do legislador democraticamente eleito
acerca do conceito jurídico indeterminado de vida pregressa, constante do art. 14,
§ 9º, da CF. O abuso de direito à renúncia é gerador de inelegibilidade dos detentores
de mandato eletivo que renunciarem aos seus cargos, posto hipótese em perfeita
compatibilidade coma repressão, constante do ordenamento jurídico brasileiro (v.g., o
art. 53, § 6º, da CF e o art. 187 do CC), ao exercício de direito em manifesta
transposição dos limites da boa-fé. A inelegibilidade tem as suas causas previstas nos
§§ 4º a 9º do art. 14 da Carta Magna de 1988, que se traduzem em condições
objetivas cuja verificação impede o indivíduo de concorrer a cargos eletivos ou, acaso
eleito, de os exercer, e não se confunde com a suspensão ou perda dos direitos

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políticos, cujas hipóteses são previstas no art. 15 da Constituição da República, e que


importa restrição não apenas ao direito de concorrer a cargos eletivos (ius honorum),
mas também ao direito de voto (ius sufragii). Por essa razão, não há
inconstitucionalidade na cumulação entre a inelegibilidade e a suspensão de direitos
políticos. A extensão da inelegibilidade por oito anos após o cumprimento da pena,
admissível à luz da disciplina legal anterior, viola a proporcionalidade numa
sistemática em que a interdição política se põe já antes do trânsito em julgado,
cumprindo, mediante interpretação conforme a Constituição, deduzir do prazo
posterior ao cumprimento da pena o período de inelegibilidade decorrido entre a
condenação e o trânsito em julgado. (ADC 29, ADC 30 e ADI 4.578, rel. min. Luiz Fux,
j. 16/02/2012).

O domicílio eleitoral na circunscrição e a filiação partidária, constituindo condições de


elegibilidade (CF, art. 14, § 3º), revelam-se passíveis de válida disciplinação mediante
simples lei ordinária. Os requisitos de elegibilidade não se confundem, no plano
jurídico- -conceitual, com as hipóteses de inelegibilidade, cuja definição – além das
situações já previstas diretamente pelo próprio texto constitucional (CF, art. 14, §§ 5º
a 8º) – só pode derivar de norma inscrita em lei complementar (CF, art. 14, § 9º).
(ADI 1.063 MC, rel. min. Celso de Mello, j. 18/05/1994).

As condições de elegibilidade (CF, art. 14, § 3º) e as hipóteses de inelegibilidade (CF,


art. 14, §§ 4º a 8º), inclusive aquelas decorrentes de legislação complementar (CF,
art. 14, § 9º), aplicam-se de pleno direito, independentemente de sua expressa
previsão na lei local, à eleição indireta para governador e vice-governador do Estado,
realizada pela Assembleia Legislativa em caso de dupla vacância desses cargos
executivos no último biênio do período de governo. (ADI 1.057 MC, rel. min. Celso de
Mello, j. 20/04/1994).

Resumo da aula
1. Os direitos políticos positivos consistem no conjunto de normas que
asseguram o direito subjetivo de participação no processo político e nos
órgãos governamentais;
2. Os direitos políticos negativos são as normas que limitam o exercício da
cidadania, que impedem a participação dos indivíduos na vida política
estatal, tais como inelegibilidades, perda e suspensão dos direitos
políticos.
3. O direito de sufrágio expressa-se pela capacidade de eleger, ser eleito e,
de uma forma geral, participar da vida política do Estado.

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4. Na democracia direta, o próprio povo, sem intermediários, impõe os


contornos do processo político em um Estado.
5. Na democracia representativa ou indireta, o povo elege representantes
que, em seu nome, decidem as questões de natureza política.
6. A democracia participativa ou semidireta é um sistema de natureza mista,
que comporta mecanismos de participação direta e indireta do povo no
processo político do Estado. É adotada no Brasil.
7. O sufrágio pode ser universal, que é caracterizado pela possibilidade de
todo cidadão votar e ser votado, ou restrito, caracterizado pela concessão
do direito de votar e ser votado apenas a indivíduos que possuam
determinada condição econômica (censitário), capacidade intelectual
(capacitário), ou, ainda, em razão do sexo.
8. Para o exercício da capacidade eleitoral ativa, o indivíduo terá que
preencher aos seguintes requisitos: 1) ter nacionalidade brasileira; 2)
contar com a idade mínima de 16 anos; 3) se alistar mediante inscrição
junto à Justiça Eleitoral.
9. O alistamento eleitoral e o voto são: I - obrigatórios para os maiores de
dezoito anos; II - facultativos para: os analfabetos; b) os maiores de
setenta anos; c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
10. Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o
período do serviço militar obrigatório, os conscritos. Para a existência de
capacidade eleitoral passiva é necessária a presença concomitante de: I -
a nacionalidade brasileira; II - o pleno exercício dos direitos políticos; III -
o alistamento eleitoral; IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; V - a
filiação partidária; VI - a idade mínima de: a) trinta e cinco anos para
Presidente e Vice-Presidente da República e Senador; b) trinta anos para
Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal; c) vinte e
um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito,
Vice-Prefeito e juiz de paz; d) dezoito anos para Vereador.
11. A Constituição veda a cassação de direito políticos, sendo as
hipóteses de privação: I - cancelamento da naturalização por sentença
transitada em julgado; II - incapacidade civil absoluta; III - condenação
criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; IV -
recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa,
nos termos do art. 5º, VIII; V - improbidade administrativa, nos termos
do art. 37, § 4º.
12. As condições de elegibilidade são pressupostos positivos que
autorizam o exercício da capacidade política passiva, as causas de

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inelegibilidades, por seu turno, são condições ou pressupostos negativos,


de ordem que, se presentes, impedem o seu exercício.
13. As inelegibilidades podem ser divididas em: a) inelegibilidades
absolutas, que são regras que impedem a candidatura e, por decorrência,
o exercício de qualquer cargo político; b) inelegibilidades relativas: São
regras que obstam a candidatura a certos cargos políticos, em razão de
cargo ou parentesco, estando relacionadas à chefia do Poder Executivo.
14. As inelegibilidades relativas, por sua vez, podem ser definidas por:
i) inelegibilidade relativa por motivos funcionais; ii) inelegibilidade relativa
por motivo de casamento, parentesco ou afinidade (inelegibilidade
reflexa); iii) inelegibilidade relativa à condição de militar.
15. Os Chefes do Poder Executivo (Presidente, Governador e Prefeito)
somente podem exercer dois mandatos consecutivos no mesmo cargo.
16. Para se candidatar a outro cargo, o Chefe do Executivo deverá
renunciar ao respectivo mandato (desincompatibilização) até seis meses
antes do pleito.
17. O STF considerou a figura do “prefeito itinerante” (ou “prefeito
profissional”) incompatível com o princípio republicano.
18. São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os
parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do
Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do
Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos
seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e
candidato à reeleição (inelegibilidade reflexa).
19. A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do
mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no § 7º, do artigo 14 da
Constituição Federal.
20. O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições: I -
se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;
II - se contar mais de dez anos de serviço será agregado pela autoridade
superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação,
para a inatividade.
21. Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os
prazos de sua cessação
22. É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua
estrutura interna, organização e funcionamento e para adotar os critérios
de escolha e o regime de suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade
de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual,

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distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de


disciplina e fidelidade partidária.
23. Os partidos políticos têm natureza jurídica de direito privado.
24. A nacionalidade é o vínculo jurídico-político entre o Estado soberano
e o indivíduo, estabelecendo uma conexão que permite distinguir
estrangeiros e nacionais.
25. São brasileiros natos: a) os nascidos na República Federativa do
Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a
serviço de seu país; b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou
mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República
Federativa do Brasil; c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de
mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira
competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e
optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela
nacionalidade brasileira;
26. São brasileiros naturalizados:a) os que, na forma da lei, adquiram a
nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua
portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral
(naturalização ordinária); b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade,
residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos
ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a
nacionalidade brasileira (naturalização extraordinária).
27. Aos portugueses com residência permanente no País, se houver
reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos
inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição
(portugueses equiparados).
28. São privativos de brasileiro nato os cargos: I - de Presidente e Vice-
Presidente da República; II - de Presidente da Câmara dos Deputados;III
- de Presidente do Senado Federal; IV - de Ministro do Supremo Tribunal
Federal; V - da carreira diplomática; VI - de oficial das Forças Armadas;
VII - de Ministro de Estado da Defesa.
29. Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: I - tiver
cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de
atividade nociva ao interesse nacional; II - adquirir outra nacionalidade,
salvo nos casos: a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei
estrangeira; b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao
brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para
permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis;

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30. Pode o indivíduo readquirir a nacionalidade brasileira apenas


mediante o ajuizamento e procedência de ação rescisória.

Questões comentadas

(CESPE - DPE/PE – DEFENSOR - 2018) Com relação à perda e à suspensão dos


direitos políticos, assinale a opção correta:
A) A recuperação dos direitos políticos é possível na hipótese de suspensão, mas não
em caso de perda desses direitos.
B) Tanto na perda quanto na suspensão dos direitos políticos, somente a capacidade
eleitoral ativa é atingida.
C) A perda dos direitos políticos corresponde à cassação dos direitos políticos
D) Condenação criminal transitada em julgado motiva a perda dos direitos políticos
E) A aquisição voluntária de outra nacionalidade implica perda da nacionalidade
brasileira e, consequentemente, dos direitos políticos.

Comentários:
A) É possível a recuperação dos direitos políticos, a despeito dos termos perda e
suspensão induzirem o raciocínio de que apenas no último caso seria possível a
reaquisição do “status civitatis”. Questão incorreta.
B) A capacidade eleitoral passiva também é atingida nesses casos. Questão
incorreta.
C) Até mesmo o texto constitucional promove a diferenciação entre os conceitos ao
afirmar que “é vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou
suspensão só se dará nos casos de...”. Questão incorreta.
D) A condenação criminal acarreta a suspensão dos direitos políticos. Questão
incorreta.
E) Segundo o Inc. II do § 4º do art. 12 da CF, será declarada a perda da
nacionalidade do brasileiro que adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos de
reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira ou de imposição
de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado
estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o
exercício de direitos civis. Assim, questão correta.

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Gabarito: letra E.

(MPE/SP – Promotor de Justiça – 2017) O mandato eletivo pode ser


impugnado perante a Justiça Eleitoral:

A. no prazo de trinta dias da eleição, verificada a ocorrência de abuso político ou


econômico.
B. a qualquer tempo, em razão da condenação transitada em julgado por crime
hediondo ou equiparado.
C. até a data da diplomação, sempre que ocorrer crime, abuso do poder econômico
ou fraude.
D. no prazo de quinze dias da diplomação, por abuso do poder econômico,
corrupção ou fraude.
E. no prazo de quinze dias da eleição, quando da ocorrência de fraude ou violação
de urna.

Comentários:
Reprodução literal do § 10 do art. 14 da CF: “O mandato eletivo poderá ser
impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomação,
instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude”.
Gabarito letra D.

(IBADE – PC/AC – DELEGADO - 2017) Maristela era casada com o prefeito


Alcides Ferreira do município X, falecido em um acidente de avião em setembro de
2015, no curso de seu segundo mandato. O vice-prefeito de Alcides Ferreira
assumiu o cargo. Nas eleições de 2016, Maristela concorreu à prefeitura do
Município X e ganhou a eleição. Considerando o entendimento jurisprudencial do
STF, Maristela:

a) não poderia ser elegível, tendo em vista tratar-se de hipótese de inelegibilidade


reflexiva prevista no artigo 14, § 7°, CRFB/88.
b) não poderia ser elegível, considerando o teor da súmula vinculante n° 18 do STF.
c) poderia ser elegível, vez que a inelegibilidade prevista no § 7° do artigo 14 da
CRFB/88 não se aplica aos casos de extinção do vínculo conjugal pela morte de um
dos cônjuges.
d) poderia ser elegível, uma vez que a CRFB/88 não impede que o cônjuge concorra
às eleições na mesma circunscrição por motivo de casamento, parentesco ou
afinidade.
e) não poderia ser elegível, tendo em vista que a CRFB/88 exige o prazo de 5 (cinco)

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anos, após o término de mandato, para que o cônjuge concorra às eleições na mesma
circunscrição do marido ou ex-marido.

Comentários:

No RE 758.461/PB, relator Min. Teori Zavascki, o STF, por unanimidade, deixou


assentado que “o que orientou a edição da Súmula Vinculante 18 e os recentes
precedentes do STF foi a preocupação de inibir que a dissolução fraudulenta ou
simulada de sociedade conjugal seja utilizada como mecanismo de burla à norma da
inelegibilidade reflexa prevista no § 7º do art. 14 da Constituição”. Portanto, não atrai
a aplicação do entendimento constante da referida súmula a extinção do vínculo
conjugal pela morte de um dos cônjuges. Dessa forma, a única alternativa correta
é a letra c.

(CESPE – PJC-MT – DELEGADO - 2017) O boliviano Juan e a argentina Margarita


são casados e residiram, por alguns anos, em território brasileiro. Durante esse
período, nasceu, em território nacional, Pablo, o filho deles.

Nessa situação hipotética, de acordo com a CF, Pablo será considerado brasileiro

a) naturalizado, não podendo vir a ser ministro de Estado da Justiça.


b) nato e poderá vir a ser ministro de Estado da Defesa.
c) nato, mas não poderá vir a ser presidente do Senado Federal.
d) naturalizado, não podendo vir a ser presidente da Câmara dos Deputados.
e) naturalizado e poderá vir a ocupar cargo da carreira diplomática.

Comentários:

Nos termos do Art. 12 da CF, são brasileiros (critério jus solis):

I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros,
desde que estes não estejam a serviço de seu país;

O § 3º do mesmo artigo afirma que:

São privativos de brasileiro nato os cargos: I - de Presidente e Vice-Presidente da


República; II - de Presidente da Câmara dos Deputados;III - de Presidente do Senado
Federal; IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; V - da carreira diplomática; VI

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- de oficial das Forças Armadas; VII - de Ministro de Estado da Defesa

Dessa forma, como a questão não afirma que Juan e Margarita estão a serviço de seu
país, Pablo será considerado brasileiro nato com todas as prerrogativas inerentes a
essa condição.
Gabarito: letra b.

(TJSP – JUIZ DE DIREITO – 2017) A legitimidade política decorre da representação


por via eleitoral, que autoriza os parlamentares a deliberarem em nome do povo,
sendo, portanto, vedada a representação discursiva.
Comentários:
Questão interessante que aborda novas vertentes de representação política.
Na tradição liberal, o objeto da representação política são os indivíduos, representados
apenas pela via eleitoral, o que, numa perspectiva moderna, para alguns autores, é
deveras insuficiente, porquanto na atual quadra, a representação política deve abarcar
outros atores alijados da dinâmica eleitoral e do sistema político, muito embora
possam exercer uma representação discursiva ou temática de ideias, buscando assim,
o aperfeiçoamento dos meios de deliberação e justificação pública por meio do diálogo
entre indivíduos com discursos distintos. Essa nova perspectiva (representação
discursiva) denotaria a verdadeira democratização da representação política, o que,
em sociedades democráticas plurais, é o objetivo a ser alcançado. Como o examinador
parece defender essa nova abordagem política, a questão foi considera incorreta.

(CESPE – DPU – DEFENSOR - 2017) A respeito de nacionalidade, julgue o item a


seguir.
Brasileiro nato que, tendo perdido a nacionalidade brasileira em razão da aquisição
de outra nacionalidade, readquiri-la mediante o atendimento dos requisitos
necessários terá o status de brasileiro naturalizado.

Comentários:
José Afonso da Silva considera que o brasileiro nato que perdeu a nacionalidade
originária por naturalização voluntária, ao readquirir a nacionalidade, será brasileiro
nato. Por outro lado, Alexandre de Moraes entende que o brasileiro nato que perdeu
a nacionalidade originária por naturalização voluntária, ao readquirir a nacionalidade,
será brasileiro naturalizado. Nessa questão, o CESPE adotou a posição do Prof. José
Afonso da Silva, tendo, por isso, considerado o item INCORRETO. Como vimos, um
julgado antigo do STF também endossou o mesmo entendimento.

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(VUNESP – DPE/RO – DEFENSOR - 2017) De acordo com a atual Constituição


Federal

a) sufrágio é a melhor forma de exercer a escolha de representantes do povo.


b) foi adotado o sufrágio restrito, já que, para ser eleito ou eleitor são necessárias
certas condições, como nacionalidade, idade ou capacidade.
c) sufrágio é exclusivamente a forma como se pratica o voto.
d) o sufrágio abrange o direito de votar e de ser votado, sendo que o primeiro direito
é pressuposto do segundo, pois para ser elegível é necessário ser eleitor.
e) os analfabetos não têm direito ao sufrágio.

Comentários:

Reza o art. 14 da CF:


Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e
secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: § 1º O
alistamento eleitoral e o voto são: II - facultativos para: a) os analfabetos; §
4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.

a) Seria até interessante um dispositivo da CF que emitisse uma opinião ao afirmar


ser o sufrágio o melhor modo de exercer a escolha de representantes do povo.
Item incorreto
b) O próprio texto constitucional invoca a regra do sufrágio universal. Desse modo,
item incorreto.
c) O direito de sufrágio se caracteriza tanto pela capacidade eleitoral ativa (direito
de votar, alistabilidade) quanto pela capacidade eleitoral passiva (direito de ser
votado, elegibilidade). Item incorreto.
d) Item correto, consoante exposto no item anterior;
e) De certa forma, pelo fato dos analfabetos não serem elegíveis, uma parcela do
direito ao sufrágio permaneceria comprometida. No entanto, o examinador
levou em conta a facultatividade do exercício de voto para considerar a questão
incorreta. Associou o sufrágio simplesmente ao voto. Com essas ressalvas, item
incorreto.

(FCC – DPE/SC – DEFENSOR - 2017) Sobre o tema da nacionalidade na


Constituição Federal de 1988, é correto afirmar:

a) Aos portugueses com residência permanente no País, ainda que não houver
reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao
brasileiro, salvo os casos previstos na Constituição.

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b) São brasileiros naturalizados os estrangeiros de qualquer nacionalidade,


residentes na República Federativa do Brasil há mais de cinco anos ininterruptos
e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.
c) É privativo de brasileiro nato o cargo de Ministro do Superior Tribunal de
Justiça.
d) Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que tiver cancelada sua
naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse
nacional.
e) São brasileiros natos nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de
pais estrangeiros, mesmo que estes estejam a serviço de seu país.

Comentários:
Mais uma questão baseada na literalidade da CF.

a) Art. 12. § 1º - Aos portugueses com residência permanente no País, se


houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos
inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição. Item
incorreto.
b) Art. 12. São brasileiros naturalizados: II – b) os estrangeiros de qualquer
nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze
anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a
nacionalidade brasileira.
c) Art. 12. § 3º São privativos de brasileiro nato os cargos: IV - de Ministro
do Supremo Tribunal Federal. Item incorreto
d) Art. 12. § 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: I -
tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de
atividade nociva ao interesse nacional. item correto.
e) Art. 12. São brasileiros: I - natos: a) os nascidos na República Federativa do
Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço
de seu país. Item incorreto

Gabarito: letra d.

(FCC – DPE/SC – DEFENSOR - 2017) No que tange aos direitos políticos na


Constituição Federal de 1988, é correto afirmar:

a) É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará,


entre outros casos, na hipótese de condenação criminal em segundo grau de
jurisdição, enquanto durarem seus efeitos.
b) A ação de impugnação de mandato tramitará sem segredo de justiça, respondendo
o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.

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c) É condição de elegibilidade a idade mínima de trinta anos para Presidente e Vice-


Presidente da República e Senador.
d) Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do
serviço militar obrigatório, os conscritos.
e) A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação,
aplicando-se imediatamente a todas as eleições futuras.

Comentários:

Mais uma questão baseada na literalidade da CF, com direito, inclusive, a “pegadinha”:

a) Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se


dará nos casos de: III - condenação criminal transitada em julgado,
enquanto durarem seus efeitos; Como não há a restrição ao segundo grau
de jurisdição, o item deve ser considerado incorreto.

b) § 11. A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça,


respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé. Um
simples s pode fazer toda a diferença! Questão ridícula, mas incorreta. Preste
sempre atenção!

c) Art. 14 § 3º - São condições de elegibilidade, na forma da lei: VI - a idade


mínima de: a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da
República e Senador; Dessa forma, a questão está incorreta, pois afirma que a
idade mínima para os referidos cargos é de 30 anos.

d) Art. 14 § 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o


período do serviço militar obrigatório, os conscritos. Item correto.

e) Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua
publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de
sua vigência. Item incorreto.

(TRF2 – BANCA PRÓPRIA – JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO – 2017) Analise as


assertivas abaixo e, ao final, assinale a opção correta:

I — Incorre em causa de perda de nacionalidade o brasileiro nato que já sendo


milionário e exclusivamente por ter se apaixonado pelos céus de Paris, obtém a
nacionalidade francesa, por naturalização;
II — Incorre em causa de perda de nacionalidade o brasileiro que tiver reconhecida
outra nacionalidade originária por Estado estrangeiro;

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III - Sujeito nascido no estrangeiro, filho de mãe brasileira e de pai estrangeiro, que
veio a residir no território brasileiro e aqui, após a maioridade, optou e adquiriu a
nacionalidade brasileira pode, oportunamente, candidatar-se e ser eleito Presidente da
República.

a) Todas as assertivas são corretas.


b) Apenas a assertiva I está correta.
c) Apenas as assertivas I e III estão corretas.
d) Apenas as assertivas II e III estão corretas.
e) Apenas as assertivas I e II estão corretas.

Comentários:

I - Como visto, o § 4º do art. 12 afirma que será declarada a perda da


nacionalidade do brasileiro que: II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: a)
de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; b) de imposição de
naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro,
como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos
civis; Como a situação não se enquadra às hipóteses dos incisos I e II (paixão pelos
céus de Paris!), será declarada a perda da nacionalidade do milionário, ainda que
brasileiro nato. Item correto

II – De modo distinto, o brasileiro que tem reconhecida nacionalidade originária por


lei estrangeira não perde a nacionalidade brasileira. Item incorreto

III – Segundo o Art. 12 da CF, são brasileiros: I - natos: c) os nascidos no


estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em
repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do
Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela
nacionalidade brasileira; assim, por ser brasileiro nato, poderá concorrer ao cargo
de Presidente da República. Item Correto.

Gabarito: letra C.

(MPE/GO – Promotor de Justiça – 2016) O mandato eletivo poderá ser


impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da
diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico,
corrupção ou fraude.
Comentários:

Outra questão de MP que cobra a reprodução literal do § 10 do art. 14 da CF: “O


mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias

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contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico,


corrupção ou fraude”. Item correto.

(MPE/SC – Promotor de Justiça – 2016) A Constituição Federal não admite


que um brasileiro nato perca a nacionalidade brasileira.
Comentários:
Como visto, a regra é que o brasileiro, ao adquirir outra nacionalidade, deixa de
possuir a condição de brasileiro nato ou naturalizado. Apenas em situações
excepcionais a CF admite a “dupla cidadania”. Item errado

(FUNCAB – PC-PA – DELEGADO - 2016) Ação prevista constitucionalmente, a ser


proposta ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomação,
instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude.
Trata-se de:

a) ação de impugnação de registro de candidatura.

b) representação na pesquisa eleitoral.


c) ação de impugnação de mandato eletivo.
d) recurso contra a diplomação.
e) ação de investigação eleitoral .

Comentários:
Reza o §10º do art. 14 que:
§ 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo
de quinze dias contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do
poder econômico, corrupção ou fraude. Assim, a assertiva correta é a letra C (ação de
impugnação de mandato eletivo).

(FUNCAB – PC-PA – DELEGADO - 2016) “Os rebeldes das Forças Armadas


Revolucionárias da Colômbia (Fare) e o governo colombiano anunciaram neste
sábado (12), em Havana, um novo acordo de paz, após o 'não' no referendo sobre
uma versão anterior desse pacto para acabar com 52 anos de conflito armado no
país.” (site gl.globo.com-publicado em 12/11/2016 às 21 h42).

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Quanto ao referendo, plebiscito e iniciativa popular, nos termos da Constituição


Federal da República Federativa do Brasil, é correto afirmar:

a) O plebiscito e o referendo podem ser propostos mediante iniciativa popular.


b) A primeira experiência ordinária com o refendo deu-se com o Estatuto do
Desarmamento.
c) Enquanto o plebiscito é uma consulta posterior sobre determinado ato ou decisão
governamental, o referendo configura uma consulta prévia.
d) A realização de plebiscito e referendo sempre depende de autorização do Congresso
Nacional.
e) O plebiscito e o referendo serão convocados por meio de decreto legislativo
proposto por, no mínimo, 3/5 dos votos dos membros que compõem uma das Casas
do Congresso Nacional.

Comentários:
O plebiscito consiste em uma consulta prévia formulada ao cidadão para que
concorde ou não com tema contido em ato administrativo ou legislativo. Além do
plebiscito realizado para definir a forma (república ou monarquia constitucional) e o
sistema de governo (parlamentarismo ou presidencialismo) que deveriam vigorar no
País (ADCT, art. 2.º), a Constituição exige também prévia consulta nos casos de
incorporação, subdivisão ou desmembramento de Estados (CF, art. 18, § 3.º) e
criação, incorporação, fusão e desmembramento de Municípios (CF, art. 18, § 4.º).
Por outro lado, o referendo é uma consulta realizada posteriormente à edição do ato
legislativo ou administrativo, com o intuito de ratificá-lo ou rejeitá-lo. No escólio de
Gilmar Ferreira Mendes e Paulo Gustavo Gonet Branco, “a primeira experiência
ordinária com o referendo deu-se com a Lei n.10.826/2003 (art. 35 do Estatuto do
Desarmamento), que estabeleceu a proibição do comércio de armas de fogo e fixou a
eficácia de tal proibição dependeria de referendo realizado em outubro de 2005.”
A CF atribui ao Congresso Nacional (CF, art. 49, XV) a incumbência, como regra, de
autorizar referendos e convocar plebiscitos. No entanto, o § 4º, art. 18, da CF, afirma
que: A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-
ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e
dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios
envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e
publicados na forma da lei. Nesses casos, parece que caberia às Assembleias
Estaduais a tarefa de convocar o plebiscito em epígrafe, o que consta, inclusive, no
projeto de lei complementar a respeito do tema (PLP 137/2015). O Art. 3o da lei
9709/98 afirma que: Nas questões de relevância nacional, de competência do Poder
Legislativo ou do Poder Executivo, e no caso do § 3o do art. 18 da Constituição
Federal, o plebiscito e o referendo são convocados mediante decreto legislativo, por

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proposta de um terço, no mínimo, dos membros que compõem qualquer das Casas
do Congresso Nacional, de conformidade com esta Lei. Assim, correto o item B.

(FUNCAB – PC-PA – DELEGADO - 2016) “Os elementos clássicos de um Estado


são seu território, sua soberania e seu povo. Para a formação deste último, é
necessário que se estabeleça um vínculo político e pessoal entre o Estado e o
indivíduo. É a nacionalidade que efetiva tal conexão e faz com que uma pessoa
integre dada comunidade política. Portanto, é natural e necessário que o Estado
distinga o nacional do estrangeiro para diversos fins". (Mendes, 2016)

Assinale a assertiva correta de acordo com o direito de nacionalidade.

a) O brasileiro nato nunca poderá perder a nacionalidade.


b) A nacionalidade pode ser adquirida de forma originária ou secundária.
c) Os estrangeiros dispõem de direitos políticos.
d) O brasileiro nato pode se extraditado caso pratique tráfico internacional de
entorpecentes e drogas afins.
e) Pelo critério de determinação jus sanguinis, o indivíduo é nacional se nascido em
território específico.

Comentários:

a) O brasileiro nato perderá, como regra, a nacionalidade brasileira ao adquirir


outra nacionalidade, salvo nos casos: a) de reconhecimento de nacionalidade
originária pela lei estrangeira; b) de imposição de naturalização, pela norma
estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para
permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis. Item
incorreto.
b) Item correto.
c) Os estrangeiros não dispõem de direitos políticos. Item incorreto.
d) Dispõe o inc. LI do art. 5º da CF: “nenhum brasileiro será extraditado, salvo o
naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou
de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins,
na forma da lei”. Item incorreto.
e) Nesse caso o critério é “jus solis” e não “jus sanguinis”. Item incorreto.

Gabarito: letra B.

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(FUNCAB – PC-PA – DELEGADO - 2016) Acerca dos direitos políticos previstos na


Constituição Federal de 1988, assinale a alternativa correta.

a) São inalistáveis os estrangeiros, os conscritos, durante o período militar


obrigatório, e os analfabetos.
b) A improbidade administrativa é causa de perda do direitos políticos.
c) O alistamento e o voto são facultativos para os analfabetos e os maiores de
sessenta anos.
d) Os analfabetos são inelegíveis e inalistáveis.
e) Todo inalistável é inelegível, mas nem todo inelegível é inalistável.

Comentários:

a) O analfabeto pode votar facultativamente, de modo que é alistável.


b) Improbidade é causa de suspensão dos direitos políticos.
c) § 1º O alistamento eleitoral e o voto são: I - obrigatórios para os maiores de
dezoito anos; II - facultativos para: a) os analfabetos; b) os maiores de
setenta anos; c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. Item
incorreto
d) Como vimos, os analfabetos são alistáveis de modo facultativo. Item incorreto.
e) Item correto. Os analfabetos, por exemplo, são alistáveis embora inelegíveis.

Gabarito: letra E.

(TRF4 – BANCA PRÓPRIA – JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO – 2016) Assinale a


alternativa INCORRETA.
a) O cidadão que exerce dois mandatos consecutivos como Prefeito de determinado
Município fica inelegível para o cargo de mesma natureza em qualquer outro Município
da Federação, para o período subsequente.
b) Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, o Governador de
Estado, o Governador do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos
respectivos mandatos até 6 (seis) meses antes dos pleitos respectivos.
c) A vedação ao nepotismo não exige a edição de lei formal para coibi-lo, na medida
em que tal proibição decorre diretamente dos princípios constitucionais contidos no
art. 37, caput da Constituição Federal.
d) A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta
a inelegibilidade do ex-cônjuge.
e) O plebiscito e o referendo são formas de consulta popular, sendo determinados,
exclusivamente, pelo Congresso Nacional, visando à manifestação do povo sobre
determinado tema específico já aprovado em lei, a qual só entrará em vigor se for

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ratificada pela vontade majoritária dos eleitores.

Comentários:

A) Trata-se da hipótese do prefeito itinerante, o que, como vimos, foi prática


considerada inconstitucional pelo STF. Item correto.

B) A exigência de desincompatibilização é prevista no § 6º, art. 14, da CF, que


afirma: § 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República,
os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar
aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.

C) Essa matéria será objeto de análise na parte de Administração Pública.


Entretanto, a jurisprudência do STF é pacífica no sentido da inexigibilidade da
existência de lei formal para a caracterização de nepotismo:

Ementa: Administração Pública. Vedação nepotismo. Necessidade de lei formal.


Inexigibilidade. proibição que decorre do art. 37, caput, da CF. RE provido em
parte. I - Embora restrita ao âmbito do Judiciário, a Resolução 7/2005 do
Conselho Nacional da Justiça, a prática do nepotismo nos demais Poderes é
ilícita. II - A vedação do nepotismo não exige a edição de lei formal para coibir a
prática. III - Proibição que decorre diretamente dos princípios contidos no art.
37, caput, da Constituição Federal." (RE 579951, Relator Ministro Ricardo
Lewandowski, Tribunal Pleno, julgamento em 20.8.2008, DJe de 24.10.2008)

D) Afirma o verbete da súmula vinculante 18: A dissolução da sociedade ou do


vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no
§ 7º do artigo 14 da Constituição Federal.

E) O plebiscito consiste em uma consulta prévia formulada ao cidadão para que


concorde ou não com tema contido em ato administrativo ou legislativo. Além
do plebiscito realizado para definir a forma (república ou monarquia
constitucional) e o sistema de governo (parlamentarismo ou presidencialismo)
que deveriam vigorar no País (ADCT, art. 2.º), a Constituição exige prévia
consulta nos casos de incorporação, subdivisão ou desmembramento de Estados
(CF, art. 18, § 3.º) e criação, incorporação, fusão e desmembramento de
Municípios (CF, art. 18, § 4.º). Por outro lado, o referendo é uma consulta
realizada posteriormente à edição do ato legislativo ou administrativo, com o
intuito de ratificá-lo ou rejeitá-lo. Para ambos os casos (Plebiscito ou
Referendo), a CF exige a autorização pelo Congresso Nacional (CF, art. 49, XV).
A questão está incorreta pois não delineou essa diferença entre Plebiscito e
Referendo.

Gabarito: letra E.

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(TRF3 – BANCA PRÓPRIA – JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO – 2016) Assinale a


alternativa CORRETA. Só o brasileiro nato pode ser:

a) Deputado Federal ou Senador da República.


b) Ministro de Tribunal Superior.
c) Chefe do Estado Maior das Forças Armadas.
d) Presidente do Banco Central da República.

Comentários:
O art. 12, §3º, da CF/88 afirma que:

§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:


I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas.
VII - de Ministro de Estado da Defesa (Incluído pela Emenda Constitucional nº 23, de
1999).

A questão cobrou bom senso do candidato, pois o cargo de Chefe do Estado Maior das
Forças Armadas, por óbvio, não poderia ser ocupado por alguém com patente menor
que a de oficial (por curiosidade, a LC 69 assevera que esse cargo deverá ser ocupado
por um oficial-general do mais alto posto da hierarquia militar em tempo de paz,
obedecido o critério de rodízio entre as Forças).

Gabarito: letra C.

(FAURGS-TJ-RS.Juiz Substituto-2016) De acordo com o artigo 14, referente aos


direitos políticos, assinale a alternativa correta
A) O alistamento eleitoral é facultativo para os maiores de 60 (sessenta) anos
B) Os analfabetos são inalistáveis.

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C) Os menores de 18 (dezoito) anos são inelegíveis.


D) O militar com menos de (10) dez anos de serviço é inalistável.
E) Os casos de inelegibilidade estão exaustivamente previstos na Constituição.

Comentários: Segundo o art. 14 da CF: § 1º O alistamento eleitoral e o voto são:


(...), II - facultativos para: a) os analfabetos; b) os maiores de setenta anos;
(...) § 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei: I - a nacionalidade
brasileira; (...) VI - a idade mínima de: a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-
Presidente da República e Senador; b) trinta anos para Governador e Vice-Governador
de Estado e do Distrito Federal; c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado
Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; d) dezoito anos para
Vereador. (...). § 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes
condições: I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da
atividade; II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade
superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a
inatividade. § 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de
inelegibilidade e os prazos de sua cessação (...). Assim, a única resposta correta da
questão em epígrafe é a letra c, porquanto a idade mínima para o exercício de cargo
eletivo é de 18 anos (vereador).

(CESPE - TJDFT - Juiz Substituto-2016) Considerando as interpretações


doutrinárias e jurisprudenciais conferidas às normas constitucionais referentes aos
direitos políticos, assinale a opção correta:
A) Os direitos políticos insculpidos na Constituição possuem eficácia limitada, ante a
necessidade da edição de legislação infraconstitucional para concretizá-los.
B) A dissolução da sociedade conjugal no curso do mandato eletivo de governador de
Estado implica a inelegibilidade de sua ex-cônjuge para o cargo de deputado estadual
na mesma unidade da Federação para o pleito subsequente.
C) O governador do Distrito Federal que pretende se candidatar ao cargo de deputado
federal no pleito subsequente não precisa se desincompatibilizar do cargo que
atualmente ocupa, uma vez que tal exigência constitucional aplica-se apenas quando o
novo cargo almejado é disputado mediante eleição majoritária.
D) O cidadão naturalizado brasileiro poderá ocupar os cargos eletivos de deputado
federal e de governador do Distrito Federal, mas não poderá ser eleito senador ou
vice-presidente, diante de vedação constitucional
E) A capacidade eleitoral passiva limita-se às restrições que estão expressamente
veiculadas na CF e a nenhum outro dispositivo legal.
Comentários:

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A) Os direitos políticos insculpidos na Constituição possuem eficácia limitada, ante a


necessidade da edição de legislação infraconstitucional para concretizá-los.
Diferentemente do afirmado, os direitos políticos comportam normas de eficácia plena.
O STF já decidiu, por exemplo, que:
As condições de elegibilidade (CF, art. 14, § 3º) e as hipóteses de inelegibilidade (CF,
art. 14, §§ 4º a 8º), inclusive aquelas decorrentes de legislação complementar (CF,
art. 14, § 9º), aplicam-se de pleno direito, independentemente de sua expressa
previsão na lei local(...) ADI 1.057 MC, rel. min. Celso de Mello, j. 20-4-1994.
Item incorreto.
B) A dissolução da sociedade conjugal no curso do mandato eletivo de governador de
Estado implica a inelegibilidade de sua ex-cônjuge para o cargo de deputado estadual
na mesma unidade da Federação para o pleito subsequente.
Afirma o verbete da súmula vinculante 18:
A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a
inelegibilidade prevista no § 7º do artigo 14 da Constituição Federal.
Nesse contexto, como o cargo pleiteado (deputado estadual) está na circunscrição de
abrangência do cargo de governador (plano estadual), a candidatura é alcançada pelos
critérios da inelegibilidade reflexa, sendo correto o item.
C) O governador do Distrito Federal que pretende se candidatar ao cargo de deputado
federal no pleito subsequente não precisa se desincompatibilizar do cargo que
atualmente ocupa, uma vez que tal exigência constitucional aplica-se apenas quando o
novo cargo almejado é disputado mediante eleição majoritária.
A exigência de desincompatibilização do cargo do chefe do executivo não abrange
unicamente cargos majoritários, pois a constituição, em seu § 6º do art. 14, afirma
que a renúncia é para concorrer a quaisquer outros cargos:
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os
Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos
respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.
D) O cidadão naturalizado brasileiro poderá ocupar os cargos eletivos de deputado
federal e de governador do Distrito Federal, mas não poderá ser eleito senador ou
vice-presidente, diante de vedação constitucional.
Não existe vedação constitucional para que o brasileiro naturalizado exerça o cargo de
senador. A constituição, no inc. III, §3º, art. 12, só impede que o brasileiro
naturalizado ocupe a função de presidente do senado, porquanto estará na linha de
sucessão da presidência da república. Questão incorreta.
E) A capacidade eleitoral passiva limita-se às restrições que estão expressamente
veiculadas na CF e a nenhum outro dispositivo legal.
De acordo com o texto constitucional (§9º, art. 14): § 9º Lei complementar
estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de

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proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato


considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições
contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou
emprego na administração direta ou indireta. Como a inelegibilidade está
evidentemente ligada a capacidade eleitoral passiva e pode ser, de acordo com a
constitução, regulada pela via da lei complementar, a questão é incorreta.

(CESPE / Polícia Civil-PE – 2016) Será considerado brasileiro nato o indivíduo


nascido no estrangeiro, filho de pai brasileiro ou de mãe brasileira, que for registrado
em repartição brasileira competente ou que venha a residir no Brasil e opte, em
qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira.
Comentários:
Nos termos do art. 12, I, alínea “c”, CF/88, são brasileiros natos “os nascidos no
estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em
repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil
e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade
brasileira”. Questão correta.

(CESPE / TRT 8a Região – 2016) Configura-se a denominada nacionalidade


adquirida no caso em que o indivíduo nascido no estrangeiro, filho de pai ou mãe
brasileiros, passa a residir no Brasil e opta pela nacionalidade brasileira depois de ter
atingido a maioridade.
Comentários:
A nacionalidade adquirida (ou derivada) é aquela que ocorre mediante a naturalização.
Na questão em epígrafe, o examinador cobrou o conhecimento da denominada
nacionalidade potestativa, que vem a ser um tipo de nacionalidade originária e não
derivada. Questão errada.

(CESPE.TJ-AM-Juiz Substituto-2016) De acordo com o que está expresso na CF


acerca dos partidos políticos, é livre a criação, a fusão, a incorporação e a extinção de
partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o
pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa humana, desde que
observado(a)
A) a obrigação de prestar contas à justiça eleitoral
B) a apreciação da legalidade dos atos de admissão de pessoal para fins de registro
C) a vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou

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municipal em caso de coligações eleitorais


D) o caráter regional do novo partido que se pretenda criar
E) a ampla publicidade dos orçamentos dos partidos políticos.

Comentários:
Reprodução do texto constitucional: Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e
extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime
democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e
observados os seguintes preceitos: I - caráter nacional; II - proibição de recebimento
de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a
estes; III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;IV - funcionamento parlamentar de
acordo com a lei. Dessa forma, a única alternativa correta é a letra a.

(CESPE / TRT 8a Região – 2016) Tanto a nacionalidade primária quanto a


nacionalidade secundária dependem da vontade do indivíduo, que tem a liberdade de
aceitar ou não o vínculo jurídico-positivo que o liga ao Estado brasileiro.
Comentários:
A nacionalidade primária (originária) independe da vontade do indivíduo, decorrendo
apenas pelo seu nascimento. Questão errada.

(DELEGADO-PE-CESPE-2016) Embora a CF vede a cassação de direitos políticos,


ela prevê casos em que estes poderão ser suspensos ou até mesmo perdidos.
Comentários:
A constituição realmente admite a perda e suspensão dos direitos políticos e impede a
cassação dos mesmos. Item correto.

(DELEGADO-PE-CESPE-2016) Será considerado brasileiro nato o indivíduo nascido


no estrangeiro, filho de pai brasileiro ou de mãe brasileira, que for registrado em
repartição brasileira competente ou que venha a residir no Brasil e opte, em qualquer
tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira.
Comentários:
Segundo a CF (art. 12, I, c), são brasileiros natos “os nascidos no estrangeiro de pai
brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira
competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em
qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira”. Item

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correto.

(PGE-MT-Procurador Estadual/2016) Juliana, brasileira nata, obteve a


nacionalidade norteamericana, de forma livre e espontânea. Posteriormente, Juliana
fora acusada, nos Estados Unidos da América, da prática de homicídio contra nacional
daquele país, fugindo para o Brasil. Tendo ela sido indiciada em conformidade com a
legislação local, o governo norte-americano requereu às autoridades brasileiras sua
prisão para fins de extradição. Neste caso, à luz da Constituição Federal e da
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, Juliana,
A) poderá ser imediatamente extraditada, uma vez que a perda da nacionalidade
brasileira neste caso é automática
B) não poderá ser extraditada, por continuar sendo brasileira nata, mesmo tendo
adquirido nacionalidade norte-americana
C) poderá ter cassada a nacionalidade brasileira pela autoridade competente e ser
extraditada para os Estados Unidos para ser julgada pelo crime que lhe é imputado.
D) não poderá ser extraditada, pois, ao retornar ao território brasileiro, não poderá ter
cassada sua nacionalidade brasileira
E) não poderá ser extraditada se optar a qualquer momento pela nacionalidade
brasileira em detrimento da norteamericana.
Comentários:
A questão cobra o conhecimento recente da jurisprudência do STF (abril 2016): Por
maioria de votos, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) negou o
Mandado de Segurança (MS) 33864, em que Cláudia Cristina Sobral, brasileira nata e
naturalizada norte-americana, pedia a revogação de ato do ministro da Justiça que
decretou a perda da cidadania brasileira por ter adquirido outra nacionalidade (...)De
acordo com os autos, ela se mudou para os Estados Unidos em 1990, onde se casou e
obteve visto de permanência (green card). Em 1999, requereu nacionalidade norte-
americana e, seguindo a lei local, declarou renunciar e abjurar fidelidade a qualquer
outro estado ou soberania. Em 2007, ela voltou para o Brasil e, dias depois de sua
partida, o marido, nacional norte-americano, foi encontrado morto, a tiros, na
residência do casal. O governo dos Estados Unidos indiciou a impetrante por homicídio
e requereu a extradição para que ela responda ao processo naquele país(...) Dessa
forma, a única questão correta é a letra c.

(DELEGADO-PA-FUNCAB-2016) São inelegíveis, no território de jurisdição do


titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o terceiro grau ou por
adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito
Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores

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ao pleito, mesmo que já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.


Comentários:
Segundo o § 7º do art. 14, “são inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o
cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do
Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal,
de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito,
salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição”. Item errado.

(DELEGADO-PA-FUNCAB-2016) é livre a criação, fusão, incorporação e extinção de


partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o
pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana, sendo vedado o
recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de
subordinação a estes.
Comentários:
Questão que reproduz o art. 17 da CF/88: Art. 17. É livre a criação, fusão,
incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o
regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana
e observados os seguintes preceitos: (...) II - proibição de recebimento de recursos
financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes. Item
correto.

(CESPE-TCE-PR.Analista de Controle-Direito.2016) Com base na jurisprudência


do STF, assinale a opção correta a respeito dos direitos políticos
A) O princípio da anterioridade da lei eleitoral subordina, inclusive, a incidência das
hipóteses de inelegibilidade introduzidas por normas constitucionais originárias
constantes da Constituição Federal de 1988
B) As condições de elegibilidade podem ser estabelecidas por simples lei ordinária
federal, diferentemente das hipóteses de inelegibilidade, que são reservadas a lei
complementar
C) É constitucional a exigência legal que, independentemente da identificação civil,
condiciona o voto à apresentação, pelo eleitor, do título eleitoral
Comentários:
A) O princípio da anterioridade da lei eleitoral subordina, inclusive, a incidência das
hipóteses de inelegibilidade introduzidas por normas constitucionais originárias
constantes da Constituição Federal de 1988.
O Poder originário, como consabido, é um poder ilimitado. Dessa forma, questão
incorreta.

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B) As condições de elegibilidade podem ser estabelecidas por simples lei ordinária


federal, diferentemente das hipóteses de inelegibilidade, que são reservadas a lei
complementar.
As condições de elegibilidade não encontram as mesmas restrições das hipóteses de
inelegibilidade, sendo a última, de acordo com a constituição, reservada a lei
complementar. Item correto.
C) É constitucional a exigência legal que, independentemente da identificação civil,
condiciona o voto à apresentação, pelo eleitor, do título eleitoral.
Questão baseada na jurisprudência: A segurança do procedimento de identificação dos
eleitores brasileiros no ato de votação ainda apresenta deficiências que não foram
definitivamente solucionadas. A postergação do implemento de projetos como a
unificação das identidades civil e eleitoral num só documento propiciou, até os dias
atuais, a ocorrência de inúmeras fraudes ligadas ao exercício do voto. A apresentação
do atual título de eleitor, por si só, já não oferece qualquer garantia de lisura nesse
momento crucial de revelação da vontade do eleitorado. Por outro lado, as
experiências das últimas eleições realizadas no Brasil demonstraram uma maior
confiabilidade na identificação aferida com base em documentos oficiais de identidade
dotados de fotografia, a saber: as carteiras de identidade, de trabalho e de motorista,
o certificado de reservista e o passaporte. A norma contestada, surgida com a edição
da Lei 12.034/2009, teve o propósito de alcançar maior segurança no processo de
reconhecimento dos eleitores. Por isso, estabeleceu, já para as eleições gerais de
2010, a obrigatoriedade da apresentação, no momento da votação, de documento
oficial de identificação com foto. Reconhecimento, em exame prefacial, de
plausibilidade jurídica da alegação de ofensa ao princípio constitucional da
razoabilidade na interpretação dos dispositivos impugnados que impeça de votar o
eleitor que, embora apto a prestar identificação mediante a apresentação de
documento oficial com fotografia, não esteja portando seu título eleitoral. Medida
cautelar deferida para dar às normas ora impugnadas interpretação conforme à CF, no
sentido de que apenas a ausência de documento oficial de identidade com fotografia
impede o exercício do direito de voto.ADI 4.467 MC, rel. min. Ellen Gracie, j. 30-9-
2010).
Dessa forma, questão incorreta.

(CESPE / DPU – 2016) Adotou-se como regra o critério sanguíneo para a definição
da nacionalidade brasileira.
Comentários:
Diferentemente do afirmado, a regra utilizada pela CF/88 para a definição da
nacionalidade brasileira é baseada no local de nascimento (“jus soli”). Questão errada.

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(MPDFT-MPDFT-Promotor de Justiça-2015) É condição de elegibilidade, na forma


da lei, a idade mínima de trinta anos para
A) Governador de Estado
B) Prefeito
C) Juiz de Paz
D) Deputado Federal
E) Vereador
Comentários: Essa idade mínima é requisito para o exercício do cargo de
Governador. Item correto é a letra a.

(TRF1 – JUIZ FEDERAL – CESPE - 2015) No Brasil, o alistamento eleitoral depende


da iniciativa da autoridade judicial eleitoral, que deve comunicar ao cidadão que ele
está apto a exercer sua capacidade eleitoral ativa por preencher os requisitos exigidos.
Comentários:
O alistamento eleitoral decorre da iniciativa do próprio eleitor. Questão errada.

(MPT – 2015) A naturalização extraordinária apresenta como requisitos: residência


no Brasil há quinze anos ininterruptos, ausência de condenação penal, requerimento
do interessado e idoneidade moral.
Comentários:
Segundo a CF/88 (art.12, II, b), os requisitos para a naturalização extraordinária são:
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes na República Federativa do
Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que
requeiram a nacionalidade brasileira."
Dessa forma, em uma análise literal, não é necessária a demonstação de idoneidade
moral. Questão errada.

(CESPE / TRF 1a Região – 2015) Os partidos políticos são pessoas jurídicas de


direito público cuja personalidade jurídica se consuma após o registro de seus
estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.
Comentários:
Os partidos políticos possuem personalidade jurídica de direito privado. Questão
errada.

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(MPT – 2015) Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que adquirir


outra nacionalidade, salvo no caso de imposição, pela norma estrangeira, ao brasileiro
residente em Estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território
ou para o fim de exercício de direitos civis.
Comentários:
Segundo o §4º do art. 12 da CF/88: § 4º - Será declarada a perda da nacionalidade
do brasileiro que: (...); II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: (...) b) de
imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado
estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de
direitos civis. Dessa forma, a questão remete à exceção prevista na própria
constituição, sendo, portanto, correta.

(CESPE / TRF 1a Região – 2015) Considera-se brasileiro nato o indivíduo nascido


no estrangeiro e registrado em repartição brasileira competente, desde que seja filho
de pai brasileiro ou de mãe brasileira, ainda que seus pais não estejam a serviço da
República Federativa do Brasil.
Comentários:
Consoante o art. 12, I, “c”, são “brasileiros natos os nascidos no estrangeiro de pai
brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira
competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em
qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira”.
Assim, a questão é correta.

(CESPE / TRF 1a Região – 2015) Os cargos de ministro de Estado da Defesa e o de


ministro das Relações Exteriores, entre outros, são privativos de brasileiros natos.
Comentários:
O cargo de Ministro das Relações Exteriores não é privativo de brasileiro nato. Questão
errada.

(CESPE / AGU – 2015) Vice-governador de estado que não tenha sucedido ou


substituído o governador durante o mandato não precisará se desincompatibilizar do
cargo atual no período de seis meses antes do pleito para concorrer a outro cargo
eletivo.
Comentários:

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Como vimos na parte geral do curso, O Vice-Presidente, o Vice-Governador e o Vice-


Prefeito poderão concorrer normalmente a outros cargos, preservando seus mandatos,
desde que nos seis meses anteriores ao pleito não tenham sucedido ou substituído o
titular. Questão correta.

(CESPE / TRF 1a Região – 2015) Embora não se insiram entre os direitos e


garantias fundamentais previstos na CF, os direitos políticos possuem o caráter
instrumental de proteção do princípio democrático e investem o indivíduo no status
activae civitati.
Comentários:
Os direitos políticos se encontram capítulo IV no Título II da Constituição, relativo aos
“direitos e garantias fundamentais”. Questão errada.

(CESPE-PGE-BA-Procurador-2014) Os direitos políticos passivos consagram as


normas que impedem a participação no processo político eleitoral.
Comentários:
Segundo Marcelo Novelino, “os direitos políticos negativos são determinações
constitucionais que importam na privação do direito de participar do processo político
e dos órgãos governamentais, como as contidas nas normas referentes à
inelegibilidade, perda ou suspensão dos direitos políticos”. Para o mesmo autor, “os
direitos políticos positivos são aqueles consubstanciados em normas que asseguram a
participação do indivíduo no processo político e nos órgãos governamentais”. A banca
considerou essa questão errada, embora seja difícil “entrar na cabeça” do examinador
para saber exatamente o que ele quis dizer com o termo “processo político eleitoral”.
Se for somente o exercício de voto (capacidade eleitoral ativa) a questão é errada,
pois as inelegibilidades (restrições de direitos políticos passivos), por exemplo, não
afetam a capacidade eleitoral ativa. Questão incorreta, com ressalvas.

(CESPE-PGE-BA-Procurador-2014) As ações de impugnação de mandato eletivo


tramitam necessariamente em segredo de justiça.
Comentários:
Como afirma o § 11 do art. 14 da CF/88, “A ação de impugnação de mandato
tramitará em segredo de justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se temerária
ou de manifesta má-fé”. Questão correta.

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(SEFAZ / PE – 2014) A naturalização extraordinária, que beneficia qualquer


estrangeiro que resida no Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem
condenação penal, depende de requerimento, cuja resposta, em caso positivo, tem
efeitos constitutivos.
Comentários:
Nesta espécie, preenchidos os requisitos constitucionais, surge o direito público
subjetivo à naturalização. Dessa forma, os efeitos são declaratórios e não
constitutivos, conforme aponta o STF: O requerimento de aquisição da nacionalidade
brasileira, fundado no art. 12, II, b, da CF ("Art. 12. São brasileiros:... II -
naturalizados:... b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes na República
Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal,
desde que requeiram a nacionalidade brasileira."), possui caráter meramente
declaratório, cujos efeitos retroagem à data da solicitação. (RE 264848/TO, rel. Min.
Carlos Britto, 29.6.2005).

(CESPE-PGE-BA-Procurador-2014) Não são alistáveis como eleitores nem os


estrangeiros nem os militares.
Comentários:
Segundo o art. 14 no § 2º, “Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e,
durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos”. Dessa forma, a
questão é incorreta por abarcar os militares, em geral.

(PC / DF – 2015) Suponha-se que Joana, deputada federal, seja casada com Pedro,
atual governador do estado X. Nesse caso, nas próximas eleições, quando Pedro e
Joana concorrerem às respectivas reeleições, Joana não ficará inelegível.
Comentários:
Nesse caso, Joana não ficará inelegível pelo fato de exercício anterior de mandato
eletivo. Portanto, ela se encaixa na exceção prevista no art. 14, § 7º, CF/88, que
prevê que “são inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os
parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da
República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou
de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já
titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.” Questão correta.

(FUB – 2015) Paulo, de trinta e cinco anos de idade, exerce o segundo mandato
consecutivo de prefeito do município X. Pretendendo candidatar-se ao cargo de

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governador do estado no pleito seguinte, Paulo renunciou ao mandato seis meses


antes das eleições, assumindo o cargo o então vice-prefeito, Marcos, de trinta e dois
anos de idade, marido de Maria, de vinte anos de idade. Se Paulo não fosse candidato
a governador, ele não poderia, nas eleições imediatamente seguintes à sua renúncia,
candidatar-se e ser validamente eleito para o cargo de vice-prefeito do município X.
Comentários:
Como Paulo já foi Chefe do Poder Executivo por dois mandatos consecutivos não
poderá, na eleição seguinte, se candidatar ao cargo de Vice. Questão correta.

(TRE / GO – 2015) Suponha que José, casado com Miriam e prefeito de um


município brasileiro, venha a falecer dois anos após ter sido eleito. Nessa situação,
Miriam pode se candidatar e se eleger ao cargo antes ocupado por seu marido nas
eleições seguintes ao falecimento.
Comentários:
O TSE tem jurisprudência no sentido de que, nessas situações, não haveria a
influência necessária do chefe do poder executivo, que é justamente o fundamento
das inelegibilidades constitucionais. Questão correta.

(DPE / PR – 2014) Conforme previsão constitucional, um Governador de um estado


da federação, mesmo no exercício de segundo mandato no cargo, pode se candidatar
a cargo diverso, devendo, para tanto, renunciar ao respectivo mandato seis meses
antes do pleito.
Comentários:
Conforme o art. 14, § 6º, CF/88 “para concorrerem a outros cargos, o Presidente da
República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem
renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.” Questão correta.

(CESPE / TCE-RN – 2015) Os direitos políticos poderão ser cassados na hipótese de


condenação judicial transitada em julgado por ato de improbidade administrativa.
Comentários:
Nos termos do Art. 15 da CF, “é vedada a cassação de direitos políticos (...)”. Questão
errada.

(CESPE / MPOG – 2015) A lei que altera o processo eleitoral deve entrar em vigor

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na data de sua publicação e ser aplicada à eleição seguinte, independentemente de


quando esta ocorrer.
Comentários:
Conforme o Art. 16 da CF, “A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na
data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de
sua vigência”. Questão errada.

(CESPE / FUB – 2015) O cidadão condenado por improbidade administrativa deve


ser privado definitivamente de seus direitos políticos, com a perda da cidadania
política.
Comentários:
A improbidade administrativa acarreta a suspensão dos direitos políticos. Questão
errada.

(CESPE/ TRE-GO – 2015) São brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai


brasileiro ou mãe brasileira que esteja no exterior a serviço do Brasil ou de
organização internacional.
Comentários:
A Constituição considera brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro
ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa
do Brasil (art. 12, I, “b”, CF). Não se estende às organizações internacionais. Questão
incorreta.

(CESPE/TCDF/2014) Cidadão português que legalmente adquira a nacionalidade


brasileira não poderá exercer cargo da carreira diplomática, mas não estará impedido
de exercer o cargo de ministro de Estado das Relações Exteriores.
Comentários:
Os cargos da carreira diplomática são privativos de brasileiro nato (art. 12, § 3º, V,
CF), enquanto o cargo de ministro das Relações Exteriores é acessível aos brasileiros
naturalizados. Questão correta.

(CESPE/Polícia Federal – 2014) Considere que uma criança tenha nascido nos
Estados Unidos da América (EUA) e seja filha de pai americano e de mãe brasileira,
que trabalhava, à época do parto, na embaixada brasileira nos EUA. Nesse caso, a

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criança somente será considerada brasileira nata se for registrada na repartição


brasileira competente nos EUA.
Comentários:
Nessa situação, como a mãe brasileira está no exterior a serviço do Brasil, a criança
será brasileira nata a despeito de haver o registro na repartição brasileira competente
nos EUA (art. 12, I, “b”, CF). Questão incorreta.

(CESPE/MDIC – 2014) Considere que Ana, cidadã brasileira, casada com Vladimir,
cidadão russo, ocupe posto diplomático brasileiro na China quando Victor, filho do
casal, nascer. Nessa situação, Victor será considerado brasileiro nato.
Comentários:
Nesse caso, como Ana está na China a serviço da República Federativa do Brasil,
Victor será brasileiro nato (art. 12, I, “b”, CF). Questão correta.

(CESPE/Câmara dos Deputados – 2014) Se um casal formado por um cidadão


argentino e uma cidadã canadense for contratado pela República do Uruguai para
prestar serviços em representação consular desse país no Brasil e, durante a
prestação desses serviços, tiver um filho em território brasileiro, tal filho, conforme o
disposto na CF, será brasileiro nato.
Comentários:
Como nenhum dos pais está a serviço de seu país de origem, deve ser utilizada a
regra geral do “jus solis” sendo o filho, nesse caso, brasileiro nato. Questão correta.

(CESPE/ TJ-CE – 2014) Aos portugueses com residência permanente no país, serão
atribuídos os direitos inerentes a brasileiro nato.
Comentários:
Aos portugueses com residência permanente no país, são atribuídos os direitos
inerentes a brasileiro naturalizado (art. 12, § 1º, CF). Questão incorreta.

(CESPE/ ANTAQ – 2014) A lei que alterar o processo eleitoral deverá entrar em
vigor na data de sua publicação, não se aplicando os seus dispositivos à eleição que
ocorrer em até um ano da data de sua vigência.
Comentários:

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É o que prevê o art. 16 da CF/88, que trata do princípio da anterioridade eleitoral.


Questão correta.

(CESPE / TRE-MS - 2013) O plebiscito e o referendo são formas de exercício


indireto da soberania popular. A participação popular, em ambos os casos, faz-se
posteriormente à promulgação da lei.
Comentários:
O plebiscito e o referendo são formas de exercício direto da soberania popular. No
referendo, a manifestação popular ocorre posteriormente à promulgação da lei,
diferentemente do plebiscito, que ocorre previamente. Questão incorreta.

(CESPE-DPE-TO-Defensor/2013) Na hipótese de cancelamento de naturalização


por decisão judicial fundada na constatação de ocorrência de prática de atividade
nociva ao interesse nacional, o interessado não pode readquirir naturalização
mediante novo processo de naturalização.
Comentários:
Nesse caso, o interessado só poderá readquirir a nacionalidade brasileira mediante
ação rescisória. Questão correta.

(CESPE-DPE-RR.Defensor/2013) No que se refere aos direitos à nacionalidade e


aos direitos políticos, assinale a opção correta.
A) A CF dotou o analfabeto de capacidade eleitoral ativa e passiva.
B) Assim como os líderes da maioria e da minoria da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal, os cidadãos que integrarem o Conselho da República deverão ser
brasileiros natos.
C) A perda da nacionalidade decorrente de aquisição voluntária de outra nacionalidade
pode atingir tanto brasileiros natos quanto naturalizados e independerá de ação
judicial, já que se concretiza no âmbito de procedimento meramente administrativo.
D) Se o extraditando tiver filho brasileiro, não será admitida a sua extradição.
E) Se o indivíduo sofrer condenação penal decorrente de conduta culposa, sem pena
privativa de liberdade, transitada em julgado, não terá seus direitos políticos
suspensos.
Comentários:
A) A CF dotou o analfabeto de capacidade eleitoral ativa e passiva.

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A constituição dotou, facultativamente, os analfabetos de capacidade eleitoral ativa.


Item incorreto.
B) Assim como os líderes da maioria e da minoria da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal, os cidadãos que integrarem o Conselho da República deverão ser
brasileiros natos.
Os líderes da maioria e da minoria da Câmara e do Senado não precisam ser
brasileiros natos. Item incorreto.
C) A perda da nacionalidade decorrente de aquisição voluntária de outra nacionalidade
pode atingir tanto brasileiros natos quanto naturalizados e independerá de ação
judicial, já que se concretiza no âmbito de procedimento meramente administrativo.
A perda de nacionalidade por aquisição voluntária realmente atinge,
administrativamente, os brasileiros natos e naturalizados. Questão correta.
D) Se o extraditando tiver filho brasileiro, não será admitida a sua extradição.
Conforme a jurisprudência do STF: A existência de relações familiares, a comprovação
de vínculo conjugal e/ou a convivência more uxorio do extraditando com pessoa de
nacionalidade brasileira constituem fatos destituídos de relevância jurídica para efeitos
extradicionais, não impedindo, em consequência, a efetivação da extradição. (...)
Não obsta a extradição o fato de o súdito estrangeiro ser casado ou viver em união
estável com pessoa de nacionalidade brasileira, ainda que, com esta, possua filho
brasileiro. (Ext 1.201, rel. min. Celso de Mello, j. 17-2-2011).
E) Se o indivíduo sofrer condenação penal decorrente de conduta culposa, sem pena
privativa de liberdade, transitada em julgado, não terá seus direitos políticos
suspensos.Mesmo as penas restritivas de direitos conduzem à suspensão dos direitos
políticos. Item incorreto.

(DPE-RN-2015-DEFENSOR) A nacionalidade de brasileiros naturalizados perdida por


sentença judicial devido ao exercício de atividade nociva ao interesse nacional pode
ser readquirida mediante novo procedimento de naturalização.
Comentários:
A nacionalidade, nesse caso, só poderá ser readquirida mediante ação rescisória.
Questão errada.

(CESPE / TRE-GO – 2015) O direito de antena, previsto pela Constituição Federal


(CF), assegura aos partidos políticos a propaganda partidária mediante o acesso
gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei.
Comentários:
O “direito de antena” consiste no acesso gratuito dos partidos políticos ao rádio e à

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televisão. Questão correta.

(CESPE / TRE-GO – 2015) Em respeito à autonomia dos entes da Federação, a


Constituição Federal autoriza a criação de partido político estadual, desde que seja
feito o devido registro dos estatutos do partido no tribunal regional eleitoral
correspondente no prazo legal.
Comentários:
Os partidos políticos devem ter caráter nacional (art. 17, I, CF/88). Questão errada.

(CESPE/ ANTAQ – 2014) Os partidos políticos adquirem personalidade jurídica


mediante o registro de seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.
Comentários:
A aquisição de personalidade jurídica pelos partidos políticos ocorre mediante o
registro do seu estatuto no Cartório de Registro Civil competente (art. 17, § 2o, CF).
Questão incorreta.

(CESPE / TRE-MS - 2013) A CF autoriza a criação de partido político de caráter


regional, mas condiciona essa criação ao registro dos estatutos da agremiação política
no TRE.
Comentários:
A Constituição Federal apenas permite a criação de partidos políticos de caráter
nacional. Questão incorreta.

(CESPE / TRF 2ª Região - 2013) Embora se caracterizem como pessoas jurídicas de


direito privado, os partidos políticos só adquirem personalidade jurídica após o registro
de seus estatutos no tribunal regional eleitoral do estado em que estejam sediados.
Comentários:
A aquisição de personalidade jurídica pelos partidos políticos se dá com a inscrição do
ato constitutivo no respectivo registro. Questão incorreta.

(CESPE / TRE-MS - 2013) É condição de elegibilidade a idade mínima de trinta e


cinco anos para o cargo de governador de estado.

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Comentários:
A idade mínima para o exercício do cargo de Governador de Estado é de trinta anos
(art. 14, § 3º, VI, “b”, CF). Questão incorreta.

(CESPE / TRE-MS - 2013) Os analfabetos são inelegíveis.


Comentários:
Consoante o art. 14, § 4º, da Constituição Federal, os analfabetos são inelegíveis.
Questão correta.

(CESPE / TRE-MS - 2013) A ação de impugnação de mandato eletivo deverá ser


proposta na justiça eleitoral no prazo de quinze dias da diplomação,
independentemente de provas iniciais de abuso do poder econômico, corrupção ou
fraude cometida.
Comentários:
Nos termos da Constituição (art. 14, § 10), “o mandato eletivo poderá ser impugnado
ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída a
ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude”. Questão
incorreta.

Questões sem comentários

01. (CESPE - DPE/PE – DEFENSOR - 2018) Com relação à perda e à suspensão


dos direitos políticos, assinale a opção correta:
A) A recuperação dos direitos políticos é possível na hipótese de suspensão, mas não
em caso de perda desses direitos.
B) Tanto na perda quanto na suspensão dos direitos políticos, somente a capacidade
eleitoral ativa é atingida.
C) A perda dos direitos políticos corresponde à cassação dos direitos políticos
D) Condenação criminal transitada em julgado motiva a perda dos direitos políticos
E) A aquisição voluntária de outra nacionalidade implica perda da nacionalidade

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brasileira e, consequentemente, dos direitos políticos.

02. (MPE/SP – Promotor de Justiça – 2017) O mandato eletivo pode ser


impugnado perante a Justiça Eleitoral:
F. no prazo de trinta dias da eleição, verificada a ocorrência de abuso político ou
econômico.
G. a qualquer tempo, em razão da condenação transitada em julgado por crime
hediondo ou equiparado.
H. até a data da diplomação, sempre que ocorrer crime, abuso do poder econômico
ou fraude.
I. no prazo de quinze dias da diplomação, por abuso do poder econômico,
corrupção ou fraude.
J. no prazo de quinze dias da eleição, quando da ocorrência de fraude ou violação
de urna.

03. (CESPE – DPU – DEFENSOR - 2017) A respeito de nacionalidade, julgue o


item a seguir.
Brasileiro nato que, tendo perdido a nacionalidade brasileira em razão da aquisição
de outra nacionalidade, readquiri-la mediante o atendimento dos requisitos
necessários terá o status de brasileiro naturalizado.

04. (VUNESP – DPE/RO – DEFENSOR - 2017) De acordo com a atual


Constituição Federal

a) sufrágio é a melhor forma de exercer a escolha de representantes do povo.


b) foi adotado o sufrágio restrito, já que, para ser eleito ou eleitor são necessárias
certas condições, como nacionalidade, idade ou capacidade.
c) sufrágio é exclusivamente a forma como se pratica o voto.
d) o sufrágio abrange o direito de votar e de ser votado, sendo que o primeiro direito
é pressuposto do segundo, pois para ser elegível é necessário ser eleitor.
e) os analfabetos não têm direito ao sufrágio.

05. (FCC – DPE/SC – DEFENSOR - 2017) Sobre o tema da nacionalidade na


Constituição Federal de 1988, é correto afirmar:

f) Aos portugueses com residência permanente no País, ainda que não houver
reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao

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brasileiro, salvo os casos previstos na Constituição.


g) São brasileiros naturalizados os estrangeiros de qualquer nacionalidade,
residentes na República Federativa do Brasil há mais de cinco anos ininterruptos
e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.
h) É privativo de brasileiro nato o cargo de Ministro do Superior Tribunal de
Justiça.
i) Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que tiver cancelada sua
naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse
nacional.
j) São brasileiros natos nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de
pais estrangeiros, mesmo que estes estejam a serviço de seu país.

06. (CESPE – PJC-MT – DELEGADO - 2017) O boliviano Juan e a argentina


Margarita são casados e residiram, por alguns anos, em território brasileiro.
Durante esse período, nasceu, em território nacional, Pablo, o filho deles.

Nessa situação hipotética, de acordo com a CF, Pablo será considerado brasileiro

a)naturalizado, não podendo vir a ser ministro de Estado da Justiça.


b) nato e poderá vir a ser ministro de Estado da Defesa.
c) nato, mas não poderá vir a ser presidente do Senado Federal.
d) naturalizado, não podendo vir a ser presidente da Câmara dos Deputados.
e) naturalizado e poderá vir a ocupar cargo da carreira diplomática.

07. (FCC – DPE/SC – DEFENSOR - 2017) No que tange aos direitos políticos na
Constituição Federal de 1988, é correto afirmar:

a) É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará,


entre outros casos, na hipótese de condenação criminal em segundo grau de
jurisdição, enquanto durarem seus efeitos.
b) A ação de impugnação de mandato tramitará sem segredo de justiça, respondendo
o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.
c) É condição de elegibilidade a idade mínima de trinta anos para Presidente e Vice-
Presidente da República e Senador.
d) Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do
serviço militar obrigatório, os conscritos.
e) A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação,
aplicando-se imediatamente a todas as eleições futuras.

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08. (TRF2 – BANCA PRÓPRIA – JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO – 2017) Analise as


assertivas abaixo e, ao final, assinale a opção correta:

I — Incorre em causa de perda de nacionalidade o brasileiro nato que já sendo


milionário e exclusivamente por ter se apaixonado pelos céus de Paris, obtém a
nacionalidade francesa, por naturalização;
II — Incorre em causa de perda de nacionalidade o brasileiro que tiver reconhecida
outra nacionalidade originária por Estado estrangeiro;

III - Sujeito nascido no estrangeiro, filho de mãe brasileira e de pai estrangeiro, que
veio a residir no território brasileiro e aqui, após a maioridade, optou e adquiriu a
nacionalidade brasileira pode, oportunamente, candidatar-se e ser eleito Presidente da
República.

a) Todas as assertivas são corretas.


b) Apenas a assertiva I está correta.
c) Apenas as assertivas I e III estão corretas.
d) Apenas as assertivas II e III estão corretas.
e) Apenas as assertivas I e II estão corretas.

09. (FAURGS-TJ-RS.Juiz Substituto-2016) De acordo com o artigo 14, referente


aos direitos políticos, assinale a alternativa correta
A) O alistamento eleitoral é facultativo para os maiores de 60 (sessenta) anos
B) Os analfabetos são inalistáveis.
C) Os menores de 18 (dezoito) anos são inelegíveis.
D) O militar com menos de (10) dez anos de serviço é inalistável.
E) Os casos de inelegibilidade estão exaustivamente previstos na Constituição.

10. (CESPE - TJDFT - Juiz Substituto-2016) Considerando as interpretações


doutrinárias e jurisprudenciais conferidas às normas constitucionais referentes aos
direitos políticos, assinale a opção correta:
A) Os direitos políticos insculpidos na Constituição possuem eficácia limitada, ante a
necessidade da edição de legislação infraconstitucional para concretizá-los.
B) A dissolução da sociedade conjugal no curso do mandato eletivo de governador de
Estado implica a inelegibilidade de sua ex-cônjuge para o cargo de deputado estadual

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na mesma unidade da Federação para o pleito subsequente.


C) O governador do Distrito Federal que pretende se candidatar ao cargo de deputado
federal no pleito subsequente não precisa se desincompatibilizar do cargo que
atualmente ocupa, uma vez que tal exigência constitucional aplica-se apenas quando o
novo cargo almejado é disputado mediante eleição majoritária.
D) O cidadão naturalizado brasileiro poderá ocupar os cargos eletivos de deputado
federal e de governador do Distrito Federal, mas não poderá ser eleito senador ou
vice-presidente, diante de vedação constitucional
E) A capacidade eleitoral passiva limita-se às restrições que estão expressamente
veiculadas na CF e a nenhum outro dispositivo legal.

11. (CESPE / Polícia Civil-PE – 2016) Será considerado brasileiro nato o indivíduo
nascido no estrangeiro, filho de pai brasileiro ou de mãe brasileira, que for registrado
em repartição brasileira competente ou que venha a residir no Brasil e opte, em
qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira.

12. (CESPE / TRT 8a Região – 2016) Configura-se a denominada nacionalidade


adquirida no caso em que o indivíduo nascido no estrangeiro, filho de pai ou mãe
brasileiros, passa a residir no Brasil e opta pela nacionalidade brasileira depois de ter
atingido a maioridade.

13. (CESPE.TJ-AM-Juiz Subsituto-2016) De acordo com o que está expresso na CF


acerca dos partidos políticos, é livre a criação, a fusão, a incorporação e a extinção de
partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o
pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa humana, desde que
observado(a)
A) a obrigação de prestar contas à justiça eleitoral
B) a apreciação da legalidade dos atos de admissão de pessoal para fins de registro
C) a vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou
municipal em caso de coligações eleitorais
D) o caráter regional do novo partido que se pretenda criar
E) a ampla publicidade dos orçamentos dos partidos políticos.

14. (CESPE / TRT 8a Região – 2016) Tanto a nacionalidade primária quanto a

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nacionalidade secundária dependem da vontade do indivíduo, que tem a liberdade de


aceitar ou não o vínculo jurídico-positivo que o liga ao Estado brasileiro.

15. (DELEGADO-PE-CESPE-2016) Embora a CF vede a cassação de direitos


políticos, ela prevê casos em que estes poderão ser suspensos ou até mesmo
perdidos.

16. (DELEGADO-PE-CESPE-2016) Será considerado brasileiro nato o indivíduo


nascido no estrangeiro, filho de pai brasileiro ou de mãe brasileira, que for registrado
em repartição brasileira competente ou que venha a residir no Brasil e opte, em
qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira.

17. (PGE-MT-Procurador Estadual/2016) Juliana, brasileira nata, obteve a


nacionalidade norteamericana, de forma livre e espontânea. Posteriormente, Juliana
fora acusada, nos Estados Unidos da América, da prática de homicídio contra nacional
daquele país, fugindo para o Brasil. Tendo ela sido indiciada em conformidade com a
legislação local, o governo norte-americano requereu às autoridades brasileiras sua
prisão para fins de extradição. Neste caso, à luz da Constituição Federal e da
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, Juliana,
A) poderá ser imediatamente extraditada, uma vez que a perda da nacionalidade
brasileira neste caso é automática
B) não poderá ser extraditada, por continuar sendo brasileira nata, mesmo tendo
adquirido nacionalidade norte-americana
C) poderá ter cassada a nacionalidade brasileira pela autoridade competente e ser
extraditada para os Estados Unidos para ser julgada pelo crime que lhe é imputado.
D) não poderá ser extraditada, pois, ao retornar ao território brasileiro, não poderá ter
cassada sua nacionalidade brasileira
E) não poderá ser extraditada se optar a qualquer momento pela nacionalidade
brasileira em detrimento da norteamericana.

18. (DELEGADO-PA-FUNCAB-2016) São inelegíveis, no território de jurisdição do


titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o terceiro grau ou por
adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito
Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores
ao pleito, mesmo que já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.

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19. (DELEGADO-PA-FUNCAB-2016) é livre a criação, fusão, incorporação e


extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime
democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana, sendo
vedado o recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou
de subordinação a estes.

20. (CESPE-TCE-PR.Analista de Controle-Direito.2016) Com base na


jurisprudência do STF, assinale a opção correta a respeito dos direitos políticos
A) O princípio da anterioridade da lei eleitoral subordina, inclusive, a incidência das
hipóteses de inelegibilidade introduzidas por normas constitucionais originárias
constantes da Constituição Federal de 1988
B) As condições de elegibilidade podem ser estabelecidas por simples lei ordinária
federal, diferentemente das hipóteses de inelegibilidade, que são reservadas a lei
complementar
C) É constitucional a exigência legal que, independentemente da identificação civil,
condiciona o voto à apresentação, pelo eleitor, do título eleitoral

21. (CESPE / DPU – 2016) Adotou-se como regra o critério sanguíneo para a
definição da nacionalidade brasileira.

22. (CESPE-PGE-BA-Procurador-2014) Os direitos políticos passivos consagram as


normas que impedem a participação no processo político eleitoral.

23. (CESPE-PGE-BA-Procurador-2014) As ações de impugnação de mandato


eletivo tramitam necessariamente em segredo de justiça.

24. (SEFAZ / PE – 2014) A naturalização extraordinária, que beneficia qualquer


estrangeiro que resida no Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem
condenação penal, depende de requerimento, cuja resposta, em caso positivo, tem
efeitos constitutivos.

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25. (MPT – 2015) A naturalização extraordinária apresenta como requisitos:


residência no Brasil há quinze anos ininterruptos, ausência de condenação penal,
requerimento do interessado e idoneidade moral.

26. (CESPE-PGE-BA-Procurador-2014) Não são alistáveis como eleitores nem os


estrangeiros nem os militares.

27. (MPT – 2015) Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que adquirir
outra nacionalidade, salvo no caso de imposição, pela norma estrangeira, ao brasileiro
residente em Estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território
ou para o fim de exercício de direitos civis.

28. (CESPE / TRF 1a Região – 2015) Considera-se brasileiro nato o indivíduo


nascido no estrangeiro e registrado em repartição brasileira competente, desde que
seja filho de pai brasileiro ou de mãe brasileira, ainda que seus pais não estejam a
serviço da República Federativa do Brasil.

29. (CESPE / TRF 1a Região – 2015) Os cargos de ministro de Estado da Defesa e


o de ministro das Relações Exteriores, entre outros, são privativos de brasileiros
natos.

30. (PC / DF – 2015) Suponha-se que Joana, deputada federal, seja casada com
Pedro, atual governador do estado X. Nesse caso, nas próximas eleições, quando
Pedro e Joana concorrerem às respectivas reeleições, Joana não ficará inelegível.

31. (FUB – 2015) Paulo, de trinta e cinco anos de idade, exerce o segundo mandato
consecutivo de prefeito do município X. Pretendendo candidatar-se ao cargo de
governador do estado no pleito seguinte, Paulo renunciou ao mandato seis meses
antes das eleições, assumindo o cargo o então vice-prefeito, Marcos, de trinta e dois
anos de idade, marido de Maria, de vinte anos de idade. Se Paulo não fosse candidato
a governador, ele não poderia, nas eleições imediatamente seguintes à sua renúncia,
candidatar-se e ser validamente eleito para o cargo de vice-prefeito do município X.

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32. (TRE / GO – 2015) Suponha que José, casado com Miriam e prefeito de um
município brasileiro, venha a falecer dois anos após ter sido eleito. Nessa situação,
Miriam pode se candidatar e se eleger ao cargo antes ocupado por seu marido nas
eleições seguintes ao falecimento.

33. (DPE / PR – 2014) Conforme previsão constitucional, um Governador de um


estado da federação, mesmo no exercício de segundo mandato no cargo, pode se
candidatar a cargo diverso, devendo, para tanto, renunciar ao respectivo mandato seis
meses antes do pleito.

34. (CESPE / TCE-RN – 2015) Os direitos políticos poderão ser cassados na


hipótese de condenação judicial transitada em julgado por ato de improbidade
administrativa.

35. (CESPE / AGU – 2015) Vice-governador de estado que não tenha sucedido ou
substituído o governador durante o mandato não precisará se desincompatibilizar do
cargo atual no período de seis meses antes do pleito para concorrer a outro cargo
eletivo.

36. (CESPE / MPOG – 2015) A lei que altera o processo eleitoral deve entrar em
vigor na data de sua publicação e ser aplicada à eleição seguinte, independentemente
de quando esta ocorrer.

37. (CESPE / FUB – 2015) O cidadão condenado por improbidade administrativa


deve ser privado definitivamente de seus direitos políticos, com a perda da cidadania
política.

38. (CESPE / TRF 1a Região – 2015) Embora não se insiram entre os direitos e
garantias fundamentais previstos na CF, os direitos políticos possuem o caráter
instrumental de proteção do princípio democrático e investem o indivíduo no status
activae civitati.

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39. (CESPE/ TRE-GO – 2015) São brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de


pai brasileiro ou mãe brasileira que esteja no exterior a serviço do Brasil ou de
organização internacional.

40. (CESPE/TCDF/2014) Cidadão português que legalmente adquira a


nacionalidade brasileira não poderá exercer cargo da carreira diplomática, mas não
estará impedido de exercer o cargo de ministro de Estado das Relações Exteriores.

41. (CESPE/Polícia Federal – 2014) Considere que uma criança tenha nascido nos
Estados Unidos da América (EUA) e seja filha de pai americano e de mãe brasileira,
que trabalhava, à época do parto, na embaixada brasileira nos EUA. Nesse caso, a
criança somente será considerada brasileira nata se for registrada na repartição
brasileira competente nos EUA.

42. (CESPE/MDIC – 2014) Considere que Ana, cidadã brasileira, casada com
Vladimir, cidadão russo, ocupe posto diplomático brasileiro na China quando Victor,
filho do casal, nascer. Nessa situação, Victor será considerado brasileiro nato.

43. (CESPE/Câmara dos Deputados – 2014) Se um casal formado por um cidadão


argentino e uma cidadã canadense for contratado pela República do Uruguai para
prestar serviços em representação consular desse país no Brasil e, durante a
prestação desses serviços, tiver um filho em território brasileiro, tal filho, conforme o
disposto na CF, será brasileiro nato.

44. (CESPE/ TJ-CE – 2014) Aos portugueses com residência permanente no país,
serão atribuídos os direitos inerentes a brasileiro nato.

45. (CESPE/ ANTAQ – 2014) A lei que alterar o processo eleitoral deverá entrar em
vigor na data de sua publicação, não se aplicando os seus dispositivos à eleição que
ocorrer em até um ano da data de sua vigência.

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46. (CESPE / TRE-MS - 2013) O plebiscito e o referendo são formas de exercício


indireto da soberania popular. A participação popular, em ambos os casos, faz-se
posteriormente à promulgação da lei.

47. (CESPE-DPE-TO-Defensor/2013) Na hipótese de cancelamento de


naturalização por decisão judicial fundada na constatação de ocorrência de prática de
atividade nociva ao interesse nacional, o interessado não pode readquirir naturalização
mediante novo processo de naturalização.

48. (CESPE-DPE-RR.Defensor/2013) No que se refere aos direitos à nacionalidade


e aos direitos políticos, assinale a opção correta.
A) A CF dotou o analfabeto de capacidade eleitoral ativa e passiva.
B) Assim como os líderes da maioria e da minoria da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal, os cidadãos que integrarem o Conselho da República deverão ser
brasileiros natos.
C) A perda da nacionalidade decorrente de aquisição voluntária de outra nacionalidade
pode atingir tanto brasileiros natos quanto naturalizados e independerá de ação
judicial, já que se concretiza no âmbito de procedimento meramente administrativo.
D) Se o extraditando tiver filho brasileiro, não será admitida a sua extradição.
E) Se o indivíduo sofrer condenação penal decorrente de conduta culposa, sem pena
privativa de liberdade, transitada em julgado, não terá seus direitos políticos
suspensos.

49. (DPE-RN-2015-DEFENSOR) A nacionalidade de brasileiros naturalizados perdida


por sentença judicial devido ao exercício de atividade nociva ao interesse nacional
pode ser readquirida mediante novo procedimento de naturalização.

50. (MPDFT-MPDFT-Promotor de Justiça-2015) É condição de elegibilidade, na


forma da lei, a idade mínima de trinta anos para
A) Governador de Estado
B) Prefeito
C) Juiz de Paz
D) Deputado Federal

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E) Vereador

51. (CESPE / TRF 1a Região – 2015) Os partidos políticos são pessoas jurídicas de
direito público cuja personalidade jurídica se consuma após o registro de seus
estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.

52. (CESPE / TRE-GO – 2015) O direito de antena, previsto pela Constituição


Federal (CF), assegura aos partidos políticos a propaganda partidária mediante o
acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei.

53. (CESPE / TRE-GO – 2015) Em respeito à autonomia dos entes da Federação, a


Constituição Federal autoriza a criação de partido político estadual, desde que seja
feito o devido registro dos estatutos do partido no tribunal regional eleitoral
correspondente no prazo legal.

54. (CESPE/ ANTAQ – 2014) Os partidos políticos adquirem personalidade jurídica


mediante o registro de seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.

55. (TRF1 – JUIZ FEDERAL – CESPE - 2015) No Brasil, o alistamento eleitoral


depende da iniciativa da autoridade judicial eleitoral, que deve comunicar ao cidadão
que ele está apto a exercer sua capacidade eleitoral ativa por preencher os requisitos
exigidos.

56. (CESPE / TRE-MS - 2013) A CF autoriza a criação de partido político de caráter


regional, mas condiciona essa criação ao registro dos estatutos da agremiação política
no TRE.

57. (CESPE / TRF 2ª Região - 2013) Embora se caracterizem como pessoas


jurídicas de direito privado, os partidos políticos só adquirem personalidade jurídica
após o registro de seus estatutos no tribunal regional eleitoral do estado em que
estejam sediados.

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58. (CESPE / TRE-MS - 2013) É condição de elegibilidade a idade mínima de trinta


e cinco anos para o cargo de governador de estado.

59. (CESPE / TRE-MS - 2013) Os analfabetos são inelegíveis.

60. (CESPE / TRE-MS - 2013) A ação de impugnação de mandato eletivo deverá ser
proposta na justiça eleitoral no prazo de quinze dias da diplomação,
independentemente de provas iniciais de abuso do poder econômico, corrupção ou
fraude cometida.

GABARITO
1 E 2 D
3 ERRADO 4 ERRADO
5 D 6 B
7 D 8 C
9 A 10 B
11 CERTO 12 ERRADO
13 A 14 ERRADO
15 CERTO 16 CERTO
17 C 18 ERRADO
19 CERTO 20 B
21 ERRADO 22 ERRADO
23 CERTO 24 ERRADO
25 ERRADO 26 ERRADO
27 CERTO 28 CERTO
29 ERRADO 30 CERTO
31 CERTO 32 CERTO
33 CERTO 34 ERRADO
35 CERTO 36 ERRADO
37 ERRADO 38 ERRADO
39 ERRADO 40 CERTO
41 ERRADO 42 CERTO
43 CERTO 44 ERRADO
45 CERTO 46 ERRADO
47 CERTO 48 C
49 ERRADO 50 A

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51 ERRADO 52 CERTO
53 ERRADO 54 ERRADO
55 ERRADO 55 ERRADO
56 ERRADO 57 ERRADO
58 ERRADO 59 CERTO
60 ERRADO

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